Jogos Cooperativos
Jogos Cooperativos
Jogos Cooperativos
Novembro 2011
A alegria no chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e
aprender no pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.
(Paulo Freire)
Laboratrio de tcnicas
Objetivo:
Apresentar jogos, tcnicas e brincadeiras como proposta experiencial de trabalho das
dimenses da formao integral junto aos jovens e tambm como meio de expresso individual
e de integrao.
1. JOGOS COOPERATIVOS
Ilha deserta
Os participantes formam uma roda, pondo-se de p em cima de cadeiras ou bancos (em nossa
atividade, usamos folhas de jornal). Estes representam ilhas desertas no meio do oceano.
Informa-se os jogadores que o objetivo disporem-se segundo a ordem alfabtica dos seus
primeiros nomes, a partir de um ponto da roda. No entanto a deslocao de uma ilha para a
outra tem uma regra: aquele oceano tem tubares e outros animais marinhos perigosos, pelo
que ningum deve tocar no cho.
Carnaval no Rio
Formam-se grupos. Cada grupo deve decidir por um som e um gesto e desfilar como se fosse
um bloco de carnaval. O facilitador, depois, junta alguns blocos para que se escutem as
diferentes possibilidades de combinaes de sons. Por ltimo, todos os blocos fazem seus
sons e gestos ao mesmo tempo e devem tentar chegar em um som e um gesto comuns.
Jana Cabana
Jogo de prontido. Em trios, montam-se cabanas em que duas pessoas (que sero a cabana)
estendero seus braos sobre algum (que se abaixar, e ser a pessoa). Quando o curinga
disser cabana, as pessoas que fazem a cabana devem desfaz-la e montarem outras cabanas
em cima de outras pessoas (estas ficam). Ao dizer pessoa, as cabanas ficam nos seus lugares
e as pessoas mudam de cabana. Ao dizer tempestade, todos se movem e montam outras
cabanas com outras pessoas.
3. CIRANDA
Te aroha (amor)
Te waka pono (respeito)
Te rangui Marie (amor de mim para o todo)
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Referncias:
BOAL, Augusto. Jogos para Atores e no Atores. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 2005
BROTO, Fbio Otuzi. Jogos Cooperativos. So Paulo: Servio Nacional de Aprendizagem do
Cooperativismo no Estado de So Paulo
http://www.semeiadanca.com.br
http://www.projetocooperacao.com.br/
http://www.cvdee.org.br/evangelize/pdf/2_0205.pdf
http://www.jogoscooperativos.com.br/Livros.htm
http://www.pucrs.br/mj/subsidios-dinamicas.php
Acho que comeou mesmo quando eu era criana, no serto da Bahia. Eu brinquei muito. Ns tnhamos
um quintal com 25 mangueiras e ali brincvamos de tudo. Naquela poca, na escola primria, tambm
se brincava muito. No sei muito bem como vim a estudar msica... O fato que fui Europa para
estudar piano na Alemanha. Lembro que os presentes que levei eram todos brinquedinhos que
comprava dos fazedores de brinquedos populares. Eu tinha aquilo comigo.
Em que ano voc foi para a Europa?
Em 1961. Estudei primeiro na Escola Superior de Msica de Friburgo, depois me mudei para a Musique
Academie, numa pequena cidade ao norte da Alemanha que tem uma escola de msica muito famosa.
No fim dos meus estudos, estava em crise com a msica que eu fazia e tinha muita saudade do Brasil.
Tudo o que sempre quis na vida era tocar piano. E, de repente, no era mais isso que eu queria. Ento
voltei para o Brasil e resolvi pesquisar msica. Percebi que toda a educao musical daqui passava
pelos mtodos europeus. Eu j intua que no podia ser assim, que tinha que se saber como a msica
do Brasil para adivinhar como seria a maneira de educar segundo os modelos da msica brasileira.
Ento comecei por mim mesma a ir para o serto, para a cidade de onde eu venho, para pesquisar. E,
como me interessei por etnomusicologia, voltei para a Europa, dessa vez para Berna, na Sua.
na minha casa um monte de cadernos reunindo isso tudo. D para encher um quarto. Preciso encontrar
um hora para aproveitar isso e devolver ao Brasil essas memrias de tanta gente e das suas infncias,
uma coisa que vem se perdendo.
observaes que o ser humano ainda novo tem necessidades de crescimento, e que os brinquedos so
a manifestao, a configurao dessas necessidades. A essas configuraes eu chamo de cultura da
criana. Por isso que preocupante as crianas no estarem brincando. Seria timo se a gente tivesse
uma documentao de tudo o que todos os meninos do mundo brincaram, porque a teramos uma
imagem perfeita do que o ser humano.
possvel fazer esta leitura?
Nem tudo se preservou, evidentemente. Mas h sinais o suficiente. Pode-se dizer que os meninos
continuam reinventando os mesmos brinquedos e inventando outros, de acordo com as caractersticas
de cada lugar. O Brasil existe h 500 anos, e os ndios aqui j tinham uma srie de brincadeiras. Hoje,
com toda a evoluo tecnolgica, existem outros objetos, outros materiais que no havia antes. E os
meninos continuam manipulando e transformando seus brinquedos... Na mo do menino acontece o
milagre da transformao. Aquele brinquedo passa a ter significado para ele, para a sua prpria cultura.
Este o comportamento humano por excelncia. Tanto que, mesmo morando empilhada em
apartamentos, quando voc sai com a criana para a natureza, ela se comporta diferente.Voc pensa
que ela s gosta de videogame? No verdade. A natureza tem a fora, tem o poder de puxar da
criana o movimento que est contido.
As escolas parecem querer ocupar o tempo das crianas...
Todo o sistema armado para receb-las antiquado. Mesmo as escolas mais avanadas esto
defasadas em relao s descobertas mais recentes da cincia. Ningum hoje aguenta ficar quatro
horas sentado ouvindo um assunto que no do seu interesse. Mas tem gente preocupada com isso.
Em So Paulo, por exemplo, h muita gente despertada para este tema. Que brincar preciso. Que
levar a criana a brincar uma tarefa inadivel. As escolas deviam tomar conscincia disso, mas os
recreios foram encurtados porque cada vez mais a preocupao com o contedo. a mente, a
herana cartesiana. E o Brasil que dana est sendo esquecido. Acho que viemos ao mundo para
danar, para brincar. Dizendo isso no estou defendendo que no viemos para aprender toda a herana
cultural do mundo. Mas isso precisa ser revisto. Antes de mais nada, preciso ser feliz. preciso brincar
para afirmar a vida.
Deve-se brincar para aprender?
Deve-se brincar para ser feliz. Se voc quiser brincar para aprender j no mais brinquedo. Porque o
brinquedo tem um fim nele mesmo. Bola pra qu? Pra brincar de bola. Voc brinca de peteca pra qu?
Pra brincar de peteca, para passar pela experincia mltipla e extraordinria que brincar de peteca. E
por que brincar de roda? Porque uma maravilha: mo na mo, esquecer quem voc, embarcar no
sonho daquela hora... Brincar isso a. Mas h quem queira transformar o brinquedo num brinquedo
pedaggico... Existem tentativas nesse sentido, mas no d, porque h uma incongruncia.
Mas isso no significa que as crianas no estejam aprendendo ao brincar...
A que est. Esto aprendendo, e muito mais do que a gente consegue ver. O brinquedo mltiplo. Ele
mexe na alma. Na hora em que a gente compreende isso, no tem mais medo de dizer que est
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brincando. Criou-se at uma antipatia ao brinquedo: Menino, voc j t grande demais pra brincar
disso!. Como se, a partir de certa idade, s se pudesse pensar... S se aprende liberdade brincando.
Brincar o maior exerccio de liberdade que a gente pode ter.