Apostila Língua Portuguesa V
Apostila Língua Portuguesa V
Apostila Língua Portuguesa V
APOSTILA 1
LNGUA
PORTUGUESA V
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Apostila de Lngua Portuguesa V
1. CONTEDO PROGRAMTICO
Janeiro
Histria da Lngua Portuguesa
Fevereiro
Histria da Lngua e Ortografia da Lngua Portuguesa ( Seminrio 11 e 25)
Maro
Constituio do Lxico Portugus
Filologia Romnica
Abril
Fonologia
N1-13 a 14 de abril
Maio
Morfologia e Sintaxe
Semana Acadmica 18 a 22 de maio.
Junho
Leitura e anlise de textos arcaicos.
N2 - 16 a 22 de junho.
EMENTA
Lngua Portuguesa V
Ementa: Histria da lngua portuguesa: a formao da lngua portuguesa; histria externa e histria interna;
histria da ortografia portuguesa, constituio do lxico portugus. Filologia romnica: abordagem
diacrnica da fonologia, da morfologia e da sintaxe; leitura e anlise de textos arcaicos.
Bibliografia
Bsica:
ALI, Manuel Said. Gramtica secundria e gramtica histrica da lngua portuguesa. Braslia: UNB, 1964.
AZEREDO, JOS C. Fundamentos da gramtica do portugus. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.
COUTINHO, Ismael Lima. Gramtica histrica. 6 Ed. Rio de Janeiro: Liv. Acadmica, 1973.
Complementar:
NUNES, M. H. de Moura. A gramtica: Histria, teoria e anlise, ensino. So Paulo: UNESP, 2002.
SILVA NETO, Serafim da. Histria ao estudo da filosofia portuguesa. 3 Ed. Rio de Janeiro: Presena/MEC
1979.
TEYSSIER, Paul. Histria da lngua portuguesa. Lisboa: S da Costa, 1982.
PERINI, Mario A. Gramtica descritiva do portugus. So Paulo: tica, 2000.
. Sofrendo a gramtica. So Paulo: tica, 2001.
SILVA, Maria Ceclia P. de. Lingstica aplicada ao portugus: morfologia. 4 Ed. So Paulo. Cortez, 1987.
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Apostila contm atividades que devero ser realizadas e entregues professora para correo,
podendo ser de carter individual ou coletivo, conforme constam as datas.
Seminrios devero ser apresentados e entregues uma cpia do trabalho escrito com as normas
da ABNT 2014.
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O Perodo Romnico
Lngua Portuguesa - Vida e Dinamismo
Fernando Pessoa
O perodo romnico
O processo de formao e consolidao das lnguas romanas est profundamente ligado ao
histrico da expanso da nao portuguesa, atravs dos seus domnios territoriais e lingusticos,
impondo a sua supremacia lingustica aos povos dominados e expondo a sua lngua coloquial a
interaes sociais com diferentes culturas e s diversas situaes, favorecendo o seu
enriquecimento varivel, culminando nos diferentes Romanos e lnguas neolatinas, como o
Catalo, o Castelhano e o Galego Portugus.
Embora a Pennsula Ibrica fosse habitada desde muito antes da ocupao romana,
pouqussimos traos das lnguas faladas por estes povos persistem no portugus moderno.
Frases em Romance
Allegra - Ol
Perdunai - D licena
Co vai? - Como vai?
Per plaschair - Por favor
Fa plaschair - Prazer em conhec-lo(a)
Grazia fitg - Muito obrigado
Bun di - Bom dia
Anzi - De nada
Buna saira - Boa tarde/noite (quando
Gratulazions - Parabns
se chega)
Bun cletg - Boa sorte
Buna notg - Boa noite (despedida)
Ils quants oz? - Que dia hoje?
A revair - Adeus, tchau
Quants onns has ti? - Quantos anos voc
A pli tard - At mais
tem?
I ma displascha - Desculpe-me
Exemplo da diferena e mudanas na linguagem, veja o Texto da orao do Pai Nosso.
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A lngua portuguesa, que tem como origem a modalidade falada do latim, desenvolveu-se
na costa oeste da Pennsula Ibrica (atuais Portugal e regio da Galiza, ou Galcia) includa na
provncia romana da Lusitnia. A partir de 218 a.C., com a invaso romana da pennsula, e at o
sculo IX, a lngua falada na regio o romance, uma variante do latim que constitui um estgio
intermedirio entre o latim vulgar e as lnguas latinas modernas (portugus, castelhano, francs,
etc.).
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TEXTO EM PORTUGUS
SEIS LUARES TRISTES
PARA FEDERICO GARCA
LORCA
Traduo de Aricy
Curvello
e a Galcia esperanada,
em sua atalaia mgica,
cobrem-na sombras pags.
Sauces e cabalos nos
creban o vidro das goas.
A melancolia cavalga e leva
Ramn de Sismundi em
cima,
e no rio da Prata sente
danar dentro dos olhos
o lume boreal da alma
da vida maltratada e fria.
Triste Ramn de Sismundi,
busca um manto de justia
e encontra nvoas hirtas de
frio,
iluses que se lhe apagam
em suas palavras acesas.
Nas ruas de Buenos Aires,
Galcia, leva nos olhos a lua
e bate nas portas e vai-se.
Agoa despenada baixa da
la
cobrindo de lirios a montana
na.
Era a lua despeitada
debruando-se sobre o mar,
lgrimas sobre o morto
tecem
as noites em saudade.
Corpo de fbula e mirto,
leva mortalhas de nquel,
ungentos de terra nobre,
molhado de poro em poro.
Ai meu irmo afogado,
levas na nuca o luar,
o sol fascina teu rosto,
como un regato extraviado.
Sempre vence a quem
muda
a vida, a morte sem atavios.
Cabelos que van ao mar
onde as nubens teen seu
ntido pombal.
Trotai. Galopai, cavalos,
com desejos em tempo
enxuto,
prodgios em altas esferas
custodiam abbodas
luarentas.
A noite alvoroa os galhos,
no prtico de somas e
delrios,
Galcia seu rosto mostra
perfumado de cardos e
lrios.
Ai Rosala! Briosa senhora,
fala-te Federico Garcia,
o que mataram com
perfdia,
em Granada de cmaros
verdes.
A lua dos teus cabelos
enxuga profanadas
lgrimas.
Nai: a la, a la
na Quintana dos mortos.
Quem bate na Berenguela?
a lua bebendo sombras
em murchas oliveiras.
(Barcelona, 16
setembro de 2006)
de
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A ESSNCIA PEGVEL
"A vida em forma de onda, o trajeto de vida de um ser, onde h o incio, sua continuao,
ora por cima, ora por baixo, vivendo alegrias ou tristezas, os altos e os baixos da vida..e o
FIM.. o ponto final..a onda que se quebra!! Pegadas diferentes ao decorrer, evoluo do
homem, evoluo da vida. O diferente se expressa no individual, mas no ponto final, um
mesmo fim para todos; desigualdade no decorrer, e no fim, o IGUAL. As pegadas nada mais
so do que a vida pegvel, as marcas de uma evoluo.
http://menteliteraria.blogspot.com/2007_09_01_archive.html
A ESSNCIA TRANSFORMACIONAL
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LNGUAS ROMNICAS
Encontram-se agrupadas sob a designao de lnguas romnicas todas aquelas que tiveram a
sua origem no Latim, em particular no Latim Vulgar, e a partir dele evoluram.
Como j referimos, a partir do sculo V, motivado pela invaso dos povos brbaros a unidade
lingustica desfez-se, dando origem a diferentes falares, os romances, que correspondiam
contaminao do latim vulgar por diversos substratos e superstratos. Estes romances constituam
diferentes formas de falar intermdias entre o Latim Vulgar e as lnguas romnicas atuais.
Entre os romances que se formaram entre o sculo V e o sculo X, temos o castelhano, o
leons, o galo-provenal, o romance lusitnico, do qual o portugus um prolongamento.
So dez as lnguas neolatinas:
__ PORTUGUS: falado em Portugal, Ilhas, frica, sia e Brasil;
__ ESPANHOL: falado em Espanha, nas suas (ex-)colnias, na Amrica Latina, etc.;
__ ITALIANO: falado em Itlia, Crsega e Siclia;
__ FRANCS: falado na Frana, Blgica, Suia, Mnaco, Canad, Tunsia, Marrocos, Congo,
Guin;
__ ROMENO ou valquio: falado na Romnia e ao Norte da Macednia (Grcia);
__ RTICO: tambm chamado reto-romano, romanche e ladino, falado no Tirol, no Friul e no
canto dos Grises (Sua);
__ GALEGO: falado na Galiza;
__ PROVENAL: falado na Provena (Sul de Frana);
__ CATALO: falado na Catalunha e nas Ilhas Baleares;
__SARDO: falado na sardenha;
__ DALMTICO: at aos finais do sculo passado (1808), encontrava-se na Dalmcia, regio
da Jugoslvia. Atualmente uma lngua morta.
Etimologicamente: LUSO-FON-IA
LUSO- do latim, lusu- relativo a lusitano, portugus, relativo a Portugal.
A Lusitnia era uma das trs provncias romanas da Hispnia (Pennsula Ibrica) que correspondia
ao que hoje o Sul do Douro em Portugal e Estremadura espanhola. Os lusitanos eram um dos
povos que habitavam esse territrio na poca pr-romana; sendo considerados os descendentes
de uma legendria personagem chamada Luso.
FON- do grego
"som"; "voz"; "palavra"; lngua
-IA: sufixo de origem grega que se emprega sobretudo com substantivos abstratos, derivados de
adjetivos e que designam uma qualidade ou defeito, ou a capacidade ou um estado.
Assim sendo, lusofonia, quer dizer, etimologicamente, a qualidade abstrata do lusfono que tem a
capacidade de falar a lngua dos lusos ou lusadas ou portugueses.
Lingustica e Culturalmente:
A palavra lusofonia designa tambm uma comunidade lingustica ou uma comunidade de todos os
indivduos que tm em comum a lngua portuguesa e que, atravs dela, partilham aspetos culturais
comuns. Assim, pode falar-se de uma lusofonia mundial. Mais ou menos integrados nesta
comunidade estaro os que falam Portugus como lngua segunda ou estrangeira.
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Geogrfica e Sociopoliticamente:
A palavra Lusofonia designa o conjunto dos oito pases que tm a lngua portuguesa como lngua
oficial. Mas, de certo modo, os emigrantes portugueses ou os lusfonos, de outros pases no
oficialmente lusfonos, pertencem comunidade lusfona, uma vez que essa dispora mantm a
cidadania do pas de origem.
Historicamente:
A Lusofonia, em todas as suas dimenses, pode e deve ser estudada numa perspectiva histrica:
as origens, o passado, o presente e o futuro.
Mas, vejamos alguns vocbulos importantes que tive o prazer de recolher do Dicionrio de Lngua
Portuguesa, Oitava Edio, 1999, Porto Editora:
LUSADA: adj. e subst., masc. e fem.
Portugal e a frica
:descendente de Luso, suposto fundador da
LUSO-BRASILEIRO: adj. relativo a Portugal e
famlia lusitana; lusitano; portugus
ao Brasil
LUSIFICAR: v. tr. tornar luso; aportuguesar
LUSO-CASTELHANO: adj. relativo a Portugal
e a Castela; designao de um sistema de
LUSITNIA: uma das trs provncias em que
serras da Pennsula Ibrica que, em Portugal,
os Romanos dividiram a Pennsula Ibrica;
fica entre os rios Mondego e Tejo, tambm
Portugal
chamado Sistema Central Divisrio
LUSITANIDADE: subs. fem. qualidade de ser
LUSO-DESCENDENTE: subst. 2 g. indivduo
portugus
com ascendncia portuguesa
LUSITANISMO: subst. masc. palavra ou
LUSOFILIA: subst. fem. qualidade de lusfilo
locuo genuinamente portuguesa; hbitos
LUSFILO: adj. e subst.masc. amigo de
prprios dos Lusitanos
Portugal ou dos Portugueses
LUSITANISTA: adj masc. ou fem. aquele ou
LUSOFOBIA: subst. fem. qualidade de
aquela que estuda ou se especializa em
lusfobo
lngua, literatura e cultura lusitanas; aquele
LUSFOBO: adj. e subst. masc. que designa
que muito afeioada ao portugus lusitano,
aquele que inimigo de Portugal ou dos
aos portugueses ou a Portugal.
Portugueses
LUSITANO: A) adj. relativo a Lusitnia B)
LUSOFONIA: subst. fem. conjunto das
subst. masc. natural ou habitante da Lusitnia
identidades culturais existentes entre os oito
(Portugal); portugus
pases de lngua oficial portuguesa;
LUSO: adj. e subst. masc. lusitano;
CONJUNTO DOS FALANTES DE
portugus; lusada
PORTUGUS
LUSO: elemento de formao de palavras
LUSFONO: adj. e subst. masc. do pas ou
que exprime a ideia de lusitano, portugus;
do povo, cujo lngua oficial o portugus.
relativo a Portugal
LUSO-AFRICANO: adj. que diz respeito a
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Para alm do Portugus, lngua oficial dos vrios pases lusfonos, so significativamente
faladas muitas outras lnguas nos territrios considerados lusfonos. Em Angola existem 41
lnguas vivas, das quais as mais faladas so: o umbundu (38% da populao), o quimbundo
(25 % ), o quicongo (13 %), o chocue, ombundo e o oxikuanyama. No Brasil, somente 14 %
da populao tem uma lngua materna a outra que o Portugus 100% falado no pas de
acordo com os dados da pesquisa das taxas de alfabetizao em cada pas: base em
estimativas da CIA e UNESCO., mas existem 192 lnguas vivas como o coroado (18 000
falantes), tereno (15 000), ticuna (12 000), etc.
Em 1983, no decurso de uma visita oficial a Cabo Verde, o ento ministro dos Negcios
Estrangeiros de Portugal, Jaime Gama, referiu que: "O processo mais adequado para tornar
consistente e descentralizar o dilogo tricontinental dos sete pases de lngua portuguesa
espalhados por frica, Europa e Amrica seria realizar cimeiras rotativas bienais de Chefes de
Estado ou Governo, promover encontros anuais de Ministros de Negcios Estrangeiros, efetivar
consultas polticas frequentes entre diretores polticos e encontros regulares de representantes na
ONU ou em outras organizaes internacionais, bem como avanar com a constituio de um
grupo de lngua portuguesa no seio da Unio Interparlamentar".
O processo ganhou impulso decisivo na dcada de 90, merecendo destaque o empenho do
ento Embaixador do Brasil em Lisboa, Jos Aparecido de Oliveira. O primeiro passo concreto no
processo de criao da CPLP foi dado em So Lus do Maranho, em Novembro de 1989, por
ocasio da realizao do primeiro encontro dos Chefes de Estado e de Governo dos pases de
Lngua
Portuguesa - Angola,Brasil, Cabo_Verde, Guin-Bissau, Moambique, Portugal e So
Tom e Prncipe, a convite do Presidente brasileiro, Jos Sarney. Na reunio, decidiu-se criar o
Instituto Internacional da Lngua Portuguesa (IILP), que se ocupa da promoo e difuso do
idioma comum da Comunidade.
Em Fevereiro de 1994, os sete ministros dos Negcios Estrangeiros e das Relaes
Exteriores, reunidos pela segunda vez, em Braslia, decidiram recomendar aos seus Governos a
realizao de uma Cimeira de Chefes de Estado e de Governo com vista adoo do ato
constitutivo da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa.
Os ministros acordaram, ainda, no quadro da preparao da Cimeira, a constituio de um
Grupo de Concertao Permanente, sedeado em Lisboa e integrado por um alto representante do
Ministrio dos Negcios Estrangeiros de Portugal (o Director-Geral de Poltica Externa) e pelos
Embaixadores acreditados em Lisboa (nica capital onde existem Embaixadas de todos os pases
da CPLP).
Relativamente s vrias vertentes do processo de institucionalizao da CPLP, o Grupo
analisou em substncia a cooperao existente entre os Sete e a concertao a estabelecer.
Foram abordadas, de forma aprofundada, reas como a concertao poltico-diplomtica, a
cooperao econmica e empresarial, a cooperao com organismos no governamentais e a
entrada em funcionamento do IILP. O resultado desse trabalho encontra-se consolidado em dois
documentos, adaptados posteriormente na Cimeira Constitutiva:
(a) Declarao Constitutiva;
(b) Estatutos da Comunidade (reviso de 2007);
Os sete Ministros voltaram a reunir-se em Junho de 1995, em Lisboa, tendo reafirmado a
importncia para os seus pases da constituio da CPLP e reiterado os compromissos assumidos
na reunio de Braslia. Nessa ocasio, validaram o trabalho realizado pelo Grupo de Concertao
Permanente (que passou a denominar-se Comit de Concertao Permanente) e concordaram em
recomendar a marcao da Cimeira para o final do primeiro semestre de 1996, em Lisboa,
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fazendo-a preceder de uma reunio ministerial em Abril do mesmo ano, em Maputo. A 17 de Julho
de 1996, em Lisboa, realizou-se a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo que marcou a
criao da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa (CPLP), entidade reunindo Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guin-Bissau, Moambique, Portugal e So Tom e Prncipe. Seis anos mais
tarde, em 20 de Maio de 2002, com a conquista de sua independncia, Timor-Leste tornou-se o
oitavo pas membro da Comunidade. Depois de um minucioso processo de adeso, em 2014, a
Guin Equatorial tornou-se o nono membro de pleno direito.
A reunio deste grupo de Estados situados em 4 Continentes e englobando mais de 230
milhes de pessoas consolidou uma realidade j existente, resultante da tradicional cooperao
Portugal-Brasil e dos novos laos de fraternidade e cooperao que, a partir de meados da dcada
de 1970, se foram criando entre estes dois pases e as novas naes de lngua oficial portuguesa.
A institucionalizao da CPLP traduziu, assim, um propsito comum: projetar e consolidar, no plano
externo, os especiais laos de amizade entre os pases de lngua portuguesa, dando a essas
naes maior capacidade para defender seus valores e interesses, calcados sobretudo na defesa
da democracia, na promoo do desenvolvimento e na criao de um ambiente internacional mais
equilibrado e pacfico.
A CPLP assume-se como um novo projeto poltico cujo fundamento a Lngua Portuguesa, vnculo
histrico e patrimnio comum dos Nove que constituem um espao geograficamente
descontnuo, mas identificado pelo idioma comum. Esse fator de unidade tem fundamentado, no
plano mundial, uma atuao conjunta cada vez mais significativa e influente. A CPLP tem como
objetivos gerais a concertao poltica e a cooperao nos domnios social, cultural e econmico.
Para a prossecuo (continuao) desses objetivos a Comunidade tem promovido a coordenao
sistemtica das atividades das instituies pblicas e entidades privadas empenhadas no
incremento da cooperao entre os seus Estados-membros.
As aes desenvolvidas pela CPLP tm objetivos precisos e traduzem-se em diretivas concretas,
voltadas para sectores prioritrios, como a Sade e a Educao, a Segurana Alimentar e o
Ambiente, entre outros domnios. Para tal, procura-se mobilizar interna e externamente esforos e
recursos, criando novos mecanismos e dinamizando os j existentes.
Neste esforo, so utilizados no apenas recursos cedidos pelos governos dos pases membros,
mas tambm, de forma crescente, os meios disponibilizados atravs de parcerias com outros
organismos internacionais, organizaes no-governamentais, empresas e entidades privadas,
interessadas no apoio ao desenvolvimento social e econmico dos pases de lngua portuguesa.
Lngua Portuguesa (CPLP), para alm daqueles pases africanos, tem como membros Portugal,
Brasil e Timor Leste.
A CPLP tem como objetivos gerais a concentrao poltica e a cooperao nos domnios social,
cultural e econmico. Por meio dessa Comunidade, seus estados membros pretendem
empreender, conjuntamente, iniciativas voltadas para a promoo do desenvolvimento dos seus
povos, a afirmao e divulgao crescente da Lngua Portuguesa e o reforo da presena dos Oito
no cenrio internacional. Os objetivos dos PALOP centram-se mais em aspetos de solidariedade
social e na definio de um espao, em frica, marcado por um fato histrico comum: o terem sido
pases colonizados por Portugal.
Datas de descobrimento de cada pas lusfono:
Pas
Data da Descoberta
Angola ( Rio Zaire):
1484
Brasil:
1500
Cabo Verde:
1460
Guin-Bissau:
1446
Moambique:
Passagem de Vasco da Gama:
Fundao da primeia povoao
portuguesa - Sena :
1497
1530
So Tom e Prncipe:
1470
Timor:
1512
11 de novembro de 1975
Cabo Verde
5 de julho de 1975.
GuinBissau:
Moambique
25 de junho de 1975
Angola:
Brasil:
Portugal:
12 de julho de 1975
Comparativo dos dados sobre os 8 pases lusfonos, escolhi o ndice de alfabetizao como
elemento de anlise.
Os dados foram colhidos numa populao de indivduos maiores de 15 anos, capazes de ler e
escrever.
Segundo os dados colhidos nos stios internet na Unesco http:portal.unesco.org ,
www.africamente.com e www.guiadelmundo.org.uk , os pases apresentam os ndices seguintes:
Angola tem um total de 66,8% de indivduos alfabetizados, sendo 82,1% homens e 53,8%
mulheres.
Cabo Verde tem um ndice de 75,7%, com 85,4% de homens e 68% de mulheres.
A Guin-Bissau apresenta um ndice de 53,9%, com 67,1% de homens e 40,7% de
mulheres.
Por sua vez, Moambique indica a percentagem mais baixa dos pases lusfonos : 46,5%,
com 62,3% de homens e 31,4% de mulheres.
So Tom e Prncipe apresenta um ndice mais elevado dos pases lusfonos africanos :
73%, com 85% de homens e 62% de mulheres.
O Brasil tem o segundo ndice mais elevado da comunidade lusfona com um total de
88,4% e a percentagem de homens e mulheres alfabetizados igual. Parabns Brasil!!
Portugal tem naturalmente o maior ndice de alfabetizao com 92%, sendo 95% homens e
90% mulheres.
Sobre Timor Lorosae infelizmente no existem dados disponveis na rede.
Todos os dados foram colhidos entre 2000 e 2004.
Denota-se nesta anlise um terreno muito frtil para a cooperao dos pases lusfonos no
domnio da educao. O fornecimento de livros e a formao de professores seriam a garantia da
qualidade lingustica a transmitir s geraes futuras.
Curiosidade: dia 10 de maio dia da Lngua Portuguesa.
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Apostila de Lngua Portuguesa V
Atividades:
Orientaes: realizar atividade em grupo como estudo e pesquisa complementar.
Entregar Respostas na prxima aula em folha separada com o nome dos componentes.
12345-
http://www.soscapvert.org/cvhino.htm
Esta A Nossa Ptria Bem Amada
GuinBissau
http://www.laurapoesias.com/poetas/hino_nacional_guine_bissau.htm
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Ptria Amada
Moambiq
ue
http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1tria_Amada
A Portuguesa
Portugal
http://www.portugalmania.com/savoir/hymne.htm
Independncia Total
So Tom
e Prncipe
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hino_nacional_de_S%C3%A3o_Tom%C3%A9_e_Pr
%C3%ADncipe
Ptria
Timor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hino_nacional_do_Timor-Leste
13- Que outras comunidades podem, na sua opinio, integrar a Lusofonia?
14- Em quais das seguintes regies ou pases se podem encontrar comunidades lusfonas:
Galiza, Olivena, Goa, Damo, Diu, Macau, Madeira, Canrias, Ceuta, Aores, Benim,
Congo, Malaca, Andaluzia, Catalunha, Pas Basco, Sri-Lanka?
15- Em que pases o Portugus falado na esmagadora maioria da sua populao, como lngua
materna?
16- Em que medida se pode pressupor que a lngua o primeiro passo para a consolidao e
afirmao do espao da lusofonia?
17- Quantos portugueses vivem fora de Portugal e que constituem a chamada Dispora
Portuguesa? Tendo em conta os nmeros apurados, em que medida se podem considerar
as vrias comunidades de portugueses espalhadas pelo mundo como integrantes da
Lusofonia?
18- Quantos brasileiros vivem fora do Brasil constituindo, o que se pode chamar a Dispora
Brasileira?
19- Para alm do Portugus, lngua oficial do pas que outras lnguas so significativamente
faladas nos vrios pases lusfonos?
20- A Lusofonia pode ser entendida no contexto do Quinto Imprio, conjugando o sonho utpico
com um projeto cultural mais orientado para o poder espiritual do que para o poder
temporal?
21- A que pases lusfonos correspondem as bandeiras seguintes:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
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no dia "1 de Janeiro de 1994, aps depositados todos os instrumentos de ratificao de todos os
Estados junto do Governo portugus".
1995 O Acordo Ortogrfico de 1990 apenas ratificado por Portugal, Brasil e Cabo Verde,
embora o texto previsse a sua implementao em toda a Lusofonia no incio de 1994.
1996 O Acordo Ortogrfico apenas ratificado por Portugal, Brasil, e Cabo Verde.
1998 Na cidade da Praia assinado o Protocolo Modificativo do Acordo Ortogrfico da Lngua
Portuguesa, retirando-se do texto a data de implementao. Mantm-se a condio de que todos
os membros da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa (CPLP) devem ratificar as normas
propostas no Acordo Ortogrfico de 1990 para que este seja implementado
2002 Timor-Leste torna-se independente e passa a fazer parte da CPLP.
2004 Os ministros da Educao dos vrios pases da CPLP renem-se em Fortaleza, no Brasil,
para a aprovao do Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa.
Fica assim determinado que basta a ratificao de trs membros para que o Acordo
Ortogrfico possa entrar em vigor e Timor-Leste passa a integrar a CPLP.
2006 Brasil, Cabo Verde e So Tom e Prncipe ratificam o documento, possibilitando a entrada
em vigor do Acordo Ortogrfico de 1990.
2008 O Acordo Ortogrfico de 1990 aprovado por Cabo Verde, So Tom e Prncipe, Brasil e
Portugal, sendo esperada a sua implementao no incio de 2010.
2009 Entrada em vigor do Acordo Ortogrfico de 1990 no Brasil e em Portugal. Alm de Portugal
e do Brasil, tambm So Tom e Prncipe, Cabo Verde, Timor-Leste e Guin-Bissau j ratificaram o
Segundo Protocolo Modificativo do Acordo Ortogrfico de 1990, embora estes ltimos no o
tenham ainda aplicado. Fica apenas a faltar a ratificao de Angola e Moambique.
Um pouco da histria ortogrfica
A histria da nossa ortografia divide-se em trs perodos: o fontico, o pseudo-etimolgico e
o simplificado. No primeiro, o fontico, as palavras eram grafadas mais ou menos de acordo com a
pronncia, sem nenhuma sistematizao criteriosa. Apesar de certa flutuao que se observava na
grafia das palavras, a preocupao fontica transparecia a cada momento. A lngua era escrita
para o ouvido. Comea este perodo com os primeiros documentos redigidos em portugus e se
estende at o sculo XVI. No segundo, dominava a preocupao pseudo-etimolgica, fruto do
eruditismo dos sculos XVI a XVIII, e em que se duplicavam as consoantes intervoclicas e se
inventaram smbolos extravagantes, a pretexto de uma aproximao artificial como o grego e o
latim, critrio pretensioso que contrariava a prpria evoluo das palavras. O que caracteriza este
perodo o emprego de consoantes germinadas e insonoras, de grupos consonantais
impropriamente chamados gregos, de letras como o y, k e w, sempre que ocorriam nas palavras
originrias. Inicia-se no sculo XVI e vai a te o ano de 1904, em que aparece a Ortografia Nacional
de Gonalves Viana. No terceiro perodo, que assinala a renovao dos estudos lingsticos em
Portugal, surge Aniceto dos Reis Gonalves Viana, foneticista, que depois de algumas tentativas,
consegue apresentar um sistema racional de grafia, com base na histria da lngua. De
conformidade com os princpios por ele estabelecidos, h dois sistemas simplificados: o portugus
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Apostila de Lngua Portuguesa V
e o luso-brasileiro. Brasil e Portugal, por intermdio de seus governos, comearam a pensar ento
nos chamados Acordos Ortogrficos, a fim de desfazer a indeciso na escolha de um ou outro tipo
ortogrfico, simplificando, contudo, ao mximo o sistema de grafia.
A Ortografia do Portugus no Sculo XV
Neste perodo j as lnguas romnicas estavam tornando-se oficias e, surge a necessidade
de se explicar gramtica e normatizar a ortografia. E com isso adotou-se alguns procedimentos
para este fim:
Tentativa de fixao da ortografia portuguesa;
Preocupao em imprimir um texto mais prximo da fontica, ou seja, reproduo
fiel dos sons da fala.
A ortografia do portugus do sculo XV chegou a um nvel de regularidade tal qual ainda
hoje podemos compreend-las se considerarmos normais certas oscilaes grficas, muitas das
quais ainda presentes no portugus atual, embora mais atenuada.
A Ortografia do Portugus no Sculo XVI
E, j iniciando a abordagem de alguns desses aspectos, podemos afirmar aqui com
preciso que o sculo XVI no tinha muitos problemas ortogrficos a que se citar, visto que cada
fonema era representado por uma nica letra e cada letra representava um nico fonema, sendo a
ortografia do Latim harmnica, variando apenas poucas palavras de origem grega ou estrangeira.
Nesta concepo , houve um aumento do prestgio das lnguas nacionais, at mais que o latim,
pois surgiu a necessidade de regularizar a ortografia dessas lnguas, principalmente porque h um
aumento das publicaes e de um pblico leitor .
Comea ento uma gama de divergncias na escolha de um modelo a se seguir. Cogita-se
a adoo de uma ortografia fontica (um smbolo para cada som). Entretanto, esse critrio
apresentou uma problemtica considervel: a lngua nunca a mesma em todas as regies e
dialetos. Uma representao grfica que levasse em conta apenas o aspecto fnico teria de
fornecer duas ortografia distintas. Ora, se fossemos reproduzir fielmente na escrita a forma como a
lngua falada, teramos longos prazos, se essa tendncia se espalhasse por toda a lusofonia, de
grafar por exemplo, palavras como nascer e exceo (onde fonema /s/ nos grupos grficos /sc/
e /xc/, por um processo de hipercorreo, desenvolvessem uma semi vogal /y/ como [naiscer] e
[eixcesso]) ou [naisser] e [eissesso]. Outro modelo o qual se cogitou foi a aplicao de uma
ortografia etimolgica, que consistia na maneira como era escrita na antiguidade, no caso do
portugus , o latim. A dificuldade seria que, muitos fonemas da lngua de origem j haviam deixado
de soar, ou soavam diferentemente. A outra possibilidade que se pensou foi em uma ortografia
mista, onde se misturava ortografia fontica e ortografia etimolgica, levando em conta normas
lingsticas dominantes e a maior facilidade que o emprego, ora de uma grafia mais fontica, ora
de uma grafia mais etimolgica acarreta. A dualidade de critrios dificultaria o aprendizado das
primeiras letras, deixando a criana indecisa sobre qual critrio utilizar. E esse reconhecimento faz
com que os gramticos optem por um nico critrio, tentando evitar essa possvel confuso. Em
posio contrria ao ponto apresentado temos Ferno de Oliveira, em sua Gramtica da lngua
portuguesa, com uma posio totalmente contrria ao que chamamos de ortografia etimolgica:
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Apostila de Lngua Portuguesa V
uma preocupao com a lgica, com os princpios filosficos inerentes gramtica, com no
apenas impor, mas tambm explicar, com clareza e mincia, os pontos da gramtica apresentados,
tais como:
Uma descrio detalhada do sistema fontico portugus;
Regularizao da grafia dos ditongos orais, os quais eram grafados com i, e ou y
representando a semivogal /y/ e as letras o ou u representando a semivogal /u/;
Regularizao da grafia dos ditongos nasais, os quais passariam a ser grafados
sempre com til, sendo a semivogal /u/ representada sempre pela letra o, ao passo
que a semivogal /y/ passaria a ser representada por e depois de o e e, e por i depois
de a e u;
Recomendao do uso das letras e e o para representar respectivamente, as vogais
ambguas (finais ps-tnicas) que soam como e e como u;
Recomendao do uso do trema sempre que a vogal u soar depois das consoantes
q e g antes de outra vogal e na primeira vogal dos hiatos, quando estes no forem
acentuados na segunda vogal;
Manuteno do uso da letra h inicial somente quando a origem da palavra o exigir.
As palavras portuguesas passam a ser escritas sem h inicial ;
Manuteno do uso da letra y exclusivamente nas palavras de origem grega, ficando
proibido seu uso nos ditongos;
Manuteno do uso dos grupos ph, rh e th, de acordo com a etimologia;
Proscrio do uso da letra k e do grupo ch, os quais passam a ser substitudos pela
letra c ou pelo dgrafo qu;
Recomendao do uso do grupo os, conforme a etimologia das palavras;
Tentativa de regularizao das letras g e j, antes das vogais e e i;
Tentativa de regularizao do uso da letra x.
A Orthographia Portugueza, de Jos Feliciano de Castilho, de 1860, vai bem mais alm,
dissertando sobre as vantagens do sistema etimolgico na ortografia e sobre a necessidade de
fixao da ortografia portuguesa, mantendo uma postura ponderada sobre o assunto, provvel
influncia de idias da Gramtica de Portugus Royal. Em sua defesa pela ortografia etimolgica,
Castilho considera mais importante a aquisio de uma boa ortografia do que a facilidade do
aprendizado:
Numa vida de cinqenta anos, forma tomados dous com o
aprendizado da leitura, e quarenta e oito com a prpria leitura. No
sacrificaremos o duradouro ao -ephemero, o til ao fcil (sic).
(CASTILHO, 1860, p. 81-2)
Ainda revelando que: Para escrever etymologicamente no preciso que o escriptor saiba latim,
mas que saiba a sua lngua como os doctos lha houverem ensinado. (Id. ibid. p. 84 )
O importante a salientar, no entanto, no a justeza das opinies omitidas pelos gramticos
do sculo XIX no que concerne reforma ortogrfica, mas o fato de que as pesquisas lingsticas e
a esperana de mudanas, caractersticas do sculo XIX, criaram um clima propcio efetiva
fixao e transformao da ortografia portuguesa, que caracterizaro a ortografia do sculo XX.
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c) teutoamericano teutodescendente;
d) anglo-brasileiro anglo-descendente;
e) angloamericano anglofalante.
5 Marque a opo em que uma das formas verbais est incorreta:
a) averguo averiguo;
b) averguas averiguas;
c) avergua averigua;
d) averguamos averiguamos;
e) averguam averiguam.
6 Marque a opo em que ambos os termos esto incorretamente grafados:
a) coabitar coerdeiro;
b) coexistncia coindicado;
c) cofundador codominar;
d) co-ordenar co-obrigar;
e) corresponsvel cossignatrio.
7 Paramdico grafado sem hfen, da mesma forma que:
a) parabactria;
b) parabrisa;
c) parachoque;
d) paralama;
e) paravento.
8 Para-raios grafado com hfen, da mesma forma que:
a) para-biologia;
b) para-psicologia;
c) para-linguagem;
d) para-normal;
e) para-chuva.
9 Uma das palavras est grafada de forma incorreta na opo:
a) pr-ativo proativo;
b) pr-tico protico;
c) pr-eleio preeleio;
d) pr-demarcar predemarcar;
e) pr-eleito preeleito.
10 Identifique a alternativa em que h erro de ortografia:
a) predelinear;
b) predestinar;
c) pr-questionar;
d) preexistncia;
e) proembrionrio
11 As formas verbais a seguir esto corretamente grafadas, exceto:
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a) arguiamos;
b) arguiramos;
c) argussemos;
d) argumos;
e) arguirmos.
12 Assinale a opo em que h erro de ortografia:
a) arco e flecha;
b) arco de triunfo;
c) arco de flores;
d) arco da chuva;
e) arco da velha.
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INFORMAES PRELIMINARES
De acordo com Azeredo (2000:72), quando a lngua portuguesa comeou a ser escrita no incio
do sculo XIII seu lxico reunia cerca de 80% de palavras de origem latina e outros cerca de 20%
de palavras pr-romanas, germnicas e rabes.
Trata sedo acervo vocabular que se pode denominar hereditrio, isto , aquele surgido junto com o
idioma, que a ele forneceu padro fontico e morfolgico.
A partir do sculo XIII, fatores diversos colocaram o portugus em contato com vrias outras
lnguas ao redor do planeta. Como resultado disso, a adoo de numerosas palavras pertencentes
a esses idiomas, num processo de enriquecimento contnuo, que ainda hoje se verifica.
Nesse sentido, a lngua portuguesa ostenta, em seu peclio lexical, vocbulos provenientes de
sistemas lingsticos to diferentes quanto o provenal, o holands, o hebraico, o persa e o
quchua ou o chins, o turco, o japons, o alemo e o russo, sem falar em idiomas bem mais
familiares, como o ingls, o francs, o espanhol e o italiano, os quais, juntamente com muitos
outros, ajudaram a moldar esse heterogneo mosaico que o lxico portugus.
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Nos termos de Melo (1981:158), trata-se do conjunto constitudo pelas palavras que vieram por
tradio histrica, de boca a ouvido, atravs das geraes. Compreendem no s a base latina
popular indiscutivelmente, o grosso do conjunto , mas igualmente unidades lexicais de origem
pr-romnica, isto , das lnguas pertencentes aos povos que habitavam a Pennsula Ibrica antes
da chegada dos romanos no sculo II a.C. (arroio, baa, balsa, barro, bezerro, bico, bizarro, brio,
cabana, cama,cambiar, caminho, camisa, carpinteiro, carro, cerveja, esquerdo, garra, gato, gordo,
lana, lgua, lousa, manto, mapa, mata, pea, saco, sapo, sarna etc.) [2] e ps-romnicas, ou seja,
germanismos (frutos das invases brbaras do sculo V, por exemplo,albergue, anca, arauto,
arreio, banco, bando, banho, branco, brasa, carpa, coifa, elmo, espora, estribo, guerra, roupa,
sabo) e arabismos (resultado da presena dos rabes na Pennsula a partir do ano 711, por
exemplo, aougue, aude, alcachofra, alface,lgebra, alicate, arroz, azeite, oxal), as quais
contriburam da mesma maneira para a formao do portugus.
Baseando-se na forma fontica combinao de fonemas concorde com a estrutura fontica de
determinada lngua (Jota, 1981:forma fontica) oferecida pelos itens lxicos pertencentes
camada hereditria, possvel afirmar que gato, leo,leite e mesa podem representar lexemas
legitimamente portugueses, ao passo que speranza, felicidad, eau e school no podem, visto
estarem em desacordo com os padres dessa lngua.
Melo (1981:149) no fala em palavra hereditria, mas em continuidade lingstica, isto ,
as palavras que compem o fundo originrio do idioma, as palavras herdadas, que nasceram com
a lngua e receberam a impresso de seus sinais caractersticos e de suas tendncias marcantes.
No caso do portugus so os vocbulos que se usavam no latim vulgar e no romance portucalense
e que continuaram a ser empregados pelo povo na fala de suevos, visigodos e mais gente que
habitou a faixa ocidental da Pennsula entre ossculos V e IX. As contribuies germnica e rabe
se capitulam nesta primeira fonte.
Por outro lado, palavras de emprstimo so as provenientes de outros sistemas lingsticos
inclusive do latim, os chamados cultismos ou eruditismos acolhidas pelo portugus aps o
trmino de seu perodo de formao. Artificialmente vestidas portuguesa, denunciam, em maior
ou menor grau, sua procedncia aliengena.
Conforme observa Robins (1977:324) relativamente relao francs / latim,
Evidentemente, o termo emprstimo apenas usado de modo sensato em relao a uma lngua
admitida j estar em existncia independente. No se pode considerar o vocabulrio do francs,
que tem estado em uso contnuo desde a pocados romanos, enquanto ocorreram mudanas
lingsticas constitudas da passagem do latim para o francs, como emprstimos do latim, j que o
francs simplesmente a forma que o latim tomou numa certa parte da Europa.
J Bechara (1998:115-6), ao comentar a relao portugus / latim, afirma que:
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Antigamente, uma forma do tipo p e ms era chamada popular, e outra do tipo de pedal e mensal
era chamada erudita, porque, com pequena adaptao ao gnio do foneticismo portugus, refletia
a integridade da forma originria latina. Hoje, em vez desses nomes, que podem levar o leitor a dar
interpretao literal aos adjetivos popular e erudita e assim entender uma meia verdade ,
preferem-se, respectivamente, as expresses hereditrio e de emprstimo, para indicarem formas
que existiam no lxico na poca em que o portugus se constituiu como tal ou, ento, formas que
foram introduzidas depois dessa fase.
Melo (1981:149) conclui:
Este vocabulrio original o mais importante, no s por ser o mais freqente no uso comum, mas
tambm por constituir a frma (sic) segundo a qual se modelaro, pelo tempo adiante, milhares e
milhares de outras palavras, advindas da importao estrangeira ou decorrentes de formao
verncula.
CULTISMOS E SEMICULTISMOS
A maior parte do lxico da lngua portuguesa , como j mencionado anteriormente, de origem
latina. A poro mais significativa desse conjunto constitui-se dos itens lexicais populares, nunca
demais repetir, aqueles que, ao longo do tempo, foram sofrendo, na boca do povo, toda uma srie
de modificaes fonticas espontneas e contnuas.
Ao lado desses, possvel identificar ainda os chamados cultismos ou eruditismos, introduzidos
por via escrita razo pela qual tambm so chamados de termos literrios depois que certas
mudanas fonticas no mais ocorriam. fato conhecido que as leis fonticas tm uma durao
limitada no tempo, apresentando um perodo especfico de atuao. Nesse sentido, comum que
essas palavras apresentem seqncias fonolgicas e grupos consonantais evitados pela histria
do portugus, tendo havido apenas a adaptao da parte final aos modelos mrficos portugueses
[gnero, nmero e pessoa] e uma ou outra alterao para evitar grupos anmalos de fonemas (...)
Cmara Jr. (1991:eruditos).
A absoro desses cultismos foi particularmente significativa durante o Renascimento, mas no se
limitou a esse perodo. Como lembra Coutinho (1976:200), as tradues de obras, sobretudo
latinas, contriburam para a existncia de um grande nmero de palavras cultas, no nosso
vocabulrio.
Em portugus, alguns adjetivos eruditos relacionam-se a substantivos populares, como nos casos
de gua / aquoso, cu / celeste ou celestial, dor / doloroso, fogo / gneo, ilha / insular, lei /
legislativo ou legal, luz / lcido, ms / mensal, neve /nvio, olho / ocular, ouro / ureo, paz / pacfico,
povo / popular, touro / taurino e vida / vitalcio, enquanto certos superlativos eruditos derivam-se de
adjetivos populares, por exemplo, crudelssimo / cruel, fidelssimo / fiel, pauprrimo / pobre.
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Por vezes, a unidade lxica erudita apresenta a mesma origem de outra popular, o que faz surgir,
ento, as chamadas formas divergentes (cf., por exemplo, afeio / afeco, avesso / adverso, bola
/ bula, bucho / msculo, chamar / clamar, chave/ clave, circo /crculo, coalhar / coagular, comprar /
comparar, contar / computar, cunhado / cognato, dobro / duplo, eira / rea, empregar / implicar,
escuro / obscuro, estreito / estrito, feio / faco, feitura / fatura, findo / finito, frio / frgido, frouxo
/fluxo, geral / general, grude / glten, herdeiro / hereditrio, leal / legal, leigo / laico, livrar / liberar,
logro / lucro, lugar / local, macho / msculo, madeira / matria, me / madre, mascar / mastigar,
meigo / mgico, meio / mdio, mido / minuto, pao/ palcio, palavra / parbola, pardo / plido,
partilha / partcula, pendncia / penitncia, pesar / pensar, primeiro / primrio, puir / polir, puxar /
pulsar, queimar / cremar, rao / razo, recobrar / recuperar, rezar / recitar, rijo / rgido, rolha /
rtula, rudo/ rugido, sarar / sanar, segredo / secreto, silvar / sibilar, siso / senso, sobrar / superar,
soldo / slido, soma / suma, teia / tela, teso / tenso, traio / tradio, vio / vcio. [3]
Mencione-se, ainda, a existncia, no lxico do portugus, das chamadas formas semicultas ou
semi-eruditas, espcie de meio-termo entre as cultas e as populares, as quais distinguem-se
dessas ltimas por apresent[arem] mudanas fonticas, mas no as mudanas sistemticas e
fundamentais que constituem o conjunto das leis fonticas do romano lusitnico e do
protoportugus Cmara Jr. (1991:semi-eruditos).
________________________________________
1 Embora a distino lxico / vocabulrio possa ser conveniente em alguns casos, no mbito deste trabalho,
os dois termos e seus derivados sero considerados sinnimos. Sobre a diferenciao lxico / vocabulrio, cf.
Alves (1990, vocabulrio crtico: lxicoe vocabulrio), Vilela (1997:31-2), Soares (1995:413-4), Cmara Jr.
(1991: lxico), Gallisson & Coste (1983: lxico), Estrela & Pinto-Correia (2001:113-4) e Dubois et al (1973:
lxico e vocabulrio).
2 Sobre a origem da populao instalada na Pennsula Ibrica poca da chegada dos romanos, Silva Neto
(1992:56) diz no ser fcil expor, com segurana, quais eram os povos que habitavam esse territrio. Contra
ns conspiram, de um lado, a carnciade informaes, de outro, a variedade e complexidade deles. De fato,
sobre a Pennsula desabaram, no curso dos sculos, numerosos e variados povos, uns como amigos e outros
como conquistadores.
Cardoso & Cunha (1978:133-4) mencionam os iberos, os celtas, os gregos e os fencios.
[3] Estudo bastante completo sobre formas divergentes pode ser encontrado em Cardoso & Cunha
(1978:captulo 7).
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(1838-44).
Atacando a idia de Raynouard, Schlegel em 1818 nas Observations sur la Langue
et la Littrature des Troubadours relacionou as lnguas romnicas com o latim vulgar.
Mais tarde, em 1835, Jorge Cornewall Lewis em An Essay on the Origin and Formation
of the Romance Languages liquidou definitivamente a teoria de Raynouard.
Os estudos romnicos progrediam.
Em 1831, Loureno Diefenbach, em Ueber die jetzigen romanischen Schriftsprachen,
estoudou a origem e o parentesco das lnguas literrias romnicas, tratando especialmente
do rtico e do sardo.
Em 1836 Frederico Diez Publica o primeiro tomo de sua monumental Grammatik
der Romanischen Sprachen (fontica), a qual ia dar Filologia Romnica a sua verdadeira
organizao. O segundo tomo (morfologia) saiu em 1838.
Bernardino Biondelli descobre em 1840 a lngua dlmata, quando trabalhava em seu Atlante
Linguistico dEuropa.
Em 1844 sai o terceiro tomo da Gramtica de Diez (sintaxe) e em 1852 o Etymologisches
Wrterbuch der Romanischen Sprachen, que vem completar a gramtica.
Depois de vinte anos de hibernao, a Filologia Romnica sai do seu torpor em 1872 com a
publicao do primeiro nmero da revista Romania, dirigida por Gaston Paris.
A Romania foi seguida em 1877 por outra revista importante, a Zeitschrift fr Romanische
Philologie, dirigida por Grber.
Em 1880, apareceu o Grundriss der Romanischen Philologie, obra de carter enciclopdico,
coordenada por Gustavo Grber.
Des anos depois, em 1890, Guilherme Meyer-Lbke publica o primeiro tomo de sua
Grammatik der Romanischen Sprachen (fontica), que vem pr em dia a de Diez.
Em 1891 sai o Latein-Romanisches Wrterbuch, de Krting, o qual nem superou o dicionrio
de Diez nem tornou dispensvel o de Meyer-Lbke.
Em 1894 sai o segundo tomo da Gramtica de Meyer-Lbke (morfologia). Em 1899,o terceiro (sintaxe). O
mesmo Meyer-Lbke, em 1901, publica sua Einfhrung in das Studium der Romanischen
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Sprachwissenschaft. Em 1910, Edouard Bourciez publica os lments de Linguistique Romane, obra de alto
valor didtico, a qual apresenta a originalidade de fazer o estudo da fase do latim vulgar e da fase romnica
primitiva preceder o das lnguas atuais. Em 1911 Meyer-Lbke entregou aos prelos o primeiro fascculo do
seu monumental Romanisches Etymologisches Wrterbuch (mais conhecido sob a abreviatura REW), cujo
ltimo fascculo s sairia em 1920.
correspondncia unvoca: h fonemas que so representados por mais que uma letra, como
acontece, por exemplo, com o r duplo (rr _ carro), do mesmo modo que h letras que
correspondem a mais que um fonema, como o caso de X, que tanto tem o valor de KS, como
de Z, como de CH (txi, exame, enxame).
Os fonemas classificam-se em trs grupos: VOGAIS, SEMIVOGAIS e CONSOANTES:
VOGAIS: so fonemas produzidos pela corrente de ar expirado dos pulmes que, fazendo
vibrar as cordas vocais, ganha a cavidade bucal e se escoa livremente;
SEMIVOGAIS: so os i e u, quando formam slaba com uma vogal. Caracterizam-se pelo
timbre, prprio das vogais, e pelo rudo, prprio das consoantes;
CONSOANTES: so fonemas produzidos pela corrente de ar expirado dos pulmes que,
fazendo ou no vibrar as cordas vocais, interceptado na cavidade bucal por um obstculo.
1. VOGAIS
1.1. Segundo o papel das cavidades bucal e nasal, as vogais agrupam-se em:
a) ORAIS: a, e, i, o, u;
b) NASAIS: , ~e, ~i, , ~u.
1.2. Segundo o ponto de articulao:
a) Mdias: a;
b) Anteriores: e, i;
c) Posteriores: o, u.
1.3. Quanto ao timbre:
a) Abertas: , , ;
b) Fechadas: , ;
c) Reduzidas: a (vida), e (vale), o (fino).
1.4. De acordo com a Intensidade:
a) Tnicas: sop, s;lido, sof, peru, sa, etc.;
b) tonas: casa, vale, sop, sofri, etc..
2. ENCONTROS VOCALICOS
So trs os casos que fazem parte do que denominamos de "Encontros
Voclicos": Ditongos, Tritongos e Hiatos.
2.1. O DITONGO resulta de um encontro entre uma VOGAL + uma SEMIVOGAL, ou de uma
SEMIVOGAL + uma VOGAL, dentro da mesma slaba: pai; rei; heri; quando; etc..
fcil depreender que haver diferentes tipos de DITONGOS, segundo a especificidade das
vogais que os compem e a combinao que se estabelece entre elas. Assim, temos a considerar,
pela natureza das vogais, DITONGOS ORAIS __ formados por vogais orais: produzidas pelo
aparelho fonador, mas sem a interveno das narinas __ e DITONGOS NASAIS __ formados por
vogais nasais: quando produzidas com auxlio das fossas nasais __; e, pelo teor da combinao
entre as vogais que os corporizam, DITONGOS CRESCENTES (semivogal antes da vogal)
e DITONGOS DECRESCENTES (vogal antecedendo a semivogal).
DITONGOS CRESCENTES e DITONGOS DECRESCENTES
Este tipo de ditongos respeita apenas a combinao das vogais a (=), e (=) e o (= ou )
com i ([i]) e u ([u]), das quais s as duas ltimas (i e u) podem realizar-se quer como vogais ([i], [u])
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quer como semivogais ([j], [w]). O o pode, em alguns casos, formar ditongo __ como sucede em
certas ocorrncias -io __, tendo nessas situaes um valor idntico ao da semivogal [w].
Denominam-se DITONGOS CRESCENTES (orais e nasais) os que se formam pela
combinao SEMIVOGAL (realizao fnica parcial) + VOGAL (realizao fnica plena):
qual:- [wa]
Lingustica: -[wi]
cinquenta - [w~e]
Denominam-se DITONGOS DECRESCENTES (orais e nasais) aqueles que so formados pela
combinao VOGAL (realizao fnica plena) + SEMIVOGAL (realizao fnica parcial):
em [aj]: ai!, sai, vai;
em [aw]: mau, pau, calhau, etc.
em [j]: papis, etc.
em [j]: heri, constri, etc.
em [uj]: fui, Tui, Rui, etc.
em [j] __ grafia em -e, -i-, -em (em posio final absoluta) e -en- (no interior de
palavras derivadas): me, cibra, benzinho; etc.
em [w] __ grafia em -o e -am: mo, vejam;
em [j] __ grafia em -e: pe, sermes;
2.2. TRITONGOS
Quando o encontro entre vogais formado por SEMIVOGAL + VOGAL + SEMIVOGAL,
denomina-se tritongo.
Pela natureza das vogais que o constituem, teremos tritongos orais e tritongos nasais:
__ orais:
em [waj]: Uruguai;
em [wj]: enxaguei;
em [wej]: enxaguei;
em [wiw]: delinquiu;
__ nasais:
em [ww]:saguo;
em [wj]:sagues;
etc.
2.3. Encontros intraverbais e interverbais.
Os encontros voclicos ocorrem quer no interior dos prprios vocbulos (intraverbais =
intravocabulares) quer entre dois vocbulos contguos (interverbais = intervocabulares).
2.3.1. HIATO. __ Assim, temos a considerar o HIATO, que o encontro de duas vogais, dentro
da mesma palavra, mas pertencendo cada uma delas a slabas diferentes (isto , no formando
ditongo):lua = lu-a; nua = nu-a; rua = ru-a; piada = pi-a-da; feriado = fe-ri-a-do; etc.
2.3.2. SINRESE, DIRESE e SINALEFA:
Porm, ao nvel da realizao oral __ e tambm por questes de mtrica, na versificao __
transforma-se frequentemente o hiato em ditongo. Neste caso estaremos perante o que se
denomina deSINRESE (o que acontece com os
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agrupamentos ae, ao, ea, ee, eo, ia, ie, io, oa, oe, ua, ue, uo, uu): du-e-lo > due-lo; du-un-vi-ra-to
> duun-vi-ra-to, etc.
Mas pode igualmente acontecer o contrrio, ou seja, transformar-se o que normalmente
constituiria um ditongo em hiato. A este fenmeno d-se o nome de DIRESE (o que sucede
habitualmente com os agrupamentos ai, au, ei, eu, iu, oi, ui): vai-da-de > va-i-da-de; sau-da-de >
sa-u-da-de; di-ur-no > diur-no; etc.
Se a ditongao de um hiato se opera no no interior da prpria palavra mas entre vocbulos
contguos, d-se-lhe o nome de SINALEFA (o que acontece frequentemente na versificao:
"O-amor de guardar dios
agrada-ao meu corao:
como-um dia sem sol
a raiva na servido" (Carlos de Oliveira)
3. AS CONSOANTES
a) Quanto ao ponto de articulao:
_ BILABIAIS: P, B e M
_ LABIODENTAIS: F e V
_ LINGUODENTAIS: T e D
_ ALVEOLARES: S, C e ; S e Z; R e RR; L; N
_ PALATAIS: X e CH; G e J; LH; NH
_ VELARES: C (K) e Q; G (gue).
b) Quanto ao modo de articulao e FUNO DAS CORDAS VOCAIS, temos:
__ OCLUSIVAS, sudivididas em:
_ SURDAS: P, T, C (K) e Q.
_ SONORAS: B, D e G (gue).
__ As CONSTRITIVAS, que se subdividem em:
_ FRICATIVAS SURDAS: F, S, C, , X e CH.
_ FRICATIVAS SONORAS: V, S, Z, G e J.
_ VIBRANTES SONORAS: R e RR.
_ LATERAIS SONORAS: L e LH.
c) Quanto interveno da cavidade bucal e nasal, temos a considerar que, exceptuando as
nasais M, N e NH, todas as outras so orais.
3.1. ENCONTROS CONSONANTAIS
Como acontece com as vogais, tambm as consoantes apresentam agrupamentos
consonantais.
Podemos considerar trs tipos de encontros consonantais:
a) Encontro Consonantal Puro, correspondendo ao agrupamento de consoantes pertencentes
a uma mesma slaba, como bl, br, cl, cr, dr, fl, fr, gl, gr, pl, pr, tl, tr, vr (blin-da-do, brin-car, claro,cra-vo, dra-go, pa-dre, flor, fra-de, re-fro, glu-to, re-gra, pla-ni-fi-car, du-plo, pra-ta, atlas, tra-zer, pa-la-vra).
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Apostila de Lngua Portuguesa V
Alm destes grupos h tambm outros, de relativa frequncia, como gn, mn, pn, ps, pt, tm,
que, em posio inicial, se apresentam sempre inseparveis (gno-mo, mne-mo-t-cni-co, pneum-ti-co, psi-co-l-gi-co, pti-a-li-na, tme-se).
Porm, quando ocorrem em interior de palavra, devido tenso da pronncia, podem ser
articulados ora numa s slaba __ di-gno, ri-tmo __, ora em slabas distintas __ di-g-no, ri-t-mo
(geralmente soando com um som voclico intercalado entre as duas consoantes: dig(ue)no /
dig(ui)no; rit(e)mo / rit(i)mo)
b) Encontro Consonantal Disjunto, coresponder a agrupamentos consonantais, mas cujas
consoantes pertencem a slabas diferentes, como pt e ct: ap-to, aspec-to; etc.
c) Encontro Consonantal Fontico, quando uma consoante tem realizao equivalente a
duas consoantes distintas, como sucede com X, que, em diversos casos, se pronuncia [ks]: a-xi-la
= a-ksi-la; ne-xo = ne-kso; etc.
3.2. DGRAFOS
Antes de mais, convm advertir que nunca se dever confundir letras com aquilo que
denominamos de vogais e de consoantes. As LETRAS apenas servem para representar sons, os
quais correspondem a vogais ou a consoantes.
DGRAFO o agrupamento de duas letras que equivale representao de um nico fonema.
Neste sentido, distingue-se perfeitamente dos encontros consonantais, em que cada letra do grupo
corresponde a fonemas distintos.
Os principais dgrafos consonantais so:
__ CH: representa a palatal [1] __ som que tambm se obtm atravs da letra x (lixa: [li1A]):
ficha, flecha, despacho, fecho, feche, cacho, etc.
__ LH: simboliza a lateral [?]: velho, telha, coelho, atilho, lhe, Julho, etc.
__ NH: simboliza a lateral [V]: tenho, tinha, Junho, punho, etc.
__ RR: representa, entre vogais, a vibrante velar [R] (equivalente ao som da letra r em incio de
palavra: rato, ralo, etc.): arremeter, arredar, carro, carril, etc.
__ SS: representa, entre vogais, a fricativa linguodental (ou dorsodental) [s] (equivalente ao
som da letra s, em incio de palavra: sbio, sal, etc.): assar, assado, massa, amassar, etc.
ACENTO TNICO
No Latim Clssico a posio do acento tnico tinha a ver com a quantidade de slabas:
__ no existiam oxtonas (agudas);
__ Os dissbabos eram paroxtonos (graves);
__ os polisslabos variavam entre paroxtonos (graves) e proparoxtonos (esdrxulos):
paroxtonos, se a antepenltima slaba era longa (amAtur); proparoxtonos, se a antepenltima
slaba era breve (legImus).
No Latim Vulgar, a noo de quantidade acabou por perder-se e deu lugar intensidade. Por
isso, as vogais deixam de ser consideradas longas e breves e passam a distinguir-se
entre tonas e tnicas.
Esta passagem da quantidade intensidade, operada no Latim Vulgar, teve por base estas
duas constantes:
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Apostila de Lngua Portuguesa V
10. Ditongao
11. Monotongao (Reduo)
12. Apofonia
13. Metafonia
A lngua constituda por 'palavras'. As palavras, no escrito, so formadas por 'letras' que
representam "materialmente" os sons que produzimos no oral.
As palavras no tiveram sempre a forma que hoje apresentam. Como se sabe, a Lngua
Portuguesa gerou-se numa progressiva emancipao face a outras lnguas, que lhe so anteriores,
das quais se destaca o Latim. Ao longo de sculos foi sofrendo alteraes, umas mais tnues
outras mais profundas, at se constituir como sistema lingustico autnomo. s modificaes a que
foi sujeita ns chamamos METAPLASMAS.
Estes Metaplasmas manifestam-se de quatro modos:
I. Por adio, ou acrescentamento, ou aumento;
II. Por supresso, ou reduo;
III. Por transposio;
IV. por transformao.
I.METAPLASMAS POR AUMENTO (ADIO)
1. Prtese
PRTESE. __ Consiste no acrescentamento de um fonema em incio de vocbulo:
stare > estar
Spiritu > esprito
Scutu > escudo
thunu > atum
mostrar > amostrar
levantar > alevantar
A aglutinao do antigo artigo rabe __ al __ constitui uma maneira especial de prtese:
lacuna > alagoa
Minacia > ameaa
2. Epntese
EPNTESE. __ o nome que se d ao acrescentamento de um fonema em interior de palavra:
stella > estrela
Humile > humilde
Umero > ombro
A Epntese possui uma modalidade denominada suarabcti, que consiste na intercalao de
uma vogal para desfazer um grupo de consoantes:
plano > pro > poro
Blatta > brata > barata
Grupa (do germnico Kruppa) > garupa
Tambm se inclui neste fenmeno o acrescentamento do I intervoclico, para desfazer o hiato.
catena > cadea > cadeia
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Apostila de Lngua Portuguesa V
4. Crase
CRASE. __ o nome que se d fuso de duas vogais iguais numa s:
pede > pee > p
Colore > coor > cor
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Apostila de Lngua Portuguesa V
PALATALIZAO. __ A Palatalizao
consiste na transformao de um ou mais
fonemas numa palatal. Geralmente isto
acontece com:
__ n + vogal (e, i) > NH:
vinea > vinha
aranea > aranha
seniore > senhor
junio > junho
__ l + vogal (e, i) > LH:
palea > palha
folia > folha
juliu > julho
__ d + vogal (e, i) > J:
video > vejo
hodie > hoje
invidia > inveja
__ pl, cl, fl > CH:
pluvia > chuva
implere > encher
clave > chave
masculu > masclu > macho
flamma > chama
inflare > inchar
__ cl, pl, gl > LH:
oculu > oclo > olho
apicula > apecla > abelha
scopulu > scoplo > escolho
tegula > tegla > telha
__ sc, ss (i, e) > X:
pisce > peixe
passione > paixo
miscere > mexer
russeu > roxo
__ s (i) > J:
cerevisia > cerveja
basiu > beijo
ecclesia > igreja
9. ASSIBILAO
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Apostila de Lngua Portuguesa V
VOCALISMO
Por VOCALISMO entende-se a evoluo dos fonemas voclicos, na sua passagem do latim
para o portugus.
__ No Latim Clssico apresentava cinco vogais: a, e, i, o e u. Estas, segundo a quantidade,
podiam ser breves ou longas. E a estas diferenas de quantidade encontrava-se tambm
associada uma diferena de timbre. Assim:
e i o u (longas) : eram abertas;
e i o u (breves) : eram fechadas
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Apostila de Lngua Portuguesa V
Latim Vulgar
Portugus
a (longo) e a (breve)
e (longo)
e (aberto)
e (breve) e i (longo)
e (fechado)
i (breve)
o (longo)
o (aberto)
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Apostila de Lngua Portuguesa V
o (breve) e u (longo)
o (fechado)
u (breve)
7 vogais
7 vogais
10 vogais
II.VOGAIS TONAS
I. VOGAIS TNICAS:
As vogais tnicas da Lngua Portuguesa
sofreram as alteraes semelhantes s que
caracterizam o Latim Vulgar.
As vogais tnicas, pela persistncia da
sua tonicidade, mantiveram-se:
afrese:
eruditas na lngua.
III. DITONGOS
vogais simples.
Na passagem para o portugus temos:
__ae > :
caelu > cu
__au > ou ou au:
__oe > /:
poena > pena
cousa e coisa
latina: au e ou (oi).
5. Por ocluso (fechamento ou abrandam
Contudo, fcil constatar que a lngua
portuguesa apresenta mais ditongos. O
romnica).
CAUSAS DA DITONGAO:
amais
A formao dos ditongos ter resultado de
B. DITONGOS NASAIS
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Apostila de Lngua Portuguesa V
como S no
Portugus).
2.2. As consoantes mediais
sonoras
ou
sofreram
sncope
(desapareceram), ou permaneceram, ou
alteraram-se:
2.2.1. b- Modificou-se em v:
faba > fava
caballu > cavalo
ibam > ia
praebenda > prenda
2.2.2. d - Sofreu sncope:
sedere > ser
pede > p
fidele > fiel
2.2.3. g - ou sofreu sncope:
-ina
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Apostila de Lngua Portuguesa V
a)
ou
transformaram-se,
respectivamente, em BR e GR:
blandu > brando
blancu > branco
glute > grude
b)
ou
reduziram-se,
respectivamente, a L e a N:
glattire > latir
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5.2.
MEDIAL
5.2.1. Os grupos prprios internos
contendo a lquida R, quando precedidos de
consoante, no sofrem modificao:
membru > membro
mostrare > mostrar
scribire > escrever
exfricare > esfregar
5.2.2. Mas se o referido grupo
precedido de vogal, a primeira consoante
passa a ser tratada com intervoclica, e,
neste caso, alm de poder sofrer sncope,
pode igualmente
a)
ou
sonorizar-se
(sofre
sonorizao: passa de surda a sonora):
latrone > ladro
lacrima > lgrima
capra > cabra
libru > livro
b) ou vocalizar-se (transforma-se
em vogal):
flagrare > cheirar
cathedra > cadeira
integru > inteiro
c) ou manter-se inaltervel:
integru > ntegro
nigru > negro
d) e, em certos casos, a lquida R,
da slaba tona, pode desaparecer por
dissimilao total:
aratru > arado
fratre > frade
>
coalhar
vetulu > vetlu > velho (
provvel que TL tenha primeiro passado a CL
__ veclu)
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diabrete,
diabrura,
>
madeixa
laxare > leixar (arcaico)
Sex > seis
Dixi > disse
Sexaginta > sessaenta >
sessenta
Nos grupos resultantes dos
prefixos ad, sub, e ab, d-se, geralmente, a
assimilao:
Substare > sustar
Subterrare > soterrar
Advocatu
>
avogado
madaixa
(arcaico)
Adversu > avesso
Subjectu > sujeito
E, raramente, a vocalizao:
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Apostila de Lngua Portuguesa V
__ RS: assimila-se:
persicu > pssego
persona > pessoa
__ MN: assimila-se:
>
paupare
>
poupar
Os grupos ML e MR, resultantes
da sncope de uma vogal desenvolvem uma
consoante de transio B:
simulante > sim'lante >
semblante
umeru > um'ro > ombro
5.4. GRUPOS DE CONSOANTES
+ SEMIVOGAL
Se tomarmos, por exemplo a
palavra "miliu", constatamos que ela tem trs
slabas, dado que o encontro final em hiato:
mi-li-u.
Este hiato final desaparecer, pela
passagem da vogal i a semivogal / j /,
originando ditongo: mi-lju (com duas slabas
apenas).
Depois, este encontro entre a
consoante L com a semivogal / j / sofre
palatalizao em LH: miliu > milho.
5.4.1. LY (L + I com valor de
semivogal) sofre palatalizao em LH:
conhecer
__ ora passa a IX:
pisce > peixe
__ LT: o L vocaliza-se:
Alteru > altru > outro
Multu > muito
__ LC: o L vocaliza-se:
>
conselho
5.4.2. NY (N + I com valor de
semivogal) sofre palatalizao em NH:
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Apostila de Lngua Portuguesa V
ciconia
>
ciconya
>
cegonha
spongia
>
spongya
>
esponja
NOTA: H no entanto casos em
que o D e G, nos encontros DY e GY, foram
tratados como consoantes intervoclicas,
sofrendo, por isso a sncope (o que quer dizer
que a vogal I no passou para IODE, isto ,
no se consonantizou):
pao
capitia > capitya > cabea
sperantia > sperantya >
esperana
3.4) EPNTESE:
pneu > peneu
obter > obeter
etc.
3.5) DITONGAO:
saudar (sa-u-dar) > sau-dar
arruinar (ar-ru-i-nar) > arrui-nar
3.2)
ensurdecimento:
3.1) AFRESE:
Est > t
Espera > pra
Jos > Z
Ainda > inda
Etc.
APCOPE
etc.
3.6) MONOTONGAO:
>
estramblico
ou
etc.
3.10) HIPRTESE:
meteorologia
>
metereologia
lagartixa > largatixa
etc.
3.11) METTESE:
perguntar > preguntar
barganha > braganha
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paraleleppedo
>
paraleppedo
infalibilidade > infabilidade
3.14) DESDOBRAMENTO:
sintaxe
('sintasse')
>
mximo
('mssimo')
>
'sintacse'
'mcsimo'
entretenimento
>
entretimento
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