História Geral de Angola-II
História Geral de Angola-II
História Geral de Angola-II
PROBLEMA DO TEMA:
A necessidade de explicao e avaliao (historicamente fundamentada) da
poltica colonial portuguesa (evoluo poltica administrativa e econmica da
colnia de Angola ocorrido de 1885 a 1975).
OBJECTO DE ESTUDO
Evoluo poltica - administrativa e econmica da colnia de Angola ocorrida
entre 1885 a 1975.
OBJECTIVOS INSTRUTIVOS
O estudante deve ser capaz de:
1. Explicar a nvel produtivo, a evoluo poltica e scio - econmica da
colnia de ocorrida entre 1885 a 1975, utilizando os mtodos gerais da
cognio cientfica, ao nvel terico (analise, abstraco).
2. Adquirir conhecimentos sobre na base dos fundamentos histricos, a
evoluo poltica e scio - econmica
SISTEMA DE CONHECIMENTOS:
Introduo
A grande aventura martima de Portugal tinha seguramente como objectivo a
descoberta do caminho da ndia e os negcios das especiarias, mas tambm
teve uma grande contribuio para a dilatao da F. Mesmo admitindo que
Portugal se tivesse lanado na senda da Expanso Martima Europeia (sculo
XV), por motivos econmicos, justo reconhecermos que no Mundo Moderno,
os portugueses foram, o mais ardente arauto do Cristianismo.
Portugal foi um instrumento incontestvel do cristianismo, para a sua expanso
em muitos locais do globo frica, Amrica e Asia. Como disse J. M. da Silva,
ento Ministro do Ultramar de Portugal os portugueses encontraram no
cristianismo, inspirao e estimulo para a plena vivncia das suas virtudes, que
deram cunho inconfundvel colonizao portuguesa baseada na integrao e
na assimilao. (1966, p.10 Poltica Ultramarina de Portugal).
Assim, os portugueses, espalhados pelos mais remotos lugares do Mundo,
entenderam-se com gente das mais variadas origens. Bastava que esta gente
no processo natural da Expanso recebesse o sacramento do baptismo
para que fosse considerada irm na f e na portugalidade, para que fosse
cidad de um Estado, para que fizesse parte da Comunidade portuguesa.
Antes da segunda metade do seculo XIX, a maior parte dos combates entre
portugueses e africanos giravam volta do trfico de escravos, mas, a seguir
realizao da Conferencia Internacional de Berlim, (1884-1885), os ataques
dos portugueses eram sobretudo, por desejo de conquista territorial e de
subjugao dos povos africanos. Os ataques portugueses e os contra-ataques
africanos, no fim do sculo XIX e incio do sculo XX eram eufemisticamente
denominados guerras de pacificao.
No final do sculo XIX a presena portuguesa em Angola acentuou sobretudo a
componente europeia: as teorias coloniais portuguesas, as prticas de
miscigenao, o apoio nos colonatos condenados e as onerosas e
geralmente infrutferas tentativas de atrair colonos livres aos colonatos
agrcolas pacificados.
assimils
no
sistema
colonial
francs,
assimilados
na
colonos
pouco
trouxeram
para
garantir
sucesso
dos
seus
Ano
Pop. Negra
Pop. Branca
Mestios
1840
1900
1910
1920
1930
1940
1960
____________
2.700.000
2.900.000
3.100.000
3.343.500
3.665.829
4.604.362
1.830
9.177
12.000
20.000
30.000
44.083
172.529
____________
3.112
9.500
10.500
13.000
28.035
53.392
Fonte: Dados colhidos de ALMEIDA (Pedro Ramos de) Historia do Colonialismo Portugus e,
Africa, Editorial Estampa, pp. 10, 70, 97, 108, 146, 205, 241 e 290.
Homens
1.466
38
25
20
20
105
1.674
Mulheres
135
1
8
2
____
10
156
Total
1.601
39
33
22
20
115
1.1830
Fonte: BENDER (Gerold) Angola sob Domnio Portugus, Mito e Realidade, Ed. S da Costa,
p.104, in Lopes de Lima.
princpio
do
seculo
XX
populao
branca
de
Angola
era
Populao Branca
1.832
9.180
20.200
44.085
172.529
162.387
290.000
335.000
tinham outros, no menos graves. Assim por exemplo, S. Tom, desde 1900,
dava muito cacau e o cacau era trabalhado com a mo-de-obra angolana.
Satisfazer as necessidades da mo-de-obra de S. Tom, das fazendas de
acar, milho, algodo, etc, em Angola, aplicar mo-de-obra na construo de
estradas, caminho-de-ferro e na extraco mineira era necessidade dos
colonialistas. Essa necessidade exigia uma quantidade imensa de mo-deobra. Exigia que o africano no fosse escravo, mas no pudesse trabalhar por
sua conta e risco.
Em 1907, o governo, preocupado em satisfazer os interesses dos ingleses que
exploravam o algodo de Angola, tomou a cultura do algodo obrigatria em
alguns lugares. Alm disso, passou a exigir que o imposto fosse pago em
algodo. Ainda em 1907 Paiva Couceiro, Governador de Angola, no seu
relatrio a Lisboa dizia que no havia estatstica sobre o nmero de negros
enviados em grandes quantidades para S. Tom como serviais. No entanto
CORREIA (Antnio, 1977, p.110) calculava a mdia anual de trabalhadores que
eram enviados para aquela Ilha, a 40.000.
Em 1910, em Portugal, foi implantada a Repblica. O Governo da Republica
quis melhorar o problema da mo-de-obra em Angola liberalizando o trabalho.
Ento foram proclamadas leis que aboliam definitivamente a escravatura e
punham o trabalho contratado no seu lugar. Esse trabalho era um trabalho
forado, mas, como era temporrio, no era o mesmo que a escravatura. Alm
disso era pago.
Essas medidas da Republica serviam para aumentar o nmero de
carregadores (diminuindo a resistncia popular) e o nmero de homens livres,
para se comear a construo de estradas para carros. Alm disso, a
Republica queria que houvesse camponeses livres para cultivarem produtos
como o milho, a mandioca, etc., que serviriam para alimentar a colonia, a mode-obra e, ainda explorar.
Em 1921 deu-se uma desvalorizao da moeda. Isso provocou uma grande
confuso no, comercio com os povos africanos que havia. Em Portugal, em
1926, houve um golpe de Estado. O exrcito reacionrio acabou com o regime
perodo a histria das lutas finais entre os povos livres ou quase livres e os
colonialistas (capitalistas); a histria da preparao para o ultra
colonialismo que se seguir no perodo seguinte e que se caracteriza pela
explorao directa do trabalho dos africanos, pela apropriao pelos
capitalistas dos meios de produo em geral, por uma segregao racial e por
uma negao total dos direitos do homem.
Este ultra colonialismo foi trazido pelo fascismo que em Portugal subiu ao
poder em 1926. Em Angola os efeitos do ultracolonialismo no se comearam a
sentir em 1926. Isso levou ainda muito tempo. Na verdade, s em 1940 se
instituram as estruturas que vieram a dar ao colonialismo portugus a forma de
ultracolonialismo. O governo aumentou (acelerou) as formas de explorao.
Assim; por exemplo, lanava numerosos impostos sobre os cultivadores de
algodo, de forma que os cultivadores africanos maior parte eram
obrigados a vender o algodo por preos muito baixo, como se fosse da pior
qualidade. Alm disso, eram obrigados cultura do algodo que estava
dominado pelo monoplio de duas ou trs companhias.
O imposto indgena aumentava constantemente, passando em breve de 90 a
cerca de 300 escudos, em alguns stios. As condenaes pelos tribunais para
indgenas a pena de desterro na Baa dos Tigres (Industria pesqueira), para S.
Tom (nas grandes fazendas de Cacau e Caf), para Cabinda (Companhia de
Cabinda com palmares e cortes de madeira), aumentavam. As rusgas s
sanzalas para obter contratados aumentavam. As multas sobre os
camponeses por causa de fazerem queimadas, por beberem vinho demais
(vinho portugus), por fabricarem vinho tradicional, por fazerem festas
religiosas e outras festas tradicionais, nunca paravam.
O aumento dos horrios de trabalho; a agravao da descriminao racial no
recebimento de salrios (os operrios brancos recebiam sempre salrios mais
elevados do que os operrios negros). A expulso dos bairros africanos para
fora das cidades; a proibio das manifestaes de cultura nacional ou
africana. A acelerao das formas de explorao das massas trabalhadoras foi
a principal caracterstica do perodo 1940-1961, contribuindo de forma decisiva
para o desenvolvimento do Nacionalismo angolano e nos acontecimentos do 4
autonomia que a Repblica tinha autorizado. Mais tarde, Portugal declarou que
o governo no aceitaria o princpio da prevalncia dos interesses indgenas,
estabelecido em muitas colonias tropicais britnicas.
De acordo com um estatuto de 1954, um indgena era um africano, ou
descendente de africano, governado por costumes nativos, que ainda no tinha
sido promovido a um nvel cultural ou grau de civilizados que lhe
permitisse reger-se pelas mesmas leis que os cidados portugueses.
O Decreto-lei 39.666 de 20 de Maio de 1954, no seu artigo 2 enuncia que so
considerados indgenas das provncias de Guin, Angola e Moambique, os
indivduos de raa negra ou seus descendentes que, nascidos l ou l vivendo
habitualmente, ainda no possuam a instruo e os hbitos individuais e
sociais pressupostos para a aplicao integral do direito publico e privado dos
cidados portugus. So igualmente considerados indgenas os indivduos
nascidos de pai e de me indgenas em lugar estranho a estas provncias,
tendo-se os pais fixado nelas temporariamente.
O artigo 56 diz o seguinte: Pode perder a condio de indgena e adquirir a
cidadania o individuo que comprovar satisfazer as cinco condies:
clusula,
com
noo
do
bom comportamento,
introduz
Portugal
apresentava,
comparado
com
de
outras
potncias
16.385
alunos,
dispondo
esses
estabelecimentos
de
915
professores.
No que diz respeito ao ensino medio, o seu grau passou a ser representado,
alm da Escola de Regentes Agrcolas do Tchivinguiro, pelos seguintes
estabelecimentos de ensino: aos Institutos Comerciais e Industriais de Nova
Lisboa e S da Bandeira, criados pelo Diploma Legislativo Ministerial n 16 de
1 de Abril de 1961, o Instituto Industrial e o Instituto Comercial abertos em
Luanda em 1963. Ainda em Luanda, em 18 de Janeiro de 1962, pelo Decreto
n 44.159 foi criado o Instituto de Educao e Servios Sociais, com cinco
especializaes: assistentes sociais, educadores sociais, educadores de
infncia, monitores de famlia e monitores de infncia. Tambm foram criadas
na mesma ocasio duas escolas de magistrio primrio.
Em 1963, abre-se em S da Bandeira uma escola de magistrio primrio, a
juntar s de Luanda e de Silva Porto. J ultrapassava o milhar o nmero de
alunos que frequentavam estes estabelecimentos de ensino, embora todos
sejam de criao recente.
Quanto ao ensino superior, alm dos Seminrios Maiores, mais antigos
comearam a funcionar no ano de 1963-1964 os estabelecimentos de ensino
integrados nos Estados Gerais Universitrios. Se a sua frequncia no ainda
muito aprecivel, o facto deve-se elevada frequncia, nos estabelecimentos
de ensino superior da Metrpole, de alunos naturais de Angola (cerca de um
milhar).
Os Estudos Universitrios de Angola compreenderam os seguintes cursos: 1
Curso de Cincias Pedaggicas; 2 Curso Mdico-cirrgico; 3 Curso de
Engenharia (Civil, Minas, Mecnica, Electrnica e Qumica Industrial); 4 Curso
de Medicina Veterinria; 5 Curso de Agronomia; 6 Curso de Silvicultura.
Os meios de instruo e educao, implementados em Angola pelo Governo
Portugus, no eram suficientes nem estavam colocados a disposio de toda
processos
sociopolticos
inclusivos
das
elites
impulsionadoras
do
SISTEMA DE HABILIDADE
- Sintetizar, elaborando uma cronologia das principais aces desencadeadas
pelos angolanos no mbito das resistncias e revoltas contra a presena
colonial.
- Caracterizar as relaes econmicas entre a colnia de Angola e Portugal
- Apresentar as principais caractersticas ensino e da assistncia mdico sanitria na colnia de Angola
- Explicar a evoluo poltica e scio - econmica da colnia de Angola de 1885
a 1975
- Descrever a evoluo poltico e scio econmica da colnia de Angola de
1885 a 1975
- Definir os conceitos, povoamento branco, Ultra- colonialismo, trabalho
indgena, e assimilacionismo
- Identificar a essncia da poltica de ultracolonialismo e as aces praticas de
Jos Mendes Norton de Matos no quadro desse polticas
OBJECTO GERAL
Processo histrico da luta de libertao nacional e da proclamao da
independncia e a constituio da nacionalidade angolana.
OBJECTIVOS INSTRUTIVOS
- Que o estudante seja capaz de explicar a nvel produtivo o processo histrico,
econmico ocorrido com maior intensidade entre 1961 a 1975 que culminou
com a proclamao da independncia e a constituio da nacionalidade
angolana.