Apresentação Transmissão Automatica
Apresentação Transmissão Automatica
Apresentação Transmissão Automatica
Se voc alguma vez dirigiu um carro com caixa de mudanas (simplesmente 'caixa'
daqui em diante, para simplificao, salvo quando necessrio) automtica, sabe que
existem duas grandes diferenas entre a caixa automtica e a caixa manual:
A caixa automtica (e seu conversor de torque) e a caixa manual (com sua embreagem)
desempenham exatamente a mesma funo, porm de formas totalmente diferentes.
Acontece que o modo como uma caixa automtica funciona absolutamente
surpreendente!
Vamos desvendar como funciona uma caixa automtica. Comearemos com a chave de
todo o sistema:
o conjunto de engrenagens planetrias.
Depois veremos como a caixa montada, como funcionam os controles e discutiremos
algumas questes complexas envolvidas no seu controle.
Tal como o de uma caixa manual, o trabalho primrio de uma caixa automtica o de
permitir ao motor que opere dentro das suas estreitas variaes de rotao e ao mesmo
tempo proporcionar amplas variaes de rotao de sada para as rodas.
Sem a caixa de mudanas, os carros estariam limitados a ter apenas uma marcha, com
uma determinada relao de marcha, e esta relao seria selecionada para permitir que o
carro rodasse na velocidade mais alta desejada. Se voc quisesse uma velocidade
mxima de 130 km/h, ento a relao de marcha seria similar terceira ou ltima
marcha na maioria dos carros de caixa manual.
Voc provavelmente nunca tentou dirigir um carro com caixa manual usando somente a
ltima marcha. Se tentou, logo percebeu que na arrancada quase no tinha acelerao e
em altas velocidades o motor gritava quando se aproximava da faixa vermelha. Um
carro como esse se desgastaria rapidamente e seria quase impossvel de dirigir.
Desse modo, a caixa usa engrenagens para um uso mais efetivo do torque do motor e
para manter o motor operando em uma rotao apropriada.
A diferena fundamental entre uma caixa manual e uma automtica que a manual
engata e desengata diferentes conjuntos de engrenagens da rvore de sada para
conseguir vrias relaes de marcha, enquanto que na caixa automtica um mesmo
conjunto de engrenagens produz diferentes relaes de marcha. O conjunto planetrio
de engrenagens o dispositivo que torna isso possvel na caixa automtica.
Uma grande bomba de engrenagem que faz circular o fluido hidrulico da caixa
A engrenagem solar
A engrenagem coroa
Cada um destes componentes pode ser a entrada, a sada ou pode ser mantido imvel.
Ao escolher qual pea desempenha qual papel, determina-se a relao de marcha para o
conjunto de engrenagens. Vamos dar uma olhada em um conjunto de engrenagens
planetrias.
Um dos conjuntos de engrenagens planetrias da nossa transmisso tem uma coroa com
72 dentes e uma engrenagem solar com 30 dentes. Com esse conjunto conseguimos
obter muitas relaes de marcha diferentes.
Sada
Fixa
Relao
Clculo de
Marcha
A Solar (S)
Suporte
Planetrio
(P)
Coroa(C)
1 + C/S
3,4:1
Suporte
B Planetrio
(P)
Coroa (C)
Solar (S)
1 / (1 +
S/C)
0,71:1
C Solar (S)
Coroa (C)
Suporte
Planetrio
(P)
-C/S
-2,4:1
Entrada
Animao
de
transmisses
Assim, este conjunto de engrenagens pode produzir todas estas relaes de marcha sem
precisar engatar ou desengatar marchas. Com dois desses conjuntos de engrenagens
combinados temos as quatro marchas para frente e r de que a caixa precisa. Na
prxima seo falaremos sobre os dois conjuntos de engrenagens.
Engrenagem planetria composta
Esta caixa automtica usa um conjunto de engrenagens chamado de engrenagem
planetria composta, que se parece com um nico conjunto de engrenagens planetrias
mas se comporta como dois conjuntos combinados. Tem uma coroa que funciona
sempre como sada da caixa, mas possui duas engrenagens solares e dois conjuntos de
planetrias.
Vamos dar uma olhada em algumas partes:
turbina; a nica entrada vem da caixa do conversor. Voltemos ao nosso quadro, desta
vez com o suporte das planetrias como entrada, a engrenagem solar fixa e a coroa
como sada.
Relao = 1 / (1 + S/C) = 1 / ( 1 + 36/72) = 0,67:1
Assim a sada gira uma vez para cada dois teros de rotao do motor. Se o motor est
girando a 2 mil rotaes por minuto (rpm), a rotao de sada de 3.000 rpm. Isto
permite que os carros rodem em altas velocidades de estrada enquanto a rotao do
motor se mantm baixa e agradvel, alm de reduzir o consumo de combustvel.
Mova a alavanca para ver como a fora transmitida atravs de uma caixa
R
A r muito aparecida com a primeira marcha, exceto que em vez de uma engrenagem
solar pequena ser movida pela turbina do conversor de torque, a engrenagem solar
maior movida e a menor gira livre na direo oposta. O suporte das planetrias
seguro carcaa pela cinta de r. Assim, de acordo com as nossas equaes da ltima
pgina , temos:
Relao = -C/S = 72/36 = 2,0:1
A relao de r um pouco mais baixa que a da primeira nesta caixa.
Relao das marchas
Esta caixa tem quatro marchas frente e uma r. Vamos resumir a relao de marchas,
entradas e sadas:
Sada
Fixa
Relao
de
marcha
Solar 30
dentes
Coroa 72
dentes
Suporte das
planetrias
2,4:1
Solar 30
dentes
Suporte das
planetrias
Coroa 36
dentes
2,2:1
Suporte das
planetrias
Coroa 72
dentes
Solar 36
dentes
0,67:1
Final 2
1,47:1
Marcha Entrada
Solar 30 e 36 Coroa 72
dentes
dentes
OD
Suporte das
planetrias
Coroa 72
dentes
Solar 36
dentes
0,67:1
Revers
o
Solar 36
dentes
Coroa 72
dentes
Suporte das
planetrias
-2,0:1
1,0:1
CONVERSOR DE TORQUE
Como mostrado na figura abaixo, existem quatro componentes dentro da reforada
caixa do conversor de torque:
bomba
turbina
estator
fluido hidrulico
O fluido entra nas lminas da turbina, que est conectada ao cmbio. A turbina faz com
que o cmbio gire, e o carro se mova. Voc pode observar no grfico abaixo que as
lminas so curvas. Isso significa que o fluido externo que entra na turbina precisa de
direo antes de sair do centro da turbina. essa mudana direcional que leva a
turbina a girar.
Para alterar a direo de um objeto em movimento, preciso aplicar uma fora a esse
objeto - no importa se o objeto um carro ou uma gota de fluido. Seja o que for que
aplique a fora para fazer algo girar, sente a mesma fora, porm em sentido contrrio.
Assim, medida que a turbina faz com que o fluido mude de direo, o fluido faz com
que a turbina gire.
O fluido deixa o centro da turbina, movendo-se em uma direo diferente daquela que
entrou. Se voc observar as setas na figura acima, ver que o fluido sai da turbina
movendo-se em direo oposta quela que a bomba (e o motor) est girando. Se o fluido
pudesse atingir a bomba, diminuiria a rotao do motor, desperdiando energia. por
isso que um conversor de torque possui um estator.
Alm da importante funo de permitir que seu carro pare completamente sem que o
motor morra, o conversor de torque na verdade d ao veculo mais torque na acelerao
da imobilidade. Conversores de torque modernos so capazes de multiplicar o torque do
motor duas ou trs vezes. Esse efeito acontece apenas quando o motor estiver girando
muito mais rpido que o cmbio.
Em velocidades mais altas, o cmbio alcana o motor, eventualmente movendo-se
quase na mesma rotao. O ideal, no entanto, seria que a transmisso se movesse
exatamente na mesma rotao do motor, pois essa diferena de rotao desperdia
energia. Isso parte da razo pela qual carros com cmbio automtico consomem mais
combustvel do que carros com cmbio manual.
Para rebater esse efeito, muitos carros possuem hoje conversor de torque com um
sistema de bloqueio. Este trava as duas metades do conversor de torque quando
ganham rotao, eliminando a patinagem e reduzindo o consumo. Em geral, o bloqueio
do conversor de torque s ocorre na ltima marcha, mas de uns anos para c ele foi
estendido a mais marchas, at mesmo primeira. o caso do cmbio automtico 7GTronic, de sete marchas, de alguns automveis Mercedes-Benz.
Para mais informaes sobre conversores de torque e tpicos relacionados, veja os links
na prxima pgina.