Estudo Dos Conversores Buck e Boost Aplicados
Estudo Dos Conversores Buck e Boost Aplicados
Estudo Dos Conversores Buck e Boost Aplicados
FLORIANPOLIS
2008
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AGRADECIMENTOS
Inmeras pessoas contriburam para este trabalho fosse desenvolvido em sua forma
completa e, desde j, sinceramente, agradeo a todas.
Agradeo ao professor Denizar Cruz Martins, pela orientao durante os 10 meses
de elaborao deste trabalho.
Estendo o agradecimento aos demais professores do INEP, Arnaldo Jos Perin,
nio Valmor Kassick, Hari Bruno Mohr, Ivo Barbi, Joo Carlos dos Santos Fagundes e
Samir Ahmad Mussa, pelas aulas ministradas durante o primeiro ano de mestrado e pela
disponibilidade sempre que precisei.
A todos os funcionrios do INEP, Antnio Luiz S. Pacheco, Fernando Lopes de
Oliveira, Leonardo Defenti, Luis Marcelius Coelho, Felipe Fontanella e, em especial,
Regina Maura G. Marcusso, pela disposio e auxlio na soluo dos problemas
burocrticos.
Aos colegas de doutorado, Andr L. Fuerback, Alceu A. Badin, Carlos H. Illa Font,
Ccero S. Postiglione, Eli A. Jnior, Gleyson L. Piazza, Kleber C. A. Souza, Mrcio M.
Casaro, Mrcio S. Ortmann, Mateus F. Schonardie, Romeu Hausmann, Teles B. Lazarin e
Hugo R. E. Lario, e tambm aos colegas de mestrado: Bruno S. Dupzak, Eduardo V. de
Souza, Gabriel Tibola, Gierri Waltrich, Glucio R. T. Hax, Gustavo C. Flores, Mateus C.
Maccarini, Rodirgo da Silva, Ronieri H. de Oliveira e Tiago Jappe, pelo convvio e
compartilhamento de idias no decorrer dos estudos.
Em especial, agradeo aos colegas Eduardo V. de Souza, Kleber C. A. Souza,
Mateus F. Schonardie e Rodrigo da Silva, cujo dispndio de tempo na buca de solues
para os problemas encontrados foi muito valoroso.
Agradeo ainda aos bolsistas de iniciao cientfica Lisandra K. Ries, Filipe Concer
pelo empenho e dedicao, sem os quais o trabalho seria muito prejudicado.
A meus pais Manoel Tefilo Coelho e Odete B. dos Santos Coelho, pela educao
proporcionada ao longo de minha vida e, mais que isso, pelo entusiamo e incentivo ao
longo do mestrado.
A meus irmos Edson M. Coelho, Gisele C. Coelho pelo incentivo e, em especial,
a minha irm, Maristela Denise Coelho, que com pacincia e conhecimento leu e releu este
documento buscando e encontrando falhas e sugerindo melhorias.
Aos amigos Dirceu Rafanhin, Maico A. Marcelo e Rafael E. Ferreira, sempre
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vi
vii
Resumo da Dissertao apresentado UFSC como parte dos requisitos necessrios para a
obteno do grau de Mestre em Engenharia Eltrica.
viii
ix
SUMRIO
Lista de Figuras.............................................................................................................................................. XII
Lista de Tabelas............................................................................................................................................. XVI
Lista de Simbolos.......................................................................................................................................... XVII
Introduo Geral ............................................................................................................................................... 1
1 A Tecnologia Fotovoltaica ............................................................................................................................. 5
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
Introduo .............................................................................................................................................. 5
Uma Breve Reviso Histrica................................................................................................................. 5
Materiais Utilizados na Fabricao de Clulas Fotovoltaicas .............................................................. 6
Produtividade versus Custo .................................................................................................................... 9
Concluso ............................................................................................................................................. 11
Introduo ............................................................................................................................................ 13
O Princpio Fsico da Foto-Gerao: O Efeito Fotovoltaico ............................................................... 13
Radiao Solar (S)................................................................................................................................ 17
Temperatura (T) ................................................................................................................................... 18
Massa de Ar (AM)................................................................................................................................. 18
Condies Padres de Teste (STC)....................................................................................................... 19
Distino entre Clula, Mdulo e Arranjo Fotovoltaico ...................................................................... 19
2.7.1 Clula Fotovoltaica ................................................................................................................... 19
2.7.2 Mdulo Fotovoltaico .................................................................................................................. 20
2.7.3 Arranjo Fotovoltaico ................................................................................................................. 20
2.7.4 Caracterstica de Sada.............................................................................................................. 21
2.8 Concluso ............................................................................................................................................. 23
Introduo ............................................................................................................................................ 89
Projeto do Conversor Buck................................................................................................................... 89
Determinao da Regio de Operao do Conversor Buck ................................................................. 98
Simulaes ............................................................................................................................................ 99
6.4.1 Mtodo Simulado: Tenso Constante ...................................................................................... 100
6.4.2 Mtodo Simulado: P&O........................................................................................................... 103
6.4.3 Mtodo Simulado: CondInc ..................................................................................................... 106
6.5 Resultados Experimentais ................................................................................................................... 108
6.5.1 Mtodo Testado: Tenso Constante ......................................................................................... 108
6.5.2 Mtodo Testado: P&O ............................................................................................................. 111
6.5.3 Mtodo Testado: CondInc........................................................................................................ 113
6.6 Concluso ........................................................................................................................................... 115
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1-1: Classificao das clulas fotovoltaicas em termos dos materiais utilizados. ................................ 7
Figura 1-2: Eficincia mxima alcanada ao longo dos anos para clulas fotovoltaicas. ............................... 8
Figura 1-3: Energia fotovoltaica nos principais pases produtores. ................................................................ 9
Figura 1-4: Principais empresas fabricantes de mdulos fotovoltaicos. ........................................................ 10
Figura 1-5: Custo associado venda de mdulos fotovoltaicas na Europa e Estados Unidos. ..................... 10
Figura 2-1: Silcio dopado: (a) Dopagem com elemento trivalente (Boro), criando um substrato com falta de
eltrons - tipo p ; (b) Dopagem com elemento pentavalente (Fsforo), criando um substrato com excesso de
eltrons - tipo n . ............................................................................................................................................. 14
Figura 2-2: Juno pn e camada de depleo em uma clula fotovoltaica de Silcio, sob influncia do
campo eltrico E.............................................................................................................................................. 14
Figura 2-3: Espectro eletromagntico. ........................................................................................................... 16
Figura 2-4: Clula fotovoltaica do ponto de vista fsico. ................................................................................ 16
Figura 2-5: Componentes da radiao solar. ................................................................................................. 17
Figura 2-6: Determinao do ndice de Massa de Ar em funo do ngulo zenital entre a Terra e o raio
solar incidente.. ............................................................................................................................................... 18
Figura 2-7: Corte transversal de uma clula fotovoltaica. ............................................................................. 19
Figura 2-8: Clula, mdulo e arranjo fotovoltaico. ........................................................................................ 20
Figura 2-9: Curvas I V para o mdulo KC 200GT : (a) sob radiao constante e diferentes temperaturas;
(b) sob temperatura constante e diferentes radiaes. .................................................................................... 21
Figura 2-10: Alguns pontos fornecidos pelos fabricantes no STC. ................................................................. 21
Figura 2-11: Mdulo fotovoltaico com clulas parcialmente sombreadas. .................................................... 23
Figura 2-12: Mdulo fotovoltaico com clulas totalmente sombreadas. ........................................................ 23
Figura 3-1: Clula fotovoltaica do ponto de vista fsico. ................................................................................ 26
Figura 3-2: Circuito eltrico equivalente idealizado para clulas fotovoltaicas. ........................................... 26
Figura 3-3: Circuito eltrico equivalente para clulas fotovoltaicas contemplando parmetros de perdas. . 27
Figura 3-4: Representao alternativa para a clula fotovoltaica. ................................................................ 27
Figura 3-5: Associao em srie de clulas fotovoltaicas idnticas. .............................................................. 28
Figura 3-6: Reduo gradual do circuito eltrico equivalente composto por clulas fotovoltaicas idnticas
em srie. .......................................................................................................................................................... 28
Figura 3-7: Circuito eltrico equivalente resultante da associao em srie, em sua forma compacta final. 29
Figura 3-8: Caracterstica de sada de clulas fotovoltaicas interligadas em srie. ...................................... 30
Figura 3-9: Associao de clulas fotovoltaicas idnticas em paralelo. ........................................................ 30
Figura 3-10: Associao de clulas fotovoltaicas em paralelo com interligao dos pontos equipotenciais. 31
Figura 3-11: Circuito equivalente de clulas idnticas associadas em paralelo. ........................................... 31
Figura 3-12: Circuito eltrico equivalente resultante da associao em paralelo de clulas fotovoltaicas, na
forma compacta final....................................................................................................................................... 31
Figura 3-13: Caracterstica de sada de clulas fotovoltaicas interligadas em paralelo. .............................. 32
Figura 3-14: Mdulo fotovoltaico obtido da associao mista de clulas fotovoltaicas. ............................... 33
Figura 3-15: Circuito eltrico equivalente oriundo da associao mista de clulas fotovoltaicas, na sua
forma compacta. .............................................................................................................................................. 34
Figura 3-16: Caracterstica de sada de clulas fotovoltaicas interligadas de forma mista. ......................... 34
Figura 3-17: Circuito eltrico equivalente de um arranjo fotovoltaico. ......................................................... 35
Figura 3-18: Circuito eltrico equivalente de um mdulo fotovoltaico. ......................................................... 37
Figura 3-19: Comparao entre resultados de simulao e fornecidos pelo fabricante. ............................... 43
Figura 3-20: Curvas caractersticas traadas para as seguintes condies: (a), (b): S = 1000W / m 2 ,
T = 25 C ; (c), (d): S = 800W / m 2 , T = 47 C . ............................................................................................ 44
Figura 3-21: Mini-KLA. .................................................................................................................................. 45
Figura 3-22: Interface de pr-visualizao das curvas obtidas atravs do Mini-KLA. .................................. 46
xii
Figura 3-23: Comparao entre resultados obtidos via simulao e experimentalmente: (a) curva I V ; (b)
curva P V . .................................................................................................................................................... 46
Figura 3-24: Circuito eltrico equivalente de um arranjo fotovoltaico. ......................................................... 47
Figura 3-25: Curvas caractersticas I V e P V para o arranjo fotovoltaico sob diferentes condies de
radiao e temperatura. .................................................................................................................................. 48
Figura 4-1: Mdulo fotovoltaico conectado diretamente a uma carga........................................................... 52
Figura 4-2: Curvas de gerao fotovoltaica e de carga. ................................................................................ 52
Figura 4-3: Mdulo fotovoltaico interligado carga por meio de um conversor CC-CC. ............................ 53
Figura 4-4: Resistncia efetiva Rei (D, Rcarga ) vista do mdulo fotovoltaico. ................................................. 54
Figura 4-5: Curva de carga referente resistncia equivalente de entrada Rei (D, Rcarga ) ............................ 55
Figura 4-6: Regies de operao estipulada para o conversor Buck operando como MPPT. ....................... 56
Figura 4-7: Regies de operao estipulada para o conversor Boost operando como MPPT. ...................... 58
Figura 4-8: Regio de operao estipulada para os conversores Buck-Boost, Ck, Sepic e Zeta operando
como MPPT. .................................................................................................................................................... 60
Figura 4-9: Caracterstica P V com pontos de mxima potncia conectados, sob temperatura constante. 63
Figura 4-10: Caracterstica P V com pontos de mxima potncia conectados, sob radiao constante. ... 64
Figura 4-11: Fluxograma do algoritmo referente ao MPPT tenso constante. ........................................... 65
Figura 4-12: Comparao entre o rastreamento de mxima potncia para diferentes valores do passo D :
(a) e (b) Passo reduzido; (c) e (d) Passo elevado............................................................................................ 66
Figura 4-13: Possibilidades de rastreamento sob mudanas abruptas da radiao. ..................................... 68
Figura 4-14: Fluxograma da tcnica de rastreamento P&O. ......................................................................... 69
Figura 4-15: Curva da potncia e derivada da potncia em relao tenso para um mdulo fotovoltaico
qualquer. ......................................................................................................................................................... 70
Figura 4-16: Fluxograma da tcnica de rastreamento CondInc..................................................................... 72
Figura 5-1: Conversor Buck e circuitos auxiliares. ........................................................................................ 75
Figura 5-2: Modelo proposto para sensor Hall incluindo parmetros no ideais. ........................................ 77
Figura 5-3: Comparao entre resultados de simulao e experimentais com a curva fornecida pelo
fabricante. ....................................................................................................................................................... 77
Figura 5-4: Circuito proposto para o condicionamento da corrente.............................................................. 78
Figura 5-5: Leitura e condicionamento do sinal de corrente de sada do mdulo fotovoltaico. .................... 79
Figura 5-6: Comparao entre valores simulados e experimentais de VIPIC . ................................................ 79
Figura 5-7: Filtro passa-baixas utilizado no circuito condicionador de corrente. ......................................... 80
Figura 5-8: Circuito proposto para leitura e condicionamento da tenso. .................................................... 81
Figura 5-9: Circuito para leitura e condicionamento do sinal de tenso destinado simulao no software
PSIM. ............................................................................................................................................................... 82
Figura 5-10: Filtro passa-baixas utilizado na sada do circuito condicionador de tenso. ........................... 82
Figura 5-11: Microcontrolador PIC e componentes externos. ....................................................................... 83
Figura 5-12: Circuito proposto para simulao do microcontrolador. .......................................................... 84
Figura 5-13: Circuito de comando do MOSFET. ........................................................................................... 84
Figura 5-14: Principais formas de onda obtidas para ratificao do procedimento de projeto do circuito de
comando (Simulador utilizado: PSPICE)........................................................................................................ 86
Figura 5-15: Representao do mdulo fotovoltaico como fonte de tenso. .................................................. 87
Figura 6-1: Conversor Buck com filtros de entrada e sada. .......................................................................... 90
Figura 6-2: Conversor Buck sem capacitor de sada. ..................................................................................... 90
Figura 6-3: Circuito eltrico equivalente do conversor Buck considerando-se todos os parmetros de perda
associados aos elementos passivos.................................................................................................................. 93
Figura 6-4: Corrente no capacitor CE de entrada do conversor Buck. ......................................................... 93
Figura 6-5: Tenso VD1 e Corrente I D1 no diodo D1 . .................................................................................. 94
Figura 6-6: Tenso VS 1 e Corrente I S 1 no interruptor S1 . ........................................................................... 94
Figura 6-7: Conversor Buck proposto para simulao incluindo todos os parmetros de perda. ................. 95
Figura 6-8: Corrente de entrada ( I E ): simulao (esquerda) e experimental (direita). ................................ 96
Figura 6-9: Detalhe da corrente de entrada ( I E ): simulao (esquerda) e experimental (direita). .............. 96
Figura 6-10: Tenso de entrada ( VE ): simulao (esquerda) e experimental (direita). ................................ 96
Figura 6-11: Corrente de sada ( I carga ): simulao (esquerda) e experimental (direita). ............................ 97
Figura 6-12: Detalhe da corrente de sada ( I carga ): simulao (esquerda) e experimental (direita). ............ 97
xiii
xiv
Figura 7-19: Tenso Vmdulo , corrente I mdulo e potncia Pmdulo de sada do mdulo fotovoltaico com o
emprego da tcnica da Perturba e Observa. ................................................................................................. 129
Figura 7-20: Tenso Vmdulo de sada do mdulo fotovoltaico com o emprego da tcnica da Condutncia
Incremental.................................................................................................................................................... 130
Figura 7-21: Corrente I mdulo e potncia Pmdulo de sada do mdulo fotovoltaico com o emprego da tcnica
da Condutncia Incremental. ........................................................................................................................ 131
Figura 7-22: Tenso e corrente de sada do mdulo fotovoltaico sob radiao de S = 200W / m 2 e
temperatura T = 25 C para o conversor Boost operando sob as trs tcnicas de rastreamento estudadas.
....................................................................................................................................................................... 132
Figura 7-23: Prottipo do conversor Boost. ................................................................................................. 133
Figura 7-24: Grficos comparativos entre resultados experimentais, de simulao e no ponto de mxima
potncia. ........................................................................................................................................................ 134
Figura 7-25: Tenso e corrente de sada do mdulo fotovoltaico com emprego da tcnica da Tenso
Constante para S = 990W / m 2 e T = 53 C ................................................................................................ 135
Figura 7-26: Grficos comparativos entre resultados experimentais e de simulao. ................................. 136
Figura 7-27: Tenso e corrente de sada do mdulo fotovoltaico com o emprego da tcnica P&O, sob
temperatura T = 37 C e radiao S = 930W / m 2 . .................................................................................... 137
Figura 7-28: Grficos comparativos entre resultados experimentais e de simulao. ................................. 137
Figura 7-29: Tenso e corrente de sada do mdulo fotovoltaico com o emprego do conversor Boost
operando sob a tcnica CondInc. .................................................................................................................. 138
xv
LISTA DE TABELAS
Tabela 3-1: Parmetros do mdulo fotovoltaico obtido por conexo serial de clulas. ................................. 30
Tabela 3-2: Principais parmetros do mdulo fotovoltaico obtido por conexo paralela de clulas
fotovoltaicas. ................................................................................................................................................... 33
Tabela 3-3: Principais parmetros do mdulo fotovoltaico obtido por conexo mista de clulas fotovoltaicas
idnticas. ......................................................................................................................................................... 35
Tabela 3-4: Parmetros equivalentes de um arranjo obtido a partir de mdulos fotovoltaicos. .................... 36
Tabela 3-5: Especificaes eltricas do mdulo fotovoltaico KC200GT. ....................................................... 43
Tabela 3-6: Comparao entre os resultados no ponto de mxima potncia referente s curvas obtidas via
simulao e fornecidas pelo fabricante. .......................................................................................................... 45
Tabela 3-7: Especificaes do arranjo constitudo de mdulos fotovoltaicos KC200GT. .............................. 48
Tabela 4-1: Principais parmetros dos conversores CC-CC empregados como MPPT. ............................... 60
Tabela 5-1: Especificaes eltricas do sensor Hall LTSR - 15PN . .............................................................. 76
Tabela 6-1: Especificaes para projeto do conversor Buck MCC. ............................................................... 91
Tabela 6-2: Comparao entre resultados no MPP e os obtidos com o emprego da tcnica da Tenso
Constante aplicada ao conversor Buck atravs de simulao. ..................................................................... 102
Tabela 6-3: Comparao entre resultados no MPP e os obtidos com o emprego da tcnica P&O aplicada ao
conversor Buck atravs de simulao. .......................................................................................................... 104
Tabela 6-4: Comparao entre resultados no MPP e os obtidos com o emprego da tcnica CondInc aplicada
ao conversor Buck atravs de simulao. ..................................................................................................... 107
Tabela 7-1: Especificaes para projeto do conversor Boost MCC. ............................................................ 118
Tabela 7-2: Comparao entre resultados no MPP e obtidos com o emprego da tcnica da Tenso Constante
aplicada ao conversor Boost atravs de simulao. ..................................................................................... 128
Tabela 7-3: Comparao entre resultados no MPP e obtidos com o emprego da tcnica P&O aplicada ao
conversor Boost atravs de simulao. ......................................................................................................... 130
Tabela 7-4: Comparao entre resultados no MPP e obtidos com o emprego da tcnica CondInc aplicada ao
conversor Boost atravs de simulao. ......................................................................................................... 131
xvi
SIMBOLOGIA
SMBOLOS UTILIZADOS
SMBOLO
SIGNIFICADO
A
rea
AM
AM 0
AM ref
c
Cbar
m/s
F
CE
CO
D
D (n)
D(n 1)
Darranjo
Dcel
Dmax
Dmin
Dmdulo
D1
D2
UNIDADE
m2
E
Eabs
E fton
Energia de um fton
EG
e V
E(I )
E ( P)
V /m
Erro absoluto
%
%
Erel
Erro relativo
E (V )
fC
Hz
f MPPT
Hz
fS
Freqncia de comutao
Hz
GV
xvii
GI
Constante de Planck
J s
I arranjo
I BT (1, 2 )
I carga
I ccref
I CT (1, 2 )
I CEef
I CEef max
I COef
I COef max
I cel
I D1
I D1med
I DSS
A
A
I D2
I D 2med
I Darranjo
I Dcel
I Dmdulo
IF
Ig
I med
I mp
ref
mp
I pmax
I pmin
IN
I ( n)
I (n 1)
IP
I mdulo
I Pharranjo
I phcel
I phmdulo
xviii
I RP
I RP
I RPmdulo
I sim
IS1
I S 1med
IS 2
I S 2med
k
kinc
K IPIC
ref
I Ph
mdulo
arranjo
arranjo
I0
I 0ref
arranjo
A
A
A
A
J/K
kTC
KVPIC
LE
LinP
LO
n
nP
NP
nS
NS
Peltrica
Pmed
Pmp
Mxima potncia
nstep
p
pn
P ( n)
P(n 1)
Psim
q
W
C
RParranjo
RPcel
Rcarga
RinP
RPmdulo
RDSon
Rei (D, Rcarga )
Rei (GV , Rcarga )
xix
RSarranjo
RScel
RSE
RSmdulo
S
S ref
S1
Radiao solar
Radiao solar nas condies de referncia
Interruptor do conversor Buck
W / m2
W / m2
S2
T
T ref
Ta , Tb , Tc
tRP
C
C
C
s
uI
V
A/ C
V
Varranjo
Vcaref
Vcamdulo
Vcarga
Vcel
VCET (1, 2 )
VDarranjo
VDcel
VDmdulo
VD1
VD1max
VDSS
V
V
VD 2
VD 2max
VE
VF
Vg
Vgramp
Tenso de grampeamento
VHall
VHallmax
VHallmin
VIPIC
VIPICmax
VIPICmin
VIPIC _ f
Vmp
ref
mp
Vmed
V ( n)
V (n 1)
xx
Vcarga
Voffset
VR
VS 1
VS1max
VS 2
VS 2max
Vmdulo
VT
VVPIC
VVPIC _ f
Tenso trmica
Tenso de sada do circuito condicionador de tenso
V
V
ref
T
X fabricante
D
I mdulo
I LEmax
I LOmax
Vmdulo
VCEmax
X simulado
VCOmax
t MPPT
mdulo
Freqncia de onda
ngulo zenital
ngulo de inclinao da curva de carga em funo da razo cclica
ABREVIATURAS UTILIZADAS
ABREVIAO
SIGNIFICADO
A/D
CA
CC
CondInc
DSP
INEP
LCD
MCC
MPP
MPPT
OMM
P&O
STC
UFSC
Analgico/Digital
Corrente Alternada
Corrente Contnua
Condutncia Incremental
Processador Digital de Sinais
Instituto de Eletrnica de Potncia
Display de Cristal Lquido
Modo de Conduo Contnua
Ponto de Mxima Potncia
Rastreador de mxima potncia
Organizao Mundial de Meteorologia
Perturba e Observa
Condies Padres de Teste
Universidade Federal de Santa Catarina
xxi
A
A
A
V
V
V
s
Hz
grau
grau
SIGNIFICADO
pico ( 10 12 )
nano ( 10 9 )
micro ( 10 6 )
mili ( 10 3 )
kilo ( 10 3 )
mega ( 10 6 )
giga ( 10 9 )
tera( 10 12 )
m
k
M
G
T
SIGNIFICADO
A
C
F
H
Hz
J
K
m
Ampre
Coulomb
Farad
Henry
Herttz
Joule
Klvin
metro
Ohm
segundo
Volt
Watt
Grau Clsius
s
V
W
C
xxii
INTRODUO GERAL
A gerao fotovoltaica de energia eltrica tem sido amplamente discutida na
comunidade cientfica, em que inmeros trabalhos vm sendo publicados, exaustando o
tema e dando o embasamento terico para o desenvolvimento de projetos cada vez mais
complexos.
A expanso da tecnologia fotovoltaica, que cresce exponencialmente desde a
dcada de 70, pode ser atribuda a trs aspectos distintos: o primeiro refere-se melhora
significativa dos materiais empregados na fabricao de clulas fotovoltaicas. Atualmente,
alm do Silcio, que o material utilizado em maior escala para a referida finalidade, uma
gama bastante ampla de materiais vem sendo disponibilizada, permitindo o
aperfeioamento, no apenas em termos de eficincia de converso, mas tambm em
flexibilidade, peso e custos.
O segundo aspecto impulsionador da tecnologia refere-se busca incessante por
fontes renovveis de energia que se adqem s legislaes vigentes, principalmente, nos
tempos atuais, em que o apelo ecolgico e as dificuldades na obteno de licenas dos
rgos ambientais para construo de usinas de grande porte se fazem presentes. Este fato
tambm perceptvel na interveno governamental em muitos pases, sobretudo nos
europeus, em que subsdios so fornecidos visando expandir o uso de fontes fotovoltaicas
de energia.
Evidentemente, mesmo com eficincias de converso cada vez maiores e com a
tendncia mundial de utilizao de fontes renovveis de energia, a gerao fotovoltaica
somente alcanou os patamares atuais de gerao, graas ao desenvolvimento paralelo da
eletrnica de potncia, que utilizada como ferramenta para o processamento da energia
fotogerada.
Na maior parte das aplicaes, a eletrnica de potncia utilizada com o objetivo
de processar os nveis de tenso e corrente de entrada, tornando-os adequados para
CAPTULO 1
1 A TECNOLOGIA FOTOVOLTAICA
1.1 INTRODUO
A consolidao da tecnologia fotovoltaica como uma fonte vivel de gerao de
energia eltrica vem ocorrendo vagarosamente ao longo de quase dois sculos de histria,
sendo marcada pelo surgimento de materiais mais eficientes voltados foto-converso,
reduo dos custos e elevao acentuada da produtividade.
Neste captulo sero abordados alguns aspectos referentes tecnologia fotovoltaica.
Inicialmente ser apresentada uma breve reviso histrica desde o surgimento da primeira
clula at os dias atuais, seguida pela apresentao dos principais materiais empregados na
foto-converso e, por fim, sero entrelaados custo e produtividade no cenrio mundial.
O Silcio o material semicondutor empregado em maior escala na fabricao de clulas fotovoltaicas, fato
este justificado por ser o segundo elemento mais abundante na superfcie da Terra, perfazendo cerca de 27,7%
de seu peso [3].
Figura 1-1: Classificao das clulas fotovoltaicas em termos dos materiais utilizados.
Figura 1-2: Eficincia mxima alcanada ao longo dos anos para clulas fotovoltaicas.
10
Figura 1-5: Custo associado venda de mdulos fotovoltaicas na Europa e Estados Unidos.
11
A anlise grfica mostra que embora sob algumas oscilaes, entre dezembro de
2001 e setembro de 2008, o preo do Watt de pico decaiu cerca de 12% na Europa e,
aproximadamente, 11% nos Estados Unidos, confirmando a tendncia de reduo dos
preos associados gerao fotovoltaica de energia eltrica.
1.5 CONCLUSO
Neste captulo foram apresentados sumariamente alguns aspectos relacionados
tecnologia fotovoltaica. Verificou-se que em pouco menos de dois sculos, as clulas
fotovoltaicas evoluram significativamente, de modo que o desenvolvimento de novos
materiais permitiu que a eficincia de converso, em laboratrio, passasse de 6% em 1953
para 40% em 2008.
Ainda, constatou-se que o aumento da produo e a reduo dos custos so visveis
e que, na medida em que a potncia fotovoltaica instalada no planeta aumenta, o preo do
Watt gerado decresce.
Por fim, justifica-se a apresentao deste captulo em denotao informativa,
pretendendo contextualizar a tecnologia fotovoltaica.
12
CAPTULO 2
14
Figura 2-1: Silcio dopado: (a) Dopagem com elemento trivalente (Boro), criando um substrato
com falta de eltrons - tipo p ; (b) Dopagem com elemento pentavalente (Fsforo), criando um
substrato com excesso de eltrons - tipo n .
Figura 2-2: Juno pn e camada de depleo em uma clula fotovoltaica de Silcio, sob influncia
do campo eltrico E.
Uma descrio mais precisa da fsica dos semicondutores pode ser obtida em [14].
15
importante salientar que a diferena de potencial age como uma barreira difuso
dos eltrons para o lado p e lacunas para o lado n e, quanto maior a difuso dos
portadores de carga, maior ser a diferena de potencial, dado o acmulo de cargas na
camada de depleo e o aumento da intensidade do campo eltrico [14].
Uma vez em equilbrio, somente haver passagem de eltrons do lado n para o p
caso estes recebam energia de um meio externo, mais precisamente dos ftons, no caso da
foto-gerao. Assim, para compreenso total do efeito fotovoltaico, necessrio recorrer s
teorias concernentes energia transportada por um fton.
Segundo a teoria da dualidade onda-partcula [15], a luz apresenta comportamento
ora de onda ora de partcula, dependendo do foco da anlise. Quando analisada como onda,
a luz constitui uma radiao eletromagntica que viaja no vcuo velocidade constante de
aproximadamente c = 3 10 8 m / s . Sob o ponto de vista corpuscular, a luz constituda de
pacotes de energia, denominados ftons, que podem ser caracterizados atravs da equao
(2.1), em que h = 4,138 10 15 eV s representa a constante de Planck e a freqncia de
vibrao.
E fton = h
(2.1)
Quando uma clula fotovoltaica exposta luz solar, os ftons chocam-se aos
eltrons da rede cristalina do Silcio extrnseco, fornecendo-lhe energia. Caso a energia do
fton incidente E fton seja igual ou superior a energia de banda proibida EG 4 do
semicondutor, os eltrons conseguiro alcanar a banda de conduo, tornando-se livres e,
na presena de um caminho fechado entre a clula fotovoltaica e uma carga qualquer,
haver circulao de corrente eltrica.
(2.2)
eltron para que deixe a banda de Valncia e passe de Conduo, tornando-se livre.
16
E fton
h
EG
h
(2.3)
Para o tomo de Silcio, a energia de banda proibida vale EG = 1,12eV , deste modo,
tem-se:
1,12
= 270,66 10 12 Hz
-15
4,13810
(2.4)
Para que uma anlise possa ser feita a partir do resultado da equao (2.4),
apresenta-se a Figura 2-3, que ilustra o especto eletromagntico desde as ondas de rdio
aos raios gama.
Sobrepondo a freqncia = 270,66 1012 Hz ao espectro eletromagntico, verificase que se enquadra no patamar inferior do espectro infravermelho ( 1012 Hz ), ou seja,
qualquer onda eletromagntica com freqncia superior a este patamar, inclusive dentro do
espectro visvel, tem energia suficiente para garantir a ocorrncia do efeito fotovoltaico, em
uma clula de Silcio.
Sumarizando toda a teoria envolvida, recorre-se Figura 2-4, que ser retomada
posteriormente, quando a anlise da clula fotovoltaica, no que concerne ao seu circuito
eltrico equivalente, for realizada.
17
18
1
cos
(2.5)
Figura 2-6: Determinao do ndice de Massa de Ar em funo do ngulo zenital entre a Terra e o
raio solar incidente..
Evidencia-se, a partir da anlise da Figura 2-6 e da equao (2.5), que quanto maior
o ngulo , menor ser a componente direta da radiao incidente na superfcie da Terra.
Apenas por mrito exemplificativo, em um dia de cu claro a uma inclinao = 48, 2 (ou
AM = 1,5 ) tem-se S = 1000W / m 2 [17].
Acentua-se que fora da atmosfera terrestre a radiao mdia constante e
representada pelo ndice AM0 [18].
19
20
21
Figura 2-9: Curvas I V para o mdulo KC 200GT : (a) sob radiao constante e diferentes
temperaturas; (b) sob temperatura constante e diferentes radiaes.
Existem alguns pontos especficos nas curvas apresentadas, cujos valores fornecidos
pelo fabricante geralmente contemplam o STC (ver item 2.6). A
22
ou nuvens pouco densas que dispersam os raios solares tornando-os difusos, diminuindo a
potncia gerada. J o sombreamento abrupto ocorre quando os raios solares so
interrompidos, no alcanando a superfcie da clula. Neste caso, existe a possibilidade de
23
2.8 CONCLUSO
Este captulo teve por objetivo introduzir os conceitos mais importantes e
imprescindveis abordagem, sob o ponto de vista da modelagem matemtica, da clula,
mdulo e arranjo fotovoltaico.
Foram apresentados os conceitos de radiao, temperatura e massa de ar, j que so
estes os trs parmetros que mais influenciam na corrente, tenso e potncia de sada de
dispositivos fotovoltaicos.
Roberto Francisco Coelho, Eng.
24
CAPTULO 3
3 MODELAGEM DOS MDULOS E ARRANJOS
FOTOVOLTAICOS
3.1 INTRODUO
Em Eletrnica de Potncia, perante a complexidade cada vez maior das estruturas
estudadas, a simulao tornou-se uma ferramenta essencial ao projetista, permitindo
comprovar a teoria desenvolvida e validar os modelos, antes do desenvolvimento prtico.
Referindo-se aos mdulos (ou arranjos) fotovoltaicos, a no existncia de um
modelo acurado, agregado aos principais simuladores utilizados, inviabiliza investigaes
mais profundas, via simulao, a respeito das variaes de radiao e temperatura nas
grandezas de sada: tenso, corrente e potncia.
Prope-se, neste trabalho, o desenvolvimento de um bloco construtivo voltado
simulao que seja capaz de fornecer com preciso as curvas caractersticas de sada I V
dos dispositivos fotovoltaicos, para qualquer condio de radiao e temperatura.
Este captulo esta dividido basicamente em trs partes: na primeira, sero levantados
os circuitos eltricos equivalentes que representam a clula, o mdulo e o arranjo
fotovoltaico. Na segunda, ser realizada a modelagem matemtica de tais circuitos e, por
fim, na terceira parte, sero efetuadas simulaes vislumbrando validar os modelos obtidos.
26
27
Figura 3-3: Circuito eltrico equivalente para clulas fotovoltaicas contemplando parmetros de
perdas.
Esta condio plausvel, visto quer no processo de fabricao as clulas so produzidas com caractersticas
muito semelhantes [23].
28
anlise, a Figura 3-6 ilustra alguns passos no processo de reduo do circuito equivalente,
tendo como resultado uma forma simplificada, porm, com as mesmas caractersticas
eltricas do circuito original.
Figura 3-6: Reduo gradual do circuito eltrico equivalente composto por clulas
fotovoltaicas idnticas em srie.
29
Figura 3-7: Circuito eltrico equivalente resultante da associao em srie, em sua forma
compacta final.
A partir da comparao da Figura 3-7 com a Figura 3-6 (b) trs relaes
importantes podem ser obtidas, conforme mostra a equao (3.1).
I Phmdulo = I Phcel
I mdulo = I cel
(3.1)
VDmdulo = nS VDcel
(3.2)
RSmdulo = nS RScel
(3.3)
(3.4)
(3.5)
Vmdulo = nS Vcel
(3.6)
30
Clula Fotovoltaica
Mdulo Fotovoltaico
Nmero de clulas
nS
Resistncia
srie
Resistncia
paralela
Corrente fotogerada
Tenso de
sada
RScel
RSmdulo = nS RScel
RPcel
RPmdulo = nS RPcel
I Phcel
I Phmdulo = I Phcel
Vcel
Vmdulo = nS Vcel
I cel
I mdulo = I cel
Corrente de sada
31
Figura 3-10: Associao de clulas fotovoltaicas em paralelo com interligao dos pontos
equipotenciais.
32
(3.7)
VDmdulo = VDcel
Ainda, aludindo aos parmetros de perdas, estabelecem-se as seguintes relaes:
RPmdulo =
RPcel
RSmdulo =
RScel
nP
(3.8)
nP
(3.9)
RScel
nP I cel = VDcel RScel I cel
nP
(3.10)
(3.11)
33
Tabela 3-2: Principais parmetros do mdulo fotovoltaico obtido por conexo paralela de clulas
fotovoltaicas.
Parmetros
Clula Fotovoltaica
Mdulo Fotovoltaico
Nmero de Clulas
nP
Resistncia
srie
RScel
RSmdulo =
Resistncia
paralela
RPcel
RPmdulo =
Corrente foto-gerada
I Phcel
I Phmdulo = nP I Phcel
Tenso de
sada
Vcel
Vmdulo = Vcel
Corrente de sada
I cel
I mdulo = n p I cel
RScel
nP
RPcel
nP
34
Figura 3-15: Circuito eltrico equivalente oriundo da associao mista de clulas fotovoltaicas, na
sua forma compacta.
35
Tabela 3-3: Principais parmetros do mdulo fotovoltaico obtido por conexo mista de clulas
fotovoltaicas idnticas.
Nmero de Clula em
paralelo
Nmero de clulas em
srie
Clula Fotovoltaica
Mdulo Fotovoltaico
nP
nS
n
= S RScel
nP
n
= S RPcel
nP
Resistncia
srie
RScel
RSmdulo
Resistncia
paralela
RPcel
RPmdulo
Corrente foto-gerada
I Phcel
I Phmdulo = nS I Phcel
Tenso de
sada
Corrente de
sada
Vcel
Vmdulo = nS Vcel
I cel
I mdulo = nS I Phcel
36
Mdulo
Fotovoltaico
Conexo
Srie
Mdulos em
paralelo
Mdulos em
srie
Conexo Paralela
Conexo Mista
NP
NP
NS
RSarranjo = N S RSmdulo
RSarranjo =
RSmdulo
RParranjo =
RPmdulo
RSarranjo
NS
N
= S RSmdulo
NP
Resistncia
srie
RSmdulo
Resistncia
paralela
RPmdulo
Corrente
foto-gerada
I Phmdulo
I Pharranjo = I Phmdulo
I Pharranjo = N P I Phmdulo
Tenso de
sada
Corrente de
sada
Vmdulo
Varranjo = N S Vmdulo
Varranjo = Vmdulo
Varranjo = N S Vmdulo
I mdulo
I arranjo = I mdulo
I arranjo = N P I mdulo
I arranjo = N P I mdulo
RParranjo = N S RPmdulo
NP
NP
RParranjo =
NS
RPmdulo
NP
I Pharranjo = N P I Ph
mdulo
37
(3.12)
I Phmdulo =
S
S
ref
ref
I Ph
mdulo
(3.13)
ref
Verifica-se que, como S ref e I Ph
so grandezas fixas, a corrente foto-gerada
mdulo
uma funo direta da radiao, estando, em parte, de acordo com a teoria apresentada no
item 2.7.4. Diz-se em parte, j que a referida equao no contempla o efeito da
temperatura na corrente foto-gerada. Uma proposta mais precisa para determinao de
I Phmdulo , contemplando os efeitos tanto da radiao quando da temperatura, apresentada
S
S
ref
ref
1 + u I (T Tref ) I Ph
mdulo
(3.14)
38
I Dmdulo
VDmdulo
= I 0 e AVT 1
(3.15)
VT =
k T
q
(3.16)
T
I 0 = I 0ref
Tref
nS EG 1
1
A VT V ref
(3.17)
VTref =
k T ref
q
(3.18)
Deste modo, substituindo as equaes (3.16) e (3.18) em (3.17) e, por fim, levando
o resultado obtido em (3.15), determina-se:
39
I Dmdulo = I
ref
0
T
ref e
T
nS EG 1
1
Ak ref T
T
q(VDmdulo )
e Ak T 1
(3.19)
Uma vez encontrada a equao que descreve a corrente no diodo Dmdulo , parte-se
determinao da corrente na resistncia paralela: I RPmdulo , que pode ser realizada analisando
o circuito eltrico equivalente da Figura 3-18, de modo a se obter a equao apresentada
em (3.20).
VRPmdulo = VDmdulo = Vmdulo + RS mdulo I mdulo
(3.20)
Mas, como:
I RPmdulo =
VRPmdulo
(3.21)
RPmdulo
I RPmdulo =
(3.22)
RPmdulo
Finalmente, a corrente I mdulo pode ser representada, em sua forma final, pela
equao (3.23), mediante a substituio de (3.14), (3.19), (3.20) e (3.22) em (3.12).
I mdulo =
S
ref
1 + uI (T Tref ) I Ph
mdulo
S ref
3
ref
0
T
ref e
T
nS EG 1
1
Ak ref T
T
(3.23)
40
Na condio de curto circuito, especificada nas condies de referncia, estabelecese as seguintes relaes:
T = T ref
S = S ref
I mdulo = I
(3.24)
ref
cc
Vmdulo = 0V
Logo, aplicando os resultados da equao (3.24) em (3.23), encontra-se:
ref
I ccref = I Ph
I 0ref
mdulo
q RS mdulo Iccref
RS
I ccref
Ak T
e
1 mdulo
RPmdulo
(3.25)
RPmdulo
Assim, tem-se:
ref
I Ph
I ccref
mdulo
(3.26)
(3.27)
Vmdulo = Vcamdulo
ref
cc
ref
0
qVcamdulo
Vca
e Ak T 1 mdulo
RPmdulo
(3.28)
I
I
ref
0
ref
cc
=
e
Vcaref
RPmdulo
ref
q Vca
Ak T
(3.29)
1
Roberto Francisco Coelho, Eng.
41
Por fim, repetindo o procedimento, porm agora com base nas especificaes de
mxima potncia, tem-se:
T = T ref
S = S ref
(3.30)
ref
I mdulo = I mp
ref
Vmdulo = Vmp
ref
ref
RS
I
qVmp
ref
ref
mdulo mp
RS mdulo I mp
Vmp
Ak T
e
1
RPmdulo
(3.31)
V ref RS I ref
mp
mp
Ak T
>> 1 ,
A=
VTref
ref
ref
Vmp
+ RSmdulo I mp
ref
ref
I cc I mp
RPmdulo
ln
Vcaref
ref
I cc
RPmdulo
(3.32)
42
modelo.
Tipicamente, a resistncia srie de uma clula de Silcio RScel est enquadrada entre
0, 01 e 0,1 , enquanto a resistncia paralela RPcel (tambm de uma clula) se estabelece
no patamar ente 200 e 800 [19], [23], no esquecendo que idealmente RScel 0 e
RPcel .
Alm disso, importante recordar as duas relaes apresentadas na Tabela 3-3,
conforme segue em (3.33).
RS painel =
RPpainel
nS
RScel
nP
n
= S RPcel
nP
(3.33)
43
Vmp
26,3V
I mp
7,61A
Vca
32,9V
I cc
8,21A
Corrente de curto circuito
Coeficiente de temperatura
uI
3,18 10 -3 A / C
da corrente
Especificaes a S = 800W / m 2 , T = 47C e AM = 1,5
Pmp
142,2W
Potncia mxima
Tenso de mxima potncia
Vmp
23,2V
I mp
6,13A
44
Figura 3-20: Curvas caractersticas traadas para as seguintes condies: (a), (b): S = 1000W / m 2 ,
T = 25 C ; (c), (d): S = 800W / m 2 , T = 47 C .
A partir da leitura dos pontos em destaque nas curvas da Figura 3-20 (a), (b), (c) e
(d) possvel estabelecer uma comparao numrica entre os resultados simulados e
45
Tabela 3-6: Comparao entre os resultados no ponto de mxima potncia referente s curvas
obtidas via simulao e fornecidas pelo fabricante.
Grandeza
Fabricante
Modelo
Erro absoluto7
Erro relativo8
Vmp
T = 25 C
S =1000W / m2
[V ]
26,3
26,3
0%
I mp
T = 25 C
S =1000W / m2
[ A]
7, 61
7, 61
0%
Pmp
T = 25 C
S =1000W / m2
[W ]
200,1
200,1
0, 0
0%
I cc
T = 25 C
S =1000W / m 2
[ A]
8, 21
8, 21
0%
Vca
T = 25 C
S =1000W / m2
[V ]
32,9
32,9
0%
Vmp
T = 47C
S = 800W / m2
[V ]
23, 2
23,5
0,3
1, 29%
I mp
T = 47 C
S = 800W / m2
[ A]
6,13
6, 059
0, 071
1,16%
Pmp
T = 47 C
S = 800W / m2
[W ]
142, 2
142, 4
0, 2
0,14%
X fabricante X simulado
X fabricante
46
Para obter as curvas, o mdulo fotovoltaico a ser caracterizado conectado ao MiniKLA para que sua tenso e corrente de sada sejam monitoradas. Ainda, atravs de um
sensor com dupla funo (piranmetro e termmetro) so recolhidas informaes referentes
radiao solar e temperatura na superfcie do mdulo. Os dados armazenados no aparelho
so facilmente transferidos para o computador atravs de uma conexo serial. Apesar de o
fabricante fornecer um software, denominado Mini-Les, para pr-visualizao das curvas,
conforme ilustra a Figura 3-22, as mesmas podem ser podem ser transferidas a programas
difundidos, como Excel e MATLAB .
Figura 3-23: Comparao entre resultados obtidos via simulao e experimentalmente: (a) curva
I V ; (b) curva P V .
47
mdulo
S ref
NS
RS
I
N S nS EG 1
1 q Vmdulo +
mdulo mdulo
3
NP
A
k
T
T ref
Ak T
I 0ref ref e
e
1
T
N
Vmdulo + S RS mdulo I mdulo
NP
NS
RPmdulo
NP
I mdulo =
(3.34)
48
NP
Vmp [V]
473,40
I mp [A]
22,83
Pmp [W]
10,81kW
Vca [V]
592,20
I cc [A]
24,63
49
3.4 CONCLUSO
Neste captulo, de relevncia fundamental ao seguimento do trabalho, foi
apresentada toda teoria necessria para que um modelo preciso, capaz de reproduzir com
fidelidade as curvas caractersticas de sada de um mdulo ou arranjo fotovoltaico, fosse
desenvolvido.
Em um primeiro momento foram levantados os circuitos eltricos equivalentes
referentes s clulas, mdulos e arranjos fotovoltaicos. Os circuitos eltricos contemplaram
associaes srie, paralela e mista, considerando clulas idnticas (para obteno dos
mdulos) e mdulos idnticos (na obteno dos arranjos).
Secundariamente, o equacionamento dos circuitos eltricos possibilitou a obteno
de modelos acurados, capazes de prever a influncia da radiao e temperatura na tenso
corrente e potncia de sada dos dispositivos fotovoltaicos.
A comparao entre os resultados de simulao com os fornecidos pelo fabricante e
experimentais, comprovou a preciso do modelo, j que nos trs casos, praticamente houve
50
CAPTULO 4
4 TCNICAS DE RASTREAMENTO DE MXIMA POTNCIA
4.1 INTRODUO
Os mdulos fotovoltaicos apresentam, por si s, rendimentos no expressivos, da
ordem de 15%. Matematicamente, a eficincia de converso dada pela razo entre a
potncia eltrica gerada ( Peltrica ) e a radiao solar incidente ( S ) sob a rea do mdulo, ou
seja:
mdulo =
Peltrica
S rea
(4.1)
mdulo =
200
= 14,1%
1000 1,42
(4.2)
52
53
Atravs da anlise da Figura 4-2 (c), nota-se que cada valor de carga ( Ra , Rb e Rc )
estabelece um ponto distinto de interseco e, somente em casos especficos, onde o ponto
de mxima potncia (MPP Maximum Power Point) e de operao so coincidentes, a
potncia transferida do mdulo carga ser maximizada.
Evidentemente, como a curva de gerao dos mdulos fotovoltaicos (Figura 4-2
(a)) extremamente dependente de fatores climticos aleatrios, sem que seja empregada
uma tcnica para garantir que o sistema atue no MPP, pouco provvel que isso ocorra
naturalmente, de forma que o sistema estar sempre subutilizado, operando com eficincia
aqum da mxima possvel.
Para solucionar este problema, comumente so utilizados circuitos capazes de
modificar o ponto de operao do conjunto mdulo-carga, estabelecendo a mxima
transferncia de potncia sob qualquer condio. Estes circuitos, denominados de
Rastreadores de Mxima Potncia, so obtidos pela interpolao, entre o mdulo
fotovoltaico e a carga, de um conversor CC-CC, conforme se verifica na representao da
Figura 4-3.
Figura 4-3: Mdulo fotovoltaico interligado carga por meio de um conversor CC-CC.
Ressalta-se, de antemo, que a tenso na carga Vcarga expressa pela equao (4.3),
independentemente do conversor CC-CC estudado.
Vcarga = Rcarga I carga
(4.3)
Vcarga
Vmdulo
=D
(4.4)
54
GI =
I carga
I mdulo
1
D
(4.5)
I mdulo
D
(4.6)
(4.7)
Vmdulo
I mdulo
equivalente total vista dos terminais do mdulo fotovoltaico. Essa resistncia ser
denominada de resistncia efetiva de entrada, e representada por Rei (D, Rcarga ) , permitindo
exprimir a equao (4.7) de acordo com (4.8).
Rcarga
(4.8)
D2
De forma simples, a resistncia efetiva de entrada Rei ( D, Rcarga ) pode ser entendida
como uma resistncia varivel, cujo valor depende da resistncia de carga Rcarga e da razo
cclica D , culminado na representao da Figura 4-4.
Figura 4-4: Resistncia efetiva Rei (D, Rcarga ) vista do mdulo fotovoltaico.
55
Figura 4-5: Curva de carga referente resistncia equivalente de entrada Rei (D, Rcarga ) .
Da anlise da referida figura, percebe-se que o ngulo Rei (D, Rcarga ) representa a
inclinao da curva de carga (coeficiente angular) em relao abscissa, podendo ser
expresso de acordo com a equao (4.9).
1
(4.9)
R (D, R
carga )
ei
Agora, substituindo a equao (4.8) em (4.9), encontra-se uma expresso para
calcular o ngulo Rei (D, Rcarga ) em funo da razo cclica D do conversor e da resistncia
de carga Rcarga , tal como traz a equao (4.10).
D2
(4.10)
R
carga
Aqui, torna-se evidente como o conversor CC-CC consegue atuar sempre buscando
(4.11)
56
(4.12)
Por outro lado, quando a razo cclica unitria ( D = 1 ), o ngulo Rei (D, Rcarga )
torna-se funo exclusiva da resistncia de carga Rcarga , ou seja:
1
R
carga
(4.13)
Desta forma, os limites tericos do ngulo Rei (D, Rcarga ) so estipulados de acordo
com a equao (4.14).
1
0 < Rei (D, Rcarga ) < atan
R
carga
(4.14)
Rei (D, Rcarga ) = 0 . A Figura 4-6 retrata os limites de Rei (D, Rcarga ) e as duas possveis
regies, quais sejam: regio de operao e regio proibida.
Figura 4-6: Regies de operao estipulada para o conversor Buck operando como MPPT.
Torna-se claro que caso o MPP se encontre na regio proibida, jamais ser
alcanado, visto que estar fora dos limites de operao do conversor. Este fato
extremamente importante, pois demonstra que, em alguns casos, nem a utilizao de
rastreadores de mxima potncia suficiente para levar o mdulo fotovoltaico a operar com
mxima eficincia.
Mantendo-se a mesma linha de raciocnio, todavia agora destinada ao conversor
57
GI =
Vcarga
Vmdulo
I carga
I mdulo
1
1- D
(4.15)
= 1- D
(4.16)
(4.17)
Conseqentemente:
(4.18)
1
(1- D)2 R
carga
(4.19)
1
R
carga
(4.20)
(4.21)
Desta forma, Rei (D, Rcarga ) fica estabelecido de acordo com (4.22).
1
atan
R
carga
(4.22)
58
Figura 4-7: Regies de operao estipulada para o conversor Boost operando como MPPT.
(4.23)
Rcarga
(4.24)
D2
D2
R
carga
(4.25)
Rcarga
(4.26)
GV 2
GV 2
R
carga
(4.27)
1
1- D
(4.28)
1
(1- D)2 R
carga
(4.29)
(4.30)
59
Rcarga
(4.31)
GV 2
GV 2
Rei (GV , Rcarga ) = atan
R
carga
(4.32)
Desta forma, comparando as equaes (4.26) com (4.31) e (4.27) com (4.32),
verifica-se que quando a resistncia efetiva de entrada e o ngulo de inclinao da curva de
carga so expressos em funo da caracterstica esttica de tenso GV , obtm-se equaes
similares tanto para o conversor Buck quanto para o Boost. Este fato leva generalizao
da teoria, ou seja, uma vez conhecida a caracterstica esttica de tenso GV de um
conversor, ambos Rei (GV , Rcarga ) e Rei (GV , Rcarga ) , ficam determinados.
De acordo com [31], os conversores CC-CC Buck-Boost, Ck, Sepic e Zeta
apresentam a mesma caracterstica esttica de tenso, representada de acordo com a
equao (4.33).
GV =
D
1- D
(4.33)
Portanto, mediante o emprego das equaes (4.31) e (4.32), facilmente determinamse as equaes (4.34) e (4.35).
Rei ( D, Rcarga ) =
(1 D) 2 Rcarga
(4.34)
D2
D2
(1- D)2 R
carga
(4.35)
(4.36)
(4.37)
(4.38)
60
Figura 4-8: Regio de operao estipulada para os conversores Buck-Boost, Ck, Sepic e Zeta
operando como MPPT.
GV
Rcarga
Buck
Boost
1
1 D
Rcarga
Buck-Boost,
Ck, Sepic e
Zeta
D
1 D
Rcarga
GV
GV
GV
R ei (GV , Rcarga )
G 2
atan V
R
carga
1
0 < Rei (D, Rcarga ) < atan
R
carga
G 2
atan V
R
carga
1
atan
Rcarga
G 2
atan V
R
carga
61
62
Tenso Constante;
Perturba e Observa;
Condutncia Incremental;
63
Figura 4-9: Caracterstica P V com pontos de mxima potncia conectados, sob temperatura
constante.
imposto, o ponto de operao ocorrer em d , aumentando ainda mais o erro entre o ponto
de operao e de mxima potncia.
64
Figura 4-10: Caracterstica P V com pontos de mxima potncia conectados, sob radiao
constante.
Vgramp
representa a tenso de
65
segunda iterao inicia-se quando uma pequena perturbao D causada na razo cclica
sob a forma de incremento ( D (n) = D (n - 1)+ D ) ou decremento ( D (n) = D(n - 1) - D ),
de forma que a tenso, corrente e potncia de sada passam a ser denotados por V (n) , I (n)
e P (n) = V (n) I (n) . Se, aps a perturbao P = P (n) P (n - 1) > 0 , conclui-se que o
sistema caminha na direo mxima potncia e o sentido da perturbao deve ser
66
mantido. Caso ocorra o contrrio, ou seja, P = P(n) - P(n - 1) < 0 , o sistema est na direo
oposta maximizao da potncia, desta maneira, o sentido da perturbao deve ser
alterado.
Evidentemente, determinar o tamanho do passo D exige escolher entre qualidade
da resposta dinmica ou em regime permanente, e nunca ambas. Para entender por que isso
ocorre, recorre-se a anlise da Figura 4-12.
Figura 4-12: Comparao entre o rastreamento de mxima potncia para diferentes valores do
passo D : (a) e (b) Passo reduzido; (c) e (d) Passo elevado.
Pela anlise da Figura 4-12 verifica-se que pequenos valores de D fazem que a
ondulao Vmdulo em torno do ponto de mxima potncia Vmp seja reduzida, enquanto um
maior tempo t RP decorra at que este ponto seja alcanado. Nestas condies, a tcnica
Perturba e Observa apresenta boa resposta em regime permanente e m resposta em regime
67
nstep
(4.39)
f MPPT
Nesta equao nstep representa o nmero de vezes em que a razo cclica deve ser
incrementada ou decrementada at que o ponto de mxima potncia seja encontrado,
enquanto f MPPT representa a freqncia com que os incrementos ou decrementos so
realizados. Teoricamente, quanto maior o valor da freqncia f MPPT mais rpido ser o
rastreamento, contudo, o valor desta grandeza est atrelado dinmica do capacitor de
barramento Cbar , comumente inserido na entrada do conversor CC-CC. Assim, a constante
de tempo do capacitor limita a freqncia f MPPT no patamar superior, j que antes de cada
novo incremento/decremento da razo cclica, preciso garantir que o capacitor Cbar esteja
operando em regime permanente.
importante ressaltar que na anlise apresentada, considerou-se a excurso do
ponto de operao do mdulo fotovoltaico sob a mesma curva caracterstica P V , ou seja,
na ausncia de variaes de radiao e temperatura. Evidentemente, na prtica, radiao e
temperatura variam constantemente, todavia, como a inrcia trmica elevada, as variaes
de temperatura na superfcie do mdulo ocorrem lentamente, de modo que o MPPT
consegue sempre responder adequadamente. Em contrapartida, as variaes de radiao
podem ocorrer abruptamente e, nesse caso, pode haver erro de seguimento, de forma que,
at que a perturbao seja cessada, o sistema opera fora do MPP.
Para ilustrar o exposto, considera-se a Figura 4-13, em que trs situaes de
radiao so propostas. Considerando que o sistema est operando no ponto A , esperado
que sob variaes de radiao ele siga a linha do MPP, mantendo-se sempre no ponto de
mxima potncia. Porm, se imediatamente aps o sistema ter incrementado a razo cclica
68
radiao (da condio 1 para a condio 2), o MPPT entender que a ao possibilitou a
elevao da potncia de sada e manter o sentido da perturbao na razo cclica,
alterando-a de forma que, na prxima iterao, a tenso fique estabelecida em C . Mais uma
vez, se houver mudana da radiao da condio 2 para a condio 3 , o MPPT manter o
sentido da perturbao, afastando-se progressivamente da linha de mxima potncia, de
forma que a tenso de sada do mdulo fotovoltaico se torne cada vez menor, tendendo ao
curto circuito.
O mesmo efeito pode ocorrer aps o decremento da razo cclica (passagem da
tenso do ponto A ' para B ' e de B ' para C ' ), contudo, neste caso a tenso de sada tornarse- cada vez maior, tendendo ao circuito aberto.
69
P
.
V
dP
V percebe-se que h duas regies bem
dV
definidas: a direita do MPP (regio com derivada negativa) e, a esquerda do MPP (regio
70
Figura 4-15: Curva da potncia e derivada da potncia em relao tenso para um mdulo
fotovoltaico qualquer.
dP
> 0 , o mdulo fotovoltaico
dV
est atuando aqum da tenso para qual ocorre a mxima potncia Vmp , desta forma, o
MPPT deve atuar diminuindo a razo cclica D do conversor de forma a elevar a tenso de
dP
< 0 , o ponto de operao fica especificado alm do
dV
MPP, desta forma, o MPPT deve elevar a razo cclica, deslocando o ponto de operao
dP
= 0 , j que
dV
71
(4.40)
dP
d
dI
I
=
[V I ] = I + V = I + V
dV dV
dV
V
(4.41)
(4.42)
V = V (n) V (n 1)
I (n) I (n 1)
dP
= I ( n) + V ( n)
dV
V (n) V (n 1)
(4.43)
I I (n)
+
=0
V V (n)
dP
= 0 , tem-se:
dV
(4.44)
A equao (4.44) pode ser utilizada como condio que representa a operao do
sistema no MPP.
Adicionalmente, o passo D , conforme outrora mencionado, fica definido pela
equao (4.45).
D = kinc
dP
dV
(4.45)
72
dP
dV
=
max
dP
. Assim:
dV Vca
Dmax
dP
dV V =Vca
(4.46)
73
4.4 CONCLUSO
Perante o estudo apresentado, verificou-se que to importante quanto a escolha
adequada do conversor CC-CC utilizado para rastreamento da mxima potncia, a tcnica
empregada para deteco do MPP. Neste captulo, trs tcnicas distintas foram abordadas,
visando estabelecer as vantagens e desvantagens de uma em relao s outras.
Percebeu-se que o mtodo da Tenso Constante pode ser entendido como uma
tcnica de pseudo-rastreamento, uma vez que no h busca efetiva do ponto de mxima
potncia, mas sim, o grampeamento da tenso de sada do mdulo fotovoltaico nas
proximidades deste ponto.
O mtodo Perturba e Observa apresentou-se como uma alternativa mais eficaz de
rastreamento, visto que o MPP procurado constantemente. Contudo, observaram-se dois
inconvenientes: o primeiro refere-se escolha entre velocidade de rastreamento e
oscilaes em regime permanente e, a segunda, ao fato de o sistema no conseguir realizar
o rastreamento sob mudanas abruptas de radiao, o que implica em reduo da eficincia
de converso em dias parcialmente nublados.
A tcnica da Condutncia Incremental mostrou-se a mais eficiente entre as trs, j
que capaz de detectar o ponto exato de ocorrncia da mxima potncia e a posio do
ponto de operao em relao ao MPP. Ainda, esta tcnica permite com que se obtenha
alta velocidade de rastreamento e muito baixa oscilao em regime permanente.
Sumarizando, neste captulo estudaram-se as tcnicas para empregar o rastreamento
de mxima potncia sob a ptica dos programas desenvolvidos, ou seja, os softwares. Nos
prximos captulos sero estudados os circuitos capazes de operar comandados por tais
programas, possibilitando o rastreamento, isto , ser dada nfase ao hardware necessrio
para desenvolvimento de um MPPT.
74
CAPTULO 5
5 CIRCUITOS AUXILIARES
5.1 INTRODUO
O projeto de um rastreador de mxima potncia vai alm da utilizao de um
conversor CC-CC e um microcontrolador para execuo dos algoritmos de rastreamento, de
forma que alguns dispositivos e circuitos auxiliares se fazem necessrios, dos quais se
citam: sensores, circuitos condicionadores de sinal, hardware do microcontrolador, circuito
de comando e, por fim, capacitor de barramento Cbar , conforme representa a Figura 5-1.
76
Representao
I N [A]
Valor
15A
Tenso de offset
Voffset [V]
2, 5
VHall [V]
Voffset 0,625
Ganho
G[V / A]
41, 6 10 3
RinP [ ]
0, 18 10 3
LinP [H]
Tenso de alimentao
VCC
13 10 9
5V
IP
IN
I mdulo
15
(5.1)
I mdulo
.
15
77
Figura 5-2: Modelo proposto para sensor Hall incluindo parmetros no ideais.
Figura 5-3: Comparao entre resultados de simulao e experimentais com a curva fornecida
pelo fabricante.
78
VHallmin = 0V
VHallmax = 0, 342V .
4, 9
= 14, 33
0, 342
(5.2)
VIPIC =
R2
(VHall Voffset )
R1
(5.3)
Na equao (5.3), VIPIC representa o sinal a ser aplicado entrada A/D do PIC. O
termo VHall Voffset responsvel pela subtrao da tenso de offset , enquanto a relao
R2
R1
(5.4)
79
(5.5)
80
Cf =
1
1
=
= 482, 5nF
2 f c R f 2 1 330 10 3
(5.6)
81
Em virtude de o nvel mximo da tenso que o mdulo pode gerar ser baixo
( Vca = 32, 9V ) e no haver necessidade do emprego de um sensor isolado, ser utilizado,
para a referida finalidade, um divisor resistivo associado a um amplificador operacional
configurado como seguidor de tenso. A representao do circuito eltrico utilizado para
leitura e condicionamento do sinal de tenso de sada do mdulo fotovoltaico apresentado
na Figura 5-8.
V
Vmdulo
Rdiv2
Rdiv1 + Rdiv 2
(5.7)
4, 9
= 0, 149
32, 9
(5.8)
1 KVPIC
Rdiv1 = Rdiv 2
= 571.4k
KVPIC
(5.9)
82
Figura 5-9: Circuito para leitura e condicionamento do sinal de tenso destinado simulao no
software PSIM.
83
84
85
I g = Ciss
Rg =
V
15
= 7400 10 12
= 444mA
250 10 9
t
(5.10)
190 10 9
= 11, 7
2, 2 7400 10 12
(5.11)
tf
2, 2 Ciss
Rx = 10k
(5.12)
que a queda de tenso entre base e emissor VBET 1 do transistor T1 0, 7V , pode-se escrever:
RB =
5 0, 7
= 21, 5k
200 10 6
(5.13)
86
potencial dada por 15 VCET 1 , enquanto a corrente I CT 1 circula pelo mesmo. Deste modo,
determina-se:
RC =
15 1
= 350
40 10 3
(5.14)
Figura 5-14: Principais formas de onda obtidas para ratificao do procedimento de projeto do
circuito de comando (Simulador utilizado: PSPICE).
87
circuito proposto, tal como foi projetado, mostra-se adequado em nvel de tenso e corrente
para comandar o interruptor IRFP064 .
Esta configurao usual, visto que na maior parte das aplicaes o conjunto
mdulo fotovoltaico-capacitor gera um barramento de tenso constante que suprir um
conversor CC-CA, por exemplo.
Evidentemente, quanto maior a capacitncia de Cbar , maior ser a inrcia da tenso
de sada do mdulo Vmdulo , ou seja, mais prximo ser o comportamento do mdulo
fotovoltaico de uma fonte de tenso. Todavia, nas aplicaes envolvendo rastreamento de
mxima potncia, a tenso Vmdulo deve ser alterada juntamente com as condies climticas
e de carga, de modo que fique sempre estipulada no valor que garanta a operao do
mdulo no MPP. Deste modo, o pr-requisito para determinar o capacitor Cbar a
freqncia que com ser realizado o rastreamento, ou seja, f MPPT .
Neste trabalho, a escolha da freqncia
f MPPT
da equao (5.15).
88
t MPPT =
1
f MPPT
1
= 66 , 67ms
15
(5.15)
Desta forma, fica claro que, se a cada intervalo tMPPT a tenso de sada do mdulo
fotovoltaico no estiver estabilizada (regime permanente), o MPP jamais ser encontrado.
Este fato limita a mxima capacitncia a ser empregada no barramento, e cria a condio de
escolha de Cbar , uma vez que este capacitor deve responder a variaes de radiao e
temperatura com relativa velocidade, estabilizando-se em um intervalo de tempo inferior a
5.2 CONCLUSO
Neste captulo foram apresentados os circuitos auxiliares necessrios para o
desenvolvimento prtico do circuito rastreador de mxima potncia, incluindo desde a
leitura das grandezas de sada dos mdulos fotovoltaicos at a gerao dos pulsos de
comando do interruptor do conversor CC-CC.
O funcionamento adequado dos circuitos auxiliares fundamental ao correto
rastreamento de mxima potncia, uma vez que determina todos os ganhos relacionados s
grandezas tenso e corrente, de forma que, se no forem devidamente ajustados, podem
levar o sistema a operar fora do MPP.
Nos prximos captulos, sero estudados os conversores Buck e Boost, ambos
aplicados ao rastreamento da mxima potncia.
CAPTULO 6
6 CONVERSOR BUCK APLICADO AO RASTREAMENTO DE
MXIMA POTNCIA
6.1 INTRODUO
Toda teoria apresentada nos captulos precedentes teve por objetivo introduzir os
conceitos necessrios ao rastreamento de mxima potncia que somente possibilitado, do
modo como est sendo conduzido este trabalho, com a utilizao de conversores CC-CC.
Neste captulo ser desenvolvido o projeto de um conversor Buck operando no
modo de conduo contnua (MCC), proposto para fazer a interface entre o mdulo
fotovoltaico e a carga, de maneira a possibilitar a operao no MPP.
Simplificadamente, o captulo subdivide-se em quatro partes: na primeira
realizado o projeto dos elementos de potncia, em que os capacitores, indutores, diodos e
interruptores que compem o conversor Buck sero dimensionados. A comprovao dos
resultados em malha aberta apresentada via simulao e comprovada experimentalmente;
na segunda parte ser estabelecida a regio de operao do conversor Buck; na terceira,
alguns resultados de simulao sero apresentados com objetivo de validar o modelo
proposto e, por fim, na quarta parte, apresentar-se- os resultados experimentais obtidos a
partir da construo de um prottipo.
90
91
As especificaes de projeto so
Representao
PE [W ]
Valor
200
Tenso de entrada
VE [V ]
26 , 3
Corrente de entrada
I E [ A]
7 , 61
Tenso de sada
Vcarga [V]
Rendimento
Freqncia de comutao
12
0, 95
f S [ Hz ]
VCEmax [V ]
40 10 3
0, 1 VE
I LEmax [ A]
0, 1 I E
I LOmax [ A]
0, 1 I carga
D=
VE
12
=
= 0, 456
Vcarga 26 , 3
(6.1)
(6.2)
(6.3)
(6.4)
(6.5)
(6.6)
(6.7)
92
I carga
15, 83
= 37 , 62 F
4 40 10 3 2, 63
(6.8)
(6.9)
CE =
4 f S VCEmax
(6.10)
93
Figura 6-3: Circuito eltrico equivalente do conversor Buck considerando-se todos os parmetros
de perda associados aos elementos passivos.
De acordo com a Figura 6-4, verifica-se que quando o conversor opera potncia
nominal, a corrente eficaz que circula pelo capacitor do filtro de entrada fica estabelecida
no patamar de I CEefmax = 7 , 52 A . Deste modo, o capacitor adotado, que suporta corrente
eficaz mxima de 8 A , pode ser utilizado sem ser danificado.
A escolha do diodo D1 pode ser feita com base nos resultados apresentados na
Figura 6-5, que traz, simultaneamente, as formas de onda da tenso e corrente aplicadas a
94
este componente.
95
(tenso reversa
conduo).
A partir da determinao de ambos, diodo D1 e interruptor S1 , possvel retomar o
circuito eltrico apresentado na Figura 6-3 e adicionar os parmetros de perda intrnsecos
aos semicondutores reais de potncia, ou seja, queda de tenso VF no diodo quando em
conduo e resistncia trmica RDSon do interruptor.
Para verificar se os resultados oriundos da simulao coincidem com os
experimentais, foi montado um prottipo e, as principais formas de onda que ratificam o
procedimento de projeto, foram adquiridas. Ressalta-se que como estes ensaios tiveram
apenas o intuito de verificar o funcionamento adequado do conversor CC-CC, foram
realizados consideram-se uma fonte de tenso contnua na entrada, conforme a Figura 6-7.
Figura 6-7: Conversor Buck proposto para simulao incluindo todos os parmetros de perda.
Valor corrigido pelas curvas do fabricante para uma temperatura de operao de aproximadamente 100 C .
96
97
Figura 6-12: Detalhe da corrente de sada ( I carga ): simulao (esquerda) e experimental (direita).
98
:
Figura 6-14: Detalhe da tenso de sada ( Vcarga ): simulao (esquerda) e experimental (direita).
(6.11)
0,456 2
0,8
= 14, 57
(6.12)
02
= 0
0,8
(6.13)
99
12
= 51,34
0,8
(6.14)
6.4 SIMULAES
As simulaes que sero apresentadas em seguida tm por objetivo comprovar toda
teoria estudada, antes que qualquer desenvolvimento prtico seja realizado. Ser verificado
100
Pmdulo so
101
Figura 6-18: Tenso Vmdulo , corrente I mdulo e potncia Pmdulo de sada do mdulo fotovoltaico com
a utilizao da tcnica da tenso constante.
102
MPP
Ponto de
operao
(simulao)
Erro absoluto
Erro relativo
Vmdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[V ]
26,3
26,3
0%
I mdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[ A]
7, 61
7, 61
0%
Pmdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[W ]
200,1
200,1
0, 0
0%
Vmdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[V]
23, 2
26,3
3,1
13,3%
I mdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[ A]
6,13
4, 55
1,58
25,8%
Pmdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[W ]
142, 2
119,8
22, 4
15, 7%
Vmdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[V]
26, 2
26, 2
0%
I mdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[ A]
6,13
6,10
0, 03
0,5%
Pmdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[W ]
160, 6
159,8
0,8
0,5%
Antes que qualquer interpretao a respeito dos resultados da Tabela 6-2 seja feita,
importante relembrar que a tenso de grampeamento foi estipulada nas condies de
referncia, ou seja, Vgramp = Vmpref = 26 , 3V . Este fato, por si s, explica o erro nulo
encontrado entre o ponto de operao do sistema e o ponto de mxima potncia, quando
S = 1000W / m 2 e T = 25 C , j que nessas condies, a tenso de grampeamento a
mesma que leva o mdulo a operar no MPP.
Pela anlise das simulaes, verifica-se que quando h a perturbao (no instante de
tempo de 5s ), a radiao e a temperatura passam, respectivamente, aos patamares de
S = 800W / m 2 e T = 47 C , havendo uma reduo significativa da potncia gerada, j que,
alm da diminuio natural da potncia devido queda da radiao, a elevao da
temperatura faz com que a tenso de grampeamento no coincida mais com a de mxima
potncia. Em outras palavras, a elevao da temperatura desloca o ponto de mxima
potncia para esquerda, levando a tenso de mxima potncia ao valor de Vmp = 23, 2V .
103
Logo, em virtude de a tenso nos terminais do mdulo estar sendo grampeada, o ponto de
operao no acompanha o deslocamento, causando a reduo da potncia gerada em
aproximadamente 16%.
Quando a temperatura de operao retorna para T = 25 C (no instante de tempo de
10s ), mesmo com a radiao se mantendo em S = 800W / m 2 , verifica-se novamente o
casamento entre a tenso de operao e de mxima potncia, de forma que o mdulo volta a
atuar nas proximidades do MPP (com erro em torno de 0,5%).
Por fim, as simulaes corroboraram a teoria apresentada nos captulos anteriores,
ratificando o fato de que o mtodo da Tenso Constante mostra-se eficaz somente nos caos
em que a temperatura de operao no se afasta demasiadamente daquela que garante a
mxima transferncia de potncia nas condies de referncia.
Figura 6-17.
Figura 6-19: Tenso Vmdulo , corrente I mdulo de sada do mdulo fotovoltaico com utilizao da
tcnica P&O.
104
Figura 6-20: Potncia Pmdulo de sada do mdulo fotovoltaico com utilizao da tcnica P&O.
MPP
Ponto de
operao
(simulao)
Erro absoluto
Erro relativo
Vmdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[V ]
26,3
26,3
0%
I mdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[ A]
7, 61
7, 61
0%
Pmdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[W ]
200,1
200,1
0%
Vmdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[V]
23, 2
23, 2
0%
I mdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[ A]
6,13
6,10
0, 03
0,5%
Pmdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[W ]
142, 2
141,9
0, 03
0, 2%
Vmdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[V]
26, 2
26,3
0,1
0, 4%
I mdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[ A]
6,13
6,10
0, 03
0,5%
Pmdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[W ]
160, 6
159,8
0,8
0,5%
Conforme pode ser verificado na Tabela 6-3, h total conformidade entre os valores
de tenso, corrente e potncia nos pontos de operao e mxima potncia. Deve-se
salientar, que foi tomado o valor mdio das grandezas no ponto de operao, uma vez que,
conforme explanado nos captulos anteriores, o mtodo P&O apresenta o inconveniente de
manter oscilaes na tenso e corrente de sada do mdulo, ainda que em regime
105
permanente.
Para tornar mais visveis estas oscilaes, ampliou-se a regio em torno do ponto
mdio na Figura 6-19, de forma a se obter a Figura 6-21.
Figura 6-21: Detalhe da tenso e corrente de sada do mdulo fotovoltaico mediante o emprego da
tcnica P&O.
Figura 6-22: Comparao entre resposta do mtodo P&O para distintos passos D : (a)
D = 0, 006 ; (b) D = 0, 01 .
106
Figura 6-23: Tenso Vmdulo , corrente I mdulo e potncia Pmdulo de sada do mdulo fotovoltaico com
utilizao da tcnica CondInc.
107
Tabela 6-4: Comparao entre resultados no MPP e os obtidos com o emprego da tcnica CondInc
aplicada ao conversor Buck atravs de simulao.
Grandeza
MPP
Ponto de
operao
(simulao)
Erro absoluto
Erro relativo
Vmdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[V ]
26,3
26,3
0%
I mdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[ A]
7, 61
7, 61
0%
Pmdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[W ]
200,1
200,1
0, 0
0%
Vmdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[V]
23, 2
23,3
0,1
0, 4%
I mdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[ A]
6,13
6, 08
0, 05
0,8%
Pmdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[W ]
142, 2
142,18
0, 02
0, 01%
Vmdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[V]
26, 2
26,3
0,1
0, 4%
I mdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[ A]
6,13
6,10
0, 03
0,5%
Pmdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[W ]
160, 6
160, 2
0, 4
0, 2%
Mais uma vez, nota-se que o sistema conseguiu rastrear a mxima potncia tal como
ocorreu quando a tcnica P&O foi empregada, contudo, neste caso, as oscilaes em
regime permanente so inexistentes, isto , uma vez encontrado o MPP, o sistema pra de
procurar, at que uma variao de radiao ou temperatura ocorra.
Para ilustrar o efeito do passo varivel, apresenta-se, na Figura 6-24, um detalhe da
Figura 6-23, que ilustra a procura pelo MPP na passagem da temperatura de T = 47 C
para T = 25 C (no instante de tempo de 10s ).
108
etapa conduz prxima, em que ser feita a verificao prtica com o intuito de confirmar
experimentalmente os resultados tericos e de simulao at o momento apresentados.
109
referncia T ref = 25 C .
110
Figura 6-27: Tenso e corrente de sada do mdulo fotovoltaico com emprego da tcnica da tenso
constante para uma radiao S = 987W / m 2 e temperatura T = 57 C .
Pmp = 168W . Logo, conclui-se que a aplicao do mtodo da Tenso Constante implica em
uma reduo de cerca de 30%, para as dadas condies de radiao e temperatura.
111
112
Figura 6-29: Tenso e corrente de sada do mdulo fotovoltaico com o emprego da tcnica P&O
para uma radiao de S = 951W / m 2 e temperatura de T = 36 C .
estabelecendo-se
os
seguintes
valores:
Vmdulo = 25V ,
I mdulo = 7 , 4 A e
Pmdulo = 185W .
Ainda, com base na referida figura, atenta-se ao afundamento da tenso, causado
pela passagem de uma nuvem durante o processo de aquisio dos resultados. Nota-se que
aps a perturbao ter cessado, o sistema voltou a rastrear a mxima potncia, retornando
praticamente ao patamar anterior.
Por fim, para verificar se as oscilaes em regime permanente e freqncia de
rastreamento obedeceram aos requisitos tericos impostos, ampliou-se a forma de onda
apresentada na Figura 6-29, de maneira a obt-la detalhadamente, conforme retrata a
Figura 6-30.
113
114
Perante a anlise das referidas figuras, nota-se que o rastreamento foi realizado com
preciso em relao aos valores tericos de mxima potncia, estabelecidos via simulao,
visto que os pontos de operao e no MPP so praticamente coincidentes e, o erro mximo,
associado potncia, ficou estabelecido abaixo de 5%.
Finalmente, sob radiao S = 980W / m 2 e temperatura T = 41 C , adquiriu-se a
forma de onda ilustrada na Figura 6-33, que retrata a tenso e a corrente de sada do
mdulo fotovoltaico.
Figura 6-33: Tenso e corrente de sada do mdulo fotovoltaico com o emprego do conversor Buck
operando sob a tcnica CondInc para S = 980W / m 2 e T = 41 C .
115
6.6 CONCLUSO
Neste captulo foi estudado o conversor Buck operando no rastreamento da mxima
potncia. Em um primeiro momento, foi realizado o projeto de potncia do referido
conversor e comprovado seu funcionamento em malha aberta. Seqencialmente, deu-se
continuidade com exaustivas simulaes visando corroborar a operao do conversor como
MPPT. Mediante os excelentes resultados obtidos, partiu-se para o desenvolvimento de um
prottipo, visando a comprovao prtica, tambm alcanada com sucesso.
A tcnica da tenso constante mostrou-se bastante coerente em aplicaes em que a
temperatura de operao fica estabelecida em torno de T = 25 C , isto porque esta
temperatura foi adotada como referncia para a escolha da tenso de grampeamento.
Verificou-se que o rastreamento, longe deste ponto, ocorre fora da mxima potncia,
evidenciando-se no erro, que se apresentou to maior quanto maior foi a temperatura de
operao do mdulo fotovoltaico.
Dentre as trs tcnicas empregadas para rastreamento, verificou-se que do ponto de
vista esttico, as tcnicas P&O e CondInc so muito semelhantes, e os erros associados ao
rastreamento so muito pequenos. Contudo, conforme previsto, o mtodo P&O apresentou
oscilaes em regime permanente, o que no ocorreu quando o mtodo CondInc foi
utilizado. Alm disso, os experimentos mostraram que a resposta do sistema a variaes
abruptas de radiao foi muito ruim quando a tcnica da Tenso Constante estava sendo
empregada, uma vez que este mtodo no permite o rastreamento enquanto as perturbaes
estiverem ocorrendo, ou seja, torna-se inapropriado em dias parcialmente nublados, onde as
variaes da radiao so comuns.
116
CAPTULO 7
CONVERSOR BOOST APLICADO AO RASTREAMENTO DE
MXIMA POTNCIA
7.1 INTRODUO
Este captulo tem por objetivo apresentar o projeto de um conversor Boost aplicado
ao rastreamento da mxima potncia em mdulos fotovoltaicos. Em virtude de os
procedimentos aplicados para alcanar tal finalidade serem muitos semelhantes aos
referentes ao conversor Buck, analisado anteriormente, este captulo ser mais objetivo,
visando no tornar as informaes redundantes e a leitura repetitiva.
Inicialmente, ser realizado o projeto de potncia do conversor Boost,
comprovando-se os resultados tericos via simulao e experimentao em malha aberta.
Em seguida, ser realizado o levantamento das regies de operao e proibida do referido
conversor, de modo que se possa estabelecer, seqentemente, os ensaios que comprovam
sua eficcia no rastreamento do ponto de mxima potncia.
118
Representao
PE [W ]
Valor
200
Tenso de entrada
VE [V ]
26 , 3
Corrente de entrada
I E [ A]
7 , 61
Tenso de sada
Vcarga [V ]
Rendimento
Freqncia de comutao
50
0, 95
f S [ Hz ]
I LEmax [ A]
40 10 3
0, 05 I E
VCOmax [V ]
0, 01 Vcarga
D = 1
VE
26.3
= 1
= 0, 474
Vcarga
50
(7.1)
(7.2)
(7.3)
(7.4)
(7.5)
(7.6)
(7.7)
119
CO =
I carga
f S VC Omax
(Vcarga VE )
Vcarga
3, 8
(50 26 , 3)
= 90, 1 F
3
40 10 0, 5
50
(7.8)
120
De acordo com a Figura 7-3 e com o critrio da corrente eficaz, conclui-se que o
capacitor CO , que suporta at 8 A eficazes pode ser utilizado para a finalidade proposta.
Para determinao do diodo D2 , utilizar-se- os resultados de simulao
apresentados na Figura 7-4.
121
A partir das referidas figuras, verifica-se que o interruptor selecionado deve suportar
uma tenso reversa mnima expressa por VS 2max = 48, 9V , alm de uma corrente mdia de
I S 2med = 3, 65 A . De acordo com as informaes apresentadas, optou-se novamente pela
utilizao do interruptor IRFP064 , com as seguintes especificaes: VDSS = 60V , I D = 70 A
e RDSon = 12, 6 m .
Dando seqncia ao procedimento, os parmetros associados ao diodo D2 e ao
interruptor S2 foram adicionados ao circuito do conversor Boost, culminando na
representao da Figura 7-7.
Figura 7-7: Conversor Boost, com parmetros de perda, proposto para simulao.
122
123
Figura 7-12: Detalhe da corrente de sada ( I carga ): simulao (esquerda) e experimental (direita).
124
Figura 7-14: Detalhe da tenso de sada ( Vcarga ): simulao (esquerda) e experimental (direita).
( 1- D )2 Rcarga
(7.9)
= 16,31
( 1- 0,474 )2 12,35
(7.10)
125
1
= 4,63
12,35
(7.11)
(7.12)
7.4 SIMULAES
As simulaes foram realizadas com o objetivo de comprovar o funcionamento do
conversor Boost atuando na busca pelo ponto de mxima potncia. O circuito completo
126
127
Figura 7-18: Tenso Vmdulo , corrente I mdulo e potncia Pmdulo de sada do mdulo fotovoltaico com
o emprego da tcnica da Tenso Constante.
128
MPP
Ponto de
operao
(simulao)
Erro absoluto
Erro relativo
Vmdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[V ]
26,3
26,3
0%
I mdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[ A]
7, 61
7, 61
0%
Pmdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[W ]
200,1
200,1
0, 0
0%
Vmdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[V]
23, 2
26,3
3,1
11,8%
I mdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[ A]
6,13
4,56
1,57
25, 6
Pmdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[W ]
142, 2
119,9
22,3
15, 7
Vmdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[V]
26, 2
26,3
0,1
0, 4%
I mdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[ A]
6,13
6, 09
0, 04
0, 7%
Pmdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[W ]
160, 6
160, 2
0, 4
0, 2%
De acordo com a Tabela 7-2, o erro relativo encontrado entre o ponto de operao
do sistema (simulao) e o MPP, conforme j havia sido confirmado para o conversor
Buck, alcana valores expressivos, chegando a 15,7% para a potncia de sada. Este fato
ocorre devido temperatura de operao, estabelecida em T = 47 C , estar muito distante
do valor de referncia, definida em T = 25 C , de forma que a tenso de mxima potncia
Vmp acaba se afastando da tenso de grampeamento Vgramp .
interessante notar tambm que os resultados apresentados na Figura 7-18 so
praticamente idnticos aos obtidos quando a tcnica da Tenso Constante foi aplicada ao
conversor Buck, cujos resultados foram retratados na Figura 6-18. Destarte, conclui-se que
se as condies de radiao, temperatura e carga impem o funcionamento do conversor
CC-CC dentro da regio de operao, o comportamento de ambos os conversores estudados
, em suma, o mesmo.
129
Figura 7-19: Tenso Vmdulo , corrente I mdulo e potncia Pmdulo de sada do mdulo fotovoltaico com
o emprego da tcnica da Perturba e Observa.
130
Tabela 7-3: Comparao entre resultados no MPP e obtidos com o emprego da tcnica P&O
aplicada ao conversor Boost atravs de simulao.
Grandeza
MPP
Ponto de
operao
(simulao)
Erro absoluto
Erro Relativo
Vmdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[V ]
26,3
26,3
0%
I mdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[ A]
7, 61
7, 61
0%
Pmdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[W ]
200,1
200,1
0, 0
0%
Vmdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[V]
23, 2
23,1
0,1
0, 4%
I mdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[ A]
6,13
6,13
0%
Pmdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[W ]
142, 2
142, 0
0, 2
0,3%
Vmdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[V]
26, 2
26, 4
0, 2
0,8%
I mdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[ A]
6,13
6, 04
0, 09
1, 4%
Pmdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[W ]
160, 6
160, 2
0, 4
0, 2%
Figura 7-20: Tenso Vmdulo de sada do mdulo fotovoltaico com o emprego da tcnica da
Condutncia Incremental
131
Figura 7-21: Corrente I mdulo e potncia Pmdulo de sada do mdulo fotovoltaico com o emprego da
tcnica da Condutncia Incremental.
A comprovao de que houve rastreamento de mxima potncia, mais uma vez, ser
feita com o emprego da comparao entre o ponto de operao e o MPP, conforme a
Tabela 7-4.
Tabela 7-4: Comparao entre resultados no MPP e obtidos com o emprego da tcnica CondInc
aplicada ao conversor Boost atravs de simulao.
Grandeza
MPP
Ponto de
operao
(simulao)
Erro absoluto
Erro Relativo
Vmdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[V ]
26,3
26,3
0%
I mdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[ A]
7, 61
7, 61
0%
Pmdulo
T = 25 C
S =1000W / m2
[W ]
200,1
200,1
0, 0
0%
Vmdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[V]
23, 2
23, 4
0, 2
0,9%
I mdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[ A]
6,13
6, 06
0, 07
1,1%
Pmdulo
T = 47 C
S = 800W / m2
[W ]
142, 2
142, 0
0, 2
0, 2%
Vmdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[V]
26, 2
26, 4
0, 2
0,8%
I mdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[ A]
6,13
6, 07
0, 06
0,9%
Pmdulo
T = 25 C
S = 800W / m2
[W ]
160, 6
160, 2
0, 4
0, 2%
132
Figura 7-22: Tenso e corrente de sada do mdulo fotovoltaico sob radiao de S = 200W / m 2 e
temperatura T = 25 C para o conversor Boost operando sob as trs tcnicas de rastreamento
estudadas.
133
134
135
Figura 7-25: Tenso e corrente de sada do mdulo fotovoltaico com emprego da tcnica da
Tenso Constante para S = 990W / m 2 e T = 53 C
aproximadamente
Pmdulo = 132W .
nos
seguintes
patamares:
Vmdulo = 26 , 3V ,
I mdulo = 5 A
grampeamento da tenso impe uma potncia cerca de 30% inferior mxima possvel.
136
mdulo
fotovoltaico,
estabelecidas
nos
seguintes
patamares:
Vmdulo = 25V ,
137
Figura 7-27: Tenso e corrente de sada do mdulo fotovoltaico com o emprego da tcnica P&O,
sob temperatura T = 37 C e radiao S = 930W / m 2 .
138
Perante a anlise da Figura 7-28, nota-se que o rastreamento foi realizado com
preciso em relao aos valores tericos de mxima potncia, estabelecidos via simulao,
visto que os pontos de operao e no MPP so praticamente coincidentes e, o erro mximo,
associado potncia, ficou estabelecido abaixo de 4%.
Finalmente, sob S = 991W / m 2 e T = 44 C , adquiriu-se a forma de onda ilustrada
na Figura 7-29, que retrata a tenso e a corrente de sada do mdulo fotovoltaico.
Figura 7-29: Tenso e corrente de sada do mdulo fotovoltaico com o emprego do conversor
Boost operando sob a tcnica CondInc.
7.7 CONCLUSO
Neste captulo, abordou-se o conversor Boost aplicado ao rastreamento de mxima
potncia de mdulos fotovoltaicos, de modo que importantes concluses puderam ser
retiradas.
Em primeiro lugar, verificou-se, atravs dos ensaios em malha aberta, que a
estrutura de potncia adequou-se perfeitamente finalidade proposta, visto a boa
conformidade entre os resultados experimentais obtidos e os de simulao.
Quanto aplicao do conversor ao rastreamento, os resultados tambm foram
positivos: sob a tcnica da Tenso Constante, notou-se certa discrepncia entre o ponto de
139
operao e o tido como de mxima potncia; contudo, este aparente erro estava previsto em
teoria, uma vez que a temperatura de operao do mdulo, quando os testes foram
realizados, apresentava-se muito acima daquela tomada como referncia para determinao
da tenso de grampeamento.
Um ponto importante a ser mencionado o fato de que o prvio conhecimento das
caractersticas solarimtricas da regio onde os mdulos sero instalados permitiria um
ajuste adequado da tenso de grampeamento, levando em conta a provvel temperatura de
operao, e no mais a temperatura de referncia, como tradicionalmente feito.
Outra opo, um pouco mais engenhosa, consiste na medio da temperatura,
atravs de um termopar, por exemplo, de modo a se compensar a tenso de grampeamento
para cada valor especfico de temperatura.
Referindo-se ao emprego da tcnica P&O, novamente houve o casamento entre os
resultados de simulao e os experimentais, fato este evidenciado nos baixos erros relativos
entre ambas as grandezas. Cabe salientar que, conforme havia sido inmeras vezes
mencionado, a tcnica Perturba e Observa causa as inconvenientes oscilaes da tenso e
corrente de sada do mdulo fotovoltaico.
Quando a tcnica da Condutncia Incremental foi aplicada, verificou-se que o
rastreamento tambm se sucedeu adequadamente, entretanto, neste caso, as oscilaes, sob
radiao e temperatura constantes, so inexistentes.
Ainda, importante mencionar o fato de que, do ponto de vista esttico, conforme
pde ser verificado nas tabelas que trouxeram os erros relativos entre o ponto rastreado e de
mxima potncia, os mtodos P&O e CondInc so muito similares. A diferena entre elas
mostra-se nos quesitos velocidade de rastreamento e oscilaes em regime permanente.
Ainda, importante citar a limitao do conversor Boost, que torna-se incapaz de
buscar o ponto de mxima potncia sob baixas radiaes, conforme havia sido previsto pela
teoria previamente apresentada e comprovada, durante as simulaes.
Nota-se ainda, que como os limites do ngulo que determina a regio de operao
do conversor Boost depende da resistncia de carga conectada ao mesmo, a simples
mudana da carga pode levar a situaes em que o MPP no ser encontrado, mesmo sob
radiaes elevadas.
140
8 CONCLUSO GERAL
O objetivo principal deste trabalho foi apresentar um sistema para rastreamento de
mxima potncia de mdulos solares fotovoltaicos, de maneira que estes dispositivos
viessem a atuar sempre com mxima eficincia, independentemente da radiao,
temperatura e carga conectada em seus terminais.
O trabalho teve incio, no primeiro captulo, com a breve apresentao de uma
reviso histrica, abrangendo a evoluo dos materiais que constituem as clulas
fotovoltaicas, as eficincias de converso, os custos associados e o aumento da produo,
desde as primeiras pesquisas at os dias atuais.
O estudo dos mdulos fotovoltaicos, propriamente ditos, iniciou-se pela abordagem
de alguns conceitos fundamentais para que pudessem ser modelados, no segundo captulo.
Alm do princpio fotovoltaico, que serviu de pilar para a obteno dos circuitos eltricos
equivalentes e do modelo do mdulo fotovoltaico destinado simulao, foram estudados
os conceitos de radiao, temperatura e massa de ar, ficando estabelecido que variaes de
radiao alteram significativamente a corrente de sada, enquanto variaes de temperatura
se fazem sentir na tenso de sada do mdulo fotovoltaico. Ainda, foram abordadas as
condies padres de teste (STC), que se referem ao conjunto de condies definidas pelos
fabricantes para realizao dos ensaios que permitem a caracterizao dos parmetros
eltricos de um mdulo fotovoltaico e, finalmente, fez-se a distino entre clula, mdulo e
arranjo fotovoltaicos.
O terceiro captulo foi iniciado pela obteno do circuito eltrico equivalente da
clula fotovoltaica e, aps o estudo e simplificaes para associ-las em srie e paralelo, a
teoria foi expandida para obteno dos circuitos eltricos equivalentes dos mdulos e
arranjos fotovoltaicos. Mediante as anlises realizadas, percebeu-se que os circuitos
eltricos encontrados somente so vlidos se todos os elementos associados (sejam clulas
ou mdulos) forem idnticos; em outras palavras, os circuitos eltricos equivalentes
encontrados representam os dispositivos reais associados somente se estes dispuserem das
142
os
modelos
de mdulos
fotovoltaicos
utilizados
em
simulaes
eram
para
conversor
Boost,
situao
complementar,
ou
seja,
atan(1 / Rcarga ) < Rei (D) < 90 . Resultados de simulao mostraram que quando o ponto de
mxima potncia no se enquadra nos referidos intervalos, o rastreamento no ocorre; deste
modo, a determinao da regio de operao pode ser tomada como critrio para determinar
o melhor conversor a ser utilizado, em virtude do deslocamento do ponto de mxima
potncia com as mudanas climticas.
Outros aspectos importantes abordados no quarto captulo condizem s tcnicas de
rastreamento. Aps terem sido levantadas as principais, as trs julgadas mais importantes
foram selecionadas: tcnica da Tenso Constante, tcnica Perturba e Observa e tcnica da
143
144
9 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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147
Edio do autor,
148
150
151
152
153
154
II
156
158
160
15V / 500mA
5V / 200mA
5V / 200mA
162
Icc := 8.21 A
Vca := 32.9 V
Corrente no MPP
Impp := 7.61 A
Tenso no MPP
Vmpp := 26.3 V
Potncia no MPP
Vi = 26.3V
Vo := 12V
Vo = 12V
Pin := Pmpp
Pin = 0.2kW
:= 0.95
Pout := Pin
Io :=
Pout
Pout = 0.19kW
Io = 15.845 A
Vo
Ii := Impp
Ii = 7.61 A
3
fs := 40 10 Hz
Per :=
1
fs
Per = 25s
Vo% := 1
ILo% := 10
VCE% := 10
ILE% := 10
Clculos Preliminares:
D :=
Vo
Vi
Po := Vo Io
Ro :=
Vo
Io
D = 0.456
Po = 0.19kW
Ro = 0.757
164
Vo :=
Vo% Vo
100
VCE% Vi
VCE :=
ILo :=
100
ILo% Io
100
ILo
ILOM := Io +
2
ILo
ILOm := Io
ILE :=
ILE% Ii
100
ILE
ILEM := Ii +
2
ILE
ILEm := Ii
Vo = 0.12V
VCE = 2.63V
ILo = 1.584 A
ILOM = 16.637A
ILOm = 15.052A
ILE = 0.761 A
ILEM = 7.991 A
ILEm = 7.229 A
CE :=
VCE
RSEmax = 3.456
ILE
Io
CE = 37.654 10
4 fs VCE
Io
LE :=
31 fs CE ILE
LE = 11.148 10
Fator de ocupao
A
J := 500
Densidade de corrente
2
cm
Bmax := 0.37T
7 H
o := 4 10
Permeabilidade Magntica
do ar
- Dimensionamento do Ncleo:
Considerando a ondulao de corrente no indutor suficientemente pequena, Tem-se:
ILEef := Ii
AeAw :=
ILEef = 7.61 A
LE ILEM ILEef
Bmax Kw J
AeAw = 0.052cm
165
A e := 31.2 mm
2
A w := 26 mm
A e A w = 0.081cm
4
Kh := 4 10
10 2
Kf := 4 10
lme := 38 mm
Comprimento mdio de
uma espira;
Ve := 1.34 cm
Volume do ncleo;
- Nmero de Espiras:
LE ILEM
Bmax A e
N := ceil
N = 8 espiras
- Dimensionamento do Entreferro:
2
:=
lg :=
N o A e
= 0.225079mm
LE
lg = 0.1125395mm
2
- Dimensionamento do Fio Condutor:
S :=
:=
ILEef
S = 1.522mm
J
7.5
cm
fs
= 0.0375cm
Max. Penetrao
d max := 2
d max = 0.075cm
Sfio := 0.004105cm
Seo do fio
2
Sfio_isolado := 0.005004cm
Rfio := 0.000561
n cond := ceil
cm
Sfio
Seo do fio+isolamento
Resistividade (100C) em
cm do fio escolhido
n cond = 4
166
- Possibilidade de Execuo:
Awmin :=
Awmin
Aw
N n cond Sfio_isolado
Aw min = 0.229cm
Kw
= 0.88
Lchicote = 0.304 m
Clculo Trmico:
- Resistncia de conduo:
Rcobre :=
Rfio Lchicote
Rcobre = 4.264 10
n cond
- Perdas Joule:
2
Pcobre = 0.247W
- Perdas magticas:
B := 0.1
Bmax
T
Kh fs + Kf fs
2.4
Pnucleo := B
Ve
1W
3
Pnucleo = 8.165 10
1 cm
- Perdas totais:
Ptotais := Pcobre + Pnucleo
Ptotais = 0.255W
A e A w
Rtnucleo := 23
4
cm
0.37
Rtnucleo = 58.257
- Elevao de Temperatura:
T := ( Pcobre + Pnucleo) Rtnucleo
K
W
T = 14.86 K
Vi
4 fs ILo
Lo = 0.104mH
167
J := 550
cm
Bmax := 0.37T
7 H
o := 4 10
- Dimensionamento do Ncleo:
Considerando a ondulao de corrente no indutor suficientemente pequena, tem-se:
ILOef := Io
ILOef = 15.845A
Lo ILOM ILOef
AeAw :=
Bmax Kw J
AeAw = 1.92cm
A e := 181 mm
A w := 157 mm
A e A w = 2.842cm
4
Kh := 4 10
10 2
Kf := 4 10
lme := 87 mm
3
Ve := 17.1 cm
- Nmero de Espiras:
Lo ILOM
Bmax A e
N := ceil
N = 26 espiras
- Dimensionamento do Entreferro:
2
:=
lg :=
N o A e
= 1.4821158mm
Lo
lg = 0.7410579mm
ILOef
S = 2.8808462mm
J
7.5
fs
cm
Max. Penetrao
= 0.0375cm
168
d max := 2
d max = 0.75mm
Sfio := 0.0041405cm
Seo do fio
2
Sfio_isolado := 0.005004cm
Rfio := 0.000561
n cond := ceil
Seo do fio+isolamento
Resistividade (100C) em
cm do fio escolhido
cm
n cond = 7
Sfio
- Possibilidade de Execuo:
Awmin :=
Awmin
Aw
N n cond Sfio_isolado
Awmin = 1.301cm
Kw
= 0.829
Lchicote = 2.262 m
Calculo Trmico:
- Resistncia de conduo:
Rcobre :=
Rfio Lchicote
Rcobre = 0.018
n cond
- Perdas Joule:
2
Pcobre = 4.551W
- Perdas magticas:
B := 0.1
Bmax
T
2.4
Pnucleo := B
Kh fs + Kf fs
Ve
1W
3
Pnucleo = 0.104W
1 cm
- Perdas totais:
Ptotais := Pcobre + Pnucleo
Ptotais = 4.655W
169
A e A w
4
cm
Rtnucleo := 23
0.37
Rtnucleo = 15.628
- Elevao de Temperatura:
T := ( Pcobre + Pnucleo) Rtnucleo
K
W
T = 72.754K
Resistores
Valor
R1
RC
27k 5% 1 W
2
1
390k 5% W
2
1k 5% 1 W
2
39k 5% 1 W
2
1
330k 5% W
2
560k 5% 1 W
2
1
100k 5% W
2
1
22k 5% W
2
390 5% 2W
Rg
12 10% - 1W
Rx
10k 10% - 1 W
2
R2
R3
R4
Rf
Rdiv _1
Rdiv _ 2
RB
Descrio
-
172
RO _ Buck
0, 8 10% - 500W
RO _ Boost
Potencimetro
Valor
Pot1
50k
Pot2
10k
Capacitor
Valor
C1
C2
100nF / 50V
10 F / 10V
C3
15 pF / 63V
C4
15 pF / 63V
Calim
100nF / 63V
Cf
470nF / 63V
Cbar
680 F / 50V
CE _ Buck
870 F / 250V
CO _ Boost
930 F / 250V
Indutor
Valor
LE _ Buck
11, 15 H
LE _ Boost
1, 15mH
LO _ Buck
7 , 12 H
Transistor/Mosfet
Representao
T1
2N 2222
T2
2N 2222
T3
2N 2907
S1
IRFP064N
S2
IRFP064N
Diodos
Representao
D1
MUR1510
D2
MUR1510
DZ
5V 1
Outros
Valor
OSC
20MHz
Resistor de fio
Resistor de fio
Descrio
Potencimetro multivoltas
de preciso
Potencimetro multivoltas
de preciso
Descrio
Capacitor multicamadas
Capacitor eletroltico
Capacitor cermico
Capacitor cermico
Capacitor multicamadas
Capacitor cermico
Capacitor eletroltico
Capacitor eletroltico
Capacitor eletroltico
Descrio
Descrio
Transistor npn
Transistor npn
Transistor pnp
Interruptor Esttico
Interruptor Esttico
Descrio
Diodo ultra-rpido
Diodo ultra-rpido
Diodo Zener
Descrio
Cristal oscilador
Icc := 8.21 A
Vca := 32.9 V
Imp := 7.61 A
Vmp := 26.3 V
Pmp := Vmp Imp
Pmp = 200.143W
Vi = 26.3V
Vo := 50V
Vo = 50V
Pin := Pmp
Pin = 0.2kW
:= 0.95
Pout := Pin
Io :=
Pout
Pout = 0.19kW
Io = 3.803 A
Vo
Ii := Imp
Ii = 7.61 A
3
fs := 40 10 Hz
Per :=
Per = 25s
fs
IL% := 5
VCo% := 1
Clculos Preliminares:
Vi
D := 1
Ro :=
IL :=
Vo
Vo
D = 0.474
Ro = 13.148
Io
IL% Ii
100
IM := Ii +
IL
2
IL = 0.381 A
IM = 7.8 A
174
Imin := Ii
Vco :=
IL
Imin = 7.42 A
VCo% Vo
Vco = 0.5V
100
Vi D
L = 0.819mH
fs IL
Co :=
Co = 90.124F
fs Vco Vo
LI2 = 47.434mH A
Ncleo
Permeabilidade 60
L1000 := ( 135 135 0.08)mH
Ne :=
L1000 = 124.2mH
L 106
2 L1000
Ne = 57.423
N de espiras
cm
A
le
H = 51.13
oersteds
Ne
Ne = 66.771 N de espiras
pu
le
cm
A
Hre = 59.453
Oersted
175
L1000re = 105.57mH
Lre :=
2L1000re Ne
Lre = 0.941mH
10
L = 819.067H
fs := 40 10 Hz
x := 1.4017
Ii := 7.61 A
3
y := 2.3294
Cm := 7.929210
Otimizao da perdas:
6
20C := 1.708 10
c :=
0.00393
1
cm
Te := 100
Temperatura do enrolamento
6
:= 20C 1 + c ( Te 20)
= 2.245 10
o := 4 10
P :=
100
P = 0.038 cm
o fs
de raio
2 P = 0.07541cm de diametro
r if 2 P
2.54
10
20
AWG = 21
Dimetro do fio sem isolamento em centmetros quadrados
AWG
Dx :=
2.54
10
20
Dx = 0.07206
176
Dx
Sfio = 0.004078
Dx_iso = 0.07957
Sfio_iso :=
Dx_iso
Sfio_iso = 4.973 10
2.54
20
10
Kw( AWG) :=
4 2 3
AWG
AWG
2.54
2.54
20
20
10
+ 0.028
10
o := 4 10
mW
PVnucleo := 40
cm
1
PVnucleo
BacLo :=
Cm ( 2 fs)x
BccLo := Bmax
:=
Ii
Jmax
fios :=
BacLo = 0.044
BacLo
BccLo = 0.278
2
= 0.01384
Sfio
fios = 3.393
fios = 4