Atividades de Leitura
Atividades de Leitura
Atividades de Leitura
Livro
Livro
um amigo
para falar comigo
um navio
para viajar
um jardim
para brincar
uuma escola
para levar
debaixo do brao.
Livro
um abrao
para alm do tempo
e do espao.
RESUMO
Com este trabalho pretendo aplicar, de forma crtica e reflexiva, sugestes de
didtica da Literatura Infantil, colhidas na bibliografia da especialidade, a um Grupo de
crianas de Educao Pr-Escolar, de 4 anos de idade, e analisar o modo como as
crianas rececionam textos de Literatura Infantil de uma autora portuguesa, Lusa
Ducla Soares.
Na Educao Pr-Escolar fundamental que o educador conte e leia histrias
s crianas. Para alm do incentivo para uma iniciao leitura, esta atuao
conduzir tambm formao de leitores literrios. O papel do educador no s o
de contar e ler: o de selecionar as obras, variando os gneros literrios, bem como o
de encontrar estratgias didticas para fazer a animao da leitura e a posterior
explorao dos textos. Tendo em conta esta premissa, os objetivos deste estudo so
os seguintes: aplicar, de forma crtica e reflexiva, as sugestes de didtica da
Literatura Infantil, a um Grupo de Educao Pr-Escolar, e analisar o modo como as
crianas rececionam a obra de Literatura Infantil, de Lusa Ducla Soares.
Os dados que se apresentam neste Relatrio decorrem de uma metodologia
qualitativa, neste caso, descritiva e interpretativa. A experincia levada a cabo dividiuse em duas etapas distintas. Sempre em contexto de sala de atividade, na 1. etapa
deu-se a conhecer livros da escritora, sem fazer qualquer explorao dos mesmos;
pretendia-se, to s, dar a conhecer parte da obra e contribuir para a formao de
leitores. Conseguiu-se a adeso das crianas. Na 2. etapa dinamizaram-se didticas,
sugeridas por diferentes autores, em torno de duas dezenas de livros. As tcnicas
propostas pela educadora receberam uma resposta extremamente positiva, o que nos
leva a concluir que estas crianas souberam interpretar os textos de Lusa Ducla
Soares. Assim, solicitadas pela educadora, as crianas recontaram, mimaram,
dramatizaram, desenharam, recriaram textos, interagindo com a obra de Lusa Ducla
Soares.
Palavras- chave: Didtica da literatura infantil, Lusa Ducla Soares, Educao PrEscolar.
IX
ABSTRACT
With this article I intend to apply, critically and reflectively, suggestions for
teaching Children's Literature, harvested in the bibliography of specialty, to a group of
children of pre-school education, 4 years old, and examine how children receive
Children's Literature texts of a Portuguese author, Lusa Ducla Soares.
In Preschool Education is essential that teacher tell and read stories to children.
In addition to the incentive for introduction to reading, this acting will also lead to the
formation of literary readers. The educator's role is not only to tell and read, is to select
the works, ranging literary genres, as well as to find teaching strategies to animate the
reading and subsequent exploitation of texts. Given this premise, the objectives of this
study are as follows: apply, critically and reflectively, suggestions for teaching
Children's Literature, a group of pre-school education, and examine how children
receive Childrens Literature Work of Lusa Ducla Soares.
The data presented in this report stem from a qualitative methodology, in this
case, descriptive and interpretative. The experiment conducted was divided into two
stages. Always in the context of a classroom, at 1st stage gave themselves to know her
books, without making any use of them; wanted to, so just to disclose part of the work
and contribute to the formation of readers. Was achieved the adherence of children. In
2nd stage boosted up teaching, suggested by different authors, around two dozen
books. The techniques proposed by the teacher received an overwhelmingly positive
response, which leads us to conclude that these children were able to understand
Lusa Ducla Soares texts. Thus, requested by the teacher, the children retold, spoiled,
dramatized, designed, recreated texts, interacting with the work of Lusa Ducla Soares.
XI
ndice Geral
ndice de Figuras
XVII
ndice de Quadros
XIX
Introduo
1. Apresentao da situao
2. Objetivos do estudo
3. A importncia do estudo
4. Identificao do estudo
11
14
15
21
24
26
36
Parte II Metodologia
41
1. Fontes de dados
45
46
46
47
48
49
XIII
3. mbito da pesquisa
50
51
52
53
1. 1. Etapa
56
1.1. Inferncias
60
2. 2. Etapa
61
2.1
Todos no Sof
61
2.2
62
2.3
A Menina Verde
64
2.4
O Soldado Joo
65
2.5
O Menino do Contra
66
2.6
O Gato e o Rato
67
2.7
A Menina Boa
68
2.8
O Casamento da Gata
69
2.9
Adivinha, Adivinha
70
2.10
O Maluquinho da Bola
71
2.11
Os Ovos Misteriosos
72
2.12
Contrrios
73
2.13
73
2.14
O Homem Forte
74
2.15
O Coelhinho Afonso
75
2.16
O Ratinho Marinheiro
75
2.17
Me, Querida Me
76
2.18
A Festa de Anos
77
2.19
78
2.20
A Cigarra e a Formiga
79
XIV
2.21
O Urso e a Formiga
79
2.22
Caderneta de Cromos
80
Reflexo Final.
81
Referncias Bibliogrficas
89
Anexos
99
101
105
109
117
121
125
129
133
137
141
145
149
153
157
161
165
169
XV
ndice de Figuras
119
119
119
127
127
127
135
135
135
135
136
136
136
139
139
139
143
143
143
147
151
151
151
155
155
XVII
155
159
163
167
167
171
171
XVIII
ndice de Quadros
57
63
76
XIX
INTRODUO
1.
APRESENTAO DA SITUAO
Contar e ler histrias uma atividade que ocorre frequentemente na Educao
por
uma
rigorosa
seleo
de
textos
livros.
Aconselha-nos,
2.
OBJETIVOS DO ESTUDO
No seguimento da pergunta de partida atrs enunciada, formulei os seguintes
objetivos:
(i)
(ii)
3.
A IMPORTNCIA DO ESTUDO
Como conquistar leitores? A prpria Lusa Ducla Soares (2001, p. 3) d-nos
algumas sugestes: a forma mais eficaz ser familiarizando-os com os livros desde a
mais tenra idade, quando estes se no impem como obrigao escolar mas como
objecto ldico, porta aberta para a realidade, a fantasia, o convvio.
Ramos (2007) indica que uma verdade universal e inquestionvel a
importncia do livro e da leitura na formao da personalidade humana. Pais,
educadores e professores apelam para os benefcios da leitura e para a urgncia de
motivar as crianas para esta atividade, que no se assemelha a nenhuma outra, pois
uma mina inesgotvel de saber, proporciona aventura, mistrio e a entrada num
mundo maravilhoso.
Na mesma linha de pensamento, Aller Martnez, Cuenca Alejandre, Trigo
Cutio e Garca Ruano (1991, p. 13) salientam a importncia da leitura junto da
infncia, frisando qual deve ser o papel do educador: hay que conseguir que el nio
descubra el libro y disfrute com la lectura. O educador desempenha assim um papel
crucial, pelo que no pode esquecer que la lectura ser siempre comprehensiva,
desde los primeros niveles, condicin indispensable para que al nio le guste leer: No
gusta lo que no se comprende. Os mesmos autores referem que quando o educador
pe a criana, de forma dinmica, em contacto com a leitura, h muitas probabilidades
de, no futuro, ela vir a ler muitos livros. E ler desenvolve uma srie de objetivos: entre
construo
de
futuros
adultos
empenhados,
questionadores,
imaginativos, interventivos (p. 120). Por isso mesmo, salienta, o livro para crianas
porque elas so um destinatrio especfico, com lacunas e em vias de formao da
sua personalidade tem de ser visto como um objecto importante e no como
qualquer coisa suprflua e acessria.
Lusa Dacosta (2002) afirma a este propsito:
E a primeira obrigao de um professor [] despertar o gosto pela lngua e a
leitura. Mas se ningum parece ter dvidas acerca da importncia da leitura
informativa ligada ao conhecimento das vrias matrias escolares e ao
desenvolvimento intelectual, o mesmo no se passa com a chamada literatura de
prazer, que terreno menos seguro e parece perder importncia perante a
televiso e o vdeo A literatura transmite a mensagem por etapas, lentamente.
preciso ler vrias palavras, vrias frases, s vezes vrias pginas para obter um
sentido, o que uma extraordinria experincia e enriquecimento humano. (p.
201)
4.
A IDENTIFICAO DO ESTUDO
O presente estudo enquadra-se num paradigma qualitativo e assume
Ducla Soares, sem fazer qualquer explorao dos mesmos. Esta etapa tinha como
objetivo contribuir para a formao de leitores literrios e constituir uma introduo ao
universo temtico e formal da autora. Os livros foram selecionados e lidos pela
educadora, segundo um crescendo de complexidade, comeando pelos que,
pressupostamente, eram destinados a crianas muito pequenas. Foi tentada a
cobertura de um espectro temtico. Foram lidos, tambm, diversificando os gneros.
Esta etapa comeou em 8 de outubro de 2012 e terminou em 28 de maro de 2013,
data em que a educadora verificou que as crianas estavam j suficientemente
familiarizadas com a obra de Lusa Ducla Soares: o nome da escritora j era
reconhecido por elas e escolhiam de forma espontnea livros da autora. Numa
segunda etapa do trabalho, que decorreu de 1 de abril a 17 de junho de 2013, a
educadora, recorrendo a indicaes de didtica da literatura, sugeridas por alguns
autores, dinamizou textos da escritora (alguns dos quais j lidos e outros que eram
novidade), variando as estratgias de apresentao e recolhendo provas sobre o
modo de receo e indicadores sobre as recriaes feitas pelas crianas. Esta
segunda atividade culminou com a construo coletiva de um livro de cromos,
representativo das 60 leituras feitas.
Como que, recorrendo a indicaes da didtica da literatura colhidas na
bibliografia da especialidade, um educador pode apresentar e dinamizar a obra de um
autor a crianas de 4 anos? Como que crianas destas idades rececionam os textos
literrios de uma autora (Lusa Ducla Soares), especificamente, como os entendem,
como os recriam, ou seja, como se mobilizam para recontar, dinamizar e interpretar
tais textos, enfim, como interagem com eles? Estas questes orientam e do
substncia aos objetivos deste estudo de carcter interpretativo, no sentido de
compreender o impacto que os textos literrios de Lusa Ducla Soares tm junto de um
grupo de crianas.
Os participantes do nosso estudo foram todas as crianas de um Grupo de 4
anos, que faziam parte do alvo do campo em estudo e que foram intervenientes ativos
neste estudo.
5.
palavras,
nesta
Parte
I,
so
referidos
os
conceitos,
devidamente
PARTE I
A PROMOO DA LEITURA LITERRIA NA INFNCIA
10
1.
Como referido por esta autora, as crianas mais pequenas tm preferncia pela
audio de textos ficcionais. Elas conseguem entender e captar alguns dos
acontecimentos narrados. Gostam de estratgias de leitura participada ou de fazer
uma pequena dramatizao aps a leitura inicial de uma histria ou poema. A
perceo do texto literrio depende de uma atividade cognitiva, regrada pelo raciocnio
lgico e pela compreenso de determinados conceitos.
11
13
2.
2.1
15
Ainda de acordo com Diniz (1993), nas sociedades onde a cultura oral perdura,
a transmisso e atualizao dos textos da competncia do griot que assume a
funo de porta-voz do grupo: na narrativa, na anedota, no provrbio, na quadra,
que se transmitem os costumes, as regras e as interdies da comunidade (p. 48). Na
sociedade que usa a escrita, a literatura de expresso oral perdeu a sua vitalidade,
estando praticamente reduzida a objeto de estudo de etnlogos ou antroplogos. A
Histria da Cultura indica-nos que a obra literria oral tem procedncia sobre a escrita.
As grandes produes literrias escritas como a Bblia, a Odisseia, a Ilada, o Livro
dos Mortos, o Gilgamesh so a recolha de diversos produtos culturais que se
mantiveram durante sculos na sua forma oral.
Segundo Diniz (1993), existem diversas formas da literatura oral: o mito, a
lenda, o conto, a anedota, o provrbio, o romanceiro tradicional, a fbula, a adivinha, a
lrica popular portuguesa e as rimas infantis. Caracterizemos muito brevemente cada
um destes textos.
Os mitos, de acordo com Diniz (1993), o conferiam poderes mgicos que
ainda hoje so usados em certas culturas, ditas primitivas (p. 53). Foram sendo
alterados e enriquecidos ao longo dos tempos pelos processos de transmisso a que
estiveram sujeitos. Esto associados frequentemente a atividades humanas
significativas: o casamento, o trabalho, a arte. As personagens do mito so,
geralmente, deuses e seres sobrenaturais, enquanto que nos contos e lendas
deparamo-nos
animais,
embora
com
cariz
maravilhosos. Quanto lenda, trata-se de uma forma narrativa geralmente breve, que
pode ser escrita em prosa ou em verso. Habitualmente est ligada a um espao
geogrfico e a uma determinada poca. Localiza-se quase sempre num castelo, num
monte, ou num bosque. Na lenda, o maravilhoso e o imaginrio superam geralmente o
histrico e o verdadeiro.
O conto surge na sequncia evolutiva dos mitos, quando as comunidades de
cultura oral comeam a distinguir as histrias verdadeiras, que seriam os mitos, das
histrias falsas, que seriam os contos. Diniz (1993) considera os contos de
expresso oral, transformados com o passar dos sculos em contos para a infncia,
mais do que um simples entretenimento. Eles aparecem como uma das etapas e uma
das formas que o pensamento humano encontrou no seu esforo de entender coisas,
desde as mais profundas e fundamentais at aos pequenos problemas do dia-a-dia.
So ainda formas particularmente felizes para contactar com o mundo da criana,
16
Quadros (1972) foi outro autor que, no seu livro O Sentido Educativo do Maravilhoso,
chamou a ateno para estes mesmos aspectos. A funo educativa dos contos
evidente e fundamental:
Os contos maravilhosos no s constituem formas introduo da criana ao
xadrez de foras contraditrias que encontraro na idade adulta, como preparam o
esprito, pelo deslumbramento da imaginao, para a criatividade e para a
inventividade. (p. 7)
Ainda de acordo com Costa, esto integrados dentro da designao geral de rimas
uma srie de outros termos: lengalengas, parlengas, trava-lnguas, canes de roda,
19
rimas de jogos infantis, rimas de fim de conto, entre outros. Quanto s lengalengas,
esta autora refere que se trata de textos em versos mais longos e com carter
repetitivo, muito teis para o desenvolvimento da memria. A aquisio da linguagem
facilitada pela utilizao das rimas infantis. No caso das lengalengas, como no dos
trava lnguas, a dico das rimas infantis obriga a uma coordenao motora do
aparelho fonador [] isto conduz ao domnio da respirao na linguagem, o que se
liga ao prazer muscular que a criana tira das combinaes de fonemas e de
onomatopeias (p. 139).
As rimas infantis que designam partes do corpo (dedos, cara) promovem a
aquisio da noo do esquema corporal. A criana toma conscincia de si prpria em
relao ao mundo exterior. As que exigem movimentos com o corpo, para alm de
desenvolveram a coordenao motora e o equilbrio, ensinam tambm a criana a
controlar a sua motricidade. Com determinadas rimas, como as de dedos, a criana
aprende tambm a enumerar. Este tipo de texto fomenta as relaes sociais, fomenta
diversos interesses como a observao da natureza (vozes da natureza, arco-ris).
Costa (1992, p. 143) refere que variadssimos autores salientam a importncia das
rimas infantis, em particular por constiturem uma boa introduo poesia, devido a
factores de ordem psicolgica, s suas caractersticas formais e ao facto de
pertencerem cultura da criana.
As recolhas de Literatura de Expresso Oral feitas por autores portugueses que
consideram relevante ofertar-se estes textos a crianas ocorrem desde o sculo XIX.
Assim, no que respeita aos contos tradicionais, Adolfo Coelho escreveu Contos
populares portugueses (1879) e Contos nacionais para crianas (1882), Guerra
Junqueiro organizou os Contos para a infncia (1881), e Tefilo Braga escreveu
Contos tradicionais do povo portugus (1885). J Maria Amlia Vaz de Carvalho e
Gonalves Crespo haviam feito uma seleco e respetiva traduo de Contos de
Grimm, que resultou no livro Contos para os Nossos Filhos (1882).
Na primeira metade do sculo XX, continuou a recolha de contos provenientes
da Literatura de Expresso Oral, feita por autores como Antnio Botto (Contos de
Antnio Botto, 1942). Depois do 25 de Abril de 1974, aumentou exponencialmente
este trabalho de recolhas e incorporao em volumes especificamente destinados ao
pblico infantil. Assim, Antnio Torrado, Alice Vieira, Lusa Dacosta, Lusa Ducla
Soares ou Antnio Mota so alguns dos escritores que tm vindo a aumentar o acervo
deste tipo de livros (cf. Magalhes, 2009, pp. 134-142).
20
2.2
Dantes, geralmente, o que era dado criana era a prosa versificando-a, a foi
sempre o grande engano do educador em face da poesia e da criana. Da todo o
peso fabular, da toda a poesia da utilidade, da o desconhecimento da poesia do
prazer, da prpria sensualidade da palavra ou do texto em si. (p. 91)
de vida, entre muitos outros temas. Muita da produo potica aborda o quotidiano da
criana, a partir de um ponto de vista quer infantil, quer adulto. Poderamos sintetizar,
dizendo que, de um modo geral, sujeitos lricos mais prximos de uma maneira de ser
infantil tm deixado as suas marcas de ternura, irreverncia e, por vezes, de
contestao das regras do mundo adulto, na produo potica actual. Nela
transparecem tambm os problemas da sociedade e do relacionamento humano, bem
como um acentuado questionar das aparncias.
Quanto s figuras retricas usadas, a metfora est inmeras vezes presente
nos poemas para a infncia, principalmente as metforas animistas, e isto deve-se ao
facto de estas serem frequentes na linguagem infantil. As frmulas verbais ou sonoras
mais entusiasmantes para as crianas so as repetitivas (como sucede as canes de
embalar e as cantigas de roda), pois este gnero facilita a memorizao. A poesia
para crianas invoca constantemente recursos facilitadores da memorizao, os quais
constituem um apelo para que a criana decore o poema e, mais tarde, o recorde.
Gomes (1993) reala a importncia da repetio na poesia para as crianas, referindo:
claro que, na poesia para crianas, a repetio no s funciona como estmulo e
apoio memorizao e, posteriormente, eventual reproduo do texto, como
origina, na criana pequena, um efeito encantatrio. Ajuda-a tambm, pela
reiterao de ideias, a consolidar processos de compreenso e interiorizao dos
textos, preparando-a para a futura aprendizagem da leitura. (p. 80)
Gomes (1993) enuncia alguns autores que certificam este tipo de escrita para a
infncia:
Os livros de poemas para a infncia de Matilde Rosa Arajo, Maria Alberta
Menres, Antnio Jos Forte, Manuel Antnio Pina ou Lusa Ducla Soares a
esto para o atestar, contrariando, por vezes, certa viso simplificadora das
complexidades sociais e das relaes adulto-criana, patente nalgumas obras do
passado e no totalmente erradicada, nos nossos dias, do panorama potico para
a infncia. (p. 57)
Florncio (2001-2002) refere que nos poemas escritos para crianas, Lusa
Ducla Soares, ensina de uma forma inteligente a questionar, a contestar: mostra que
h sempre mais uma perspectiva sobre um mesmo objecto. Ensina a relatividade das
coisas, dos olhares e, consequentemente, o respeito pela diversidade de opinies (p.
201). Esta autora salienta:
A profunda preocupao tica, humanizante e cvica, que, em minha opinio, rege
a escrita de dezenas de narrativas de Lusa Ducla Soares, faz com que, tambm
aqui, nos poemas que destina a crianas, seja visvel a existncia de um sujeito
potico que almeja o crescimento informado e crtico da gente pequena. (p. 201)
23
2.3
Para Matilde Rosa Arajo (1988), a escrita para a criana uma escrita de
vrtice, de virar a pgina e o virar para uma pgina doce e amargamente nova (p.
20). O conto A vendedeira de fsforos, de Andersen, contm alguns direitos da
criana, a Alice no Pas das Maravilhas, de Lewis Carrol, fala da libertao pelo
conhecimento, o direito ao imaginrio contra os esquemas rgidos do sistema. Arajo
salienta a importncia das histrias para crianas:
Sabemos que h histrias para crianas e belas que excluem qualquer outro
compromisso que no seja o de autntico pacto com a pura alegria. Estes livros,
raros por difceis, so um acontecimento pedaggico de valor. Tm um preo to
delicado como o brincar para a criana. E aqui muito importante distinguir a
diferena que existe entre um livro assim de qualidade e os livros patetas
(perdoem-me) que contam com um receptor de menoridade mental. (p. 22)
semelhana do que acontece com o conto tradicional, mas vai tambm abrir-se a
problemticas novas. As histrias de animais constituem uma das principais vertentes
da literatura de fantasia para os mais pequenos. Nas narrativas de animais, as
interaes sociais surgem tambm como um tema apelante.
H, na literatura portuguesa para crianas, vrios autores que cultivam a
fantasia. Frequentemente, diz-nos Bastos (1999), esta dimenso fantasiosa articula-se
de forma humorstica com a realidade, permitindo assim, um olhar crtico sobre o real
e refletindo e revelando determinados aspetos da natureza humana de um ponto de
vista diferente: o humor encontra a sua expresso mais significativa exactamente em
autores como Antnio Torrado e Lusa Ducla Soares (p.127 ). Ao elaborar uma
representao possvel do real, afirma Bastos, o conto permite criana o contato
com diversos problemas e factos que se envolvem com a sua prpria realidade, com o
seu prprio universo:
Alarga as experincias de vida, permite o contacto com pontos de vista variados,
com diferentes formas de encarar e resolver problemas, com temas essenciais
ligados ao eu individual e social. O facto de encontrarmos quase sempre uma
criana ou jovem no centro da intriga e de esta se desenrolar de acordo com o seu
ponto de vista, provoca uma maior adeso e empatia nos destinatrios
privilegiados. (p.128)
25
3.
26
licena para a erguer no ar. Sorriem ao repararem como eram to parecidos tinham
ambos cabelos loiros, olhos verdes e trs sardas na ponta do nariz.
Comentando alguns ttulos, entre os quais, os trs acabados de referir,
Florncio (2001c) focaliza o aspeto mais particular e diferente da obra literria de
Lusa Ducla Soares como sendo o elogio da diferena: irreverente, transgressora e
subversiva: a melhor caracterizao para a atitude perante a diferena, que
transparece nos textos de Lusa Ducla Soares (p. 4). Por isso, afirma esta crtica:
A leitura que fiz da obra de Lusa Ducla Soares leva-me, por consequncia, a
afirmar que, mais do que aceitar a diferena, mais do que apelar tolerncia, o
que aqui temos um bem-haja, muito digno, aos que so diferentes, um elogio,
muito terno vida. (p. 8)
30
dentitos como pontinhas de tesouras e, quando ela danava, luz do luar, os mochos
e as corujas esqueciam o medo para ficarem a admir-la. Finalmente, havia o vampiro
pequeno, macio como um novelo de l, que nunca voara nem sequer tinha os dentes a
romper. Todas as noites, ao soar das doze badaladas, os pais saam para o trabalho,
pois os vampiros ainda no tinham inventado as greves, nem as faltas por doena e a
lei deles o velho ditado quem no trabuca no manduca. Gomes (2000, p. 47)
salienta que Lusa Ducla Soares um dos nomes mais importantes da literatura
contempornea para crianas, e cita a este propsito um texto introdutrio que a
escritora escreveu para as suas Seis Histrias de Encantar: ldico, tradicional, inslito
ou ligado fico cientfica, o maravilhoso pode constituir um complemento
monotonia do quotidiano, uma forma de humor, uma pedrada no charco, um desfio
imaginao.
Os cinco animais que vo surgindo ao longo do texto de os Ovos Misteriosos
simbolizam de uma forma subtil, mas criativa, as vrias etnias. somos todos irmos,
somos todos diferentes [] mas todos queremos bem boa da galinha que a nossa
me l-se na espcie de refro. Outra histria com animais (uma avestruz) a de A
Festa de Anos. Para comemorar o seu aniversrio, a avestruz resolveu dar uma festa
e convidou os amigos. Cada amigo com os seus gostos, aparentemente inconciliveis.
Mas a amizade tudo ultrapassa, como verificamos com o desenrolar desta histria.
Nas nove histrias de A Cidade dos Ces e outras Histrias, cujos
protagonistas so sempre animais (ces, moscas, coelhos, caranguejos, entre outros),
de uma forma sempre divertida, surgem situaes em que a autora retoma o seu
tema preferido: o do respeito pela diferena (Magalhes, 2007, p. 119).
Mas nem todas as histrias da autora, nas quais sobressai a diferena, so
dadas com uma indiscutvel dose de humor, ou seja, esto associadas a este ltimo
trao especfico de ludicidade. Por exemplo, O Menino e a Nuvem (1981) conta a
histria de um menino doente, cercado pelo branco de um quarto de hospital. O seu
sonho subir para uma nuvem que tenha um porta-bagagens para levar que h de
mais nuns lados para os outros onde tudo falta. Segundo Ges (1999, p. 191), esta
sentena final no pesa no livro que incentivo e um apelo ao imaginrio infantil.
A obra da escritora to rica, variada e diversificada, que aborda um grande
leque de temas que suscitam grande interesse nas crianas e jovens, tais como: a
injustia social, a guerra, o racismo, a prepotncia, a desumanizao, a aceitao da
diferena, a paz, a liberdade e a proteo da Natureza. Segundo Vila Maior (200132
34
se encontram nesta linha, como Uma Histria de Dedos e Antes, Agora, Depois
(ambos de 2005).
Uma Histria de Dedos um livro com duas histrias engraadas sobre os
dedos da mo: Os Dedos e Uma Histria de Dedos. A primeira histria ensina, de
forma divertida, s crianas os nomes dos dedos da mo e a sua utilidade prtica e
convencional. Uma Histria de Dedos conta como os dedos da mo da Rita
resolveram um dia ser independentes, mas acabaram por concluir que faziam parte de
um todo e que s assim poderiam fazer coisas engraadas. Magalhes (2007) refere:
um pretexto para tornar a mo importante na comunicao dos pequenos ouvintes
(p. 123). Antes, Agora, Depois tem diversas quadras sobre variadas temticas, desde
o nascimento, crescimento, a noite e o dia, as estaes do ano. Com estas palavras,
as crianas so ajudadas a separar, no tempo, aquilo que pensam ou aquilo que
fazem. So palavras que transmitem a ideia de passado (antes), de presente (agora),
e de futuro (depois). Magalhes salienta o facto de este livro ajudar nitidamente a
situar espacial e temporalmente as crianas desafiando-a a uma interpretao:
aproveita bem o tempo,/ que ele no faz marcha atrs./ Que vais fazer do teu tempo?/
De que sers tu capaz? (p. 122).
Outros ttulos seguem esta linha. Apontemos apenas os seguintes: A,B,C
(1998),1,2,3 (2001), Contrrios (2003), Vamos Passear (2008), As Formas (2011), cuja
preocupao maior , respetivamente, contribuir para uma introduo aos nmeros e
s letras, nos casos dos dois primeiros. No livro Contrrios, igualmente apresentado
sob a forma de quadras, d-se a conhecer algumas palavras a que chamamos
contrrios (ou opostos), como por exemplo: grande e pequeno, gordo e magro, alto e
baixo, rpido e lento, relacionando-as sempre com animais. Vamos Passear d a
conhecer os meios de transporte, e com as Formas, as crianas ficam a conhecer as
formas geomtricas e outras como a da Lua e a das estrelas.
Uns culos para a Rita (2001) conta a histria de uma menina, que fazia
aparentemente disparates e em casa zangavam-se com ela. Mas depois perceberam
que ela no tinha culpa. Do que ela precisava era de uns culos. Com os culos a Rita
vai observar maravilhada tudo o que andava a perder: as formigas, a pintinha do i, os
berlindes que rebolam at um canto escondido. Em Uma Vaca de Estimao (2006),
um velho professor, farto de viver apenas no meio de uma montanha de livros, resolve
arranjar uma vaca para lhe fazer companhia. A partir do momento em que mete a sua
nova companheira ruminante em casa, o professor vai viver as mais extravagantes
aventuras. O Z e as Estaes (2008) um livro para as crianas pequenas
35
4.
a ler com a nossa ajuda, a dos colegas e a de diversos materiais da aula, mas tambm
com a ajuda dos pais e de todos os leitores que encontra (p. 18). Ainda de acordo
com esta autora, importante proporcionar s crianas situaes de leitura efectivas
e muito diversificadas. (p. 19). Na escola, existem diferentes momentos de leitura.
Jolibert d alguns exemplos, agrupando-as pelo objetivo dominante: responder
necessidade de viver com os outros, na classe e na escola; descobrir as informaes
de que tm necessidade, brincar, construir, executar um projecto-realizao, alimentar
e estimular o imaginrio e investigar (p. 35).
Para Jolibert (1989), a explorao de livros tem como finalidades, por meio de
uma leitura criadora e atenta, levar o leitor a descobrir que ele prprio pode ser autor
de livros (p. 107). Existem alguns princpios para este processo, e Jolibert sugere
algumas atividades que se devem realizar em alternncia: Ler um episdio de um livro;
36
inventar uma sequncia possvel para um novo episdio; confrontar a produo das
crianas com a escrita do autor... Mas antes de realizar estas atividades, importante
observar-se a capa do livro, frente e verso, e questionar os alunos sobre a mesma, os
seus possveis contedos a partir das ilustraes. Enfim, o processo, no seu conjunto,
, ao mesmo tempo, apaixonante e muito eficaz para a criao de uma atitude em que
a leitura leitura-criao (p. 109).
Veloso (2002a) salienta que a hora do conto continua a ser uma prtica
recomendada em toda a literatura especializada, dado que o acto mgico de contar
no perdeu actualidade (p. 112), alertando-nos para o seguinte:
De entre as mltiplas maneiras de animar o livro e promover a leitura, o ritual da
hora do conto permanece como uma das formas mais impressivas de cativar a
criana e de estabelecer com ela as cumplicidades necessrias a uma simiose
literria. (pp.112-113)
Este autor enuncia que a criana curte as histrias com um prazer superior ao que
ns, adultos, sentimos perante um bom espetculo ou um bom livro (p. 113). Mas tal
s acontece quando esta hora do conto no improvisada, mas sim bem preparada.
Ainda de acordo com Veloso, contar histrias dar coloesses momentos de
curtio so nicos e inolvidveis; recordam-se ao longo da vida (p. 115).
Albuquerque (2000) destaca que o uso do livro e, mesmo numa fase posterior,
a leitura da histria do livro, lhe parecem ser procedimentos louvveis, para aumentar
a adeso afectiva da criana, que se encontre numa fase de iniciao leitura e
escrita (p. 27). A autora refere ainda que a partir da Pr-escola que as histrias so
exploradas noutras atividades pedaggicas, com a produo de desenhos,
reconhecimento
de palavras, actividades de
desenvolvimento
vocabular, de
38
40
PARTE II
METODOLOGIA
41
42
(ii)
(iii)
(iv)
(v)
(vi)
43
(ii)
1.
FONTES DE DADOS
As fontes de
importante para
2.
2.1.
A observao direta
2.2.
Anlise documental
2.3.
Recolha de dados
2.4.
em
narrativas
descritivas
interpretativas,
organizadas
3.
MBITO DA PESQUISA
Uma vez que o nosso estudo se enquadra no modelo de investigao
O campo da nossa investigao uma escola privada, que ser descrita neste
captulo. Delimitmos como alvo do nosso estudo um Grupo de vinte e nove crianas
da Educao Pr-Escolar, da sala de 4 anos.
3.1.
Caracterizao do campo
Foi escolhido para campo da nossa pesquisa uma das escolas que faz parte de
uma Associao. Trata-se de uma Instituio Particular de Solidariedade Social, cujo
principal objetivo o de apoiar as crianas e as famlias, dentro de uma filosofia
comum a todos as demais escolas pertencentes Associao, espalhadas pelo pas.
No Projeto Educativo de Escola1, indica-se que compete Escola promover, entre
outros, a aquisio de hbitos intelectuais e tcnicas de trabalho, assim como de
conhecimentos cientficos, tcnicos, humansticos, histricos e estticos.
A escola, situada em Lisboa, abriu em Janeiro de 1965. Inicialmente funcionava
num s piso, com dois grupos da Educao Pr-Escolar (de 4 e 5 anos) e uma turma
de 1. ano de escolaridade. Aps alguns anos, devido solicitao dos pais, foram
sendo feitas obras e o espao foi alargado de modo a receber turmas dos demais
anos de escolaridade do 1. Ciclo do Ensino Bsico. Em 1996, foi construdo um
edifcio anexo, para os grupos de crianas de 3 anos. Em 2000, iniciou-se a valncia
de Creche, para crianas de 2 anos, e o Berrio. J no ano de 2006, foi adaptada
mais uma sala para crianas de 1 ano.
Atualmente, existe uma sala para o Berrio, duas salas para a Creche. Na
Educao Pr-Escolar, em que as crianas so divididas por faixas etrias,
constituindo Grupos homogneos, h duas salas para os Grupos de 3 anos, duas para
os de 4 e duas para os de 5. No 1. Ciclo do Ensino Bsico, a situao semelhante.
Existem duas salas por ano de escolaridade, num total de 8. A estrutura atual da
escola encontra-se no Anexo 1. O horrio de funcionamento da escola das 8h s
19h, comeando as atividades letivas s 9h e terminando s 17h para as crianas da
Educao Pr-Escolar e s 17h15 para os alunos do 1. Ciclo do Ensino Bsico. O
horrio de funcionamento pode ser visto no Anexo 2.
A faixa etria de frequncia escolar neste estabelecimento faz-se, portanto,
entre os 3 meses e os 10 anos. O nmero de crianas por sala no difere muito na
Educao Pr-Escolar. A mdia so vinte e nove alunos por sala, com uma educadora
1
Para a redao das informaes prestadas nesta seco, recorri ao Projeto Educativo de Escola (20112014).
51
3.2.
Participantes do estudo
O alvo escolhido para este estudo foi um Grupo de vinte e nove crianas da
sala dos 4 anos. Dezassete so do gnero masculino e doze do gnero feminino. No
incio da experincia a seguir relatada, 23 crianas tinham 4 anos e seis tinham feito
os 5 anos. Em sntese, quanto ao gnero, predomina o masculino, e, quanto idade,
predominam as crianas com 4 anos. O Grupo tem como titular uma educadora que
a investigadora deste estudo.
A grande maioria das crianas habita perto da escola. Em relao ao quadro
socioeconmico, as famlias das crianas so, na maioria, pertencentes a um nvel
mdio/mdio alto. O nvel sociocultural das famlias igualmente superior, isto porque
um elevado nmero de encarregados de educao so licenciados. H nove crianas
que so filhos nicos; dezoito crianas tm um irmo. Apenas duas crianas tm mais
do que um irmo. exceo de uma criana, todas as demais frequentaram a escola
no ano anterior (na sala dos 3 anos), tendo outra educadora titular.
As atividades so programadas pela educadora do Grupo, e por vezes pelas
estagirias, de acordo com o Projeto Educativo da Escola e com o Projeto Curricular
de Grupo.
52
PARTE III
APRESENTAO DOS DADOS
53
54
Destina-se esta Parte III apresentao dos dados obtidos. Bogdan e Biklen
(1994) referem:
[] a anlise de dados um processo de busca e de organizao sistemtico de
transcries de entrevistas, de notas de campo e de outros materiais que foram
sendo acumulados, com o objectivo de aumentar a sua prpria compreenso
desses mesmos materiais e de lhe permitir apresentar aos outros aquilo que
encontrou. (p. 205)
55
1.
1. ETAPA
Nas pginas seguintes, apresenta-se, de forma sistematizada (por nos ter
56
Livros
Observaes
Todos no Sof
23-10-12
O Casamento
da Gata
29-10-12
5-11-12
Adivinha,
Adivinha
A Menina
Verde
13-11-12
As Formas
22-11-12
Onde Est?
26-11-12
ABC
3-12-12
Antes, Agora,
Depois
4-12-12
O Rapaz
Magro, a
Rapariga
Gorda
5-12-12
O Sulto
Solimo e o
criado
Maldonado
7-12-12
O Senhor
pouca Sorte
57
Data
Livros
Observaes
12-12-12
Gente Gira
13-12-12
Tudo ao
Contrrio!
17-12-12
Mais
Lengalengas
2-01-13
Os Trs
Porquinhos
4-01-13
Os Ovos
Misteriosos
7-01-13
O Coelhinho
Afonso
O nosso Amor
Contrrios
17-01-13
ABC O Livro
das Letras
18-01-13
Lenga Lengas
21-01-13
Poemas da
Mentira e da
Verdade
8 -01-13
9-01-13
22-01-13
Uma Vaca de
Estimao
24-01-13
1, 2, 3
25-01-13
A Menina
Branca o
Rapaz Preto
28-01-13
O Homem das
Barbas
29-01-13
A Menina Boa
30-01-13
31-01-13
O Homem
Alto, a Mulher
Baixinha
O Senhor
Forte
58
Data
4/8-01-13
Livros
A Histria do
Alfa
Observaes
Foram lidas, durante a semana, 3 a 4 pginas por dia. O Grupo
aderiu muito bem ao livro. Sabiam sempre em que parte iam.
A criana A18 disse: Eu gostava de ter um amigo como o Alfa.
11-02-13
Vamos
Passear
14-02-13
A Menina do
Capuchinho
Vermelho no
Sculo XXI
O Z e as
Estaes
Uns culos
para a Rita
A rvore das
Patacas
25-02-13
O Livro das
Datas
27-02-13
Destrava
Lnguas
28-02-13
Uma Histria
de Dedos
6-03-13
O Soldado
Joo
A Carochinha
e o Joo
Rato
A Cidade dos
Ces e outras
Histrias
19-03-13
Pai, Querido
Pai! Como O
Teu?
20-03-13
Arca de No
21-03-13
Sementes de
Macarro
Me, Querida
Me! Como
a tua?
A Fada
Palavrinha e o
Gigante da
Biblioteca
Se os Bichos
se Vestissem
como Gente
18/19-0213
20-02-13
22-02-13
12-03-13
18-03-13
22-03-13
27-03-13
28-03-13
59
1.1
Inferncias
Depois de ter lido os livros referidos no Quadro n 3, sem ter realizado qualquer
animao ou didtica da leitura, verifica-se que so vrias as crianas deste Grupo a
fazerem projees. Vejamos alguns exemplos: a criana A22, durante a leitura da
Menina Verde (29-01-2013), refere Eu tambm sou do Sporting; na leitura do ABC
(17-01-2013), a criana A2 salienta O meu nome tambm comea pela letra A; na
leitura de O Coelhinho Afonso (7-01-2013), a criana A1 diz Eu tambm me chamo
Afonso; com o livro Uma Vaca de Estimao (22-01-2013), a criana A8 disse: Eu
tenho um coelho ano; aps a leitura de O Senhor Forte (31-01-2013), a criana A21
disse: O meu pai tambm muito forte.
Para alm de se projetarem em algumas histrias, as crianas expressam
escolhas estticas e desejos, no campo da imaginao ou do real. Em relao aos
ltimos, a criana A18, depois de ter ouvido a Fada Palavrinha e o Gigante das
Bibliotecas (27-03-13), expressou um desejo, ao afirmar Eu adorava ser uma fada;
ao ouvir a leitura do livro Onde Est? (22-11-12), a criana A24 disse: Vou pedir
minha me para me comprar um livro da Lusa Ducla Soares. Manifestam tambm,
como referi, as suas escolhas estticas. Foram os casos da criana A1, com o
comentrio Esta histria muito gira feito a Todos no Sof (8-10-12), e da A3, que
afirmou Eu adoro o abecedrio sem juzo, ou da A5, que, ao ouvir este poema do
livro dos Poemas da Mentira e da Verdade (21-01-13), salientou Este o meu
favorito. Tambm com a leitura do livro Antes, Agora, Depois (3-12-12), a criana A25
disse A primavera a minha estao preferida e a criana A23 proferiu Eu adoro
borboletas.
As crianas fazem tambm um raciocnio e retiram ilaes sobre as histrias
que ouvem, como se pode atestar pelos comentrios das crianas A25 e A29. A
primeira, depois de ter ouvido a Menina Boa (29-01-13), disse Esta histria a
brincar; a segunda, aps escutar a histria de O caranguejo verde, presente no livro
A Cidade dos Ces e outras Histrias (18-03-13), comentou: O mais corajoso dos
animais era o Leo.
Analisando este quadro, verifica-se ainda que as crianas expressam as suas
dvidas, colocando questes pertinentes, visto que querem esclarecer o sentido de
vocbulos que nunca ouviram. Foram os casos da criana A19 (O que um
anoraque?, perguntou ela quando ouviu esse termo na histria A Menina do
Capuchinho Vermelho no Sculo XXI, em (14-02-13) e da criana A13, que, ao ouvir a
histria Sementes de Macarro (21-03-13), perguntou o que queria dizer adubasse.
60
2.
2. ETAPA
Nesta 2. etapa, pretendeu-se reler alguns dos livros apresentados
2.1
Esta histria Todos no Sof uma das favoritas das crianas. Na semana a
seguir a esta atividade, uma das crianas trouxe para a escola este livro e pediu
educadora para o reler. Marques (1988, p. 37) refere: ao recontarem uma histria
favorita, as crianas pequenas do a conhecer quais os elementos da histria que tm
significado para elas indicam se so ou no capazes de anteciparem o que
acontecer de seguida.
Depois de reler novamente esta histria, a educadora realizou outra atividade
com o Grupo, que consistiu em propor, oralmente, determinadas questes referidas na
histria ouvida anteriormente, para isso utilizava uma lengalenga:
educadora: Vejo, vejo.
Crianas: O que vs?
educadora: Algum
Crianas: Quem?
educadora: Vejo, vejo animais selvagens.
Crianas: Enumeraram os animais selvagens que aparecem na histria
(elefante, girafa).
educadora: Vejo, vejo animais da quinta.
Crianas: Enumeraram os animais da quinta que aparecem na histria (porco,
vaca, etc.).
De acordo com Aller Martnez et al. (1991, p. 25), esta estratgia va
encaminhada a que el nio, vea, observe o recuerde cosas, acciones o personajes
que se encuentran en los cuentos o lecturas propuestas.
Depois, a educadora colocou algumas perguntas sobre os animais referidos:
Que sons emitem?, O que comem?, Pertencem a que classe?, entre outras. As
crianas foram respondendo acertadamente, visto que, nesta altura do ano, a
educadora est precisamente a abordar, na rea de Conhecimento do Mundo, as
classes dos animais e suas caratersticas.
2.2
A educadora releu Pai, Querido Pai, aps o que sugeriu s crianas que
dissessem como era o seu pai. As frases ditas pelas crianas esto no Quadro 2.
62
o meu heri.
A16
pintor.
A2
fantstico.
A17
comandante.
A3
condutor.
A18
Faz ginstica.
A4
barman.
A19
brincalho.
A5
trabalhador.
A20
A6
A21
meu amigo.
A7
A22
um pai polcia.
A8
construtor.
A23
comandante.
A9
trabalhador.
A24
Parece professor.
A10
trabalhador.
A25
meu amigo.
A11
querido.
A26
meu amigo.
A12
A27
arranjador.
A13
A28
amigo.
A14
querido.
A15
oculista.
A29
futebolista.
2.3
Traa (1992) refere que a criana que conta uma histria que ouviu contar de
certo modo procede a uma recriao. Recriar implica a noo de abertura do texto
para dar lugar interpretao do novo transmissor, reelaborao, nova combinao
dos elementos dados (p.141). Foi isso que fizeram estas crianas.
64
2.4
2.5
2.6
2.7
numa viragem premeditada e mais orgnica do tema dos contos. Seguindo esta ideia,
a educadora comeou por alterar vrias cenas da histria original, dizendo, por
exemplo, Era uma vez uma menina to m, to m que, quando levava para o
lanche da escola pastis de nata, nunca os partilhava. Sempre que o fazia, as
crianas protestavam, e rapidamente corrigiam e substituam as frases erradas pelas
corretas, pois conhecem muito bem esta histria. Mais importante ainda, distinguiam
os espaos e as personagens e estavam, por completo, presos histria. No
exemplo mencionado, a criana A1 corrigiu a educadora: No, no. Na histria, a
Menina Boa oferece os pastis aos ladres. No os leva para a escola.
Rodari (2002, p. 79) salienta o interesse desta tcnica: a tcnica do erro
fornece deste modo um pensamento-guia, um projecto de desgnio. O produto final
resultar parcial ou totalmente indito conforme a viragem tenha sido aplicada a um
s ou a todos os elementos do conto dado. Tambm Traa (1992) designa este jogo
por jogo dos erros e salienta a sua importncia: aprendendo a mudar as palavras, a
criana aprende empiricamente a estabelecer a diferena entre substituies andinas
e outras que se arriscam a fazer descarrilar a histria (pp.145-146). Esta autora refere
ainda que a criana chega assim intuitivamente a distinguir elementos funcionais e
no funcionais, entre os elementos sobre os quais repousa o desenvolvimento da
narrativa e elementos que no tm incidncia na sua lgica. Inicia-se assim nos
mecanismos da pardia e nos seus limites (p. 145).
2.8
2.9
70
O jogo foi muito bem recebido por todas as crianas. Algumas precisaram de
pequenos apoios da educadora para conseguir mimar mais eficazmente o animal. Foi
uma sesso agradvel e de muita participao.
71
fatia de bolo ao lanche. Segundo Marques (1988), cozinhar com as crianas uma
atividade cheia de potencialidades educativas, se os adultos envolverem a criana na
preparao dos cozinhados, ela ter a oportunidade de saber como a leitura pode ser
usada para seguir uma receita e para selecionar os alimentos (p. 47).
73
Rodari (2002, p. 79) afirma: por meio da viragem podemos obter, em vez de
uma pardia do conto, a situao de partida de uma histria livre de se desenvolver
autonomamente noutras direces. Curiosamente, as crianas do Grupo, perante a
proposta de construir uma histria com um protagonista com caractersticas opostas
74
A1
A2
A3
A4
A5
A6
A7
A8
A9
A10
A11
A12
A13
A14
amiga.
A16 amiga.
me travo.
Criana no se encontrava
presente.
A18
professora.
A19
Criana no se encontrava
presente.
A20
boa cozinheira.
A21 trabalhadora.
trabalhadora.
A22 amiga.
Criana no se encontrava
presente.
A23
amiga
A24 querida
querida.
A25 brincalhona.
mdica.
A26 brincalhona.
amiga.
A27 linda.
querida.
A28 amiga.
Brinca comigo.
A29 querida.
76
D colo.
Parece Professora de
ginstica.
Est sempre a mandar.
uma flor.
A15
brincalhona.
papel, disse a educadora; as crianas disseram que a frase era falsa, porque a
avestruz escreveu os convites em folhas de rvore. Fez um bolo delicioso de
chocolate e chantili; mais uma vez, as crianas disseram que a frase era falsa, porque
a avestruz fez um bolo de farinha crua, com chaves, parafusos e berlindes. O primeiro
a chegar festa foi o co Sulto, adiantou a educadora; as crianas afirmaram que a
frase era verdadeira. Quando terminou este jogo, a criana A4 referiu algo pertinente:
j tinha ouvido a palavra Sulto em outra histria da Lusa Ducla Soares e nomeou
essa histria O Sulto Solimo e o criado Maldonado. Saliento que este conto tinha
sido lido quatro meses antes, em dezembro.
2.19
V. site www.youtube.com/watch?v=VA8emJqvOHE
78
2.20
79
80
81
REFLEXO FINAL
82
83
Tambm Azevedo (2008, p. 75) informa que so vrios os estudos e os autores que
certificam a importncia da interao precoce da criana com produtos literrios de
qualidade, sobretudo no que respeita ao desenvolvimento e domnio de uma
competncia literria: esta competncia que permite ao leitor estabelecer um
dilogo com o texto, conhecer e familiarizar-se com obras modelares da literatura
presente e passada e desenvolver hbitos de leitura ao longo da vida. devido a esta
interao que surge o pensamento crtico e discordante, a abertura a novos mundos e
horizontes, um novo olhar sobre o Outro, e, claro, um contacto com a lngua no seu
potencial mximo, contacto esse gerador de criatividade.
84
86
87
Ducla Soares. A melhor prova da interao com os textos de Lusa Ducla Soares
encontramo-la nos novos textos criados pelas crianas.
Apesar da sua tenra idade (4 anos), as crianas do Grupo rececionaram, ao
longo de um ano letivo, seis dezenas de ttulos da obra de Lusa Ducla Soares,
demonstrando entend-los, conseguindo recri-los, em suma, provando como
interagem bem com estes textos.
Contextualizando os nossos dados no enquadramento terico efetuado na
Parte I do presente Relatrio, perante os resultados obtidos, atrevemo-nos a
considerar que de facto imprescindvel o papel do educador na promoo da leitura
literria, para o que deve dominar e aplicar o mximo de propostas didticas. Sendo o
educador quem est com as crianas todos os dias da semana, explorando diversas
reas, desenvolvendo capacidades e competncias, ele quem mais apto est no s
para lhes ler como para desafi-las a pensar os textos, a interpret-los, relacionandoos com o que conhecem do seu mundo, a recri-los, criando, desta forma, leitores
crticos e exigentes, pois, como afirmou Lopes (1969, citado por Magalhes, 2008, p.
57), o problema da educao do gosto , no fundo, o problema da educao para a
autonomia, para a actividade ou reactividade criadora.
Dacosta (2002) fala-nos delicadamente sobre o crucial papel da leitura na
infncia:
[] a leitura funciona como uma segunda placenta protetora, j que atravs da
leitura se podem experienciar vivncias de outro ou outros, no faz-de-conta, sem
perigos e sem traumas, porque no ainda a srio como na vida. Experincias
[] de humanizao, enfim, visto que num livro vivemos o bafo humano do outro.
[] A literatura deixa-nos crescer experiencialmente. Pela literatura (mas
defendidos, ainda a salvo) sofremos as perdas, desgostos, lutas, perplexidades
que a vida nos trar, inevitavelmente, mais tarde. (p. 203)
A concluir, lembre-se que, nos textos que escreve para crianas, Lusa Ducla
Soares ensina a questionar, a contestar, a encontrar alternativas s atitudes de uma
forma inteligente. Revela a existncia de diferentes opinies sobre o mesmo assunto.
Ensina a relatividade dos objetos, das pessoas e o respeito pela diversidade. As suas
narrativas so marcadas por uma intensa preocupao tica, humanizante e cvica.
uma autora imperdvel, no mnimo, a partir dos 4 anos de idade.
88
89
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
90
91
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Aller Martnez, C.; Cuenca Alejandre, I. C.; Trigo Cutio, J. M. & Garca Ruano, O.
(1991). Estrategias Lectoras, Juegos que animan a ler, Talleres de lectura.
Alcoy: Editorial Marfil; pp.13-103.
Arajo, M. R. (1988). A Estrada Fascinante. Lisboa: Livros Horizonte.
Azevedo, F. (2008). Desenvolver a aprendizagem activa de competncias atravs da
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Barreto, G. (1998). Lusa Ducla Soares. In Literatura para Crianas e Jovens em
Portugal. Porto: Campo de letras; pp. 121-122.
Barros, L. (2007). Formar Leitores. Pais e Professores Protagonistas. Dissertao de
Mestrado em Estudos da Criana Anlise Textual e Literatura Infantil,
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Bastos, G. (1997). Lusa Ducla Soares: a escrita/ leitura como jogo. In Revista
Internacional de Lngua Portuguesa. Associao das Universidades e Lngua
Portuguesa; 80-85.
------- (1999). Literatura Infantil e Juvenil. Lisboa: Universidade Aberta.
Bell, J. (2010). Como realizar um Projecto de Investigao. Lisboa: Gradiva
94
96
97
98
99
ANEXOS
100
101
Anexo 1
Estrutura atual da Escola
102
103
Estrutura atual
Edifcio
Piso
Bloco A
Anexo
Exterior
N.
1
1
1
1
1
1
Equipamento
Sala de berrio
Copa de leites
Sala de muda de fraldas
Arrecadao de produtos de limpeza
Arrecadao de produtos alimentares
Casa de banho para o pessoal
1
1
1
2
1
2
1
2
1
1
Gabinete de Direco
Sala de Professores/Educadores
Sala de alunos estagirios
Salas de Creche
Sala de muda de fraldas
Salas de pr-escolar
Salo central/sala de atividades da pr-escolar
Salas de 1 Ciclo
Cantina
Copa
1
1
2
1
1
1
1
6
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Cozinha
Lavandaria e sala do pessoal auxiliar
Casas de banhos para pessoal
Casa de banho para alunos
Casa de banho para deficientes
Vestirio para alunos
Hall de entrada
Salas do 1 Ciclo
Casa de banho para Meninos
Casa de banho para Meninas
Casa de banho para Pessoal com duche
Ginsio
Casa de banho com chuveiro
Sala de informtica
Biblioteca
Sala de reunies
Sto para arrumaes
Sala de arquivo
2
1
1
1
2
1
1
Salas de pr-escolar
Casa de banho para Meninas
Casa de banho para Meninos
Espao de recreio coberto
Espaos de recreio descobertos
Escorrega para os alunos mais novos
Cobertura para o sol
104
105
Anexo 2
Horrio de funcionamento da Escola
106
107
Horrio de funcionamento
Componente de apoio
Componente Educativa
APTL10
8h/9h
9h/12h
17h30m/19h
12h/14h30m
14h30m/16h30m
famlia
Pr-Escolar
16h30m/17h30m
1. Ciclo
8h/9h
9h/13h
13h/14h30m
14h30m/17h
17h/17h30m
10
108
17h30m/19h
109
Anexo 3
Listagem de obras infantis de Lusa Ducla Soares
110
111
Soares, Lusa Ducla (1972). A Histria da Papoila. Lisboa: Editorial Estdios Cor.
------- (1973). Maria Papoila. Lisboa: Editorial Estdios Cor.
------- (1973). O Dr. Lauro e o Dinossauro. Lisboa: Editorial Estdios Cor.
------- (1973). O Gato e o Rato. Lisboa: Editorial Estdios Cor.
------- (1973). O Ratinho Marinheiro. Lisboa: Editorial Estdios Cor.
------- (1973). O Soldado Joo. Lisboa: Editorial Estdios Cor.
------- (1975). Oito Histrias Infantis. Lisboa: Ministrio da Educao e Investigao
Cientfica.
------- (1976). O Meio Galo e outras Histrias. Porto: ASA.
------- (1980). AEIOU, Histria das Cinco Vogais. Porto: Edies Afrontamento.
------- (1980). O Rapaz Magro, a Rapariga Gorda. Lisboa: Pltano.
------- (1981). Histrias de Bichos. Lisboa: Livros Horizonte.
------- (1981). O Menino e a Nuvem. Lisboa: Pltano Editora.
------- (1982). O Drago. Lisboa: Livros Horizonte.
------- (1982). O Rapaz do Nariz Comprido. Lisboa: Pltano Editora.
------- (1982). O Sulto Solimo e o Criado Maldonado. Lisboa: Pltano Editora.
------- (1982). Trs Histrias do Futuro. Porto: Edies Afrontamento.
------- (1983). Poemas da Mentira e da Verdade. Lisboa: Livros Horizonte (2. ed.
1999, verso muito aumentada).
------- (1984). A Princesa da Chuva. Lisboa, Pltano Editora.
------- (1984). O Homem das Barbas. Lisboa: Livros Horizonte.
------- (1984). O Senhor Forte. Lisboa: Livros Horizonte.
------- (1985). 6 Histrias de Encantar. Porto: Areal.
------- (1985). A Menina Boa. Lisboa: Livros Horizonte.
------- (1985). A Menina Branca, o Rapaz Preto. Lisboa: Livros Horizonte.
------- (1985). O Homem Alto, a Mulher Baixinha. Lisboa: Livros Horizonte.
112
116
117
Anexo 4
Fotografias da atividade Todos no Sof
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119
Todos no Sof
120
121
Anexo 5
A Menina Verde
122
123
A Menina Verde
Aquela menina nasceu verde, verde, verde.
- Seria de eu comer muito caldo verde? perguntava a me.
- Seria de eu beber muito vinho verde? perguntava o pai.
Ningum jogava s escondidas melhor do que ela. Na relva vede, nos arbustos
verdes, quem conseguia encontra-la?
Quando ia para a escola avisavam-na sempre Tem cuidado, no v um burro comerte. s to verde!
125
Anexo 6
Fotografias da atividade A Menina Encarnada
126
127
A Menina Encarnada
128
129
Anexo 7
O Menino do Contra in Poemas da Mentira e da Verdade
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131
O Menino do Contra
O menino do contra
queria tudo ao contrrio:
deitava os fatos na cama
e dormia no armrio.
Andava, corria
de pernas para o ar;
se estava contente,
punha-se a chorar.
Molhava-se ao sol,
secava na chuva,
e em cada p
usava uma luva.
Escrevia no lpis
com o papel,
achava salgado
o sabor a mel.
132
133
Anexo 8
Fotografias da atividade O Casamento da Gata
134
135
O Casamento da Gata
136
137
Anexo 9
Fotografias da atividade Adivinha, Adivinha
138
139
Adivinha, Adivinha
140
141
Anexo 10
Fotografias da atividade O Maluquinho da Bola
142
143
O Maluquinho da Bola
144
145
Anexo 11
Fotografia da atividade Os Ovos Misteriosos
146
147
Os Ovos Misteriosos
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149
Anexo 12
Fotografias da atividade Contrrios
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151
Contrrios
152
153
Anexo 13
Fotografias da atividade O Coelhinho Afonso
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155
O Coelhinho Afonso
Figura 19 Contrrios
156
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Anexo 14
Fotografia da atividade O Ratinho Marinheiro
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159
O Ratinho Marinheiro
160
161
Anexo 15
Fotografias da atividade A Cigarra e a Formiga
162
163
A Cigarra e a Formiga
164
165
Anexo 16
Fotografias da atividade O Urso e a Formiga
166
167
O Urso e a Formiga
168
169
Anexo 17
Fotografias da atividade Caderneta de Cromos
170
171
Caderneta de Cromos
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