Alegações Finais

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FA/ADVOCACIA ________________
JOO IRANI FLORES Advogado

MARCO A. T. MAGNONI - Advogado
EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) DE DIREITO DO 2 JUIZADO ESPECIAL

CVEL DA COMARCA DE CASCAVEL ESTADO DO PARAN.
Autos n:. 0027916-37.2014.8.16.0021
MRIO CASTRO BERTOL, j devidamente qualificado nos autos em

epgrafe, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelncia, por meio de seus
advogados abaixo assinados, apresentar, ALEGAES FINAIS, nos seguintes
termos.
De maneira a elucidar a este Douto Juzo a dinmica dos fatos, bem como
para que no restem quaisquer outras dvidas a respeito das particularidades do
sinistro, torna-se necessrio analisar os apontamentos feitos pela testemunha,
RODRIGO APARECIDO MICHELONI, conforme oitiva realizada pela Carta
Precatria de n 0001369-70.2015.8.16.0167.
Primeiramente, no restam dvidas de que a testemunha tem plenos

conhecimentos sobre a ocorrncia objeto dos autos. Conforme seu prprio
depoimento, o Sr. Rodrigo, guiava seu veculo caminho a alguns metros de
distncia do Autor e pde assim, presenciar toda a dinmica do sinistro.
Segundo a testemunha, as condies da Rod. SP-425, em especial no

km. 429,500, na regio de Martinpolis/SP eram boas. No horrio da ocorrncia,
por volta das 07h20m do dia 20/05/2014: o tempo estava claro, no tinha neblina,
no tinha chovido, a pista estava em perfeito estado, boa visibilidade. Estas
informaes confirmam-se no Boletim de Ocorrncia n 6433-220-20/05/2014,
lavrado pela Polcia Militar do Estado de So Paulo.
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Questionado a respeito da velocidade dos veculos, a testemunha fora

taxativa em informar de que o veculo Scania/T113 H 4x2 360, cor branca,
ano/modelo 1997, placas LYH-3411, de propriedade do Autor, encontrava-se
abaixo do limite exigido pela legislao de trnsito, tendo em vista as
particularidades do trajeto.
Torna-se necessrio esclarecer que, segundo o Boletim de Ocorrncia n

6433-220-20/05/2014 em anexo aos presentes autos, o relevo do trajeto na rodovia
em questo considerado inclinado, bem como o Autor seguia viajem com seu
veculo devidamente carregado na data dos fatos. Veja que considerados tais fatos,
as informaes constantes do Laudo Pericial apresentado pela defesa, de que o
veculo do Autor seria o responsvel por uma frenagem de 36 metros que antecede
o local do choque fisicamente e mecanicamente improvvel, para no se dizer
absurda. Respeita-se o trabalho da Polcia Cientfica paulista, contudo, a referida
informao errnea, pois imputa uma conduta ao veculo do Autor que no
ocorreu em verdade.
Ademais, no h que se falar em uma suposta invaso da pista contrria

por parte do Autor, uma vez que a testemunha presencial dos fatos, Sr. RODRIGO
APARECIDO MICHELONI, reitera de que o veculo do Autor encontrava-se
posicionado corretamente na sua faixa de rodagem quando foi abalroado. Cita-se
a degravao da testemunha:
[...]No acredito que houve uma invaso por parte do veculo
que estava na minha frente, que era o que eu estava vendo.
[...] Eu no tive como ver o que estava na frente deste outro
veculo. [...] O que estava na minha frente, eu tenho plena
certeza de que ele estava dentro da faixa dele. (grifo
nosso).
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Vale esclarecer Excelncia que documentos oficiais como o Laudo

Pericial da Polcia Cientfica, gozam de presuno relativa de veracidade, e,
portanto, no pode ser acatado taxativamente como prova absoluta, uma vez que
contestado pela verso da testemunha. Inegavelmente, o Requerido possua
plenas condies de visibilidade na data dos fatos, alm das boas condies da
rodovia, devidamente amparada por acostamento em ambos os trajetos.
A tese de que o Requerido teria avanado a pista contrria por ausncia

de espao em sua via de rolagem igualmente no prospera, tendo em vista que as
fotos do local do acidente, bem como o Boletim de Ocorrncia, evidenciam as boas
condies tanto da pista quanto dos largos acostamentos. Seno reiteramos:
(Da anlise da foto, nota-se que o acostamento da pista de rolagem do Requerido tem plenas
condies de espao e escape).
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Supondo que a verso dada pela defesa do Requerido fosse verdica,

ainda sim haveria irregularidade de sua parte, conforme demonstra a jurisprudncia
do Tribunal de Justia do Paran:
DIREITO CIVIL. ACIDENTE DE TRNSITO. VECULO NA
CONTRAMO. DEVER DE DESVIAR PELO ACOSTAMENTO. a)
dever do motorista que transita regularmente em rodovia
desviar pelo acostamento se tem a sua pista bloqueada por
veculo
que
avana
na
contramo.
Torna-se,
nessas
condies, culpado pela morte da pessoa de quem se pede a

indenizao, se opta desviar pelo lado interno da pista,
ocupando, com erro, agora ele, a contramo de direo, no
prevendo a possibilidade de correo de rota por seu
contrrio, dando, pois, assim, causa coliso frontal. (TJ-PR AC: 2856577 PR 0285657-7, Relator: Leonel Cunha, Data de
Julgamento: 22/09/2005, 10 Cmara Cvel) (grifo nosso)
Ainda que se admitisse, e apenas a ttulo de argumentao, que de certo

modo alguma conduta do Autor teria concorrido para o acidente, em matria de
responsabilidade civil, o Direito adota a Teoria da Causalidade Adequada, ou seja,
entre duas ou mais circunstncias que concretamente concorreram para a
produo do resultado, causa adequada ser aquela que teve interferncia
decisiva.
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Portanto, a afirmativa de que o Requerido por no ter espao de

escape em seu acostamento, desvia de suposta posio irregular do Autor e
invade a pista contrria que resulta na coliso frontal, infelizmente no passa
de mera suposio, e no capaz de isentar o de cujus de culpa pelo acidente.
Nos termos da testemunha, o Autor, por sua vez, foi abalroado na sua
mo de direo, e tentou impedir o choque direcionando seu conduzido para o
acostamento, mas certamente a velocidade do de cujus era tamanha que no
houve tempo hbil para tanto. Infelizmente, o resultado trgico do sinistro, assim
como os graves danos estruturais em ambos os veculos prova o suficiente da
imprudncia do Ru. A violncia do choque foi tamanha, que a dianteira esquerda
do caminho, que possui uma estrutura fsica muito resistente, restou totalmente
destruda.
Assim, no se pode cogitar a possibilidade de concorrncia de culpas pelo

acidente, pois o Autor seguia seu veculo corretamente, em concordncia com as
exigncias legais de velocidade e direo defensiva, sendo tolhido em sua pista de
rolagem. Destarte, o Autor encontrava-se em plenas condies fsicas para a
viajem, pois havia dormido na noite anterior, conforme esclarecido a este Douto
Juzo na Audincia de Instruo e Julgamento em 12/05/2015.
Neste nterim, consideradas as provas e fatos apresentados nos autos, o

Autor requer, respeitosamente, pela TOTAL PROCEDENCIA DA INICIAL em todos
os seus pleitos e termos, para condenar o Ru, Esplio de CICERO JOS DOS
SANTOS FILHO ao pagamento dos danos materiais e lucros cessantes sofridos,
bem como os valores referentes aos honorrios advocatcios suportados.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Cascavel, 25 de Junho de 2015
Fone: (45) 3039-0115
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JOO IRANI FLORES

OAB/PR N 50.395
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OAB/PR N 65.375
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Supondo que a verso dada pela defesa do Requerido fosse verdica,

condies, culpado pela morte da pessoa de quem se pede a

Ainda que se admitisse, e apenas a ttulo de argumentao, que de certo

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Portanto, a afirmativa de que o Requerido por no ter espao de

Assim, no se pode cogitar a possibilidade de concorrncia de culpas pelo

Neste nterim, consideradas as provas e fatos apresentados nos autos, o

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