Anais Do Vii Enee 28 A 31 de Outubro de 2013
Anais Do Vii Enee 28 A 31 de Outubro de 2013
Anais Do Vii Enee 28 A 31 de Outubro de 2013
ETNOBIOLOGIA E ETNOECOLOGIA
E
I ENCONTRO ALAGOANEO DE
ETNOBIOLOGIA E ETNOECOLOGIA
Um olhar interdisciplinar diante dos conflitos
Scio Ambientais
Penedo - AL
28 a 31 de outubro de 2013
I
Prezado(a)s participantes,
Agardecemos por sua participao na stima edio do Encontro Nordestino de Etnobiologia,
sendo tambm a primeira edio promovida no estado de Alagoas. Segue os resumos
apresentados durante o evento e uma sntese das palestras para que voc possa reviver os
momentos vividos durante este encontro.
Penedo, outubro de 2013
A Comisso Organizadora
II
Realizao:
Apoio:
Patrocnio:
III
COMISSO ORGANIZADORA:
Presidente:
Prof. Dr. Henrique Costa Hermenegildo da Silva
Universidade Federal de Alagoas/ Campus Arapiraca.
Vice-presidente:
Profa. Dra. Maria Silene da Silva
Universidade Estadual de Alagoas/ Campus I
Tesoureira:
MSc. Daniele Cristina de Oliveira Lima
Doutoranda do Programa de Ps-graduao em Etnobiologia e Conservao da Natureza da
Universidade Federal Rural de Pernambuco
1 Secretrio:
MSc. Washington Soares Ferreira Junior
Doutorando do Programa de Ps-graduao em Botnica da Universidade Federal Rural de
Pernambuco
COMISSES
Comisso de secretaria:
Washington Soares Ferreira Junior (UFRPE)
Comisso Scio-cultural:
Mrcia de Farias Cavalcante (UNEAL)
Evelyn Larisse da Silva Vilar (UNEAL)
Cludio Galindo (UNEAL)
IV
Comisso de monitoria:
Maria Silene da Silva (UNEAL)
Comisso de Infra estrutura:
Cludio Sampaio Buia (UFAL)
Rubens Pessoa Barros (UNEAL)
Maciel Oliveira (CBHSF)
Maria Aliete Bezerra Machado (UFAL)
Samy Santas (UFAL)
Comisso Cientfica:
Washington Soares Ferreira Junior (UFRPE)
Cludio Sampaio Buia (UFAL)
Flvia de Barros Prado Moura (UFAL)
Comisso de divulgao:
Cledson dos Santos Magalhes (UFAL)
Thiago Bezerra Gomes (UNEB)
Kssia Virgnia dos Santos Lima (UNEB)
Luanna Oliveira de Freitas (UNEB)
Comisso de Recepo:
Mony Cely Oliveira Guimaraes (UFAL)
Comisso de patrocnio:
Jhonatan David Santos das Neves (UFAL)
Jos Maciel Nunes de Oliveira (CBHSF)
Rubens Pessoa Barros (UNEAL)
ndice de resumos
1. Palestras e mesas-redondas ........ 01
Palestrantes
Profa. Dra. Laura
Jane Gomes - UFS
Ttulo
Pgina
CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS NO
EXTRATIVISMO DA AROEIRA
01
03
04
05
07
08
09
11
VI
2. Resumos............................. 13
RESUMOS
REA TEMTICA: AGROECOLOGIA
PRIMEIRO
AUTOR
TITULO DO TRABALHO
Pag.
ALENCAR, Rosa
Carolline de
14
CARVALHAES,
Mariana Aparecida
05
CURADO,
Fernando Fleury
16
GENERINO,
Maria Elizete
Machado
17
SNCHEZ, Diana
Carolina Martnez
18
SILVA, Hudson
Toscano Lopes
Barroso da
19
TITULO DO TRABALHO
PAG
BARACHO, Rossyanne
Lopez
21
CAVALCANTE, Janice
Gomes
22
COSTA, Maria
Andressa da
23
24
25
VII
LEMOS, Fabrcio
Tharlen da Silva
26
27
NASCIMENTO, Eliane
Oliveira do
28
NEPOMUCENO, Jady
da Silva
29
PICCOLO, Ntali
Isabela Pierin
30
PICCOLO, Natali
Isabela Pierin
31
32
SANTANA, Camilla
Gentil
33
SANTANA, Camilla
Gentil
34
SANTOS, Gesyca
Patrcia da silva
35
OS PROCESSOS DE DESTERRITORIALIZAO E
RETERRITORIALIZAO DA COMUNIDADE VILA
JACAR/MARECHAL DEODORO DA FONSECA/AL
ETNOECOZONEAMENTO NA PESCA ARTESANAL EM BOM JESUS
DOS POBRES (SAUBARA-BA)
CONHECIMENTO EMPRICO DOS ALUNOS DE UMA ESCOLA RURAL
DA COMUNIDADE DE LAGOA DA AREIA, NOVO ORIENTE-CE,
SOBRE APICULTURA
37
38
SILVA, Hudson
Toscano Lopes Barroso
da
36
TITULO DO TRABALHO
PAG
BARBOSA FILHO,
Mrcio Luiz Vargas
39
VIII
40
OLIVEIRA, Rosenil
Dias de
41
TITULO DO TRABALHO
PAG
43
ALMEIDA, Eunice
Leite
44
ALMEIDA, Eunice
Leite
45
46
47
49
CRISTO, Fabiciana da
Hora de
50
CURADO, Fernando
Fleury
51
AMORIM, Francilene
da Silva
ANDRADE, Wbaneide
Martins de
ARAJO, Mayany
Mykaela Correia
48
FREITAS, Bruno
Antonio Lemos de
SOUSA JNIOR, Jos
Ribamar de
KLANK, Francisco
Albuquerque
KREPSKY, Patrcia
Baier
52
53
54
IX
55
56
57
58
59
60
61
62
63
ROCHA, Dougllas
Ferreira da
64
65
66
67
68
MORAISMENDONA, Ana
Cleide Alcantara
MARTNEZ
SNCHEZ, Diana
Carolina
NOGUEIRA, Dayanne
Tmela Soares
NUNES, Tatiane da
Silva
SILVA, Gilvania Fontes
da
SILVA, Wellison
Ribeiro da
SILVA, Claudio
Galdino da
SILVA, Cludio
Galdino da
SOUSA, Vanessa
Ramos Rodrigues de
VANDESMET, Lilian
Cortez Sombra
69
70
71
72
73
74
75
TITULO DO TRABALHO
PAG
77
ARAJO-SANTOS,
Igor Henrique
78
79
BARBOSA FILHO,
Mrcio Luiz Vargas
80
BRAGAGNOLO,
Chiara
BRITO, Camilla de
Carvalho de
BRITO, Camilla de
Carvalho de
81
82
XI
83
84
CURADO, Fernando
Fleury
85
DANTAS, Carolina
Alencar
86
DANTAS, Carolina
Alencar
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
DANTAS, Carolina
Alencar
GAMARRA, Norah
Costa
GAMARRA, Norah
Costa
LOCH, Vivian do
Carmo
MACHADO, David
Dias
MALAFAIA, Priscilla
Nogueira e
MALAFAIA, Priscilla
Nogueira e
MALAFAIA, Priscilla
Nogueira e
MENEZES, Rosilda
Alves Magalhes
NASCIMENTO,
Douglas Macdo do
XII
97
PEREIRA, Bruno
Gonalves
98
PEREIRA, Heliene
Mota
99
100
101
102
103
104
SANTOS, Marlia
Tavares dos
105
106
ARAJO, Bruna
Monielly Carvalho de
TITULO DO TRABALHO
PAG
108
109
XIII
110
111
112
BARBOSA FILHO,
Mrcio Luiz Vargas
113
114
115
LIMA, Jefferson
Oliveira
116
117
MARIZ, Daniele
118
MELO, Demmya
Haryssam Menezes
119
OLIVEIRA, Wallisson
Sylas Luna de
120
121
122
SANTOS, Claudileide
Pereira dos
123
SANTOS, Claudileide
Pereira dos
POLICARPO, Iamara da
Silva
XIV
124
125
126
SANTOS, Carlos
Alberto Batista
XV
Esta palestra tem como fonte principal pesquisa realizada sobre os conflitos socioambientais
envolvidos no extrativismo da aroeira no Baixo So Francisco, Sergipe e Alagoas. A espcie
aroeira tem sido amplamente utilizada pela indstria condimentar para a produo de pimenta
rosa e mais de 95% da produo exportada para pases da Unio Europia, Estados Unidos,
Canad e Argentina. Em 2008, a regio do Baixo So Francisco contribuiu com 5% da
produo extrativista nacional. Mesmo parecendo pouco, tal ao tem gerado mudanas nas
relaes socioambientais entre os atores sociais da regio. Na pesquisa foram coletados dados
entre os anos de 2001 e 2011, por meio da realizao de entrevistas com os atores envolvidos
e pesquisa documental. As informaes foram analisadas quanto natureza, conduta diante do
extrativismo e tipificao dos conflitos. A ausncia de normatizao para o manejo da espcie
o fator central gerador do conflito que se d pela apropriao e acesso aroeira. Os
pescadores que so tambm extrativistas coletam a espcie como um recurso econmico e as
empresas processadoras exportadoras utilizam o recurso como mercadoria. Pode-se afirmar
que a natureza dos conflitos acontece em vrias dimenses, a saber: Dimenso geogrfica:
rea de Proteo Ambiental APA/Piaabuu Baixo So Francisco/AL, Ilhas e margens
reas de Preservao Permanente - APP do Baixo So Francisco (SE/AL); Dimenso social:
disputa pelo acesso as reas de Preservao Permanente, rea de Proteo Ambiental e ilhas
fluviais; Dimenso jurdica/ institucional: competncia de rgo estadual e/ou federal nas
reas de UCs e APP e ilhas fluviais do Baixo So Francisco; Dimenso legal: queixa formal
(boletim de ocorrncia) dentro da APA Piaabuu. Sob a tica da tipificao dos conflitos,
observou-se basicamente o conflito social: de uso dos recursos; entre diferentes interesses
e/ou perspectivas; de classe social e o conflito de competncias: Entre esferas de governo;
inter e intrainstitucionais; entre/por novos arranjos institucionais. Convm ressaltar que
durante a analise, constatou-se a ausncia de instituies como prefeituras, rgo Estadual de
Meio Ambiente (OEMA) de Alagoas e Comit de Bacias Hidrogrficas, pois no apareceram
nos discursos dos sujeitos e no foram vistos nas aes relacionadas aos conflitos envolvendo
o extrativismo da aroeira. Considera-se que o desafio para o tratamento dos conflitos consiste
em aglutinar a diversidade de interesses e, ao mesmo tempo, abrir canais de dilogo,
participao e interao e dilogo/cooperao entre os atores, gestores federal, estadual,
municipal, extrativistas, empresrios e proprietrios e donos das ilhas, garantindo que o
extrativismo da aroeira venha a fazer parte de programas de governo a exemplo do Projeto
de revitalizao do rio So Francisco e de forma mais ampla de uma Poltica Florestal
Sustentvel.
1
*A pesquisa fez parte do projeto Estratgias para o manejo sustentvel da aroeira Schinus
Terebenthifolius Raddi) no Baixo So Francisco SE/AL, financiado pelo MCT/CNPq que
culminou, dentre outros produtos, na dissertao de mestrado em Meio Ambiente e
Desenvolvimento (PRODEMA-UFS) de Ndia Batista de Jesus, com bolsa da FAPITEC-SE.
10
Em relao ao uso mgico, mstico e curativo com enfoque religioso, esto sendo realizados
dois projetos. O primeiro aborda o uso de espcies vegetais por benzedeiras da regio Agreste
do estado de Alagoas. Neste trabalho foram realizadas entrevista semi-estruturadas s
benzedeiras selecionadas atravs da tcnica bola-de-neve. Percebendo o quanto as plantas
medicinais so utilizadas em rituais religiosos e o poder que as mesmas exercem na crena
das pessoas que as utilizam como objeto propagador de cura, buscou-se realizar um
levantamento das plantas mais utilizadas em rituais mstico-religiosos de benzeduras,
observando como e com que finalidade as plantas so utilizadas, tentando sempre resgatar o
interesse pela cultura tradicional avaliando assim a confiana depositada nas plantas pelas
comunidades estudadas. O segundo projeto aborda o uso mstico, mgico e curativo de
plantas em rituais religiosos, associados s prticas do candombl e da umbanda no Agreste
alagoano. O objetivo avaliar o uso e a diversidade de plantas medicinais em rituais
religiosos a partir de um levantamento taxonmico e etnobotnico da flora medicinal e sua
finalidade, dando destaque ao resgate da cultura tradicional.
A relao da educao com aspectos etnobotnicos est se configurando a partir do
desenvolvimento de um projeto que visa a construo de um conceito de educao ambiental
utilizando a etnobotnica como instrumento para se alcanar tal objetivo. Para tanto foram
realizadas entrevistas com todas as famlias de trs comunidades representativas da regio
agreste de Alagoas, ministradas palestras interativas, exercitado o convvio com a
comunidade e ser efetuada uma ao final de produo de mudas das espcies consideradas
em desaparecimento pela prpria comunidade. Acredita-se que a construo de um conceito
que parta da prpria comunidade surta mais efeito na sua aplicao.
E finalmente, ainda em fase inicial, est sendo desenvolvido um trabalho com enfoque
agronmico acerca da percepo e relao dos pequenos e mdios produtores de pastagens
com as plantas invasoras, associado a um trabalho taxonmico de produo de chaves de
identificao das espcies levantadas durante a realizao da pesquisa, facilitando sua
identificao e controle.
Todos estes projetos compem uma caracterizao dos principais enfoques da pesquisa
etnobotnica em Alagoas e ratificam o aumento do interesse por estudos nesta rea to
importante das Etnocincias.
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13
14
A palmeira babau (Attalea speciosa Mart. ex Spreng; Orbignya phalerata Mart.) tem
importncia secular para a subsistncia de populaes humanas no interior do Brasil, sendo
importante produto do extrativismo brasileiro, como fornecedora de matria-prima para
diversos produtos florestais no-madeireiros (PFNM). So escassas as informaes cientficas
sobre a biologia do babau, sobre a atual capacidade produtiva dos babauais e possveis
mudanas provocadas na estrutura e na dinmica das populaes que h dcadas so
submetidas ao extrativismo predatrio. O objetivo deste trabalho foi organizar, atravs de
processos participativos, informaes baseadas no conhecimento de populaes rurais, que
pudessem subsidiar o desenvolvimento de boas prticas de manejo para a espcie, na regio
dos Cocais, Estado do Piau. O pblico alvo foi composto por pequenos proprietrios rurais,
assentados, assentados em processo de regularizao de posse e ocupantes de propriedades
rurais aguardando o processo de regularizao, com diferentes situaes quanto
disponibilidade e acesso ao recurso (babauais). Foram realizadas oito oficinas, que
proporcionaram um espao de reflexo sobre o recurso babau e outros PFNM. Inicialmente,
foram elaborados, nas diferentes comunidades rurais, mapas e desenhos descritivos das
florestas de babau, tendo como resultados dados sobre a disponibilidade do recurso (atual e
futura), garantia de acesso, escolha das reas para colheita e caracterizao das diferentes
fitofisionomias. Foram obtidas informaes quanto organizao para produo, prticas de
pr e ps colheita adotadas e produtividade. Questionamentos dos extrativistas sobre o uso de
fogo e agrotxicos em hortas e roas nas reas de babauais geraram a instalao de uma
horta orgnica monitorada pela comunidade, e uma cartilha sobre cultivo orgnico de
alimentos em babaual. Posteriormente, atravs de desenhos e esquemas foram discutidos os
dados coletados sobre a estrutura e gentica das populaes de babau, que apontaram
diminuio no recrutamento nas reas submetidas a intensa coleta de frutos. Foram abordadas
tambm diferenas na produtividade entre diferentes fitofisionomias. As oficinas finais foram
base para a elaborao participativa das prticas de manejo a serem testadas, e de
recomendaes para o manejo, reunidas em uma cartilha intitulada Boas prticas de manejo
para a palmeira babau, voltada para a realidade rural do Meio Norte do Brasil.
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18
Quando ouvimos a palavra agroecologia instantaneamente nos vem mente uma agricultura
menos agressiva ao meio ambiente, que resulta em uma incluso social e proporciona
melhores condies econmicas para os agricultores. O Programa de Estgio Interdisciplinar:
Vivenciar, Interagir e Construir Saberes tem como proposta promover uma extenso
universitria a partir de vivncias em comunidades rurais no Rio Grande do Norte
reafirmando a agricultura familiar focando na soberania alimentar, transio agroecolgica e
comercializao solidria. O objetivo desse trabalho realizar uma anlise preliminar dos
assentamentos/comunidades relacionada com os trs eixos estruturantes do Projeto. Para o
estudo, foram visitadas 11 localidades distintas durante os meses de Maio e Junho de 2013.
Foi utilizada a tcnica de mtodo participativo por meio de ciclo de visitas. Nesses encontros
os moradores relataram sobre a realidade local, relacionando com os eixos do projeto. Como
resultados pde-se constatar que cinco dos assentamentos/comunidades esto de acordo com
os trs pilares que sustentam o Projeto. Em quatro localidades os produtores esto em fase de
transio agroecolgica, e espera-se que em seguida eles consigam concretizar a
comercializao solidria, mantendo a soberania alimentar. A presena de uma entidade de
assistncia tcnica foi fundamental para o estabelecimento produtivo nesses nove
assentamentos/comunidades. As outras duas localidades no apresentam assessoria tcnica, e
encontrou-se o que na literatura refere-se crise do campesinato, pois os moradores
acreditavam apenas nas bases do modelo convencional de produo. Uma dessas localidades
realiza a produo de mel e comercializa em um estabelecimento denominado Budega do
Bode, repartindo entre os produtores o valor recolhido (comercializao solidria). Como
concluso, de acordo com o que foi vivenciado, alguns dos agricultores precisam passar por
um processo de formao mediante assistncia tcnica adequada que acompanhe um modelo
sustentvel de agricultura de base agroecolgica; e os demais, continuar evoluindo no
processo da produo sustentvel. Como o perodo de visitas foi curto, e nem todos os
moradores das localidades participaram do processo de visitas, para que as informaes
obtidas retratem a realidade local de maneira eficaz, faz-se necessrio uma vivncia
prolongada para a consolidao dos dados obtidos.
19
20
A percepo ambiental pode ser definida como uma tomada de conscincia do ambiente pelo
homem, ou seja, perceber o ambiente que se est inserido, aprendendo a cuid-lo da melhor
forma possvel. Nesse contexto, por meio de atividades educativas ldicas no ano de 2012,
objetivou-se captar a percepo ambiental de quinze alunos do oitavo ano da Escola Jos
Maria da Silveira, na Praia da Baleia, Itapipoca (CE), sobre o que seria necessrio ser
transformado para uma melhoria no ambiente em que vivem. Foi usada metodologia
participativa de pesquisa-ao, que busca conhecer e intervir em uma realidade, porm de
forma conjunta entre proponente e beneficirios. Aplicou-se em quatro fases: debate sobre a
composio, destinao e reuso do lixo domstico gerado na casa de cada aluno; exibio de
vdeos referente produo e reutilizao de lixo, com discusso ao final; apresentao de
slides sobre a poluio marinha e seus efeitos; e por fim, foi solicitado aos alunos que se
reunissem em grupos para discutir e formular cartazes que atendessem questo: Hoje o
dia do meio ambiente na Praia da Baleia; o que vocs podem fazer para ajud-la?. Em
seguida, cada grupo apresentou suas propostas, sendo as idias resultantes: reutilizao do
bagao de coco como matria prima pra confeco de artesanato ou para paisagismo na
regio; separao seletiva do lixo para reciclagem; reduo no uso de papel e gua; fabricao
de brinquedos com material reutilizado; e uma proposta de melhoramento da nica praa da
comunidade. Com essa dinmica pde-se concluir que os alunos possuem a capacidade crtica
de propor alternativas para transformar essa realidade indesejada. Isto foi ainda comprovado
por parte de texto contido em um dos cartazes atitudes como essa (reutilizao do coco)
comeam dentro de casa, e a sustentabilidade uma das principais atividades que podem
garantir o desenvolvimento da terra sem agredir a natureza. Esta percepo dos alunos
tambm motivou a pintura de um mural na escola, sendo desenhados ecossistemas e textos de
motivao ambiental. Esta expresso manifestada por meio da arte serve de estmulo
permanente aos demais alunos e a um retorno frequente das discusses ambientais.
21
O projeto de Formao proposto pelo Instituto Lagoa Viva, no municpio de Arapiraca tem
como objetivo a formao integral em Educao Ambiental de professores e alunos da rede
oficial de ensino e atua com aes direcionadas em projetos que so desenvolvidos nas
Escolas, visando a integrao Escola-comunidade. Aes estas, voltadas para a realidade local
e tendo como foco a transformao do indivduo em seu contexto scio-ambiental. A equipe
de EA de Arapiraca vem desenvolvendo suas aes desde o ano 2008 e atingiu at o momento
um pblico com cerca de quatrocentos professores/ano de forma direta e indireta,
contemplando as redes estadual e municipal de ensino. Estes docentes atendem a uma
clientela aproximada de dez mil alunos, distribudos nas sries iniciais do ensino fundamental
e no ensino mdio. O projeto ainda atende aos professores e alunos de seis escolas municipais
que funcionam em tempo integral e que tambm apresentam projetos de grande relevncia,
voltados questo ambiental. Anualmente as escolas desenvolvem o Projeto de Integrao e
Interveno na Comunidade PIIC, que so acompanhados pela equipe de coordenao
ambiental da secretaria municipal de educao, e so avaliados por uma comisso tcnica com
pessoal ligado s atividades ambientais. Os resultados destes projetos so apresentados
anualmente em encontros que renem toda comunidade escolar, promovidos pela equipe de
coordenao ambiental da secretaria municipal de educao e ainda orientados pela equipe do
Instituto Lagoa Viva. Em 2008, foram cadastrados 13 (treze) projetos, sendo que quatro
destes participaram da mostra e amostra dos trabalhos na cidade Macei-AL, por ocasio da
premiao pelo Instituto Lagoa Viva. Em 2009, foram cadastrados 22 (vinte e dois) projetos,
onde 06 (seis) deles participaram do I Encontro Regional de Educao Ambiental do Agreste
e Caatinga EREAAC. Em 2010, foram cadastrados 15 (quinze) projetos, sendo que nove
trabalhos participaram do VIII Congresso Estadual de Educao Ambiental, realizado pelo
Instituto Lagoa Viva. Desta forma, a eficincia e permanncia do programa de formao
continuada em Educao Ambiental, uma meta a ser alcanada, pela equipe de Coordenao
Ambiental do Departamento Pedaggico comprometida com a sustentabilidade do planeta
com aes ambientais locais e com viso global.
22
23
Alagoas um dos estados brasileiro que mais degradou a sua cobertura vegetal, contudo nos
ltimos anos vrios programas de educao ambiental esto sendo desenvolvidos
vislumbrando contribuir com a diminuio da degradao ambiental do estado. Nesse sentido,
o Instituto para Preservao da Mata Atlntica - IPMA, Organizao No Governamental
ONG, vem realizando atividades de educao ambiental em escolas pblicas que so
adotadas por empresas associadas instituio, sendo essas escolas tituladas como Escolas
Ncleo. Desse modo, no ano de 2012 o IPMA realizou Passeatas Ecolgicas nos municpios
onde as Escolas Ncleos localizavam, na qual na primeira etapa ocorreram palestras para
alunos e professores sobre as temticas: flora e fauna da mata atlntica com nfase no mutumde-alagoas (Pauxi mitu), ave endmica do estado que atualmente sua populao total
encontra-se em dois criadouros localizados em Minas Gerais, com previso de reintroduo
em matas alagoanas em 2015. Na segunda etapa ocorreu o planejamento da passeata com a
escola e a equipe do IPMA, e na terceira foi realizado a Passeata Ecolgica. As passeatas
ocorreram com os alunos, professores e a equipe do IPMA na qual eram expostas faixas e
cartazes sobre questes ambientais e os alunos se fantasiavam de animais nativos da Mata
Atlntica, realizando uma caminhada pela cidade. No total foram 6 Passeatas Ecolgicas nos
municpios de: So Luiz do Quitunde, Campo Alegre, Colnia Leopoldina, Matriz de
Camaragibe e Coruripe. Aproximadamente 1.050 alunos e professores participaram das 6
passeatas desenvolvidas. Assim, a Passeata Ecolgica mostrou ser uma importante ferramenta
de divulgao e sensibilizao da populao, rearfimando o compromisso que a escola e a
comunidade possuem perante as questes ambientais.
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O aumento na produo de lixo tem sido um dos mais graves problemas ambientais urbanos
da atualidade, devido, principalmente, ao consumismo exacerbado que tem tomado conta da
sociedade. A Universidade, por ser disseminadora de conhecimentos e formadora de opinies,
pode abordar e apresentar meios para enfrentar esse problema. Baseado nas atuais
necessidades de nossa sociedade, o presente trabalho objetiva conscientizar as comunidades,
universitria e escolar, sobre a importncia da coleta seletiva e da reciclagem do lixo. Esto
sendo realizados levantamentos junto aos alunos de ambos os nveis de ensino, a fim de
conhecer a viso destes acerca das questes ambientais relativas aos impactos causados pelo
lixo. Posteriormente, sero visitadas associaes, selecionadas mediante visitas prvias, que
recebem e realizam processos de reciclagem de resduos oriundos da coleta seletiva em
Arapiraca. Aps as entrevistas e visitas sero realizadas palestras e oficinas com dicas de
mtodos e locais de coleta e reciclagem, como meio de contribuir com a conscientizao
ambiental das comunidades. At o momento foram realizados levantamentos com 156 alunos
de ensino mdio, com idades que variaram de 13 a 35 anos de idade, de duas, das 29 escolas
pblicas do municpio. As escolas foram previamente selecionadas mediante fatores, tais
como: faixa etria dos alunos e nvel de ensino. Para a obteno dos resultados preliminares
foi aplicado questionrio contendo perguntas relativas ao reaproveitamento dos materiais e o
destino do lixo aps a coleta nas ruas e residncias, entre outras. Baseado nos resultados
obtidos atravs dos questionrios aplicados, os dados sugerem que, a maioria dos alunos
nunca visitou um lixo ou locais que trabalham com reciclagem, e apesar de mais de 70%
desses conhecerem os materiais que podem ser reciclados 43% dos entrevistados no os
reaproveitam em suas residncias. Grande parte dos entrevistados demonstrou preocupao
com a quantidade de lixo gerado em sua casa. Considerando os resultados previamente
obtidos, faz-se necessrio a implementao de um efetivo programa de educao ambiental
que atue, prioritariamente, nas escolas, como uma ferramenta de disseminao de
conhecimentos e mtodos para a realizao correta da coleta seletiva e da reciclagem do lixo.
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Pensar a Natureza e o Homem se faz necessrio pensar a ao humana sobre a natureza. Com
o risco de uma degradao ambiental irreversvel se faz necessria mudana de
comportamento das sociedades humanas com a natureza, pensado em estratgias de
conservao. E para conservar, importante conhecer, o que exige um prvio conhecimento
dos grupos de seres vivo. O uso da carpoteca se torna uma ferramenta til na educao
ambiental na medida em que o educador ambiental parte dos nomes populares dos vegetais
para apresentar os nomes cientficos. A carpoteca uma coleo cientfica de frutos sendo um
importante material para a pesquisa na taxonomia, sistemtica, florstica, estudos referentes a
impactos ambientais, orientando estratgias de manejo e conservao, promovendo tambm a
identificao de organismos potencialmente teis. A educao ambiental e as colees
biolgicas so instrumentos importantes na sensibilizao do ser humano sobre a importncia
dos vegetais para nossa sobrevivncia e das demais espcies, auxiliando na busca de
alternativas sustentveis para a preservao destes e contribuindo para o bem estar de todos.
Nessa perspectiva, as carpotecas so eficazes para a organizao da diversidade de
determinado bioma, formando uma base do conhecimento sobre biodiversidade. A carpoteca
foi produzida a partir da coleta realizada na flora da Universidade do Estado da Bahia,
Campus IX Barreiras BA durante os meses de maio e junho. Aps a coleta, os frutos foram
conduzidos ao Herbrio da instituio e acondicionados em uma estufa de madeira at a
desidratao completa e posteriormente foram armazenados em sacos de papel pardo at a
montagem da mesma. Os frutos foram devidamente catalogados e etiquetados contendo
informaes como a classificao segundo a taxonomia de Cronquist em famlia, gnero,
espcie e nome popular e dados adicionais sobre o vegetal. A identificao do material foi
feita por consulta a literatura especfica e por comparao com materiais depositados no
herbrio da instituio. As carpotecas sero expostas em pontos estratgicos com grande
movimentao das pessoas que frequenta o campus, tendo como objetivo sensibilizar a
comunidade universitria para flora do campus IX, visando incentivar a mais projetos e
estudos relacionados diversidade que l se encontra.
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Pirambu situa-se no litoral norte do Estado de Sergipe, distante da capital 76 Km, ocupando
uma rea de 218 Km2, numa regio caracterizada como plancie litornea. Sua topografia
apresenta poucas elevaes, formadas pelas dunas de areia branca. Possui vegetao litornea
muito variada, com praias onde predominam coqueiros e uma vegetao rasteira, com campos
de dunas, matas de restinga e manguezais. Sua economia baseada na pesca do camaro e do
peixe, sendo um dos maiores centros pesqueiros do Nordeste, exportando para Bahia,
Pernambuco, Alagoas, Cear e Rio Grande do Norte (BRASIL, 2002). De acordo com
Tavares (2011), j no incio do seu povoamento, a pesca era a principal atividade de sua
populao que a desenvolvia as margens dos rios, lagoas e a beira do mar. A partir das
dcadas de 1970 e 1980, com a implantao de rgos e entidades pesqueiras no municpio,
como a Pirambu Pesca e o Conselho de Desenvolvimento de Pirambu (CONDEPI), mudanas
significativas ocorreram na atividade. A estrutura pesqueira passou a comportar tambm os
armadores (donos de barco), associaes e sindicatos de pesca surgiram no municpio. A
pesca firmou-se como a principal atividade econmica da cidade. Diante disso, tornou-se
indispensvel uma gesto que contemplasse toda a demanda da atividade, incluindo as
questes ambientais. Com o objetivo de identificar aes na gesto pesqueira do municpio de
Pirambu/SE, realizaram-se entrevistas semiestruturadas com o assessor de Meio Ambiente,
Agricultura e Pesca; com os presidentes da Associao de pescadores e da Colnia de
Pescadores. De acordo com os entrevistados, a fiscalizao que ocorre durante o defeso uma
ao externa as suas responsabilidades e admitem no auxiliarem na ao. No entanto,
afirmaram realizar aes como cursos e palestras sobre higiene no beneficiamento do
pescado, informtica, primeiros socorros, entre outros, pela Colnia; aes educativas para
orientar sobre o descarte adequado do leo diesel (utilizado como combustvel dos barcos),
pela Associao; e reformas nos galpes do entreposto pesqueiro, pela secretaria. Todas as
aes foram nitidamente incipientes, pois foi observada durante a pesquisa a presena de lixo
e leo diesel jogado nas margens do rio Japaratuba, infraestrutura precria do entreposto
pesqueiro, falta de material de higiene para o beneficiamento do pescado, entre outros. Na fala
do assessor de meio ambiente e pesca, no h estudos de impacto ambiental referentes
atividade feitos pela secretaria. De acordo com os dados obtidos, conclui-se que em
contrapartida a sua importncia para a cidade, a pesca no tem sido tratada como prioridade
pelos gestores, pois no se identificaram, no decorrer das coletas de dados, investimentos e/ou
aes continuas e eficazes voltadas para melhorias na atividade, seja pelo poder pblico ou
pelas entidades representativas, como a Colnia e a Associao de Pescadores de Pirambu.
Palavras-chave: Gestores, Pesca, Pirambu/SE.
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A Bacia Hidrogrfica do Rio Japaratuba possui rea geogrfica de 1.734,59 km2, equivalentes
a 7,65% do territrio estadual e abrange 20 municpios. Sua nascente est localizada na Serra
da Boa Vista na divisa entre os municpios de Feira Nova e Graccho Cardoso. Sua foz
encontra-se no municpio de Pirambu. O principal rio da bacia o Japaratuba, que tem como
principais afluentes: os rios Japaratuba Mirim, Lagartixo, Siriri, Cancelo e Riacho do Prata
(SEMARH, 2012). A Bacia do Rio Japaratuba possui importncia econmica estratgica para
o estado de Sergipe, porm os processos de explorao agrcola da cultura de cana-de-acar,
pastagens, obteno de lenha, explorao mineral, turismo, pesca e abastecimento humano e
animal, tem causado alteraes significativas na biota do rio, alm de contribuir para a
remoo da mata ciliar, com consequente acelerao dos processos erosivos e o assoreamento
dos leitos dos rios (Arajo, 2008). Para Santos (2007) e Andrade (2010), tudo isso vem causar
o empobrecimento do ecossistema desta rea, que vem ao longo do tempo, diminuindo seu
potencial hdrico, ameaando a qualidade de vida das populaes locais, que tm no rio a
garantia do acesso gua potvel. Diante do exposto, faz-se necessrio compreender a
percepo dos pescadores do municpio de Pirambu/SE a respeito da degradao do Rio
Japaratuba. O local da pesquisa, que se encontra na poro final do rio, sofre as consequncias
de todos os processos de degradao existentes ao longo da bacia. De modo a compreender a
percepo dos pescadores, utilizou-se uma abordagem qualitativa, com realizao de
entrevista semiestruturada, analisada posteriormente atravs da tcnica de Anlise de
Contedo de Bardin (1977). Os pescadores reconhecem a atual situao de degradao que o
rio Japaratuba est sujeito. A maioria dos entrevistados afirmou que h alguns anos a situao
era diferente, o rio tinha uma profundidade maior, de modo que os barcos no batiam em
bancos de areia, nem encalhavam, alm disso, tinha mais pescado. A pesca em Pirambu pode
ser caracterizada como prioritariamente industrial, fundamentada na produo capitalista de
armadores e embarcados (Diegues, 1983). No entanto, dado importante encontrado na
pesquisa foi o fato de que os pescadores entrevistados no visualizam as contribuies
negativas, resultantes da atividade pesqueira, sobre a bacia. Toda responsabilidade pelas
alteraes ambientais da mesma externalizada, sendo os caxixis (resduos do cultivo de
cana-de-acar) os maiores poluidores, na viso dos mesmos.
Palavras-chave: Bacia hidrogrfica. Pesca. Explorao Ambiental.
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Os brasileiros so frequentadores contnuos da praia pelo fato de ser um lazer de baixo custo,
podendo ser utilizada pelos mais diversos grupos sociais. Estes que tambm so responsveis
pela qualidade ambiental do local, sendo que nos ltimos anos esses usurios tm sido
reportados como principal fonte de contaminao costeira. O objetivo desse trabalho foi
avaliar a percepo dos banhistas em relao poluio da praia e como a mesma pode afetlos. Para essa pesquisa foi aplicado um questionrio semiestruturado na Praia de Tibau,
localizada na divisa entre o Rio Grande do Norte e o Cear no incio do ms de junho de
2013. As questes relacionavam-se frequncia de visita ao local, opinio sobre a poluio e
disposio de lixo. Foram entrevistados 22 banhistas, na qual 13 sempre frequentam aquela
praia. Sobre a poluio, 15 entrevistados afirmaram que a praia suja, sendo os principais
tipos de lixo encontrados garrafas de vidro, latas de bebidas e plsticos em geral. Nenhum dos
entrevistados soube informar se havia algum grupo que atuasse na limpeza da praia. Quando
questionados sobre possveis melhorias, 17 pessoas responderam instalao de coletores de
lixo, pois no tem na praia, alm de desenvolver atividades de conscientizao ambiental em
perodos de frias. 12 dos banhistas relataram que leva o lixo que produz para casa,
destinando-os adequadamente, mas 6 informaram que deixam no local para que algum
responsvel pela limpeza coloque-os em um local adequado. A ltima questo estava
relacionada importncia de preservar a praia, e as respostas se relacionaram conservao
da natureza, qualidade de vida das pessoas e dos animais e pelo atrativo turstico, pois
quando a praia est suja, dificilmente as pessoas retornam a ela, reafirmando as informaes
fornecidas pela National Healthy Beaches Campaign. Com esse estudo pde-se constatar que
apesar de as pessoas se preocuparem com a sade ambiental, muitas delas ainda no fazem
sua parte, e esperam que os rgos pblicos tomem a iniciativa. Mas, para obter dados
confiveis, faz-se necessrio realizar uma amostragem em um perodo de frias, tendo em
vista uma maior quantidade de banhistas.
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e-mail:reginacsoliveira@gmail.com
Candomb (Vellozia sincorana L.B.Sm. & Ayensu) uma planta endmica dos campos
rupestres da Chapada Diamantina, Bahia, explorada por habitantes desta regio h mais de
dois sculos que a utilizam para fins domsticos, como combustvel para iniciar queima em
fogo a lenha. Este trabalho realizou um levantamento etnobotnico junto s crianas, os pradolescentes e adolescentes com idades entre sete e 15 anos de uma comunidade rural em
Palmeiras, Chapada Diamantina, a partir dos seguintes questionamentos: a) Voc conhece o
candomb? b) Seus pais usam o candomb? Para qu? Em um segundo momento eles foram
reunidos em uma residncia na comunidade. Neste espao, puderam ter conhecimento sobre
um projeto desenvolvido na regio que levantou informaes sobre o candomb e avaliou a
sua estrutura populacional. Em seguida, desenvolveram-se as abordagens de educao
ambiental, onde buscamos envolv-los de forma dinmica atravs de vdeos, desenhos,
msicas e apresentao oral com linguagem simples e acessvel sobre a importncia do uso
sustentvel de V. sincorana, bem como de outras espcies teisda regio. Por fim, solicitou-se
aos participantes que produzissem algum material ldico, como textos, desenhos ou poemas,
tendo o candomb como referncia. As produes ilustrativas e de texto demonstraram as
percepes ambientais dos participantes, acerca do uso, prticas de coleta e locais de coleta do
candomb, assim como do meio em que esto inseridos. O presente estudo mostra a
importncia de conhecer as percepes ambientais da nova gerao de comunidades rurais e
inform-los sobre a realizao de pesquisas cientficas, sejam elas desenvolvidas na sua
comunidade ou no seu entorno. O material construdo neste encontro pode ser uma ferramenta
importante para trabalhar a conscientizao tanto de crianas e adolescentes de comunidades
alvo de estudos cientficos, como das circunvizinhas, sobre a importncia do uso sustentvel
do candomb. Assim como das demais espcies teis exploradas na regio da Chapada
Diamantina, alm de trabalhar os saberes adquiridos no decorrer das geraes. Este estudo
tambm auxiliou na construo de uma cartilha educativa que ser entregue em comunidades
e escolas da regio, a qual ter linguagem local e abordar o seguinte aspecto: uso cultural do
candomb por moradores da Chapada Diamantina.
Palavras- chave:Conhecimento local, planta til,Velloziasincorana.
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*riba_jrsjunior@hotmail.com
a
SchinusTerebinthifolius(17%),HyptisPectinataPoit(11%)
e
PlectranthusBarbatus Andrews(6%). Dentre as espcies com maior valor de uso esto a
PlectranthusBarbatus Andrews (0,571), Rolandra Fruticosa(L.) Kuntze (0,428),
CecropiaPachystachyaTrcul, AnnonaSquamosa L, HyptisPectinataPoit(0,285) e por ltimo
Guareaguidonia (0,142). Constatou-se que nem toda a obtenodo conhecimento tradicional
no povoado herana passada pelos familiares. Conclui-se que os especialistas que residem
no povoado Mussuca, possuem conhecimentos sobre plantas medicinais analgsicas e que a
tcnica valor de uso contribuiu para a identificao de quais plantas medicinais
analgsicaspossuem maior significncia para a comunidade.
Palavras-chaves: Etnobotnica. Quilombo. Dor.
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Patrcia Baier KREPSKY (1)*; Ana Carolina da Cunha RODRIGUES(1) ; Romana Santos
GAMA(2); Naiana Luz da SILVA(2); Vanessa Rosa CARVALHO(2); Aline Cristina Barros
LUZ(3)
*e-mail: pkrepsky@gmail.com
Etnobotnica o estudo da relao do homem com as plantas e pode ter como foco o uso de
plantas medicinais. O presente trabalho tem por objetivo conhecer a forma de uso das
principais plantas medicinais utilizadas por moradores da rea de abrangncia de Unidades de
Sade da Famlia, da zona urbana de Vitria da Conquista (BA), que fazem parte do
programa PETSade. Foram realizadas entrevistas com apoio de formulrio semiestruturado com pessoas, no pertencentes a comunidades tradicionais, reconhecidas nos
bairros pelo seu conhecimento a respeito de plantas medicinais. Foram confeccionadas
exsicatas das espcies descritas. A pesquisa foi aprovada pelo comit de tica da Secretaria
Estadual de Sade da Bahia. Foram realizadas 17 entrevistas, planeja-se complementar com
mais 13 ou at atingir ponto de saturao. Os entrevistados discutiram o uso de 80 espcies
vegetais, das quais 45 foram identificadas a nvel de espcie, 16 a nvel de gnero, as demais
esto em processo de identificao. Foram mencionadas 81 indicaes, sendo as mais
frequentes, gripe (5,9%), tosse, expectorante e catarro (4,6%), dor de estmago (4,6%),
calmante (3,7%), gases (3,7%), presso (3,7%). As formas de preparo mais comuns
so: decoco (20%), decoco por poucos minutos seguida de infuso (17%), infuso (12%),
xarope (13%). A maior parte das plantas so obtidas por cultivo. A maior parte das espcies
citadas tem seu uso amplamente relatado na literatura. Os resultados parciais tem sido
utilizados no desenvolvimento de cursos e oficinas sobre plantas medicinais, no contexto do
SUS e na UFBA, considerando a realidade e valorizando os conhecimentos locais,
demonstrando a relao ensino, pesquisa e extenso.
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Isis Silva MARQUES (1)*; Geane Dionisio dos SANTOS(2); Daniele Cristina de Oliveira
LIMA (3); Henrique Costa Hermenegildo da SILVA(4)
*e-mail: isisufal@gmail.com
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O uso de plantas medicinais pela populao com a finalidade de tratar enfermidade foi sempre
expressivo, principalmente devido extensa e diversificada flora. No intuito de amenizar a
escassez de estudos relativos ao uso de espcies de Verbenaceae, objetivou-se registrar e
reaver informaes etnobotnicas existentes atravs de referencial bibliogrfico. O
Compilamento bibliogrfico contemplou publicaes abrangendo o uso etnobotnicos de
espcies de Verbenaceae no Brasil entre os anos de 2003 2013, utilizando como ferramentas
de busca as bases de dados Googleacademico (http://www.googleacademico.com), Doaj
(http://www.doaj.com),
Scopus
(http://www.scopus.com),
Webscience
(http://www.webscience.org)
e
os
Peridicos
da
CAPES
(http://www.periodicos.capes.gov.br). As palavras indexadoras para busca foram: plantas
medicinais, etnobotnica, Verbenaceae e suas correspondentes em ingls. Para reviso dos
nomes cientficos, sinonmias e hbitos das espcies foram consultados a Lista de Espcies da
Flora do Brasil. Foi inventariado um total 107 artigos sendo nestes, citadas 55 espcies
distribudas em 16 gneros. O gnero Lippia teve o maior nmero de espcies citadas (13)
seguido de Stachytarpheta (9), Lantana e Vitex (5 espcies cada). Os usos indicados para
famlia foram medicinal (51), ornamental (6), alimentcia, construo civil, rituais mgicos
e/ou religiosos, fabricao de cosmticos (1 cada), sendo algumas espcies citadas mais de
uma vez para diferentes usos. As folhas foram a parte da planta mais indicada para o uso (36
espcies) seguidas do uso da planta inteira (8 espcies), flores, raiz e casca (7 espcies cada),
sementes (5 espcies), frutos (2 espcies), ltex e a haste com (1 espcie cada) e para 5
espcies no foram mencionadas as partes utilizadas. Apesar da grande predominncia em
nmero dos trabalhos etnobotnicos, o presente estudo demonstra a carncia deste tipo de
pesquisa para Verbenaceae, haja vista do total de estudos inventariados para o compilamento
nenhum direcionado especificamente pra famlia.
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Diana Carolina MARTNEZ SNCHEZ (1)*; Bruna Maria Faria BATISTA (1); Valdiclei
Custdio JORGE(1); Jeane Cabral da SILVA(1); Juliana Vieira da SILVA(1); Maria Corette
PASA(2).
1 Faculdade de Engenharia Florestal, Ps Graduao em Cincias Florestais e
Ambientais UFMT; 2 Profa. Dra. / Orientadora - Ps Graduao em Cincias
Florestais e Ambientais UFMT
*e-mail: dicamarsan@hotmail.com
A regio do cerrado abrange quase 25% do territrio nacional, esta grande extenso territorial
apresenta grande diversificao faunstica e florstica em suas diferentes fisionomias vegetais.
Espcies frutferas nativas ocupam lugar de destaque no ecossistema Cerrado e seus frutos j
so comercializados com grande aceitao popular, contudo, muitas destas espcies so
desconhecidas e desaproveitadas pelas populaes rurais. O objetivo desta pesquisa foi
registrar o conhecimento do cumbaru (Dipteryx alata Vog) e relacionar s praticas
extrativistas e formas de uso pelos moradores de pequenas propriedades das comunidades
Laranjal e Bandeira do municpio de Pocon, MT. O levantamento das informaes foi
realizado aps a obteno do consentimento livre e esclarecido do entrevistado em participar
da pesquisa. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas com 15
informantes. Atravs das entrevistas, analisou-se a evoluo do uso, extrativismo e manejo do
cumbaru nas comunidades. Os resultados indicam que h uma grande ocorrncia da espcie
na regio, sendo a poca de coleta do fruto entre maio e outubro. O extrativismo uma
atividade meramente familiar, onde participam todos os membros das famlias. O perodo de
coleta geralmente o matutino, mas dependendo da quantidade de frutos cados no cho a
coleta pode se estender at o inicio da tarde. Diante da abundncia de ps de cumbaru
existentes nesta regio estas famlias conseguem estocar os frutos e extrair a amndoa durante
o ano todo, sendo esta uma fonte extra de renda. Os moradores das comunidades locais
vendem os frutos a uma cooperativa local que a encarregada da comercializao dos
mesmos. Antigamente, a espcie era valorizada para explorao da madeira, com o passar do
tempo os informantes comearam a usar suas folhas para compostagem e a casca como uso
medicinal. Na atualidade, com o incentivo da comercializao do fruto o uso mais frequente
da espcie a etnocategoria alimentar, deste modo o sub-produto mais consumido a
castanha torrada. Conclui-se que o extrativismo do cumbaru vem propiciando uma alternativa
de renda a estas comunidades, as quais esto tomando atitudes de uso sustentvel da espcie o
que representa uma estratgia de conservao e valorizao do cerrado local.
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O Brasil possui uma das maiores diversidades vegetal do mundo, com experincias
vinculadas ao conhecimento popular da flora medicinal, para correlacionar o saber popular e o
cientfico. O presente estudo teve como objetivo principal o levantamento acerca do uso de
plantas medicinais no tratamento de distrbios do trato gastrointestinal nos povoados de
Impoeiras e Meirs, localizados no municpio de Po de Acar-Al. Realizou-se, nos meses
de maio e junho de 2013, entrevistas com 50 pessoas, escolhidas aleatoriamente, atravs de
um questionrio semiestruturado. Foram entrevistados 13 homens e 37 mulheres entre 17 e 87
anos. Foi verificado que 92% dos participantes da pesquisa fizeram ou fazem uso de plantas
medicinais. Cerca de 88% dos que fazem uso das plantas medicinais informaram que esse
conhecimento foi adquirido atravs de pessoas mais velhas (pais e amigos) e os demais por
intermdio de livros e cursos do Servio Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). Foi
confirmado o uso combinado de remdios caseiros e farmoqumicos por aproximadamente
38% dos informantes e 54% declararam fazer uso apenas dos remdios caseiros. Foi
observada uma concordncia no que se refere s dez plantas mais utilizadas: boldo
(Plectranthus barbatus Andr.), alfavaca (Ocimum selloi Benth.), Capim-santo (Cymbopogon
citratus Stapf.), erva-cidreira (Lippia Alba (Mill.)N.E. Brown), hortel da folha mida
(Mentha X villosa Huds.), pitanga (Eugenia uniflora L.), goiabeira (Psidium guajava),
pinheira (Annona squamosa), catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tui.) e barbatimo
(Stryphnodendron adstringens). Com relao forma de preparo, em 96% dos casos foram
utilizadas as folhas e em 4% as cascas, sendo ingeridos em forma de chs em infuso ou
garrafadas. Das pessoas entrevistas 86% afirmaram que obtiveram resultados positivos
atravs do uso de remdios caseiros para tratar doenas gastrointestinais. O que explica,
juntamente com o fcil acesso, o amplo e crescente uso local da flora medicinal no tratamento
de distrbios gastrointestinais.
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A utilizao de plantas medicinais uma prtica que possui como destaque seu valor
simblico, os variados usos e a grande diversidade de plantas empregadas por comunidades
tradicionais. Contudo, o uso destas plantas tem comprometido, em alguns casos, a
manuteno destes vegetais ao longo das geraes. Desta forma o presente trabalho teve por
objetivo realizar um levantamento sobre uso e prticas de conservao de plantas medicinais
em uma comunidade do agreste alagoano, utilizando como comunidade alvo, a comunidade
de Santa Rosa, localizada em Crabas-AL, por apresentar um histrico tradicional na regio
sobre o uso de plantas medicinais. Para tanto foram efetuadas visitas semanais, ou seja, trs
vezes por semana comunidade alvo, utilizando questionrios semi-estruturados, com a
finalidade de obter dados etnobotnicos e socioeconmicos. Foram entrevistadas 100 pessoas
apontadas pelo lder comunitrio e que aceitaram responder ao questionrio dentre a
populao composta por 300 habitantes. Foram citadas 42 espcies de plantas medicinais
presentes na comunidade, dentre as quais se destacam: Erva cidreira (Melissa officinalis L),
Capim santo (Cymbopogon citratus (DC) Stapf.), Hortel mida (Mentha piperita L.) e
Aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemo). Foi observado que 90% dos entrevistados
utilizam plantas medicinais cotidianamente, sendo essa utilizao em forma de ch (40%) e
infuso (50%). Houve a predominncia das folhas em relao aos outros rgos das plantas
seguida pela raiz, casca e fruto, respectivamente. Pde-se observar ainda que 30% dos
entrevistados tm um jardim medicinal em seus quintais, essa prtica promove assim o cultivo
de espcies tpicas da regio e por sua vez a disseminao dessas plantas e desse
conhecimento em meio comunidade. Tendo em vista estes resultados, a equipe de pesquisa
j est articulando aes, como palestras, oficinas e construes de jardins medicinais com a
comunidade e escolas, a fim de promover reflexes sobre o uso sustentvel das espcies de
plantas medicinais presentes na regio.
Este trabalho teve como objetivo realizar o levantamento etnobotnico de plantas utilizadas
em garrafadas, quantificando seu uso e identificando os principais pontos de coleta, visando
sua conservao. O estudo foi conduzido no assentamento Dom Helder Cmara/Rendeira,
municpio de Girau do Ponciano microrregio de Arapiraca e regio do agreste de Alagoas.
Inicialmente foi realizado um levantamento fitossociolgico na Reserva Legal do
assentamento para o conhecimento das espcies locais. Posteriormente foram aplicadas
entrevistas semi-estruturadas a moradores das agrovilas do assentamento das quais a agrovila
Sete Casas (mais populosa e adjacente a uma vegetao local) se destacou pelo nmero de
especialistas em garrafadas. Dezesseis destes moradores citaram garrafadas, sendo os
selecionados para a amostra da pesquisa. Para identificar as espcies mais relevantes avaliouse a salincia das espcies por meio do software Anthropac. Os entrevistados foram indagados
sobre quais as plantas utilizadas na produo de garrafadas; partes da planta utilizadas;
quantidade; modo de preparo; solvente utilizado; local de coleta e finalidade da bebida. Foram
citadas 39 espcies de plantas das quais 22 so encontradas na rea de reserva local, e destas,
as mais salientes foram Aroeira (0,496) (Myracrodruon urundeuva Allemo.), Quixabeira
(0,448) (Obtusifolium (Roem. & Schult.) T. D.Penn.), Barbatimo (0,414) (Stryphnodendron
Mart.) e Angico (0,381) (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan) todas encontradas na
reserva. As partes mais utilizadas so a casca e entrecasca, das quais utilizada apenas uma
pequena poro. Para o preparo da bebida, a forma mais comum a mistura das partes do
vegetal com um solvente que pode ser gua, vinho branco ou cachaa que foram os mais
citados. A principal finalidade da produo de garrafadas o tratamento de inflamao e
gripe. Devido estas doenas serem recorrentes a extrao de partes vitais como casca e
entrecasca podem comprometer a vitalidade da planta se a coleta no for feita corretamente.
Os dados mostraram que as plantas mais salientes esto representadas por poucos espcimes
na regio, o que pode levar atenes para a conservao destas espcies.
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Camila Moreira da SILVA (1); Antonio Carlito Bezerra dos SANTOS (1)*; Thales Silva
COUTINHO (1); Filipe Gutierre Carvalho de LIMA (1); Maria Arlene Pessoa da SILVA (1).
1 Universidade Regional do Cariri.
*e-mail: carlito.santos@urca.br
Palavras-chave:Etnobotnica.
Cymbopogoncitratus.
Sociedade
Tradicional,
Melissa
officinallis.
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Gilvania Fontes da SILVA (1)*; Ingridh Rodrigus da SILVA (1); Quzia Elaine Barbosa de
FARIAS (1); Alinne DU (2).
1 Graduandas da Faculdade So Vicente de Po de Acar; 2- Professora da Faculdade So
Vicente de Po de Acar.
*e-mail: gil.fontes19@hotmail.com
O Brasil possui uma das maiores diversidades vegetal do mundo, com experincias
vinculadas ao conhecimento popular da flora medicinal, para correlacionar o saber popular e o
cientfico. O presente estudo teve como objetivo principal o levantamento acerca do uso de
plantas medicinais no tratamento de distrbios do trato gastrointestinal nos povoados de
Impoeiras e Meirs, localizados no municpio de Po de Acar-Al. Realizou-se, nos meses
de maio e junho de 2013, entrevistas com 50 pessoas, escolhidas aleatoriamente, atravs de
um questionrio semiestruturado. Foram entrevistados 13 homens e 37 mulheres entre 17 e 87
anos. Foi verificado que 92% dos participantes da pesquisa fizeram ou fazem uso de plantas
medicinais. Cerca de 88% dos que fazem uso das plantas medicinais informaram que esse
conhecimento foi adquirido atravs de pessoas mais velhas (pais e amigos) e os demais por
intermdio de livros e cursos do Servio Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). Foi
confirmado o uso combinado de remdios caseiros e farmoqumicos por aproximadamente
38% dos informantes e 54% declararam fazer uso apenas dos remdios caseiros. Foi
observada uma concordncia no que se refere s dez plantas mais utilizadas: boldo
(Plectranthus barbatus Andr.), alfavaca (Ocimum selloi Benth.), Capim-santo (Cymbopogon
citratus Stapf.), erva-cidreira (Lippia Alba (Mill.)N.E. Brown), hortel da folha mida
(Mentha X villosa Huds.), pitanga (Eugenia uniflora L.), goiabeira (Psidium guajava),
pinheira (Annona squamosa), catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tui.) e barbatimo
(Stryphnodendron adstringens). Com relao forma de preparo, em 96% dos casos foram
utilizadas as folhas e em 4% as cascas, sendo ingeridos em forma de chs em infuso ou
garrafadas. Das pessoas entrevistas 86% afirmaram que obtiveram resultados positivos
atravs do uso de remdios caseiros para tratar doenas gastrointestinais. O que explica,
juntamente com o fcil acesso, o amplo e crescente uso local da flora medicinal no tratamento
de distrbios gastrointestinais.
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A pamonha leva milho verde ralado com leite e acar, resultando num caldo grosso, comum
em todo o territrio brasileiro, principalmente nos estados do nordeste. A massa colocada
em "recipientes" feitos com a prpria casca do milho que tambm serve como tampa,
confirmando que na natureza nada se perde tudo se transforma. So colocadas para cozimento
em temperatura acima de 100C e com um tempo de 30 a 35 minutos quando sua massa
alcana uma consistncia firme e macia e as palhas amareladas, dando o ponto. Este nome
"pamonha" vem da palavra tupi pa'mua, que significa "pegajoso. O milho originrio das
Amricas e foi a base da alimentao de todas as populaes indgenas e africanas. Est
presente em todas as culturas e civilizaes, dos Incas aos maias, dos ndios americanos aos
tupis, se torna desta forma o alimento mais importante do continente. O milho (Zea mays L.)
uma gramnea pertencente famlia poaceae, as variedades pertencem mesma espcie.
Utilizada como milho verde, tanto in natura como para processamento pelas indstrias de
produtos vegetais em conserva. O objetivo deste trabalho foi avaliar a espiga de milho verde
para a fabricao da pamonha comercializada nas feiras livres no municpio de Arapiraca-AL,
a partir dos aspectos morfolgicos, tais como: palha, fileiras de gros, quantidade de gros,
dimetro da espiga (cm), tamanho da espiga (cm) e quantidade de massa em gramas.
Conhecer a variedade do milho e a origem onde cultivado entendendo as relaes
etnobotnicas na fabricao da pamonha. A pesquisa foi realizada durante os meses de
outubro (2012) a maio (2013) no municpio de Arapiraca-AL, nordeste do Brasil, foi realizada
tambm uma entrevista estruturada para a coleta dos dados etnoculturais das pessoas que
fabricam a pamonha. Os resultados apontaram que a cultivar mais utilizada para a fabricao
do alimento em estudo, a AG 1051 e nas caractersticas das variveis uma mdia na massa
dos gros de milho de 93,77g por espiga, indicando o ideal para fazer uma pamonha
encontrada nos quiosques das feiras. O etnoconhecimento das famlias com o milho verde se
estende desde as geraes parentais.
Palavras-chave: Etnobotnica. Culinria. Cultural.
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Lilian Cortez Sombra VANDESMET (1)*, Daniela Valdevino LIMA(2),Isabella Hvily Silva
TORQUATO(3), Vivianne Cortez Sombra VANDESMET(4), Amanda Oliveira
ANDRADE(5).
1- Mestranda em Bioprospeco Molecular na Universidade Regional do Cariri, 2Graduanda em Cincias Biolgicas na Universidade Regional do Cariri, 3- Graduanda
em Cincias Biolgicas na Universidade Regional do Cariri, 4- Mestranda em
Bioprospeco Molecular na Universidade Regional do Cariri, 5- Mestranda em
Bioprospeco Molecular na Universidade Regional do Cariri.
*lilianvandesmet@hotmail.com
Atualmente tem se priorizado a busca de plantas medicinais e seus derivados como agentes
teraputicos naturais, e sua utilizao est sendo incentivada por apresentarem um custo mais
acessvel populao e aos servios pblicos de sade em relao aos frmacos sintticos. A
espcie vegetal JatrophagossypiifoliaL., popularmente conhecida como pio roxo,
identificada por seu carter txico, porm utilizada na medicina popular como
antimicrobiano, cicatrizante, anti-hipertensivo, purgativo e diurtico. Devido a estes
relatos,esta espcie vegetal foi escolhida para estudo com o intuito de avaliar os constituintes
qumicos da planta que podem vir avalidar a utilizao desta planta. As espcies de J.
gossypiifolia foram coletadas no ms de Setembro no municpio de Crato, estado do Cear,
Brasil. O material vegetal foi identificado e uma exsicata N 6044 foi depositada no Herbrio
Drdano de Andrade Lima da Universidade Regional do Cariri URCA. A amostra vegetal
foi submetida ao processo de extrao alcolica, segundo as normas da Farmacopia
Brasileira com adaptao necessria para realizao do experimento seguindo as seguintes
etapas: coleta, seleo e triturao do material vegetal; extrao exaustiva com etanol a frio;
destilao por meio de evaporador rotativo para retirada do solvente. O procedimento foi
realizado no Laboratrio de Pesquisa em Produtos Naturais do Departamento de Qumica
Biolgicana URCA. Posteriormente foi desenvolvida uma prospeco fitoqumicado extrato
etanlico das razes de J.gossypiifoliabaseada no mtodo desenvolvido por MATOS, 1997.
Estes testes se baseiam na observao visual de cor ou na formao de precipitado aps a
adio de reagentes especficos.O resultado da prospeco fitoqumica demonstrou presena
de compostos das classes de: taninos, flavonoides e alcaloides.Os compostos qumicos
presentes em J. gossypiifoliaconferem a essa espcie diversas atividades biolgicas teis na
teraputica, algumas destas j evidenciadas experimentalmente. Estes dados so promissores e
podero incentivar futuras pesquisas sobre os aspectos fitoqumicos, toxicolgicos e
farmacolgicos de produtos naturais isolados de J. gossypiifolia.
Palavras-chave: Compostos qumicos. Pinho-roxo. Produtos naturais.
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Jadla Higino VIEIRA (1)*; Andr Luis Pereira BARBOSA (2); Dougllas Ferreira da ROCHA
(3); Larissa Nascimento STIRO (4)
1 Graduanda em Biologia - Licenciatura, Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Campus
Arapiraca ; 2 Graduando em Agronomia, Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Campus Arapiraca ; 3 Graduando em Biologia, Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Campus Arapiraca ; 4 Professora adjunta- Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Campus Arapiraca.
*e-mail: jadlahigino@gmail.com
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As atitudes (ou tendncias de uma pessoa de julgar um objeto como desejvel ou indesejvel)
so determinantes importantes de comportamentos em relao ao meio ambiente. A
compreenso das atitudes relacionadas s reas protegidas tem um papel crucial na gesto dos
recursos naturais e da natureza, sendo o apoio pblico essencial para implementao mais
eficiente de qualquer ao de proteo. A partir da dcada de 90, a compreenso das relaes
entre comunidades locais e reas protegidas tornou-se um tema de pesquisa de crescente
interesse internacional, devido ao seu carter inter-disciplinrio e a afirmao de um novo
conceito de proteo que busca conciliar a preservao com o desenvolvimento das atividades
humanas. Assim, tcnicas de cincias sociais (em particular questionrios e entrevistas semiestruturadas) comearam a ser frequentemente aplicadas, com o objetivo geral de
compreender os valores e as atitudes das pessoas e os fatores demogrficos e socioeconmico
que mais os moldam. No entanto, atualmente este tema abordado de forma muito
heterognea pela literatura cientfica internacional, adotando diferente enfoques, objetivos,
definies e metodologias. Neste trabalho, avaliamos cerca de 250 artigos cientficos
internacionais para mapear o estado atual de pesquisa neste assunto, levantar os principais
aspectos deste tipo de abordagem scio cientifica, fornecer uma metodologia de apoio a
avaliao das atitudes das comunidades em reas protegidas e identificar os principais
desafios para os trabalhos futuros.
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O buriti uma palmeira majestosa, de porte arbreo, que possui uma admirvel beleza cnica
e valor cultural e econmico para os povos do Cerrado. Fornece uma enorme variedade de
produtos que so utilizados em eventos culturais, no dia-a-dia dos agroextrativistas, e
tambm, comercializados para a gerao de renda das famlias. Objetivou-se com esse
trabalho investigar o conhecimento sobre o potencial medicinal, artesanal e econmico do
buriti no municpio de Barreiras- BA. Entrevistas foram feitas, aplicando questionrios
semiestruturados com algumas pessoas em trs locais distintos. Inicialmente as entrevistas
foram realizadas na Feira Livre de Barreiras, com o intuito de saber o potencial econmico do
buriti, em que os informantes vendiam produtos a partir do fruto. Em seguida, as entrevistas
foram realizadas com dez moradores na comunidade do Val,sobre o uso medicinal do buriti. E
por fim na Associao Colmia, que tambm foram aplicados os questionrios para constatar
os usos artesanais do buriti.
Com base nas informaes das pessoas a matria- prima (buriti) para a confeco dos
produtos tanto alimentcios como artesanal e medicinal so coletados na comunidade do Val.
O leo do buriti foi o produto mais utilizado medicinalmente, sendo tambm um dos mais
comercializados na feira livre de Barreiras, juntamente com o doce e a polpa do fruto. Biojoias de sementes e jogos americanos, feito a partir da palha, foram os produtos mais citados
pelas Artess da Associao Colmeia.Com tudo, muitos dos entrevistados no tm
conhecimento sobre a importncia e ecologia do recurso que utilizam no dia a dia e outra
minoria to pouco esto preocupados com a possvel extino do mesmo.
Palavras chave: Ecologia. Servios. Conservao.
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A complexidade existente em nomenclaturas locais deve ser investigada pois elas envolvem
aspectos culturais interessantes inclusive para a cincia. Este trabalho objetivou avaliar a
forma como mateiros e pesquisadores no estado de Pernambuco lidam com nomes locais de
plantas. Para isto foram utilizadas informaes provenientes do discurso de pesquisadores e
mateiros, coletadas atravs de entrevistas semi-estruturadas. Enquanto aspectos gerais
referentes a fenmenos ecolgicos e dinmica da vegetao quando descritos por mateiros
nem sempre so bem entendidos pelos pesquisadores, segundo estes ltimos; caractersticas
utilizadas pelos mateiros para identificao das rvores so, em sua maior parte, similares a
dos dendrlogos, ou seja; o reconhecimento feito pela casca e pelas folhas. Do ponto de
vista da maior parte dos pesquisadores entrevistados um mateiro da mata atlntica norte no
serviria para trabalhar na mata atlntica sul. No entanto, segundo a maioria dos mateiros
entrevistados essa questo depende do conhecimento botnico do colaborador; e, alguns deles
possuem tcnicas especficas de orientao dentro da mata e no precisam necessariamente ter
visitado o fragmento florestal antes de executar o servio. Enquanto que parte dos
pesquisadores concorda que no devem usar nomes locais fornecidos pelo mateiro pelo fato
de variarem regionalmente, entre estados e at localmente; outra parte considera que o nome
local uma valiosa dica para levantamento florstico, no sentido que direciona a identificao
botnica ao nvel de famlia e muitas vezes at ao nvel de gnero e espcie. Os nomes locais
podem variar regionalmente e at mesmo localmente. Mas se isto for visto como fator
limitante do conhecimento local, o conhecimento cientfico tambm possui essa limitao. No
campo de pesquisa acadmica de levantamento florstico, diferentes profissionais como
botnicos e engenheiros florestais possui suas divergncias internas quanto validao da
forma como as rvores so identificadas. A forma de aprendizado sobre o ambiente natural
dos atores diversificada; pesquisadores e mateiros lidam com diferentes aspectos da
realidade. Apesar de a cincia possuir um aporte de conhecimento cada vez maior, e isto
bem vlido por diversos fatores, em relao ao respeito a estes diferentes aspectos
mencionados, parece no ter evoludo tanto.
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A Caatinga o terceiro maior bioma brasileiro ocupando 11% do territrio nacional. Este
bioma, exclusivamente brasileiro, sofre grandes ameaas sua biodiversidade, causadas
principalmente por aes antrpicas, sendo que cerca de 15% de reas j foram desertificadas.
Como forma de minimizar essa perda e proteger a regio, reas protegidas (ou Unidades de
Conservao, UCs) so institudas pelo Poder Pblico e regulamentadas pelo Sistema
Nacional de Unidades de Conservao da Natureza (SNUC). Para efetiva conservao,
manejo ou expanso legtima destas reas, necessrio o apoio das comunidades localizadas
em seus entornos. Assim, essencial entender melhor os fatores que moldam as atitudes das
comunidades em relao as reas protegidas, permitindo uma boa relao entre os gestores de
UCs e a populao. Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo compilar as
metodologias de trabalhos sobre atitudes e valores em Unidades de Conservao, buscando
identificar as que melhor se adquam realidade da Caatinga. Alm disso, foi desenvolvido
um trabalho piloto para testar o questionrio e identificar os pontos que precisavam ser
reavaliados a fim de obter dados precisos de atitudes. Este trabalho metodolgico chave
pois identifica os protocolos mais adequados para obteno de informaes sobre as
caractersticas de cada entrevistado, desenvolvendo e avaliando os principais mtodos para
entender melhor as comunidades no tocante ao seu conhecimento sobre o bioma Caatinga,
suas crenas e comportamentos. Esta metodologia fornece uma ferramenta importante cujo
resultados sero utilizados para melhorar a gesto e conservao dos ecossistemas
envolvidos, servindo de base para estudos semelhantes em outras comunidades em reas de
amortecimento e em outros biomas brasileiros.
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O trfico de animais silvestres a terceira maior atividade ilegal do mundo, perdendo, apenas,
para o trfico de drogas e de armas. O impacto ecolgico deste trfico resulta, principalmente,
na perda da biodiversidade. O Brasil possui instrumentos que asseguram essa biodiversidade,
porm, grande parte da populao ainda desconhece leis e acordos que conferem proteo
fauna silvestre. O conhecimento da populao a cerca desta legislao fundamental para o
combate ao trfico. Identificar os principais segmentos desprovidos de informao o
primeiro passo para aes de educao ambiental e posterior declnio da atividade. O presente
trabalho teve como objetivo levantar e comparar o conhecimento de alunos do Ensino Mdio
do interior e da capital de Alagoas sobre as leis para criao de animais. Para isso, foram
realizadas entrevistas semi estruturadas com 60 alunos, de idade e sexo variados, nos
municpios de Santa Luzia do Norte e Macei. Os resultados mostraram que h uma grande
carncia de informao entre os alunos, tanto da capital quanto do interior, sendo que os
entrevistados do interior apresentaram deter mais conhecimento do que os da capital.
Portanto, conclumos que a falta de conhecimento eminente, exigindo aes que promovam
a divulgao da legislao s populaes das capitais e do interior de Alagoas.
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Priscilla Nogueira e MALAFAIA (1)*; Sheyla Magalhes de ALENCAR (2); Aline Rocha
FRANA (1); Lilane Sampaio RGO (3); Marina de Siqueira CASTRO (1;3)
1 Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS); 2 Universidade Federal de Alagoas;
3 Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrcola (EBDA).
*e-mail: priscillamalafaia@gmail.com
O calo uma arte de pesca trazida pelos portugueses ao Brasil no sculo XVI mediante a
colonizao. Caracteriza-se por ser uma atividade coletiva com diviso de trabalho
demarcado. O processo de aprendizado ocorre por influncia dos laos familiares reforando
o carter transgeracional caracterstico da pesca artesanal. A pesquisa em questo apresenta a
sntese da etnografia sobre as pescarias do calo realizadas nos Territrios da Cidadania do
Baixo Sul e Litoral Sul entre os meses de maio/2011 a maio/2012. A realizao desse estudo
foi feita atravs do Ncleo de Etnodesenvolvimento, da EBDA sendo um dos produtos do
Programa Pacto Federativo (MDA/EBDA/FAPESB). A metodologia utilizada baseou-se na
realizao de entrevistas semiestruturadas e na observao direta da atividade. A preparao
do calo caracterizada pela aquisio dos alimentos e organizao da tripulao. A aquisio
e apropriao de uma rede de calo representam para o mestre ou proprietrio dos meios de
produo status socioeconmico por possuir alto valor monetrio, sendo freqentemente
herdada em vrios estgios de uso. A pescaria de calo apresenta uma mobilidade de atuao
em dois ambientes aquticos distintos, o esturio e a praia. Por conta disso a sua
operacionalizao, reas de pesca e recursos pesqueiros apresentam diferenas. A diviso do
pescado ocorre no mesmo dia que a atividade realizada. A produtividade dividida em trs
partes iguais, sendo uma para a rede, a outra para o dono da rede e a terceira para a tripulao
(referente ao pagamento do quinho). O mestre recebe dois quinhes, um da rede e outro da
parcela da tripulao, por ser a figura de maior conhecimento e que garante o sucesso da
pescaria. A comercializao fragmentada, caracterstica do setor pesqueiro. A estocagem e
transporte dos recursos so etapas variveis do processo, podendo ocorrer ou no entre
determinados perodos de pesca. A finalidade da produo direcionada para a venda e
consumo domstico. Essas pescarias so de grande importncia econmica, social e
ambiental. So exercidas para gerao de renda, representando uma das principais atividades
econmicas. Assume importncia ambiental por proporcionar baixo impacto sobre os recursos
pesqueiros visto que os pescadores que as exercem se apropriam com presteza e sabedoria dos
fenmenos naturais.
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A regio nordeste tem representatividade para a pesca artesanal, assim como a pesca artesanal
tem importncia socieconmica para o municpio de Petrolndia. Este trabalho foi realizado
com o objetivo de identificar o conhecimento etnoecolgico dos pescadores (as), na atividade
da pesca artesanal desenvolvida no lago de Itaparica, reservatrio pertencente Companhia
Hidreltrica do So Francisco CHESF, na rea pertencente ao municpio de Petrolndia
(PE). A pesquisa teve uma abordagem quanti-qualitativa, realizada atravs de aplicao de
questionrio direcionado a 41 pescadores (as), equivalentes a unidade amostral de 20%. A
pesca artesanal no municpio praticada por pescadores (as) na proporo de 61% de homens
e 39% de mulheres. A percepo dos pescadores (as) das condies ambientais para a pesca,
34% responderam que os melhores meses para realizar a pesca vo de maro a julho; a cor da
gua para captura determina o tipo de equipamento empregado, desses 73% consideram arede
como melhor apetrecho para gua barrenta.A variao do nvel da gua tambm um fator
que influencia na escassez do pescado, onde 76% acham a variao ruim, 71% indicaram que
a pesca melhor quando realizada no reservatrio cheio ou seja com a cota mxima do seu
nvel, devido ao peixe andar mais e as guas serem novas com sedimentos; 81% alegaram
que a fase lunar mais favorvel a lua nova; quanto temperatura as influncias so
peculiares ao tipo de peixe.Quanto aodestino do lixo produzido pelos pescadoresna rea de
pesca,76% responderam que queimam o lixo;da preocupao com o meio ambiente, todos
pescadoresasseguraram que se preocupam. A maioria dos entrevistados (90%) responderam
que existe diferena entre a pesca do passado e a do presente e 3% apenas acham que no h
diferena, (83%) dos entrevistados declararam que a quantidade de peixes diminuiu no
reservatrio e 7% responderam que a quantidade maior. A partir deste estudo, compreendese a relao etnoecolgica entre pescador (a) e meio ambiente, bem como a relao simblica
com a natureza, e, as polticas pblicas, que podero ser implementadas.
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O Projeto Peixe-boi (PPB) desempenha atividades que podem servir como alternativa para
gerar emprego e renda e manter a preservao ambiental da localidade. Esse estudo foi
realizado com os moradores de Barra de Mamanguape, localizada no municpio de Rio Tinto,
s margens do esturio do rio Mamanguape-PB, inserida na rea de Proteo Ambiental do
rio homnimo, e teve como principal objetivo verificar a percepo dos moradores em relao
as atividades realizadas pelo Projeto Peixe-boi. A amostragem foi no-aleatria intencional,
em que foram pr-definidos os entrevistados em funo de ser morador do local ou possuir
algum vnculo de trabalho no projeto. Os trabalhos de campo ocorreram durante o ms de
fevereiro de 2012. Foram realizadas entrevistas livres e semi-estruturadas com 28 moradores
(N=28), com roteiros segmentados em duas etapas. Um roteiro voltado para os moradores da
localidade e outro para a atual gesto que administra a Unidade de Conservao (Chefe da
rea de Proteo Ambiental e Coordenadora do Projeto Peixe-boi). A partir das entrevistas
livres no estruturadas foram realizadas entrevistas estruturadas visando obter dados sobre a
percepo do PPB, e quando for o caso, comparando-os com a literatura. Segundo os
entrevistados o Projeto alm de contribuir para gerao de renda e para a conservao dos
peixes-boi marinhos, valoriza a localidade. Entretanto, fundamental que a comunidade
receptora participe do processo de desenvolvimento. A percepo dos moradores necessria
para compreender como eles esto inseridos, e, desta forma contribuir para que os Projetos de
conservao possam buscar meios de fazer parcerias com as comunidades que residem no
interior dessas Unidades de Conservao e no seu entorno.
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Carlos Alberto Batista SANTOS (1); Wbaneide Martins de ANDRADE (2); Jos Severino
BENTO (3)
1- Bilogo. Professor da UNEB/DTCS Campus III. 2 - Biloga. Professora da UNEB/DEDC
Campus VIII. 3 - Bilogo. Professor IF/PE. Campus Recife. 1,2,3 - PPGETNO-UFRPE.
e-mail: cacobatista@yahoo.com.br
A caatinga considerada uma vegetao tipicamente brasileira, com exemplares de seu
patrimnio biolgico no encontrado em nenhum outro lugar do planeta. Nas ltimas dcadas,
sofreu alteraes decorrentes das intervenes antrpicas, causando diversos impactos
ambientais, como a reduo da biodiversidade. Neste contexto buscamos investigar o nvel de
conservao do estrato arbreo da caatinga no recorte espacial da Ilha Massangano, localizada
no Rio So Francisco, municpio de Petrolina (PE), onde habita uma comunidade quilombola.
Realizou-se o registro da flora atravs de fotos, e entrevistas com os moradores, estes
enfatizaram a perda das plantas da mata, e culpam a agricultura irrigada, e a invaso da
algaroba, Prosopisjuliflora, Dona Teresinha, moradora da Ilha h mais de 40 anos, assegura,
"antes no havia algaroba, existia o marizeiro que foi derrubado pra plantar arroz. Quando
esbarraram de plantar arroz a algaroba apareceu, as aroeiras morreram na cheia de 1969
ela ficou muito destruda". Seu Raimundo, que vive na Ilha h mais de 60 anos, relata: "Tinha
palma, xique-xique, mais foi tudo derrubado pra fazer plantio. Plantaram cebola, arroz,
feijo. Quando cumeou o plantio foi preciso derrubar os p de pau tudo".Dona Bertolnia,
nascida e criada na ilha h 40 anos, relata: "No tem mais Turquia e um monte de pranta, mas
a Associao de Moradores, a Escola e o Pr-Rural, to fazendo muda com a ajuda dos
morador e quem d as sementes a EMBRAPA". Da vegetao nativa encontram-se enclaves
nas terras de seu Z do Alho que morador h 25 anos: "Gosto muito de pranta, pra cortar um
p de pau um sacrifcio, penso muito".A disponibilidade de recursos hdricos na regio do
semirido tem ampliado a disponibilidade de reas com agricultura irrigada sendo comum a
substituio da vegetaopelos cultivos, assim, a Ilha Massangano tem sido alvo da
explorao agrcola, de forma desordenada.Esse comportamento vem suscitando a reflexo do
problema ambiental ali instalado, gerando iniciativas de revitalizao atravs do plantio de
mudas nativas da caatinga, viabilizada pela parceria entre a comunidade, instituies e rgos
pblicos interessados em minimizar os impactos ambientais, cuja dimenso social no pode
ser ignorada.
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A relao humana com os animais vem desde a Antiguidade, animais como as serpentes so
vistas por certas populaes como criaturas a serem adoradas, porm na cultura ocidental a
serpente est cercada de mitos e crenas. Partes destas percepes ou conhecimentos muitas
vezes errneos podem desencadear atitudes agressivas ao encontro destes animais. Este
trabalho teve o objetivo de conhecer as crenas e os mitos conhecidos pelos moradores da
praia Barra de Gramame com relao as serpentes. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, e o uso de gravador de udio quando disponvel. Cerca de 52% afirmaram
acreditar nas crenas conhecidas, 39% no acreditam e 10% no tm certeza se acreditam ou
no nessas crenas. A crena que existe uma cobra que mama foi bastante citada total de 41
citaes. A crena de que a cobra estando choca corre atrs teve 20 citaes. Outra crena
foi a de que uma pessoa mordida por uma serpente curada e tm a capacidade de curar
algum que foi mordido com quatro citaes. Foi relatada a crena que a coral morde e espera
a pessoa (mordida) morrer, citada quatro vezes. A crena de que uma pessoa ao pisar na
espinha de uma salamanta fica aleijado, e de que a cobra coloca o veneno de fora pra beber
gua, foram ditas duas vezes cada. A crena de cobra que tem perna, e a de quem mordido
por uma jericoara (cobra cip) morre da finura dela, a de que a pico de jaca tem cheiro de
jaca, a de quem mordido por salamanta 24 horas s dura 24 horas e a que o animal
picado por cobra come pio, foram as menos citadas 1 citao cada. A crena de que
Oxumar um orix que vira cobra e controla a chuva, sendo representada pelo arco-ris, foi
citada por apenas um representante da religio candombl. Crenas envolvendo Anfisbanias
conhecidas por cobra de duas cabeas foram diversificadas um total de 10 citaes todas de
alguma forma associando esses animais a serem perigosos. Observa-se que muito dessas
crenas so mitos, oriundos de impresses ou percepes erradas da comunidade com relao
as serpentes, parte desses mitos podem ser explicados por uma interpretao errada de algum
acontecimento, por falta de conhecimento sobre as serpentes, e tambm da forte influencia de
repassada por geraes. Sabendo que o modo como o ser humano vm os animais determina
suas atitudes, essas crenas e mitos associados a serpentes podem contribuir para uma atitude
violenta ao visualiz-las. Sendo assim torna-se importante o uso da educao ambiental ao
fim de desmitificar determinados mitos, e assim evitar a morte destes animais devido a
crenas errneas.
Palavraschave: mitos, crenas, serpentes, comunidade
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Os ndios Patax do Sul da Bahia passaram por diversos embates que levaram a disperso de
seu povo e o surgimento de diversas aldeias espalhadas pelo extremo Sul baiano, no
obstante, ainda existe um mosaico de Unidades de conservao sobrepostas em seus
territrios, alm de sofrerem invases de suas terras por fazendeiros e empresas imobilirias.
Apesar destes conflitos os Patax esto em um constante processo de refirmao tnica,
resgate e preservao dos conhecimentos tradicionais, dessa forma possuem um importante
acervo de tcnicas de manejo e conservao que perduram durante anos promovendo a
preservao da Mata Atlntica, um dos Biomas mais ameaados do Brasil, entretanto essas
tcnicas esto em risco de desaparecimento principalmente devido aos conflitos intertnico e
socioambientais. Partindo desses pressupostos este projeto teve o objetivo de analisar os
estudos existentes sobre o conhecimento e o manejo tradicional da Mata Atlntica do povo
Patax do Sul da Bahia, a partir do marco terico da Ecologia Poltica e da Etnoecologia,
onde realizou-se um levantamento bibliogrfico, sendo adquiridos 54 trabalhos, variando-se
o formato da pesquisa e o ano de publicao de 1992 2012, com exceo de um trabalho de
1977. Posteriormente todos os trabalhos foram inseridos em uma base de dados online do
programa EndNote, e realizou-se uma sistematizao e anlise dos textos considerando
informaes importantes a respeito das pesquisas juntamente com a elaborao de
fichamentos. As pesquisas foram agrupados em seis temticas de acordo com o principal tema
abordado: 1.histria/demografia; 2.delimitao territorial; 3.cultura, afirmao tnica/
educao; 4.gesto ambiental; 5.conflitos socioambientais /relaes intertnicas; e
6.conhecimentos etnoecolgicos. Em relao aos trabalhos que abordaram o conhecimento e o
manejo tradicional da Mata Atlntica pelos Patax, identificou-se 10 pesquisas que traziam
em sua temtica principal os conhecimentos etnoecolgicos e 4 que abordaram sobre a gesto
ambiental da Mata Atlntica. Dessa forma a anlise bibliogrfica permitiu uma ampliao
dos conhecimentos a respeito dos Patax, seus processos histricos, sua cultura e seus
conhecimentos tradicionais. Entretanto observou-se que o nmero de trabalhos etnoecolgicos
encontrados para a regio ainda muito pequeno diante da importncia desses conhecimentos,
fazendo-se necessrio uma ampliao dessas pesquisas.
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Marlia Tavares dos SANTOS(1)* Marilande Paiva MENEZES(2) Alase Cristina Gonalves
dos SANTOS(3) Margarete Clia dos Santos LEAL(4)
1 - Universidade Federal do Par; 2 - Universidade Federal do Par; 3 - Universidade Federal
do Par; 4 - Universidade Federal do Par.
*e-mail: mariliatsantos@yahoo.com.br
Este artigo aborda os saberes tradicionais sobre a pesca artesanal na Comunidade Santa
Izabel, no municpio de Curralinho Maraj Par, cujo objetivo discutir e registrar os
aspectos empricos da pesca artesanal, especialmente da pesca do camaro, por ser a principal
fonte de renda dos ribeirinhos da referida comunidade, alm de apresentar forma de uso e de
fabricao destes apetrechostradicionalmente utilizados nessa atividade pesqueira.A
metodologia utilizada foi a partir de entrevistas compescadores e pescadoras locais e
observao in loco.So vrias atividades de pesca praticadas pelos ribeirinhos dentre elas a
pesca com matapi, espinhel e malhadeira. O uso dos recursos naturais e o modo como se
relacionam com a natureza determinado pela dinmica das mars, ou seja,regido pela
temporalidade natural das guas fluviais em dois ciclos mar cheia e baixa.Os pescadores da
comunidade Santa Izabel, sobretudo, so profundos conhecedores dos rios onde pescam. O
saber tradicional envolve uma relao prxima do homem com a natureza, os laos de
afetividade so muito fortes entre os moradores. Os membros das famlias possuem e
transmitem crenas, valores e conhecimentos que so repassados de gerao em gerao pela
oralidade e prticas cotidianas, atravs do modo como se pesca, e a confeco dos apetrechos
utilizados na pescaria. A empiria em torno das guas est tambm relacionada diretamente
com seus encantos como o boto, e suas estrias,por ser considerado o animal mais encantador
dos rios da Amaznia. Os resultados obtidos so os registros documentais dos saberes
tradicionais da pesca artesanal na construo da identidade cultural ribeirinha, construda
atravs dos conhecimentos dos antepassados para as futuras geraes, em conexo e respeito
natureza.
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Edja Daise Oliveira BARBOSA (1)*; Maria das Graas Barbosa da SILVA (1); Rosana
Oliveira de MEDEIROS (1); Marcio Frazo CHAVES (2)
1 Graduada em Cincias Biolgicas do Centro de Educao e Sade, Campus Cuit,
Universidade Federal de Campina Grande; 2 Professor assistente do Centro de Educao e
Sade, Campus Cuit, Universidade Federal de Campina Grande. Stio Olho Dgua da Bica
s/n. CEP: 58750-000. Cuit, Paraba, Brasil.
*e-mail: edjadayse@hotmail.com
A Etnomastozoologia o campo da etnocincia responsvel pelo estudodo conhecimento e
uso dos mamferos por populaes humanas. Tendo em vista que a caa de mamferos
silvestres uma prtica disseminada em todo o semi-rido nordestino e que os efeitos desta
atividade podem ameaar o status de conservao da diversidade faunstica de muitas regies;
a presente pesquisa visa verificar os usos e manejo dos moradores rurais do municpio de
Jaan-RN (06 2533 S; 361218 W), em relao mastofauna cinegtica da regio e
registrar as tcnicas de capturas direcionadas a esse grupo animal. O trabalho de campo teve
incio em julho de 2012 e foi concludo em maro de 2013. Nesse perodo foram realizadas
entrevistas com o auxlio de questionrios semi-estruturados, aplicados a 25 caadores locais,
selecionados atravs do mtodo snowball. Os mamferos foram identificados em nvel
especfico atravs da tcnica checklist-entrevista, foto-identificao e visualizao direta dos
mesmos na rea de estudo. Os caadores utilizam tcnicas diversificadas empregadas
conforme a espcie e uso a que se destinam, sendo a pastora, a caa com armas de fogo do
tipo espingarda e a caa com cachorros as tcnicas mais citadas. Foi citado um total de 27
espcies de mamferos silvestres ocorrentes na regio, utilizadas para fins alimentares,
zooterpicos e comerciais. Algumas espcies so ainda abatidas por estarem associadas a
interaes negativas com os moradores. Dentre as espcies citadas 14 se destacam como
animais cinegticos abatidos para a alimentao, com destaque para: Euphractus sexcinctus,
Kerodon rupestrese, Dasypus novemcinctus. Na categoria medicinal as espcies citadas
foram: Cerdocyon thous, Tamandua tetradactyla e Euphractus sexcintus, sendo a banha o
principal produto medicinal utilizado. De modo geral os caadores observam um declnio de
algumas espcies da populao de mamferos na rea estudada, tal fato atribudo por eles
principalmente caa, ao desmatamento e as queimadas ocorrentes na regio. Assim, a
presente pesquisa amplia o conhecimento etnomastozoolgico no estado do Rio Grande do
Norte, onde at ento poucos trabalhos foram realizados, servindo de subsdio para
caracterizar a utilizao de mamferos na regio e fomentar programas de conservao e
manejo co-participativo em reas de semi-rido.
Etnobiologia.
Etnotaxonomia.
Tubares.
Estatstica
pesqueira.
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Tllio Dias da Silva MAIA (1)*; Roseli La Corte dos SANTOS (2)
1- Bacharel em Biologia pela Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Morfologia
2- Prof Dr da Universidade Feral de Sergipe, Departamento de Morfologia
*e-mail: tulliodsmaia@gmail.com
Os dpteros hematfagos apresentam importncia na sade pblica pelo incmodo de sua
picada ou como vetores de patgenos. A valorizao do conhecimento tradicional em
questes epidemiolgicas prope nova epistemologia no combate a insetos vetores. O
objetivo deste trabalho foi investigar o conhecimento ecolgico tradicional local sobre
dpteros hematfagos e de que maneira esses insetos tm sido classificados pela comunidade.
O Povoado de Areia Branca (Sergipe, Brasil) habitado por comunidades tradicionais de
pescadores artesanais. Montou-se uma caixa entomolgica com espcimes de dpteros
hematfagos de ocorrncia no povoado. Os insetos foram enumerados e separados de acordo
com sua taxonomia padro: Phlebotominae, Ceratopogonidae, Culicidae (Aedes aegypti,
Culex quinquefasciatus, Anopheles sp.e Mansonia sp.) e Tabanidae. Oito moradores que
ainda mantinham vnculo com o manguezal e a pesca artesanal foram entrevistados. As
entrevistas semi-estruturadas basearam-se na metodologia geradora de dados. Durante as
entrevistas, a caixa entomolgica era mostrada sem que os nomes cientficos ou populares dos
insetos fossem mencionados. Os pescadores entrevistados demonstraram classificao prpria
para os insetos, com os seguintes domnios etnotaxonmicos: murioca (Culicidae de grande
e mdio porte), mosquito (Culicidae de pequeno porte), pintador (Phlebotominae), maruim
(Ceratopogonidae) e mutuca (Tabanidae). Sobre a distribuio espacial, afirmaram que
muriocas e mosquitos tm ocorrncia urbana; pintador, periurbana; maruins e mutucas,
restrita ao manguezal. Quanto sazonalidade, muriocas e mosquitos so frequentes em
poca chuvosa e o pintador, no estio; maruins e mutucas foram associados dinmica do rio.
Alguns dados convergiram com os da literatura cientfica, outros no, deixando clara a
necessidade de continuar as investigaes. Os entrevistados apresentaram medidas profilticas
prprias, embora no tenham reconhecido o potencial vetor dos dpteros, nem mesmo dos
flebotomneos, vetores da leishmaniose, doena endmica na regio. O incmodo das picadas
foi a nica mazela reconhecida. Embora tenham elaborado conhecimento prprio sobre o
domnio dengue, no reconheceram os espcimes Ae. aegypti presentes na caixa. Conclui-se
que as campanhas de controle de vetores e promoo de sade devem se utilizar de linguagem
mais acessvel comunidade, promovendo complementaridade entre saberes acadmico e
tradicional. Este trabalho continua em andamento no Laboratrio de Entomologia e
Parasitologia Tropical da Universidade Federal de Sergipe.
*demmya@hotmail.com
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*e-mail: wsylasbio@hotmail.com
Os seres humanos possuem uma conexo emocional inata (portanto, gentica) com as demais
espcies da Terra. Contudo, algumas atitudes ligadas ao domnio, explorao, ao medo e
averso para com os animais silvestres tm provocado impactos graves sobre muitas espcies,
caracterizando uma relao conflituosa entre pessoas e estes animais. Este trabalho teve como
objetivo catalogar as variadas espcies cinegticas de animais silvestres considerados
perigosos por apresentarem riscos tanto para a sade das pessoas que residem em
comunidades rurais do municpio de Lagoa Seca PB, quanto para suas criaes domsticas,
bem como identificar os principais motivos que levam os caadores locais a praticarem a caa
de controle. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas livres e questionrios
semiestruturados aplicados a 39 caadores locais. Das 68 espcies citadas pelos entrevistados,
um total de 12 espcies foram citadas como alvo de conflitos. Distribudos em dois grupos
taxonmicos, mamferos (n=6) e rpteis (serpentes) (n=6), os animais abatidos mais citados
pelos entrevistados foram a Raposa Cerdocyon thous (n=7 citaes) e o Furo Galictis
vittata (n=4) no grupo dos mamferos, seguidos por Coral verdadeira Micrurus ibiboca
(n=4) e Coral falsa - Oxyrhopus trigeminus (n=4) no grupo dos rpteis. Ataques a pessoas,
criaes domsticas e lavouras e at mesmo transmisso de doenas, so os principais
motivos que levam os caadores a praticarem esta caa de controle na regio estudada.
Segundo os entrevistados alguns rpteis so mortos sempre que encontrados, por serem
animais peonhentos e assim considerados ameaa vida humana. Convm salientar que o
fator cultural associado s relaes entre homem e fauna silvestre contribui positivamente
para o declnio de diversas espcies uma vez que o uso indiscriminado dessas espcies
faunsticas afeta diretamente o equilbrio da biodiversidade local. Diante dos nossos
resultados, sugere-se trabalhos de educao ambiental que envolva a comunidade local,
voltados a compreenso da importncia ecolgica que cada animal desempenha no seu
ambiente natural, bem como a importncia de classificar estes animais quanto a sua natureza
(e.g. peonhentos, no peonhentos).
Palavras chave: Fauna silvestre. Caa. Controle. Conflitos.
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120
122
As populaes indgenas so deste seu surgimento uma das mais conviventes com a natureza
e seus recursos, como a fauna e a flora. Cercados de tradies e conhecimentos antigos,
muitos vm na fauna um elemento de grande importncia para sua sobrevivncia. Muitos
destes animais como as serpentes, tende a causar medo, admirao ou repulsa at mesmo para
indgenas. O objetivo deste trabalho foi observar como a populao indgena da Aldeia do
Forte e do Galego localizada na Baia da Traio, Litoral Norte da Paraba vm as serpentes e
quais usos eles atribuem as mesmas. Foram realizados 35 questionrios no perodo de
novembro de 2012 maio de 2013. Os entrevistados tinham de 16 98 anos de idade. As
entrevistas eram gravadas e assinadas o TCLE (Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido). As serpentes so bastante visualizadas por estas comunidades, a maioria
optando por matar a serpente (n=20). Os locais de maior encontro com serpentes foram dentro
de casa (n=9), beira do rio (n=6), beira da barreira (n=7) citaes. Um total de 20 dos
entrevistados considera as serpentes perigosas, citando a cascavel e coral como as mais
perigosas. A maioria deu alguma utilidade s serpentes, afirmando as mesmas serem teis
para uso alimentar, artesanal e medicinal. As partes teis segundo eles so couro (artesanato),
carne (alimentar) chucalho (uso medicinal) banha (uso medicinal), veneno (produo
de soro). Porm ningum afirmou utilizar serpentes para fins medicinais. Apenas cinco
entrevistados afirmaram que j se alimentaram de serpentes, todos afirmando serem
salamanta. Diversas entrevistados atriburam as serpentes qualidades para o meio ambiente,
sendo a principal associada ao controle de insetos, mas tambm foram aferidas algumas
qualidades ao valor de existncia das serpentes, afirmando que s o fato da existncia de uma
serpente justifica sua importncia. A pesar de possurem conhecimentos sobre usos de
serpentes, o contato com outras populaes ao longo do tempo e at mesmo o acesso mais
fcil a hospitais e centros de sade, pode ter feito com qu os usos tradicionais de serpentes
para fins medicinais, tenham se tornado em desuso atualmente.
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125
126
Trabalhos
Ouricuri
serem
publicados
na
Revista
.Universidade
Federal
da
Paraba,
Rio
Tinto,
PB.
DO
127
MENESES2,
OF
BARRA
Leonardo
DO
Figueiredo
RIO
de;
Graduada em Bacharelado em Ecologia UFPB. Rua da Mangueira, s/n, centro, Rio Tinto
PB CEP 58297-000.Telefone:(083) 88315002. Fax: 3291-1528/32911805. Email:
aninhaperazzo@hotmail.com
2
RELATIONSHIP
BETWEEN
ETHNOZOOLOGY
AND
Marcia Freire PINTO1, Joo Lus Joventino NASCIMENTO2, Rmulo Romeu da Nbrega
ALVES3 e Antnio Jeovah de Andrade MEIRELES4
1
Doutor em Botnica/UFRPE
Engenheira Agrnoma/UFV
Biloga/UFV
129
Trabalhos
BIOFAR
serem
publicados
na
Revista
Licenciando em Cincias Biolgicas pela Universidade Estadual do Cear (UECE). CratesCE. Brasil. e-mail: david.dias@aluno.uece.br.
3
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CANTO DE CIRCUNSTNCIA
OU
QUASE CORDEL DE MEMRIA& GRATIDO
encontrados no pavo
misterioso ou no boi que tal e qual
era encantado
nos sertes.
Tambm nunca me esqueci
do sol de brasa nos veres
nem dos vultos mal-assombrados
nos casares, nos sobrados
da Santana onde nasci
e onde aprendi a ler cactos
decorando abecedrios
de fins de mundo, bestas-feras
e outros bichos lendrios!
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