Jorge Himitian - O Ministério Didático Da Igreja
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Jorge Himitian - O Ministério Didático Da Igreja
com
O Ministrio
Didtico
da Igreja
Traduo do livro
El Ministrio Didctico de la Iglesia
Jorge Himitian / Editoral Logos 1991.
Jorge Himitian
ndice
ndice .............................................................................................................IV
Introduo ....................................................................................................... 1
1) Jesus era mestre.................................................................................................................................1
2) O ministrio da Igreja a continuao do ministrio de Jesus...........................................................1
3) O propsito eterno de Deus................................................................................................................2
4) Termos bblicos importantes..............................................................................................................2
B - Enfoque Prtico......................................................................................................... 7
1) O que o Kerigma Apostlico? .........................................................................................................7
2) O que a Didak? .............................................................................................................................9
3) Breve resumo dos temas que devemos proclamar e ensinar ..............................................................12
Concluso ...................................................................................................... 20
Introduo
Ao abordar este tema gostaria de destacar previamente que o ministrio didtico o ministrio
bsico da Igreja, pelas seguintes razes:
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reunio o melhor lugar para evangelizar, ensinar e edificar a igreja. Tudo isso nos tem levado a
centralizar demasiadamente nosso ministrio no plpito.
Nos ltimos anos tem-se falado de bastante sobre discipulado e mudana, mas temos que
reconhecer que estamos mais adiantados a nvel de pensamento do que de obra.
Rm12:7
Didaskals: mestre. Aparece 59 vezes no N.T. principalmente referido a Jesus (ver Jo13:13
Mt23:8). Referido aos pastores, o termo literal (At13:1 1Co12:28 Ef4:11), porque a funo
primordial do pastor ensinar a didak, pois um didaskals.
Didaskein: ensinar (didask=ensinou). O verbo ensinar aparece 135 vezes no N.T. e 101 vezes a
traduo didaskein (Mt5:2 7:29 28:20 At1:1 5:45 Ef4:21). A funo principal de Jesus e da
igreja fica determinada com este verbo.
Didaktics: apto para ensinar. Esta a graa ou o dom que se requer para ser ancio ou pastor (
1Tm3:2 2Tm2:24 ).
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Mathetes: traduzido discpulo. Aparece 261 vezes no novo testamento. o termo mais freqente
para designar os seguidores de Jesus. Mathetes significa aquele que aprende, um aprendiz, um
aluno.
Todos estes termos tornam muito evidente que a dinmica ministerial da igreja primitiva era
eminentemente didtica. O pastor era um mestre (didaskals), um homem da didak, um
doutrinador, que tinha discpulos, alunos, aos quais transmitia a didak para a formao de suas
vidas.
Para enfocar adequadamente o tema, formularemos algumas perguntas bsicas:
O que ensinar ?
Como ensinar ?
Em uma sntese muito breve responderamos: O ministrio didtico da igreja consiste em ensinar o
que Jesus ensinou, e ensinar como Jesus ensinou.
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Recordo que quando voltei do instituto bblico e comeamos uma obra num bairro, de todas
as matrias que havia aprendido durante os quatro anos de estudo, no sabia concretamente o
que ensinar ao grupo de pessoas que tinha se convertido.
No ano de 1974, noa encontramos com um grupo de pastores Buenos Aires para perguntarnos: CONCRETAMETE, O QUE DEVEMOS ENSINAR A UMA PESSOA DESDE QUE SE CONVERTE AT
SUA MATURIDADE? Muito do que trataremos neste estudo tem a ver com o trabalho que se fez
posteriormente a raiz desta pergunta.
A - Enfoque conceitual
1) Sagradas Escrituras e Palavra de Deus
Existe a idia generalizada entre os cristos de que o que temos que ensinar toda a Bblia.
Certamente todos responderamos "Amm" a esta declarao - pois toda Escritura divinamente
inspirada e til para ensinar - no entanto, faremos muito bem em diferenciar o til do
indispensvel.
A Bblia um livro muito extenso. Na verdade uma biblioteca. E se pensarmos no nosso
programa de ensinar toda a Bblia, o trabalho seria muito grande, e to amplo que se tornaria
impraticvel e quase interminvel. Seria muito til conhecer a histria de Josu, ou os juzos de
Deus contra a Babilnia, ou o naufrgio de Paulo, ou as saudaes de Paulo aos romano (cap 16)
; mas no seria indispensvel. Ensinar toda a Bblia no foi necessariamente o programa de Jesus
nem dos apstolos. Quando Paulo disse aos ancios de feso, "porque nunca deixei de vos
anunciar todo o conselho de Deus" (At 20:27), acaso estava querendo dizer que lhes ensinou
toda a Bblia?
As Sagradas Escrituras so os registros fidedignos e divinamente inspirados da histria da
salvao. Abrangem desde a origem da humanidade, a histria do povo de Israel at a vinda de
Cristo e o surgimento da Igreja. Seu valor transcendente que em seus escritos narrativos,
poticos, profticos, de testemunhos e epistolares esto registradas as PALAVRAS DE DEUS. A
palavra de Deus, por ser a expresso do Deus absoluto, absoluta e infalvel. A bblia nos
comunica de modo imutvel a Palavra do prprio Deus.
As Sagradas Escrituras registram as palavras que Deus falou a indivduos ou povos em
determinado momento e em circunstncia particular; e tambm a palavra que Deus falou a todos
os homens em todos os tempos. A primeira podemos chamar "palavra circunstancial e
particular" e a segunda "palavra universal e eterna" .
Exemplo de uma palavra circunstancial e particular foi a que Deus disse a Abrao : "sai da tua
terra e da tua parentela..." (Gn12:1) ou o que disse a Jonas : " levanta-te e vai a Nnive...".
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Exemplo de uma palavra universal e eterna: "Ama a teu prximo como a ti mesmo" (Mt22:39) ou
"Cristo morreu por nossos pecados" (1Co15:3).
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3) Kerigma e Didak
evidente pelo que dissemos at aqui que a parte fundamental da palavra universal e eterna de
Deus a revelao de Jesus Cristo nas Escrituras do Novo Testamento.
O fato de pregarmos coma bblia na mo ou de iniciar toda uma pregao com uma passagem
bblica no significa necessariamente que estamos sendo fiis mensagem do Novo testamento.
Quantos "estudos bblicos" sobre escatologia so especulaes de interpretao particular! Tem
havido muitas espiriualizaes, alegorizaes, devocionais abstratos, etc. Quantas vezes tem-se
feito a Bblia dizer o que ela no disse! E at tem-se praticado a bibliomancia!
Conviria perguntarmos: concretamente, o que ensinavam e pregavam os apstolos? Tinham eles
um corpo concreto e completo de ensinos que consideravam indispensvel comunicar? Tinham
eles uma viso clara e global de tudo o que tinham que transmitir as comunidades que fundavam?
Podiam eles dizer depois de certo tempo de ensinar e pregar a seu grupo, "j lhes temos dado
todo o conselho de Deus"?
Jesus em seus trs anos de ministrio comunicou a seus discpulos um pacote completo de
ensinamentos. Ao comission-los para discipular as naes, ordenou-lhes expressamente que
ensinassem "todas as coisas" que ele havia mandado. O apstolo Paulo era zeloso em anunciar
"todo o conselho de Deus".
Este corpo completo de verdades e mandamentos o kerigma e a didak. Juntos constituem
a PALAVRA do Senhor, o logos de Deus, que devemos comunicar a todos os homens de todas as
naes e de todos os tempos. Os apstolos tinham clara conscincia de que o kerigma e a didak
eram o contedo total de sua pregao e ensino, a palavra universal e eterna de Deus. No to
extenso quanto a Bblia, mas est contido nela, principalmente no Novo Testamento e tudo o
que necessitamos conhecer, crer e obedecer para ser iguais a Jesus.
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B - Enfoque Prtico
1) O que o Kerigma Apostlico?
a) Seu significado e caractersticas:
Kerigma a palavra grega traduzida como pregao. Aparece 8 vezes no Novo Testamento
(Mt12:41 Lc11:32 Rm16:25 1Co1:21; 2:4; 15:14 2Tn4:17 Tt1:3). Em portugus "pregao
significa ao de pregar, mas em grego kerigma inclui tambm o contedo da mensagem. A
palavra "proclamao" em portugus inclui os dois sentidos.
O verbo kerissein, traduzido como pregar, mas no significa pregar no sentido de expor uma
doutrina ou fazer uma exortao, e sim "proclamar um fato". Aparece 61 vezes no Novo
Testamento (Mt4:17; 24:14 Mc16:15 At20:25 Rm10:8 1Co1:23).
O que o proclama um kerus = arauto, que aparece 3 vezes (1Tm2:7 2Tm1:11 2Pe2:5). O
arauto aquele que proclama ao povo um acontecimento, um fato ocorrido.
1) O kerigma apostlico a proclamao da verdade da "obra de Cristo". Esta expresso "o fato
de Cristo" se refere totalidade do que implicou o acontecimento da vinda de Cristo, sua pessoa,
sua obra e palavra, sua morte, sua ressurreio, sua exaltao, a vinda do Esprito Santo e a
criao do povo de Deus, a Igreja.
2) na "obra de Cristo" existem dois aspectos inseparveis: a obra histrica e a obra espiritual.
A obra histrica foi proclamada por testemunhas oculares: "habitou entre ns.."; "crucificaramno..." Eles viram o Senhor ressuscitado e o viram subir aos cus.
A obra espiritual que aconteceu em sua encarnao, morte e ressurreio foi conhecida por
revelao. "o Verbo se fez carne e habitou entre ns, vimos a sua glria como do unignito do
Pai"; "Cristo morreu pelos nossos pecados"; "nos ressuscitou juntamente com ele"; "Deus o fez
Senhor e Cristo"; "Enviou a vossos coraes o Esprito de seu Filho"; "Nos abenoou com toas
as benos espirituais", etc
3) O kerigma a proclamao com autoridade da grande obra de Cristo presente e ativa entre os
homens, para conduzir aos que crem a sua salvao e transformao. O kerigma uma irrupo
do Esprito, um fenmeno de operao sobrenatural. Nele a esprito (pneuma) e poder (dinamis).
O proclamador no deve ser um repetidor mecnico da mensagem, e sim um homem que arda
pelo Esprito e fale pelo testemunho do Esprito em seu interior (1Co2:4 Jo15:26)
4) O kerigma apela para a f, pois proclama a verdade. Essa verdade Cristo. Quando algum
ouve a verdade e nela cr, est recebendo a verdade, est recebendo a Cristo pelo "ouvir com f"
(Gl3:2,5). O kerigma provoca i infunde f, graa, experincia. Proclama que tudo foi feito pela
morte e ressurreio de Jesus. O que ouve com f, participa da obra e a experimenta em sua
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prpria vida. Esta a dinmica do kerigma. "Aprouve a Deus salvar aos que crem pela loucura
do kerigma" (1Co1:18,21)
b) Seu contedo
O contedo do kerigma "a obra histrica" de Cristo, mais a "obra espiritual" que ocorreu
nessa obra histrica. O kerigma um s, e seu contedo o mesmo, mas segundo o aspecto que
enfatizamos podemos falar do kerigma de evangelizao e do kerigma de edificao.
At 2:22-39 : Este o primeiro kerigma de evangelizao que se proclamou. Pedro quem o
prega junto com os onze, e dirigido aos judeus reunidos em Jerusalm.
Fp 2:5-11 : Aqui Paulo proclama a mesma obra de um enfoque apropriado para os gentios.
Os pontos principais do kerigma so:
1) A preexistncia e deidade de Cristo (Jo1:1-3 Fp2:6 Hb1:1-3)
2) Sua encarnao (Jo1:14 Fp2:7)
3) Seu ministrio (At 2:22 Jo1:29 at o captulo 17 Fp2:7)
4) Sua morte (At2:23 Jo18 e 19 Fp2:8)
5) Sua ressurreio (At2:24-32 Jo20 e 21)
6) Sua exaltao e senhorio (At2:33-36 Fp2:9-11)
No kerigma de edificao , agregam-se a estes as verdades referentes a:
- Nossa unio com Cristo em sua morte e ressurreio;
- A presena de Cristo em ns por seu Esprito;
- O Propsito Eterno de Deus;
- A Igreja
- A segunda vinda de Cristo
Por exemplo, "Aquele que no cometeu pecado, Deus o fez pecado por ns, para que nele
fossemos feitos justia de Deus" (2Co5:21); "Se algum est em Cristo, nova criatura , as
coisas velhas ficaram para trs e eis que tudo se fez novo" (2Co5:17); "Cisto nos livrou da
maldio da lie fazendo-se maldio por ns" (Gl3:13); "Sabendo isto, que nosso velho homem
foi com ele crucificado" (Rm6:6) "Temos liberdade para entrar no lugar santssimo pelo sangue
de Cristo" (Hb10:19); "Nos fez assentar em lugares celestiais em Cristo Jesus" (Ef2:6); "O amor
de tem sido derramado em nossos coraes pelo Esprito Santo que nos foi dado" (Rm5:5);
"Somos filhos de Deus, e se somos filhos tambm somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com
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Cristo, se que padecemos juntamente com ele" (Rm8:16-17); "Cristo em vs, esperana da
glria" (Cl 1;27); "Tudo posso em Cristo que me fortalece" (Fp4:13).
c) Seu estilo
O kerigma semelhante ao evangelho (boas novas) por isso deve ser proclamado como notcia.
Jesus proclamava a boa noticia de que o reino de Deus havia se aproximado dos homens. Os
apstolos proclamavam aos judeus a boa notcia de que o Messias havia chegado e que era Jesus.
Paulo proclamava ao habitantes do Imprio Romano a novidade de que todos deviam confessar
que Jesus Cristo era o Senhor (kyrios).
O contedo do kerigma sempre o mesmo, mas o estilo de sua pregao ou o ngulo com que se
enfoca pode variar, para que em cada situao o contexto seja notcia. Ante um contexto social
como o nosso, qual seria nossa boa notcia? Quer dizer, ante cristos nominais para quem falar de
um Jesus histrico no notcia, como devemos apresentar o kerigma para que seja notcia.
2) O que a Didak?
a) Seu significado e caractersticas
J consideramos anteriormente o significado do termo didak em grego e seus derivados no Novo
Testamento (em nossas verses j traduzido como doutrina). Portanto, consideremos aqui suas
caractersticas principais.
1) Consiste em ensinamentos, instrues, mandamentos claros que revelam a vontade de Deus
para nossas vidas (Mt7:28-29 ao referir-se a Mt 5 , 6 e 7; Tt2:1-10). Geralmente so
mandamentos: "amars a teu prximo como a ti mesmo"; "no julgueis para no ser julgados";
"se no perdoais aos homens suas ofensas, tampouco vosso Pai os perdoar as vossas ofensas".
2) simples e clara: "Filhos, obedecei a vossos pais"; "Bendizei aos que vos maldizem"; "O que
repudia sua mulher e se casa com outra comete adultrio".
3) um corpo definido e completo de ensinamentos. No interminvel (At20:26-27 Mt28:20)
4) Ordena a relao profunda do homem com deus e com seu prximo de uma maneira total:
"Amars ao Senhor teu Deus..." ; "vossa bondade seja conhecida de todos os homens".
5) Seu tom geralmente imperativo, pois Cristo Mestre e Senhor. Seus ensinamentos no so
sugestes ou conselhos; so mandamentos. Estamos sob autoridade. Apela obedincia.
Estabelece de forma prtica e concreta o reino de Deus em nossas vidas. O que ouve suas
palavras e no as pratica edifica sua casa sobre a areia (Mt7:21-29).
6) Abrange todas as reas de nossas vidas: trabalho, famlia, sexo, dinheiro, adorao, servio,
etc.
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7) cristocntrica, pois Cristo a fonte de onde provm a doutrina e tambm sua exemplificao:
"Aprendei de mim que sou manso e humilde de corao" (Mt11:29 Ef4:20-21).
8) O objetivo de toda a didak, mediante suas instrues e mandamentos, fazer-nos semelhantes
a Jesus. freqente nos ensinamentos a expresso "como Cristo" (Ef5:2,25).
9) Seu contedo eqivale a parte moral da Lei: "honra a teu pau e tua me"; "no mentirs".
Ainda que aprofundada e esclarecida para no ficarmos na observncia formal e exterior da lei.
10) palavra de Deus e, portanto, imutvel. Seu contedo no pode ser modificado, diminudo
ou aumentado.: "o cu e a terra passaro, mas minhas palavras no passaro" (Mt24:35)
11) universal. Seus mandamentos revelam a vontade de Deus para todos os homens de todas as
geraes.(Mt28:19-20)
12) Seu contedo no se impe pela lgica, seno pela autoridade de Jesus. Na aparente lgica de
seus mandamentos est escondida a sabedoria de Deus para curar todos os males que adoecem a
sociedade: "Se teu inimigo tiver fome, d-lhe de comer"; "Vendei o que possus e dai esmolas".
13) necessrio conhec-la, obedec-la e encarn-la (Rm6:17). necessrio record-la e ser
renovado nela mediante a repetio (2Pe1:12-15).
14) a base para toda admoestao, repreenso e disciplina na igreja: "Redarguas, repreende,
exortas com toda pacincia e doutrina". (2Tm2:4)
15) A comunidade primitiva se preocupava muito mais com seu contedo que com sua
demarcao acidental. A demarcao da doutrina, sua ordenao por temas, seus ttulos, suas
divises, algo relativo; pode ser de um modo ou de outro, mas seu contedo absoluto e
imutvel.
b) Sua relao com o kerigma
Temos dito anteriormente, que a didak equivale a parte moral da Lei, j que fundamentalmente
so mandamentos que revelam a vontade de Deus. Na realidade, a didak mais exigente que a
Lei: basta observar no "sermo do monte" os "ouvistes o que foi dito... porm e vos digo" de
Jesus. Ento, como o Senhor afirma que seu jugo suave e sua carga leve? E Joo ainda declara
"seus mandamentos no so penosos" (1Jo5:3).
que a didak tem que estar relacionada com o kerigma, como os vages de um trem e a
locomotiva. Os vages so a didak, a locomotiva o kerigma. A Lei nos deu dez vages
carregado para transportar, mas no proveu a locomotiva ( o poder ) e nos frustramos. Jesus,
mediante a didak nos deu mais noventa vages, mas - Aleluia! - nos deu uma poderosa
locomotiva capaz de fazer andar tranqilamente todo o trem.
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Essa locomotiva o kerigma, Cristo em ns, poder (dinamis) de Deus instalado em ns por seu
Esprito Santo. Ministrar a didak sem o kerigma um moralismo cristo e certamente muito
frustrante.
O justo viver pela f, no por obedincia, no por obras. Quando cremos na proclamao, o
poder opera em ns.
Por exemplo: Suponhamos que um irmo lhe causou um grande dano, ao ponto de no poder
superar, no poder perdoar o agressor, porque deixou em sua famlia conseqncias marcantes.
Ensinamos a ele a didak - que deve perdoar, porque seno perdoa no pode ser perdoado- . O
irmo volta uma ou duas semanas depois dizendo: "Quero perdoar, quero obedecer, mas no
posso; mais forte do que eu, tenho dentro de mim um ressentimento to fundo que no posso
superar. Tenho orado, jejuado, chorado, mas a amargura persiste. Que posso fazer?
Que vago pesado! Pobre irmo, que podemos dizer? Vamos proclamar-lhe com uno o
kerigma: Irmo querido, voc no pode, nunca poder, mas Cristo pode. Ele pode perdoar os que
o mataram, e Cristo est em voc. Ele tem poder. No se trata de voc fazer, mas de deixar que
ele faa. Em seu nome h poder...
- Amem, eu creio, obrigado Senhor, tu podes... ( e o trem comea a andar... )
"Pois a Lei foi dada por meio de Moiss, mas a graa e a verdade vieram por meio de Jesus
Cristo" (Jo1:17)
Ainda que neste estudo temos tratado separadamente o kerigma e a didak, no entano, na prtica
sempre vem juntos e intercalados. Primeiro o kerigma e logo a didak. Tambm conhecemos o
exemplo da agulha (kerigma) e da linha (didal).
Exemplos bblicos desta relao:
- Pedro no Pentecostes :
Atos 2:22-36 (kerigma) Atos 2:38 (didak)
- Epstola aos Romanos:
Captulos 3, 4, 5, 6, 7, 8 (kerigma) captulos 12, 13, 14, 15 (didak)
- Epstola aos Efsios:
captulos 1, 2, 3 (kerigma) captulos 4, 5, 6 (didak)
- Epstola aos Colossenses:
Captulos 1 ,2 (kerigma) captulos 3,4 (didak)
- Epstola aos Hebreus:
Captulos 1 a 10 (kerigma) captulo 11 (sobre a f) captulo 12, 13 (didak)
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PORTA
CAMINHO
ALVO
Edificao
Desenvolvimento
Crescimento
Consumao
Plenitude
Maturidade
a) A PORTA
Iniciando a vida crist
1) A proclamao do evangelho do reino: Jesus Cristo o Filho de Deus, Deus feito homem,
morreu ressuscitou e o Senhor. Esta a mensagem que devemos CRER.
2) Arrependimento : Mudana de atitude para com Deus, de rebelde a submisso.
3) Batismo nas guas : Morte da velha vida e comeo da nova.
4) Batismo no Esprito Santo : Poder de Deus para ser transformados.
b) O ALVO
O objetivo
O Propsito Eterno de Deus ter uma famlia de muitos filhos semelhantes a Jesus.
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c) O CAMINHO
1 - A Velha e a Nova maneira de viver
Os pecados mais comuns
- A impureza sexual
- O materialismo e a avareza
- A inveja e a ira
- O vocabulrio pervertido
- A falsidade e a mentira
- O ocultismo
- O pessimismo
- Os vcios
- O devolver o mal por mal
- A injustia
2 - O relacionamento entre irmos
- A natureza do nosso relacionamento
- O amor fraternal
- O estar juntos
- O servio
- A autoridade e a submisso
- Conflitos no relacionamento entre irmos
- Correo e disciplina
3 - A famlia
- Para que existe a famlia?
- O pacto matrimonial, divrcio e novo casamento
- Os deveres bsicos dos conjuges
- As qualidades de cada conjuges
- A relaes sexuais
- A criao dos filhos
- A conduta dos filhos ante os pais
- O trato com os filhos adolescentes
- A presena de Cristo no lar.
- Ordem e administrao do lar
- O lazer da famlia
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4) Discurso com ajudas visuais : retm-se muito mais (grficos, planilhas, projees, etc).
5) A catequese : significa repetir a viva voz (derivado de catequesis). Se designa assim o mtodo
peculiar que os apstolos e os primitivos propagadores do evangelho usavam, para ensinar
oralmente a doutrina de Cristo, fazendo repetir a viva voz, servindo-se principalmente da
memria. O mtodo se remonta s escolas rabnicas nas quais o discpulo aprendia memorizando
o ensino recebido, repetindo as mesmas palavras do mestre, frase por frase. o mtodo que a
igreja usou durante sculos. Ver Lucas 1:4 ; Glatas 6:6 ; Atos 18:25. Com esse mtodo se
pode aprender as partes principais, versculos chaves, snteses, etc.
6) Cnticos : Martin Lutero disse: "A f que no canta morre". Hoje o povo de Deus sabe de
memria muitas partes da palavra de Deus. Que bom se pudssemos cantar todo o kerigma e a
didak! O Canto faz mais fcil a memorizao e agrega uno e f.
7) Apostilas, livros, cassetes : graas a Deus pela imprensa e pela eletrnica. Saibamos usar bem
estes meios. Os livros recomendados devem ser no apenas lidos mas estudados.
8) Estudos guiados em grupos : comentrios, perguntas e respostas. Criam uma boa dinmica de
grupo com a participao de todos.
9) Responder as perguntas dos discpulos : Jesus utilizou muito esta forma de ensino. "Que
farei para herdar a vida eterna?", "Qual o maior mandamento?", "Por que teus discpulos no
jejuam?", " lcito repudiar a mulher por qualquer causa?", etc. O valor principal de tudo isso
que "se v direto ao ponto".
10) Dramatizao : certos profetas comunicavam a mensagem desta forma :
11 ; Jeremias 13:1-11.
Atos 21:10-
11) Exame escrito : todo o grupo responde certas perguntas por escrito ou faz um resumo sobre
o assunto ensinado. uma maneira muito boa de conseguir que estudem a fundo o ensino e de
saber o que que ainda no aprenderam bem.
12) Exame oral : ao perguntar a cada um no grupo, as resposta e esclarecimentos criam uma boa
dinmica.
No questo de escolher uma maneira e descartar as outras, e sim utilizar todas e cada uma
segundo a circunstncias e necessidades. O importante atingir o primeiro objetivo: que
conheam bem a palavra ensinada. Mas se nos limitarmos a dar discursos do plpito, nunca
chegaremos l.
A aprendizagem da Palavra de Deus, dentro deste primeiro objetivo tem dois aspectos. Um o
conhecimento intelectual = informao. O outro o conhecimento espiritual = revelao. Nunca
deve limitar-se ao primeiro aspecto. Mediante a orao, a meditao, a f na ao do Esprito,
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deve-se procurar a revelao. Pois somente assim se pode chegar ao verdadeiro conhecimento
(Jo14:26 ; 16:13).
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domingo, mas no pode formar seno a uns poucos discpulos. Para formar a outros tem que darse a si mesmo. Esta uma obra muito absorvente, intensa e comprometedora; requer
responsabilidade e dedicao.
Para tudo isto necessrio que exista um ambiente de confiana, amor, f, muita pacincia,
humildade, amizade, sujeio e autoridade.
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7) Orar sempre pelos discpulos, suas famlias e suas obras. Ser uma verdadeira cobertura
espiritual sobre eles. Seguir sempre instruindo sobre a pratica e desenvolvimento da obra.
Orient-los e anim-los a crescer em estatura espiritual. Reconhecer sua graa e seu dom e
promov-los a funes de maior responsabilidade.
Concluso
1) A igreja primitiva no tinha seminrios, pois a igreja era o "seminrio" e cada crente era
considerado um "seminarista". Os obreiros no se formavam na frieza de uma aula acadmica
seno no contexto normal de sua vida e seus relacionamentos. O ensinadores eram homens
experimentados em pescar homens, formar obreiros e edificar comunidades. Los pastores no
recebiam. Os pastores eram recebidos de fora, mas eram reconhecidos pela ascendncia que
haviam adquirido, por sua maturidade e pelo fruto de seu ministrio. Os pastores surgiam no meio
da comunidade.
2) Se ns pastores nos dedicarmos intensamente a estes trs objetivos apresentados, estaremos
criando o ambiente e a dinmica para o surgimento de novos obreiros, estaremos aperfeioando
os santos para a obra do ministrio. Fazer bem esta obra significa lanar as bases para a formao
de novos pastores e ministrios.
3) necessria uma estrutura de funcionamento apropriada a esta maneira de ensinar. Por
exemplo:
Os pastores formam um presbitrio plural sobra a congregao.
A congregao est integrada por diferentes ncleos em grupos familiares.
Cada pastor tem debaixo de sua responsabilidade lderes dos grupos dos lares, que so seus
discpulos. A funo principal dos pastores a formao dos lderes, ainda que na etapa inicial
eles tenha seu prprio grupo no lar.
Os pastores supervisionam os grupos liderados por seus discpulos para orientar, corrigir e
impulsionar a obra.
Cada lder responsvel por seu grupo, que preferencialmente funciona em sua casa.
O lder se rodeia de vrios colaboradores (eus discpulos mais maduros) e junto com eles se
responsabiliza por discipular os demais membros do grupo.
Cada discpulo atendido por algum que assume a responsabilidade de velar e edificar,
ensinando-lhe a palavra para que a COMNHEA, a VIVA, e a ENSINE a outros.
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