Projeto e Execução de Lajes Racionalizadas
Projeto e Execução de Lajes Racionalizadas
Projeto e Execução de Lajes Racionalizadas
M.Eng. ANA LCIA ROCHA DE SOUZA Prof. Dr. SILVIO BURRATTINO MELHADO
1 INTRODUO
Vrias empresas vm demonstrando um interesse crescente pela
racionalizao e contnuo aperfeioamento de seus processos construtivos. So exemplos de iniciativas tomadas pelas construtoras as aes relativas racionalizao das frmas da estrutura, lajes de concreto armado, alvenarias, revestimentos de piso, contrapisos, revestimentos argamassados e cermicos de fachada e internos, e impermeabilizaes. Nesse contexto, as construtoras tm procurado reduzir espessuras de seus revestimentos. o que ocorre quando se busca a reduo da espessura de revestimento de piso, atravs da racionalizao da produo das lajes de concreto armado. Conceitua-se laje racionalizada como aquela que tem projeto para produo e critrios de controle a partir de tolerncias adequadas e bem definidas. Este trabalho apresenta diretrizes para o desenvolvimento do projeto e a execuo das lajes racionalizadas de concreto armado de edifcios, com base nos princpios de racionalizao construtiva e construtibilidade, visando estabelecer uma relao estreita com a execuo, atravs do projeto para produo. Ser exposta a sistematizao dos procedimentos envolvidos na execuo de lajes de concreto armado, com relao ao seu nivelamento e acabamento, a partir de informaes e dados obtidos junto a empresas construtoras, fabricantes de equipamentos e empreiteiras especializadas. Sero discutidos os equipamentos e acessrios utilizados no nivelamento e acabamento das lajes de concreto armado, bem como, os aspectos relativos ao controle do processo e as tolerncias para a aceitao das etapas dos servios.
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Segunda parte: ocorre aps a anlise crtica das interferncias e compatibilizao dos diversos anteprojetos; refere-se ao detalhamento das solues dadas no anteprojeto do piso, caracterizando o detalhamento do projeto executivo do piso.
O desenvolvimento da segunda fase, interface com a produo, dever conter as orientaes para a execuo da laje no canteiro de obras. O esquema da figura 1 ilustra a relao entre as duas fases que devem ser realizadas. Essas fases devem ser realizadas por uma equipe multidisciplinar, sob orientao do coordenador do projeto, como proposto por MELHADO (1994).
2.1
O anteprojeto do piso dever ser estudado no momento em que os diversos anteprojetos estiverem sendo elaborados, pois nessa oportunidade que as interferncias verificadas podem vir a ser modificadas. Assim, para a elaborao desse anteprojeto, faz-se necessrio possuir as definies dos anteprojetos de arquitetura, frmas da estrutura, instalaes de gs, instalaes eltricas e de impermeabilizao, bem como, as definies dos procedimentos e especificaes relativos aos revestimentos de piso e execuo de impermeabilizao e esquadrias.
PROJETO UM SERVIO
ANTEPROJETO
PROJETO DO PRODUTO
DIMENSES ESPECIFICAES
PROJETO DO PROCESSO
ANLISE DE INTERFERNCIAS
ARQUITETURA ESTRUTURA SISTEMAS PREDIAIS OUTROS
Figura 1
reas em que haja previso de impermeabilizao; detalhes construtivos tais como soleiras, rebaixos e degraus; especificao dos tipos de esquadrias de portas a serem utilizadas; posicionamento dos ambientes e de paredes internas.
Anteprojeto da Estrutura (Pr-Dimensionamento das Frmas): espessuras de lajes com os desnveis e rebaixos previstos; posio das armaduras negativas;
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Anteprojeto de Instalaes Hidrulicas, de Gs e Eltricas: tipo, posio e dimetro das tubulaes a serem embutidas no piso, tais como gs; posicionamento e especificao dos ralos das reas midas; concentrao de eletrodutos embutidos nas lajes.
Anteprojeto de Impermeabilizao: dimenses das reas a serem impermeabilizadas; sistemas de impermeabilizao a serem utilizados; espessura total e declividades especificadas para os sistemas de impermeabilizao. Procedimentos de Assentamento de Revestimentos de Piso: especificao da tcnica empregada para o assentamento dos
revestimentos de piso, definindo-se a espessura total da camada de revestimento. Procedimentos de Execuo das Esquadrias: formas de fixao das esquadrias de portas de correr.
revestimentos para ambientes distintos, pertencentes a um nico painel de laje; a possibilidade de alterao das especificaes de esquadrias de porta; alternativas que permitam mudar espessuras das camadas de revestimento, desnveis e rebaixos do piso, para que se possa compatibilizar os nveis finais da laje; a possibilidade de alterao das espessuras das prprias lajes; a adoo de soleiras ou filetes ressaltados com relao cota final do revestimento; a possibilidade de rebaixamento da face superior das vigas, para viabilizar o assentamento das soleiras e a fixao das esquadrias sem "enchimentos"; alternativas para a impermeabilizao especificada, quando a espessura for grande; a possibilidade de alterao do caminhamento de instalaes passantes pelo piso (por exemplo, instalaes de gs); a possibilidade de reduo da concentrao de eletrodutos em regies da laje. Aps a anlise dos diversos anteprojetos, possvel estudar qual deve ser a cota superior de cada painel de laje. Por ltimo, deve-se passar as decises para a apreciao dos projetistas de arquitetura, de estruturas, de instalaes prediais, de impermeabilizao, para que se estabelea a compatibilizao entre os anteprojetos.
a facilidade de execuo desses rebaixos; a quantidade de rebaixos em reas pequenas (p. ex., cozinha, rea de servio);
A partir dessa anlise, tomada a deciso de qual padro de acabamento ser adotado nos panos da laje; se laje nivelada, para receber uma camada de contrapiso, ou laje acabada, recebendo diretamente a camada de ligao do revestimento de piso. A deciso de usar ou no o contrapiso est ligada anlise da construtibilidade (excesso de cotas diferentes) e aspectos de desempenho (que no sero discutidos neste trabalho).
2.2
Um exemplo de detalhe do projeto executivo do piso pode ser visto na figura 2. O detalhe apresentado refere-se a um projeto real, de uma obra j construda.
2.3
Figura 2
O sistema de transporte escolhido um fator determinante na elaborao do projeto para produo. Em funo do tempo previsto para a execuo das lajes, pode ser estabelecido o nmero de equipamentos necessrios e a quantidade de frentes de servio, definies que sero utilizadas como dados de entrada do projeto para produo. As possveis opes quanto ao sistema
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de transporte, como elevador de obra e jericas, grua ou bomba, devem ser estudadas e definidas previamente.
2.3.2 Elaborao do projeto para produo 2.3.2.1 Definio do sentido geral de concretagem
A definio do caminhamento geral da concretagem deve ser feita a partir dos pontos mais distantes com relao sada de pessoal e equipamentos, de maneira que: as frentes de concretagem possam trabalhar sem que haja interferncias entre elas; possibilitem o caminhamento das jericas (caso essa seja a opo de transporte horizontal) com circulao adequada; o processo de concretagem no implique no retorno dos operrios s reas cujo servio j tenha sido executado; permita a perfeita descida de pessoal e equipamentos; seja evitada a formao de juntas frias.
Devem ser estabelecidas frentes de concretagem, em funo do tipo de transporte usado na obra e do tempo de incio de pega do concreto. Deve-se estudar ainda como a equipe de trabalho e os equipamentos utilizados sero retirados da laje. Na figura 3, pode-se ver uma ilustrao simplificada dessa definio.
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Figura 3
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Figura 4
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Figura 5
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Figura 6
Caminhos de concretagem
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As taliscas ou mestras metlicas devem ser posicionadas, preferencialmente, prximas aos pilares e laterais de vigas, ou em rebaixos, como ilustrado na figura 7. Deve-se tambm evitar o posicionamento das mesmas em regies que apresentem grande concentrao de armadura ou tubulaes embutidas.
2.4
Quando da finalizao do projeto, deve ser feita a anlise crtica de alguns itens, a saber: adequao e coerncia da seqncia de execuo dos servios, em todas as suas fases; verificao da posio e nvel definidos para as referncias; atendimento ao contedo do projeto para a produo.
Com a concluso dessa anlise, o projeto pode ser encaminhado equipe de produo da obra e a laje, liberada para a concretagem.
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Figura 7
Posicionamento de taliscas
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3.2 Desempenadeiras
As desempenadeiras tm por funo adequar a planeza e a rugosidade do concreto, sendo compostas por placas ou lminas de madeira ou metal que auxiliam na regularizao da superfcie, proporcionando o acabamento requerido em projeto (ver figura 9). Desempenadeira de cabo longo tipo "bull float": As desempenadeiras de cabo longo devem ser arrastadas levemente sobre o concreto, sempre no sentido transversal ao do sarrafeamento. Segundo o catlogo da GOLDBLATT (1993), o equipamento possui lmina rgida feita de liga de magnsio, nas dimenses de 1,07m, 1,22m, ou 1,52m por 0,20m, podendo apresentar arestas arredondadas ou retas. Desempenadeira de cabo longo tipo "blue steel: apresenta a mesma funo da "bull float"; porm, proporciona superfcie um acabamento mais liso, por ser maior e possuir maior flexibilidade da lmina. Consiste em uma lmina flexvel de ao inoxidvel nas dimenses de 1,22m de comprimento por 0,35m de largura, com cantos arredondados. Utiliza cabos com um sistema vaie-vem; ou seja, a superfcie do concreto recebe a ao de metade da lmina na ida e metade na volta, no sendo necessrio levantar o equipamento para retorn-lo posio inicial.
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Figura 8
Figura 9
Desempenadeiras manuais tipo hand float: entre as desempenadeiras manuais, destacam-se as desempenadeiras metlicas feitas de ao, que tm a funo de possibilitar retoques na superfcie e o acabamento de cantos, em locais que no so acessados pelas desempenadeiras de cabo longo. As desempenadeiras manuais de madeira so utilizadas quando a especificao de projeto indicar o uso de contrapiso, pois a superfcie do concreto no deve ser lisa a ponto de prejudicar a aderncia. Desempenadeira motorizada tipo power float ou enceradeira: uma mquina que tem a mesma funo das desempenadeiras de cabo longo,
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realizando o mesmo servio de 5 a 10 vezes mais rpido do que os equipamentos manuais, atravs de um disco de ao giratrio. O seu peso auxilia na compactao superficial do concreto, devendo ser usada apenas quando o concreto j suportar esse peso, sem se deformar. Desempenadeira motorizada tipo "power troweler" ou helicptero: uma mquina que usa desempenadeiras giratrias de ao (ps) acionadas por um motor (eltrico ou a gasolina) que, ao girarem sobre a laje, produzem uma superfcie lisa e uniforme. Trata-se da mesma mquina usada na
desempenadeira motorizada tipo power float; a diferena consiste no uso das ps em substituio ao disco de ao nico giratrio. Deve ser empregada nos casos em que no ser executado contrapiso.
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utilizam-se componentes com uma base fixa de polietileno e uma parte superior de ao, removvel. A figura 10 (a) ilustra a talisca parcialmente removvel. Mestras metlicas: so usadas em substituio s taliscas, em lajes com poucas interferncias. Um dos tipos utilizados possui 3m de comprimento e altura de acordo com a espessura da laje, sem ajuste, transmitindo para a frma toda a responsabilidade do nivelamento. Existem tambm mestras com ajuste de altura, retomando a idia de nivelamento independente da frma. Esse ltimo tipo est ilustrado na figura 10 (b).
a Figura 10 (a) Talisca de polietileno, incorporado, e ao, removvel; (b) mestras metlicas com regulagem de altura (SOUZA, 1996)
Gabaritos: So usados para indicar diferenas de nvel entre panos de lajes, delimitando reas a serem rebaixadas, definidas no projeto. Tem-se dado preferncia aos metlicos, pela menor possibilidade de variao na forma e dimenses, frente aos de madeira. O nvel de acabamento, interna e externamente ao gabarito, deve seguir as referncias de nvel.
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operrio, que consegue deslizar sobre a superfcie da laje e, de posse de uma desempenadeira manual de cabo curto, possvel efetuar o acabamento final nos locais que ainda necessitam de retoques.
Figura 11
4.1 Antecedentes
Algumas atividades devem ser feitas com antecedncia ao incio do lanamento do concreto, para evitar o acmulo de pessoas sobre a frma, como tambm, permitir o controle do nivelamento das referncias de nvel. So os seguintes servios que antecedem a etapa de concretagem das lajes: locao e verificao dos eixos de referncia; concretagem dos pilares e escadas; limpeza das superfcies das frmas e aplicao de desmoldante; vedao das juntas entre os painis da frma, com fita adesiva; controle do posicionamento e fixao das escoras e travamentos; posicionamento do equipamento de nvel em local protegido, de modo a abranger toda a laje sem a necessidade de ser transferido de local;
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nivelamento da frma com uso do aparelho de nvel, como mostra a figura 12;
a Figura 12
Nivelamento da frma: (a) ajuste da escora metlica por baixo da frma; (b) controle do nivelamento por cima da frma
posicionamento dos apoios para a armadura negativa ("caranguejos"); distribuio e amarrao da armadura da laje, e posterior controle; posicionamento dos espaadores de plstico; verificao da necessidade ou no de ganchos para bandejas e, quando necessrios, fix-los em posio tal que no prejudiquem o acabamento da laje;
distribuio dos eletrodutos, e posterior controle; controle do nivelamento da frma, e eventual correo do mesmo; locao das taliscas ou mestras; nivelamento das taliscas (como pode ser visto na figura 13) ou mestras; locao e fixao dos gabaritos e caixas de passagem; controle do nivelamento e locao de taliscas ou mestras, gabaritos e caixas de passagem, levando-se em conta as tolerncias estabelecidas;
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Figura 13
Nivelamento de taliscas
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7. lanamento e adensamento do concreto, preenchendo o pano de concretagem em faixas de 50cm; identificando-se erros de nivelamento, remover ou lanar o concreto na faixa rejeitada e voltar a proceder o sarrafeamento; 8. aps, sarrafeamento do pano de concretagem com a rgua de alumnio (figura 16); 9. aplicao sobre a superfcie do concreto do rolo assentador de agregados; 10. aplicao das desempenadeiras manuais de cabo longo, como ilustrado na figura 17 (a), realizada transversalmente ao sentido adotado para o sarrafeamento; 11.eventual aplicao da desempenadeira motorizada tipo power float, em substituio ao item 10; 12. se especificada, aplicao da acabadora de superfcie, como ilustrado na figura 17 (b), quando for possvel caminhar sobre o concreto e deixar apenas uma leve marca;
Figura 14
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Figura 15
Figura 16
a Figura 17
Aplicao de: (a) desempenadeira tipo "blue steel"; (b) acabadora de superfcie ou helicptero (SOUZA, 1996)
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13. aplicao de desempenadeiras de ao manuais de cabo curto, para retocar o acabamento; a circulao at as reas que sero acabadas com desempenadeiras de ao manuais deve ser feita com o auxlio de joelheiras do tipo knee boards; 14. aps o acabamento, remoo dos gabaritos, para o seu reaproveitamento nas prximas lajes, aps um tempo necessrio para que o concreto atinja uma consistncia adequada; 15. incio do procedimento de cura da laje; 16. fixao dos gastalhos e sarrafos para o posicionamento das frmas dos pilares do prximo pavimento, atravs de pinos (colocados com pistolas) ou pregos de ao; 17. um dia aps a concretagem, realizao do controle de recebimento, para verificao do resultado obtido quanto ao nivelamento e planeza da laje; 18. desforma, tomando cuidado com o reescoramento, para evitar introduzir deformaes na laje nivelada anteriormente.
frma e a locao e nivelamento das referncias de nvel, adotando as tolerncias recomendadas pela empresa em seu procedimento executivo. Quanto ao controle da frma, essa operao deve ser efetuada com um equipamento de nvel de preciso e deve ser realizada em pontos determinados, considerados os mais crticos. Segundo o procedimento para projeto e execuo de lajes da SCHAHIN CURY (s.d.), a verificao do nivelamento da frma deve incluir um ponto para cada 7 m2 de laje, sendo: um ponto no centro de cada pano de laje; um ponto nas reas de rebaixo com rea inferior a 3m2, ou dois pontos, quando a rea do rebaixo superar esse valor; um ponto a cada cruzamento de vigas; um ponto nas regies onde houver grande concentrao de portas; dois pontos no patamar da escada contguo laje; um ponto no hall de elevadores, com rea inferior a 3m2, ou dois pontos, quando a rea do hall superar esse valor; um ponto prximo a cada pilar de extremidade; um ponto prximo a cada pilar interno ao pavimento, quando a rea de seo do pilar for superior a 0,22m2. As referncias de nvel (taliscas ou mestras, gabaritos e caixas de passagem), aps terem sido fixadas, devem passar por uma etapa de controle de locao e nivelamento, segundo as tolerncias estabelecidas.
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5.2 Tolerncias
Para o controle de nivelamento da frma, deve-se respeitar as seguintes tolerncias: entre as extremidades das diagonais principais da laje do pavimento-tipo, um erro mximo de nivelamento de 1cm; para os pontos de verificao listados em 5.1.1, mais ou menos 3mm de desvio no nivelamento. Deve ser feito tambm um controle de recebimento sobre a locao de todas as referncias de nvel, ou seja, 100% das taliscas, gabaritos e caixas de passagem devem ser verificados. As tolerncias esto resumidas na tabela 1. Quanto ao controle do nivelamento do concreto da laje (a ser realizado antes, durante e depois da concretagem), prope-se as seguintes tolerncias, para a laje nivelada: entre as extremidades das diagonais principais da laje do pavimento-tipo, um erro mximo de nivelamento de 1cm; para os pontos de nivelamento, irregularidades tambm de 1cm. Para a laje acabada, alm de parmetros mais rgidos quanto ao nivelamento, necessrio um terceiro, que mede a planeza. Tomando-se por parmetro o revestimento cermico, pode-se inferir que, para atender essas exigncias
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aps a aplicao do mesmo sobre uma laje acabada, preciso adotar para o concreto tolerncias coerentes com as requeridas pelo revestimento de piso. Tabela 1 Tolerncias para as referncias de nvel (SCHAHIN CURY, s.d.) LOCAO +/- 15cm +/- 5mm +/- 5mm NIVELAMENTO +/- 3mm +/- 3mm +/- 3mm
Essas tolerncias, juntamente com as exigidas para a laje nivelada, podem ser vistas na tabela 2. Outros tipos de revestimentos podem exigir tolerncias diferentes, que devem ser estudadas futuramente. Caso ocorra algum problema durante a concretagem (exemplo: perda da referncia de nvel), implicando em que as cotas de piso determinadas na primeira fase de desenvolvimento do projeto sejam alteradas, faz-se necessrio tomar medidas para reparo da prpria laje de concreto, ou proceder um reprojeto daquelas cotas. O reprojeto refere-se avaliao comparativa dos parmetros adotados em projeto com aqueles efetivamente obtidos e redefinio desse projeto, considerando-se as reais condies obtidas na obra. Tabela 2 Tolerncias de nivelamento e planeza de lajes niveladas e lajes acabadas para aplicao de revestimentos cermicos TOLERNCIA na diagonal do pavimento pontos de nivelamento entre pontos afastados de 1/3 m LAJE NIVELADA +/- 1cm +/- 1cm LAJE ACABADA* +/- 1cm +/- 3mm +/- 3mm
Esse reprojeto apresentar tambm as alteraes, quando imprescindveis, quanto s especificaes e as cotas do piso acabado. Espera-se que o detalhamento do piso possa ser mantido ao mximo; no entanto, nem sempre isso ser possvel, devendo-se evitar que as alteraes sejam decididas no momento da execuo e sem o apoio do projeto.
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6 CONSIDERAES FINAIS
Este trabalho apresenta, de forma sinttica, uma parte da Dissertao de Mestrado de SOUZA (1996). O trabalho procura mostrar como a racionalizao construtiva e o conceito de projeto para produo podem ser aplicados execuo das lajes de concreto armado de edifcios, objetivando obter qualidade com reduo de custos. Acredita-se, ainda, que tenha sido exemplificada a importncia de se conhecerem os equipamentos disponveis e a seqncia de execuo dos servios, prevendo-se as etapas de controle necessrias para a execuo das lajes de concreto armado. Desse modo, pode-se contribuir para aproximar a construo de edifcios de uma atividade de carter realmente industrial.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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aplicao ao caso das empresas de incorporao e construo. So Paulo, 1994. Tese (Doutorado) - Escola Politcnica, Universidade de So Paulo. OMC LASER. LB-2: controle vertical e horizontal. So Paulo, s.d. PICCHI, F.A. Sistemas de qualidade: uso em empresas de construo de edifcios. So Paulo, 1993. Tese (Doutorado) - Escola Politcnica,
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concreto armado de edifcios. So Paulo, 1996. Dissertao (Mestrado) Escola Politcnica, Universidade de So Paulo. SOUZA, A.L.R. O projeto para produo das lajes racionalizadas de
concreto armado de edifcios. So Paulo, 1996. Dissertao (Mestrado) Escola Politcnica, Universidade de So Paulo.
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