Esfeirodização
Esfeirodização
Esfeirodização
Julho de 2014
Porto Alegre
AGRADECIMENTOS
minha
orientadora
Liane
Roldo
pelas
oportunidades
aconselhamentos dados.
Agradeo o apoio e amizade de colegas de aula e de LABIOMAT nesta
jornada acadmica.
Quero agradecer empresa Irwin Ferramentas do Brasil pela
oportunidade de estgio dada. L conheci grandes profissionais e excelentes
pessoas, que sempre estiveram dispostas a me ajudar e me orientar
profissionalmente.
Ao meu tio e padrinho Carlos Alberto Machado, pioneiro na famlia a
estudar na UFRGS, que sempre incentivou e apoiou meus estudos na
universidade, meu muito obrigado.
Agradeo ao Grupo de Ensaios Mecnicos (GEM) pelos ensaios de
trao e ao Wilbur, do Laboratrio de Caracterizao (LACAR), por entender
minha falta de tempo e me ajudar nos tratamentos trmicos realizados para
este trabalho.
Aos amigos de Farroupilha pelo apoio e momentos singulares que
passamos juntos.
minha namorada Franciele, que nos momentos bons e ruins esteve
sempre comigo.
Por ltimo, a base de tudo, meus pais Alencar e Andra, por sempre
incentivarem a minha liberdade de escolha, por apoiarem minhas decises,
pela educao dada, pelos sacrifcios feitos em prol dos filhos, meu MUITO
OBRIGADO.
RESUMO
NDICE DE FIGURAS
Figura 1:Diagrama TTT do ao AISI 5140, mostrando as linhas de
transformao de fase e principais temperaturas de tratamentos trmicos. .... 11
Figura 2: Ilustrao do ciclo trmico de recozimento pleno traado em diagrama
TTT do ao AISI 5140. ..................................................................................... 13
Figura 3: Diagrama Ferro-Carbono evidenciando as faixas de temperatura
utilizadas para o tratamento trmico de esferoidizao. .................................. 14
Figura 4: Ciclos Possveis de Tratamento Trmico de Esferoidizao............. 14
Figura 5: Ao hipoeutetide AISI/SAE 1040 constitudo de ferrita (colorao
branca) e perlita (colorao escura). Ataque qumico de 4% picral, 2% nital.
Aumento de 800x. ............................................................................................ 16
Figura 6: Representao esquemtica do estgio em que as lamelas de
cementita se fragmentam, no incio do processo de esferoidizao. ............... 16
Figura 7: Ao hipoeutetide AISI/SAE 1040, de composio inicial ferrticaperltica, aps 21 horas de tratamento trmico de esferoidizao, a 700 C.
Ataque qumico: 4% Picral e 2% Nital. ............................................................. 17
Figura 8: Imagem ilustrativa do processo de conformao de perfil. O ao
comprimido entre dois rolos com recartilhado igual ao perfil da broca. ............ 24
Figura 9: Micrografia do ao AISI 5140 com recozimento pleno. Nota-se que a
microestrutura composta de ferrita e perlita. Aumento de 500x. ................... 25
Figura 10: Micrografia da amostra original, onde se observa microestrutura
composta por ferrita pr-eutetide (fase clara) e perlita (fase escura). Aumento
de 1000x........................................................................................................... 25
Figura 11: Imagem com 1000x de aumento, evidenciando diferente
microestrutura em relao amostra original, onde as lamelas de cementita da
perlita transformaram-se em partculas menores. ............................................ 26
Figura 12: Microestrutura do ao AISI 5140 com carbonetos coalescidos por 8
horas a 690 C (aumento de 1000x, ataque Nital 2%). .................................... 26
Figura 13: Micrografia de MEV revelando a estrutura perltica da amostra
original. Parmetro de anlise: 3000 vezes. .................................................... 27
Figura 14: A imagem mostra a distribuio da cementita aps 4 horas de
tratamento trmico de esferoidizao, mostrando que o tempo ao qual foi
submetida a amostra no foi suficiente para a esferoidizao. ........................ 28
Figura 15: A microscopia eletrnica evidenciou que o tempo de 8 horas de
esferoidizao foi eficaz quanto formao das esferas de cementita. .......... 28
Figura 16: Carbonetos claramente esferoidizados em matriz ferrtica, com
aumento de 5000 vezes em MEV, com tempo de esferoidizao de 8 horas. . 29
Figura 17: Grfico representativo da mdia de valores de limite de escoamento
(1), limite de resistncia trao (2) e alongamento mximo (3). .................... 30
Figura 18: Macrografia do incio do canal do perfil conformado da ferramenta,
com recozimento pleno, evidenciando o bom acabamento superficial. ............ 31
LISTA DE TABELAS
SUMRIO
1. INTRODUO ......................................................................................................... 8
1.1 Problema de Pesquisa .......................................................................................... 9
1.2 Objetivo Geral ....................................................................................................... 9
1.2.1 Objetivos Especficos ........................................................................................ 9
2. FUNDAMENTAO TERICA .............................................................................. 10
2.1 Ao AISI 5140 ...................................................................................................... 10
2.2 Tratamentos Trmicos........................................................................................ 12
2.2.1 Tratamento Trmico de Recozimento Pleno .................................................. 12
2.2.2 Tratamento Trmico de Esferoidizao.......................................................... 13
2.3 Etapas de Coalescimento da Cementita............................................................ 15
2.4 Mtodos de Caracterizao e Ensaios Mecnicos ........................................... 17
2.4.1 Anlise Microgrfica ........................................................................................ 17
2.4.2 Ensaio de Dureza ............................................................................................. 18
2.4.3 Ensaio de Trao ............................................................................................. 19
2.5. Conformao Mecnica ..................................................................................... 19
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ...................................................................... 22
3.1 Amostragem ........................................................................................................ 22
3.2 O Tratamento Trmico ........................................................................................ 22
3.3 Caracterizao e Ensaios mecnicos................................................................ 22
3.3.1 Anlise Microgrfica ........................................................................................ 22
3.3.2 Ensaio de Dureza Vickers................................................................................ 23
3.3.3 Ensaio de Trao Uniaxial ............................................................................... 23
3.4 Anlise do Material Conformado a Frio ............................................................. 23
4. RESULTADOS E DISCUSSES ............................................................................ 25
4.1 Anlise de Microestrutura .................................................................................. 25
4.2 Ensaios Mecnicos ............................................................................................. 29
4.2.1 Ensaio de Dureza ............................................................................................. 29
4.2.2 Ensaio de Trao ............................................................................................. 30
4.2.3 Inspeo Visual ................................................................................................ 31
5. CONCLUSO......................................................................................................... 36
5.1 Proposies para trabalhos futuros .................................................................. 37
6. REFERNCIAS ...................................................................................................... 38
1. INTRODUO
determinados
tipos de
ao
podem
oferecer
resistncia
10
2. FUNDAMENTAO TERICA
Ao
5140
%C
0.38-0,43
%Mn
0,70-0,95
%P
0,035
%S
0,040
%Si
0,15-0,35
%Cr
0,70-0,9
11
Alm disso, o grfico mostra faixas de dureza que podem ser obtidas
relativas s temperaturas utilizadas para resfriamento.
Por ser um ao para beneficiamento, vrias tcnicas so utilizadas para
se obter as propriedades mecnicas desejadas. A nitretao inica, que tm
grandes utilizaes industriais devido rpida penetrao do nitrognio e
aumento da resistncia fadiga e ao desgaste (Kowacs, 1986), foi utilizada,
variando-se parmetros como temperatura, tempo e composio de gs
utilizado (N2/H2), resultando em aumento de at 45% da resistncia a fadiga e
aumento de at 100% da dureza superficial (Alsaran et al, 2002) do ao AISI
5140.
O ao AISI 5140 tambm pode ser utilizado no processo de fabricao
chamado Hot Ring Rolling, onde o material de partida um anel de paredes
espessas (Zhichao, 2010). No final do processo, as paredes do material esto
com espessura menor e o dimetro e altura do anel nas medidas
especificadas. A estrutura final dos gros circunferencial, melhorando as
propriedades mecnicas. As aplicaes podem ser turbinas, tubulaes e
vasos de presso (Degarmo, 2003)
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3.1 Amostragem
O ao AISI 5140 fornecido empresa Irwin recozido plenamente. As
amostras para anlise metalogrfica e para teste de laminao consistiam em
barras de dimenses 10,1 mm x 160 mm retiradas de um lote, fornecida pela
empresa, no seu estado inicial de recozimento pleno. As barras foram cortadas
em torno GoodWay. Em seguida, foram feitos os tratamentos trmicos de
esferoidizao.
3.2 O Tratamento Trmico
O tratamento trmico de esferoidizao utilizado foi baseado no proposto
no Heat Treaters Guide Practice and Producers for Irons and Steels, que
consiste em aquecer o ao at 750 C, com tempo de permanncia at
homogeneizao da temperatura e em seguida resfriamento rpido at 690 C,
mantendo nessa temperatura por 8 horas.
Esse processo foi feito em forno Sanchis cedido pelo Laboratrio de
Caracterizao de Materiais (LACAR) da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, sem atmosfera controlada e o resfriamento das amostras foi ao ar
calmo.
J o recozimento pleno feito pelo fornecedor do ao empresa. Aps
a conformao, o ao aquecido a 830 C e resfriado a taxas controladas,
para atingir baixos valores de dureza para facilitar o processamento do metal.
3.3 Caracterizao e Ensaios mecnicos
3.3.1 Anlise Microgrfica
Para este ensaio, foi utilizada uma cortadeira (Modelo CSK-80- Marca
SKILL-TEC) para extrair uma pequena poro do material, que foi ento
embutida em baquelite atravs de uma embutidora, lixada em uma sequncia
de lixas (nmero 100, 220, 320, 600 e 1000). Aps, para melhor acabamento
superficial, foi utilizada pano de polimento de feltro e como lubrificante uma
suspenso de gua e alumina 3 m por 5 minutos.
23
realizado
ensaio
de
microdureza
Vicker
(HV
1)
em
um
microdurmetro Leco M400 H1, com impresses a distncias de meio raio por
4 vezes e no centro da amostra, somando 5 medies por amostra. As mdias
e desvios padres da amostra foram calculados e computados para fins
comparativos.
3.3.3 Ensaio de Trao Uniaxial
Amostras com dimetro inicial de 10,1 mm e comprimento de 150 mm
foram usinadas e ensaiadas de acordo com a ASTME8. Uma amostragem de
trs corpos de prova foi ensaiada para cada condio proposta neste trabalho.
3.4 Anlise do Material Conformado a Frio
A conformao do perfil foi feita por uma Laminadora de Perfis TL50, da
empresa Cavour. O processo consiste em comprimir o metal entre dois rolos
com recartilhado idntico ao perfil da broca. Estes rolos tm rotao no mesmo
sentido e mesma velocidade angular. Uma velocidade linear imposta a um
dos rolos, que avana em direo ao ao, aproximando-se do outro rolo at
uma distncia pr-determinada, conformando o perfil.
A anlise da superfcie do material conformado foi feita atravs de um
estreo microscpio Olympus SZX16, e as imagens capturadas atravs do
software AnalySIS Started. Foram feitas imagens do canal do material
conformado, tanto no incio quanto no final, e tambm da raia.
24
Rolo recartilhado
Final do
canal
Raias
Canal
Ao antes da
conformao
Figura 8: Imagem ilustrativa do processo de conformao de perfil. O ao
comprimido entre dois rolos com recartilhado igual ao perfil da broca.
25
4. RESULTADOS E DISCUSSES
4.1 Anlise de Microestrutura
As anlises em microscpio ptico da condio inicial revelaram nas
Figuras 9 e 10 a microestrutura. Podem-se observar as regies mais claras,
que so compostas por ferritapr-eutetide e as regies escuras, que so
compostas por perlita, conforme observado por Samuels (1980).
26
Figura 12: Microestrutura do ao AISI 5140 com carbonetos coalescidos por 8 horas a
690 C (aumento de 1000x, ataque Nital 2%).
27
28
29
trmico, este tempo foi efetivo para a formao dos carbonetos esferoidizados,
obtendo-se microestrutura semelhante Figura 7, observada em Samuels
(1980), porm em menor tamanho, dado que o coalescimento do carboneto
funo do tempo de tratamento trmico. A Figura 16, obtida por MEV, mostra
claramente a distribuio e a morfologia dos carbonetos.
2
261,5
3
255,1
4
269,5
5
267,8
Mdia
262,06
Desvio Padro
Esferoidizao 4 horas
208,3
221,8
215,4
214,8
222,0
216,46
5,69
Esferoidizao 8 horas
197,1
205,7
196,2
203,4
208,5
202,18
5,37
Amostra
Recozimento Pleno
6,50
30
porm,
sem
variao
significante
para
as
amostras
31
32
Rugosidade
33
Rugosidade
Descamamento
Figura 22: Macrografia do incio do canal da amostra esferoidizada por 8 horas. Bom
acabamento superficial.
34
Descamamento
Figura 23: Macrografia do fim do canal da amostra esferoidizada por 8 horas. Alm da
elevada rugosidade, ocorre descamamento de metal no canto direito superior.
Atravs
desta
anlise
notou-se
que
tratamento
trmico
de
Ausncia de
sulco
Figura 24: Comparao do fechamento do perfil da raia das amostras recozida (a) e
esferoidizada por 8 horas (b).
35
36
5. CONCLUSO
A partir dos resultados obtidos nos ensaios e estudos realizados neste
trabalho, pode-se concluir que:
- Os tratamentos trmicos de esferoidizao tiveram forte influncia nas
propriedades mecnicas do ao AISI 5140.
- Houve diminuio da dureza dos aos tratados termicamente, mostrando que
a estrutura de esferas de carbonetos em matriz ferrtica tornou-se mais dctil.
- O tratamento trmico de esferoidizao por 8 horas no teve maior influncia
nos limites de resistncia e limite de escoamento do ao, quando comparado
com a esferoidizao por 4 horas.
- O percentual de alongamento teve influncia do tempo de tratamento trmico,
com aumento mdio de 5 pontos percentuais em cada condio de tratamento
trmico de recozido para esferoidizado de 8 horas.
- Devido ao tempo aos quais as amostras foram esferoidizadas, somente as
amostras tratadas por 8 horas tiveram a esferoidizao dos carbonetos.
Enquanto que as amostras tratadas por 4 horas mostraram a decomposio
das lamelas de cementita das colnias de perlita.
- No geral, no houve mudana no acabamento superficial entre os trs
modelos de amostras conformadas, mostrando que o tratamento trmico de
esferoidizao no tem influncia neste parmentro.
- O tratamento trmico de esferoidizao tornou o material pouco resistente,
ocorrendo descamamento na superfcie das amostras, principalmente na
esferoidizada por 8 horas.
- O ao AISI 5140 com tratamentos trmicos de esferoidizao e recozimento
pleno devido a microestrutura resultante, carbetos, principalmente de ferro,
esferoidizado ou ferrita com colnias de perlita grosseira so mais fceis de
conformar devido baixa dureza, e maior ductilidade.
37
38
6. REFERNCIAS
39