Geodiversidade SP
Geodiversidade SP
Geodiversidade SP
ESTADO DE SO PAULO
PROGRAMA GEOLOGIA DO BRASIL
LEVANTAMENTO DA GEODIVERSIDADE
2010
capa_letter_sao_paulo.indd 1
19/1/2011 09:56:59
GEODIVERSIDADE DO
ESTADO DE SO PAULO
PROGRAMA GEOLOGIA DO BRASIL
Levantamento da Geodiversidade
GEODIVERSIDADE
DO ESTADO DE SO PAULO
PROGRAMA GEOLOGIA DO BRASIL
Levantamento da Geodiversidade
ORGANIZAO
Carlos Augusto Brasil Peixoto
So Paulo, Brasil
2010
CRDITOS TCNICOS
LEVANTAMENTO DA GEODIVERSIDADE
DO ESTADO DE SO PAULO
COORDENAO NACIONAL
Departamento de Gesto Territorial
Cassio Roberto da Silva
Coordenao de Geoprocessamento
e da Base de Dados de Geodiversidade
Maria Anglica Barreto Ramos
Maria Adelaide Mansini Maia
Coordenao Regional
Antonio Theodorovicz
Execuo Tcnica
Colaborao
Edgar Shinzato
Jorge Pimentel
Lo Teixeira
Marcelo Eduardo Dantas
Mnica Mazzini Perrotta
Nelize Lima dos Santos (estagiria)
Regina Clia Gimenez Armesto
Roylane Barbosa
Valter Jos Marques
Reviso Lingustica
Projeto Grfico/Editorao/Multimdia
(superviso de editorao)
Andria Amado Continentino
FOTOS DA CAPA:
1. Potencial turstico: vista parcial da estncia hidromineral guas de Lindia.
2. Agricultura: uso da tcnica de terraceamento nas propriedades rurais da regio de Franca.
3. Recursos hdricos: Lago da represa Caconde no rio Pardo (municpio de Caconde).
4. Obras de engenharia: tnel na rodovia SP-123 km 31, municpio de Pindamonhangaba.
Superintendncia Regional de
Manaus (SUREG-MA)
Gerncia de Relaes Institucionais
e Desenvolvimento (GERIDE)
(projeto de multimdia)
Maria Tereza da Costa Dias
Aldenir Justino de Oliveira
Superintendncia Regional de
So Paulo (SUREG-SP)
Gerncia de Relaes Institucionais
e Desenvolvimento (GERIDE)
(editorao e multimdia)
Marina das Graas Perin
APRESENTAO
Uma das realizaes mais marcantes da atual gesto do Servio Geolgico do Brasil,
em estreita sintonia com a Secretaria de Geologia, Minerao e Transformao Mineral
do Ministrio de Minas e Energia (SGM/MME), tem sido a consolidao do conceito de
geodiversidade e, consequentemente, do desenvolvimento de mtodos e tecnologia
para gerao de um produto de altssimo valor agregado, que rompe o estigma de uso
exclusivo das informaes geolgicas por empresas de minerao.
A primeira etapa no caminho dessa consolidao foi a elaborao do Mapa
Geodiversidade do Brasil (escala 1:2.500.000), que sintetiza os grandes geossistemas
formadores do territrio nacional. Alm de oferecer sociedade uma ferramenta cientfica
indita de macroplanejamento do ordenamento territorial, o projeto subsidiou tanto
a formao de uma cultura interna com relao aos levantamentos da geodiversidade
quanto os aperfeioamentos metodolgicos.
SUMRIO
1. INTRODUO .................................................................................... 09
Pedro A. dos Santos Pfaltzgraff, Carlos Augusto Brasil Peixoto
2. METODOLOGIA E ESTRUTURAO DA BASE DE DADOS
EM SISTEMA DE INFORMAO GEOGRFICA ....................................... 15
Maria Anglica B. Ramos, Marcelo E. Dantas, Antnio Theodorovicz,
Valter J. Marques, Vitrio O. Filho, Maria Adelaide M. Maia,
Pedro A. S. Pfaltzgraff
3. GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO ................................... 31
Carlos Augusto Brasil Peixoto
4. CONCLUSES E RECOMENDAES................................................. 137
Carlos Augusto Brasil Peixoto
APNDICES
I . UNIDADES GEOLGICO-AMBIENTAIS DO TERRITRIO BRASILEIRO
II . BIBLIOTECA DE RELEVO DO TERRITRIO BRASILEIRO
1
INTRODUO
Pedro Augusto dos Santos Pfaltzgraff (pedro.augusto@cprm.gov.br)
Carlos Augusto Brasil Peixoto (carlos.peixoto@cprm.gov.br)
CPRM Servio Geolgico do Brasil
SUMRIO
Geodiversidade .................................................................................................... 11
Aplicaes............................................................................................................. 12
Referncias ........................................................................................................... 13
INTRODUO
GEODIVERSIDADE
O planeta Terra se comporta como um sistema vivo,
por meio de um conjunto de grandes engrenagens que se
movimenta, que se modifica, acolhe e sustenta uma imensidade de seres vivos em sua superfcie. A sua vida se
expressa pelo movimento do planeta no entorno do Sol e de
seu eixo de rotao, assim como por seu movimento interno
por meio das correntes de conveco que se desenvolvem
abaixo da crosta terrestre. Em decorrncia, tem-se, em
superfcie, a deriva dos continentes, vulces e terremotos,
alm do movimento dos ventos e diversos agentes climticos
que atuam na modelagem das paisagens.
Embora seja o sustentculo para o desenvolvimento da
vida na superfcie terrestre, o substrato tem recebido menos
ateno e estudo que os seres que se assentam sobre ele.
Partindo dessa afirmao, so mais antigos e conhecidos
o termo e o conceito de biodiversidade que os referentes
a geodiversidade.
O termo geodiversidade foi empregado pela primeira
vez em 1993, na Conferncia de Malvern (Reino Unido)
sobre Conservao Geolgica e Paisagstica. Inicialmente,
o vocbulo foi aplicado para gesto de reas de proteo
ambiental, como contraponto a biodiversidade, j que
havia necessidade de um termo que englobasse os elementos no-biticos do meio natural (SERRANO e RUIZ FLAO,
2007). Todavia, essa expresso havia sido empregada, na
dcada de 1940, pelo gegrafo argentino Federico Alberto
Daus, para diferenciar reas da superfcie terrestre, com
uma conotao de Geografia Cultural (ROJAS citado por
SERRANO e RUIZ FLAO, 2007, p. 81).
Em 1997, Eberhard (citado por SILVA et al, 2008a, p.
12) definiu geodiversidade como a diversidade natural entre
aspectos geolgicos, do relevo e dos solos.
O primeiro livro dedicado exclusivamente temtica
da geodiversidade foi lanado em 2004. Trata-se da obra de
Murray Gray (professor do Departamento de Geografia da
Universidade de Londres) intitulada Geodiversity: Valuying
and Conserving Abiotic Nature. Sua definio de geodiversidade bastante similar de Eberhard.
Owen et al. (2005), em seu livro Gloucestershire
Cotswolds: Geodiversity Audit & Local Geodiversity Action
Plan, consideram que:
Geodiversidade a variao natural (diversidade) da
geologia (rochas minerais, fsseis, estruturas), geomorfologia (formas e processos) e solos. Essa variedade de
ambientes geolgicos, fenmenos e processos faz com que
essas rochas, minerais, fsseis e solos sejam o substrato
para a vida na Terra. Isso inclui suas relaes, propriedades,
interpretaes e sistemas que se inter-relacionam com a
paisagem, as pessoas e culturas.
Galopim de Carvalho (2007), em seu artigo Natureza: Biodiversidade e Geodiversidade, assume esta
definio:
Biodiversidade uma forma de dizer, numa s palavra, diversidade biolgica, ou seja, o conjunto dos seres
Sociedades
Humanas
Meio Bitico
Meio Fsico
(Geodiversidade)
APLICAES
O conhecimento da geodiversidade nos leva a identificar, de maneira melhor, as aptides e restries de uso do
meio fsico de uma rea, bem como os impactos advindos
de seu uso inadequado. Alm disso, ampliam-se as possibilidades de melhor conhecer os recursos minerais, os
riscos geolgicos e as paisagens naturais inerentes a uma
determinada regio composta por tipos especficos de
rochas, relevo, solos e clima. Dessa forma, obtm-se um
diagnstico do meio fsico e de sua capacidade de suporte
para subsidiar atividades produtivas sustentveis.
Exemplos prticos da importncia do conhecimento da geodiversidade de uma regio para subsidiar o
aproveitamento e a gesto do meio fsico so ilustrados
a seguir.
Instrumento
de Planejamento, Gesto
e Ordenamento Territorial
Preveno de Desastres Naturais
Geoconservao e Geoturismo
Educao
Polticas Pblicas
Sade
GEODIVERSIDADE
Obras de Engenharia
Agricultura
Disponibilidade
e Adequada Utilizao
dos Recursos Hdricos
Meio Ambiente
Evoluo da Terra e da Vida
Mudanas Climticas
Levantamento Geolgico
e Pesquisa Mineral
12
Frente de Lavra
INTRODUO
durante a poca de cheia dos rios e em cujas reas inundveis crescem as invases e construes irregulares
(Figuras 1.4 e 1.5).
O uso e o manejo inadequados do solo so fatores
importantes na instalao de processos erosivos que levam
crescente formao de sulcos, ravinas e voorocas.
REFERNCIAS
BRILHA, J.; PEREIRA, D.; PEREIRA, P. Geodiversidade:
valores e usos. Braga: Universidade do Minho, 2008.
CPRM. Mapa geodiversidade do Brasil. Escala
1:2.500.000. Legenda expandida. Braslia: CPRM, 2006.
68 p. CD-ROM.
14
2
METODOLOGIA
E ESTRUTURAO
DA BASE DE DADOS
EM SISTEMA
DE INFORMAO
GEOGRFICA
Maria Anglica Barreto Ramos (angelica.barreto@cprm.gov.br)
Marcelo Eduardo Dantas (marcelo.dantas@cprm.gov.br)
Antnio Theodorovicz (antonio.theodorovicz@cprm.gov.br)
Valter Jos Marques (valter.marques@cprm.gov.br)
Vitrio Orlandi Filho (vitorioorlandi@gmail.com)
Maria Adelaide Mansini Maia (adelaide.maia@cprm.gov.br)
Pedro Augusto dos Santos Pfaltzgraff (pedro.augusto@cprm.gov.br)
CPRM Servio Geolgico do Brasil
Consultor
SUMRIO
Introduo............................................................................................................ 17
Procedimentos metodolgicos.............................................................................. 17
Definio dos domnios e unidades geolgico-ambientais.................................... 17
Atributos da geologia........................................................................................... 18
Deformao....................................................................................................... 18
Tectnica: dobramentos.................................................................................. 18
Tectnica: fraturamento (juntas e falhas)/cisalhamento.................................. 18
Estruturas........................................................................................................... 18
Resistncia ao intemperismo fsico..................................................................... 18
Resistncia ao intemperismo qumico................................................................ 18
Grau de coerncia.............................................................................................. 19
Caractersticas do manto de alterao potencial (solo residual)......................... 19
Porosidade primria........................................................................................... 20
INTRODUO
Neste captulo so apresentadas as diversas etapas
que envolveram o tratamento digital dos dados no desenvolvimento do SIG Mapa Geodiversidade do Estado
de So Paulo, do Programa Geologia do Brasil (PGB) da
CPRM/SGB, integrante do Programa de Acelerao do
Crescimento (PAC 2009), que tem como objetivo a gerao
de produtos voltados para o ordenamento territorial e o
planejamento dos setores mineral, transportes, agricultura,
turismo e meio ambiente.
As informaes produzidas esto alojadas no GeoBank
(sistema de bancos de dados geolgicos corporativo
da CPRM/SGB), a partir das informaes geolgicas
multiescalares contidas em suas bases Litoestratigrafia
e Recursos Minerais, alm da utilizao de sensores
como o Modelo Digital de Terreno SRTM (Shuttle Radar
Topography Mission), do Mosaico GeoCover 2000 e das
informaes de estruturas e drenagem (SCHOBBENHAUS
et al., 2004; RAMOS et al., 2005; THEODOROVICZ et
al., 1994, 2001, 2002, 2005; TRAININI e ORLANDI, 200;
TRAININI et al., 1998, 2001).
Do mesmo modo que na elaborao do Mapa
Geodiversidade do Brasil (escala 1:2.500.000), tambm
foram utilizadas, para o Mapa Geodiversidade do Estado de
So Paulo, informaes temticas de infraestrutura, recursos
minerais, unidades de conservao, terras indgenas e reas
de proteo integral e de desenvolvimento sustentvel
estaduais e federais, dados da rede hidrolgica e de gua
subterrnea, reas oneradas pela minerao, gasodutos
e oleodutos, dados paleontolgicos, geotursticos e
paleontolgicos.
PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
Assim como para o Mapa Geodiversidade do Brasil e
do SIG Geodiversidade ao Milionsimo, os levantamentos
estaduais foram elaborados seguindo as orientaes
contidas em roteiro metodolgico preparado para essa
fase, apoiados em kits digitais personalizados para cada
estado, que contm todo o material digital (imagens,
arquivos vetoriais etc.) necessrio ao bom desempenho
da tarefa.
A sistemtica de trabalho adotada permitiu a
continuao da organizao dos dados na Base Geodiversidade inserida no GeoBank, desde a fase do recorte
ao milionsimo at os estaduais e, sucessivamente, em
escalas de maior detalhe (em trabalhos futuros), de
forma a possibilitar a conexo dos dados vetoriais aos
dados alfanumricos. Em uma primeira fase, com auxlio
dos elementos-chave descritos nas tabelas dos dados
vetoriais, possvel vincular facilmente mapas digitais
ao GeoBank, como na montagem de SIGs, em que as
tabelas das shapefiles (arquivos vetoriais) so produtos
da consulta sistemtica ao banco de dados.
ATRIBUTOS DA GEOLOGIA
Desde a etapa do recorte ao milionsimo, para melhor
caracterizar as unidades geolgico-ambientais, foram
selecionados atributos da geologia que permitem uma
srie de interpretaes na anlise ambiental, os quais so
descritos a seguir.
Deformao
Relacionada dinmica interna do planeta. Procede-se
interpretao a partir da ambincia tectnica, litolgica
e anlise de estruturas refletidas nos sistemas de relevo e
drenagem.
Tectnica: dobramentos
- Ausente: sedimentos inconsolidados (aluvies, dunas,
terraos etc.).
- No-dobrada: sequncias sedimentares, vulcanossedimentares e rochas gneas no-dobradas e no-metamorfizadas.
- Pouco a moderadamente dobrada: a exemplo das
sequncias sedimentares ou vulcanossedimentares do tipo
Bambu, por exemplo.
- Intensamente dobrada: a exemplo das sequncias
sedimentares ou vulcanossedimentares complexa e intensamente dobradas (por exemplo, grupos Aungui, Minas,
dentre outros) e das rochas granito-gnaisse migmatticas.
Estruturas
De acordo com Oliveira e Brito (1998), as rochas
podem apresentar as seguintes caractersticas reolgicas
(comportamento frente a esforos mecnicos):
- Isotrpica: aplica-se quando as propriedades das rochas
so constantes, independentemente da direo observada.
- Anisotrpica: as propriedades variam de acordo com a
direo considerada.
As bibliotecas para o atributo Estruturas so:
- Isotrpica
- Anisotrpica Indefinida
- Anisotrpica Estratificada
- Anisotrpica Estratificada/Biognica
18
- Anisotrpica Macia/Vesicular
- Anisotrpica Macia/Acamadada
- Anisotrpica Macia/Laminada
- Anisotrpica Acamadada
- Anisotrpica Acamadada/Filitosa
- Anisotrpica Acamadada/Xistosa
- Anisotrpica Xistosa/Macia
- Anisotrpica Filitosa/Xistosa
- Anisotrpica Acamadamento Magmtico
- Anisotrpica Gnissica
- Anisotrpica Bandada
- Anisotrpica Concrecional
- Anisotrpica Concrecional/Nodular
- Anisotrpica Biognica
- Anisotrpica com Estruturas de Dissoluo
- Anisotrpica com Estruturas de Colapso
Grau de Coerncia
Refere-se resistncia ao corte e penetrao.
Mesmo em se tratando de uma nica litologia, devese prever a combinao dos vrios tipos de grau de
coerncia, a exemplo dos arenitos e siltitos (Figura
2.1). Para o caso de complexos plutnicos com vrias
litologias, todas podem ser enquadradas em um nico
grau de coerncia.
As classificaes utilizadas neste atributo so:
- Muito brandas
- Brandas
- Mdias
- Duras
- Muito brandas a duras
Entretanto, se forem vrias litologias, esta ser a
classificao:
- Varivel na horizontal
- Varivel na vertical
- Varivel na horizontal e vertical
- No se aplica.
Figura 2.1 Resistncia compresso uniaxial e classes de alterao para diferentes tipos de rochas.
Fonte: Modificado de Vaz (1996).
19
- Varivel de arenoso a argilossiltoso: sequncias sedimentares e vulcanossedimentares compostas por alternncias irregulares de camadas pouco espessas, interdigitadas
e de composio mineral muito contrastante, a exemplo
das sequncias em que se alternam, irregularmente, entre
si, camadas de arenitos quartzosos com pelitos, calcrios
ou rochas vulcnicas.
- Predominantemente siltoso: siltitos e folhelhos.
- No se aplica
Porosidade Primria
Relacionada ao volume de vazios em relao ao
volume total da rocha. O preenchimento dever seguir os
procedimentos descritos na Tabela 2.1.
Material
Tipo
Descrio
Rochas
sedimentares
consolidadas
(ver rochas macias)
Rochas
sedimentares
inconsolidadas
Extraordinria
Obs.
Mdia
Mx.
Mn.
<0,2
0,5
0,0
Mx.
Mn
Mx.
Mn
0,2
0,05
Calcrio macio
15
0,5
20
<0,5
0,0
Dolomito
10
<0,5
0,0
0,5
0,2
<0,5
0,0
Piroclasto e turfas
30
50
10
<5
20
0,0
C, E
Escrias
25
80
10
20
50
C, E
Pedra-pome
85
90
50
<5
20
0,0
Rochas
metamrficas
Rochas
vulcnicas
Normal
0,3
Granito
Rochas macias
Mdia
Porosidade Eficaz
% me
60
Basaltos densos,
fonlitos
Basaltos
vesiculares
Pizarras
sedimentares
0,1
<1
0,1
12
30
10
15
30
0,5
<2
0,0
Arenitos
15
25
30
0,5
10
20
0,0
Creta blanda
20
50
10
0,2
Calcrio detrtico
10
30
1,5
20
0,5
Aluvies
25
40
20
Dunas
35
40
30
45
40
15
20
15
35
20
30
10
Cascalho
30
40
25
25
35
15
Loess
45
55
40
<5
10
0,1
Areias
35
45
20
25
35
10
Depsitos glaciais
25
35
15
15
30
Silte
40
50
25
10
20
Argilas
no-compactadas
45
60
40
10
0,0
Solos superiores
50
60
30
10
20
85
30
Caracterstica da Unidade
Lito-Hidrogeolgica
So utilizadas as seguintes classificaes:
- Granular: dunas, depsitos sedimentares inconsolidados,
plancies aluviais, coberturas sedimentares etc.
- Fissural
- Granular/fissural
- Crstico
- No se aplica
ATRIBUTOS DO RELEVO
Com o objetivo de conferir uma informao geomorfolgica clara e aplicada ao mapeamento da geodiversidade do territrio brasileiro e dos estados federativos
em escalas de anlise muito reduzidas (1:500.000 a
1:1.000.000), procurou-se identificar os grandes conjuntos morfolgicos passveis de serem delimitados em tal
tipo de escala, sem muitas preocupaes quanto gnese
e evoluo morfodinmica das unidades em anlise, assim como aos processos geomorfolgicos atuantes. Tais
avaliaes e controvrsias, de mbito exclusivamente
geomorfolgico, seriam de pouca valia para atender
aos propsitos deste estudo. Portanto, termos como:
depresso, crista, patamar, plat, cuesta, hog-back,
pediplano, peneplanos, etchplano, escarpa, serra e macio,
dentre tantos outros, foram englobados em um reduzido
nmero de conjuntos morfolgicos.
Portanto, esta proposta difere, substancialmente,
das metodologias de mapeamento geomorfolgico presentes na literatura, tais como: a anlise integrada entre a
compartimentao morfolgica dos terrenos, a estrutura
subsuperficial dos terrenos e a fisiologia da paisagem,
proposta por AbSaber (1969); as abordagens descritivas
em base morfomtrica, como as elaboradas por Barbosa
et al. (1977), para o Projeto RadamBrasil, e Ponano et
al. (1979) e Ross e Moroz (1996) para o Instituto de
Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So Paulo (IPT); as
abordagens sistmicas, com base na compartimentao
topogrfica em bacias de drenagem (MEIS et al., 1982); ou
Tipo de Relevo
Declividade
(graus)
R1a
0a3
zero
R1b1
Terraos Fluviais
0a3
2 a 20
R1b2
Terraos Marinhos
0a3
2 a 20
R1b3
Terraos Lagunares
0a3
2 a 20
R1c1
5 a 45
Varivel
R1c2
Leques Aluviais
0a3
2 a 20
R1d
Plancies Fluviomarinhas
0 (plano)
zero
R1e
Plancies Costeiras
0a5
2 a 20
R1f1
Campos de Dunas
3 a 30
2 a 40
R1f2
Campos de Loess
0 a 5o
2 a 20
R1g
Recifes
zero
R2a1
Tabuleiros
0a3
20 a 50
R2a2
Tabuleiros Dissecados
0a3
20 a 50
R2b1
Baixos Plats
0a5
0 a 20
R2b2
0a5
20 a 50
R2b3
Planaltos
0a5
20 a 50
R2c
Chapadas e Plats
0a5
0 a 20
R3a1
0a5
0 a 10
R3a2
0a5
10 a 30
R3b
Inselbergs
25 a 60
50 a 500
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4a3
3 a 10
50 a 200
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Domnio Montanhoso
25 a 60
300 a 2000
R4d
Escarpas Serranas
25 a 60
300 a 2000
R4e
10 a 45
50 a 200
R4f
Vales Encaixados
10 a 45
100 a 300
22
Amplitude
Topogrfica (m)
na anlise geolgico-ambiental, uma vez que so respostas/resultados das caractersticas ligadas a aspectos
geolgicos, estruturais e a processos geomorfolgicos,
os quais atuam como agentes modeladores da paisagem
e das formas de relevo.
Dessa forma, a integrao de atributos ligados s redes de drenagem como tipos de canais de escoamento,
hierarquia da rede fluvial e configurao dos padres
de drenagem a outros temas trouxe respostas a vrias
questes relacionadas ao comportamento dos diferentes
ambientes geolgicos e climticos locais, processos fluviais dominantes e disposio de camadas geolgicas,
dentre outros.
ANLISE DA DRENAGEM
Segundo Guerra e Cunha (2001), o reconhecimento,
a localizao e a quantificao das drenagens de uma
determinada regio so de fundamental importncia
ao entendimento dos processos geomorfolgicos que
governam as transformaes do relevo sob as mais
diversas condies climticas e geolgicas. Nesse sentido, a utilizao das informaes espaciais extradas
do traado e da forma das drenagens indispensvel
23
Figura 2.2 - Exemplo de dados do kit digital para o estado de So Paulo: unidades geolgico-ambientais versus infraestrutura,
recursos minerais e reas de proteo ambiental.
Figura 2.3 - Exemplo de dados do kit digital para o estado de So Paulo: unidades geolgico-ambientais versus relevo sombreado
(MDT_SRTM).
24
Figura 2.4 Exemplo de dados do kit digital para o estado de So Paulo: modelo digital de elevao (SRTM) versus drenagem bifilar.
Os procedimentos de tratamento digital e processamento das imagens geotiff e MrSid (SRTM e GeoCover,
respectivamente), dos Grids (declividade e hipsomtrico), bem como dos recortes e reclass dos arquivos
vetoriais (litologia, planimetria, curvas de nvel, recursos
minerais etc.) contidos no kit digital foram realizados
em ambiente SIG, utilizando os softwares ArcGis9 e
ENVI 4.4.
REFERNCIAS
ABSABER, A. N. Um conceito de geomorfologia a servio
das pesquisas sobre o quaternrio. Geomorfologia, So
Paulo, n. 18, p. 1-23, 1969.
ALBUQUERQUE, P. C. G.; SANTOS, C. C.; MEDEIROS, J. S.
Avaliao de mosaicos com imagens LandSat TM
para utilizao em documentos cartogrficos em
escalas menores que 1/50.000. So Jos dos Campos:
INPE, 2005. Disponvel em: <http://mtc-m12.sid.inpe.
br/col/sid.inpe.br/iris@1912/2005/09.28.16.52/doc/
publicacao.pdf>. Acesso em: 21 dez. 2009.
BARBOSA, G. V.; FRANCO, E. M. S.; MOREIRA, M. M. A.
Mapas geomorfolgicos elaborados a partir do sensor
radar. Notcia Geomorfolgica, Campinas, v. 17, n. 33,
p. 137-152, jun. 1977.
BARROS, R. S. et al. Avaliao do modelo digital de
elevao da SRTM na ortorretificao de imagens Spot
4. Estudo de caso: Angra dos Reis RJ. In: SIMPSIO
EM CINCIAS GEODSICAS E TECNOLOGIA DA
GEOINFORMAO, 1., 2004, Recife. Anais Recife:
UFPE, 2004. CD-ROM.
BERGER, A. Geoindicators: what are they and how are
they being used? In: INTERNATIONAL GEOLOGICAL
CONGRESS, 32., 2004, Florence. Abstracts Florence,
Italy: IUGS, 2004. v. 2, abs. 209-1, p. 972.
BIZZI, L. A. et al. Geologia, tectnica e recursos
minerais do Brasil: texto, mapas e SIG. Braslia: CPRM,
2003. 674 p. il. DVD-ROM anexo.
CCRS. Natural resources Canada, 2004. Disponvel em:
<http://www.ccrs.nrcan.gc.ca/index_e.php>. Acesso em:
21 dez. 2009.
CPRM. Geologia e recursos minerais do estado
do Amazonas: Sistema de Informaes Geogrficas
(SIG). Escala 1: 1:000.000. Rio de Janeiro: CPRM, 2006.
CD-ROM. Programa Geologia do Brasil: integrao,
atualizao e difuso de dados da geologia do Brasil.
Mapas geolgicos estaduais.
CPRM. Instrues e procedimentos de padronizao
no tratamento digital de dados para projetos de
mapeamento da CPRM: manual de padronizao. Rio
de Janeiro: CPRM, 2005. v. 2.
CPRM. Carta geolgica do Brasil ao milionsimo:
sistema de informaes geogrficas (SIG). Braslia: CPRM,
2004. 41 CD-ROMs. Programa Geologia do Brasil.
30
3
GEODIVERSIDADE:
ADEQUABILIDADES/
POTENCIALIDADES E
LIMITAES FRENTE
AO USO E OCUPAO
Carlos Augusto Brasil Peixoto (carlos.peixoto@cprm.gov.br)
CPRM Servio Geolgico do Brasil
SUMRIO
Introduo............................................................................................................ 33
Domnio dos sedimentos cenozoicos inconsolidados ou pouco
consolidados depositados em meio aquoso (DC).................................................. 35
Domnio dos sedimentos indiferenciados cenozoicos relacionados ao
retrabalhamento de outras rochas, geralmente associados a superfcies
de aplainamento (DCSR)....................................................................................... 42
Domnio dos sedimentos cenozoicos semiconsolidados fluviais (DCF)................... 46
Domnio dos sedimentos cenozoicos pouco a moderadamente
consolidados, associados a pequenas bacias continentais do
tipo rift (DCMR)..................................................................................................... 50
Domnio das coberturas sedimentares e vulcanossedimentares
mesozoicas e paleozoicas, pouco a moderadamente consolidadas,
associadas a grandes e profundas bacias sedimentares do tipo
sinclise (ambientes deposicionais: continental, marinho, desrtico,
glacial e vulcnico) (DSVMP)................................................................................. 56
Domnio do vulcanismo fissural mesozoico do tipo plateau (DVM)....................... 71
Domnio dos complexos alcalinos intrusivos e extrusivos,
diferenciados do tercirio, mesozoico e proterozoico (DCA)................................. 78
Domnio das sequncias sedimentares proterozoicas dobradas,
metamorfizadas de baixo a mdio grau (DSP2)..................................................... 83
Domnio das sequncias vulcanossedimentares proterozoicas
dobradas, metamorfizadas de baixo a alto grau (DSVP2)...................................... 93
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
INTRODUO
O Levantamento da Geodiversidade do Estado de
So Paulo, desenvolvido na escala 1:750:000, apresenta a
superfcie territorial do estado 248.209,426 km2 compartimentada em 14 domnios, que, por sua vez, foram
subdivididos em 50 unidades geolgico-ambientais.
Na descrio de cada domnio e de suas unidades
formadoras sero abordados os elementos de definio e
as reas de ocorrncia do domnio, exemplos de litologias
formadoras de cada unidade geolgico-ambiental, formas
de relevo e suas caractersticas.
As etapas de trabalhos de campo, consulta bibliografia especializada e edio do memorial fotogrfico subsidiaram a anlise tcnica e a interpretao para descrever
as potencialidades, adequabilidades e limitaes especficas
de cada unidade geolgico-ambiental.
As descries dos domnios ambientais foram ilustradas com mapas, quadros e fotografias legendadas,
apresentando a localizao espacial das unidades, dados de
relevo e potencial mineral, sendo que as imagens registram
Quadro 3.1 - Quantitativo de rea e percentual para cada domnio e suas unidades geolgico-ambientais
COD_
DOM
DC
rea
Km2
%
8.940
3,6
COD_UNIGEO
rea
Km2
DCa
6.000
2,4
DCmc
1.040
0,42
DCm
1.900
0,78
DCSR
6.200
2,5
DCSR
6.200
2,5
DCF
230
0,1
DCFa
230
0,1
DCMR
2.530
DCMRa
DCMRcsa
2.400
130
0,95
0,05
DSVMPa
580
0,23
DSVMPae
5.700
2,3
DSVMPasaf
35.000
14,10
DSVMPsaa
202
0,08
DSVMPaef
91.200
36,74
DSVMPsaacv
2.000
0,8
DSVMPsaca
4.650
1,9
DSVMPsabc
1.102
0,45
DVMb
33.500
13,5
DCAin
40
0,01
DSVMP
DVM
DCA
140.434 56,6
33.500
516
13,5
0,2
DCAtbr
104
0,02
DCAsbalc
0,008
DCAalc
400
0,16
DCAganc
0,002
COD_
DOM
rea
Km2
%
DSP2
4.081
1,7
DSVP2
11.675
4,7
DCMU
40
0,02
rea
COD_UNIGEO
Km2
DSP2mqmtc
1.800
DSP2mqsafmg 261
DSP2msa
530
DSP2sag
890
DSP2mcsaa
600
DSVP2
790
DSVP2q
550
DSVP2x
8.700
DSVP2csa
1.015
DSVP2gratv
470
DSVP2bu
150
DCMUbu
40
%
0,75
0,1
0,2
0,4
0,25
0,3
0,2
3,5
0,4
0,2
0,1
0,02
DCGR1palc
780
0,4
DCGR1alc
740
0,3
DCGR1salc
150
0,1
DCGR1
2.246
1
DCGR1pal
341
0,1
DCGR1in
235
0,1
DCGR2alc
40
0,1
DCGR2salc
9.500
3,8
DCGR2
14.040
5,7
DCGR2pal
3.000
1,2
DCGR2in
1.500
0,6
DCGR3ch
1.100
0,5
DCGR3
2.050
0,9
DCGR3salc
950
0,4
DCGMGLmo
4.000
1,7
DCGMGgnp 10.000
4
DCGMGLmgi
500
0,2
DCGMGL 21.510
8,5
DCGMGLgli
10
0,01
DCGMGLgno 5.000
2,0
DCGMGLgni
1.500
0,6
rea Total do Estado de So Paulo
248.209,426 km
33
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Figura 3.3 - Distribuio espacial das formas de relevos que ocorrem no estado de So Paulo.
Formas de Relevo
A geomorfologia apresenta-se favorvel a que os solos
sejam do tipo transportado e com caractersticas extremamente variadas, assim como so influenciados pelas litologias existentes nas regies altas do entorno (Figura 3.5).
35
Figura 3.4 - Distribuio espacial das unidades geolgico-ambientais formadoras do domnio DC no estado de So Paulo.
Figura 3.5 - Formas de relevos predominantes nas reas de ocorrncia das unidades geolgico-ambientais do domnio DC.
36
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Caractersticas, Adequabilidades e
Limitaes Frente ao Uso e Ocupao
Obras de engenharia
Adequabilidades
O domnio DC mostra forte potencial para minerao
de areia, argila e cascalho. Em toda a sua extenso,
predominam solos e sedimentos inconsolidados de baixa
resistncia ao corte e penetrao. Devido gnese de
formao dessas litologias, as camadas se apresentam
horizontalizadas e com boa homogeneidade geomecnica
e hidrulica lateral.
Limitaes
O domnio dos sedimentos cenozoicos inconsolidados ou pouco consolidados depositado em meio
aquoso tem substrato formado por sedimentos com
baixo grau de consolidao, com predomnio de solos
moles, ocorrendo em muitos setores das unidades a
saturao de gua. Tais solos tm baixa capacidade
de suporte.
As obras apoiadas nessas litologias sedimentares estaro sujeitas a problemas estruturais, como trincas, racha-
COD_UNI_GEO
DCa
COD_REL
Relevo
Declividade (grau)
Amplitude
Topogrfica(m)
R1a
0a3
R1b
Terraos fluviais
0a3
2 a 20
R1e
Plancies costeiras
0a5
2 a 20
R1d
Plancies fluviomarinhas
R1e
Plancies costeiras
0a5
2 a 20
R1b
Terraos fluviais
0a3
2 a 20
R1d
Plancies fluviomarinhas
R1e
Plancies costeiras
0a5
2 a 20
DCmc
DCm
37
Limitaes especficas
A unidade geolgico-ambiental DCa corresponde s
plancies aluviais e ocorre, geralmente, s margens dos rios.
Na unidade DCmc, h predomnio de areias inconsolidadas de diversas granulometrias, depositadas junto
linha de costa, que esto expostas influncia da ao
erosiva das ondas e aos efeitos da mar, com registros de
ocorrncia na regio de Bertioga.
Essa unidade ocorre ao longo do litoral, mas na
poro sul que esto as maiores reas de ocorrncia,
principalmente no municpio de Ilha Comprida.
A unidade DCm constituda quase que exclusivamente de areia frivel, muito fina, excessivamente erosiva
e sujeita ao fenmeno de liquefao, tipo areia movedia,
que pode dificultar a trafegabilidade em certas reas de
ocorrncia, como na regio de Iguape.
Essa unidade ocorre em quase todo o litoral, entretanto, com maior exposio na regio sul, como nos
municpios de Cananeia, Iguape e Perube.
No litoral sul, ocorrem reas bem preservadas de
mangues formados por intercalaes irregulares de areia
muito fina a fina, silte, argila e matria orgnica com
teores relativamente baixos. So tipos de solos limitados
para qualquer tipo de ocupao urbana ou viria.
A acelerada expanso urbana na regio de Ilha
Comprida causa problemas ambientais, como a gerao
de resduos slidos e lquidos sem forma adequada de
deposio e a escassez na disponibilidade de recursos
hdricos superficiais e subterrneos (Figura 3.6).
Em contrapartida, a rea de mangue no municpio de
Cananeia est bem preservada e serve de proteo contra
a eroso e o assoreamento (Figura 3.7).
38
Agricultura
Limitaes
O padro de relevo predominante no domnio
DC mostra-se favorvel a que, em pocas de chuvas
intensas, ocorra acmulo de gua nas cotas baixas e
nas reas planas. Nessas regies, h setores onde se
registra baixa drenagem, devido composio textural
do solo, o que favorece a formao de reas midas.
A associao de fatores do meio fsico como
relevo, solo e hidrologia proporciona a formao de
lagoas indicativas de que o lenol fretico est aflorante
ou situado a baixas profundidades. Tal condio hidrogeolgica limita o uso dessas reas para uso urbano
ou agrcola.
Essas reas, em se tratando de agricultura, mostramse inadequadas ao plantio de espcies de razes profundas, pois estas podem apodrecer ou ter dificuldade de
crescimento.
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Adequabilidades especficas
A unidade DCa tem o relevo predominantemente
plano, apresentando baixa densidade de canais de
drenagem e baixo potencial de eroso hdrica.
Ocorrem nessa unidade terrenos favorveis existncia
de muitas manchas de solos com a fertilidade natural
periodicamente renovada pela enchente dos rios.
Os solos ricos em matria orgnica so bastante
porosos, com boa fertilidade natural e alta capacidade
de reter e fixar nutrientes. So solos que respondem
bem adubao e correo por apresentarem boas
caractersticas fsico-qumicas para o desenvolvimento
das lavouras.
A regio de Mogi das Cruzes apresenta extensas
reas planas com plantao de hortalias, devido qualidade dos solos formados sobre depsitos aluvionares das
margens do rio Tiet (Figuras 3.8 e 3.9).
As unidades DCmc e DCm tm padro de relevo
variando de plano a suave ondulado, com declividade
de valores entre 0 a 5 e amplitudes de 0 a 20 m, apresentando baixa densidade de canais de drenagem. Tais
caractersticas classificam essas regies como de baixssimo potencial de eroso hdrica laminar.
Nas pocas de seca, os solos existentes nessas
regies podem ser manejados com mquinas e implementos agrcolas mecanizados e de grande porte.
Limitaes especficas
Na unidade DCa, observa-se alto potencial de
alagamentos, inundaes e enchentes cclicas de longa
durao nas reas prximas s margens de rios, riachos,
crregos e lagoas.
39
recentes, marinho costeiro ou misto (marinho/continental), obras civis do tipo lineares, destinadas circulao
de poluentes, como oleodutos, ou obras para instalao
de tanques de armazenamento de combustveis, no
podem ficar enterradas em locais permanentemente
midos ou ricos em matria orgnica.
Em tais reas, as camadas de solos orgnicos,
devido liberao de cidos com forte poder agressivo
e corrosivo, podero causar danos e de forma rpida
a estruturas enterradas, como o seu rompimento, exploses ou o derramamento de substncias que podem
contaminar o solo e o lenol fretico.
Limitaes especficas
Adequabilidades
O domnio DC apresenta bom potencial para
aproveitamento de gua subterrnea, pela facilidade
de perfurao e escavao, em investigaes de baixo
custo e em menor tempo.
Os aquferos porosos so encontrados em locais
onde a posio do nvel dgua pouca profunda, com
bombeamento de baixo recalque.
Os aquferos esto situados em reas muito favorveis recarga, devido proximidade de rios, riachos
e lagos e grande capacidade de infiltrao, onde a
porosidade e a permeabilidade mostram valores altos
em depsitos sedimentares inconsolidados ou pouco
consolidados, como aluvies, dunas e alguns depsitos
coluviais.
Limitaes
No domnio DC h inmeros locais em que o lenol
fretico aflora ou se situa prximo superfcie. Por isso,
so mais vulnerveis contaminao, tanto por fontes
difusas (denominadas assim por no terem um ponto de
lanamento especfico ou por no advirem de um ponto
preciso de gerao, tornando-se de difcil controle e
identificao; so, geralmente, ativadas pelas chuvas)
como por fontes pontuais (lanamentos individualizados, como rede de esgotos sanitrios ou de efluentes
industriais, em um ponto especfico de um rio).
Esse domnio apresenta drenabilidade restrita, em
que o sistema de drenagem tem baixa velocidade, o que
torna as guas superficiais lentas e com baixo poder de
oxigenao, reduzindo o potencial de autodepurao.
Tal caracterstica hdrica, associada ao padro de
relevo, torna o sistema da regio com potencial para
concentrao de contaminantes e no para disperso
de forma natural.
Nesse domnio, onde os sedimentos cenozoicos so
formados em ambientes do tipo plancies aluvionares
40
Potencial mineral
As trs unidades formadoras do domnio DC tm
grande potencial mineral para extrao de areia e de
turfa, cuja explorao, entretanto, restrita, pois podem estar dentro ou lindeiras a reas de preservao
permanente (APP) ou de unidades de conservao (UC),
onde a legislao ambiental tem carter restritivo ao
desenvolvimento de atividade econmica do tipo explorao mineral (Quadro 3.3).
O estado de So Paulo o maior produtor de areia
quartzosa do Brasil, respondendo por 75% da produo
bruta em nvel nacional.
Na unidade DCa, o ambiente favorvel para
explorar tipos variados de areia, argila comum,
plstica e de cascalhos. Ocorrem nessa unidade reas
com potencial para depsitos de plceres de minerais
pesados, inclusive ouro em sedimentos aluvionares.
Na unidade DCm, o potencial mineral para areia
essencialmente quartzosa, com caractersticas granulomtricas favorveis para utilizao na fabricao de
vidros.
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
COD_DOM
COD_UNI_GEO
Minerais
Metlicos
Minerais
No-Metlicos
Minerais e Rochas
como Materiais de
Uso na Construo Civil
Minerais de Uso
Especial guas
e Energticos
gua mineral
DCa
Ouro (Au)
Diamante
Areia
Argila comum
Argila plstica
Cascalho
Seixo
DCmc
ND
ND
Areia
Turfa
ND
DCm
ND
ND
Areia
ND
DC
Obs.: ND = No-Detectado.
Adequabilidades especficas
A unidade DCa classificada como um ambiente
de domnio de rios e crregos, constituindo-se um
ecossistema de transio de ambientes terrestres e
aquticos.
As plancies aluvionares, associadas s reas serranas,
so muito quentes no vero e muito frias no inverno,
sujeitas formao de geadas.
Essa unidade est associada a rios onde h construo
de barragens e hidreltricas. Tais barramentos formam
imensos reservatrios, que criam novas reas de lazer com
pequenas praias (Figura 3.11).
As unidades DCmc e DCm so formadas por ambientes litorneos, onde existem lagoas de gua doce
e banhados, considerados habitats importantes para
reproduo de peixes e nidificao de aves.
Figura 3.11 - Lago com multiusos, como essa praia utilizada para
lazer, foi gerado pela construo da Represa de Ilha Solteira,
no rio Paran.
41
Figura 3.12 - Margem do rio Una da Aldeia, com mata ciliar bem
preservada, prximo APA Cananeia-Iguape-Perube.
Caractersticas da Unidade
Geolgico-Ambiental
A unidade geolgico-ambiental que compe o domnio
DCSR apresenta as seguintes caractersticas geolgicas:
- DCSR: Unidade relacionada a sedimentos retrabalhados
de outras rochas. So coberturas de composio arenoconglomertica e/ou sltico-argilosa, associadas a superfcies de
aplainamento. Exemplo: Formao Itaqueri.
Formas de Relevo
As formas de relevo predominantes na rea de ocorrncia da unidade geolgico-ambiental DCSR so apresentadas
na Figura 3.15. J as formas de relevo associadas que ocorrem
na unidade geolgico-ambiental e respectivas declividades e
amplitudes esto descritas no Quadro 3.4.
Caractersticas, Adequabilidades e
Limitaes Frente ao Uso e Ocupao
Obras de engenharia
Adequabilidades
Figura 3.13 - Parte de um antigo cais por onde eram embarcados
para Portugual o ouro extrado da regio do vale do Ribeira, junto
as margens do rio de Iguape (Iguape, SP).
42
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Figura 3.14 - Distribuio espacial da unidade geolgico-ambiental formadora do domnio DCSR no estado de So Paulo.
Figura 3.15 - Formas de relevos predominantes nas reas de ocorrncia da unidade geolgico-ambiental do domnio DCSR.
43
COD_UNI_GEO
DCSR
COD_REL
Relevo
Declividade (grau)
Amplitude
Topogrfica(m)
R2b
2a5
20 a 50
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
Limitaes
As coberturas sedimentares so predominantemente
arenosas, inconsolidadas, bastante friveis e erosivas. Assim, taludes de corte construdos devido a obras civis do
tipo estradas podem apresentar alto grau de instabilizao
(Figuras 3.16 e 3.17).
44
Nessas formaes sedimentares, h muitos nveis descontnuos de cascalhos e de seixos que apresentam diversos
tamanhos e composies diferentes; s vezes, podem ser de
composio quartzosa ou latertica (Figura 3.18).
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Agricultura
Adequabilidades
Em relevos dos tipos planaltos e baixos plats e no
de colinas amplas e suaves, devido baixa declividade e
amplitude, h baixa densidade de canais de drenagem, o
que reflete no fraco potencial de eroso hdrica.
As regies com predomnio de relevo quase plano
mostram-se favorveis ocorrncia de processos pedogenticos, que geram perfis profundos com baixa pedregosidade,
sendo classificados como solos de alta escavabilidade.
Em reas com esse padro de relevo, o solo pode
ser aproveitado para agricultura de forma mecanizada
(Figura 3.21).
Limitaes
Nessa unidade h predomnio de sedimentos que se
alteram para solos arenoquartzosos, classificados como
erosivos, cidos, de baixa fertilidade natural, excessivamente
permeveis e de baixa capacidade hdrica, pois perdem
gua rapidamente, alm de muito suscetveis a processos
de arenizao.
So solos considerados inadequados para plantas de
razes curtas (por exemplo, hortalias como alface, ou bananeiras, cana-de-acar etc.), possuem baixa capacidade
de reter e fixar nutrientes e assimilar matria orgnica e,
consequentemente, a adubao no aumentar a produtividade agrcola.
O relevo apresenta extensas reas planas, onde os solos
so expostos lixiviao e deflagrao do processo de
arenizao, formando grandes reas denominadas areais.
Isso ocorre por questes climticas, como chuva, ventos,
variao da temperatura, e tambm pelo desmatamento,
para uso e ocupao do solo com a monocultura da canade-acar.
45
COD_DOM
COD_UNI_GEO
Minerais
Metlicos
Minerais
No-Metlicos
Minerais e Rochas
como Materiais de
Uso na Construo Civil
Minerais de Uso
Especial guas
e Energticos
DCSR
DCSR
ND
Diamantes
Areia
Argila
Cascalho
gua mineral
Obs.: ND = No-Detectado.
Limitaes
H, nesse domnio, predomnio de solos arenoquartzosos altamente permeveis, com muito baixa capacidade de reter e eliminar poluentes, devido alta porosidade
e permeabilidade das camadas superficial e subsuperficial.
As reas em que o relevo do tipo plano e suave
ondulado, associado a solo e subsolo com granulometria
grosseira, so favorveis a que defensivos agrcolas, sejam
os utilizados em reas agrcolas ou aqueles provenientes
de vazamentos acidentais, alcancem rapidamente o lenol
de gua subterrnea.
A configurao geomorfolgica mais movimentada pode
ser desfavorvel a que as guas subterrneas se armazenem
nos sedimentos arenosos, migrando para camadas mais
profundas e planas do substrato rochoso existente na regio.
Onde o relevo do tipo planaltos e baixos plats e no
de colinas amplas e suaves, o sistema de drenagem est
em franco processo de assoreamento.
46
Potencial mineral
No domnio DCSR, ocorrem reas favorveis explorao de materiais de uso direto na construo civil,
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Figura 3.22 - Distribuio espacial da unidade geolgico-ambiental formadora do domnio DCF no estado de So Paulo.
Formas de Relevo
So sedimentos depositados em ambiente fluvial e
que aparecem sustentando terrenos baixos, quase no nvel
das plancies aluviais, e nos topos de colinas dissecadas e
morros baixos (Figura 3.23).
As formas de relevo associadas que ocorrem na
unidade geolgico-ambiental e respectivas declividades e
amplitudes esto descritas no Quadro 3.6.
Caractersticas, Adequabilidades e
Limitaes Frente ao Uso e Ocupao
Obras de engenharia
Adequabilidades
Nas pores da unidade em que o padro de relevo
mostra-se mais suavizado, o terreno apresenta baixo potencial erosivo e reduzida ocorrncia de movimentos naturais
de massa.
A unidade tem, nas regies com influncia dos vales
fluviais, excelentes reas-fonte para explorao de argila,
areia e cascalho.
Limitaes
Nas reas formadoras do domnio DCF, o substrato
apresenta grande heterogeneidade litolgica na vertical, com
mudanas abruptas entre camadas de litologia de caractersticas composicionais e granulomtricas muito diferentes,
constituindo-se em descontinuidades geomecnicas que
facilitam as desestabilizaes em taludes de corte.
Ocorre alta incidncia de camadas de sedimentos
base de argilominerais expansivos rijas, excessivamente
plsticas, de cerosidade elevada e muito aderentes e escorregadias quando midas. Essas camadas oferecem resistncia
escavao e perfurao com sondas rotativas.
Essas camadas de argila esto sujeitas ao fenmeno do
tipo colapsividade. Caso expostas na superfcie do terreno e
sob efeito da oscilao do grau de umidade, podem sofrer
processos de fendilhamento, desagregando e desestabilizando com certo grau esses estratos.
Nas reas onde o relevo favorece a reteno de guas
das chuvas, pode haver camadas de argilas moles, saturadas
em gua e sujeitas ao fenmeno da corrida de lama, no
caso de sofrerem descompresso devido a obras de escavao.
47
Figura 3.23 - Formas de relevos predominantes nas reas de ocorrncia da unidade geolgico-ambiental do domnio DCF.
Quadro 3.6 - Unidade geolgico-ambiental e formas de relevo associadas.
COD_UNI_GEO
COD_REL
Relevo
Declividade
(grau)
Amplitude
Topogrfica
(m)
R2a1
Tabuleiros
0a3
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
DCFa
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Agricultura
Adequabilidades
Em solos mais arenosos e nos topos de morros baixos,
h pequenos setores com plantao de ch-da-ndia, como
no municpio de Pariquera-Au (Figuras 3.26 e 3.27). J nas
reas com pequenos declives e mais planas, cultiva-se banana.
Limitaes
Limitaes
H predomnio de sedimentos sltico-argilosos que
se alteram liberando poucos nutrientes, gerando solos
com baixa fertilidade natural e com excesso de alumnio,
elemento txico s plantas.
Nas reas onde predominam solos transportados,
formados basicamente por sedimentos conglomerticos, o
ndice de pedregosidade elevado, o que se constitui em
fator limitante ao uso agrcola.
Potencial mineral
Na unidade DCFa, h possibilidade de ocorrer ouro associado s camadas de areia e cascalho, consideradas depsitos
sedimentares clsticos do tipo secundrio plceres (Quadro 3.7).
49
COD_DOM
COD_UNI_GEO
Minerais
Metlicos
Minerais
No-Metlicos
Minerais e Rochas
como Materiais de
Uso na Construo Civil
Minerais de Uso
Especial guas
e Energticos
DCF
DCFa
Ouro (Au)
ND
Areia
Argila
Cascalho
ND
Obs.: ND = No-Detectado.
Formas de Relevo
As formas de relevo predominantes na rea de ocorrncia das unidades geolgico-ambientais do domnio
DCMR so apresentadas na Figura 3.29. J as formas de
relevo associadas que ocorrem em cada unidade geolgicoambiental e respectivas declividades e amplitudes esto
descritas no Quadro 3.8.
Caractersticas, Adequabilidades e
Limitaes Frente ao Uso e Ocupao
Obras de engenharia
Adequabilidades
No domnio DCMR ocorre o empilhamento de camadas
horizontalizadas ou sub-horizontalizadas, no-deformadas,
com boa homogeneidade geotcnica e hidrulica lateral.
Nessas reas, h predomnio de sedimentos pouco
consistentes, com baixa resistncia ao corte e penetrao;
podendo ser escavados com certo grau de facilidade com
mquinas e ferramentas leves.
Limitaes
A variao litolgica na vertical e as mudanas abruptas
entre camadas de litologia com caractersticas composicionais e granulomtricas muito diferentes constituem-se em
descontinuidades geomecnicas que facilitam as desestabilizaes, por exemplo, em taludes de corte.
A alta incidncia de camadas de sedimentos base
de argilominerais expansivos, que so bastante rijos,
excessivamente plsticos, de cerosidade elevada, aderentes
e escorregadios quando midos, constitui-se em problema
para a escavao e perfurao com sondas rotativas.
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Figura 3.28 - Distribuio espacial das unidades geolgico-ambientais formadoras do domnio DCMR no estado de So Paulo.
Figura 3.29 - Formas de relevos predominantes nas reas de ocorrncia das unidades geolgico-ambientais do domnio DCMR.
51
COD_UNI_GEO
DCMRa
COD_REL
Relevo
Declividade (grau)
Amplitude
Topogrfica (m)
R2a1
Tabuleiros
0a3
20 a 50
R2a2
Tabuleiros dissecados
0 a 25
20 a 50
R4a1
3 a 10
20 a 50
R2a1
Tabuleiros
0a3
20 a 50
R2a2
Tabuleiros dissecados
0 a 25
20 a 50
DCMRcsa
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Adequabilidades especficas
Na unidade DCMRcsa, o manto de alterao das camadas de calcrio pode apresentar alta reatividade qumica,
tendo potencial para uso como material de emprstimo.
Devido composio das camadas calcferas, estas podem
servir como barreiras qumicas a contaminantes, como
alumnio ou metais pesados (chumbo, cdmio etc.).
Limitaes especficas
Nas reas de ocorrncia da unidade DCMRa, h maior
possibilidade, em locais escavados, de exposio de camadas de arenitos grossos conglomerticos intercalados com
siltitos e argilitos de origem fluvial, que so sedimentos
friveis, de fcil erodibilidade e erosividade e de difcil
estabilizao.
Na unidade DCMRcsa, ocorrem sedimentos finamente laminados, portadores de argilominerais expansivos; por isso, so colapsveis, fendilham-se e se desagregam com facilidade ao serem expostos variao do
grau de umidade e de temperatura (Figura 3.36).
53
Limitaes
Agricultura
Adequabilidades
No domnio DCMR, os sedimentos sltico-argilosos que
afloram formam solos residuais porosos, que armazenam e
mantm boa disponibilidade de gua para as plantas por
longos perodos, mesmo com a ocorrncia de estiagens
prolongadas.
Os solos com camadas sltico-argilosas possuem
grande capacidade de reter e fixar nutrientes e de assimilar
matria orgnica, apresentando resultados promissores
quando adubados, o que resulta em aumento na produtividade agrcola.
A baixa qualidade qumica do solo compensada pela
boa qualidade fsica, portanto, desde que corretamente manejados e com condies topogrficas favorveis, apresentam
potencial para implantao de reas para agricultura intensiva.
Como nesse domnio predomina o relevo suavizado,
com baixo potencial para eroso hdrica, a declividade
favorece o uso de implementos agrcolas motorizados e a
mecanizao das lavouras.
As reas de vrzeas localizadas no rio Paraba do Sul
e seus afluentes tm excelente potencial para agricultura
intensiva do arroz irrigado por inundao. Essa regio
54
Nesse domnio, h grande variao litolgica na vertical dos estratos sedimentares, com reflexo na textura dos
solos residuais.
Ocorrem mudanas na composio textural do solo a
curtas distncias, variando de frao arenosa para argilosa,
podendo ter composio conglomertica dependendo da
litologia que est aflorando.
Em reas onde sedimentos sltico-argilosos afloram, os
solos residuais sofrem maior compactao e impermeabilizao, levando a processos de eroso hdrica laminar se,
sistematicamente, forem mecanizados com equipamentos
pesados e/ou pisoteados de forma intensiva pelo gado.
Os solos residuais so pedogeneticamente pouco
evoludos e tm em sua composio argilominerais expansivos, favorecendo a eroso, caso expostos alternncia
dos estados mido e seco.
Em reas onde os sedimentos arenosos afloram, estes
geram solos residuais base de areia quartzosa, que so
bastante erosivos e permeveis, de reduzida capacidade
hdrica e que perdem gua com rapidez.
So solos classificados como cidos e com baixa fertilidade natural, apresentando dificuldades de reter e fixar
nutrientes. Mesmo com prticas agrcolas consorciadas e
com o uso de adubao (uso de elementos orgnicos) e
fertilizao (uso de compostos inorgnicos), o resultado
ser uma baixa produo agrcola.
Adequabilidades especficas
A unidade DCMRcsa apresenta, em seu substrato, a
ocorrncia de rochas calcrias que, alteradas, geram solos
bsicos. Estes possuem boa fertilidade natural, so ricos
em clcio e magnsio e exibem alta reatividade qumica,
que a capacidade de reter e fixar nutrientes e de assimilar
matria orgnica. Assim, a adubao realizada nessas reas
apresentou resultados positivos, ocasionando aumento da
produo agrcola.
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Limitaes
O pacote sedimentar que forma esse domnio tem,
em sua composio estratigrfica, intercalaes irregulares
de camadas com predominncia de sedimentos argilosos
pouco permeveis, com alta capacidade de reter poluentes, com camadas formadas por sedimentos arenosos,
com baixa capacidade de reter e eliminar contaminantes.
Esse padro irregular entre camadas de composies variadas pode aumentar a vulnerabilidade
dos aquferos, caso ocorra, nessas reas, a instalao
de tanques de armazenamento de combustveis ou
produtos qumicos.
Adequabilidades especficas
Ocorre alta incidncia, na unidade DCMRa, de camadas arenosas e conglomerticas com boas caractersticas
hidrogeolgicas, como: permeabilidade, porosidade
primria e hidrodinmica lateral homognea. Esses estratos arenosos podem se situar entre camadas argilosas
pouco permeveis, sendo classificados como aquferos
porosos confinados.
A unidade DCMRcsa forma solos predominantemente
argilosos, onde a frao de argilominerais possui alta atividade e grande capacidade de reter e eliminar poluentes,
sendo barreiras naturais para evitar a contaminao dos
aquferos subterrneos.
Limitaes especficas
Nas reas de ocorrncia da unidade DCMRa, h maior
possibilidade de, em locais escavados, haver exposio
de camadas de arenitos, que so rochas vulnerveis
Potencial mineral
No domnio DCMR h potencial para minerais tanto de
uso na construo civil como de uso especial (Quadro 3.9).
Nesse domnio, h ambincia geolgica favorvel
explorao de areia com diversas granulometrias, argila
vermelha, argila plstica e argila refratria.
O Vale do Paraba o maior produtor de areia do estado de So Paulo, considerado um dos principais minerais
de uso direto na construo civil.
Na regio do Vale do Paraba, situados ao longo
das vrzeas do rio e entre as cidades de Jacare e Pindamonhangaba, existem atualmente 50 portos de areia
legalmente em operao.
Na unidade DCMRa, ocorrem camadas de areia pouco
consolidadas, exploradas para uso na construo civil. Esse
tipo de atividade, mesmo com sua grande importncia
econmica para a indstria da construo civil, causa impactos ao meio ambiente, como alterao da topografia e
processos erosivos (Figuras 3.37 e 3.38). Essas reas devem
ser recuperadas com a implantao de projetos tipo PRAD
(Plano de Recuperao de rea Degradada).
Na unidade DCMRcsa, h ambincia geolgica favorvel ocorrncia de argila, calcrio, turfa e folhelho
betuminoso.
Nessa unidade, mais especificamente nas camadas
de folhelho betuminoso da Formao Trememb, h um
rico contedo fossilfero. Essas rochas afloram prximo
cidade de Trememb.
COD_DOM
COD_UNI_GEO
Minerais
Metlicos
Minerais
No-Metlicos
DCMRa
ND
ND
DCMRcsa
ND
ND
Minerais e Rochas
como Materiais de
Uso na Construo Civil
Areia
Argila
Argila bentontica
Cascalho
Minerais de Uso
Especial guas
e Energticos
gua mineral
DCMR
Argila
Argila bentontica
Calcrio
Obs.: ND = No-Detectado.
55
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Figura 3.39 - Distribuio espacial das unidades geolgico-ambientais formadoras do domnio DSVMP no estado de So Paulo.
Formas de Relevo
As formas de relevo predominantes na rea das unidades
geolgico-ambientais formadoras do domnio DSVMP so
apresentadas na Figura 3.40. J as formas de relevo associadas
que ocorrem em cada unidade geolgico-ambiental e respectivas declividades e amplitudes esto descritas no Quadro 3.10.
Caractersticas, Adequabilidades e
Limitaes Frente ao Uso e Ocupao
Obras de engenharia
Adequabilidades
O domnio DSVMP formado por pacotes sedimentares espessos, com formatos geralmente tabulares e horizontalizados, predominantemente arenosos, apresentando boa
homogeneidade geomecnica e hidrulica lateral.
57
Figura 3.40 - Formas de relevos predominantes nas reas de ocorrncia das unidades geolgico-ambientais do domnio DSVMP.
Limitaes
As limitaes do domnio frente a obras referem-se
a escavaes e perfuraes mais profundas, que podem
alcanar litologias das mais variadas e contrastantes
caractersticas geotcnicas.
Tais diferenas litolgicas constituem-se em descontinuidades geomecnicas e hidrodinmicas, o que facilita
a ocorrncia de surgncias de gua e desestabilizaes nos
taludes de corte (Figuras 3.41 e 3.42).
Adequabilidades especficas
Nas unidades geolgico-ambientais DSVMPaef e
DSVMPasaf, onde o relevo varia de plano a suave ondulado,
o potencial de eroso hdrica e de movimentos naturais de
massa considerado baixo.
Tais reas so favorveis pedognese, com manto de
alterao predominantemente profundo, em que a poro
superior se apresenta pouco erosiva. Em caso de construo
de taludes de corte, estes devem apresentar boa estabilidade
geotcnica (Figura 3.43).
58
Limitaes especficas
A unidade geolgico-ambiental DSVMPa apresenta
relevo com variada amplitude, o que influencia no tipo
de escoamento superficial. Este poder ser relativamente
rpido e com alto potencial erosivo, acarretando
problemas em obras do tipo estradas e pontes em
perodos de chuvas intensas. Tal caracterstica do padro
de escoamento hdrico em solo arenoso e de alta
declividade deflagra intenso processo de eroso laminar
do tipo vooroca.
Os arenitos da Formao Furnas (DSVMPa) apresentam m seleo granulomtrica, sendo, localmente,
conglomerticos.
Na unidade geolgico-ambiental DSVMPae, o
relevo suave do tipo colinas amplas e suaves mostrase mais favorvel existncia de reas com profundos areies, onde estradas vicinais apresentam difcil
trafegabilidade.
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
COD_UNI_GEO
DSVMPa
DSVMPae
DSVMPaef
DSVMPasaf
DSVMPsaa
DSVMPsaacv
DSVMPsaca
DSVMPsabc
COD_REL
Relevo
Declividade (grau)
Amplitude
Topogrfica (m)
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R2b
2a5
20 a 50
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4e
10 a 25
50 a 200
R1a
0a3
R1b
Terraos fluviais
0a3
2 a 20
R2a1
Tabuleiros
0a3
20 a 50
R2b
2a5
20 a 50
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4e
10 a 25
50 a 200
R2b
2a5
20 a 50
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
R2b
2a5
20 a 50
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4e
10 a 25
50 a 200
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
59
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Agricultura
Adequabilidades especficas
Nas unidades geolgico-ambientais DSVMPa e
DSVMPae, os relevos mais planos mostram-se favorveis
pedognese, havendo predomnio de solos profundos com
baixa pedregosidade. Devido ao baixo grau de declividade
das reas planas, a reduzida densidade de canais de
drenagem reflete no potencial de eroso hdrica, que
reduzido.
O uso agrcola de reas com tais caractersticas depende das tcnicas de manejo do solo, onde os sistemas
de cultivo em curvas de nveis ou por terraceamento so
utilizados como formas de evitar e/ou controlar a formao
de processos erosivos, assim como para manter a umidade
(Figuras 3.58 e 3.59).
As rochas calcrias presentes nas unidades geolgicoambientais DSVMPsaca e DSVMPsabc alteram-se para solos
bsicos de boa fertilidade natural, ricos em clcio e magnsio e com alta reatividade qumica; frente adubao,
mostram aumento na produtividade agrcola nas reas onde
h predomnio dessas unidades (Figura 3.62).
Limitaes especficas
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Limitaes especficas
Figura 3.67 - Nesta rea de pastagem, o pisoteio intenso do
gado altera o grau de compactao da camada superficial do solo,
gerando pontos de eroso.
Fotografia: Projeto Geodiversidade Aqufero Guarani.
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Potencial mineral
O potencial mineral desse domnio para explorao
de substncias de uso na indstria da construo civil
grande, ocorrendo vrias unidades com jazidas de argila,
areia e calcrio (Quadro 3.11).
COD_DOM
COD_UNI_GEO
Minerais
Metlicos
Minerais NoMetlicos
Minerais de Uso
Especial guas
e Energticos
DSVMPa
Chumbo (Pb)
Cobre (Cu)
Diamante
Talco
Arenitos silicificados
Calcrio magnesiano
Caulim
Dolomito
Filito
ND
DSVMPae
ND
ND
Areia
Arenitos silicificados
Argila
gua mineral
gua mineral termal
Folhelho betuminoso
Turfa
Diamante
Areia
Arenito asfltico
Arenito silicificado
Argila
Dolomito
gua mineral
Turfa
gua mineral
Carvo
Turfa
ND
DSVMPaef
DSVMPasaf
Cobre (Cu)
Ferro (Fe)
Diamante
Fsforo (P)
Areia
Arenito
Argila
Calcrio
Calcrio dolomtico
Calcrio magnesiano
Cascalho
Dolomito calctico
Dolomito
Filito
Folhelho
Varvito
Vermiculito
DSVMPsaa
ND
ND
Arenito silicificado
DSVMP
DSVMPsaacv
ND
ND
DSVMPsaca
Cobre (Cu)
Pirita
Fsforo (P)
DSVMPsabc
Pirita
Fsforo (P)
Areia
Argila
Calcrio dolomtico
Dolomito calctico
Folhelho
Areia
Argila
Arenito asfltico
Calcrio dolomtico
Calcrio magnesiano ooltico
Dolomito
Dolomito calctico
Folhelho
Argila
Calcrio
Calcrio dolomtico
Cascalho
Dolomito
Dolomito calctico
gua mineral
Carvo
ND
Carvo
Folhelho betuminoso
Obs.: ND = No-Detectado.
67
Nas unidades onde predominam arenitos, h ocorrncias de rochas silicificadas e homogneas, com grande
variao de tonalidades, apresentando potencialidade para
explorao de pedra para revestimento de uso na indstria
da construo civil.
H minas de dolomito na regio do municpio de Bom
Sucesso de Itarar e de filito na regio de Itapeva.
Nos depsitos aluviais da Formao Furnas (DSVMPa)
e do Grupo Itarar (DSVMPasaf), h registros de ocorrncias de diamantes. As rochas tipo varvitos do Grupo
Itarar mostram potencial para aproveitamento mineral
para extrao de lajes de uso como revestimento, assim
como os arenitos desse mesmo grupo mostram potencial
para reservatrios de gs.
H ambincia geolgica favorvel prospeco de
carvo na unidade geolgico-ambiental DSVMPsaacv.
A formao sedimentar Corumbata (DSVMPsaca) tem
como predominncia camadas de argila com alto potencial
para uso na indstria cermica, localizando-se nessa regio
o Polo Cermico de Rio Claro-Santa Gertrudes-Cordeirpolis
(Figuras 3.69 a 3.71).
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Caractersticas da Unidade
Geolgico-Ambiental
A unidade geolgico-ambiental que compe o domnio
DVM apresenta as seguintes caractersticas geolgicas:
- DVMb: Unidade com predomnio de basaltos e ocorrncias restritas de riolitos, dacitos e andesitos. Exemplo:
Formao Serra Geral.
Formas de Relevo
As formas de relevo predominantes na rea da unidade
geolgico-ambiental DVMb so apresentadas na Figura
3.84. J as formas de relevo associadas que ocorrem na
referida unidade geolgico-ambiental e respectivas declividades e amplitudes esto descritas no Quadro 3.12.
Figura 3.83 - Distribuio espacial da unidade geolgico-ambiental formadora do domnio DVM no estado de So Paulo.
71
Figura 3.84 - Formas de relevos predominantes na rea de ocorrncia da unidade geolgico-ambiental do domnio DVM.
COD_REL
Relevo
Declividade (grau)
Amplitude
Topogrfica (m)
R2b
2a5
20 a 50
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4e
10 a 25
50 a 200
DVMb
Caractersticas, Adequabilidades e
Limitaes Frente ao Uso e Ocupao
Obras de engenharia
Adequabilidades
As rochas baslticas so predominantemente macias,
com boa homogeneidade mineral e textura fina. Tais
caractersticas refletem na maior resistncia compresso e
em boa homogeneidade geomecnica e hidrulica lateral.
72
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Limitaes
Nas regies onde ocorrem mudanas abruptas entre
diferentes derrames ou entre os derrames baslticos e o
arenito, h descontinuidades geomecnicas, sendo essas
caractersticas geradoras de potencial ocorrncia de desestabilizaes e quedas de blocos nos taludes de corte.
Em reas de relevo muito acidentado, h ocorrncias
de rochas frescas que apresentam mdia a alta resistncia
ao corte e penetrao por equipamentos mecnicos e hidrulicos, como, por exemplo, retroescavadeiras, obrigando
ao uso de explosivos para execuo de obras de escavao.
Na Formao Serra Geral, h ocorrncias de derrames
vulcnicos intensamente vesiculados e com vesculas interligadas. Tais pores podem apresentar grau de porosidade
mais elevado, sendo tambm mais permeveis e, por isso,
com comportamento geomecnico bastante heterogneo.
Como os basaltos e os diabsios so rochas que
alteram de forma bastante heterognea e tpica, geram
blocos e mataces ao longo do perfil do solo, mesmo sendo
perfis profundos e evoludos pedogeneticamente (Figuras
3.85 e 3.86).
Esse padro de alterao da rocha pode causar
problemas geotcnicos em escavaes, terraplanagens
e taludes de corte. No caso de blocos ou mataces se
apresentarem expostos na superfcie do terreno, h risco de
Nesse caso, esse tipo de solo no adequado para utilizao como material de emprstimo, por sua composio
muito argilossiltosa. Quando exposto a excesso de umidade,
torna-se muito aderentes e escorregadio, o que dificulta o
trfego de caminhes, tratores e carros.
73
Agricultura
Adequabilidades
Os basaltos geram solos argilosos, bastante porosos
e com boa capacidade hdrica para fixar nutrientes e assimilar matria orgnica, respondendo bem aplicao de
fertilizantes e corretivos.
So rochas que se alteram liberando vrios tipos
de nutrientes para o solo, principalmente os ctions Ca,
Mg e Fe.
Esses solos residuais, mesmo sendo pouco evoludos,
tm alta fertilidade natural e, por isso, so denominados
Terras-Roxas. Tal expresso creditada aos imigrantes
italianos dessa regio, que assim se referiam a esse solo de
cor vermelha (Figuras 3.88 e 3.89).
Limitaes
As rochas baslticas geram solos argilosos, os quais
apresentam alto potencial de compactao e impermeabilizao nas reas em que a agricultura necessita de
maquinrios pesados ou em locais de pastagem submetidos
a pisoteio intenso do gado.
Tais atividades alteram o estado fsico do solo e potencializam o incio da eroso hdrica laminar, que se tornar
mais intensa nas reas com declividades acentuadas.
O fator climtico chuva, responsvel pela eroso
natural, agir com maior intensidade nas reas com
relevo montanhoso que no tenham cobertura vegetal e
onde a forma de manejo do solo seja inadequada para
o desenvolvimento de atividades agrcolas e de pecuria
(Figura 3.90).
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Limitaes
Nas pores de relevo mais acidentado, as frentes
rochosas contm alta densidade de fraturas dispostas em
vrias direes, pelas quais poluentes, como defensivos
agrcolas, podem se infiltrar e, rapidamente, atingir os
lenis de guas subterrneas.
Potencial mineral
reas com relevos mais escarpados so favorveis
ocorrncia de rochas aflorantes ou situadas prximo superfcie. So reas com grande potencial para explorao
de rocha basltica, para usos variados na construo civil.
As rochas que ocorrem na Formao Serra Geral, como
basalto, diabsio, riolito, andesito e riodacito, so tipos
litolgicos com boas qualidades fsicas e qumicas, com
potencial para serem transformadas em brita para uso, por
exemplo, na pavimentao de obras rodovirias.
Existem reas onde as rochas baslticas podem ser
utilizadas na construo civil para alicerces e muros ou como
revestimentos, na forma de placas em caladas ou do tipo
pedra petit pavet (Figuras 3.93 a 3.95).
Nas reas onde o relevo suave ondulado, h predomnio de processos de pedognese reduzindo o potencial de explorao de rochas, devido ao espesso manto de
intemperismo que forma perfis de solos profundos, mas
aumenta o potencial para explorao de argila para uso
em aterros e olarias (Quadro 3.13).
COD_DOM
DVM
76
COD_UNI_GEO
DVMb
Minerais
Metlicos
Minerais NoMetlicos
Minerais e Rochas
como Materiais de
Uso na Construo Civil
Minerais de Uso
Especial guas
e Energticos
Geodos
gata ou
Quartzo, Calcitas,
Zelitas
Argila
Areia
Basalto
Diabsio
gua mineral
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Nessa unidade, h rara ambincia geolgica para pesquisa de cobre nativo e de elementos do grupo da platina
(Pt, Pd e Rh).
Nos derrames baslticos em que ocorrem nveis vesiculares e/ou amigdaloidais, pode haver o preenchimento
dessas estruturas por zelitas, calcitas, gata ou quartzo.
Tais geodos, dependendo do padro de ocorrncia e formas de preenchimento, podem apresentar bom potencial
econmico para serem minerados e industrializados.
O domnio dos complexos alcalinos intrusivos e extrusivos, diferenciados do Tercirio, Mesozoico e Proterozoico,
ocorre em uma rea de 516 km2, o que significa 0,2% do
territrio total do estado de So Paulo.
Esse domnio subdividido em cinco unidades
geolgico-ambientais, que apresentam as seguintes reas:
DCAin 40 km2; DCAtbr 104 km2; DCAsbalc 7 km2;
DCAalc 400 km2; DCAganc 5 km2 (Figura 3.100).
O domnio DCA sustentado por rochas intrusivas
e extrusivas, gneas alcalinas, alcalino-bsicas e alcalinoultrabsicas, caracterizadas por complexa associao de
pequenos ou grandes corpos gneos derivados de vrias
pulsaes magmticas de composies qumicas diferentes,
ocorridas em diferentes tempos geolgicos.
Os eventos magmticos formadores dessas litologias
ocorreram em diferentes eras, sendo tais rochas cristalizadas
em ambientes vulcnicos distintos.
Nas reas de ocorrncia das unidades geolgicoambientais, a curtas distncias, podem ocorrer rochas com
diferentes composies minerais e texturais, cores e graus
de intemperizao.
Nos complexos e/ou macios plutnicos alcalinos,
ocorrem mineralizaes de apatita, barita, bauxita, cromo,
caulim, cobre, magnetita, vermiculita, urnio, terras-raras,
nibio, titnio, trio, molibdnio, rochas fosfticas e
nquel. Este ocorre disseminado em dunitos, encontrandose concentrado residualmente na forma de garnierita.
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Figura 3.100 - Distribuio espacial das unidades geolgico-ambientais formadoras do domnio DCA no estado de So Paulo.
Formas de Relevo
As formas de relevo predominantes na rea das unidades geolgico-ambientais formadoras do domnio DCA
so apresentadas na Figura 3.101. J as formas de relevo
associadas que ocorrem em cada unidade geolgicoambiental e respectivas declividades e amplitudes esto
descritas no Quadro 3.14.
Caractersticas, Adequabilidades e
Limitaes Frente ao Uso e Ocupao
Obras de engenharia
Adequabilidades
No domnio DCA h predomnio de litologias que
geram solos argilosos, com textura plstica, pegajosa e
sedosidade acentuada. Em caso de solos residuais, a permeabilidade varia de baixa, em solos pouco evoludos, a
moderada, em solos bem evoludos.
Os solos com perfis bem evoludos so pouco erosivos, facilmente escavveis, mantm boa estabilidade em
taludes de corte e apresentam bom potencial para utilizao
como material de emprstimo, devido a qualidades fsicas
como textura, estrutura e compactao (Figura 3.102).
Limitaes
O domnio DCA formado por uma complexa associao de tipos litolgicos plutnicos, com formatos
limitados tipo stocks, que so intruses de dimenses
inferiores a 100 km2.
Tais caractersticas estruturais e petrogrficas das
rochas geram limitaes para implantao de obras civis,
devido aos seguintes fatores:
- Caractersticas geomecnicas e hidrulicas diferentes para
cada tipo litolgico, exigindo estudos geotcnicos detalhados e grande nmero de ensaios tecnolgicos.
- Resistncia ao corte e penetrao variando de alta a
moderada, devido s diferentes litologias que ocorrem,
exigindo, em certos casos, uso de explosivos para executar
obras civis do tipo escavaes e terraplanagem.
- Alterao diferenciada gera blocos e mataces e, mesmo
em solo profundos com pedognese avanada, podem
ocorrer fragmentos de rocha. Em caso de obras como pilares
ou fundaes, que se apoiem parcialmente nesses blocos
ou mataces, tais estruturas podem sofrer problemas como
instabilizaes e danos estruturais (Figura 3.103).
79
Figura 3.101 - Formas de relevos predominantes nas reas de ocorrncia das unidades geolgico-ambientais do domnio DCA.
- Solos argilossiltosos so bastantes aderentes e escorregadios quando midos e sofrem forte compactao quando
submetidos a cargas elevadas.
- O tipo de solo gerado por essas rochas, no caso de ser
pouco evoludo, est sujeito ao fenmeno do empastilhamento, ou seja, desagrega-se e fendilha-se em minsculas
pastilhas, ocasionando problemas de eroso e desmoronamento em taludes de corte. A exposio desses solos
alternncia dos estados mido e seco, devido alternncia
climtica, provoca o fenmeno de empastilhamento.
DCAtbr
DCAsbalc
DCAalc
DCAganc
80
COD_REL
Relevo
Declividade (grau)
Amplitude
Topogrfica (m)
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4b
15 a 35
80 a 200
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4b
15 a 35
80 a 200
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Limitaes
Figura 3.102 - Rocha alterada do complexo alcalino Jacupiranga,
formando um espesso perfil de solo muito argiloso (Eldorado, SP).
Fotografia: Projeto Alto Ribeira I.
- No caso das unidades geolgico-ambientais em que incidem relevos movimentados, tais como montanhas, escarpas
ou morros e serras baixas, as caractersticas geomorfolgicas, associadas possibilidade de se encontrar blocos e
mataces na fase de terraplanagem, impem limites
implantao e manuteno de obras civis.
Agricultura
Adequabilidades
H, no domnio, predomnio de rochas que, alteradas,
geram solos argilosos, liberando vrios nutrientes como Na
e K e elementos como Fe e Al. Assim, em reas onde ocorram solos residuais, estes mostram boa fertilidade natural,
capacidade alta de reter e fixar nutrientes e assimilam
rapidamente a matria orgnica. Tais caractersticas do
solo, associadas a um manejo correto e adubao criteriosa,
aumentam a produtividade agrcola.
Nas regies em que o relevo se apresenta suave e o
substrato rochoso de composio bsico-ultrabsica,
As rochas alcalinas intemperizadas geram, predominantemente, solos argilosos; no caso de pedognese muito
avanada, liberam excesso de alumnio, o que torna o solo
mais cido e pouco produtivo.
Esses solos, devido ao predomnio da frao argila,
so mais suscetveis compactao e impermeabilizao,
em caso de serem submetidos a pisoteio de gado e/ou uso
de maquinrio pesado na agricultura ou em atividades
rotineiras de uma propriedade rural.
Tal mudana na textura e estrutura do solo pode, pelo
tipo de uso, iniciar intensos processos de eroso laminar,
mesmo que sejam regies naturalmente pouco erosivas. A
eroso resulta na perda do solo, principalmente dos horizontes mais importantes para agricultura.
A mudana no grau de compactao e de impermeabilizao em solos residuais tem como consequncia
negativa, alm do aumento da eroso, a alterao no padro de velocidade de escoamento das guas superficiais e
consequente reduo nas taxas de infiltrao, interferindo
no abastecimento natural dos aquferos locais.
Tais alteraes na estrutura do solo refletem na reduo
do fluxo do lenol fretico, o que interfere em reas em
que ocorram nascentes, podendo levar extino dessas
importantes fontes naturais, formadoras dos principais
cursos dgua da regio.
Limitaes
Como as rochas formadoras dos complexos alcalinos
geralmente so portadoras de grandes fraturas abertas, irregularmente distribudas, produtos poluentes derramados
nessas reas podem se infiltrar e contaminar rapidamente
os aquferos subterrneos.
Nas reas em que as rochas afloram e os solos so
pouco espessos, cuidados especiais devem ser tomados
com todas as fontes potencialmente poluidoras, como, por
exemplo, tanques armazenadores de produtos qumicos ou
de combustveis.
As rochas nas quais as guas subterrneas circulam e
ficam armazenadas atravs de falhas, fraturas e outras descontinuidades estruturais so classificadas como aquferos
fissurais (Figura 3.104).
As regies em que o relevo se apresenta mais acidentado so desfavorveis recarga das guas subterrneas,
mesmo em perodos de forte pluviosidade, pois o escoamento das guas superficiais para os canais de drenagem ser
mais rpido que a infiltrao no solo e rocha para abastecer
os aquferos locais.
Assim, nas reas em que o relevo varia de morros
e serras baixas a escarpas serranas, a preservao da
cobertura vegetal tem papel fundamental para reter as
guas das chuvas e aumentar as taxas de infiltrao, ocasionando intensa recarga dos aquferos locais.
Potencial mineral
As rochas formadoras dos complexos alcalinos apresentam boas caractersticas fsico-qumicas e texturais para
utilizao como rocha ornamental, brita, saibro e pedra de
cantaria (Figura 3.105).
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
COD_DOM
DCA
COD_UNI_GEO
Minerais
Metlicos
Minerais
No-Metlicos
Minerais e Rochas
como Materiais de
Uso na Construo Civil
Minerais de Uso
Especial guas
e Energticos
DCAalc
Apatita
Carbonatitos
ND
DCAganc
ND
ND
ND
ND
DCAin
Ba, Fe
ND
ND
ND
DCAsbalc
Fe, Ti
Apatita
ND
ND
DCAtbr
Al (bauxita), Zr
ND
ND
gua mineral
Obs.: ND = No-Detectado.
Figura 3.106 - Distribuio espacial das unidades geolgico-ambientais formadoras do domnio DSP2 no estado de So Paulo.
Formas de Relevo
As formas de relevo predominantes na rea das
unidades geolgico-ambientais formadoras do domnio
DSP2 so apresentadas na Figura 3.107. J as formas de
relevo associadas que ocorrem em cada unidade geolgicoambiental e respectivas declividades e amplitudes esto
descritas no Quadro 3.16.
Caractersticas, Adequabilidades e
Limitaes Frente ao Uso e Ocupao
Obras de engenharia
Adequabilidades
Nas regies de relevo de colinas e morros baixos, em
que h predomnio de rochas metarenticas e quartzticas,
estas apresentam reduzido grau de coerncia e moderada
resistncia ao corte e penetrao, sendo escavadas com
certa facilidade por ferramentas e maquinrios de corte leves.
Como so metassedimentos base de quartzo, tm
como caracterstica diferencial a resistncia ao intemperismo
fsico-qumico, que varia de moderada a alta, formando um
manto de alterao com predomnio da frao arenosa.
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Figura 3.107 - Formas de relevos predominantes nas reas de ocorrncia das unidades geolgico-ambientais do domnio DSP2.
Quadro 3.16 - Unidades geolgico-ambientais e formas de relevo associadas.
COD_UNI_GEO
DSP2mqmtc
DSP2mqsafmg
DSP2msa
DSP2sag
DSP2mcsaa
COD_REL
Relevo
Declividade (grau)
Amplitude
Topogrfica (m)
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4e
10 a 25
50 a 200
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4e
10 a 25
50 a 200
85
Limitaes especficas
Nas reas de relevo mais acidentado, onde as rochas
aflorantes so as sequncias sedimentares formadas por
metarenitos, quartzitos e metaconglomerados, estas tm
como caractersticas grau de dureza elevado e forte abrasividade, limitando atividades construtivas como obras
de terraplanagem e escavaes. Talvez seja necessrio
o uso de explosivos para instalao de infraestrutura
subterrnea.
O relevo forte ondulado que predomina nessas reas
exigir, na implantao de estradas, a construo de taludes
altos, com obras de conteno que podem onerar o projeto
(Figura 3.108).
So rochas problemticas para o uso de sondas rotativas, pois, como o quartzo o mineral principal formador,
pode provocar desgaste rpido das brocas, onerando esse
tipo de investigao geotcnica.
Tais litologias apresentam baixa resistncia ao cisalhamento, razo pela qual se apresentam bastante fraturadas
e falhadas em vrias direes, o que facilita o desprendimento de blocos e placas rochosas. Os estratos apresentam
mergulhos variando de horizontalizados a verticalizados,
influenciando na posio do substrato rochoso, que
86
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Agricultura
Adequabilidades especficas
As rochas metarenticas, quartzticas e metaconglomerados se alteram para solos geralmente arenosos
que apresentam baixa fertilidade natural, so cidos e
de baixa capacidade de reter e fixar elementos e de assimilar matria orgnica, mas podem ocorrer manchas de
solos argilossiltosos que apresentam qualidades agrcolas
diferenciadas.
Devido a essa grande variao litolgica, pode ocorrer
a formao de solos argilossiltosos em reas com relevos
suavizados, os quais apresentam menor erosividade e
melhor fertilidade natural. Embora a ocorrncia desse tipo
de solo seja restrita a essas pores de relevo mais plano,
quando ocorrem, respondem bem adubao. No caso
de esse tipo de solo ocorrer prximo a reas urbanizadas,
poder ser utilizado no cultivo de hortifrutigranjeiros,
originando pequenos cintures verdes prximos a centros
de consumo.
No caso a figura 3.109 mostra um exemplo onde esta
unidade ocorre em um padro de relevo montanhoso com
solo arenoso, caractersticas restritivas para o uso agrcola,
mas tem uma grande rea no topo sendo utilizada para
reflorestamento.
Limitaes especficas
As rochas arenoquartzosas apresentam camadas dispostas de forma irregular. Quando submetidas ao intemperismo,
alteram-se de forma diferenciada, gerando solos predominantemente arenosos e, restritamente, sltico-argilosos.
Os solos arenosos apresentam erosividade alta, so
bastante permeveis, cidos e com baixa capacidade hdrica,
pois perdem gua rapidamente aps perodos de chuva.
Apresentam baixa capacidade de reter, fixar nutrientes e
assimilar matria orgnica, respondendo mal adubao;
consequentemente, refletindo na baixa produtividade
agrcola. Esses solos so inadequados para a agricultura
intensiva, principalmente para o plantio de culturas de
razes curtas e de ciclo curto.
Ocorrem nessa unidade intercalaes irregulares de
camadas dobradas, de diversas espessuras e litologias que
se alteram para solos com caractersticas fsico-qumicas
muito diferentes, afetando a qualidade e a produtividade
agrcola (Figura 3.110).
Nas restritas reas de ocorrncia da unidade
DSP2mqsafmg, o relevo apresenta declividade mdia
acima de 30, sendo tal caracterstica uma limitao para
o uso agrcola. Nessas reas muito inclinadas, os processos
de eroso hdrica laminar e concentrada so intensos,
interferindo de forma severa, com a formao de solos
rasos, onde o horizonte orgnico apresenta-se inexpressivo,
o que dificulta o desenvolvimento de vegetao.
Os metassedimentos sltico-argilosos com intercalaes
irregulares de camadas arenosas e de metagrauvacas apresentam-se dobrados, com diversas espessuras. Alteram para
solos com caractersticas fsico-qumicas muito diferentes, o
que ocasiona forte variao na qualidade e na produtividade
agrcola dessas regies.
88
Nas reas onde os solos forem argilosos ou argilossiltosos, estes so naturalmente pouco permeveis e, por isso,
sofrem compactao e impermeabilizao no caso de excessivamente mecanizados. O manejo incorreto causa eroso
laminar na camada superficial do solo e o carreamento
de sedimentos para rios, riachos e crregos localizados
prximos a essas reas.
Os metassedimentos sltico-argilosos, quando sofrem
intemperismo, liberam muito alumnio, sendo classificados
como cidos e de baixa fertilidade natural.
A ocorrncia de rochas de variadas composies
minerais, grau de resistncia alto e complexo dobramento
reflete em relevos predominantemente montanhosos
e escarpados. Tais caractersticas, associadas baixa
qualidade do pouco solo formado por essas rochas ao
longo das vertentes, restringem o aproveitamento agrcola
(Figura 3.111).
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Potencial mineral
A unidade arenoquartzosa tem potencial para areia
e cascalho; em reas restritas, h ocorrncia de argila vermelha e argila plstica.
Tais sequncias metassedimentares apresentam
ocorrncia de metalamitos com registros de fsseis da
espcie Cloudina riemkeae. Nos metarritmitos foram
identificados microfsseis de Cloudina rienkeae e
Titanotheca coimbrae.
Em reas restritas, onde afloram metassedimentos
arenoquartzosos com intercalaes sltico-argilosas e formaes ferrferas e manganesferas, h ocorrncias de Ag,
Au, Fe, Mn, Pb e Zn, por exemplo, na regio do municpio
de Iporanga.
Existem ocorrncias de mineralizaes de Ag, Au, Cu,
Fe, Mn, Pb, barita, fluorita e fosfatos, assim como potencial
para explorao de rochas para uso na construo civil,
como ardsias, quartzitos e leucofilitos nos metassedimentos arenosos e sltico-arenosos com intercalaes de
metagrauvacas.
Ocorre nessa unidade, na regio do municpio de
Alumnio, extrao de filito, ardsia e xisto.
As ocorrncias dos metais Au, Ag e Pb esto concentradas na regio do municpio de Apia.
No Quadro 3.17 so apresentados os tipos de ocorrncias minerais em cada unidade geolgico-ambiental
formadora do domnio DSP2.
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
COD_DOM
DSP2
COD_UNI_GEO
Minerais
Metlicos
Minerais
No-Metlicos
Minerais e Rochas
como Materiais de
Uso na Construo Civil
Minerais de Uso
Especial guas
e Energticos
gua mineral
DSP2mqmtc
Calcita
Talco
Ardsia
Areia
Argila
Argila vermelha Argila plstica
Cascalho
Calcrio
Dolomito
Filito
Xisto
DSP2mqsafmg
ND
ND
ND
DSP2msa
Fluorita
Caulim
Fosfatos
Ardsia
Calcrio
Quartzitos e
Leucofilitos
ND
DSP2sag
Caulim
Fluorita
Fosfatos
Talco
Ardsia
Calcrio
Dolomito
Filito
Leucofilitos
Quartzito
gua mineral
DSP2mcsaa
Talco
Brita
Calcrio
Dolomito
Mmore
ND
Obs.: ND = No-Detectado.
Figura 3.113 - Interessantes feies de relevo ruiniforme que fazem parte do Escarpamento Estrutural Furnas, ocorrem de forma destacada
sobre a unidade DSP2sga e formam bela paisagem contemplativa para o turismo ecolgico (Bom Sucesso de Itarar).
92
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Figura 3.116 - Distribuio espacial das unidades geolgico-ambientais formadoras do domnio DSVP2 no estado de So Paulo.
93
Formas de Relevo
As formas de relevo predominantes na rea das
unidades geolgico-ambientais formadoras do domnio
DSVP2 so apresentadas na Figura 3.117. J as formas de
relevo associadas que ocorrem em cada unidade geolgicoambiental e respectivas declividades e amplitudes esto
descritas no Quadro 3.18.
Caractersticas, Adequabilidades e
Limitaes Frente ao Uso e Ocupao
Obras de engenharia
Adequabilidades especficas
Os metassedimentos base de quartzo apresentam
moderada a alta resistncia ao intemperismo fsicoqumico, gerando um manto de alterao com qualidades
geotcnicas para uso na construo civil, como saibro,
areia e antip.
Figura 3.117 - Formas de relevos predominantes nas reas de ocorrncia das unidades geolgico-ambientais do domnio DSVP2.
94
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
COD_UNI_GEO
DSVP2
DSVP2q
DSVP2x
DSVP2csa
DSVP2gratv
DSVP2bu
COD_REL
Relevo
Declividade
(grau)
Amplitude
Topogrfica
(m)
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
Limitaes especficas
As unidades geolgico-ambientais formadas por
quartzitos e metassedimentos sltico-argilosos representados por xistos apresentam intercalaes irregulares
de camadas de vrias espessuras, com composio
qumico-mineral variada e proeminente xistosidade e
foliao; so tipos litolgicos que foram complexamente
dobrados.
Tais caractersticas geolgicas geram forte variao e
contrastes nas propriedades geomecnicas e hidrulicas,
tanto do substrato rochoso como dos solos residuais. As
variaes de tais propriedades geotcnicas podem ocorrer
em regies prximas ou localmente, a curtas distncias, e
podero ser tanto na lateral como na vertical, impactando
os custos referentes a planejamento e execuo de projetos
lineares, como estradas ou gasodutos.
Nas regies de ocorrncia dessas trs unidades existem
fatores limitantes para uso e ocupao urbana, como o
predomnio de relevos acidentados e o fato de o substrato
rochoso apresentar padro de profundidade muito irregular.
Tais caractersticas do meio fsico exigem a execuo
de profundas escavaes para minimizar declives em tipos
litolgicos problemticos geotecnicamente, construo de
aterros com cotas altas para transpor canais de drenagens profundos e complexas obras, com custo elevado,
para conteno de encostas e taludes de corte (Figuras
3.118 a 3.121).
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Agricultura
Adequabilidades
As litologias formadoras desse domnio, quando
sofrem intemperismo fsico-qumico, formam solos predominantemente argilosos, que apresentam elevada porosidade, caracterstica hdrica importante, pois possibilita
o armazenamento de bons volumes de gua, mantendo
disponibilidade hdrica em perodos de baixa pluviosidade
para a vegetao ou para reas agriculturveis existentes
nessas regies.
Os solos argilosos tm grande capacidade de reter
e fixar nutrientes e de assimilar bem a matria orgnica,
respondendo bem adubao, com aumento na produtividade agrcola.
A permeabilidade, que depende do grau de porosidade, varia de baixa, em solos pouco evoludos, a moderada,
nos bem evoludos, sendo que, em reas de relevos suaves,
a predominncia de solos residuais com pedognese avanada acarreta baixa erosividade e boa fertilidade natural.
Adequabilidades especficas
Nas regies em que h predomnio de rochas metacalcrias alteradas, estas, ao sofrerem intemperismo,
formam solos argilosos ou argilossiltosos, liberando vrios
nutrientes, principalmente clcio e magnsio, o que torna
o solo mais alcalino e com alta reatividade qumica.
As rochas calcrias formam solos naturalmente frteis,
pouco erosivos e com baixa acidez, o que resulta em maior
capacidade de fixar nutrientes e de assimilar bem a matria
orgnica. O manejo adequado desses solos com adubao e
calagem influenciar no aumento da produtividade agrcola.
Os anfibolitos e ortoanfibolitos geram solos argilossiltosos pouco permeveis, que aumentam a capacidade
de fixar nutrientes e assimilar matria orgnica. Em caso
de manejo e utilizao de prticas conservacionistas, tais
caractersticas podero aumentar a produtividade agrcola
dessas reas.
97
As rochas metabsicas, metaultrabsicas e metavulcnicas bsicas geram solos com boa fertilidade natural e de
excelentes caractersticas fsico-qumicas para a agricultura.
Associadas s reas de ocorrncias das unidades
DSVP2gratv e DSVP2bu, pode haver manchas de TerraRoxa, tipo de solo classificado como de grande potencial
produtivo.
Nas regies de ocorrncia dessas duas unidades,
devido ao padro de relevo acidentado, poder ser desenvolvida agricultura de subsistncia, desde que utilizem
prticas conservacionistas e de melhoramento da qualidade
do solo. Porm, o cultivo dever ser planejado para ser
realizado em pequenas reas.
Limitaes especficas
No domnio DSVP2, as intercalaes irregulares de
camadas dobradas de vrias espessuras formam solos com
caractersticas fsico-qumicas diferentes. Tais diferenas
interferem na qualidade agrcola dos solos residuais, que
varia muito, principalmente nas reas de relevo acidentado,
ocasionando alternncia irregular de reas com solos bons
e ruins.
Nesse domnio, h predomnio de litologias que, ao
sofrerem alterao, liberam excesso de alumnio, elemento
de forte toxidez para a vegetao.
Os solos essencialmente argilosos podem sofrer processos de compactao e impermeabilizao, com aumento
na eroso hdrica laminar, no caso de serem continuamente
mecanizados com equipamentos pesados e/ou pisoteados
pelo gado. Tais alteraes nas caractersticas fsicas dos solos
ocorrem em regies de agricultura intensiva.
Na unidade DSVP2q, h predomnio de metassedimentos que, ao sofrerem intemperismo, formam solos
arenosos com baixa fertilidade natural, erosivos, cidos
e permeveis.
Tais solos apresentam baixa capacidade hdrica, pois
perdem gua rapidamente aps o perodo de chuvas.
Possuem baixa capacidade de reter, fixar nutrientes e de
assimilar matria orgnica, apresentando baixa resposta
adubao.
Na unidade DSVP2x, ocorrem intercalaes irregulares
de camadas dobradas de vrias espessuras que formam
solos com caractersticas fsico-qumicas muito diferentes.
A qualidade agrcola desses solos varia muito de local
para local, principalmente nas reas de relevo acidentado.
Podem ocorrer reas com alternncia irregular de solos bons
e ruins, dificultando a atividade agrcola, que necessitar
de maior extenso de terras para viabilizar a produo em
grande escala.
Nessa unidade, h predomnio de litologias que formam solos argilosos suscetveis eroso hdrica laminar.
Esses solos, ao serem manejados de forma incorreta, podem sofrer compactao e impermeabilizao, como, por
exemplo, com trnsito intenso de tratores e colheitadeiras,
o que representa um incremento eroso, principalmente
em terrenos declivosos.
98
Nas unidades DSVP2csa e DSVP2gratv, ocorrem intercalaes irregulares de camadas dobradas de vrias espessuras, formando solos com caractersticas fsico-qumicas
diferentes.
Os solos residuais, devido s caractersticas deformacionais da rocha, podem ter a qualidade fsico-qumica
variando muito em reas contguas, o que interfere na
produtividade agrcola. Outro aspecto importante que
esses solos, por serem francamente argilosos, podem
sofrer mudanas em suas caractersticas estruturais, como
no grau de compactao e permeabilidade, se utilizados
com atividades agropastoris intensas e muito mecanizadas.
Os solos residuais originados pela alterao de anfibolitos e ortoanfibolitos, com pedognese avanada,
contm em sua composio argilossiltosa uma frao de
argilas expansivas. O solo com tal composio mostra-se
mais suscetvel a processos de compactao e impermeabilizao, devido ao tipo de uso, o que aumenta a
probabilidade de ocorrerem processos de eroso hdrica
laminar.
Essa unidade tem padro de relevo com fortes declividades, o que favorece a eroso laminar e concentrada, no
permitindo a formao do horizonte orgnico e limitando
o uso de implementos agrcolas.
Nessa regio, o aproveitamento do solo para agricultura muito restrito, devido ao padro de relevo e ao
tipo de solo pouco desenvolvido. A favorabilidade somente para agricultura de subsistncia em pequenas reas,
utilizando-se prticas conservacionistas e de melhoramento
da qualidade do solo.
Adequabilidades especficas
Os metassedimentos base de quartzo geralmente
apresentam falhas e fraturas, caractersticas estruturais da
rocha que aumentam o potencial armazenador e circulador
de gua.
As rochas calcrias formam solos com alta capacidade de reter e eliminar poluentes. Em caso de ocorrerem
perfis profundos e onde no h formao de dolinas, a
vulnerabilidade contaminao dos aquferos subterrneos baixa.
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Limitaes especficas
Na unidade DSVP2, nos terrenos em que se alternam,
irregularmente, litologias e solos residuais, ocorre grande
variao na capacidade de reter e depurar poluentes.
Como nessa unidade h grande variao lateral e vertical litolgica, tal caracterstica influencia de forma direta no
padro hidrodinmico dos aquferos, o que pode acarretar
reduo na produtividade dos poos.
Nessa unidade, h predomnio de aquferos fissurais,
de potencial hidrogeolgico local bastante irregular; assim,
um poo pode ter excelente vazo e outro, bem prximo,
estar seco.
As guas subterrneas podem conter teor muito elevado de ferro, mangans e clcio, o que altera as qualidades
hidroqumicas e inviabiliza o uso para consumo humano.
Na unidade DSVP2q, ocorrem metassedimentos base
de quartzo, geralmente portadores de alta densidade de
fendas abertas. Por essas estruturas, poluentes podem se
infiltrar e alcanar rapidamente os lenis subterrneos.
Os solos residuais arenosos tm baixa capacidade de reter
e eliminar poluentes.
Nessa unidade predominam aquferos fissurais, com
potencial hidrogeolgico local bastante irregular; assim,
um poo pode ter excelente vazo e outro, bem prximo,
estar seco. Isso ocorre devido grande variao lateral e
vertical das caractersticas hidrodinmicas.
Na unidade DSVP2x, h predomnio de aquferos fissurais, de potencial hidrogeolgico local bastante irregular;
assim, um poo pode ter excelente vazo e outro, bem
prximo, estar seco.
Nessa unidade h predomnio de litologias pouco
permeveis, que formam solos com baixa permeabilidade,
sendo desfavorveis recarga de guas subterrneas e com
capacidade muito varivel de reter e depurar poluentes.
Na unidade DSVP2csa, as rochas calcrias fraturadas
contm cavidades de ligao entre os fluxos de gua superficial e subterrneo (dolinas e sumidouros de drenagem).
Por essas estruturas, poluentes dos mais diferentes tipos
podem contaminar as guas subterrneas de forma rpida
e sem qualquer forma de depurao natural.
Potencial mineral
Na unidade DSVP2, ocorrem mineralizaes de ouro
(Au) singentico, pirita e As, Fe, Mn, Al, Cu. H explorao
de substncias de uso na construo civil, como areia, argila,
caulim, feldspato, quartzito e calcrio, assim como reas
com extrao de gua mineral para consumo humano.
No Quadro 3.19 so apresentados os tipos de ocorrncias minerais em cada unidade geolgico-ambiental.
99
COD_DOM
COD_UNI_GEO
DSVP2
DSVP2q
DSVP2x
Minerais
Metlicos
Au, Mn
Minerais
No-Metlicos
Minerais e Rochas
como Materiais de
Uso na Construo Civil
Minerais de Uso
Especial guas
e Energticos
ND
Areia
Argila
Calcrio
Caulim
Feldspato
Quartzito
gua mineral
ND
Areia
Calcrio dolomtico e calctico
Mrmore
Quartzito
gua mineral
Grafita
Areia
Argila
Calcrio
Cascalho
Caulim
Dolomito
Feldspato
Mrmore
Quartzo
Quartzito
gua mineral
ND
Argila
Calcrio
Calcita
Caulim
Dolomito
Quartzito
Mrmore
Talco
Grafita
Dolomito
Leucofilito
Quartzito
Quartzo
Talco
ND
ND
Calcrio
Dolomito
Filito
Quartzito
Xisto
ND
DSVP2
DSVP2csa
DSVP2gratv
DSVP2bu
Obs.: ND = No-Detectado.
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Figura 3.128 - Distribuio espacial da unidade geolgico-ambiental formadora do domnio DCMU no estado de So Paulo.
102
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Caractersticas da Unidade
Geolgico-Ambiental
A unidade geolgico-ambiental que compe o domnio
DCMU apresenta as seguintes caractersticas geolgicas:
- DCMUbu: Unidade formada por rochas bsicas e ultrabsicas alcalinas. Exemplo: Gabro de Apia.
Formas de Relevo
A forma de relevo predominante na rea da unidade
geolgico-ambiental DCMUbu apresentada na Figura
3.129.
J a forma de relevo associada que ocorre na unidade
geolgico-ambiental e respectivas declividade e amplitude
esto descritas no Quadro 3.20.
Figura 3.129 - Forma de relevo predominante na rea de ocorrncia da unidade geolgico-ambiental do domnio DCMU.
COD_UNI_GEO
COD_REL
Relevo
Declividade (grau)
Amplitude
Topogrfica (m)
DCMUbu
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
103
Caractersticas, Adequabilidades e
Limitaes Frente ao Uso e Ocupao
Obras de engenharia
Adequabilidades
Ocorrem litologias de alta resistncia compresso, que se alteram facilmente para solos argilosos
e sltico-argilosos de baixa permeabilidade e de alta
plasticidade.
Os solos residuais com pedognese avanada apresentam baixa erosividade, alta capacidade de compactao e
boa estabilidade em taludes de corte, sendo classificados
geotecnicamente com qualidade para o uso como material
de emprstimo.
Como o relevo bastante movimentado e irregular e por haver predomnio de solos argilosos, alm
de estes apresentarem boa estabilidade geotcnica,
o potencial de ocorrncia de movimentos naturais de
massa baixo.
Nas reas em que a poro cncava das vertentes apresenta maior declividade, ocorre maior concentrao de energia
dos fluxos de gua superficial e subsuperficial, aumentando o
potencial de ocorrncia de movimentos de massa.
Limitaes
Nas reas em que o perfil do solo residual for
pouco evoludo, geralmente existem camadas contendo
argilominerais expansivos. Caso tais camadas sejam submetidas variao do grau de umidade, apresentaro
o fenmeno de alternncia de estados de dilatao e
contrao, tornando esses solos colapsveis e sujeitos a
desmoronamentos.
Tais reas so inadequadas para implantao de
obras civis, pois a oscilao no grau de umidade nas
camadas de argilas expansivas causar, alm de problemas de instabilizao de taludes, a formao de trincas
em pavimentos de estradas construdas sobre esse tipo
de solo (Figura 3.130).
Os solos argilosos, independentemente da evoluo
pedogentica, em perodos secos entram facilmente em
suspenso, gerando muita poeira; quando midos, tornamse excessivamente aderentes e escorregadios. Assim, devese evitar a execuo de obras grandes e demoradas que
envolvam escavaes e movimentao de terra em perodos
chuvosos, pois os equipamentos e ferramentas utilizados
nas obras de terraplanagem demandaro maior tempo para
limpeza e manuteno.
Como so rochas gneas com caractersticas macias
que sofrem alteraes bastante heterogneas, formam
blocos e mataces ao longo do perfil do solo, mesmo em
regies em que a pedognese esteja avanada.
Tais fragmentos de rocha, existentes em meio matriz
do solo, caso fiquem expostos em paredes de taludes de
corte, podero sofrer instabilizao, ocasionando quedas
104
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Agricultura
Adequabilidades
As rochas do tipo gabro apresentam baixa a
moderada resistncia ao intemperismo fsico-qumico,
so ricas em minerais ferromagnesianos, gerando solos
argilosos e liberando, nesse processo de intemperizao,
vrios nutrientes, como potssio, sdio, clcio, magnsio,
alm de altos teores de elementos metlicos, como ferro,
mangans e titnio. Em razo desses ltimos elementos,
os solos apresentam destacada cor vermelha.
Os solos argilosos apresentam baixa erosividade
natural. Nas reas de relevo suavizado, predominam perfis
profundos com pedognese avanada, apresentando boa
fertilidade natural. Onde ocorrerem solos que no sejam
excessivamente evoludos, a fertilidade natural ser muito
boa. A permeabilidade varia de baixa, nos solos pouco
evoludos, a moderada, em solos bem evoludos.
Tais solos apresentam boa porosidade, armazenam
mais gua, mantendo-a disponvel para a vegetao natural
e reas agriculturveis por longos perodos de seca, o que
significa uso menos intenso de irrigao. Esses solos possuem, tambm, boa capacidade de reter, fixar nutrientes e
assimilar matria orgnica. Respondem bem adubao,
com consequente aumento na produtividade agrcola.
Associadas a esses terrenos pode haver manchas de
solos do tipo Terra-Roxa, de excelente qualidade para a
agricultura, em reas onde o relevo for mais suavizado e
a pedognese for mais desenvolvida.
O uso agrcola da regio restrito, sendo mais
favorvel silvicultura e a pastagens que agricultura
convencional.
Limitaes
Adequabilidades
Os solos que ocorrem nessas reas so predominantemente argilossiltosos e apresentam, naturalmente, baixa
permeabilidade, o que gera grande capacidade de reter,
fixar e eliminar poluentes.
Em regies onde os perfis so mais profundos, tais
caractersticas fsico-qumicas reduzem o risco de contaminao dos aquferos subterrneos por produtos qumicos
utilizados, por exemplo, na agricultura.
A rocha, pelo padro de fraturamento, pode apresentar bom potencial para a explorao de guas subterrneas.
Limitaes
Por ser uma rocha bem fraturada, com estruturas abertas, alm da percolao da gua, seus espaos facilitam que
os poluentes atinjam rapidamente os aquferos subterrneos.
Assim, onde rochas afloram em maior extenso superficial,
cuidados especiais devem ser tomados com fontes potencialmente poluidoras, como, por exemplo, redes de esgoto.
As rochas nas quais as guas subterrneas se armazenam e circulam atravs de fendas abertas (falhas, fraturas)
so denominadas aquferos fissurais, sendo que o potencial
hidrogeolgico local bastante irregular.
105
Assim, a existncia, a distribuio, o tamanho, a densidade e a interconectividade das fraturas, associados a fatores
exgenos, como as condies climticas locais, em especial os
ndices de chuvas, so as razes pelas quais, em reas prximas,
um poo pode apresentar excelente vazo e outro estar seco.
Como o gabro intemperizado forma solos argilosos
pouco permeveis, disponibiliza pouca gua para circulao.
Assim, o manto de alterao situado mais abaixo nesse perfil
ter um baixo potencial hdrico. reas com esse tipo de perfil
de solo e subsolo so consideradas desfavorveis recarga
das guas subterrneas, sendo tais locais desfavorveis
recarga das guas subterrneas.
A alterao no grau de impermeabilizao e de compactao reduz o potencial de infiltrao das guas das chuvas,
com consequente aumento da velocidade do escoamento
superficial, potencializando os processos de eroso hdrica
laminar que carrearo sedimentos para as drenagens e ocasionaro o assoreamento dos cursos dgua.
As mudanas nas caractersticas texturais do solo,
como reduo da porosidade e permeabilidade, reduzem
tambm a recarga dos aquferos subterrneos e podero
levar extino de nascentes em regies com manejo
incorreto do solo para implantao de extensas reas de
pastagem ou lavouras.
Nessa regio, h moderada a alta densidade de canais
de drenagem, onde o sistema principal apresenta vales estreitos e relativamente profundos e desprovidos de plancies
de deposio. O sistema secundrio apresenta vales abertos
e curtos e funciona apenas como escoamento das guas das
chuvas, permanecendo secos.
Como so terrenos definidos como pouco permeveis,
deve-se preservar a vegetao nativa, pois esta exerce papel
fundamental: retm a gua da chuva e ajuda na infiltrao
da gua no subsolo. Entretanto, a baixa permeabilidade do
solo reflete na pouca disponibilidade hdrica em superfcie e
em drenagens secas.
Potencial mineral
O Gabro de Apia mostra-se favorvel existncia de
mineralizaes de chumbo, prata, ouro e tem potencial para
explorao de rochas ornamentais para uso na construo
civil (Figura 3.133).
No Quadro 3.21 so apresentadas as ocorrncias
minerais encontradas no Gabro de Apia e os usos dessa
rocha na indstria da construo civil.
COD_DOM
COD_UNI_GEO
Minerais
Metlicos
Minerais
No-Metlicos
Minerais e Rochas
como Materiais de
Uso na Construo Civil
Minerais de Uso
Especial guas
e Energticos
DCMU
DCMUbu
Ag, Au, Pb
ND
ND
Obs.: ND = No-Detectado.
106
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Figura 3.134 - Distribuio espacial das unidades geolgico-ambientais formadoras do domnio DCGR1 no estado de So Paulo.
107
Formas de Relevo
As formas de relevo predominantes na rea das
unidades geolgico-ambientais formadoras do domnio
DCGR1 so apresentadas na Figura 3.135. J as formas de
relevo associadas que ocorrem em cada unidade geolgicoambiental e respectivas declividades e amplitudes esto
descritas no Quadro 3.22.
Caractersticas, Adequabilidades e
Limitaes Frente ao Uso e Ocupao
Obras de engenharia
Adequabilidades
As rochas granticas apresentam alto grau de coeso,
reduzida porosidade primria e uma mineralogia base de
feldspatos e quartzo com baixa proporo de minerais ferromagnesianos, como biotita. Tais caractersticas aumentam
a resistncia dos granitos compresso e reduzem a ao
dos processos de intemperismo fsico-qumico.
So litologias que formam solos argilo-sltico-arenosos.
Nas reas em que os granitos so submetidos a fortes processos de pedognese, os solos formados apresentam boa
capacidade de compactao, baixa permeabilidade, plasticidade moderada e so pouco erosivos. J em reas com
pedognese incipiente, a alterao das rochas gera saibro,
utilizado para manuteno de estradas sem pavimentao
e em quadras esportivas.
Essas rochas apresentam qualidades geotcnicas para
uso como material de emprstimo em obras de aterros,
construo de estradas e pequenas barragens.
Os corpos granticos que apresentam baixo grau de
alterao, relevantes caractersticas texturais e estruturais
e padro de cor comercial tm potencial para utilizao
como pedras para revestimentos externos e internos, em
fundaes, como agregados para concreto (brita), alm de
outras aplicaes na indstria da construo civil.
Limitaes
Nessa unidade, h predomnio de rochas cristalinas
com alto grau de coeso base de feldspatos e, mais restritamente, quartzo. Nos locais em que existam rochas frescas,
estas apresentaro alta resistncia ao corte e penetrao
e necessitaro do uso de explosivos para o desmonte.
Nas bordas dos macios, os granitos tardi- e pstectnicos so densamente fraturados e esto posicionados
em vrias direes.
Figura 3.135 - Formas de relevos predominantes nas reas de ocorrncia das unidades geolgico-ambientais do domnio DCGR1.
108
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
COD_UNI_GEO
DCGR1palc
DCGR1alc
DCGR1salc
DCGR1pal
DCGR1in
COD_REL
Relevo
Declividade
(grau)
Amplitude
Topogrfica
(m)
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
Tais estruturas na rocha ocasionam aumento na percolao de gua, facilitam a ao dos processos intempricos
e, em taludes de corte, geram reas de fragilidade com
possibilidade de instabilizao de blocos.
As rochas granticas alteram-se de maneira diferenciada, quase sempre deixando blocos e mataces soltos ao
longo do perfil do solo, mesmo em locais onde os perfis
pedogenticos sejam espessos. Esse padro de alterao
posiciona o substrato rochoso em profundidades irregulares
(Figura 3.136).
H grande possibilidade de os blocos e mataces se
posicionarem em diferentes profundidades ao longo do
perfil do solo, o que dificultaria a execuo de escavaes
e perfuraes.
Fragmentos de rocha podem se movimentar em
taludes de corte, em rampas declivosas e instabilizar
edificaes, no caso de fundaes ou estacas apoiarem-se
parcialmente sobre esses blocos ou mataces.
Esses terrenos exigem estudos geotcnicos detalhados,
apoiados em sondagens de malha reduzida, com impacto
nos custos nas fases de planejamento e de execuo de
obras civis do tipo estradas, gasodutos ou barragens (Figuras 3.137 e 3.138).
Limitaes
Agricultura
Adequabilidades
As rochas granticas intemperizadas formam solos com
alta participao de argila e liberam vrios nutrientes, como
Na, Mg e K. Onde ocorre pedognese avanada, os solos
apresentam erosividade moderada, muito boa capacidade
de reter nutrientes e de assimilar matria orgnica, refletindo em melhores resultados na produtividade agrcola.
um solo poroso, com mdia permeabilidade,
caractersticas que resultam em boa capacidade hdrica,
110
Nesse domnio, as rochas geram solos argilo-slticoarenosos e o processo de intemperizao libera muito
alumnio, tornando os solos mais cidos. So solos que,
dependendo de fatores tais como relevo, cobertura vegetal
e clima, podem sofrer intensos processos de eroso hdrica
laminar, formando ravinas, sulcos ou voorocas.
Pelo padro de fraturamento, so rochas que se alteram de forma heterognea, formando blocos e mataces
que se distribuem de forma esparsa na superfcie do
terreno, gerando uma paisagem denominada campo
de mataces, o que restringe o uso para fins agrcolas
(Figura 3.139).
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Limitaes
Potencial mineral
COD_DOM
DCGR1
COD_UNI_GEO
Minerais
Metlicos
Minerais
No-Metlicos
Minerais e Rochas
como Materiais de
Uso na Construo Civil
Minerais de Uso
Especial guas
e Energticos
DCGR1palc
ND
Granito
Granito ornamental
ND
DCGR1alc
ND
Argila
Granito
Granito ornamental
gua mineral
DCGR1salc
ND
ND
Granito ornamental
ND
DCGR1pal
Al
ND
Caulim
Granito ornamental
ND
DCGR1in
Au
ND
ND
ND
Obs.: ND = No-Detectado.
112
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Figura 3.144 - Distribuio espacial das unidades geolgico-ambientais formadoras do domnio DCGR2 no estado de So Paulo.
113
Formas de Relevo
As formas de relevo predominantes na rea das
unidades geolgico-ambientais formadoras do domnio
Figura 3.145 - Formas de relevos predominantes nas reas de ocorrncia das unidades geolgico-ambientais do domnio DCGR2.
Quadro 3.24 - Unidades geolgico-ambientais e formas de relevo associadas.
COD_UNI_GEO
DCGR2alc
DCGR2salc
DCGR2pal
DCGR2in
114
COD_REL
Relevo
Declividade (grau)
Amplitude
Topogrfica (m)
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Caractersticas, Adequabilidades e
Limitaes Frente ao Uso e Ocupao
Obras de engenharia
Adequabilidades
Nesse domnio, h predomnio de rochas com alto
grau de coeso, baixa porosidade primria e mineralogia
base de feldspatos e quartzo. Apresentam elevada resistncia compresso, com resistncia ao intemperismo
fsico-qumico variando de moderada a alta.
So rochas adequadas para uso em fundaes e
como agregados para concreto, alm de diversas outras
aplicaes na indstria da construo civil.
Os granitos tarditectnicos podem apresentar textura
marcadamente foliada de fraturamento intenso, mas
concentrado nas bordas dos macios. Tais caractersticas
fsicas facilitam os processos intempricos e aceleram a
instabilizao dessas rochas em taludes de corte.
As rochas granticas intemperizadas formam solos
argilo-sltico-arenosos. Em reas onde ocorre pedognese
incipiente, o material denominado saibro, com potencial de uso na conservao de estradas e em quadras
esportivas.
No caso de solos residuais, com pedognese avanada, estes tm boa capacidade de compactao, baixa
permeabilidade e so moderadamente plsticos, pouco
erosivos e com grande potencial para uso como material
de emprstimo em aterros.
Limitaes
Nos granitos deformados, h maior possibilidade
de textura foliada nas bordas dos macios rochosos,
pores onde ocorrem superfcies planares, que se
constituem em descontinuidades geomecnicas, sendo
pontos de fraqueza sujeitos constante ao do intemperismo.
Nas bordas dos macios granticos existe intenso
fraturamento, que ocorre em vrias direes, sendo os
pontos mais frgeis das rochas.
Caso taludes de corte sejam construdos prximo s
bordas dos macios e com paredes muito verticalizadas,
poder haver instabilizao geotcnica de blocos aflorantes
ou da prpria rocha alterada ou solo, podendo ocorrer
rolamentos, quedas, tombamentos e escorregamentos
(Figuras 3.146 a 3.152).
Em reas de ocorrncia de rochas no-intemperizadas,
estas apresentam alta resistncia ao corte e penetrao,
necessitando do uso de explosivos para o desmonte (Figura
3.153).
As rochas granticas alteram-se de maneira diferenciada, quase sempre deixando blocos e mataces ao longo
do perfil do solo. Mesmo nas reas onde os perfis so profundos, podem surgir fragmentos de rocha, dificultando
a execuo de escavaes e perfuraes.
115
116
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Agricultura
Adequabilidades
As rochas granticas formam solos com alta participao de argila. Nas regies onde a pedognese for
avanada e o relevo no se mostrar muito acidentado, a
ao da eroso natural se dar de forma mais moderada.
So solos com excesso de alumnio que apresentam
baixa qualidade qumica, porm, esta compensada
pela boa qualidade fsica. Logo, desde que o relevo
seja favorvel e os solos corretamente manejados e corrigidos, com utilizao de prticas de proteo contra
eroso, essas reas apresentaro bom potencial agrcola
(Figura 3.155).
Nas reas em que ocorrem granitos base de
feldspatos alcalinos, contendo minerais ferromagnesianos como acessrios, estes geram solos residuais de
fertilidade natural relativamente boa (Figuras 3.156
e 3.157).
Os solos mais argilosos tm boa capacidade de
reter e fixar nutrientes e de assimilar matria orgnica,
respondendo bem adubao. Nessa situao, se o
relevo for favorvel, o solo classificado como pouco
erosivo.
Nessas reas, os solos apresentam alta porosidade e
boa capacidade hdrica, mantendo boa disponibilidade
de gua para a vegetao por um tempo mais longo,
mesmo nos perodos de estiagem.
Limitaes
As rochas granticas, ao sofrerem processo de intemperismo, formam solos argilo-sltico-arenosos que, devido
a sua composio mineralgica, com excesso de alumnio,
tornam o solo excessivamente cido, acarretando baixa
fertilidade natural.
Os solos residuais compactam-se, impermeabilizamse e sofrem alta eroso hdrica laminar se continuamente
mecanizados para introduo de agricultura mais intensiva,
com o uso de equipamentos pesados. O aumento de reas
para pastagem gera maior pisoteio do gado, causando
impermeabilizao e compactao desses solos.
O uso de tais prticas no manejo dos solos, em reas
rurais, interfere negativamente na dinmica das guas
superficiais e subterrneas, reduzindo o potencial de
infiltrao das guas das chuvas no solo e subsolo, com
consequente aumento da velocidade do escoamento
superficial e da eroso laminar, gerando sulcos, ravinas
e voorocas.
Na regio, os relevos predominantes so montanhosos
ou escarpados, o que se constitui em caracterstica restritiva
ao uso agrcola intensivo (Figura 3.158).
Limitaes
As rochas granticas tardi- e ps-tectnicas, geralmente, so portadoras de muitas fraturas abertas, especialmente nas bordas dos macios. Tais estruturas facilitam
que poluentes infiltrem-se e contaminem, de forma rpida,
as guas subterrneas.
Em reas em que ocorram afloramentos de rochas
muito fraturadas e os solos residuais sejam pouco evoludos
ou rasos, o risco de contaminao das guas subterrneas
ser alto. Nesse caso, medidas de controle devem ser instaladas junto s fontes potencialmente poluidoras.
Nessas litologias, as guas subterrneas ficam armazenadas e circulam atravs de pequenas e grandes falhas
e fraturas, sendo classificadas como aquferos fissurais
descontnuos.
Esses aquferos tm potencial hidrogeolgico local
bastante irregular, que depende da existncia, distribuio,
tamanho, densidade e interconectividade das falhas e
fraturas. Essas caractersticas, associadas s condies
climticas locais, podem influenciar na produtividade de
poos perfurados muito prximos e estes apresentarem
vazes variando de boas a nulas.
Como os solos gerados pelo intemperismo dessas rochas
apresentam teores razoveis de argila, a permeabilidade
varivel e o manto de alterao apresenta qualidades desfavorveis para que ocorra recarga dos lenis subterrneos.
A reduo do fluxo hdrico subsuperficial ocasiona menor
volume de gua nas nascentes ou a sua extino, sendo tais
formaes as principais abastecedoras dos rios da regio.
Potencial mineral
Figura 3.158 - Nesta regio ocorre um padro de relevo
acidentado, fator restritivo ao uso e ocupao (Aruj, SP).
Fotografia: Projeto TAV, 2009.
Nesse domnio, h reas com alto potencial para granitos com caractersticas fsico-qumicas, texturais e formas
de afloramento (blocos e mataces) adequadas para serem
lavrados para brita, rocha ornamental e pedra de cantaria
(Figuras 3.159 e 3.160) (Quadro 3.25).
Na regio em que afloram granitos alcalinos, h explorao de argila e rocha ornamental e brita para uso na
construo civil.
H ocorrncias de alumnio, brio, berilo, caulim, corndon, cobre, chumbo, feldspato, ferro, fsforo, molibdnio,
ouro, prata, pirita, saibro, talco, volfrmio e mangans,
assim como explorao de insumos e rochas para uso
na construo civil, como quartzo, areia, argila, gnaisse,
charnockito, granito, migmatito e granito ornamental,
alm de gua mineral para consumo humano em reas
em que afloram rochas granitoides de sries subalcalinas:
calcialcalinas e toleticas.
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
COD_DOM
COD_UNI_GEO
Minerais
Metlicos
Minerais
No-Metlicos
Minerais e Rochas
como Materiais de
Uso na Construo Civil
Minerais de Uso
Especial guas
e Energticos
DCGR2alc
ND
ND
Argila
Granito
Granito ornamental
ND
DCGR2salc
Feldspato
Fsforo
Talco
Areia
Caulim
Granito
Granito ornamental Quartzo
Saibro
gua mineral
DCGR2pal
As, Mn,
Muscovita, Pegmatito, Pirita
Feldspato
Areia
Argila
Granito
Granito ornamental
Quartzito
gua mineral
Linhito
ND
Areia
Argila
Caulim
Granito
Granito ornamental
ND
DCGR2
DCGR2in
Fe, Sn
Obs.: ND = No-Detectado.
Figura 3.163 - rea de relevo acidentado, ocupada de forma desordenada com sub-habitaes, onde foi necessria a execuo de inmeras
obras de urbanizao, como muros de conteno de encostas e de drenagem urbana, como retificao e colocao de muros de gabio nas
margens do canal para conter a eroso e evitar futuras enchentes pelo seu assoreamento (So Paulo, SP).
Fotografia: Projeto TAV, 2009.
120
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Formas de Relevo
As formas de relevo predominantes na rea das
unidades geolgico-ambientais formadoras do domnio
DCGR3 so apresentadas na Figura 3.172. J as formas de
relevo associadas que ocorrem em cada unidade geolgicoambiental e respectivas declividades e amplitudes esto
descritas no Quadro 3.26.
Figura 3.171 - Distribuio espacial das unidades geolgico-ambientais formadoras do domnio DCGR3 no estado de So Paulo.
122
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Figura 3.172 - Formas de relevos predominantes nas reas de ocorrncia das unidades geolgico-ambientais do domnio DCGR3.
Quadro 3.26 - Unidades geolgico-ambientais e formas de relevo associadas.
COD_UNI_GEO
DCGR3ch
DCGR3salc
Relevo
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
Caractersticas, Adequabilidades e
Limitaes Frente ao Uso e Ocupao
Obras de engenharia
Adequabilidades
No domnio DCGR3, h predomnio de rochas com alto
grau de coeso e mineralogia base de feldspatos e quartzo,
elevada resistncia compresso, baixa porosidade primria e
moderada a alta resistncia ao intemperismo fsico-qumico.
Em razo da proeminente foliao mineral e da
heterogeneidade textural em relao aos granitos ps-
Declividade (grau)
Amplitude
Topogrfica (m)
COD_REL
As rochas granitoides do tipo ortognaisses apresentam potencial para uso em fundaes e como agregados
para concreto e outras aplicaes na construo civil
(Figura 3.173).
Limitaes
Essas rochas, por seu grau de resistncia e sua origem
gneo-metamrfica, somados s caractersticas mineralgicas (predomnio de feldspato e quartzo), apresentam alta
resistncia ao corte e penetrao. Assim, para execuo de
frentes de escavao ou de terraplenagem ser necessrio
o uso de explosivos para o desmonte.
So litologias que contm inmeras descontinuidades geomecnicas, relacionadas ao fraturamento,
foliao e ao bandamento gnissico que apresentam
concentraes diferenciadas de biotita isorientada,
devido ao intenso processo deformacional que sofreram. So caractersticas que as tornam mais suscetveis
e concentram-se nas bordas dos macios, facilitando a
ocorrncia de instabilidades geotcnicas como queda,
rolamento e tombamento de blocos.
Em perfis de solo, mesmo com pedognese avanada,
podero ocorrer, de forma menos frequente e mais irregularmente distribudos, afloramentos de blocos e mataces
soltos, devendo-se tomar cuidado para que fundaes e
edificaes no fiquem parcialmente apoiadas sobre esses fragmentos de rochas, pois estes correm o risco de se
movimentar e instabilizar tais obras (Figura 3.174).
As rochas granitoides alteram-se de forma bastante
heterognea, gerando solos argilo-sltico-arenosos e
ocasionando uma variao irregular na profundidade do
substrato rochoso.
No caso de solos residuais pedogeneticamente pouco
evoludos, estes so excessivamente erosivos e se instabilizam com facilidade em obras do tipo taludes de corte.
Portanto, so solos de uso no-adequado como material
de emprstimo em obras do tipo aterros, sujeitos concentrao de guas pluviais (Figuras 3.175 a 3.177).
124
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Limitaes
Agricultura
Adequabilidades
Nesse domnio, h predomnio de rochas granticas
que, ao sofrerem alterao, formam solos com alta participao de argila. Tais solos apresentam erosividade natural
variando de baixa a moderada em reas onde o relevo
classificado como colinas dissecadas e morros baixos e a
declividade e a amplitude apresentam valores baixos como
os apresentados no Quadro 3.26.
So solos com baixa permeabilidade, mas com boa
capacidade de reter e fixar elementos e de assimilar matria
orgnica, respondendo bem adubao.
As rochas granitoides intemperizadas formam solos
residuais porosos, que tm como potencialidade armazenar e reter gua, mantendo-a disponvel por mais tempo.
Mesmo em perodos de seca, so reas que no necessitam
de irrigao frequente.
Como h predomnio de rochas em que a composio mineralgica apresenta grandes concentraes
de minerais ferromagnesianos, como biotita e horblenda,
os solos residuais dessas reas apresentam alta fertilidade
natural.
Assim, a influncia da geologia no potencial agrcola
dos solos mais positiva que negativa, desde que sejam
corretamente manejados e corrigidos e o fator relevo viabilize a ocupao agrcola.
Os solos formados pela alterao das rochas granitoides apresentam bom potencial agrcola. No caso de
baixa qualidade qumica, esta compensada pela boa
qualidade fsica.
Nesse domnio, predominam relevos montanhosos,
ocorrendo em meio a essas reas acidentadas pequenos e
isolados setores com relevo um pouco mais suavizado. So
locais recobertos por solos com melhor potencial agrcola
que, para serem aproveitados, necessitam ser manejados
com utilizao de prticas conservacionistas, sendo recomendadas culturas de ciclo longo.
Limitaes
Como nesse domnio as rochas so bastante tectonizadas e geralmente portadoras de fraturas e falhas
abertas e outras superfcies planares, essas descontinuidades levaro contaminantes de forma rpida aos lenis
dgua.
Nas reas em que as rochas afloram e os solos forem
pouco evoludos, o potencial de contaminao das guas
subterrneas alto. Assim, fontes potencialmente poluidoras no devem ser instaladas nessas regies.
As guas subsuperficiais circulam e ficam armazenadas nas falhas e fraturas, que so os espaos existentes
nessas rochas classificadas como aquferos fissurais ou
fraturados.
Tais aquferos tm bom potencial hidrogeolgico,
porm, local e bastante irregular. A existncia, o tamanho, a densidade e a interconectividade das falhas,
assim como as condies climticas locais, influenciam na
produtividade de poos prximos, que podem ter boas
vazes ou estarem secos.
Os solos residuais so argilosos e bem evoludos,
pouco permeveis, sendo desfavorveis recarga das
guas subterrneas. Em perodos de excesso de chuva,
a maior parte dessas guas escoa rapidamente para os
canais de drenagem.
Nas regies de solos argilosos, cuidados especiais
devem ser tomados para no haver grandes desmatamentos, que podem causar excesso de impermeabilizao.
O predomnio de relevos em desequilbrio, em franco
e acelerado processo de desgaste, aliado s caractersticas
do substrato rochoso, torna essas reas sujeitas a grandes
movimentos naturais de massa e fonte de gerao de alta
carga de detritos finos e arenosos que assoreiam os rios
existentes na regio.
Potencial mineral
Nas associaes charnockticas, h ocorrncia mineral
para alumnio e potencial mineral para explorao e uso
na construo civil de areia, seixo, Charnockito Ubatuba
como rocha ornamental e extrao de gua mineral
(Quadro 3.27).
A unidade formada pelas sries granticas subalcalinas tem ocorrncias de mangans e ouro, assim como
explorao para uso na construo civil de areia, asbesto,
amianto, talco, feldspato, granito, quartzito, alm de extrao de gua mineral de mesa.
O potencial metalogentico nesse domnio foi
reduzido pelo metamorfismo, que mais dispersou que
concentrou elementos metlicos, e tambm pelo profundo grau de eroso dos macios rochosos. A poro
rochosa favorvel existncia de mineralizaes, em
geral, j erodiu.
Pode haver, em muitas reas, reduzido potencial para
explorao de rochas ornamentais devido textura foliada,
heterogeneidade textural e presena de minerais micceos
placoides, ora mais, ora menos concentrados, devido ao
bandamento gnissico (Figura 3.178).
COD_DOM
COD_UNI_GEO
Minerais
Metlicos
Minerais
No-Metlicos
Minerais e Rochas
como Materiais de
Uso na Construo Civil
Minerais de Uso
Especial guas
e Energticos
DCGR3ch
Al
ND
Areia
Charnockito como rocha
ornamental
Seixo
gua mineral
Au, Mn
Feldspato
Fsforo
Talco
Areia
Asbesto
Amianto
Granito
Quartzito
gua mineral
DCGR3
DCGR3salc
Obs.: ND = No-Detectado.
126
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Figura 3.180 - Distribuio espacial das unidades geolgico-ambientais formadoras do domnio DCGMGL no estado de So Paulo.
Formas de Relevo
As formas de relevo predominantes na rea das
unidades geolgico-ambientais formadoras do domnio
DCGMGL so apresentadas na Figura 3.181. J as formas de
relevo associadas que ocorrem em cada unidade geolgicoambiental e respectivas declividades e amplitudes esto
descritas no Quadro 3.28.
Caractersticas, Adequabilidades e
Limitaes Frente ao Uso e Ocupao
Obras de engenharia
Adequabilidades
As rochas granito-gnissicas migmatticas e
granulticas apresentam alto grau de coerncia, baixa
porosidade primria, moderada a alta resistncia ao
intemperismo fsico-qumico e elevada resistncia
compresso. Tm potencial para uso em obras civis,
na forma de brita de diversos tamanhos, blocos para
fundaes, construo de muros e em enrocamento de
barragens (Figura 3.182).
Nas reas em que ocorrem solos residuais com
pedognese avanada, estes so predominantemente
argilo-sltico-arenosos e apresentam as seguintes caractersticas: boa capacidade de compactao, permeabili128
Limitaes
As rochas granito-gnissicas migmatticas e granulticas ocorrem na regio como uma complexa associao
de pequenos e grandes corpos, com as mais variadas e
contrastantes caractersticas texturais e minerais, complexamente e intensamente tectonizadas e dobradas.
Apresentam grande anisotropia geomecnica e
hidrulica local lateral e vertical, sendo que, na maioria
das vezes, a curtas distncias podem ocorrer, lado a lado,
rochas e solos residuais com as mais variadas e contrastantes
caractersticas geotcnicas.
Esto fortemente tectonizadas, tanto dctil como
rptil; geralmente apresentam duas proeminentes foliaes
metamrficas: uma mais antiga, de baixo ngulo e de carter
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Figura 3.181 - Formas de relevos predominantes nas reas de ocorrncia das unidades geolgico-ambientais do domnio DCGMGL.
Quadro 3.28 - Unidades geolgico-ambientais e formas de relevo associadas.
COD_UNI_GEO
DCGMGLmo
DCGMGLgnp
DCGMGLmgi
DCGMGLgli
DCGMGLgno
DCGMGLgni
Declividade (grau)
Amplitude
Topogrfica (m)
30 a 80
COD_REL
Relevo
R4a2
5 a 20
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4b
15 a 35
80 a 200
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
R4a1
3 a 10
20 a 50
R4a2
5 a 20
30 a 80
R4b
15 a 35
80 a 200
R4c
Montanhoso
25 a 45
300 a 2.000
R4d
Escarpas serranas
25 a 60
300 a 2.000
129
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Agricultura
Adequabilidades
Em regies em que h predomnio de rochas que,
ao sofrerem intemperismo se alteram para solos residuais
com pedognese avanada, mas com alta participao de
argila, a erosividade e a permeabilidade podero variar de
baixa a moderada.
Os solos apresentam-se, nessas reas, com alta porososidade, com boa capacidade para reter, fixar e assimilar
matria orgnica e respondem bem adubao. So excelentes para armazenar gua e manter boa disponibilidade
para as plantas por longos perodos secos, no necessitando
de irrigao frequente.
O predomnio de minerais ferromagnesianos (biotita
e horblenda) na composio das rochas granito-gnissicas
migmatticas faz com que essas rochas, ao sofrerem intemperismo fsico-qumico, liberem quantidades altas de clcio
e magnsio para o solo, aumentando a fertilidade natural.
No caso de solos corretamente manejados, corrigidos e
com relevo favorvel, apresentaro forte potencial agrcola.
Nas reas em que predominarem apenas gnaisses e ortognaisses que contm bandas, lentes e at espessos corpos
de rochas metabsicas e metacarbonticas, tais rochas, ao
sofrerem alterao intemprica, liberam nutrientes do tipo
Na, Mg e Ca para o solo, originando reas com excelente
fertilidade natural.
Limitaes
Limitaes
O domnio DCGMGL formado por rochas bastante
tectonizadas e portadoras de muitas fendas (falhas e fraturas), por onde poluentes podem alcanar rapidamente
as guas subterrneas.
Nos locais em que as rochas afloram e os solos so
pouco evoludos ou rasos, considerado alto o potencial de
contaminao das guas subterrneas. Portanto, cuidados
especiais devem ser tomados com todas as fontes potencialmente poluidoras instaladas nessas reas.
Nas rochas gnissicas e ortognissicas, as guas subterrneas circulam e ficam armazenadas em falhas e fraturas.
So os denominados aquferos fissurais descontnuos.
O potencial hidrogeolgico dessas rochas irregular e depende da existncia, distribuio, tamanho,
densidade e da interconectividade das fraturas, somado
s condies climticas locais. Assim, mesmo em reas
com clima chuvoso, poos podem apresentar excelentes
vazes, enquanto em reas muito prximas, o poo pode
estar seco.
Tais rochas formam solos residuais argilosos com permeabilidade variando de baixa a moderada, sendo regies
desfavorveis recarga das guas subterrneas.
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
Potencial mineral
Na unidade onde predominam migmatitos ortoderivados, h ocorrncias de alumnio, cobre e mangans. Para
uso na construo civil, h potencial para explorao de
insumos e rochas, tais como: diabsio, feldspato, gnaisse,
granito, granito ornamental, monzodiorito, quartzito e
areia. Ocorre tambm explorao de gua mineral para
consumo humano.
Os gnaisses paraderivados apresentam ocorrncia de
alumnio, chumbo, ferro, muscovita, ouro, volfrmio. Para
uso na construo civil, h potencial para explorao de
insumos e rochas, tais como: caulim, dolomito, dolomito
calctico, feldspato, folhelho, gnaisse, gnaisse ornamental,
grafita, granito, mrmore, quartzito, talco, areia, argila e
cascalho. Ocorre nessa unidade extrao de gua mineral
para consumo humano.
No Quadro 3.29 so apresentados os tipos de ocorrncias minerais em cada uma das unidades geolgicoambientais do domnio DCGMGL.
Os migmatitos indiferenciados apresentam ocorrncia
de ferro e titnio. Para uso na construo civil, h explorao
de gnaisse e granito.
As rochas gnissicas ortoderivadas apresentam ocorrncia de alumnio, arsnio, mangans, ouro e titnio.
Para uso na construo civil, h potencial para explorao
de insumos e rochas, como: caulim, dolomito, feldspato,
gnaisse, grafita, granito, granito ornamental, quartzito,
talco, turfa e areia. Nessas litologias, ocorre explorao de
gua mineral (Figuras 3.192 e 3.193).
Os gnaisses indiferenciados apresentam ocorrncia de
molibdnio. Para uso na construo civil, h potencial para explorao de insumos e rochas, tais como: caulim, talco e granito.
As rochas migmatticas, granulticas e gnissicas paraderivadas apresentam ambincia geolgica favorvel
COD_DOM
COD_UNI_GEO
DCGMGLmo
Minerais
Metlicos
Minerais
No-Metlicos
Minerais e Rochas
como Materiais de
Uso na Construo Civil
Minerais de Uso
Especial guas
e Energticos
Caulim
Feldspato
Areia
Argila
Gnaisse
Granito
Granito ornamental
Quartzito
Saibro
gua mineral
gua mineral
DCGMGLgnp
Feldspato
Fsforo
Talco
Areia
Argila
Cascalho
Dolomito
Dolomito calctico
Gnaisse
Gnaisse ornamental
Grafita
Granito
Quartzito
DCGMGLmgi
Fe, Mn, Ti
Caulim
Gnaisse
Granito
ND
DCGMGLgli
Mn
Caulim
Areia
Saibro
ND
gua mineral
ND
DCGMGL
DCGMGLgno
As
Talco
Caulim
Dolomito
Gnaisse
Grafita
Granito
Granito ornamental, Quartzito
DCGMGLgni
Au, Mo, Mn
As
Caulim
Talco
Brita
Granito
Obs.: ND = No-Detectado.
GEODIVERSIDADE: ADEQUABILIDADES/POTENCIALIDADES
E LIMITAES FRENTE AO USO E OCUPAO
O ponto mais alto do estado de So Paulo, no municpio de Queluz, o Pico Pedra da Mina (2.797 m), na serra
da Mantiqueira. Est situado na regio de ocorrncia da
unidade geoambiental formada por gnaisses paraderivados.
Nas reas onde ocorrem gnaisse ortoderivados e indiferenciados, em razo do intenso tectonismo, predominam
Figura 3.197 - Vista geral da regio de Caconde, onde a construo da represa de rio Pardo mudou a paisagem local e formou um grande
lago, com rea de 30 km2, que compe um belo cenrio, com potencial turstico e mltiplos usos para a populao.
135
REFERNCIAS
BIZZI, L. A.; SCHOBBENHAUS, C.; VIDOTTI, R. M.;
GONALVES, J. H. Geologia, tectnica e recursos
minerais do Brasil: texto, mapas e SIG. Braslia: CPRM,
2003. 674 p. il. 1 DVD-ROM anexo.
BRILHA, J.; PEREIRA, D.; PEREIRA, P. Geodiversidade:
valores e usos. Braga: Universidade do Minho, 2008.
CPRM. Mapeamento geolgico-geotcnico e
delimitao das reas de risco geolgico ao longo
do traado da via do trem de alta velocidade. TAV
SIG CPRM TAV. Relatrio da primeira etapa. Rio de
Janeiro: CPRM, 2009. 180 p.
CPRM. Mapa geodiversidade do Brasil. Escala
1:2.500.000. Legenda expandida. Braslia: CPRM, 2006.
68 p. CD-ROM.
CPRM. Mapa gelogico do estado de So Paulo.
Escala 1:750:000. Breve descrio das unidades
litoestratigrficas aflorantes no estado de So Paulo. So
Paulo: CPRM, 2006. 173 p. CD-ROM.
CPRM. Instrues e procedimentos de padronizao
no tratamento digital de dados para projetos de
mapeamento da CPRM: manual de padronizao. Rio
de Janeiro: CPRM, 2005. v. 2.
GALOPIM DE CARVALHO, A. M. Natureza:
biodiversidade e geodiversidade. [S.l.: s.n.], 2007.
Disponvel em: <http://terraquegira.blogspot.
com/2007/05/natureza-biodiversidade-e.html>. Acesso
em: 25 jan. 2010.
PONANO, W. L.; CARNEIRO, C. D. R.; ALMEIDA M.
A.; PIRES NETO, A. G.; ALMEIDA, F. F. M. O conceito
de sistemas de relevo aplicado ao mapeamento
geomorfolgico do estado de So Paulo. In: SIMPSIO
REGIONAL DE GEOLOGIA, 2., 1979, Rio Claro. Atas... Rio
Claro: SBG/NS, 1979, v. 2, p. 253-262.
RAMOS, M. A. B.; ESPRITO SANTO, E. B.; PFALTZGRAFF,
P. A. S.; DANTAS, M. E.; MAIA, M. A. M.; GONALVES,
J. H.; JESUS, J. D. A.; SIMO, G. C. F.; JACQUES, P. D.;
THEODOROVICZ, A.; ORLANDI FILHO, V.; MARQUES, V.
J.; SILVA, C. R. Procedimentos no tratamento digital de
136
4
CONCLUSES E
RECOMENDAES
Carlos Augusto Brasil Peixoto (carlos.peixoto@cprm.gov.br)
CPRM Servio Geolgico do Brasil
SUMRIO
Concluses e recomendaes.............................................................................. 139
CONCLUSES E RECOMENDAES
CONCLUSES E RECOMENDAES
O Projeto Geodiversidade do Estado de So Paulo (escala
1:750:000) teve como principal objetivo gerar informaes
sobre o meio fsico, por meio do levantamento de dados
geolgicos, geomorfolgicos, pedolgicos, hidrolgicos,
hidrogeolgicos e geotcnicos. O desenvolvimento do
projeto comea pela reorganizao e reinterpretao do
Mapa Geolgico do Estado de So Paulo, escala 1:750.000
(CPRM, 2006), agregando a ele novas informaes e
potencializando as existentes para, assim, consolidar a
diviso dos domnios e suas subdivises em unidades
geolgico-ambientais.
A realizao das etapas de campo ocorreu entre os
meses de maro e agosto de 2008. Foram percorridos 9.250
km, visitados 160 municpios, com 260 pontos vistoriados
e gerados 1.500 registros fotogrficos.
As informaes coletadas em campo resultaram na
concepo do Mapa Geodiversidade do Estado de So
Paulo. Este, apresentado em 14 domnios, foi subdividido
em 50 unidades geolgico-ambientais e compartimentado
em 13 formas de relevos que modelaram a superfcie
do territrio paulista. O cruzamento dessas informaes
com os dados do GeoBank/CPRM gerou interpretaes
por dedues lgicas, que subsidiaram as descries das
adequabilidades, potencialidades e limitaes de cada
unidade mapeada, frente forma de uso e ocupao para os
temas: obras de engenharia, agricultura, recursos hdricos,
fontes poluidoras, potencial mineral e turstico.
A utilizao dos recursos naturais renovveis e
no-renovveis e as interaes com o meio ambiente
revelaram um grupo de problemas comuns a todos os
domnios geoambientais, decorrentes da implantao de
infraestruturas exigidas para os padres de desenvolvimento
urbano.
Em obras de engenharia, que exigem intensos
trabalhos de terraplenagem e escavaes do solo e subsolo,
deflagram-se e/ou intensificam-se processos erosivos de
difcil controle.
Verificou-se aumento das reas para agricultura e
pastagens com a supresso da vegetao nativa, potencializando a eroso laminar. Esta ocasiona o assoreamento das
drenagens, o que reduz a capacidade de escoamento em
canais de drenagem, provocando inundaes e enchentes.
139
140
APNDICE
UNIDADES
GEOLGICO-AMBIENTAIS
DO TERRITRIO BRASILEIRO
DESCRIO DO DOMNIO
GEOLGICO-AMBIENTAL
CD.
DOMNIO
UNIGEO
CARACTERIZAO DA UNIDADE
GEOLGICO-AMBIENTAL
CD.
UNIGEO
DCa
DCta
DCfl
DCl
DCp
DCmc
DCm
DCICT
DCICT
DCSR
DCSR
DCEL
Sedimentos eluviais.
DCEL
DCB
DCBr
DCE
DCEm
DC
DESCRIO DO DOMNIO
GEOLGICO-AMBIENTAL
CD.
DOMNIO
UNIGEO
CARACTERIZAO DA UNIDADE
GEOLGICO-AMBIENTAL
CD.
UNIGEO
DCE
DCEf
DCF
DCFa
DCDL
DCDLi
DCDC
DCMRa
DCMRsa
DCMRcsa
DCT
DCMld
DCMa
DSMc
DSMqcg
DSMsa
DCDL
DCDC
DCMR
DCT
DCM
DSM
DESCRIO DO DOMNIO
GEOLGICO-AMBIENTAL
CD.
DOMNIO
UNIGEO
CARACTERIZAO DA UNIDADE
GEOLGICO-AMBIENTAL
CD.
UNIGEO
DSMsaq
DSMscv
DSVMPa
DSVMPae
DSVMPaef
DSVMPacg
DSVMPac
DSVMPasaf
DSVMPsaa
DSVMPav
DSVMPsaacv
DSVMPcgf
DSVMPsaca
DSVMPasac
DSM
DSVMP
DESCRIO DO DOMNIO
GEOLGICO-AMBIENTAL
CD.
DOMNIO
UNIGEO
CD.
UNIGEO
DSVMPasaec
DSVMPcsa
DSVMPactf
DSVMPacsfc
DSVMPsabc
DSVMPap
DVMgd
Predomnio de basaltos.
DVMb
DSVMP
DVM
CARACTERIZAO DA UNIDADE
GEOLGICO-AMBIENTAL
DVMrrd
Indeterminado.
DCAin
DCAtbr
DCAsbalc
DCAalc
DCA
DESCRIO DO DOMNIO
GEOLGICO-AMBIENTAL
DOMNIO DOS COMPLEXOS ALCALINOS
INTRUSIVOS E EXTRUSIVOS, DIFERENCIADOS DO
TERCIRIO, MESOZOICO E PROTEROZOICO.
CD.
DOMNIO
UNIGEO
CARACTERIZAO DA UNIDADE
GEOLGICO-AMBIENTAL
CD.
UNIGEO
DCA
DCAganc
DSVEs
Sequncia vulcanossedimentar.
DSVEvs
Predomnio de vulcnicas.
DSVEv
DSP1acgsa
DSP1asafmg
DSP1saagr
DSP1csaa
DSP1dgrsa
DSP1sac
DSVP1va
DSVP1vb
Sequncia vulcanossedimentar.
DSVP1vs
DSVP1vaa
DSVE
DSP1
DSVP1
DESCRIO DO DOMNIO
GEOLGICO-AMBIENTAL
CD.
DOMNIO
UNIGEO
DSP2
DSVP2
CARACTERIZAO DA UNIDADE
GEOLGICO-AMBIENTAL
CD.
UNIGEO
DSP2mqmtc
DSP2mqsafmg
DSP2msa
DSP2sag
DSP2mcx
DSP2mcsaa
DSP2saa
Indiferenciado.
DSVP2in
Predomnio de quartzitos.
DSVP2q
DSVP2x
DSVP2csa
DSVP2vfc
DSVP2gratv
DSVP2bu
DESCRIO DO DOMNIO
GEOLGICO-AMBIENTAL
CD.
DOMNIO
UNIGEO
DSVP2
DSVP2af
DSVP2avf
DSVP2va
DGBko
DGBss
DGBvai
Sequncia vulcanossedimentar.
DGBvs
DCMUmu
DCMUbu
Vulcnicas bsicas.
DCMUvb
DCMUmg
Associaes charnockticas.
Ex.: Piroxnio granitoides etc.
Minerais diagnsticos: hiperstnio, diopsdio.
DCGR1ch
DCGR1palc
DCGR1alc
DCMU
CD.
UNIGEO
DGB
CARACTERIZAO DA UNIDADE
GEOLGICO-AMBIENTAL
DCGR1
DESCRIO DO DOMNIO
GEOLGICO-AMBIENTAL
CD.
DOMNIO
UNIGEO
CARACTERIZAO DA UNIDADE
GEOLGICO-AMBIENTAL
CD.
UNIGEO
DCGR1
DCGR2
Granitoides peraluminosos.
Ex.: Sienogranitos, monzogranitos, granodioritos
etc.
Minerais diagnsticos: muscovita, granada,
cordierita, silimanita, monazita, xenotima.
DCGR1pal
Srie shoshontica.
Ex.: Gabrodiorito a quartzomonzonito etc.
Minerais diagnsticos: augita, diopsdio e/ou
hiperstnio, anfiblio e plagioclsio.
DCGR1sho
Indeterminado.
DCGR1in
Associaes charnockticas.
Ex.: Piroxnio granitoides etc.
Minerais diagnsticos: hiperstnio, diopsdio.
DCGR2ch
DCGR2palc
DCGR2alc
DCGR2salc
Granitoides peraluminosos.
Ex.: Sienogranitos, monzogranitos, granodioritos
etc.
Minerais diagnsticos: muscovita, granada,
cordierita, silimanita, monazita, xenotima.
Srie shoshontica.
Ex.: Gabrodiorito a quartzomonzonito etc.
Minerais diagnsticos: augita, diopsdio e/ou
hiperstnio, anfiblio e plagioclsio.
Indeterminado.
10
DCGR2pal
DCGR2sho
DCGR2in
DESCRIO DO DOMNIO
GEOLGICO-AMBIENTAL
DOMNIO GRANITO-GNAISSE-MIGMATTICO E
GRANULITOS.
CD.
DOMNIO
UNIGEO
DCGR3
DCGMGL
CARACTERIZAO DA UNIDADE
GEOLGICO-AMBIENTAL
CD.
UNIGEO
Associaes charnockticas.
Ex.: Piroxnio granitoides etc.
Minerais diagnsticos: hiperstnio, diopsdio.
DCGR3ch
DCGR3palc
DCGR3alc
DCGR3pal
Srie Shoshontica.
Ex: Gabrodiorito a quartzomonzonito etc.
Minerais diagnsticos: augita, diopsdio e/ou
hiperstnio, anfiblio e plagioclsio.
DCGR3sho
Indeterminado.
DCGR3in
DCGMGLmo
DCGMGLmp
DCGMGLgnp
Migmatitos indiferenciados.
DCGMGLmgi
DCGMGLglp
11
DESCRIO DO DOMNIO
GEOLGICO-AMBIENTAL
DOMNIO GRANITO-GNAISSE-MIGMATTICO E
GRANULITOS.
12
CD.
DOMNIO
UNIGEO
CARACTERIZAO DA UNIDADE
GEOLGICO-AMBIENTAL
CD.
UNIGEO
DCGMGLglo
Granulitos indiferenciados.
DCGMGLgli
DCGMGLgno
Gnaisses indiferenciados.
DCGMGLgni
Metacarbonatos.
DCGMGLcar
Anfibolitos.
DCGMGLaf
DCGMGL
APNDICE
II
BIBLIOTECA DE RELEVO
DO TERRITRIO BRASILEIRO
Marcelo Eduardo Dantas (marcelo.dantas@cprm.gov.br)
CPRM Servio Geolgico do Brasil
REfERNCIAS:
ABSABER, A.N. (1969). Um conceito de geomorfologia a
servio das pesquisas sobre o Quaternrio. (Geomorfologia,
18). FFCHL, USP So Paulo, 23p.
ROSS, J. L. S. (1990). Geomorfologia ambiente e planejamento. Ed. Contexto. So Paulo. 85p.
R4d
R4a1
R1a
R4b
R1a
R1a
R1a
Amplitude de relevo: 2 a 20 m.
Inclinao das vertentes: 0-3 o (localmente,
ressaltam-se rebordos abruptos no contato com
a plancie fluvial).
R1b1
R1b1
Amplitude de relevo: at 20 m.
Inclinao das vertentes: 0-5o.
R4a2
R1b1
R1a
R1c1
R1c1
Superfcies planas, de interface com os sistemas deposicionais continentais e marinhos, constitudas de depsitos
argiloarenosos a argilosos. Terrenos muito maldrenados,
prolongadamente inundveis, com padro de canais bastante meandrantes e divagantes, sob influncia de refluxo
R1c1
R1c Rampas de colvio que se espraiam a partir da borda oeste do plat sinclinal (Moeda Quadriltero Ferrfero, Minas Gerais).
6
R1d
R1d
R1d
R1d
R1e
R1e
R1f1
R1e
R4a1
R1f1
R1e
R1f1
Amplitude de relevo: 0 a 20 m.
Inclinao das vertentes: 0-5o.
R1g Recifes
Relevo de agradao. Zona de acumulao atual.
R1f1
R1g
Amplitude de relevo: at 40 m.
Inclinao das vertentes: 3-30o.
R1g
R2a1
Formas de relevo suavemente dissecadas, com extensas superfcies de gradientes extremamente suaves, com
topos planos e alongados e vertentes retilneas nos vales
encaixados em forma de U, resultantes de dissecao
fluvial recente.
Predomnio de processos de pedognese (formao de
solos espessos e bem drenados, em geral, com baixa a mo-
R2a1
R2a1
R2a1
R2a2 Tabuleiros Dissecados
Relevo de degradao em rochas sedimentares.
10
moderada suscetibilidade eroso). Ocorrncia de processos de eroso laminar ou linear acelerada (sulcos e ravinas).
Amplitude de relevo: 20 a 50 m.
Inclinao das vertentes: topos planos restritos:
0-3o (localmente, ressaltam-se vertentes acentuadas: 10-25o).
R2a2
R2a2
R2a2 Tabuleiros dissecados em amplos vales em forma de U,
em tpica morfologia derivada do grupo Barreiras (bacia do rio
Guaxindiba, So Francisco do Itabapoana, Rio de Janeiro).
R2a2
R2a2
Superfcies ligeiramente mais elevadas que os terrenos adjacentes, francamente dissecadas em forma de
colinas tabulares. Sistema de drenagem constitudo por
uma rede de canais com alta densidade de drenagem,
que gera um relevo dissecado em vertentes retilneas e
11
voorocas). Situao tpica encontrada nos baixos plats embasados pela Formao Alter do Cho, ao norte de Manaus.
Amplitude de relevo: 20 a 50 m.
R2b1
Inclinao das vertentes: topo plano a suavemente ondulado: 2-5o, excetuando-se os eixos dos
vales fluviais, onde se registram vertentes com
declividades mais acentuadas (10-25o).
R2b2
R2b1
R2b2
R2b1
R2b2
R2b3 Planaltos
Relevo de degradao predominantemente em rochas
sedimentares, mas tambm sobre rochas cristalinas.
Superfcies mais elevadas que os terrenos adjacentes,
pouco dissecadas em formas tabulares ou colinas muito
amplas. Sistema de drenagem principal com fraco entalhamento e deposio de plancies aluviais restritas ou em
vales fechados.
Predomnio de processos de pedognese (formao
de solos espessos e bem drenados, em geral, com baixa a
moderada suscetibilidade eroso). Eventual atuao de
processos de laterizao. Ocorrncias espordicas, restritas
a processos de eroso laminar ou linear acelerada (ravinas
e voorocas).
R2b3
R4d
R3a2
Amplitude de relevo: 20 a 50 m.
Inclinao das vertentes: topo plano a suavemente ondulado: 2-5o, excetuando-se os eixos dos
vales fluviais.
R2b3
R2b3
R2b3
R2c
Inclinao das vertentes: topo plano, excetuando-se os eixos dos vales fluviais.
R3a2
R2c
R2c
R2c
R4d
R3a1
R3a1
Amplitude de relevo: 10 a 30 m.
R4b
R3a2
R3a2
R4c
R3a2
R3b
R3b
Relevo de colinas pouco dissecadas, com vertentes convexas e topos amplos, de morfologia tabular ou alongada.
Sistema de drenagem principal com deposio de plancies
aluviais relativamente amplas.
R4a1
R3b
R3b
R4a1
R4a2
R4a1
R4a2
R4a1
R4a2 Leste do estado da Bahia.
R4a2
Amplitude de relevo: 20 a 50 m.
Inclinao das vertentes: 3-10o.
R4a2
Equilbrio entre processos de pedognese e morfognese (formao de solos espessos e bem drenados, em
geral, com moderada suscetibilidade eroso). Atuao
frequente de processos de eroso laminar e ocorrncia
espordica de processos de eroso linear acelerada (sulcos,
ravinas e voorocas). Gerao de rampas de colvios nas
baixas vertentes.
R4a3
Amplitude de relevo: 30 a 80 m.
Inclinao das vertentes: 5-20o.
R4a3
R4a3
18
R4b
R4b
R4b
R4c
R4b
R4c
19
R4c
R4d
R4d
R4c
R4d
R2c
R4d
Relevo acidentado, constitudo por vertentes predominantemente retilneas a cncavas, declivosas e topos
levemente arredondados, com sedimentao de colvios
e depsitos de tlus. Sistema de drenagem principal em
franco processo de entalhamento. Representam relevo de
transio entre duas superfcies distintas aladas a diferentes
cotas altimtricas.
Franco predomnio de processos de morfognese (formao de solos rasos, em geral, com alta suscetibilidade
eroso). Atuao frequente de processos de eroso laminar
e de movimentos de massa. Gerao de depsitos de tlus
e de colvios nas baixas vertentes.
Amplitude de relevo: 50 a 200 m.
Inclinao das vertentes: 10-25o, com ocorrncia
de vertentes muito declivosas (acima de 45o).
Relevo acidentado, constitudo por vertentes predominantemente retilneas a cncavas, fortemente sulcadas,
declivosas, com sedimentao de colvios e depsitos de
tlus. Sistema de drenagem principal em franco processo de
entalhamento. Consistem em feies de relevo fortemente
entalhadas pela inciso vertical da drenagem, formando vales
encaixados e incisos sobre planaltos e chapadas, estes, em geral, pouco dissecados. Assim como as escarpas e os rebordos
erosivos, os vales encaixados apresentam quebras de relevo
abruptas em contraste com o relevo plano adjacente. Em
geral, essas formas de relevo indicam uma retomada erosiva
recente em processo de reajuste ao nvel de base regional.
Franco predomnio de processos de morfognese (formao de solos rasos, em geral, com alta suscetibilidade
eroso). Atuao frequente de processos de eroso laminar
e de movimentos de massa. Gerao de depsitos de tlus
e de colvios nas baixas vertentes.
R4e
R4e
R4e
R4e
R4f
R2b3
R2b3
R4f
R4f
22
ANTNIO THEODOROVICZ Gelogo (1977) formado pela Universidade Federal do Paran (UFPR), com especializao (1990) em Geologia
Ambiental (CPRM/SGB). Ingressou na Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/Servio Geolgico do Brasil (CPRM/SGB) Superintendncia
Regional de Porto Velho (SUREG/PV) em 1978. Desde 1982 atua na Superintendncia Regional de So Paulo (SUREG/SP). Executou e chefiou
vrios projetos de Mapeamento Geolgico, Prospeco Mineral e Metalogenia em diversas escalas nas regies Amaznica, Sul e Sudeste. Desde
1990 atua como supervisor/executor de vrios estudos geoambientais, para os quais concebeu uma metodologia, adaptada e aplicada na gerao
dos mapas Geodiversidade do Programa SIG Geologia Ambiental. Ministra treinamentos de campo para caracterizao do meio fsico para fins
de planejamento e gesto ambiental, para equipes da CPRM/SGB e de pases da Amrica do Sul. Atualmente, tambm coordenador regional
do Projeto Geoparques da CPRM/SGB, Conselheiro da Comisso de Monumentos Geolgicos do Estado de So Paulo e Membro do Conselho
Gestor do Geopark Estadual Bodoquena-Pantanal.
CARLOS AUGUSTO BRASIL PEIXOTO Graduado (1994) em Geologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com
especializao (1996) em Cincias da Terra e Meio Ambiente, pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), e MBA (2007) em Gesto
Ambiental Empresarial, realizado na Fundao Getulio Vargas. Atua desde agosto de 2007 na CPRM/SGB, no Programa Gesto Ambiental e
Territorial (GATE/CPRM). Est lotado na SUREG/SP; como responsvel tcnico pelo Projeto Geodiversidade do Estado de So Paulo. Participou,
no ano de 2009, dos projetos TAV Mapeamento Geolgico-Geotcnico/RJ-SP e Levantamento de reas de Riscos em Santa Catarina.
MARCELO EDUARDO DANTAS Graduado (1992) em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com os ttulos de licenciado
em Geografia e Gegrafo. Mestre (1995) em Geomorfologia e Geoecologia pela UFRJ. Nesse perodo, integrou a equipe de pesquisadores do
Laboratrio de Geo-Hidroecologia (GEOHECO/UFRJ), tendo atuado na investigao de temas como: Controles Litoestruturais na Evoluo do
Relevo; Sedimentao Fluvial; Impacto das Atividades Humanas sobre as Paisagens Naturais no Mdio Vale do Rio Paraba do Sul. Em 1997,
ingressou na CPRM/SGB, atuando como geomorflogo at o presente. Desenvolveu atividades profissionais em projetos na rea de Geomorfologia,
Diagnsticos Geoambientais e Mapeamentos da Geodiversidade, em atuao integrada com a equipe de gelogos do Programa GATE/CPRM.
Dentre os trabalhos mais relevantes, destacam-se: Mapa Geomorfolgico e Diagnstico Geoambiental do Estado do Rio de Janeiro; Mapa
Geomorfolgico do ZEE RIDE Braslia; Estudo Geomorfolgico Aplicado Recomposio Ambiental da Bacia Carbonfera de Cricima; Anlise
da Morfodinmica Fluvial Aplicada ao Estudo de Implantao das UHEs de Santo Antnio e Jirau (Rio Madeira-Rondnia). Atua, desde 2002,
como professor-assistente do curso de Geografia/UNISUAM. Atualmente, coordenador nacional de Geomorfologia do Projeto Geodiversidade
do Brasil (CPRM/SGB). Membro efetivo da Unio da Geomorfologia Brasileira (UGB) desde 2007.
MARIA ADELAIDE MANSINI MAIA Geloga (1996) formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com especializao
em Geoprocessamento pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Atuou de 1997 a 2009 na Superintendncia Regional de Manaus da
CPRM/SGB, nos projetos de Gesto Territorial e Geoprocessamento, destacando-se o Mapa da Geodiversidade do Estado do Amazonas e os
Zoneamentos Ecolgico-Econmicos (ZEEs) do Vale do Rio Madeira, do estado de Roraima, do Distrito Agropecurio da Zona Franca de Manaus.
Atualmente, est lotada no Escritrio Rio de Janeiro da CPRM/SGB, desenvolvendo atividades ligadas aos projetos de Gesto Territorial dessa
instituio, notadamente o Programa de Levantamento da Geodiversidade.
MARIA ANGLICA BARRETO RAMOS Graduada (1989) em geologia pela Universidade de Braslia (UnB) e mestre (1993) em Geocincias
pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ingressou na CPRM/SGB em 1994, onde atuou em mapeamento geolgico no Projeto Aracaju ao
Milionsimo. Em 1999, no Departamento de Gesto Territorial (DEGET), participou dos projetos Acajutiba-Apor-Rio Real e Porto Seguro-Santa
Cruz Cabrlia. Em 2001, na Diviso de Avaliao de Recursos Minerais integrou a equipe de coordenao do Projeto GIS do Brasil e de Banco de
Dados da CPRM/SGB. A partir de 2006, passou a atuar na coordenao de geoprocessamento do Projeto Geodiversidade do Brasil no DEGET.
Ministra cursos e treinamentos em ferramentas de SIG aplicados a projetos da CPRM/SGB. autora de 32 trabalhos individuais e coautora nos
livros Geologia, Tectnica e Recursos Minerais do Brasil e Geodiversidade do Brasil, dentre outros (12). Foi presidenta da Associao Baiana
de Gelogos no perodo de 2005-2007 e vice-presidenta de 2008 a 2009.
PEDRO AUGUSTO DOS SANTOS PFALTZGRAFF Gelogo (1984) formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mestre (1994)
em Geologia de Engenharia e Geologia Ambiental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutor (2007) em Geologia Ambiental
pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Trabalhou, entre 1984 e 1988, em obras de barragens e projetos de sondagem geotcnica
na empresa Enge Rio Engenharia e Consultoria S.A. e como gelogo autnomo entre os anos de 1985-1994. Trabalha na CPRM/SGB desde
1994, onde atua em diversos projetos de Geologia Ambiental.
VALTER JOS MARQUES Gelogo (1966) formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), especializao em Petrologia
(1979) pela USP e em Engenharia do Meio Ambiente (1991) pela UFRJ. Nos primeiros 25 anos de carreira, dedicou-se ao ensino universitrio, na
UnB, e ao mapeamento geolgico na CPRM/SGB, entremeando um perodo em empresas privadas (Minerao Morro Agudo e Camargo Correa),
onde atuou em prospeco mineral em todo o territrio nacional. Desde 1979, quando retornou CPRM/SGB, exerceu diversas funes e ocupou
diversos cargos, dentre os quais o de Chefe do Departamento de Geologia da CPRM/SGB e o de Superintendente de Recursos Minerais. Nos
ltimos 18 anos, vem se dedicando gesto territorial, com destaque para o Zoneamento Ecolgico-Econmico (ZEE), sobretudo na Amaznia
e nas faixas de fronteira com os pases vizinhos, atuando como coordenador tcnico de diversos projetos binacionais. Nos ltimos 10 anos, vem
desenvolvendo estudos quanto avaliao da Geodiversidade para o desenvolvimento regional utilizando tcnicas de cenrios prospectivos.
VITRIO ORLANDI FILHO Gelogo (1967) pela UFRGS, especializao em Sensoriamento Remoto e Fotointerpretao no Panam e Estados
Unidos. De 1970 a 2007, exerceu suas atividades junto CPRM/SGB, onde desenvolveu projetos ligados a Mapeamento Geolgico Regional,
Prospeco Mineral e Gesto Territorial. Em 2006, participou da elaborao do Mapa Geodiversidade do Brasil (CPRM/SGB).
GEODIVERSIDADE DO
ESTADO DE SO PAULO
PROGRAMA GEOLOGIA DO BRASIL
LEVANTAMENTO DA GEODIVERSIDADE
SEDE
SGAN Quadra 603 Conj. J Parte A 1 andar
Braslia DF 70830-030
Fone: 61 3326-9500 61 3322-4305
Fax: 61 3225-3985
Escritrio Rio de Janeiro ERJ
Av. Pasteur, 404 Urca
Rio de Janeiro RJ 22290-040
Fone: 21 2295-5337 21 2295-5382
Fax: 21 2542-3647
Presidncia
Fone: 21 2295-5337 61 3322-5838
Fax: 21 2542-3647 61 3225-3985
Diretoria de Hidrologia e Gesto Territorial
Fone: 21 2295-8248 Fax: 21 2295-5804
Departamento de Gesto Territorial
Fone: 21 2295-6147 Fax: 21 2295-8094
Diretoria de Relaes Institucionais
e Desenvolvimento
Fone: 21 2295-5837 61 3223-1166/1059
Fax: 21 2295-5947 61 3323-6600
Superintendncia Regional de So Paulo
Rua Costa, 55 Cerqueira Csar
So Paulo SP 01304-010
Fone: 113775-5101 Fax: 11 3775-5165
Assessoria de Comunicao
Fone: 21 2546-0215 Fax: 21 2542-3647
Diviso de Marketing e Divulgao
Fone: 31 3878-0372 Fax: 31 3878-0382
marketing@cprm.gov.br
capa_letter_sao_paulo.indd 2
Ouvidoria
Fone: 21 2295-4697 Fax: 21 2295-0495
ouvidoria@cprm.gov.br
Servio de Atendimento ao Usurio SEUS
Fone: 21 2295-5997 Fax: 21 2295-5897
seus@cprm.gov.br
www.cprm.gov.br
2010
19/1/2011 09:57:00