Artigo de Revisão - Miomas Uterinos
Artigo de Revisão - Miomas Uterinos
Artigo de Revisão - Miomas Uterinos
Sugere-se que ocorram em 20-40% das mulheres em idade reprodutiva3, contudo a sua prevalncia
exacta no conhecida, sendo subestimada3. A este
propsito, vrios estudos americanos referem que a
presena de miomas uterinos na idade da menopausa
parece ser a regra e no a excepo4.
So a quinta causa mais frequente de internamento hospitalar por causa ginecolgica no relacionada
com a gravidez, em mulheres dos 15 44 anos3.
O diagnstico anatomo-patolgico dos miomas
aumenta linearmente com a idade, at aproximadamente aos 50 anos, e ento diminui abruptamente.
Raros antes da menarca, regridem tipicamente aps a menopausa, na ausncia de teraputica de
substituio hormonal5.
Durante a gravidez no h consenso se os miomas
crescem, diminuem ou mantm o mesmo tamanho.
Postula-se que, se se verificar um aumento das suas
dimenses, este ocorre no incio da gravidez5.
Trata-se de um tema exaustivamente estudado,
contudo no se conhece com preciso a origem e o
131
Clnica
Anteriormente, a principal via de abordagem no tratamento dos miomas uterinos era cirrgica: a histerectomia ou miomectomia.
Com o desenvolvimento de novas armas teraputicas menos invasivas e mais adaptadas s necessidades da mulher, assiste-se necessidade de definir com
exactido as caractersticas, localizao e mapeamento dos miomas. Para atingir este objectivo, necessrio recorrer a exames de imagem, que possam, com
maior acuidade, distinguir as leses potencialmente
malignas das benignas. Conhecer as alteraes anatmicas induzidas por esta patologia , cada vez mais,
um pressuposto essencial, de modo a optimizar a informao obtida por estes exames complementares de
diagnstico.
1 Ecografia plvica transvaginal
o gold standard da imagiologia na avaliao inicial da paciente com miomas uterinos22. fcil de
usar, segura, tem baixo custo (comparativamente a
outros exames de imagem) e est facilmente disponvel. Contudo, a sua sensibilidade , em larga escala,
operador-dependente24,25.
Ecograficamente, os miomas surgem tipicamente
como leses nodulares slidas hipoecognicas com
origem na camada miometrial. Na vasta maioria dos
casos, a ecografia plvica suficiente na identificao
e no diagnstico diferencial entre miomas uterinos e
outras patologias plvicas.
A sensibilidade, especificidade e valor preditivo
positivo do uso de sonda abdominal, em associao
com a sonda endovaginal no diagnstico de miomas
uterinos ronda os 90-98%26.
A sensibilidade da ecografia aumenta com o uso
de sondas com maior frequncia e diminui nos casos
de teros muito volumosos e nos que contm mltiplos ndulos de mioma6 e tambm quando os miomas
so pequenos ou subserosos. No igualmente um
136
baixa, requerendo apenas vigilncia clnica e ecogrfica apertadas. No h evidncia que a ausncia de
tratamento dos miomas prejudique a utente, excepto
nas situaes clnicas de anemia severa causada por
hemorragia uterina anormal ou hidronefrose por obstruo de pelo menos um ureter1. Nas mulheres que se
aproximam da menopausa, a atitude expectante, caso
seja possvel, deve ser considerada, visto que, o desenvolvimento de novos sintomas menos frequente
e, aps a menopausa, a hemorragia cessa e os miomas
tendem a diminuir de tamanho34.
O tratamento cirrgico uma opo a considerar
quando o tratamento conservador falha.
A) Tratamento Mdico
1- Miomectomia
uma opo, quando cirurgicamente exequvel, para
as mulheres que pretendem preservar o seu tero.
problema major de Sade Pblica, devido morbilidade que causam em grande parte das mulheres sintomticas.
A transformao dos miomas em leiomiosarcomas
um evento muito raro.
So a principal indicao de histerectomia nos
EUA.
Apesar dos factores iniciadores dos miomas no serem ainda conhecidos, vrios factores de risco foram
identificados, como sejam idade reprodutiva tardia, menarca precoce, nuliparidade, raa negra e obesidade.
Os estrognios e a progesterona so reconhecidos
como promotores do crescimento tumoral. Recentemente postulou-se que certos factores de crescimento,
seus receptores e certas mutaes somticas podero
igualmente ter um papel importante na gnese destes
tumores.
Relativamente opo teraputica, fundamental
adequ-la clnica, motivao da mulher, desejo em
manter a fertilidade e aos meios teraputicos disponveis, bem como a experincia de cada instituio.
Nesta rea abrem-se constantemente novas perspectivas, no sentido de tornar o tratamento desta patologia progressivamente menos invasivo e igualmente
eficaz.
REFERNCIAS
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10. Benda JA. Pathology of smooth muscle tumors of the uterine corpus.
Clin Obstet Gynecol 2001; 44:350-63.
11. Payson M, Leppert P, Segars J. Epidemiology of myomas. Obstet
Gynecol Clin N Am 2006; 33:1-11.
12. FEBRASCO. Leiomioma uterino; Manual de Orientao. Bozzini N.
(eds); So Paulo; Ponto; 2004:11-74
13. Schwarts S. Epidemiology of uterine leiomyomata. Clin Obstet Gynecol
2001; 44:316-26.
14. Amant F, Dorfling CM, de Brabanter J, Vandewalle J, Vergote I,
Lindeque BG, van Rensburg EJ. A possible role of the cytochrome
P450c17alpha gene (CYP17) polymorphism, in the pathobiology of
uterine leiomyomas from black South African women: a pilot study.
Acta Obstet Gynecol Scand 2004; 83(3):234-9
15. Wise LA, Palmer JR, Spiegelman D, Harlow BL, Stewart EA, AdamsCampbell LL, Rosenberg L. Influence of body size and body fat
distribution on risk of uterine leiomyomata in U.S. black women.
Epidemiology 2005; 16(3):346-54.
16. Faerstein E, Szklo M, Rosenshein N. Risk factors for uterine
leiomyomata: a practice based case-control study. African-American
heritage, reproductive history, body size, and smoking. Am J Epidemiol
2001; 153:1-10.
17. Wise L, Palmer J, Mallow B. Risk of uterine leiomyomata in relation
to tobacco, alcohol and caffeine consumption in the Black womens
Health Study. Hum Reprod 2004; 19: 1746-54.
18. Ross RK, Pike MC, Vessey MP, et al. Risk factors for uterine fibroids:
reduced risk associated with oral contraceptives. Br Med J 1986;
293:359-362.
19. Kempson RL, Hendrickson MR. Smooth muscle, endometrial stromal,
and mixed Mullerian tumors of the uterus. Mod Pathol 2000; 13:32842.
20. Wallach FE, NF, Uterine myomas: an overview of development, clinical
features, and management. Obstet Gynecol 2004; 104:393-406.
21. Steward EA. Uterine Fibroids. Lancet 2001; 357:293-8.
22. Vitello D, Mccarthy S. Diagnostic Imaging of Myomas. Obstet Gynecol
Clin N Am 33 (2006) 85-95. Ross R, Pike M, Vessey M. Risk factors
for uterine fibroids: reduced risk associated with oral contraceptives.
BMJ 1986; 293:359-61.
23. Ozirik YY, Meloni AM, Powell M, Surti U, Sandberg AA. Chromossome
7 biclonality in uterine leiomyoma. Cancer Genet Cytogenet 1993a;
67:59-64.
24. Dueholm et al. Accuracy of magnetic resonance imaging and transvaginal
ultrasonography in the diagnosis, mapping, and measurement of uterine
myomas. Am J Obstet Gynecol 2002;186(3):409-15.
25. Griffin KW, Ellis MR, Wilder L. Clinical inquiries. What is
the appropriate diagnostic evaluation of fibroids? J Fam Pract
2005;54(5):458-462.
26. Cicinelli E et al. Transabdominal sonohysterography, transvaginal
sonography and hysteroscopy in the evaluation of submucous
leiomyomata. Obstet Gynecol. 1995;85:42-47
27. Becker E et al. The added value of transvaginal sonohysterography over
transvaginal sonography alone in women with known or suspected
leiomyoma. J Ultrasound Med 2002;21:237-47.
28. Cicinelli E, Romano F, Anastasio PS, Blasi N, Parisi C, Galantino P.
Transabdominal sonohysterography, transvaginal sonography, and
hysteroscopy in the evaluation of submucous myomas. Obstet Gynecol
1995; 85:42-7.
29. Ascher S, Silverman P. Applications of computed tomography and
gynaecologic disease. Urol Radiol 1991; 13:16-28.
30. Dueholm M, Lundorf E, Sorensen JS, Ledertoug S, Olesen F, Laursen H.
Reproducibility of evaluation of the uterus by transvaginal sonography,
hysterosonographic examination, hysteroscopy and magnetic resonance
imaging. Hum Reprod 2002; 17:195-200.
31. Mittl Jr RL, Yeh IT, Kressel HY. High-signal-intensity rim surrounding
141
142