O documento descreve experimentos realizados para determinar a dependência do período de um pêndulo simples. Teoricamente, o período depende apenas do comprimento do fio e da aceleração gravitacional local. Em laboratório, verificou-se também dependência com a massa e amplitude. Foram realizadas medições variando esses parâmetros para compor tabelas com os resultados.
O documento descreve experimentos realizados para determinar a dependência do período de um pêndulo simples. Teoricamente, o período depende apenas do comprimento do fio e da aceleração gravitacional local. Em laboratório, verificou-se também dependência com a massa e amplitude. Foram realizadas medições variando esses parâmetros para compor tabelas com os resultados.
O documento descreve experimentos realizados para determinar a dependência do período de um pêndulo simples. Teoricamente, o período depende apenas do comprimento do fio e da aceleração gravitacional local. Em laboratório, verificou-se também dependência com a massa e amplitude. Foram realizadas medições variando esses parâmetros para compor tabelas com os resultados.
O documento descreve experimentos realizados para determinar a dependência do período de um pêndulo simples. Teoricamente, o período depende apenas do comprimento do fio e da aceleração gravitacional local. Em laboratório, verificou-se também dependência com a massa e amplitude. Foram realizadas medições variando esses parâmetros para compor tabelas com os resultados.
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I - Objetivo:
Determinar a dependncia do perodo de um pendulo simples.
II - Introduo Terica:
O pndulo simples consiste de uma partcula de massa m suspensa por um fio sem massa e inextensvel de comprimento L. Afastada da posio de equilbrio, sobre a linha vertical que passa pelo ponto de suspenso, e abandonada, a partcula oscila. Para pequenas amplitudes, a partcula descreve um MHS. Ignorando a resistncia do ar, as foras que atuam sobre a partcula so a fora peso, exercida pela Terra, e a tenso, exercida pelo fio. Como o fio inextensvel, a componente do peso ao longo do fio cancela a fora de tenso. A resultante das foras que atuam sobre a partcula , portanto, a componente do peso na direo do movimento da partcula, cujo mdulo vale mg sen q. A partcula do pndulo descreve um arco de circunferncia. Mas, se a amplitude do movimento muito menor que o comprimento do fio, ou seja, se o ngulo q pequeno, podemos aproximar o arco por um segmento de reta horizontal sobre o qual fixamos o eixo X, com origem O onde a vertical tirada do ponto de suspenso do pndulo corta esse eixo. Ento, fazendo sen q = x/L, o mdulo da fora resultante sobre a partcula fica:
F(x) = - (mg/L) x
O sinal negativo aparece porque a fora resultante aponta na mesma direo que aquela escolhida como positiva para o eixo X quando a elongao negativa e na direo oposta quanto a elongao positiva. Assim, se o movimento da partcula se restringir a pequenas amplitudes, podemos considerar que ele acontece sobre uma reta (o eixo X) e sob o efeito de uma fora cujo mdulo proporcional ao afastamento da partcula de um ponto fixo sobre esta reta (o ponto O) e dirigida para esse ponto. Em outras palavras, para pequenas amplitudes, o movimento da partcula que faz parte do pndulo um MHS. Por outro lado, o mdulo da fora que atua sobre a partcula em MHS dado genericamente por F = - Cx com C = mw 2 , de modo que o perodo fica dado pela frmula T = 2p/w. Comparando esta expresso para a fora com aquela obtida para o pndulo simples, temos C = mg/L e da, w 2 = g/L e:
T = 2p [L/g] 1/2
Como f = 1/T, a freqncia do movimento do pndulo dada por:
f = [g/L] 1/2 /2p
2 Assim, dado L, o comprimento do pndulo, e g, o mdulo da acelerao gravitacional local, e caso no seja forado por qualquer outro agente externo alm da fora gravitacional, o pndulo s pode oscilar com a freqncia dada pela frmula acima. Essa freqncia caracterstica do pndulo chamada freqncia prpria ou freqncia natural de oscilao. Como j dissemos, uma das caractersticas importantes de qualquer oscilador harmnico que o perodo de oscilao no depende da amplitude do movimento. Aqui reaparece esta caracterstica uma vez que a partcula do pndulo simples descreve um MHS para pequenas amplitudes. Neste contexto, esta caracterstica constitui o que se chama de lei do isocronismo. No caso de amplitudes no muito pequenas, o pndulo se torna um oscilador no harmnico, a fora restauradora no mais proporcional ao deslocamento medido a partir da posio de equilbrio e o perodo passa a depender da amplitude. Quando a amplitude muito menor que o comprimento do fio, o perodo do pndulo simples independe da amplitude do movimento porque a fora de restituio que atua sobre a partcula pode ser considerada proporcional a q, o ngulo entre o fio e a vertical. No caso em que a amplitude no to pequena, deve-se levar em conta que a fora de restituio no proporcional a q, mas a sen q. E como sen q < q (se q diferente de zero), a fora de restituio, nesse caso, menor do que no caso anterior, qualquer que seja a posio da partcula e, portanto, tambm a sua acelerao menor. Assim, a partcula demora mais tempo para completar uma oscilao e o perodo maior.
Pequenas Amplitudes
Escrever sen q = x/L significa tomar, implicitamente, sen q = q. Esse resultado verdadeiro para q pequeno e em radianos. Para entender o porqu dos radianos deve-se considerar que, por definio, o ngulo entre dois segmentos de reta dado em radianos pelo seguinte procedimento. Com centro no ponto de cruzamento dos segmentos de reta, traa-se um arco de circunferncia entre esses segmentos com raio R qualquer. Ento, medindo-se o comprimento S do arco, o ngulo procurado definido por q = S/R. Assim, voltando ao pndulo simples, para ngulos pequenos, o arco de circunferncia que representa a trajetria da partcula se confunde com o segmento de reta de comprimento x e podemos escrever, pela definio de ngulo em radianos, q = x/L. Assim, sen q = q = x/L, que a expresso usada.
q (graus) q (rad) sen q [q - sen q]/senq (%) 10 0,175 0,174 0,575 15 0,262 0,259 1,158 20 0,349 0,342 2,047 25 0,436 0,423 3,073 30 0,524 0,500 4,800 35 0,611 0,574 6,446 3 Por outro lado, escrevendo q = x/L estamos aproximando o arco de circunferncia que constitui a trajetria da partcula por um segmento de reta. Este procedimento to mais exato quanto menor for a amplitude do movimento da partcula. Em termos matemticos, aproximar o arco pelo segmento de reta significa tomar o seno do ngulo entre o fio e a vertical como o prprio ngulo (em radianos). A tabela acima d uma idia do erro relativo cometido nesse procedimento.
Determinao da Acelerao Gravitacional
Com o uso de um pndulo simples podemos determinar o valor da acelerao gravitacional local. Tomando um pndulo simples de 1 m de comprimento, por exemplo, e medindo o tempo Dt levado para que ele complete 10 oscilaes, temos:
g = L [2p/T] 2 = (1 m)[20p/Dt] 2 = 3.948 m/(Dt) 2
e se Dt = 20 s, por exemplo, vem:
g = 3.948 m/(20 s) 2 = 9,87 m/s 2
Um modo de aumentar a preciso do experimento aumentar o nmero de oscilaes para a medida do tempo Dt, de modo que qualquer impreciso nesta medida tem seu efeito no clculo de g reduzido na mesma proporo. Para poder aumentar o nmero de oscilaes, a resistncia do ar deve ser minimizada, j que tende a reduzir a amplitude das oscilaes. Um modo de reduzir o efeito da resistncia do ar reduzir o volume do corpo que vai constituir o pndulo sem reduzir, na mesma proporo, a sua inrcia. Assim, uma pequena esfera de ao ou de chumbo se torna bastante adequada. De qualquer modo, como o perodo de oscilao independente da amplitude, esse efeito da resistncia do ar no influencia no resultado final e limita, apenas, o nmero de oscilaes que pode ser tomado na medida de Dt.
Hipteses de dependncia de T levantadas em laboratrio:
Em laboratrio foram levantadas algumas hipteses sobre a dependncia de T,tais como: massa, amplitude do deslocamento,o comprimento do fio, e o valor de g.. Pela exposio terica pode-se verificar que o perodo do pendulo simples depende apenas de l e de g, em laboratrio verificou-se a dependncia de T em relao a massa, amplitude do deslocamento e o comprimento do fio, com relao a dependncia de T em funo de g no laboratrio utilizado no pode-se verificar.
4 III - Material utilizado:
01 Pedao de fio de cobre 01 cronmetro com preciso 1/100 segundos, 01 rgua de 100 cm, Pesos de massa: 01:100g; 02:200g; 01:500g 01 suporte.
IV - Procedimento experimental:
O experimento consistiu em utilizar um fio de cobre preso ao suporte, com um comprimento de (0,500 0,01)m e com um peso de massa m igual a 0,100Kg. O corpo foi deslocado conforme as amplitudes mencionadas na tabela 1 e aps ser solto foi medido o tempo de 10 oscilaes, o perodo de cada oscilao foi calculado dividindo o tempo mdio medido por 10.
5 O segundo experimento consistiu em utilizar o fio com o mesmo comprimento do experimento anterior e com uma amplitude fixa de (10,0 0,1)cm e com pesos presos em sua outra extremidade de valores variveis, conforme tabela 2. O corpo foi deslocado e aps ser solto foi medido o tempo de 10 oscilaes, o perodo de cada oscilao foi calculado dividindo o tempo mdio medido por 10.
O terceiro experimento consistiu em utilizar um peso fixo de massa igual a 0,100 kg preso a extremidade do fio, com uma amplitude fixa de (10,0 0,1)cm e variar o comprimento , conforme tabela 3. O corpo foi deslocado e aps ser solto foi medido o tempo de 10 oscilaes, o perodo de cada oscilao foi calculado dividindo o tempo mdio medido por 10.
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V - Registro dos dados coletados e clculo de dados para compor as tabelas:
A (cm) Tempo 10 oscilaes(s) 1 tomada Tempo 10 oscilaes (s) 2 tomada Tempo 10 oscilaes (s) Mdia
Todas as medidas de tempo foram anotadas considerando a preciso 1/10 devido a impreciso no disparo do cronmetro.
VI - Clculo e anlise de grficos:
Ao se analisar a tabela 1, verificou-se que o perodo do pendulo simples no depende do deslocamento da massa, ou seja, da amplitude do movimento, considerando os pequenos deslocamentos feitos para que o pndulo oscile, pois para uma variao de 20 cm na amplitude obteve-se uma variao de 0,02s no perodo. Esta variao est dentro da margem de tolerncia dos perodos medidos. 7 Ao se analisar a tabela 2, verificou-se que o perodo do pendulo simples tambm no depende da massa utilizada, pois para uma variao de 400g na massa, obteve-se uma variao do perodo de 0,05s. Notou-se que houve uma variao maior ao trocar a massa de 0,400Kg pela massa de 0,500Kg, neste caso 0,03s, proporcionalmente uma variao muito maior se comparado aos outros valores obtidos, que foi uma variao de 0,02s para uma variao de 0,300Kg. Porm como a massa de 0,500Kg tem um comprimento de 11,0cm, ou seja, 3,0cm a mais que a massa de 0,200Kg, pode-se considerar que esta pequena variao causada devido a alterao do momento de inrcia do pendulo. Atravs da tabela 3 verificou-se que h uma dependncia do perodo de oscilao do pendulo em relao ao comprimento de seu fio, pois para uma variao de 0,400m houve uma variao de 0,48s. Para se determinar essa dependncia traou-se o grfico dos pontos obtidos da seguinte forma: Nos eixos-x (horizontal) do grfico, foram marcadas as variveis independentes () e nos eixos y (vertical) dos grficos, foram marcadas as variveis dependentes (T). Atravs do grfico em papel milimetrado constatou-se que a expresso adequada para T = f() T = k . n ,
pois o grfico obtido caracterstico de uma funo de potncia.
1. Utilizou-se o papel di-log para linearizar esta funo e assim obter sua inclinao. Os pontos da tabela 3 foram colocados no papel di-log e traou-se uma reta levando-se em conta a tendncia dos pontos experimentais. Atravs de dois pontos, P 1 (0,520; 1,50) e P 2 (0,900; 1,95), pertencentes a reta linearizada e ajustada, calculou-se a sua inclinao. Como a funo correspondente T = k . n , aplicando o logartmo temos:
log T = log (k . n ) log T = log k + log n log T = log k + n . log
Comparando com a funo de uma reta:
Y = A + Bx
n = parmetro angular que define a inclinao do grfico.
Portanto, a funo correspondente T = 2,05 . 0,478 8 Atravs da funo pode-se calcular em que ponto a reta cruza o eixo y:
Para = 0 ; T = 2,05 . 0 0,478 T = 0
2. Para efeito de comparao, atravs de uma calculadora cientfica que usa o mtodo de regresso, neste caso de potncia, encontrou-se os seguintes valores para n e k: n = 0,475 k = 2,06 r (coeficiente de correlao) = 0,99959 mostrando que a disperso dos pontos em relao ao grfico traado muito pequena.
Pode-se perceber que os valores encontrados atravs do papel di-log e da calculadora para n e k so praticamente os mesmos.
VII - Concluso:
Atravs da funo encontrada pode-se perceber que o perodo aumenta em uma proporo cada vez menor a medida que se aumenta o comprimento do fio. Com relao ao ponto onde a reta cruza o eixo y, atravs do papel di-log percebe- se que a reta tenderia a zero sem, no entanto, cruz-lo, pois sabe-se que por se tratar de um papel di-log no temos um ponto 0 para o eixo y e para o eixo x, pois log 0 uma impossibilidade matemtica, assim para a equao que usa logaritmo no podemos substituir T ou por 0. Pela funo T = 2,05 0,478 ao se substituir por 0 obteve-se um perodo igual a 0. Porm fisicamente se o comprimento do fio for 0, no h pndulo conseqentemente no h perodo. Portanto esta funo descontinua pois sua imagem s assume valores maiores que zero j que seu domnio tem uma restrio s podendo assumir valores maiores que zero tambm.
Levando-se em considerao que o perodo T depende de f() e f(g) e que a funo obtida, T = 2,05 0,478 , h uma constante multiplicando a varivel independente, conclui-se que a constante seria a outra grandeza, a qual o perodo depende, com sua funo em um valor fixo. Neste caso tem-se T = f() . f(g).
Considerando-se que a equao colocada na introduo terica :
T = 2 . . l/g ou T 6,28 . 0,5
g 0,5
E considerando g = 9,8 m temos: T 6,28 . 0,5
s 2 9,8 0,5
Portanto: T 2,00 . 0,5 esta equao bem prxima da equao obtida experimentalmente.
9 Calculando de g atravs dos dados obtidos no experimento:
Sabendo que g = 9,8 m/ s 2 um valor aproximado e difere um pouco dependendo do local, pode-se utilizar os dados obtidos no experimento para calcular o valor de g local, assim utilizando P1 tem-se:
T 6,28 . 0,5 1,50 6,28 . 0,520 0,5 g 0,5 3,019 g 9,1 m/ s 2
g 0,5 g 0,5
VIII - Bibliografia:
KELLER, Frederick J. att alli. Fisica Volume 2, 2 ed. So Paulo: Makron Books, 1999. PIACENTINI "Introduo ao Laboratrio de Fsica" UFSM. Movimento Harmnico. Available from Internet http://www.ufsm.br/gef/Mhs.htm, 10/11/2004