Modelo de Monografia Esep

ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DO PORTO
CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM 4ANO

ENSINO CLNICO NA COMUNIDADE (OPCIONAL)
PARENTALIDADE:
VISITA DOMICILIRIA FAMLIA E AO RECM-NASCIDO NOS PRIMEIROS SETE DIAS
Porto, 2014
ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DO PORTO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM 4ANO
ENSINO CLNICO NA COMUNIDADE (OPCIONAL)
PARENTALIDADE:
VISITA DOMICILIRIA FAMLIA E AO RECM-NASCIDO NOS PRIMEIROS SETE DIAS
Discentes:
Sandrina Carvalho, ep3916
Docente Orientador:
Professora Ana Vilar
Enfermeiro Orientador:
Enf. Joel Moura
Porto, 2014
A visita domiciliria constitui uma estratgia de suporte e ajuda purpera e famlia, que permite
intervir em diferentes reas: de educao, interao, orientao e autonomia
(Almeida, 2012, p. 34)
AGRADECIMENTOS
O meu primeiro agradecimento vai para a Professora Ana Vilar, pela

disponibilidade e partilha de conhecimentos, orientando-me na realizao deste
trabalho com a exigncia e o rigor que lhe caracterstico.
Ao enfermeiro Joel Moura, que como tutor do ensino clnico proporcionou-me
sempre novas experincias e partilhou o seu conhecimento, contribuindo para o
desenvolver da minha aprendizagem, com vista a autonomia no servio, tendo em conta
ser este o ltimo ensino clnico. A ele, muito obrigado.
s enfermeiras Carolina e Conceio, que sempre auxiliaram quando assim foi
necessrio.
equipa multidisciplinar pela excelente parceria nos cuidados e pela constante
boa disposio que caracterstica desta equipa.
A todos, Muito Obrigado!
NDICE
NOTA INTRODUTRIA
....................................................................................................... 6
1.
TRANSIO PARA A PARENTALIDADE .......................................................................... 8
2.
FAMLIA E RECM-NASCIDO NOS PRIMEIROS SETE DIAS ............................................. 13
2.1 DIFICULDADES SENTIDAS PELA FAMLIA .................................................................... 14

2.2 IMPORTNCIA DA CONSULTA DE VISITA DOMICILIRIA PARA A FAMLIA E RECMNASCIDO ........................................................................................................................ 17
3.
O PAPEL DO ENFERMEIRO NA CONSULTA DE VISITA DOMICILIRIA FAMLIA E AO
RECM-NASCIDO ............................................................................................................ 21
CONCLUSO................................................................................................................... 29
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 31
ANEXO .......................................................................................................................... 35
ANEXO I FOLHETO PARENTALIDADE SAUDVEL ....................................................... 36
ANEXO II - FASES E ACTIVIDADES DE UMA VISITA DOMICILIRIA ...................................... 39
NOTA INTRODUTRIA
O presente trabalho foi realizado, no mbito do Ensino Clnico Opcional na

Comunidade, inserido no plano curricular do quarto ano do Curso de Licenciatura em
Enfermagem, da Escola Superior de Enfermagem do Porto, no ano letivo 2013/2014.
O Ensino Clnico decorreu na Unidade de Sade Familiar Viver Mais, no Castelo da
Maia, num total de 330 horas.
Foi-me proposta a realizao de uma monografia, tendo por base uma reviso
bibliogrfica, onde o tema escolhido deveria ir de encontro s necessidades sentidas e
detetadas na prestao de cuidados na instituio em questo, com o intuito de
contribuir com estratgias para a resoluo dessas mesmas necessidades para obter
ganhos em sade e prestar os melhores cuidados possveis.
A presente monografia tem como tema: Parentalidade: visita domiciliria
famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete dias, pois desde h um sculo atrs,
quando os partos passaram do ambiente familiar para os hospitais, e at aos dias de
hoje, a durao do internamento hospitalar tem diminudo. A maioria das purperas
permanece cerca de dois a trs dias no hospital, tendo em conta se foi submetida a um
parto eutcico ou distcico, respetivamente. Este facto fez com que a necessidade de
cuidados de enfermagem por parte da famlia e do recm-nascido aumentasse, sendo
que, durante o primeiro ms de vida do recm-nascido, normalmente os contactos que a
famlia tem com a equipa de sade, nomeadamente com o enfermeiro, so para
vigilncia do peso do recm-nascido e a realizao do rastreio de doenas metablicas,
que muitas vezes j efetuado no hospital, anteriormente alta. O tempo que decorre
desde a alta clnica do hospital at ao momento em que a famlia e o recm-nascido tm
consulta com o enfermeiro ou mdico de famlia, poder ser de cerca de 28 dias, sendo
esta a altura em que a purpera tem a consulta de reviso do puerprio e o recmnascido tem a primeira consulta de sade infantil (Mendes, 2012). Contudo, durante
este perodo que surgem as principais dificuldades: na adaptao aos novos papis e
no cuidar do recm-nascido, as alteraes fsicas e emocionais da purpera, pelo que
se
torna
importante
seu
acompanhamento
Sandrina Carvalho, ep 3916
mais prximo. O novo elemento exige uma readaptao do universo familiar, sendo o
relacionamento familiar reajustado (Bobak et al., 1999).
A Visita Domiciliria uma das actividades mais importantes no cuidado de
enfermagem ao indivduo, famlia e comunidade, pois permite o conhecimento da
realidade e do contexto em que os mesmos se inserem, possibilitando um cuidado mais
prximo e individualizado, transmitido autoconfiana famlia, respondendo s suas
dvidas e potencializando o seu desempenho. Neste sentido, a prtica da visita
domiciliria permite a construo de vnculos, proporcionando mais conforto e
oportunidade para que a famlia apresente as suas reais condies de vida, o que
permite ao enfermeiro relacionar esta realidade com as necessidades identificadas bem
como os cuidados de enfermagem possveis de serem realizados, tornando-o real e
humanizado, voltado tanto para os aspectos fsicos como emocionais. Apresenta-se
ento, como uma forma nica de encontro entre o enfermeiro, o recm-nascido e a
famlia, principalmente por se tratar de um ambiente conhecido e seguro para os
mesmos (Bernardi et al., 2011).
Na Unidade de Sade Familiar Viver Mais, a visita domiciliria no efetuada,
pelo que considerei importante e como objetivos pessoais, aumentar e aprofundar os
conhecimentos acerca deste tema e refletir nas possveis estratgias para que os
enfermeiros possam combater as necessidades da famlia e do recm-nascido.
Para a realizao deste trabalho foi efetuada uma pesquisa bibliogrfica,
recorrendo evidncia cientfica fidedigna, atravs da consulta de artigos de
investigao, livros e dissertaes que trabalharam e investigaram sobre o tema em
questo, em bases de dados como a scielo, B-on, EBSCO, entre outros.
Neste sentido, a monografia encontra-se divida em trs partes: um primeiro
captulo onde se debrua sobre a transio da parentalidade focando-se assim, nas
alteraes recorrentes da parentalidade e a sua adaptao, um segundo captulo que se
debrua sobre a famlia e o recm-nascido nos sete primeiros dias, que ter como
subcaptulos as dificuldades sentidas pela famlia e ainda a importncia da consulta de
visita domiciliria para a famlia e recm-nascido. Para finalizar, um captulo que
traduz o papel do enfermeiro na consulta de visita domiciliria famlia e ao recmnascido.
| Parentalidade: visita domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete

dias
1.
TRANSIO PARA A PARENTALIDADE
Os enfermeiros so os profissionais de sade que passam mais tempo com as

pessoas que esto a vivenciar transies, sendo o conceito de transio central para a
enfermagem, segundo Schumacher e Meleis (1994), Cit. por Magalhes (2011).
A enfermagem tem como foco da sua ateno, apoiar os clientes nas transies
vivenciadas ao longo da sua vida e facilitar a perceo de bem-estar, mestria, nvel de
funcionamento e conhecimento, que sero necessrias para ultrapassar a transio de
forma saudvel (Meleis e Trangenstein, 1994 Cit. por Magalhes 2011). importante
realar que o enfermeiro interage com o cliente que faz parte de um contexto
sociocultural e que est a viver uma transio. Esta interaco entre o enfermeiro e
cliente realiza-se com um prepsito que conduz a ao do enfermeiro para a promoo
e recuperao da sade (Meleis, 2007 Cit. por Magalhes, 2011).
Assim, o cliente deve ser perspectivado, segundo Meleis (2005, p.107) Cit. por
Magalhes (2011, p. 15), como um:
(...) ser humano com necessidades especficas que est em
constante interaco com o meio envolvente e que tem a
capacidade de se adaptar s suas mudanas mas, devido
doena, risco de doena ou vulnerabilidade, experimenta ou est
em risco de experimentar um desequilbrio.
Mercer et al. (1988, p.144), Cit. por Magalhes (2011, p. 14), definem as
transies como pontos de mudana, os quais resultam no pressuposto de novos
papis e novas relaes, conduzindo a novas autoconcees.
Segundo Meleis et al. (2000), a teoria das transies permite-nos caracterizar
as transies vividas pelo individuo, tendo em conta a sua natureza, as condies
facilitadoras e inibidoras da transio e, ainda, os padres de resposta. A transio
no apenas um evento, pressupe uma reorganizao e auto-redefinio do indivduo
e famlia para agregar a mudana na sua vida (Bridges, 2004; Kralik, Visentin e Loon,
2006), Cit. por Magalhes (2011).

dias
No que diz respeito natureza da transio, podemos classificar em quatro

tipos: desenvolvimental (transies que vivenciamos ao longo do ciclo de vida,
relacionadas

dias
com o desenvolvimento humano, como o caso da mudana para a adolescncia);
situacional (referem-se a situaes inesperadas, como a perda de um membro da
famlia); sade/doena (inclui transies de um estado de sade para um estado de
doena) e, por fim, a organizacional (representa transies no ambiente que podem ser
precipitadas por mudanas no meio social, politico, econmico, entre outras) (Pinto,
2009).
Relativamente ao padro, as transies podem ser consideradas simples
(quando ocorre apenas uma mudana na vida da pessoa) ou ento mltiplas (em que a
pessoa vivencia vrias mudanas na sua vida). Dentro das mltiplas, as transies
podem ser sequenciais, simultneas, relacionadas ou no relacionadas (Meleis et al.
2000).
Em relao s propriedades (elementos que caracterizam a forma como cada
um vive a transio), estas remetem-se consciencializao (a pessoa tem conscincia
que est a viver uma transio), ao envolvimento (a pessoa sente-se envolvida em todo
este processo de transio), s mudanas e diferenas (conscincia das mudanas e
diferenas que ocorreram) e, por fim, aos eventos crticos (eventos crticos que
decorrem na transio e das mudanas) (Meleis et al., 2000).
Como acima descrito, todas as transies so responsveis por mudanas na
vida das pessoas, pelo que tm implicaes na sua sade e bem-estar. Contudo, tornarse pai ou me uma transio especialmente crtica porque por um lado permanente
e por outra, a forma como vivenciada influencia no s para os prprios Pais como
tambm a sade e desenvolvimento do recm-nascido (Martins 2008, Cit. por
Magalhes, 2011).
A transio para a parentalidade uma transio desenvolvimental, dado que
esta requer uma definio ou redefinio dos papis do cliente ou do familiar
envolvido, sendo afetada por diversas caractersticas pessoais, como os significados
atribudos gravidez, parentalidade e ao nascimento, s expetativas, nveis de
conhecimento e habilidade e o bem-estar fsico e emocional (Meleis et al., 2000 Cit. por
Gracs, 2011). Os Pais ficam ento estimulados a adquirir novas estratgias para
ultrapassar a crise, readaptando-se aos seus novos papis. (Demickm, Bursik e Dibiase
Stetson, 2002 Cit. por Zagonel et al., 2003). A readaptao e o desempenho dos novos
papis frente parentalidade, exige tambm a adaptao ao novo ser, conciliando a
criana real com aquela fantasiada durante todo o perodo gestacional.
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dias
A vivncia da transio para a parentalidade um fenmeno complexo que
requer interiorizao, aprendizagem de novos conhecimentos e aquisio de novas
habilidades para o assumir do novo papel (Vieira, 2008 Cit. por Zacarias, 2011).
Porm, esse processo nem sempre to simples e rpido, requer a utilizao de
recursos internos e externos, disponveis ou no pela famlia ou comunidade, para
ultrapassar os obstculos e barreiras. Assim, a transio para a parentalidade
influenciada pelas circunstncias pessoais e sociais, o status socioeconmico, o
conhecimento e a preparao para a parentalidade (Vieira, 2008 Cit. por Zacarias,
2011). O suporte que a famlia tem e os recursos pessoais e da comunidade so
essenciais para que a transio seja vivida de forma saudvel.
Segundo Mendes (2007, p. 1) Cit. por Zacarias (2011, p. 30):
O Ps-parto um perodo marcado pela grande
vulnerabilidade emocional para ambos os pais (). Precedido de
uma gravidez que envolveu grandes mudanas ao nvel dos
ajustamentos fisiolgicos (sbita mudana hormonal, fadiga,
desconforto fsico, entre outros), e psicossociais (preparao
para a parentalidade), outras mudanas acontecem no parto e
ps-parto que podem agravar as situaes pr-existentes
(inexperincia em cuidar do filho; mudanas da rotina diria,
consolidao da relao me/filho, pai/filho, relao conjugal e
relacionamento familiar) .
O puerprio um perodo marcado pela grande vulnerabilidade fsica e
emocional para a purpera, perodo que implica mudanas e consequentes
reajustamentos ao papel parental e da toda a famlia (Almeida et al., 2012).
No que diz respeito adaptao da me ao novo papel Edwards (2002), Cit. por
Zagonel et al., (2003), evidncia trs fases evidentes neste perodo: a fase dependente, a
fase dependente-independente e a fase interdependente. As caractersticas da fase
dependente esto relacionadas com a adaptao, o que leva em mdia 24 horas ou at
dois dias, cujo enfoque est em si mesma, nomeadamente no conforto, repouso e
recuperao do parto. A segunda, fase dependente-independente inicia no segundo ou
terceiro dia e dura de dez dias a vrias semanas. O enfoque est no cuidado ao recmnascido e na aquisio de competncia em desempenhar esse cuidado. um perodo
em que a purpera lida com desconfortos fsicos e a famlia como um todo, com as
mudanas emocionais. A fase interdependente acontece quando a famlia movimenta-se
sob a forma de uma unidade, como membros em interao e ocorre a reafirmao do
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dias
relacionamento com o companheiro, retomada da atividade sexual e resoluo dos
papis individuais.
A parentalidade representa deste modo, um enorme esforo tanto fsico como
psicolgico e so momentos que se apresentam como crises evolutivas e de extrema
vulnerabilidade (Relvas, 2004 Cit. por Zacarias, 2011). Deste modo, para Canavarro
(2001, p. 36) Cit. por Zacarias (2011, p. 31 ) os processos de gravidez e maternidade,
como mudanas que so implicam stress. Logo, estas alteraes no ciclo de vida
familiar so um dos focos de interveno de enfermagem. No entanto, os Pais revelam
insegurana e demonstram-se pouco satisfeitos com a informao que recebem durante
a gravidez ou aps o parto, especialmente os que so Pais pela primeira vez (Vieira,
2008 Cit. por Zacarias, 2011). Torna-se assim fulcral repensar e reflectir sobre os
cuidados de enfermagem e a importncia que os enfermeiros tm no cuidar em
situaes de transio, nomeadamente na transio para a parentalidade.
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dias
2.
FAMLIA E RECM-NASCIDO NOS PRIMEIROS SETE DIAS
Durante a primeira semana de vida do recm-nascido, os Pais tm de se

adaptar s mudanas que acontecem tanto a nvel fsico como psicolgico e relacional,
decorrentes das modificaes impostas dinmica famlia, que so inerentes
presena de um novo membro na famlia (Bobak, et al.,1999 Cit. por Silva, 2006)
Os primeiros dias aps o parto so ricos em experincias e so sentidos pelos
Pais e profissionais de sade como determinantes para o sucesso da transio e
adaptao e ainda para o desenvolvimento do recm-nascido. Este envolvimento do pai
fulcral para o equilbrio familiar e para o desenvolvimento saudvel da criana. O
pai e a me complementam-se e o processo de vinculao do recm-nascido d-se com
ambos os progenitores, sendo a interao destes com o recm-nascido diferente
(Ramos, 1990,1993,2004 Cit. por Silva, 2006).
Muitos profissionais de sade que tm contacto com os Pais que esto a
vivenciar esta fase do ciclo de vida, consideram que ambos necessitam de
conhecimentos e aquisio de competncias parentais em relao ao autocuidado ao
recm-nascido e ao seu desenvolvimento e ainda em relao prpria purpera, ao
nvel das suas transformaes fsicas, j que apresentam na maioria das vezes
insegurana (Silva, 2006).
Os Pais vo aprendendo sobre si prprios enquanto prestadores de cuidados e
ao mesmo tempo vo aprendendo com os seus filhos, na medida em que o recmnascido apresenta competncias que lhe permite interagir com o meio e com as pessoas
que o rodeiam, sendo capaz logo nos primeiros tempos de vida estabelecer laos
afetivos com os Pais.
Assim sendo, o perodo ps-parto considerado um momento privilegiado para
a realizao de aes de promoo de sade famlia.
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dias
2.1 DIFICULDADES SENTIDAS PELA FAMLIA
Como j foi referido, aps a alta hospitalar surgem as dificuldades em relao

aos cuidados ao recm-nascido, s alteraes fsicas e emocionais da purpera e
adaptao parentalidade.
De acordo com Afonso (1999) Cit. por Silva (2006), este processo pode ser
desencadeado por fatores pessoais, fatores relacionados com a gravidez e o parto,
fatores familiares e fatores relacionados com o recm-nascido.
Fatores pessoais, como a idade da purpera, projeto de gravidez e maternidade,
gravidez anterior, histria clnica, vivncias anteriores de cuidar de recmnascido e conhecimentos acerca do perodo de puerprio;
Fatores relacionados com a gravidez e o parto, como o planeamento e a forma
como foi vivenciada a gravidez, vigilncia no decorrer da mesma, vivncias
sobre o parto e apoio durante o perodo de puerprio;
Fatores familiares, como o nvel socioeconmico, relao conjugal, existncia
de um projeto de vida familiar e relao da purpera com a famlia de origem;
Fatores relacionados com o filho, no que diz respeito ao beb imaginrio e o
beb real, interao que a me consegue estabelecer com o filho e
desenvolvimento do vnculo me-pai-recm-nascido.
Neste sentido, podemos dividir em trs grupos as dificuldades que podem ser
vivenciadas pela famlia durante o perodo do puerprio, nomeadamente: dificuldades
associadas fisiologia do parto e puerprio, dificuldades psicossociais e dificuldades
nos cuidados ao recm-nascido.
No que diz respeito s dificuldades associadas fisiologia do parto e puerprio,
nos primeiros dias que precedem o parto as purperas referem frequentemente, dores
ou desconforto, afirmando ser uma experincia desagradvel e geradora de mal-estar.
No entanto, estas so muito pessoais e subjetivas e as formas de expresso podem ser
diversas, dependendo de fatores culturais, do local e ambiente em que a purpera est
inserida, da sua forma de lidar com a dor e da causa da prpria dor, que podem ser
dores abdominais, dor na regio perineal, dores nas mamas, dores musculares e
articulares. A obstipao e as hemorroidas, muitas vezes presentes neste perodo,
podem tambm ser geradores de dor ou desconforto. Este desconforto sentido pela
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dias
purpera acarreta dificuldades na realizao do seu prprio autocuidado (Afonso,
1999 Cit. por Silva, 2006).
Relativamente s dificuldades psicossociais, comum surgir dificuldades na
purpera a nvel psicossocial, que se refletem pelo presena de fadiga, alteraes
emocionais, falta de disponibilidade para o autocuidado e na sua relao com os
outros, nomeadamente, com o recm-nascido, com o cnjuge e com a famlia (Afonso,
1999 Cit. por Silva, 2006).
A gravidez induz uma vulnerabilidade psicolgica na mulher, como fruto dos
perodos de crise que lhe so prprios. O aparecimento destas perturbaes, que
surgem no ps-parto, est associado a vrios fatores, nomeadamente a alteraes
hormonais decorrentes do parto, diferenciao entre a mulher e o recm-nascido, ou
seja, a identificao do filho com uma pessoa separada (Maldonado, 1982; Canavarro,
2001 Cit. por Silva, 2006), o confronto entre o beb imaginrio e o beb real e as suas
caractersticas especficas, a alteraes das relaes e rotinas familiares, pelo impacto
do nascimento da criana na vida familiar, o assumir de novas responsabilidades,
necessitando de prescindir de alguns interesses prprios, os novos papis a
desempenhar pelos Pais que obrigam a um () assumir de um novo estatuto em
termos de identidade, no qual se destacam o processo de autonomia progressiva em
relao famlia de origem e a disponibilizao de investimentos para () uma
relao afectiva com o beb (Figueiredo, 1994, p. 77 Cit. por Silva, 2006, p. 41).
Existem trs tipos de perturbaes psicolgicas que podem ocorrer na mulher
aps o nascimento de um filho (Figueiredo, 1994 Cit. por Silva, 2006):
Blues ps-parto
Depresso ps-parto
Psicose puerperal
Segundo Tavares (1990) Cit. por Silva (2006), o blues ps-parto caracterizado
pela prevalncia de um humor depressivo, crises de choro, irritabilidade, ansiedade,
labilidade emocional, confuso, perturbao do sono e do apetite, astenia e sentimentos
de incapacidade em relao ao cuidar do recm-nascido. Para ser efectuado este
diagnstico, necessrio que estejam presentes quatro destes sintomas conjuntamente.
As dificuldades nos cuidados ao recm-nascido esto muitas vezes associadas a
sentimentos de ansiedade e de insegurana e a informaes contraditrias de
familiares, amigos e da prpria informao recolhida na internet, que nem sempre
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dias
fidedigna. Estudos demonstram a existncia de dificuldades no perodo ps-parto,
nomeadamente, o estudo de Afonso (1999, p. 16) Cit. por Silva (2006, p. 49), que refere
que as purperas mencionaram a presena de muitas dificuldades neste perodo, como
por exemplo, Em perceber, em cada momento, as necessidades do filho, relacionadas
com a alimentao do filho, receio de no conseguir cuidar bem do filho, relacionadas
com a eliminao intestinal do filho e relacionadas com os cuidados ao coto
umbilical, entre outras.
No que diz respeito amamentao as dvidas e dificuldades so habitualmente
frequentes no incio do puerprio, principalmente no domiclio aps a alta, isto porque,
no que concerne ao aleitamento materno, muitas vezes aps a chegada a casa que
acontece a subida do leite, no tendo a purpera o apoio que tinha anteriormente no
hospital. A amamentao pode vir a provocar desconforto, principalmente ao nvel das
mamas e mamilos, levando muitas mulheres a desistir da amamentao pela ocorrncia
de mastites, fissuras e dor. Alguns estudos portugueses apontam que cerca de 90% das
mes portuguesas iniciam aleitamento materno ainda na maternidade, no entanto,
quase metade das mes desiste de dar de mamar durante o primeiro ms de vida do
beb. (Sandes, Nascimento, Figueira, Gouveia, Valente, Martins, Correia, Rocha, &
Silva, 2007; Graa, Figueiredo & Conceio, 2011 Cit. por Almeida et al., 2012).
Num estudo realizado por Graa (2003) Cit. por Silva (2006) com primparas,
foram identificadas dificuldades na realizao dos cuidados de higiene. Este facto
deve-se em parte inexperincia, despoletando assim dificuldades na prestao de
cuidados de higiene e conforto ao recm-nascido, manifestandose por sentimentos de
insegurana e medo em manusear ou segurar no recm-nascido e dvidas em relao
mobilizao, posicionamento, higiene e vesturio do mesmo. (Afonso, 1999 Cit. por
Silva, 2006).
A famlia revela ainda dificuldades nas caractersticas fsicas do recm-nascido e na
sua evoluo, desde as caractersticas da pele, s variaes do peso nos primeiros dias,
ao processo de cicatrizao do coto umbilical, s caractersticas das fezes e ainda
preveno de acidentes.
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2.2 IMPORTNCIA DA CONSULTA DE VISITA DOMICILIRIA PARA A FAMLIA E RECMNASCIDO
Segundo Rice (2004, p. 413) Cit. por Zacarias (2011, p. 34) O nascimento
envolve um perodo de recuperao, que deve ser supervisionado, bem como uma crise
de desenvolvimento, que a nova famlia deve resolver para se manter saudvel. A
necessidade da famlia se adaptar a esta situao de crise de desenvolvimento pode ser
colmatada com recurso a um programa de cuidados domicilirios no ps-parto. A
visita domiciliria uma das atividades mais importantes no cuidado de enfermagem
ao indivduo, famlia e comunidade, pois permite o conhecimento da realidade e do
contexto em que os mesmos se inserem.
Segundo Garcia (1997, p. 27) Cit. por Zacarias (2011, p. 35):
Podemos definir cuidados domicilirios como um
conjunto de actividades que resultam de uma planificao prvia,
desenvolvida pelos profissionais que integram a equipa
multidisciplinar de cuidados de sade e tem como objetivo
proporcionar cuidados de sade, incluindo a promoo,
proteco, tratamento e reabilitao com a responsabilizao do
utente e da sua famlia, e colaborao com os profissionais de
sade, no domiclio dos clientes (...) .
A visita domiciliria uma arte comunitria que v a famlia no seu todo,
concentrando a sua ao na promoo da sade, preveno da doena, tratamento e
reabilitao. No entanto, atualmente a prtica de cuidados no domiclio,
maioritariamente realizada por situao de doena (Zacarias, 2011).
A prtica da visita domiciliria pelo profissional de sade permite uma maior
aproximao com a realidade vivenciada pela famlia. Sendo assim, conhecer o
domiclio e saber atuar neste espao, so estratgias que podem facilitar e ajudar a
famlia na concretizao do seu projeto de vida e de sade. Assim, a visita domiciliar
um importante instrumento para o processo de educao em sade, por se constituir
num conjunto de saberes e prticas orientadas para a promoo da sade (Bernardi et
al., 2011).
A evidncia cientfica aponta a visita domiciliria como importante na ateno
dos cuidados de sade primrios, como forma de cuidado mais humanizado famlia e
ao recm-nascido. Possibilita um cuidado mais prximo e individualizado, para se
conhecer a realidade e ao mesmo tempo transferir autoconfiana famlia,
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dias
respondendo s suas dvidas e potencializando o seu desempenho. Neste sentido, a
prtica da visita domiciliria permite a construo de vnculos, afinal, proporciona um
ambiente proveitoso para um atendimento mais humanizado, com objetivo de realizar
promoo da sade e melhorar a qualidade de vida dos familiares envolvidos. O
cuidado em domiclio pode proporcionar mais conforto e oportunidade para que a
famlia apresente as suas reais condies de vida (Bernardi et al., 2011). Apresenta-se
ento, como uma forma nica de encontro entre o enfermeiro, o recm-nascido e a
famlia, principalmente por se tratar de um ambiente conhecido e seguro para os
mesmos.
A visita domiciliria deve ser entendida como uma das diferentes estratgias de
interveno utilizada na prestao de cuidados de enfermagem junto da famlia
(Bernardi et al., 2011), isto porque, as necessidades de aprendizagem dos novos pais
surgem: durante a gravidez, durante a hospitalizao e no regresso a casa (Zacarias,
2011).
Apesar da importncia de todas estas etapas na interiorizao e aquisio de
conhecimentos e habilidades destacam-se as necessidades de aprendizagem em casa,
pois com a constante diminuio da durao do internamento hospitalar, a capacidade
de resposta em cuidados de enfermagem s necessidades da famlia e recm-nascido
pode estar comprometida pela no satisfao dessas mesmas necessidades e pela no
deteo precoce de problemas associados ao puerprio. Assim, com a diminuio do
tempo de hospitalizao h uma maior necessidade das famlias se apoiarem nos
enfermeiros e nos recursos da comunidade para a satisfao das suas necessidades.
Por outro lado, aps o nascimento do recm-nascido e j no domiclio, a famlia
depara-se com uma diversidade de fatores em relao ao ambiente envolvente que
influencia o seu bem-estar (Zacarias, 2011), j que no tem um profissional em casa,
como quando no hospital. Neste sentido, seria bom que os conhecimentos e as
competncias adquiridas no hospital, fossem pelo menos as necessrias para promover
o bem-estar da famlia e do recm-nascido, at uma prxima interveno do enfermeiro, idealmente no domiclio e ainda na primeira semana ps-parto (Mendes, 2012).
Frequentemente, o acompanhamento da famlia e do recm-nascido aps a alta
do hospital no se efetua de uma forma organizada nem regular, com exceo das
grvidas de risco que so referenciadas. Durante o primeiro ms de vida do recmnascido, normalmente os contactos que a famlia tem com a equipa de sade,
18

dias
nomeadamente com o enfermeiro, so para vigilncia do peso do recm-nascido e para
a realizao do rastreio de doenas metablicas, que muitas vezes j efetuado no
hospital, anteriormente alta. Conclui-se ento que o tempo que decorre desde a alta
clnica do hospital at ao momento em que a famlia e o recm-nascido tm consulta
com o enfermeiro ou mdico de famlia, poder ser de cerca de 28 dias, sendo esta a
altura em que a purpera tem a consulta de reviso do puerprio e o recm-nascido tem
a primeira consulta de sade infantil (Mendes, 2012). Contudo, durante este perodo
que surgem as principais dificuldades na adaptao aos novos papis e no cuidar do
recm-nascido pelo que se torna importante o seu acompanhamento. De acordo com
Graa (2003) Cit. por Silva (2006), essencial que os enfermeiros atuem nos locais
onde o recm-nascido se desenvolve e no seu contexto familiar. Neste sentido a visita
domiciliria um meio fundamental de atuao no mbito da promoo da sade nos
cuidados de sade primrios. O ambiente domicilirio privilegiado para a actuao
do enfermeiro, na medida em que se encontra no seio da famlia e onde todas as
interaces e relaes se desenvolvem naturalmente.
Segundo a DGS (2002, p. 6) Cit. por Silva (2006, p. 79), de importncia
extrema () desenvolver os meios que possibilitem a visita domiciliria,
essencialmente pelo enfermeiro, pois esse um elemento fundamental da vigilncia da
promoo de sade, em particular, nos dias seguintes alta da maternidade ().
A prestao de cuidados de sade domicilirios permite a continuidade dos
cuidados prestados em contexto hospitalar, pelo que a visita domiciliria de
enfermagem assume um papel de destaque, constituindo-se como meio de apoio, ensino
e aconselhamento para que cada famlia adquira competncias e ultrapasse, com
sucesso, as dificuldades inerentes a esta etapa da vida. A OMS e a UNICEF
recomendam visitas domicilirias na primeira semana de vida para diminuir a
mortalidade e morbilidade dos recm-nascidos, referindo que estes atendimentos devem
ser prestados de forma continua, com a finalidade de ligar as famlias e a comunidade
aos servios de sade (OMS/UNICEF, 2009 Cit. por Pacheco, 2012).
Os programas de sade devem ser desenvolvidos para que as famlias tenham
acesso a cuidados continuados desde a gravidez, passando pelo nascimento e
continuando pela infncia, ao contrrio de obterem cuidados fracionados. Segundo a
OMS (2005) Cit. por Mendes (2012), no faz sentido prestar cuidados criana ao
19

dias
mesmo tempo que se ignora a sade da me ou oferecer assistncia me durante o
parto sem prestar cuidados ao recm-nascido.
20

dias
3.
O PAPEL DO ENFERMEIRO NA CONSULTA DE VISITA DOMICILIRIA FAMLIA E

AO RECM-NASCIDO
O enfermeiro de famlia tem um papel multifacetado e o facto de ter uma grande

proximidade com as famlias, colocam-no numa posio privilegiada para constituir a
relao e ligao entre todos os profissionais que intervm no processo dos cuidados.
Desta forma, e segundos os Padres de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem,
So elementos importantes face promoo de sade
() a promoo do potencial de sade do cliente atravs da
optimizao do trabalho adaptativo aos processos de vida,
crescimento e desenvolvimento; o fornecimento de informao
geradora de aprendizagem cognitiva e de novas capacidades pelo
cliente (Ordem dos Enfermeiros, 2001, p. 12 Cit. por Silva 2006,
p. 75).
Ao longo dos anos, embora com ligeiras diferenas, a interveno em
enfermagem est orientada para as necessidades das pessoas, para os problemas
decorrentes de desequilbrios e para as dificuldades de adaptao a situaes de stress.
Esta orientao sempre numa perspetiva holstica, valorizando a relao
interpessoal, o respeito pelos valores e cultura da famlia e a promoo do
autocuidado, procurando-se a participao da famlia nas tomadas de deciso de
forma a fomentar o potencial mximo da sua sade e bem-estar (Ribeiro, 1995 Cit. por
Silva, 2006). Para Lopes (1998, p. 27) Cit. por Silva (2006, p. 79), o profissional de
enfermagem, dados os amplos conhecimentos que possui, nomeadamente da famlia, e
pelo reconhecimento e aceitao, enfermeira de famlia ser possibilitada uma
interveno preventiva atravs de cuidados antecipatrios, em funo da etapa do ciclo
de vida daquela famlia.
O enfermeiro desenvolve uma interveno em parceria com os Pais onde
importante realar a necessidade dos profissionais possurem competncias e saberes
especficos, onde o respeito, a humildade, e a integridade pessoa so qualidades gerais
que devem modelar a sua interveno. Importa ainda ressaltar a importncia das
competncias comunicacionais que devem ser o veculo da prestao de cuidados com
os Pais, nomeadamente, a ateno, a escuta ativa, a empatia, e a resoluo de
problemas (Davis, Day & Bidmead, 2002 Cit. por Silva, 2006). De acordo com as
diretivas do Programa-tipo de Actuao de Sade Infantil e Juvenil, o enfermeiro deve
reconhecer os Pais como principais cuidadores dos seus filhos, pelo que as
21

dias
intervenes devem ser baseadas numa perspetiva de cuidados antecipatrios,
partilhando conhecimentos que possam ser facilitadores do desenvolvimento de
competncias parentais (DGS, 2002 Cit. por Silva, 2006).
cada vez mais frequente as famlias atuais serem predominantemente
nucleares, o que retira aos recm-Pais a vivncia das geraes anteriores onde a
observao, a participao e a troca de experincias relativas parentalidade eram
acontecimentos vulgares devido insero em famlias alargadas. O enfermeiro tem
assim um papel importante, no apenas na promoo e transmisso de informao ao
longo da gravidez, mas tambm no acompanhamento aps a sada do hospital, e ao
longo do perodo ps-parto. Deste modo, poder existir um acompanhamento da
famlia na sua transio para a parentalidade, favorecendo-se a competncia,
confiana e conforto (Williams, 1999 Cit. por Silva, 2006). Os cuidados desenvolvidos
em contexto das Unidades de Sade Familiares so fundamentais para ajudar a famlia
nesta fase inicial de prestao de cuidados ao recm-nascido, intervindo sempre no
reforo e na promoo da interao entre os membros da famlia, mobilizando os
conhecimentos acerca das suas competncias e das do recm-nascido (Silva, 2006).
Em Portugal, numa percentagem bastante significativa da populao o
acompanhamento da famlia e do recm-nascido aps o nascimento, do ponto de vista
da sade efectuado nos Centros de Sade (DGS, 2002 Cit. por Silva, 2006).
Com a reforma dos cuidados de sade primrios e consequente criao dos
Agrupamentos de Centros de Sade e respetivas unidades funcionais, a visita
domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros 15 dias de vida surge
integrada na carteira de servios de inmeras Unidades de Sade Familiar. O
enfermeiro de Famlia, o profissional que tem um contacto mais prximo com as
famlias e, conhece melhor as suas principais necessidades, o seu contexto
socioeconmico e os seus recursos e competncias. Assim, o profissional indicado
para a promoo de competncias parentais, pelo que a sua interveno junto da
famlia indispensvel ao nvel da prestao de cuidados, educao e promoo de
sade, pois encontra-se numa posio privilegiada para intervir na promoo de uma
vinculao positiva no seio da mesma (Silva, 2006).
O enfermeiro realiza atividades de vigilncia de sade e de promoo de sade
alm de outros cuidados de enfermagem, tendo um papel criativo e importante na
prestao de cuidados no domiclio (Silva, 2006).
22

dias
O desenvolvimento de competncias nas famlias, implica um processo gradual
de aprendizagem, que passa pelo reconhecimento entre Pais e enfermeiros das
competncias que j dominam e o estabelecimento de um plano de aquisio e
desenvolvimento dos conhecimentos e competncias que ainda necessitam de adquirir.
O estabelecimento desta relao de ajuda promove o desenvolvimento de
conhecimentos, habilidades e atitudes que vo permitir aos Pais cuidar dos seus filhos
de forma autnoma - empowerment. (Silva, 2006)
Os cuidados de enfermagem no domiclio envolvem mais que realizao de
tcnicas e procedimentos, englobam aspetos como a empatia, a preocupao, interesse
e apoio nas dificuldades, razo pela qual os enfermeiro deve apresentar-se, esclarecer
a razo da visita, dar conhecimento do tipo de ajuda que pode prestar e incentivar a
purpera a verbalizar as suas necessidades. A relao de ajuda assume-se assim como
imprescindvel na prestao de cuidados de enfermagem (Mendes, 2006).
Embora a principal interveno de enfermagem, durante a visita domiciliria
englobe aconselhamento, apoio, orientao antecipada ou acompanhamento, podem
ainda ser prestados cuidados de sade, como por exemplo efetuar tratamento ferida
cirrgica purpera ou colheita de sangue ao recm-nascido para rastreio metablico,
entre outros. O papel do enfermeiro no domiclio passa, tambm por ajudar os pais a
descobrir e interpretar os sinais do beb, facultando estratgias para interagir e cuidar
dele, disponibilizando informao e valorizando as competncias adquiridas. Assim
sendo, necessrio que o enfermeiro desenvolva um trabalho de parceria com a famlia
atravs do ensino, instruo, treino e superviso dos cuidados ao recm-nascido, at
que esta adquira autonomia e sinta confiana e segurana (Silva, 2006). O enfermeiro
tem ainda como papel, perceber os conhecimentos e as capacidades existentes e as
necessidades de aprendizagem da famlia, dando-lhe reforos positivos sobre as
capacidades de desenvolvimento das suas habilidades em cuidar do recm-nascido e
aumentando a sua autoestima e auto responsabilidade (Silva, 2006).
A visita domiciliria considerada importante e pertinente, sendo que na
prestao de cuidados de enfermagem famlia e ao recm-nascido, o respeito pelas
capacidades, crenas e valores e a empatia nas interaces estabelecidas constituem
elementos importantes para que esta seja bem sucedida. Neste sentido, a
implementao e consolidao de um novo olhar e redirecionamento prtica da visita
domiciliar, de forma estruturada sob uma viso de trabalho mais crtica e reflexiva,
23

dias
um desafio, sendo, no entanto, necessrio para proporcionar um cuidado domicilirio
cada vez mais rigoroso famlia e ao recm-nascido, com vista ao bem-estar e
minimizao da vulnerabilidade, morbilidade e at mesmo a mortalidade.
Como j referido ao longo desta monografia, embora a visita domiciliria
revele ganhos em sade, atualmente, ainda em muitas Unidades de Sade Familiar,
esta no realizada. Precisamente na Unidades de Sade Familiar Viver Mais, embora
reconhecida como importante e pertinente pela equipa multidisciplinar e mais
concretamente pelos enfermeiros, a visita domiciliria no realizada.
Contudo, perante a evidncia cientfica, cabe-me a mim, enquanto futura
enfermeira e atual aluna estagiria desta mesma instituio, ter uma viso reflexiva e
crtica sobre este tema e encontrar estratgias que possa de alguma forma satisfazer as
necessidades desta populao. Assim, nos dias em que os domiclios a realizar so
reduzidos, a oportunidade de realizar a consulta de visita domiciliria famlia e ao
recm-nascido, torna-se evidente. A visita domiciliria famlia e ao recm-nascido
dever ser realizada com carcter de educao para a sade e utilizada para avaliar as
reais necessidades de apoio famlia e ao recm-nascido e planear as intervenes
mais adequadas a cada situao.
importante realar que para que a interveno em contexto domicilirio seja
eficaz fulcral o estabelecimento de uma relao de confiana durante a gravidez.
Assim, ser necessrio utilizar estratgias de aproximao junto da famlia que est a
vivenciar a transio para a parentalidade. Para intervir em parceria com a famlia no
ps-parto, em contexto domicilirio, necessrio delinear objectivos, sendo eles,
segundo Zacarias (2011):
Despistar alteraes psicolgicas e comportamentais
Compreender as dinmicas familiares
Promover uma sexualidade saudvel
Despistar comportamentos de risco
o Alcoolismo, toxicodependncia e Tabagismo
Avaliar as condies socioeconmicas
Promover uma transio saudvel
Promover o autocuidado da purpera e do recm-nascido.
Promover a amamentao
Promover o desenvolvimento saudvel do recm-nascido
24

dias
o Promover
conhecimento
capacidades
da
purpera
sobre
amamentao/Promover conhecimento e capacidades dos Pais/famlia

para a preparao do bibero
o Promover o conhecimento e capacidades dos Pais/famlia sobre higiene
e conforto
o Promover o conhecimento e capacidades dos Pais/famlia sobre sono
o Promover o conhecimento e capacidades dos Pais/famlia Preveno de
acidentes
o Promover o conhecimento dos Pais/famlia sobre vacinao
o Promover o conhecimento dos Pais/famlia sobre diagnstico precoce
o Promover o conhecimento dos Pais/famlia sobre importncia das
consultas, para despiste de anomalias.
Tendo em conta a rea de interveno considero que a Promoo da Sade e
Educao para a Sade, vai de encontro aos objetivos anteriormente delineados, sendo
que a promoo da sade consiste no processo que visa aumentar a capacidade dos
indivduos e das comunidades para controlarem a sua sade, no sentido de a melhor.
(Carta de Otawa, 1986, p.1 Cit. por Pacheco, 2012, p.38).
A visita domiciliria requer vrias fases, nomeadamente o planeamento, o
estabelecimento dos objetivos da visita domiciliria, a implementao e a avaliao da
mesma (Anexo II).
SUGESTES DE INTERVENO
Sugesto 1: No domiclio, a abordagem deve ser clara e objetiva, o enfermeiro

dever apresentar-se famlia, explicar a sua funo e explicitar os objectivos da
visita.
importante que o enfermeiro mantenha sempre uma atitude profissional, evitando que
a visita seja considerada, erradamente, como uma actividade social mas, ao mesmo
tempo, que seja capaz de imprimir um carcter informal (Pacheco, 2012).
O enfermeiro observa o comportamento da famlia e identifica as competncias j
adquiridas, as dvidas e necessidades de aprendizagem existentes. Perante esta
observao, age em conformidade, reforando positivamente as competncias
demonstradas e desenvolvendo actividades de educao para a sade com vista ao
25

dias
esclarecimento de dvidas e capacitao para o autocuidado e prestao de cuidados
ao recm-nascido. A promoo dos cuidados antecipatrios realizados pelo enfermeiro
dever recair sobre comportamentos promotores de sade, sendo eles:
Ensinar os pais/famlia sobre alimentao do recm-nascido
o Ensinar sobre amamentao
Ensinar sobre benefcios da amamentao
Ensinar sobre sinais de boa pega
Ensinar sobre sinais de fome e saciedade
Ensinar sobre intervalo entre as mamadas
Ensinar sobre estratgias de estimulao durante as mamadas
o Ensinar sobre preparao do bibero
Ensinar os pais/famlia sobre eliminao
Ensinar os pais/famlia sobre higiene e conforto
o Ensinar sobre a escolha dos produtos de higiene a usar
o Ensinar sobre sinais de eritema da fralda/Estratgias de preveno e
tratamento
o Ensinar sobre cuidados ao coto umbilical e sinais de infeo
o Ensinar sobre como dar o banho, a sua frequncia e durao
Ensinar os pais/famlia sobre vesturio
Ensinar os pais/famlia sobre sono e repouso
Ensinar os pais/famlia sobre estimulao do recm-nascido
o Ensinar sobre estimulao sensorial
o Ensinar sobre escolha de brinquedos adequados estimulao
Ensinar os pais/famlia sobre segurana e preveno de acidentes
o Ensinar sobre medidas de preveno de queimaduras
o Ensinar sobre medidas de preveno da asfixia
o Ensinar sobre medidas de preveno de quedas
o Ensinar sobre medidas de segurana para transportar no automvel
o Ensinar sobre critrios de escolha dos brinquedos
Ensinar os pais sobre Sexualidade
Ensinar sobre sinais de alerta na purpera
Ensinar a purpera sobre autocuidado
(Silva, Palma & Gil, 2001 Cit. por Pacheco, 2012).
26

dias
importante realar que antes de executar estas intervenes, imprescindvel
perceber os conhecimentos que a famlia j tem, para que no haja sobreposio de
informao. Se possvel supervisionar o autocuidado prestado ao recm-nascido e
purpera.
No final da visita deve ser pedido famlia que realize um breve resumo do que
lhe foi transmitido e demonstrado, de modo a aferir as competncias adquiridas e
esclarecer possveis dvidas.
Sugesto 2: Tendo em conta, que o tempo possvel para a realizao das visitas
domicilirias reduzido quando comparado com as necessidades de informao destas
famlias, ser pertinente a elaborao e entrega de um folheto informativo, que
contenha os principais cuidados a realizar ao recm-nascido e o prprio cuidado s
purperas (Pacheco, 2012). (Anexo I)
Sugesto 3:Atualmente, os Pais so jovens e com fcil acesso internet pelo que
uma outra estratgia de atuar junto desta populao ser ao nvel da comunicao por
e-mail, videochamada ou at telefonema, que embora no substitu a presena fsica,
poder ajudar na resoluo e deteo de problemas e nas dvidas que estes Pais e
famlia possam ter. Na falta de meios econmicos ou at na impossibilidade por parte
da equipa para se deslocar ao domiclio, torna-se um meio facial, rpido e cmodo
para satisfazer as necessidades desta populao.
Sugesto 4: Uma outra estratgia para combater as necessidades desta
populao ser a criao de um site, que contivesse informao credvel e fivel sobre
os vrios aspetos relacionados com o autocuidado purpera e ao recm-nascido e
ainda que inclusse um espao em que pudesse existir troca de informaes entre os
enfermeiros. Assim, as famlias colocariam as suas dvidas e os enfermeiros acediam
ao site e clarificava-as.
Torna-se assim imprescindvel o acompanhamento purpera, recm-nascido e
famlia nos primeiros sete dias, no sentido de informar a esta populao da ajuda e
apoio que podero ter por parte dos enfermeiros, tanto ao nvel da transio que esto
a vivenciar como na prestao de cuidados ao recm-nascido e prpria purpera.
A visita domiciliria tem assim como finalidade, promover a parentalidade,
contribuindo assim para a promoo da sade e melhoria da qualidade de vida das
purperas, recm-nascidos e respectivas famlias. Est em consonncia com as
27

dias
orientaes da DGS que recomendam a visita domiciliria purpera e ao recmnascido,
nos
primeiros
dias
aps
alta
hospitalar
(DGS,
2002).
28
CONCLUSO
A transio para a parentalidade uma transio desenvolvimental, dado que

esta requer uma definio ou redefinio dos papis dos Pais e restante famlia, sendo
afetada por vrias caractersticas pessoais, como os significados atribudos gravidez,
parentalidade e ao nascimento, s expetativas, nveis de conhecimento e habilidade, o
planeamento ou no da gravidez, o bem-estar fsico e emocional (Meleis et al., 2000
Cit. por Gracs, 2011). Assim, os Pais adquirem novas estratgias para ultrapassar a
crise, readaptando-se aos seus novos papis. (Demickm, Bursik e Dibiase Stetson, 2002
Cit. por Zagonel, et al., 2003). Os enfermeiros, como profissionais privilegiados no que
diz respeito proximidade que tem com os clientes, facilitam e ajudaro na perceo
de bem-estar, mestria, nvel de funcionamento e conhecimento, que sero necessrias
para ultrapassar a transio de forma saudvel (Meleis e Trangenstein, 1994 Cit. por
Magalhes 2011).
Os cuidados domicilirios ps-parto devem constituir-se como um dos pilares
dos cuidados materno-infantis, garantindo a segurana e o bem-estar da purpera,
recm-nascidos e famlias, contribuindo para uma sociedade mais saudvel, traduzindo
deste modo, ganhos em sade.
Com a constante diminuio dos internamentos hospitalares, os Pais sentem-se
inseguros e apresentam algumas dvidas em relao aos cuidados a prestar ao recmnascido e o autocuidado da prpria purpera. Assim, conclui-se ser imprescindvel o
acompanhamento desta populao, que esta igualmente a vivenciar uma transio, com
todas as mudanas que esta acarreta.
A evidncia cientfica aponta a visita domiciliria como importante na ateno
de cuidados de sade primrios, como forma de cuidado mais humanizado famlia e
ao recm-nascido (Bernardi et al., 2011).
O papel do enfermeiro no domiclio passa assim por ajudar os pais a descobrir
e interpretar os sinais do recm-nascido, facultando estratgias para interagir e cuidar
dele, disponibilizando informao e valorizando as competncias adquiridas. Assim
sendo, o enfermeiro desenvolve um trabalho de parceria com a famlia atravs do
29
ensino, instruo, treino e superviso dos cuidados ao recm-nascido e prpria

purpera, at que esta adquira autonomia e sinta confiana e segurana (Silva, 2006).
O enfermeiro tem ainda como papel, perceber os conhecimentos e as capacidades
existentes e as necessidades de aprendizagem da famlia, dando-lhe reforos positivos
sobre as capacidades de desenvolvimento das suas habilidades em cuidar do recmnascido e aumentando a sua autoestima e auto responsabilidade (Silva, 2006).
Findado o trabalho, chega agora a altura de realizar uma reflexo crtica sobre
o trabalho desenvolvido, tendo em vista os objetivos propostos, o conhecimento
adquirido e as dificuldades sentidas. A realizao desta monografia foi bastante
desafiante e gratificante, j que permitiu aprofundar e consolidar conhecimentos e
conhecer a realidade do acompanhamento que feito famlia e ao recm-nascido na
primeira semana, qual a importncia da visita domiciliria para a famlia e recmnascido nesta fase do ciclo vital e qual o papel do enfermeiro e quais as estratgias que
podero ser utilizadas para que a visita domiciliria seja realizada e da melhor forma
possvel para obtermos ganhos em sade. Assim, atingi os objetivos propostos,
delineando estratgias para os enfermeiros poderem intervir de diversas formas,
conduzindo a Unidade de Sade Familiar para a comunidade, prestando os melhores
cuidados com a finalidade de obter ganhos em sade.
Contudo, ao longo da elaborao do trabalho deparei-me com algumas
contrariedades, que no entretanto foram superadas, nomeadamente, a dificuldade de
sntese, pois este tema tem bastante informao e tem vindo a ser alvo de investigao,
dada a constante diminuio dos internamentos hospitalares, aumentando as
necessidades das famlias no que concerne ao acompanhamento por parte dos
enfermeiros, pelo que foi necessrio ser criteriosa na seleo da informao.
As reunies realizadas com a professora orientadora do ensino clnico foram
importncia para delinear a estrutura da monografia e a sua prpria execuo, bem
como as discusses e reflexes com o meu enfermeiro tutor e colegas, que me
orientaram durante a realizao deste trabalho.
30
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PINTO, Maria do Carmo Gomes As vivncias experienciadas pelas mulheres
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33
ORDEM DOS ENFERMEIROS Competncias dos Enfermeiros Especialistas

em Sade Familiar, Sade Infantil e Peditrica e Sade Materna e Obsttrica
para o exerccio da visitao domiciliria purpera e ao recm-nascido. [Em
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SILVA. A - Cuidar do recm-nascido o enfermeiro como promotor das
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SILVA, L [et al] - Significados atribudos por purperas adolescentes
maternidade: autocuidado e cuidado com o beb. Texto & Contexto
Enfermagem. [Em linha]. Vol. 18, n. 1, (Janeiro/Maro, 2009), p. 48 56.
Florianpolis.
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29
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ZAGONEL, I [et al.] - O cuidado humano diante da transio ao papel materno:
vivncias no puerprio. Revista Eletrnica de Enfermagem. [Em linha]. Vol. 5,
n. 2, (2003), p. 24 32. [Consult. 30 Maio. 2014]. Disponvel em
<http://www.revistas.ufg.br/index.php/fen/article/view/784/881>
ZACARIAS, V - A arte da enfermagem comunitria na transio para a
parentalidade. Lisboa: Instituto de Cincias da Sade da Universidade Catlica
Portuguesa, 2011. Dissertao de Mestrado em Enfermagem Comunitria.
[Consult.
30
Maio.
2014].
Disponvel
na
Internet:
<http://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/9413/1/RELATORIO.pdf>
34
ANEXO
35
ANEXO I FOLHETO PARENTALIDADE SAUDVEL
ANEXO I
ANEXO II - FASES E ACTIVIDADES DE UMA VISITA DOMICILIRIA
ANEXO II
Fases
I Fase de iniciao
Actividades
Clarificar a fonte de encaminhamento
da visita
Clarificar o objectivo da visita
domiciliria
Partilhar informao com a famlia
sobre o motivo e objectivo da visita
domiciliria
II Fase de pr-visita
Iniciar contacto com a famlia
Validar com a famlia a percepo
sobre o objectivo
Determinar com a famlia a vontade de
ser visitada no domiclio
Marcar a visita domiciliria
Rever dados do encaminhamento e/ ou
os registos familiares
III Fase no domiclio
Apresentao e identificao
profissional
Interaco social para estabelecer
aproximao
Estabelecimento de relao enfermeiro
cliente
Implementao do processo de
enfermagem
IV Fase de trminus
Recapitulao da visita com a famlia
Planeamento de futuras visitas.
V Fase de ps-visita
Fazer o registo da visita
Fazer o plano para a visita seguinte
(Loveland-Cherry, C. (1999, p. 533) cit por Pacheco 2012)

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ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DO PORTO

CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM 4ANO

ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DO PORTO

VISITA DOMICILIRIA FAMLIA E AO RECM-NASCIDO NOS PRIMEIROS SETE DIAS

O meu primeiro agradecimento vai para a Professora Ana Vilar, pela

A todos, Muito Obrigado!

TRANSIO PARA A PARENTALIDADE .......................................................................... 8

FAMLIA E RECM-NASCIDO NOS PRIMEIROS SETE DIAS ............................................. 13

2.1 DIFICULDADES SENTIDAS PELA FAMLIA .................................................................... 14

O PAPEL DO ENFERMEIRO NA CONSULTA DE VISITA DOMICILIRIA FAMLIA E AO

O presente trabalho foi realizado, no mbito do Ensino Clnico Opcional na

Sandrina Carvalho, ep 3916

Sandrina Carvalho, ep 3916

| Parentalidade: visita domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete

TRANSIO PARA A PARENTALIDADE

Os enfermeiros so os profissionais de sade que passam mais tempo com as

Sandrina Carvalho, ep 3916

| Parentalidade: visita domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete

No que diz respeito natureza da transio, podemos classificar em quatro

Sandrina Carvalho, ep 3916

| Parentalidade: visita domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete

| Parentalidade: visita domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete

| Parentalidade: visita domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete

Sandrina Carvalho, ep 3916

| Parentalidade: visita domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete

FAMLIA E RECM-NASCIDO NOS PRIMEIROS SETE DIAS

Durante a primeira semana de vida do recm-nascido, os Pais tm de se

Sandrina Carvalho, ep 3916

| Parentalidade: visita domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete

2.1 DIFICULDADES SENTIDAS PELA FAMLIA

Como j foi referido, aps a alta hospitalar surgem as dificuldades em relao

Sandrina Carvalho, ep 3916

| Parentalidade: visita domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete

| Parentalidade: visita domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete

Sandrina Carvalho, ep 3916

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Sandrina Carvalho, ep 3916

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Sandrina Carvalho, ep 3916

| Parentalidade: visita domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete

O PAPEL DO ENFERMEIRO NA CONSULTA DE VISITA DOMICILIRIA FAMLIA E

O enfermeiro de famlia tem um papel multifacetado e o facto de ter uma grande

| Parentalidade: visita domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete

| Parentalidade: visita domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete

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| Parentalidade: visita domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete

amamentao/Promover conhecimento e capacidades dos Pais/famlia

Sugesto 1: No domiclio, a abordagem deve ser clara e objetiva, o enfermeiro

| Parentalidade: visita domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete

| Parentalidade: visita domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete

Sandrina Carvalho, ep 3916

| Parentalidade: visita domiciliria famlia e ao recm-nascido nos primeiros sete

Sandrina Carvalho, ep 3916

A transio para a parentalidade uma transio desenvolvimental, dado que

ensino, instruo, treino e superviso dos cuidados ao recm-nascido e prpria

Sandrina Carvalho, ep 3916

ALMEIDA, E [et al.] - Visita domiciliria no ps-parto: avaliao das