A Prática Pedagógica No Berçario - Maria - Carmem - Barbosa
A Prática Pedagógica No Berçario - Maria - Carmem - Barbosa
A Prática Pedagógica No Berçario - Maria - Carmem - Barbosa
O Ritmo Corporal
Desde o tero, a criana pequena concilia o seu ritmo corporal com o
da sua me: o ritmo da respirao, dos batimentos cardacos, os
movimentos, as vibraes da voz. Os sons de voz humana, dar
alimentos, acariciar, mexer, falar, aconchegar, cantar msicas todas
estas atividades trabalham com diferentes ritmos corporais. preciso
reaprender e cantar as cantigas de ninar, as rimas, as conversas
secretas ao p do ouvido e desde pequeninos, contar histrias para
as crianas.
O Balano Corporal
As crianas criam balanos de diferentes formas. Balanam no colo,
no p, se jogam para frente e para trs, fazem jogos audazes e jogos
suaves e precisam que o adulto lhes acolha com o corpo e lhes d
segurana. As crianas pequenas que se movem com liberdade, sem
restries, so as mais prudentes, j que aprendem a melhor
maneira de cair. O beb muito protegido ou com pouca experincia
no conhece seus limites e capacidades. Um certo grau de risco
necessrio para sobreviver e crescer. A criana competente por ela
mesma, curiosa, ativa e geralmente ser rica em iniciativas e
interesses pelo seu entorno.
A luta do beb para expressar-se e descobrir os seus limites vai durar
muito tempo. Ele precisa aprender a lidar com estes conflitos para
crescer seguro e forte. preciso apoiar, no interferir. Conhecer a
individualidade dos bebs, pois cada um tem seu jeito de relacionarse com o mundo.Os adultos necessitam aprender a controlar suas
ansiedades frente s tentativas e frustraes dos bebs. No acelerar
o desenvolvimento, seguir o ritmo das aquisies motoras
possibilitando desafios e movimentos livres e jogos independentes. O
Movimento
Os bebs constroem os seus territrios e suas identidades a partir
dos seus movimentos como o deslizar, engatinhar, sentar, ficar em
p, caminhar. Estes modos de se movimentar faz com que as
crianas consigam ver o mundo a partir de diferentes posies.
preciso deix-las se movimentar, criar espaos seguros mas com
obstculos/riscos para que elas possam constantemente andar, pular,
rastejar, cantar e danar. Viver tocando e sendo tocado.
A criana pequena tem uma imensa necessidade de fazer
movimentos e preciso que a creche oferea uma srie de atividades
que auxiliem a capacitar as crianas em seus movimentos. Como as
crianas de 0 a 3 anos esto com sua estrutura ssea incompleta
seus msculos precisam de um maior exerccio dirio para manter as
partes mveis em movimento e as partes estticas em equilbrio. No
incio desta faixa etria o movimento e a cognio esto muito
prximos.
O Brincar e o Jogar
Brincar uma atividade vivida sem propsitos e que realizamos de
maneira espontnea atendendo ao nosso desejo, ao nosso
emocionar, e isto acontece tanto na infncia como na vida adulta. Os
jogos e brincadeiras envolvem aspectos naturais, culturais e sociais,
tambm motores, afetivos e cognitivos.
A brincadeira surge a partir das relaes interpessoais e dos
elementos
existentes
nos
ambientes.
A
criana
entra
progressivamente na brincadeira do adulto, de quem ela
inicialmente o brinquedo, o espectador ativo e, depois, o real
parceiro. Aos poucos ela introduzida no espao e no tempo
particulares do jogo. A brincadeira surge com um convite como: Faz
de Conta que eu sou.... Ou ento com a expresso: Agora eu era o
heri... e o estabelecimento de algum tipo de regra que dura, no
mnimo, ao longo de toda a brincadeira.
Nas brincadeiras esto associadas aes e fices. As brincadeiras
agem em direo a socializao das crianas, e o brinquedo um
estmulo para a brincadeira. Os brinquedos e os espaos organizados
para a brincadeira orientam o tipo de jogo que pode vir a ser
construdo: o tipo de canto, a disposio lgica dos mveis, a
diversificao dos papis sugeridos, os materiais, possibilitam a
realizao de atividades estereotipadas ou ricas em inveno ou
diversidade.
importante para as crianas de 0 a 3 anos estarem num
ambiente aconchegante, tranqilo e pleno de materiais que agucem a
sua curiosidade e ao.(mas no hiperestimulante). Nesta faixa etria
as crianas gostam de brinquedos como mbiles-coloridos, brilhantes,
e que faam barulho- chocalhos, brinquedos para empilhar, martelar,
puxar e empurrar, com guizos ou outros estmulos sonoros, objetos
flutuantes, fios com contas, trapzios para o bero, brinquedos
desmontveis, copos ou caixas que encaixam umas nas outras,
blocos e argolas para empilhar, livros de papel, pano, plstico com
rimas, com ilustraes, brinquedos musicais, carrinhos, objetos para
caixa de areia, blocos de tamanho diferentes, bolas de diversos
tamanhos, utenslios de higiene de brinquedo, espelho, bonecas e
bonecos, fantasias, fantoches, bonecos de pelcia, quebra-cabeas
simples, bonecos de dar corda puxando um fio, bonecos que se
movimentam quando se puxa um fio, carretel com linha grossa e
muitos outros... no muito pequenos e bem coloridos.
Linguagem
Um dos grandes feitos entre os 0 e os 3 anos o da aquisio da
linguagem oral. Para que esta ocorra preciso que os educadores
acompanhem e intercedam no sentido de criar um ambiente cheio de
conversas, de pseudodilogos. Inicialmente o educador fala sozinho,
relata o que est ocorrendo na sala, coloca em palavras os
sentimentos e as aes do grupo. preciso muita conversa com os
bebs. No apenas dar ordens, proibies, respostas impessoais, mas
conversas com contedo, com vocabulrio rico, com informaes,
explicaes, opinies, felicitaes. Conversar e no apenas falar
mecanicamente. Escutar, falar, ouvir a resposta, responder. Explicar
os fatos que afetam a vida das crianas e a vida do grupo.
As crianas se comunicam desde cedo atravs da linguagem corporal
(gestos, sorriso, toques, choro, tossir, engasgos, espirros, gritos)
desde a mais tenra idade, mas o desenvolvimento da linguagem
propriamente dita aparece mais tarde. Ao observar um grupo de
crianas podemos verificar que de um estgio inicial onde no
utilizam palavras passam para o uso de sons, silabaes, palavrasfrase e finalmente a combinao de trs ou mais palavras construindo
frases. E desde sempre cantam...
Enfim
O papel do educador do berrio o de receber e conviver com
crianas bem pequenas auxiliando-as a construir a si e ao seu dia a
dia. tambm sua funo transmitir aquilo que conhece, isto , as
tradies culturais do seu grupo de pertinncia e, ao mesmo tempo,
abrir um novo mundo onde elas possam criar/produzir novas
experincias, novos conhecimentos.
Para isto o educador precisa dar-se conta que a educao dos
bebs acontece o tempo todo, nas atividades recorrentes do dia a
dia. Educar os bebs colocar-se junto s crianas para fazer a vida
acontecer. De modo criativo, agradvel, alegre ou silencioso, calmo.
Enriquecer a vida atravs dos seus detalhes: sentimentos, sensaes,
pequenos momentos que muitas vezes nos passam despercebidas.
Ao professor cabe planejar, observar, registrar as atividades
realizadas e acompanhar o como as crianas investigam o mundo,
suas curiosidades, assombros, risos. Trabalhar com bebs exige uma
slida formao nas mltiplas linguagens das crianas pequenas. E
como vimos com os eixos anunciados no incio, eles no se sustentam
sozinhos. Misturam-se, pois educar os bebs s pode ser feito numa
perspectiva de mundo onde o conhecimento no disciplinar.