Organização Da Forma e Do Espaço Arquitetônico
Organização Da Forma e Do Espaço Arquitetônico
Organização Da Forma e Do Espaço Arquitetônico
Se for consultado algum dicionário, poderiam ser encontradas as seguintes definições para
os termos forma e espaço:
Forma Estrutura, organização e disposição das partes ou elementos de um corpo ou objeto.
Modo pela qual uma determinada coisa em um dado contexto se revela a nossa percepção.
São atributos de uma forma: sua configuração, seu tamanho, sua textura, sua côr e sua
localização.
Espaço Extensão do campo tridimensional que abrange tudo o que nos cerca. É onde as
coisas do mundo sensivel existem, e no qual nos deslocamos em três dimensões: esquerda
e direita, para frente e para trás e para cima e para baixo. Relacões de posição entre corpos.
Intervalo vazio entre corpos, partes de um corpo, ou entre objetos.
Estas definições não são suficientes para explicar a complexidade que esse tema tem para
os arquitetos. Da mesma maneira, este cápitulo não tem a pretensão de esgotar o assunto. Ao contrário,
estes apontamentos apenas vão introduzir alguns conceitos fundamentais da organização da forma
e do espaço arquitetônico e de suas implicações na concepção arquitetônica., que servirão para a
compreensão do livro texto recomendado para a disciplina: Arquitetura: Forma, Espaço e Ordem
de Francis D. K. Ching.
Além deste, recomenda-se a leitura dos seguintes livros: Saber Ver a Arquitetura de Bruno
Zevi, Arquitetura Vivenciada de Steen E. Rasmussen e LeCorbusier: Uma Análise da Forma de
Geoffrey Baker. Todos estes textos foram traduzidos para o português e estão publicados no Brasil.
Esta pequena ilustração de Paul Klee, professor da BAHAUS, faz parte das suas anotações
de aula sobre Teoria Plástica da Forma e define os elementos básicos para idealização e concepção
da forma:ponto, linha, plano e volume.
ELEMENTOS BÁSICOS
Ponto: um ponto marca uma posição num campo espacial, conceitualmente não possui dimensão e
é fixo, estático, sem direção.
ESTABILIDADE TENSÃO
Plano: uma linha extendida transforma-se num plano, conceitualmente tem comprimento e largura.
Volume: um plano extendido transforma-se num volume, conceitualmente tem comprimento, largura
e profundidade.
ESTRUTURA CONCEITUAL
LINHAS
CORPO PLANOS
VOLUMÉTRICO SUPERFÍCIES
VOLUME
ESPACIAL PONTOS
REDUÇÃO GEOMÉTRICA
FORMAS PRIMITIVAS
CONTÍNUAS
MISTAS
DESCONTÍNUAS
Quanto a direção:
CENTROIDAIS LINEARES
OCTAEDRO
TETRAEDRO
HEXAEDRO
DODECAEDRO
ICOSAEDRO
SÓLIDOS FUNDAMENTAIS
ARQUITETURA: FORMA E ESPAÇO
A Arquitetura se distingue pela sua forma construída e pela sua natureza espacial: a
delimitação e organização de lugares para atividades humanas. No entanto o autor Nicolaus Pevsner
vai argumentar que se toda Arquitetura é construção, nem toda construção é Arquitetura. Arquitetura
seria uma construção com uma intenção plástico-formal. É bem verdade que, sob um ponto de
vista antropológico, cujo alvo de interesse é a investigação de instituições sociais e de sistemas
culturais, a afirmação de Pevsner – datada de 1943 num texto que toma como exemplo da diferença
entre uma catedral e um abrigo de bicicletas – é, de certa maneira, insustentável. Sob esta ótica, as
duas edificações deixam de pertencer a universos distintos, passando então a situar-se em pólos
opostos de uma mesma dimensão dentro de um determinado contexto cultural. As construções, os
edifícios e os espaços urbanos passam a ser vistos como entidades físicas que emolduram atividades
humanas ao estabelecer cenários que cristalizam rituais ou ações e comportamentos repetidos.
A discussão do que vem a ser a forma e o espaço arquitetônico remonta a antigüidade
clássica. Marcus Vitruvius Pollio foi um arquiteto romano que escreveu o mais antigo tratado de
arquitetura conhecido: De Architectura Libri Decem. Composto no Século I AC. e esquecido du-
rante a Idade Média, foi redescoberto no mosteiro de Saint Gall em 1416. Vitruvio, como ficou
conhecido, tinha profundo conhecimento dos antigos textos gregos e romanos e procurou reunir
todo este saber em uma teoria normativa unificada. No entanto, os contornos fundamentais daquilo
que entendemos hoje como Arquitetura foram definidos no Século XV.
O maior tratadista de arquitetura do Renascimento Leon Battista Alberti (1404-1472) foi
fortemente influenciado pelo, então, recém descoberto texto de Vitruvio. Além de arquiteto, era um
grande estudioso com interesses em muitas áreas do conhecimento e foi dramaturgo e matemático.
Como encarregado do Papa pelas construções da igreja, teve ocasião de escrever um dos mais
completos tratados de arquitetura De Re Ædificatoria. A maior parte deste texto foi completada em
1452 e o seu todo impresso em 1485. Elaborado sobre a tradição de saber herdada de Vitruvio tinha
como propósito definir um ofício e uma arte e dar-lhes um conjunto de regras e normas. Como
Vitruvio, Alberti queria que seu texto incluisse tudo aquilo que fosse necessário para o concepção
(ver seção concepção dos espaços e da forma arquitetônica) e controle da construção de edificios e
procurou reunir todo o saber conhecido até aquele momento. De certa maneira pode ser considerado
um texto fundador da tradição arquitetônica. É a partir dele que a Arquitetura passa a constituir, de
fato, um ramo do conhecimento.
As três condições básicas que devem ser atendidas para a definição da forma e do espaço
arquitetônico, conforme postuladas por Alberti e parafraseadas até hoje pela maior parte do teóricos,
são: solidez, utilidade e beleza.
De qualquer maneira é importante notar que, como na arte, a intenção plástica da forma de
uma obra arquitetônica muitas vezes só pode ser entendida através de sua relação com formas
preexistentes. Não há invenção sem precedente. Além disso, obras de arte são, em muitos casos,
criadas como paralelo ou antítese de algum modelo anterior. A nova forma aparece não
necessariamente para expressar algum conteúdo novo mas para substituir uma forma que perdeu
vitalidade.
LINEAR
MODULAR
CENTRALIZADO
RADIAL
AGREGADO
CONEXÃO ATRAVÉS DE
UM OUTRO ELEMENTO
ESQUEMAS DE MANIPULAÇÃO FORMAL
Os principais são: manipulação dimensional, subtrativa e aditiva.
ESQUEMAS DE TRANSFORMAÇÃO
Os principais são: transformação por distorção, topológica, por inversão e ornamental.
DISTORÇÃO TOPOLÓGICA
INVERSÃO ORNAMENTAL
SUBORDINAÇÃO CONTRASTE