Curso de História Da Arte
Curso de História Da Arte
Curso de História Da Arte
AULA
PRÉ HISTÓRIA
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As cavernas eram mais usadas como abrigos das intempéries do que como moradas.
Esses homens são chamados de primitivos, não por serem mais simples do que nós,
porque eles foram os primeiros do local mais próximo de onde começou a humanidade. O
processo de pensamento deles era muito complicado, muito complexo.
Existem milhares de pinturas rupestres (como são chamadas as pinturas das cavernas).
Mesmo hoje vai ser chamada de “pintura rupestre” aquela pintura feita em tons crus,
marrons, ocres.
As mais importantes cavernas citadas na História da Arte são:
Altamira na Espanha e Lascaux na França.
São cavernas lotadas de pinturas rupestres.
Antes do homem pintar os mamutes, bisontes, ele passava o dedo no pó da caverna e
este nas paredes. Séculos depois ele vai pegar um osso e soprar o pó sobre sua mão na
parede da caverna deixando a marca do contorno de sua mão nela.
Depois começaram a pintar os animais sempre no fundo da caverna, em locais inóspitos,
bem escondidos. Pintavam mamutes, bisontes (era como avô do elefante ou do boi).
Esses locais eram bem inacessíveis e provavelmente subiam um em cima do outro para
alcançarem.
Foram descobertos vestígios de luz artificial, tochas recobertas de gordura animal, para
poder iluminar o fundo da caverna. A explicação disso tudo é “a magia propiciatória”.
O homem era monista, quer dizer, o mundo para eles era uma realidade só e única. Não
separavam o visível do invisível.
Não sabiam a diferença do mundo material do espiritual. Ele pintava o que via. Não sabia a
diferença do real para o irreal. A magia propiciatória era o pintar e o matar o animal através
do desenho, como se fosse uma mágica, não distinguindo o real do irreal. Essa pintura vai
ser uma “pintura realística e figurativa” porque ele vai pintar tal qual ele vê. É a primeira vez
que existe um estilo na história da arte.
O homem pré-histórico desenhou muito bem os animais. Ele não desenhou nunca homens
porque ele não queria matar outro homem dessa forma, do mesmo jeito que não pintava a
flora. Ele precisava do outro homem para preencher aquela imensidão do mundo que
estava totalmente vazia. Se ele tivesse um poder sobre outro homem isso iria causar muito
medo. Ele precisava do animal para sobreviver e não do homem. Se ele não matasse o
animal, ele morria. O animal dava a carne para ele se alimentar, a pele para ele se vestir,e
os ossos para ele usar.
O domínio técnico dos homens da caverna é surpreendente. Primeiro utilizou o dedo como
pincel, depois o pincel bem rudimentar feito de pêlos e penas de animais. As cores
empregadas eram ocre, vermelho, sépia. Essas cores eram devido aos materiais
orgânicos de que eram feitas como: fibras, sangue, sementes, ossos carbonizados, carvão
vegetal (que usamos até hoje). Não existia requinte por não haver intenção de fazer arte,
decorar. O padrão de qualidade não difere do nosso hoje. É tão bom quanto os de hoje. O
que difere são as idéias. Não iríamos pintar hoje com a finalidade de fazer magia
propiciatória.
A história da arte não é uma história de progressos de técnicas. É uma história de artistas,
de pessoas em mutações, com criações, idéias (conteúdo e formas, mas mais de
conteúdo), e não de técnicas.
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Você pode ter muita técnica mas se não tiver uma concepção artística dificilmente fará
alguma coisa.
Não tinha ainda a definição de uma mulher para um homem. O sexo era um ato animal, e
feito na posição (por trás) como os animais. Eram muito primitivos.
Acha-se que a primeira plantação foi feita na região Mesopotâmica indo depois para o
resto da Europa.
Eles cultivavam trigo, cevada, ervilhas, lentilhas, papoulas, linho, maçãs, uvas, cenouras e
nozes. Com certeza esse cultivo começou no oriente médio por causa do clima muito seco.
O primeiro animal domesticado pelo homem foi o cão. Ele auxiliava na caça, era fiel,
amigo. Depois domesticou o boi, o porco e a cabra que abastecia de carne, leite e fibra
para tecido.
A última animal a ser domesticado foi o cavalo porque eles se alimentavam dele.
O cavalo como besta de carga só vai aparecer na idade do bronze e como montaria só no
final da idade do bronze quase na Idade Média.
Uma das atividades artísticas mais importantes do neolítico é a cerâmica.
A cerâmica era super importante porque utilizavam-na para tudo. Ex.: prato. Vai existir a
cerâmica crua e cozida. A cerâmica cozida era feita mais no período neolítico.
Eles guardavam as coisas nas cerâmicas porque elas conservam a quentura. Depois da
cerâmica é que vai surgir a madeira.
Eles faziam para dormir uma grande cama de cerâmica em formato de barco para segurar
o calor. Restaram apenas pedaços dessas peças e muitos desenhos desse período
neolítico documentando isso tudo. No período neolítico é que o homem podia ter quantas
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mulheres quisesse e a mulher não. A mulher só poderia ter outro homem quando o dela
morria. A mulher fica em casa cozinhando, tecendo e fazendo tarefas domésticas. O
homem sai para o campo para caçar e fazer a plantação. Na hora de colher a colheita a
mulher e os filhos participavam. O homem não cozinhava. O único homem que cozinhava
era o mágico da tribo para ele fazer rituais. Não vai cozinhar comida. Eles achavam que se
o homem cozinhasse a comida seria uma comida envenenada.
Durante séculos o homem vai ser proibido de cozinhar. Somente depois na Idade Média é
que o homem vai aparecer cozinhando. Os grandes cozinheiros vão ser na época de Luís
XIV, no Barroco.
Eles passam a cozinhar a carne, não comendo mais carne crua e vão usar sal pela
primeira vez.
A idade do Bronze também foi descoberta por acaso, quando estavam fazendo uma
fogueira em um acampamento quando, de repente, derreteram uma pedra que tinha cobre
e estanho. Esses minérios derretidos formaram o bronze que quando esfriava endurecia
rapidamente. Essa liga possibilitou modelar uma infinidade de coisas. Os utensílios ficaram
bem melhores. No final da idade do bronze já não é mais considerado pré história. É
quando eles fazem rodas, carros, etc. Uma grande descoberta sempre leva a outra grande
descoberta. E, para finalizar, a Idade do bronze foi muito pobre artisticamente.
A preocupação do homem na idade do bronze era em cima das descobertas técnicas, e
utilitárias para a época, mais do que com a beleza.
Obs. Vários pintores do século XX vão trabalhar em cima da história da arte primitiva, é o
caso de Picasso.
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2a. AULA
COMENTÁRIOS SOBRE:
EDD MORROW - Arte Pop . Faz silkscreen, litogravuras, serigrafias, gravuras, pinturas
ARCIMBOLDO - surrealista da época do renascimento
RUBENS
MOMA DE NEW YORK
EDWARD HOLPER
APRESENTAÇÃO DE SLIDES:
Bisonte de tamanho natural. Observar as cores, 40.000 anos atrás. Magia
propiciatória - como se tivesse se apropriando do animal, castrando-o.
Faziam sempre o animal de perfil. O chifres são de frente pois não sabiam fazer de
perfil.
Figura mosqueada (pegavam pedaço de couro, queimavam e faziam manchas
com a gordura). Isso já mostrava uma técnica diferenciada.
Animal ferido com uma flecha no meio. Foi aproveitado incisões da parede da
caverna para fazer os músculos.
Desenho da mão marcada soprando o pó através de um ossinho.
Desenho de uma forquilha.
Figura mosqueada.
Escultura da deusa da fertilidade, com os seios e a barriga grandes.
Figura da Idade do bronze. Repetiram o que os outros tinham feito. A única
coisa importante foi a descoberta do bronze.
“Capacete”.
Pintura feita no Himalaia e que contém muita coisa que não sabemos o que
significa. Ainda pertence ao período da pedra lascada, época paleolítica. Aparecem
caracteres que são parecidos com letras.
Figura achada nos Alpes Suíços.
Idade do bronze. Cavalo feito em cobre revestido de ouro.
Neolítico. Primeira mudança da história da arte. Vão pintar fora da caverna, o
homem, os animais desproporcionais, o que está acontecendo na vida dele.
Figura que Picasso vai introduzir no cubismo, da época paleolítica, um animal
que vai transformar em figura humana.
Cores usadas: preto, ocre, vermelho e laranja. Cores quentes e não frias.
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MESOPOTÂMIA
MESOPOTÂMIA: quer dizer em grego região entre os rios Tigre e Eufrates. Situada no
Oriente Antigo. Foi tão importante quanto o Egito.
Quando as civilizações européias ainda estavam na pedra polida, a Mesopotâmia já era
uma civilização. Até a metade do século XIX pouco se sabia da Mesopotâmia. Tudo o
que sabíamos sobre a Mesopotâmia era através da Bíblia.
Em 1927 os arqueólogos, depois de muita procura, acharam a cidade de “Hur” que
começou 5000 A.C..Tinham tesouros soberbos como os dos egípcios. A Mesopotâmia
foi uma civilização fantástica como a Egípcia, só que eles não faziam como os egípcios
que trabalhavam em pedras, eles trabalhavam com adornos (que são tijolos pequenos
de terra). Faziam tijolos pequenos um a um à mão, colocavam para secar e depois
construíam palácios, sepulturas, etc.
Com o passar do tempo essas construções não resistiram às mudanças e nada restou.
Os rios Tigre e Eufrades inundaram toda a Mesopotâmia. Foi o dilúvio que a Bíblia
comenta. Era como se tivesse acabado o mundo. Aparece Noé com seu barco e os
animais para se salvar do dilúvio.
A arte Egípcia teve poucas variações, enquanto a arte da Mesopotâmia teve muitas.
Eles eram muitos povos como: caldeus, assírios, babilônios, fenícios, etc. Todos tinham
uma forma muito diferenciada de falar, pintar, escrever, etc. O Museu do Louvre está
lotado sobre as peças da cultura Mesopotâmica.
Os arqueólogos descobriram vários montes chamados tells (téus) e que tinham lá no
fundo tinham a civilização. Em 1927 eles escavaram os montes e descobriram as
cidades da Mesopotâmia.
Entre os muitos povos que faziam parte da Mesopotâmia, os Sumerianos foram os
primeiros a dominá-la. As cidades eram independentes umas das outras, somente a
força da religião era que unia todas elas. O culto aos deuses era muito forte. A religião
era magia, tinha força de lei. Os templos para os sacerdotes era a construção mais bem
organizada.
Existia uma cidade chamada Uruqui, dos sumerianos, na Mesopotâmia. Nessa cidade
tinha um templo fantástico todo branco, lindíssimo. No interior tinha tijolos bem
pequenos e coloridos, surgindo aí a técnica dos mosaicos. Isso ocorre 5.000 A.C.. O
sumeriano é o protótipo mais antigo das construções de dentro de casa.
Durante 3.000 anos, ou seja até 2.000 A.C., todos os povos da Mesopotâmia fizeram as
construções assim. Esse templo enorme que era equivalente a um prédio de 20
andares. Foi o local onde todos os povos como sumerianos, fenícios, etc, foram
convidados para construir esse templo imenso.
Os templos da Mesopotâmia que tinham esse formato chamavam-se Zigurat.
Havia, no interior do Zigurat, os mosaicos. Tinha também só uma porta com uma
escadaria que conduzia o povo a subir para rezar lá em cima, do lado de fora, onde
estaria mais próximo de “deus”. Todos, escravos e não escravos, ajudaram na
construção.
Cada povo falava uma língua. Foi chamada de “TORRE de BABEL”, ninguém se
entendia.
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A invenção da escrita aparece na Mesopotâmia em +/- 3.000 A.C.. Os sinais da escrita
ao invés de serem desenhados, foram gravados na argila. Quando a argila estava mole,
eles pegavam um estilete em forma de cunha e gravavam na parede. É por isso
chamado de cunheiforme.
A escrita da Mesopotâmia (3.000 A.C.) vai bater mais ou menos com os hieróglifos
egípcios, sendo completamente diferentes um do outro. A fase histórica é praticamente
a mesma.
É um passo enorme da Humanidade.
Obs.: A civilização mexicana aparece bem depois de Cristo. Ex.: os Maias.
A Mesopotâmia fica hoje mais ou menos onde estão os países Irã, Iraque.
A arte era feita para “deus”, principalmente a escultura. A escultura era super
importante, especialmente para os sumerianos. Tinha um curioso detalhe: a
desproporção entre a cabeça e o corpo. A cabeça era cuidadosamente elaborada, bem
feita, enquanto o corpo eles nem ligavam. Isso acontece porque para o povo sumeriano,
principalmente o caráter, a alma das pessoas, estava no rosto e o corpo servia só de
suporte.
O material usado para fazer as esculturas era muito variado. Eles utilizavam pedras,
mármore, gesso, concha marítima, sendo que estes dois últimos não duraram com o
tempo. O branco dos olhos era feito de conchas. O azul era feito lápis-lasure. Os olhos
eram enormes e bem expressivos, dando expressão de fé e serenidade.
Os acarianos vão aparecer em 3.000 a 2.500 A.C.. É um povo interessante, guiados
pelo rei Sargão. Dominam toda a Mesopotâmia e toda a Síria. São guerreadores mas
não são grandes artistas. Eles copiam a arte sumeriana. Portanto a arte acariana é
muito parecida com a arte sumeriana. O que vai ter de diferente são as famosas
“estrelas” ou “estelas” que são as pedras desenhadas, gravadas ou esculpidas.
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3a. AULA
KANDINSKY- papa do abstracionismo gestual. Era grande poeta também. Como todo
pintor teve sua fase acadêmica, trabalhando muito até chegar no gestual. Ficou
encantado com uma exposição de Claude Monet sobre uma série de feno. Tentou pintar
igual e deixou seu quadro em casa. Ao retornar da exposição o seu quadro estava de
cabeça para baixo. Kandinsky achou que seu quadro estava melhor assim e passou
então a pintar se preocupando menos com o conteúdo e mais com a forma.
Ele tem um livro fantástico chamado “Do espiritual da Arte”.
Kandinsky comentava “TODOS OS PROCEDIMENTOS SÃO SAGRADOS QUANDO
INTERIORMENTE NECESSÁRIOS”.
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MESOPOTAMIA
(continuação)
Relembrando: Vão construir uma torre na Babilônia, chamada Zigurat para que as
pessoas rezassem mais próximas de “deus”.
A escrita chamava-se cuneiforme por ser em forma de cunha.
A Mesopotâmia não ficou tão famosa porque o material usado nas construções não
resistiu ao tempo por serem feitos de adobe (tijolinhos de pedra). Era uma cerâmica
muito ruim.
Descobriram que por baixo dos “tells” (montes) existia uma civilização fantástica.
Era uma civilização tão rica quanto a do Egito. Eram povos unidos só pela religião.
Kudurros eram os contratos feitos em pedra e escritos em cuneiforme. Era como os
contratos de doações de terras.
Os assírios eram tremendamente guerreiros e tinham um exército muito poderoso. Vão
acabar com o primeiro Império Babilônico. Eles só não acabam com a cultura babilônica
pois vão adquiri-la através da forma deles pintarem, escreverem, cantarem, e falarem.
Vão implantar o terror na Babilônia.
Assur é uma cidade muito famosa. Assurbanipal era o guerreiro imperador.
Os assírios permaneceram na Babilônia de 1100 A.C. até 612 A.C.
O poder deles chegou até o Egito. Eles chegaram a dominar o Egito e a Fenícia.
O que eles produziram de arte era somente ligado às guerras e aos reis. A arquitetura
era pomposa, grandiosa, imperial, gigantescas. Para construí-las pegavam cidades
inteiras, prendendo as pessoas e fazendo atrocidades com elas. Fizeram desses
escravos os construtores das grandes cidades.
O assírio foi o pior povo da antigüidade. A moradia dos monarcas eram obras
arquitetônicas fantásticas só que construídas com tijolinhos de barro. Muito do que
sabemos vêm de pergaminhos desenhados. Não sobrou um monumento pronto,
somente o Zigurat.
Os egípcios ao contrário do que se pensa não só tinha os escravos como pessoas do
próprio povo que ajudavam nas construções faraônicas. Não fazia o povo de escravo só
para construir para eles.
Os assírios pegavam a população e testavam a resistência dos velhos e crianças para
ver quem conseguiria ficar mais tempo sem comer. Através dos escravos eles sabiam a
resistência que eles precisavam ter. Fizeram transplante de córnea, por ex.: pegavam 2
irmãos e arrancavam o olho de um para colocar no olho do outro. Tudo isso para
estudarem a ciência. Deixaram tudo por escrito, auxiliando séculos mais tarde com
esses conhecimentos.
Fizeram imensos tambores de cerâmica cheios de água para testar também a
resistência das pessoas sob o sol fortíssimo com a água subindo. Depois testavam a
resistência sem dar comida e depois sem dar água também.
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O rei Sargão da Síria, construiu um palácio com uma muralha. Essa muralha tinha sete
portas e era ao redor do palácio medindo 300 hectares, o que seria mais ou menos
10.000 m2. Tudo isso foi erguido em apenas 6 anos por causa do trabalho escravo.
Pegavam milhares de escravos até eles resistirem. Quando não resistiam mais
substituíam por outros.
A muralha tinha a altura de um prédio de 8 andares.
Eles utilizavam números cabalísticos como o 7 e o 14. A cabala vai aparecer muito na
Mesopotâmia e no Egito.
Nesse palácio eles faziam rituais para o demônio. Isso também vai aparecer no Egito.
O Rei Sargão cultuava essa coisa do mal. Ajudava os seus sacerdotes a cultuar o mal.
O mal era que ajudava e não o bem. Não acreditavam em outra vida.
O palácio do Sargão tinha 300 salas. Tem uma maquete no British Museum. Tinha 97
pátios, 10 salas de tronos, 22 salas de recepção, armazéns, celeiros, 77 quartos, 17
dormitórios de empregados e 7 banheiros. Tinha um enorme harém com 37 camas.
Essas 37 moças desse harém não eram as preferidas. Tinha o super harém com 7
preferidas. As outras 37 ficavam na expectativa de algum dia serem chamadas.
No grande Zigurat eles rezavam para que suas conquistas fossem sempre maiores.
Na arte assíria o que mais se destacou foi o relevo. Tem um relevo famoso que é “A
leoa ferida”, está no museu do Louvre e era do Palácio do Assurbanípal.
Eles quase não pintavam, eles faziam relevo e arquitetura.
Nos próprios registros das esculturas é que constatam que eram guerreiros e cruéis.
Sempre mostra o horror, mortandade, matança em massa, tortura, cativeiro, trabalho
forçado. Eles não escondiam essa crueldade.
Somente em Ninive é que Assurbanípal mandou fazer baixos relevos, para seu
descanso, onde tudo parecia ser bem tranqüilo. Ele realmente ele vai colocar essa
tranqüilidade através dos relevos de árvores frondosas, músicos tocando, pássaros,
lagos, mulheres passeando. No museu do Louvre você poderá ver esses relevos.
Na síria, principalmente, vai aparecer a primeira propaganda onde o rei sempre aparece
vencendo e os povos caindo e morrendo. Eles colocam só os assírios como
vencedores, embora muitas vezes eles fossem os perdedores. O rei é o vencedor e
todo o resto da humanidade perdedor. Todos os povos tinham medo deles.
Em 612 A.C. os assírios foram destruídos pelos MEDOS (médos). Eles vieram da Ásia
e junto com os babilônios que ainda restavam eles destruíram os assírios e
reconstruíram a Babilônia que é chamada depois de Néo-Babilônia. Daí a Babilônia vai
ser mais uma vez a mais esplêndida cidade do Oriente. Os jardins suspensos da
Babilônia vão ser reconstruídos.
Os jardins da Babilônia eram feitos de flores de várias cores sendo que, eram
distribuídas por vários patamares debaixo para cima, azul, violeta, amarela e branca.
Tinha um sistema de irrigação no qual a água passava por todos os patamares. A flores
e folhas eram da mesma cor. Ex. No patamar azul, o caule, a folha e flor eram azuis
também.
Eram sete patamares. Tinha um platô na parte lateral, na época da Néo-Babilônia, onde
eles plantaram grama e flores em um lugar completamente árido, inóspito, graças a
irrigação.
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Mais tarde os judeus foram estudar como eles fizeram essa irrigação para resolver esse
problema na terra deles.
Quando Siro, rei da Pérsia, bem mais tarde dominou a Babilônia, destruiu tudo com
exceção do Zigurat por considera-lo um marco muito forte.
Foi o fim do esplendor da Babilônia.
A única pintura que foi registrada da Mesopotâmia é a cidade de Ur. Em UR eles
gostavam tanto de ouro que faziam muita jóia usando também muito rubi, esmeralda, e
ouro vermelho que mandavam buscar no mundo inteiro. Eles obrigavam as mulheres a
usar ouro. As solteiras usavam um bracelete no braço, um grande colar e uma pulseira
também na perna. Em todos os museus do mundo você vai encontrar essas jóias.
Quando essas moças casavam elas passavam a usar somente o bracelete no braço
com ouro de 2 tons sem rubis e esmeraldas. Tiravam o colar do pescoço porque elas
não estavam mais presas aos pais e sim ao marido. Aí começou o cinto da castidade.
Elas colocavam um cinto no quadril, feito também em ouro, quando os maridos saiam
de casa para guerrear, ou outro motivo, para indicar que o homem não estava em casa.
Não era um cinto como o de castidade ainda, era só apoiado no quadril e não tinham
pedras preciosas. As pedras eram usadas só nas solteiras. Após casar o marido é que
representava as pedras preciosas, sendo portanto tiradas dos cintos.
Só na Idade Média é que surgiu o cinto de castidade do jeito que conhecemos.
Quando o homem era solteiro (mas noivo) ele tinha um grande anel no dedo anular.
Quando eles casavam passava para o outro dedo anular da mão esquerda. O anel era
tão grande que ocupava o dedo todo sem poder dobrá-lo. Depois é que vai surgir mais
tarde a aliança.
Na Mesopotâmia é que vai aparecer o esmalte pela primeira vez. Eles usavam uma
substância vermelha que eles tiravam de uma árvore que hoje não existe mais. Era uma
árvore parecida com romã. Era uma substância orgânica que eles maceravam até
conseguir o vermelho, misturando também com outras substâncias. Ficava na unha por
um ano. Na realidade era uma tinta, pois só hoje é que denominamos esmalte. Todo
homem e mulher casada tinham que usar nos pés e nas mãos.
Quando ficavam viúvos tinham que pintar as unhas de preto. As mulheres viúvas tinham
que casar 3 meses depois que o marido morria. Tinha uma fila de homens esperando
porque o marido deixava toda a herança para a mulher e não para os filhos. A casta da
Mesopotâmia, qualquer um caldeu, assírio, qualquer povo, as viúvas tinham que casar.
Ela é que iria decidir se dava ou não a herança para os filhos, dependendo se estes
eram bons ou não.
Até 18 anos os filhos eram considerados crianças só podendo guerrear, mas não
podiam ter nada. A mulher não tinha direito sobre a herança enquanto o marido estava
vivo.
Essa lei vai vigorar todo o tempo na Mesopotâmia.
O homem viúvo não tinha que cumprir essa lei.
Todos esses povos de uma forma ou de outra eram guerreiros.
Obs.:
Na antiga Babilônia é onde se encontra Saddam Hussein hoje.
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EGITO
Tudo no Egito é feito para a eternidade. A arte é totalmente feita para a eternidade. O
Egito tem sido considerado desde a mais remota antigüidade o berço da civilização.
Enquanto a Europa era completamente bárbara, todo mundo se matando, passando do
Paleolítico para o Bronze, o Egito já estava totalmente com a civilização feita. Os
mestres gregos estudaram no Egito. A arte e civilização Egípcia duraram 40 séculos.
Ela começou mesmo como civilização em 5.000 A.C. e chegou ainda como civilização
organizada egípcia até 30 A.C. Ela continuou depois, mas como civilização forte até 30
A.C.
O Egito é uma espécie de oásis no centro de uma região desértica. É um vale estreito
cheio de montanhas nos dois lados. Dos lados tem dois dos maiores desertos do
mundo Saara e Núbia. A alma do Egito era o Nilo, “rio deus”, que tornava as terras
férteis graças às inundações periódicas. Nessas terras férteis eram cultivados os
cereais, especialmente o trigo que fazia daquele país no meio desértico o celeiro da
antigüidade.
A primeira civilização egípcia no 5o. milênio, anterior às dinastias dos faraós eram
divididos em clãs familiares. Não tinha dinastias e nem faraós. As dinastias vão surgir
depois desses grandes clãs. Era uma organização social simples.
Na arte egípcia sempre vai ser exaltado o sentimento de morte e eternidade. A arte
egípcia é toda dirigida para a religião, sendo uma arte simbólica e convencional. A arte
egípcia é extremamente regular, simétrica, equilibrada e geométrica.
Após se formarem as dinastias, quando surgem os faraós, os aspectos sociais,
econômicos, culturais e religiosos eram o seguinte:
O comércio, do qual viviam muito da venda do ouro, cereais, era exercido pelos faraós e
seus funcionários.
A indústria da época como: manufatura de papiros, os moldes belíssimos, as armas, as
cerâmicas, os tecidos, as jóias eram todas concentradas no domínio real ou dos
templos. Não podia existir nada fora do domínio do faraó ou dos sacerdotes.
A arte e a ciência eram muito avançadas para a época. Só os sacerdotes ou amigos
dos sacerdotes é podiam exercê-las.
Para controlar as águas do Nilo foram erguidas obras hidráulicas de represamento e
irrigação.
Durante a época das inundações, os trabalhadores interrompiam o trabalho agrícola
quando grande parte da população estava disponível para as grandes construções.
Não era só trabalho do escravo, mas de todo o povo.
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4a. AULA
CHAGALL - Pintor judeu. Não é impressionista, nem expressionista, é Chagall. Não faz
parte de nenhum “ismo”. Uma das coisas importantes de sua pintura é que ele sempre
representa suas figuras como se estivessem levitando, sem os pés no chão. É
contemporâneo e morreu (+/-) em 1960. Sua pintura está em quase todos os museus
do mundo. Tem em Jerusalém, na Sinagoga da Faculdade de Medicina, todos os vitrais
pintados por ele. Vitral contemporâneo é muito fascinante.
RODIN - Museu Rodin em Paris é muito impressionante. Foi grande escultor de nosso
século junto com Henry Moore. Ele trabalhou muito em mármore e tem alguma coisa
em bronze. Até 7 esculturas que ele fizer igual é considerado peça única em quase
todos os países da Europa. Na França até 12 é considerado peça única. No Brasil não
tem número.
VAN GOGH - Pintor que morreu aos 37 anos. Grande desenhista, pintor. Era holandês.
FRICK COLLECTION - Sr. Frick tinha uma casa, em New York, na 5a. Avenue, com
uma belíssima coleção de Rembrandt, Vermeer, Goya, Rubens, Renoir, etc.
Tem um belíssimo pátio e um filme que explica como foi a casa dele. A palavra “Frick”
ficou na época conhecida como uma gíria significando “dinheiro”. Então para ele não ter
má fama, doou a casa dele e tudo o que tinha para New York.
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Apresentação de slides sobre a Mesopotâmia
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EGITO (continuação)
O Egito foi dividido em Alto e Baixo. Toda construção do Egito é feita de pedra
proveniente das abundantes jazidas que existem no Egito. As Pirâmides e as
Mastabas são túmulos onde residem os mortos. Os Templos também são
monumentos colossais. São todos monumentos faraônicos e todos de pedra para
durarem para a eternidade.
Quem vivia nos templos eram os ricos Sacerdotes e Faraós. E nas Pirâmides, os
mortos, mas sempre para os faraós ou pessoas da família dele. Os mais pobres eram
enterrados em uma vala comum.
Um texto escrito por um artista, em hieróglifos, sobre uma pedra, foi descoberto mais
tarde, sobre o que achava dele próprio como artista do novo império:
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“Conheço o segredos das palavras divinas, conheço a conduta das festas. Sei toda a
magia que pratiquei sem que nada me escapasse. Nada do que se refere à esse
assunto de magia me é oculto. Sou chefe de todos os segredos dos rituais cabalísticos.
Vejo Ra em suas manifestações. Sou um artista excelente em minha arte. Um homem
acima do comum por meus conhecimentos. Conheço a pose da mulher, a postura de
quem lança o arpão, o olhar de alguém à seu auxiliar, conheço a flor, conheço o amor,
sou um artista!”
Ele se valorizava. É uma demonstração que o pintor estava insatisfeito. Conhecia tudo,
mas era um mero artista ignorado. Era uma demonstração de revolta.
Existiam muitos ofícios no Egito: escultores que faziam esculturas em pedra e madeira;
joalheiros que faziam jóias fantásticas, sem exagero, braceletes, anéis e miniaturas de
jóias vistas só com lupa. Eles tinham uma espécie de feira, onde seria o Cairo
hoje,.onde colocavam os produtos sobre as mesinhas, prateleiras para vender ou trocar
por comida, bebida, etc.
Desde o começo da pré-dinastia a arte egípcia era completamente ligada à morte. Para
o egípcio a morte não é um acontecimento triste, é meramente uma transição para uma
outra dimensão. Eles acreditavam profundamente na imortalidade da alma. Acreditavam
na vida eterna.
Eles acreditavam que a alma continuava a viver, só que com as mesmas necessidades
terrenas. O corpo do morto não podia ser tocado, surgindo com isso a mumificação.
Nas primeiras dinastias, eles sabiam que a pessoa que morria só ficaria contente se
tivesse tudo o que tinha em vida e que gostasse junto com ele.
Ex: Um faraó que ia ser enterrado e que gostasse de bailarinas, estas iriam ser
enterradas vivas junto com ele. Elas iam com vontade pois significava uma honra. Jóias,
comidas, etc. também era colocado junto ao morto. É porisso que existia muita riqueza
nos túmulos. Com o passar do tempo, nas outras dinastias não era levado ninguém
mais vivo para ser enterrado. Nos primeiros 2 milênios iam todos juntos. O faraó era
mumificado e em seguida colocado na pirâmide junto com as pessoas que gostava,
vivas, para depois fechar a pirâmide.
Depois da mumificação não podiam mais tocar no morto pois a sua alma poderia ficar
perambulando por milhares de séculos. Dentro da pirâmide o morto iria “ascender” para
se encontrar com “deus”.
Na mumificação era cortada a cabeça, os membros ( braços, pernas) deixando só o
tronco. Eles limpam tudo o que tem dentro do tronco e enchem de bucha, de trapo,
algodão. Daí eles costuram tudo novamente. Colocam uma solução de ácidos e sais
aromáticos deixando o corpo banhado nisso por (+/-) 6 meses a 1 ano. Só depois é que
tiram o corpo dessa solução e não se sabe como secavam esse corpo. Depois eles
montam tudo novamente e estará pronto para ser enterrado nas pirâmides.
Na realidade ninguém nunca mais conseguiu fazer mumificação.
Obs: No Vaticano tem uma múmia egípcia que está parte desenrolada podendo ver até
a carne e um pouco do cabelo.
17
A mumificação era feita em toda casta do faraó, até nos ajudantes dele.
Os escravos e os trabalhadores não eram mumificados porque era muito caro fazer a
mumificação.
Os egípcios levavam tudo aquilo que o morto gostava para o túmulo a fim de que a
alma continuasse a gozar de tudo o que eles gostavam enquanto vivos. Era uma
continuação da vida terrena. Eles tinham uma obsessão pela imortalidade da alma. O
faraó era convicto de que se a mulher dele fosse enterrada junto, não daria
continuidade a sua dinastia. Elas tinham que continuar casando com o filho, ou o faraó
com a filha, ou outro parente. Eles não tinham a mesma concepção moral que nós
temos. A parte política e econômica do faraó era também muito importante para que a
mulher do faraó desse continuidade.
Eles também esculpiam um outro corpo, feito em pedra, igual ao do faraó, só que um
pouco mais idealizado, bonito, mais jovem, na sua plenitude, que ficava ao lado da
múmia. Se esta fosse violada o faraó teria um outro corpo. Esta escultura sempre vai
ter o rosto esculpido idealizado, mas com as características do faraó. A múmia depois
de pronta nunca mais poderia ser vista e nem tocada. Ela então, seria colocada na
pirâmide e esta bem fechada. Se ela fosse profanada a alma iria ficar sofrendo pelo
resto da eternidade. Para evitar que fossem tocadas, roubadas e profanadas é que
iriam ser colocadas em monumentos colossais que seriam as pirâmides. O túmulo é a
pirâmide, e a estátua do morto que era colocada ao lado da múmia é chamada hoje em
dia de “o duplo”.
A etimologia da palavra pirâmide:
É uma palavra de origem grega onde “piro” quer dizer fogo e “amid” quer dizer está no
centro, isto é, fogo está no centro.
A pirâmide é um tipo de construção que proliferou no Egito muito mais do que se pensa,
e em alguns lugares da terra também. Tem pirâmide na China, na América do Sul,
Central, Peru, México, etc. Em todo o mundo aparece pirâmides feitas em épocas
diferentes.
Na terceira dinastia, no Egito, foi construída a primeira pirâmide, que é a primeira
pirâmide dos degraus. Foi construída em Sacara. Ela tem 121 metros de base e 60
metros de altura. Dois séculos depois foram construídas as famosas pirâmides de
Quéops, Quefrém e Miquerinos, na planície de Gisé, no Egito (que hoje é o Cairo).
Não há um consenso de como foram construídas as pirâmides.
A pirâmide de Quéops é a maior das 3, tendo 146 metros de altura, a base é do
tamanho do “Maracanã”. Na construção foram empregadas 2.600.000 blocos de granito
e calcário. Cada bloco pesa de 2 a 20 toneladas.
Na região não haviam pedras. Esses blocos eram trazidos de uma região há 1000 km
de distância. Esse local onde existiam pedras se chamava Assuã. Onde hoje tem a
famosa represa de Assuã.
Gisé, local onde foram construídas as pirâmides, é um altiplano rochoso (que não se
mexe). Desde 3500 A.C. até hoje não houve nenhum terremoto, construção. Está tudo
perfeito até hoje. Eles pensaram muito antes de construírem as pirâmides.
Os historiadores acham que a forma mais certa daquelas pedras chegarem seria
através de barcos pelo Rio Nilo, onde cada barcaça levaria 2 pedras amarradas
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embaixo da água para que ficassem mais leves. Só que durante todos esses séculos
nenhuma pedra foi encontrada no Rio Nilo.
Não existe nenhum elemento de ligação como o cimento ou argamassa para unir ou
sustentar essas colunas de pedras nas pirâmides. Os blocos eram sobrepostos
somente através de cálculos matemáticos absolutamente precisos.
Para esses blocos ficarem sobrepostos perfeitamente encaixados, eles tinham que ser
polidos de uma forma manual. Hoje somente o raio lazer conseguiria deixar a superfície
tão lisa.
Essas pirâmides eram totalmente racionais.
“O vértice da grande pirâmide corresponde ao polo e o perímetro do Equador, na escala
exata. Cada lado da pirâmide foi projetada para corresponder a curvatura de 1/4 do
hemisfério norte.”
Algumas pirâmides eram fechadas no topo e outras abertas. Existem muitas portas
falsas e corredores falsos que não levam a nada para, só para proteger o faraó.
obs:
Há 6 anos atrás saiu na Geográfica Universal, que os franceses fizeram um buraco
próximo à base, na lateral, e deixaram cair uma ferramenta, a qual flutuou. Não tinha
nenhuma gravidade. Após muitas pesquisas descobriram que em Maio a cada dois
anos naquele local não tem gravidade.
Quando descobriram a pirâmide de Quéops já não tinha mais nada dentro, pois já tinha
sido violada.
Todas as 3 maiores pirâmides e as outras 70 que tinham no Egito já tinham sido
violadas e roubadas.
Os historiadores acham que as pirâmides foram construídas através de montes de terra
ao lado da construção para apoiar as pedras para serem erguidas. Até hoje as
construções são um mistério. As construções civis perto das pirâmides, quase nada
restou até hoje. Elas não eram tão importantes quanto os templos. O que ficou de
melhor está localizado perto das pirâmides.
A pirâmide de Quéops tem uma força, uma energia, que tudo que está localizado
próximo num raio de 200 metros não morre, não apodrece, mumifica. Se for colocado
água quente sob o sol, esta ficará gelada.
As moradias descobertas próximas às pirâmides eram construídas em alvenaria e
pedra. Todas tinham terraço com cobertura. Os moradores passavam a noite no terraço
tocando música, cantando. Não chovia nunca. Eram todos de classe média. As janelas
eram abertas para o pátio interno.
Depois das pirâmides o que existe de mais fantástico é Karnak e Luxor, são dois
templos ligados entre si localizados na cidade de Tebas.
Estando no Cairo pega-se um avião às 5hs. da manhã até Tebas. Uma distância como
se fosse de São Paulo à Salvador. É um calor infernal.
Esses templos foram construídos através de 3000 anos. O templo é do tamanho de
Manhattan.
Do outro lado do Nilo está o outro templo da rainha Hasétsud. Foi uma rainha poderosa
que conseguiu unir o alto e o baixo Egito. O palácio era fantástico. Ela era uma rainha
faraó. Tinha silos de cajal, 150 leitos para os maridos, porque era feito para a
eternidade.
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5a. e 6a. AULA
Persas, Assírios
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Comentários sobre os livros:
A mitologia egípcia lida muito com o demônio. A lua era o demônio para eles. O sol era
o divino.
Na iluminação da arquitetura egípcia não há quase janela, ela só aparece
excepcionalmente. Nos templos egípcios a iluminação é importante porque vai haver
uma abertura para passar a luz do sol somente no que for divino, propositadamente,
sobre as esculturas dos deuses, que estão dentro da pirâmide e que tem ligação com o
sol. Os deuses que tem a ligação com a lua vão ser iluminados pela luz da lua.
As esculturas estão sempre fechadas no escuro e só vão ser clareadas naquele
momento quando a luz passa por aquela abertura.
A luz vai ser feita pela mão do homem, por assim dizer, ele é que vai deixar iluminar o
que ele quer. A organização da iluminação inteira dos templos era um verdadeiro “mis
en cène”.
Os gregos foram estudar a iluminação dos teatros com os egípcios.
Existia muito pouca madeira, não tinha andaime. Eles faziam buracos nas paredes, sem
muita divisão, e com madeira para arrematar. Os buracos seriam as janelas com a
função de projetar o canhão de luz ,“o sol”, em cima do que eles quisessem. E durante
a noite eles tem outros buracos para passar a luz da lua, para iluminar os outros
deuses.
Tudo era muito sofisticado. Existia entalhes para o escoamento de águas pluviais. Só
que lá não chovia, mas era feito como precaução para o dia que chovesse.
Os Obeliscos vão ser importantes no Egito, que vem da palavra grega “obelos” que
quer dizer coluna terminada em ponta. Eles erguiam o obelisco quando ganhavam uma
guerra como se fosse um troféu. O faraó mandava fazer o obelisco de mandava deixar
gravado o nome dele, ou então o nome do deus a quem tinha dedicado o obelisco. Isso
é uma característica do antigo império.
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Geralmente todos os obeliscos vão ser para comemorar algum feito político ou alguma
homenagem que o faraó desejava celebrar. Nunca foi compreendido como eles foram
construídos. Eles eram altíssimos, feitos de mármore, colocados sobrepostos sem
andaime, atingindo equivalente a um prédio de 10 ou 12 andares. Os historiadores
acham que construíam rampas de areia ao lado até chegar na altura, ou uma espécie
de catapulta para erguê-lo.
Quando Napoleão foi ao Egito ele pegou aquele obelisco de Karnak e Luxor e levou até
a praça da Concórdia, na França. Também tem um obelisco na praça Navona. Hoje em
dia quase em todos os países tem obelisco do Egito.
Hoje , no Egito, só tem quatro obeliscos. Todo o resto foi retirado. Alguns foram levados
por estrangeiros conquistadores, ou foram destruídos por terremotos, ou afundados em
solo.
Em Karnak 10 obeliscos foram destruídos. Tem um obelisco muito bonito em Karnak,
da rainha HATSEPSUT, que foi feito em sua homenagem medindo 42 metros de altura
e nele está escrito tudo sobre a sua vida. Ela era uma faraó muito poderosa que uniu o
alto e o baixo Egito. O seu palácio fica no Vale das Rainhas. Era uma rainha que tinha
Silos de Cajal, de peruca, 150 leitos para os seus maridos. Tinha câmaras frigoríficas
embaixo com mais de 200 animais, bois, cavalos, etc, abatidos congelados em
conservação, no meio daquele deserto. A água do Rio Nilo vinha canalizada e quando
chegava lá estava gelada conservando assim esses animais para o futuro da vida dela.
Tinha mais de 200 pares de sapatos, sandálias.
Ela foi sucessora do seu pai. Teve mais de 7 maridos. Viveu até mais ou menos 70
anos. Alguns maridos ela mandou matar e casou também com o filho dela.
Obs: O Shampoo apareceu no Egito para a Hatsepsut que tinha um cabelo muito feio
(por ser descendente de preto). Descobriram um shampoo e condicionador feito de
papiro (que solta um sebo) e adicionaram flores para perfumar. Tinham cremes feitos
de leite de cabra. Tomavam banho de leite para clarear a pele e a gordura era
acondicionada em potes feitos de lápis lázure, também para a pele. Tinham sombra
azul para os olhos e cajal para o contorno. Tingiam o cabelo de Rena, onde aparece
pela primeira vez. A mulher realmente era muito bem conceituada na vida privada. Os
maridos dividiam as tarefas, mesmo sendo faraó. O rei e a rainha apareciam abraçados.
Muitas vezes aparece a rainha abraçando o faraó como se estivesse protegendo-o.
Tinha ourives que só faziam jóias para as mulheres. Muito metal, ouro, prata. Faziam
muita coisa para o cabelo e usavam muito pente. Faziam muita coisa com formato de
gato porque era um animal muito forte, misterioso, esperto, bonito, cheiroso para eles.
O homem egípcio usava brinco de argola na orelha. No Metropolitan tem uma escultura
de um homem egípcio com uma argola na orelha e pendurado nela um gatinho.
Vai aparecer o FARAÓ AMENOFIS IV no novo Império que vai mudar completamente
a religião e a arte. Ele briga com os sacerdotes porque estes estavam ganhando
dinheiro vendendo fórmulas, inscrições para a vida eterna, livros dos mortos. Era uma
indulgência daquela época. A religião estava virando um comércio. Então Amenofis IV
disse que para ele só um deus era supremo o “ATON”, deus do sol. Ele disse que deus
tem que ser só um. É a primeira tentativa do monoteísmo. Então ele vai mudar o seu
nome para AQUENATON (onde sufixo aton é “deus do sol”) .
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Vai mudar também a arte não querendo que sigam mais a lei da frontalidade. E ele vai
querer que o pintem sem idealizá-lo. Ele tinha uma cabeça bem comprida. O rei, a corte
e a rainha foram esculpidos de forma realista, sem “endeusar” ou idealizar. A mulher
dele era belíssima e se chamava NEFERTITE. Vai querer que suas filhas, ele e sua
esposa ficassem bem natural nas esculturas, no colo, se abraçando. Antigamente isso
jamais seria feito. Mostra a sua fragilidade humana, sendo pintado com bengala para se
apoiar. São cenas domésticas. Vai ser a única vez que poderá ser visto isso no Egito,
somente no Novo Império. Essas cenas em outros impérios eram consideradas um
desrespeito com a família real e, para ele, o respeito era mostrar a realidade como ela
era. Ele não vai ser reverenciado como um deus, mas como um homem. Esta arte vai
ser de cunho realístico que vai durar por todo o reinado dele. A NEFERTITE,
considerada “A BELA”, vai ter seu rosto muitas vezes esculpido.
Vai ter um refinamento de etiquetas de como se portar socialmente, uma nova maneira
de ser.
Ele vai ser um revolucionário inovador que muita gente não vai gostar.
Assim que ele morre tudo volta a ser como era.
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RAMSÉS II, sucessor de Tutankamon, é um grande faraó que vai ter uma grande
autoridade imperial. Ele é um grande arquiteto e tudo o que construía era o mais alto.
Estátuas de proporções gigantescas. Ele é da época do Novo império e depois Baixa
Época.
Ele vai fazer uma avenida como uma via expressa, perto da represa de Assuã, e 86
esculturas de aproximadamente 2 metros de altura cada ladeando a represa com um
espaço entre elas de 1,2 metros. Teria mais ou menos 12 km. São esculturas todas em
pedra, onde ele após morto passearia até o seu túmulo.
Karnak e Luxor tem vários templos, os mais importantes foram construídos por Ramsés
e Amenofis. Os dois templos mais importantes de Karnak e Luxor eram destinados aos
deuses Amon e Rá e ligados entre si por uma monumental avenida.
A pintura de Karnak e Luxor é o auge da pintura Egípcia.
Karnak e Luxor são ricas em obeliscos. Levaram séculos para serem construídos e
passava de faraó para faraó. As colunas mais importantes do Egito são as de Karnak e
Luxor. É aqui que vai aparecer pela primeira vez no mundo as colunas. Os gregos vão
até o Egito para aprender sobre as construções.
Ao lado de Karnak e Luxor tinha um grande lago. Só quem podia entrar no templo de
Karnak e Luxor eram os iniciados. Na primeira sala entrava o povo todo, na segunda
sala o povo ficava do lado de fora e entravam só os iniciados e na terceira sala
entravam os iniciados, o faraó, a faraó, os sacerdotes e a família toda. Lá eles ficavam
trancados sempre (com números de final 7) como 17 semanas, ou 27 semanas,
dependendo do que fossem fazer. Começavam as pesquisas de sexo, magia, como
uma busca ou necessidade de se saber tudo. Os valores morais eram outros. Não são
bacanais, como ocorria na Grécia, mas uma pesquisa séria. Faziam testes de mistura
de sangue, sexo de todas as formas. Na busca de uma coisa que fosse melhor para
eles. Depois de acabar toda essa reunião, após ficarem também um tempo em jejum,
eles saíam e iam se limpar nesse lago, na lua cheia, onde todos estavam trajados de
branco. Após tomar banho no lago eles deixavam a roupa suja lá e vestiam outra roupa
branca, voltando novamente para o templo para dormir e no dia seguinte sairem de lá.
Eles entravam no templo como uma procissão. Muitas vezes eles iam para Karnak e
Luxor através do Nilo como se fosse uma imensa apoteose. O estudo dos deuses do
bem e do mau era feito em Karnak e Luxor. Eles faziam até oferenda de crianças e de
seus próprios filhos.
Depois da morte de Ramsés II começa a chamada Baixa Época, quando o Egito vai ser
dominado pelos persas, assírios e aí nunca mais durante toda a antigüidade o Egito
voltará a ser uma nação tão importante e independente como era.
Depois dos persas chegam os gregos chefiados por Alexandre Magno, vindo da
Macedônia. É o primeiro grego que chega a reinar o trono Egípcio. Aí vai aparecer o
Marco Antônio, a Cleópatra. Ele vai fundar, à beira do Mediterrâneo, a cidade de
Alexandria.
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Alexandria vai ser o encontro das culturas ocidentais e orientais, que são a grega e a
egípcia. É a tentativa de uma coexistência entre o estilo egípcio que é próprio, único, e
o grego com aquele escândalo artístico, com toda a sua beleza. Surge então esculturas
híbridas com rosto grego e corpo egípcio. Aos poucos as formas artísticas passam a
conviver cada uma com seu mundo próprio. A escultura grega vai ser independente da
escultura egípcia.
Entre 332 A.C. até 30 A.C., os gregos permanecem no Egito. Cleópatra em 30 A.C.,
última dos Ptolomeus suicida-se depois de ser derrotada pelos romanos. Estes brigam
com os gregos e com os egípcios. Vão lutar com Cleópatra e ela vendo que vai perder
pega uma cobra venenosa deixando-a picar e morre.
A ruptura final da tradição egípcia cultural, como essas pinturas, esculturas que
estamos costumadas a ver, o fim do Egito como civilização, vai ocorrer no IV século da
nossa era quando o Cristianismo está no auge. Quando o Cristianismo chega para valer
no IV século, vão acabar todos os templos egípcios, vão quebrar quase tudo o que
existia aí e na Grécia. Eles não vão aceitar nenhum outro deus, pois “Cristo” é um só
deus.
No século XIX, Champollion, sábio francês, consegue decifrar os hieróglifos e com isso
ele vai permitir que a arqueologia dê um salto fantástico no século XIX.
Numa visão retrospectiva da história de civilização e da cultura que esse povo alcançou,
mostra o legado para o mundo futuro, tanto nas artes e nas ciências, como na
organização política e social.
O Egito foi a primeira nação a centralizar os poderes do Estado em uma só pessoa, o
faraó. Eles desenvolveram a matemática, a astronomia, a química, fizeram um
calendário solar, um mapa dos céus. Na medicina, os médicos egípcios especializaram
em realizar um trabalho de grande valor na descoberta de droga para dor e nas
doenças. Tinham uma espécie de antibiótico que era quase que a penicilina nossa. Não
deixaram a fórmula.
No setor cirúrgico as maiores conquistas deles foram fantásticas, como por exemplo a
mumificação que foram se aperfeiçoando durante milênios.
Hoje só ruínas restaram, porém para “Mali”, elas parecem que possuem vida. Elas nos
falam da glória de uma nação de um povo que não queria morrer, mas que infelizmente
morreu.
Tudo o que eles fizeram foi para a eternidade.
6a. AULA
Apresentação de vídeo:
NATIONAL GEOGRAFIC VÍDEO
EGITO: EM BUSCA DA ETERNIDADE
Vídeo Arte do Brasil
Tel.: 852-6301
883-1193
64-7366
Rua. Gumercindo Saraiva, 54 - Jardim Europa
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7a. AULA
“Nada em excesso”, é o lema do grego que quer ver tudo claramente, simplesmente e
sem adornos. Por conseqüência, tanto a escultura quanto a arquitetura encarnavam os
ideais de harmonia, ordem, moderação e proporção, significando “nada em excesso”.
Os gregos não procuravam nem o paraíso e nem o inferno. Os deuses gregos tinham
feições humanas porque a beleza estava na forma do ser humano.
Foi nessa civilização que surgiu OMERO, ARISTÓTELES, SÓCRATES, FIDIAS,
ICTINOS, PLATÃO (que escreveu “A República”), PITÁGORAS (dizem que ele deu
o nome de “filosofia” à filosofia), PÉRICLES e muitos outros para quem o homem
era a medida para todas as coisas. A partir do homem você constrói tudo.
A arquitetura grega é a mais familiar de todas para nós do que qualquer outra
arquitetura de qualquer época no mundo. As casas não tinham a menor pretensão de
serem muito suntuosas. Os Templos eram fantásticos e super importantes.
As casas não eram importantes porque eles não tinham reis e nem governantes.
Fizeram magníficos prédios, chamados “templos”, para protegerem as estátuas dos
deuses. Esses templos famosos eram como se fossem esculturas para eles. Tudo
muito bem organizado, bem feito, proporcional, e sempre construídos em locais
elevados acima das cidades, nas Acrópoles (que quer dizer acima das cidades).
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O Grego tinha que se maravilhar com tudo, que era o caminho da virtude. Ele tinha que
ver só beleza. A estética vai aparecer aqui, na Grécia.
Os templos eram primeiramente feitos com troncos de madeira. Tempos mais tarde irão
fazer essas colunas, sempre em mármore, com caneluras, para imitar os veios das
toras de madeira.
O tipo Dórico é a coluna que sai direto do chão, é mais grossa, com caneluras e em
cima é reto. Vai dar o nome a tudo aquilo que se parece com ela de “arquitetura dórica”.
É chamada também de coluna masculina, por ser mais robusta.
Coluna Jônica : Elas são mais fininhas, com caneluras, saindo sobre uma base e no
topo tem um desenho denominado “voluta”.
A voluta vai ser muito usada também depois no Barroco.
A época mais fantástica da Grécia será em 350 A.C., chamada de época clássica. É
quando surge a arquitetura, o teatro, a arte, e tudo o que gostamos até os dias de hoje.
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11a. AULA
47
Monet - Eyewitness Art
No MOMA de Nova York tem um painel imenso das ninféias de Monet e atrás desse
painel pode-se admirar a vista de Nova York.
No Metropolitan também tem um templo Egípcio ao mesmo tempo em que se vê o
Central Park do lado de fora.
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Pintura feita em Pompéia (toda arte romana é cópia da grega)
Sandro Botticeli, na época de Pompéia, ficou encantado com essa pintura e
se inspirou para fazer a “Saudação da Primavera”
Atenas, vista de Acrópoles e do Parthenom
Vista de Atenas
Subida da Acrópole e vista da primeira Pinacoteca
Parthenon, Dórico, com frontão e oito colunas de frente com 17 colunas nas
laterais e sua construção ligeiramente curva para ser vista reta de longe.
Tinha a deusa de Atenas dentro. Foi implodido por uma granada.
Cariátides, são estátuas de mulheres que estão sustentando o mundo. Estão
localizadas em um templo pequeno e apenas uma é verdadeira e as outras são
réplicas. Está no British Museum.
No centro da coluna grega tem o “dentelo”, que é um espaço para colocar
um cilindro de madeira onde é encaixado e serve para segurar os pedaços
de colunas que são sobrepostos.
Escultura de um homem no meio das ruínas de Atenas.
Não só os encaixes mas todos os dentes são chamados de dentelos, e estes
são das caneluras vistos por cima.
Museu que fica embaixo do Parthenon.
Vista do Parthenon à noite
Entrada da acrópoles vendo o Parthenon por trás
Porta de Adriano
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A arte Gótica vai nascer com as cidades. Ao ser construída a Catedral Gótica, que leva
de 200 a 300 anos, as cidades começam a nascer ao seu redor devido ao número
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grande de pessoas que trabalham na construção. A cidade de Chartres nasceu com as
pessoas que foram chegando e morando ao redor da catedral.
As Catedrais Góticas vão ser verticais, enquanto que os templos gregos horizontais.
Tanto a Catedral Gótica quanto o Templo Grego tem uma arquitetura fantástica. O
templo grego é só para ser visto. A Catedral Gótica é para o homem rezar dentro.
A Catedral vai ser vertical que é para “levar” você para o céu.
Obs.: A Basílica da Catedral é renascentista.
O Gótico Francês é bem diferente do Gótico Italiano, Espanhol, Inglês, Português. Ele
são muito diferentes entre si.
O gótico, em seu esplendor, é como uma gaiola de vidro e de pedras.
O peso das paredes cedem o lugar aos vitrais, dando leveza à construção.
A catedral Gótica é muito grande e não dá para abrangê-la com um só olhar. A forma
de vê-la é fragmentada. É quase que uma visão cubista.
Em 1840 ao redor da Catedral de Notre Dame existia muitas casas medievais que
foram retiradas ao seu redor para que ela fosse vista melhor de longe.
Para ver a Catedral de Notre Dame devemos começar a vê-la de frente, indo depois
para o lado esquerdo, até o fundo, para o lado direito e por último atravessar o rio Sena
pela ponte para vê-la do outro lado.
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12a. AULA
KLIMT
Frank Whitford
World of art
KLIMT ET VIENNE
S. Rasponi
Celiv
RENOIR
par Daniel Wildenstein
à l’école des grands peintres
“Papa” do impressionismo. Teve uma fase bem diferenciada, fazendo a pintura bem
detalhada, chamada de fase Raphaelista.
KLEE
Will Grohmann
Ars Mundi
Pintor que lida com símbolos, da mesma forma que Miró. Vai lidar muito com veladuras.
Pinta uma camada em cima da outra por diversas vezes. Tem muito no MOMA de New
York.
TURNER
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VÍDEO
A Catedral Gótica é super importante e é uma das coisas mais importantes que os
franceses fizeram além do impressionismo.
A Catedral de Notre Dame de Paris é uma das primeiras Catedrais localizada na Ilha de
La Citè, onde começou a verdadeira Paris. As primeiras pessoas que viveram na
França, foi em Paris. Paris foi o começo da França, na ilha de la Citè.
Ela parece flutuar através da vista do Rio Sena, pelo fato de não existir nenhuma
construção ao seu redor desde 1800 e pouco. Nessa época as construções medievais
foram demolidas. Muita gente foi contra na época.
A Catedral de Chartres tem os mais bonitos vitrais. Ela está totalmente povoada ao seu
redor não sobrando espaço para ser apreciada.
O Gótico vai aparecer em vários países. Começou na França, aparecendo depois na
Inglaterra, Espanha, Portugal, Itália (Duomo de Milão) que foi o último a aceitar. Cada
país vai ter uma forma diferenciada de fazer o gótico.
Anterior ao Gótico tem o ROMÂNICO: Próximo de Assis tem muita Catedral românica.
A Igreja do filme “O nome da Rosa” é românica.
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O vitral é fundamental pois vai surgir quando eles descobrem uma técnica de colocar o
vidro no meio da parede de pedra não prejudicando a sustentação do prédio.
O Gótico que é do ano de 1100 DC, não vai existir na América, somente na Europa.
Nessa época as Américas não tinham sido descobertas.
Itália:
Catedral de MILÃO, início (+/-) 1386. Levou séculos para ficar pronta.
Catedral de ORVIETTO (cidade de ORVIETTO)
Palácio Comunale di BOLOGNA, construída no princípio do séc. XIV.
A construção C’DORO (em VENEZA, próximo a praça de São Marcos) séc. XIII
Palácio Vecchio ou Della Signorina (1298 a 1320) em FIRENZE, tem grandes torres de
vigia que era para convocar os cidadãos.
Esses palácios são todos feitos em pedra ou com mármore que são chamados de
GÓTICO TOSCANO, e estão sempre com campanário.
Eles são chamados de ESTILO PRÉ-RENASCENTISTA OU GÓTICO TOSCANO.
Nessa região da Itália (Toscana) compreende Bologna, Firenze, Veneza, de Leonardo
da Vince, Michelângelo, Dante Alighieri que são considerados do Norte da Itália (os
fidalgos). Geralmente são cidades com a terminação “i”, “e” ou “ie”.
Espanha:
Catedral de TOLEDO iniciada em 1291 e concluída no séc. XVIII
Catedral de SEVILLA iniciada em 1400 e concluída em 1510
Catedral de GERONA
França:
Catedral de AMIENS
Catedral de ANGERS
Catedral de REIMS
Catedral de CHARTRES
Alemanha:
Porta da cidade de LUBECK, fortificada, construída de tijolinho, com vitrais do lado.
Portal da Catedral de BASILÉIA, do final do séc. XII
Catedral de NUREMBERG, construída por Carlos V. O tema é a “Glorificação da
Virgem”. Toda Catedral tem um portal.
Catedral de COLÔNIA (KÔLL)
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Inglaterra:
Catedral de WELLS, com muitas “nervuras” no interior. A catedral inglesa geralmente é
mais baixa do que a francesa. Isso ocorre porque o solo da Inglaterra, de um modo
geral, é um pouco pantanoso não oferecendo uma boa sustentação por estar em cima
do mar e assim provocar muita infiltração de água. Tiveram que diminuir o tamanho da
Catedral Gótica por ela ser muito pesada ficando mais horizontal do que vertical em
comparação às Catedrais do resto da Europa.
A Capela de Henrique VII, na Abadia de WESTMINSTER em LONDRES e onde está
enterrado Henrique VII.
ABADIA DE GLOUCESTER
Capela do KINGS COLLEGE em CAMBRIDGE. A Inglaterra é de religião anglicana não
existindo portanto imagens dentro dela.
Portugal:
Torre de Belém , parece torre militar. Estilo MANUELINO ou GÓTICO TARDIO.
Mosteiro da Batalha , construído por D.João I de Portugal. Início da construção em
1387.
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Apresentação de Slides:
Porta de Lubeck, gótico alemão.
C’Doro em Veneza, gótico tardio, não é toscano. Em Veneza, durante a Idade Média vai
coexistir os estilos Gótico, Barroco e Renascimento.
Campanário em Firenze, Gótico Toscano.
Catedral e AMIENS na França
Catedral de REIMS, na França
Catedral Terragona, o claustro, na Espanha
Catedral de Saragosa, na Espanha
Mosteiro de São Bento, em Portugal
Portal de uma catedral com esculturas em alto-relevo
Vitral do Mosteiro da Batalha, em Portugal.
Catedral de Wells, em Cambridge
Interior da Catedral de Wells
Toledo, onde nasceu El Greco
Esculturas da Idade Média, são santos estáticos que não tem muita expressão e os
trajes cobrem todo o corpo. A igreja católica não permitia que aparecesse santo com
emoção. Cristo está sempre descalço para pisar e sentir a Terra. Todas as pessoas que
são mais importantes estão do lado direito da igreja e as menos importantes do lado
esquerdo. Não existia a imprensa e porisso eles tinham que documentar desenhando
tudo.
Catedral de Notre Dame de Paris (tem 3 portais)
Catedral de Notre Dame (vista aérea), esculturas de bronze esverdeado
Nossa Senhora de Paris (escultura), sem expressão
Rosácea da Catedral Norte Dame de Paris
Gárgula da Catedral Notre Dame de Paris
54
13a. AULA
L’Art Nouveau
Klaus - Jürgen Sembach
Taschen
Mary Cassatt
Getting to Know the World’s Greatest Artists
Written and Illustrated By Mike Venezia
Childrens Press - Chicago
ORSAY el museo,
las collecciones
Los grandes museos 5OF
Beaux Arts
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Vídeo sobre a Vida e Obra de Michelangelo
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Dicas de viagem: Ver Capela do Médici em Florença.
Em Off” - A primeira pessoa que comprou a “Monalisa” foi Luís XIV, o Rei Sol, de
Versailles. Leonardo da Vinci morreu na França.
Arte Nouveau - acontece próximo do impressionismo (1874), entre os anos 1880,
1899. É, enquanto arquitetura interna, cansativa e fria. Exteriormente vai ser muito
interessante como pode ser apreciado no metrô de Paris.
Gaudi é arquiteto espanhol e é considerado um grande arquiteto de arte Nouveau. Para
Mali, Gaudi é Gaudi, e não o considera artista da Arte Nouveau. Ele pertence à época
da Arte Nouveau, em Barcelona.
Arte Nouveau que significa Arte Nova, vai surgir em Paris.
Gaudi vai trabalhar com “cacos”, como pode ser visto na “Sagrada Família”.
A Arte Nouveau é uma arte muito sinuosa. No final do século passado tudo que era
feito à mão passou a não ter mais valor, pois o que era feito à máquina passou a ser
fantástico e valorizado. Quem tinha produtos feitos à mão foi se desfazendo, causando
o surgimento de antiquários no mundo inteiro.
55
Um grupo cansado da industrialização, da massificação e querendo trabalhar com outro
tipo de coisa, faz surgir a Arte Nouveau.
A Arte Nouveau tem linhas sinuosas, sensuais, redondas e com motivos sempre
relacionados à flora e a fauna de cada lugar. É uma arte feita “à mão” em materiais
como o vidro ou madeira e aplicada também na arquitetura.
O único grande pintor que viveu na época da Arte Nouveau foi o “Klimt”.
Decoração em arte Nouveau é extremamente cansativa.
Tiffany, fantástico artista americano, faz belíssimos lustres em arte Nouveau. Tem
muita coisa dele no Museu Metropolitan.
Na Gare D’Orsay tem muitos móveis da “Arte Nouveau”.
56
Continuação da aula: O Renascimento
“OUSO TUDO QUE UM HOMEM PODE OUSAR, QUEM OUSAR MAIS DO QUE ISSO
NÃO O É”
Lord Macbeth - Shakespeare.
APOGEU
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40.000 A.C. Auge da Pré-história
40 D.C. Roma
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Renascimento é um renovar, recomeçar, renascer. Surge da Idade Média onde o
homem não tinha nenhum valor. O “homem” renasce, renova-se e religa-se. O homem
passa a ser o centro de todas as coisas e não mais “deus”, da mesma forma que os
gregos faziam. É um renascer em cima da Grécia Antiga, da antigüidade. É no
Renascimento, período muito forte, que surge a arte de todos os pintores do mundo.
A escultura e pintura nós conhecemos desde a Grécia, mas as pinturas dos pintores
famosos que encontramos nos museus começaremos a conhecer a partir daqui.
O renascimento vai criar uma “nova concepção do homem”, que perdura até hoje.
É neste momento que surge o conceito do individualismo, do homem possuidor de
direitos inalienáveis.
O mundo passa a ser encarado criação de “Deus”. Mas, nada impede que essa criação
de Deus seja feita à serviço da humanidade. Não impede que Deus sirva à humanidade.
Durante a Idade Média “Deus” era poderoso e distante.
No Renascimento, “Deus” existe, é único, mas posso conversar com ele.
No Renascimento a ciência liga-se às técnicas e às artes.
Vão aparecer os “Humanistas”, homens que conhecem tudo profundamente e que
jamais serão especialistas.
A BAUHAUSS, que surgirá no futuro, será uma escola que fará o trabalho em cima do
Renascimento (1929, na Alemanha).
O homem tem que entender de literatura, anatomia, várias línguas, etc.
O “especialista” é o homem do século XX.
Platão vai ser muito importante para eles, porque estão baseados na cultura Grega.
Renascimento é o resultado de um impulso universal, de uma disposição de
espírito, da vontade de mudar a humanidade.
É uma necessidade de uma mudança de ver e sentir.
A Idade Média estava muito parada, estagnada. Não inventavam e não criavam nada.
Viviam muito em função da Igreja. Quando construíam uma Catedral Gótica ficavam
200 anos ao redor daquela Catedral para a sua construção.
Todas as invenções e criações eram feitas em função daquela Igreja. As construções
eram demoradas porque não tinham uma tecnologia desenvolvida. Tudo isso pode
assistido no filme “O nome da Rosa”.
O Renascimento começou em Florença, na Itália.
Depois se alastrou por toda Europa Ocidental dominando o mundo completamente
entre 1400 a 1600 D.C..
Vai mudar muito a relação do homem com a natureza. Vai procurar saber sobre a
natureza, como ela reage.
Essa busca do conhecimento das leis da natureza, é para melhor aproveitá-la às
necessidades do homem. Não é o saber pelo saber pela essência como na antiga
Grécia, é o saber para poder usufruí-la melhor. A ciência liga-se à técnica e à arte.
A medida que a natureza se transforma em uma coisa digna de ser usada, ela passa a
ser valorizada. Até agora a natureza não era valorizada.
O homem tinha horror à natureza pois viviam muito mal. As cidades pegavam fogo, pois
as casas eram feitas de madeira. As pessoas morriam de frio e dormiam mal com as
casas de madeira. Em locais muito ensolarados as pessoas morriam de calor. A
natureza era uma coisa muito nefasta.
De repente, no Renascimento, eles percebem que a natureza pode ajudar muito.
58
Vão estudar o vento dando o surgimento dos moinhos de vento. Vão estudar a água,
aparecendo as represas. E vão estudar uma série de coisas que até agora não tinham
estudado. Passam a pintar a natureza nos quadros porque vão valorizá-la e
adequar-se à ela.
Eles não vão imitar os antigos, mas complementá-los. Vão se basear nas melhores
idéias dos antigos, o que existia de melhor. É um renovar em cima da Antigüidade,
sem imitá-la.
Para Mali, o quadro “Adão” que está na Capela Sixtina, pintado por Michelangelo, é o
símbolo do Renascimento. Esta obra é o momento em que Deus aponta para o homem
que está deitado no chão, o qual se ergue perante Deus, sem nenhuma vergonha do
seu corpo nu e Deus está apontando com o dedo quase à sua imagem e semelhança.
Essa pintura não podia existir na Idade Média.
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No Museu Metropolitam, é importante comparar as pinturas Pré-renascentistas, da
Idade Média e Renascentistas. Começa aí a pintura acadêmica que nos referimos.
Leonardo da Vinci e outros, são grandes acadêmicos que fazem a arte exatamente
igual a natureza. O aspecto mais importante era o pintor conseguisse pintar fielmente a
figura real. Ninguém fazia isso, até então (entre 1400 e 1500).
Ao redor de 1394 a peste negra acabou com quase toda a população Toscana
(Florença é na região de Toscana).
Florença era uma cidade muito rica e, com essa peste, a crise financeira foi muito forte.
A peste matou quase todos os banqueiros. Um dos banqueiros mais importantes era o
“Bardi”, que ao ir a bancarrota, as massas em pouquíssimo tempo controlaram o poder
em Florença. Em 1400 o poder voltou de novo aos banqueiros e desta vez, os “Médicis”
eram os mais importantes. Pouco a pouco tornaram-se “senhores de Florença”. Eram
homens ricos que gostavam de beleza e vão investir em arte. As condições para o
aprimoramento na arte já estavam criadas.
Pré Renascimento:
A pintura, dentre todas as artes do ocidente, foi a que mais demorou para se afastar
dos moldes antigos (bizantinos) da Idade Média. Os arquitetos, os escultores já tinham
criado um novo estilo depois do gótico, mas a pintura não.
A pintura ainda era bizantina. As soluções da pintura foram amadurecendo aos poucos.
As cidades onde as primeiras pinturas “acadêmicas” vão aparecer serão Siena e
Florença.
O estilo que chamamos de Sienês (de Siena) chegou até o século VX (1400) e custou
muito a aceitar o estilo renascentista.
No século XV Florença lançou as bases da pintura Européia dos cinco séculos
seguintes. Até hoje pintamos baseados no Renascimento.
Um desses importantes pintores é GIOTTO, que pintou muito À FRESCO em busca de
um realismo.
A cidade de Pádua é a que oferece as melhores obras de Giotto para serem vistas.
Giotto consegue pintar expressando os sentimentos através dos gestos, do olhar, que
até então não faziam. Para nós hoje, ainda poderá parecer uma pintura dura, mas
comparada com o que existia anteriormente na Idade Média era muito mais expressiva
e solta.
Giotto foi o primeiro artista dentro da História da Arte que aparece sendo chamado
como “PINTOR”. Os pintores até então eram considerados como alfaiates, marceneiros.
Giotto é que vai receber pela primeira vez na História da Arte o nome “Pintor”. É uma
profissão que sobe de nível na hierarquia social. Ele conseguiu iniciar um novo capítulo
na História da Arte se impondo na profissão de pintor e sendo respeitado por isso.
Em “off”: Dizem que ele era “super pão-duro”. Quando dava uma festa ele pedia que o
convidado levasse uma ave, pão, vinho ou fruta.
Giotto foi contemporâneo do grande poeta Dante Alighieri que escreveu “A Divina
Comédia”. Dante Alighieri se refere ao Giotto na “Divina Comédia” como o “meu amigo
pintor Giotto”.
Os irmãos VAN EYKES pertencem à pintura FLAMENGA (de Flandres que é hoje a
Bélgica). Eles estão enterrados em Brujes. Eles romperam com tudo, porque foram os
60
inventores da pintura à óleo. Até então se pintava à fresco, encáustica, etc. Pintavam
em paredes ou em madeiras para poderem transportar.
Quase todos os dicionários falam que eles foram os inventores da pintura à óleo, mas
na verdade eles descobriram que um padre italiano tinha descoberto a fórmula da tinta
mas que estava faltando um aglutinante. Os irmãos VAN EYKES vão descobrir esse
aglutinante que era “o óleo de amêndoas”. Na realidade eles só aprimoraram a fórmula.
A pintura com tinta a óleo era fantástica por permitir ao pintor que pudesse corrigir os
erros. Eles pintavam admiravelmente bem.
É bom lembrar que junto com o Renascimento, na Itália, a pintura Flamenga
Renascentista foi muito importante.
Os irmãos Van EYKES descobrem que a luz também é muito importante. Eles pintavam
o ar, a luz “condicionados ao momento”.
Os italianos vão copiar a fórmula. A pintura flamenga vai reinar em Florença.
A arquitetura Renascentista:
BRUNELESCHI, um dos maiores arquitetos de todos os tempos. Ele era ambicioso e
queria ser muito conhecido. Foi o iniciador da arquitetura da renascença que vai
permanecer por mais 500 anos.
Quando ele aparece, a Cúpula da Catedral de Florença não tinha sido construída.
Até 1900 vai ser usada essa Cúpula. Essa Cúpula é anterior ao ano de 1500.
Ele foi para Roma estudar estudar o Pantheon antigo, o belíssimo “Domus”, quando
bolou a grande Cúpula da Catedral de Florença que vai ficar para o resto da vida.
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14a. AULA
El Prado Básico
Visión del museo a través de los estilos
J. Rogelio Buendia
Silex
O que mais tem no Museu do Prado (em Madri) são obras de Velásquez.
“As Meninas” é uma de suas obras mais famosas. Museu do Prado é muito rico em
obras do estilo Barroco.
O Museu do Louvre tem muito sobre o “Bosch”. Sua obra mais famosa é o “Jardim das
Delícias”. É pintor da época renascentista, mas considerado surrealista nos dias de
hoje.
Paul Delvaux
Marc Rombaut
Rizzoli - New York
Pintor surrealista que pinta muito as mulheres “enluaradas” e estações de trem. Ele é
como se fosse um Dali que também é surrealista. Ele é Belga como Magritte.
A sua pintura é feita com sobreposições de tempo, misturando o passado com o
presente, como no sonho.
Há uns 15 anos atrás participou da Bienal no Brasil.
Edward Hopper
The Art and the Artist
Gail Levin
Norton - Whitney
Pintava sobre a solidão das grandes cidades, a dor, a falta de comunicação das
pessoas, as casas quase “sem alma”. Influenciou muito os cineastas da sua época
como: Ex.: na década de 50, a casa que existia no filme “Psicose” ,de Hitchcock, foi
influenciada pelas “casas” das pinturas do Hopper.
Do aspecto formal, sua obra vai ter muitas linhas retas.
Vai retratar muito ele próprio com sua esposa. O relacionamento entre o casal continha
um amor muito forte mas também muitas divergências. Ela era uma grande pintora e
largou a pintura para cuidar dele. Ele era um homem muito acomodado. Ela morreu um
ano depois da morte de Hopper e ele era um ano mais velho do que ela. Hopper morreu
muito rico.
No Whitney Museum, de Nova York, está havendo uma retrospectiva de sua pintura.
Van Gogh
Meyer Schapiro
Abradale
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Continuação do Vídeo sobre “Vida e Obra de Michelângelo”
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Raphael com 10 anos perdeu sua mãe e o pai vai morrer quando ele tinha 14 anos,
tendo que morar com seus tios maternos. Como o pai era um homem muito querido, ele
vai receber muita ajuda dos amigos do pai e de Perugino. Vai ser muito rodeado por
artistas.
Aos 18 anos vai para Florença e começa a receber fama por pintar muito bem e rápido.
Era muito rápido, criativo e responsável.
Aos 21 anos já estava famoso.
Raphael chegou em Florença na época em que Leonardo da Vinci e Michelângelo
estavam na cidade, pois tinham recebido uma encomenda para pintar a “Câmara dos
Vereadores”, a qual nunca foi feita, em 1504.
Raphael disse que iria aprender com esses pintores, apesar de já ser um grande pintor.
Ele era um homem muito bonito, cordial, meigo, simpático, carinhoso, carismático,
tornando-se muito popular rapidamente.
63
Começou a pintar as “madonas” que são muito especiais.
“A Virgem Maria” vai ser adotada por muitos anos depois, até hoje. Ela vai ser um
clássico de Raphael. Ela passa uma certa sensualidade. As “madonas” são belezas
idealizadas em cima da Grécia, apesar de serem humanas e meio sensuais. Não são
míticas. Com isso ele ficou famoso por pintar pela primeira vez “madonas” tão lindas.
Em 1509 Raphael foi de Florença para Roma. Entre 1508 e 1509 era a época em que
Michelângelo estava pintando a Capela Sixtina.
Quando Raphael chegou lá, ele vai pintar os quartos, salas que são chamadas de
“STANZI”, a pedido do Papa Júlio II, na Capela Sixtina. Eram chamados também de
lojas. Vai pintar com mais de 50 ajudantes.
Quando você entra na Capela Sixtina você vai passar por vários quartos, quase todos
pintados por Raphael.
O Papa Júlio II é o mesmo que encomendou para Michelângelo, a Capela Sixtina.
Raphael vai ser muito querido, rico, famoso, badalado, bissexual (não se sabe ao certo).
Raphael foi perfeito no desenho e na composição. Ele tinha o quadro mais perfeito em
composição de todo o Renascimento.
Morreu jovem aos 37 anos, no dia de seu aniversário, em uma sexta-feira Santa.
Viveu como um príncipe. Dizem que o papa fez dele um Cardeal, após sua morte.
Raphael está enterrado no Pantheon , em Roma.
Existe em seu túmulo uma frase muito bonita em latim:
“Aqui jaz Raphael: quando vivia a natureza temia por ele ser vencida. Agora que está
morto, ela própria teme morrer.”
64
admiravelmente bem, fazendo ele próprio o acompanhamento na lira que ele havia
inventado e com isso deliciava a corte inteira.”
Obs.: No Epcot Center, tem o “Leonardo da Vinci” que está pintando a Monalisa
enquanto ela balança o pé, cansada de esperar ele pintar. Vai pintar por 5 anos a
Monalisa, que era esposa de um comerciante amigo dele.
Tem um outro grande escritor que se chama GARDIANO e que escreveu o seguinte
sobre Leonardo:
“Ele era tão excepcional e tão ricamente dotado que a natureza parecia ter logrado um
milagre em sua pessoa. Não apenas por causa de sua beleza física, que era enorme,
mas também entre outros dotes numerosos de que a natureza o havia provido e que ele
se valia com a perfeita maestria. “
Segundo Gardiano, Leonardo da Vinci era considerado em seu tempo uma obra prima
da natureza, uma perfeita obra de arte. Era um homem muito vaidoso.
Dizem que sua beleza abriu muito as portas para ele, mas também serviu de obstáculo.
Leonardo tinha muitas vantagens ao ser tão bem dotado, despertando muita inveja das
pessoas.
Vassari fala o seguinte:
Leonardo tinha um ar tão imponente que só de vê-lo a tristeza desaparecia.
Muitas pessoas o elogiavam por ser filósofo, artista, cientista, outros apreciavam a sua
presença.
Com Verocchio ele aprendeu tudo na pintura, escultura, mas era muito pouco para
Leonardo. Ele queria saber mais e saber por que as coisas existiam. Tinha uma mente
extremamente cientista, do século XX.
Com sua cultura universal, Leonardo elaborou projetos que levaram séculos para serem
aprovados como a asa delta, o helicóptero, o escafandro, etc.
O ideal de Leonardo da Vinci era atingir a verdade por experiências objetivas.
Ele fez um projeto urbanista fantástico para a cidade de Milão, com calçadões, vias
elevadas, quiosques. Não foi feito porque cobrava muito caro o que ele fazia. Tudo o
que ele fazia e criava, era desenhado.
Leonardo da Vinci consegue ser o Mestre da pintura com apenas 8 telas. Apenas essas
8 obras foram cientificamente comprovadas em sua autenticidade. As outras pinturas
existentes não possuem essa certeza.
As duas grandes pinturas que ficaram mais conhecidas foram a “Monalisa” (Gioconda)
e a mais reproduzida no mundo todo que é a “Última Ceia”.
Leonardo da Vinci pintava com requinte, fazia muitos esboços, desenhava tudo dentro
das regras do renascimento, tudo perfeito. Só que muitas vezes ele não terminava a
obra porque tinha muitos outros projetos na cabeça. Ele começava a fazer uma coisa e
depois parava para fazer outra, deixando muitas obras inacabadas.
A “Adoração dos Reis Magos “, que está no Vaticano, está inacabada.
65
As pessoas posavam para ele e ele também tinha muitos auxiliares.
Leonardo dissecou mais de 30 cadáveres. Quase foi preso por causa disso. Ele queria
estudar anatomia para poder pintar melhor. Ele queria saber por exemplo quantos tons
de vermelho ele podia fazer.
Obs.: A conceito de “tom” só aparece no Renascimento após a invenção da tinta à óleo
pelos irmãos Van Eykes. Antes do Renascimento não se falava em “tons”, mas em
cores.
Leonardo da Vinci era também um músico. Inventou um órgão movido à água, que
pode ser visto ainda no Museu do Vaticano.
Pintou a Monalisa, segundo os historiadores, enquanto tocava esse órgão.
Muita informação do que se sabe são relatos de seus alunos que o adoravam e
escreviam tudo sobre ele.
Ele era canhoto e escrevia da direita para a esquerda. Os seus escritos só poderiam ser
lidos através de um espelho. Os historiadores acham que, por suas descobertas serem
um pouco avançadas para a época, ele tinha um pouco de medo de escrever de forma
muito legível. Em todos os escritos aparece sempre um dizer “o sol não se move”. O
que significava uma antecipação da teoria de Copérnico que diz que “a Terra é que gira
ao redor do Sol”. Se a inquisição soubesse disso, eles o matariam.
Uma de suas obras muito importante é “A Virgem dos Rochedos”, onde ele vai usar
muito claro-escuro. Ela tem um sorriso muito enigmático. Existem duas obras da
“Virgem do Rochedo”, uma se encontra no Louvre e outra na National Galery de
Londres. As duas são de Leonardo da Vinci. Durante séculos as pessoas ficaram se
questionando qual era a verdadeira. Descobriram que a obra que está no Louvre,
Leonardo da Vinci pintou sozinho. A obra que se encontra em Londres, Leonardo
começou a pintar quando foi chamado para ir à Milão e teve que interrompê-la. Ele
pediu que o seu auxiliar a terminasse.
Leonardo falava que tudo para ele tinha alma. Dentro de suas pesquisas tudo é
baseado no animismo. Anima é alma. Na obra “Virgem dos Rochedos”, ele falava que
os rochedos tinham alma. Tudo que é natureza tem alma, como o metal, os vegetais,
etc. .
Freud estudou muito sobre Leonardo da Vinci.
Ele é ainda muito pesquisado pois estava muito à frente de sua época.
A obra “Última Ceia” tem 9 metros de largura por 4,20 m. de altura. Levou 3 anos para
ser feita. Tem uma intenção muito dramática. A cena é sobre Jesus que estava
falando: “Um entre vós me trairás”. Cada um dos apóstolos tem uma expressão muito
forte, de dúvida, indignação, de pergunta, onde a única pessoa que está calma é Jesus.
“Jesus” vai estar no centro do quadro, por ser Renascentista.
Antes de pintar essa obra, Leonardo da Vinci estudou muito como os surdos e mudos
se comunicam através dos gestos. Esse estudo era para ele saber passar aquele
“espanto” e todas as expressões somente através dos gestos.
66
A OBRA GIOCONDA: A Monalisa é como se fosse um ser vivo. Ela parece mudar toda
vez que você a olha, parecendo sobrenatural. Uma hora ela parece sorrir, outra hora
parece estar triste. Leonardo da Vinci descobre a técnica do “SFUMATO”, isto é, ele
não vai terminar nem os olhos e nem a boca, você é que vai terminar a obra. Os cantos
dos olhos e da boca são esfumaçados, sem contorno definido. O que é Sfumato? É
coisa indistinta, não terminada, portanto uma obra em aberto.
Se for bem observada a obra, a linha de fundo da direita está em diferente altura da
linha da esquerda, o que é proposital para dar o movimento aos ombros. O fundo do
quadro é completamente impressionista, já em 1500 D.C.. O horizonte do lado
esquerdo parece estar mais baixo que o direito. Quando você olha o lado esquerdo, o
ombro parece estar mais alto, mais ereto do que o ombro do lado direito, que parece
estar mais solto.
No final de sua vida, ele estava doente e com dificuldade de articulação nas mãos
(quase todos os pintores tem problemas de articulação). Começou a pintar cada vez
menos.
Saía no temporal para ver como aconteciam os relâmpagos. Fazia também muitas
outras experiências.
O rei francês Francisco I admirava muito Leonardo da Vinci. Não está muito claro
porque Leonardo da Vinci foi viver os últimos anos de sua vida no Castelo na cidade de
Amboise, em Clos Lucé. O rei Francisco I vai sempre visitá-lo.
Leonardo leva consigo quase todas as suas obras, inclusive a Monalisa.
Ele fala que não quer receber visita de ninguém, nem dos seus alunos. Quer ficar
isolado.
Ele tem um discípulo chamado Francisco Melzi que herdou de Leonardo quase todos os
desenhos, estudos e anotações de Leonardo da Vinci. Dizem que ele tinha caso com
Leonardo da Vinci. Ele ficou com 1200 desenhos e que isso era a terça parte da
produção de Leonardo. Entre esses desenhos que ele deixou para Francisco Melzi tem
o “Código de Urbino”, “Código de Atlantis”, vários desenhos de como ele fazia a
geometria (explicando tudo o que aprendeu de geometria através de suas pesquisas),
sobre a transformação de sólidos, sobre a formulação de teorias sobre o centro de
gravidade dos sólidos, e assim enunciou 2 teoremas fantásticos sobre a geometria.
Inventou o compasso de proporção.
No campo da física ele trabalhou muito sobre a dinâmica e baseou seus estudos na
leitura de Aristóteles. Estudou, na física, os efeitos do atrito e sobre as condições de
equilíbrio num campo inclinado, sendo usado depois para elaborar a obra “Monalisa”.
A partir do vôo dos pássaros, determinou os princípios para a construção de um
aparelho mais pesado que o ar e capaz de voar aproveitando a força do vento: asa-
delta, planador, helicóptero e pára-quedas.
Ele foi um grande projetista militar. Ganhou muito dinheiro com desenho de canhões,
metralhadoras, carros de combate, barcos para a guerra. Estudava qual a melhor forma
de abordar um barco grande através de um pequeno.
Inventou máquinas hidráulicas para limpeza e drenagem de rios e canais.
Inventou máquinas de afiar, perfuratrizes, etc.
67
No dia 2 de Maio o Rei Francisco I vai visitá-lo ao saber que ele não estava passando
bem. Deitado na cama, com várias pessoas ao seu redor, Leonardo recebe o rei
(jovem) que ao se aproximar dele e sustentando a sua cabeça em seus braços,
Leonardo vai dizer-lhe que não reconhecia honra maior do que morrer nos braços de
um rei. Fechou os olhos e morreu. Eles eram muito amigos.
Monalisa, no Louvre
Madona Benois, está no Museu de Hermitage, Leningrado ( ex-Rússia).
São Jerônimo, está no Museu de Vaticano, inacabado.
Adoração dos Magos, National Gallery de Washington.
Virgem dos Rochedos, Louvre (Paris) e National Gallery de Londres.
São João Batista, no Louvre.
Sant’Ana, Maria e o Menino Jesus, no Louvre (ao lado da Monalisa)
Anunciação, no Louvre em Paris
Esboço de “Sant’Ana e a Virgem” que é um desenho que está no National
Gallery, em Londres. (deve ter 1.80 m (+/-)
A Última Ceia, está em um refeitório de uma Igreja em Milão. Esta está muito
ruim pois Leonardo da Vinci não se preocupou com o tipo de tinta que usou. É
um afresco que está muito deteriorado. Já fizeram até galinheiro nesse refeitório.
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15a. AULA
Edvard Munch
Ulrich Bischoff
Taschen
Dali
Ignacio Gomez de Liaño
Ediciones Polígrafa, S.A.
Picasso
Le génie du siècle
Ingo F. Walther - Medea
Henry Moore
Celiv
Grande escultor. Em Brasília tem uma escultura dele.
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HYERONYMUS BOSCH
Nasceu entre 1450 ou 1516, ninguém sabe ao certo. Se Bosch nasceu em 1450
ele deve ter morrido em 1516, mas se ele nasceu em 1516 ele morreu em 1566.
Só se sabe que ele nasceu onde seria hoje a Holanda (a cidade tinha o nome
Bosch) e viveu 66 anos.
A sua pintura era muito diferenciada e misteriosa, pois foge completamente do
estilo da arte Renascentista. Ele nasceu na época do Renascimento, mas é
considerado um grande Surrealista. Era filho e neto de pintores. Casou-se com
uma órfã muito rica, feia e religiosa.
Muitas de suas obras foram destruídas pelos protestantes em 1629. As obras que
escaparam foram para a Espanha, levadas pelo Rei Felipe II. Uma dessas obras é
a famosa “Os Sete Pecados Capitais”, toda feita com incrustação em pedra,
sobre uma mesa redonda, onde vai representar todos os pecados capitais:
vaidade, ira, gula, avareza, inveja, luxúria, preguiça.
Outra obra importante é a pintura do “Jardim das Delícias”.
É uma pintura sobre “o céu e o inferno”, muito surrealista e muito simbolista.
Bosch cria a SEITA ADAMITA : “os irmãos dos espíritos livres”.
Essa seita dizia que o homem tinha que fazer todos os pecados na Terra para
ganhar o Céu. Com isso todo mundo queria se afiliar à Seita Adamita. A inquisição
não o impediu porque os Reis o protegeram. As suas obras só vão ser destruídas
pelos protestantes por volta de 1600 D.C..
Dalí dizia que o grande “Papa” do surrealismo era Bosch.
Ele estava a 400 anos adiantados para sua época.
MICHELÂNGELO
Ele foi estudar com o grande mestre “Domênico Ghirlandaio”, grande pintor da
época, da mesma forma como todos os pintores faziam na escola renascentista.
70
Vai aprender todas as técnicas do ofício em desenho, pintura, escultura. Ele não
ficou muito satisfeito com o que aprendeu, pois não gostava da arte renascentista
(toda centralizada, certinha). Ele já tinha uma idéia bem diferente de arte. Resolve
estudar as esculturas gregas da antigüidade da coleção dos Médicis (os
mecenas).
Quando ele começa a estudá-las, descobre ter uma afinidade muito grande com a
Grécia e que ele era escultor da “figura humana”.
Resolve, não tanto como Leonardo da Vinci que dissecou 33 cadáveres, dissecar
também para conhecer melhor e se aprofundar mais na figura humana.
De repente a figura humana não tinha mais segredo para ele. Vai pintar e esculpir
com perfeição.
Michelângelo era um homem feio, baixo, narigudo e muito triste. Vai ser um
grande mestre da figura humana, conseguindo recriá-la.
Ele era tão bom ou talvez melhor do que os escultores gregos como Fídias (que
fez o Parthenon) e Praxiteles, que foram grandes escultores do classicismo.
Era um homem passional (brigava, reclamava e ia a fundo com tudo) e solitário.
Essa paixão, esse traço violento, vão ser muito fortes em sua pintura. No fundo,
ele era um romântico. Não conseguiu se relacionar com ninguém por não se
aceitar como era.
Teve um pai bastante violento. Sua uma família era aristocrática, na região de
Florença, e o pai não admitia que o filho fosse artista. Michelângelo insistiu tanto
que conseguiu estudar arte.
Ao estudar com os Médicis, fica muito amigo da família, participando muito dos
“Saraus Culturais” onde conversava sobre filosofia, estética, etc. Estudou muito
sobre Platão, Sócrates, Sófocles, filósofos e dramaturgos gregos e também sobre
os grandes mestres.
Tinha um temperamento muito irrequieto, temperamental e dizia que não tinha
paciência com a mediocridade alheia.
Michelângelo tinha um amigo chamado Torrigliani, que estudava junto com ele, na
casa dos Médicis. Ao se envolver em uma briga com esse seu amigo,
Michelângelo recebe um soco no nariz, que vai ficar quebrado e torto para o resto
de sua vida. Foi um estigma muito grande para um homem que gostava muito de
beleza, ter um nariz torto e ficando muito feio. Com isso vai fazer esculturas e
pinturas belíssimas de seres humanos para compensar a sua feiura.
Aos 30 anos já era conhecido como um dos grandes mestres da escultura. Foi aí
que a cidade de Florença convidou Michelângelo e Leonardo da Vinci para
pintarem o grande painel na Câmara dos Vereadores. Infelizmente a obra nunca
foi executada porque Leonardo da Vinci foi chamado em Milão fazer o projeto
‘’urbanístico” que não deu certo e Michelângelo foi chamado pelo Papa Júlio II em
Roma para trabalhar lá.
Existe uma cópia em Florença feita por Michelângelo, da pintura que ele ia
executar com Leonardo da Vinci. Leonardo da Vinci também fez uma descrição
comentando sobre esse episódio. De outra forma, não saberíamos o que eles
iriam fazer.
71
Quando Michelângelo chegou em Roma, o Papa Júlio II pede à ele que fizesse o
maior túmulo do mundo para quando ele morresse.
Michelângelo pediu para ir até a cidade de Carrara (cidade dos mármores) porque
iria fazer o túmulo todo em mármore. Vai ficar em Carrara para escolher as peças
de mármore (estudando os veios) por mais ou menos 11 meses.
Ao voltar o “Papa” fala que não vai mais querer que faça o túmulo. Michelângelo
fica muito desgostoso e decide não voltar mais à Roma. O pai de Michelângelo vai
intervir pedindo ao “Papa” que fizesse alguma coisa para ajudar o seu filho que
estava muito desmotivado. O “Papa” vai chamá-lo novamente em Roma e pede à
Michelângelo que pinte uma Capela para ele. Michelângelo respondeu: ”Mas eu
sou escultor e não pintor”. Essa Capela tinha sido mandada fazer pelo papa “Sixto
IV”, que em sua homenagem recebeu o nome “Capela Sixtina”.
A Capela Sixtina já era decorada, dos dois lados, nas paredes laterais, pelos
grandes pintores Boticelli, Guirlandaio e Perugino.
O papa pede que ele pinte o teto e o fundo da Capela. Era o que tinha sobrado de
parede sem pintura. Michelângelo aceita pintar somente o teto. Teve muitos
ajudantes, mas que durante o trabalho vai brigar com todos eles ficando sozinho
para continuar. Fazia o desenho no chão e depois subia nos andaimes para
desenhar tudo novamente lá em cima e pintar. Michelângelo brigava muito com o
“Papa” e seu pai vai pedir à ele que tivesse muita paciência com o seu filho.
Vai pintar no teto da Capela Sixtina, os “doze apóstolos”, em nicho, como se fosse
a própria arquitetura, deixando o observador na dúvida. É como se fosse
“tromp’oleil”. O esforço físico para ele fazer a obra era incrível. Ele deitava e
passava dias assim.
Vai colocar imagens de profetas, baseados no Antigo Testamento, alternando isso
com Sibilas (são as moças muito bonitas que ele faz).
Pintou todas essas figuras de homens e mulheres como se fossem pessoas
comuns e não “santos”, em diversas atitudes, conversando, discutindo,
escrevendo, lendo, etc.
São episódios que vão desde a criação do homem, o dilúvio e a embriaguez de
Noé.
Tentaram saber se era alegoria o que ele pintava porque ele fugia muito da
história que existia na Bíblia. Chegaram à conclusão que criava muita coisa
apenas para preencher o espaço vazio que existia.
É praticamente impossível um ser humano fazer o que ele fez em apenas 4 anos.
Ele pintava as moças com corpo de homem, com músculos desenvolvidos e
cabeça de mulher. Ele não conhecia muito bem o corpo feminino.
Essa obra foi iniciada em 1508 e terminada em 1512. Ao terminá-la, o Papa vai
pedir de novo para ele fazer o túmulo. Michelângelo vai então à Carrara, volta com
o mármore e começa a fazer a figura de Moisés. Quando ele termina Moisés o
Papa Júlio II morre e o túmulo não fica terminado. Essa obra vai ficar incompleta.
72
Ele fez muitas outras obras incompletas porque, pelo grande artista que era, tinha
pena de estragar o mármore da obra que estava esculpindo quando encontrava
um veio bonito. E, não tendo coragem de eliminá-lo, vai parar a obra para não
estragar a natureza. Pegava outro bloco e começava outra obra. Vai ser
encontrada muita obra incompleta dele nos Museus do Louvre, Galeria Ufizi (em
Florença), etc.
Trinta anos após terminar o teto da Capela Sixtina, ele volta para pintar o fundo da
Capela com a obra “O Juízo Final”.
O “Juízo Final” é uma visão terrível do fim do mundo. Michelângelo vai pintá-la já
de uma forma bem diferente da pintura que fez no teto da Capela. É uma forma
quase expressionista de pintar. Você vai observar “Cristo” irado e “Nossa
Senhora” se escondendo atrás Dele.
O teto da Capela é feito em estilo mais acadêmico e o fundo dela de um estilo
mais expressionista, distorcendo um pouco as formas. O final de sua vida ele vai
ser muito expressionista.
A primeira escultura “Pietà”, vai fazer com menos de 25 anos. As outras “Pietà”,
são completamente expressionistas.
Entre 1555 e 1559 no Pontificado de Paulo IV, que era um Papa muito chato, as
figuras da pintura de Michelângelo na Capela Sixtina foram todas vestidas a
pedido dele. Depois em 1559, pediram para tirar as roupas novamente.
Sua grande obra, que ocupou toda a sua velhice, vai ser a grande Cúpula na
Basílica de São Pedro. Somente a Cúpula será de estilo Renascentista, o resto da
Basílica é de estilo Barroco. Ele desenhou e projetou a Cúpula, e esta foi
executada por outros. A “Pietà” se encontra embaixo dessa Cúpula (onde tem uma
clarabóia).
Obs.: Todas as esculturas do lado de fora da Basílica foram feitas pelo Bernini, na
época do Barroco.
Michelângelo era muito religioso e apesar dele cobrar muito caro o seu trabalho
vai fazer esse projeto sem cobrar um tostão. Disse que essa obra ele a fez “À
Serviço de Deus porque era um presente dele para Deus e de Deus para ele”.
Era considerado, em vida, já um grande mestre. Chamavam-no de “Divino”.
Ele só fez a pintura da Capela Sixtina, algumas esculturas, e uma obra que está
na Galeria de Ufizi em Florença.
73
Slides sobre as obras dos pintores renascentistas:
Pintura de Peter Brughel. Pintor que faz parte do renascimento e vai pintar
muito os homens do campo, na Holanda. Inovou no conteúdo.
74
Pintura do Casal Arnolfini, feita por Van Eyke no final dos anos 1490. Este
quadro está na National Gallery, em Londres. A moça retratada está grávida e sai
da Itália para se casar com esse rapaz. É uma pintura à óleo e bem detalhada. É
uma época onde as pessoas ainda posam, como se fossem manequins. Atrás do
casal tem um espelho refletindo alguma coisa e em cima está escrito “Van Eyke
esteve aqui”, como se fosse um acontecimento de jornal documentando a
presença dele no casamento.
Outra pintura de Van Eyke. Nessa época era moda depilar o cabelo em
cima da testa para aumentar o seu tamanho.
Outra pintura de Bosch. Tem uma técnica muito perfeita conseguindo fazer
transparências.
75
16a. AULA
Picasso
Le minotaure
Lárt en Jeu
Le Surréalisme
Beaux-Arts
Hors Série 55f
Picasso
Les Demoiselles d’Avignon
Carnet de Dessins
Adam Biro
Pablo Picasso
The Artist Before Nature
Auckland City Art Gallery
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-
Apresentação do vídeo:
LEONARDO DA VINCI - VIDA E OBRA - IBM
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Apresentação de slides:
77
“Davi”, de Verocchio. Leonardo foi modelo de Davi, quando tinha 14 ou 14
anos, para Verocchio.
Arquitetura de Florença.
78
17a. AULAErro! Indicador não definido.
BARROCO
1. Arte Acadêmica começou no Renascimento, passa pelo Barroco e vai até 1874 (onde
depois começa a fase impressionista que já não é mais considerada acadêmica)
obs. Um artista abstrato pode pertencer tanto da época da arte contemporânea, como da
arte moderna ou da arte de vanguarda.
80
BARROCO
Vai surgir nessa época a preocupação com o urbanismo. Procuram fazer as ruas de forma
a irem todas de encontro com a Igreja. Não era assim no Renascimento.
O Barroco é mais que um estilo de arquitetura, mais que uma pintura, é gosto também. É
uma atitude de encarar a vida, encarar a arte. Temos a música e o teatro Barroco. Vai
mostrar o espírito da contra reforma e reforma que vai acontecer na igreja católica.
Os católicos tinham uma preocupação maior com o esplendor mundano, mais do que com
a fé religiosa.
A arte Barroca não pode ser chamada de arte do absolutismo porque ela não é só do
absolutismo.
O Barroco atingiu o auge com Luís XIV na França, o "Rei Sol", "Eu sou o Poder". Ela é
também descentralizada. Vai aparecer no mundo todo.
O Barroco não é clássico, fez parte do classicismo, mas é muito ambíguo. O nome Barroco
vem do nome Barrueco, que significa pérola torta.
81
Artistas mais importantes do Barroco:
Caravaggio
Rubens (tinha 150 ajudantes em sua oficina de arte)
Rembrandt
Velásquez
Cannaletto
Jeorges de La Tour (pintor francês que usava muito a vela como recurso do claro-escuro)
Jean Vermeer (holandês)
Van Dick
Vateaux
Reinolds (inglês)
Thomás Garburn (inglês)
Goya (teve uma fase Barrôca)- começa acadêmico, barroco e depois expressionista
Tiepolo
No pontificado do Leão X (tem seu retrato pintado por Rafael), um grupo de homens
piedosos (católicos) fundaram a congregação do oratório que iam purificar a igreja. Esse
movimento desenvolveu-se rapidamente e esses homens resolveram que era muito
importante criar um novo estilo de pintura para trazer de volta os fiéis que tinham
abandonado a igreja. Isso acontece em Roma. Esses homens é que vão se converter mais
tarde e fazer a inquisição. Vai começar aparecer esse nome em Roma, pois inquisição já
existia. Vai aparecer também a ordem dos jesuítas em 1540 (Ignácio de Loyola).
Eles seguem uma disciplina muito rígida, muito militar.
Os jesuítas se tornaram uma arma eficaz para a igreja católica conseguindo trazer muitos
fiéis de volta. Tinham muita disciplina e conseguiram trazer os hereges de volta. Os
jesuítas irão depois para a América do Sul e levarão o Barroco para lá. A igreja e o estilo
Barroco vem junto para as Américas: do Norte, Central e Sul.
A igreja tinha que se renovar, que mostrar sua supremacia, sua obridade e autoridade
apelarando para um caráter afetivo e grandioso no estilo.
A arte Barroca é afetiva e grandiosa. Uma obra Barroca é fantástica com seus contrastes
de luz (claro, escuro), escadas (subidas e descidas), com suas fontes, o dourado. Ela é
afetiva e puxa você para ela. Não é fria e nunca deixa você distante. Sendo assim, ela iria
trazer de volta os fiéis.
Quando se entra em uma igreja Barroca você sente aquela sensação intimista, ela tem
muito coisa próxima a você. A Igreja Gótica, como a Notre Dame de Paris, é muito
grandiosa, podendo fazer parte do seu ser, mas nunca poderia ser sua. É tão grandiosa
que pertence a humanidade.
A igreja Barroca de Ouro Preto já faz parte do dia-a-dia da sua vida. O Mosteiro de São
Bento em Olinda onde você vê as palmeiras é aconchegante e lembra cenas de casa.
A escultura Barroca é dinâmica e a Gótica estática. O Barroco é afetuoso, grandioso e
envolvente.
No Brasil só existe o estilo Barroco. Nunca poderíamos ter uma catedral gótica porque em
1100 o Brasil não tinha nem sido descoberto. Renascentista também não, porque
aconteceu em 1400.
82
Temos uma ligação muito forte com o Barroco de Lisboa. Aleijadinho é o maior artista
barroco mineiro. É em Minas Gerais que ocorre o Barroco mais forte no Brasil.
BARROCO NA FRANÇA- O Barroco foi um movimento muito forte na época de Luís XIV.
Barroco na França está muito ligado a ARISTOCRACIA, e na Itália está ligado a IGREJA.
Existia uma concentração de poder muito grande com Luís XIV.
Em 1599 Henrique II teve 3 filhos, os quais foram incapazes de manter a unidade do país
(França). Daí com a chegada de Henrique IV, ele terminou com as lutas, reorganizou a
França e deixou as Bases do Poder Absolutista para Luís XIV. Na época do Henrique IV, a
arquitetura francesa era muito pobre. A arquitetura era feita de tijolos e pedras. As casas
são só de tijolinhos, bem quadradinhas com o telhado em forma de ponta.
O século XVII vai conhecer o seu apogeu com o Luís XIV. Ele subiu ao trono em 1643
bem criança e só começou a reinar em 1660, morrendo em 1715.
Ele modelou a civilização francesa à sua imagem. A época clássica da arte francesa é a
época de Luís XIV, embora ela seja Barroca.
O termo "clássico" é usado para obras que suportam a passagem do tempo, ou para obras
influenciadas pela antigüidade, ou ainda , sobriedade e reserva.
Sóbria é uma obra clássica. Ao se aplicar o termo "clássico" ao estilo Luís XIV, vai ter
todos esses significados e mais a emoção do Barroco.
A época de Luís XIV é fantástica onde aparecerão apenas 2 grandes pintores:
Nicolas Poussin
Claude Lorrain
Nessa época a vida era totalmente subordinada ao fausto e a majestade dele. Mandou
fazer um palácio. Chamou o arquiteto Bernini, de Roma, para ir a Paris e fazer o projeto do
palácio que não deu certo. Outro projeto que também não deu certo foi o do Louvre e suas
modificações.
Luís XIV ficou conhecido no mundo inteiro até hoje através de Versailles. Escolheu um
lugar, jardim pavilhão de caça, para depois trazer a capital da França de Paris para
Versailles. Ele sempre dizia "o poder sou eu". Ele era totalmente absolutista. Ele era muito
forte "O estado sou Eu, o Deus sou Eu".
83
A planta inteira de Versailles se concentra no quarto dele.
Foram morar em Versailles com 11.000 pessoas. Todos tinham que acordar e deitar
quando ele queria. Só se comia o que ele gostava, e ditava o menu para a semana toda. A
aristocracia, os que estavam próximos à ele, tinham que aceitar o que ele determinava.
menu.
Existia uma escala onde as pessoas tomavam banho de 6 em 6 meses. Não tinha
banheiro. Os escravos passavam uma esponja úmida no corpo deles à noite. Eles usavam
pó de arroz por todo o corpo para ficar bem brancos. E à noite isso era retirado com
esponja úmida.
O Filme "Ligações perigosas" mostra esses rituais.
Vão aparecer festas de “Petit Comittee” em Versailles. Vai surgir o servir à francesa.
A peruca surge na Ópera em Paris. Como na ópera as perucas eram prateadas, brancas e
douradas, eles passam também a usá-las em Versailles. Antes do Barroco, as pessoas
comiam com as mãos, não tinha faca. No Barroco vai aparecer a lavanda, o guardanapo,
as rendas nas roupas.
A mulher vai ser muito importante e muito fútil.
A arte vai se desenvolver na arquitetura, no imobiliário, na tapeçaria. Não vai ter grandes
pintores. A comida era muito importante e feita como se fosse uma arte.
Surge a langerie da mulher, calças, espartilhos. Foi feito um desfile de espartilho na corte,
o que foi considerado um escândalo na época. Foi um acontecimento muito para frente, de
vanguarda.
Luís XIV deixou que o desfile acontecesse, fingindo não tomar conhecimento.
Começam os desfiles de moda na França. Depois os desfiles de perucas (vindos de Paris),
sapatos. Versailles começa a ditar a moda, todos queriam ter um “Versailles”.
Todos queriam espelhos pela casa como os de Versailles. Os decotes eram generosos e a
lingerie levantava o busto, como se o seio fosse pular para fora do decote. Surge também
o perfume, sendo importante por causa do problema do banho. Eles trocavam muito de
roupa.
No grande salão, vão receber os grandes convidados de Luís XIV. Resolve depois receber
só para os almoços aos domingos. Queria que todos esperassem ele passar quando fosse
para a igreja com a família. Os desfiles passam a ser importantes. O "se mostrar", os
espelhos são importantes nessa época sendo usados nas casas no mundo inteiro.
As estátuas do lado de fora do palácio são imitações da antigüidade. Não surge nenhum
grande escultor. Tudo é imitação de Roma e Grécia. Não tem nenhuma criatividade. A
galeria dos espelhos e os belíssimos jardins assumem grande importância.
Como não havia banheiro, o rei e a rainha iam para o mato e se limpavam com toalhinhas
que eram vendidas para a corte. Os nobres desfilavam com essas toalhas ostentadas
sobre os ombros. Quanto mais suja a toalha mais cara era.
Obs. Um pouco antes na época de Henrique IV, houve uma peste onde morreu muita
gente. Eles acharam que foi devido a água resultando um medo grande até hoje e
consequentemente ao banho também.
A mulher na época do Rei Luís XIV e Luís XV vai ser muito delicada e requintada.
84
Tinham liberdade muito grande. Isso refletiu na arte onde irão pintar muito o “nu”. Vão
acontecer muitos espetáculos com máscaras, peças de teatro de amadores (em
Versailles). Vão fazer muito "quadro vivo".
Ex.: Colocavam uma música de fundo e pessoas imitando um quadro de Velásquez ou
Rembrandt.
Foi uma época licenciosa, nunca ordinária. Até a libertinagem deles era galante, nunca
vulgar. Muito requinte. Era violenta a troca de marido, namorado (eles não tinham o que
fazer).
Fizeram muitas tapeçarias lindíssimas. Todo mundo aprendia a bordar. Vão pintar muita
porcelana, que vai ser também muito importante nessa época. Vão usar incrustações de
todas as espécies nos móveis de madeira como laca, madrepérolas, e até porcelanas para
enfeitar os móveis. Tanto os móveis como a tapeçaria são assimétricas, nunca simétricas
(uma forma de identificar o estilo Barroco). São extravagantes. Tem que ter emoção e
sensação. As mulheres tinham um hábito de se pintar que era quase uma paixão.
Ninguém aparecia sem pintar os lábios, e o rosto branco (o carmim que era o rouge). Não
apareciam nunca para ninguém sem estarem pintados, vestidos e sem peruca. E para isso
precisavam de lacaios para ajudar (de 6 a 8).
Ter um quadro nu em casa também era muito importante para ser contemplado.
O nu passou a ser visto também no gobelain, nas porcelanas e antecamas. Sempre
homens e mulheres com seios descobertos, braços e pernas enroscados.
O ideal de beleza da época era moça gorda a partir dos 25 anos.
Antes dessa idade elas tinham que ser muito magras. A mulher com 25 anos já era
considerada madura. Ela tinha que ter muito leite. O homem queria sentir a "carne" da
mulher. Quando ela encontrava um pretendente, fazia um regime de engorda. Era como
se fosse um "Spa" para engordar. O ideal de peso para a mulher era 75 quilos.
85
18a. AULAErro! Indicador não definido.
Museu D'Orsay- É o Museu dos Impressionistas em Paris "Gare D'Orsay". Esta contrução
era antigamente uma estação de trem. As obras principais desse museu são as obras
dos impressionistas.
Caravaggio- Barroco.
Vai lidar muito com luz e sombra e muitas diagonais. Foi inspiração para todos pintores
barrocos. Assistir filme "Caravaggio".
Na Arte Barroca existe muita liberdade com muitas curvas e diagonais. O sujeito é
subjetivo. O pensamento ou conteúdo é poético. É uma arte que engloba outra série de
estilos.
O Barroco vai desde o século XVI, no auge do Renascimento, e chega ao seu apogeu no
século XVII finalizando no século XVIII com o nome de Rococó. Rococó é o excesso do
Barroco. O Rococó na Europa é o Barroco no Brasil.
Com a revolta de Lutero, na reforma protestante, a igreja católica teve que rever suas
atitudes com o Conselho de Trento. Para organizar o poder realizou-se a contra-reforma, a
ordem dos Jesuítas em 1534 com Ignácio de Loyola.
Foi na Espanha a época em que conquistaram quase o mundo todo. Os espanhóis depois
perderam muito, inclusive a Holanda. Houve um naufrágio daquela invencível armada. Por
sua vez a Holanda cresceu tanto que as perspectivas econômicas eram grandes. Foi
tornando-se extremamente burguesa. A França, Áustria e Alemanha vão se tornar
totalmente absolutistas. A ostentação toma conta da Europa. A França será o auge da
ostentação com Luís XIV (rei-sol). Essa época vai ser marcada por sua dramaticidade e
tragédia. A Igreja Católica irá dividir tudo entre o céu e o inferno. Nessa época vai haver
muito medo do inferno. Eles chamam o homem para o igreja (o lado bom, o céu) através
da arte espetaculosa, trágica, da emoção, sensação. Como naquela época não existia a
mídia, essa era a sua forma de divulgação, o seu recurso. A própria arte trará de volta os
hereges.
Na Holanda, Bélgica e Espanha o Barroco vai atender muito bem os interesses da
burguesia.
5. A linha vertical vai dominar a linha horizontal. Vai haver muito mais linhas
verticais do que horizontais, além da diagonal.
10. Frontão.
Existe também sempre um grande frontão ladeado por 2 torres.
12. Faziam tentativas de sugerir o infinito através de Tromp'Oleil (engana olho), com p
88
Os palácios pareciam imensos e redondos. Eles faziam pinturas nas quinas
das paredes para dar a impressão de serem arredondadas.
O Barroco tem muito exagero, muito fausto, muita riqueza. Libera muita emoção na gente.
O Barroco abraçou tantas ramificações artísticas que somente 200 anos atrás é que os
historiadores chamaram esse acontecimento, no seu conjunto, de arte Barroca. Era uma
mistura tão grande de estilo renascentista, egípcio, grego, etc, que ficou difícil definir na
época o estilo Barroco.
Temos os Barroco da Corte, das comunidades católicas e protestantes. O Barroco foi uma
reforma na contra-reforma. Os países protestantes também a incorporaram por ter sido um
movimento muito forte e bonito.
O Barroco surgiu após a teoria de Copérnico que vai mudar para sempre o lugar do
Homem no universo. A Terra, segundo Copérnico, é que se move ao redor do sol, não é
mais o centro do universo. O Homem não é mais o único propósito da criação.
O Barroco vai surgir nessa época com essa nova concepção, com novo sentimento de
auto-respeito, de orgulho. Isso tudo refletirá na arte ao saber que o Homem fazia parte de
um mundo infinito, mostrando assim essas idéias através de luzes exageradas,
impetuosas, em diagonal, como se realmente estivessem exprimindo o infinito.
A História da arte mostra sempre o contexto do momento em que se está vivenciando. Ela
abrange o campo científico, histórico, econômico e social.
A época Barroca foi a de maior liberação do ver, do sentir e da intuição.
A arte Barroca é a arte que passa a reconhecer que “A regra é apenas uma norma, jamais
uma lei".
Picasso séculos mais tarde disse:
"Na arte não existe regra de beleza. Beleza é o que o instinto e o cérebro vai reconhecer
como belo".
89
Em 1609- A Espanha reconhece a independência da Holanda. (A Espanha perde
a Holanda).
Em 1626 a 1648- Acontece a guerra dos 30 anos que vai mudar muito a Europa.
90
BARROCO NA HOLANDA
As províncias do norte dos países Baixos (Holanda), também tinham pintura Flamenga.
Eram os países pobres da escola Flamenga.
No século XVII os Holandeses eram protestantes quase não vai aparecendo pintura
religiosa. É uma enorme mudança que ocorre na História da Arte.
Rembrandt, por exemplo, sempre teve sua inspiração nas escrituras. Só que os temas que
escolhia eram baseados no que ele via. Ele tinha que colocar o contexto das escrituras
mas sempre no que ele via. O tema vai ter liberdade total. Vai pintar sobre as pessoas que
convive no dia a dia.
Caravaggio vai usar o "santo" enquanto que Rembrandt vai usar o homem do povo.
Jamais veremos uma pintura Holandesa com cenas mitológicas, cenas históricas ou
abstratas (liberdade, fé).
As pinturas de Rubens sobre a religião católica, idéias abstratas sobre a fé e liberdade, só
foram feitas sob encomenda.
O Holandês não vai pintar nada mitológico. Pintavam retratos das pessoas e tudo o que
fazia parte da vida daquela pessoa na obra.
Os burgueses viviam em casas confortáveis mas bem menores que as nossas. Não
gostavam de viver em palácios. É por isso que não se encontra muitos palácios na
Holanda. Não eram faustosos e a obra de arte tinha que ser pequena para caber nas
casas em que viviam. Eram portanto pinturas pequenas que retratavam o cotidiano da
época.
A Holanda era um país próspero, o povo era muito trabalhador e tinha uma imensa
indústria leiteira que abastecia toda a Europa. Sabiam construir muito bem barcos os quais
eram vendidos e utilizados para navegar por todo o mundo.
Tinham também monopólio do comércio das especiarias. Essas especiarias é que
conservavam os gêneros alimentícios. Quando os navios faziam longas viagens a carne
era conservada através desses condimentos. Era considerado fino ter um boi em casa
conservado por condimentos. Rembrandt tem uma obra que mostra uma moça abrindo a
porta e olhando para o boi pendurado.
RESUMO:
. Barroco na França - faustoso
. Barroco na Itália - ligado ao catolicismo
. A primeira igreja católica barroca foi construída em Roma e recebeu o nome "Il Gesú".
91
PRINCIPAIS OBRAS ARQUITETÔNICAS DO ESTILO BARROCO NA EUROPA E NA
AMÉRICA:
Itália
Roma - Igreja "Il Gesú" construída entre 1568 até 1577.
Praça de São Pedro e colunatas em frente a Basílica - Construídos entre 1656 a
1665.
Igreja de Santo André do Quirinau em Roma - construída por Bernini. É
cenográfica com sua ampla escadaria na frente.
Igreja de São Carlos das 4 pontes - planta de Borromini em 1667 - Roma.
Obs.: A parte central da fachada nas Igrejas barrocas são sempre mais ricas que
as laterais. Vão ter colunas, arcos, frisos, volutas, frontão grego.
Obs.: A catedral de Milão é gótica e não barroca e a catedral de São Pedro é da
época do renascimento.
Igreja de Santo Inácio - Em 1645, Roma.
Palácio de Brera, em Milão. Antigo colégio dos Jesuítas.
Igreja de São Lourenço em Turim, na Itália.
Igreja de Santa Maria da Saúde em Veneza, é de 1630.
Holanda
A grande praça em Bruxelas tem estrutura gótica e a decoração barroca. na
fachada tem frontões, colunas, volutas. Amsterdã também é igual.
Brujes- na Bélgica (chamada de Veneza do Norte), na praça do Mercado as casas
tem frontões pontiagudos, portais ricamente esculpidos no estilo barroco.
Igreja de São Carlos Borromeu em Viena, Áustria. É barroco mais tardio, sua
construção começou em 1717 e terminou em 1737.
Palácio principal de Viena.
Monastério de Melk, à beira do Danúbio, próximo de Viena. Igreja de 4 andares,
repleta de ouro.
França
Versailles, construído em 1668, com suas fontes, árvores em diagonal, escadarias,
lagos. A galeria dos espelhos e o imenso pátio com esculturas que não eram
famosas.
Petit Trianon.
Obs.: A arte Barroca Francesa é muito inspirada no classicismo, na arte de
Fídeas, escultor e arquiteto grego da época clássica.
Capela dos inválidos em Paris - de 1680.
Espanha
92
Palácio Real de Madrid é interno e externamente barroco, inclusive a
decoração é quase Rococó.
A Praça Maior em Salamanca, na Espanha. Parece dourada. Tem reentrâncias e
muita forma côncavo-convexo.
Portugal
Santuário de Bom Jesus de Monte Braga.
México
Catedral do México City.
Igreja de São Domingos no México.
Igreja da Companhia de Jesus em Cusco.
BRASIL:
Igreja de São Francisco de Salvador
Ordem Terceira de Salvador
Catedral de Belém
Igreja do Rosário, em Vitória
Igreja da Ordem Terceira do Carmo, em Recife
Igreja Nossa Senhora das Neves, em Olinda
Convento e Igreja de Santo Antônio, em João Pessoa
Igreja e Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro
93
MICHELÂNGELO DE CARAVAGGIO
Nasceu em Milão no ano de 1573 e morreu em 1610. Não soube quem era seu pai. Tinha
um temperamento muito impetuoso e mulherengo. Queria pintar a realidade tal como ele a
via. Não tinha o menor respeito pela beleza idealizada pois ela tinha que ser verdadeira. É
hoje considerado pela "estética da arte" como pintor naturalista, apesar do seu estilo
barroco, porque pintava o natural e não o idealizado. É chamado pintor naturalista do estilo
barroco.
Estudou muito sobre a Bíblia. Pintou muitas encomendas religiosas de uma forma nada
convencional para a época.
Ex.: os apóstolos eram representados como trabalhadores comuns (o que eles realmente
eram), trabalhadores braçais. Era como se os eventos sagrados acontecessem naquele
momento. Era pintado de forma muito real.
No século XVIII Caravaggio "saiu de moda". Após seu falecimento, achavam que sua
pintura era estranha e a sua fama só voltou no século XIX quando foi considerado um dos
maiores pintores Barrocos.
Caravaggio foi muito briguento. Ele cobrava seus quadros muito caro e gastava fácil o
dinheiro com presentes, mulheres e bebidas. Brigou com padres e bispos se indispondo
com a igreja católica. Ficou muito pobre e muito doente, com sífilis.
Caravaggio praticamente fechou o ciclo dos pintores italianos não aparecendo depois
nenhum outro pintor importante.
Nasceu na Antuérpia, Bélgica. Classe média bem situada. Aprendeu logo a pintar e aos 23
anos em 1600 foi para Roma (paraíso dos pintores) onde ficou estudando por 8 anos.
Volta à Antuérpia com 30 anos. Tinha muita facilidade com cores e com isso vai pintar
muito bem o "nu". Era especialista em fazer o tom de pele (carnação) que parecia
verdadeira. Tudo o que pintava era com perfeição, roupagem, jóias, etc. Foi o protótipo do
pintor barroco. Pintava o que era faustoso. Sua pintura era bem vigorosa, sensual,
decorativa e teatral.
Tinha mais encomenda do que podia dar conta. Era um homem interessante e se
relacionava muito bem com os católicos e com os protestantes. Era como se fosse um
cônsul belga. Fazia amizade com todos.
Abriu uma oficina de arte com 200 auxiliares. Cada um era encarregado de uma
especialidade na pintura como, roupas, jóias, cabelos, etc. Ele fazia o desenho e depois
terminava o quadro pintando o rosto e as mãos dando uma unidade geral da obra. Com
isso ele teve milhões de obras. No Louvre ele tem uma sala só com seus quadros.
Rubens pintava os palácios e as igrejas. Ganhou muito dinheiro.
Era uma arte que estimulava a pompa e o esplendor dos palácios barrocos.
94
Teve fama em vida como nenhum pintor já tivera. O rei da Inglaterra deu a ele o grau de
cavalheiro "SIR", ainda em vida. Foi quase um diplomata. Era muito intelectual e mantinha
correspondência em latim com todos os intelectuais da Europa. Era arqueólogo, mas não
tinha tempo para se dedicar, porisso ficava atualizado com as descobertas através das
correspondências.
Rubens casou-se 2 vezes. No primeiro casamento sua esposa morreu quando ele tinha 52
anos. No segundo casamento sua esposa tinha somente 16 anos e foi uma paixão que
durou até a sua morte. Todos os quadros que ele pintou retratando os dois, ele se pintava
como se tivesse somente 30 anos.
As suas telas são cheias de vitalidade e reais, não tendo nada de misticismo. Era muito
mais sensual do que místico. Fazia as mulheres bem arredondadas, muito bonitas e
cheias de vitalidade, saúde e força. Não fez nenhuma mulher magra, maltratada.
Foi um homem muito feliz deixando também feliz todos os que viviam ao seu redor. Era
um homem iluminado, com uma alegria muito grande de viver, e passava isso para sua
pintura.
Morreu rico.
95
19a. AULAErro! Indicador não definido.
Lembrete:
96
A existência de tal grupo de artistas levou a reconsideração de toda uma linha
interpretativa no Barroco, com efeito, no tocante, ao genes social do estilo. Passou-se a
considerar a existência de um barroco protestante e em seu aspecto genérico formal, de
um classicismo dentro do próprio barroco.
Esse sim, traria seu sentido, não de tensão nos contrastes, mas de harmonia nos
contrastes.
O barroco protestante é bem mais contido, bem mais sensual (como o de Vermeer) e bem
mais contemplado.
Barroco Clássico: É quando o Barroco mistura as artes da Grécia, Roma, Egito. Ele vai
surgir no auge do Renascimento, na Itália (Florença). Os historiadores achavam que o
Renascimento por ser organizado, sem excessos e perfeito, era melhor que o Barroco.
O BARROCO, na França, é chamado pelos historiadores de "BARROCO CLÁSSICO",
porque vai ter muita ligação com Roma e Grécia. Vai ter uma conotação muito forte
principalmente na arquitetura que vai ser muito clássica.
Depois ele vai chegar ao excesso sendo chamado de "ROCOCÓ".
Obs.: O Museu do Louvre é em parte barroco com suas colunas gregas. É assim chamado
de barroco clássico.
Algumas ruínas na igreja de São Miguel, século XVIII. (As missões) dos Jesuítas.
Na arquitetura predominava o maneirismo.
97
Município de Santo Ângelo no Rio Grande do Sul. Ruínas da igreja "Missiones".
(Ler o livro "O tempo e o vento" de Érico Veríssimo, que vai relatar sobre as
Missiones).
Obs.: Colonial e Barroco é a mesma coisa. Estilo colonial significa que vem das colônias
portuguesas.
O móvel colonial aveludado, é uma versão muito mal interpretada do estilo barroco.
98
DOIS ARQUITETOS MUITO IMPORTANTES DA ITÁLIA:
BERNINI (1598-1680)
Foi o maior arquiteto e escultor do seu tempo. Trabalhou muito na Basílica de São Pedro,
em Roma, que é renascentista e barroca.
Tem arcabouço e cúpula renascentistas. A decoração é barroca.
Quem trabalhou na cúpula foi Michelângelo. Como essa igreja demorou muito para ser
construída ela passou por diversos artistas em diferentes épocas.
Bernini fez o Tabernáculo que se encontra no fundo da Basílica de São Pedro. São 4
colunas Salomônicas de Bronze.
Nos quatro cantos tem muita escultura de anjos e atrás tem um vitral iluminado. Embaixo
do tabernáculo se encontra o Túmulo de São Pedro. É plasticamente perfeito. Não
interfere com o resto.
Bernini também fez a escultura de David sem o “Golias” de forma tão perfeita que você
percebe a falta dele. É uma obra em aberto. É muito diferente do David de Michelângelo,
sozinho, impávido, o rei dos reis. Já o David de Bernini é humano. O barroco deixa a obra
em aberto para que você a conclua. No renascimento não existe essa abertura, pois a
obra é perfeita e não tem o que terminar.
Obra prima de Bernini: Capela Carnaro onde está o "Êxtase de Santa Teresa", na Igreja de
Santa Maria de La Vitória. “Santa Teresa” foi uma grande santa na época da contra-
reforma.
BORROMINI
PINTORES BARROCOS
99
JAN VERMEER VAN DELT (1632 a 1675)
Nasceu no Delta. Morreu cedo aos 43 anos. Não pintou muitos quadros, mas o que pintou
foi considerado obra-prima. Pintou figuras bem simples com tarefas singelas como: limpar,
tocar, varrer, olhar. Mulheres em seus afazeres domésticos e sempre no interior das casas
holandesas. Consegue o milagre de transformar essas cenas através de texturas, cores e
formas, como se fossem velhos retratos. Ele suaviza os contornos, dá muita luz e
serenidade nas suas obras. Dá muito Recollection.
Pinta o que ele vê.
Não se sabe sobre a vida do Vermeer os livros não chegaram à um consenso.
Usavam óleo e têmpera no Barroco.
Sofreu grande influência do Caravaggio. Quando ele tinha 20 anos pintou sua famosa tela
"O Aguadeiro de Sevilla". Perceberam daí que ele era um gênio por ser tão jovem e pintar
tão bem.
Fica muito amigo de Rubens que percebe o seu talento sugere a ele então que vá estudar
em Roma. Visitou os museus de pintura em Roma para estudar os grandes mestres. Foi
ver o que Michelângelo e Raphael tinham feito. Descobre que não tem muito o que
aprender lá.
Em 1630 passou 1 ano em Roma e voltou logo à Madri. Em Madri é nomeado pintor da
Corte de Felipe IV. Vai ficar em Madri até o fim de sua vida. Sua tarefa era pintar os
membros da corte de Felipe IV cuja família era muito feia e se vestiam muito mal. Eram
considerados "cafonas". Ele transforma esses retratos em pinturas fascinantes, captando
até a personalidade das pessoas retratadas. Vai empregar muita luz em seus quadros.
Sua pintura tem um realismo visual muito diferente da pintura do Renascimento.
Realismo visual é a impressão geral de um objeto e não só de um detalhe.
Ex.: Com uma só pincelada dava a impressão dos pelos de um cão.
Vai ser o gurú dos impressionistas mais tarde.
Sua pintura tem pinceladas bem largas e soltas.
Seu quadro mais famoso é "As Meninas", o qual se encontra no Museu do Prado.
Ele consegue retratar o momento real do tempo muito antes de inventarem a máquina
fotográfica. Essa obra “As Meninas” será muito ambígua. Você não sabe se Velásquez
está pintando o Rei e a Rainha ou se está pintando as meninas. Ele deixa essa dúvida de
propósito. O termo "As Meninas" era usado para se referir as damas de honra na época.
Esse título foi dado pelos historiadores.
Após sua morte foi pintado, no peito de seu retrato, uma condecoração em sua
homenagem.
100
É um pintor francês. Mestre dos efeitos luminosos. Sua pintura é muito original. Vai usar
muito claro-escuro utilizando-se do efeito da vela, pintando muito rápido. Vai passar a
narrativa suave do caráter transitório. Muita ternura e intimidade. Muito recollection.
Matisse, pintor fovista. Fove quer dizer selvagem, fera. As cores utilizadas são fortes e
primárias.
Vai pintar muito o interior da própria casa. Sua pintura foi utilizada nas cangas vendidas em
Salvador (Itaparica).
É um pintor moderno do princípio do século. É contemporâneo de Picasso.
Egito: Em 3000 A.C., foram construídas as pirâmides e cuja arte permaneceu imutável por
3000 anos. Uma arte que respeitava a "lei da frontalidade".
MÚSICA BARROCA:
102
Apareceram muitos instrumentos novos na época do barroco o que fez com que a música
ficasse muito mais rica. Apareceram os conjuntos de Câmara e a Ópera que conhecemos
hoje. O conjunto de Câmara tinha a mesma função que um aparelho de som tem nos dias
de hoje.
O instrumento mais importante que vai surgir é o violino e é com ele que vai se enriquecer
a partitura.
Antônio VIVALDI teve um gênero inovador, além de ter sido excelente compositor e muito
habilidoso para tocar.
Suas obras mais conhecidas são:
Joan Sebastian Bach, protestante, tinha paixão pelas igrejas góticas católicas e seus
detalhes. É onde vai buscar inspiração para compor nesse estilo gótico (como as rosáceas,
vitrais e sobre as minúcias).
Foi mestre de capela, que era tão importante quanto pintor da corte. É o homem que vai
reger, o maestro, o diretor.
Deixou cantatas, missas, corais, "Paixão Segundo São Mateus", "A Grande Missa", "Cravo
Bem Temperado", os "Concertos Braudenburguer", as "Fugas".
As fugas tem um conteúdo psicológico, não significando uma fuga dos problemas, mas sim
uma fuga da perda de um sentimento, uma emoção, com inteligência, com consciência.
Uma fuga dos empecilhos emocionais. É a consciência livre, solta, uma fuga sem perdas,
"deixando tudo para trás numa boa".
Mozart, gênio que apareceu no Rococó (final do barroco). Era Austríaco e tocava desde os
5 anos. Criou tudo o que foi possível em música. Tem gênero melancólico.
103
Obras: Sinfonias, "Requiém" que é muito lindo e triste, a "Ópera Don Giovanni", "Concerto
em Ré Menor", "Concerto em Dó Menor".
A música de Mozart foi elaborada numa época de despedida, porque Rococó é o final do
barroco. Nessa época o mundo perde as coisas fortes como o prazer, a doçura de viver,
para depois começar a corrida no século XX pelas máquinas, indústrias.
É o final de Versailles, o prazer de viver.
Sua composição começa a sugerir um mundo que começa e uma outra forma de viver.
"Em busca do tempo perdido"- de Prússel (?) vai ser descrito sobre os séculos XVII, XVIII,
XIX, XX e XXI. É uma busca do tempo perdido onde cada 50 anos vai valer 500. Naquela
época onde existia tempo para pintar a Capela Sixtina em 5 anos ou Velásquez 4 anos
para pintar "As meninas".
BARROCO BRASILEIRO
O Barroco no Brasil atingiu seu apogeu em 1763, quando houve a mudança da capital do
Brasil para o Rio de Janeiro.
Em 1822, com a independência do Brasil, o barroco que estava no auge já estava sendo
abandonado e estavam começando o neoclassicismo, volta ao passado. Vai ser uma
busca para novos estilos.
Frei Agostinho de Jesus circulou muito no Rio de Janeiro e São Paulo. Fez muita escultura
em madeira que aprendeu em Portugal.
A Igreja da Bahia, depois que os Holandeses foram expulsos do nordeste (Pernambuco) e
as igrejas destruídas pela invasão, foram muitas delas restauradas pelos brasileiros.
Ex.: A igreja de Olinda foi restaurada na época (+/-) 400 anos atrás. Outras levaram quase
50 anos para ficarem prontas por falta de mão de obra qualificada.
104
Quase todos os materiais de construção eram importados. Às vezes traziam uma igreja
quase inteira, de navio, que era montada aqui. Com isso o barroco nordestino vai ter uma
influência muito grande de Portugal.
A Igreja de São Francisco, em Salvador é toda barroca (de Lisboa). O exterior é simples e
o interior é riquíssimo, com muitos entalhes. É dramática, cheia de movimento como todo
estilo barroco.
Às 6 hs. da tarde tem um coral cantando, com muitas luzes. Tudo é bem pensado para
que você sinta emoção.
Barroco no Rio de Janeiro: no princípio o Rio de Janeiro era quase um vilarejo e quando
abriram a estrada do caminho novo que ligou Minas Gerais ao Porto do Rio de Janeiro,
começou a escoar todo o ouro pelo porto, mudando completamente a vila. Entre os anos
1600 a 1800, as igrejas barrocas começaram a serem construídas de forma diferente do
barroco mineiro. Artistas plásticos, arquitetos, músicos e intelectuais começaram a chegar
no porto do Rio de Janeiro. A cidade vai se tornar o centro cultural do país.
A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, feita por um arquiteto português chamado
Francisco Xavier de Brito, é lindíssima e levou quase 100 anos para ser feita. Quase todas
as construções grandes foram feitas no Rio de Janeiro.
Livro recomendado: "A Muralha" de Inácio de Queirós. Nesse livro ele explica tudo isso e
se refere sobre a mata atlântica como uma “muralha”. Mostra a dificuldade dos
bandeirantes no transporte do material. Ao redor do Porto, onde o material chegava de
navio, não existia essa dificuldade, resultando em construções mais ricas na região, como
pode ser visto na Igreja Nossa Senhora do Carmo, em Santos.
105
O Luso-Brasileiro e o Hispânico-Americano.
O nosso barroco é diferente dos das Américas Central e Sul. Por vezes os dois se
aproximam, tendo grande influência entre eles, mas nunca se confunde um com o outro.
Assim, pode-se dizer, a grosso modo, que o barroco brasileiro mineiro é num todo mais
rural, menos monumental, menos rebuscado que o barroco do resto do Brasil. É
justamente dessa simplicidade, desse despojamento, desse senso de medida e proporção,
dessa sóbria elegância, que o barroco mineiro extrai sua força e originalidade.
Outra característica é que ele vai pouco a pouco se transformando num estilo
representativo dos anseios do povo.
Foi confiada a mão de obra local dos mulatos e negros.
O católico mineiro posicionou a igreja como sendo a localização geográfica mais
importante do vilarejo.
Outro aspecto importante era o realismo das esculturas, das imagens, das pinturas.
Era muito importante ter um lugar para ser feito o “sermão”, na igreja mineira. O sermão,
por sua vez, era feito em uma linguagem acessível, não rebuscada, para todas as classes
sociais.
O assunto do sermão abordava os problemas atuais do momento e do local, na tentativa
de harmonizar a vida naquele vilarejo. Tinha uma conotação social.
A divisão física da igreja mineira também difere do resto das igrejas brasileiras. As classes
sociais vão ocupar espaços diferentes na igreja. As ordens religiosas Carmelitas,
Franciscanas, Dominicanas, cada uma tinha sua maneira de distribuir os fiéis na igreja.
Existia uma hierarquia.
Ex.: A Igreja mineira, de um modo geral a irmandade Franciscana, colocava no altar mor a
irmandade. Na Nave, os homens ficavam separados das mulheres e os Balcões Laterais
eram reservados para as autoridades e seus familiares.
Em Minas Gerais o "negro" só entrava na igreja para acender as lamparinas. Por esse
motivo o negro vai construir sua própria igreja.
As jovens, antes dos 14 anos, eram levadas para a igreja com o véu ou lenço sobre seus
rostos. Depois dos 14 anos elas podiam ir sem véu e com o cabelo solto para poder
arrumar pretendentes.
Moucharabi, significava a influência moura ou árabe, que vai aparecer nas casas de Ouro
Preto, Sabará, Mariana. Eram venezianas "quadradinhas" que avançavam um pouco para
frente como se fossem "Bay window". Essas janelas vão aparecer até no nordeste.
Obs. As jovens dentro de casa podiam ver através dessas janelas, mas não podiam ser
vistas. Elas se comunicavam através de bilhetes que passavam pelas frestas da janela.
106
Com o processo revolucionário da Inconfidência Mineira, resultado da cobiça do ouro,
ocorre uma vontade de dominação do povo através do ouro. Tudo acontecia em função do
ouro. Isso deu oportunidade aos artistas de trabalharem com esse material e utilizar o
barroco como forma criativa e original para expor seus desejos, sonhos e fantasias.
Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho) que nasceu no ano de 1774, em Vila Rica.
Manuel da Costa Athaíde que nasceu no ano de 1762, em Mariana (cidade vizinha de
Ouro Preto) e vai morrer em 1837.
Aleijadinho vai trabalhar muito com o tema Inconfidência Mineira. Esculpia em cedro e em
pedra sabão. Teve esse apelido aos 50 anos de idade devido a uma doença que atrofiou e
deformou os seus dedos. Deve provavelmente ter sido reumatismo deformante. Seus
dedos não caíram. Viveu 26 anos em Congonhas do Campo, onde executou a maior parte
de suas obras. Era mulato. Seu estilo que é do tipo “expressionista", foi considerado o
maior estilo e artista brasileiro da época barroca, porque deformava com apelo à emoção.
Nunca estudou e nunca foi a Portugal mas era auto didata e aproveitava tudo o que existia
de informações ao seu redor como ex.: a Bíblia
Ele esculpia com o instrumento amarrado à sua mão. Quem pintava era Athaíde (grande
arquiteto também). Na época usava-se o termo "encarnar" que significava o mesmo que
pintar.
Duas obras arquitetônicas de Ouro Preto são fundamentais para conhecer a arte de
Aleijadinho:
São Francisco de Assis: Início em 1776 e término em 1794. A igreja foi desenhada,
construída e decorada somente por Aleijadinho. Ele somente não a pintou.
Os púlpitos são colocados na entrada da capela-mor. As pilastras são substituídas por
colunas nas fachadas. O altar-mor foi feito na época da Inconfidência Mineira. Cristo
aparece com as mãos e pés decepados, tem na garganta uma corda e o coração está
sangrando. Isso é feito na época em que Tiradentes foi decepado e esquartejado.
O teto foi pintado por Manuel da Costa Athaíde que vai fazer uma pintura lindíssima com
pássaros.
A arte de um povo tão jovem tinha que mostrar atrevimento. A pintura da Madona (que é
parecida com a namorada dele) e os anjos são mulatos. Athaíde também era mulato e
Aleijadinho era filho de escravo com Português.
107
Era um fazer a arte quase que irracional, não premeditado. Era o que eles viam. Tudo era
baseado no povo. Era o oposto da Europa.
A Nossa Senhora é vista por vários ângulos. Ele vai mudar até a perspectiva para que
pudesse ser vista por todos, em qualquer ponto da igreja. Muda as linhas de fuga para
conseguir esse efeito. Você a vê como uma mulher do povo.
A cada canto da abóbada dessa igreja, tem uma grande figura como São Agostinho, São
Gregório, Santo Ambrósio e São Jerônimo. Todos são expressionistas e feitos em madeira
pelo Aleijadinho.
O rosto da Santa, de Athaíde, é sereno, carnudo, tem doçura na carne, o seio bem
modelado e não sensual. É como se fosse uma mãe, com apelo maternal.
Nossa Senhora do Carmo é uma Igreja muito importante, toda feita de pedra cantareira,
pedra-sabão e itacolomi. Essas pedras são todas de tonalidade cinza.
Essa igreja foi desenhada por Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho e terminada
pelo próprio Aleijadinho. Foi toda pintada por Manuel da Costa Athaíde. É uma igreja que
recebeu mais pintura do que as outras e os azulejos foram pintados por Athaíde imitando
os de Portugal. Aleijadinho achava que a pintura deveria ser diferente da pintura
Portuguesa, sugerindo a Athaíde que mudasse os azulejos. Eles foram portanto refeitos,
segundo a sugestão de Aleijadinho.
O Arco-cruzeiro que está na frente é atribuído também a Aleijadinho. A pintura é de
Athaíde.
Matriz Nossa Senhora do Pilar: Situada em Ouro Preto, belíssima. Desenhada pelo pai
de Aleijadinho. Quem fez o projeto foi Aleijadinho que somente iria orientar a obra.
Chafariz de Ouro Preto: Não se encontra na Europa, tem banco para sentar e namorar.
Chafariz do Conto, da Ponte, de Dirceu e Marília (recebe este nome por estar em frente
a casa do casal), etc.
Congonhas do Campo: Guarda o maior conjunto artístico criado pelo mestre Aleijadinho.
São os doze profetas feitos em pedra-sabão, no Santuário do Senhor Bom Jesus do
Matosinho.
Este trabalho se encontra ao relento, no Adro da igreja (entrada).
Existem cupins (que atacam pedras) e estão destruindo tudo.
Conjunto de 66 figuras de madeira: São os Passos da Paixão e ficam em capelinhas de
madeira também ao relento. São de tamanho natural e "encarnados" (pintados) por
Athaíde. Aleijadinho não detalhava os pés e nada da cintura para baixo, por falta de tempo.
Não tinha importância, pois era uma arte barroca. Ele também não tinha dinheiro para
investir tanto.
109
21a. AULAErro! Indicador não definido.
22a. AULA
Tate Gallery, tem quadros de René Magritte, Constable, Turner, muita arte
contemporânea.
Comentários:
Toda obra de arte tem forma e conteúdo. As obras de Van Gogh e Picasso, por exemplo,
tem muito mais forma do que conteúdo.
No século XX as obras de arte são muito mais forma do que conteúdo.
No dia-a-dia, a mídia é muito mais conteúdo, através das informações transmitidas pela
televisão, etc.
Estamos muito mal acostumados a ter tudo muito bem explicado através da mídia e
quando nos deparamos com uma instalação, onde não há uma nenhuma explicação,
ficamos sem saber analisar a forma. É por esse motivo que acabamos descartando e nos
desinteressando pela obra de arte do século XX.
A arte de vanguarda é meramente “forma” em uma época onde só existe conteúdo. É uma
arte conceitual, de conceito próprio de cada um onde é possível pegar e mexer na
110
instalação. O século XX tem tudo pronto, onde a imagem vem pronta já com todas as
informações.
NEOCLASSICISMO
No final do século XVIII, com a Revolução Francesa, vai surgir o espírito dos tempos
modernos. Abandonando o estilo barroco que era trabalhoso, temos como conseqüência
a mudança do estilo na arte, depois o gosto geral de se vestir, de comer, por toda Europa
e resto do mundo. Tudo isso vem como conseqüência da revolução, onde a burguesia, o
povo são os vencedores.
Vai cair a "Maria Antonieta" quando diz ao povo, que estava morrendo de fome, que
dessem brioches à eles.
É o começo dos tempos modernos da história da Arte. Como exemplo vai surgir o Néo-
classicismo na Inglaterra com as construções de castelos néo-góticos. Foram descobertas
nessa época, através das escavações, as cidades de Pompéia e Herculano. Todos ficam
muito ligados a Roma, Grécia. Por esse motivo temos o néo-classicismo, o néo-gótico.
Começam a usar as formas gregas e góticas nas construções.
Em Paris vão construir a Igreja "La Madeleine", o "Arco do Triunfo" (mandado ser
construído por Napoleão). Todos são néo-clássicos.
Surge o estilo Império, que vai aparecer no mobiliário, nas roupas, etc.
Os pintores imitam as esculturas na suas pinturas. A escultura grega na Itália era feita sem
os olhos.
Obs.: As esculturas gregas originais quando feitas em mármore tinham os olhos pintados e
quando feitas em bronze tinham pedras para decorar os olhos. Com o passar dos tempos
os cristãos tiraram as pedras preciosas dos olhos das esculturas que então ficaram sem o
111
olhar. As pinturas que eram "encáusticas", isto é, à base de cera, foi derretendo com o
tempo.
Na época do néo-classicismo, Napoleão pede para ser pintado com a mão no bolso, como
se fosse um grego. O pintor néo-clássico, por sua vez, pintou Napoleão sem os olhos. Os
pintores achavam que as esculturas gregas não tinham olhar de propósito e não que fosse
devido a uma destruição do tempo.
O pintor néo-clássico fica tão ligado ao clássico, que esquecem dos detalhes, levando-o a
uma pintura pejorativa, quase que caricaturista.
No renascimento existe uma renovação da antigüidade, um recomeçar.
O néo-clássico vai copiar o clássico e ao adaptar à sua época, piora um pouco a arte.
Pintam fatos históricos, sobre a literatura medieval e sobre a mitologia.
Com a revolução francesa eles se achavam a própria encarnação dos heróis gregos e
romanos, com suas virtudes. Pintam cenas de arqueologia e cenas heróicas.
ROMANTISMO
A palavra vem de romance. História das aventuras medievais. Vão escrever muito sobre a
lenda do Rei Artur. Escreviam, não em latim, mas em língua românica.
O propósito dos artistas românticos era a volta à natureza sublime, pitoresca, forte.
Em nome do romance, eles adoram a liberdade, o poder, o amor, a violência. Tudo é muito
romântico e assim lidam com a emoção pela emoção. Amam os gregos também.
Pregam a liberdade individual acima de regras e de normas.
Mais cor e menos desenho. Mais sentimentos, menos razão. Tem mais liberdade e menos
regras que o néo-clássico. O pintor vai ser muito dramático e emotivo. O belo para eles é
muito relativo e individual. Pintam muitas paisagens. A essência do romantismo é a
glorificação dos instintos, profunda veneração à natureza.
Vão ver os relâmpagos, como a chuva cai, como é o vento. Vão ao campo para ver isso
tudo de perto e como funciona. Tem amor sentimental aos humildes e a vontade de
reformar o mundo. São totalmente ligados à natureza.
REALISMO
112
Ele vai pintar somente o que vê. Jamais vai pintar sobre a bíblia ou mitologia grega porque
nunca viu antes.
A beleza para eles está na realidade e vai ter que pintá-la sem idealizá-la. Ser realista não
é ser exato e minucioso como uma fotografia. Ser realista é ser verdadeiro. É sintetizar,
selecionar e realçar os aspectos mais característicos, mais comunicáveis das formas da
realidade sem precisar idealizá-las.
ESCOLA DE BARBIZON
Esses pintores vão participar de uma exposição universal em 1855, bem próximo ao
impressionismo cujo primeiro quadro surgiria em 1874. Vão pintar paisagens e são aceitos
na exposição universal em Paris. É a primeira vez que a paisagem é reconhecida como
obra de arte.
A paisagem barroca era encomendada aqui na escola de Barbizon. A partir de 1855 é que
o pintor começa a pintar o que sente, não só por encomenda.
O néo-classicismo, romantismo e realismo, ocorreram bem próximos num movimento de
100 anos.
A escola de Barbizon é um estilo que significa "ao ar livre".
113
23a. AULAErro! Indicador não definido.
PINTORES NÉO-CLÁSSICOS
Jacques Louis DAVID (1748-1825), nascido em Paris e falecido em Bruxelas.
Jean Auguste Dominique INGRES (1780-1867), nascido em Montauban (França) e
falecido em Paris.
França: Gerard, Chasserian, Cabanel, Henner, Bouguereau.
Grã-Bretanha: Almatadema.
EUA: Allston.
PINTORES ROMÂNTICOS
Alemanha: Runge, Caspar David Friedrich
França: DELACROIX
Bélgica: Gallait
Inglaterra: John CONSTABLE (1776-1837), um dos primeiros pintores a pintar ao ar livre,
William Blake, William TURNER (1775-1851).
USA: George Inness.
PINTORES REALISTAS
Coubert (1819 a 1877)
Obs.: Anselm Kieffer- expressionista do século XX que baseou-se na luminosidade de
Millet.
PINTORES IMPRESSIONISTAS
Renoir, Degas (pinta sobre à noite), Claude Monet, Edward Manet, Toulouse Lautrec (pinta
sobre à noite também), Sisley, Pissarro, Mary Cassat.
PINTORES PÓS-IMPRESSIONISTAS
Van Gogh, precursor do expressionismo.
Cezanne, precursor do cubismo.
Gauguin, precursor do simbolismo, fauvismo.
Obs.: O Museu "Del Jeu de Paume", em Paris, deixou de existir para ser hoje o museu
"Gare D'Orsay".
114
24a. e 25a. AULAErro! Indicador não definido.
HISTÓRIA DO IMPRESSIONISMO
O Café Guerbois era o local onde os impressionistas se encontravam para bater papo,
discutir suas idéias, definir suas metas. Edward Manet, que era o mais tradicionalista,
dentre os pintores impressionistas, foi eleito o chefe desse movimento que estava se
iniciando. Ele foi o mais atacado pela crítica e pelo público.
Fez duas telas: "Olimpiá" (sobre as prostitutas) e cujo tema chocava o público e "O almoço
na relva" (onde os homens se encontravam com as mulheres) causando um escândalo na
época.
115
O aprimoramento técnico em todos os setores do desenvolvimento industrial imperava o
desejo do novo, de substituir tudo por coisas novas e industrializadas. Imperava a máquina
fotográfica. Vão inventar a máquina fotográfica portátil. Passaram a fotografar tudo ao ar
livre. Diante disso o artista teve que repensar seu momento para mudar sua arte.
O homem percebe que sua existência é uma luta, uma competição. Ele passa a ter
consciência do caráter transitório, mutável das coisas.
Os Impressionistas captam esse aspecto transitório da vida e do mundo. Nas suas
pinturas vão empregar o caráter inacabado. Os valores mudam completamente.
A fotografia vai ser importante nesse momento. Eles começam a pintar mais o que
SENTEM do que o que eles VÊEM.
Vão lutar 30 anos para serem aceitos, pois provocaram uma verdadeira revolução na Arte.
Tentam entrar nos salões e são impedidos. Resolvem fazer um salão só para eles que vai
ser denominado de "O salão dos recusados".
O Impressionismo, com todos esses conceitos, foi a solução que abriu definitivamente
novos horizontes para a Arte Moderna.
116
Eles renunciaram a visão das formas que nós temos e a substituíram por um método em
que o imaginário tem sempre um papel a desempenhar, é o "Triunfo do Espírito de
Análise". É uma obra em aberto. O imaginário é super importante. O impressionismo não é
uma reprodução servil da realidade, ele apenas a sugere. A originalidade impressionista de
captar o instante é chamada de "A Impressão Primeira". A paisagem torna-se aquele
"pega no ar". O motivo é captado quase que anarquicamente pelo primeiro olhar, aquele
olhar que capta tudo. Ele vão fazer a composição com o objetivo de registrar o momento,
que é transitório. O tempo é o que importa e o que pela primeira vez foi representado,
pelos impressionistas, na história da arte.
9a. AULA
Para a pintura japonesa o tema não é tão importante. Eles utilizam cores leves,
acinzentadas e muita montanha, etc. Os impressionistas vão extrair, por exemplo, a
montanha da pintura japonesa e colocar na pintura deles como uma recordação.
A forma de perspectiva japonesa “perspectiva em corte de viés” vai ser usada algumas
vezes por Van Gogh e Degas. É uma simplificação idealista das perspectivas na superfície
do quadro.
Manet, em sua pintura, também colocou elementos da pintura japonesa como o biombo
japonês com pássaros e flores, um Samurai, etc.
Relembrando:
Os impressionistas vão pintar a impressão primeira, o efêmero, o fugaz, aquilo que não
volta mais. Monet pintou 30 anos as Ninféias. Como a industrialização tomava conta, tudo
que era feito à mão era desvalorizado. Com a produção rápida, surge o inacabado do
rápido, a competição e o descartável. É o começo da idade moderna do Homem.
É quase século XX, quando surge a competição, o descartável, a coisa efêmera. O
pensamento era "Se eu não fizer agora vem outro e faz". O mundo industrial estava
surgindo, como hoje está se abrindo o mundo da alta tecnologia (com fax, xerox,
multimidia, etc.) e que esta sendo utilizada na arte também.
117
As obras impressionistas são consideradas em aberto pelo fato de se ficar na dúvida sobre
o que foi pintado. O impressionista jamais fará uma reprodução servil da natureza, vai
sempre sugerir. A luminosidade tem um papel decisivo dentro do impressionismo. Os
impressionistas falavam que a pintura deles era o triunfo do espirito de análise na forma.
No conteúdo eles só pintavam a beleza. Na forma eles eram quase que cientistas. Eles
vão querer saber sobre a luminosidade, o momento, como se faz a mistura ótica das
cores. Eles vão ser inovadores na forma e no conteúdo eles vão fazer somente motivos
alegres, da "belle epoque", nunca a tristeza, angústia, o feio. Todas as pessoas que
retratavam eram bonitas. É porisso que existe muito "Recollection". O conteúdo era fraco.
Eles puxam pela estética e pela beleza.
Apesar de na época impressionista estar havendo uma guerra entre a França e a Prússia,
eles não vão pintar sobre isso. Procuraram passar ileso pela coisa, apesar de alguns
pintores terem participado dessa guerra. Eles queriam fazer a pintura pela pintura sem
estarem ligados a nenhum plano social. É o grande prazer de pintar.
CLAUDE MONET: Nasceu em 1840 e morreu em 1926. A preocupação dele foi sempre
reter na tela o sol, o vento, a água, no instante em que isso acontecia e da maneira como o
olho percebia. Tinha uma forma de ver e sentir a dinâmica do tempo como nenhum outro
pintor impressionista teve. Tinha uma relação muito ativa e dinâmica com a obra de arte,
com o momento, com o instante. Jamais teve uma contemplação passiva com a natureza.
Nasceu em Paris, filho de um comerciante de especiarias (que hoje seria um empresário).
Quando ele tinha 5 anos a família foi morar no porto de Le Havre, onde o mar vai assumir
muita importância para ele. Foi aí que aconteceu a segunda guerra mundial. A liberdade, o
infinito do mar, o horizonte foi muito importante na sua formação. Aprendeu a vibrar com a
paisagem, com a liberdade. Não foi aluno brilhante na escola, preferia ficar na praia. Tinha
uma mania de fazer caricaturas em seu caderno desde os 7 anos de idade. Foi então
melhorando seu desenho e passando a receber encomendas de mais caricaturas. Passa a
fazer até caricaturas nos bares. No cais de Le Havre, os marinheiros também se
interessaram e pediram então a ele que também fizesse caricaturas. Desta vez Monet
passa a cobrar dos marinheiros pois não os conhecia (10 a 20 francos por caricatura).
Não cobrava dos amigos. O dinheiro que arrecadava comprava mais material para sua
pintura. Com 17 anos decidiu ser pintor. Não quis seguir nenhuma profissão que o pai
escolhera para ele. O pai incentiva-o a ir estudar em Paris. Em 1859 Monet leva uma carta
de apresentação de uma tia (que pintava mal), para estudar na escola de Belas Artes de
Paris. Prestou um exame, conseguiu entrar, mas achou uma escola muito acadêmica. Vai
decidir estudar no "Atelier Suíço". O “Atelier Suíço” era uma escola de vanguarda, muito
aberta e livre, sem exames e de ensino muito informal. Quando seu pai descobriu cortou
sua mesada. Lá ele conheceu Pissarro que foram pintar juntos em Mont Martre (onde os
pintores pintavam muito). Conheceu também Coubert (pintor Realista).
Foi nessa época interrompido pelo serviço militar tendo que ir para Argélia, onde ficou
super depressivo. Voltando da Argélia foi para a casa dos pais para se recuperar e onde
decidiu voltar logo à Paris. Em Paris volta a pintar e nessa época vai conhecer Renoir e
Sisley.
118
Em 1866 pintou uma moça que achou muito bonita chamada Camille e expôs o quadro
obtendo muito sucesso. Os pais voltam a dar ajuda financeira até que Monet (de classe
média alta) vai viver com uma modelo de classe social bem modesta. Os pais não
gostando dessa situação vai cortar novamente a ajuda financeira. Monet passa por
dificuldades financeiras quando nasce nessa época o seu primeiro filho Jean. Monet
estava tão pobre a ponto de quase não ter o que comer, não ter dinheiro para pegar uma
condução para visitar a esposa no Hospital que tinha dado a luz. Os seus amigos
ajudavam dando comida para ele sobreviver. Ele ficou tão desesperado que tentou o
suicídio para que a sua família percebesse o seu problema. Como não deram atenção, ele
resolve então casar com Camille.
Nessa época aconteceu a guerra franco-prussiana. E, como Monet já tinha lutado na
guerra anteriormente, vai pegar sua esposa e filho e fugir para Londres, onde vai passar
frio e fome. Vai pintar o Parlamento em Londres (Renoir também pintou o parlamento). Vai
estudar muito as obras de Constable e Turner. Vai conhecer um comerciante de arte
riquíssimo, francês, chamado Paul Duran Ruel, que vai dar apoio substancial aos
impressionistas. Ele é banqueiro, crítico, messenas. Vai praticamente sustentar Monet que
vai pinta muitos quadros para ele. Monet antes de voltar à Paris passará pela Bélgica,
Holanda com o trem Maria-fumaça, onde se empolga muito com o trabalho de Rembrandt.
Na Bélgica vai gostar mais do trabalho de Rubens. Na França vai morar as margens do
Sena a poucos quilômetros de Paris, em Argenteuil. Começa a construir seu primeiro
jardim. Monet passa a convidar gente para ir à casa dele, costume que os franceses não
tinham. Todos os domingos os chamados rebeldes como: Pissarro, Renoir, Sisley, Manet
se reuniam para pintar na casa de Monet, com exceção de Basile que morreu na guerra da
Prússia. Cada um levava uma alimento como: pão, queijo e uma plantinha para fazer o seu
jardim. Criava galinhas, pato, etc. A partir daí eles começaram a trabalhar “o que era
impressionismo”. O fundamental para os impressionistas era usar as cores amarelo, azul e
vermelho (cores primárias) e as cores complementares (roxo, laranja e verde). Monet vai
pedir para que todos levassem flores, cada uma de uma cor, para o próximo encontro.
As cores complementares vão ser um dogma para os impressionistas. Vão tirar da
paleta o preto e quase todas as terras como: terra-de-siena, etc. Essa obsessão das cores
complementares vai acontecer quando vão pintar ao ar livre. Monet percebeu que as
sombras não eram simplesmente áreas mais escuras, mas sombras com tonalidades
diferentes e não mais só de uma cor.
Monet vai deixar de escurecer as sombras, pintando ao contrário, obras bem claras, bem
iluminadas. As sombras vão ser obtidas mediante o emprego das cores complementares.
Vai ser uma característica muito típica da linguagem impressionista. As cores
complementares virão sempre ao lado das cores primárias. Ao ar livre a cor do objeto
muda muito em função da atmosfera que filtra a luz e permite o reflexo. A atmosfera muda
o tempo todo conforme a hora, o lugar, a temperatura. O que a pouco tinha uma forma
volumosa, de repente pode ser uma leve sugestão. Eles vêem a natureza com a mente
além dos olhos. O artista vai se ligar muito na atmosfera. Passa a ser muito mais
interessante a atmosfera do que a paisagem, ou as pessoas.
119
"Quando o artista Monet toma plena consciência da importância da atmosfera, deixa de
viajar ao longo do espaço para viajar ao longo do tempo. Já não interessa tanto percorrer o
rio Sena a fim de pintar as diversas situações que aconteciam as suas margens, ele
prefere focalizar o mesmo ambiente nas diferentes horas do dia".
É a busca do tempo perdido, do momento. Quando vai ao campo, Monet faz uma série de
quadros de feno e outra série de pinturas. Kandinski fica muito encantado ao ver os
quadros de feno de Monet, em uma exposição na Rússia. Fica muito encantado com
aquela pintura que dava a impressão de feno, sendo quase que uma abstração do
conteúdo. Kandinski com essa influência do Monet consegue se desenvolver para o
abstrato. O que importa para Monet é ver a luminosidade. Percebe que tem que viajar ao
longo do tempo. Vai pintar em uma plataforma numa estação de trem para ver o trem sair
e chegar, as brumas, e todo aquele envolvimento que o trem faz.
A situação pessoal dele tinha altos e baixos. Em 1875 conheceu um milionário chamado
Hoscheder que vai ajudá-lo muito, comprando muitas obras durante 3 anos. Ele vai expor
56 telas na galeria do Duran Ruel sendo quando quase um sucesso (pois não vendeu
todas as telas).
Em 1878 nasce seu segundo filho Michael, quando suas obras são mais alegres, festivas,
bonitas e suas composições são melhores. Fica feliz com o nascimento de seu segundo
filho e nesta época também está ganhando melhor. Só que 1 ano depois em 1879 morre
sua esposa, deixando-o muito deprimido. Vai pintar muito pouco e obras bem tristes. O seu
trabalho mais importante dessa época chama-se "Rua da Aldeia", onde é inverno e de
uma tristeza profunda, pois vai refletir a tristeza que sentia pela morte de sua esposa.
Monet vai sair de Paris e Hoscheder e sua família, que eram amigos da família de Monet,
vai a falência.
Um dia passando por Rouen encontra uma casinha encantadora em Giverny. Depois de
deixar o trem, pega uma charrete e volta para Giverny onde vai compra aquela casa.
Começa a viver lá com os filhos que tinha e com a mulher e filhos de Hoscheder, que tinha
sumido.
Vai melhorando e aumentando a casa. Constrói um jardim de estilo normando
maravilhoso. Pinta cada vez mais e vai visitar Cezanne em L'Staque e depois Renoir.
Todos moravam ali por perto. Resolvem pintar também em outros lugares como na Cote
d'Arzur. Monet passa a pintar mais em Giverny e a ganhar mais. Resolve comprar o
terreno do outro lado da estrada em frente a casa. Hoje você passa por baixo dessa
estrada por um túnel. Constrói um jardim oriental aquático do lado de lá. Durante 30 anos
Monet vai morar em Giverny pintando a mesma coisa, as Ninféias. Vai pintar a Catedral de
Rouen em 20 variantes no verão, outono, inverno. Aluga uma casinha em frente a Catedral
para pintá-la em suas variações durante o dia. Em 1896 vai expor essas pinturas na
Galeria Duran Ruel, onde faz o maior sucesso. Um político francês fica encantado com seu
trabalho e a partir de 1896 Monet é considerado o mais famoso pintor dos impressionistas,
aceito publicamente antes de todos os outros pintores.
Enquanto Renoir trabalhava por encomenda, Monet pintava o que queria, conseguindo
expor e vender.
Renoir vai pintar as encomendas da família do banqueiro e as meninas no piano,
ganhando muito bem.
120
Monet pintava o que gostava, buscando o impressionismo por toda a sua vida e por esse
aspecto vai ser muito mais bem aceito do que o próprio Renoir. Monet era mais aberto e
por isso vai ser um pintor quase que contemporâneo. Começou a pintar a série das
ninféias no ano de 1899. São inesquecíveis poesias cromáticas. São dezenas de trabalhos
em estudos, telas, etc. Mesmo doente, idoso, nada o afasta de seu trabalho. Ele fica muito
rico. Teve uma espécie de malária o que não diminuiu o seu trabalho. Morreu em 05 de
dezembro em 1926.
“Monet buscou sempre a luz em movimento em uma atmosfera mágica”.
121
26a. AULAErro! Indicador não definido.
Apresentação de vídeo sobre Giverny. A casa de Monet e seus jardins criados por ele, que
foram restaurados pelo governo Francês em 1960.
Em primeiro de março de 1857 nasceu seu irmão mais moço chamado Théo que vai ser o
protetor de Van Gogh por toda sua vida. Os dois sempre vão ser muito leais e amigos um
com o outro. Théo é o seu irmão, seu confidente, o seu outro “eu”, a quem escreveu mais
de 650 cartas. Tem um livro chamado "As cartas de Van Gogh para Théo" (para quem
quiser saber muito sobre sua vida). Tudo o que se sabe sobre Van Gogh foi obtido através
dessas cartas.
Vicent Van Gogh foi uma criança muito difícil, problemática, não se dava com ninguém,
extremamente solitário. Ele sempre andava vagando sozinho pelos bosques, pensando. A
família se preocupava com ele. Queria que ele se desse bem em alguma coisa na vida. A
sua vida escolar foi muito fraca. Gostava muito de ler, mas não de escrever. É por isso que
foi um grande acontecimento em sua vida, as cartas que escreveu. Era um homem muito
culto. Lia muito Platão, filosofia, teologia, etc. Embora tenha estudado muito pouco, sua
cultura vem de sua auto-instrução.
Van Gogh tinha um tio que era próspero negociante em Haia. Esse tio teve um papel muito
importante na sua vida, tinha uma cadeia de lojas de livros de arte, de gravuras e de
pinturas. A sede principal era em Haia. Van Gogh foi morar e trabalhar com esse tio. Essa
loja chamava-se Galeria Gropil com filiais em Haia, Amsterdã e Paris. Ele vai primeiro para
Haia trabalhar como empacotador de livros e despachos também. Van Gogh começa a ver
as reproduções dos grandes pintores, apaixonando-se por arte. Achava que tinha
condições para se desenvolver como pintor, estudando essas gravuras.
Em 1872 Théo (com apenas 15 anos) vai se encontrar com Van Gogh em Haia, ficando
alguns dias com ele. Van Gogh começa a falar de arte com o irmão, sobre os problemas
da família, e a partir daí eles permanecem ligados para o resto da vida. Van Gogh nessa
época tinha 19 anos. Van Gogh vê no Théo sua alma gêmea, em quem podia confiar, e
que o entendia plenamente como se fosse o outro "eu" dele. Quando eles se separam
começam a se corresponder por sentirem muito a falta um do outro.
122
Em 1873 após esse encontro Van Gogh sai de Haia e vai trabalhar em Londres com o tio.
Vai se apaixonar por uma moça loira muito bonita, filha do senhorio da casa onde ele está
hospedado, não sendo nada correspondido. A moça dizia para ele que era horroroso, com
cabelo espetado. Ele se achava também muito feio. Foi a primeira grande desilusão
amorosa de sua vida. Resolve não se apaixonar mais por ninguém, por que não deu certo
e fica nervoso. Outra coisa que detesta em Londres é a falta de sol, porque nasceu num
país que tem somente 3 meses de sol por ano (junho, julho e agosto). Não gostava dos
países nórdicos porque era anglo-saxão. Tinha a alma muito parecida com a dos pintores
latinos.
Vai à Paris em 1875, ver o sol e os impressionistas que estavam acontecendo. Fica muito
deslumbrado com a luz de Paris e suas ruas movimentadas. Tudo encanta, tudo o seduz.
Chega a passar uma noite em Paris, no Boulevard do Capuccino, só para ver a água da
chuva batendo na luz e caindo nas poças. Fica quase com pneumonia e Théo, seu irmão,
vai socorrê-lo.
Em Paris vai ler muito sobre os grandes escritores da época como "Floubert, Boudelert".
Adora Paris e odeia o seu emprego. Em Paris, enquanto trabalhava vendendo gravuras na
loja do seu tio, faltava do emprego para ir visitar as outras galerias. Seu tio ficava muito
aborrecido por ele ir visitar as galerias concorrentes. Van Gogh falava que apreciava muito
as outras galerias por ter outras pinturas bem diferentes e que o tio só tinha pintura
acadêmica. Começa então a desavença com o tio. O tio exige que ele freqüente somente
a galeria dele ou que então Van Gogh vá embora. Van Gogh resolve ficar na galeria. Só
que Van Gogh falava para os fregueses que comprassem as pinturas de outros pintores,
que não eram vendidas na galeria de seu tio. Passa a brigar com a clientela querendo
impor o que ele achava. Com 22 anos briga com o tio, ficando muito frustado e sem
perspectiva para o futuro. Resolve voltar para a casa dos pais, onde é muito mal recebido.
Vai pensar o que fazer da vida. O pai fica indignado com Van Gogh, pois o tio era bom e
só tentou ajudá-lo. Só Théo o compreende.
Em 1876 ele sofre sua primeira grande crise nervosa depressiva. Era maníaco-depressivo,
tinha crises fortes de rolar no chão (epilepsia). A partir dessa sua primeira crise, ele vai
ficar extremamente místico e fervorosamente religioso. O seu pai era pastor, mas achava
que era impossível que ele fosse tão maníaco por religião. Tudo o que ele fazia era
extremamente exagerado.
Obs. à parte: A obsessão pela religião parecia uma fuga da sociedade, das suas
frustrações amorosas, da família.
Fica frustado por querer ser pastor e o seu pai não o entender. Resolve voltar para a
Inglaterra. Van Gogh era muito inconstante.
Resolve ensinar francês e alemão num bairro pobre da metrópole, em uma escola infantil.
Só que o seu conhecimento por línguas era deficiente. Incumbido de cobrar taxas da
escola, ele tinha que visitar as famílias dos estudantes, levando-o a conhecer as condições
miseráveis da zona leste de Londres, onde viviam os operários. A impressão sofrida
fortaleceu o desejo de trabalhar com os pobres e os humildes. Tornou-se assistente de um
pastor metodista e começou a pregar. Devido a sua crise espiritual, muitas vezes em seus
sermões, suas palavras acabavam mais perturbando do que confortando os ouvintes.
123
Em 1878 volta à Holanda, em Etten, perto de Zundert, para passar o Natal com os pais. A
família resolve ajudá-lo a estudar teologia em Amsterdã, pois poderia seguir a carreira do
pai e do avô.
Foi, portanto, reprovado nos exames de admissão. Ao invés de desistir, fez um curso de
pastor leigo em Bruxelas.
Quer ser pastor de pobre e não de rico. Escreve uma carta para o irmão dizendo que a
miséria o atraía. O irmão fica horrorizado, mas não adiantava dizer nada.
Três meses depois, em novembro de 1878, mudou-se para Borinage na Bélgica, distrito
belga de mineração de carvão, onde passou a conviver com os mineiros. Só que a miséria
que ele achou na região era muito pior do que ele pensava. Quando ele foi para lá a sua
mãe, que o adorava, fez uma mala farta de roupas, agasalhos, meias, etc. Vendo aquela
pobreza, os homens que trabalhavam na terra quase só para comer e, como Cristo deu
tudo aos pobres, ele começa a dar tudo o que ele tem, as suas roupas para os pobres.
Passa dias sem comer porque o que recebia dos pais ele dava aos pobres. Fica
praticamente sem roupas, quase não toma banho e muito sujo. Multiplicaram-se nesse
período os desenhos com que retratava, em suas cartas, a vida daquela gente.
Por 2 anos não tem nada escrito que fale como ele sobreviveu esse tempo. Estava em
uma profunda crise mística, mas sabia que seria um grande pintor. Ele sempre sabia que
seria e se considerava um grande pintor.
Quando ele ficou péssimo, a congregação o despede, porque estava afastando os pobres
da Igreja. Seu pai preocupado com as condições que o filho vivia, foi buscá-lo de volta para
a casa.
Van Gogh, em sua casa, volta a pintar com a mesma paixão que ele teve no misticismo.
Vai pintar muito o que tinha visto em Borinage.
Viajou a Courrières, distrito mineiro do norte da França. Passou a estudar desenho em
Bruxelas com um jovem estudante da Academia, Anthon Von Rappard. Acolhido como
amigo, aprendeu, em seu estúdio, perspectiva e anatomia humana.
Em abril de 1881 foi visitar Théo em Etten. Em Haia recebe um conselho de um primo
artista também, o de desenhar diretamente temas da natureza. Passou a desenhar seus
pais, sua irmã e camponeses em seus afazeres.
Perto de sua casa tinha uma viúva muito bonita chamada Kee Vos, que era uma prima
afastada. Apaixona-se perdidamente por ela, também. Mas a família foi contra o
relacionamento porque ela era viúva recente e prima. Ela estava começando a gostar dele.
Quando a família ficou em cima, dizendo que iria pegar mal na sociedade, ela pulou fora
do relacionamento indo morar com os seus pais em Amsterdã. Mais uma vez não deu
certo sua vida amorosa.
Resolve voltar para Haia, pobre e seus pais resolvem não ajudá-lo mais. Théo começa a
sustentá-lo a partir daí. Ele estava tão pobre que o dinheiro que recebia do irmão era
pouco para comprar o material de pintura. Em 1882 vai morar num quarto horrível em uma
casa, dividindo o quarto com uma prostituta chamada Christine Sien. Ela tinha um bebê e
estava grávida de outro. Vai pintar obras fantásticas dessa prostituta. Ele queria viver e
casar com ela. Ela o aceitou, mas estava doente com tuberculose.
124
Théo vai escrever que se ele continuar com essa mulher ele vai parar de mandar dinheiro
para sustentá-lo.
Um dos quadros mais bonitos que vai pintar sobre ela chama-se "Tristeza". A ligação não
durou muito. Depois do parto ela voltou a beber e Van Gogh não teve mais como ajudá-la.
Quando ele decidiu mudar-se para o campo, Christine não o acompanhou.
Em 1883 Van Gogh vai à Holanda ver seu pai que tinha uma nova paróquia e sentindo-se
incompreendido foi viver em dois quartos alugados nas proximidades. Um deles era o seu
estúdio onde em 1885 vai pintar uma de suas mais famosas obras "Os Comedores de
Batatas". Pintou também "Camponesa Varrendo", "Natureza Morta com Cinco Garrafas e
Tigela", etc.
Em 1884, mudou-se novamente para França. O motivo talvez tenha sido a morte do seu
pai ou então o desejo de estar perto do irmão que se mudara para Paris. Vai de qualquer
modo deixar a Holanda para sempre.
Antes de seguir para Paris, porém, ficou em Antuérpia alguns meses. As pinturas de
Rubens estavam espalhadas pelas igrejas e museus da cidade. Fica impressionado com
essas obras. É aí que vai pintar seu primeiro auto-retrato.
Volta a Paris onde passará dois anos frutíferos entre 1886 e 1888. O impressionismo
estava no auge. Vai morar com seu irmão, que gerenciava uma galeria em Mont Martre,
em um apartamento muito bonito, no bairro dos intelectuais e dos artistas. Fica encantado
com a luz do impressionismo e pinta algumas obras totalmente impressionistas. Resolve
se matricular em uma Academia de pintura acadêmica. Mas, só serviu para ele fazer
desenhos sobre nus. Em seguida fica muito amigo de Pissarro e Paul Gauguim.
Vai conhecer Manet, Monet, Renoir, Degas e achava que todos eram antipáticos e
metidos. Não chega a ficar íntimo. Continua a pintar como impressionista. Descobre a cor
e escreve para o Théo: "A cor expressa algo em si, simplesmente porque ela existe. Deve-
se aproveitar sempre isso, pois a cor é bela e o belo é sempre verdadeiro". Vai começar a
pintar cada vez mais rápido.
Van Gogh destoava dos outros artistas porque os outros eram de família rica, viviam bem,
freqüentavam as grandes galerias, os grandes cafés e ele não.
Van Gogh e Toulouse Lautrec que também tinha uma vida bem à parte, eram mais
boêmios. Van Gogh não conseguia expor o que pintava. Expor para os impressionistas
ainda era um obstáculo quase intransponível. Pede a Théo, já que não consegue vender,
que dê ajuda financeira à ele. Van Gogh sai de Paris e vai para uma cidade no sul da
França chamada Arles, onde fará as pinturas que mais conhecemos hoje. Cidade próxima
de Marsseilles. O sul da França para ele tinha uma equivalência com o Japão. Aluga um
sobrado amarelo numa praça chamada "La Martine". Lá ele faz amizade com todo mundo.
Vai pintar o carteiro, o padeiro, pinta todo mundo. Fica íntimo da família do carteiro. Fica
muito amigo do proprietário do café e do tenente do exército. Resolve fazer uma colônia de
artistas. Vai convidar todo mundo para viver com ele ali. O primeiro que quis que morasse
com ele foi Gauguin.
Pelo histórico Van Gogh deve ter sido bissexual devido a tendência de gostar de mulheres
e homens. Teve uma paixão por Paul Gauguin onde via a coragem nele, que ele não tinha,
de ter abandonado toda a família e tudo para morar em Taiti (?).
125
Nessa época ainda não tinha crise nenhuma e estava pintando muitos quadros
impressionistas em Arles.
Quando chega o verão, Van Gogh fica apaixonado pelo sol que era tão forte a ponto de
perturbar as vistas. O sol do sul da França parecia explodir de tão forte e era o sol que ele
chegou a pintar exatamente como era mais tarde. Disse para o seu irmão que aquela era a
pátria dele e que gostaria de viver para sempre lá. Não acreditava que não tivesse vivido lá
anteriormente. Van Gogh entra numa fase furiosa de pintar onde vai fazer uns 300 quadros
em menos de 4 meses.
A luz vai iluminar os girassóis que pinta. Vai escrever: "Eu quero a luz que vem de dentro,
eu quero que as cores representem as minhas emoções, quero que as cores representem
o meu coração". Pinta a família Rolan.
Em outubro chega Paul Gauguin para trabalhar com Van Gogh.
Gauguin era muito organizado com tudo, com as tintas, os pincéis e muito cheio de vida.
Não gostou da cidade achando-a muito parada, monótona, irritando-se muito com Van
Gogh. Eles eram completamente diferentes. Van Gogh queria que Gauguin pintasse a
mesma figura que ele e ficava discutindo sobre a pintura que saía diferente uma da outra.
Eles brigavam o tempo todo. No meio a uma discussão feia, Van Gogh jogou na cara do
Gauguin que o Théo estava sustentando ele também. Gauguin ficou muito nervoso e Van
Gogh ameaçou ele com uma navalha. Gauguin jogou vinho na cara do Van Gogh e foi
embora para morar em um prostíbulo. Van Gogh desesperado declara que gostava muito
dele e de todas as formas. Isso perturbou mais Gauguin dizendo que jamais pisaria ali
novamente. Gauguin era muito macho.
Van Gogh corta o lóbulo da orelha e o embrulha pedindo para entregarem à Gauguin, no
prostíbulo. Cria um clima muito negativo para ele, todas as pessoas de Arles passam a
detestá-lo por isso. Acham que Van Gogh era louco e pedem para que o prefeito de Arles
expulsem-no da cidade.
Théo pergunta para o Van Gogh o que achava que deveria fazer. Van Gogh pede ao irmão
que o leve para um hospital psiquiátrico (não para completamente loucos) chamado Saint
Paul, próximo a Arles onde vai ficar 10 dias internado. Ao sair do hospital, após suas
crises, volta para sua casa amarela, ainda em Arles. É nesse momento então que vai
pintar, em frente ao espelho, o seu quadro onde aparece com a orelha cortada.
O seu olhar era de espanto, de mágoa, tem uma melancolia muito forte. Volta a trabalhar
com muita fúria.
Em maio de 1889 ele fala para o Théo que não dava para viver assim e que precisava ficar
um tempo maior internado para melhorar e tomar remédio. Tinha uma consciência muito
grande do que tinha. Vai para um outro hospital chamado Saint Rémy, onde irá pintar o
seu quarto, a janela, enfim, todo o hospital. Ele adorava pintar lá. Os médicos deixaram
que ele transformasse o seu quanto em um atelier. Vai querer sair para pintar lá fora
também. Os médicos consentiram mas com a condição de que fosse vigiado por um
guarda. Pintava, ao redor do hospital até ao anoitecer. Vivia intensamente cada momento
de sua vida. Nesse momento escreve novamente para Théo: "Na vida de um artista, a
morte talvez não seja a coisa mais difícil" (já começa daí a ter idéias sobre a morte).
126
Estando tão bem no hospital em Saint Rémy, passava a pintar muitas paisagens que
agrediam pela sua violência. Ele já estava completamente expressionista distorcendo a
imagem por vê-la também distorcida. Começou a ter outra vez uma série de crises
místicas, achando que era "Deus" e que podia reformar o mundo. Vê anjos e demônios.
Cada vez que tinha uma crise e voltava muito fraco e abatido. Van Gogh achava que tinha
perdido muito tempo durante sua crise sem pintar que fora dela passava a pintar tudo
muito rápido em busca do tempo perdido. Mandava seus quadros para Théo que não
conseguia vendê-los. Ele se achava um grande pintor e por isso não acreditava porque
não conseguia vender nada. Théo vai acumulando seus quadros.
Um dia um pintor pontilhista chamado Signac vendo um quadro de Van Gogh, na casa de
Théo, fica encantado. Vai visitar Van Gogh e faz com que um amigo seu, dono de um
jornal da França, publique sua primeira e única crítica, muito elogiosa, do seu trabalho.
Pensou que essa crítica fosse ajudar a vender algum quadro, mas isso não ocorre.
Somente seis meses após essa publicação alguém resolve comprar o quadro "A vinha
vermelha". Foi o único quadro de Van Gogh vendido durante toda sua vida. Não se sabe
onde se encontra esse quadro.
Dr. Gachet, que era muito amigo de Théo, psiquiatra muito famoso na Europa, amigo dos
artistas e que tinha uma visão muito moderna da psiquiatria, entrevista Van Gogh,
achando-o fantástico, notável e cheio de problemas.
Diz a Théo que vai cuidar dele, já que é um grande artista, fazendo um preço especial. Van
Gogh vai gostar muito dele.
Dr. Gachet fala para o Théo que a situação de Van Gogh era grave e que estava no limite
da loucura. Disse que não adiantava prendê-lo. Van Gogh tinha que ter a liberdade de
trabalhar ao ar livre e pintar o que quisesse para depois voltar para casa, sem guarda para
tomar conta dele. Dr. Gachet toda vez que ia a Paris trazia tintas, pincéis, telas, toda
estrutura para que ele pudesse pintar. Nesse período, no final de sua vida, ele pinta os
seus famosos quadros: "Os Ciprestes", "O Trigal com Corvos", "Retrato do Dr. Gachet".
Todos violentos, retorcidos. Nessa fase Van Gogh consegue uma certa paz interior ao
encontrar alguém que o compreende, além do seu irmão. E ele consegue colocar na tela
todo aquele desespero interior. Pinta mais de 200 desenhos e mais de 40 quadros a óleo
em menos de 2 meses. Vai confiar muito no médico.
Um dia, que ele está muito feliz, escreve para Théo. Em outro dia ele entra numa crise
horrível, quando começa a ter mania de perseguição. Diz a Théo que o Dr. Gachet estava
querendo matá-lo e depois voltando atrás dizendo que não. Falava que gostava do Dr.
Gachet e que precisava sair para respirar. Dr.Gachet perguntou para onde gostaria de ir e
ele respondeu à “Paris”. O médico achou que ele não devia ir sozinho e resolve
acompanhá-lo até Paris onde vai encontrar Toulouse Lautrec. Van Gogh é bem recebido
por ele, mas Lautrec conversa com o médico pois o acha muito perturbado.
Van Gogh não quer ver o irmão e Théo fica muito magoado. O médico consegue explicar
que ele estava passando por uma crise dificílima e que tinha que fazer isso. Toulouse
Lautrec, Pissarro, Sisley, fazem uma estrutura para ele pintar um pouco melhor.
127
Acaba então o momento de Paris onde ficou apenas 10 dias e volta com o médico para
"Anvers", que era próximo a Saint Rémy, no sul da França, ficando em uma casa bem
próxima a do Dr. Gachet. Pinta seus últimos trabalhos e começa a aceitar a sua doença
achando que não tinha mais jeito, porque além de ser maníaco-depressivo, descobre que
era epiléptico (devido às crises em que rolava no chão) ou esquizofrênico. Hoje em dia,
acham que ele deve ter tido uma lesão cerebral ocorrida no parto.
Em 27 de julho de 1890, Van Gogh, num domingo ensolarado (detestava domingos onde o
tempo parava e ele era muito ativo), vai para um campo de trigo bem próximo a sua casa,
sozinho, com um revólver na mão. O sol e os grãos estavam bem dourados, céu
incrivelmente azul, pinta seu último quadro e dá um tiro no seu peito. O filho do Dr. Gachet
houve o tiro e sai correndo, tentando socorrê-lo. Ele não morre na hora, estando muito
tranqüilo e lúcido. É carregado para a casa do Dr. Gachet onde passa a noite fumando
cachimbo esperando por seu irmão Théo. Ele dizia que não poderia morrer enquanto seu
irmão não chegasse. No dia 29, dois dias depois, ainda vivo, com Théo segurando sua
mão, morre na presença do Dr. Gachet e dizendo ao seu irmão: "A miséria teve fim". Ele
tinha 37 anos.
No sótão da galeria Gropil de Paris, onde Théo tomava conta dessa galeria, existiam 700
quadros de Van Gogh sem comprador. Deve ter pintado mais de 1000 obras, telas
pequenas.
"Quando se estuda Van Gogh corre-se o risco de se apaixonar. Não se sabe bem se pelo
pintor, pelo homem ou se pelo seu trabalho. Corre-se o risco de se fazer dele um herói e
de se fazer dele distante. Corre-se o risco de se perder no turbilhão confuso de sua
pintura. E corre-se o risco de cada vez mais entender Van Gogh”.
128
Van Gogh era um homem de uma riqueza interior genial, homem incomum, embatido
pelos sintomas da doença, dominado pela doença, mas que sobreviveu através de sua
pintura. É um grande pintor de todos os séculos.
É chamado de pintor expressionista. Mas, um expressionista sempre deforma com apelo à
emoção e apelo social. Van Gogh não vai deformar com um apelo social em sua fase
expressionista. O seu apelo social ocorreu antes dele entrar nessa fase. Ele pintava muito
para ele próprio. O seu apelo era para ele mesmo e não para a pessoa que estivesse
vendo a sua pintura. Essa distorção era feita para ele e não importava se você entendesse
ou não. Ele queria pintar somente o que ele sentia. Não procurou agradar nunca os
outros, somente ele. Nunca concordou quando Théo pedia para ele distorcer menos para
que suas obras fossem vendáveis.
APRESENTAÇÃO DE SLIDES:
Renoir foi feliz o tempo todo e começou a pintar miniaturas em porcelana "limòges".
O sonho de sua vida era conseguir pintar o rosto da Maria Atonieta. Quando fecha a
fábrica de "limòges" começa a fazer gravuras, produção em série. Passa então a ser
pintor. No inicio é bastante impressionista, do tipo que sai ao ar livre para pintar.
São chamados de quadros “Raphaelistas” de Renoir, quando viaja e conhece as pinturas
de Raphael influenciando o seu trabalho. Volta a pintar mais detalhado como mostra o
trabalho "Dança no Campo" e quando aparece uma moça chamada Aline, casando-se
com ela depois.
Fazia muitas encomendas de crianças, adultos, etc. No final de sua vida aos 70 anos volta
a ser muito impressionista. Pinta várias cenas de Gabriele, sua empregada doméstica,
mas nunca teve caso com ela. Pinta também as "Banhistas" que foi muito criticado por sua
perspectiva bem esquisita. Outro trabalho "Odalisca".
Van Gogh:
Estudo dos "Comedores de batata"
"Sapatos", pintura quase monocromática.
"A mulher do padeiro", obra feita no seu casarão amarelo.
“Os ciganos”, volta ao impressionismo.
Pinturas de paisagens com campos e céu imensos e casas bem pequenas com
empastes. "Carteiro".
Série do hospital Saint Rémy.
Obs.: Sisley e Pissarro não faziam questão de divulgar o seus trabalhos. Somente 50 anos
para cá é que eles começaram a ser mais reconhecidos.
Sisley tinha muita pintura sobre campos. Teve uma fase muito acadêmica e depois se
torna bem impressionista.
129
Monet:
Pedaço de um trabalho que rasgou em três partes logo após um acesso de raiva
de uma briga com Manet.
Quadro de sua mulher no leito de morte.
Paisagem de neve muito triste feito após a morte de sua esposa.
"Manet e sua família".
Série das Catedrais de Rouen.
Parlamento de Londres (influências de Constable e Turner).
Jardins de Claude Monet.
Ponte do jardim oriental.
Acampando na praia.
As ninféias.
Auto-retrato de Claude Monet.
Eduard Manet: Chefe dos impressionistas. Mesmo na fase acadêmica foi muito criticado
pelo conteúdo que agredia muito as pessoas.
Passeio “picnic no parque” com moça nua e rapazes vestidos.
Prostituta "Olympiá", trabalho de conteúdo escandaloso.
Degas: Tinha uma mãe americana de New Orleans e um pai Francês. Conhece New
Orleans e encantado vai pintar sobre esta cidade. Pinta também muito sobre a vida
noturna. Toulouse Lautrec também é um pintor que pinta muito sobre a vida noturna.
Degas também faz uma composição enviesada como no estilo barroco, mas um pouco
diferenciada.
Vai gostar muito corridas de cavalos e vai pintar muitos estudos de movimentos de patas,
através de fotos de movimentos de cavalos.
"A Caçada". Faz um corte no quadro como se fosse de fotografia. Corta as figuras nas ex
Moças estudando Ballet
Quadro de um acrobata.
Quadro de uma praia, mas com pessoas vestidas.
As bailarinas do "Opera".
130
27a. AULAErro! Indicador não definido.
ABSTRACIONISMO
O grego também foi um povo que usou muito do abstracionismo. Como exemplo temos as
"gregas" que foram usadas, mas que ninguém sabe ao certo se foram eles que a criaram.
Existem muitas outras formas geométricas que foram usadas por eles e que de forma
nenhuma estão inspirados na realidade. Ex. Mandalas.
Esses desenhos se desprendem da realidade enquanto formas. São formas criadas pelo
homem. Quando você cria um desenho livre pode até ser um trabalho abstrato, mas pode
também ser um símbolo além do abstrato. Ele pode ter uma somatória de características
além do abstrato. Ex. Abstrato preto-branco, abstrato colorido, abstrato puro ou outras
combinações.
Nos dias de hoje, essas combinações levaram a surgir outros momentos e não
movimentos de pintura.
Quando se fala de abstracionismo falamos também de representar formas, cores e
texturas, que são criadas por um processo muito interior, sem medidas, e retiradas do
mundo externo. Você pode se envolver ou se inspirar em alguma coisa existente mas não
vai retratar fielmente aquela figura.
O abstracionismo surgiu por vários fatores sendo um deles o cansaço do realismo. Outro
motivo seria uma nova visão decorrente do impressionismo (pinceladas soltas que se
parecem com manchas abstratas).
Próximos da segunda guerra mundial, vivendo em um clima tenso, o homem tentava negar
a realidade em que vivia. No aspecto social seria a previsão do início de guerra. Essa
época coincide quando Kandinsky vira uma tela de aquarela de ponta cabeça, surgindo
uma série de borrões que vão ser admirados.
A revolução Russa também influenciou muito no abstracionismo. A Alemanha foi o país
que participou mais intensamente desse movimento e uma boa parte da Europa também
teve participações mais irregulares.
131
Em 1911, quando o abstracionismo começou, foi considerado um marco dentro da
chamada arte moderna. Um trabalho abstracionista está dentro de um contexto de arte
moderna, mas nem todo trabalho de arte moderna será um trabalho abstrato.
O abstrato é um dos tipos de trabalho que faz parte da arte moderna. O abstracionismo,
enquanto movimento, é enquadrado na arte moderna, mas ele vem acompanhando o
homem desde a pré história e em vários momentos da sua vida.
O abstracionismo não é um processo racional, ele pode ser irracional. Uma pintura
irracional é colocar as cores e formas simplesmente por acaso, intuitivamente. Outra forma
é programar a distribuição de cores e formas sem estar reproduzindo uma realidade, mas
produzindo uma distribuição racional dessas cores e formas. Ex. Optar por colocar uma cor
quente ou fria em determinado espaço para dar impressão de proximidade, distanciamento
ou efeito de volume. Muitas vezes é um porquê racional que pertence só ao artista.
O pintor abstracionista sempre tem uma representação muito pessoal que envolve os
aspectos de técnicas de sua pintura como também o do contexto onde o artista vive.
A arte abstrata é livre de contexto.
As formas geométricas são precisas dentro do trabalho. Todos os dois podem provocar
emoções. As formas, tanto no gestual como no geométrico, são criadas pelo artista, não
existindo nenhum compromisso com a realidade. No abstracionismo não existe a
obrigatoriedade de se combinar cores. Existe uma série de regras que determina cada
estilo de arte. No abstracionismo não se respeita nenhuma regra é uma negação completa
a qualquer outro momento da arte. Ao fazer negações desse tipo, o abstracionismo
dificilmente passa a ser aceito pelo mundo. Em pleno período de conflitos mundiais vão
pensar em contestar tudo isso com uma arte que não era fácil de ser entendida.
132
Comentário: "A música existe por ela mesma sem ter a letra. Porque um quadro precisa ter
forma explícita para agradar?".
A falta de intimidade com a arte abstrata é que leva o homem a não apreciá-la. Quando se
observa uma obra de arte, principalmente a abstrata, é preciso ver o quanto aquela obra
oferece de informações inovadoras, técnicas diferenciadas ou não, etc.
As obras podem ser bem diferenciadas umas das outras pela infinidade de possibilidades
de representações através de texturas, cores, etc. Não existe essa mesma liberdade na
pintura acadêmica. O abstracionismo levou uma série de discussões em cima do que era
chamado de simbologia. A simbologia é uma representação criada pelo homem baseada
nas formas abstratas. Um trabalho abstrato pode ser rico ou não em simbologias. Quanto
mais simbologias ele tiver é mais fácil as pessoas se identificarem com ele, principalmente
se for uma simbologia mais evidente, deixando de ter toda essa abstração e ganhando um
significado que você tenha descoberto e não necessariamente tenha sido criado pelo
artista. A obra abstrata não precisa ter conteúdo, não tem necessidade de passar algum
tipo de informação. Algumas obras abstratas passam algum conteúdo, outras não.
O lado esquerdo do cérebro é o lado racional, precisa de símbolos que tenha alguma
informação já conhecida antes. O lado direito é o lado sensitivo, não dá para estabelecer
parâmetros racionais.
133
28a. AULAErro! Indicador não definido.
Artistas abstratos:
134
Tem uma frase interessante que ele comenta sobre o conteúdo em uma obra de arte:
" A presença de uma imagem visual ou a representação da realidade, diminui a beleza que
as formas e as cores possuem em si mesmas, independente de qualquer representação, e
sendo assim, as linhas e cores adquirem novos valores expressivos e uma nova vida
própria despertando no observador emoções e sugestões de acordo com a sua
sensibilidade".
Obs.: Quando você encontra uma obra com o símbolo "P.A.", significa prova de artista.
Este trabalho não deixa de ser um teste do artista que pode ter ido adiante para um
trabalho final ou não.
135
Kandinsky foi considerado um “expert” do abstracionismo informal. Um dos grupos que ele
fundou foi chamado de DÉR BLAUE REITER, conhecido como Cavaleiro Branco, e que
também, mais provável, pode ser Cavaleiro Azul.
Jackson Pollock Pintor americano. A maioria de suas obras estão no Museu "MOMA",
em Nova York. Ele é bastante expressivo. Seu trabalho é abstrato, mas pode ser notado
um aspecto expressionista nele. Ele é bastante movimentado, informal e o apelo de seu
trabalho está num conjunto de tudo, de técnica, cores e formas que obtém. Ele não usa
figuras explícitas, mas sempre tem um apelo forte a emoção, que ao olhar o seu trabalho
visualizamos às vezes figuras que transferimos para a nossa realidade.
Antes de ser um pintor era um conhecedor de arte. A maioria dos americanos não estuda
história da arte em seu currículo escolar, já para o europeu a arte faz parte de sua
formação acadêmica.
Ele influenciou muito os artistas alemães da geração atual.
Usou muito a técnica de jogar a tinta sobre a tela deixando que ela agisse por conta dela
mesma. Essa técnica de pintura chama-se Action Painting que significa “pintura por ação”.
136
Jackson Pollock usava dois processos para jogar a tinta na tela. Ele deixava a tela de pé,
no chão, ou inclinada para que a tinta jogada pudesse escorrer. Ele escolhia a posição que
ia colocar a tela, lançava a tinta, deixava secar e depois fazia intervenções sobre esse
trabalho. Nem sempre trabalhava com esse processo "Action Painting".
Jackson Pollock deixava que a tinta agisse por si só, assim como a natureza, que faz o
que ela quer. A natureza também é uma arte.
Uma de suas obras feitas pelo processo "Action Painting" chama-se "Ritmo Autônomo".
Obs.: Lançar a tinta pode ser um processo de jogar a tinta com um balde, balançar o pincel
para respingar sobre a tela, etc.
Kasimir Malevich. Artista russo. Foi o que mais se desvinculou da idéia de realidade. Ele
pintou inúmeros trabalhos só com cor e retângulo. A sua composição é bastante variada,
mas sempre utilizando quadrados e retângulos na sua maioria, formas extremamente
rígidas, geométricas e perfeitas em cima de um fundo extremamente chapado. Essas
figuras geométricas são na maioria das vezes chapadas também.
Ele não quer passar nenhum sentimentalismo através de sua obra. Teve uma formação
acadêmica tradicional que rejeitava, insistindo sempre no geometrismo. Viveu sua vida
artística quase que inteira no abstracionismo geométrico. Raríssimas obras não serão
geométricas. Tem trabalhos em Amsterdã, na Holanda, Rússia e outros dispersos. Não
teve muitas obras.
137
29a. AULAErro! Indicador não definido.
Expressionismo:
Deforma com apelo a emoção.
Nunca vai pintar a beleza pura
Tem contornos violentos
Cores Fortes
Vai retratar os problemas Sociais
Abstracionismo: Não existe uma relação imediata entre formas e cor e entre forma e cor
de um ser. É uma obra em aberto. Jamais será uma obra decorativa. Para se fazer uma
abstração tem que se saber muito bem sobre formas, cores, luz e sombra. É uma obra que
praticamente como não tem conteúdo e você pode acabar fazendo apenas “borrões”. A
arte abstrata tem tudo a ver com o século XX. É uma época de grande comunicação e
abertura. Nunca procure saber do conteúdo de uma obra abstrata que só terá forma,
composição perfeita e cores bem equilibradas. Isso é que é abstracionismo.
Todos os artistas abstratos passam por uma fase figurativa. Não existe pintor abstrato que
comece com o abstracionismo.
As instalações da Bienal são abstratas. A essência da instalação já é abstrata. É a forma
sem tem conteúdo.
Obs.: Dirty-Art : É a arte suja que começou nos anos 85 para frente. É uma arte que vai se
apropriar de coisas horríveis, cheiros ruins, fétidos, de sangue, lixo, fazendo disso uma
arte. É uma corrente que está acontecendo. É uma arte abstrata que dificilmente vai ficar.
A arte é beleza, pelo menos na essência ou na filosofia da arte. O grito pode não ser
bonito, mas sua essência o é.
O abstracionismo pode ser geométrico, gestual, lírico, etc.
O EXPRESSIONISMO
O expressionismo sempre existiu e sempre vai denunciar, registrar a dor humana. O
expressionismo nunca vai pintar sobre aquela emoção gostosa que se observa nos
quadros impressionistas, a belle epoque. O expressionismo, que sempre existiu, não pode
ser chamado de um simples estilo. É uma constante na história da arte. Desde que o
homem é homem ele faz expressionismo embora não fosse consciente dessa
denominação.
O expressionismo vai surgir, como corrente artística, no princípio do século XX.
Desde a pré história, quando o homem deformava um bisonte ou abutre, ele já era
expressionista deformando por necessidade própria.
139
Goya, no final de sua vida, já era expressionista sem saber. Deformava em uma busca
muito forte, um apelo a sua emoção, do que estava acontecendo no seu país.
Esse termo vai existir também na música. Ex.: música expressionista.
Tanto o abstracionismo quanto o expressionismo estão muito fortes ainda no século XX.
O impressionismo continua forte somente na forma e não mais no conteúdo. Ninguém vai
pintar mais sobre a “belle epoque” pois, não tem mais sentido de pintar o impressionismo
hoje com o conteúdo do século passado. Pode-se usar a mesma técnica hoje, mas com
conteúdo atual.
O expressionismo vai surgir entre 1904 a 1909, mudando tudo sobre a estética grega que
estávamos acostumados a ter como padrão ou ideal de beleza.
O aspecto técnico é aquela acentuação bem forte, bem preta dos contornos ao redor das
figuras, ao redor de tudo. É muito forte, muito violento. Pode ser preto, roxo, vermelho, não
importa a cor, mas sempre vai ter contrastes violentos no interior da figura. Normalmente
usam cores puras. No aspecto psicológico é uma arte quase que de instinto, porque as
pinceladas são muito nervosas, muito rápidas, o oposto da pincelada delicada do
impressionista.
Os primeiros artistas plásticos que foram chamados de expressionistas foram os alemães.
Foi publicada pela primeira vez em uma revista alemã chamada de "A tempestade". Essa
revista veio a comentar que aqueles artistas expressavam só dor, amargura, etc.
Obs.: Quase todas as principais correntes expressionistas são nórdicas. Lá existe uma
falta de comunicação muito grande, o tempo é ruim com pouco sol, ficando meses
trancados em casa por causa das tempestades de neve. Essa falta de comunicação,
solidão interior, de não facilidade para se expandir e falar com o próximo é que faz com
que surja o expressionismo. Vem do comportamento introvertido do homem, quando
ocorre uma grande catarse que se projetará na pintura, música, fotos, filmes, etc.
É muito forte na Alemanha e nos países nórdicos.
140
Esses alemães vão fazer um trabalho chamado "A Ponte". Esse grupo é fantástico
formado por três artistas citados anteriormente excluindo-se Edward Münch e Emil Nolde.
"A Ponte" significa a ligação entre o visível e o invisível.
Nesse principio do século XX vai aparecer todos os “ismos” como: cubismo, dadaísmo,
expressionismo, abstracionismo, fovismo, etc.
É lógico que essas correntes vão ter influências entre si.
Todas essa correntes do principio do século vão ter influência da arte selvagem (dos
africanos).
141
Rousseau é um pintor primitivo, ou melhor "Naífe" (porque não nasceu na floresta e sim na
França) vai pintar muito sobre a selva. Primitivo é o homem que nasce na selva. Rousseau
nunca tinha visto uma floresta na vida, mas pegou um livro de estória de seu filho e de lá
tirou a imagem do macaco, do leão, etc. É um pintor de 1885 ou 1886, da época dos
impressionistas, só que vai pintar de forma primitiva.
“Primitivo” é o homem que nasce na selva.
“Naífe” é o homem civilizado que sabe ler, nasceu na cidade e vai pintar de uma forma
primitiva.
Portinari é expressionista, nascido no Brasil. O seu conteúdo será sobre os retirantes, que
é um assunto brasileiro. Jamais seria um conteúdo dos países nórdicos. Não tem
nenhuma aberração, a dor é bonita.
O individualismo em um pintor expressionista é muito forte. O impressionista vivia sempre
em grupos. O homem do século XX é extremamente individualista, fragmentado. A
personalidade do pintor expressionista tem como característica a necessidade de se isolar
para criar uma técnica própria adequada para os seus fins pessoais expressivos.
"A Ponte", que surgira no início do século XX (1905-1906) e queria ligar os 2 mundos,
acabou em 1913 por causa da guerra, separando esses pintores. O nome expressionismo
surgiu em 1912.
142
Surge um outro grupo de expressionismo chamado de "O cavaleiro azul", na Alemanha.
Eles eram partidários do abstracionismo.
Um pintor chamado Franz Marc pintou um quadro chamado "Cavaleiro Azul". Outros
pintores acharam fantástico o seu trabalho e se reuniram ao seu redor formando um grupo
chamado Cavaleiro Azul (devido a esse quadro). Esses pintores desse grupo foram: Paul
Klee, Kandinsky (grande paixão deles) e Franz Marc.
Paul Klee, nasceu em Berna, na Suíça. Em 1921 foi professor de desenho da Bauhauss.
Era desenhista supremo. Embora tenha pertencido ao grupo do "Cavaleiro Azul", ele tem
que ser separado dos expressionistas por ter uma pintura diferenciada. Entre os artistas
modernos ele é o mais individualista. Não segue nenhuma corrente artística. Tinha um
mundo próprio por criar leis próprias de perspectiva e de lógica. Criou flores, uma fauna
estranha, etc. Alguns críticos acham-no um pouco infantil, às vezes primitivo e louco. Para
ele tudo era normal e tinha lógica. Tudo era religioso e mágico. Ele era um homem
extremamente intelectual, detalhista e sua arte se desdobra até o infinito. Paul Klee nega a
realidade da percepção normal transformando tudo o que você acha que é certo e normal.
Paul Klee, que surgiu no expressionismo, acabou deixando de ser para se tornar Paul Klee
mesmo. É considerado um dos grandes artistas do século XX.
Expressionistas brasileiros:
Mário Gruber
Anita Malfati
Portinari
Grassmann.
Expressionistas mexicanos:
Diego Rivera
Orosco
Siqueiros
Diego Rivera pintor mexicano, muralista, expressionista, viveu muitos anos na Europa e
escreveu que teve muita influência de Giotto e Velásquez. Voltou ao México fazendo
grandes murais em edifícios públicos da cidade do México.
No Rockfeler Center também se encontra um grande mural dele.
Obs.: Jackson Pollock, quando era jovem e foi pintar em Nova York, ficou impressionado
pelo mural de Diego Rivera pedindo para que fosse ajudante dele. Pollock acabou
ajudando no trabalho de Diego Rivera. Esse encontro dos dois não chegou a influenciar na
pintura de Pollock. Sua influência se deu mais na “força do homem", na figura do artista,
do que na própria técnica.
143
Diego Rivera vai pintar muito o seu folclore, a tradição dos Maias, Astecas, Zapotecas,
episódios da mitologia mexicana. Aquela revolução mexicana, muito forte, muito dolorida,
gerou uma pintura muito forte. É também muralista. Tem uma linguagem de
expressividade muito forte. Vai ter a coragem de pintar numa época muito difícil da
realidade mexicana. Ele não pintava a beleza, mas a realidade e por isso sua vida foi difícil
por quererem que ele pintasse a beleza. Mas, mesmo assim ele se tornou um pintor de
peso. O governo mexicano pedia que ele fizesse sua pintura de determinado forma por
precisar do dinheiro americano mas, ele jamais modificou o seu trabalho por causa disso.
Ele era um homem de personalidade muito forte.
144
31a. AULAErro! Indicador não definido.
Cândido Portinari
Nasceu em Brodosqui. Foi um grande imitador de Picasso. A Mali não gosta pois acha que
ele não encontrou sua própria linguagem.
Lazar Segall foi um expressionista muito mais importante que ele.
Obs.: O Museu Lazar Segall fica na Vila Mariana.
Anita Malfatti
Teve uma influência grande dos países nórdicos. Vai para a Alemanha com a desculpa de
acompanhar suas amigas, volta muito influenciada pelos expressionistas e apaixona-se
pelo trabalho de Edward Munch. Essa viagem à Alemanha foi paga pelo seu tio que a
amava. Ela tinha a mão defeituosa.
Monteiro Lobato fez uma crítica muito dura de seu trabalho em sua 1a. exposição (entre
1917 a 1919, onde é hoje o Mappim). Ela não suportando a critica, jamais se recupera de
sua depressão.
145
Grassmann, Marina Karan: Gravuristas.
Apresentação de Slides:
146
32a. AULAErro! Indicador não definido.
CUBISMO
É o início da idade moderna do mundo, da arte. Em 1900, ano em que Picasso chegou à
Paris em sua primeira visita, Freud estava publicando a interpretação dos sonhos. No ano
de 1904 Einstein escreve sobre a teoria da relatividade que vai mudar totalmente o
conceito do universo. Pode também ser notado, no início do século XX, o surgimento de
muitas dúvidas e interrogações. Dúvidas, por exemplo, sobre o consciente e inconsciente,
etc. Na arte também houve uma série de mudanças. Durante cinco séculos, desde o pré-
renascimento até hoje, os artistas vão buscar em suas pinturas as aparências externas e o
bom pintor será aquele que vai pintar realmente o objeto como ele é. De repente, os
pintores, a partir de 1900, vão pintar muito mais o que sentem do que o que vêem.
Quando se fala em mudança precisamos falar de um estilo que mudou muito a arte no
mundo e provocou uma revolução na estética. Essa mudança foi realizada em 1906, 1907
pelo Picasso quando ele pintou "Le Mademoiseille D'Avignon". Essa revolução foi
fantástica.
O Cubismo vai ser uma reação contra a afirmação de que o mundo que nos cerca é
acadêmico. O cubismo virou 400 anos de arte de pernas para o ar.
Os pintores Cubistas como Picasso, Fernando Leger, Braque, Juan Griss, os mais
famosos, foram muito apoiados na imprensa pelos escritores que publicavam sobre essa
nova arte muito intelectual.
A arte Cubista é muito mais conceitual, racional, do que emoçional e de sensação. A arte
Cubista é uma arte muito elaborada.
O Cubismo se vale muito da memória do fruidor do que dos objetos concretamente vistos
pelos olhos. O pintor cubista vai pegar um objeto e quebrá-lo em partes. A minha memória
é que vai ter que olhar essas partes e montar novamente o objeto. É por isso que é muito
racional. Vai depender muito da minha memória.
Em uma pintura Cubista, o fruidor vai ter que usar muito o raciocínio para entender a obra.
Já em uma pintura como a Barroca ou Impressionista o fruidor vai usar o que sente para
entendê-las.
O Cubismo procura a essência da visão humana, a particularidade cultural de cada objeto.
Para ser um bom pintor cubista na essência certamente será um homem culto. É preciso
muito estudo e intelectualidade. É a recuperação da nova visão da arte através de um
conceito intelectual, da razão. É extremamente conceitual muito mais que perceptual.
Os cubistas vão pintar e representar um objeto através do lado que nós vemos e do lado
que nós não vemos desse objeto. Ele vai imaginar, criar fragmentos para representar
todos os lados do objeto, segundo o conhecimento intelectual que ele tem dessa
representação.
O cubismo não aceita nunca o momento estático. Ele é totalmente dinâmico. Vai ser uma
nova forma de ver e representar o mundo.
147
Os Cubistas não dão valor à perspectiva. Eles constróem espaços pictóricos onde eles
determinam as representações. É um espaço pictórico que não tem nada a ver com a
representação da realidade.
Para que possamos entender Picasso, temos que conhecer o homem e o artista. É muito
importante conhecer Picasso porque todas as fases de sua pintura tem muito a ver com a
retratação de sua própria vida e da época em que viveu, como exemplo:
Durante a segunda guerra mundial quando os alemães bombardeavam Paris e ocorria o
black-out, os aliados pediam que colocassem panos escuros roxos nas janelas para que
os aviões não avistassem as luzes das casas. Nessa fase toda sua pintura terá panos
roxos.
Quando morre sua cabra, seu bichinho de estimação, ele vai pintar tudo com cabra,
inclusive broches, esculturas, etc.
Antes de falar sobre sua vida é preciso deixar registrado a soberba vitalidade de um artista
continuamente dedicado à criação até seus últimos momentos de vida. Dono de uma
dinâmica constante, Picasso sempre esteve em movimento criando e deixando estilos e
frases de forma a garantir uma obra cuja característica básica era a busca de sua
individualidade. Ele é extremamente individualista. Foi um homem artista em perene
evolução, o que marcou sua obra. “Arte” é uma perene evolução. É busca, é procura.
Dificilmente houve alguém que tivesse superado Picasso no sentido do que seria arte do
século XX. Sempre numa constante busca e inovação, sua obra é inconfundível. Foi
cubista somente 5 anos e depois foi “Picasso”.
No museu Gugueheim, em New York, tem 8 obras dele. Essas obras são as melhores de
cada fase. Tem muita obra de Picasso em Barcelona, no Museu Moma mas, a do Museu
Gugueheim é a melhor.
Dizem que foi Matisse que ao olhar o quadro do Picasso com Braque disse:
"Você está pintando só cubo! Mas isso é cubismo!"
Muitos outros também tiveram a mesma opinião.
O objeto nunca vai ser representado como foi visto, mas como foi pensado pelo artista. Na
estética da arte, o Cubismo é considerado uma arte bastante intelectualizada. A técnica
cubista apresenta várias texturas. Tem aspectos extremamente renovadores para a época,
quando começaram a fazer “colagens”.
148
Picasso falou o seguinte: "Para que vou pintar um pedaço de madeira, se posso colar a
própria madeira na pintura?. O mesmo com o jornal, areia, etc.”
Isso vai mudar muito a visão da arte.
As letras gráficas vão aparecer com Picasso e Braque. Picasso vai assinar o nome no
meio da obra como que fazendo parte dela.
O jornal vai ser muito usado na colagem. É o cotidiano. É o novo homem que vai pegar
esse hábito de ler jornal, exatamente nessa época que ocorre o cubismo, nesse começo
de século.
Esse hábito vai ser registrado historicamente nas obras de Picasso.
O cubismo sempre vai ser figurativo de um modo geral, mas também pode ser abstrato.
Na verdade o abstracionismo tem muito a ver com o cubismo. Quando o cubismo
fragmenta tudo chega a ser quase um abstrato. No cubismo analítico, a imagem já é quase
um abstrato.
Braque e Picasso vão pintar juntos na montanha (onde Cezanne pintava), que parecia um
cone, de forma muito parecida e não vão assinar seus nomes, já que era um estudo. Os
dois quadros ficaram idênticos. Eles voltaram e surgiram com a idéia da colagem, cada um
escolhendo seu pedaço de jornal.
Houve muita confusão para que os historiadores identificassem a obra de um e de outro.
Teve uma exposição somente com esses trabalhos, na National Gallery de Londres, para
que as pessoas soubessem distinguir entre Picasso e Braque.
Essa exposição mostrava a diferença entre os dois:
Picasso tinha recortes de jornal somente de assuntos alegres sobre touradas, festas, etc.
Braque, que era introspectivo, triste, somente recortava assuntos fúnebres, sobre perdas,
morte e sempre de circunstâncias do cotidiano como alguém que perdeu uma cadeira, a
vida, a mulher, etc. Picasso jamais iria fazer isso.
Uma obra cubista tem que ser vista pela razão para depois sentir a emoção. Quanto mais
você sabe, mais sentirá essa emoção.
Uma obra de arte do século XX, você tem primeiro que saber, entender, para depois sentir
a emoção.
149
33a. AULAErro! Indicador não definido.
PICASSO (1881-1973)
Obs. em "off": Picasso não chorou ao nascer. Um tio chamado Salvador Ruiz, que fumava
charuto, entrou no quarto e achou que o nenê não estava respirando. Esse tio sem querer
deu uma baforada no rosto da criança que começou a chorar. Por esse fato ele recebeu o
nome do tio em seu sobrenome. Cada parente que chegava e adorava a criança os pais
colocavam o sobrenome no filho, principalmente porque ele era o único menino daquela
família que só tinha menina. Essa atitude de se colocar o sobrenome de todos os parentes
na criança é muito comum na Espanha.
Picasso adorava o pai que sempre o levava às touradas. Numa praça de touros ocorre um
espetáculo brilhante com cores vivas, onde os toureiros vão mostrar muita habilidade,
muita elegância e também muita crueldade, muito sangue. Essa mescla do brilho, da
crueldade, dos odores, da doçura, da beleza, da estética da cor, tudo vai influenciar
Picasso para o resto de sua vida.
Quando Picasso tinha 14 anos já pintava com perfeição. Foi auto-didata. Com 15 anos o
pai já o considerava pintor e resolve alugar um espaço para montar o seu atelier. As
pessoas admiravam o fato dele ser tão novo e ter um estúdio montado pelo pai para ele.
Nessa época ele vai pintar uma obra chamada "Ciência e Caridade" e o seu pai vai posar
como médico para ele. Essa obra vai ser premiada em Madri em uma exposição muito
importante, muito requisitada. O pai ao saber que o filho ganhou uma medalha de ouro
resolve incentivá-lo a estudar em Madri, no Museu do Prado, onde Picasso fará cópias das
obras de El Greco, Goya, Velásquez, etc.
Velásquez (barroco)
Goya (no final da vida era expressionista)
Murillo (barroco)
Miró
Gaudi (grande arquiteto)
Salvador Dali
Picasso
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Em 1900 Picasso vai à Paris em uma grande aventura para visitar a exposição
internacional. Fica então enlouquecido com o trabalho de Van Gogh e Toulouse Lautrec.
Nessa época Monet também estava vivo (vai viver até 1910). Tanto Van Gogh como
Toulouse Lautrec vão influenciar o trabalho de Picasso por pelo menos uns quatro meses.
Em "off": Em 1900, quando Picasso saiu da Espanha, um marchand vai se oferecer para
cuidar de seus quadros, fazer exposições, mas ele não vai aceitar. Ele disse que não iria
querer nunca estar preso a nenhum marchand na sua vida e que queria ser um homem
livre. Não queria que ninguém cobrasse ou controlasse a sua vida. O marchand chegou a
oferecer até um fixo mensal mesmo se ele fizesse somente uma obra por mês. Ele disse
que fazia até dez por mês mas que não queria ficar preso a esse tipo de compromisso.
Foi morar em Mont Martre que era mais barato e onde só vivia os intelectuais. Ele não
tinha como pagar um lugar melhor para se viver. O prédio em que morava parecia um
barco e era tão feio que o pessoal da região apelidou de "le bateaux larvoir".
Picasso era um homem cheio de vida, falante, carismático. O atelier dele, nesse "Bateaux",
vai ser o ponto de encontro de artistas, de escritores. Aos 23 anos Picasso começa a ser
famoso em um lugar fora de sua pátria.
Picasso conseguiu manter sua importância desde jovem até os 92 anos.
Entre 1901 e 1904 ocorre a sua "Fase Azul", quando ele vai pintar sobre as ruas pobres
de Mont Martre, as figuras solitárias e melancólicas, figuras que vivem à margem da
sociedade. É chamado de fase azul porque o azul é que predomina em todos os tons.
Quando se fala de tristeza, de um modo geral, o azul é o "Bleu", o "triste". O azul tem uma
ligação muito grande com o melancólico. Nunca mais no futuro vai retornar a essa fase
azul.
De repente ele se liberta dessa melancolia ao conhecer uma moça chamada Rose, que
apelidou de "Rose Bombom". Começou a freqüentar lugares muito alegres, muito felizes.
Conhece Braque, fica amigo de muitos marchands, começa a vender bastante. A sua vida
se torna "rosa". Passa a pintar só de "rosa".
Em 1906 ele já era o jovem pintor mais conhecido de Paris. Mudou-se para Mont
Parnasse, onde até hoje moram os artistas. Vai morar lá durante a sua “fase rosa” e onde
começa a refletir sobre o seu trabalho que já estava cansado de fazer. Ele vendia tudo o
que pintava.
Conhece 2 marchands: os irmãos Léo e Gertrudes Stein, badalados e ricos, que o
colocam na alta sociedade onde irão comprar muito suas obras.
Obs. Mont Parnasse, lugar onde Picasso vai viver até o começo da 2a.guerra mundial,
atraía muito os intelectuais, sendo conhecido como "O centro de arte moderna do mundo".
Ao parar de produzir a sua “fase rosa” ele vai falar: "Eu não procuro, eu acho".
Nesse momento de pesquisa, vai ter um encontro com a Arte Primitiva Africana. Esse
encontro vai ser decisivo para ele.
A arte africana vai ser o momento decisivo no entendimento da arte, vista como arte do
século XX.
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Picasso percebe que o artista negro não pinta raciocinando porque ele não conhece os
cânones da arte (regras de beleza da arte), não conhece Fídeas, Grécia, Roma. Ele vai
pintar o que ele sente.
É uma nova visão de compreender a arte. As máscaras que ele mais vai gostar são as
máscaras da Polinésia.
Obs.: No mercado das pulgas de Paris, você vai encontrar muitas máscaras africanas de
várias origens.
A partir daí vai começar a “Fase Negra”. Nessa fase ele vai retratar seres cruéis,
fascinantes, dançarinas sem olho (irreais), sobrenaturais, inspirando-se na cultura
espanhola cheia de superstições, histórias fantasmagóricas e folclores.
Ele vai entrar e sair dessa “fase negra”, voltando somente após o Cubismo.
As fases “azul” e “rosa” são as únicas que ele não vai voltar nunca mais.
A fusão de dois mundos mágicos, que são as histórias folclóricas e a arte negra, vão fazer
surgir no século XX uma das tendências mais importantes que é o CUBISMO.
Picasso vai pintar entre 1906 e 1907 a famosa obra "Les Mademoiselle D'Avignon". Foi um
escândalo tão marcante que Braque ficou sem falar com ele por 6 meses. Ele vai acabar
com 30 séculos de arte ocidental. A mudança foi radical. A partir de 1908 Picasso lidera o
movimento cubista da Europa. O cubismo para Picasso foi uma paixão exploratória que
durou somente 5 anos.
Em 1915 ele volta à um realismo mais sutil até 1925, período onde sua pintura fica mais
calma. Picasso tem muitas fases, mas sua pintura não é difícil de ser reconhecida.
Picasso tinha uma personalidade muito forte que vai ser muito importante para sua obra.
Ele disse o seguinte: “o retorno periódico à determinadas fases era como uma volta a
obra à ordem dele”. Ele precisava voltar para se ordenar novamente interiormente.
Ele tinha uma boa organização e um sistema de trabalho.
Em 1920 se casou com uma bailarina russa chamada Olga. Casou-se 5 vezes, além dos
casos que tinha por fora. Das 5 esposas, 2 se suicidaram porque ele as deixou. Em 1931
essa bailarina foi substituída por Maria Teresa Walker. Ele chegou a pintar as duas no
mesmo dia. Teve caso com as duas ao mesmo tempo e permaneceu com elas por algum
tempo, trabalhando sem cessar. Não esconde sua obsessão pelo sexo.
Vai escrever o seguinte, tendo muito a ver com a arte do século XX:
"A arte não é casta. A arte é perigosa, é reveladora. Se é casta ou não se revela, não
é arte, é um jogo."
Segundo Mali: Tudo o que Picasso pintava era realista e irreal, uno e mutilado, objetivo e
subjetivo. Isso é estilo pessoal de um gênio. Só gênio consegue pode pintar uma coisa que
é real e irreal, uno e mutilado, objetivo e subjetivo ao mesmo tempo.
Vai casar com Dora Maar e pintar muitos retratos dela.
Em 1936 ele vai ser nomeado diretor do Museu do Prado, quando acontece a guerra civil
espanhola. Nesse período ele não vai querer voltar à Espanha para assumir a direção do
Museu do Prado.
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Nunca mais vai voltar à Espanha até o Franco morrer. Fica o tempo todo morando na
França e saudoso de seu país. Vai pintar sua obra prima "Guernica", mostrando que é um
pintor consciente e engajado socialmente na luta contra os mais fracos. Levou mais ou
menos uns 4 meses para elaborar a obra. A Dora Maar (que era fotógrafa) fotografou
todas as etapas. Guernica era uma obra que tinha as cores preto, branco e cinza.
Começou a pintar em cores, desistindo depois.
Guernica é um mural bem trágico onde vai mostrar a tragédia humana. Foi pintada com
paixão, convicção e com inúmeros desenhos preparatórios.
Guernica era um vilarejo Basco na província de Biscaia. No dia 26 de abril de 1937
ninguém falava de guerra, era um dia de feira. A cidade tinha somente 6.000 habitantes.
As pessoas saíram da feira e foram fazer a sesta. De repente, à 1 hora da tarde,
esquadrilhas de aviões das forças nazistas aliadas à Franco, bombardearam a cidade.
Ninguém falava de guerra, não tinha o porquê. Foi então o primeiro bombardeio aéreo da
história da humanidade de uma cidade inteiramente civil. Durante 3 horas jogaram bombas
matando cerca de 1765 pessoas. Dois dias depois a Europa toda sabia da história.
Picasso 24 horas depois do acontecido começa a esboçar Guernica.
Ele fez três coisas de imediato:
1o. Fez o cavalo agonizante, traspassado com uma lança nas costas, que representa o
povo.
2o. O touro de perfil que personifica a brutalidade.
3o. A mulher sustentando uma lâmpada na mão, que vai ser o símbolo da justiça. Vai
buscar a luz.
Nessa época, aos 55 anos, ele fez 57 esboços gerais diferentes antes da composição final,
além de ter muito mais esboços específicos.
Picasso sempre pintava sozinho, mas quando fez Guernica deixou que André Morrow (?),
Paul Edward entrassem para ver a sua obra.
Obs. em “off”: Salvador Dali conseguiu conquistar a mulher de Paul Edward, ficando com
ela.
Picasso ao terminar Guernica em 1939, está rico, com muita fama, mulher e filhos.
Mas, a sua força criadora não pára. Nessa época vai morar na Cote D'Azur. Estava em
Cap D'Antibes, bem na ponta do cabo, em um castelo do século XVII que foi adquirido por
ele. Vai morar e pintar muito. Disse:
"Quando eu era criança minha mãe me dizia: se fores soldado chegarás a general,
se fores frade acabarás a papa. Quis ser pintor e tornei-me Picasso".
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Picasso recebeu muito apoio dos pais.
Ele continuou estrangeiro na França, sem nunca ter se naturalizado.
Em "off":
Na segunda guerra mundial quando os nazistas entraram na França e acabaram com
Paris, tinha a Gestapo e a Resistência. Picasso pertencia a Resistência ajudando muito os
espanhóis, que eram judeus, a fugir. De repente a Gestapo surgiu em seu Atelier quando
Picasso estava pintando. Ele resolve não esconder nada. Chega o embaixador espanhol
nazista que verá uma fotografia bem grande de “Guernica”. O embaixador pergunta a
Picasso: "Foi você que pintou isso?"
Picasso responde: "Não, foi você quem fez isso!". Então o embaixador sai de seu atelier
sem falar nada.
Em 1946 Picasso vai casar com a 4a. mulher “François Gilot”, com quem ele vai ter os
filhos Claude e Paloma. Nessa época ele já tinha 68 anos e vai trabalhar com cerâmica,
gravura, escultura e jóias.
Fofoca: Quando a Brigite Bardot foi visitá-lo e ele se encontrava com 60 anos
aproximadamente, fez um monte de cerâmica terracota para ela. Eram esculturas
parecidas com ela, com animais, etc. Essas esculturas ajudaram-na futuramente quando
arrecada um bom dinheiro ao leiloá-las para ajudar financeiramente a sua obra de
“proteção aos animais”.
Picasso disse que tinha repúdio a toda regra e convenções e com isso ele permanece um
criador inesgotável. Picasso inventa e cria formas que ele abandona e depois volta a pintar
novamente. Por isso seu trabalho é tão polivalente.
Em 1954 ele vai viver uma paixão muito forte com Jaqueline Roque. Vai então desenvolver
uma série de trabalhos nessa época, entre eles a “releitura das meninas de Velásquez”, o
mural "Guerra e Paz", o "Pombo" (Paloma) que para ele é o símbolo da paz.
Em "Off": Jorge Amado que tinha adoração e muita amizade por Picasso, convidou-o para
ser padrinho da filha levando-a para a França. Por isso a filha de Jorge Amado chama-se
Paloma Amado.
Picasso compra um castelo na França e uma casa da Idade Média também. Um
apartamento duplex em Paris, um duplex no Central Park, que ele nunca foi e onde mora
hoje sua filha Paloma. Compra também em Málaga uma fazenda imensa, uma outra
fazenda em Marbela, etc.
Na Itália, próximo à Capri, vai comprar também uma ilha enorme onde vai construir um
castelo como o da Espanha que tinha. Vai adquirir muito mais imóveis também.
Foi filmado por Clouseaux, fantástico diretor francês e por Alan Ransmie, outro diretor.
Mais de 30 filmes foram feitos sobre sua vida além de mais de 1400 livros em 40 línguas.
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Para terminar, Mali descreve em seu livro:
"Por estranho que pareça esse grande e talvez o maior artista plástico de nosso século,
não teve e nem tem seguidores. Eu tento achar influências do mestre, mas ninguém pode
querer pintar como Picasso, porque ele foi o único. Pintando o que nunca se viu, o
imprevisto, ele mostrou a aventura do olhar, a festa da revelação, do encontro, a ocasião,
o mistério e o risco de ousar, essas coisas tão humanas. Morreu aos 92 anos em 09 de
abril, dizendo: "Concordo com Dom Quixote: meu repouso é a batalha".”
Apresentação de slides
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Comentário sobre o questionário da aula anterior:
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34a. AULAErro! Indicador não definido.
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28. BRAQUE: pinta muito o que existe ao seu redor, não se lança. Pinta muito aquilo
do cotidiano. É a vida íntima dele. Pinta a natureza morta da casa dele. Tem muita
colagem. Tanto Picasso quanto Braque vão pintar muito natureza morta.
29. BRAQUE: Natureza morta. Cubismo sintético.
30. BRAQUE: Pintura com colagem e fundo pintado. São dois instrumentos musicais.
31. BRAQUE: Moça com guitarra. Cubismo analítico. Muitos planos.
32. BRAQUE: Travessa de frutas. Obra feita no ano de 1930.
33. FERNANDO LÈGER: Cubista mais analítico do que sintético. Vai pintar muito a
máquina e o homem quase como uma máquina. Ele vai quase humanizar a
máquina.
34. FERNANDO LÈGER: Vitral que está na Capela Sixtina em Roma. É a visão de
Cristo na Cruz.
35. FERNANDO LÈGER: O homem máquina, o homem robô, cubismo analítico.
36. FERNANDO LÈGER: Os fumantes, que poluem a cidade toda.
37. FERNANDO LÈGER: Robotiza os homens
38. JUAN GRISS: Pintura que imita uma colagem. Pintor espanhol.
39. JUAN GRISS: Outra pintura que imita colagem. Ele fragmenta a fruteira, etc.
40. JUAN GRISS: Pintura monocromática onde você sente o volume. Tem muita
profundidade ao mesmo tempo em que parece ser plano.
SURREALISMO
Em 1924 surge um grupo de pintores que vai se interessar muito pelo subconsciente, onde
ocorre aí a falta de lógica.
Eles se interessavam demais pelo sonho, pelo fantástico, pelo irreal, pela loucura, tudo que
contrariasse a lógica.
Loucura
Sonho
Irreal
Ilógico
A forma deles pintarem é muito realística, mas o conteúdo é sem lógica.
Freud estava em moda. A arte que é muito lógica, como iria acompanhar o ritmo se este
já não é mais lógico? A arte tem que acompanhar a época. Vai haver, portanto, uma série
de trabalhos que chamamos de surrealista. É uma arte do inconsciente.
O surrealismo não é uma arte só do inconsciente, é também uma arte sem limites de
qualquer espécie no conteúdo.
O surrealismo vai surgir na pintura, na poesia, na música, no tipo humano (aquela pessoa
surreal). O pintor, o poeta e todos os outros artistas procuram dois mundos: um visível e o
outro submerso, vago, indeterminado, que é o subconsciente da gente. Vão procurar pintar
esse subconsciente que não é fácil.
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Nós vivemos hoje, segundo Mali, em um mundo com métodos muito lógicos. Isso dificulta
o entendimento do mundo surreal. O surreal não tem lógica nenhuma. É o nonsense total.
Os fins lógicos não escapam de nós, mas os fins ilógicos sim. Tudo que não tem lógica e
que foge do nosso controle, nós não gostamos.
O surreal passa a ser a arte pura do sonho e da fantasia. Vão usar muito álcool,
excitantes, hipnose, símbolos esotéricos, alquimia. Na arte surrealista não vai haver uma
lógica discursiva. Ela não vai ter começo, meio e fim.
O surrealista vai usar primeiro elementos justapostos, quer dizer, elementos que podem
estar no mesmo tempo no mesmo lugar e podem ou não estar mesmo espaço.
Ex.: Quando Paul Delvaux vai pintar uma moça nua em uma estação de trem com uma
vela na mão como se fosse uma sonâmbula, isso incomoda muita gente, porque não tem
lógica.
Surrealismo tem muito recollection. É o sonho mal resolvido que agente tem.
Paul Delvaux é um pintor surrealista que vai pintar muito estação de trem. Coloca uma
mulher da época barroca fazendo justaposição de tempo e de elementos com mulheres
mais clássicas no plano de trás. A forma é perfeita como uma fotografia mas a história ou o
conteúdo é estranho.
Paul Delvaux é belga e morreu em 1994.
Em "off": Quando ele era mocinho, tinha paixão por trem, morava em uma casa próximo à
uma estação ferroviária. Seu pai resolveu então levá-lo para uma viagem de trem. Quando
eles chegaram lá o trem já tinha saído. Isso vai marcar muito pelo resto de sua vida,
influenciando sua pintura.
O "acaso" para os surrealistas é uma coisa muito importante. Vai funcionar como uma
"mis en cene" = "fundo"
Ex: Dali pegava um papel e colocava ao ar livre por 3, 4 dias. O que acontecesse com
aquele papel ele ia aproveitar para fazer em suas obras, como borrões. É o acaso.
Na pintura surrealista, a técnica é ligada à criatividade. Vai ter que pintar muito bem a
forma para que seja muito fácil de entender.
Não pode pintar uma coisa muito complicada porque senão o fruidor não vai conseguir ler
a obra. Se a forma não for perfeita e a história complicada, vai ser impossível de entender
a obra.
Dalí vai pintar muitos símbolos fálicos, como os ciprestes pontudos. Vai pintar muito
costeletas penduradas em Gala, significando que gosta de “comer” Gala. Ele pinta também
muitas muletas. Acha que todo mundo tem muletas. A sua muleta era Gala. Ele representa
a muleta como se fosse forquilha (tipo muleta para segurar as oliveiras)
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A religião para Dalí é um campo de investigação. Ele foi muito místico.
Ele fez coisas muito loucas, como a "Apoteose do Dólar". Era um quadro cheio de dólar
assinado com um cifrão. Ele ficou muito rico. Quando a Gala morreu em 1982 ele estava
sofrendo o mal de Parkinson.
Dalí vai viver até o fim de sua vida de forma muito extravagante. Morre em 1986.
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14. René Magritte, "O falso espelho". Também está no MOMA. Os dois olhos são
preenchidos por nuvens.
15. René Magritte, "Madame Recamier", colocou sobre uma cadeira recamier, um
caixão. Atrás tem um prédio.
16. René Magritte, quadro de paisagem, com três bolas grandes em cima, sem
nenhum sentido
17. René Magritte, um homem com olho de pantera
18. René Magritte, "coisas do cotidiano", tem sabonete, pincel de barbear, pente, tudo fora de
19. René Magritte, "Paisagem empedrada"
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