Estatutos Da Ordem Dos Advogados de Angola
Estatutos Da Ordem Dos Advogados de Angola
Estatutos Da Ordem Dos Advogados de Angola
ANGOLA
Texto integral
incluindo as alteraes introduzidas pelo
Decreto n 56/05, de 13 de Maio
TTULO I
DA ORDEM DOS ADVOGADOS
CAPITULO I
DISPOSIES GERAIS
ARTIGO 1
(Denominao, natureza e sede)
1. A Ordem dos Advogados a instituio representativa dos
licenciados em Direito que, em conformidade com os preceitos do
presente Estatuto e demais disposies legais aplicveis, exercem a
advocacia.
2. A Ordem independente dos rgos do Estado, sendo livre e
autnoma nas suas regras e funcionamento.
3. A Ordem tem personalidade jurdica e goza de autonomia
administrativa, financeira e patrimonial.
4. A Ordem tem a sua sede em Luanda.
ARTIGO 2
(mbito)
1. A Ordem de mbito nacional e est internamente estruturada em
conselhos provinciais e delegaes.
2. Sempre que o nmero de advogados de algumas provncias no
permita a constituio de conselhos provinciais, o Conselho Nacional
pode, por deliberao, criar conselhos interprovinciais, de carcter
provisrio, que abranjam duas ou mais provncias, aos quais sero
aplicveis, com as devidas adaptaes, os artigos 37 e 38 dos
presentes estatutos, e cujas regras especficas de funcionamento sero
fixadas na deliberao do Conselho Nacional que os cria.
ARTIGO 3
(Atribuies)
Constituem atribuies da Ordem:
a) Colaborar na administrao da Justia, pugnar pela defesa do
Estado democrtico de direito e defender os direitos, liberdades e
garantias individuais dos cidados;
b) Atribuir o titulo profissional de advogado e de advogado estagirio e
regulamentar o exerccio da respectiva profisso;
c) Zelar pela funo social, dignidade e prestigio da profisso de
advogado e promover o respeito pelos respectivos princpios
deontolgicos;
d) Defender os interesses, direitos, prerrogativas e imunidades dos
seus membros;
e) Reforar a solidariedade entre os seus membros;
f) Exercer jurisdio disciplinar exclusiva sobre os advogados e
advogados estagirios;
g) Promover o acesso ao conhecimento e aplicao do direito e
contribuir para o desenvolvimento da cultura jurdica;
h) Contribuir para o aperfeioamento da elaborao do direito, devendo
ser ouvida sobre os projectos de diplomas legislativos que interessem
ao exerccio da advocacia e aplicao da justia e ao patrocnio
judicirio em geral;
i) Contribuir para o estreitamento das relaes com organismos
congneres estrangeiros;
j) Exercer as demais funes que resultem das disposies deste
Estatuto ou de outros preceitos legais.
ARTIGO 4
(Representao da Ordem)
1. A Ordem representada em juzo e fora dele pelo Bastonrio.
2. Para defesa dos seus membros em todos os assuntos relativos ao
exerccio da profisso ou desempenho de cargos nos rgos da Ordem
quer se trate de responsabilidades que lhes sejam exigidas, quer de
ofensas contra eles praticadas, pode a Ordem exercer os direitos de
assistente ou conceder patrocnio em processos de qualquer natureza.
3. A Ordem, quando intervenha como assistente em processo penal,
pode ser representada por advogado diferente do constitudo pelos
restantes assistentes, havendo-os.
ARTIGO 5
(Recursos)
1. Sem prejuzo do disposto no nmero 2 do artigo 77 dos presentes
Estatutos, os actos praticados pela Ordem no exerccio das suas
atribuies admitem os recursos hierrquicos previstos no presente
Estatuto.
2. O prazo de interposio do recurso de oito dias, quando outro
especial no seja assinado.
3. Dos actos definitivos e executrios dos rgos da Ordem cabe
recurso contencioso nos termos gerais de direito.
ARTIGO 6
(Correspondncia e requisio oficial de documentos)
1. No exerccio das suas atribuies, podem os rgos da Ordem
corresponder-se com quaisquer entidades pblicas e tribunais e, bem
assim, requisitar, sem pagamento de despesas, cpias, certides,
informaes e esclarecimentos, incluindo a remessa de processo em
confiana, nos mesmos termos em que os organismos oficiais devem
satisfazer as requisies dos tribunais judiciais.
2. Os particulares tm o dever de colaborar com a Ordem no exerccio
das suas atribuies.
CAPITULO II
RGOS DA ORDEM DOS ADVOGADOS
SECO I
Disposies Gerais
ARTIGO 7
(rgos)
1. A Ordem prossegue as atribuies que lhe so conferidas nestes
Estatutos e demais legislao atravs dos seus rgos.
2. Sem prejuzo do disposto no n 2 do artigo 2, so rgos da Ordem:
a) A Assembleia Geral;
b) O Bastonrio;
c) O Conselho Nacional;
d) As Assembleias Provinciais;
e) Os Conselhos Provinciais;
f) Os Delegados.
g) A Comisso de tica e Disciplina
h) O Centro de Estudos e Formao
ARTIGO 8
(Carcter electivo e temporrio dos cargos sociais)
1. Sem prejuzo do estabelecido no artigo 39, os titulares dos rgos
da Ordem so eleitos por um perodo de trs anos civis.
2. No admitida a reeleio do Bastonrio para um terceiro mandato
consecutivo.
ARTIGO 9
(Elegibilidade)
1. S podem ser eleitos ou designados para os rgos da Ordem os
Advogados com inscrio em vigor e sem qualquer punio de carcter
disciplinar superior de advertncia.
2. S podem ser eleitos para o cargo de Bastonrio os advogados com
pelo menos oito anos de exerccio da profisso.
3. Para efeitos do disposto no nmero 1 deste artigo, considera-se que
tm a sua inscrio em vigor os advogados que no se encontrem
numa situao de incompatibilidade ou impedimento e tenham as suas
quotas em dia.
ARTIGO 10
(Apresentao de candidaturas)
1. A eleio para os rgos da Ordem dos Advogados depende da
apresentao de propostas de candidaturas, que devem ser efectuadas
perante o Bastonrio em exerccio at 31 de Outubro do ano
imediatamente anterior ao do inicio do trinio subsequente.
2. As propostas so subscritas por um mnimo de quinze advogados
com inscrio em vigor, quanto s candidaturas para Bastonrio e para
o Conselho Nacional, por um mnimo de dez advogados, quanto s
candidaturas para o Conselho Provincial de Luanda, e por um mnimo
de dois advogados, quanto s candidaturas para os restantes
Conselhos Provinciais.
3. As propostas de candidaturas para Bastonrio e para o Conselho
Nacional devero ser apresentadas em conjunto, acompanhadas das
linhas gerais do respectivo programa.
4. As propostas de candidatura para os Conselhos Provinciais devem
indicar o candidato a presidente do respectivo rgo.
5. As propostas de candidatura devem conter a declarao de
aceitao de todos os candidatos.
6. Quando no seja apresentada qualquer candidatura, o Bastonrio
declara sem efeito a convocatria da assembleia ou o respectivo ponto
de ordem do dia e, concomitantemente, designa data para nova
convocao da respectiva assembleia entre 90 e 120 dias aps o dia
anteriormente indicado para a eleio. A apresentao de candidaturas
ter lugar at trinta dias antes da data designada para a reunio.
7. Na hiptese prevista no nmero anterior, os membros at ento em
exerccio continuam em funes at tomada de posse dos novos
membros eleitos.
8. Se no for apresentada qualquer lista, o rgo cessante dever
apresentar uma, com dispensa do estabelecido nos n. 2 e 5 do
presente artigo, no prazo de 8 dias aps o termo do prazo para a
apresentao das listas nos termos gerais.
ARTIGO 11
(Data das eleies)
1. A eleio para os diversos rgos da Ordem dos Advogados
realizar-se- at 30 de Abril, na data que for designada pelo
Bastonrio.
2. As eleies para Bastonrio, Conselho Nacional e Conselho
Provincial de Luanda tm sempre lugar na mesma data.
3. A tomada de posse dos rgos sociais eleitos tem lugar at um ms
aps a respectiva eleio
ARTIGO 12
(Voto)
1. Apenas tm direito a voto os advogados com inscrio em vigor.
2. O voto secreto e obrigatrio, podendo ser exercido pessoalmente
ou por correspondncia, dirigida, conforme for o caso, ao Bastonrio ou
ao Presidente do Conselho Provincial.
3. No caso do voto por correspondncia, o boletim encerrado em
subscrito acompanhado de carta assinada pelo votante.
4. O advogado que deixar de votar sem motivo justificado pagar multa
de montante igual a trs vezes o valor da quotizao mensal, que
reverter a favor da Ordem.
5. A justificao da falta dever ser apresentada pelo interessado, sem
dependncia de qualquer notificao, no prazo de 15 dias, a partir da
data de eleio, em carta dirigida ao Conselho Provincial respectivo ou
ao Conselho Nacional, no caso de aquele no existir.
ARTIGO 13
(Obrigatoriedade de exerccio de funes)
1. Constitui dever do advogado o exerccio, nos rgos da Ordem, das
funes para que tenha sido eleito ou designado, constituindo falta
disciplinar a recusa de tomada de posse, salvo no caso de escusa
fundamentada, aceite pelo Conselho Provincial respectivo ou pelo
Conselho Nacional, no caso de aquele no existir.
2. A recusa injustificada de exerccio das funes por quem tenha sido
eleito ou designado punvel com suspenso do exerccio da profisso
por um perodo de 18 meses.
ARTIGO 14
(Renncia ao cargo e suspenso temporria do exerccio de funes)
Quando sobrevenha motivo relevante, pode o advogado titular de cargo
em rgos da Ordem dos Advogados solicitar ao conselho Nacional a
aceitao da sua renncia ou a suspenso temporria do exerccio de
funes.
ARTIGO 15
(Perda de cargos)
1. O advogado eleito ou designado para o exerccio de funes em
rgos da Ordem deve desempenh-las com assiduidade e diligncia.
2. Perde o cargo o advogado que, sem motivo justificado, no exera
as respectivas funes com assiduidade e diligncia ou dificulte o
funcionamento do rgo a que pertena.
3. A perda do cargo nos termos deste artigo ser determinada pelo
prprio rgo, mediante deliberao tomada por trs quartos dos votos
dos respectivos membros.
4. A perda do cargo de Delegado depende de deliberao do Conselho
Nacional, tomada por trs quartos dos votos dos respectivos membros.
ARTIGO 16
(Efeitos das penas disciplinares)
1. O mandato para o exerccio de qualquer cargo electivo na Ordem
caduca quando o respectivo titular seja punido disciplinarmente com
pena superior de advertncia e por efeito do trnsito em julgado da
respectiva deciso.
2. Em caso de suspenso preventiva ou de deciso disciplinar de que
seja interposto recurso, o titular punido fica suspenso do exerccio de
funes at deciso com trnsito em julgado.
ARTIGO 17
(Substituio do Bastonrio)
1. No caso de escusa, renncia, perda ou caducidade do mandato por
motivo disciplinar ou por morte e, ainda, nos casos de impedimento
permanente do Bastonrio, o Vice-Presidente do Conselho Nacional
convoca, para os 15 dias posteriores verificao do facto, uma
reunio do Conselho Nacional, o qual elege, de entre os seus
membros, um novo Bastonrio.
2. At posse do novo Bastonrio e em todos os casos de
impedimento temporrio, exerce as respectivas funes o membro
designado para o efeito pelo Conselho Nacional.
ARTIGO 18
(Substituio dos Presidentes)
1. No caso de escusa, renncia, perda ou cessao do mandato, por
motivo disciplinar ou por morte e ainda nos casos de impedimento
permanente dos Presidentes dos rgos colegiais da Ordem, o
respectivo rgo elege, na primeira sesso ordinria subsequente ao
facto, de entre os seus membros, um novo presidente e, de entre os
advogados elegveis inscritos nos competentes quadros da Ordem,
designa um novo membro do referido rgo.
2. At posse do novo Presidente eleito e em todos os casos de
impedimento temporrio, exerce as funes de presidente o vice-
presidente e, na sua falta, o membro mais antigo no exerccio da
profisso.
ARTIGO 19
(Substituio dos restantes membros)
No caso de recusa, renncia, perda ou cessao do mandato por
motivo disciplinar ou por morte e ainda nos casos de impedimento
permanente dos membros dos rgos colegiais da Ordem, excepo
dos Presidentes, so os substitutos designados pelos restantes
membros em exerccio do respectivo rgo de entre os advogados
elegveis inscritos nos respectivos quadros.
ARTIGO 20
(Impedimento temporrio)
1. No caso de impedimento temporrio de algum membro de rgos
colegiais, o rgo a que pertence o impedido decide sobre a
verificao do impedimento e sobre a sua substituio.
2. A substituio do Bastonrio e dos presidentes dos rgos colegiais
processa-se pela forma estabelecida, respectivamente, no n. 2 do
artigo 17 e no n. 2 do artigo 18; a substituio dos restantes
membros com cargo especifico determinada pelos respectivos rgos
quando necessria.
ARTIGO 21
(Mandato dos substitutos)
1. Nos casos previstos nos artigos 17, 18 e 19, os membros eleitos
ou designados em substituio exercem funes at ao termo do
mandato do respectivo antecessor.
2. Nos casos de impedimento temporrio, os substitutos exercem
funes pelo tempo do impedimento.
ARTIGO 22
(Honras e tratamentos)
1. Nas cerimnias oficiais, o Bastonrio da Ordem tem honras e
tratamento idnticos aos devidos ao Procurador Geral da Repblica,
sendo colocado imediatamente sua esquerda.
2. Para os mesmos efeitos do nmero anterior, os membros do
Conselho Nacional so equiparados aos juizes conselheiros; os
membros dos Conselhos Provinciais, os delegados e os restantes
advogados, aos juizes de direito.
3. O advogado que exera ou haja exercido cargos nos rgos da
Ordem tem direito a usar a insgnia correspondente, nos termos do
respectivo regulamento.
4. O advogado que desempenhe ou tenha desempenhado funes nos
conselhos da Ordem, enquanto se encontre em servio do cargo, fica
isento de prestar quaisquer servios de nomeao oficiosa.
5. Em caso de justificada necessidade, o respectivo Conselho pode
fazer cessar a iseno prevista no nmero anterior.
ARTIGO 23
(Ttulos honorficos)
O advogado que tenha exercido cargos nos rgos da Ordem dos
Advogados conserva, honorariamente, a designao correspondente
ao cargo mais alto que haja ocupado.
SECO II
Da Assembleia Geral da Ordem
ARTIGO 24
(Composio e competncia)
1. A Assembleia Geral da Ordem constituda por todos os advogados
com a inscrio em vigor.
2. Assembleia cabe deliberar sobre todos os assuntos que no
estejam compreendidos nas competncias especificas dos restantes
rgos da Ordem dos Advogados.
ARTIGO 25
(Reunies da Assembleia Geral)
1. A Assembleia Geral rene ordinariamente para a eleio do
Bastonrio e do Conselho Nacional, para a discusso e aprovao do
oramento do Conselho Nacional e para discusso e votao do
relatrio e contas deste conselho.
2. A Assembleia Geral rene extraordinariamente quando os interesses
superiores da Ordem dos Advogados o aconselhem e o Bastonrio a
convoque.
3. O Bastonrio deve convocar a Assembleia Geral Extraordinria se
lhe for solicitado pelo Conselho Nacional ou pela quinta parte dos
advogados com a inscrio em vigor, desde que seja legal o objecto da
convocao e conexo com os interesses da profisso.
ARTIGO 26
(Reunies da Assembleia Geral)
1. A Assembleia Geral Ordinria para a eleio do Bastonrio e do
Conselho Nacional, rene nos termos previstos no artigo 10.
2. A Assembleia Geral destinada discusso do oramento do
Conselho Nacional rene no ms de Dezembro do ano anterior ao do
exerccio a que disser respeito.
3. A Assembleia Geral destinada discusso e votao do relatrio e
contas do Conselho Nacional realiza-se no ms de Fevereiro do ano
imediatamente a seguir ao do exerccio ao do exerccio respectivo.
ARTIGO 27
(Convocatria)
1. As Assembleias Gerais sero convocadas pelo Bastonrio por meio
de anncios, dos quais conste a ordem dos trabalhos, publicados num
jornal dirio de grande circulao e difundidos atravs da Rdio
Nacional com, pelo menos, 20 dias de antecedncia em relao data
designada para reunio da assembleia, a qual, se possvel, se realiza
na sede da Ordem dos Advogados.
2. At 15 dias antes da data designada para a realizao das
assembleias a que se referem os ns 2 e 3 do artigo 26, so enviados
para as sedes dos Conselhos Provinciais ou delegados, ou escritrios
de todos os advogados com inscrio em vigor, exemplares do
oramento e do relatrio e contas.
3. Para efeito de validade das deliberaes da assembleia s so
consideradas essenciais as formalidades da convocatria referidas no
n 1 deste artigo.
ARTIGO 28
(Do voto)
O voto nas Assembleias Gerais Extraordinrias, salvo se para fins
electivos, e nas ordinrias, de que trata o n 2 do artigo 26,
facultativo e no pode ser exercido por correspondncia, sendo, no
entanto, admissvel o voto por procurao a favor de outro advogado
com a inscrio em vigor.
ARTIGO 29
(Executoriedade das deliberaes)
No sero executrias as deliberaes das assembleias gerais quando
as despesas a que derem lugar no tiverem cabimento em oramento
ou crdito extraordinrio devidamente aprovado.
SECO III
Do Bastonrio
ARTIGO 30
(Presidente da Ordem dos Advogados)
O Bastonrio o presidente da Ordem dos Advogados e, por
inerncia, Presidente da Assembleia Geral e do Conselho Nacional.
ARTIGO 31
(Competncia)
1. Compete ao Bastonrio:
a) Representar a Ordem dos Advogados em juzo e fora dele,
designadamente perante os rgos de soberania;
b) Representar os institutos integrados na Ordem dos Advogados;
c) Dirigir os servios da Ordem dos Advogados de mbito nacional;
d) Velar pelo cumprimento da legislao respeitante Ordem dos
Advogados e respectivos regulamentos e zelar pela realizao das
atribuies que lhe so conferidas;
e) Fazer executar as deliberaes da Assembleia Geral e do Conselho
Nacional;
f) Promover a cobrana das receitas da Ordem dos Advogados,
autorizar as despesas oramentais e promover a abertura de crditos
extraordinrios, quando necessrios;
g) Apresentar anualmente ao Conselho Nacional o Projecto de
Oramento para o ano civil seguinte, as contas do ano civil anterior e o
relatrio sobre as actividades anuais;
h) Promover, por iniciativa prpria ou a solicitao dos conselhos da
Ordem dos Advogados, os actos necessrios ao patrocnio dos
advogados, ou para que a Ordem se constitua assistente, nos termos
previstos no n2 do artigo 4;
i) Cometer a qualquer rgo executivo da Ordem dos Advogados a
elaborao de pareceres sobre quaisquer matrias que interessem s
atribuies da Ordem;
j) Promover a edio da revista da Ordem dos Advogados e de outras
publicaes;
k) Assistir, querendo, s reunies de todos os rgos colegiais da
Ordem dos Advogados, s tendo, porm, direito a voto nas reunies da
Assembleia Geral e do Conselho Nacional;
l) Usar o voto de qualidade em caso de empate, em todos os rgos
colegiais a que presida com direito a voto;
m) Interpor recurso para o Conselho Nacional das deliberaes de
todos os rgos da Ordem dos Advogados que julgue contrrias s leis
e regulamentos ou aos interesses da Ordem dos Advogados ou dos
seus membros;
n) Exercer as atribuies do Conselho Nacional nos casos em que, por
motivo de urgncia, no seja possvel reunir o Conselho,
o) Exercer as demais atribuies que as leis e regulamentos lhe
confiram.
2. O Bastonrio pode delegar em qualquer membro do Conselho
Nacional alguma ou algumas das suas atribuies.
3. O Bastonrio pode, tambm, com o acordo do Conselho Nacional e
do interessado, delegar a representao da Ordem dos Advogados, ou
atribuir funes especificamente determinadas a qualquer advogado.
SECO IV
Do Conselho Nacional
ARTIGO 32
(Composio)
1. O Conselho Nacional composto pelo Bastonrio que o preside e
por oito vogais eleitos directamente pela Assembleia Geral.
2. Na 1 sesso de cada trinio o Conselho Nacional elege, de entre os
seus membros, um vice-presidente, um secretrio e um tesoureiro.
3. O Bastonrio pode, quando julgar aconselhvel, convocar para as
reunies do Conselho Nacional os presidentes dos Conselhos
Provinciais, os quais tero direito a voto, e os delegados.
4. No exerccio da sua funo jurisdicional disciplinar, o Conselho
Nacional rene por seces, em pleno e, em conjunto com os
Presidentes dos Conselhos Provinciais, em Conselho Disciplinar
Especial.
ARTIGO 33
(Competncia)
1. Compete ao Conselho Nacional:
a) Definir a posio da Ordem dos Advogados perante os rgos de
soberania e da Administrao Pblica no que se relacione com a
defesa do Estado democrtico de direito, dos direitos e garantias
individuais e com a administrao da justia;
b) Emitir parecer sobre os projectos de diplomas legislativos que
interessem ao exerccio da advocacia, ao patrocnio judicirio em geral
e realizao da justia e propor as alteraes legislativas que se
entendam convenientes;
c) Deliberar sobre todos os assuntos que respeitem ao exerccio da
profisso, aos interesses dos advogados e gesto da Ordem dos
Advogados que no estejam especialmente cometidos a
outros rgos da Ordem, sem prejuzo do disposto no artigo 24, n 2;
d) Proceder inscrio dos advogados e advogados estagirios e
manter actualizados os respectivos quadros gerais, bem como o dos
advogados honorrios;
e) Elaborar e aprovar o regulamento de inscrio de advogados
estagirios, o regulamento de estgio e o regulamento dos laudos, o
regulamento do Conselho Nacional, o regulamento disciplinar e o
regulamento do trajo e insgnia profissional;
f) Elaborar e aprovar outros regulamentos, designadamente os dos
diversos institutos e servios da Ordem dos Advogados, os relativos s
atribuies e competncias do seu pessoal e os relativos contratao
e despedimento de todo o pessoal da Ordem;
g) Formular recomendaes de modo a procurar uniformizar, quanto
possvel, a actuao dos diversos conselhos provinciais;
h) Discutir e aprovar os pareceres dos seus membros e os solicitados
pelo Bastonrio a outros advogados;
i) Fixar o valor das quotas a pagar pelos advogados e os emolumentos
devidos pela emisso de documentos ou prtica de actos no mbito de
servios da Ordem dos Advogados, designadamente pela inscrio dos
advogados estagirios e dos advogados;
j) Nomear os advogados que, em representao da Ordem dos
Advogados, devam integrar comisses eventuais ou permanentes;
k) Nomear comisses para a execuo de tarefas ou estudos sobre
assuntos de interesse da Ordem dos Advogados;
l) Submeter aprovao da Assembleia Geral o oramento para o ano
civil seguinte, as contas do ano civil anterior e o relatrio sobre as
actividades anuais que forem apresentadas pelo Bastonrio;
m) Abrir crditos extraordinrios quando seja manifestamente
necessrio;
n) Cobrar as receitas gerais da Ordem dos Advogados quando a
cobrana no pertena aos rgos provinciais e as dos institutos
pertencentes Ordem dos Advogados e autorizar despesas, tanto por
conta do oramento geral da ordem como de crditos extraordinrios;
o) Arrecadar e distribuir receitas, satisfazer as despesas, aceitar
doaes e legados feitos Ordem dos Advogados e administr-los, se
no forem destinados a servios e instituies dirigidos por qualquer
rgo provincial, alienar ou obrigar e contrair emprstimos;
p) Prestar patrocnio aos advogados que hajam sido ofendidos no
exerccio da sua profisso ou por causa dela, quando para isso seja
solicitada pelo respectivo rgo provincial e, sem dependncia de tal
solicitao, em caso de urgncia, ou se os advogados ofendidos
pertencerem ao Conselho Nacional;
q) Diligenciar resolver amigavelmente as desinteligncias entre
advogados, quando para isto seja solicitado pelo Conselho Provincial
ou Delegado competente e, sem dependncia de tal solicitao, em
caso de urgncia ou se as desinteligncias respeitarem a advogados
compreendidos na ltima parte da alnea precedente;
r) Fixar os subsdios de deslocao dos membros dos conselhos;
s) Dar laudos sobre honorrios, quando solicitado pelos tribunais, pelos
outros conselhos ou, em relao s respectivas contas, por qualquer
advogado ou seu representante, ou qualquer consulente ou
constituinte;
t) Deliberar sobre a instaurao ou defesa em quaisquer procedimentos
judiciais relativos Ordem dos Advogados e sobre a confisso,
desistncia ou transaco dos mesmos;
u) Desempenhar as funes disciplinares referidas no captulo VI;
v) Resolver os conflitos de competncias entre os diferentes rgos da
ordem;
w) Deliberar sobre a renncia ao cargo de Bastonrio e proceder sua
substituio em caso de impedimento permanente nos termos do art
17
x) Deliberar sobre pedidos de escusa, de renncia e de suspenso
temporria de cargo, nos termos dos artigos 13 e 14, e julgar os
recursos das decises dos rgos da Ordem dos Advogados que
determinarem a perda de cargo de qualquer dos seus membros ou
declarem a verificao de impedimento para o seu exerccio;
y) Conferir o ttulo de advogado honorrio aos profissionais que tenham
deixado a advocacia aps o seu exerccio, com distino, durante pelo
menos 20 anos e se tenham assinalado como juristas eminentes.
z) Exercer as demais atribuies que as leis e regulamentos lhe
confiram;
2. O Conselho Nacional pode cometer a alguns dos seus membros
qualquer uma das atribuies indicadas no nmero antecedente.
ARTIGO 34
(Reunies)
O Conselho Nacional rene quando convocado pelo Bastonrio, por
sua iniciativa ou a solicitao, por escrito, da maioria absoluta dos seus
membros, pelo menos uma vez por ms.
SECO V
Das Assembleias Provinciais
ARTIGO 35
(Assembleias Provinciais)
Em cada provncia com mais de 8 advogados inscritos funciona uma
Assembleia Provincial constituda por todos os advogados inscritos por
essa provncia e com a inscrio em vigor.
ARTIGO 36
(Reunies das Assembleias Provinciais)
1. As Assembleias Provinciais renem ordinariamente para a eleio
do respectivo Conselho Provincial, para discusso e aprovao do
oramento do Conselho Provincial e para discusso e votao do
respectivo relatrio e contas.
2. As Assembleias Provinciais so convocadas e presididas pelo
Presidente do Conselho Provincial aplicando-se-lhes, com as
necessrias adaptaes, o regime estabelecido nos artigos 25 a 27
SECO VI
Dos Conselhos Provinciais
ARTIGO 37
(Composio)
1. Em cada provncia com mais de oito advogados funciona um
Conselho Provincial, constitudo por um nmero de membros a fixar
pelo Conselho Nacional, de acordo com o nmero de advogados
inscritos na provncia.
2. Na primeira sesso do trinio, cada Conselho Provincial elege os
membros do Conselho que desempenharo os cargos de vice-
presidente, secretrio e tesoureiro.
ARTIGO 38
(Competncias)
1. Compete ao Conselho Provincial:
a) Definir a posio do Conselho Provincial naquilo que se relacione
com a defesa do Estado democrtico de direito e dos direitos e
garantias individuas, transmitindo-a ao Conselho Nacional;
b) Emitir pareceres sobre os projectos de diplomas legislativos que
interessem ao exerccio da advocacia e ao patrocnio judicirio em
geral e realizao da justia, quando lhe sejam solicitados pelo
Conselho Nacional;
c) Velar pela dignidade e independncia da Ordem dos Advogados e
assegurar o respeito pelos direitos dos advogados;
d) Enviar ao Conselho Nacional, no ms de Novembro de cada ano,
relatrios sobre a administrao da justia, o exerccio da advocacia e
as relaes desta com as magistraturas judicirias;
e) Cooperar com os demais rgos da Ordem dos Advogados e suas
comisses na prossecuo das respectivas atribuies;
f) Pronunciar-se sobre as questes de carcter profissional que se
suscitem no mbito da sua competncia territorial;
g) Solicitar ao Conselho Nacional que procure concertar as
desinteligncias entre advogados de diferentes provncias e, por sua
vez, esforar-se por as compor entre advogados da mesma provncia;
h) Deliberar sobre a instalao de servios e institutos no
administrados directamente pelo Conselho Nacional e respeitantes
respectiva provncia;
i) Organizar conferncias e sesses de estudo;
j) Submeter aprovao da Assembleia Provincial o oramento para o
ano civil seguinte, as contas do anterior e um relatrio da actividade
exercida durante esse perodo;
k) Receber do Conselho Nacional a parte que lhe caiba nas
contribuies dos advogados para a Ordem dos Advogados, cobrar
directamente as receitas prprias dos servios e institutos a seu cargo
e autorizar despesas, nos termos dos oramentos e de crditos
extraordinrios;
l) Abrir crditos extraordinrios, quando seja necessrio;
m) Proceder instruo dos processos de inscrio dos advogados e
dos advogados estagirios;
n) Nomear advogado ao interessado que lho solicite por no encontrar
quem aceite voluntariamente o seu patrocnio, notificar esta nomeao,
logo que realizada, ao requerente e ao advogado nomeado, e julgar
escusa que o advogado eventualmente alegue dentro das 48 horas
contadas da nomeao ou do facto superveniente que a fundamente;
o) Exercer o poder disciplinar sobre os advogados com domiclio
profissional na rea da respectiva provncia;
p) Aplicar as multas a que se refere o n 4 do artigo 12
q) Deliberar sobre o perodo de escusa, de renncia e de suspenso
temporria de cargo, nos termos dos artigos 13 e 14, relativamente
aos representantes da respectiva provncia;
r) Elaborar e aprovar o regulamento do respectivo Conselho Provincial
e os relativos s atribuies e competncias do seu pessoal;
s) Exercer as demais atribuies que as leis e os regulamentos lhe
confiram.
SECO VII
Dos Delegados da Ordem dos Advogados
ARTIGO 39
(Delegados da Ordem dos Advogados)
Nas provncias em que o nmero de advogados inscritos seja igual ou
inferior a oito, haver um Delegado da Ordem dos Advogados
nomeado pelo Bastonrio da Ordem, sob proposta do Conselho
Nacional, de entre os advogados inscritos por essa
provncia.
ARTIGO 40
(Competncia dos Delegados)
Compete aos delegados da Ordem dos Advogados:
a) Manter actualizado o quadro dos advogados e advogados
estagirios inscritos pela provncia;
b) Apresentar anualmente o oramento da delegao ao Conselho
Nacional da Ordem para discusso e votao;
c) Apresentar anualmente ao Conselho Nacional da Ordem o relatrio e
contas do ano anterior para discusso e votao;
d) Receber e administrar as dotaes que lhe forem atribudas pelo
Conselho Nacional e as receitas prprias;
e) Prestar aos restantes rgos da Ordem dos Advogados a
colaborao que lhe for solicitada e cumprir pontualmente as
respectivas deprecadas;
f) Tomar as resolues ou praticar os actos conducentes realizao
dos fins da Ordem dos Advogados no mbito da respectiva
competncia territorial, precedendo consulta ao Conselho Nacional,
salvo caso de manifesta urgncia.
CAPITULO III
GARANTIAS DO EXERCCIO DA ADVOCACIA
SECO I
Disposies Gerais
ARTIGO 41
(Exerccio da Advocacia em territrio nacional)
1. S os advogados e advogados estagirios com inscrio em vigor na
Ordem dos Advogados podem, em todo o territrio nacional e perante
qualquer jurisdio, instncia, autoridade ou entidade pblica ou
privada, praticar actos prprios da profisso e, designadamente,
exercer o mandato judicial ou funes de consulta jurdica em regime
de profisso liberal remunerada.
2. O exerccio da consulta jurdica, em regime de exclusividade para os
servios em que esto integrados, por licenciados em Direito que sejam
funcionrios pblicos ou que exeram em regime de trabalho
subordinado, ainda que em tempo parcial, no obriga inscrio na
Ordem dos Advogados.
3. Exceptuam-se do disposto do n 1, os solicitadores inscritos no
respectivo rgo representativo, nos termos e condies constante do
seu estatuto prprio.
4. Os docentes das faculdades de Direito que se limitem a dar
pareceres jurdicos escritos no se consideram em exerccio da
advocacia e no so, por isso, obrigados a inscrever-se na Ordem dos
Advogados.
ARTIGO 42
(Mandato judicial e representao por Advogado)
1. O mandato judicial, a representao e assistncia por advogado so
sempre admissveis e no podem ser impedidos perante qualquer
jurisdio, autoridade ou entidade pblica ou privada, nomeadamente
para a defesa de direitos, patrocnio de relaes jurdicas
controvertidas, composio de interesses ou em processos de mera
averiguao, ainda que administrativa, oficiosa ou de qualquer outra
natureza.
2. O mandato judicial no pode ser objecto, por qualquer forma, de
medida ou acordo que impea ou limite a escolha directa e livre do
mandatrio pelo mandante.
ARTIGO 43
(Contrato de trabalho)
O contrato de trabalho celebrado pelo advogado no pode afectar a
sua plena iseno e independncia tcnica e cientfica perante a
entidade patronal, nem violar o presentes Estatutos.
ARTIGO 44
(Escritrio de Procuradoria ou de Consulta Jurdica)
1. proibido o funcionamento de escritrio de procuradoria
designadamente judicial, administrativa, fiscal e laboral, e de escritrios
que prestem, de forma regular e remunerada, consulta jurdica a
terceiros, ainda que, em qualquer dos casos, sob a direco efectiva de
pessoa habilitada a exercer o mandato judicial.
2. No se consideram abrangidos pela proibio os gabinetes formados
exclusivamente por advogados ou por solicitadores e as sociedades de
advogados.
3. A violao da proibio estabelecida determina o encerramento do
escritrio pela autoridade policial, a requerimento do respectivo
Conselho Provincial ou do Delegado da Ordem dos Advogados, sem
prejuzo das disposies penais aplicveis.
4. Da deciso do Conselho Provincial que determine o encerramento
cabe recurso, com efeito suspensivo, para o Conselho Nacional.
5. No ficam abrangidos pela proibio do nmero 1 os servios de
contencioso e consulta jurdica mantidos pelos sindicatos, associaes
patronais ou outras associaes legalmente constitudas, sem fim
lucrativo e de reconhecido interesse pblico, destinados a facilitar a
defesa, mesmo judicial, exclusivamente dos interesses dos associados.
ARTIGO 45
(Direitos perante a Ordem dos Advogados)
Os advogados tm direito de requerer a interveno da Ordem dos
Advogados para defesa dos seus direitos ou dos legtimos interesses
da classe, nos termos previstos nestes Estatutos.
ARTIGO 46
(Das garantias em geral)
1. Os magistrados, agentes de autoridade e funcionrios pblicos
devem assegurar aos advogados, quando no exerccio da sua
profisso, tratamento compatvel com a dignidade da advocacia e
condies adequadas para o cabal desempenho do mandato.
2. Nas audincias de julgamento, os advogados dispem de bancada
prpria e tm o direito de falar sentados.
ARTIGO 47
(Imposio de selos, arrolamentos e buscas em escritrios de
advogados)
1. A imposio de selos, arrolamentos, buscas e diligncias
semelhantes no escritrio ou outro arquivo de advogados, s podem
ser decretadas e presididas pelo Magistrado competente.
2. Com a necessria antecedncia, o Magistrado deve convocar, para
assistir diligncia, o advogado a ela sujeito, bem como o Presidente
do Conselho Provincial ou Delegado da Ordem conforme os casos, os
quais podem delegar em outro advogado.
3. Na falta de comparncia do advogado representante da Ordem ou
havendo urgncia incompatvel com os trmites no nmero anterior, o
Magistrado deve nomear qualquer advogado que possa comparecer
imediatamente, de preferncia de entre os que hajam feito parte dos
rgos da Ordem ou, quando no seja possvel, o que for indicado
pelo advogado a quem o escritrio ou arquivo pertencer.
4. A diligncia so admitidos tambm, quando se apresentem ou o
Magistrado os convoque, os familiares ou empregados do advogado.
5. At comparncia do advogado que represente a Ordem podem ser
tomadas as providncias indispensveis para que no inutilizem ou
desencaminhem quaisquer papis ou objectos.
6. O auto de diligncia far expressa meno das pessoas presentes,
bem como de quaisquer ocorrncias que tenham lugar no seu decurso.
ARTIGO 48
(Apreenso de documentos)
1. No pode ser apreendida a correspondncia que respeite ao
exerccio da profisso.
2. A proibio estende-se correspondncia trocada entre o advogado
e aquele que lhe tenha cometido ou pretendido cometer mandato e lhe
seja solicitado parecer, embora ainda no dado ou j recusado.
3. Compreendem-se na correspondncia as instrues e informaes
escritas sobre o assunto da nomeao ou mandato ou do parecer
solicitado.
4. Exceptuam-se o caso de a correspondncia respeitar a facto
criminoso relativamente ao qual o advogado seja arguido.
ARTIGO 49
(Reclamao)
1. No decurso da diligncia prevista nos artigos anteriores, pode o
advogado interessado, ou, na sua falta, qualquer dos familiares ou
empregados presentes, bem como o representante da Ordem,
apresentar qualquer reclamao.
2. Sendo a reclamao feita para preservao do segredo profissional,
o Magistrado deve logo tom-la em considerao na diligncia,
relativamente aos documentos ou objectos que forem postos em causa,
fazendo-os acondicionar, sem os ler ou examinar, em volume selado no
momento.
3. As reclamaes sero fundamentadas e entregues no rgo onde
decorre o processo, no prazo de cinco dias, devendo o magistrado
remet-las, em igual prazo, entidade competente com o seu parecer
e, sendo caso disso, com o volume a que se refere o nmero anterior.
4. A entidade competente pode, com reserva de segredo, proceder
desselagem do mesmo volume, devolvendo-o novamente selado com a
sua deciso.
ARTIGO 5O
(Direito de comunicao)
Os advogados tm direito, nos termos da lei, de comunicar, pessoal e
reservadamente, com os seus patrocinados, mesmo quando estes se
achem presos ou detidos em estabelecimento civil ou militar.
ARTIGO 51
(lnformao, exame de processo e pedido de certido)
1. No exerccio da sua profisso, o advogado pode solicitar em
qualquer tribunal ou repartio pblica o exame de processo, livros ou
documentos que no tenham carcter reservado ou secreto, bem como
requerer, verbalmente ou por escrito, a passagem de certides, sem
necessidade de exibir procurao.
2. Os advogados, quando no exerccio da sua profisso, tm
preferncia para ser atendidos por quaisquer funcionrios a quem
devam dirigir-se e tm o direito de ingresso nas secretarias judiciais
ARTIGO 52
(Direito de protesto)
1. No decorrer de audincia ou de qualquer outro acto ou diligncia em
que intervenha, o advogado deve ser admitido a requerer, oralmente ou
por escrito, no momento que considerar oportuno, o que julgar
conveniente ao dever de patrocnio.
2. Quando, por qualquer razo, lhe no seja concedida a palavra ou o
requerimento no for exarado em acta, pode o advogado exercer o
direito de protesto, indicando a matria do requerimento e o objecto
que tinha em vista.
3. O protesto no pode deixar de constar da acta e havido para todos
os efeitos como arguio de nulidade, nos termos da lei.
SECO II
Honorrios
ARTIGO 53
(Honorrios: Limite e forma de pagamento)
1. Na fixao dos honorrios deve o advogado proceder com
moderao, atendendo ao tempo gasto, dificuldade do assunto,
importncia do servio prestado, s posses dos interessados, aos
resultados obtidos e praxe do foro e estilo da circunscrio judicial.
2. Os honorrios devem ser saldados em dinheiro.
3. ilcito ao advogado exigir, a ttulo de proviso, quantias por conta
dos honorrios o que, a no ser satisfeito, d ao advogado direito a
renunciar ao mandato.
4. admissvel o ajuste prvio de honorrios, sem prejuzo do disposto
no artigo seguinte.
ARTIGO 54
("Quota Litis" e Diviso de honorrios)
proibido ao advogado:
a) Exigir, a ttulo de honorrios, uma parte do objecto da divida ou de
outra pretenso;
b) Repartir honorrios, excepto com colegas que tenham prestado
colaborao;
c) Estabelecer que o pagamento de honorrios fique exclusivamente
dependente dos resultados da demanda ou negcio.
ARTIGO 55
(Preparos e custas)
O advogado no pode ser responsabilizado pela falta de pagamento de
custas ou quaisquer despesas se, tendo pedido ao cliente as
importncias para tal necessrias, as no tiver recebido, e no
obrigado a dispor, para aquele efeito, das provises que tenha recebido
para honorrios.
CAPITULO IV
INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS
ARTIGO 56
(mbito das incompatibilidades)
No podem exercer a advocacia os que, por virtude da actividade ou
funo que exeram, estejam em alguma das situaes de
incompatibilidade ou impedimento previstas na lei.
ARTIGO 57
(Verificao da existncia de incompatibilidade)
1. Os Delegados, os Conselhos Provinciais ou o Conselho Nacional
podem solicitar aos advogados e advogados estagirios as
informaes que entendam necessrias para verificao da existncia
ou no de incompatibilidade.
2. No sendo tais informaes prestadas no prazo de 30 dias, poder o
Conselho Nacional deliberar a suspenso.
3. A aplicao do disposto nos nmeros anteriores no prejudicada
pela circunstncia de o advogado ou advogado estagirio ter mudado o
seu escritrio, desde que da mudana no tenha sido dado oportuno
conhecimento ao respectivo conselho provincial.
ARTIGO 58
(Solicitadores)
proibida a inscrio cumulativa na Ordem dos Advogados e na
instituio representativa dos solicitadores.
ARTIGO 59
(Exerccio ilegtimo do patrocnio)
Os Magistrados devem comunicar Ordem dos Advogados o exerccio
ilegal do patrocnio judicirio.
CAPTULO V
DEONTOLOGIA PROFISSIONAL
ARTIGO 60
(Independncia e iseno)
1. O advogado deve, no exerccio da profisso e fora dela, considerar-
se um servidor da justia e do direito e, como tal, mostrar-se digno da
honra e das responsabilidades que lhe so inerentes.
2. No exerccio da profisso, o advogado manter sempre e em
quaisquer circunstncias a maior independncia e iseno, no se
servindo do mandato para prosseguir objectivos que no sejam
meramente profissionais.
3. O advogado cumprir pontual e escrupulosamente os deveres
consignados neste Estatuto e todos aqueles que a Lei, usos, costumes
e tradies lhe imponham para com outros advogados, a magistratura,
os clientes e quaisquer entidades pblicas e privadas.
ARTIGO 61
(Traje Profissional)
obrigatrio para os advogados e advogados estagirios, quando
pleiteiem oralmente, o uso de toga, cujo modelo, bem como qualquer
outro acessrio do trajo profissional, o definido pelo Conselho
Nacional.
ARTIGO 62
(Deveres do Advogado para com a comunidade)
Constituem deveres do Advogado para com a comunidade:
a) Pugnar pela boa aplicao das leis, pela rpida administrao da
justia e pelo aperfeioamento das instituies jurdicas;
b) No advogar contra lei expressa, no usar de meios ou expedientes
ilegais, nem promover diligncias reconhecidamente dilatrias, inteis
ou prejudicais para a correcta aplicao da lei ou a descoberta da
verdade;
c) Recusar o patrocnio a questes que considere manifestamente
injustas;
d) Colaborar no acesso ao direito e aceitar nomeaes oficiosas nas
condies fixadas na lei e pela Ordem;
e) Protestar contra as violaes dos direitos humanos e combater as
arbitrariedades de que tiver conhecimento no exerccio da profisso;
f) No solicitar nem angariar clientes por si nem por interposta pessoa;
g) No aceitar mandato ou prestao de servios profissionais que, em
qualquer circunstncia, no resulte de escolha directa e livre pelo
mandante ou interessado.
ARTIGO 63
(Deveres do Advogado para com a Ordem dos Advogados)
1. Constituem deveres do Advogado para com a Ordem dos
Advogados:
a) No prejudicar os fins e prestigio da Ordem;
b) Colaborar na prossecuo das atribuies da Ordem, exercer os
cargos para que tenha sido eleito ou nomeado e desempenhar os
mandatos que lhe foram confiados;
c) Observar os costumes e praxes profissionais;
d) Declarar ao requerer a inscrio, para efeito de verificao de
incompatibilidade, qualquer cargo ou actividade profissional que
exera;
e) Suspender imediatamente o exerccio da profisso e requerer, no
prazo mximo de 30 dias, a suspenso da inscrio na Ordem quando
ocorra incompatibilidade superveniente;
f) Pagar pontualmente as quotas e outros encargos devidos Ordem,
estabelecidos nestes Estatutos e nos Regulamentos, suspendendo-se
o direito de votar e de ser eleito para os rgos da Ordem dos
Advogados e o exerccio da profisso se houver atraso superior a 3
meses;
g) Dirigir com empenhamento o estgio dos advogados estagirios e
elaborar a respectiva informao final;
h) Participar Ordem dos Advogados qualquer caso de exerccio ilegal
da profisso de que tome conhecimento;
i) Comunicar, no prazo de 30 dias, qualquer mudana de escritrio;
j) Comparecer, pontualmente, sempre que notificado pela OAA, para
responder em processos disciplinares, constituindo a no comparncia
injustificada falta disciplinar;
k) Responder, pontualmente, s solicitaes de informaes e
convocatrias do Conselho Nacional e do conselho provincial da OAA
2. O no pagamento ou atraso no pagamento das quotas devidas
Ordem dos Advogados - e caso o atraso se prolongue at 3 meses -
passvel de pagamento de uma multa, cujo valor e termos devem ser
fixados pelo Conselho Nacional. Sem prejuizo do disposto no
pargrafo anterior, caso o incumprimento se mantenha at seis meses,
deve suspender-se imediata e preventivamente do exerccio da
profisso o advogado e ser-lhe instaurado um processo disciplinar em
que a sano a aplicar ser a da alnea d) e seguintes do artigo 86 dos
Estatutos.
ARTIGO 64
(Publicidade)
1. vedada ao advogado toda a espcie de publicidade por circulares,
anncios, meios de comunicao social ou qualquer outra forma directa
ou indirecta de publicidade profissional, designadamente divulgando o
nome dos seus clientes.
2. Os advogados no devem fomentar, nem autorizar a publicao de
notcias referentes a causas judiciais ou outras questes profissionais a
si confiadas.
3. No constitui publicidade a indicao de ttulos acadmicos, a
meno de cargos exercidos na Ordem ou a referncia a sociedade
civil profissional de que o advogado seja scio.
4. No constitui tambm publicidade o uso de tabuletas afixadas no
exterior dos escritrios ou em publicaes desde que com simples
meno do nome do advogado, endereo do escritrio e horas de
expediente.
5. Nas publicaes especializadas de advogados pode ainda inserir-se
curriculum vitae acadmico e profissional do advogado e eventual
referncia sua especializao, se previamente reconhecida pela
Ordem dos Advogados.
6. No considerada publicidade vedada, para efeitos deste artigo:
a) a informao directa, sem divulgao pblica, a futuros clientes
que o solicitem, da lista dos principais clientes dos advogados.
b) a colocao de um site na Internet que apenas refira os nomes dos
advogados, sua especialidade e endereo de escritrio.
ARTIGO 65
(Segredo profissional)
1. O advogado obrigado a manter segredo profissional no que
respeita:
a) A factos referentes a assuntos profissionais que lhe tenham sido
revelados pelos clientes ou por sua ordem ou conhecidos no exerccio
da profisso;
b) A factos que, por virtude de cargos desempenhados na Ordem
qualquer colega, obrigado quanto aos mesmos factos ao segredo
profissional, lhe tenha comunicado;
c) A factos comunicados, por co-autor, co-ru ou co-interessado do
cliente ou pelo respectivo representante;
d) A factos de que a parte contrria do cliente ou respectivo
representante lhe tenha dado conhecimento durante negociaes para
acordo amigvel e que sejam relativos pendncia.
2. A obrigao do segredo profissional existe quer o servio solicitado
ou cometido ao advogado envolva ou no representao judicial ou
extrajudicial, quer deva ou no ser remunerado, quer o advogado haja
ou no chegado a aceitar e a desempenhar a representao ou
servio, o mesmo acontecendo para todos os advogados que, directa
ou indirectamente, tenham qualquer interveno no servio.
3. O segredo profissional abrange ainda documentos ou outras coisas
que se relacionem, directa ou indirectamente, com os factos sujeitos a
sigilo.
4. Cessa a obrigao de segredo profissional em tudo quanto seja
absolutamente necessrio para a defesa da dignidade, direitos e
interesses legtimos do prprio advogado ou do cliente ou seus
representantes, mediante prvia autorizao do Presidente do
Conselho Provincial respectivo, com recurso para o Presidente da
Ordem.
5. Sem prejuzo do disposto no n0 4, o advogado pode manter o
segredo profissional.
ARTIGO 66
(Discusso pblica)
1. O advogado no deve discutir, ou contribuir para a discusso, em
pblico ou nos meios de comunicao social, de questes pendentes
ou a instaurar perante os tribunais ou outros rgos do Estado, salvo
se o Conselho Provincial concordar fundadamente com a necessidade
de uma explicao pblica, e nesse caso nos precisos termos
autorizados pelo Conselho Provincial.
2. O advogado no deve tentar influir de forma maliciosa ou censurvel
na resoluo de pleitos judiciais ou outras questes pendentes em
rgos do Estado.
ARTIGO 67
(Deveres do Advogado para com o cliente)
1. Nas relaes com o cliente constituem deveres do Advogado:
a) Recusar mandato, nomeao oficiosa ou prestao de servios em
questo em que j tenha intervindo em qualquer outra qualidade ou
seja conexa com outra em que represente ou tenha representado a
parte contrria;
b) Recusar mandato contra quem noutra causa seja seu mandante;
c) Dar ao cliente a sua opinio conscienciosa sobre o merecimento do
direito ou pretenso que este invoca, assim como prestar, sempre que
lhe for pedida, informao sobre o andamento das questes que lhe
foram confiadas;
d) Estudar com cuidado e tratar com zelo a questo de que seja
incumbido, utilizando, para o efeito, todos os recursos da sua
experincia, saber e actividade;
e) Guardar segredo profissional;
f) Aconselhar toda a composio que ache justa e equitativa;
g) Dar conta ao cliente de todos os dinheiros que deste tenha recebido,
qualquer que seja a sua provenincia, e apresentar nota de honorrios
e despesas, quando solicitada;
h) Dar a aplicao devida a valores, documentos ou objectos que lhe
tenham sido confiados;
i) No celebrar, em proveito prprio, contratos sobre o objecto das
questes confiadas ou, por qualquer forma, solicitar ou aceitar
participao nos resultados de causa;
j) No abandonar o patrocnio do constituinte ou o acompanhamento
das questes que lhe esto cometidas sem motivo justificado.
k) Comparecer sempre e pontualmente s audincias marcadas,
quando a comparncia seja obrigatria.
2. O advogado deve empregar todos os esforos a fim de evitar que o
seu cliente exera quaisquer represlias contra o adversrio e seja
menos correcto para com os advogados da parte contrria, juizes ou
quaisquer outros intervenientes no processo.
ARTIGO 68
(Documentos e valores do cliente)
1. Quando cesse a representao confiada ao advogado, deve este,
restituir os documentos, valores ou objectos que lhe sejam necessrios
para prova do direito do cliente ou cuja reteno possa trazer a este
prejuzos graves.
2. Com relao aos demais valores e objectos em seu poder, goza o
advogado do direito de reteno para garantia do pagamento dos
honorrios e reembolso de despesas.
3. Deve, porm, o advogado restituir tais valores e objectos,
independente do pagamento a que tenha direito, se o cliente tiver
prestado cauo arbitrada pelo Conselho Provincial.
4. Pode o Conselho Provincial, antes do pagamento e a requerimento
do cliente, mandar entregar a este quaisquer objectos e valores quando
os que ficam em poder do advogado sejam manifestamente suficientes
para pagamento do crdito.
ARTIGO 69
(Recusa do patrocnio)
1. O advogado no deve, sem motivo justificado, recusar o patrocnio
oficioso.
2. A justificao feita perante o juiz da causa.
3. Se o procedimento do advogado no for considerado justificado, o
juiz comunicar o facto ao presidente do Conselho Provincial respectivo
para eventuais efeitos disciplinares.
ARTIGO 70
(Deveres recprocos dos Advogados)
1. Constituem deveres dos Advogados nas suas relaes recprocas:
a) Proceder com a maior correco e urbanidade, abstendo-se de
qualquer ataque pessoal ou aluso deprimente;
b) No se pronunciar publicamente sobre questo que saiba confiada a
outro advogado salvo na presena deste ou com o seu prvio acordo;
c) Actuar com a maior lealdade, no procurando obter vantagens
ilegtimas ou indevidas para os seus constituintes ou clientes;
d) No contactar ou manter relaes, mesmo por escrito, com parte
contrria representada por advogado, salvo se previamente autorizado
por este;
e) No invocar publicamente, em especial perante tribunais, quaisquer
negociaes transaccionais malogradas, quer verbais quer escritas, em
que tenha intervindo como advogado;
f) No assinar pareceres, peas processuais ou outros escritos
profissionais que no tenha feito ou em que no tenha colaborado.
2. O advogado a quem se pretenda cometer assunto, anteriormente
confiado a outro advogado, far tudo quanto de si dependa para que
este seja pago dos honorrios e mais quantias em dvida, devendo
expor verbalmente ou por escrito ao colega as razes da aceitao do
mandato e dar-lhe conta dos esforos que empregue para aquele
efeito.
ARTIGO 71
(Deveres para com os julgadores)
1. O advogado deve, sempre sem prejuzo da sua independncia, tratar
os juizes com o respeito devido funo que exercem e abster-se de
intervir nas suas decises, quer directamente, em conversa ou por
escrito, quer por interposta pessoa sendo como tal considerada a
prpria parte.
2. especialmente vedado aos advogados enviar ou fazer enviar aos
juizes quaisquer memoriais ou recorrer a processos desleais de defesa
dos interesses das partes.
ARTIGO 72
(Patrocnio contra os advogados e magistrados)
Antes de promover quaisquer diligncias judiciais contra outros
advogados ou magistrados, o advogado comunicar-lhe- por escrito a
sua inteno com as explicaes que entenda necessrias, salvo
tratando-se de diligncias ou actos de natureza secreta ou urgente.
ARTIGO 73
(Dever geral de urbanidade)
No exerccio da profisso, deve o advogado proceder com urbanidade,
nomeadamente para com os outros advogados, magistrados,
funcionrios de cartrios, peritos, intrpretes, testemunhas e outros
intervenientes nos processos.
CAPITULO VI
ACO DISCIPLINAR
SECO I
Disposies gerais
ARTIGO 74
(Jurisdio disciplinar)
Os advogados esto sujeitos jurisdio disciplinar exclusiva dos
rgos da Ordem dos Advogados, nos termos previstos nestes
Estatutos e nos respectivos regulamentos.
ARTIGO 75
(Infraco Disciplinar)
Comete infraco disciplinar o Advogado que, por aco ou omisso,
violar dolosa ou culposamente algum dos deveres decorrentes destes
Estatutos, dos regulamentos internos ou das demais disposies
aplicveis.
ARTIGO 76
(Competncia disciplinar dos Conselhos Provinciais)
1. Os Conselhos Provinciais exercem o poder disciplinar relativamente
aos advogados com domicilio profissional na respectiva provncia, com
excepo dos antigos ou actuais membros dos Conselhos da Ordem
dos Advogados.
2. A competncia dos Conselhos Provinciais determinada pelo
domiclio profissional do advogado visado data dos actos
participados.
ARTIGO 77
(Competncia disciplinar do Conselho Nacional)
1. O Conselho Nacional exerce o poder disciplinar relativamente ao
Bastonrio, membros do Conselho Nacional e dos Conselhos
Provinciais.
2. Compete s Seces do Conselho Nacional:
a) Julgar, em ltima instncia, os recursos interpostos das decises dos
Conselhos Provinciais;
b) Instruir e julgar, em primeira instncia, os processos em que sejam
arguidos os membros dos Conselhos Provinciais;
c) Instruir os processos em que sejam arguidos o Bastonrio e os
membros do Conselho Nacional.
3. Compete ao Conselho Nacional, reunido em pleno:
a) Julgar, em ltima instncia, os recursos interpostos das decises das
suas seces;
b) Julgar, em primeira instncia, os processos previstos na alnea C) do
n anterior;
c) A reviso das decises com trnsito em julgado.
4. Compete ao Conselho Nacional, constitudo em Conselho Disciplinar
Especial, julgar, em ltima instncia, os recursos interpostos das
decises tomadas em primeira instncia pelo rgo reunido em pleno.
5. Quando, nos processos da competncia dos Conselhos Provinciais,
tenham sido propostas as penas disciplinares previstas nas alneas f) e
g) do art 86 compete ao Conselho Nacional, reunido em pleno, o
julgamento dos recursos em ltima instncia.
6. Em todos os casos em que hajam sido propostas as penas
disciplinares referidas no nmero anterior, os recursos so obrigatrios
e os processos subiro oficiosamente para o rgo competente para o
julgamento em ltima instncia.
ARTIGO 78
(Instaurao do processo disciplinar)
1. O procedimento disciplinar instaurado por deciso do Presidente
do Conselho Nacional ou por deliberao deste ou do Conselho
Provincial competente, com base em participao dirigida aos rgos
da Ordem dos Advogados por qualquer pessoa devidamente
identificada, que tenha conhecimento de factos susceptveis de
integrarem infraco disciplinar.
2. O Bastonrio e os Conselhos da Ordem dos Advogados podem,
independentemente de participao, ordenar a instaurao de
procedimento disciplinar.
3. O Bastonrio e os Presidentes dos Conselhos com competncia
disciplinar indeferiro, liminarmente ou aps diligncias preliminares e
por deciso fundamentada, as participaes, quando as julguem
manifestamente inviveis, havendo recurso para o Conselho quando
esta faculdade tenha sido exercida pelo Presidente.
4. O Bastonrio e os Presidentes dos Conselhos com competncia
disciplinar podem ordenar preliminarmente diligncias complementares
para esclarecimento dos factos constantes da participao antes de a
submeter deliberao do rgo competente.
ARTIGO 79
(Participao pelo Tribunal e outras entidades)
1. Os tribunais e quaisquer autoridades devem dar conhecimento
Ordem dos Advogados da prtica por advogado de factos susceptveis
de constiturem infraco disciplinar.
2. O Ministrio Pblico e as entidades com poderes de investigao
criminal ou policial devem remeter Ordem dos Advogados certido
das participaes apresentadas contra advogados.
ARTIGO 80
(Responsabilidade simultaneamente disciplinar e criminal)
1. A responsabilidade disciplinar independente da responsabilidade
criminal ou civil.
2. Pode, porm, ser ordenada e suspenso do processo disciplinar at
deciso a proferir em processo judicial.
ARTIGO 81
(Legitimidade)
As pessoas com interesse directo relativamente aos factos participados
podem intervir no processo, requerendo e alegando o que tiverem por
conveniente.
ARTIGO 82
(Natureza secreta do processo)
1.O processo de natureza secreta at ao despacho de acusao.
2. O relator pode, contudo, autorizar a consulta do processo pelo
interessado ou pelo arguido quando no haja inconveniente para a
instruo.
3. O relator pode ainda, no interesse da instruo, dar a conhecer ao
interessado ou ao arguido cpia de peas do processo a fim de sobre
eles se pronunciarem.
4. Mediante requerimento em que se indique o fim a que se destinam
pode o conselho competente autorizar a passagem de certides em
qualquer fase do processo, mesmo depois de findo, para defesa dos
interesses legtimos dos requerentes, podendo condicionar a sua
utilizao, sob pena de o infractor incorrer no crime de desobedincia.
5. O arguido e o interessado, quando advogado, que no respeitem a
natureza secreta do processo, incorrem em responsabilidade
disciplinar.
ARTIGO 83
(Prescrio do procedimento disciplinar)
1. O procedimento disciplinar prescreve no prazo de 2 anos.
2. As infraces disciplinares que constituam simultaneamente ilcito
penal prescrevem no mesmo prazo que o procedimento criminal,
quando este for superior.
3. A prescrio de conhecimento oficioso, podendo, no entanto, o
advogado arguido requerer a continuao do processo.
ARTIGO 84
(Efeitos do cancelamento ou suspenso da inscrio)
1. O pedido de cancelamento ou suspenso da inscrio no faz
cessar a responsabilidade disciplinar por infraces anteriormente
praticadas.
2. Durante o tempo de suspenso da inscrio o advogado continua
sujeito jurisdio disciplinar da Ordem dos Advogados, mas no
assim aps o cancelamento.
ARTIGO 85
(Desistncia do procedimento disciplinar)
A desistncia do procedimento disciplinar, pelo interessado extingue a
responsabilidade disciplinar salvo se a falta imputada afectar a
dignidade do advogado visado ou o prestgio da Ordem dos Advogados
ou da profisso.
SECO II
Das Penas
ARTIGO 86
(Penas Disciplinares)
As penas disciplinares so as seguintes:
a) Advertncia;
b) Censura;
c) Multa de valor correspondente a at cem vezes o valor da cota
mensal;
d) Suspenso de dois a seis meses;
e) Suspenso por mais de seis meses at dois anos;
f) Suspenso por mais de dois anos at oito anos;
g) Proibio definitiva do exerccio da advocacia.
ARTIGO 87
(Restituio de quantias e documentos e perda de honorrios)
Cumulativamente com qualquer das penas, pode ser imposta a
restituio de quantias, documentos ou objectos e, conjunta ou
separadamente, a perda de honorrios.
ARTIGO 88
(Medida de graduao da pena)
Na aplicao das penas deve atender-se aos antecedentes
profissionais e disciplinares do arguido, ao grau de culpabilidade, s
consequncias da infraco e a todas as demais circunstncias
agravantes ou atenuantes.
ARTIGO 89
(Aplicao da pena de suspenso por mais de 2 anos)
As penas previstas nas alneas f) e g) do artigo 86 s podem ser
aplicadas por infraco disciplinar que afecte gravemente a dignidade e
o prestgio profissional, mediante deciso que obtenha dois teros dos
votos de todos os membros do conselho competente.
ARTIGO 90
(Publicidade das penas)
1. As penas de suspenso e de proibio definitiva do exerccio da
advocacia, transitadas em julgado, tm sempre publicidade.
2. As restantes penas no so tornadas pblicas, excepto quando o
contrrio for determinado pelos que as apliquem.
3. A publicidade das penas feita por meio de edital, que faa
referncia aos preceitos infringidos, afixado nas instalaes do
conselho provincial e publicado no boletim informativo da Ordem e, no
caso de suspenso ou expulso, comunicado a todos os tribunais.
SECO III
Do Processo Disciplinar
ARTIGO 91
(Normas de procedimento disciplinar)
1. O processo disciplinar ser regulado nos termos do regulamento
disciplinar aprovado pelo Conselho Nacional.
2. As regras sobre o procedimento disciplinar devero salvaguardar o
direito de defesa dos arguidos, a possibilidade de recurso das decises
e de reviso das decises com trnsito em julgado.
CAPTULO VII
CENTRO DE ESTUDOS
ARTIGO 92
(Centro de Estudos e Formao. Seus fins)
1. O Centro de Cstudos e Formao um organismo que tem por fim o
estudo e debate dos problemas jurdicos e sociais conexos com a
profisso de advogado e com a tcnica e a deontologia profissionais,
bem como organizar aces de formao e de especializao para
advogados estagirios.
2. O Centro de Estudos e Formao inclui, obrigatoriamente, para os
Conselhos Provinciais, actividades dedicadas preparao dos
advogados e, facultativa mente, outras actividades.
3. O Conselho Nacional aprovar o regulamento do Centro de Estudos
e Formao.
CAPITULO VIII
RECEITAS E DESPESAS
ARTIGO 93
(Receitas)
Constituem receitas da Ordem dos Advogados:
a) As quotas pagas pelos advogados;
b) As receitas provenientes dos actos praticados e servios prestados
pela Ordem;
c) Quaisquer outras receitas, nomeadamente as provenientes de
doaes, heranas, legados ou subsdios a favor da Ordem dos
Advogados.
ARTIGO 94
(Quotas para a Ordem. Seu destino)
1. Os advogados com inscrio em vigor so obrigados a contribuir
para a Ordem dos Advogados com a quota mensal que for fixada pelo
Conselho Nacional.
2. O produto das quotas dividido em partes iguais entre o Conselho
Nacional e o Conselho Provincial ou Delegao respectiva.
3. O Conselho Nacional entregar aos Conselhos Provinciais e
Delegaes a parte que lhes competir no produto da cobrana das
quotas, depois de aprovadas as contas do ano a que respeitem. Os
Conselhos Provinciais e Delegaes devem reclamar a parte que lhes
competir no prazo de 3 meses, contados da aprovao das suas
contas, sob pena de ser considerada como saldo sujeito a distribuio
nos termos do nmero seguinte.
4. Os saldos das receitas ordinrias dos Conselhos Nacional e
Provincial e das Delegaes revertem, na proporo de dois teros,
para estes rgos e um tero para o fundo de reserva, o qual se
destina a ocorrer a despesas extraordinrias autorizadas directamente
pelo Bastonrio.
5. O Conselho Nacional pode abonar mensalmente aos Conselhos
Provinciais ou Delegaes uma importncia, por conta da parte que
lhes cabe no produto da cobrana das quotas, bem como prestar-lhes,
dentro das suas possibilidades, auxlio financeiro quando devidamente
justificada a sua necessidade.
ARTIGO 95
(Encerramento)
As contas da Ordem dos Advogados so encerrados em 31 de
Dezembro de cada ano.
ARTIGO 96
(Processos e papis da Ordem, selos, custas e imposto de justia)
1. No do lugar a custas ou imposto de justia e no sero sujeitos a
imposto de selo as certides expedidas pela Ordem, os requerimentos
e peties a ela dirigidos e os processos que nela corram ou em que
tenha interveno.
2. A Ordem pode requerer e alegar em papel no selado e est isenta
de custas, preparos e imposto de justia em processo em que
intervenha.
ARTIGO 97
(Reunies nos Tribunais)
Os rgos da Ordem podem reunir-se, nas circunscries judiciais em
que no tenham instalao prpria, nas salas dos tribunais indicados
pelos respectivos juizes e a horas em que no prejudiquem os servios
judiciais.
TTULO II
ADVOGADOS E ADVOGADOS ESTAGIRIOS
CAPITULO I
INSCRIES
ARTIGO 98
(Inscries)
1. Podem inscrever-se na Ordem dos Advogados como advogados
estagirios, os cidados angolanos licenciados em direito que
preencham os requisitos previstos na lei e no presente estatuto.
2. Podem igualmente inscrever-se os cidados estrangeiros licenciados
em direito por Universidade Angolana se, nos respectivos pases, os
licenciados angolanos puderem, em iguais circunstncias, inscrever-se.
3. A inscrio como advogado depende da realizao de um estgio
com boa informao.
4. Podem inscrever-se na Ordem dos Advogados os estrangeiros
residentes no pais h mais de 15 anos e que antes tenham sido
inscritos nos termos do art 15 nmero 2 da Lei n0 1/95 de 6 de
Janeiro.
5. Nos termos do art. 15 n03 da Lei n0 1/95, de 6 de Janeiro, os
Advogados e solicitadores no licenciados, autorizados a exercer
advocacia em conformidade com a Lei n0 9/82, de 18 de Fevereiro,
esto sujeitos a registo na Ordem dos Advogados.
6. Para o efeito do nmero anterior so aplicveis, com as necessrias
adaptaes, as disposies do presente ttulo.
ARTIGO 99
(Restries ao direito de inscrio)
1. No podem ser inscritos:
a) Os que no possuam idoneidade moral para o exerccio da profisso
e, em especial, os que tenham sido condenados por qualquer crime
gravemente desonroso;
b) Os que no estejam no pleno gozo dos direitos civis;
c) Os declarados incapazes de administrar as suas pessoas e bens por
sentena transitada em julgado;
d) Os que estejam em situao de incompatibilidade ou inibio do
exerccio da advocacia;
e) Os magistrados e funcionrios que, mediante processo disciplinar,
hajam sido demitidos, aposentados ou colocados na inactividade por
falta de idoneidade moral.
2. Aos advogados e advogados estagirios que se encontrem em
qualquer das situaes enumeradas no nmero anterior ser suspensa
ou cancelada a inscrio.
3. A verificao de falta de idoneidade moral ser sempre objecto de
processo prprio, que seguir os termos do processo disciplinar, com
as necessrias adaptaes.
4. A declarao de falta de idoneidade moral s poder ser proferida
mediante deciso que obtenha dois teros dos votos de todos os
membros do Conselho Nacional.
5. Os condenados criminalmente que tenham obtido a reabilitao
judicial podem, decorridos 10 anos sobre a data da condenao, obter
a sua inscrio, sobre a qual decidir, com recurso para o Conselho
Nacional, o competente Conselho Provincial. O pedido s de deferir
quando, mediante inqurito prvio, com audincia do requerente, se
comprove a manifesta dignidade do seu comportamento nos ltimos 3
anos e se alcance a convico da sua completa recuperao moral.
ARTIGO 100
(Procedimentos de inscrio)
1. A inscrio deve ser requerida no Conselho Provincial da rea do
domiclio escolhido pelo requerente como centro da sua vida
profissional, a quem compete a instruo dos processos de inscrio e
a emisso de parecer, e feita pelo Conselho Nacional.
2. Todas as comunicaes previstas neste Estatuto e nos regulamentos
da Ordem dos Advogados devem ser feitas para o domiclio
profissional, salvo disposio expressa em contrrio.
3. O domiclio profissional do advogado estagirio o do seu patrono.
4. O requerimento deve ser acompanhado de cpia do bilhete de
identidade, carta de licenciatura, original ou pblica-forma, certificado
de registo criminal e boletins preenchidos nos termos regulamentares
assinados pelo interessado e acompanhado de trs fotografias.
5. No requerimento pode o interessado indicar o uso do nome
abreviado, que no ser admitido se susceptvel de provocar confuso
com outro anteriormente requerido ou inscrito, excepto se o possuidor
deste com isso tenha concordado, e que aps a inscrio poder usar
no exerccio de profisso.
ARTIGO 101
(Cdula profissional)
1. A cada advogado ou advogado estagirio inscrito ser entregue a
respectiva cdula profissional, a qual servir de prova da inscrio na
Ordem dos Advogados.
2. As cdulas so passadas pelo Conselho Nacional e firmadas pelo
Bastonrio.
3. Podem os tribunais exigir sempre a apresentao da cdula, como
prova da inscrio, aos advogados e advogados estagirios que
perante eles se apresentem no exerccio das respectivas funes.
4. Far-se-o nas cdulas profissionais os averbamentos constantes da
inscrio, devendo os mesmos ser rubricados pelo Bastonrio.
5.O advogado suspenso ou com a inscrio cancelada deve restituir a
cdula profissional ao Conselho Provincial em que esteja inscrito e, se
o no fizer no prazo de 15 dias, poder a Ordem proceder respectiva
apreenso judicial.
6. Pela expedio de cada cdula profissional cobraro os Conselhos a
quantia que for fixada pelo Conselho Nacional e que constitui receita
daqueles conselhos.
7. s reinscries correspondem novas cdulas.
ARTIGO 102
(Exerccio da Advocacia por no inscritos)
1. Os que transgridam o preceituado no artigo 410 n1, sero, salvo
nomeao judicial e sem prejuzo das disposies penais aplicveis,
excludos por despacho do juiz, proferido oficiosamente, a reclamao
dos Conselhos ou Delegaes da Ordem ou a requerimentos dos
interessados.
2. Deve o juiz, no seu prudente arbitrio, acautelar no seu despacho
dano irreparvel dos legtimos interesses das partes.
3. Se a hiptese neste artigo se der na pendncia da lide, o
transgressor ser inibido de nela continuar a intervir e, desde logo, o
juiz nomear
advogado oficioso que represente os interessados, at que estes
provejam dentro do prazo que lhes for marcado sob pena de, findo o
prazo, cessar de pleno direito a nomeao.
CAPITULO II
ESTGIO
ARTIGO 103
(Estagirios e a sua orientao)
1.O estgio tem a durao de dezoito meses e realizado sob a
direco de um advogado com pelo menos cinco anos de efectivo
exerccio da advocacia.
2. As disposies deste Estatuto, com as necessrias adaptaes,
aplicam-se aos advogados estagirios, excepo das que se referem
ao exerccio do direito de voto.
3. A organizao geral do estgio cabe Ordem dos Advogados.
4. Os patronos podero, atravs de informao escrita, devidamente
fundamentada, dirigida ao conselho provincial, renunciar ao patrocnio
de estagirios.
ARTIGO 104
(Perodo de estgio)
1.O estgio divide-se em dois perodos distintos, o primeiro com a
durao de 6 meses e o segundo com a de 12 meses.
2. O primeiro perodo do estgio destina-se a um aprofundamento, de
natureza essencialmente prtica, dos estudos ministrados nas
Universidades e ao relacionamento com as matrias directamente
ligadas prtica da advocacia.
3. O segundo perodo do estgio destina-se a uma apreenso da
vivncia da advocacia, atravs do contacto pessoal com o normal
funcionamento de um escritrio de advocacia, dos tribunais e dos
outros servios relacionados com a aplicao da justia e do exerccio
efectivo dos conhecimentos previamente adquiridos.
4. Todo o estgio tem por fim familiarizar o advogado estagirio com os
actos e termos mais usuais da prtica forense e, bem assim, inteir-lo
dos direitos e deveres dos advogados.
5. O perodo mximo para a concluso de estgio de 3 anos, findos
os quais o estagirio tem de iniciar novo estgio.
ARTIGO 105
(Competncia dos estagirios)
1. Durante o primeiro perodo de estgio, o estagirio no pode
praticar actos prprios das profisses de advogado ou de solicitador
judicial seno em causa prpria ou do seu cnjuge, ascendentes ou
descendentes.
2. Durante o segundo perodo do estgio, o estagirio pode exercer
quaisquer actos da competncia dos solicitadores e, bem assim:
a) Exercer a advocacia em qualquer processo, por nomeao oficiosa;
b) Exercer a advocacia em processos penais;
c) Exercer a advocacia em processos no penais cujo valor caiba na
alada dos tribunais de l instncia e ainda nos processos dos tribunais
de menores;
d) Dar consulta jurdica.
3. O estagirio deve indicar sempre a sua qualidade quando intervenha
em qualquer acto de natureza profissional.
ARTIGO 106
(Nomeaes oficiosas e assistncia judiciria)
1 Nos processos de nomeao oficiosa ou quando o requerente de
assistncia judiciria no indique advogado, solicitador ou advogado
estagirio e no haja motivos excepcionais que determinem a imediata
nomeao de advogado ou solicitador, devero os juizes remeter ao
Conselho Provincial ou Delegado da rea os pedidos de nomeao de
patrono ou defensor oficioso respeitantes a processos compreendidos
na competncia prpria dos estagirios.
2. Notificado do despacho a que se refere o nmero anterior, o
Conselho Provincial ou Delegao proceder a designao do
estagirio, de acordo com uma escala preexistente, comunicando ao
juiz do processo a identificao do estagirio designado, no prazo de 5
dias.
ARTIGO 107
(Magistrados)
O exerccio de funes de magistrado judicial ou do ministrio pblico,
com boas informaes, por perodo de tempo igual ou superior ao do
estgio equivale a realizao de estgio.
ARTIGO 108
(Dispensa de estgio)
So dispensados do estgio os docentes com a categoria de
professores e antigos professores das faculdades que leccionem
disciplinas de direito e os doutores em direito, em qualquer dos casos
com pelo menos cinco anos de exerccio da docncia.
TTULO III
DISPOSIES FINAIS E TRANSITRIAS
ARTIGO 109
(Sociedades de Advogados)
Lei especial regulamentar a criao e funcionamento das sociedades
de advogados.
ARTIGO 110
(Eleies para a constituio da Ordem)
1. A eleio dos diversos rgos da Ordem dos Advogados para o
primeiro trinio, realizar-se- no prazo de 45 dias subsequentes ao da
entrada em vigor do presente diploma e na data que for designada pelo
Conselho Nacional de Advocacia, previsto pela Lei n0 1195, de 6 de
Janeiro.
2. As propostas de candidaturas devero ser apresentadas perante o
Conselho Nacional de Advocacia dentro dos 20 dias posteriores ao
incio da vigncia deste diploma.
3. Os poderes atribudos neste Estatuto ao Conselho Nacional e ao
Bastonrio, em matria eleitoral, sero exercidas, na preparao das
primeiras eleies, pelo Conselho Nacional de Advocacia e seu
Presidente, respectivamente.
4. Nas eleies para o primeiro trinio, sero elegveis para o cargo de
Bastonrio, advogados com pelo menos cinco anos de exerccio da
profisso.
5. O primeiro mandato dos titulares dos rgos da Ordem dos
Advogados ter a durao necessria para que as eleies seguintes
se verifiquem na data prevista no artigo 110 do presente estatuto.
6. No primeiro mandato os Conselhos Provinciais sero constitudos,
em regra, por trs membros e, por cinco membros, nas provncias onde
houver mais do que vinte advogados.
ARTIGO 111
(Normas de processo disciplinar)
Enquanto no forem aprovadas normas de procedimento disciplinar
pelo Conselho Nacional, continuaro a vigorar as previstas na Lei n
9/82, de 18 de Fevereiro.
Decreto 28/96, de 13 de Setembro - Aprova o Estatuto da Ordem dos
Advogados
Decreto 56/05, de 15 de Agosto - De alterao aos estatutos da Ordem
dos Advogados