Pto 1 e 2 - 2011
Pto 1 e 2 - 2011
Pto 1 e 2 - 2011
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infiltração, drenos) e mananciais meteorológicos (águas de chuva, granizo e neve). Deste
volume mais de 97% é água salgada, não utilizável para agricultura, uso industrial ou
consumo humano. Dos 3% de água doce existente, apenas 0,3% aproximadamente é
aproveitável ou de extração mais fácil, pois a maior parte encontra-se presente na neve,
gelo ou em lençóis subterrâneos situados abaixo de uma profundidade de 800m, tornando-
se inviável ou dificultando o consumo humano. Uma distribuição geral da quantidade de
água na natureza é apresentada no quadro 1.
A água quimicamente pura não existe na natureza, pela sua própria condição de
solvente universal pode dissolver uma série de substâncias que vão definir suas
características (qualidade). Também, condições climáticas, geográficas e geológicas, assim
3
como a composição e ocupação do solo são fatores de influência que definem as
características da água e influem no grau de tratamento e nos diversos usos a que ela se
destina.
“Caso não ocorram mudanças na gestão mundial dos recursos hídricos, em 2025,
2/3 da população mundial deverá sofrer conseqüências da falta de água”
Conferência HABITAT 2 – Istambul / 1996
Além da má distribuição e das perdas, deve ser considerada também a crescente
degradação dos recursos hídricos como resultado da ação antrópica. Assim, muitas regiões
apresentam problemas relacionados com a água, seja pela sua disponibilidade ou por sua
qualidade ou por ambas.
O homem utiliza a água para os mais diversos fins, que implicam ou na retirada de
água dos cursos d’água, podendo ocorrer perdas entre o que é retirado e o que retorna ao
sistema natural; ou em atividades desenvolvidas no próprio ambiente aquático. Entre os
principais usos da água citam-se: o abastecimento doméstico e industrial, a irrigação, a
dessedentação de animais, a aqüicultura, a preservação da flora e da fauna, a recreação e
o lazer, a harmonia paisagística, a geração de energia elétrica, a navegação e a diluição e
transporte de despejos.
A inter-relação entre o uso da água e a qualidade requerida para a mesma é direta.
Entre os usos relacionados, pode-se afirmar que o uso mais nobre é representado pelo
abastecimento doméstico, que exige a satisfação de certos critérios específicos de
qualidade, enquanto o menos nobre é o da diluição de despejos. Deve-se lembrar que
4
alguns corpos d’água apresentam usos múltiplos, decorrendo daí a necessidade de
satisfazer simultaneamente aos diversos critérios de qualidade. O quadro 2 relaciona de
forma sintética os usos da água aos requisitos mínimos de qualidade correspondentes.
5
Presença de nutrientes e
qualidade compatível com as
AQUICULTURA exigências das espécies
cultivadas
PAISAGIAMO E MANUTENÇÃO
DA UMIDADE DO AR E DA
ESTABILIDADE DO CLIMA Estética e conforto térmico
7
1.4 FORMAS DE IMPUREZAS PRESENTES NA ÁGUA
Durante a circulação da água pela biosfera, processos de lixiviação e dissolução de
rochas e vegetais além de fatores antropogênicos, vão acumulando e/ou transportando
diferentes constituintes que vão conferir à água características próprias que naturalmente
variam de acordo com as situações geológicas e climatológicas locais. Estes diferentes
constituintes genericamente chamados de "impurezas" se distribuem na massa líquida
conforme seu tamanho de partícula entre formas solúveis (dp ≤ l0-3 ), coloidais (l0-3 ≤ dp
≤ 1 ) e suspensos (dp > l), conforme é mostrado na figura 2.
8
partículas relativamente grandes de substâncias que flutuam sobre a água são chamadas
de impurezas em suspensão. Algas, fungos, bactérias inócuas e patogênicas, vermes,
larvas, areia, silte, argila e resíduos industriais e domésticos são os principais exemplos
desta forma de impureza.
No quadro 3 podem ser observados os efeitos diretos ocasionados pela presença de
impurezas em função do estado em que se encontram na água.
9
(b) A água utilizada no asseio corporal ou a que, por razões profissionais ou outras
quaisquer, venha a ter contato direto com a pele ou mucosas do corpo humano: ex.:
trabalhadores agrícolas em cultura por inundações, lavadeiras, atividades recreativas
(lagos, piscinas, etc).
(c) A água empregada na manutenção da higiene do ambiente e, em especial, dos locais,
instalações e utensílios usados no manuseio, preparo e ingestão de alimentos
(domicílio, restaurantes, bares, etc).
(d) A água utilizada na rega de hortaliças ou nos criadouros de moluscos, ostras, mariscos
e mexilhões.
Nos usos citados em (a) e (b) há contato direto entre água e o organismo humano, em
(c) e (d) há principalmente contato indireto. Também em (a) e (d) influi a qualidade, e em (b)
e (c), além da qualidade, é muito importante a quantidade disponível, que em alguns casos
é fator preponderante.
Se a nocividade da água pode resultar de sua má qualidade, a quantidade insuficiente
de água também gera graves problemas de saúde. Segundo a Organização Mundial da
Saúde OMS, aproximadamente um quarto dos leitos existentes em todos os hospitais do
mundo está ocupado por enfermos, cujas doenças são ocasionadas pela água, seja pela
sua escassez ou pela sua qualidade, ou ambas.
A relação entre a qualidade da água e doenças, intuitivamente suspeitada ou admitida
desde a mais remota antigüidade, só ficou comprovada cientificamente a partir de meados
do século XIX com a epidemia de cólera em Londres. (John Snow).
Reconhece-se que o fator quantidade tem tanta ou mais importância que a qualidade,
na prevenção de algumas doenças. A escassez da água, dificultando a limpeza corporal e a
do ambiente, permite a disseminação de enfermidades associadas à falta de higiene.
Assim, a incidência de certas doenças diarreicas, do tipo shigelose, varia inversamente à
quantidade de água disponível "per capita", mesmo que essa água seja de qualidade muito
boa. A tracoma, que ocorre em vastas áreas de zona rural brasileira, tem como uma das
bases de sua profilaxia, o abastecimento d'água no domicílio, em quantidades para permitir
o asseio corporal satisfatório.
10
Também algumas doenças cutâneas e infestações por ectoparasitos, como os piolhos,
podem ser evitadas ou atenuadas onde existe conjugação de bons hábitos higiênicos e
quantidade de água suficiente.
11
abastecimento de água deve-se investigar as espécies de mosquitos existentes na área de
inundação e vizinhanças, bem como aspectos epidemiológicos relacionados à malária.
12
contaminantes introduzidos nos cursos d'água por certos despejos industriais.
13
Quadro 5 – Contaminantes x conseqüências
IMPUREZAS CONSEQUÊNCIAS
Flúor Fluorese dentária, quando o teor > l,5 mg/l
Prevenção contra a cárie dentária: 0,6 mg/l > teor <
l,5 mg/l
1.5.2 - Profilaxia
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O perigo da transmissão de doenças infecciosas pela água, refere-se, na prática, às
doenças infecciosas intestinais e portanto, a profilaxia deve necessariamente girar em torno
de medidas como:
proteção dos mananciais, inclusive medidas de controle de poluição das águas;
tratamento adequado da água, com operação continuamente satisfatória;
sistema de distribuição da água bem projetado, construído, mantido e operado. Deve-se
manter a água na rede com pressão adequada;
controle permanente da qualidade bacteriológica e química da água na rede de
distribuição, ou preferivelmente, na torneira do consumidor;
solução sanitária para o problema da coleta e da disposição dos esgotos, e, em
particular dos dejetos humanos, tendo sempre como uma das finalidades a proteção do
abastecimento de água potável.
observar, na zona rural, as medidas indicadas para a proteção dos poços, nascentes e
mananciais de superfície, inclusive a construção de sistemas mais aconselháveis para o
destino satisfatório dos dejetos, evitando a poluição direta da superfície, do solo ou das
coleções líquidas;
melhoria da qualidade da água suprida às pequenas comunidades, auxiliando-as técnica
e financeiramente a utilizarem métodos simples e pouco dispendiosos de tratamento,
inclusive desinfecção, quando necessário.
controle do ciclo do agente infeccioso.
15
dos criadouros de insetos vetores, a higiene pessoal e doméstica são fatores preventivos
essenciais no controle das doenças clássicas ocasionadas por falta de saneamento básico.
a) Cor
A água pura é incolor. No entanto, devido à presença de substâncias coloridas
dissolvidas (resíduos industriais, compostos de ferro e manganês) e coloidais finamente
dispersas, resultante do contato da água com resíduos orgânicos e extratos vegetais
(folhas, madeiras, taninos, ácidos húmicos) a água adquire cor. As águas superficiais
podem ainda adquirir cor por poluição com águas residuárias altamente coloridas, como os
esgotos provenientes das operações de tingimento da industria têxtil e das operações de
polpação da indústria do papel.
As águas superficiais podem parecer altamente coloridas ou apresentar turvação devido
à matéria corante em suspensão. A cor causada por matéria em suspensão é designada
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por "cor aparente" e é diferençada da cor devida aos extratos vegetais ou orgânicos que
são coloidais e que constituem a "cor verdadeira". Em análise de água é importante
distinguir entre cor "aparente" e cor "verdadeira", pois parte da "aparente" pode ser
removida por coagulação-floculação-sedimentação, enquanto a cor "verdadeira" é mais
difícil de ser removida pelos processos convencionais.
A cor é determinada por comparação visual da amostra com soluções padrão de
platina-cobalto de concentrações conhecidas, sendo o resultado fornecido em unidades de
cor, também chamadas de unidades Hazen (uH).
Em geral, as águas naturais apresentam teores de cor variando de 0 a 200 unidades
Hazen (uH), sendo que valores superiores a 25 uH usualmente exigem, para sua remoção,
de coagulação química e filtração.
Deve-se observar que a cloração de águas coloridas para finalidades de abastecimento
pode gerar produtos potencialmente cancerígenos (trihalometanos), derivados da
complexação do cloro com a matéria orgânica dissolvida (ácidos húmicos).. Para água
potável, a Portaria 518/2004 estabelece em 15 uH o valor máximo permissível (VMP) como
padrão de aceitação para consumo humano.
b) Turbidez
É uma característica decorrente da presença de substâncias em suspensão (argila
coloidal, areia, silte, limo, lodo) de matéria orgânica e inorgânica finamente dividida em
estado coloidal e de organismos microscópicos que absorvem e dispersam os raios
luminosos em lugar de permitir sua passagem através da água. A turbidez, é portanto, uma
medida da resistência da água a passagem da luz em linha reta. A origem destes materiais
na água pode ser natural como a devida à erosão do solo pelas águas de rolamento e a do
próprio leito do rio, além das contribuições de esgotos domésticos e industriais. Pode ser
causada também por bolhas de ar finamente divididas, fenômeno que ocorre com certa
freqüência em alguns pontos da rede de distribuição ou em instalações domiciliares.
2
A turbidez é utilizada não só como um parâmetro de caracterização de águas brutas
e tratadas, mas também como parâmetro de controle de operação das estações de
tratamento de água.
c) Sabor e odor
Embora sabor e odor sejam sensações distintas e não mensuráveis, usualmente são
referenciadas conjuntamente através de uma conceituação e interação entre ambos. Sua
origem está associada tanto à presença de substâncias químicas ou gases dissolvidos nas
águas naturais, - por vezes utilizados no próprio tratamento, como o cloro - quanto ao
metabolismo de alguns microrganismos, principalmente as algas e cianobactérias. A
importância deste parâmetro está relacionado à significativa possibilidade de rejeição, pela
população abastecida, de água adequada ao consumo e uso de outra fonte de qualidade
duvidosa mas sem odor e sabor. Embora possam existir sabores agradáveis,
freqüentemente considera-se o odor nas águas de consumo sob o ponto de vista negativo.
Efluentes industriais com pequena concentração de fenóis produzirão odor característico
que, por outro lado, não se manifesta quando da presença de metais. Dentre os compostos
responsáveis por conferir sabor e odor às águas de consumo, destacam-se os compostos
orgânicos naturais, como o 2-metilisoborneol (MIB) e geosmina, compostos produzidos
por algas, cianobactérias e actinomicetos, não associados a efeitos deletérios à saúde e
-1
passíveis de serem percebidos a concentrações inferiores a 5,0 ng.L . Além de
naturalmente presentes no ambiente, esses compostos apresentam padrão variável de
ocorrência e difícil remoção com as tecnologias usuais de tratamento, recaindo quase que
3
exclusivamente no emprego de carvão ativado, tornando-se a principal causa de
reclamações de sabor e odor entre os consumidores. A quase totalidade das estações de
tratamento de água do País encontra-se impossibilitada de realizar análises de MIB e
geosmina, direcionando o controle nos microrganismos responsáveis por sua geração.
O padrão de potabilidade vigente exige que a água para consumo humano seja insípida e
completamente inodora. Todavia, mesmo em nível internacional, não há metodologia
estabelecida bem como padrões de qualidade aptos a se inserir na rotina operacional das
estações de tratamento para detecção de odor e sabor nas águas de abastecimento.
a) pH (potencial de hidrogênio)
Expressa a concentração de ions hidrogênio de uma solução em termos de seu
log negativo: pH = - log H+ ou pH = log l/H+ e representa a intensidade das condições
ácidas ou alcalinas do ambiente aquático.
Na prática, utiliza-se a escala de pH que varia na faixa de 0 a 14 unidades, com o pH = 7
representando a neutralidade
0 7 14
4
de gases da atmosfera ou em fatores antropogênicos como o lançamento de despejos
domésticos e industria.
Os padrões de potabilidade vigentes não fixam valores de pH para águas potáveis mas
recomendam que, no sistema de distribuição o mesmo seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5.
As águas naturais podem apresentar valores de pH bastante variados, dependendo de
suas características de formação, mas de um modo geral para a adequada manutenção da
vida aquática, o pH deve situar-se entre 6 a 9 unidades.
b) Acidez
A acidez das águas pode ser do tipo natural ou mineral. A acidez natural ocorre devido
à presença do ácido carbônico (H2CO3), formado pela reação da água com o dióxido de
carbono (CO2) que pode ter sido absorvido da atmosfera por fenômenos de superfície ou
ser resultado de processos de oxidação biológica da matéria orgânica. O ácido carbônico é
um ácido fraco, que logo após a sua formação (CO2 + H2O -> H2CO3) poderá sofrer
dissociações formando íons, bicarbonato e carbonato responsáveis por outra característica
que é a alcalinidade (ver item seguinte). As formas predominantes destes íons estão
fundamentalmente relacionadas com o pH do meio, como pode ser visto na figura 3. Desta
forma, águas com pH entre 4,5 e 8,0 podem apresentar acidez natural devido à presença
de CO2 na forma de H2CO3. A acidez natural tem pequena significância do ponto de vista
sanitário pois nenhum efeito nocivo é atribuído ao CO2.
5
Figura 1. 3. Relação entre pH e percentual de CO2 "livre"
HCO-3 e CO2-3 (Modificada de Golterman et al, l978).
c) Alcalinidade
É devida a presença de substâncias comumente encontradas em águas naturais tais
como bicarbonatos, carbonos e hidróxidos. Como visto na figura anterior, a forma
bicarbonatada (HCO-3) irá predominar em águas com pH entre 6,5 e 10,3. A partir de pH
6
10,3 o íon dominante é o carbonato (CO2-3). Em águas não poluídas, onde o pH em geral
não excede a 8,3 a alcalinidade é devida principalmente à presença de bicarbonatos. A
alcalinidade da água é expressa em mg/l CaCO3.
d) Dureza
Característica conferida à água pela presença de sais de metais alcalino terrosos
(cálcio, magnésio, etc.) e alguns outros metais, em menor intensidade. Quando os
metais estão ligados a carbonatos (CO3) ou bicarbonatos (HCO-3) a dureza é
denominada temporária ou carbonatada, pois pode ser eliminada quase totalmente por
processo de fervura. Quando é devida a sulfatos alcalinos terrosos e cloretos é
denominada permanente ou não-carbonatada porque não é removida por aquecimento.
A soma das duas espécies chama-se de dureza total. Não há evidências de que a dureza
da água cause problemas sanitários, mas em determinadas concentrações, causa um
sabor desagradável e pode ter efeitos laxativos. A dureza da água também reduz a
formação de espuma no processo de lavagem, induzindo a um maior consumo de sabão,
podendo também, provocar incrustações nas tubulações de água quente, caldeirase
aquecedores. Segundo o grau de dureza as águas podem ser classificadas em águas
moles, moderadamente duras, duras e muito duras.
e) Ferro e Manganês
O ferro e manganês são elementos muito abundantes na crosta terrestre e apresentam
comportamento químico semelhante. Nas águas superficiais aparecem nas formas
insolúveis ou oxidadas (Fe3+ e Mn4+) associados a moléculas orgânicas, enquanto nas
águas subterrâneas aparecem em suas formas solúveis ou reduzidas (Fe2+ e Mn2+). Caso a
água contendo as formas reduzidas seja exposta ao ar atmosférico (ex: na torneira do
consumidor), o ferro e o manganês voltam a se oxidar às suas formas insolúveis (Fe3+ e
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Mn4+), o que pode causar cor na água, além de manchar roupas durante a lavagem.
Embora, nas concentrações normalmente encontradas esses elementos não apresentem
inconvenientes à saúde humana, sendo inclusive essenciais à dieta nutricional, eles podem
apresentar problemas de ordem estética ou prejudicar determinados usos industriais da
água. A dissolução de compostos do solo é a principal causa da presença desses
elementos na água. Assim, águas de determinadas regiões podem apresentar, em função
das características geoquímicas das bacias de drenagem, teores elevados de ferro e
manganês. Altas concentrações podem também ser encontradas em situações de ausência
de oxigênio dissolvido, como p.ex. em águas subterrâneas ou nas camadas mais profundas
dos lagos. Em certas concentrações, podem causar sabor e odor (mas, nessas
concentrações, o consumidor já rejeitou a água, devido à coloração característica da água
conferida pela presença desses elementos .Em termos de tratamento e abastecimento
público de a água a Portaria 518/2004 estabelece em 0,3 mg/L de Fe e em 0,1 mg/L de Mn
o padrão para consumo humano.
f) Matéria Orgânica
A matéria orgânica presente nos corpos d´água e nos esgotos é uma característica de
primordial importância para a qualificação da água, pois é a matéria orgânica, a causadora
do principal problema de poluição das águas: o consumo do oxigênio dissolvido pelos
microorganismos nos seus processos metabólicos de utilização e estabilização dessa
matéria. Os principais componentes orgânicos são os compostos de proteína, os
carboidratos, a gordura e os óleos, além da uréia, surfactantes, fenóis, pesticidas entre
outros. Essa matéria orgânica de origem vegetal ou animal pode estar naturalmente
presente na água ou ser resultado de lançamento de despejos domésticos e/ou industriais,
podendo ainda estar na forma de sólidos em suspensão ou dissolvidos de natureza
biodegradável ou não. Em termos práticos, usualmente não há necessidade de se
caracterizar a matéria orgânica em termos de proteínas, gorduras, carboidratos, etc. Assim,
adotam-se normalmente métodos indiretos para a quantificação da matéria orgânica, ou do
seu potencial poluidor através da medição da demanda (consumo) de oxigênio registrada
no processo de oxidação dessa matéria.
8
g) Oxigênio Dissolvido (OD)
O Oxigênio Dissolvido (OD) é um dos elementos químicos mais importantes na água e
na natureza, devido às várias funções que exerce sobre atividades químicas e bioquímicas.
É fundamental para a respiração da maioria dos organismos aquáticos e sua diminuição
freqüentemente está associada à poluição orgânica da água, onde o consumo de oxigênio
é proporcional a decomposição da matéria orgânica biodegradável através da atividade
bioquímica e ou poluição química (oxidação de certos compostos). A quantidade máxima de
concentração de OD na água é chamada de concentração de saturação (mg/l O2) e
depende da temperatura, salinidade e pressão atmosférica (altitude) do local. O quadro 6
apresenta alguns valores destas concentrações para água doce e do mar, para diferentes
temperaturas e pressão constante de uma atmosfera.
9
retrata, de uma forma indireta, o teor de matéria orgânica nos esgotos ou no corpo d´água,
sendo, portanto, uma indicação do potencial do consumo do oxigênio dissolvido. É,
portanto, um parâmetro de fundamental importância na caracterização do grau de poluição
de um corpo d’água, sendo freqüentemente utilizado na caracterização de águas
residuárias brutas e tratadas e na caracterização de corpos d’água. Não são monitoradas
nas estações de tratamento de água, pois as águas naturais utilizadas para abastecimento
apresentam comumente DBO inferior a 5,0 mg.L-1
DQO DBO
DQO = DBO + Matéria Orgânica não biodegradável
10
j) Grupo nitrogênio
Os compostos de nitrogênio são de grande interesse devido a importância do nitrogênio
nos processos vitais de todas as plantas e animais, sendo um dos mais importantes
nutrientes para o crescimento de algas e macrófitas (plantas aquáticas superiores). Na
biosfera, o nitrogênio alterna-se, dentro do seu ciclo, entre várias formas e estados de
oxidação, no meio aquático o nitrogênio pode ser encontrado nas formas de: a) nitrogênio
molecular; b) nitrogênio orgânico (N2); c) amônia (NH3)-, d) nitrito (NO-2), e) nitrato (NO-3).
j.1) Nitrogênio molecular (N2): fração que escapa diretamente para a atmosfera
j.4) Nitrito (NO2-): O nitrito, junto com o nitrato, constitui o nitrogênio total oxidado e pode
entrar nos sistemas de abastecimento público como conseqüência do uso como inibidor de
corrosão em águas de processos industriais. Sua concentração em águas superficiais ou
profundas sempre é inferior a 0,1 mg/l. Nos sistemas de distribuição de águas podem
aparecer devido à redução de nitratos de ferro, zinco e chumbo dos condutos. Em solução
acidificada, pode reagir para formar nitrosaminas muitas das quais são conhecidas como
carcinogênicos
j.5) Nitrato (NO3-): A presença de nitrato na água é uma indicação da última etapa da
oxidação da matéria nitrogenada. Ele pode indicar poluição com resíduos animais, antes da
11
poluição vegetal, uma vez que os ácidos animais são mais ricos em nitrogênio que os
vegetais, além da decomposição animal ser mais fácil. As águas de chuva carregam uma
quantidade considerável de nitrogênio nítrico (NO3) da atmosfera. As águas superficiais de
boa qualidade são em geral, pobres em nitratos em face deste ânion ser facilmente
absorvido pela vegetação em crescimento, embora atinja altos níveis em águas de
profundidade. Em quantidades excessivas, ele contribui para o desenvolvimento em
crianças da doença conhecida como metahemoglobinemia (cianose), quando se usa tal
água para preparação de alimentos. O limite de 10 mg/l de nitratos como nitrogênio é
imposto em águas de consumo para evitar tal distúrbio. O nitrato é encontrado em
pequenas quantidades em esgotos domésticos frescos.
A análise das formas de nitrogênio predominantes em um curso d’ água permite verificar
o grau de estabilização da matéria nitrogenada na água fornecendo indicações sobre o
estágio da poluição ocasionada pelo lançamento de esgotos nesse curso d’água. Assim, se
a forma orgânica ou amoniacal for predominante, a poluição é recente e, se predominar
nitrato a poluição é mais antiga, em outras palavras, o grau de estabilização da matéria
nitrogenada na água, pode indicar a “idade” de ocorrência da poluição orgânica. podendo
indicar a "idade" de ocorrência da poluição orgânica.
l) Fósforo (Fosfatos)
O fósforo na água apresenta-se principalmente na forma de fosfatos (PO4)- e sua
presença está relacionada a processos de ocorrências naturais como lixiviação de rochas
minerais, processos de degradação, chuva e carreamento do solo, ou a processos de
origem antropogênica como o lançamento de resíduos industriais, agrícolas e domésticos.
Os compostos de fósforo são essenciais para todas as formas de vida e são considerados
os nutrientes mais facilmente controláveis para limitar o crescimento de plantas objetáveis.
As principais fontes de fosfato na água são o solo, detergentes, fertilizantes, despejos
industriais e efluentes domésticos. Alta concentração de fosfatos na água está associada
com o processo de eutrofização de lagos e represas, provocando o desenvolvimento de
algas ou outras plantas aquáticas desagradáveis. Em águas naturais não poluídas as
concentrações de fósforo situam-se na faixa de 0,01 a 0,05 mg/L.
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m) Cloretos
Ocorrem em águas naturais com variadas concentrações. Na maioria dos corpos d'água,
o seu conteúdo é normalmente pequeno quando comparado a outros componentes
principais. Por isto, um aumento considerável em águas superficiais pode estar relacionado
com poluição de industrias ou esgotos domésticos. Deve ser notado, que o cloreto é um
constituinte natural das fezes e urina. O aumento de sua concentração pode servir como
um dos sinais de poluição fecal. Sua presença torna-se objetável quando acima de 250 mg/l
devido ao gosto salino (cloreto de sódio), porém teores até l000 mg/l de cálcio e magnésio
podem não dar gosto.
13
tipos de detergentes e um grande número de produtos químicos sintéticos de uso industrial.
Além de sua difícil biodegradabilidade, muitos desses compostos apresentam
características carcinogênicas, mutagênicas (atuam sob as células reprodutoras) ou até
mesmo teratogênicas (geração de fetos com graves deficiências físicas).
14
presença de E. coli, então não oferece dúvida sobre a origem fecal da contaminação. É
importante observar que, esses microorganismos não são patogênicos, mas a sua
presença na água dá uma indicação segura da contaminação da mesma por fezes
humanas ou de animais e, portanto, da sua potencialidade para transmitir doenças, tendo
em vista que a maior parte das doenças associadas com a água é transmitida por via feco-
oral, i.e, os organismos patogênicos são eliminados pelas fezes, atingem o ambiente
aquático e voltam a contaminar as pessoas que se abastecem indevidamente dessa água.
Resumidamente, as principais razões para a utilização do grupo coliforme como
indicadores de contaminação são que:
Os coliformes apresentam-se em grande quantidade (em média, cada indivíduo
elimina de 1010 a 1011 células por dia) apenas nas fezes dos animais de sangue
quente. Assim a sua presença deve ser encarada como um sinal de alerta, indicando
a possibilidade de haver uma poluição e/ou contaminação fecal, principalmente
quando ocorrem variações bruscas do número de coliformes numa determinada
água.
Os coliformes apresentam resistência aproximadamente similar à maioria das
bactérias patogênicas
As técnicas bacteriológicas para a detecção de coliformes são rápidas e econômicas.
A determinação de coliformes pode ser realizada para coliformes totais (CT) e/ou
fecais (CF). Usualmente só uma pequena parte dos totais não representam
contaminação fecal, geralmente seu aumento indica maior poluição fecal. O teste de
fecais indica realmente contaminação por fezes, mas em algumas estações de pequeno
porte às vezes só o teste de coliformes totais é facilmente executável, servindo no
acompanhamento do tratamento da água de abastecimento. A portaria de padrões de
potabilidade do Ministério da Saúde especifica valores para coliformes totais e fecais. O
número de coliformes é expresso pelo denominado "número mais provável" (N.M.P.)
que é obtido através de estudos estatísticos e representa a quantidade mais provável de
coliformes existentes em 100ml de água da amostra.
15
O exame de coliformes é recomendado para o controle de sistemas de
abastecimento de água, e, em particular, da eficiência do tratamento, podendo ser
complementado por outros testes microbiológicos.
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Quadro 8 - Principais parâmetros a serem investigados numa análise de água
Águas para abastecimento Águas Corpos
Característica Parâmetro residuárias receptores
Água Água Bruta Tratada Rio Lago
superficial subterrânea
Bruta Tratada Bruta Tratada
Cor X X X(1) X X X
Parâmetros Turbidez X X X X X X
físicos Sabor e odor X X X X
Temperatura X X X X X
PH X X X X X X X
Alcalinidade X X X
Acidez X X
Dureza X X
Ferro X X X X
Parâmetros Cloretos X X
químicos Nitrogênio X X X X X X X X
Fósforo X X X
O.D X(2) X
M. orgânica X X X
Micropl. Inorg. X X X X X X X X
(diversos)3
Micrpol. Orgân. X X X X X X X X
(diversos)3
Org indicadores X X X X X X X
Parâmetros Algas (diversas) X X(2) X
biológicos Bactérias decomp. X(2)
(diversas)
Notas
(1) Causada por Fe e Mn; (2) Durante o tratamento, para controle do processo; (3) Devem ser analisados
aqueles que possuírem alguma justificativa, devido ao uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica
18
receptor, de forma que a qualidade do mesmo se enquadre dentro dos padrões para
corpos receptores, não prejudicando o seu uso preponderante.
Resumidamente, os principais usos relativos a águas doces de acordo com sua classe,
são:
Classe Especial: águas destinadas
a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas;
b) à preservação dos ambientes aquáticos.
19
d) à recreação de contato secundário;
e) à dessedentação de animais.
Obs: A classe especial pressupõe os usos mais nobres e a classe 4 os menos nobres. A
maioria das águas doces se encontram entre classe 1 e classe 4. Cada classe deve se
encontrar dentro dos limites estabelecidos para cada parâmetro, senão fugirá da classe.
Um aumento de classe, entre 1 e 4, corresponde à água com pior qualidade, usualmente
mais poluída.
20
abastecimento, quantidades estas fixadas, geralmente por decretos, regulamentos ou
especificações. Podem ser estabelecidos, exigidos, adotados ou recomendados pelos
diferentes organismos relacionados à saúde pública (poder públicos, órgãos
internacionais, instituições técnicas), usualmente com pouca variação nas faixas dos
valores limites toleráveis.
21
Ponto 2 - Introdução ao tratamento de água
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continuava a utilizar as fontes centrais e a água era transportada por escravos ou comprada
dos pipeiros. Além disso, a população mais carente era obrigada a realizar longos
deslocamentos por falta de chafarizes próximos, ou por serem estes comercializados por
companhias particulares. Entre o final do Império e o início da Primeira República, os serviços
de água e esgoto estavam sob o encargo do Estado, porém executados por intermédio de
concessão à iniciativa privada, mas ainda atendendo, apenas, uma pequena parcela da
população concentrada nos centros urbanos e de forma bastante insatisfatória.
Em 1920 surgem as primeiras instituições públicas que aperfeiçoam os serviços
sanitários de água e esgoto. No que diz respeito aos recursos hídricos, em 1934 deu-se a
aprovação do importante Decreto que instituiu o Código de Águas ainda vigente no país. Este
tinha, como objetivo geral, estabelecer regras de controle federal para o aproveitamento dos
recursos hídricos através da formulação de princípios que podem ser considerados um dos
primeiros instrumentos de controle do uso de recursos hídricos no país e a base para a gestão
pública do setor de saneamento, sobretudo no que se refere à água para abastecimento
público.
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Aumento da vida produtiva
Garantia de desenvolvimento industrial e incentivo à indústria turística.
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Qualquer que seja a solução escolhida, ela deverá fornecer água em quantidade suficiente
à prevista no projeto e com qualidade atual e futura condizente com o tratamento proposto,
atendendo os padrões de potabilidade vigentes.
Adução: transporte da água desde a captação até a comunidade a ser abastecida, sem
distribuição ao longo da rede, passando pelo tratamento e reservação, se necessário. As adutoras
podem ser de água bruta (transporta a água bruta até a Estação de Tratamento) ou de água
tratada (transporta água da ETA aos reservatórios de distribuição).
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Distribuição: condução da água através de tubulações, formando uma rede que leva água aos
diversos pontos de consumo na comunidade (com distribuição ao longo das canalizações). A
rede de distribuição é a estrutura mais integrada à realidade urbana, e a mais dispendiosa.
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O coeficiente (k1) é utilizado como reforço para cálculos de projeto em todas as unidades
do sistema, enquanto (k2) é adotado como reforço apenas para a rede de distribuição.
P.q.k1.k2
Q( L / s )
86400
P = população (hab)
q = consumo (taxa) per capta (l/hab.dia)
k1 = coeficiente do dia de maior consumo
k2 = coeficiente da hora de maior consumo
P.q.k1
Q( L / s ) qETA Qs
86400
Onde:
qETA = percentual de água retido na ETA para consumo próprio
Qs = vazão singular
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proteger o sistema de abastecimento de água, principalmente tubulações e órgãos
acessórios da rede de distribuição, dos efeitos danosos da corrosão e da deposição de
partículas no interior das tubulações.
O tratamento da água pode ser parcial ou completo, dependendo da análise prévia de suas
características físicas, químicas e biológicas. Os mananciais subterrâneos, não poluídos,
geralmente não necessitam de tratamento completo, o que ocorre diferentemente para os
mananciais superficiais que normalmente carreiam maior quantidade de matérias em
suspensão, estando sujeitos a maior contaminação. O tratamento da água também poderá ser
executado de forma individual ou domiciliar ou ser efetuado numa Estação de Tratamento de
Água (ETA).
Os processos de (1) até (4) são partes da etapa de clarificação e se adaptam bem a
remoção de impurezas de águas superficiais. Tanto as águas superficiais quanto as
subterrâneas já clarificadas, devem passar pelo processo de desinfecção, como medida básica
de proteção e prevenção de transmissão de doenças e controle da saúde pública. Atualmente,
os sistemas públicos também são obrigados a fazer a fluoretação da água para prevenção de
cáries. A figura 2.1 representa uma Estação de Tratamento de Água (ETA) do tipo
convencional.
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Fig. 2.1- Estação convencional esquemática
2.7.1 Coagulação
Processo de adição de um coagulante, geralmente sulfato de alumínio ou sulfato ferroso, com a
finalidade de transformar desestabilizar as partículas de impurezas presentes na água, permitindo
que posteriormente elas se aglutinem, formando flocos passíveis de serem removidos com maior
facilidade e rapidez pelos processos subseqüentes. Para efetivação deste processo são adotadas
unidades de mistura rápida do tipo hidráulico ou do tipo mecânico. A adição e dispersão do
coagulante à água exigem um tempo de mistura muito pequeno, da ordem de 1 a 20 s e uma
elevada intensidade de mistura.
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2.7.1 Floculação
Processo onde se dá o contato entre as partículas já desestabilizadas na etapa anterior, permitindo
a sua agregação e conseqüente formação dos flocos. Esta parte deve ser bem conduzida, pois é
da boa formação dos flocos, que devem ser do tamanho de uma cabeça de alfinete, que
dependerá a eficiência e melhores condições de funcionamento das outras fases do tratamento; a
velocidade de escoamento por exemplo, não poderá ser menor que 10 cm/s e nem maior que 30
cm/s, pois no primeiro caso poderá haver deposição do floco e no segundo poderá quebrar o floco
já formado. As unidades de mistura adotadas para promover a floculação são denominadas de
mistura lenta constituídas por sistemas hidráulicos (canais de mistura) como os floculadores de
fluxo horizontal ou vertical ou por sistemas mecânicos como os agitadores de paletas de eixo
vertical ou horizontal. O tempo de mistura lenta é de 20 a 80 minutos e o gradiente de mistura(G)
fica entre 10 a 100 s-1.
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Fig. 2.4 - Decantador convencional
2.7.3 Filtração
Processo de passagem da água por um meio granular (geralmente areia), com o objetivo de
reter as partículas residuais, que não foram removidas na fase anterior de sedimentação,
normalmente é utilizado após a coagulação-sedimentação. Os filtros podem ser lentos (adução
direta da água bruta) ou rápidos (após coagulo-floculação e sedimentação), de camada simples
(areia) ou dupla (areia + antracito), de fluxo descendente (por gravidade) ou ascendente.
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2.7.4 Desinfecção
Processo que emprega agente físico ou químico (desinfectante) com a finalidade de eliminar
organismos patogênicos que possam transmitir doenças através da água. No Brasil o agente
desinfectante mais empregado é o cloro, quer seja na forma gasosa (cloro gasoso), granular
(hipoclorito de cálcio) ou líquida (hipoclorito de sódio). Sua importância está diretamente ligada ao
combate das infecções hídricas.
2.7.5 Fluoretação
Etapa adicional que se integra ao tratamento após o processo convencional. Consiste na
aplicação de flúor na água já tratada e tem função de combater a incidência de cárie dentária,
principalmente entre crianças e adolescentes. A concentração eficaz e ideal está em torno de 1,0
mg/L, não produzindo efeito em concentrações baixas enquanto que concentrações altas podem
causar problemas físicos como fluorose dentária e complicações ósseas.
Em uma ETA convencional o processo de coagulação com mistura rápida leva em torno de 1
minuto, enquanto a floculação com mistura lenta leva em torno de 30 a 40 minutos, a sedimentação
gira em torno de 1 a 4 horas e a filtração 20 minutos. Todo o processo, juntamente com correções
de pH, fluoretação, etc. leva de 3 a 5 horas. Na figura abaixo é mostrada a seqüência do tratamento
convencional.
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adotados pelas ETA´s de forma sistemática ou eventual, dependendo das características da água
bruta e sua adequação aos padrões de potabilidade e exigências do consumidor.
De uma forma ampla, os principais processos de tratamento, com os respectivos objetivos, são
apresentados no quadro a seguir:
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