Regulamento Dos Betões e Ligantes Hidráulicos
Regulamento Dos Betões e Ligantes Hidráulicos
Regulamento Dos Betões e Ligantes Hidráulicos
Decreto-Lei n. 445/89
de 30 de Dezembro
No quadro da actividade permanente de modernizao da regulamentao tcnica da construo
foram alterados os diplomas relativos s caractersticas e fornecimento dos cimentos e ao projecto
e construo de estruturas de beto e pr-esforado. Tornou-se, em consequncia, indispensvel
introduzir ajustamentos no Regulamento de Betes de Ligantes Hidrulicos, aprovado pelo
Decreto n. 404/71, de 23 de Setembro.
Os trabalhos que conduziram nova regulamentao foram realizados pela subcomisso respectiva
da Comisso de Reviso e Instituio de Regulamentos Tcnicos, do Conselho Superior de Obras
Pblicas e Transportes, com base em propostas do Laboratrio Nacional de Engenharia Civil.
Fica, assim, compatibilizada toda a regulamentao das construes de beto, embora se preveja, a
mdio prazo, no que se refere aos cimentos e betes, a necessidade da sua harmonizao com
normas unificadoras actualmente em estudo sob a gide da Comisso das Comunidades Europeias,
estudos estes em que o nosso pas participa.
Assim:
Nos termos da alnea a) do n. 1 do artigo 201. da Constituio, o Governo decreta o seguinte:
Artigo 1. aprovado o Regulamento de Betes de Ligantes Hidrulicos, que faz parte integrante
do presente diploma.
Art. 2. - 1 - revogado o Regulamento de Betes de Ligantes Hidrulicos, aprovado pelo Decreto
n. 404/71, de 23 de Setembro.
2 - So revogados os Decretos-Leis n.os 309/88, de 2 de Setembro, e 457/88, de 13 de Setembro.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 26 de Outubro de 1989. - Anbal Antnio Cavaco
Silva - Joo Maria Leito de Oliveira Martins - Lus Fernando Mira Amaral.
Promulgado em 1 de Dezembro de 1989.
Publique-se.
O Presidente da Repblica, MRIO SOARES.
Referendado em 6 de Dezembro de 1989.
O Primeiro-Ministro, Anbal Antnio Cavaco Silva.
REGULAMENTO DE BETES DE LIGANTES HIDRULICOS
CAPTULO I
Disposies gerais
Artigo 1.
Artigo 2.
Tipos de betes
Os tipos de betes considerados no presente Regulamento so os seguintes:
Tipo B - beto que caracterizado por determinada resistncia mecnica;
Tipo BD - beto que caracterizado pela durabilidade em meios ambientes agressivos.
Artigo 4.
Qualidades de betes
Artigo 6.
Classes de betes do tipo BD
1 - As classes de betes do tipo BD considerados no presente Regulamento so as seguintes:
Classes 1 - beto que caracterizado pela durabilidade quando em contacto com guas de elevada
agressividade qumica;
Classes 2 - beto que caracterizado pela durabilidade quando em contacto com guas de
moderada agressividade qumica;
Classe 3 - beto que caracterizado pela durabilidade quando exposto em ambientes em que a
temperatura pode atingir, com frequncia, valores inferiores a 5C.
2 - A definio da agressividade qumica das guas em contacto com o beto dada no quadro III
do anexo II.
3 - No caso de peas de grande espessura - beto em grandes massas - cuja superfcie esteja em
contacto com ambientes agressivos, a utilizao dos betes do tipo BD s imposta numa camada
superficial cuja espessura seja suficiente para isolar a massa de beto da aco agressiva do
ambiente exterior. A fixao desta espessura deve ser objecto de justificao em funo das
condies particulares de cada caso.
4 - Os betes do tipo BD devem ser das qualidades mnimas indicadas no quadro IV do anexo II
em funo da classe a que pertencem. Estes betes, no caso de serem fabricados em central
industrial, devem, independentemente da classe, ser sempre da qualidade 1.
Artigo 7.
Designao dos betes
A designao de um beto ser, em geral, constituda por uma sigla formada pela sucesso dos
indicativos do tipo, da classe e da qualidade.
CAPTULO II
Componentes do beto
Artigo 8.
Ligantes
Inertes
1 - Os inertes devem apresentar resistncia mecnica, forma e composio qumica adequadas para
o fabrico do beto a que se destinam. Exige-se tambm que os inertes no contenham, em
quantidades prejudiciais, pelculas de argila ou qualquer outro revestimento que os isole do ligante,
partculas moles, friveis ou demasiadamente finas, matria orgnica e outras impurezas.
2 - Nos casos em que seja necessrio proceder comprovao de caractersticas dos inertes, devem
efectuar-se os correspondentes ensaios, cujos resultados tero de satisfazer as condies indicadas
no quadro VI do anexo II.
3 - A apreciao das caractersticas dos inertes, no que se refere resistncia mecnica conferida
aos betes, pode ser feita por meio de ensaios comparativos de um beto fabricado com os inertes
em causa e de um beto fabricado com inertes de caractersticas comprovadas, possuindo os dois
betes a mesma granulometria de inertes, a mesma dosagem de ligantes e a mesma dosagem de
gua, ou a mesma consistncia, e utilizando o seguinte critrio: o valor mdio da tenso de rotura
por compresso ou por flexo aos 28 dias do beto fabricado com os inertes em apreciao no
deve ser inferior a 90% do correspondente valor do beto que serve de padro. Porm, se o inerte
em apreciao for uma areia, o estudo comparativo pode ser efectuado por meio de argamassa.
4 - No caso de betes do tipo BD das classes 1 e 2 destinados a ficar em contacto com guas do
mar ou com guas que contenham sulfatos em quantidades apreciveis, os inertes a utilizar no
devem, no ensaio de determinao da reactividade com os sulfatos em presena de hidrxido de
clcio, para uma durao de ensaios de seis meses, conduzir a fendilhao dos provetes ou a
extenses de alongamento de valor superior a 0,5 x 10, no caso de provetes de argamassa, ou 1,0 x
10, no caso de provetes cortados de rocha donde provm o inerte.
5 - Os inertes a utilizar no fabrico de betes do tipo BD da classe 3 devem satisfazer as condies
indicadas nas alneas seguintes:
a) No apresentar, no ensaio de determinao da resistncia desagregao pela aco de soluo
de sulfato de magnsio, perdas superiores a 15%, no caso de areias, e a 18%, no caso de godos ou
britas, aps cinco ciclos de ensaio; quando no ensaio se utilizar soluo de sulfato de sdio, os
valores a satisfazer sero, respectivamente, 10% e 12%;
b) No possuir partculas que flutuem em lquidos de densidade igual a 2,00 - partculas leves - e
que sejam retidas no peneiro de 300 (mi)m de abertura em teores superiores a 0,5%, no caso de
areias, e a 1,0%, no caso de godos ou britas.
Artigo 10.
gua
1 - A gua de amassadura no deve conter materiais em suspenso, sais dissolvidos e matria
orgnica em quantidades prejudiciais.
2 - Nos casos em que seja necessrio comprovar as caractersticas da gua referidas no n. 1, deve
proceder-se sua anlise e os resultados tero de satisfazer os limites indicados no quadro VII do
anexo II.
Artigo 11.
Adjuvantes
Os adjuvantes que haja necessidade de empregar devem, em geral, ter a sua utilizao sancionada
pela experincia. No caso de no haver experincia da sua aplicao, devem ser submetidos a
ensaios que provem a sua eficincia e inocuidade.
Artigo 12.
Quantidades de halogenetos, de sulfuretos, de sulfatos e de lcalis contidas nos componentes
1 - Os componentes do beto, ou seja, ligantes, inertes, gua e adjuvantes, no devem conter, em
conjunto, quantidades de halogenetos, de sulfuretos, de sulfatos e de lcalis que sejam prejudiciais
ao beto e s armaduras que este contenha.
2 - Nos casos em que seja necessrio comprovar a condio indicada no n. 1, deve proceder-se a
ensaios de todos os componentes, de modo a verificar se so respeitados os limites indicados no
quadro VIII do anexo II.
Composio do beto
Artigo 13.
Critrios gerais
1 - A composio do beto deve ser estabelecida de modo que este satisfaa as caractersticas que a
sua utilizao impe - tipo, classe e qualidade - e tendo em ateno os componentes disponveis e
as condies particulares de fabrico, transporte, compactao e cura. A composio do beto deve,
alm disso, respeitar as disposies dos artigos 14. a 18.
2 - A composio do beto deve ser expressa atravs dos elementos indicados nas alneas
seguintes:
a) Tipo, classe e qualidade do beto;
b) Natureza e dosagem do ligante;
c) Identificao, caractersticas, granulometria e mxima dimenso dos inertes e quantidades a
empregar por cada categoria de inerte;
d) Razo gua/ligante, referida aos inertes secos;
e) Natureza e dosagem dos adjuvantes, quando utilizados.
3 - No boletim de fabrico a que se refere o artigo 35. deve ser indicada a composio especificada
para o beto.
Artigo 14.
b) A consistncia do beto;
c) Outros elementos relativos a determinadas propriedades que eventualmente sejam exigidas ao
beto, tais como permeabilidade, capacidade de absoro, massa volmica, fluncia, retraco,
mdulo de elasticidade, coeficientes de condutibilidade e de dilatao trmicas.
5 - O estudo da composio do beto deve constar de relatrio especfico.
Artigo 15.
Dosagens mnimas de ligante
As dosagens de ligante devem satisfazer as condies indicadas nas alneas seguintes:
a) Nos betes do tipo B destinados a estruturas de beto armado e pr-esforado a dosagem
mnima de ligante ser dada pela expresso
(ver documento original)
Em caso algum, porm, a dosagem poder ser inferior aos valores mnimos estabelecidos nos
regulamentos especficos daquelas estruturas;
b) Nos betes do tipo BD, a dosagem mnima de ligante ser dada pela expresso
(ver documento original)
Artigo 16.
Valores mximos da razo gua/ligante
1 - A razo gua/ligante deve ser deduzida ao mnimo compatvel com a utilizao e com os
processos de colocao e de compactao do beto.
2 - Para os betes do tipo BD das classes 1 e 2, o valor da razo gua/ligante ter os limites
indicados no quadro X do anexo II; para os betes da classe 3 do mesmo tipo, o valor daquela
razo no deve exceder 0,55.
Artigo 17.
Granulometria dos inertes
1 - A granulometria dos inertes deve ser estabelecida de modo a conferir ao beto as propriedades
que a sua utilizao impe, nomeadamente doseando os inertes finos e os inertes grossos de forma
a obter a maior compacticidade.
2 - Para os betes das qualidades 1 e 2, a granulometria dos inertes deve ser definida, em cada
caso, no mbito do estudo da composio.
Artigo 18.
Quantidade de ar a incorporar nos betes do tipo BD da classe 3
Nos betes do tipo BD da classe 3 deve ser incorporada a quantidade de ar indicada no quadro XI
do anexo II em funo da mxima dimenso do inerte a utilizar.
CAPTULO IV
Fabrico do beto
Artigo 19.
Critrios gerais
1 - O fabrico do beto deve ser feito respeitando a composio estabelecida e que consta do
boletim de fabrico.
2 - Devem utilizar-se as tcnicas e os equipamentos adequados obteno do beto pretendido,
respeitando as disposies dos artigos 20. a 24.
Artigo 20.
Armazenamento dos componentes
1 - O armazenamento dos componentes do beto no estaleiro deve ser feito de modo a assegurar a
sua boa conservao enquanto aguardam utilizao.
2 - No caso dos ligantes, devem respeitar-se as regras indicadas nas alneas seguintes:
ser inferior a 0,30 m/h. Em caso de interrupo, o recomeo da betonagem deve promover-se em
um prazo no inferior a 12 horas, sendo conveniente remover da junta a leitada que l se tenha
acumulado;
d) Alm dos processos indicados para evitar o deslavamento do beto, poder em certos casos ser
recomendvel o emprego de aceleradores da presa, com vista a reduzir o tempo em que o beto
est fresco e pode ser afectado pela gua.
7 - No caso do beto ciclpico, a colocao do beto deve ser feita por camadas com espessura da
mesma ordem de grandeza das dimenses das pedras a incorporar. Cada camada ser executada
colocando primeiramente o beto e, sobre este, distribuindo-a uniformemente, a pedra a incorporar,
seguindo-se a compactao do conjunto, at que as pedras fiquem completamente embebidas no
beto.
8 - Na colocao do beto em grandes massas, quando se trate de betonagem de peas de grande
volume, devem adoptar-se cuidados especiais para facilitar a dissipao do calor desenvolvido pela
hidratao do ligante, atendendo ao indicado nas alneas seguintes:
a) Dever estudar-se um plano de betonagem em que o volume total seja dividido em fraces, ou
blocos, sendo ainda a betonagem dos diversos blocos subdividida em troos. No estabelecimento
deste plano, cujo objectivo conseguir que os valores e os gradientes de temperatura no
ultrapassem determinados limites, deve atender-se fundamentalmente aos seguintes factores:
quantidade de calor libertada no beto pela hidratao do ligante, temperatura do beto no
momento da colocao, temperatura ambiente e sua evoluo e ainda as dimenses dos blocos em
planta, a espessura dos troos de blocos e os intervalos de tempo entre a betonagem de troos
sucessivos. Em geral, salvo justificao especial, a proporo das dimenses dos blocos, em planta,
no deve exceder a relao 3:1, no devendo a menor dimenso ser superior a 15 m;
b) A betonagem de cada bloco ser interrompida quando a sua espessura atingir 1,5 m, devendo a
betonagem ser sempre efectuada por camadas de espessura que no exceda 0,50 m;
c) A betonagem s deve recomear aps um perodo mnimo de trs dias, segundo o mesmo
processo, tomando os devidos cuidados na preparao da superfcie da junta de betonagem assim
criada;
d) Se o perodo de interrupo for superior a trs semanas, em que, portanto, o recomeo da
betonagem vai ser efectuado sobre o beto j arrefecido, a espessura a que devem ser
interrompidos os trabalhos deve ser menor do que o valor de 1,5 m acima indicado nos dois
primeiros troos consecutivos ao recomeo e os prazos de interrupo de betonagem desses troos
devem ser superiores ao perodo de trs dias, tambm acima referido. Ainda neste mesmo caso de
interrupo de betonagem superior a trs semanas, a superfcie do beto deve ser conservada
hmida durante, pelo menos, as 24 horas que antecedem o recomeo da colocao;
e) Na colocao do beto em grandes massas sobre terreno de fundao dever primeiramente
proceder-se a conveniente limpeza da superfcie do terreno, destacando os seus elementos
desagregveis e lavando-o com jactos de gua; o terreno deve ser mantido humedecido durante as
24 horas que antecedem a betonagem, a qual deve ser iniciada depois da colocao de uma camada
de argamassa (v. artigo 28.), cuja espessura no deve exceder cerca de 3 cm. Quando o bloco a
betonar tenha grande rea, os cuidados a ter na progresso das espessuras devem ser idnticos aos
indicados anteriormente para o caso de longa interrupo da betonagem.
Artigo 28.
Juntas de betonagem
1 - Quando houver necessidade de criar juntas de betonagem, estas devem ser localizadas, tanto
quanto possvel, nas seces menos esforadas das peas e ter orientao sensivelmente
perpendicular direco das tenses principais de compresso.
2 - A localizao das juntas deve ser estabelecida antes do comeo da betonagem e depender,
nomeadamente, do tipo da estrutura e das solicitaes que nela actuam, do rendimento dos meios
de fabrico e de colocao do beto, do processo de compactao utilizado e de exigncias estticas,
quando se trate de superfcies que vo ficar vista.
3 - Na execuo das juntas devem ter-se os cuidados necessrios para obter a ligao eficaz entre
os betes a solidarizar, atendendo-se s regras indicadas nas alneas seguintes:
a) Antes do recomeo da betonagem a superfcie da junta deve ser tornada rugosa, de modo que os
inertes grossos do beto fiquem a descoberto. Para este efeito, podero usar-se, conforme o estado
de endurecimento do beto, jactos de gua, de ar comprimido ou de areia, escovas metlicas e
mesmo meios mecnicos mais poderosos, como, por exemplo, martelos pneumticos; no entanto,
qualquer dos processos para pr o inerte de maiores dimenses a descoberto no deve retir-lo nem
abal-lo. A aplicao de jactos de gua pode fazer-se logo aps a presa;
b) A superfcie da junta deve ser cuidadosamente limpa, molhando-a abundamentemente e
eliminando as partculas soltas; porm, aquando da aplicao do novo beto, a superfcie deve
encontrar-se apenas humedecida, com aspecto mate e sem brilho de gua em excesso;
c) No recomeo da betonagem, a aderncia entre o beto fresco e o beto j endurecido pode ser
assegurada pela interposio de uma camada de argamassa ou beto, dos modos seguintes:
Utilizando uma argamassa, que pode ser a do prprio beto, cuja dosagem de ligante no exceda
800 kg/m3; a espessura da camada no deve exceder cerca de 2 cm;
Sobredoseando o beto em areia (por exemplo, mais 10%), em ligante (por exemplo, mais 50
kg/m3) e em gua (de modo a aumentar a trabalhabilidade); a espessura da camada no deve
exceder cerca de 10 cm;
Utilizando o beto depois de excludo o inerte de dimenses superiores a 20 mm; a espessura da
camada no deve exceder cerca de 10 cm;
d) Para as funes previstas na alnea anterior no deve, em caso algum, ser utilizada calda de
ligante.
Artigo 29.
Compactao
1 - A compactao do beto deve ser feita de modo que o beto venha a constituir, dentro dos
moldes, uma massa homognea e, tanto quanto possvel, sem vazios.
2 - A compactao poder ser efectuada utilizando meios manuais, por apiloamento, ou utilizando
meios mecnicos, por vibrao de superfcie, vibrao dos moldes ou pervibrao, atendendo s
regras indicadas nas alneas seguintes:
a) No caso de a compactao ser feita por apiloamento, o beto deve ser espalhado em camadas de
espessura no superior a 15 cm e cada camada deve ser apiloada at ser uma superfcie lisa,
resultante de um ligeiro refluimento da gua e das partculas mais finas da argamassa. Este
processo de compactao no deve ser utilizado para betes muito consistentes e, no caso de betes
de consistncia fluida, o apiloamento deve ser moderado;
b) No caso de a compactao ser feita por vibrao, o beto deve ser previamente espalhado em
camadas, cuja espessura depender das caractersticas do equipamento de vibrao, mas que em
caso algum exceda 50 cm; cada camada deve ser vibrada at que, depois de obtido o refluimento da
gua e das partculas mais finas da argamassa, cessa a libertao de bolhas de ar; este processo de
compactao no deve ser utilizado para betes de consistncia fluida;
c) Se a vibrao for executada com pervibradores, estes devero penetrar na massa por aco
apenas do seu peso prprio; a sua extraco deve ser feita lentamente, de modo a no deixar
vazios, no excedendo a velocidade de cerca de 10 cm/s;
d) Se a vibrao for executada com vibradores de superfcie, a espessura das camadas a vibrar no
deve ultrapassar 20 cm.
3 - No caso de betes com ar incorporado, a compactao deve ser efectuada com os cuidados
necessrios para que, depois de obtidos a homogeneizao da massa e o completo preenchimento
dos moldes, o beto contenha ainda a quantidade de ar especificada na sua composio.
Artigo 30.
Cura
1 - A cura deve processar-se em condies que favoream a presa e o endurecimento do beto.
Para tal tomar-se-o, logo aps a betonagem, as medidas convenientes em face da temperatura
ambiente e de outros factores que possam provocar a congelao ou a perda prematura da gua do
beto, de acordo com o indicado nos nmeros seguintes.
2 - Pelo menos nas primeiras 72 horas aps a betonagem o beto deve ser protegido de
temperaturas ambientes inferiores a 0C.
3 - A perda da gua do beto por evaporao deve ser evitada, usando, nomeadamente, os meios
indicados nas alneas seguintes:
a) Manter as superfcies do beto protegidas pelos moldes, no retirando estes prematuramente, e,
quando os moldes forem permeveis, conserv-los humedecidos;
b) Revestir as superfcies pelas quais se d a evaporao com materiais impermeveis ou com
materiais humedecidos, no caso de serem permeveis, ou ainda aplicar sobre as superfcies, por
pintura, pelculas que contrariem a evaporao;
c) Manter continuamente molhadas as superfcies expostas.
4 - As medidas de proteco contra a perda de gua por evaporao devem ser mantidas, em geral,
durante os seguintes perodos, a partir da betonagem: 7 dias, para os betes de cimento portland
normal, portland de ferro e portland composto; 14 dias, para os betes em que se utilizam outros
ligantes.
Artigo 31.
Transporte, colocao e cura em condies de temperatura desfavorveis
No caso de a temperatura ambiente ser tal que exista o risco e a temperatura do beto no momento
da sua colocao ser inferior a 5C ou superior a 35C (v. artigo 27.) ou ser tal que prejudique as
condies de cura do beto, h que tomar, alm de cuidados no fabrico (v. artigo 24.), disposies
especiais no transporte, na colocao e na cura do beto, de acordo com o indicado nas alneas
seguintes:
a) O transporte do beto deve ser feito no menor tempo possvel e procurando proteger os
recipientes de transporte;
b) A colocao do beto deve ser realizada no perodo mais favorvel em face do ciclo dirio de
variao de temperatura ambiente;
c) A cura do beto deve ser particularmente cuidada, tendo em ateno as prescries do artigo 30.
relativas temperatura e meios a adoptar para evitar a perda de gua por evaporao.
Artigo 32.
Moldes e cimbres
Os moldes e cimbres devem ser executados de modo a serem satisfeitas as condies indicadas nas
alneas seguintes:
3 - O nmero mnimo de amostras a ensaiar para definir uma distribuio estatstica de que
resultem os valores referidos no n. 2 deve ser de 20.
4 - As amostras devem ser retiradas de tal modo que a uma dada amassadura ou um veculo
transportador no corresponda mais do que uma amostra.
5 - Se, em virtude de condies excepcionais, devidamente reconhecidas, o nmero de amostras
sujeitas a ensaios for inferior a 20, mas no menor que 3, o beto a que se referem tais amostras
poder ainda ser aceite se forem cumpridas simultaneamente as seguintes condies:
(ver documento original)
tomando-se, no caso da resistncia compreenso, K(ndice 1) = 5 MPa e K(ndice 2) = 1 MPa no
incio da produo do beto e K(ndice 1) = K(ndice 2) = 3 MPa desde que as condies de
produo se encontrem estabilizadas.
Artigo 41.
Recepo dos betes do tipo BD
1 - Para a recepo dos betes do tipo BD das classes 1 e 2 as verificaes a efectuar incidiro,
pelo menos, sobre as seguintes caractersticas: desvio padro ou coeficiente de variao da
distribuio estatstica das tenses de rotura aos 28 dias, mxima dimenso do inerte e dosagem de
gua e de ligante e da razo gua/ligante; no caso dos betes da classe 3, alm dos parmetros
definidores da qualidade, h que verificar o teor em ar incorporado.
2 - Os valores obtidos para o desvio padro ou para o coeficiente de variao, determinados tendo
em conta as condies indicadas nos n.os 3 e 4 do artigo 40., devem satisfazer os valores
especificados no estudo da composio do beto ou na guia de remessa, no caso de betes
fabricados em central industrial.
3 - Os valores das restantes caractersticas sero obtidos pela mdia de, pelo menos, os resultados
dos ensaios de cinco amostras e devem satisfazer os valores especificados no estudo da
composio ou na guia de remessa; as tolerncias nos valores da dosagem de ligante, da razo
gua/ligante e do teor em ar incorporado so indicadas no quadro XIII do anexo II. Tal como
referido no n. 2, as amostras a ensaiar devem ser colhidas de modo que a uma dada amassadura ou
a um veculo transportador no corresponda mais do que uma amostra.
Artigo 42.
Recepo dos betes fabricados em central industrial
1 - A recepo dos betes fabricados em central industrial deve ser efectuada de acordo com
critrios idnticos aos definidos nos artigos 39. a 41. e tendo em conta as disposies dos
nmeros seguintes.
2 - A colheita das amostras para a realizao dos ensaios de recepo ser feita no local da
descarga dos veculos transportadores. No caso de emprego de veculos-betoneiras ou de veculos
transportadores providos de dispositivos de remeximento que mantenham a homogeneidade do
beto, a colheita das amostras deve ser efectuada durante a descarga; no caso de emprego de
veculos transportadores sem aqueles dispositivos, a colheita deve ser efectuada aps a descarga.
3 - Poder dispensar-se a realizao, total ou parcial, dos ensaios de recepo do beto fabricado
em central industrial se a entidade proprietria da central apresentar prova de que o fabrico e o
transporte de beto so controlados pelo Laboratrio Nacional de Engenharia Civil ou por outro
laboratrio oficial.
ANEXO I
Lista dos documentos normativos aplicveis
A - Ligantes
Decreto-Lei n. 208/85, de 26 de Junho.
Caderno de encargos para o fornecimento e recepo de pozolanas (Decreto n. 42999, de 1 de
Junho de 1960).
NP-2064 - Cimentos. Definies, classes de resistncia e caractersticas.
NP-2065 - Cimentos. Condies de fornecimento e recepo.
LNEC E 29 - Cimentos. Determinao da resistncia mecnica.
LNEC E 49 - Cimentos. Determinao do teor em sulfuretos.
LNEC E 56 - Cimento portland. Determinao do teor em lcalis solveis em gua.
LNEC E 59 - Cimentos. Determinao da perda ao fogo.
LNEC E 61 - Cimentos. Determinao do teor em sulfatos.
LNEC E 64 - Cimentos. Determinao da massa volmica.
LNEC E 65 - Cimentos. Determinao da superfcie especfica.
LNEC E 66 - Cimentos pozolnicos. Ensaio de pozolanicidade.
LNEC E 68 - Cimentos. Determinao do calor de hidratao.
LNEC E 229 - Cimentos. Ensaio de expansibilidade. Processo de autoclave.
LNEC E 231 - Cimentos. Determinao do teor em halogenetos.
LNEC E 328 - Cimentos. Preparao da pasta normal.
LNEC E 329 - Cimentos. Determinao dos tempos de presa.
LNEC E 330 - Cimentos. Ensaios de expansibilidade. Processo de La Chtelier.
LNEC E 331 - Cimentos. Determinao do resduo de peneirao.
LNEC E 332 - Cimentos. Preparao das amostras para anlise qumica.
LNEC E 333 - Cimentos. Determinao do teor em matria insolvel em soluo de cido
clordrico e de carbonato de sdio.
LNEC E 334 - Cimentos. Determinao do teor em matria insolvel em solues de cido
clordrico e de hidrxido de potssio.
LNEC E 339 - Cimentos. Determinao do teor em slica.
LNEC E 340 - Cimentos. Determinao do teor em xido de clcio.
LNEC E 341 - Cimentos. Determinao do teor em xido de magnsio.
B - Inertes
NP-85 - Areias para argamassas e betes. Pesquisa da matria orgnica pelo processo do cido
tnico.
NP-86 - Inertes para argamassas e betes. Determinao do teor em partculas muito finas e
matrias solveis.
NP-581 - Inertes para argamassas e betes. Determinao das massas volmicas e da absoro de
gua de britas e godos.
NP-953 - Inertes para argamassas e betes. Determinao do teor em partculas leves.
NP-954 - Inertes para argamassas e betes. Determinao das massas volmicas e da absoro de
gua de areias.
NP-955 - Inertes para argamassas e betes. Determinao da baridade.
NP-956 - Inertes para argamassas e betes. Determinao dos teores em gua total e em gua
superficial.
NP-957 - Inertes para argamassas e betes. Determinao dos teores em gua total e em gua
superficial de areias.
ANEXO II
Quadros
(ver documento original)
ANEXO III
Determinao do desvio padro, do coeficiente de variao e do valor caracterstico da tenso de
rotura do beto a partir dos resultados dos ensaios
Para cada amostra determina-se a mdia dos valores da tenso de rotura obtidos para cada provete
retirado dessa amostra. Designado por f(ndice ci) os valores mdios assim determinados e
correspondentes s diferentes amostras, cujo nmero se designa por n, calcula-se a mdia
aritmtica f(ndice cm) daqueles valores pela expresso
(ver documento original)
e determina-se o desvio padro (delta) pela expresso
(ver documento original)
Admitindo que o valor da mdia e o quadrado do valor do desvio padro assim determinados so
boas estimas da mdia e da varincia da distribuio estatstica da populao que as amostras
apresentam e admitindo que esta distribuio normal, o valor caracterstico da tenso de rotura
f(ndice ck) - definido como valor que atingido com a probabilidade de 95% - distar da mdia
1,64 desvios padres.
Ser ento:
f(ndice ck) = f(ndice cm) - 1,64 (Delta)
ou, designando por coeficiente de variao a relao entre o desvio padro e a mdia
(delta) = ((Delta)/f(ndice cm))
ter-se-, tambm para calcular o valor caracterstico, a expresso
f(ndice ck) = f(ndice cm)(1 - 1,64 (delta))
No clculo do valor caracterstico compresso no podero ser considerados valores do desvio
padro inferiores a 2,5 MPa; do mesmo modo, ser de 7% o limite inferior ao valor do coeficiente
de variao a considerar.
O Ministro das Obras Pblicas, Transportes e Comunicaes, Joo Maria Leito de Oliveira
Martins.