Peixes Do Rio Estreito, Meio-Oeste de Santa Catarina, Brasil
Peixes Do Rio Estreito, Meio-Oeste de Santa Catarina, Brasil
Peixes Do Rio Estreito, Meio-Oeste de Santa Catarina, Brasil
1 Edico
2012
AGRADECIMENTOS
Ao Mario Arthur Favretto, pelo apoio, troca de
informaes e pela grande amizade a mim concedida;
Ao Andr e a Vanessa, colegas que me presentearam
durante estes ltimos anos com amizades verdadeiramente
sinceras;
Aos professores, e em especial, Professora Maria
Ignez, que me estimulou a ingressar no curso de Cincias
Biolgicas, uma das minhas escolhas mais bem acertadas;
Ao professor Rodrigo Lingnau pela confiana em mim
depositada no incio deste trabalho;
A minha esposa Adriana e meu filho Isaac, que me
perderam para o mato muitas vezes nos ltimos anos (e
devem continuar perdendo nos prximos...), e sempre
entenderam os motivos;
Aos meus pais, colegas e amigos, pelo apoio.
SUMRIO
Introduo
Referencial terico
Metodologia
Resultados
Espcies encontradas
Os peixes e observaes sobre sua ecologia
Discusso
A respeito da riqueza
Espcies no amostradas citadas em entrevistas
Recursos trficos importantes
Alteraes sofridas e perspectivas para o rio Estreito
Consideraes finais
Concluses
Referncias
09
11
14
24
24
30
73
73
75
76
80
82
84
85
INTRODUO
populacional
pela
maior
de
microorganismos
disponibilidade
de
aquticos,
nutrientes,
11
REFERENCIAL TERICO
Zaniboni-Filho
et
al
(2004),
foram
que
este
rio
presumivelmente
detm,
foram
14
METODOLOGIA
REA DE ESTUDO
15
16
17
18
vlido
acrescentar
que
no
Rio
do
Peixe,
ponto
de
amostragem
apresentava
19
21
manualmente
algumas
espcies
em
seus
23
Onde:
Is: ndice de similaridade
A: nmero de espcies da rea A
B: nmero de espcies da rea B
C: nmero de espcies comuns das reas A e B
Os valores deste ndice variam de 0 a 1, sendo que 1
corresponde a duas reas com 100% de igualdade, seja em
nmero e tipo de espcies.
24
RESULTADOS
ESPCIES ENCONTRADAS
(curva
do
coletor),
percebe-se
uma
certa
25
26
27
28
29
30
Classe: Actinopterygii
Ordem: Cypriniformes
Famlia Cyprinidae
32
Ordem: Cyprinodontiformes
Famlia Poeciliidae
Phalloceros cf. caudimaculatus (Hensel, 1868)
Barrigudinho
Espcie de porte bastante reduzido, machos menores
que as fmeas, e com o primeiro raio da nadadeira anal
transformado em rgo copulador (Fotografia 3). Fecundao e
desenvolvimento interno. As formas jovens ao serem expelidas
atravs da papila genital da fmea, so independentes, com um
tamanho de 5 a 6 mm de comprimento. Foram contadas de 25 a
30 larvas no interior de fmeas fecundadas.
Esta espcie foi encontrada em todos os pontos
amostrais, ocupando diversos ambientes, desde que com guas
rasas e calmas. Alm de estarem presentes na calha principal
do rio, foram encontrados em pequenas lagoas perenes nas
margens, canais secundrios, em pequenos tributrios, e at
mesmo em pequenas poas nos banhados prximos de cursos
da gua. Para a captura dos exemplares, foi utilizada uma
pequena vareta, tocando repetidamente a superfcie da gua,
sendo que movimento os atraa, facilitando a sua visualizao e
coleta com um pu. Esta espcie mostrou grande capacidade
de ocupar novos ambientes, sendo que durante este estudo, foi
33
34
Ordem: Characiformes
Famlia Anastomidae
Leporinus amae Godoy, 1980 Boca-de-moa
Peixe de pequeno porte, corpo fusiforme, com colorido
avermelhado (Fotografia 4). Dentes incisivos. Exemplares
foram abundantes nos pontos II e III, sendo que acima da
cascata,
espcie
no
foi
capturada.
Foi
capturada
35
Famlia Characidae
Astyanax cf. scabripinnis (Jenyns, 1842) Lambari
Caracdeo de pequeno porte, corpo robusto, olhos
relativamente pequenos e nadadeiras avermelhadas (Fotografia
5). Observados em cardumes durante o dia, que aparentemente
ficam em constante deslocamento. Durante a noite ficam
solitrios e imveis sobre rochas. Quando o rio se apresentava
turvo e acima do nvel normal, frequentemente cardumes desta
espcie puderam ser capturados com o auxilio de tarrafa em
canais do rio que normalmente permanecem secos. Tambm
foram capturados sobre rochas recobertas de T. trifaria. De
modo geral, sempre se deslocam e forrageiam em guas
rpidas. Sua dieta similar de A. saguazu. Foram capturados
espcimes em todos os pontos amostrais. Maior exemplar: 15,3
cm de Ct e 48,6g de Pt.
36
tamanho
diminuto,
estavam
bastante
37
Astyanax
saguazu
Casciotta,
Almirn
&
adultos
(Himenpteros,
Colepteros,
Odonatos,
38
39
40
41
42
Espcie
de
pequeno
porte,
corpo
alongado
43
ciliar,
em
locais
mais
sombreados.
Nestes
44
45
46
47
Famlia Crenuchidae
Characidium cf. serrano Buckup & Reis, 1997
Piquira.
Espcie de pequeno porte, corpo alongado e rolio,
apresenta listras escuras transversais ao longo do corpo
(Fotografia 13). No foi possvel a captura de exemplares desta
espcie, porm espcimes eram facilmente visualizados sobre
rochas, em locais de guas calmas. Costumam ficar imveis,
apoiados com as nadadeiras peitorais sobre o substrato. Eram
avistados somente entre as 10 e 17 horas. Nos meses de
dezembro e janeiro, apareciam aos pares, quando ento, se
tornavam
territorialistas,
expulsando
peixes
do
gnero
Fotografia 13. Characidium cf. serrano. Fonte: Buckup & Reis (1997).
48
Famlia Curimatidae
Steindachnerina biornata (Braga & Azpelicueta,
1987) Biru.
Espcie de pequeno porte, corpo robusto, boca voltada
para baixo, sem dentes. Colorao prateada com mancha escura
no pednculo caudal (Fotografia 14). Foi amostrada no ponto
III. Nada em cardumes, em poos de guas calmas, com mais
de um metro de profundidade e substrato de fundo constitudo
por areia e lodo. Hbito alimentar ilifago. Maior exemplar:
15,5 cm de Ct, e 45,7g de Pt.
49
Famlia Erythrinidae
Hoplias cf. australis Oyakawa & Mattox, 2009
Trara.
Espcie de mdio porte, colorao marrom escura.
Lngua lisa, sem dentculos, dentes caniniformes (Fotografia
15). Foi amostrada em todos os pontos, sendo que as capturas
se concentraram em locais pedregosos e de guas rpidas. As
capturas desta espcie se deram somente pela noite. Nas
verificaes
do
trato
digestrio,
os
itens
alimentares
50
podem
ser
encontrados
exemplares
de
52
Ordem: Siluriformes
Famlia Heptapteridae
Heptapterus cf. truncatorostris (Borodin, 1927)
Barriga-mole
Espcie de mdio porte, corpo serpentiforme. Colorao
castanho-escura.
Olhos
pequenos
voltados
para
cima
53
54
55
Matayba
elaeagnoides
(Sapindaceae),
insetos
56
Famlia Loricariidae
Ancistrus cf. agostinhoi Bifi, Pavanelli & Zawadzki,
2009 Cascudo
Espcie de pequeno porte, tentculos curtos na parte
superior da cabea. Espinhos curvos no oprculo. Corpo
recoberto
por
mculas
claras
(Fotografia
20).
Foram
57
Ancistrus sp.
Espcie de pequeno porte, tentculos longos na parte
superior da cabea. Espinhos curvos no oprculo. Corpo
recoberto
por
mculas
claras
(Fotografia
21).
Foram
58
59
60
61
62
63
Famlia Pseudopimelodidae
Microglanis eurystoma Malabarba & Mahler Jr., 1998
- Roncador
Espcie de pequeno porte, com faixas verticais
distribudas pelo corpo. Barbilhes maxilares curtos e espinhos
dorsal e peitoral pungentes (Fotografia 27). Ao manusear esta
espcie sem luvas, seus espinhos podem causar punes na
pele, causando dor e sensao de queimao. Foi amostrada
somente no ponto III, durante a secagem de uma poa em um
canal secundrio do rio. Em entrevistas, e conforme j havia
sido percebido pelo autor em outras oportunidades, esta espcie
pode ser considerada rara, somente sendo capturada em
ocasies em que o rio se encontra acima de seu nvel normal e
com elevada turbidez da gua, mesmo assim, com raridade. Ao
ser retirado da gua, emite um som caracterstico, ao
movimentar as nadadeiras peitorais para frente e para trs.
Embora o autor j tenha encontrado exemplares de mais de 8
cm de comprimento total, o espcime coletado neste trabalho
possua um Ct de 4,3 cm e 1,3g de Pt.
64
65
Ordem: Perciformes
Famlia Cichlidae
Australoheros cf. forquilha Rican & Kullander, 2008
Car
Espcie de pequeno porte, colorido azulado, e
nadadeiras alaranjadas. Corpo alto e ovalado, com faixas
cinzentas transversais e uma mcula escura no centro
(Fotografia 28). Encontrado no ponto amostral I com maior
frequncia em relao ao ponto II, no ocorrendo no ponto III.
sempre capturados em casais. Aparentemente possuem
predileo por trechos sombreados, com leve correnteza e
fundo rochoso. Em anlise do contedo estomacal, verificou-se
a presena de detrito de origens vegetais e pequenos bivalves.
Maior exemplar: Ct de 17 cm e 93,3g de Pt.
66
67
68
69
70
amostrais.
Capturada
visualizada
em
vrios
esttico
por
um
bom
tempo.
Em
anlises
72
73
DISCUSSO
A RESPEITO DA RIQUEZA
Ancistrus,
Microglanis,
Hisonotus,
considerar,
portanto,
inapropriado
fazer
75
ESPCIES
NO
AMOSTRADAS,
CITADAS
EM
ENTREVISTAS
1990)
Cascudo-amarelo
Loricariidae;
to
dependentes
de
grandes
rios,
sendo
encontradas,
Atualmente,
estas
duas
espcies
podem
ser
Das
famlias
Cyprinidae,
Crenuchidae
pequenos
exemplares
de
Astyanax
78
79
80
81
ou atravs
82
CONSIDERAES FINAIS
entrevistas.
Algumas
espcies
ainda
no
foram
que apresenta
uma
Australoheros
cf.
forquilha,
amostrado
83
84
CONCLUSES
Foram identificadas 32 espcies de peixes nos trs
pontos amostrais analisados;
O ponto amostral III apresentou a maior riqueza, com
31 espcies, e o ponto I, a montante de um acidente geogrfico,
a menor, com 16 espcies;
Os itens alimentares mais importantes observados no
trato digestivo das espcies analisadas foram larvas e insetos
adultos, crustceos, detritos e pequenos frutos;
A maior parte dos peixes observados foi encontrada
em locais sombreados, com mata ripria preservada. reas com
guas rasas foram ocupadas principalmente por juvenis de
diversas espcies, sendo que os adultos foram observados e
capturados em locais com mais de 50 cm de profundidade.
85
REFERNCIAS
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eroso e assoreamento na Bacia Hidrogrfica do Rio
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Brazil
Neotropical
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BUCKUP,
P.
A;
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Characidiin
Genus
Bleeker
(Teleostei:
Siluriformes:
87
(Characiformes:
Characidae)
Ichthyol.
D.L.
Agricultura
desenvolvimento
Universidade
no
Estadual
oeste
de
familiar,
de
trabalho
Santa
Campinas.
Catarina.
Instituto
de
88
R.
M.
Flora
ilustrada
catarinense:
mapa
Trara,
Hoplias
malabaricus
(Bloch,
1794)
Phalloceros
Eigenmann,
1907
para
identificao
das
famlias
de
91
92