Noites de Lua Cheia e Sombra e Luz
Noites de Lua Cheia e Sombra e Luz
Noites de Lua Cheia e Sombra e Luz
SOMBRA E LUZ
(ENSAIO)
Salmo 131
SUMÁRIO
À GUISA DE PREFÁCIO
AÇÕES PESSOAIS
AGUARDAR O MELHOR
A PROPÓSITO DA SOBREVIVÊNCIA
BALANÇO DE LIQUIDAÇÃO
A BÊNÇÃO, LIBERDADE
BOI COTÓ NÃO ABANA RABO
AS CHANCES DO AMANHÃ
CRITÉRIOS QUALITATIVOS
A DEMOCRACIA DA IMPRENSA
EM BUSCA DO QUE ACHAR
A ERA DO DESPERDÍCIO
ESFORÇO EFICAZ
ESPELHOS, FITAS E BUGIGANGAS
A ESTAÇÃO DAS CHUVAS
O FASCÍNIO DO FUTURO
FAVAS CONTADAS
HORA DE SABER
A ILUSÃO DO AÇÚCAR
INTENÇÃO E COERÊNCIA
MÃE
MODA DE VIOLA
O MOMENTO ESPERADO
NEM TODA TAMPA SERIA PREMIADA
NOITES DE LUA CHEIA
OMISSÃO OU CUMPLICIDADE
O OUTONO DAS CIDADES
O PAI SUPERIOR
O POVO SABE DE SI
A QUESTÃO CARCERÁRIA
RETRATO FIEL
SINAIS DOS TEMPOS
O SOFISMA POLÍTICO
TEMPO DE RENOVAÇÃO
TRANSFORMAÇÕES
A VOZ E A PALAVRA
MUDAR DE LADO
DADOS PESSOAIS DO AUTOR
SOMBRA E LUZ
À GUISA DE PREFÁCIO
A BÊNçÃO, LIBERDADE
AGUARDAR O MELHOR
Rompêssemos o cristal do pensamento, qual
rolada uma melancia para se contar os caroços do lugar aberto, e
defrontar-nos-íamos com feixe de nervos, carne, sangue, veias,
artérias, músculos, ossos, tendões, medulas, mergulhando em
universo itinerante que se afirma enquanto respira, trabalha,
come e se relaciona, internos circuitos permanentes da busca de
transformação.
As cidades, também assim paralisadas,
circunstanciariam museus de cera, mistura clássica de um
espaço tridimensional. Pedestres, animais, veículos, lojas,
residências, bancos, repartições públicas, máquinas e
consultórios. Tabuleiros de xadrez estruturados de forma a se
pensar que tudo isso (e mais nada) faz sentido, único caminho
imaginário para múltiplas projeções de ansiedades.
Afastados ficássemos, viríamos as regiões. Os
cercados, o gado, as plantações, os estábulos, moradas,
engenhos. A produção vindo da terra, como resultado de
tradições técnicas redivivas no correr de séculos. Do campo, a
vida - o alimento como preservador essencial das espécies
(aceitemos ou refugemos a idéia). Ninguém vive por hipótese.
Daí o célebre esforço das gerações em juntar homem e solo. O
agricultor à gleba, que pertenceria ao patrão.
- Os dois (roceiro e solo)? - pergunta meio
irônica, todavia admissível, dadas limitações fundiárias próprias
do feudalismo.
Depois, a geografia dos estados, países,
continentes, mares, planeta, galáxia e infinito cósmico.
Pretendíamos resumir, no entanto se formaram
essas divagações subsidiárias, para facilitar o tema: uma visão
crítica do homem quanto ao Homem, o salto do nada ao
incalculável, do grão de areia a sóis monumentais. Monumentais.
Poder-se-ia (quem sabe?) denegar os objetos e
as pessoas, sob argumentos niilistas, prudentes, materialistas;
referências fugidias, no fluxo energético que se esfuma, fachos
de lua no espelho das horas; coágulos de pó que se fundem nos
traços do desconhecido. Poder-se-ia... o que não nos interessa
fazer.
Uma semente, quando germinada, conta
segredos diferentes disso. Para cada porção, desde o homem
(pensamento) à cidade (renovação de humor), à região
(produzir, experimentar novas culturas), ao Estado (perspectivas
abertas de coordenação), ao País (pujança, economia
organizada, reforma agrária, seriedade política, independência),
ao Continente (união de nacionalidades irmãs), ao Mundo (paz
na transpiração das consciências), certezas novas aspiram
construir uma civilização perene, livre dos jogos dúbios de
isoladas bandeiras.
Isto lembra o quanto as batalhas sangrentas
distorcem intenções e nutrem a imbecilidade, como filtros
teimoso dos erros insistentes, que purificam bárbaros trazidos
pelo vento. Desnecessário supor limite, uma fronteira, caso
busquemos nos fazer antes dos outros (à medida do ter, que
nunca enche).
Essa mentalidade míope gera injustiça e fabrica
as armas. Querer admitir o exclusivismo como coisa prática
(pragmatismo dominante) simboliza sustentar os ferrões à frente.
Das guerras todos saem derrotados. Os
vencidos, por serem de fato. E os vencedores, ao esquecerem de
sua parcela de culpa, em meio a discursos, vinhos e fanfarras,
nos salões em festa.
A PROPÓSITO DA SOBREVIVÊNCIA
BALANÇO DE LIQUIDAÇÃO
CRITÉRIOS QUALITATIVOS
A DEMOCRACIA DA IMPRENSA
A ERA DO DESPERDÍCIO
ESFORÇO EFICAZ
O FASCÍNIO DO FUTURO
HORA DE SABER
A ILUSÃO DO AÇÚCAR
INTENÇÃO E COERÊNCIA
MÃE
MODA DE VIOLA
O MOMENTO ESPERADO
OMISSÃO OU CUMPLICIDADE?
O PAI SUPERIOR
O POVO SABE DE SI
A QUESTÃO CARCERÁRIA
RETRATO FIEL
O SOFISMA POLÍTICO
TEMPO DE RENOVAçÃO
TRANSFORMAÇÕES
A VOZ E A PALAVRA
Das manifestaçoes humanas, uma exterioriza
nosso conteúdo individual como nenhuma outra. O homem é a
sua palavra. "A boca fala do que cheio está o coração".
Pensamos livres, porém, após dizermos, o
domínio do que foi dito não nos pertence mais.
Uma história ilustra o tema. Filósofo espirituoso,
quando indagado, certa feita, a propósito de qual o mais gostoso
dos alimentos, respondeu ser a língua.
- E o pior? - voltou-se à carga.
- Língua, também - foi a segunda resposta.
E justificou-se dizendo que a língua pode elevar
ou rebaixar, sem apelação, construíndo ou destruíndo pessoas,
vilas, estados, civilizações inteiras.
Jesus-Cristo enfatizou, nos seus ensinos, a
importância da palavra na afirmação clássica: "Seja o teu falar
sim, sim; não, não", para mostrar a necessidade ímpar de
objetividade no que dizemos.
Jamais falar mal de quem quer que seja.
Este esboço ligeiro o fizemos quando
organizávamos o que escrever sobre a capacidade que temos de
transmitir aos outros o pensamento por intermédio da voz.
Montamos frases, cadenciamos estruturas de idéias,
sentimentos; acrescentamos conceitos de significados
conhecidos. A bela harmonia da fala.
Quantas vezes deixamos escapar
oportunidades preciosas de redirecionamento de vida, por não
usarmos o termo mais conveniente.
Isto sem que falemos do aspecto mágico, da
força que as palavras detêm; pois, no mundo invisível, as nossas
manifestações plasmam valores permanentes. "No princípio era o
Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus", do
Evangelho de São João.
Possuímos idêntico poder, provindo da
Eternidade, para agir pelo condão da voz. Tudo o que falamos
não fica apenas conosco só ou com quem esteja na ocasião ("as
paredes têm olhos e os matos têm ouvidos") e ganha o espaço
vibracional sem fim, rumo de registros permanentes.
As palavras são nossas produções mais
sólidas, sementes de trevas ou luzes, de realizações presentes
ou futuras.
Quisemos, desta maneira, esquadrinhar o
assunto e apresentá-lo para exame. Caso nunca tenha você se
detido antes para avaliar, aqui fica esta sugestão.
Danielle Gomes Lacerda
SOMBRA E LUZ
OS HEMIFÉRIOS
A TRAVESSIA
O EXEMPLO CRISTÃO
ONDE ESTAMOS?
SOM E IMAGEM