Competências Essenciais
Competências Essenciais
Competências Essenciais
COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS
Orientadores:
Profª. Gabriela Von Ellenrieder
Profª. Silvia Mac
SÃO PAULO
2011
FESPSP - FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA
E POLÍTICA DE SÃO PAULO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS
SÃO PAULO
2011
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................1
1.1. OBJETIVO ................................................................................................................................... 1
1.2. JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................... 2
1.3. METODOLOGIA .......................................................................................................................... 2
3. ANÁLISES ............................................................................................................27
2.4. COMPETÊNCIAS VERSUS COMPETITIVIDADE .................................................................... 27
3.1 COMPETÊNCIAS FRENTE ÀS ESTRATÉGIAS........................................................................ 30
3.2 COMPETÊNCIAS FRENTE AOS MODELOS ORGANIZACIONAIS ......................................... 31
CONCLUSÃO ...........................................................................................................35
1.1. OBJETIVO
1
1.2. JUSTIFICATIVA
1.3. METODOLOGIA
2
2. CONSOLIDAÇÃO DOS LEVANTAMENTOS DE
COMPETÊNCIAS
Desde o início dos anos 70 o tema competências tem chamado cada vez mais a
atenção de teóricos especialistas no assunto. Principalmente a partir dos anos 80,
devido ao aumento da competitividade entre as empresas e a disputa entre os
concorrentes, que buscam “abocanhar” uma fatia maior do mercado, conquistando
consequentemente um maior número de consumidores. Deste contexto surgiu,
então, a necessidade de se pensar em novas formas de gestão.
Para fazer frente a todos esses desafios é necessário que as empresas repensem
seus modelos organizacionais, transformando-os em modelos mais inovativos e,
portanto, mais flexíveis. Nesse novo modelo as pessoas que compõem a
organização vem ganhando cada vez mais destaque, sendo reconhecidamente
identificadas como um fator diferencial nas empresas. Consequentemente, um novo
perfil profissional é exigido dessas pessoas pelas organizações, surgindo assim a
necessidade de identificar nestes profissionais, características que antigamente não
eram consideradas importantes, tais como: tomada de decisão, criatividade, pró-
atividade, flexibilidade e versatilidade, entre outras.
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A gestão por competências e todas as questões que envolvem as competências
essenciais das pessoas e das organizações emergem não só para atender esse
novo cenário de necessidades, como também para auxiliar as formulações e
implementações das estratégias da empresa.
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2.1.1. FASES DA EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS
No final da década de 1990, Prahalad (HSM, 1999) aponta oito mudanças como
as principais responsáveis pela evolução do conceito de competências, sendo elas:
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• Globalização: gera novas oportunidades para as empresas e produz
assimetrias regionais nos padrões de crescimento;
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fenômenos interessantes criados por essas mudanças podemos ver: 1) A
colaboração entre concorrentes para estabelecer padrões; 2) A concorrência
"interaliança" para o estabelecimento de padrões. Por exemplo, embora
tenham colaborado mutuamente para criar o padrão DVD, a Philips e a Sony.
2.2. DEFINIÇÃO
Uma das definições mais utilizadas é a do dicionário Aurélio (1999, p.512), que
define competência como: “Qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo
assunto, fazer determinada coisa, aptidão. Dependendo do contexto esse termo
pode ter um significado específico, mas até hoje, não existe um consenso sobre qual
definição é a mais certa”.
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Porém para Fleury e Fleury (2001), não basta somente a capacitação do
indivíduo; é preciso “o saber agir responsável e reconhecido que implica mobilizar,
integrar, transferir conhecimento (...) recursos e habilidades que agreguem valor
econômico à organização e valor social ao indivíduo”.
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(investindo em treinamento e capacitação de pessoal, programas de incentivos;
avaliação de cargos e salários, entre outros).
Segundo Maria Tereza Fleury, 2001 (apud PRAHALAD E HAMEL, 1994): “As
competências essenciais têm as seguintes características:
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• Estabilidade no tempo. Produtos são a expressão momentânea das
competências essenciais de uma corporação. Competências são mais
estáveis e evoluem mais lentamente do que os produtos;
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Competência para captar as mudanças externas é ter a visão de para onde o
mundo caminha e qual é a sua direção, situações permitem fazer um julgamento
realista para a colocação da empresa.
Dar autonomia para os funcionários, permitir que estes tomem decisões, reuniões
para compartilhar idéias (brainstorming) é a competência para “reunir os gatos”.
A competência para avaliar pessoas, uma das funções de um líder é ter know how
para avaliar as pessoas, a capacidade para formar outros lideres.
Controlar o ego e moldar um novo líder é mais um desafio, pois isto envolve o
comportamento das pessoas e assegurar que tudo funcione plenamente é a
competência para moldar equipes.
Competência para estabelecer objetivos, toda organização tem uma razão de ser
e para que esta seja mantida é necessário que haja metas e recompensas que
caminhem junto com as ações e as decisões.
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“Competência é a colocação de recursos em ação em uma situação prática. Não
somente aqueles recursos que possuímos ou adquirimos, mas aquele que sabemos
como colocar em ação” (RUAS, 2001).
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todo. Diz que para ser alavancada uma competência essencial em diversos
negócios e novos mercados é necessário redistribuir internamente essa
competência de uma visão ou unidade de negócio para outra. Algumas empresas
costumam fazer melhor do que as outras, e, portanto conseguem usar de forma
mais eficaz as suas competências.
2.7. COMPETÊNCIAS
Desde os primórdios um dos maiores desafios é saber gerir pessoas com suas
habilidades e conhecimentos, em prol de envolver como um todo a organização para
proporcionar maior rapidez e precisão nos processos, uma vez que toda estrutura
organizacional está firmada no conhecimento humano, quanto maior for a
qualificação (aprendizagem continua e auto-desenvolvimento maior será a
possibilidade de um diagnóstico capaz de investigar as reais necessidades
apresentadas no contexto de trabalho, bem como aquelas necessárias para atingir
os desafios estratégicos da organização), maior competitividade o empreendimento
garantirá.
Parry (1996 apud FLEURY, 2001) define competência como sendo “um conjunto
de conhecimentos, habilidades e atitudes que afetam maior parte do trabalho de
uma pessoa, e que se relacionam com o desempenho no trabalho; a competência
pode ser mensurada, quando comparada com padrões estabelecidos e desenvolvida
por meio do treinamento”. Dutra (2001) assim com Parry menciona o CHA mais
deixa claro que para compreender melhor o conceito de competência individual é
importante discutir o conceito de “entrega”, pois o CHA não garante que a
organização se beneficiará diretamente.
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Outro conceito de Dutra (2001) sobre competências é a capacidade da pessoa de
agregar valor ao patrimônio de conhecimentos da organização.
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• Organizacionais (ou institucionais), quando representarem propriedades da
organização como um todo ou de suas unidades produtivas.
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Segundo Maria Tereza Leme Fleury (2002, apud, MCCLELLAND, 1990): “A
competência é caracterizada pela pessoa casualmente relacionada com uma
performance superior na realização de uma tarefa ou em determinada situação”.
Esse autor vai além de Parry (1996) e Dutra (2001) ele também usa o conceito do
CHA, porém descreve o que significa conhecimentos, habilidades e atitudes.
Fleury (2002, apud LAWLER, 1994): “As organizações deverão competir não
apenas por meio de produtos, mas de competências, buscando atrair e propiciar o
desenvolvimento de pessoas com combinações de capacidades complexas, para
atender às suas core competences. Na escola das relações humanas, cita que deve
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haver um alinhamento entre o comportamento humano e às estratégias da
organização, estes devem aprender a lidar com constantes turbulências e
mudanças, é através das pessoas que são geradas”.
2.7.2. ORGANIZACIONAL
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Ainda segundo Prahalad e Hamel (1994), o conceito desenvolvido de
competência essencial tem características de competição pelas capacidades e não
somente pelos produtos e serviços, os autores defendem que “quando as
capacidades são únicas e difíceis de serem imitadas pelos concorrentes, estas
transforma-se em um elemento chave dentro da organização, pois geram um valor
distinto percebido pelos clientes”.
Isso faz com que a Organização privilegie somente as pessoas e não o que elas
têm para agregar na organização. As pessoas precisam ter o perfil da organização,
que podem desenvolver de um modo direto ou indireto nas estratégias, dando a
contribuição individual de cada um para o desenvolvimento da empresa. O autor se
foca nos resultados que uma pessoa pode gerar para a organização de acordo com
os seus objetivos.
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das pessoas ou competências individuais”. Segundo este autor o que diferenciam a
empresa perante seus clientes e concorrentes, é a competências essenciais, é essa
que constituem a razão de sua sobrevivência.
Cada indivíduo tem seus recursos que poderão ser usados para desenvolvimento
da organização. Para a organização é um fator que pode ajudar a desenvolver a
organização quando ocorre uma mobilização das pessoas em busca dos mesmos
valores.
O autor coloca que competência não são somente aqueles recursos que
possuímos ou o que adquirimos e sim aqueles que sabemos colocar em pratica. Diz
que a competência é a inteligência prática para situações que apóiam sobre os
conhecimentos adquiridos e os transformam um tanto mais forte, quanto mais
aumenta a complexidade das situações.
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rotinas organizacionais a capacidade de desenvolver e regenerar continuamente as
competências, tornando a estratégia organizacional uma questão de interação entre
as oportunidades do mercado e as competências desenvolvidas pela empresa.
2.7.3. ESTRATÉGICAS
De acordo com Zaccarelli (2002), estratégia é como pensar nas decisões sob
ações interativas, onde os oponentes têm reações imprevisíveis e não há
envolvimento puro da lógica.
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A competência estratégica diz respeito ao modo como a organização pode alocar
seus recursos de tal forma que o melhor “arranjo” traga benefícios para a
organização como um todo. Nesta combinação, todos os recursos da organização
(tangíveis e intangíveis) funcionariam de forma sincronizada e visando um único
objetivo: criar valor para a própria organização.
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Esta entrega de conhecimentos deve se dar de tal forma que o conhecimento
permaneça à disposição da organização mesmo depois que o indivíduo que a
partilhou não faça mais parte do quadro de funcionários da organização.
Está linha de raciocínio, também é defendida por Nonaka e Takeuchi (1997) que
afirmam que a essência da competência estratégica está na capacidade de adquirir,
criar, acumular e explorar o conhecimento. É fundamental que o conhecimento
gerado transponha a barreira do conhecimento tácito e passe para o ambiente do
conhecimento explícito.
Fleury e Fleury, 2003 e 2004 (apud PAULA, RAFAEL G, 2009) “reafirmam que a
participação e a posição de cada empresa é função de suas competências, onde o
que caracteriza a nova economia é a eficiência coletiva e que a competitividade
estará cada vez mais atrelada a esta eficiência. Os autores apresentam a
competência estratégica de uma organização como um ciclo sistêmico, onde as
competências passam por um processo de reformulação e refinamento, neste
processo são identificados novos pontos a serem analisados”.
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Quadro 1: O ciclo de estratégia: competência
Uma pesquisa realizada em 2001 por Andre Fischer e Lindolfo Albuquerque entre
professores, consultores, diretores de RH e formadores de opinião em geral,
constatou que “é absolutamente necessário que as empresas desenvolvam seus
talentos e suas competências para aumentar sua competitividade e obter melhores
resultados nos negócios, mas para que isso aconteça é necessário a existência de
ações integradas e conectadas em todas as esferas” (EBOLI, 2002).
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No modelo apresentado por Munk e Munk (2008, apud PAULA, RAFAEL G,
2009), primeiramente a organização identifica seus recursos, a falta ou o excesso
destes. Em seguida, ela trabalha no preenchimento de lacunas, se houver, e depois
na articulação, a fim de constituir ou identificar competências. Com base nas
competências identificadas, estuda-se a melhor estratégia a ser utilizada. Na
execução da estratégia, a aprendizagem ocorre por meio de erros, acertos,
carências e sobras, no que se refere a recursos e competências. Consequentemente
desencadeia-se um processo de mudança para adquirir, aprimorar ou corrigir os
recursos e as competências.
De acordo com o autor Luiz Fernando da Silva Pinto (2007), a pronta resposta
estratégica é considerada um atributo da competência estratégica, pois ela é o
equilíbrio e a capacidade de um comandante conduzir-se em ações críticas de
perigo ou de alto risco, pois um chefe dotado de pronta resposta consegue controlar
o medo com efetividade, ou seja, dentro deste contexto o atributo de pronta
resposta, exprime a capacidade de se conviver com situações adversas
inesperadas, de alto risco ou de perigo iminente.
• Poder de persuasão;
• Autoridade moral;
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Para se colocar em prática as competências estratégicas, é importante que a
organização já tenha estabelecido o conjunto de competências essenciais de nível
organizacional e individual que necessita. Diversos fatores como: tipo de negócio,
tamanho da organização, mercado, entre outros; influenciam no conjunto de
competências mais adequado para cada organização.
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analisando profunda e sistematicamente o ambiente para encontrar informações
cruciais, propondo mudanças nas estratégias, promovendo programas de incentivo a
mudanças ambientais, promovendo o trabalho em equipe a fim de melhorar
continuamente os métodos, os procedimentos e as técnicas praticados pela
organização.
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3. ANÁLISES
Baseados nos conceitos propostos por Treacy e Wiersema (1995) e por Porter
(1996), as competências estratégicas podem ser utilizadas de três formas para obter
vantagem competitiva (FLEURY, 2000:45 apud DUTRA, 2007).
• Excelência operacional
• Inovação em produtos
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1- Rivalidade entre os concorrentes,
Esta abordagem, porém foi repensada pelo próprio Porter em 1985 (apud
FLEURY, FLEURY, 2003), onde o mesmo reconheceu que as atividades da
empresa também compunham a base de vantagens competitivas da empresa.
Ainda, segundo Michael Porter, 1996 (apud FLEURY, FLEURY, 2003) “as escolhas
de posicionamento determinam não somente quais atividades a empresa
desempenhará e como essas atividades serão configuradas, mas também como
estas atividades estarão relacionadas entre si (...) ao incorporar questões ligadas à
organização interna da empresa, a abordagem do posicionamento mantém e reforça
a perspectiva de dentro para fora”.
Após tantas críticas uma nova alternativa está sendo construída a partir da “visão
da empresa baseada em recursos”, esta nova abordagem defendida por Prahalad e
Hamel, 1990; Kroug e Rosss, 1995 (apud FLEURY, FLEURY, 2003); considera que
toda empresa possui um portfólio de recursos: físicos, financeiros, intangíveis
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(marca, imagem), organizacionais (cultura organizacional, sistemas administrativos)
e recursos humanos e que é a partir deste portfólio que a empresa pode criar
vantagens competitivas.
Para Grant apud Paiva, Fensterseifer e Roth 2000 (apud ALVES, TIERGARTEN,
2008), as empresas não só estão buscando conhecimento, mas também
trabalhando na aplicação do mesmo (...) a capacidade de aprender é um dos
principais aspectos a ser desenvolvido por empresas em ambientes competitivos
mais dinâmicos.
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3.1 COMPETÊNCIAS FRENTE ÀS ESTRATÉGIAS
30
3.2 COMPETÊNCIAS FRENTE AOS MODELOS ORGANIZACIONAIS
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Tem seu núcleo operacional racionalizado, com atividades repetitivas, requerindo
pouca habilidade e treinamento, a confiança para agrupar tarefas está na base
operacional.
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É possível identificar nesta estrutura, um grau de autonomia entre os
colaboradores, sendo seus processos mais flexíveis, permitindo a facilitação do
profissional nas tomadas de decisão.
Neste modelo de estrutura, é dado poder às divisões para que estas operem seus
próprios negócios, controlando suas próprias operações e determinando suas
estratégias para o mercado sob suas responsabilidades.
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Esta estrutura é a mais complexa em comparação as descritas anteriormente.
Caracterizada fortemente orgânica, com pouca formalização de comportamento,
grande especialização do trabalho horizontal baseado em treinamento formal, com
tendência a agrupar os especialistas em unidades funcionais com finalidades de
administração interna e ao mesmo tempo se realinhando em pequenas equipes de
projetos para efetivação de seu trabalho. De perfil puramente inovador, promove a
combinações de seus gerentes de linha e gerentes operacionais, dando-lhes poder e
autonomia, visto que estes são profissionais de grande conhecimento e habilidades
grandemente desenvolvidos em programas de treinamento.
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CONCLUSÃO
Para que uma competência seja considerada estratégica, é preciso que esta seja
“entregue” a organização, de tal forma que este conhecimento permaneça na
organização mesmo depois do desligamento definitivo do colaborador.
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Para finalizar, foi relacionado o modelo de gestão por competências com a escola
do desing de planejamento estratégico, constatando-se também que para esta
escola, o modelo de gestão por competências encontra pouco ou nenhum espaço.
Para prover este ciclo de melhoria na qualidade é preciso que estas mesmas
organizações invistam em treinamento e desenvolvimento, capacitação e
desenvolvimento de pessoal. E para fechar este mesmo ciclo é preciso que o
conhecimento adquirido retorne para a organização e passe a fazer parte desta
como a própria cultura da organização, traduzida no valor agregado de seus
produtos, serviços e processos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, Valter. O que uma empresa necessita para ser competitiva? Disponível em: <
http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/o-que-uma-empresa-necessita-para-
ser-competitiva/31947/>. Acesso em: 02 mai. 2011.
37
DUTRA, Joel Souza, Competências: Conceitos e Instrumentos para a Gestão de
Pessoas na Empresa Moderna. São Paulo, Atlas, 2007.
38
GRAMIGNA, Maria Rita, Modelo de Competências e Gestão dos Talentos. São
Paulo: Makron Books Editor, 2002.
39
NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka. Criação de Conhecimento na Empresa.
Rio de Janeiro: Campos, 1997.
40
http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/1954/195415524003.pdf>. Acesso em: 23 abr.
2011.
ZARIFIAN, Philippe. Objetivo Competência: por uma nova lógica. São Paulo:
Atlas, 2001.
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