Institucionalização Do Serviço Social

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
SERVIO SOCIAL
ADENISE SANBTANA DOS SANTOS BORGES
MEMORIAL DO PROCESSO DE
INSTITUCIONALIZAO DO SERVIO SOCIAL
ITABERABA
2014
ADENISE SANBTANA DOS SANTOS BORGES
MEMORIAL DO PROCESSO DE
INSTITUCIONALIZAO DO SERVIO SOCIAL
Trabalho apresentado Universidade Norte do

Paran - UNOPAR, para as disciplinas de Gesto
Social, Servio Social e Terceiro Setor, Oficina de
Formao Pesquisa Social.
Prof.:Maria Angela Santini, Paulo Sergio

Arago e Rodrigo Zambon
ITABERABA
2014
SUMRIO
INTRODUO....................................................................................................4
DESENVOLVIMENTO.........................................................................................5
CONSIDERAES FINAIS.................................................................................7
REFERNCIAS ..................................................................................................8
INTRODUO
Os primeiros profissionais de servio social tiveram sua

formao aps a criao do Centro de Estudos e Ao Social (CEAS)
entidade fundadora e mantenedora da primeira Escola de Servio Social do
pas. A Arquidiocese de So Paulo acompanhava as reunies de criao do
grupo em plena revoluo paulista, tendo como objetivos a difuso da doutrina
e ao social da Igreja Catlica.
O CEAS desenvolvia cursos sobre filosofia, moral, legislao
do trabalho, encclicas papais, etc. importante lembrar que as orientaes da
Igreja Catlica, no momento, eram regidas pelas encclicas Rerum Novarum
(1891} e Quadragsimo Anno (1931). Ambas assumiam um posicionamento
antiliberal e antissocialista.
Deve-se fazer uma avaliao da profisso contextualizado com

o processo de produo e reproduo das relaes sociais. Assim, a
institucionalizao do Servio Social como profisso se explica no contexto
contraditrio de um conjunto de processos sociais em choque nas relaes
entre as classes sociais antagnicas na consolidao do sistema econmico
capitalista. Segundo Iazbek,
Nos pases industrializados, a institucionalizao da profisso
de uma forma geral, est associada progressiva interveno do Estado nos
processos de regulao social.
Este processo iniciou na dcada de 30, quando o governo
Vargas, atravs de um conjunto de iniciativas (consolidao das leis do
trabalho, salrio mnimo, etc.), reconheceu a questo social como mbito das
relaes Capital x Trabalho, e busca enquadr-la juridicamente regulando as
tenses entre as classes sociais. A questo social, ento, foi transformada em
problema de administrao pblica, sendo o Estado responsvel pela criao e
desenvolvimento de polticas e agncias para a regulao da questo social
nos mais diversos setores da vida nacional.
De acordo com Iamamoto, a Questo Social pode ser definida
como: O conjunto das expresses das desigualdades da sociedade capitalista
madura, que tm uma raiz comum: a produo social cada vez mais coletiva,
o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriao dos seus
frutos se mantm privada, monopolizada por uma parte da sociedade.
Contudo, essa estruturao do perfil de profisso emergente,
teve a igreja catlica como principal fio condutor responsvel pelo iderio e
formao dos primeiros profissionais.
DESENVOLVIMENTO
Baseado nos conhecimentos adquiridos no decorrer da jornada

acadmica, abordando a origem histrica da profisso, relatando as novas
habilidades que so estabelecidas no mundo atual e capitalista para o fazer
profissional nos inmeros espaos de atuao, possvel mencionar alguns

pontos de resgate sobre o processo de institucionalizao do Servio Social
O Servio Social. uma profisso de carter scio- poltico,
critico- interventivo, de nvel superior que para exerc-la preciso ter
graduao e tambm ser apresentado o diploma no Conselho Regional de
Servio Social- CRESS do Estado onde pretende atuar, alm de ter sido uma
das primeiras profisses da rea social a ser aprovada sua lei de
regulamentao, que atualmente a lei 8.662 de 07 de junho de 1993
O reconhecimento como profisso aconteceu somente em
1940 a 1950, quando o pas passava por uma fase revolucionria de
industrializao e urbanizao sendo que a classe burguesa no estava
resolvendo
os
inmeros
movimentos
da
populao
trabalhista,
que
reivindicavam seus direitos e lutavam pela justia social. Com isso, havia uma
grande necessidade de um tcnico que atendesse a rea social, que estivesse
de perto da classe trabalhadora.
Entre 1960 e 1970 foi desencadeado um movimento de
renovao da profisso, que tinha como objetivo mudar o tradicional Servio
Social, com as influncias de Mary Richmond com o Servio Social de caso,
de Grupo e de Comunidade foi um grande marco histrico no Brasil durante
essas dcadas, que deu incio a Organizao e Desenvolvimento de
Comunidade, onde eram realizadas abordagens individuais e de grupos que
visava o desenvolvimento da comunidade.
O Servio Social surgiu no Brasil nos anos 30, ligado

diretamente Igreja Catlica, onde passou a oferecer formao especifica para
as moas que pertenciam aos arranjos familiares tradicionais com inteno de
desenvolver aes solidarias.
Em 1979 em So Paulo aconteceu um Congresso, que

tambm foi destaque para o Servio Social no Brasil. Nesse evento houve a
ruptura com o conservadorismo, a profisso se laicizou e passou a se
incorporar dentro da sociedade e nos movimentos sindicalistas. Nos anos 80
passou-se a discutir sobre a tica no Servio Social, buscou-se acabar com a
tica do tradicionalismo e da neutralidade, tomando um lado mais democrtico.
Relatando sobre a formao profissional, no ano de 1982 houve a reviso
curricular que buscava ir alm do terico-metodolgico e tico-poltico, buscava
a unio do tcnico e do poltico.
O Cdigo de tica Profissional, s teve a sua aprovao 1986,
sendo firmando um compromisso com a classe trabalhadora, trazendo tambm
o poder da denncia profissional, inclusive por parte dos usurios. Na dcada
de 90 o Servio Social sentiu os efeitos da poltica Neoliberal, da acumulao
flexvel no mundo do trabalho e da compresso dos direitos sociais. Os
profissionais passaram a atuar no terceiro setor onde a demanda de trabalho
aumentou, como resultado da minimizao do Estado. No ano de 2000 cresceu
a discusso em torno da eficincia das polticas sociais e do agravo da questo
social.
Os profissionais trabalham para atender as necessidades
sociais da populao, priorizando e defendendo os direitos bsicos da
sociedade mais vulnervel, os assistentes sociais participam tambm do
processo de reproduo das relaes sociais, fazendo com que a ao
interventiva assista os interesses das duas classes sociais.
Para os autores Iamamoto e Carvalho, a atuao do assistente
social vista pelos interesses das classes sociais, sendo que a classe
predominante a que possui maior poder. Nesse sentido, o exerccio
profissional do assistente social
Reproduz tambm, pela mesma atividade, interesses
contrapostos que vivem em tenso. Responde tanto a
demandas do capital como do trabalho e so pode fortalecer um
do outro polo pela mediao do seu oposto. Participa tanto dos
mecanismos de dominao e explorao como ao mesmo
tampo e pela mesma atividade, da resposta s necessidades
de sobrevivncia da classe trabalhadora e da reproduo do
antagonismo nesses interesses sociais, reforando as

contradies que constituem o mvel bsico da historia
(IAMAMOTO; CARVALHO, 200, P.75).
De acordo com o que fora mencionado acima, necessrio

que o assistente social esteja dentro desta dupla funo, permitindo ao fazer
profissional, uma reorientao tico-poltica, terico-metodolgica e tcnicaoperativa, tendo em vista os interesses e necessidades da classe trabalhadora,
que pode contribuir, para sua legitimao e o fortalecimento dos mesmos na
luta incansvel pelos seus ideais.
O profissional do Servio Social na contemporaneidade no
deve ser um amenizador de conflitos, mas um personagem antagonista,
mobilizador, que abre alternativas para que os demandatarios sejam includos
em cena, assegurando e fazendo valer os direitos que esto em lei e os que
podem vir a ser legal.
O assistente social atua na contramo do sistema, uma vez
que sua luta pela incluso social, dignidade humana. Possui um projeto
societrio como defensor da socializao da participao poltica e da riqueza
socialmente
produzida,
da
equidade
justia
social,
garantindo
universalidade do acesso a bens e servios, entre outros que esto ligados ao

processo de construo de uma nova ordem societria, sem explorao de
classe, etnia e gnero.
A pratica profissional orientada tambm pela Carta Magna de
1988, pelos direitos e princpios nela contida e na legislao voltada para as
polticas sociais e aos direitos da sociedade, no permitido acontecer
qualquer tipo de discriminao no atendimento profissional.
Faz parte tambm do exerccio profissional compreender as
transformaes da sociedade notando que o Servio Social notvel no
tocante s respostas e antecipao de novas demandas, por isso os espaos
de atuao do assistente social requer um tcnico cada vez mais especializado
e qualificado, capaz de analisar criticamente a realidade social fazendo uso das
mediaes no fazer profissional.
CONSIDERAES FINAIS
Enfatizando-se a anlise de vrias configuraes da questo social no Brasil,
consideramos alguns aspectos importantes no processo de institucionalizao
da profisso ao estudarmos suas origens histricas e o contexto histrico,
social, poltico e econmico da sociedade brasileira, em que o Servio Social
esteve inserido. Essa profisso se institucionalizou no Brasil, num processo de
avanos e recuos, que acompanhou o movimento dinmico da histria e
enfrentando
diversos
desafios,
renovou-se,
acumulou
experincias
profissionais, desenvolveu-se tanto na teoria, quanto na prtica, laicizou-se e

atualmente apresenta-se como uma profisso reconhecida e legitimada.
Acredita-se que a construo do processo de trabalho dos Assistentes
Sociais tem a ver com as questes da construo de si prprio, enquanto ser
humano, ser social, que interage de modo a transformar e ser transformado.
Dessa
forma,
questiona-se
fazer
Servio
Social,
as
suas
possibilidades, frente aos novos desafios do mundo contemporneo. Como

esses novos desafios esto repercutindo na profisso? Ser que a nova
gerao de Assistentes Sociais est preparada para o campo de trabalho do
sculo XXI e quais so as perspectivas para novos campos de trabalho e as
formas de interveno social frente s novas expresses da questo social?
REFERNCIAS
BRASIL, Lei n 8.882,de 07 de junho de 1993.Dispe sobre a profisso de

Assistente Social e d outras providncias.
________,Repblica Federativa do Brasil: Braslia Senado Federal: Editora
Cortez, 1988.
CFESS, Resoluo n. 273/1993 de 13demarode1993, Institui o Cdigo de
tica Profissional dos Assistentes Sociais.
IAMAMOTO, Marilda V.; CARVALHO, Raul de. Relaes sociais e servio
social no brasil: esboo de uma interpretao histrico-metodolgica. So
Paulo: Cortez, CELATS (Lima-Peru), 1982.
IAMAMOTO, Marilda V. Renovao e conservadorismo no servio social:
ensaios crticos. So Paulo: Cortez, 1992.
_____. Servio social em tempo de capital fetiche. So Paulo: Cortez, 2007.
NETTO, Jos Paulo. Ditadura e servio social: uma anlise do servio social
ps-64. So Paulo: Cortez, 1994.
O SERVIO social na contemporaneidade: trabalho e formao profissional.
So Paulo: Cortez, 1998.
MARTINELLI, Maria Lucia. Servio social: identidade e alienao. So Paulo:
SOUZA, Maria Luiza Servio Social e Instituio: a questo da participao.

5. ed. So Paulo: Cortez, 1995

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Os primeiros profissionais de servio social tiveram sua

Deve-se fazer uma avaliao da profisso contextualizado com

Baseado nos conhecimentos adquiridos no decorrer da jornada

profissional nos inmeros espaos de atuao, possvel mencionar alguns

O Servio Social surgiu no Brasil nos anos 30, ligado

Em 1979 em So Paulo aconteceu um Congresso, que

antagonismo nesses interesses sociais, reforando as

De acordo com o que fora mencionado acima, necessrio

universalidade do acesso a bens e servios, entre outros que esto ligados ao

profissionais, desenvolveu-se tanto na teoria, quanto na prtica, laicizou-se e

possibilidades, frente aos novos desafios do mundo contemporneo. Como

BRASIL, Lei n 8.882,de 07 de junho de 1993.Dispe sobre a profisso de

SOUZA, Maria Luiza Servio Social e Instituio: a questo da participao.

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