Notas de Aula - Calculo Numerico
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Notas de Aula - Calculo Numerico
Problema
Real
Levantamento
de dados
Construo do
Modelo Matemtico
Implementao
Computacional
Anlise dos
resultados Obtidos
Escolha do Mtodo
Numrico Adequado
Quando necessrio:
reformular algum dos passos
anteriores
Mesmo que todas as fases do fluxograma acima tenham sido realizadas corretamente, ainda podem-se obter
resultados finais totalmente diferentes do que se esperava. Estes resultados dependem tambm:
da preciso dos dados de entrada;
da forma com que os dados so representados na maquina;
das operaes numricas realizadas.
Exemplo (2) Efetuar os seguintes somatrios em duas mquinas diferentes, uma calculadora e um computador:
S =
30.000
x
i =1
e
(110111) 2 = 1.2 5 + 1.2 4 + 0.2 3 + 1.2 2 + 1.21 + 1.2 0
Desta forma, ficar mais simples analisar uma forma de converter um nmero do sistema binrio para o sistema
decimal. Vejamos como converter o nmero (110111) 2 :
(110111) 2 = 1.2 5 + 1.2 4 + 0.2 3 + 1.2 2 + 1.21 + 1.2 0 =
Exemplo (3) Converter os nmeros abaixo do sistema binrio para o sistema decimal.
(a) (10111) 2 =
(b) (1101) 2 =
Soluo:
Vamos agora criar um algoritmo para esta converso. Considere, por exemplo, o nmero (1101) 2 , isto ,
(1101) 2 = 1.2 3 + 1.2 2 + 0.21 + 1.2 0 . Agora vamos colocar o nmero 2 em evidncia:
Do mesmo modo como fizemos no exemplo acima, pode-se criar um algoritmo de forma genrica para esta
converso. De modo geral, a representao de um nmero (a j a j 1 ...a1 a 0 ) 2 na base 10, que denotaremos por
b0 obtida da seguinte forma:
bj =a j
b j 1 = a j 1 + 2b j
b j 2 = a j 2 + 2b j 1
b1 = a1 + 2b2
b0 = a a + 2b1
Assim, pelo algoritmo, a forma de converso do nmero (1101) 2 para a base 10 ser:
Agora, veremos um processo prtico para converter nmeros inteiros no sistema decimal para o sistema binrio.
Para isso, iremos dividir o nmero dado na base 10 sucessivamente por 2 at chegarmos em um quociente 0, e
depois disso, para escrever o nmero na base 2, utilizaremos o resto destas divises da ltima diviso para a
primeira, ou seja, os restos sero tomados de traz para frente.
Exemplo (4) Converter o nmero (237)10 da base 10 para a base 2, utilizando o processo prtico.
Soluo:
Exemplo (5) Converter os nmeros abaixo da base 10 para a base 2, utilizando o processo prtico.
(a) (245)10 =
(b) (347)10 =
Soluo:
Agora, vamos criar um algoritmo. Considerando o processo prtico descrito anteriormente e que
( 237 )10 = (a j a j 1 ...a1 a 0 )10 . Desta forma, vamos admitir que:
N 0 = 237 = 2.118 + 1
Assim, temos que o resto desta diviso (237 por 2) 1, e este valor ser tomado como a 0 , ou seja, a 0 = 1 .
Agora, iremos repetir este processo para o quociente 118, e este valor ser o N 1 , ou seja, N 1 = 118 . Da,
N 1 = 118 = 2.59 + 0
Desta forma, vemos que o resto da diviso zero, assim temos que a1 = 0 . Continuando o processo temos:
N2 =
N3 =
N4 =
N5 =
N6 =
N7 =
Portanto, (237)10 =
De modo geral, ao considerarmos um nmero N qualquer na base 10, N Z , e sua representao binria dada
por ( a j a j 1 ...a1 a 0 )10 , podemos utilizar o seguinte algoritmo, onde a cada k, se obtm o dgito binrio a k .
Vejamos:
Passo 0: Para k = 0 , temos N k = N .
Passo 1: Obtenha q k e rk tais que N k = 2.q k + rk .
Faa a k = rk
Passo 2: Se q k = 0 , pare.
Caso contrrio, faa N k +1 = q k .
Faa k = k + 1 e volte para o Passo 1.
Nmeros Fracionrios
Nmeros fracionrios so nmeros da forma:
r = 0,125 , s = 0,6666...
ou
t = 0,141592654...
Como se pode notar acima estes nmeros podem ser finitos ( r ) ou infinitos ( s e t ). Primeiramente
trataremos da converso de nmeros fracionrios da base decimal para a base binria.
Considere r = (0,125)10 . Sua representao na base binria ser dada por (0, d 1 d 2 ...d j ...) 2 . Vamos tomar
este nmero como exemplo para descobrir uma forma de converso para o sistema binrio.
Assim,
(0,125)10 = d 1 .2 1 + d 2 .2 2 + ... + d j .2 j + ....
Da, temos que d1 = 0 , uma vez que a parte inteira do nmero 0,25 zero. Agora, vamos aplicar este mesmo
processo at que a parte fracionria seja igual a zero. Quando isso ocorrer, a converso se encerra. Vejamos:
2.(0,25)10 =
Portanto, (0,125)10 =
Exemplo (6) Converter o nmero r = (0,1)10 da base 10 para a base 2, utilizando o processo anterior.
Soluo:
Assim, (0,1)10 =
Prof. Fbio Secches Bueno
Analisando o exemplo acima, podemos notar que a representao no finita de certos nmeros pode causar
erros aparentemente inexplicveis nas mquinas, como foi o caso do exemplo (2). Este tipo de erro ocorre, pois
as mquinas no tm a capacidade de guardar infinitos dgitos na mantissa.
Agora
vamos
fazer
converso
do
sistema
binrio
para
decimal.
Para
isso,
considere
( r ) 2 = (0, d 1 d 2 ...d j ...) 2 . Sua representao no sistema decimal ser obtida de forma muito semelhante ao que
foi feito no processo de converso para nmeros inteiros. De modo geral, seguiremos o seguinte algoritmo:
defina r1 = r e multiplique o nmero r k por 10, mas na base binria, dado por (1010) 2 , para assim
obtermos o dgito bk , que a parte inteira deste produto, mas convertido para a base decimal. Vejamos este
processo atravs de um exemplo.
Exemplo (7) Converter o nmero r = (0,000111) 2 da base binria para a base decimal.
Soluo:
Exemplo (8) Converter (0,11) 2 da base 2 para a base 10. (Utilize 6 casas decimais).
Soluo:
Onde,
: base em que a mquina opera;
t : nmero de dgitos da mantissa;
0 d j 1, com j =1,2,..., t e d 1 0 ;
e : expoente no intervalo [e1 , e2 ] , com e1 0, e2 1 e e1 , e2 Z .
Em qualquer mquina, poucos nmeros reais so representados exatamente, e, portanto, a representao de um
nmero real ser feita por truncamento ou arredondamento. Vejamos um exemplo:
Exemplo (9) Considere uma mquina que opera no sistema =10 , t = 3 e e [5,5] . De que forma os
nmeros ficam representados nesta mquina (em mdulo) ?
Soluo:
Considere o conjunto
G = {x IR | m | x | M } .
II | x |< m : x = 0,354.10 9
Observaes:
(1) Algumas linguagens de programao permitem que as variveis sejam declaradas em preciso dupla, ou
seja, uma varivel representada no sistema de aritmtica de ponto flutuante da mquina com
aproximadamente o dobro de dgitos disponveis na mantissa.
(2) O zero em ponto flutuante , em geral, representado com o menor expoente possvel a mquina. Isto
ocorre, pois a representao do zero por uma mantissa nula e um expoente qualquer para a base pode
acarretar perda de dgitos significativos no resultado da adio deste zero a u outro nmero.
Exemplo (10) Representar os nmeros num sistema de aritmtica de ponto flutuante onde =10 , t = 3 e
e [4,4] .
Soluo:
x
Representao obtida por arredondamento Representao obtida por truncamento
1,25
10,065
-826,95
2,71828...
0,000008
817235,9
2
1.3 Erros
1.3.1 Erros Absolutos e Erros Relativos
Definio: Erro absoluto a diferena entre o valor exato de um nmero
EAx = x x .
Na maioria das vezes, apenas o valor de x conhecido, e, portanto, impossvel obter o valor exato do erro
absoluto. O que se faz, obter um limitante superior ou uma estimativa para o mdulo do erro absoluto.
Vejamos alguns exemplos:
Exemplo (11) Sabe-se que (3,14;3,15) . Determine um limitante superior para o mdulo do erro absoluto.
Soluo:
Exemplo (12) Seja x representado por x = 2112,9 , com | EAx |< 0,1 , isto , x ( 2112,8;2113) e seja y
representado por y = 5,3 , com | EAy |< 0,1 , isto , y (5,2;5,4) . Os limitantes superiores para os erros
absolutos so os mesmos, mas podemos afirmar que os nmeros esto representados com a mesma preciso?
Soluo:
Definio: Erro relativo a razo entre o erro absoluto e o valor aproximado, ou seja,
ER x =
EAx x x
=
x
x
Vamos voltar ao exemplo (12) e calcular o erro relativo de cada um dos nmeros em questo:
x escrito na
x = f x .10 e + g x .10 e t
x como acima.
A grande questo do exemplo anterior como considerar a parcela de g x na representao do nmero uma vez
que esta parcela no pode ser incorporada totalmente na mantissa e definir o erro absoluto (ou relativo) mximo
cometido. Para isso, temos dois critrios: o truncamento e o arredondamento.
e t
e
No truncamento, g x .10
desprezado e x = f x .10 . Neste caso, temos:
| EAx |=
| ER x |=
1
e
f
.
10
,
|
g
|
<
x
x
2
x=
f .10 e + 10 e t , | g | 1
x
x
2
Portanto, se | g x |<
Assim, se | g x |<
1
, g x desprezado, caso contrrio, soma-se 1 ao ltimo dgito de f x .
2
1
, temos:
2
| EAx |=
| ER x |=
E, se | g x |
| EAx |
1
, teremos:
2
1
.10 e t
2
| ER x |<
1
.10 t +1 .
2
A prova desta ltima desigualdade pode ser encontrada nos livros textos da bibliografia bsica deste curso.
Observao: apesar de erros menor ocorrerem quando se utiliza arredondamento, este acarreta em um tempo
de execuo maior, e por isso, o truncamento mais utilizado.
No exemplo acima se pode notar que mesmo que as parcelas de uma operao estejam representadas
exatamente no sistema, o resultado final armazenado pode no ser exato.
Frmulas de Erros nos Fatores
Na maioria dos sistemas, o resultado exato da operao denotado por OP normalizado e depois arredondado
ou truncado para t dgitos, obtendo assim o resultado aproximado O P que armazenado na memria da
mquina.
J vimos que o erro no resultado de uma operao, supondo que as parcelas esto exatamente representadas
ser:
| EROP |< 10 t +1 no truncamento
e
| EROP |<
1
.10 t +1 no arredondamento.
2
Vamos agora ver as frmulas para os erros absolutos e relativos nas operaes de aritmtica de ponto flutuante
com erros nas parcelas. Estas frmulas de erros no sero provadas, mas fica a critrio do aluno olhar a
demonstrao nos livros da bibliografia.
Para estas frmulas, vamos supor que erro final arredondado.
Sejam
x e y , tais que
x = x + EAx e y = y + EAy .
ADIO: x + y
Erro absoluto: EAx + y = EAx + EAy
y
x
+ ER y
x + y.
x
+
y
Erro relativo: ER x + y = ER x
Erro relativo: ER x y = ER x
SUBTRAO: x y
Erro absoluto: EAx y = EAx EAy
y
x
ER y
x y .
xy
MULTIPLICAO: x. y
Erro absoluto: EAx. y x .EAy + y.EAx e Erro relativo: ER x. y ER x + ER y .
DIVISO: x / y
Erro absoluto: EAx / y
y.EAx x .EAy
EAx x .EAy
=
2
y
y
y2
e Erro relativo: ER x / y ER x ER y
Note que o erro todas as frmulas acima foram escritas sem considerar o erro de arredondamento (truncamento)
no resultado final. E no se esquea que a anlise completa da propagao de erros se faz considerando os erros
nas parcelas e no resultado de cada operao efetuada.
Prof. Fbio Secches Bueno
10
1.4 EXERCCIOS
(1) Converter para decimal os seguintes nmeros binrios:
a) 10011
b) 11100010
c) 1000001
d) 1,1
e) 1100,01
f) 10,05
f) 1000,001
(3) Seja um sistema de aritmtica de ponto flutuante de quatro dgitos, base decimal e com acumulador de
preciso dupla. Dados os nmeros:
x = 0.7237 *10 4
y = 0.2145 *10 3
z = 0.2585 *101
11
efetue as seguintes operaes e obtenha o erro relativo no resultado, supondo que x, y e z esto exatamente
representados:
a) x + y + z b) x y z c) x / y
d) ( x * y ) / z e) x * ( y / z )
(4) Suponha que x representado no computador por x , onde x obtido por arredondamento, obtenha os
limites superiores para os erros relativos de
w= x+x
u = 2x
e
(5) Considere uma mquina cujo sistema de representao de nmeros definido por: base 10, ( =10 ),
quatro dgitos na mantissa ( t = 4 ) e expoente no intervalo e =[5,5] . Pede-se:
a) Qual o menor e o maior, em mdulo, nmero representado nessa mquina?
b) Como ser representado nessa mquina o nmero 73758 nessa mquina, se for usado o arredondamento? E
se for usado truncamento?
c) Se a = 42450 e b = 3 qual o resultado de a + b se for usado o arredondamento? E se for usado truncamento?
10
b + a .
i =1
12
Graficamente, os zeros reais de funes reais so representados pelas abscissas dos pontos onde uma curva
intercepta o eixo-x. Vejamos alguns exemplos:
Sabemos que existem casos que para encontrar os zeros reais de algumas equaes existem frmulas
especficas, como por exemplo, as equaes polinomiais de 2 grau. No entanto, para obter zeros reais de
polinmios de grau maior e de equaes mais complexas praticamente impossvel determinar os zeros
exatamente. Por isso que na maioria das vezes se encontrarmos valores aproximados para estes zeros, devemos
ficar satisfeitos. Mas estes valores aproximados podem ser encontrados com o auxlio de alguns mtodos
numricos que apresentaremos agora, a menos de limitaes de mquinas, com preciso predeterminada.
Na maioria destes mtodos, partiremos de uma aproximao inicial para o zero e em seguida refinaremos essa
aproximao atravs de processos iterativos. Por esse motivo, os mtodos contm duas fases:
FASE I Localizao ou isolamento de razes, que consiste em obter um intervalo que contm o zero.
FASE II Refinamento, que consiste em, escolhidas aproximaes iniciais no intervalo encontrado na Fase I,
melhor-las sucessivamente at se obter uma aproximao para o zero dentro de uma preciso
predeterminada.
Observao: Se f ' ( x ) existir e preservar o sinal em ( a, b) , ento este intervalo contm um nico zero de
f (x ) .
Graficamente,
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13
Uma forma de se isolar as razes de f (x ) usando os resultados anteriores tabelar f (x ) para vrios valores
de x e analisar as mudanas de sinal de f (x ) e o sinal da derivada nos intervalos em que f (x ) mudou de
sinal.
Exemplo (1) Buscar as razes de f ( x) = x 3 9 x + 3 utilizando os resultados anteriores.
Soluo:
Construindo uma tabela com vrios valores para f (x ) e considerando apenas os sinais, temos:
x
f (x )
90
-
9
-
5
-
3
+
1
+
0 1 2 3 4
+ -
- + +
Como f (x ) contnua em IR , de acordo com as variaes de sinal, podemos concluir que cada um dos
intervalos I 1 = [ 5,3] , I 2 = [0,1] e I 3 = [ 2,3] contm pelo menos uma raiz em f (x ) . E ainda, como
f (x ) polinomial, podemos afirmar que cada intervalo contm uma nica raiz.
Mas este processo pode ser bastante trabalhoso, uma vez que se podem fazer diversas tentativas at se encontrar
as mudanas de sinal. Por isso, vamos estudar outros resultados tericos para obteno de razes de funes.
Mas estes resultados so teis apenas para funes polinomiais.
Teorema (Fundamental da lgebra): Um polinmio de grau
n,
n 1 da forma:
p n ( x) = a n x n + a n 1 x n 1 + ... + a1 x1 + a 0 = 0
(*)
m se:
p ( m ) ( ) 0 ,
d j p ( x)
, com x = e j =1,2,..., m .
dx j
Exemplo (2) Seja p( x) = x 4 5 x 3 + 6 x 2 + 4 x 8 , determine a multiplicidade de suas razes.
Soluo:
Onde p ( j ) ( ) =
14
Estes teoremas vistos at o momento so teis para determinar as razes reais de p ( x) = 0 . Agora, com os
prximos resultados, vamos tentar determinar a quantidade de razes existentes nos intervalos que contm as
razes. Mas note que estes so apenas indicaes da quantidade de razes, e no a quantidade exata.
Exemplo (5) Dado o polinmio p ( x) = x 7 +1 , determine o nmero de razes positivas e negativas, usando a
Regra de Sinal de Descartes.
Soluo:
Prof. Fbio Secches Bueno
15
p ' ' (a )
p ( n ) (a)
2
p ( x) p (a ) + p (a )' ( x a ) +
( x a ) + ... +
( x a) n .
2!
n!
g 0 ( x) = p ( x )
g 1 ( x ) = p ' ( x)
e, para k 2, g k ( x) o resto da diviso de g k 2 ( x) por g k 1 ( x ) , mas com o sinal trocado.
Teorema (Sturn): Se p (a ) 0 e p (b) 0 , ento o nmero de razes distintas de p ( x) = 0 no intervalo
~ (a ) v
~ (b)
[ a , b] exatamente v
.
Exemplo (6) Determinar o nmero de razes distintas de p ( x) = x 3 + x 2 x + 1 , utilizando o Teorema de Sturn.
(Para isso necessrio construir a sequncia de Sturn)
Soluo:
16
Agora que j conhecemos alguns teoremas que iro nos auxiliar na obteno de razes, vamos estudar alguns
mtodos grficos. Como sabemos a anlise grfica da funo f (x ) tambm ajudar muito na obteno de
boas aproximaes para a raiz. Por isso, podemos utilizar um dos seguintes processos:
(i)
(ii)
(iii)
esboar o grfico da funo f (x ) e localizar as abscissas dos pontos dos pontos onde a curva
intercepta o eixo-x;
a partir da equao f ( x ) = 0 , obter a equao equivalente g ( x ) = h( x) , esboar os grficos de
ambas as funes no mesmo plano cartesiano e localizar os pontos x onde o grfico destas funes
se interceptam, pois neste caso, temos que f ( ) = 0 g ( ) = h( ) ;
usar programas que traam grficos de funes.
Para esboar o grfico de uma funo, devemos estudar o comportamento desta funo, ou seja, determinar o
domnio, os pontos de descontinuidade, intervalos de crescimento e decrescimento, pontos de mximo e
mnimo (com o teste da primeira derivada), concavidade, pontos de inflexo (com o teste da segunda derivada)
e assntotas da funo. No vamos entrar nos detalhes da anlise de funes e construo de grficos, mas o
leitor pode encontrar os testes das derivadas no Apndice B e nas referncias [2] e [3].
Agora, vamos fazer alguns exemplos.
Exemplo (7) Determine os intervalos que contm as razes da funo f ( x) = x 3 9 x + 3 utilizando os
processos grficos.
Soluo:
17
Exemplo (9) Determine os intervalos que contm as razes da funo f ( x) = x. ln( x ) 1 utilizando os
processos grficos.
Soluo:
18
se :
(i) | x |<
(ii) | f ( x ) |<
Pergunta: Como efetuar o teste (i) se no conhecemos ?
Resposta: Uma forma reduzir o intervalo que conte a raiz a cada iterao. Ao se conseguir um intervalo [a, b]
tal que:
[a, b]
, ento x [a, b] , | x |< . Portanto, x [a, b] pode ser tomado como
b a<
x.
Nem sempre possvel ter as exigncias (i) e (ii) satisfeitas simultaneamente, por isso os mtodos numricos
so desenvolvidos de forma a satisfazer pelo menos um destes critrios.
Veja graficamente:
19
OBS: Em programas computacionais, alm do teste de parada usado para cada mtodo, deve-se ter o cuidado
de estipular um nmero mximo de iteraes para se evitar que o programa entre em looping devido a erros
no prprio programa ou a inadequao do mtodo usado para o problema em questo.
ITERAES:
x0 =
a0 + b0
2
f ( a 0 ) < 0 ( a0 , x0 )
f (b0) > 0 a1 = a0
f ( x ) > 0 b = x
0 1 0
20
x1 =
x2 =
a1 + b1
2
a 2 + b2
2
f ( a 2 ) < 0 ( x 2 , b2 )
f (b2) > 0 a3 = x2
f ( x ) < 0 b = b
2 3 2
Exemplo (11) Aplicar o Mtodo da Bisseco para f ( x) = x 3 9 x + 3 no intervalo [0,1] com preciso
= 10 3 .
Soluo:
21
f (x )
b a
0,5
0,25
0,375
0,3125
0,34375
0,328125
0,3359375
0,33984375
0,33789062
5
0,33691406
3
-1,375
0,765625
-0,322265625
0,218017578
-0,0531311035
0,08222029114
0,0144743919
-0,0193439126
-2,43862718.
0,5
0,25
0,125
0,0625
0,03125
0,015625
7,8125. 10 3
3,90625. 10 3
1,953125.
10 3
10 3
6,01691846.
9,765625.
10 3
10 4
bk a k =
Deve-se o valor de k tal que bk ak < , ou seja,
bk 1 a k 1 b0 a 0
=
2
2k
b0 a0
b a0
log(b0 a0 ) log( )
< 2k > 0
k log(2) > log(b0 a 0 ) log( ) k >
k
log(2)
2
Portanto, se k satisfaz a relao acima, ao final da iterao k teremos o intervalo [a, b] que contm a raiz ,
tal que x [a, b] | x | b a < .
Exemplo (12) Se desejarmos encontrar , o zero da funo f ( x ) = x log( x ) 1 no intervalo [1,2] com
preciso = 10 2 , quantas iteraes, no mnimo, devemos efetuar?
Soluo:
II Mtodo de Newton-Raphson
Prof. Fbio Secches Bueno
22
Antes de estudarmos este mtodo importante sabermos um pouco sobre sua origem. Este mtodo foi criado
para na tentativa de acelerar o Mtodo do Ponto Fixo (MPF), uma vez que o MPF mais importante nos
conceitos que so introduzidos em seu estudo do em que sua eficincia computacional.
Para estudar o MPF devemos considerar uma funo f (x ) contnua no intervalo [ a, b] , que contm uma
raiz da equao f ( x ) = 0 . Este mtodo consiste em transformar f (x ) em uma equao equivalente
x = (x ) e a partir de uma aproximao inicial x 0 gerar uma sequncia {x k } de aproximaes para pela
relao x k +1 = ( x k ) , pois a funo ( x ) tal que f ( ) = 0 se e somente se ( ) = . Desta forma o
problema muda, ou seja, ao invs de encontrarmos uma raiz para f (x ) , devemos encontrar uma raiz para
( x ) .
Uma funo ( x ) que satisfaz a condio anterior chamada de funo de iterao para a equao f ( x ) = 0 .
Exemplo (13) Para a equao x 2 + x 6 = 0 , temos vrias funes de iteraes, algumas delas so:
(1) 1 ( x) = 6 x 2
(2) 2 ( x) = 6 x
6
1
x
6
(4) 4 ( x ) =
x +1
(3) 3 ( x ) =
Pelo exemplo, podemos notar que dada uma equao f ( x ) = 0 , existem infinitas funes de iterao ( x )
para a equao f ( x ) = 0 .
Graficamente, uma raiz para a equao x = (x) a abscissa do ponto de interseco da reta y = x e da
funo y = (x) , veja:
De acordo com estes grficos, podemos notar que no para qualquer escolha de ( x ) que o processo
recursivo definido por ( x ) gera uma seqncia que converge para .
Um resultado que fornece condies suficientes para que o processo seja convergente o seguinte teorema.
Teorema: Seja uma raiz da equao f ( x ) = 0 , isolada nem intervalo I centrado em . Seja ( x ) uma
funo de iterao para a equao f ( x ) = 0 . Se
i) ( x ) e ' ( x) so contnuas em I
ii) | ' ( x) | M < 1, x I
iii) x 0 I ,
ento a sequncia {x k } gerada pelo processo iterativo x k +1 = ( x k ) converge para .
Prof. Fbio Secches Bueno
23
| x k |< | x
x k 1 | .
Agora que conhecemos um pouco sobre o MPF, poderemos voltar ao estudo do Mtodo de Newton-Raphson. O
Mtodo de Newton-Raphson faz, na tentativa de garantir e acelerar a convergncia do MPF, a escolha de uma
funo de iterao ( x ) tal que ' () = 0 .
Ento, dada a funo f ( x ) = 0 e partindo da forma geral para ( x ) , queremos obter a funo A( x ) tal que
' () = 0 .
( x) = x + A( x ) f ( x )
' ( x ) = 1 + A' ( x) f ( x) + A( x) f ' ( x)
' ( ) = 1 + A' ( ) f ( ) + A( ) f ' ( ) ' ( ) = 1 + A( ) f ' ( ).
Assim,
' ( ) = 0 1 + A( ) f ' ( ) = 0 A( ) =
donde, tomamos A( x) =
1
,
f ' ( )
1
.
f ( x)
f ( x)
ser tal que ' () = 0 , pois como podemos
f ' ( x)
verificar:
' ( x) = 1
f ( xk )
, k = 0,1,2,...
f ' ( xk )
Geometricamente,
Exemplo (14) Aplicar o Mtodo de Newton-Raphson para encontrar a raiz da funo f ( x ) = x 2 + x 6 , isto ,
2 = 2 e x0 = 1,5 .
Soluo:
24
Exemplo (16) Aplicar o Mtodo de Newton-Raphson para encontrar a raiz da funo f ( x) = x 2 9 x + 3 , com
x 0 = 0,5 , = 10 4 e, sabendo-se que (0,1) .
Soluo:
Iteraes
0
1
Prof. Fbio Secches Bueno
f (x )
0,5
0,33333333
0,1375.10
0,373703.10 1
25
3
0,33760683
8
0,1834054.10 4
Assim,
x = 0,337606838
e f (x ) = 1,834054.10 5 < .
( xk ) = xk
f ( xk )
f ( xk )
= xk
.( x k x k 1 )
f ( x k ) f ( x k 1 )
f ( x k ) f ( x k 1 )
x k x k 1
E, simplificando, temos:
( x k ) =
x k 1 . f ( x k ) x k . f ( x k 1 )
x k 1 . f ( x k ) x k . f ( x k 1 )
, ou seja, x k +1 =
f ( x k ) f ( x k 1 )
f ( x k ) f ( x k 1 )
Note que para aplicar este mtodo so necessrias duas aproximaes iniciais.
Interpretao Geomtrica
Exemplo (17) Aplicar o Mtodo da Secante para encontrar a raiz da funo f ( x ) = x 2 + x + 6 , com x 0 = 1,5 ,
x1 = 1,7 e = 10 5 e, sabendo-se que 2 = 2 .
26
Exemplo (18) Aplicar o Mtodo da Secante para encontrar a raiz da funo f ( x) = x 2 9 x + 3 , com x0 = 0 ,
x1 = 1 e = 5.10 4 .
Como vimos, o Mtodo da Secante uma aproximao para o Mtodo de Newton-Raphson, e por isso as
condies de convergncia so praticamente as mesmas, acrescentando apenas que este mtodo pode divergir
se f ( x k ) f ( x k 1 ) . E, ainda podemos salientar que a ordem de convergncia do Mtodo da Secante no
quadrtica como a do Mtodo de Newton-Raphson, mas tambm no linear. possvel provar que a ordem de
convergncia para este mtodo aproximadamente p =1,62 ( referncia [4] ).
2.4 - EXERCCIOS
(1) Encontre uma raiz aproximada para as funes a seguir utilizando o Mtodo da Bisseco com preciso
= 10 2 . Utilize a estimativa do nmero de intervalos para saber o nmero mnimo de iteraes necessrias.
a) f ( x) = x 3 x 1 e (1,2)
b) f ( x ) = e x cos( x ) e (1,2) .
2
(5) Aplique o Mtodo de Newton equao x 3 2 x 2 3 x + 10 = 0 com x 0 = 1,9 . Justifique o que acontece.
(6) Use o Mtodo de Newton para obter a menor raiz positiva das equaes a seguir com preciso = 10 4 .
Para encontrar a menor raiz utilize os processos de localizao de razes (grficos ou pelos teoremas).
a)
x
tg ( x ) = 0
2
x
b) 2 cos( x) e 2 = 0
c) x 5 6 = 0
Prof. Fbio Secches Bueno
27
(7) Verifique se o nmero uma raiz da equao polinomial dada, caso seja d a sua multiplicidade:
a) 6 x 5 35 x 4 + 90 x 3 110 x 2 + 65 x 15 = 0 , =1
b) 5 x 5 + 10 x 4 45 x 3 110 x 2 + 20 x + 120 = 0 , = 2
c) 8 x 5 + 2 x 2 5 x + 1 = 0 , = 7
(8) Usando a Regra de Sinal de Descartes, verifique o nmero possvel de razes reais positivas e negativas de
cada equao.
a) 3x 5 + 3x 2 2 x + 1 = 0
b) 5 x 6 4 x 3 2 x 2 + x + 1 = 0
c) 3x 6 + 2 x 5 + 4 x 4 5 x 2 + 1 = 0
(9) Determinar o nmero de razes distintas de p ( x) = 3 x 3 + 3x 2 2 x + 1 , utilizando o Teorema de Sturn.
(10) Use o Mtodo da Secante para obter a menor raiz positiva das equaes a seguir com preciso = 10 4 .
Para encontrar a menor raiz utilize os processos de localizao de razes (grficos ou pelos teoremas).
a)
x
tg ( x ) = 0
2
x
b) 2 cos( x) e 2 = 0
c) x 5 6 = 0
(11) Usando o Mtodo da Secante encontre a raiz da funo f ( x) = x 2 8 , com x 0 = 2 , x1 = 2,5 e preciso
= 10 5 .
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