Cartilha Diversidade Sexual Ea Cidadania LGBT
Cartilha Diversidade Sexual Ea Cidadania LGBT
Cartilha Diversidade Sexual Ea Cidadania LGBT
SEXUAL E A
CIDADANIA LGBT
Geraldo Alckmin
Governador do Estado de So Paulo
Eloisa de Sousa Arruda
Secretria da Justia e da Defesa da Cidadania
Heloisa Helena Cidrin Gama Alves
Coordenadora de Polticas para a Diversidade Sexual
Coordenao de Polticas para a Diversidade Sexual CPDS
Ana Ferri de Barros - Assistente Tcnica
Everson Polizeli - Executivo Pblico
Raquel Paes Leme Silva - Executivo Pblico
Alice Rosa Baslio - Ocial Administrativo
Marcelo de Lima - Ocial Administrativo
Aline de Oliveira - Estagiria em Direito
Natlia Barbarino - Estagiria em Comunicao
Capa e foto
Priscilla Bertucci
Projeto Grco
Patrcia Leite
CTP, Impresso e Acabamento
Imprensa Ocial do Estado de So Paulo
CDD 323.4
Sumrio
1. Anal, o que Diversidade Sexual? ............................... 9
1.1. Sexo Biolgico ..........................................................10
1.2. Orientao Sexual ....................................................10
1.3. Gnero ...................................................................... 11
1.4. Identidade de Gnero .............................................13
2. Homofobia e Transfobia...............................................19
3. Direitos ......................................................................... 23
3.1. Pricipais marcos legais ............................................ 25
3.2. Outras legislaes e atos normativos ................... 32
4. Referncias bibliogrcas ........................................... 37
5. Endereos teis ...........................................................41
Apresentao
com imensa satisfao que a Secretaria da Justia e da Defesa da Cidadania, por meio da Coordenao de Polticas para a
Diversidade Sexual, apresenta a cartilha Diversidade Sexual e
a Cidadania LGBT.
Alinhada com a misso de promover os Direitos Humanos e
fortalecer a cidadania, a produo deste material procurou ouvir as necessidades da populao de lsbicas, gays, bissexuais,
travestis e transexuais - LGBT, desfazendo mitos e crenas sobre diversidade sexual e informando sociedade a respeito de
seus direitos.
Alm de receber denncias de discriminao em razo de
orientao sexual e identidade de gnero, com base na Lei Estadual no 10.948/01, e punir administrativamente atitudes homofbicas e transfbicas, entendemos que essencial o papel do Estado em promover o exerccio pleno da cidadania por
meio da educao para a incluso de todas as pessoas.
Esperamos que a cartilha contribua com a construo de uma
sociedade mais justa, acolhedora e solidria, livre de preconceitos ou quaisquer formas de discriminao, que, no s respeite, mas tambm valorize a diversidade humana como patrimnio sociocultural.
A elaborao e distribuio desta cartilha atende s deliberaes da II Conferncia Estadual de Polticas Pblicas e Direitos
Humanos de Lsbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais e tem como objetivo sensibilizar a sociedade para o respeito diversidade sexual, capacitar servidores/as pblicos para
melhor atender a populao LGBT e divulgar a legislao existente para o enfrentamento homofobia e transfobia.
O caminho da construo da cidadania LGBT longo e apresenta diversos desaos. O primeiro passo garantir que lsbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais tenham acesso a
seus direitos bsicos e sejam respeitados/as, independente de
sua orientao sexual e identidade de gnero.
Compreendemos que o preconceito, fundamento para a discriminao, fruto da ignorncia e da falta de informao. Para
promover a cidadania LGBT, precisamos desconstruir as ideias
equivocadas sobre esta populao que esto arraigadas em
nossa sociedade, que tem como referencial a lgica da heteronormatividade. Desta forma, o presente material pretende ser
uma ferramenta de educao, difuso de informaes e, assim,
minimizar os efeitos da marginalizao a que, h tanto tempo,
cidados e cidads LGBT so submetidos/as.
Anal, o que
Diversidade Sexual?
Importante!
No se utiliza a expresso opo sexual por no se
tratar de uma escolha.
Orientao sexual
Opo sexual
Homossexualismo
1.3. Gnero
Formulado nos anos 1970, o conceito de gnero foi criado para
distinguir a dimenso biolgica da dimenso social. Embora
a biologia divida a espcie humana entre machos e fmeas, a
maneira de ser homem e de ser mulher expressa pela cultura.
Assim, homens e mulheres so produtos da realidade social e
no decorrncia direta da anatomia de seus corpos.
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lsbicas!
gays!
Transexual
Pessoa que possui uma identidade de gnero diferente
do sexo biolgico. Homens e mulheres transexuais po-
dem manifestar a necessidade de realizar modi caes
corporais por meio de terapias hormonais e intervenes
mdico-cirrgicas, com o intuito de adequar seus atributos
fsicos (inclusive genitais - cirurgia de redesignao sexual)
sua identidade de gnero. Entretanto, nem todas as pes-
soas transexuais manifestam esse tipo de necessidade.
Travesti
Pessoa que nasce com sexo masculino e tem identidade
de gnero feminina, assumindo papis de gnero diferen-
tes daqueles impostos pela sociedade.
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O travesti
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Orientao Sexual
Identidade de Gnero
Nome Social
Nome social o prenome adotado pela pessoa travesti e
transexual, que corresponde forma pela qual se reco-
nhece, identi ca-se, reconhecida e denominada por sua
comunidade.
Atualmente, ainda no h no Brasil uma lei que determine
e garanta a reti cao de prenome e sexo no registro ci-
vil. Travestis e transexuais, quando assim desejam, solici-
tam a alterao no documento de identidade por meio de
uma ao judicial. Este processo , muitas vezes, demora-
do e a deciso pela reti cao depende do entendimento
de cada juiz/a. Na maioria dos casos, a mudana ca con-
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Homofobia e Transfobia
preconceito e discriminao
Homofobia
Pode ser denida como o medo, o desprezo, a antipatia, a
averso ou o dio irracional aos homossexuais. o termo
geral normalmente utilizado para se referir ao preconceito e discriminao em razo de orientao sexual, contra gays, lsbicas (lesbofobia) ou bissexuais (bifobia).
Transfobia
Trata-se do preconceito e da discriminao em razo da
identidade de gnero, contra travestis e transexuais.
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Preconceito o julgamento que fazemos sobre uma pessoa, sem conhec-la, diante de alguma caracterstica que
esta possua. uma crena ou ideia preconcebida que temos
sobre algum, a partir de rtulos atribudos socialmente.
Existe muito preconceito contra a populao LGBT, que
surge dos mitos construdos culturalmente a respeito da
homossexualidade, da transexualidade e da travestilidade. Vejamos alguns exemplos:
Mito
Realidade
A homossexualidade uma
expresso da sexualidade
Homossexualidade uma
humana to saudvel
doena.
quanto a htero e a
bissexualidade.
Mito
Realidade
Crianas so inuenciadas
a serem homossexuais
se tiverem contato
com gays e lsbicas ou
forem informadas sobre
diversidade sexual.
A atrao afetivo-sexual
no uma escolha e
sua denio enquanto
orientao sexual no pode
ser inuenciada por outras
pessoas.
Transexuais so
pessoas confusas e com
problemas psicolgicos.
Transexuais so pessoas
que, por terem uma
identidade de gnero
que no condiz com o
sexo biolgico, podem
manifestar a necessidade
de realizar alteraes
corporais. Isto no signica
que tenham problemas
psicolgicos ou transtornos
mentais.
A discriminao acontece quando, a partir de um preconceito, tomamos atitudes diferenciadas e negativas com
uma pessoa. No caso de pessoas LGBT, estas so agredidas verbal e sicamente, excludas do convvio familiar,
impedidas de manifestar afeto em pblico, e at assassinadas, simplesmente por se sentirem atradas afetiva e/
ou sexualmente por pessoas do mesmo sexo/gnero que
o seu ou por terem identidade de gnero que no condiz
com seu sexo biolgico.
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Homofobia Institucional
Trata-se da institucionalizao do preconceito contra
LGBTs por meio de normas impostas pelo Estado, como a
criminalizao da homossexualidade em pases do Oriente Mdio e do Continente Africano. Manifesta-se tambm
em comportamentos e prticas discriminatrias cotidianas no atendimento a lsbicas, gays, bissexuais, travestis
e transexuais, em instituies estatais e privadas.
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Direitos
Direito Igualdade
A Declarao Universal dos Direitos Humanos, proclamada
em 1948 pela Organizao das Naes Unidas (ONU), reco-
nhece em cada indivduo o direito liberdade e dignidade. A Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988
tambm adota o princpio da dignidade humana, e a rma
como objetivo fundamental, entre outros, promover o
bem de todos, sem preconceitos de origem, raa, sexo, cor,
idade e quaisquer outras formas de discriminao.
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Lsbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais so cidads e cidados e tm direitos e deveres como todas as
pessoas. Contudo, historicamente, esta populao tem
sido privada de muitos direitos em decorrncia dos pre-
conceitos existentes em nossa sociedade.
Direito diferena
O direito diferena o que permite que diferentes condies, caractersticas culturais e individuais, tais como
orientao sexual ou identidade de gnero, sejam respeitadas igualmente perante a lei.
LGBTs esto nas mais diferentes classes sociais, ocupam
todo tipo de prosso, tm estilos de vida diversos. Mas
h em comum o fato de que sofrem preconceito e discriminao e, por isso, encontram-se, muitas vezes, em
situaes de vulnerabilidade.
A fragilidade ou at rompimento dos vnculos familiares, a
excluso do convvio na comunidade, a discriminao sofrida nas escolas que, em vrios casos, provoca o abandono
dos estudos, a diculdade ou impedimento do acesso ao
mercado de trabalho, entre outros, produzem condies
de altssima vulnerabilidade, especialmente para travestis
e transexuais. Por isso, esta populao tem necessidades
especcas e precisa de polticas pblicas com aes armativas que combatam a excluso histrica a que foi e
submetida, no sentido do enfrentamento homofobia e
transfobia e da promoo da cidadania LGBT.
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Quais as punies?
A discriminao homofbica e transfbica pode ser punida por advertncia, multa, ou, em caso de estabelecimento comercial, suspenso ou cassao da licena de funcio-
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Nome Social
DECRETO ESTADUAL N 55.588/10 - Dispe sobre o tratamento nominal das pessoas transexuais e travestis nos rgos pblicos do Estado de So Paulo e d providncias
correlatas.
Este Decreto assegura s pessoas transexuais e travestis, o direito escolha de tratamento nominal nos atos e
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Sistema Penitencirio
RESOLUO SAP N 11/2014 - Dispe sobre a ateno a travestis e transexuais no mbito do sistema penitencirio.
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Esta Resoluo da Secretaria da Administrao Penitenciria inclui s normas sobre visita ntima nas unidades
prisionais (Resoluo SAP N 144/2010) um artigo que determina o tratamento igualitrio nos casos de relaes
homossexuais de pessoas em privao de liberdade quele aplicado a relaes heterossexuais.
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ciais, de modo a vetar prticas e condutas discriminatrias ou preconceituosas em razo de orientao sexual.
Decreto Estadual n 50.594, de 22 de maro de 2006 So
Paulo
Cria a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerncia (DECRADI).
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Referncias
Bibliogrcas
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Endereos teis
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