Semântica e Pragmática
Semântica e Pragmática
Semântica e Pragmática
REFERNCIAS
APRESENTAO
Queridos(as) alunos(as)!
No semestre passado vocs estudaram a Semntica e Pragmtica da
Lngua Portuguesa, neste semestre estaremos juntos tecendo alguns
comentrios acerca da Semntica e Pragmtica da Lngua Brasileira de Sinais
tomando por base a afirmao de que a semntica o estudo do significado
lingustico e, no obstante a pragmtica tambm o seja, devemos lembrar que
esta trata especialmente do uso lingustico no contexto dirio. Nesta disciplina
optamos por no dividi-las por acreditarmos que ao nomear determinada coisa
a conceitualizao realizada a partir de uma vivcia de mundo que depende
de um contexto discursivo. Com isto, estudaremos a Semntica e a Pragmtica
de forma associada, a diviso em determinados momentos perceptveis no
texto ser para fins didticos.
Nos propomos nesta disciplina a fazer colocaes de forma que fique
bem claro o que vem a ser na prtica a Semntica e a Pragmtica na Libras,
para tal, recorremos ao recurso da exemplificao e cuidamos para que
houvesse bastante recurso visual.
Ns, professores Janana, Marie e Robson organizadores da disciplina,
nos sentimos gratificados por contribuir com a qualidade do ensino para surdos
atravs deste curso,
pesquisas e
Os autores
INTRODUO
A cultura surda como qualquer outra depende da sua lngua para que a
comunidade se faa representar em meio sociedade da qual faz parte. Na
realidade, a apropriao da lngua de sinais pelos surdos desempenha o papel
fundamental para a sensao de pertencimento comunidade surda.
Sendo assim, para entender como os integrantes desta comunidade
pensam necessrio entender sua lngua. Existe uma estreita relao entre as
formas de pensamento e as peculiaridades expressadas de forma lingustica,
desse modo, a lngua o canal principal pelo qual as atitudes e crenas sociais
so comunicadas.
Certa vez algum disse: se Aristteles no raciocinasse em grego, os
seus pensamentos filosficos no seriam da forma que conhecemos. Ento,
seguindo na mesma lgica, os surdos, atravs de sua lngua vsuo-gestual,
elaboram sua rede de significaes, construindo assim, uma identidade cultural
com viso de mundo prpria, evidenciada atravs de seus discursos. Todo
falante busca construir uma combinao lingustica baseada no seu
conhecimento e uso da linguagem, segundo Silva e Batoro (p.230) o
conhecimento de uma lngua emerge do uso.
A partir desta compreenso, entendendo a lngua como essncia da
linguagem que formada por um conjunto de signos abstratos que est na
mente do indivduo devido vivncia de uma histria cultural de uma
determinada sociedade, estudaremos nesta disciplina uma rea ainda pouco
explorada: a Semntica e a Pragmtica da Lngua Brasileira de Sinais.
Buscamos uma definio clara de semntica e encontramos em
Quadros e Karnopp (2004) que a semntica busca desvendar as propriedades
do significado nos diferentes nveis de expresso e a pragmtica, numa viso
tradicional, o estudo da linguagem em uso (contexto) e dos princpios de
comunicao.
Nossa disciplina est dividida em trs unidades. Na Unidade I focamos
nossa ateno para o objeto de estudo da Semntica e da Pragmtica, na
Unidade II discorremos acerca da estrutura semntica da Lngua Brasileira de
NILTON IDOSO.
Nota-se que tanto o uso do sinal Velho como o uso do sinal Idoso
refere-se uma pessoa de idade avanada, ou seja, os dois sinais nos levam
na direo do conceito de velhice do ser humano que ope-se a juventude.
Bem, agora, consideremos a sentena abaixo:
NILTON VELHINHO.
Quando
conceituamos
algo
estamos
usando
do
princpio
de
HIPERNIMO
HIPNIMO
HIPNIMO
INFORMAES DO DICIONRIO
TRADUO DE UM
DICIONRIO DA LNGUA DE SINAIS
FRANCESA
AUTOR da traduo em lngua de sinais e
Lngua Portuguesa: FLAUSINO JOS DA
GAMA (surdo) 1875
IMAGEM DO DICIONRIO
Acesse: www.acessobrasil.org.br/libras/
A AULA ACABOU.
ASSISTIR A PALESTRA.
DANAR 1
DANAR 2
TOMAR BANHO 1
TOMAR BANHO 2
TOMAR BANHO 3
2.3 Antonmia
Como vimos, os sinnimos so palavras que possuem o
significado idntico ou muito semelhante, j os antnimos so palavras que se
opem quanto ao valor semntico expressando assim ideias opostas ou
inversas. Vejamos alguns exemplos em LIBRAS:
BAIXO
ALTO
TRISTE
ALEGRE
disponvel
em:
http://www.antonimos.com.br/.
Como
vimos
os
VAMOS EXERCITAR?
COLOCAR O COPO.
COLOCAR O PAPEL.
(Sinal 1)
(Sinal 2)
Frase 2:
Em Lngua Portuguesa:
Sexo s depois do casamento.
Construo ERRADA em Lngua de Sinais:
mais frequncia ao sentido de: nem ligo, t nem a, nem me deu ateno
como podemos ver abaixo:
Minha me me deu uma bronca mas eu nem ligo.
VAMOS EXERCITAR?
1) Faa em LSB as seguintes frases:
a) Minha esposa cortou o cabelo.
b) O Governo cortou o salrio dos professores.
c) Est na hora de cortar o bolo.
d) Meu tio ama montar cavalo.
e) Estou esperando meu marido montar o guarda-roupa novo.
f) Meu filho ama brincar de montar quebra-cabea.
g) Eu mudei a minha vida.
h) Eu mudei de casa.
i) Eu estudava Matemtica e mudei para o curso de Letras.
j) Estou fazendo a comida.
k) Eu e meu marido fizemos amor ontem.
l) Faa um texto.
m) Eu preciso fazer a unha.
n) Joo pegou Maria na balada ontem.
o) J peguei o lpis.
p) Eu peguei o nibus.
q) Que emoo! Eu peguei o beb.
r) Ele pegou uma caixa muito pesada.
s) Voc precisa abrir sua mente.
t) Eu abri os olhos.
u) Abra a porta.
v) Ontem montei no cavalo l da fazenda.
x) Eu amo montar quebra-cabea.
z) Hoje a tarde vem uma pessoa na minha casa montar o guarda-roupa.
3.2- METFORAS
Os ouvintes que esto aprendendo a lngua de sinais tm uma certa
dificuldade para compreender as metforas nesta lngua de modalidade vsuoespacial, pois para isto faz-se necessrio compreender a ressignificao dos
signos atribudos pelos surdos na sua interao social. Este tipo de figura de
linguagem apresenta um sentido culturalmente estabelecido.
Por isso, muitas vezes o que se diz somente entendido pelos
sinalizantes nativos ou pelas pessoas que esto imersos nesta comunidade. A
convivncia faz com que estas pessoas que tm a lngua de sinais como L2
(ouvintes) envolvidos na comunidade surda captem mensagens com
trocadilhos sutis na Lngua de Sinais.
Da mesma forma, as metforas na Lngua Portuguesa no so
transmitidas de forma natural para as pessoas surdas. Embora esta dificuldade
exista, algumas metforas alm de ser compreendidas tm sido utilizadas na
Lngua de Sinais como emprstimo lingusticos. Estes casos so denominados
de metforas equivalentes por Faria (2006)5 como veremos nos exemplos a
seguir.
FICAR-DE-QUEIXO-CADO!
SEGURAR-VELA
ARREPIAR-OS-CABELOS
SINAIS PESADOS
(Sentido: Sinalizao difcil de ser compreendida)
ELE UM CAVALO.
(Sentido: Ele come muito.)
VAMOS EXERCITAR?
1) Pesquise o sentido em LIBRAS das metforas abaixo e responda se so
equivalentes ou diferentes.
a)
b)
c)
d)
e)
SEXTA=PEIXE
3.4. PRONOMINALIZAO
A)
DIXIS
BIBLIOGRAFIA:
BECHARA, Evanildo. Moderna gramtica portuguesa. 37.ed. rev e ampl.
Rio de Janeiro : Lucerna, 1999.
CAVALCANTE, Mnica Magalhes. Dixis discursiva. Rev. de Letras - N
0. 22 - Vol. 1/2 - jan/dez. 2000 47 http://www.revistadeletras.ufc.br/rl22Art06.pdf
<acesso em 15/06/2012.
FARIA, Sandra Patrcia. Metfora na LSB: debaixo dos panos ou a um palmo
de nosso nariz? ETD - Educao Temtica Digital - Vol. 7, N 2 . 2006.
MCCLEARY, Leland e VIOTTI, Evani. Semntica e Pragmtica.UFSC, 2009.
http://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoBasica/semanticaE
Pragmatica <acesso em 15/06/2012>.
QUADROS, Ronice Mller de, e Karnopp, Lodenir Becker. Lngua de sinais
brasileira: estudos lingusticos. Porto Alegre : Artmed, 2004.
QUADROS, Ronice Mller de; PIZZIO, Aline Lemos e REZENDE, Patrcia
Luiza Ferreira. Lngua Brasileira de Sinais I. UFSC, 2009.
http://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoEspecifica/linguaBr
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SILVA . Augusto Soares da, e BATORO. Hanna Jakubowicz,. Gramtica
Cognitiva:
estruturao
conceptual,
arquitectura
e
aplicaes.
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