Engenharia de Reservatorios de Petreleo Adalberto Rosa
Engenharia de Reservatorios de Petreleo Adalberto Rosa
Engenharia de Reservatorios de Petreleo Adalberto Rosa
1.1. Petrleo
Petrleo (do latim petra = rocha e oleum = leo) o nome dado s misturas naturais de hidrocarbonetos que podem ser encontradas no estado slido, lquido ou gasoso, a depender das
condies de presso e temperatura a que estejam submetidas. O petrleo tanto pode aparecer em
uma nica fase como pode se apresentar em mais de uma fase em equilbrio.
Sob o nome hidrocarbonetos existe uma grande variedade de compostos de carbono e hidrognio que quimicamente, de acordo com certas caractersticas, so agrupados em sries. Mais de
quinze sries de hidrocarbonetos j foram identificadas, sendo que umas so encontradas com maior
freqncia que outras. As mais comumente encontradas so as parafinas, as olefinas e os hidrocarbonetos aromticos. Dentro de uma mesma srie podem ser encontrados desde compostos muito
leves e quimicamente simples, como, por exemplo, o metano da srie das parafinas, a compostos
bem mais pesados e quimicamente complexos.
Na srie das parafinas encontram-se os hidrocarbonetos parafnicos normais ou alcanos,
que possuem a frmula geral CnH2n+2. Os nomes dos alcanos so formados por um prefixo, que
especifica o nmero de tomos de carbono, e o sufixo ano. Assim, a srie dos alcanos constituda
do metano (CH4), etano (C2H6), propano (C3H8), butano (C4H10), etc.
Os hidrocarbonetos parafnicos podem apresentar ramificaes em um ou mais tomos de
carbono, sendo nesses casos denominados isoparafinas ou isoalcanos, mas possuem a mesma
frmula geral dos alcanos. Alguns hidrocarbonetos da srie dos isoalcanos so o isobutano, o isopentano e o 3-metil-pentano, por exemplo.
1-1
1-2
Para distinguir os alcanos dos isoalcanos normalmente se usa o prefixo normal (ou simplesmente n) no caso dos alcanos e o prefixo iso normal (ou simplesmente i) no caso dos isoalcanos. Por exemplo, usam-se as denominaes n-butano para indicar que se trata de um alcano e ibutano para indicar que se trata de um isoalcano.
Na srie das olefinas os hidrocarbonetos mais comuns so os alcenos, que apresentam a
frmula geral CnH2n. Dentre eles podem ser citados o eteno (C2H4) e o propeno (C3H6), por exemplo.
Dentre os hidrocarbonetos aromticos podem ser mencionados o benzeno (C6H6), o tolueno
(C7H8) e o naftaleno (C10H8).
Agregada mistura de hidrocarbonetos vem sempre uma certa quantidade de impurezas,
sendo as mais comuns o dixido de carbono, o oxignio, o nitrognio, o gs sulfdrico, o hlio e
alguns outros compostos de carbono.
A infinita variedade de composies das misturas de hidrocarbonetos, aliada variao de
tipos e teores de impureza, faz com que praticamente todas as misturas tenham caractersticas
diferentes. Cor, viscosidade, massa especfica, etc., podem diferir bastante de uma jazida para outra.
As propriedades fsico-qumicas de um petrleo dependem de sua composio qumica,
que pode ser obtida atravs de anlises qumicas. A anlise qumica completa de um petrleo envolve tcnicas caras e complexas, o que muitas vezes torna proibitiva a sua execuo. A identificao
de cada composto e em que proporo, isto , com que frao molar ele se acha presente na mistura
o que se chama anlise composicional. Como o petrleo uma mistura bastante complexa, normalmente com grande quantidade de hidrocarbonetos diferentes, costuma-se usar o artifcio da
anlise composicional resumida, que consiste em juntar em um mesmo grupo os compostos que
apresentam o mesmo nmero de tomos de carbono. Os compostos so representados pela letra C
maiscula, acompanhada pelo algarismo correspondente ao nmero de tomos presentes nos compostos do grupo. Assim, o butano, que tem quatro tomos de carbono, e os demais compostos de
outras sries que tambm tm quatro tomos de carbono se agrupam sob o ttulo C4. Embora hoje
existam equipamentos modernos que conseguem determinar um grande nmero de molculas com
20 ou mais tomos de carbono, normalmente os procedimentos para se fazer essa anlise separam
molculas com at seis tomos de carbono, ficando todos os demais componentes, com sete ou mais
tomos, agrupados como pseudocomponente C + .
7
Outro aspecto interessante que, como as condies de presso variam com a posio dentro do reservatrio, a rigor pode-se dizer que em uma mesma acumulao de petrleo as caractersticas dos fluidos variam de ponto a ponto.
1-3
da superfcie da terra. A essa profundidade tanto a presso como a temperatura bem maior que na
superfcie. Quando levada para a superfcie essa mistura procura um novo estado de equilbrio
devido s novas condies de presso e temperatura a que est sendo submetida. Nessa nova situao uma parte dos hidrocarbonetos, predominantemente os mais leves, se vaporizar, enquanto os
menos leves permanecero no estado lquido. Assim, uma parte dos hidrocarbonetos vai continuar
lquida, enquanto a outra parte vai se transformar em gs. A parte da mistura que se encontrava no
estado lquido nas condies do reservatrio e que permanece lquida nas condies de superfcie
recebe o nome de leo. A parte que se vaporiza recebe o nome de gs natural ou simplesmente gs.
Nas condies de reservatrio tem-se, portanto, no exatamente leo e sim uma mistura lquida de
hidrocarbonetos formada pelo leo mais o gs natural que nele se encontra dissolvido. Caso a
mistura se apresente totalmente no estado gasoso j nas condies de reservatrio recebe tambm o
nome de gs natural.
leo a parte que permanece no estado lquido quando uma mistura lquida de hidrocarbonetos
levada das condies de reservatrio para as condies de superfcie.
Gs natural o nome dado s misturas de hidrocarbonetos que, quando esto nas condies de
superfcie, se apresentam na forma gasosa. No reservatrio estas misturas podem se apresentar tanto
na forma gasosa como dissolvida no leo.
1-4
vapor
vapor
vapor
lquido
lquido
lquido
p1, T1
p 2, T 2
p1 = p2 = p3 = p4
patm
p3, T3
p4, T4
T2 = T3
1-5
se pode dizer a respeito da condensao. Na verdade, para uma substncia pura o ponto de orvalho
coincide com o ponto de bolha.
Para cada valor de presso diferente em que se fizer a vaporizao vai-se obter um valor
diferente para a temperatura de ebulio (ou de bolha), embora o comportamento seja semelhante.
Esses pares, presso e sua correspondente temperatura de ebulio, podem ser representados graficamente no chamado diagrama de fases, conforme mostra a Figura 1.2. Ligando-se os pontos de
bolha obtidos para diversas presses, resulta a curva de vaporizao da substncia.
Ponto crtico
pc
Presso
lquido
2
3
vapor
Temperatura
Tc
1-6
Presso
pc - Presso crtica
Tc - Temperatura crtica
Vc - Volume crtico
E
Ponto
pc
Tc
Lquido
Vapor
T4
Lquido + Vapor
T3
F
Vc
T2
T
H 1
Volume
A linha EFGH da Figura 1.3 representa a vaporizao da substncia a uma temperatura T1. Partindo-se do ponto H e seguindo a linha HGFE tem-se um processo de condensao. O ponto G
chamado de ponto de orvalho porque a aparece a primeira gota de lquido, enquanto que F o
ponto de bolha. Observa-se que para uma substncia pura a presso de bolha e a presso de orvalho
coincidem.
A linha formada pela ligao dos pontos de bolha obtidos a diferentes temperaturas recebe
o nome de curva dos pontos de bolha (linha FC). A linha que liga os pontos de orvalho recebe o
nome de curva dos pontos de orvalho (linha GC). Essas duas linhas se encontram no chamado ponto
crtico e delimitam uma rea denominada regio de duas fases, pois a convivem lquido e vapor em
equilbrio. Como pode ser visto, o ponto crtico corresponde ao maior valor de presso em que as
duas fases coexistem. A linha que delimita a regio dentro da qual coexistem lquido e vapor (FCG),
formada, portanto, pelas curvas de bolha e de orvalho, normalmente chamada de envelope de fases
ou envoltria.
Deve-se frisar que o comportamento da curva de vaporizao (ou de condensao), bem
como das linhas que formam o diagrama presso versus volume, varia de uma substncia para outra.
vapor
vapor
1-7
vapor
lquido
lquido
lquido
p1, T1
p2, T2
p1 = p2 = p3 = p4
p3, T3
Constante
p4, T4
T2 < T3
Temperatura
Figura 1.5 Diagrama de fases de uma mistura.
1-8
ponto 3 aparecem os primeiros indcios de lquido. Esse ponto, que marca o incio da condensao
da substncia, chamado de ponto de orvalho. Para que mais e mais fluido se condense deve haver
uma retirada contnua de calor com a correspondente reduo da temperatura. Para que toda a
substncia se condense necessrio que o sistema chegue condio de temperatura do estgio 2,
ou seja, temperatura de bolha. Diferentemente das substncias puras, as misturas apresentam
valores distintos para os seus pontos de bolha e de orvalho. A partir do ponto de bolha a posterior
retirada de calor causar apenas mais reduo na temperatura da mistura, que j se encontra totalmente no estado lquido.
O ponto importante do processo que a vaporizao e a condensao da mistura s ocorrem com variao de temperatura. Como j foi dito, isso acontece devido ao fato de que a mistura
formada por componentes de diferentes presses de vapor. Inicialmente, predomina a vaporizao
dos componentes mais leves. Para que haja um crescimento na proporo dos demais componentes
necessrio que a temperatura v aumentando progressivamente at o ponto de orvalho. Para cada
presso diferente em que for feita a vaporizao sero obtidos pontos de bolha e de orvalho diferentes. Unindo-se os pontos de bolha das diferentes presses obtm-se a curva dos pontos de bolha. Da
mesma forma, ligando-se os pontos de orvalho obtm-se a curva dos pontos de orvalho. As duas
curvas se encontram no ponto crtico.
Tanto no diagrama de fases como no diagrama presso versus volume, a linha formada pelas curvas de bolha e de orvalho delimita uma regio, denominada envelope de fases ou envoltria,
em cujo interior coexistem a fase lquida e a fase vapor.
A Figura 1.6 mostra um exemplo de diagrama presso versus volume de uma mistura.
Comparativamente ao caso de uma substncia pura (Figura 1.3) observa-se uma diferena bsica na
configurao das linhas dentro do envelope de fases: as isotermas no so isbaras.
Presso
p c - Presso crtica
Tc - Temperatura crtica
Vc - Volume crtico
Ponto crtico
C
pc
Tc
Lquido
Lquido + Vapor
Vapor
T4
T3
T2
T1
Vc
Volume
1-9
p1
Ponto crtico
100%
75%
Presso
% lquido
50%
Curva dos
pontos de
orvalho
0%
T1
Cricondenterma
25%
Temperatura
A curva dos pontos de bolha juntamente com a curva dos pontos de orvalho delimitam uma regio
de coexistncia das duas fases, ou seja, uma regio cujos pontos representam a mistura com uma
parte no estado lquido em equilbrio com a outra parte que se encontra no estado gasoso. direita
da curva dos pontos de orvalho se localiza a regio das misturas gasosas e esquerda da curva dos
pontos de bolha se encontra a regio das misturas lquidas. Por exemplo, no diagrama da Figura 1.7,
o ponto 1 de coordenadas p1 (presso) e T1 (temperatura) um lquido, uma vez que est localizado
na regio das misturas lquidas. Se as condies da mistura forem dadas pelo ponto 2 a mistura
apresentar uma parte no estado lquido, em equilbrio com uma parte gasosa.
As linhas traadas na regio de duas fases que indicam os percentuais de lquido na mistura
so chamadas de linhas de qualidade. O ponto 2, por exemplo, representa uma mistura na qual 75%
da massa do fluido encontram-se no estado lquido e 25% no estado vapor. Se o ponto estivesse em
cima da linha 50%, metade da massa estaria no estado lquido e metade no estado vapor.
Ainda no diagrama da Figura 1.7, pode ser observada uma linha reta tangente curva dos
pontos de orvalho e perpendicular ao eixo das temperaturas. Essa linha se chama cricondenterma e
representa a maior temperatura em que ainda se tem a coexistncia de duas fases. A linha reta
tangente curva dos pontos de bolha e perpendicular ao eixo das presses chama-se cricondenbrica. Essa linha representa a maior presso em que ainda coexistem duas fases. Como ser visto
posteriormente, essas duas linhas so bastante importantes para a definio do comportamento
termodinmico das misturas.
1-10
R1
pR
Ponto
crtico
R2
Presso
100%
75%
50%
25%
0%
Temperatura TR1
Tc
TR2
1-11
submetido a essas condies, qualquer reduo de presso, por menor que seja, acarretar vaporizao de uma poro, mesmo infinitesimal, da mistura.
R
pR
Presso
100%
75%
pS
25%
0%
TS
Temperatura
TR
Se a mistura est nas condies representadas pelo ponto R, por exemplo, diz-se que o leo
subsaturado. Para se iniciar a vaporizao da mistura mantendo a temperatura constante necessrio que a presso seja reduzida at o valor correspondente ao ponto 2 do diagrama, ponto este que se
situa exatamente sobre a curva dos pontos de bolha. Para se identificar essa presso em que comea
a vaporizao da mistura temperatura considerada emprega-se comumente a expresso presso de
saturao. Assim, os termos ponto de bolha e ponto de saturao, presso de bolha e presso de
saturao, etc., normalmente so utilizados de maneira indistinta neste texto.
Em reservatrios reais, quando comea a produo, tanto o fluido que produzido, como o
que permanece na formao, sofrem alteraes devidas s mudanas das condies s quais eles
ficam submetidos. O fluido produzido passa das condies iniciais de presso e temperatura do
reservatrio para as condies de presso e temperatura da superfcie. Devido retirada de massa a
presso no interior da formao vai se reduzindo. Assim, apesar da temperatura do reservatrio se
manter praticamente constante durante a sua vida produtiva, as condies a que fica submetido o
fluido que permanece vo se alterando.
A curva RS representa o comportamento do fluido produzido desde as condies iniciais
do reservatrio, ponto R, at as condies da superfcie, ponto S. No exemplo da figura, nas condies de superfcie aproximadamente 60% dos hidrocarbonetos produzidos estaro na fase lquida e
os 40% restantes estaro na fase gasosa. De um modo geral o fluido produzido submetido a um
processo de separao antes de ser colocado em tanques nas condies ambientes. A presso e a
temperatura de separao so determinadas atravs de clculos e recebem o nome de condies de
separao.
O comportamento do fluido que permanece no reservatrio representado por uma linha
vertical correspondente temperatura do reservatrio. A presso vai caindo continuamente at as
condies de abandono, quando ocorre a suspenso da produo.
1-12
pR
Ponto
crtico
Presso
100%
40%
pS
0%
TS
Temperatura
TR
pR
Presso
1-13
Ponto
crtico
100%
0%
20%
pS
TS
TR
Temperatura
Deve ser lembrado que a forma do diagrama de fases, a localizao do ponto crtico, a disposio das linhas de qualidade e outras particularidades do diagrama de fases dependem da composio original da mistura. Assim, a maior proximidade das curvas de qualidade da curva dos pontos
de bolha ou da curva dos pontos de orvalho j caracterstica de um ou outro tipo de fluido. Portanto, uma inspeo rpida do diagrama de fases pode fornecer uma idia aproximada do tipo de fluido
que se tem em mos. A classificao de uma mistura como um ou outro tipo , no entanto, apenas
uma apreciao qualitativa, no sendo suficiente para caracterizar o fluido em estudo. So necessrios dados quantitativos, obtidos por meio de ensaios de laboratrio, para realmente caracterizar o
fluido.
1.3.2. Reservatrios de gs
Chama-se reservatrio de gs a jazida de petrleo que contm uma mistura de hidrocarbonetos que se encontra no estado gasoso nas condies de reservatrio. Quando o ponto correspondente s condies de presso e temperatura a que est submetida a mistura colocado em um
diagrama de fases, verifica-se que o mesmo se localiza direita da temperatura crtica.
Os reservatrios de gs so classificados como reservatrios de gs seco, reservatrios de
gs mido e reservatrios de gs retrgrado. Essa classificao depende do comportamento do
1-14
fluido quando sujeito a redues de presso dentro do prprio reservatrio e tambm do tipo de
fluido resultante nos equipamentos de superfcie.
Ao ser levada para a superfcie a mistura gasosa pode ser submetida a processos de separao dos componentes mais leves dos mais pesados, resultando dessa separao duas fases distintas.
Os componentes mais leves permanecem no estado gasoso e os mais pesados vo dar origem aos
chamados lquidos de gs natural, normalmente designados simplesmente por LGN.
Presso
pR
0%
100%
60%
pS
TS
Temperatura
TR
1-15
pR
Ponto
crtico
Presso
0%
100% 80%
S
pS
Temperatura
TR
TS
b) Reservatrio de gs retrgrado
O reservatrio de gs retrgrado recebe esse nome devido a um fenmeno que ocorre em
reservatrios de gs cuja temperatura situa-se entre a temperatura crtica da mistura e a cricondenterma. A Figura 1.14 apresenta um diagrama de fases de uma mistura em que pode acontecer esse
fenmeno. Na figura est indicado que nas condies iniciais a temperatura do reservatrio est
exatamente na condio citada, ou seja, a temperatura do reservatrio est entre a temperatura crtica
e a cricondenterma.
Ponto crtico
pR
60%
2
0%
Temperatura
TR
Cricondenterma
Presso
100%
1-16
O fenmeno retrgrado se passa do seguinte modo: medida que o fluido vai sendo produzido, a presso no interior do reservatrio vai se reduzindo, enquanto a temperatura permanece
constante. A mistura permanece no estado gasoso at o instante em que a presso atinge um determinado valor em que comea a acontecer um processo de condensao. Essa situao corresponde
ao ponto 1 no diagrama. medida que a presso continua a cair, a quantidade de lquido aumenta
at atingir um valor mximo. A partir desse mximo a reduo da presso causa uma reverso do
processo, ou seja, o lquido comea a retornar para a fase vapor. Se a presso continuar caindo
poder-se- chegar ao ponto 2 do diagrama, quando tudo que tinha se liquefeito ter voltado para o
estado de vapor.
O ponto interessante do fenmeno de condensao retrgrada o fato de uma reduo de
presso causar a condensao de um gs, quando o que se espera que redues de presso causem
vaporizaes de lquidos. A rea hachurada mostrada na Figura 1.14 indica a regio do diagrama de
fases em que ocorre o fenmeno da condensao retrgrada.
Deve ser observado que o fenmeno retrgrado acontece no interior da rocha-reservatrio,
uma vez que nele que ocorre o processo natural de reduo de presso enquanto a temperatura se
mantm constante. O reservatrio de gs retrgrado tambm conhecido como reservatrio de gs
condensado retrgrado.
Quando a temperatura do reservatrio est muito prxima da temperatura crtica da mistura
tem-se uma condio especial de gs retrgrado. Nessa situao, logo no incio, com pequenas
redues de presso ocorre um rpido crescimento da quantidade de fluido condensado. Pela inspeo do diagrama de fases verifica-se que quando a temperatura do gs se aproxima muito da temperatura crtica a linha vertical que representa o comportamento de presso do reservatrio corta uma
quantidade grande de linhas de qualidade logo no incio. Esse tipo de reservatrio pode ser chamado
de reservatrio de gs condensado quase crtico.
No caso de reservatrio de gs condensado, a anlise PVT (presso-volume-temperatura)
para a determinao em laboratrio das propriedades dos fluidos existentes no meio poroso deve ser
feita aps recombinao dos fluidos obtidos em um processo de amostragem.
Quando no esto disponveis dados obtidos a partir de experimentos de laboratrio, a
presso de orvalho para gs natural condensado, como uma funo da composio e da temperatura,
pode ser estimada pela correlao de Nemeth & Kennedy (1967), apresentada no Apndice D.
Uma das maneiras de se classificar os reservatrios de petrleo atravs da chamada razo
gs/lquido de produo (RGL), que o quociente da diviso da vazo instantnea de gs pela vazo
instantnea de leo, ambas medidas em condies-padro. Segundo Craft & Hawkins (1959), os
reservatrios de petrleo podem ser classificados, de maneira simplificada, como sendo de leo, de
gs condensado ou de gs seco, a depender da razo gs-lquido de produo (RGL):
Reservatrio de Gs Condensado: 900 m3 std/m3 std < RGL < 18.000 m3 std/m3 std;
1-17
sentada por m3 std/m3 std. comum, no entanto, principalmente na literatura norte americana e,
portanto, em bacos, grficos e correlaes apresentados na literatura, o uso de unidades diferentes
para as vazes de gs e de lquido. Por exemplo, a razo gs/lquido (RGL), a razo gs/leo (RGO)
e a razo de solubilidade (Rs), a ser definida em sees posteriores, podem ser apresentadas em
scf/stb ou SCF/STB, onde SCF significa Standard Cubic Feet, ou seja, ps cbicos standard (ps
cbicos medidos nas condies-standard ou padro de se medir volumes de gs), e STB significa
Stock Tank Barrel, isto , barril no tanque de estocagem (volume em barril, medido nas condies
do tanque de estocagem, o que normalmente entendido como condies-standard ou padro de se
medir volumes de leo).
A Figura 1.15 mostra em um nico grfico o comportamento tpico de uma mistura de hidrocarbonetos encontrada em reservatrios de petrleo e os vrios tipos de reservatrios.
Reservatrios de leo
Lquido
os
ont
sp
o
r
ad
po
va
rv
u
%
0
C
90
. 1
lq
ps Ts
Reserv. de gs
p1 T1
p2 T2
ha
de bol
C
Regio de
condensao
retrgrada
Lquido
+
Vapor
r
po
va
r
po
.
va por
lq
%
0
va
30%
. 8 0%
lq
os
9
%
nt
.
20
o
lq
%
sp
10
do
de
%
70
p3 T3
or
va
l ho
Vapor
rv a
Cu
T
Figura 1.15 Envoltria p versus T tpica de uma mistura de hidrocarbonetos (1) leo
(2) gs condensado retrgrado e (3) gs no-retrgrado.
O ponto (ps, Ts) representa as condies de presso e de temperatura de separao dos fluidos na
superfcie. As condies iniciais (p1, T1) representam um exemplo de reservatrio de leo, enquanto
que o ponto (p2, T2) um exemplo de reservatrio de gs condensado retrgrado. As condies (p3,
T3) representam um reservatrio de gs no-retrgrado, isto , aquele que no apresenta condensao no reservatrio. Neste caso, quando a produo de lquido (condensado) na superfcie praticamente nula (RGL 18.000 m3 std/m3 std) o reservatrio denominado gs seco, caso contrrio o
reservatrio chamado de gs condensado ou mido.
1-18
como reservatrio de gs como reservatrio de leo, a depender de qual seja a fase preponderante.
Como o gs muito menos denso que o lquido, existe naturalmente uma separao e arrumao
desses fluidos. O gs ocupa a parte superior da formao enquanto que o lquido fica na parte
inferior.
Mesmo existindo um grande volume de hidrocarbonetos na fase gasosa a jazida classificada como reservatrio de leo com capa de gs se o interesse econmico for o leo. Na verdade o
reservatrio de leo recebe esse complemento com capa de gs na sua denominao se o volume de
gs na capa tem realmente grandes propores. Esse um aspecto muito relevante para os processos
produtivos da jazida. Deve ser lembrado que esse reservatrio, alm do gs da capa que chamado
de gs livre, tem tambm uma certa quantidade de gs dissolvido no leo. A Figura 1.16 ilustra
esquematicamente um reservatrio desse tipo.
gs
leo
X
$ $ $
capa de gs
hidrocarbonetos lquidos (leo)
gua
Figura 1.16 Reservatrio de leo com capa de gs.
Quando a quantidade de gs for muito maior que a de lquido, de tal maneira que o interesse econmico principal seja o gs, esse reservatrio no poder mais ser classificado como reservatrio de leo e dever ser classificado como reservatrio de gs. A Figura 1.17 apresenta o esquema
de um reservatrio desse tipo. Da pequena quantidade de hidrocarbonetos lquidos existentes no
reservatrio resultaria uma produo de leo igualmente pequena, o que tornaria a sua explorao
antieconmica. Numa situao como essa o interesse econmico se volta para a explorao do gs.
1-19
gs
gs
gua
pr = p / pc ,
(1.1)
T r = T / Tc
(1.2)
1-20
V r = V / Vc ,
(1.3)
c=
1
V
(1.4)
1
V
(1.5)
ou simplesmente por:
c=
m
,
V
(1.6)
V=
m
,
(1.7)
de onde se pode escrever que a variao de volume por variao de presso, ou seja, a derivada do
volume em relao presso, dada por:
V
m
= 2
.
p
p
(1.8)
Substituindo as Eqs. (1.7) e (1.8) na Eq. (1.5) obtm-se uma expresso para a compressibilidade
isotrmica em funo da massa especfica e da derivada da massa especfica em relao presso:
c=
1
p T
(1.9)
1
,
p
(1.10)
ou simplesmente:
c=
1-21
G = yi Gi ,
(1.11)
i =1
yi =
ni
nc
nj
(1.12)
j =1
Vi = Vi e V = y iVi , onde V o volume total do sistema. De modo similar, qualquer outra grani =1
G = y i Gi ,
(1.13)
i =1
1-22
nc
G = y i Gi + G ,
(1.14)
i =1
onde G a diferena entre o valor da propriedade real da soluo e a soma ponderada dos valores
das propriedades dos componentes puros que a constituem nas mesmas condies de presso e de
temperatura da soluo. Se a propriedade G for o volume, tem-se que:
nc
V = V y iVi ,
(1.15)
i =1
onde V a variao de volume que se observa quando se forma 1 mol da soluo a partir dos
componentes puros. Um exemplo clssico de mistura no ideal ocorre quando se deseja preparar 2 l
de uma soluo 30% molar de metanol em gua, a 25 oC e 1 atm. Nesse caso so necessrios V1 =
1,017 l de metanol e V2 = 1,053 l de gua. Os volumes molares so:
Metanol
gua
V1 = 40,727 cm3/molg
V2 = 18,068 cm3/molg
V1 = 38,632 cm 3 / mol g
V 2 = 17,765 cm 3 / mol g
importante mencionar que no se deve confundir o conceito de comportamento de soluo ideal com o de comportamento de gs ideal, a ser estudado na Seo 1.7.1.
(massa %) i =
mi
nc
100 ,
mj
(1.16)
j =1
nc
mj
j =1
1-23
(volume %) i =
Vi
nc
100 ,
(1.17)
V j
j =1
nc
V j
j =1
(mol %) i =
ni
nc
100 ,
(1.18)
nj
j =1
yi =
ni
nc
nj
ni
,
nt
(1.19)
j =1
M a = yi M i ,
(1.20)
i =1
1-24
ni
nc n
1
M a = n
M i = i M i =
c
i =1 nt
nt
i =1
nj
j =1
nc
nc
(ni M i ) .
(1.21)
i =1
p pc = y i p ci
(1.22)
i =1
e
nc
T pc = y i Tci ,
(1.23)
i =1
onde ppc e Tpc so, respectivamente, a presso e a temperatura pseudocrticas, yi a frao molar do
componente i na mistura, nc o nmero de componentes e pci e Tci so, respectivamente, a presso e
a temperatura crticas de cada componente. Assim, ao invs de propriedades reduzidas calculam-se
as chamadas propriedades pseudoreduzidas:
p pr = p / p pc
(1.24)
T pr = T / T pc .
(1.25)
1-25
1.7.1. Gs ideal
Normalmente os gases podem ser considerados como ideais quando submetidos a baixas
presses e altas temperaturas.
a) Lei de Boyle-Mariotte
O volume ocupado por uma determinada massa de um gs ideal ser inversamente proporcional presso, se a temperatura for mantida constante:
V ~
1
ou pV = constante.
p
(1.26)
b) Lei de Charles
O volume ocupado por uma determinada massa de um gs ideal ser diretamente proporcional temperatura, se a presso for mantida constante:
V ~ T ou
V
= constante .
T
(1.27)
d) Equao de estado
Equao de estado uma expresso que relaciona a presso, a temperatura e o volume de
um gs ou lquido. As leis de Boyle-Mariotte, Charles e Avogadro podem ser combinadas para a
obteno de uma equao de estado para um gs ideal. Inicialmente aplicam-se conjuntamente as
leis de Boyle-Mariotte e de Charles para descrever a passagem de um gs ideal do estado 1 para o
estado 2, conforme ilustrado na Figura 1.18.
Estado 1
Estado 2
p1, V1, T1
p2, V2, T2
1-26
p1V1 p 2 V2
.
=
T1
T2
(1.28)
pV
= constante .
T
(1.29)
pVm
(1.30)
=R,
T
onde R uma constante do gs. Ento, a introduo da lei de Avogadro leva concluso de que R
igual para todos os gases, passando a se chamar constante universal dos gases. Dessa forma, a
equao de estado para um gs ideal, considerando um volume igual ao volume molar, dada por:
pVm = RT .
(1.31)
pV = nRT ,
(1.32)
Exemplo 1.1 Qual o volume ocupado por um mol-lb de um gs ideal quando submetido a uma
presso de 100 psia e a uma temperatura de 90 oF?
Soluo:
No sistema de unidades usado neste exemplo o valor da constante universal dos gases
10,73 psi ft 3 /(mol lbo R) . Assim, empregando a Eq. (1.32):
e) Massa especfica
Por definio, a massa de um nmero n de mols de gs dada por:
m = nM ,
(1.33)
onde M a massa molecular do gs. Assim, a massa especfica de um gs ideal expressa por:
m pM
=
.
V
RT
f) Densidade
A densidade de um gs definida pela relao:
(1.34)
dg =
g
ar
1-27
(1.35)
onde g e ar so, respectivamente, as massas especficas do gs e do ar, ambas medidas nas mesmas
condies de temperatura e presso. Para um gs ideal tem-se:
pM g
g =
(1.36)
RT
ar =
p M ar
.
RT
(1.37)
dg =
Mg
M ar
(1.38)
dg
Mg
29
(1.39)
Cada gs exerce uma presso igual que exerceria caso estivesse s no recipiente.
n = n A + n B + nC + ... .
(1.40)
p AV = n A RT ,
p BV = n B RT ,
pCV = nC RT ,
... .
(1.41)
p = p A + p B + pC + ... ,
(1.42)
ento:
p=
n A RT n B RT nC RT
RT
+
+
+ ... =
V
V
V
V
nc
ni =
i =1
nRT
,
V
(1.43)
1-28
p i V = ni RT .
(1.44)
Ento, a relao entre a presso parcial de um determinado componente e a presso total do sistema
dada por:
pi ni RT / V ni
=
=
= yi ,
p
nRT / V
n
(1.45)
pV A = n A RT ,
pVB = n B RT ,
pVC = nC RT ,
...,
(1.46)
VA = nA
RT
,
p
VB = n B
RT
,
p
VC = nC
RT
,
p
....
(1.47)
Mas:
V = V A + V B + VC + ... ,
(1.48)
o que produz:
V = nA
RT
RT
RT
RT
+ nB
+ nC
+ ... =
p
p
p
p
nc
ni =
i =1
nRT
.
p
(1.49)
pVi = ni RT .
(1.50)
Ento, a relao entre o volume parcial de um determinado componente e o volume total do sistema
dada por:
Vi ni RT / p ni
=
=
= yi .
V
nRT / p
n
(1.51)
Assim, a frao molar de um componente i igual ao quociente entre os volumes parcial do componente e total do sistema. Ou seja, de acordo com a lei de Amagat, para um gs ideal a frao molar
igual frao volumtrica.
___________________________
Exemplo 1.2 Uma mistura de gases ideais que est sujeita a uma presso de 750 psia e a uma
temperatura de 100 oF tem a composio da Tabela 1.1:
Tabela 1.1 Composio da mistura de gases do Exemplo 1.2
Componente
Frao molar
Metano
Etano
Propano
0,85
0,10
0,05
1-29
Soluo:
Parte (a):
Pela lei de Dalton (presses parciais):
Vmetano = n metano
c) Densidade
A densidade de uma mistura de gases definida de maneira semelhante densidade de um
componente nico, sendo dada ento por:
dg =
Ma
M
a ,
M ar
29
(1.52)
d) Compressibilidade isotrmica
A compressibilidade isotrmica de um gs ou de uma mistura gasosa que se comporta como gs ideal obtida substituindo-se a definio de massa especfica oriunda da equao de estado
dos gases ideais,
pM
,
RT
(1.53)
cg =
RT ( pM / RT ) 1
= .
pM
p
p
(1.54)
1-30
1.7.3. Gs real
Quando se considera o comportamento de um gs real a equao de estado dos gases deve
ser modificada para exprimir a nova situao.
a) Equao de estado
Para gases reais a equao de estado toma a seguinte forma:
pV = ZnRT ,
(1.55)
Z=
Vreal
.
Videal
(1.56)
O fator de compressibilidade no constante, varia com a composio do gs, com a temperatura e com a presso. Valores de Z podem ser estimados utilizando-se grficos obtidos experimentalmente. A Figura 1.19 mostra, como exemplo, um grfico do fator de compressibilidade do
metano.
1-31
___________________________
Exemplo 1.3 Calcular a massa de metano contida em um recipiente de 5 ft3 a uma presso de 700
psia e a uma temperatura de 68 oF.
Soluo:
Do grfico da Figura 1.19 obtm-se Z = 0,92. Aplicando-se a lei dos gases reais:
pV = ZnRT = Z
m
RT ,
M
1-32
m=
pVM
700 5 16
=
= 10,74 lb .
ZRT
0,92 10,73 (68 + 460)
___________________________
1-33
Figura 1.20 Fator de compressibilidade Z para gases de hidrocarbonetos puros. Figura da pgina 32 de
Brown, G. G; Katz, D. L; Oberfell, G. G. & Alden, R. C.: Natural Gasoline and the Volatile Hydrocarbons.
Tulsa, Oklahoma, USA, Natural Gas Association of America, Copyright 1948. Extrada de Burcik, E. J.,
Properties of Petroleum Reservoir Fluids, Copyright 1979 (Figura 9). Reproduzida com permisso de Gas
Processors Suppliers Association e de International Human Resources Development Corporation
IHRDC.
b) Massa especfica
Usando a equao de estado dos gases reais a massa especfica expressa por:
m pM
=
.
V ZRT
(1.57)
1-34
___________________________
Exemplo 1.4 Calcular a massa especfica do metano a 900 psia e 140 oF.
Soluo:
Do grfico da Figura 1.19 tem-se que Z = 0,94. Logo:
pM
900 16
=
= 2,38 lb / ft 3 .
ZRT 0,94 10,73 (140 + 460)
___________________________
c) Densidade
Semelhantemente ao caso dos gases ideais, a densidade de um gs real definida pela relao:
dg =
g
ar
(1.58)
onde g e ar so, respectivamente, as massas especficas do gs e do ar, ambas medidas nas mesmas
condies de temperatura e presso.
Para um gs real tem-se:
g =
pM g
Z g RT
(1.59)
ar =
p M ar
.
Z ar RT
(1.60)
1-35
M a = yi M i ,
(1.63)
i =1
b) Densidade
A densidade de uma mistura de gases reais definida de maneira semelhante usada para
componentes nicos ou para misturas gasosas de gases ideais:
Ma
M
dg =
a .
(1.64)
M ar
29
___________________________
Exemplo 1.5 Qual a densidade de uma mistura gasosa composta por 30% de metano, 60% de
etano e 10% de propano (frao molar)?
Soluo:
3
M a 27,20
=
= 0,94 .
29
29
___________________________
dg =
c) Propriedades pseudocrticas
Para a determinao das coordenadas reduzidas do gs natural (pr, Tr e Vr), ao invs das
coordenadas crticas reais, que so de difcil obteno no caso de misturas, geralmente so usadas as
coordenadas pseudocrticas. Estas podem ser calculadas atravs da mdia ponderada das coordenadas crticas de cada componente com sua frao molar na mistura, usando-se, por exemplo, as Eqs.
(1.22) e (1.23), vlidas para misturas ideais.
As Eqs. (1.22) e (1.23) fornecem valores aceitveis para as coordenadas pseudocrticas (erro da ordem de 2 a 3%) quando as misturas so formadas por gases com estruturas qumicas similares e baixos pesos moleculares. No entanto, quando os componentes diferem muito em termos de
pesos moleculares e naturezas qumicas, os valores das coordenadas pseudocrticas obtidos dessas
equaes podem conter erros significativos. Vrios mtodos empricos foram desenvolvidos na
tentativa de obter valores mais representativos para as coordenadas pseudocrticas. Satter & Campbell (1963) publicaram um artigo onde apresentaram muitos desses mtodos. Dentre eles, o mtodo
SBV desenvolvido por Stewart, Burkhardt & Voo (1959), apesar de ser mais simples que muitos
outros mtodos, foi o que apresentou melhores resultados. Detalhes do mtodo SBV esto apresentados no Apndice B.
1-36
Figura 1.21 Correlaes para as coordenadas pseudocrticas do gs natural (Brown et alii, 1948). Reproduzida de Dake, L. P., Fundamentals of Reservoir Engineering, 1978, page 18, Copyright 1978, com
permisso de Elsevier Scientific Publishing Company e de Gas Processors Suppliers Association.
1-37
As curvas da Figura 1.21 podem tambm ser expressas pelas equaes apresentadas por
Standing (1951):
(1.65)
(1.66)
(1.67)
(1.68)
1-38
Figura 1.22 Propriedades pseudocrticas do gs natural (Brown et alii, 1948 Correes propostas por
Carr et alii, 1954). Extrada de Theory and Practice of the Testing of Gas Wells, 1978, com autorizao de
Energy Resources Conservation Board (Canad).
1-39
e) Propriedades pseudoreduzidas
As propriedades pseudoreduzidas das misturas gasosas so definidas em termos das propriedades pseudocrticas:
p pr =
p
p pc
(1.69)
T pr =
T
,
T pc
(1.70)
p pr =
p
p pc
(1.71)
T pr =
T
,
T pc
(1.72)
Z = yi Z i ,
(1.73)
i =1
1-40
Figura 1.23 Fator de compressibilidade Z para gases naturais (Standing & Katz, 1942).
Extrada de Theory and Practice of the Testing of Gas Wells, 1978, com autorizao de Energy
Resources Conservation Board (Canad).
O Apndice B apresenta maiores detalhes sobre o fator de compressibilidade Z dos gases
naturais, incluindo outras correlaes para a sua estimativa. No Apndice C podem ser encontradas
1-41
Z = y HC Z HC + y a Z a + y b Z b + ... .,
(1.74)
onde yHC, ya, yb, ... so as fraes molares dos hidrocarbonetos e dos outros gases a, b, .... O fator de
compressibilidade da frao hidrocarboneto (ZHC) obtido em funo da sua presso pseudoreduzida, dada por:
p pr =
p y HC
com ( p pc ) HC =
( p pc ) HC
( y p )
i
ci HC
y HC
(1.75)
onde (ppc)HC a presso pseudocrtica dos hidrocarbonetos, enquanto por simplicidade normalmente
admite-se que os fatores de compressibilidade dos outros gases sejam iguais a 1, isto ,
Z a = Z b = Z c = ... = 1 .
(1.76)
___________________________
Componente (Ci)
C3
n-C4
n-C5
0,20
0,30
0,50
Mistura
1,00
Soluo:
O resumo de clculo das propriedades pseudocrticas encontra-se na Tabela 1.3.
Tabela 1.3 Clculo das propriedades pseudocrticas Exemplo 1.6
Ci
yi
pci (atm)
Tci (K)
yi pci (atm)
yi Tci (K)
C3
n-C4
n-C5
0,20
0,30
0,50
42,0
37,5
33,3
370
425
470
8,40
11,25
16,65
74,00
127,50
235,00
Mistura
1,00
36,30
436,50
1-42
20
= 0,55
36,30
Figura 1.23
Z = 0,88 .
524
=
= 1,20
436,50
p pr =
T pr
Exemplo 1.7 (Santos, J. A.) Considere uma mistura de gases, cuja composio dada na Tabela
1.4, submetida a uma presso de 30 atm e a uma temperatura de 400 K. Calcule o fator de compressibilidade dessa mistura.
Tabela 1.4 Composio da mistura gasosa do Exemplo 1.7
Componente (Ci)
Metano
Etano
Propano
Nitrognio
0,332
0,412
0,175
0,091
Total
1,000
Soluo:
A Tabela 1.5 contm as informaes necessrias para o clculo das propriedades pseudocrticas.
Tabela 1.5 Determinao das propriedades pseudocrticas Exemplo 1.7
Componente (Ci)
pci (atm)
Tci (K)
yi pci (atm)
Metano
Etano
Propano
Nitrognio
0,332
0,412
0,175
0,091
45,8
48,2
42,0
33,5
191
306
370
126
14,75
19,86
7,35
3,05
61,50
126,07
64,75
11,47
Total
1,000
45,01
263,79
Hidrocarbonetos
0,909
41,96
252,32
( p pc ) HC =
( yi pci )HC
y HC
41,96
= 46 atm
0,909
(T pc ) HC =
( yiTci )HC
y HC
252,32
= 278 K .
0,909
yi Tci (K)
1-43
Assim:
( p pr ) HC =
(T pr ) HC =
p y HC
( p pc ) HC
30 0,909
= 0,62
46
T
400
=
= 1,44
(T pc ) HC 278
Figura 1.23
Z HC = 0,925 .
Z = y HC Z HC + y N 2 Z N 2 .
Admitindo Z N 2 = 1 obtm-se:
g) Compressibilidade isotrmica
Conforme definio apresentada anteriormente, a compressibilidade isotrmica expressa
pela equao:
c=
1 V
V p
(1.77)
V =
ZnRT
,
p
(1.78)
1 Z
V
Z
= nRT
2.
p
p p p
(1.79)
cg =
1 Z
p
Z
nRT
2
ZnRT
p p p
(1.80)
1 1 Z
,
p Z p
(1.81)
ou
cg =
Soluo:
Parte (a):
1-44
1
1
=
= 8 10 4 psi 1 .
p 1.250
Parte (b):
Para gs real a compressibilidade dada pela Eq. (1.81). Da Figura 1.19 obtm-se os valores de Zmetano = 0,90 e Z / p 0,65 10 4 psi 1 . Ento:
1
1
c metano =
h) Compressibilidade pseudoreduzida
A compressibilidade tambm pode ser expressa na forma reduzida. Para tanto a equao
deve ser transformada utilizando o conceito de presso pseudoreduzida, que definida por:
p
,
p pc
(1.82)
p = p pc p pr
(1.83)
p pr =
de onde se escreve que:
e
p pr
p
1
.
p pc
(1.84)
Ainda:
Z
Z p pr
1 Z
.
=
=
p p pr p
p pc p pr
(1.85)
cg =
1
1 1 Z
p pc p pr p pc Z p pr
(1.86)
ou:
c g p pc =
1
1 Z
.
p pr Z p pr
(1.87)
c gpr = c g p pc .
(1.88)
c gpr =
1
1 Z
.
p pr Z p pr
(1.89)
1-45
Figura 1.25. A partir do valor de cgpr obtido de uma dessas figuras pode ser calculada a
compressibilidade do gs:
cg =
c gpr
p pc
(1.90)
1-46
1-47
Bg =
V
,
V0
(1.91)
1-48
Supondo a passagem de uma certa massa de gs real de uma condio 1 para uma condio
2 qualquer, pode-se escrever, da lei dos gases, a igualdade:
p1V1 p 2V2
.
=
T1 Z1 T2 Z 2
(1.92)
pV
pV
= 0 0 ,
ZT
Z 0T0
(1.93)
Bg =
p0 ZT
.
T0 p
(1.94)
Conforme indica a Eq. (1.94), o fator volume-formao do gs uma funo hiperblica da presso.
Deve ser observado que muitas vezes o fator volume-formao do gs apresentado como
o quociente entre o volume ocupado pelo gs nas condies-padro e o volume em uma condio
qualquer de presso e temperatura, ou seja:
Bg =
V0
.
V
(1.95)
___________________________
Exemplo 1.9 Calcular o fator volume-formao de um gs natural de densidade 0,68 (ar = 1,0) a
uma temperatura de 532 oR para os seguintes valores de presso: 2.000, 1.500, 1.000 e 500 psia.
Soluo:
p = 668 psia
T
532
.21 pc
d g = 0,68 Figura
1
T pr =
=
= 1,38 .
o
T
385
T pc = 385 R
pc
p(psia)
2.000
1.500
1.000
500
p pr =
p
p
=
p pc 668
2,99
2,45
1,50
0,75
Z
(Figura 1.23)
Bg =
p 0 ZT 14,7 Z 532
Z
=
= 15,04
T0 p
p
p
520
3
(ft /SCF)
0,700
0,715
0,810
0,900
___________________________
0,005264
0,007169
0,012182
0,027072
1-49
j) Viscosidade do gs natural
A viscosidade de um fluido uma medida da sua resistncia ao fluxo. Vrias unidades de
medio podem ser empregadas, porm a mais comum o centipoise, que tem como smbolo cp.
A viscosidade () de um gs natural varia com a presso e com a temperatura, ou seja,
= f ( p, T ) .
(1.96)
Os gases com comportamento de gs ideal (baixas presses) apresentam uma variao crescente da
viscosidade com a temperatura. Para presses elevadas (comportamento no-ideal, ou seja, de gs
real), os gases tm comportamento idntico ao dos lquidos, isto , a sua viscosidade cresce com a
presso e decresce com a temperatura.
A viscosidade de uma mistura ideal de gases pode ser obtida como uma funo aditiva das
viscosidades de seus componentes:
nc
g = yi i ,
(1.97)
i =1
yi i
g =
Mi
i =1
nc
yi
(1.98)
Mi
i =1
Exemplo 1.10 (Santos, J. A.) Calcular a viscosidade de uma mistura gasosa submetida `as condies de 200 oF e 14,7 psia, conhecendo-se as informaes da Tabela 1.6.
Tabela 1.6 Dados do Exemplo 1.10
Ci
yi
i (cp)
Metano
Etano
Propano
N-Butano
0,85
0,09
0,04
0,02
0,0132
0,0113
0,0100
0,0092
Total
1,00
Soluo:
A Tabela 1.7 mostra o resumo dos clculos necessrios para a obteno da viscosidade pelas Eqs. (1.97) e (1.98).
1-50
Ci
yi
Mi
i (cp)
Mi
yi M i
yi i M i
C1
C2
C3
n-C4
0,85
0,09
0,04
0,02
16
30
44
58
0,0132
0,0113
0,0100
0,0092
4,00
5,48
6,64
7,62
3,40
0,49
0,27
0,15
0,0449
0,0055
0,0027
0,0014
Total
1,00
4,31
0,0545
yi i
g =
Mi
i =1
4
yi
Mi
0,0545
= 0,0126 cp .
4,31
i =1
___________________________
A viscosidade do gs natural pode tambm ser obtida com o auxlio de correlaes, grficos e tabelas, aplicando-se a lei dos estados correspondentes, ou seja:
g = f ( p pr , T pr ) .
(1.99)
Figura 1.26 Viscosidade do gs natural presso de 1 atm, 1 (Carr, Kobayashi & Burrows,
1954). Extrada de Theory and Practice of the Testing of Gas Wells, 1978, com autorizao de
Energy Resources Conservation Board (Canad).
1-51
1-52
De acordo com Standing (1951), para valores de densidade menores que 1,5 (regio de interesse na engenharia de reservatrios), o valor de 1 pode tambm ser calculado atravs da seguinte
equao matemtica:
1 = 1* + (1 ) N 2 + (1 ) CO2 + (1 ) H 2 S ,
(1.100)
)
)
(1.101)
(1.102)
(1.103)
(1.104)
1-53
Figura 1.27 Razo de viscosidades do gs natural, /1 (Carr, Kobayashi & Burrows, 1954). Extrada de
Theory and Practice of the Testing of Gas Wells, 1978, com autorizao de Energy Resources Conservation
Board (Canad).
1-54
Figura 1.28 Razo de viscosidades do gs natural, /1 (Carr, Kobayashi & Burrows, 1954). Extrada de
Theory and Practice of the Testing of Gas Wells, 1978, com autorizao de Energy Resources Conservation
Board (Canad).
1-55
Dempsey (1965) desenvolveu um programa de computador para calcular a razo /1, tendo apresentado a seguinte expresso matemtica para representar analiticamente as curvas da Figura
1.27 e da Figura 1.28:
2
+ T pr
(a8
+ a9 p pr + a10 p 2pr
3
+ a11 p 3pr ) + T pr
(a12
(1.105)
+ a15 p 3pr ),
onde:
a0 = 2,46211820E00
a8 = 7,93385684E01
a1 =
a9 =
2,97054714E00
1,39643306E00
a2 = 2,86264054E01
a10 = 1,49144925E01
a3 =
8,05420522E03
a11 =
4,41015512E03
a4 =
2,80860949E00
a12 =
8,39387178E02
a5 = 3,49803305E00
a13 = 1,86408848E01
a6 =
a14 =
3,60373020E01
a7 = 1,04432413E02
2,03367881E02
a15 = 6,09579263E04
___________________________
Exemplo 1.11 Calcular a viscosidade da mistura gasosa de hidrocarbonetos cuja composio est
mostrada na Tabela 1.8, sujeita presso de 2.000 psia e temperatura de 200 F.
Tabela 1.8 Composio da mistura gasosa de hidrocarbonetos do Exemplo 1.11
Componente
Frao molar
Metano
Etano
Propano
N-Butano
0,80
0,10
0,06
0,04
Soluo:
A Tabela 1.9 apresenta os clculos da massa molecular aparente e das propriedades pseudocrticas da mistura.
Tabela 1.9 Clculo da massa molecular aparente e das propriedades pseudocrticas Exemplo 1.11
Ci
yi
Mi
y i Mi
pci (psia)
yi pci (psia)
C1
C2
C3
n-C4
0,80
0,10
0,06
0,04
16
30
44
58
12,80
3,00
2,64
2,32
673
708
617
551
538,4
70,8
37,0
22,0
Tci (oF)
116
90
206
306
yi Tci (oF)
92,8
9,0
12,4
12,2
1-56
Total
1,00
20,76
668,2
59,2
M a = yi M i = 20,76
i =1
4
p pc = y i p ci = 668,2 psia
i =1
e
4
Figura 1.28
= 1,35
T
200 + 460
1
=
=
= 1,65
T pc
400,8
p pr =
T pr
p
2.000
=
= 2,99
p pc 668,2
= 1 = 1,35 0,0122 cp = 0,0165 cp .
1
___________________________
Exemplo 1.12 (Santos, J. A.) Considere 1 mol-lb de uma mistura gasosa, cuja composio est
indicada na Tabela 1.10.
Tabela 1.10 Composio da mistura gasosa de hidrocarbonetos do Exemplo 1.12
Componente
Frao molar
Metano
Etano
Propano
N-Butano
0,10
0,20
0,30
0,40
Total
1-57
1,00
Soluo:
Parte (a):
A massa molecular da mistura, denominada massa molecular aparente, dada por:
nc
M a = y i M i = 44 .
i =1
Um resumo dos clculos efetuados neste e em outros itens deste exemplo apresentado na
Tabela 1.11.
Parte (b):
A densidade da mistura gasosa (dg) calculada por:
dg =
Ma
M
44
a =
= 1,52 .
M ar
29
29
Parte (c):
O volume molar de qualquer gs ou mistura gasosa a 60 oF e 14,7 psia igual a 379 ft3. Esse valor pode ser obtido tambm a partir da lei dos gases, admitindo gs ideal:
Vmolar =
Parte (d):
Nas condies de 60 oF e 14,7 psia a mistura pode ser considerada como um gs ideal. Assim, a massa especfica pode ser calculada por:
g =
Parte (e):
pM a
Ma
44
=
=
= 0,116 lb / ft 3 .
RT
Vmolar 379
1-58
A presso parcial de um componente Ci em uma mistura gasosa ideal dada pela lei de
Dalton: pi = y i p . Assim,
( frao em massa ) i =
mi
nc
mj
j =1
( frao em massa ) i =
yi M i
nc
yjM j
yi M i
yM
= i i .
Ma
44
j =1
T pc = yiTci = 650 oR .
i =1
Parte (i):
De modo similar ao item anterior:
4
p pc = y i p ci 614 psia .
i =1
Parte (j):
O fator de compressibilidade crtico pode ser estimado por:
4
Z c = y i Z ci 0,278 .
i =1
Parte (k):
p pr =
p
500
=
= 0,8
p pc 614
T
222,5 + 460
T pr =
=
= 1,05
T pc
650
Parte (l):
Figura 1.23
Z = 0,705 .
1-59
Figura 1.26
1 = 0,012 cp .
T = 222,5 F
M a = 44
Parte (m):
p pr = 0,8
T pr = 1,05
Figura 1.27
= 1,225 .
1
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
(11)
Ci
yi
Mi
y i Mi
Frao
em massa
Tci
(oR)
yi Tci
(oR)
pci
(psia)
yi pci
(psia)
Zci
yi Zci
C1
C2
C3
n-C4
0,1
0,2
0,3
0,4
16
30
44
58
1,6
6,0
13,2
23,2
0,0364
0,1364
0,3000
0,5272
343
550
666
765
34,3
110,0
199,8
306,0
673
708
617
551
67,3
141,6
185,1
220,4
0,289
0,285
0,276
0,274
0,0289
0,0570
0,0828
0,1096
Total
1,0
44,0
1,0000
650,0
614,4
0,2783
___________________________
1-60
des dos fluidos. Esse ensaio PVT na verdade um processo de liberao, ou seja, a presso a que a
mistura est submetida vai sendo reduzida, resultando na liberao do gs natural que est dissolvido no leo.
Figura 1.29 Propriedades pseudocrticas de um leo subsaturado (Trube, 1957b). Extrada de Earlougher, R.
C., Jr., Advances in Well Test Analysis, 1977, com autorizao de SPE-AIME.
1-61
A Figura 1.30 fornece uma correlao para a estimativa das propriedades crticas (ou pseudocrticas) das fraes C7+ de um leo em funo da massa molecular e da densidade 60oF/60oF do
C7+.
1-62
Figura 1.30 Propriedades pseudocrticas das fraes C7+ (Katz, 1942a). Extrada de Theory and Practice of
the Testing of Gas Wells, 1978, com autorizao de Energy Resources Conservation Board (Canad).
m
.
V
(1.106)
V
,
m
v=
(1.107)
1
.
v
(1.108)
Vi =
( fm) i
,
i
(1.109)
v = Vi
(1.110)
i =1
Exemplo 1.13 Determine a massa especfica da mistura lquida cuja composio est mostrada na
Tabela 1.12, nas condies de 1 atm e 60 oF.
Tabela 1.12 Composio da mistura lquida de hidrocarbonetos do Exemplo 1.13
Componente
Frao molar
Propano
Butano
Pentano
0,20
0,30
0,50
1-63
Total
1,00
Soluo:
A Tabela 1.13 contm os valores numricos das parcelas necessrias para o clculo da
massa especfica da mistura. As massas especficas dos componentes (lquidos) nas condies de 60
o
F e 1 atm (14,7 psia) so obtidas da tabela do Apndice A.
Tabela 1.13 Resumo de clculo do Exemplo 1.13
Componente
Ci
Massa
Frao
Massa de Ci
molecular
molar
em 1 mol-lb
xi
xi Mi (lb)
Mi
Frao-massa
Massa
especfica
padro
xi M i
i (lb/ft3)
( fm) i =
x M
i
C3
C4
C5
0,20
0,30
0,50
Total
1,00
44
58
72
8,8
17,4
36,0
0,141
0,280
0,579
62,2
1,000
Volume de Ci
na mistura
Vi =
( fm) i
i
31,600
36,378
39,294
0,0045
0,0077
0,0147
0,0269
Ento:
v = 0,0269 ft 3 / lb =
1
1
=
= 37,17 lb / ft 3 .
v 0,0269
___________________________
Quando a mistura contm metano e/ou etano, deve-se calcular inicialmente a massa especfica do sistema considerando somente os componentes C3+ , e em seguida estimar a massa especfica
do sistema total atravs da Figura 1.31.
1-64
Figura 1.31 Pseudomassa especfica de uma mistura lquida quando h presena de metano e/ou etano
(Standing, 1951). Extrada de Standing, M. B., Volumetric and Phase Behavior of Oil Field Hydrocarbon
Systems, 1951, com autorizao de SPE-AIME.
1-65
1-66
Figura 1.32 Correo da massa especfica de uma mistura lquida em funo da presso (Standing, 1951).
Extrada de Standing, M. B., Volumetric and Phase Behavior of Oil Field Hydrocarbon Systems, 1951, com
autorizao de SPE-AIME.
1-67
Figura 1.33 Correo da massa especfica de uma mistura lquida em funo da temperatura (Standing,
1951). Extrada de Standing, M. B., Volumetric and Phase Behavior of Oil Field Hydrocarbon Systems, 1951,
com autorizao de SPE-AIME.
1-68
Figura 1.34 Massa especfica aparente do gs natural quando liquefeito e dissolvido no leo (Katz, 1942b).
Reproduzida de McCain, W. D., Jr., The Properties of Petroleum Fluids, Copyright 1973, com permisso de
PennWell Publishing Company.
1.8.4. Densidade
A densidade de uma mistura lquida definida como a razo entre a massa especfica da
mistura e a massa especfica da gua, ambas medidas na mesma condio de presso e em condies
de temperatura preestabelecidas. Por exemplo, a densidade do leo dada por:
do =
o
,
w
(1.111)
1-69
ou seja, nessa condio a massa especfica da gua igual a 1. Por outro lado, a escolha da temperatura na qual se mede a massa especfica do lquido ou da mistura lquida (no exemplo anterior, o
leo), define a chamada densidade legal. No Brasil a densidade legal medida a 20 oC. Assim:
d 420 =
(1.112)
ou
d 420
lquido a 20 oC
w a 4 oC
(1.113)
lquido a 20 oC
w a 20 oC
(1.114)
d 60 / 60 oF =
lquido a 60 oF
w a 60 oF
(1.115)
A densidade de um lquido ou de uma mistura lquida pode tambm ser expressa em graus
API (oAPI), que uma funo hiperblica da densidade, bastante usada na indstria do petrleo:
API =
141,5
d 60 / 60 oF
131,5 .
(1.116)
De acordo com a definio de grau API (oAPI), mostrada na equao anterior, a gua, cuja
densidade d
igual a 1, apresenta um grau API igual a 10. Os leos presentes em reservat60 / 60 oF
rios de petrleo geralmente so menos densos que a gua, com grau API variando entre 20 e 35, mas
podem ocorrer casos em que o leo mais denso que a gua. Na Venezuela e no Canad, por
exemplo, podem ser encontrados reservatrios de leo com graus API to baixos quanto 8.
___________________________
Exemplo 1.14 Qual a densidade de um leo de grau API igual a 34? Qual a sua massa especfica
expressa em lb/ft3?
Soluo:
Da Eq. (1.116):
34 =
Usando a Eq. (1.111):
141,5
131,5 d 60 / 60 oF = 0,85 .
d 60 / 60 oF
1-70
do =
o
o
0,85 =
o 53 lb / ft 3 .
w
62,4 lb / ft 3
___________________________
Figura 1.35 Compressibilidade de um leo em funo da densidade na presso de bolha. Figura da pgina 35
de Calhoun, J. C., Jr., Fundamentals of Reservoir Engineering. Copyright 1953 por University of Oklahoma Press. Extrada de Burcik, E. J., Properties of Petroleum Reservoir Fluids, Copyright 1979. Reproduzida com permisso de University of Oklahoma Press e de International Human Resources Development
Corporation IHRDC.
A correlao de Trube (1957b), mostrada na Figura 1.36, tambm pode ser usada para a estimativa da compressibilidade de um leo subsaturado. A partir dessa figura a compressibilidade do
leo estimada pela relao:
co =
onde cpr a compressibilidade pseudoreduzida.
c pr
p pc
(1.117)
1-71
Figura 1.36 Compressibilidade pseudoreduzida de um leo subsaturado, cpr (Trube, 1957b). Reproduzida de
McCain, W. D., Jr., The Properties of Petroleum Fluids, Copyright 1973, com permisso de PennWell
Publishing Company.
1-72
c=
1 V
,
V p
(1.118)
onde se admite que a temperatura seja constante. Por outro lado, a massa especfica pode ser relacionada com o volume atravs da definio:
m
,
V
(1.119)
V=
m
.
(1.120)
c=
1
.
p
(1.121)
p
1
= c p ,
p0
(1.122)
onde p0 uma presso de referncia qualquer e 0 a massa especfica na presso p0. Efetuando as
integraes indicadas na Eq. (1.122) obtm-se finalmente:
= 0 e c ( p p0 ) .
(1.123)
x 2 x3
+
+ ... .
2! 3!
Assim, o termo que envolve a funo exponencial na Eq. (1.123) pode ser substitudo por:
ex = 1+ x +
(1.124)
1-73
e c ( p p0 ) = 1 + c( p p0 ) +
e c ( p p0 ) 1 + c( p p0 ) .
(1.126)
Finalmente, substituindo a Eq. (1.126) na Eq. (1.123) produz a seguinte expresso para a massa
especfica:
= 0 [1 + c ( p p0 )] .
(1.127)
1.8.7. Viscosidade
A viscosidade de um lquido afetada pelas variaes de temperatura e de presso. Ao
contrrio do comportamento de um gs ideal, nos lquidos a viscosidade decresce com a temperatura
e cresce com a presso. Alm disso, no caso dos hidrocarbonetos lquidos a viscosidade decresce
com o aumento da quantidade de gs em soluo.
O comportamento da viscosidade das misturas lquidas depende, alm da presso e da temperatura, da sua composio. Admitindo a regra vlida para solues ideais a viscosidade de uma
mistura lquida pode ser estimada pela expresso:
nc
= xi i ,
(1.128)
i =1
1-74
Figura 1.37 Viscosidade do leo saturado nas condies de reservatrio (Chew & Connally, 1959). Reproduzida de McCain, W. D., Jr., The Properties of Petroleum Fluids, Copyright 1973, com permisso de
PennWell Publishing Company.
As curvas mostradas na correlao de Chew & Connally da Figura 1.37, para estimativa da
viscosidade de um leo saturado (leo na presso de bolha), podem ser representadas por uma
funo analtica (Standing, 1951):
ob (cp) = A( om ) b ,
(1.129)
1-75
[ (
10
)]
0,68
0,25
0,062
+ 1,1
+ 3,74
5
3
10 Rs 10 10 Rs 10 10 3 Rs
8,62
(1.130)
(1.131)
1-76
Figura 1.38 Viscosidade do leo morto (Beal, 1946). Reproduzida de McCain, W. D., Jr., The Properties of
Petroleum Fluids, Copyright 1973, com permisso de PennWell Publishing Company.
1,8 10 7
360
,
om (cp) = 0,32 + o
4 ,53
o
API
T ( F ) + 200
(1.132)
1-77
8,33
(1.133)
Quando o reservatrio se encontra numa presso maior que a presso de bolha para aquele
sistema de hidrocarbonetos, a viscosidade do leo nele existente estimada atravs de um ajuste na
viscosidade desse leo na presso de bolha, para levar em conta o nvel de subsaturao. O grau de
subsaturao a diferena entre a presso do reservatrio e a presso de bolha. A Figura 1.39
possibilita a estimativa da viscosidade de um leo acima da presso de bolha, em funo do grau de
subsaturao e da viscosidade desse leo na presso de bolha.
Figura 1.39 Viscosidade do leo nas condies de reservatrio, acima da presso de bolha (Beal, 1946).
Reproduzida de McCain, W. D., Jr., The Properties of Petroleum Fluids, Copyright 1973, com permisso de
PennWell Publishing Company.
Os valores da Figura 1.39 tambm podem ser obtidos atravs da seguinte correlao (Standing, 1951):
o ob
= 0,024 ( ob )1,6 + 0,038 ( ob ) 0,56 ,
0,001( p p b )
(1.134)
1-78
onde pb a presso de bolha e p uma presso qualquer, tal que p > pb.
gs
lquido
lquido
1,30 m
pi = 246 atm
T = 71 C
0,850 m
lquido
1,33 m
1,20 m
pb = 176 atm
p = 84 atm
T = 71 C
T = 71 C
gs
gs
19,144 m
16,057
m std
leo
lquido
1,00 m std
1,04 m
p = 1 atm
T = 71 C
p = 1 atm
T = 20 C
Inicialmente, presso de 246 atm a mistura est toda na fase lquida. A reduo da presso para
176 atm provoca apenas um pequeno aumento de volume devido compressibilidade do lquido,
sem que ocorra vaporizao de nenhum componente. A partir desse valor, chamado de presso de
bolha ou de saturao, qualquer reduo de presso, por menor que seja, acarretar o incio da
vaporizao da mistura. A continuada queda de presso vai causando o encolhimento progressivo do
lquido devido transferncia de massa, acentuadamente de fraes leves, para a fase gasosa.
Para a presso de 84 atm, o lquido ocupa um volume de 1,20 m3 e o gs 0,850 m3. Continuando o processo at as condies-padro ou bsicas, o lquido vai ocupar um volume de 1,00 m3.
A reduo de volume de lquido est presente na forma de 16,057 m3 de gs. Normalmente se usa a
expresso m3 std para reforar que os volumes esto expressos nas condies-standard ou padro.
Por definio, fator volume-formao do leo (Bo) a razo entre o volume que a fase lquida (leo mais gs dissolvido) ocupa em condies de presso e temperatura quaisquer e o volume
do que permanece como fase lquida quando a mistura alcana as condies-standard. Deve ser
lembrado que, por definio, essa parte que permanece lquida quando a mistura levada para as
condies-standard ou padro chama-se leo. Portanto:
Bo =
(1.135)
1-79
O fator volume-formao do leo expressa na verdade que volume da mistura numa condio de presso e temperatura qualquer deve ser retirado do reservatrio para se obter uma unidade
de volume de leo nas condies-padro. No exemplo apresentado, necessrio um volume de 1,33
m3 de lquido nas condies de 176 atm e 71 C para se obter 1 m3 std de leo. Quando a presso for
igual a 84 atm, bastaro 1,20 m3 de mistura lquida. Ou seja, no exemplo da Figura 1.40 o fator
volume-formao do leo (Bo) vale 1,33 m3/m3std a 176 atm e 71 oC, e 1,20 m3/m3std a 84 atm e 71
o
C.
O fator volume-formao do leo pode ser apresentado tanto na forma de tabela como na
forma grfica, conforme se pode ver no exemplo da Figura 1.41, onde Boi representa o valor de Bo
na presso inicial pi e Bob o valor na presso de bolha pb.
Bo
Bob
Boi
1,0
patm
pb
pi
Presso
co =
V Voi
Vo Voi
Bo Boi
1 Vo
= o
=
=
,
Voi p
V oi ( p p i ) V oi ( p i p) Boi ( p i p )
(1.136)
de onde se obtm:
Bo = Boi + c o Boi ( p i p) .
(1.137)
Para co constante, o valor de Bo na Eq. (1.137) uma funo linear da presso. Assim, acima da
presso de bolha o comportamento do fator volume-formao do leo regido pela sua compressibilidade isotrmica.
Abaixo da presso de bolha, ou seja, quando a presso menor que pb, o valor do fator volume-formao do leo (Bo) decresce continuamente com o decrscimo da presso, conforme ilustra
a Figura 1.41. Isso se deve ao fato de que, medida que a presso reduzida, a partir do ponto de
bolha, quantidades adicionais de gs so liberadas de soluo, resultando ento em menores volumes
remanescentes de leo no interior do reservatrio, o que, de acordo com a definio de Bo dada pela
Eq. (1.135), implica em valores decrescentes para essa propriedade.
1-80
p = 246 atm
T = 71 C
p = 176 atm
T = 71 C
p = 84 atm
T = 71 C
1,30 m
lquido
1,33 m
6,512 m
gs
gs
lquido
gs
0,850 m
9,545 m
lquido
1,20 m
leo
1,00 m
Rs =
(1.138)
Retornando Figura 1.42, do volume lquido nas condies iniciais vo resultar na superfcie 16,057 m3std de gs e 1,00 m3std de leo. Portanto, a razo de solubilidade nas condies
iniciais de 16,057 m3std / m3std. Para a presso de 176 atm, a mistura continua ainda toda lquida
apesar de ter havido um aumento de volume. Dessa mistura lquida vo resultar nas condiesstandard o mesmo volume de leo e o mesmo volume de gs da situao inicial. Portanto, a razo de
solubilidade a mesma das condies iniciais.
Quando o lquido que est a 84 atm for levado para as condies-standard vo resultar 1,00
m3std de leo e 9,545 m3std de gs. A razo de solubilidade para a presso de 84 atm igual a 9,545
m3std de gs divididos por 1 m3std de leo, ou seja, 9,545 m3std / m3std.
1-81
Verifica-se que para qualquer presso a quantidade de gs que est dissolvido igual ao
gs que estava dissolvido nas condies iniciais menos o gs que j saiu de soluo devido queda
na presso.
Assim como o fator volume-formao do leo, a razo de solubilidade pode ser mostrada
na forma de tabela ou na forma de grfico, como est ilustrado na Figura 1.43. Observa-se que
acima da presso de bolha (entre pi e pb) a razo de solubilidade constante e igual inicial, j que
durante a fase em que o reservatrio permanece subsaturado nenhum gs sai de soluo.
Rs
Rsi = Rsb
patm
pi
pb
Presso
Figura 1.43 Exemplo de grfico da razo de solubilidade de uma mistura lquida de hidrocarbonetos.
___________________________
Exemplo 1.15 (Santos, J. A.) Determine o fator volume-formao do leo (Bo) de um reservatrio
cujas caractersticas so:
o
API do leo................................................................................
40
Razo de solubilidade.................................................................
448 SCF/STB
Temperatura do reservatrio.......................................................
145 oF
Presso do reservatrio...............................................................
1.920 psia
Composio do gs liberado........................................................ Tabela 1.14
Tabela 1.14 Composio do gs liberado Exemplo 1.15
Componente (Ci)
Nmero de mols
Metano
Etano
Propano
Butanos
Pentanos
Hexanos
Heptanos
70
10
7
5
4
3
1
Total
100
1-82
Soluo:
Considere como base de clculo o volume de 1 STB de leo, equivalente a 5,615 SCF.
a) Clculo da densidade do leo (do)
o
API =
141,5
131,5 = 40 d o = 0,825 .
do
lb
5,615 SCF = 289 lb .
SCF
c) Clculo do nmero de mol-lb de gs (ng) dissolvido no leo
mo = d o wVo = 0,825 62,4
R mol lb
1
SCF
n g = Rs
= s
,
STB Vm ( SCF / mol lb) Vm STB
onde Vm o volume molar do gs, cujo valor nas condies-standard de 379 SCF/mol-lb. Ento:
448
= 1,18 mol lb / STB .
379
d) Determinao dos volumes dos componentes do gs quando liqefeitos e dissolvidos no lquido
nas condies de reservatrio, considerando somente os componentes C3+ .
ng =
Componente
Frao
molar
Mol-lb de gs
em 1 STB de
leo
Ci
yi
yi n g = yi 1,18
Mi
C1
C2
C3
C4
C5
C6
C7
0,70
0,10
0,07
0,05
0,04
0,03
0,01
0,826
0,118
0,083
0,059
0,047
0,035
0,012
16
30
44
58
72
86
100
Total
1,00
1,180
leo
Massa
Massa de cada
molecu- componente em 1
lar
STB de leo
Massa
especfica
padro
Volume
lquido
mi = M i y i 1,18
(lb)
i
(lb/SCF)
Vi = mi / i
(SCF)
31,60
36,38
39,29
41,35
42,85
0,115
0,094
0,086
0,073
0,028
13,216
3,540
3,652
3,422
3,384
3,010
1,200
31,424
0,396
289
1 STB
[(m g ) C 3 ]
+
1-83
(m g ) C 3+ = 14,668 lb . Portanto:
(m m ) C 3+ = mo + (m g ) C 3+ = 289 lb + 14,668 lb 303,67 lb ,
onde (m m ) C 3+ a massa da mistura considerando somente os componentes C 3+ do gs dissolvido
no leo.
f) Clculo do volume da mistura (leo+gs dissolvido) sem os componentes leves C1 e C2
O volume ocupado nas condies-standard pela massa (m m ) C 3+ dado pela soma do vo-
7
lume dos componentes C 3+ liqefeitos Vi e do volume de 1 STB de leo. Logo:
i =3
7
( m ) C 3+ =
(mm ) C 3+
(Vm ) C 3+
303,67 lb
= 50,52 lb / SCF .
6,011 SCF
3,54
100 = 1,15%
289 + 18,208
13,216
=
100 = 4,12%
289 + 31,424
massa em % de C 2 em C 2+ =
massa em % de C1 em C1+
( m ) C 3+ = 50,52 lb / SCF
Figura 1.31
massa em % de C 2 em C 2+ = 1,15%
Figura 1.32
= 0,6
Figura 1.33
= 2,1
T = 145 F
Assim:
1-84
(Vm ) res =
mm
( m )145 oF / 1.920 psia
mo + m g
(289 + 31,424) lb
= 6,97 ft 3 .
3
46 lb / ft
(Vm ) res
6,97 ft 3
ft 3
bbl
Bo =
=
= 1,24
= 1,24
.
Vo
5,615 SCF
SCF
STB
___________________________
Bt =
(1.139)
Bt = Bo + ( R si Rs ) B g ,
(1.140)
Bo ou Bt
Bt
Bob=Btb
Boi=Bti
Bo
1,0
patm
pb
pi
Presso
Figura 1.44 Comparao entre os comportamentos dos fatores volume-formao do leo (Bo) e total (Bt).
1-85
1-86
Figura 1.45 Fator volume-formao do leo na presso de bolha, Bob (Standing, 1951). Extrada de Standing,
M. B., Volumetric and Phase Behavior of Oil Field Hydrocarbon Systems, 1951, com autorizao de SPEAIME.
1-87
___________________________
Exemplo 1.16 Usando a correlao da Figura 1.45, estimar o fator volume-formao do leo na
presso de bolha, para um reservatrio cuja razo gs/leo de soluo de 350 SCF/STB e cuja
temperatura de 200 oF. A densidade do gs produzido de 0,75 e o oAPI do leo produzido de
30.
Soluo:
Iniciando no lado esquerdo da carta da Figura 1.45, prossegue-se horizontalmente ao longo
da linha correspondente a 350 SCF/STB at a densidade do gs igual a 0,75. A partir desse ponto se
desce verticalmente at a linha correspondente ao oAPI do leo igual a 30. Em seguida prossegue-se
horizontalmente at a temperatura de 200 oF . Finalmente, a partir desse ponto continua-se verticalmente, obtendo-se ento o fator volume-formao do leo como sendo igual a 1,22 bbl/STB.
___________________________
De acordo com Standing (1981), na 9a impresso do livro publicado inicialmente em 1951,
o baco da Figura 1.45 pode ser substitudo por uma correlao na forma de expresso matemtica,
cuja expresso para a estimativa do fator volume-formao do leo no ponto de bolha (Bob), como
uma funo da razo de solubilidade (Rs), das densidades do leo (do) e do gs (dg) avaliadas nas
condies-padro, e da temperatura do reservatrio T, dada por:
(1.141)
onde:
dg
A = Rs ( SCF / STB)
do
0 ,5
+ 1,25T ( o F ) .
(1.142)
(1.143)
dg
A = 5,615 Rs (m 3 std / m 3 std )
do
0, 5
+ 1,25 1,8 T ( o C ) + 32 ,
(1.144)
ou ainda:
dg
A = 5,615 Rs (m std / m std )
do
3
0, 5
+ 2,25T ( o C ) + 40 .
(1.145)
A Figura 1.46 permite a estimativa do fator volume-formao duas fases do leo (Bt), em
funo da razo gs/leo, da densidade do gs produzido, do grau API do leo, da temperatura e da
presso do reservatrio.
1-88
Figura 1.46 Fator volume-formao duas fases ou total do leo, Bt (Standing, 1951). Extrada de Standing,
M. B., Volumetric and Phase Behavior of Oil Field Hydrocarbon Systems, 1951, com autorizao de SPEAIME.
___________________________
Exemplo 1.17 Usando a correlao da Figura 1.46, estimar o fator volume-formao duas fases do
leo de um reservatrio cuja razo gs/leo de 1.500 SCF/STB, temperatura de 200 oF e presso
de 1.000 psia. A densidade do gs produzido de 0,80 e o oAPI do leo produzido de 40.
Soluo:
1-89
b) Presso de bolha
A presso de bolha do fluido de um reservatrio tambm pode ser estimada atravs de uma
correlao, usando-se por exemplo a Figura 1.47, em funo da razo gs/leo (nesse caso igual
razo de solubilidade), da densidade do gs produzido, do grau API do leo e da temperatura do
reservatrio.
1-90
Figura 1.47 Presso de bolha do leo, pb (Standing, 1951). Extrada de Standing, M. B., Volumetric and
Phase Behavior of Oil Field Hydrocarbon Systems, 1951, com autorizao de SPE-AIME.
1-91
___________________________
Exemplo 1.18 Usando a correlao da Figura 1.47, estimar a presso de bolha de um reservatrio
cuja razo gs/leo de 350 SCF/STB e cuja temperatura de 200 oF . A densidade do gs produzido de 0,75 e o oAPI do leo produzido de 30.
Soluo:
Iniciando no lado esquerdo da carta da Figura 1.47, prossegue-se horizontalmente ao longo
da linha correspondente a 350 SCF/STB at a densidade do gs igual a 0,75. A partir desse ponto se
desce verticalmente at a linha correspondente ao oAPI do leo igual a 30. Em seguida prossegue-se
horizontalmente at a temperatura de 200 oF e depois verticalmente at a presso de bolha de aproximadamente 1.930 psia.
___________________________
O baco da Figura 1.47 pode ser representado analiticamente pela expresso (Standing,
1981):
(1.146)
R ( SCF / STB )
B= s
dg
0,83
10[ 0,00091T (
F )0,0125 API ]
(1.147)
(1.148)
dg
0,83
10{0,00091[1,8 T (
C ) + 32 ] 0, 0125 oAPI }
(1.149)
c) Razo de solubilidade
Nessa correlao, proposta por Standing (1981), a razo de solubilidade calculada a partir da densidade do gs, do grau API do leo, da presso e da temperatura. No sistema americano de
unidades expressa por:
Rs ( SCF / STB ) = d g
18 10 0,00091T (oF )
1, 205
(1.150)
10 0,0125 API
Rs (m std / m std ) = 0,1341 d g
p(kgf / cm 2 )
0,00091[1,8T (oC )+32 ]
10
3
___________________________
1, 205
(1.151)
1-92
2.000 10 0,0125 30
Rs = 0,8
0,00091200
10
18
1, 205
___________________________
a) Liberao flash
Nesse tipo de liberao o gs que vai saindo de soluo medida que a presso vai sendo
reduzida mantido em contato com o lquido do qual saiu, conforme est ilustrado na Figura 1.48,
onde podem ser visualizados vrios estgios de um experimento com uma clula PVT. Basicamente,
a clula PVT consiste de um cilindro contendo mercrio (Hg), onde colocado o lquido a ser
analisado. A presso no interior da clula, ou seja, a presso a que submetido o fluido durante os
vrios estgios do experimento, reduzida retirando-se parte do Hg existente na clula.
pb
lquido
saturado
p1
gs
p2
gs
p3
gs
lquido
lquido
Hg
Hg
Hg
lquido
Hg
1-93
Exemplo 1.20 (Santos, J. A.) Considere o esquema de separao flash mostrado na Figura 1.49,
representando o processo que ocorre em um reservatrio de leo, onde pb a presso de bolha, pi a
presso inicial e as condies-standard so de 60 oF e 14,7 psia. Calcule, para as presses de 2.500,
2.000, 1.000 e 500 psia:
(a)
(b)
(c)
(d)
1
2
1-94
2.000
SCF
Gs
T = 150 F
140 ft
Gs
80 ft
95 bbl
Lq.
100 bbl
Lq.
Gs
3.000
SCF
200 ft
Gs
90 bbl
Lq.
Total
de
Gs
Liberado
4.000
SCF
80 bbl
Lq.
9.000
SCF
60 STB
Lq.
Tanque
Soluo:
A Tabela 1.16 apresenta os clculos e os resultados das propriedades dos fluidos.
Tabela 1.16 Clculos e resultados do Exemplo 1.20
p (psia)
2.500
2.000
1.000
500
Bo (bbl/STB)
Bt (bbl/STB)
Rs (SCF/STB)
Bg (ft3/SCF)
95
= 1,58
60
100
= 1,67
60
90
= 1,50
60
80
= 1,33
60
95
= 1,58
60
100
= 1,67
60
104,25
= 1,74
60
140,55
= 2,34
60
9.000
= 150
60
9.000
= 150
60
7.000
= 117
60
4.000
= 67
60
80
= 0,040
2.000
200
= 0,067
3.000
___________________________
Deve-se observar que o esquema de separao flash do Exemplo 1.20 apenas hipottico, j que, conforme mencionado anteriormente, esse tipo de liberao normalmente no permite a
determinao de Bo, Bt, Rs e Bg. Isso ocorre porque, diferentemente da ilustrao mostrada na Figura
1.49, na liberao flash os volumes de lquido e de gs, isoladamente, no so medidos nos vrios
estgios do processo, conforme indica a Figura 1.48. Em outras palavras, em cada estgio de presso
1-95
da liberao flash conhecido somente o volume total de hidrocarbonetos (leo + gs), que
igual diferena entre o volume da clula PVT e o volume de Hg que permanece na clula.
b) Liberao diferencial
Nesse tipo de liberao, medida que o gs vai sendo liberado de soluo retirado do
contato com o lquido do qual saiu, conforme mostra a Figura 1.50.
gs liberado
pb
p1
p1
lquido
saturado
gs
lquido
saturado
p2
gs
lquido
Hg
Hg
lquido
Hg
Hg
p2 < p1 < pb
Figura 1.50 Liberao diferencial.
Tabela 1.17 Exemplo de relatrio contendo dados PVT de uma liberao diferencial3
Presso (psia)
Bo d (bbl / STB )
Rs d ( SCF / STB)
Reproduzida de Dake, L. P., Fundamentals of Reservoir Engineering, 1978, page 65, Copyright 1978, com permisso de
Elsevier Scientific Publishing Company.
1-96
4.000
3.500
3.300
1,2734
1,2798
1,2830 ( Bob d )
540
540
540 ( Rsi d )
3.000
2.700
2.400
2.100
1.800
1.500
1.200
900
600
300
14,7 (200 oF)
14,7 (60 oF)
1,2534
1,2329
1,2123
1,1930
1,1742
1,1576
1,1399
1,1219
1,1038
1,0853
1,0644
1,0000
479
428
378
328
281
236
188
142
97
52
0
0
___________________________
Exemplo 1.21 (Santos, J. A.) Considere que a Figura 1.51 ilustre, de modo aproximado, um
esquema de separao diferencial, representado pela produo de um poo atravs de uma bateria de
separao, composta por dois separadores e um tanque de armazenamento. As condies-standard
so de 60 oF e 14,7 psia. O reservatrio encontra-se na presso de bolha de 2.000 psia. Calcule o
fator volume-formao do leo e a razo de solubilidade na presso de bolha.
Gs liberado
2.000
SCF
Gs liberado
Gs
30 ft
90 bbl
Lq.
Separador
100 bbl
1.000 psia
3.000
SCF
6.000
SCF
Gs
50 ft
1.000
SCF
85 bbl
70 STB
Lq.
Lq.
Separador
500 psia
Total
de
gs
liberado
Tanque
leo
Saturado
2.000 psia
Figura 1.51 Esquema de separao do Exemplo 1.21 (Santos, J. A.).
1-97
Soluo:
Como o reservatrio encontra-se na presso de bolha,
Bob = Btb =
100 bbl
= 1,43 bbl / STB
70 STB
Rsb = Rsi =
6.000 SCF
= 86 SCF / STB .
70 STB
___________________________
Bo
Diferencial
patm
Presso
Rs
Flash
Diferencial
patm
Presso
1-98
1-99
Tabela 1.18 Exemplo de resultados de uma srie de testes com um separador operando em diferentes condies de presso4
Separador
Tanque
Fator de encolhimento
Razo Gs/leo
p (psia)
T (oF)
p (psia)
T (oF)
c b f ( STB / bbl b )
R si f ( SCF / STB)
200
150
100
50
80
80
80
80
14,7
14,7
14,7
14,7
60
60
60
60
0,7983
0,7993
0,7932
0,7834
512
510
515
526
Na Tabela 1.18, o fator de encolhimento cb f o volume de leo obtido no tanque dividido pelo volume de leo no ponto de bolha (temperatura do reservatrio e presso de bolha). Por isso
usado o subscrito b (bolha) e o subscrito f refere-se ao fato de que o experimento conduzido sob
condies flash. Esses testes de separao, independentemente do nmero de estgios, so descritos como flash embora, conforme mencionado anteriormente, uma separao multi-estgio aproxime-se mais de uma liberao diferencial. De qualquer modo, o importante que os volumes de
leo e de gs so determinados experimentalmente em condies similares s que estaro ocorrendo
na situao real de campo. Ainda na Tabela 1.18, Rsi f a razo de solubilidade inicial obtida nas
condies de separao.
A anlise dos resultados apresentados na Tabela 1.18 indica que, dentre as situaes consideradas, a presso tima de separao a de 150 psia, pois esta produz o maior valor de cb f , isto ,
o menor encolhimento do leo, e conseqentemente, o maior volume de leo no tanque. Este tpico
ser novamente abordado na Seo 1.8.15.
O uso dos dados experimentais da liberao flash para uma dada condio de separao,
em conjunto com os dados de uma liberao diferencial obtida em clula PVT, propicia um meio de
se obter os parmetros PVT necessrios para aplicao prtica em condies de campo. Conforme j
discutido, considera-se que a liberao diferencial descreve o processo de separao no interior do
reservatrio, enquanto que a liberao flash leva em conta as variaes de volume que ocorrem
entre o reservatrio e o tanque de armazenamento do leo. A converso dos dados da liberao
diferencial para os valores dos parmetros Bo e Rs, a serem utilizados nos estudos de reservatrios,
feita atravs das expresses (Dake, 1978):
Bob f
Bo = Bo d
B
ob d
(1.152)
Bob f
Rs = Rsi f ( Rsi d Rs d )
B
ob d
(1.153)
Reproduzida de Dake, L. P., Fundamentals of Reservoir Engineering, 1978, page 63, Copyright 1978, com permisso de
Elsevier Scientific Publishing Company.
1-100
onde o ndice d refere-se aos dados da liberao diferencial, conforme mostrados no exemplo da
Tabela 1.17. O fator volume-formao no ponto de bolha, obtido na liberao flash, calculado
por Bob f = 1 / cb f .
Dodson et alii (1953) descrevem uma maneira mais precisa de se realizar a anlise PVT de
modo a simular as condies de campo. Nesse mtodo, uma liberao diferencial realizada e aps
cada estgio de presso o volume de leo remanescente na clula expandido para as condies de
tanque atravs de uma bateria de separadores que representa as condies de separao de campo.
Assim, a razo entre o volume de leo nas condies de tanque e o volume de leo inicial na clula
fornece diretamente o valor do fator volume-formao do leo Bo. Semelhantemente, o volume de
gs liberado na expanso atravs dos separadores pode ser usado diretamente para se calcular a
razo de solubilidade Rs naquele estgio de presso. O processo repetido tomando-se uma nova
amostra de leo para cada estgio de presso, pois em cada estgio todo o leo expandido para o
tanque. Esse tipo de experimento, embora represente mais apropriadamente a situao real, mais
demorado e mais caro que a tcnica apresentada anteriormente.
Volume da cmara
pb
pb
Presso de bolha
Presso
Rigorosamente, as curvas mostradas na Figura 1.54 no so linhas retas, nem acima nem
abaixo da presso de bolha. Para presses maiores que a presso de bolha, a linha quase linear, j
que a compressibilidade de um leo subsaturado aproximadamente constante. Abaixo da presso
1-101
de bolha, no entanto, a compressibilidade do sistema fortemente influenciada pela compressibilidade do gs e o que se obtm normalmente uma curva e no uma linha reta.
Bo
psep1
psep2
psep3
psep4
Vo1
Vo2
Vo3
Vo4
Bo1
Bo2
Bo3
Bo4
Bo
Bo1
Bo4
Bo2
Bo3
psep1
psep2
(psep)tima
psep3
psep4
psep
1-102
Existem situaes nas quais o melhor resultado se obtm com o uso de dois ou mais separadores colocados em srie, praticando-se a chamada separao por estgios. Nessa situao o
clculo das condies timas de separao, isto , da presso e se for o caso, da temperatura de cada
separador, bem mais complexo. Poderia ser dito, entretanto, que toda separao feita por estgios, uma vez que no tanque ainda vai haver alguma liberao de gs, sendo, portanto, o ltimo
estgio da separao.
a) Compressibilidade
A compressibilidade da gua pode ser estimada atravs das correlaes mostradas na
Figura 1.56.
1-103
Figura 1.56 Compressibilidade da gua, cw (Dodson & Standing, 1944). Extrada de Earlougher, R. C., Jr.,
Advances in Well Test Analysis, 1977, com autorizao de SPE-AIME.
b) Fator volume-formao
O fator volume-formao da gua (Bw) pode ser estimado usando-se as correlaes da
Figura 1.57, onde as curvas cheias aplicam-se aos casos de gua pura e as tracejadas quando a gua
contm gs natural em soluo.
1-104
Figura 1.57 Fator volume-formao da gua, Bw (Dodson & Standing, 1944). Extrada de Earlougher, R. C.,
Jr., Advances in Well Test Analysis, 1977, com autorizao de SPE-AIME.
1-105
Figura 1.58 Razo de solubilidade do gs natural em gua salgada, Rsw (Dodson & Standing, 1944). Extrada
de Earlougher, R. C., Jr., Advances in Well Test Analysis, 1977, com autorizao de SPE-AIME.
d) Viscosidade
A viscosidade da gua pode ser estimada usando-se a Figura 1.59. Da ordenada do grfico
obtm-se a viscosidade da gua na temperatura do reservatrio e na presso de 1 atm, denominada
* . Para outras presses o valor da viscosidade deve ser corrigido atravs da expresso:
p ,T = * f ( p, T ) ,
(1.154)
onde f(p,T) um fator de correo, obtido do grfico localizado no canto superior direito da figura.
1-106
Figura 1.59 Viscosidade da gua salgada (Matthews & Russel, 1967). Extrada de Earlougher, R. C., Jr.,
Advances in Well Test Analysis, 1977, com autorizao de SPE-AIME.
1-107
1.9. Problemas
Problema 1.1 Uma mistura gasosa de hidrocarbonetos tem a seguinte composio (porcentagem
em mol): metano 68%, etano 22% e propano 10%. Calcular a porcentagem em massa de cada
componente.
Resposta: metano = 49,73%; etano = 30,16%; propano = 20,11%
Problema 1.2 Estimar o fator de compressibilidade do metano utilizando o grfico desse composto, nas condies de 1.200 psia e 32 oF.
Resposta: 0,82
Problema 1.4 Um certo hidrocarboneto gasoso tem uma massa especfica igual a 2,55 g/l a 100 oC
e 1 atm. Uma anlise qumica mostrou que na molcula h um tomo de hidrognio para cada tomo
de carbono. Qual a frmula do hidrocarboneto?
Resposta: C6H6 (benzeno)
Problema 1.5 Um gs natural tem uma massa molecular aparente igual a 21,5. Calcular a massa
especfica desse gs a uma presso de 1.560 psia e a uma temperatura de 80 F.
Resposta: 8,39 lb/ft3
Problema 1.6 A mistura gasosa de hidrocarbonetos, cuja composio est indicada na Tabela
1.20, est sujeita presso de 1.338 psia e temperatura de 180 F.
Tabela 1.20 Composio da mistura gasosa de hidrocarbonetos do Problema 1.6
Componente
Frao molar
metano
etano
propano
n-butano
0,80
0,10
0,06
0,04
(d) 0,72
1-108
Componente
Frao molar
CO2
H 2S
CH4
C2H6
C3H8
0,05
0,10
0,70
0,10
0,05
Calcular o fator de compressibilidade a uma presso de 1.200 psia e uma temperatura de 120 F
utilizando as correlaes de:
(a) Wichert-Aziz.
(b) Carr-Kobayashi-Burrows.
Respostas:
(a) 0,825
(b) 0,805
Problema 1.8 Um gs natural com uma densidade igual a 0,68 (ar = 1,0) est submetido s seguintes condies: T = 72 F e p = 1.072 psia. Calcular a compressibilidade do gs nessas condies.
Resposta: 11,57104 psi1
Problema 1.9 Calcular, usando a correlao de Carr-Kobayashi-Burrows, a viscosidade da mistura gasosa de hidrocarbonetos cuja composio est apresentada na Tabela 1.22, sujeita s condies
de presso e de temperatura de:
(a) 1 atm e 200 F.
(b) 2.000 psia e 200 F.
Tabela 1.22 Composio da mistura gasosa de hidrocarbonetos do Problema 1.9
Respostas:
(a) 0,0123 cp
Componente
Frao molar
metano
etano
propano
n-butano
0,80
0,10
0,06
0,04
(b) 0,0163 cp
Problema 1.10 Uma mistura gasosa de densidade 0,862 est sujeita a uma temperatura de 200 F
e a uma presso de 2.000 psia, e apresenta em sua composio 10% de gs sulfdrico e 5% de
dixido de carbono. Calcular a viscosidade do gs nas condies citadas.
Resposta: 0,01845 cp
1-109
Problema 1.11 Calcular a massa especfica nas condies-standard da mistura lquida cuja composio est detalhada na Tabela 1.23:
Tabela 1.23 Composio da mistura lquida de hidrocarbonetos do Problema 1.11
Componente
n-butano
n-pentano
n-hexano
n-heptano
0,15
0,20
0,30
0,35
Resposta: 41 lb/SCF
Problema 1.12 Uma mistura lquida com a composio apresentada na Tabela 1.24 est submetida no reservatrio a uma temperatura de 200 oF e tem presso de bolha igual a 4.000 psia. Calcular
a massa especfica da mistura nessas condies.
Tabela 1.24 Composio da mistura lquida de hidrocarbonetos do Problema 1.12
Componente
Frao molar
metano
etano
propano
n-butano
n-pentano
hexano+
0,35
0,08
0,06
0,04
0,07
0,40
Dado: O hexano+ tem massa molecular igual a 160 e densidade igual a 0,85.
Resposta: 42,2 lb/ft3
Problema 1.13 Uma massa de 100 lb de uma certa substncia est contida em um recipiente de 10
ft3 a uma certa temperatura. A massa especfica da fase lquida L = 25 lb/ft3 e a massa especfica
da fase vapor V = 0,05 lb/ft3. Calcular os volumes e as massas de cada fase.
Respostas: VL = 4 ft3; VV = 6 ft3; mL = 99,70 lb; mV = 0,30 lb
Problema 1.14 Um reservatrio de petrleo tem uma presso de bolha de 3.000 psia e uma
temperatura de 130 oF. Estimar a viscosidade do lquido existente nesse reservatrio a uma presso
de 4.000 psia, sabendo-se que a sua razo de solubilidade nessas condies igual a 120 SCF/STB e
na superfcie ele resulta em um leo de 24 oAPI.
Resposta: 9 cp
Problema 1.15 (Santos, J. A.) Uma amostra de fluido em uma clula PVT passou pelos estgios
representados na Figura 1.60.
1-110
3
2
1
Gs
Vg = 1.069 cm
Gs
Gs
Lquido
leo Vo = 10 cm
Lquido
3
V1 = 15 cm
p1 = 1.800 psig
Z1 = 0,773
Rs1 = 413,3 SCF/STB
T1 = 230 F
V2 = 16,03 cm
p2 = 1.400 psig
Z2 = 0,7695
Rs2 = 385,9 SCF/STB
p0 = 14,7 psia
T0 = 60 F
T2 = 230 F
Figura 1.60 Evoluo de uma amostra de fluido em uma clula PVT - Problema 1.15 (Santos, J. A.).
Calcule:
(a) Os fatores volume-formao duas fases do leo Bt1 e Bt2.
(b) Os fatores volume-formao do gs Bg1 e Bg2.
(c) A razo de solubilidade na presso de bolha Rsb.
(d) Os fatores volume-formao do leo Bo1 e Bo2.
(e) Os volumes de gs livre nas condies 1 e 2 (Vg1 e Vg2).
Respostas:
(a) Bt1 = 1,5 cm3/cm3 std
Bt2 = 1,6 cm3/cm3 std
3
3
(b) Bg1 = 0,0083 cm /cm std
Bg2 = 0,0106 cm3/cm3 std
(c) Rsb = 106,9 cm3 std /cm3 std
(d) Bo1 = 1,224 cm3/cm3 std
Bo2 = 1,195 cm3/cm3 std
(e) Vg1 = 2,76 cm3
Vg2 = 4 cm3
............................................................
51,52 lb/SCF
64 SCF/SCF
1.900 psia
150 oF
Massa especfica do C
7+
1-111
Componente
Frao molar do gs
liberado
Frao molar do
leo no tanque
C1
C2
C3
i-C4
n-C4
i-C5
n-C5
C6
C7+
69,472
14,380
8,860
3,091
2,577
0,649
0,622
0,260
0,089
2,45
2,52
5,15
4,12
4,91
2,92
3,61
5,85
68,47
Total
100,000
100,00
conhecendo-se as seguintes
0,876
0,71
575 SCF/STB
220 oF
Problema 1.18 Os resultados de uma liberao flash esto mostrados na Tabela 1.26:
Tabela 1.26 Dados da liberao flash Problema 1.18
163
130
124
110
96
75
49
31
15
8
Outros dados so:
Volume da amostra.....................................................................
Presso original absoluta.............................................................
Temperatura do reservatrio ......................................................
270
271,5
272
278
284
310
347
390
445
485
270 cm3
178 kgf/cm2
148 oF
1-112
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Livro
Figura
Pg
Aps a p
31
1.7
18
A-2
A-
A-3
A-1
D-25
23
Figura Earlougher, R. C., Jr. Advances in Well Test Analysis. Dallas, USA, SPE of
AIME, 1977. (Monograph 5.)
1.25
Theory
and Practice of the Testing of Gas Wells. Calgary, Alberta, Canada, Energy
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and Practice of the Testing of Gas Wells. Calgary, Alberta, Canada, Energy
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Figura Theory and Practice of the Testing of Gas Wells. Calgary, Alberta, Canada, Energy
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Figura Earlougher, R. C., Jr. Advances in Well Test Analysis. Dallas, USA, SPE of
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Figura Standing, M. B. Volumetric and Phase Behavior of Oil Field Hydrocarbon Systems.
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1.46
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1.47
Figura Earlougher, R. C., Jr. Advances in Well Test Analysis. Dallas, USA, SPE of
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1.56
Figura Earlougher, R. C., Jr. Advances in Well Test Analysis. Dallas, USA, SPE of
AIME, 1977. (Monograph 5.)
1.57
0-115
D-26
23
A-7
A-2
A-8
A-2
A-9
A-2
D.1
22
A-1
A-
23
35
24
36
25
37
4-6
15
71
12
4-8
16
4-23
20
4-22
19
4-24
20
Chart 3
Apn
Chart 1
Apn
Chart 2
Apn
D.22
23
D.8
22
0-116
Figura Earlougher, R. C., Jr. Advances in Well Test Analysis. Dallas, USA, SPE of
AIME, 1977. (Monograph 5.)
1.58
Earlougher,
R. C., Jr. Advances in Well Test Analysis. Dallas, USA, SPE of
Figura
AIME, 1977. (Monograph 5.)
1.59
D.23
23
D.35
24
Artigo tcnico
Figura
Pgina
Livro
Tabela Dake, L. P. Fundamentals of Reservoir Engineering. Amsterdam, The Netherlands, Elsevier Scientific Publishing Company, 1978.
1.17
Tabela Dake, L. P. Fundamentals of Reservoir Engineering. Amsterdam, The Netherlands, Elsevier Scientific Publishing Company, 1978.
1.18
Tabela
Pgina
2.4
65
2.3
63
2.
P ROPRIEDADES DAS R OCHAS
Informaes sobre as propriedades das rochas, a exemplo das propriedades dos fluidos,
constituem-se em fatores decisivos para o estudo do comportamento de reservatrios de petrleo e,
portanto, a sua coleta e a sua interpretao devem merecer uma ateno especial, atravs de um
trabalho exaustivo e meticuloso.
As rochas-reservatrio contm, normalmente, dois ou mais fluidos. Os volumes dos fluidos
contidos nas rochas, as transmissibilidades dos mesmos atravs delas e outras propriedades correlatas, para sistemas monofsicos e multifsicos, sero o objeto de estudo neste captulo.
2.1. Porosidade
Nesta seo sero apresentadas definies e discutidos os vrios tipos de rochareservatrio e de porosidade.
2.1.1. Definies
A porosidade uma das mais importantes propriedades das rochas na engenharia de reservatrios, j que ela mede a capacidade de armazenamento de fluidos. A porosidade definida como
sendo a relao entre o volume de vazios de uma rocha e o volume total da mesma, ou seja:
= V v / Vt ,
(2.1)
onde a porosidade, Vv o volume de vazios e Vt o volume total. O volume de vazios normalmente denominado volume poroso da rocha e representado pelo smbolo Vp.
Admita uma situao hipottica em que a rocha seja composta por gros esfricos, do
mesmo dimetro e arranjados em forma cbica, como indica a Figura 2.1.
2-1
2-2
R
4R
Figura 2.1 Rocha formada por gros esfricos em uma estrutura cbica.
Se as esferas possuem raios iguais a R, em um cubo de aresta 4R existem 8 (oito) esferas. Assim, o
volume poroso dado por:
(2.2)
Vt = Vcubo = (4 R ) 3 = 64 R 3 .
(2.3)
(2.4)
O arranjo da Figura 2.1 o que proporciona o maior valor possvel de porosidade para
gros uniformes (mesmo dimetro). Observa-se tambm que se os gros so perfeitamente esfricos
e do mesmo dimetro a porosidade independe do tamanho dos gros.
a) Porosidade absoluta
a relao entre o volume total de vazios de uma rocha e o volume total da mesma.
b) Porosidade efetiva
a relao entre os espaos vazios interconectados de uma rocha e o volume total da
mesma. Do ponto de vista da engenharia de reservatrios, a porosidade efetiva o valor que se
deseja quantificar, pois representa o espao ocupado por fluidos que podem ser deslocados do meio
poroso.
Rochas com materiais intergranulares, pobre a moderadamente cimentados, apresentam valores aproximadamente iguais de porosidades absoluta e efetiva. J rochas altamente cimentadas,
bem como calcrios, podem apresentar valores bem diferentes para essas duas porosidades.
c) Porosidade primria
aquela que se desenvolveu durante a deposio do material sedimentar. Exemplos de porosidade primria ou original so a porosidade intergranular dos arenitos e as porosidades intercristalina e ooltica de alguns calcrios.
2-3
d) Porosidade secundria
aquela resultante de alguns processos geolgicos subsequentes converso dos sedimentos em rochas. Exemplos de porosidade secundria ou induzida so dados pelo desenvolvimento de
fraturas, como as encontradas em arenitos, folhelhos e calcrios, e pelas cavidades devidas
dissoluo de parte da rocha, comumente encontradas em calcrios.
A Figura 2.2 mostra um exemplo de seo transversal de uma amostra de rocha, onde podem ser observados dois tipos de poros: interconectados e isolados. A soma dos volumes porosos
interconectados com os volumes porosos isolados representa o volume total de poros, utilizado na
definio da porosidade absoluta da rocha. O volume poroso interconectado define a porosidade
efetiva.
gro
cimento
poros interconectados
poro isolado
2.1.2. Rochas-reservatrios
A maioria dos depsitos comerciais de petrleo ocorre em reservatrios formados por rochas sedimentares clsticas e no clsticas, principalmente em arenitos e calcrios. Entretanto, vrios
outros tipos de rocha podem apresentar porosidade suficiente para serem localmente importantes
como reservatrios. Neste caso, a porosidade pode ser intersticial, mas na maioria das vezes
devida presena de fraturas. Maiores detalhes sobre porosidade so encontrados nas descries dos
diversos tipos de rocha-reservatrio, a serem apresentadas nos prximos itens desta seo.
a) Arenitos
Os arenitos so a mais freqente rocha-reservatrio encontrada em todo o mundo. Eles podem ser espessos, atingindo vrias centenas de metros de espessura, e podem apresentar grande
continuidade lateral. A Figura 2.3 apresenta um desenho esquemtico de uma amostra de arenito.
2-4
Amostra de arenito
Espao vazio
Slido
Figura 2.3 Desenho esquemtico de uma amostra de arenito.
A porosidade dos arenitos pode ser de dois tipos: intergranular e por fraturas. A porosidade intergranular decorrente do espao vazio remanescente depois que a porosidade inicial foi
reduzida pela cimentao. A porosidade inicial depende principalmente do grau de seleo dos
gros de areia. Se estes forem moderadamente arredondados e aproximadamente de mesmo tamanho, formaro agregados com porosidade variando de 35% a 40%. Se as dimenses das partculas
forem muito variadas, a porosidade ser pequena, pois os gros menores preenchero parcialmente
os interstcios existentes entre os gros maiores. Neste caso as porosidades sero de 30% ou
menores. Como regra geral, a cimentao e as irregularidades de gros diminuem o valor da
porosidade inicial de valores entre 30 e 40% para valores entre 10 e 20%.
Estudos de poros de arenitos mostraram que, enquanto alguns destes no sofreram nenhuma atividade aps sua deposio, que no a cimentao, outros foram lixiviados de modo que seus
poros podem ser maiores que os maiores gros. Cavidades devidas dissoluo de material, que so
encontradas normalmente em rochas carbonatadas, podem ser importantes em alguns reservatrios
de arenitos.
Arenitos fechados ou zonas fechadas dentro de um arenito podem ser devidos a uma completa cimentao. No entanto, mais freqentemente esse fechamento o resultado da no seleo do
material sedimentar durante a deposio. Argilas, siltes ou placas de mica podem tornar um arenito
praticamente impermevel.
Um arenito uma rocha competente e quebradia, e est sujeito a fissuramentos como
qualquer outra rocha de competncia comparvel. Quando ele no fechado e tem uma porosidade
normal de 10 a 20%, sua porosidade real pode ser muito maior devido a fraturas.
As dimenses de um corpo de arenito dependem das condies de sua sedimentao. Os
mais extensos foram depositados devido a transgresses marinhas. A maioria, entretanto, se apresenta em forma lenticular.
A fonte original da maioria dos gros de areia o granito ou o gnaisse. A primeira areia resultante da destruio de rochas granticas no apenas constituda de gros de quartzo limpos, mas
de uma mistura de gros de quartzo, partculas de argila e minerais acessrios em vrios graus de
decomposio. Uma rocha-reservatrio com melhores caractersticas aquela em que os gros de
areia foram trabalhados mais de uma vez. Provavelmente a maioria dos arenitos se constitui de gros
de areia provenientes de eroso de arenitos mais velhos.
b) Rochas carbonatadas
Rochas carbonatadas so os calcrios, as dolomitas e aquelas intermedirias entre os dois.
Reservatrios de rochas carbonatadas diferem em vrios aspectos daqueles de arenito. A porosidade
provavelmente localizada, tanto lateral como verticalmente, dentro de uma camada. Por outro lado,
2-5
os poros podem ser muito maiores que os de arenitos, dando rocha uma grande permeabilidade. A
porosidade de uma rocha carbonatada pode ser primria ou secundria.
A porosidade primria aquela resultante da deposio original da rocha. So as acumulaes de conchas e recifes, e os calcrios oolticos. H ainda os calcrios e dolomitas clsticas,
resultantes da acumulao de gros provenientes de rochas carbonatadas mais velhas. Neste caso a
porosidade seria da mesma ordem de grandeza da dos arenitos. Entretanto, devido deposio de
calcita ou dolomita de solues e recristalizao, essa porosidade original grandemente reduzida.
A porosidade em rochas carbonatadas quase sempre secundria e devida a processos de
soluo, dolomitizao e fraturamento. O mais importante desses processos a soluo (ou dissoluo), em que a calcita ou a dolomita lixiviada pelas guas subterrneas, resultando cavidades com
dimenses variando desde minsculos poros at gigantescas cavernas.
c) Outras rochas
Apesar de os maiores reservatrios de leo e gs serem arenitos ou rochas carbonatadas
principalmente, com poros disseminados, mas tambm devidos a fraturas, vrios outros tipos de
rocha podem possuir porosidade suficiente para se tornarem localmente importantes como reservatrios. Em alguns casos a porosidade intersticial, mas na maioria dos casos devida presena de
fissuras. Os seguintes tipos de rocha podem ser encontrados como rochas-reservatrios: conglomerados e brechas, folhelhos fraturados, siltes, arcsios e rochas gneas ou metamrficas fraturadas.
1
N
j ,
(2.5)
j =1
2-6
fechada e uma vlvula girada de tal modo que o ar pode se expandir para outra cmara previamente evacuada, cujo volume tambm de 10 cm3. A presso absoluta final das duas cmaras de 361,4
mm de mercrio. Calcular a porosidade efetiva da amostra de rocha-reservatrio.
Soluo:
Admitindo que a temperatura permanea constante e que o ar comporte-se como gs ideal,
tem-se que:
piVi = p f V f ,
(2.6)
750(10 Vs ) = 361,4(20 Vs ) ,
de onde se calcula o volume de slidos Vs = 0,7 cm3. Assim, a porosidade determinada por:
Vv Vt Vs 1,0 0,7
=
=
= 0,3 (30%) .
Vt
Vt
1,0
___________________________
2.2. Compressibilidade
A porosidade das rochas sedimentares funo do grau de compactao das mesmas, e as
foras de compactao so funes da mxima profundidade em que a rocha j se encontrou. O
efeito da compactao natural sobre a porosidade pode ser visualizado na Figura 2.4.
50
Porosidade (%)
40
Arenito
s
30
Fo
lhe
lho
s
20
10
0
500
1000
1500
Profundidade (m)
Figura 2.4 Efeito da compactao natural sobre a porosidade (Krumbein & Sloss, 1951).
Esse efeito devido arrumao dos gros, resultante da compactao. Assim, sedimentos que j
estiveram a grandes profundidades apresentam menores valores de porosidade que aqueles que
nunca foram to profundamente enterrados.
Trs tipos de compressibilidade devem ser distinguidos nas rochas:
2-7
cf =
1 V p
,
V p p
(2.7)
V p = Vt .
(2.8)
Considerando que o volume total da rocha constante e derivando a expresso do volume poroso
em relao presso obtm-se:
V p
p
= Vt
.
p
(2.9)
cf =
1
.
p
(2.10)
Conforme apresentado no Apndice D.3 do livro de Earlougher (1977), em geral impossvel correlacionar valores de compressibilidade de rocha, de tal maneira que a compressibilidade
deve sempre ser medida para o reservatrio que estiver sendo estudado. As correlaes fornecem, na
melhor das hipteses, apenas uma ordem de magnitude dos valores de compressibilidade. Na
ausncia de valores medidos, no entanto, a correlao de Hall (1953), apresentada na Figura 2.5,
pode ser usada para a estimativa da compressibilidade efetiva de uma rocha-reservatrio. Hall
investigou o comportamento da compressibilidade efetiva cf presso externa (peso das camadas)
constante e, utilizando dados de diversos campos, construiu um grfico de porosidade () versus
compressibilidade efetiva da rocha (cf).
2-8
Figura 2.5 Compressibilidade efetiva da formao, cf (Hall, 1953). Reproduzida de Matthews, C. S. &
Russel, D. G., Pressure Buildup and Flow Tests in Wells, Copyright 1967, com permisso de SPE-AIME.
___________________________
Exemplo 2.2 Um reservatrio de petrleo possui as seguintes caractersticas:
Forma .....................................................................................
Camadas..................................................................................
rea em planta.........................................................................
Espessura.................................................................................
Porosidade...............................................................................
Saturao de gua (irredutvel).................................................
Presso original........................................................................
Presso atual............................................................................
Presso de bolha.......................................................................
Densidade do leo na presso de bolha.....................................
Temperatura do reservatrio.....................................................
Coeficiente de compressibilidade mdio da gua......................
Paralelepipdica
Horizontais
2 km2
10,0 m
16%
20%
150,0 kgf/cm2
120,0 kgf/cm2
110,0 kgf/cm2
0,75
200 oF
3,0106 psi1
2-9
Calcular o volume de leo produzido, medido em condies de reservatrio, sabendo que a saturao de gua (Swi) o quociente entre o seu volume e o volume poroso da rocha.
Soluo:
Volume poroso inicial: Vpi = Vt = 2(1.000 m)210 m0,16 = 3,2106 m3
Volume inicial de gua: Vwi = SwiVpi = 0,203,2106 = 0,64106 m3
Volume inicial de leo: Voi = Vpi Vwi = 3,2106 0,64106 = 2,56106 m3
fig . 1.35 captulo 1
Densidade do leo presso de bolha = 0,75 Correlao
co = 10106 psi1
Figura 2.5
cw =
1 Vw
,
V wi p
obtm-se:
Vw = c wVwi p = 3,0 10 6 psi 1 0,64 10 6 m 3 (120 150)
kgf
cm 2
14,2
psi
kgf / cm 2
= 818 m 3 .
co =
1 Vo
,
Voi p
obtm-se:
cf =
1 V p
,
V pi p
obtm-se:
2-10
Figura 2.8, por exemplo, mostram que no h nenhuma correlao entre os valores obtidos, reforando o comentrio anteriormente feito de que as correlaes fornecem, na melhor das hipteses,
apenas uma ordem de grandeza dos valores de compressibilidade. Valores mais representativos
devem, preferencialmente, ser medidos em laboratrio para cada caso especfico.
Figura 2.6 Compressibilidade efetiva da formao, cf , a uma presso litosttica de 75% - calcrios consolidados (Newman, 1973). Reproduzida de Earlougher, R. C., Jr., Advances in Well Test Analysis, Copyright
1977, com permisso de SPE-AIME.
2-11
Figura 2.7 Compressibilidade efetiva da formao, cf , a uma presso litosttica de 75% - arenitos consolidados (Newman, 1973). Reproduzida de Earlougher, R. C., Jr., Advances in Well Test Analysis, Copyright
1977, com permisso de SPE-AIME.
2-12
Figura 2.8 Compressibilidade efetiva da formao, cf , a uma presso litosttica de 75% - arenitos friveis
(Newman, 1973). Reproduzida de Earlougher, R. C., Jr., Advances in Well Test Analysis, Copyright 1977,
com permisso de SPE-AIME.
2-13
Figura 2.9 Compressibilidade efetiva da formao, cf , a uma presso litosttica de 75% - arenitos inconsolidados (Newman, 1973). Reproduzida de Earlougher, R. C., Jr., Advances in Well Test Analysis, Copyright
1977, com permisso de SPE-AIME.
2.3.1. Definies
Os espaos vazios de um material poroso podem estar parcialmente preenchidos por um
determinado lquido e os espaos remanescentes por um gs. Ou ainda, dois ou trs lquidos
imiscveis podem preencher todo o espao vazio. Nesses casos, de grande importncia o conhecimento do contedo de cada fluido no meio poroso, pois as quantidades dos diferentes fluidos
2-14
definem o valor econmico de um reservatrio. A Figura 2.10 ilustra uma situao em que os poros
da rocha-reservatrio esto saturados com trs fluidos: gua, leo e gs.
Rocha
gu
a
le
o
Gs
Sf =
Vf
Vp
(2.11)
S f (%) =
Vf
Vp
100% .
(2.12)
Se o meio poroso contiver um nico fluido a saturao deste ser 100%. Como aceito que a rochareservatrio continha inicialmente gua, a qual foi deslocada no totalmente pelo leo ou pelo gs,
na zona portadora de hidrocarbonetos existiro dois ou mais fluidos.
A saturao de gua existente no reservatrio no momento da sua descoberta chamada de
saturao de gua inicial ou conata, ou ainda inata.
Por ocasio da descoberta do reservatrio, como a presso igual ou maior que a presso
de bolha, na zona de leo s existem gua e leo, cujas saturaes somam 100%. Essa situao s
modificada quando, devido produo de leo, a presso do reservatrio cai abaixo da presso de
bolha, resultando no aparecimento de gs na zona de leo. Nessa ocasio a saturao mdia de leo
pode ser obtida mediante o que se chama de balano de materiais. Considere um reservatrio
inicialmente subsaturado (presso maior ou igual presso de bolha), cuja saturao de gua conata
(Swi) permanece constante. Seja N o volume original de leo e Np o volume de leo produzido
(ambos medidos em condies-padro). Ento:
N=
V p S oi
Boi
(2.13)
onde Soi a saturao mdia inicial de leo e Boi o fator volume-formao do leo presso inicial.
Aps a produo de um volume de leo Np, o volume restante de leo (medido em condies-padro) dado por:
2-15
N restante =
V p So
Bo
(2.14)
onde So a saturao mdia atual de leo e Bo o fator volume-formao do leo presso atual. Por
outro lado, tem-se que:
N restante N N p =
V p So
Bo
(2.15)
N Np
N
S o Boi
,
S oi Bo
(2.16)
N p Bo
S o = 1
S oi .
N Boi
(2.17)
N p Bo
S o = 1
(1 S wi ) .
N Boi
Sw = 1.
(2.18)
leo
67,6
gua
32,4
2-16
Gs
34,8
leo
53,4
gua
46,6
leo
26,7
gua
38,5
leo
32,9
Filtrado
18,0
Gs
25,6
gua
49,1
gua
47,7
leo
26,7
Figura 2.11 Exemplo de alteraes na distribuio da saturao de fluidos (Kennedy, Van Meter & Jones,
1954).
___________________________
Exemplo 2.3 Calcular a produo acumulada, medida em m3std, de um reservatrio com as
seguintes caractersticas:
rea ........................................................................................
3,2 km2
Espessura mdia.......................................................................
10,0 m
Porosidade mdia.....................................................................
15%
Permeabilidade mdia..............................................................
200 md
Saturao de gua conata mdia...............................................
30%
Presso original........................................................................
140,0 kgf/cm2
Presso atual............................................................................
120,0 kgf/cm2
Presso de bolha.......................................................................
140,0 kgf/cm2
Fator volume-formao do leo presso original.................... 1,3
Fator volume-formao do leo presso atual......................... 1,2
Saturao de leo mdia atual..................................................
50%
Soluo:
O valor da produo acumulada Np pode ser obtido da Eq. (2.18), onde:
Vp = Ah = 3,2106100,15 = 4,8106 m3
e
N = VpSoi/Boi = 4,8106(1 0,30)/1,3 = 2,585106 m3std.
Ento,
2-17
N p Bo
Np
S o = 1
(1 S wi ) 0,50 = 1
6
N Boi
2,585 10
1,2
6
3
___________________________
2.4. Permeabilidade
Nesta seo ser discutido o conceito de permeabilidade absoluta, bem como a sua aplicao em problemas de fluxo monofsico permanente atravs de meios porosos.
2.4.1. Definies
A permeabilidade de um meio poroso uma medida de sua capacidade de se deixar atravessar por fluidos. Em outras palavras, a permeabilidade uma medida da condutividade de fluidos
de um material. Por analogia com condutores eltricos, a permeabilidade representa o inverso da
resistncia que o material oferece ao fluxo de fluidos.
Para se medir a permeabilidade seria necessrio encontrar uma equao que regulasse o
fluxo, na qual interviessem todos os parmetros. A primeira idia seria a de simplificar o sistema
poroso, considerando-o como um feixe de capilares. O fluxo viscoso e laminar atravs de um capilar
regulado pela equao de Poiseuille, que trata o fluido como um conjunto de superfcies cilndricas
concntricas movendo-se com velocidades diferentes e, por conseguinte, exercendo foras viscosas
umas sobre as outras. Essas foras viscosas so expressas por:
F = A
dv
,
dx
(2.19)
F = (2rL )
dv
,
dr
(2.20)
onde L o comprimento do tubo capilar. Por outro lado, existe uma fora correspondente ao do
diferencial de presso (p1 p2) sobre a rea r 2 , isto :
F = ( p1 p 2 )r 2 .
(2.21)
Se o fluido tem acelerao nula, isto , sua velocidade no varia ao longo do tubo capilar, ento
F = F . Da,
( p1 p 2 )r 2 = (2rL)
dv
,
dr
(2.22)
de onde se obtm:
dv =
cuja integrao produz:
( p1 p 2 )rdr
,
2L
(2.23)
v=
2-18
( p1 p 2 )r 2
+ C1 ,
4L
(2.24)
r0
r
Raio
r0
r
r0
r
r0
v vmax
Velocidade
Figura 2.12 Distribuio de velocidades em um tubo capilar - fluxo viscoso. Reproduzida de Craft, B. C. &
Hawkins, M. F., Applied Petroleum Reservoir Engineering, Copyright 1959, com permisso de PrenticeHall, Inc.
Ento:
r = r0 v = 0 ,
(2.25)
C1 =
r02 ( p1 p 2 )
.
4L
(2.26)
Assim,
v=
(r02 r 2 )( p1 p 2 )
.
4L
(2.27)
Atravs do elemento de rea dA a vazo dq = vdA, onde dA = 2rdr. A vazo total ser:
q
r0
r0
( p p 2 )(r02 r 2 )
q = dq = vdA = 1
2rdr ,
4L
0
0
(2.28)
q=
r04 ( p1 p 2 )
,
8L
(2.29)
onde, no sistema CGS de unidades, q a vazo de fluido (cm3/s), r0 o raio interno do tubo capilar
(cm), p a presso (dina/cm2), a viscosidade do fluido (poise) e L o comprimento do tubo capilar
(cm).
2-19
Considerando que o meio poroso seja formado por nj capilares de raio rj e N grupos de capilares de diferentes raios, a vazo total nesse meio seria dada por:
q=
( p1 p 2 ) N
n j r j4 .
8L
j =1
(2.30)
Em virtude da dificuldade de medio dos vrios raios dos capilares que formam o meio poroso,
dificuldade esta agravada pelo fato de que os capilares no so regulares, lineares e paralelos, a Eq.
(2.30) no diretamente aplicvel na maioria dos casos. Quando modificada para fluxo entre placas,
no entanto, pode ser utilizada no estudo do fluxo em fraturas.
A equao de maior utilizao prtica para o estudo do fluxo de fluidos em meios porosos
foi formulada por Henry Darcy, em 1856, ao estudar problemas de tratamento de gua atravs de
filtros de areia. Essa equao, quando adaptada para exprimir o fluxo de fluidos viscosos, pode ser
assim expressa: A vazo atravs de um meio poroso proporcional rea aberta ao fluxo e ao
diferencial de presso, e inversamente proporcional ao comprimento e viscosidade. Em 1856,
Darcy investigou o fluxo de gua atravs de filtros de areia com a finalidade de purific-la. O seu
aparelho experimental mostrado esquematicamente na Figura 2.13.
Injeo de gua a
vazo constante (q)
1
h1
L
Areia
h2
Coleta e medio
da gua
Figura 2.13 Esquema do experimento de Henry Darcy sobre fluxo de gua atravs de filtro de areia.
Reproduzida de Fundamentals of Reservoir Engineering, Dake, L. P., page 104, Copyright 1978, com
permisso de Elsevier Scientific Publishing Company.
q = KA
h1 h2
,
L
(2.31)
onde q representa a vazo de gua atravs do cilindro de areia cuja seo transversal igual a A; L
a altura do meio poroso; h1 e h2 so as alturas da gua em manmetros colocados nas faces de
entrada e de sada do filtro (medidas a partir de um mesmo nvel de referncia) e representam o
potencial hidrulico nesses dois pontos; e K uma constante de proporcionalidade caracterstica do
meio poroso e do fluido.
2-20
Mais tarde, outros investigadores, realizando experincias com outros fluidos descobriram
que a constante K podia ser escrita como k / , onde e so respectivamente a viscosidade e o
peso especfico do fluido, e k uma propriedade da rocha somente, denominada permeabilidade
absoluta.
Para fluxo horizontal, por exemplo, a equao da vazo pode ser escrita como:
q=
kAp
,
L
(2.32)
onde q a vazo de fluido (cm3/s), A a rea da seo transversal (cm2), p o diferencial de presso
(atm), a viscosidade do fluido (cp), L o comprimento do meio poroso (cm) e k a permeabilidade
do meio poroso (Darcy). Verifica-se a partir da Eq. (2.32) que a permeabilidade tem dimenso de
rea.
A equao de Darcy (2.32) foi estabelecida sob certas condies:
2-21
A
A
p2
dx
p1
vx =
q
k dp
=
,
A
dx
(2.33)
onde q a vazo de fluxo atravs da seo reta de rea A e vx o que se chama de velocidade
aparente na direo x.
a) Fluido incompressvel
Se o fluido que satura o meio poroso for incompressvel, a vazo q ser a mesma ao longo
de todo o seu comprimento. Assim, separando as variveis e integrando a Eq. (2.33) obtm-se:
q
k
dx = dp
A
q
k
dx =
A 0
q=
(2.34)
p2
dp
(2.35)
p1
kA( p1 p 2 )
.
L
(2.36)
q=
kA
p .
L
(2.37)
pD =
kA
p ,
qL
(2.38)
pD = 1 .
(2.39)
Desse modo, a Eq. (2.36) pode ser escrita em outros sistemas de unidades com o auxlio das tabelas
apresentadas no Apndice L.
___________________________
2-22
Exemplo 2.4 Uma amostra de testemunho com 2 cm de comprimento e 1 cm de dimetro apresentou uma vazo de gua ( = 1 cp) de 60 cm3/minuto com presso a montante de 2,3 atm e presso a
jusante de 1,0 atm. Calcular a permeabilidade da amostra.
Soluo:
Da Eq. (2.36):
q=
kA( p1 p 2 )
,
L
1= k
1,3
k = 1,96 Darcy .
4 1 2
___________________________
b) Fluido compressvel
Se o fluido que satura o meio poroso for compressvel, a vazo q ser varivel ao longo do
meio poroso. Considerando o fluido como sendo um gs ideal e o fluxo permanente (no h acmulo
de massa), a lei de Boyle-Mariotte permite escrever que:
pq = p1q1 = p 2 q 2 = p q ,
(2.40)
q=
pq
.
p
(2.41)
pq
k
dx = pdp .
A
(2.42)
kA( p12 p 22 )
.
2Lp
(2.43)
Integrando:
q=
Mas:
p12 p 22 = ( p1 + p 2 )( p1 p 2 )
(2.44)
p=
Ento,
p1 + p 2
.
2
(2.45)
2-23
q=
kA ( p1 p 2 )
.
L
(2.46)
Observa-se que a Eq. (2.46) idntica equao vlida para fluidos incompressveis, desde que a vazo seja medida presso mdia definida pela Eq. (2.45). Deve-se notar tambm que a
Eq. (2.46) foi deduzida para fluxo de gases ideais. Entretanto, como em laboratrio as presses so
baixas, resultando em um desvio pequeno do comportamento de gs ideal, ela muito til nas
determinaes experimentais.
___________________________
Exemplo 2.5 Calcular a vazo de gs, medida nas condies-padro de 60 oF e 1 atm, relativa aos
seguintes dados de laboratrio:
Permeabilidade absoluta da rocha ............................................
rea da base da amostra (cilndrica)........................................
Comprimento da amostra.........................................................
Presso a montante...................................................................
Presso a jusante......................................................................
Viscosidade do gs...................................................................
Temperatura de fluxo...............................................................
150 md
2 cm2
4 cm
1,5 atm abs
1,0 atm abs
0,025 cp
60 oF
Soluo:
Aplicando-se a Eq. (2.46) pode-se calcular a vazo medida presso mdia:
kA( p1 p 2 ) 0,150 2 (1,5 1,0)
q=
=
= 1,5 cm 3 / s .
L
0,025 4
Mas, pela lei dos gases:
p q = p0 q0 ,
onde o ndice 0 refere-se s condies-padro. Portanto,
1,5 + 1,0
3
2-24
Figura 2.15 Fluxo radial. Figura 52 de Calhoun, J. C., Jr., Fundamentals of Reservoir Engineering.
Copyright 1953 por University of Oklahoma Press. Reproduzida com permisso.
Considere uma coroa de raio r e espessura dr. A lei de Darcy em coordenadas cilndricas
pode ser escrita como:
vr =
q
k dp
=
,
A
dr
(2.47)
onde vr a velocidade aparente na direo radial. Mas A = 2rh. Assim, a Eq. (2.47) torna-se:
q
k dp
=
.
2rh
dr
(2.48)
a) Fluido incompressvel
Para fluido incompressvel a vazo a mesma qualquer que seja o raio. Ento, integrandose entre limites:
re
pe
rw
pw
q dr
k
=
2h r
dp ,
(2.49)
obtm-se:
q=
2kh( p e p w )
.
ln(re / rw )
(2.50)
O sinal negativo na Eq. (2.50) apenas indica que o fluxo ocorre no sentido contrrio do crescimento
do valor da coordenada r. Como normalmente trabalha-se com valores positivos da vazo de
produo q, a Eq. (2.50) pode ser escrita sem o sinal negativo:
q=
2kh( p e p w )
.
ln(re / rw )
(2.51)
2-25
Deve-se mencionar que na Eq. (2.51) a vazo q medida nas condies reinantes no meio
poroso. Nos casos prticos, em geral as vazes so medidas nas chamadas condies-standard ou
padro. Assim, se qs a vazo nessas condies, a Eq. (2.51) passa a ser escrita como:
qs =
2kh( pe p w )
,
B ln(re / rw )
(2.52)
onde B o fator volume-formao do fluido, ou seja, a relao entre os volumes ocupados por uma
determinada massa do fluido nas condies de reservatrio e nas condies-standard. Essa observao vlida para todas as equaes de vazo doravante apresentadas neste livro.
A Eq. (2.51) pode ser escrita de forma compacta como:
q=
2kh
p .
ln(re / rw )
(2.53)
pD =
2kh
p ,
q
(2.54)
p D = ln(re / rw ) .
(2.55)
rD = r / rw ,
(2.56)
pD = ln reD ,
(2.57)
reD = re / rw .
(2.58)
onde:
Assim, a Eq. (2.51) pode ser escrita em outros sistemas de unidades com o auxlio das tabelas do
Apndice L.
b) Fluido compressvel
Seguindo os mesmos procedimentos adotados anteriormente no caso do fluxo linear permanente compressvel (Seo 2.4.2.b), pode-se demonstrar que para fluido compressvel a equao
da vazo mdia dada por:
q=
2kh( p e p w )
,
ln(re / rw )
(2.59)
2-26
Soluo:
A equao da vazo no sistema original dada por:
q=
2kh( p e p w )
ln(re / rw )
(I)
q = 2q =
2kh( p e p w )
.
ln(re / rw )
(II)
q1
q2
q3
k1
h1
k2
h2
k3
h3
qt
w
L
Figura 2.16 Leitos paralelos e horizontais com fluxo linear. Reproduzida de Amyx, J. W.; Bass, D. M., Jr. &
Whiting, R. L., Petroleum Reservoir Engineering, Copyright 1960, com permisso de McGraw-Hill Book
Company, Inc.
2-27
q1 =
k1 A1p
,
L
(2.60)
q2 =
k 2 A2 p
,
L
(2.61)
q3 =
k 3 A3 p
L
(2.62)
qt =
k At p
,
L
(2.63)
onde qt a vazo total, At a rea total aberta ao fluxo, k a permeabilidade mdia do sistema e p a
queda de presso entre as faces de entrada e de sada do fluido no meio poroso. Como:
qt = q1 + q 2 + q3 ,
(2.64)
tem-se que:
k =
k1 A1 + k 2 A2 + k 3 A3
At
(2.65)
k =
ki Ai
i =1
At
ki hi
i =1
n
(2.66)
hi
i =1
___________________________
Exemplo 2.7 Uma amostra de rocha-reservatrio, com 4 cm de comprimento e composta por trs
camadas horizontais, cujas caractersticas esto apresentadas na Tabela 2.1, foi submetida ao fluxo
de gua.
Tabela 2.1 Dados das camadas da amostra do Exemplo 2.7
camada
permeabilidade (md)
largura (cm)
altura (cm)
1
2
3
100
200
300
1
1
1
1
2
3
Admitindo que no haja fluxo cruzado entre as camadas e que o fluxo ocorra em paralelo nas vrias
camadas, sob uma queda de presso de 0,802 atm, calcular a vazo total atravs da amostra. Dado
adicional: gua = 1 cp.
Soluo:
2-28
ki Ai
k =
i =1
At
qt =
k At p 0,233 6 0,802
=
= 0,28 cm 3 / s .
L
1 4
___________________________
re
ht
h1
q1
k1
h2
q2
k2
q3
k3
pw
h3
k4
q4
h4
pe
Figura 2.17 Leitos paralelos e horizontais com fluxo radial. Reproduzida de Amyx, J. W.; Bass, D. M., Jr. &
Whiting, R. L., Petroleum Reservoir Engineering, Copyright 1960, com permisso de McGraw-Hill Book
Company, Inc.
qi =
2k i hi ( pe p w )
,
ln(re / rw )
i =1,n
(2.67)
onde n o nmero de leitos. Como a vazo do sistema igual soma das vazes dos leitos individuais, tem-se:
n
q t = qi .
(2.68)
i =1
qt =
2k ht ( pe p w )
,
ln(re / rw )
(2.69)
2-29
onde k a permeabilidade mdia do sistema como um todo. Combinando-se as Eqs. (2.67) a (2.69)
obtm-se:
n
ki hi ki hi
k =
i =1
ht
i =1
n
(2.70)
hi
i =1
Em reservatrios reais, dados de permeabilidade como funo da profundidade so normalmente disponveis, e a permeabilidade mdia de todo o sistema pode ser calculada a partir dos
dados de permeabilidade e espessura de seus intervalos, usando-se a Eq. (2.70). Esse clculo
tambm pode ser executado graficamente, sendo a permeabilidade mdia dada pela relao entre a
rea abaixo da curva permeabilidade versus espessura e a altura total da formao. Assim,
k=
(2.71)
p2
p1
q
k2
k1
p1
p2
k3
p3
L1
L2
L3
q
h
L
Figura 2.18 Leitos em srie com fluxo linear. Reproduzida de Amyx, J. W.; Bass, D. M., Jr. & Whiting, R.
L., Petroleum Reservoir Engineering, Copyright 1960, com permisso de McGraw-Hill Book Company,
Inc.
Para um sistema em srie a vazo de cada leito igual vazo do sistema. Logo,
p1 =
qL1
,
k1 A
(2.72)
p 2 =
qL2
,
k2 A
(2.73)
p 3 =
qL3
k3 A
(2.74)
p t =
qLt
kA
2-30
(2.75)
Como:
pt = p1 + p 2 + p3 ,
(2.76)
Lt L1 L2 L3
=
+
+
k1 k 2 k 3
k
(2.77)
Lt
.
L1 L2 L3
+
+
k1 k2 k3
(2.78)
tem-se que:
ou
k =
k =
Lt
=
Li
k
i =1 i
n
Li
i =1
n
L
ki
i =1 i
(2.79)
pe
re
R
r w pw
k1
k2
Figura 2.19 Leitos em srie com fluxo radial. Reproduzida de Amyx, J. W.; Bass, D. M., Jr. & Whiting, R.
L., Petroleum Reservoir Engineering, Copyright 1960, com permisso de McGraw-Hill Book Company,
Inc.
2-31
Como a mesma vazo ocorre atravs de cada leito, pode-se escrever que:
q=
2k 1h( p p w ) 2k 2 h( p e p) 2k h( p e p w )
=
=
ln( R / rw )
ln(re / R)
ln(re / rw )
(2.80)
pe p w = ( pe p) + ( p p w ) .
(2.81)
k =
ln(re / rw )
.
1
1
ln( R / rw ) +
ln(re / R)
k1
k2
(2.82)
A Eq. (2.82) pode ser estendida para um nmero qualquer n de leitos em srie, bastando
para isso adicionar os termos apropriados ao seu denominador:
k =
ln(re / rw )
1
1
1
ln(r1 / rw ) +
ln(r2 / r1 ) + ... +
ln(re / rn1 )
k1
k2
kn
(2.83)
ou
k =
ln(re / rw )
n
1
k ln(ri / ri1 )
i =1 i
(2.84)
q=
2kh( pe p) 2kh( pe p w )
=
,
ln(re / R)
ln(re / rw )
p = pe
pe pw
200 150
ln(re / R ) = 200
ln(400 / 2) = 168 kgf / cm 2 .
ln(re / rw )
ln(400 / 0,10)
p pw 1
dp
= e
.
dR ln(re / rw ) R
Ento, para R = 200 cm:
2-32
dp
200 150 1
=
= 0,03 kgf / cm 2 / cm = 3 kgf / cm 2 / m .
dR ln(400 / 0,10) 200
___________________________
I=
E
,
r
(2.85)
r=R
L
L
=
,
A CA
(2.86)
I=
AE
.
RL
(2.87)
q=
k p
A
,
(2.88)
k 1
(2.89)
kA 1
.
L r
(2.90)
ou
rt = r1 + r2 + r3 + ... ,
(2.91)
Lt
L3
L1
L2
=
+
+
+ ... ,
k At k1 A1 k 2 A2 k 3 A3
n
i =1
i =1
(2.92)
2-33
Lt
k
L1 L2 L3
+
+
+ ... ,
k1 k 2 k 3
(2.93)
que idntica Eq. (2.79). De maneira similar, para resistncias eltricas em paralelo:
1
1 1 1
= + + + ...
r t r1 r2 r3
(2.94)
k At k1 A1 k 2 A2 k 3 A3
=
+
+
+ ... .
Lt
L1
L2
L3
(2.95)
e, por analogia:
k At = k1 A1 + k 2 A2 + k 3 A3 + ... ,
(2.96)
q = k A
T
,
L
(2.97)
log k =
(2.98)
ou
k = 10
1 N
log k j
N j =1
(2.99)
ou ainda
k =
k1 k 2 k 3 k N ,
(2.100)
onde N o nmero de medies. A Eq. (2.100) indica que a permeabilidade mdia a mdia
geomtrica das permeabilidades.
2-34
a) Efeito Klinkenberg
As medies de permeabilidade realizadas em laboratrio usando como fluido um gs resultam em valores maiores que os reais devido ao escorregamento do gs nas paredes do meio
poroso, o que no ocorre com os lquidos. Esse fenmeno de escorregamento do gs, conhecido
como efeito Klinkenberg, proporciona uma vazo maior e, conseqentemente, uma maior permeabilidade calculada a partir desse tipo de teste. medida que a presso mdia do gs aumenta este
tende a ter um comportamento semelhante ao de um lquido e a permeabilidade calculada diminui,
at um limite em que para uma presso mdia hipoteticamente infinita o gs se transformaria em
lquido e a permeabilidade assim medida seria igual absoluta.
Para corrigir o efeito do fenmeno de escorregamento, Klinkenberg (1941) props a relao:
k = k (1 + b / p ) ,
(2.101)
5.0
4.5
4.0
3.5
H2
N2
CO2
3.0
2.5
0.2
0.4
0.6
Presso
0.8
1
1.0
1.2
1.4
(atm )
Figura 2.20 Efeito Klinkenberg em um experimento com hidrognio, nitrognio e gs carbnico (Klinkenberg,1941). Reproduzida de Amyx, J. W.; Bass, D. M., Jr. & Whiting, R. L., Petroleum Reservoir Engineering,
Copyright 1960, com permisso de McGraw-Hill Book Company, Inc.
2-35
10
0.1
0.01
0.01
0.1
10
Permeabilidade (md)
100
1000
Figura 2.21 Fator b de Klinkenberg (American Petroleum Institute, 1952). Reproduzida de Amyx, J. W.;
Bass, D. M., Jr. & Whiting, R. L., Petroleum Reservoir Engineering, Copyright 1960, com permisso de
McGraw-Hill Book Company, Inc.
Campo
Zona
kar
k1000
k500
k300
S
S
S
S
S
S
S
S
S
34
34
34
34
34
34
34
34
34
4.080
24.800
40.100
39.700
12.000
4.850
22.800
34.800
27.000
1.445
11.800
23.000
20.400
5.450
1.910
13.600
23.600
21.000
1.380
10.600
18.600
17.600
4.550
1.430
6.150
7.800
15.400
1.290
10.000
15.300
17.300
4.600
925
4.010
5.460
13.100
k200
1.190
9.000
13.800
17.100
4.510
736
3.490
5.220
12.900
k100
885
7.400
8.200
14.300
3.280
326
1.970
3.860
10.900
kw
17,2
147
270
1.680
167
5
19,5
9,9
1.030
Reproduzida de Amyx, J. W.; Bass, D. M., Jr. & Whiting, R. L., Petroleum Reservoir Engineering, Copyright 1960, com
permisso de McGraw-Hill Book Company, Inc.
S
S
S
S
S
T
T
T
T
T
T
34
34
34
34
34
36
36
36
36
36
36
12.500
13.600
7.640
11.100
6.500
2.630
3.340
2.640
3.360
4.020
3.090
4.750
5.160
1.788
4.250
2.380
2.180
2.820
2.040
2.500
3.180
2.080
2.800
4.640
1.840
2.520
2.080
2.140
2.730
1.920
2.400
2.900
1.900
2-36
1.680
4.200
2.010
1.500
1.585
2.080
2.700
1.860
2.340
2.860
1.750
973
4.150
2.540
866
1.230
2.150
2.690
1.860
2.340
2.820
1.630
157
2.790
2.020
180
794
2.010
2.490
1.860
2.280
2.650
1.490
2,4
197
119
6,2
4,1
1.960
2.460
1.550
2.060
2.460
1.040
c) Efeito da sobrecarga
Como era de se esperar, a remoo da amostra da formao, com conseqente alvio da sobrecarga (peso das camadas superiores), acarreta alteraes na rocha e na permeabilidade. A Figura
2.22 ilustra a variao da permeabilidade com a variao da sobrecarga para diferentes amostras,
onde ksc a permeabilidade a uma dada presso de sobrecarga e ksc=0 a permeabilidade presso
de sobrecarga nula.
ksc
x 100%
ksc = 0
100
80
60
40
20
0
6.000
3.000
9.000
12.000
15.000
Figura 2.22 Efeito da sobrecarga sobre a permeabilidade (Fatt & Davis, 1952).
___________________________
Exemplo 2.9 Os dados mostrados na Tabela 2.3 referem-se a um experimento para a medio da
permeabilidade de uma amostra de rocha-reservatrio, realizado com um permeabilmetro a gs.
Tabela 2.3 Dados de uma experincia com permeabilimetro a gs - Exemplo 2.9
experimento
presso a montante
pm (atm abs)
presso a jusante
pj (atm abs)
vazo
(cm3std/s)
3,0
25,132
2-37
2,5
16,965
2 cm
5 cm
17%
30%
0,025 cp
15,6 oC
Soluo:
Aplicando-se a lei dos gases pode-se escrever que:
pi qi = p0i q0i ,
onde o ndice i refere-se ao nmero do experimento, o ndice 0 refere-se s condies-padro e a
presso mdia em cada experimento dada por p i = ( p m + p j ) i /2. Ento, para o primeiro
experimento tem-se:
3 + 1
3
p1 q1 = p 01 q 01
q1 = 1 25,132 q1 = 12,566 cm / s ,
2
enquanto que no segundo experimento:
2,5 + 1
3
p 2 q 2 = p 02 q 02
q 2 = 1 16,965 q 2 = 9,694 cm / s .
2
Da lei de Darcy para fluxo linear, no experimento 1 tem-se:
k1 =
(3 1)
4
e no experimento 2:
k2 =
q 2L 9,694 0,025 5
=
= 0,257 Darcy .
Ap2
( 2) 2
(2,5 1)
4
p1 = (3 + 1) / 2 = 2 atm e
p 2 = (2,5 + 1) / 2 = 1,75 atm . Portanto, aplicando a equao de Klinkenberg, Eq. (2.101), obtm-se
um sistema de duas equaes e duas incgnitas:
k1 = k (1 + b / p1 ) 0,250 = k (1 + b / 2)
k 2 = k (1 + b / p 2 ) 0,257 = k (1 + b / 1,75) ,
cuja soluo resulta em k = kabsoluta = 0,200 Darcy = 200 md.
___________________________
2-38
2.5. Capilaridade
O fenmeno da capilaridade que ocorre no interior dos meios porosos que constituem os
reservatrios de petrleo deve-se ao fato de que as jazidas petrolferas, em geral, contm dois ou
mais fluidos imiscveis. Por exemplo, nos reservatrios de leo encontram-se em contato pelo menos
dois fluidos imiscveis, gua e leo. Nos reservatrios de gs esto em contato a gua e o gs
natural.
2.5.1. Definies
Dois ou mais fluidos so considerados miscveis entre si quando, misturados em quaisquer
propores, formam uma mistura homognea. A miscibilidade entre dois ou mais fluidos depende
das suas composies e das condies de presso e temperatura s quais encontra-se o sistema
submetido.
Quando dois ou mais fluidos imiscveis so colocados em um recipiente, o(s) mais denso(s)
fica(m) na(s) parte(s) mais baixa(s) e existe(m) superfcie(s) de separao entre os fluidos. Isso no
ocorre em um meio poroso formado por capilares de diferentes dimetros, pois a superfcie de
separao neste caso no brusca, existindo uma zona de transio devida aos fenmenos capilares.
Os fenmenos capilares so resultantes das atraes entre as molculas da massa fluida. No
caso de um lquido colocado em um recipiente, por exemplo, como na Figura 2.23, uma molcula
situada no interior do lquido ser atrada igualmente em todas as direes pelas molculas que a
cercam. O mesmo no ocorre com uma molcula situada na superfcie do lquido, que no ser
atrada igualmente por estar cercada por molculas de diferentes tipos, conforme ilustra a Figura
2.23.
Vapor
As molculas da superfcie
so atradas para o seio do
lquido
Pelcula superficial
As molculas internas so
atradas igualmente em
todas as direes
Lquido
Quando a superfcie de contato se d entre um lquido e um gs, o fenmeno e as propriedades que a aparecem chamam-se superficiais. Quando o contato entre dois lquidos o fenmeno
denominado interfacial. Para efeitos prticos, no entanto, no existe diferena entre os dois fenmenos.
Uma gota de lquido isolada, por exemplo, apresenta uma superfcie esfrica devido tendncia das molculas de se dirigirem para o centro, e conseqentemente, apresentarem uma superf-
2-39
cie mnima. A superfcie se comporta como uma membrana elstica que oferece resistncia
separao das molculas.
A energia necessria para se formar uma determinada superfcie chama-se energia total livre de superfcie (E), enquanto a energia de superfcie por unidade de superfcie chamada de
energia livre de superfcie unitria (Es). A fora que impede o rompimento da superfcie, por
unidade de comprimento, chama-se tenso superficial ou interfacial, sendo normalmente representada pelo smbolo . A fora que tende a puxar uma superfcie para o centro chama-se fora capilar
(Fc) e esta, dividida pela rea da superfcie, denominada presso capilar (pc).
Conforme mencionados anteriormente, os fenmenos superficiais e os interfaciais so semelhantes, variando somente o tipo de fluido envolvido, ou seja, so denominados superficiais
quando se referem ao contato entre um lquido e um gs, e interfaciais quando se referem ao contato
entre dois lquidos imiscveis. Assim, os conceitos a serem doravante apresentados nesta seo
aplicam-se tanto aos fenmenos superficiais como aos interfaciais.
db
da
dF2
dF1
dFc
Figura 2.24 Fora capilar (Bonet & Gabrielli).
dF1 dF2
=
db
da
(2.102)
Es =
d dF1 da dF2 db
=
=
=
,
A dA da db
da db
(2.103)
2-40
pc =
Fc dFc
=
.
A
dA
(2.104)
Uma expresso para o clculo da presso capilar pode ser obtida tomando-se, na Figura
2.24, sees verticais ao longo das duas direes principais consideradas. A Figura 2.25 ilustra a
geometria do sistema e as foras existentes em uma dessas direes. Uma figura semelhante poderia
ser desenhada na outra direo, onde da, d1, R1 e dF1 seriam substitudos, respectivamente, por db,
d2, R2 e dF2.
da/2
N
d1
dF1
R1
d1
Como a fora capilar a resultante da soma das componentes das foras dF1 e dF2 na direo vertical, da Figura 2.25 pode-se escrever que:
(2.105)
(2.106)
ou
Mas:
sen(d1 ) =
M N da / 2
,
R1
R1
(2.107)
db / 2
R2
(2.108)
sen(d 2 )
e
dA = da db ,
(2.109)
2-41
onde R1 e R2 so os raios de curvatura da superfcie nas duas direes consideradas. Assim, substituindo as Eqs. (2.107), (2.108) e (2.109) na Eq. (2.106) obtm-se uma expresso para a fora capilar
que atua no elemento de superfcie de comprimentos da e db:
dFc =
dF1 da dF2 db
+
.
R1
R2
(2.110)
pc =
dF1 1 dF2 1
+
.
db R1
da R2
(2.111)
Finalmente, a substituio da Eq. (2.102) na Eq. (2.111) resulta em uma expresso para o clculo da
presso capilar:
1
1
.
p c =
+
R1 R2
(2.112)
pc =
2
.
R
(2.113)
A presso capilar a diferena de presso existente entre dois fluidos imiscveis em contato entre si, ou seja, a diferena de presso existente na interface de dois fluidos imiscveis. Como
indica a equao de Plateau, a presso capilar inversamente proporcional ao raio de curvatura ou
diretamente proporcional curvatura da superfcie ou da interface.
O conceito de presso capilar, bem como o fato de que a presso capilar inversamente
proporcional ao raio de curvatura da superfcie ou da interface entre dois fluidos imiscveis, pode ser
demonstrado na prtica atravs do experimento ilustrado na Figura 2.26.
Figura 2.26 Experimento para demonstrar a relao entre presso capilar e raio de curvatura (Bonet &
Gabrielli).
2-42
Como a presso capilar a diferena de presso entre os dois fluidos, no caso o ar atmosfrico e o fluido do qual so constitudas as bolhas A e B, pode-se calcular as presses internas em
cada uma das bolhas atravs das expresses:
p A = p ar + pc A
(2.114)
p B = par + pc B ,
(2.115)
pc A =
2
RA
(2.116)
pc B =
2
,
RB
(2.117)
onde a tenso superficial (ou interfacial) entre o ar e o fluido utilizado no experimento. Como RA
> RB, ento pc A < pc B , isto , a presso capilar na superfcie da bolha A menor que na superfcie
da bolha B. Desse modo, a partir das Eqs. (2.114) e (2.115) pode-se concluir que pA < pB.
De fato, interligando-se as bolhas atravs da abertura da vlvula 2, com as vlvulas 1 e 3
fechadas, a bolha B (menor) ir diminuir, enquanto a bolha A aumentar, mostrando que a presso
interna (presso externa mais presso capilar) em B maior que em A, porque a presso capilar em
B maior que em A.
Como nos meios porosos que constituem os reservatrios de petrleo so comuns as presenas de dois ou mais fluidos imiscveis em contato com o material do qual formada a rocha, um
conceito bastante importante para o entendimento dos fenmenos que ocorrem nas jazidas petrolferas o de molhabilidade.
2.5.2. Molhabilidade
Imagine uma gota de gua depositada sobre uma superfcie slida, no interior de um recipiente que contm um determinado tipo de leo, como mostrado na Figura 2.27. Nessa figura est
apresentado um esquema do equilbrio de foras na interface leo-gua-slido, onde wo a tenso
interfacial entre a gua e o leo, sw a tenso interfacial entre o slido e a gua, e so a tenso
interfacial entre o slido e o leo.
2-43
leo
wo
so
sw
gua
Slido
Figura 2.27 ngulo de contato (Benner & Bartell, 1941). Reproduzida de Amyx, J. W.; Bass, D. M., Jr. &
Whiting, R. L., Petroleum Reservoir Engineering, Copyright 1960, com permisso de McGraw-Hill Book
Company, Inc.
Por definio, ngulo de contato o ngulo (variando entre 0o e 180o) medido no lquido
mais denso (ou, num caso mais geral, no fluido mais denso). Quando esse ngulo de contato menor
que 90o diz-se que o lquido mais denso molha preferencialmente o slido e quando maior que 90o
diz-se que o lquido menos denso molha preferencialmente o slido. Utilizando-se essa conveno,
define-se tenso de adeso (A) como sendo a diferena de tenses ao longo do slido. Assim,
A = so sw = wo cos wo ,
(2.118)
cos wo =
so sw
.
wo
(2.119)
= 83
= 30
Isoctana
= 30
H2O
= 150
H2O
= 35
Slica
Isoctana + Isoquinolina cido Naftnico
5,7% de isoquinolina
= 48
= 54
H2O
= 106
H2 O
Calcita
2-44
Figura 2.28 Molhabilidade (Benner & Bartell, 1941). Reproduzida de Amyx, J. W.; Bass, D. M., Jr. &
Whiting, R. L., Petroleum Reservoir Engineering, Copyright 1960, com permisso de McGraw-Hill Book
Company, Inc.
___________________________
Exemplo 2.10 Um sistema com dois fluidos apresenta uma gota de gua, imersa em leo, depositada sobre uma superfcie de rocha, como ilustra a Figura 2.27. So dadas:
Tenso interfacial entre a gua e o leo....................................
wo = 30 dina/cm
Tenso interfacial entre a rocha e o leo................................... so = 80 dina/cm
Tenso interfacial entre a rocha e a gua..................................
sw = 65 dina/cm
Pede-se que sejam determinados:
(a) O fluido que molha preferencialmente a rocha.
(b) A tenso de adeso.
(c) O ngulo de contato.
Soluo:
Parte (a):
Utilizando a Eq. (2.118) pode-se escrever que:
so sw = wo cos wo 80 65 = 30 cos wo cos wo = 0,5 wo = 60 o .
Como wo = 60 o < 90 o , conclui-se que a gua molha preferencialmente a rocha.
Parte (b):
Ainda da Eq. (2.118): A = so sw = 80 65 = 15 dina / cm .
Parte (c):
Da soluo da parte (a) obtm-se: wo = 60 o .
___________________________
2-45
feito o capilar. No esquema mostrado na Figura 2.29, por exemplo, em que est representado um
capilar de vidro imerso em um recipiente contendo gua, este fluido subiu at uma altura h dentro
daquele tubo devido tenso de adeso na circunferncia da superfcie livre da gua em contato
com o vidro.
par
B
B
pw
h
par
Ar
A
gua
A Figura 2.30 mostra o ngulo de contato entre o ar e a gua (arw), a tenso superficial
entre a parede do capilar e o ar (sar), a tenso interfacial entre a parede do capilar e a gua (sw) e
a tenso superficial entre o ar e a gua (arw). A gua subiu no interior do capilar porque ela molha,
preferencialmente ao ar, o material de que constitudo o capilar. De fato, observa-se que o ngulo
de contato menor que 90o, indicando que o fluido mais denso (gua) o que molha preferencialmente o slido.
s-ar
C
sw
ar
ar-w
gua
Figura 2.30 ngulo de contato e tenses superficial e interfacial no interior do capilar da Figura 2.29.
s ar = sw + ar w cos ar w .
2-46
(2.120)
Assim, a tenso vertical resultante, definida como sendo a tenso de adeso (A) ao longo da parede
do capilar, dada por:
A s ar sw = ar w cos ar w ,
(2.121)
A
ar
gua
O sistema mostrado na Figura 2.29 (e tambm na Figura 2.30 e na Figura 2.31) encontra-se
em equilbrio porque a fora devida tenso de adeso equilibra a coluna de gua de altura h, isto :
(2.122)
Como a tenso de adeso atua em todo o permetro do capilar na superfcie da gua, pode-se
escrever que:
(2.123)
(2.124)
A Permetro = wVw ,
(2.125)
Assim,
ou ainda,
onde w o peso especfico da gua e Vw o volume de gua no interior do capilar, acima da superfcie da gua no interior do recipiente, ou seja, Vw o volume de gua no interior do capilar correspondente altura h.
Se o capilar um cilindro de raio r, pode-se ento escrever que:
2r A = r 2 h w ,
de onde se conclui que a altura de elevao da gua no interior do capilar ser dada por:
(2.126)
2-47
h=
2 A
.
wr
(2.127)
Mas, de acordo com a Eq. (2.121), a tenso de adeso , neste exemplo, expressa por:
A = ar w cos ar w .
(2.128)
Assim, a altura de ascenso da gua no interior do capilar pode ser calculada por:
h=
2 ar w cos ar w
.
wr
(2.129)
O equilbrio mostrado na Figura 2.29 tambm pode ser estudado considerando-se o conceito de presso capilar. Conforme definida anteriormente, a presso capilar a diferena de presso
que ocorre na superfcie ou interface de contato entre dois fluidos imiscveis, ou seja, a diferena
de presso existente entre as duas fases em contato. Portanto, deve existir uma diferena de presso
entre os pontos B (imediatamente acima da superfcie de contato entre a gua e o ar) e B ( imediatamente abaixo da superfcie de contato). De fato, desprezando-se a densidade do ar, por ser muito
pequena quando comparada da gua, pode-se afirmar que as presses nos pontos B e A so
iguais (presso no ar = par). Mas A e A so pontos situados no mesmo nvel no interior de um
lquido, de onde se conclui que as presses em A e em A so iguais ( presso par). Logo, as
presses em B e em A so iguais. Como entre B e A existe uma coluna de gua no interior do
capilar, para que as presses sejam iguais nesses dois pontos necessrio que haja uma variao de
presso atravs da superfcie de contato entre os dois fluidos, isto , entre os pontos B e B .
Da discusso anterior conclui-se ainda que a presso no ponto B deve ser maior que no
ponto B, ou seja, h uma reduo de presso quando se passa do fluido que no molha para o fluido
que molha. Assim, a presso capilar definida como sendo a diferena entre as presses no fluido
que no molha e no fluido que molha preferencialmente o slido, isto :
presso capilar = presso no fluido que no molha presso no fluido que molha .
(2.130)
Logo, no exemplo da Figura 2.29 a presso capilar entre a gua e o ar dada por:
pc ar w = p B p B ,
(2.131)
pc ar w = par p w ,
(2.132)
sendo par e pw as presses nas fases ar e gua, respectivamente, nas imediaes da superfcie de
contato entre os dois fluidos.
Aplicando conceitos de hidrosttica pode-se escrever que:
p B pc ar w + w gh = p A ,
(2.133)
p ar p c ar w + w gh = p ar ,
(2.134)
pc ar w = w gh
(2.135)
ou seja,
ou ainda,
pc ar w = w h ,
2-48
(2.136)
pc ar w =
2 ar w cos ar w
.
r
(2.137)
Um caso mais geral pode ser estudado ao se considerar dois lquidos com densidades no
desprezveis (gua e leo, por exemplo) em um recipiente onde mergulhado um tubo capilar
cilndrico, como ilustrado na Figura 2.32.
leo
leo
gua
gua
Se a gua for o fluido que molha preferencialmente o material do capilar, tambm nesse caso haver ascenso desse fluido no seu interior. Pode-se demonstrar que a ascenso capilar ser dada
pela expresso:
h=
2 wo cos wo
gr
(2.138)
h=
2 wo cos wo
,
r
(2.139)
ou
pc wo = gh
(2.140)
pc wo = h
(2.141)
ou
ou ainda:
2-49
pc w o =
2 wo cos wo
.
r
(2.142)
Nota-se atravs da Eq. (2.139) que a altura de elevao do fluido que molha preferencialmente o slido, no interior de um tubo capilar, diretamente proporcional tenso superficial (ou
interfacial) entre os dois fluidos envolvidos, diretamente proporcional ao cosseno do ngulo de
contato entre os fluidos, inversamente proporcional diferena de densidades e inversamente
proporcional ao raio (ou ao dimetro) do capilar. Por seu turno, a presso capilar diretamente
proporcional altura de elevao do fluido, como indica a Eq. (2.141), ou inversamente proporcional ao raio do capilar, como mostra a Eq. (2.142).
Nos reservatrios de petrleo observa-se que a rocha, na maioria dos casos, molhada preferencialmente pela gua em presena do leo, e nunca pelo gs. Com isso, se num mesmo poro ou
espao poroso de um reservatrio de petrleo estivessem presentes gua, leo e gs natural, a
distribuio normal desses fluidos no interior do meio poroso seria a que se encontra esquematizada
na Figura 2.33. A gua estaria nas paredes dos poros, isto , junto aos gros de slidos que compem a rocha. O gs estaria nas pores centrais dos poros, j que ele o fluido que apresenta a
menor tendncia de molhar preferencialmente a rocha. O leo, sendo um fluido intermedirio em
termos de molhabilidade, estaria localizado entre a gua e o gs. Caso fosse utilizado o modelo de
tubos capilares para representar o meio poroso de um reservatrio de petrleo, poder-se-ia imaginar
que a gua estaria ocupando os capilares de menor dimetro, o gs os capilares de maior dimetro e
o leo os capilares intermedirios.
Gs
gua
leo
Figura 2.33 Distribuio mais comum dos fluidos no interior dos poros da rocha-reservatrio.
Apesar de se admitir que a maior parte dos reservatrios de petrleo seja molhada preferencialmente pela gua, conhecem-se, entretanto, casos em que o reservatrio molhado preferencialmente pelo leo. Em tais situaes, a distribuio dos fluidos nos poros seria a esquematizada na
Figura 2.34. Alguns autores, porm, sugerem que sejam tomadas precaues com amostras de rocha
que se mostrarem ser preferencialmente molhadas pelo leo, porque as mesmas podem ter tido essa
caracterstica modificada durante a fase de retirada do testemunho do interior do poo.
2-50
Gs
gua
___________________________
Exemplo 2.11 A separao entre duas placas planas de vidro imersas em um recipiente contendo
gua de 0,01 cm. Admitindo que o vidro seja molhado preferencialmente pela gua em relao ao
ar, qual ser a altura, medida a partir da superfcie da gua no recipiente, que a gua atingir entre as
placas? So dados:
Tenso interfacial entre o ar e a gua .................................... ar-w = 72 dina/cm
ngulo de contato entre o ar e a gua ...................................
ar-w = 0o
Soluo:
A Figura 2.35 ilustra a situao apresentada no Exemplo 2.11.
Figura 2.35 Esquema de duas placas planas imersas em gua - Exemplo 2.11.
Como a fora devida tenso de adeso equilibra o peso da coluna de gua que ascendeu entre as
placas, pode-se escrever que:
A 2d = w gh s d .
Mas,
A = ar w cos ar w = ar w cos 0 o = ar w .
Ento,
2-51
Drenagem
2-52
Embebio
Figura 2.36 Processos de drenagem e de embebio em um capilar com dimetro varivel (Bonet &
Gabrielli).
No capilar da direita na Figura 2.36 verificou-se um processo de embebio. O capilar, inicialmente cheio de ar, foi colocado em contato com o mesmo lquido do experimento da esquerda.
Como esse lquido molha preferencialmente o material do capilar, em relao ao ar, houve uma
ascenso do lquido no seu interior. Novamente, a altura de equilbrio foi definida pelo equilbrio
entre a fora capilar e o peso da coluna de lquido, ou, pelo equilbrio entre a presso capilar e a
presso da coluna de lquido.
Devido ao alargamento do capilar da Figura 2.36, o seu raio aumenta e o raio de curvatura
da superfcie do lquido no seu interior tambm aumenta quando o lquido penetra na regio de
maior dimetro. Conseqentemente, a presso capilar diminui. Ocorre que, no caso do processo de
embebio, quando o nvel de lquido aumenta no interior do capilar o peso dessa coluna aumenta,
enquanto a presso capilar diminui se o lquido est ascendendo no trecho de dimetro varivel.
Com isso, o nvel de equilbrio atingido quando a presso capilar no pode suportar uma coluna de
lquido maior. Por outro lado, no processo de drenagem, medida que o lquido penetra no trecho
de dimetro varivel, a presso capilar diminui, mas o peso da coluna tambm diminui, podendo o
equilbrio ser alcanado com uma altura de lquido maior que no caso de embebio. De fato, para
que o fluido atingisse no processo de embebio a mesma altura de equilbrio verificada no processo
de drenagem seria necessrio que o fluido passasse por um ponto de mnimo da presso capilar,
correspondente posio intermediria do alargamento, onde o dimetro mximo. Nesse ponto a
presso capilar poderia ser insuficiente para sustentar a coluna de lquido correspondente.
Os conceitos de embebio e de drenagem aplicam-se tambm a um meio poroso real que
constitui uma rocha-reservatrio e, portanto, so aplicveis aos reservatrios de petrleo. Admite-se,
por exemplo, que durante o processo de formao dos reservatrios de petrleo o hidrocarboneto
(leo ou gs), oriundo de uma fonte geradora, deslocou parte da gua que saturava completamente a
rocha nos locais onde posteriormente foram descobertas essas jazidas atravs da perfurao de
poos. Se a gua o fluido que molha preferencialmente a rocha, em relao ao leo e ao gs, ento
durante a formao dos reservatrios de hidrocarbonetos teria ocorrido um processo de drenagem.
Durante as vidas produtivas dos reservatrios de leo costuma-se, na grande maioria dos
casos, injetar gua nesses reservatrios com o objetivo de aumentar a sua recuperao final de leo.
Nesses casos, se a gua o fluido que molha preferencialmente a rocha em relao ao leo, o
processo de injeo de gua no reservatrio representa um processo de embebio.
2-53
Como as rochas que compem os reservatrios de petrleo possuem poros com variados
dimetros e configuraes geomtricas, de se esperar que o fenmeno descrito no experimento da
Figura 2.36 ocorra nessas rochas, indicando portanto que a distribuio dos fluidos quando da
descoberta de um reservatrio de hidrocarbonetos, ou o comportamento deles durante a vida
produtiva do reservatrio, depende do processo de saturao, isto , se o processo de saturao de
embebio ou de drenagem.
Saturao
100%
Figura 2.37 Curva de elevao de gua versus saturao de gua para capilares de dimetros iguais.
2-54
menor dimetro. Conseqentemente, a saturao de gua no meio poroso no mais sofrer uma
variao brusca de 0% a 100%, como mostrado no experimento anterior (Figura 2.37). Se o nmero
de capilares de cada dimetro fosse muito grande (teoricamente infinito), a curva de elevao da
gua em funo da sua saturao no meio poroso seria uma curva contnua, como nos exemplos A,
B e C do grfico da Figura 2.38. De outro modo, pode-se dizer que a saturao de gua no meio
poroso variaria de 0% (correspondente ao nvel de elevao da gua no capilar de menor dimetro) a
100% (correspondente ao nvel de elevao da gua no capilar de maior dimetro).
A
B
C
Saturao
100%
Figura 2.38 Curvas de elevao de gua versus saturao de gua para capilares de diferentes dimetros
(Bonet & Gabrielli).
2-55
heterogneos, a curva de elevao da gua apresenta um formato similar aos mostrados na Figura
2.38, onde os pontos de mnimo e de mximo da elevao h so bastante distintos.
Foi visto em sees anteriores que, no modelo de tubos capilares, a presso capilar proporcional altura de elevao da gua. Usando esse modelo para representar o caso de uma rocha
porosa, pode-se concluir que toda a discusso referente Figura 2.37 e Figura 2.38 aplica-se a um
reservatrio de petrleo, bastando para isso substituir o termo altura de elevao da gua pelo
termo presso capilar. Ento, em um reservatrio de petrleo, quanto menor a sua permeabilidade
absoluta, maior ser a saturao de gua que se espera encontrar em uma determinada profundidade.
Alm disso, definindo-se zona de transio como a regio em que h uma variao significativa da
saturao de gua com a profundidade, pode-se dizer que, quanto mais heterogneos forem os
capilares, isto , os tamanhos dos poros, mais espessa ser a zona de transio.
A Figura 2.39 mostra exemplos de curvas de presso capilar em um reservatrio estratificado, formado por 5 zonas com diferentes permeabilidades e porosidades, conforme apresentados
na Tabela 2.4. Observa-se que quanto menor a permeabilidade, maior a saturao de gua para uma
dada presso capilar, ou seja, para uma dada altura em relao ao nvel de gua livre, a exemplo do
que ocorre no modelo simplificado de tubos capilares retilneos (Figura 2.38). O nvel de gua livre
corresponde ao nvel em que a presso capilar nula, ou seja, ao nvel a partir do qual so referidas
as elevaes de gua no modelo de tubos capilares (Figura 2.38) ou as presses capilares em um
meio poroso real. No modelo de tubos capilares a existncia de um nvel de gua livre ou de presso
capilar nula equivaleria presena de um capilar com dimetro muito grande (teoricamente infinito),
onde a altura de elevao da gua seria nula.
Tabela 2.4 Propriedades petrofsicas do reservatrio da Figura 2.392
Zona
Profundidade (ft)
I
II
III
folhelho
IV
V
3.9984.007
4.0074.019
4.0194.031
4.0314.037
4.0374.046
4.0464.055
564
166
591
0,272
0,208
0,273
10
72
0,142
0,191
Reproduzida de Slider, H. C., Worldwide Practical Petroleum Reservoir Engineering Methods, Copyright 1983, com
permisso de PennWell Publishing Company.
4.0
2-56
Zona IV
5.0
Zona II
Zona V
3.0
2.0
1.0
0 10
20
30 40
50
60
70
80
90 100
Em um meio poroso real, como os capilares no tm dimetros iguais, o processo de saturao influir no comportamento da curva de elevao do fluido, ou seja, na curva de presso
capilar. Embora no seja aceito pela totalidade dos autores, o processo de drenagem normalmente
considerado o mais representativo do que de fato ocorreu na poca da formao de um reservatrio
de petrleo. Inicialmente o mesmo encontrava-se totalmente saturado com gua que foi, em parte,
expulsa por ocasio da entrada do leo, se o reservatrio de leo, ou do gs, se o reservatrio de
gs natural. A gua foi ento sendo deslocada, no tendo sido retiradas as pores situadas nas
paredes dos gros e nos menores poros, como ilustra a Figura 2.40 para o caso de um reservatrio de
leo. A saturao de gua mostrada na Figura 2.40 chamada de saturao de gua inicial, inata ou
conata.
leo
gua
Figura 2.40 Distribuio inicial de fluidos em um reservatrio de leo molhado pela gua.
2-57
Presso capilar
Conforme foi demonstrado anteriormente, a presso capilar proporcional altura de elevao de um fluido em um capilar. As curvas apresentadas na Figura 2.41 exemplificam a variao
da altura de elevao da gua ou da presso capilar com a saturao de gua. Como era de se
esperar, de acordo com a discusso apresentada na Seo 2.5.4, para uma mesma altura ou presso
capilar, a curva de drenagem apresenta maior saturao que a curva de embebio.
Drenagem
Embebio
Saturao
100%
A Figura 2.42 apresenta uma analogia entre as situaes que ocorrem em um modelo de tubos capilares e em um meio poroso real de um reservatrio de leo. O contato leo/gua corresponderia ao nvel abaixo do qual a saturao de gua 100% e o nvel de gua livre equivaleria ao nvel
do reservatrio onde a presso capilar nula. Nessa figura, pD a chamada presso de deslocamento e corresponde variao brusca de presso capilar que ocorre no ponto Sw = 100%. No modelo
de tubos capilares a presso de deslocamento equivalente altura de ascenso da gua no capilar
de maior dimetro, enquanto no meio poroso real ela a presso mnima necessria para se iniciar
um processo de drenagem (reduo da saturao de gua, ou seja, do fluido que molha preferencialmente a rocha).
leo
leo
Contato
leo/gua
gua
2-58
Presso capilar
Nvel de
gua livre 0
Swi
Sw (%)
pD
100
Figura 2.42 Analogia entre o modelo de tubos capilares e a curva de presso capilar de um reservatrio.
p cl
cos l
= l
,
p cc c cos c
(2.143)
uma vez que o raio do capilar o mesmo nas duas situaes. Na Eq. (2.143), pcl a presso capilar
medida em laboratrio, pcc a presso capilar em condies de campo e os subscritos l e c nas demais
variveis representam, respectivamente, as condies de laboratrio e de campo.
Uma outra maneira de se correlacionar os dados de laboratrio e de campo pode ser obtida
atravs do uso da lei de Plateau. Como foi visto anteriormente, segundo essa lei a presso capilar
uma funo da tenso superficial ou interfacial e do raio de curvatura da superfcie ou da interface
entre os fluidos envolvidos. Ainda segundo a lei de Plateau, quando o raio de curvatura aumenta, a
3
2-59
presso capilar diminui. Por outro lado, quando a presso capilar diminui, a saturao do fluido que
molha aumenta. Ento, pode-se dizer que o raio de curvatura uma funo da saturao e que,
portanto, a presso capilar uma funo, tanto da tenso superficial (ou interfacial), como da
saturao do fluido que molha. Assim, pode-se escrever que as presses capilares medidas no
laboratrio e no campo so dadas por:
pcl = l f ( S l )
(2.144)
p cc = c f ( S c ) ,
(2.145)
p cc =
c
p cl .
l
(2.146)
A Eq. (2.146) fornece portanto uma outra frmula para se transformar os dados de laboratrio em
dados de campo. Embora as Eqs. (2.143) e (2.146) conduzam a resultados um pouco diferentes, para
efeitos prticos ambas podem ser utilizadas.
gua
leo
gua
Figura 2.43 Canal de fluxo contendo duas fases - gua e leo - situao esttica. Figura 79 de Calhoun, J. C.,
Jr., Fundamentals of Reservoir Engineering. Copyright 1953 por University of Oklahoma Press. Reproduzida com permisso.
Empregando-se o conceito de presso capilar, ou seja, de que na interface entre dois fluidos imiscveis existe uma diferena de presso que exatamente a presso capilar, e de que a presso sempre
maior no fluido que no molha preferencialmente a rocha, pode-se escrever que:
p A + pc A pc B = p B ,
onde pA e pB so as presses na gua nos pontos A e B, e pc A e
(2.147)
p A pB = pc B pc A .
As presses capilares em A e em B so dadas, respectivamente, pelas expresses:
(2.148)
2-60
pc A =
2 A cos A
rA
(2.149)
pc B =
2 B cos B
.
rB
(2.150)
Como as tenses interfaciais, os ngulos de contato e os raios do canal (capilar) so os mesmos nos
dois pontos A e B, as presses capilares tambm so iguais, dadas por:
pc A =
2 cos
r
(2.151)
pc B =
2 cos
,
r
(2.152)
onde a tenso interfacial, o ngulo de contato e r o raio do capilar. Substituindo na Eq. (2.148)
conclui-se que:
p A pB = 0 ,
(2.153)
ou seja, a diferena de presso nula. Ento, a gota de leo ficar imvel, submetida a presses
iguais nos pontos A e B.
O caso descrito na Figura 2.43 no se verifica quando h fluxo, conforme apresentado na
Figura 2.44.
gua
leo
gua
Figura 2.44 Canal de fluxo contendo duas fases - gua e leo - situao dinmica. Figura 80 de Calhoun, J.
C., Jr., Fundamentals of Reservoir Engineering. Copyright 1953 por University of Oklahoma Press.
Reproduzida com permisso.
Neste caso, o gradiente de presso externo, causador do fluxo, modifica o raio de curvatura e
conseqentemente o ngulo de contato, de modo a imprimir gota de leo uma forma aerodinmica.
O ngulo de contato em A maior que em B (maior raio de curvatura), a presso capilar menor
que em B, e conseqentemente maior a resistncia ao fluxo. Isso pode ser mais facilmente visualizado considerando-se que a diferena de presso necessria para se vencer as foras capilares
novamente dada pela Eq. (2.148), enquanto as presses capilares nas duas interfaces so dadas
agora pelas equaes:
pc A =
2 cos A
r
(2.154)
pc B =
2 cos B
.
r
(2.155)
2-61
Como A > B , ento pc A < pc B e, portanto, pA pB > 0. Assim, para que haja fluxo necessria
a aplicao de um diferencial de presso entre os pontos A e B, dado pela expresso:
p A p B pc B pc A =
2 cos B 2 cos A
.
r
r
(2.156)
Ocorre que, quanto maior o gradiente aplicado entre os pontos A e B, na tentativa de se vencer as
presses capilares e provocar o fluxo, mais a gota se deforma. Com isso, o ngulo de contato em A
aumenta, enquanto em B diminui ainda mais, crescendo ento a resistncia ao fluxo.
Na Figura 2.45 est representado um capilar com um estreitamento. Neste caso h uma reduo do raio do capilar (e do raio de curvatura) em B. Como decorrncia, a presso capilar em B
maior que em A, e somente para se vencer as foras capilares j necessria a aplicao de um
diferencial de presso igual a:
p A p B pc B p c A > 0 .
(2.157)
A depender do estreitamento existente no poro, isto , da relao entre os raios do capilar nos pontos
A e B, a diferena de presso necessria para provocar o fluxo pode se tornar impraticvel, sendo
esse estreitamento, portanto, uma causa de bloqueio, ou seja, de ausncia de fluxo no capilar.
gua
leo
gua
Figura 2.45 Capilar com estreitamento e duas fases - gua e leo. Figura 80 de Calhoun, J. C., Jr., Fundamentals of Reservoir Engineering. Copyright 1953 por University of Oklahoma Press. Reproduzida com
permisso.
No caso de trs fases, como dispostas na Figura 2.46, em que a tenso interfacial em B
maior que em A, por exemplo, o fluxo tambm prejudicado, uma vez que a presso capilar em B
maior que em A.
gua
Gs
Figura 2.46 Canal de fluxo com trs fases - gua, leo e gs. Figura 80 de Calhoun, J. C., Jr., Fundamentals
of Reservoir Engineering. Copyright 1953 por University of Oklahoma Press. Reproduzida com permisso.
Os exemplos ilustrados na Figura 2.43 Figura 2.46 representam situaes reais que comumente ocorrem em um reservatrio de petrleo, mostrando que o efeito Jamin, causado pelo
fenmeno da capilaridade, isto , pela tenso superficial ou interfacial, o responsvel pela saturao residual de hidrocarbonetos deixada no reservatrio quando leo ou gs deslocado por um
fluido imiscvel (como a gua, por exemplo).
___________________________
2-62
1.500 m
1.600 m
70%
Figura 2.47
Subsaturado
72 dina/cm
20 dina/cm
0,75 g/cm3
1,00 g/cm3
981 cm/s2
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
20
30
40
50
60
Sw (%)
70
80
90
100
Soluo:
A Figura 2.48 mostra a situao do reservatrio e as informaes conhecidas.
2-63
1.500 m
So = 70% Sw = 30%
1.520 m
h1
Sw = ?
1.557,8 m
h2
?
1.600 m
Nessa figura, o nvel de gua livre entendido como o nvel a partir do qual so referidas as alturas
de ascenso da gua, ou seja, a partir do qual so medidas as presses capilares. Em outras palavras,
o nvel de gua livre a profundidade onde a presso capilar nula.
Sabe-se que a 1.520 m a saturao de gua de 30%. Portanto:
2.47
S w = 30% Figura
pcl = 60 psi .
Mas:
( p cc )1.520 m = pcl
20
= p cl ow = 60
= 16,67 psi
l
ar w
72
ou
( pcc )1.520 m =
1,0132 10 6 dina / cm 2
1 atm
Como:
( pcc )1.557,8 m = gh2 = (1,00 0,75) 981 905 = 221.950 dina / cm 2 = 3,22 psi ,
o que corresponde a uma presso no laboratrio de:
l
72
= 3,22
= 11,59 psi .
c
20
Assim,
Figura 2.47
2-64
k1
pc
k2
k3
k1>k2>k3
Sw
Figura 2.49 Curvas de presso capilar para diferentes valores de permeabilidade absoluta.
J =
pc k /
cos
(2.158)
fornece uma maneira de se correlacionar as vrias curvas de presso capilar mostradas na Figura
2.49, possibilitando a transformao dessas curvas em uma nica, conforme mostrado na Figura
2.50.
Sw
Figura 2.50 Funo J de Leverett versus saturao de gua.
2-65
Deve-se observar que a Figura 2.50 apenas ilustrativa, j que num caso real o ajuste da
curva J aos dados no ser to perfeito como indica essa figura. Haver ainda uma disperso dos
pontos em torno da curva ajustada, mas essa disperso ser muito menor que no grfico original
(Figura 2.49).
Convertendo-se a presso capilar em unidades de altura e peso especfico, a Eq. (2.158),
para um sistema compatvel de unidades e para um sistema formado por gua e leo, tambm pode
ser expressa por:
J =
h( w o ) k /
.
cos
(2.159)
Como os valores de w, o, e podem ser considerados como sendo os mesmos para qualquer
ponto de um determinado reservatrio, a Eq. (2.159) pode ainda ser simplificada para:
J = Ch k / ,
(2.160)
w o
.
cos
(2.161)
C=
h1
h3
h2
h4
pc = 0
Figura 2.51 Vrias amostras retiradas de um mesmo reservatrio.
Admite-se que esteja disponvel para esse reservatrio a curva J de Leverett. Para se obter a
saturao mdia de gua das quatro amostras, so calculados inicialmente os valores de J de cada
amostra, utilizando a Eq. (2.159). Em seguida, com esses valores de J so lidos os valores de Swi de
cada amostra, usando a curva J do reservatrio em questo. Finalmente, o valor de S wi para as
quatro amostras determinado pela mdia aritmtica dos valores individuais:
S wi =
2-66
1
N
(S wi ) j ,
(2.162)
j =1
J = Ch k / ,
onde o valor mdio de h calculado por:
h=
1
N
hj .
(2.164)
j =1
Conforme mencionado na Seo 2.1.4, verifica-se na prtica que a porosidade apresenta em geral
uma distribuio normal. Assim, o valor mdio da porosidade obtido atravs de uma mdia
aritmtica:
1
N
j ,
(2.165)
j =1
onde N o nmero de medies. Por outro lado, em geral a permeabilidade segue uma distribuio
log-normal, sendo ento o valor mdio calculado atravs de uma mdia geomtrica das permeabilidades individuais:
k =
k1 k 2 k 3 k N ,
(2.166)
1 N
log k j
N j =1
(2.167)
ou ainda,
k = 10
2-67
Poo
ht
a
o
se
Fo
rm
po
To
Ba
hb
(pc)o/w=0
J = Ch k / = C1 h ,
(2.168)
C1 =
( w o ) k /
.
cos
(2.169)
Os valores de Swi podem ser obtidos como funes de h, atravs do clculo de J pela Eq.
(2.168) e da leitura do valor correspondente de Swi na curva J versus Sw. A saturao mdia S wi , no
intervalo considerado, isto , entre ht e hb, pode ser calculada pela integral:
ht
S wi dh
S wi =
hb
ht hb
(2.170)
A maneira mais simples para se efetuar o clculo da Eq. (2.170) por meio de uma integrao grfica, como mostra a Figura 2.53, onde:
ht
rea = S wi dh .
hb
(2.171)
2-68
Swi
hb
ht
S wi dJ
S wi =
Jb
Jt Jb
(2.172)
rea =
S wi dJ .
(2.173)
Jb
Jt
Jb
Swi
Figura 2.54 Integrao grfica para obteno de S wi .
2-69
A2
A3
A1
A0
Figura 2.55 Mapa estrutural de um reservatrio.
Para este clculo admite-se que as propriedades dos fluidos so uniformes ao longo do reservatrio. Uma seo vertical do reservatrio pode ser vista na Figura 2.56.
ht
h3
h2
h1
h0
Contato o/w
ht
h3
h2
h1
h0
A3
A2
A1
rea (A)
A0
O volume poroso do reservatrio entre h0 (posio do contato leo/gua) e ht (topo da estrutura) pode ser obtido pela determinao da rea abaixo da curva h versus A mostrada na Figura
2.56:
ht
V p = Adh .
(2.174)
h0
O volume de gua no reservatrio depende da distribuio vertical de volume poroso (indicada pelas reas) e da distribuio vertical da saturao de gua (Swi). Esse volume pode ser calculado como:
2-70
ht
Vw = AS wi dh ,
(2.175)
h0
onde Swi obtida atravs da curva J, conforme discutido anteriormente. Para isso pode-se admitir
que a permeabilidade e a porosidade sejam uniformes ao longo do reservatrio ou utilizar valores
mdios dessas propriedades, conforme tambm discutido anteriormente.
A Figura 2.57 mostra a relao entre as curvas A versus h e ASwi versus h.
h
ht
A
h3
ASwi
h2
h1
h0
(A) e (ASwi)
Figura 2.57 Curvas A versus h e ASwi versus h.
A saturao mdia de gua no reservatrio igual ao quociente entre as reas abaixo das curvas:
ht
S wi
V
= w =
Vp
ASwi dh
h0
ht
(2.176)
Adh
h0
___________________________
Amostra no
5
28
18
kar (md)
(%)
115
581
1.640
19,0
20,0
27,0
2-71
pc (psi)
0,5
1,0
1,5
2,0
Amostra
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
33,1
28,2
25,7
31,8
27,6
24,9
30,9
27,4
24,2
30,0
27,4
23,8
5
28
18
89,5
68,0
65,0
60,0
45,0
36,4
47,8
37,5
33,2
43,1
34,4
31,0
38,1
31,3
28,3
35,1
29,4
26,9
Soluo:
A funo J dada pela expresso:
J (S w ) =
pc k /
cos
pc k /
42 cos 60 o
pc k /
42 0,5
pc k /
21
Amostra no
kar (md)
(%)
5
28
18
115
581
1.640
19
20
27
J (Sw)
k/
2,46
5,39
7,79
0,117 pc
0,257 pc
0,371 pc
Amostra no 5
Amostra no 28
Amostra no 18
Sw (%)
J (Sw)
Sw (%)
J (Sw)
Sw (%)
J (Sw)
89,5
60,0
47,8
43,1
38,1
35,1
33,1
31,8
30,9
30,0
0,059
0,117
0,176
0,234
0,351
0,469
0,586
0,703
0,820
0,937
68,0
45,0
37,5
34,4
31,3
29,4
28,2
27,6
27,4
27,4
0,128
0,257
0,385
0,513
0,770
1,027
1,283
1,540
1,797
2,053
65,0
36,4
33,2
31,0
28,3
26,9
25,7
24,9
24,2
23,8
0,186
0,371
0,557
0,742
1,113
1,485
1,856
2,227
2,598
2,969
2-72
Os dados da Tabela 2.8 foram colocados em um grfico semilog e pelos pontos foi ajustada
uma curva suave, resultando na Figura 2.58.
10
Amostra no. 5
Amostra no. 28
Amostra no. 18
J(Sw)
0.1
0.01
0
20
40
60
Sw (%)
80
100
___________________________
2.6.1. Definies
A vazo de uma fase em um meio poroso saturado com dois ou mais fluidos sempre menor que a vazo de uma fase quando somente ela satura o meio poroso. A capacidade de transmisso
de um fluido que satura 100% de um meio poroso foi definida anteriormente como sendo a permeabilidade absoluta ou simplesmente a permeabilidade do meio. No caso em que dois ou mais fluidos
2-73
qw =
k w A p
,
wL
(2.177)
qo =
k o A p
o L
(2.178
qg =
k g A p
g L
(2.179)
leo
2-74
Imagine que o meio poroso esteja inicialmente 100% saturado com gua (fluido que molha), quando ento a permeabilidade efetiva gua igual absoluta e, conseqentemente, a
permeabilidade relativa gua igual a 1 ou 100%. Nesse instante a permeabilidade efetiva ao leo,
assim como sua permeabilidade relativa, nula. Admita que o experimento consista em aumentar
gradativamente a saturao de leo (fluido que no molha). Enquanto a saturao de leo suficientemente pequena, de modo a no constituir uma fase contnua, o leo no consegue ainda fluir e sua
permeabilidade efetiva nula.
medida que a saturao de gua diminui, a sua permeabilidade efetiva cai sensivelmente
no incio. Isso se deve ao fato de que o leo (fluido que no molha) passa a ocupar inicialmente o
centro dos capilares de maior dimetro. Essa saturao de leo que no forma ainda uma fase
contnua chama-se saturao insular, enquanto a gua possui uma saturao chamada funicular. Ao
continuar a aumentar a saturao insular de leo, esta passa a formar uma fase contnua. Nesse ponto
o leo comea a fluir e sua saturao chamada de saturao crtica (Soc). A partir desse ponto temse a saturao funicular de leo e suas permeabilidades efetiva e relativa so diferentes de zero,
enquanto a gua continua a ter a sua saturao e as suas permeabilidades efetiva e relativa decrescendo, mas no to sensivelmente como no incio do processo.
medida que a saturao de leo cresce, suas permeabilidades efetiva e relativa crescem
rapidamente devido ao fato de o leo estar ocupando inicialmente os capilares de maior dimetro.
Esta ocupao perdura at a saturao de gua diminuir a um valor tal, chamado de saturao
irredutvel de gua (Swi), em que ela pra de fluir e, conseqentemente, suas permeabilidades efetiva
e relativa so nulas.
Imagine agora o processo inverso do descrito anteriormente. Inicialmente o meio est
100% saturado com leo, quando ento a permeabilidade relativa ao leo igual a 1 ou 100%, e a
saturao de gua aumentada gradativamente. At a gua atingir um valor de saturao tal que
possa fluir sua saturao chamada de saturao pendular. A mxima saturao pendular a
saturao irredutvel de gua (Swi). Quanto saturao de leo, esta vai decrescendo at atingir a
chamada saturao de leo residual (Sor) e o leo deixar de fluir.
O grfico da Figura 2.60 mostra um exemplo de curvas de permeabilidades relativas que
seriam obtidas no experimento descrito.
2-75
kro
Permeabilidade relativa
0.8
krw
0.6
0.4
0.2
Swi
0
0
20
40
Sw (%)
60
80
100
Embora a Figura 2.60 mostre valores de permeabilidade relativa para todo o intervalo de
valores de saturao de gua (0 Sw 1), na prtica normalmente as curvas de permeabilidade
relativa apresentadas cobrem apenas o intervalo Swi Sw (1 Sor) ou Swi Sw (1 Soc), conforme
ilustra a Figura 2.61 a ser apresentada e discutida na prxima seo. Nessa figura, Sor a chamada
saturao de leo residual e Soc a saturao de leo crtica, conceitos que tambm sero discutidos
na prxima seo. A apresentao das curvas de permeabilidade relativa no formato ilustrado na
Figura 2.61 decorre do fato de que o intervalo de saturao de interesse para estudos de reservatrios situa-se entre Swi e (1 Sor) ou (1 Soc). Alem disso, em experimentos de laboratrio em geral
so obtidas curvas que cobrem apenas parte do intervalo Swi Sw (1 Sor) ou Swi Sw (1 Soc),
devido ao mtodo utilizado para a medio dos valores de permeabilidade relativa como uma funo
da saturao. Nesse caso, as partes complementares das curvas devem ser obtidas por outros meios,
como por exemplo, atravs do emprego de expresses analticas, do tipo modelo de potncia (a ser
discutido posteriormente), para interpolar valores de permeabilidade relativa entre Swi e o valor
mnimo de Sw para o qual foi possvel determinar valores experimentais.
a) Processo de saturao
Como j foi visto anteriormente, se o meio poroso est saturado inicialmente com a fase
que molha e se esta vai sendo diminuda com a introduo da fase que no molha, diz-se que h um
processo de drenagem. Por outro lado, quando o meio est inicialmente saturado com a fase que no
molha e a saturao da fase que molha aumentada, diz-se que o processo de embebio. A
2-76
diferena fundamental entre as curvas obtidas pelos dois processos reside na saturao mnima que
produz fluxo do fluido que no molha. Em um processo de embebio a gua (ou o fluido que
molha) penetra no meio poroso alojando-se junto s paredes dos poros e nos capilares de menor
dimetro, deslocando o leo (ou o fluido que no molha) para os capilares de maior dimetro, nos
quais existe uma corrente contnua deste fluido. Esse processo continua at que a saturao de leo
seja reduzida a um valor tal (Sor) que o leo fica ilhado, deixando de fluir, devido ao efeito Jamin.
Em um processo de drenagem o leo penetra inicialmente no meio poroso atravs dos capilares de maior dimetro, ocupando preferencialmente as partes centrais dos canais de fluxo. Verifica-se na prtica que a saturao mnima de leo necessria para que ele forme uma fase contnua e
flua atravs do meio poroso (Soc) menor que a saturao de leo residual (Sor). Portanto, a saturao de leo residual (Sor) tem sempre um valor maior que a saturao crtica (Soc). Quanto permeabilidade relativa ao fluido que molha, no se verifica grande diferena entre os processos de
embebio e de drenagem, embora existam raras situaes anmalas em que isso no vlido.
A influncia do processo de saturao sobre as curvas de permeabilidade relativa pode ser
melhor visualizada na Figura 2.61, considerando um sistema gua-leo em que a gua molha
preferencialmente a rocha.
1
krw
Permeabilidade relativa
0.8
kro (embebio)
kro (drenagem)
0.6
0.4
0.2
Swi
0
0
1-Sor
1-Soc
20
40
60
80
Saturao do fuido que molha, Sw (%)
100
2-77
b) Molhabilidade
A Figura 2.62 ilustra o efeito da molhabilidade sobre as curvas de permeabilidade relativa
em um sistema gua-leo.
100
75
50
2
25
25
50
Sw (%)
75
100
Figura 2.62 Efeito da molhabilidade sobre as curvas de permeabilidade relativa - Curva 1: gua molha
preferencialmente; Curva 2: leo molha preferencialmente (Bonet & Gabrielli).
Tudo indica que se fossem feitas determinaes com fluidos de mesma molhabilidade, embora com propriedades diferentes, as mesmas curvas de permeabilidade relativa seriam obtidas, uma
vez que estas independem da viscosidade dos fluidos. Na prtica isso no ocorre, j que a rocha
molhada em diversos graus pelos diferentes fluidos. Conforme pode ser observado na Figura 2.62, a
curva de permeabilidade relativa gua mais baixa quando ela o fluido que molha preferencialmente a rocha. Isso se deve ao fato de que, neste caso, a gua tende a ocupar os espaos porosos
localizados junto s paredes dos poros, bem como os poros de menor dimetro, enquanto o leo flui
pelo centro dos capilares. Por outro lado, com o leo ocorre uma situao oposta, ou seja, quando a
gua molha preferencialmente a rocha, o leo possui maior facilidade para fluir do que quando a
rocha molhada por ele.
Uma dificuldade, j comentada anteriormente, na quantificao dos efeitos da molhabilidade sobre as curvas de permeabilidade relativa a possibilidade de modificao da molhabilidade
durante o processo de amostragem. Com isso os experimentos de laboratrio podem no representar
exatamente o processo de saturao que ocorre no reservatrio, se drenagem ou embebio.
1.0
1.0
0.9
0.9
0.8
0.8
0.7
0.7
0.5
0.6
1 2
0.4
0.5
k o /k
0.6
k g /k
2-78
0.4
0.3
0.3
0.2
0.2
0.1
0.1
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Saturao (%)
Figura 2.63 Efeito da consolidao do meio poroso sobre as curvas de permeabilidade relativa Curva 1: meio poroso no consolidado; Curva 2: meio poroso consolidado (Botset, 1940).
k rg
k ro
kg / k
ko / k
kg
ko
(2.180)
Similarmente, outras razes de permeabilidades relativas podem ser definidas, como por
exemplo, entre o leo e a gua:
k ro k o / k k o
=
=
.
k rw k w / k k w
(2.181)
2-79
2,5
Infinito a So = 22%
2,0
k g /k o
1,5
1,0
0,8
0,6
0,4
0,2
0
10
50
30
70
90
So (%)
Figura 2.64 Exemplo de curva de razo de permeabilidades relativas gs-leo. Figura 63 de Calhoun, J. C.,
Jr., Fundamentals of Reservoir Engineering. Copyright 1953 por University of Oklahoma Press. Reproduzida com permisso.
O grfico da Figura 2.64, quando construdo com uma escala semilog, normalmente produz
um trecho intermedirio retilneo, como ilustrado na Figura 2.65. Esse tipo de grfico muito til
para a interpolao e a previso de saturaes.
0
20
40 60
80 100
20 40 60
So (%)
80 100
100
kg/ko
10
0,1
2-80
Figura 2.65 Curva de razo de permeabilidades relativas gs-leo em grfico semilog. Figura 64 de Calhoun,
J. C., Jr., Fundamentals of Reservoir Engineering. Copyright 1953 por University of Oklahoma Press.
Reproduzida com permisso.
O trecho retilneo da Figura 2.65 pode ser representado analiticamente pela equao:
kg
ko
= a exp(bS o ) ,
(2.182)
2-81
A 100%
Gs
100%
gua
100%
B 60 40 20 10% 1%
50 30
leo
Figura 2.66 Curvas de permeabilidade relativa gua em um sistema trifsico (Leverett & Lewis, 1941).
100
krw (%)
80
60
40
20
0
20
60
40
Sw (%)
80
100
Figura 2.67 Curva de permeabilidade relativa gua para um sistema trifsico (Leverett & Lewis, 1941).
Reproduzida de Amyx, J. W.; Bass, D. M., Jr. & Whiting, R. L., Petroleum Reservoir Engineering, Copyright
1960, com permisso de McGraw-Hill Book Company, Inc.
Bonet & Gabrielli mencionam, embora sem citar a fonte original, que estudos posteriores
mostraram uma pequena variao na permeabilidade relativa gua com a distribuio de saturao
dos outros fluidos. Ela era maior quando os demais fluidos possuam saturaes iguais e decrescia
medida que as saturaes desses fluidos eram discrepantes, conforme ilustra a Figura 2.68.
2-82
100% Gs
100% leo
100% gua
Para uma mesma saturao de leo, a permeabilidade relativa ao leo diminui com o aumento da saturao de gs, em detrimento da gua, uma vez que o gs, ocupando as pores
centrais dos capilares, faz com que o leo tenha que seguir um caminho mais tortuoso, junto s
paredes dos poros e nos capilares de menor dimetro. Esse fato pode ser visualizado no grfico
triangular da Figura 2.69.
100% Gs
1%
10
20
30
40
50
60
100% gua
100% leo
Figura 2.69 Permeabilidade relativa ao leo em um sistema trifsico (Leverett & Lewis, 1941). Reproduzida
de Amyx, J. W.; Bass, D. M., Jr. & Whiting, R. L., Petroleum Reservoir Engineering, Copyright 1960, com
permisso de McGraw-Hill Book Company, Inc.
Os primeiros resultados de anlises de permeabilidade relativa ao gs em presena de outras duas fases mostraram que ela no era funo somente da saturao de gs, mas aumentava
medida que se tornavam discrepantes as saturaes das outras duas. O grfico da Figura 2.70, obtido
por Leverett & Lewis (1941), ilustra esse fato, apresentando as isopermas do gs.
2-83
100% Gs
50%
40
30
20
10
5
1
100% leo
100% gua
Figura 2.70 Permeabilidade relativa ao gs em um sistema trifsico (Leverett & Lewis, 1941). Reproduzida
de Amyx, J. W.; Bass, D. M., Jr. & Whiting, R. L., Petroleum Reservoir Engineering, Copyright 1960, com
permisso de McGraw-Hill Book Company, Inc.
Novamente Bonet & Gabrielli comentam, mas sem citar a fonte original, que trabalhos
mais recentes mostraram que a permeabilidade relativa ao gs funo somente da saturao desse
fluido, obtendo-se ento um grfico similar ao apresentado na Figura 2.71.
100% Gs
60%
50%
40%
30%
20%
10%
5%
1%
100% gua
100% leo
O estudo de permeabilidade relativa em sistemas trifsicos no tem sido realizado com tanta intensidade quanto em sistemas bifsicos, devido pequena regio em que o fluxo simultneo das
trs fases ocorre. O grfico triangular da Figura 2.72, obtido com fluidos de laboratrio por Leverett
& Lewis (1941), mostra as regies em que o fluxo de uma, duas ou trs fases.
2-84
100% Gs
Essencialmente uma
fase em fluxo
Essencialmente duas
fases em fluxo
Fluxo aprecivel das trs fases
100% gua
100% leo
Figura 2.72 Fluxos mono, bi e trifsico em um sistema trifsico com leo, gs e gua (Leverett & Lewis,
1941). Reproduzida de Amyx, J. W.; Bass, D. M., Jr. & Whiting, R. L., Petroleum Reservoir Engineering,
Copyright 1960, com permisso de McGraw-Hill Book Company, Inc.
2-85
Soluo:
Parte (a):
Utilizando o sistema de unidades de Darcy, a equao da vazo de leo (medida em condies-padro) pode ser escrita como:
qo =
2k o hp
,
o Bo ln(re / rw )
ko =
o Bo ln(re / rw )qo
.
2hp
Assim:
ko =
k
10 1,3 ln(20.000 / 5) 48,75 10 6 / 86.400
0,1
= 0,1 Darcy k ro = o =
= 0,5 .
2 2.000 (100 50) / 1,033
k 0,2
Parte (b):
A saturao de leo pode ser obtida pela equao de balano de materiais:
N p Bo
S o = 1
(1 S wi ) .
N Boi
Mas:
N=
N=
V p S oi
Boi
Portanto,
56.940 1,3
S o = 1
(1 0,25) = 0,50 (50%) .
201.960 1,4
Exemplo 2.15 Uma amostra de rocha cilndrica tem as seguintes dimenses:
rea da base............................................................................
3,14 cm2
Comprimento...........................................................................
5,4 cm
Essa amostra, seca e limpa, pesa 32,30 g, e quando 100% saturada com gua pesa 35,53 g. Em uma
experincia de laboratrio, um leo de 0,84 g/cm3 de massa especfica e de 4 cp de viscosidade
escoa atravs da amostra juntamente com gua, fornecendo as seguintes informaes:
Vazo de leo...........................................................................
0,037 cm3/s
Diferencial de presso..............................................................
1,36 atm
Peso da amostra nas condies de fluxo.................................... 35,3 gf
Calcular:
(a) A saturao de gua da amostra.
2-86
Soluo:
Parte (a):
A saturao de gua da amostra nas condies de fluxo dada pela relao: S w = Vw / V p .
O volume de poros Vp pode ser calculado a partir das informaes sobre os pesos da amostra
totalmente saturada e seca. O peso de gua dado por:
Pw = Ptotal Pseca = 35,53 32,30 = 3,23 gf de gua.
Assim, o volume de gua, que igual ao volume de poros quando a amostra est totalmente saturada, :
qo =
k o Ap
.
o L
ko =
qo o L 0,037 4 5,4
=
= 0,187 Darcy = 187 md .
Ap
3,14 1,36
___________________________
(2.184)
2-87
(2.185)
w =1 Sor
, k ro S
w = S wi
e pcow S
w = S wi
nados a partir de medies feitas em laboratrio, dados de perfis corridos nos poos e correlaes,
por exemplo. Os expoentes ew, eow e epcow podem ser obtidos ajustando-se aos dados de laboratrio expresses analticas com os formatos das Eqs. (2.183), (2.184) e (2.185), ou atravs do ajuste
de histrico de um modelo numrico aos dados de produo do reservatrio (Vide Captulos 9
Ajuste de Histrico e 12 Simulao Numrica).
No caso das propriedades gs-leo, comum a apresentao das curvas de permeabilidade
relativa, e at mesmo de presso capilar, em funo da saturao de lquidos, ou seja, em funo de
Sl = Sw + So, conforme exemplifica a Figura 2.73.
krg
kr
Sl = Swi + Sorg
krg
(Swi + Sorg )
0
kro
Sl = Sw + So
(2.186)
(2.187)
(2.188)
2-88
permite estimar as pemeabilidades relativas em um sistema trifsico a partir dos dados de permeabilidade relativa em sistemas bifsicos.
2.7. Problemas
Problema 2.1 No Exemplo 2.1, se a segunda cmara no tivesse sido completamente evacuada,
mas tivesse permanecido com uma presso de 10,2 mm de mercrio, qual seria a porosidade efetiva
da amostra de rocha-reservatrio?
Resposta: = 0,038 (3,8%)
5109 m3
22%
3,5106 psi1
1.000 psi
Deseja-se injetar nesse reservatrio a gua produzida de um campo de petrleo com a finalidade de
descart-la. Sabe-se que essa formao resiste at uma presso de 3.500 psi sem que se frature.
Determinar, sem que haja fraturamento dessa rocha-reservatrio:
(a) A mxima variao do volume de poros aps a injeo de gua.
(b) A mxima variao do volume de gua contido inicialmente no aqfero.
(c) O mximo volume de gua possvel de ser injetado.
Obs.: Desprezar o efeito de compressibilidade da gua injetada.
Respostas:
(a) 9,625 106 m3
Problema 2.3 Calcular o raio da zona afetada pela injeo de certa soluo em um poo de
petrleo localizado em um reservatrio com as caractersticas apresentadas a seguir. Sabe-se que a
referida soluo desloca metade do leo existente na zona afetada para fora da mesma, no alterando, todavia, a saturao de gua existente.
Volume de soluo injetado (desprezando o que ficou no interior do poo)....... 1.641 l
Espessura mdia da formao...........................................................................
10 m
Raio do poo....................................................................................................
7 cm
Porosidade da formao....................................................................................
15%
Saturao de gua conata.................................................................................
30%
Presso esttica da formao ...........................................................................
120 kgf/cm2
Presso de bolha ..............................................................................................
100 kgf/cm2
Resposta: 1,0 m
Problema 2.4 Calcular o volume de leo, medido em condies-padro, originalmente existente
em um reservatrio com as caractersticas seguintes:
Volume total do reservatrio....................................................
109 m3
Porosidade da formao...........................................................
15%
Saturao de gua conata.........................................................
30%
2-89
1,3
Problema 2.8 Durante um teste para determinao da permeabilidade de uma amostra foram
obtidas as informaes apresentadas na Tabela 2.9.
Tabela 2.9 Dados do teste do Problema 2.8
5
2
1
529
100
11
1
5
2
1
472
100
9
1
5
2
1
754
200
7
1
(b) k = 1 Darcy
5
2
1
502
200
5
1
5
2
1
628
500
3
1
2-90
6
2
100
8
3
200
4
1
300
2-91
Problema 2.12 Em um arenito com um comprimento de 1.500 ft, largura de 300 ft e espessura de
12 ft, permeabilidade ao leo de 345 md, porosidade de 32% e saturao de gua irredutvel de
17%, flui leo com uma viscosidade de 3,2 cp e fator volume-formao de 1,25 bbl/STB.
(a) Se o fluxo ocorre acima da presso de bolha, qual a queda de presso necessria para que se
escoem 100 bbl/d, medidos em condies de reservatrio, admitindo que o leo seja incompressvel?
(b) Qual a velocidade aparente do leo (ft/d) para uma vazo de 100 bbl/d?
(c) Qual a velocidade real mdia?
(d) Qual o tempo necessrio para o completo deslocamento do leo do arenito, admitindo que no
haja saturao residual de leo?
(e) Qual o gradiente de presso existente no arenito durante o fluxo?
(f) Qual o efeito sobre o gradiente de presso do aumento das presses a montante e a jusante em
1.000 psi?
(g) Considerando que o leo seja compressvel, com um coeficiente de compressibilidade de
6,5105 psi1, quanto ser a vazo na extremidade de jusante se a montante ela de 100 bbl/d?
Respostas:
(b) va = 0,156 ft/d
(c) vr = 0,587 ft/d
(a) p = 343 psi
(d) t = 2.554 d
(g) q2 = 102,2 bbl/d
(f) nenhum
Presso no poo........................................................................
Raio externo do reservatrio ....................................................
Raio do poo............................................................................
Viscosidade do leo..................................................................
Fator volume-formao do leo................................................
Regime de fluxo.......................................................................
2-92
pw = 1.400 psi
re = 527 ft
rw = 4,5 in
o = 1,67 cp
Bo = 1,23 bbl/STB
permanente
Profundidade (ft)
k (md)
Profundidade (ft)
k (md)
4.72022
2224
2426
2628
2830
3032
3234
3436
3638
3840
49
98
160
237
160
108
23
47
125
215
4.74042
4244
4446
4648
4850
5052
5254
5456
5658
5860
280
235
210
140
170
90
127
75
46
27
Problema 2.16 Um poo produtor de leo, cujo fator volume-formao de 1,5 m3/m3std e cuja
viscosidade de 20 cp, foi perfurado com broca de 20 cm em um campo onde a distncia mdia
entre os poos de 500 m. Os perfis indicaram ser o horizonte produtor homogneo, com topo e
base a 1.200 m e 1.250 m, respectivamente. Um teste de formao mostrou que a permeabilidade
original do arenito era de 100 md e correlaes deram evidncia da invaso de filtrado de lama at
uma distncia igual a 3 m. Em um teste de produo realizado logo aps a completao do poo
obteve-se uma vazo de 6 m3std/d sob um diferencial de presso de 35 kgf/cm2. Admitindo que os
fluidos no reservatrio possam ser considerados incompressveis, pede-se que sejam determinadas:
(a) A permeabilidade mdia da formao produtora.
(b) A permeabilidade da zona alterada ao redor do poo.
(c) A produo esperada ao se colocar no fundo do poo uma resistncia eltrica que aquece o leo
at 100 oC, reduzindo a sua viscosidade a 1 cp em um raio de 3 m, quando se operar o poo com
um diferencial de presso de 35 kgf/cm2.
Respostas:
(a) 15 md
(b) 7,1 md
(c) 45 m3std/d
Problema 2.17 Os dados apresentados na Tabela 2.11 foram obtidos de experimentos realizados
para se medir a permeabilidade de uma amostra de testemunho de rocha-reservatrio.
Tabela 2.11 Dados experimentais do Problema 2.17
2-93
experimento 1
experimento 2
experimento 3
146,8
110,1
56,1
27,9
24,4
28,0
2,47
1,90
1,56
2,048 cm2
2,56 cm
73,6 cm Hg
0,0183 cp
Problema 2.18 Para a determinao da permeabilidade com fluxo linear utilizou-se uma amostra
de testemunho com 5 cm de comprimento e 2 cm de dimetro. Quando a presso a montante era de
20 psig (presso manomtrica), o fluxo de ar era de 0,111 ft3 em 5 minutos, e quando a presso a
montante era de 69 psig o fluxo era de 0,140 ft3 em 1 minuto. Se a presso a jusante era de 0 psig, a
presso atmosfrica no local do experimento era de 14,5 psia e a viscosidade do ar era de 0,018 cp,
calcule a permeabilidade absoluta do testemunho. Considere que as vazes de gs tenham sido
medidas nas condies-padro de 14,7 psia e 60 oF, e que a viscosidade do gs tenha variado pouco
na faixa de presses do experimento.
Resposta: k = 111 md
Problema 2.19 Calcular a vazo de gs (cm3std/s) atravs de uma amostra de testemunho, com
base nas seguintes informaes:
rea aberta ao fluxo.........................................................................
5 cm2
Comprimento da amostra.................................................................
5 cm
Permeabilidade absoluta da amostra.................................................
200 md
Permeabilidade ao gs com uma presso mdia de 2 kgf/cm2............ 250 md
Presso a montante...........................................................................
4 kgf/cm2
Presso a jusante..............................................................................
1 kgf/cm2
Viscosidade do gs...........................................................................
0,020 cp
Temperatura da experincia.............................................................
60 oF
A amostra cilndrica e o fluxo ocorre na direo do seu comprimento.
Resposta: qg = 84,34 cm3std/s
Problema 2.20 Calcule a presso esttica (pe) de um poo de gs com as seguintes caractersticas:
Raio do poo............................................................................
10 cm
Raio de drenagem do poo.......................................................
200 m
Espessura da formao.............................................................
12 m
Permeabilidade ao gs..............................................................
272 md
Presso dinmica de fundo.......................................................
50 atm
Produo diria de gs.............................................................
432.000 m3std/d
Viscosidade do gs...................................................................
0,018 cp
Temperatura do reservatrio..................................................... 60 oF
2-94
A
x
Resposta: h = 3,36 cm
Problema 2.23 Considere que em uma determinada profundidade de um reservatrio de gs
existem 4 (quatro) tipos de poro, caracterizados por:
a) forma cilndrica com dimetro d = 0,00025 cm
2-95
Problema 2.24 Considere um sistema composto por um feixe de capilares cilndricos retilneos e
paralelos. Admita que os capilares estavam inicialmente preenchidos com gua (fase que molha),
que est sendo deslocada por leo. Desenvolva uma curva de presso capilar [pc (atm) versus Sw]
para um processo de drenagem, utilizando a distribuio de tamanhos de poros mostrada na Tabela
2.12:
Tabela 2.12 Distribuio de tamanhos de poros do sistema de feixe de capilares do Problema 2.24
11,4 104
9,0 104
6,4 104
3,8 104
1,3 104
2
3
5
20
70
50 dina/cm
45o
Problema 2.25 Determinar o intervalo que deve ser canhoneado (aberto produo) para que um
poo, atravessando uma formao com as caractersticas seguintes, no produza gua.
Profundidade do topo da formao...........................................
980 m
Profundidade da base da formao...........................................
1.010 m
Saturao de leo profundidade de 1.000 m........................... 40%
Tenso superficial da gua.......................................................
70 dina/cm
Tenso interfacial gua-leo.....................................................
20 dina/cm
Massa especfica do leo..........................................................
0,8 g/cm3
Massa especfica da gua..........................................................
1 g/cm3
2-96
Os dados de permeabilidade relativa e de presso capilar, obtidos em uma clula capilar, sendo a
gua o fluido que satura a amostra e o ar o fluido que desloca a gua, esto apresentados na Tabela
2.13.
Tabela 2.13 Dados de presso capilar e de permeabilidade relativa - Problema 2.25
Sw (%)
15
30
50
60
70
pcl (atm)
0,380
0,091
0,032
0,021
0,014
krw
30
47,6
74
6.820 ft
6.862 ft
3.100 psig
200 oF
65,0 lb/ft3
41,0 lb/ft3
12,0 lb/ft3
(a) Construa um grfico mostrando as presses (psig) nas fases gs, leo e gua em funo da
profundidade, admitindo que a presso na gua a 6.850 ft seja de 3.100 psig.
(b) Calcule a presso capilar a 6.806,5 ft.
Resposta: (b) 12 psi
Amostra
Profundidade (ft)
k (md)
(%)
1
2
6.803,5
04,5
201
354
20,3
23,6
2-97
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
05,5
06,5
07,5
08,5
09,5
6.810,5
11,5
12,5
6816,5
17,5
18,5
19,5
106
25
498
906
146
747
410
536
693
560
448
612
22,1
22,2
23,1
22,0
23,3
23,9
21,9
23,7
23,8
23,2
22,0
23,1
Resposta: S wi = 29%
Problema 2.28 A Figura 2.75 mostra um mapa de contorno e a seo transversal de um reservatrio de leo conectado a um aqfero de fundo. As reas interiores a cada uma das linhas de contorno
so dadas na Tabela 2.15.
Contato o/w
A
30
10
0
40
20
60 70
40 50
20 30
10
0
ft
80
60
40
20
0
Contato o/w
Seo A-A
Figura 2.75 Mapa de contorno e seo transversal de um reservatrio de leo - Problema 2.28.
Contorno
0
10
20
30
40
50
60
70
80
2-98
1.153.354
586.794
287.327
105.218
0
1,04 g/cm3
0,72 g/cm3
35 dina/cm
30o
100 md
20%
Utilizando a curva J versus Sw desenvolvida no Exemplo 2.13, calcule a saturao de gua intersticial mdia na zona de leo, admitindo que o contato leo/gua ocorra a uma altura acima do nvel de
presso capilar nula [(pc)wo = 0] equivalente presso de deslocamento do sistema. A presso de
deslocamento definida como sendo a presso capilar correspondente a Sw = 100%.
Resposta: S wi = 0,52 (52%)
Problema 2.29 Um poo com dimetro de 23 cm e com raio de influncia de 229 m produz 19
m3std/d (220 cm3std/s) de uma formao que possui uma permeabilidade mdia de 200 md e uma
presso de reservatrio de 109 atm. A presso nas paredes no poo de 75 atm. Se a formao tem
9 m de espessura e a viscosidade do leo de 3 cp, calcule a permeabilidade relativa ao leo,
admitindo que o mesmo seja incompressvel.
Resposta: kro = 0,13
Problema 2.30 Uma amostra cilndrica de uma rocha-reservatrio tem as seguintes dimenses:
Dimetro..................................................................................
in
Comprimento...........................................................................
2 1/8 in
Essa amostra seca e limpa pesa 32,30 g. Quando 100% saturada com gua, a amostra pesa 35,53 g.
Em um experimento de laboratrio, um leo com densidade de 37 oAPI e viscosidade de 4 cp escoa
juntamente com gua atravs da amostra, fornecendo os resultados apresentados na Tabela 2.16.
Tabela 2.16 Dados do experimento do Problema 2.30
Peso da amostra
(g )
Tempo
(s)
Volume de gua
(cm3)
Volume de leo
(cm3)
Diferencial de presso
(psi)
35,53
35,49
35,47
35,43
35,34
35,30
35,26
200
250
250
250
250
300
300
20,7
24,1
30,2
22,2
12,1
11,0
6,45
0,00
0,00
0,01
0,20
1,08
2,74
3,71
12
14
20
20
20
25
25
2-99
35,22
35,16
35,11
35,09
300
300
300
300
2,26
0,64
0,05
0,00
5,32
7,93
11,4
13,6
25
25
25
25
100
92,3
88,4
80,7
63,2
55,5
47,8
40,0
28,4
18,8
4
14,9
0
kw
0,241
0,192
0,169
0,124
0,068
0,041
0,024
0,008
0,002
210
ko
2104
0,004
0,024
0,041
0,055
0,079
0,118
0,170
0,203
ko/kw
0,0013
0,032
0,353
1,000
2,292
9,875
59
914
2-100
kro
Permeabilidade relativa
0.8
krw
0.6
0.4
0.2
0
0
20
40
Sw (%)
60
80
100
Admitindo fluxo permanente no reservatrio e sabendo que valores de RAO (Razo gua/leo, ou seja, relao entre as vazes de gua e de leo medidas em condies-padro) maiores
que 5 so anti-econmicas, pergunta-se: esse poo deve ser completado ou no?
Resposta: Como RAO = 15,6 > 5, o poo no deve ser completado.
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Livro
Figura Matthews, C. S. & Russel, D. G. Pressure Buildup and Flow Tests in Wells.
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graph volume 1).
Figura Earlougher, R. C., Jr. Advances in Well Test Analysis. Dallas, USA, SPE of
AIME, 1977. (Monograph 5.)
2.6
Earlougher,
R. C., Jr. Advances in Well Test Analysis. Dallas, USA, SPE of
Figura
AIME, 1977. (Monograph 5.)
2.7
Earlougher,
R. C., Jr. Advances in Well Test Analysis. Dallas, USA, SPE of
Figura
AIME, 1977. (Monograph 5.)
2.8
Figura Earlougher, R. C., Jr. Advances in Well Test Analysis. Dallas, USA, SPE of
AIME, 1977. (Monograph 5.)
2.9
Figura
Pgina
G.5
159
D.9
228
D.10
229
D.11
229
D.12
230
Figura
Pgina
6.15
281
4.1
104
52
78
Artigo tcnico
2.15
Figura
2.16
Figura
2.17
Figura
2.18
Figura
2.19
Figura
2.20
Figura
2.21
Figura
2.27
Figura
2.28
Figura
2.39
Figura
2.43
Figura
2.44
Figura
2.45
Figura
2.46
Figura
2.64
Figura
2.65
Figura
2.67
Figura
2.69
Figura
2.70
Figura
2.72
0-104
2-36
81
2-35
80
2-34
80
2-37
82
2-42
92
2-43
93
3-1
134
3-2
135
6-5
392
79
125
80
125
80
125
80
125
63
100
64
101
3-39
182
3-40
182
3-41
183
3-42
184
0-105
Livro
Tabela Amyx, J. W.; Bass, D. M., Jr. & Whiting, R. L.: Petroleum Reservoir Engineering.
McGraw-Hill Book Company, Inc., 1960.
2.2
Tabela Slider, H. C. Worldwide Practical Petroleum Reservoir Engineering methods.
Tulsa, Oklahoma, USA, PennWell Publishing Company, 1983.
2.4
Tabela
Pgina
2-6
94
Figura
6-5
392
3.
F LUXO DE L QUIDOS EM M EIOS P OROSOS
Dentre as diversas informaes a serem obtidas a respeito de uma acumulao de petrleo
aps a sua descoberta, a quantidade de hidrocarbonetos que se pode retirar dessa jazida e o tempo
em que essa produo se efetuar so, sem qualquer dvida, das mais importantes. O conhecimento
das leis que regem o movimento dos fluidos nos meios porosos fundamental para a obteno
dessas informaes. O ramo da engenharia de reservatrios que trata da maneira como os fluidos se
movimentam em um meio poroso recebe o nome de fluxo de fluidos em meios porosos.
A partir de equaes bsicas do estudo do fluxo em meios porosos podem ser desenvolvidos modelos matemticos com os quais se procura obter informaes relacionadas com o aspecto
fsico do reservatrio, como por exemplo, dimenses, formas, variaes de propriedades, etc.
Podem ser obtidos tambm dados sobre o comportamento atual e futuro em termos de presses,
vazes de produo, etc. A complexidade desses modelos depende dos diversos aspectos que se
deseja considerar no estudo do fluxo atravs do meio poroso e do grau de simplificao que se
deseja imprimir ao trabalho.
O estudo do fluxo dos fluidos nos meios porosos tem como ponto central uma equao,
chamada equao da difusividade hidrulica ou simplesmente equao da difusividade, a partir da
qual so desenvolvidas solues para as diversas situaes em que os reservatrios podem se
encontrar. A equao da difusividade hidrulica, como utilizada na engenharia de reservatrios,
obtida a partir da associao de trs equaes bsicas: a equao da continuidade, que uma
equao de conservao de massa, a lei de Darcy, que uma equao de transporte de massa, e uma
equao de estado que tanto pode ser uma lei dos gases como a equao da compressibilidade para
o caso de lquidos.
Neste texto apresentada, inicialmente, a teoria sobre o escoamento de fluidos incompressveis, onde introduzido o conceito de potencial de fluxo. Posteriormente, sem maiores sofisticaes matemticas, so mostradas a obteno da equao da difusividade e as suas solues para os
problemas clssicos da engenharia de reservatrios, considerando o caso de fluxo de lquidos. O
fluxo de gs tratado separadamente no Captulo 4.
Neste captulo, bem como no Captulo 4, so abordadas as solues matemticas para os
casos em que os reservatrios so produzidos atravs de poos verticais e/ou horizontais. Apesar do
crescente uso dos poos horizontais no desenvolvimento de campos de petrleo, os poos verticais
ainda so maioria, especialmente porque muitos dos campos de petrleo atualmente em produo
foram desenvolvidos antes do advento dos poos horizontais. Assim, a menos que seja expressamente mencionado, como ocorre principalmente em algumas das sees deste captulo e do Captulo 4,
3-1
3-2
Para um mesmo leito poroso, a nova constante de proporcionalidade k independe do tipo de fluido
em escoamento, desde que o meio poroso esteja totalmente saturado com esse fluido. Assim, k
uma caracterstica exclusiva do meio poroso, sendo denominada permeabilidade absoluta ou
simplesmente permeabilidade do meio. Com isso a lei de Darcy se torna:
h h2
k
q = A 1
.
(3.3)
L
Na engenharia de petrleo a carga hidrulica substituda pela presso atuante no nvel de
referncia, ou seja:
O material contido nesta seo foi gentilmente cedido pelo engenheiro de petrleo e consultor snior da
Petrobras, Dr. Antonio Cludio de Frana Corra.
3-3
p1 = h1
(3.4)
p 2 = h2 ,
(3.5)
h1 h2 =
p1 p 2
,
(3.6)
sendo que (p1 p2) representa o diferencial de presso associado ao escoamento atravs do meio
poroso. Deve-se observar que, caso deixasse de existir o fluxo, as alturas h1 e h2 seriam exatamente
iguais, resultando em um diferencial de presso nulo.
importante notar que a presso na entrada do leito poroso :
p 3 = (h1 L)
(3.7)
p 2 = h2 .
(3.8)
Portanto, para o caso de fluxo vertical descendente, a diferena entre as presses na entrada e na
sada do meio poroso dada por:
p = p3 p 2 = (h1 h2 L) .
(3.9)
Para eliminar o fato de se trabalhar com presses referidas a cotas diferentes, desenvolveuse o conceito de potencial de fluxo de um fluido.
p0
dp
+ (z z0 ) ,
(3.10)
patmosfrica
Ar
gua
p
z
zo
Nvel arbitrrio
de referncia
3-4
Portanto, o potencial definido em relao a um nvel z0 e a uma presso p0. Normalmente, para
facilidade de clculo, escolhe-se o nvel de referncia arbitrrio de modo que z0 = 0, resultando:
p
p0
dp
+z,
(3.11)
(3.13)
A ilustrao da Figura 3.1 refere-se a um fluido esttico, por exemplo uma piscina. O potencial definido em relao ao nvel arbitrrio indicado poder ser calculado para qualquer ponto no
interior da piscina. Assim, o potencial no nvel z qualquer :
1
= ( p p atm ) + ( z z 0 ) ,
(3.14)
p = p atm + ( z 0 z ) ,
(3.15)
1
( p p atm ) = ( z 0 z ) .
(3.16)
ou seja,
= 0.
(3.17)
Deste modo, qualquer que fosse o ponto escolhido no interior da piscina, seu potencial seria nulo.
Caso o nvel de referncia arbitrrio escolhido tivesse sido a superfcie do lquido, o potencial em um ponto qualquer do lquido seria:
1
= ( p p atm ) + z .
(3.18)
Mas,
p = p atm z .
(3.19)
= 0.
(3.20)
Ento, novamente:
Portanto, para um fluido esttico o valor do potencial em qualquer ponto desse fluido independe do
nvel de referncia escolhido. A observao mais importante que, para um fluido esttico, no
existe diferena de potencial entre os vrios pontos desse fluido.
3-5
2 =
1
( p2 p2 ) + 0 = 0 .
(3.22)
p1 = (h1 L)
(3.23)
p 2 = h2 .
(3.24)
Mas:
Assim,
1 =
1
[ (h1 L) h2 ] + L
(3.25)
ou
1 = h1 h2 .
(3.26)
= 1 2 = h1 h2 .
Finalmente, a lei de Darcy pode ser escrita como:
kA 1 2
q=
(3.27)
(3.28)
ou simplesmente:
kA
,
L
(3.29)
= 1 2
(3.30)
q=
onde:
3-6
mostra um esquema para fluxo inclinado, cujos casos particulares seriam o fluxo vertical (estudado
na Seo 3.1.3) e o fluxo horizontal, a ser visto na Seo 3.1.5.
h2
h1
z
+z
p = p0
z = z0 = 0
Nvel de referncia
Figura 3.2 Esquema de fluxo inclinado. Reproduzida de Fundamentals of Reservoir Engineering, Dake, L.
P., page 105, Copyright 1978, com permisso de Elsevier Scientific Publishing Company.
A observao experimental importante obtida por outros pesquisadores aps Darcy foi a de
que, para o mesmo meio poroso e a mesma vazo, a diferena entre as alturas manomtricas (h) era
constante, independentemente da inclinao do fluxo em relao horizontal.
Considerando-se a
Figura 3.2 os potenciais de um fluido incompressvel nos pontos 1 e 2 so dados por:
1
1 = ( p1 p0 ) + z1
(3.31)
2 =
1
( p 2 p0 ) + z 2 ,
(3.32)
(3.33)
p1 = (h1 z1 )
(3.34)
p 2 = (h2 z 2 ) ,
(3.35)
= h1 h2 ,
3-7
(3.36)
que exatamente igual ao valor calculado para o fluxo vertical. Como a diferena de carga hidrulica independe da inclinao do meio poroso, pode-se escrever a lei de Darcy como:
kA
,
q=
(3.37)
L
qualquer que seja a inclinao do meio poroso.
dp
dp
= 1 2 =
+ ( z1 z 0 )
+ (z 2 z 0 ) ,
p0
p0
(3.38)
ou simplesmente:
p1
dp
=
,
(3.39)
p2
uma vez que para uma linha de fluxo horizontal no existe diferena de cotas, ou seja,
z1 = z 2 .
(3.40)
Para fluidos incompressveis, ou seja, quando o peso especfico constante, a lei de Darcy
pode ser expressa em termos de diferena de presses:
kA p
q=
,
(3.41)
L
onde:
p = p1 p 2 .
(3.42)
v = q/ A
(3.44)
3-8
a velocidade aparente do fluido atravs do meio poroso, visto que A a rea total da seo
transversal e no a rea real aberta ao fluxo, e l a trajetria de fluxo.
O sinal negativo da equao generalizada de Darcy se deve ao fato de que o fluxo se processa no sentido de potenciais decrescentes, o que faz com que a velocidade aparente e o gradiente
de potencial (d/dl) tenham sinais opostos.
Genericamente tem-se:
p
dp
=
+ (z z0 ) ,
(3.45)
p0
(3.46)
k dp
dz
v=
+ .
dl
dl
(3.47)
Observe que a trajetria do fluxo deve ser orientada. Quando se deseja que a vazo seja
positiva, deve-se orientar a trajetria do escoamento no mesmo sentido da velocidade aparente do
fluido.
Para o caso de fluxo inclinado descendente, como indica a Figura 3.2, tem-se que:
dz
= cos ,
(3.48)
dl
onde o menor ngulo que o meio poroso forma com a vertical. Nesse caso a Eq. (3.47) produz:
kA p 2 p1
q=
+ ( cos ) ,
(3.49)
porque:
dp p 2 p1
(3.50)
=
,
dl
L
j que a orientao da trajetria do fluxo foi escolhida no mesmo sentido da velocidade aparente do
fluido. Ento, para fluxo descendente tem-se:
kA p1 p 2
q=
+ cos .
(3.51)
L
A interpretao da Eq. (3.51) mostra que a gravidade auxilia o escoamento, pois para um
dado diferencial de presso, quanto maior for a inclinao do meio poroso em relao horizontal
(menor ) maior ser a vazo alcanada.
v=
q
k dp
g
dz
=
+
6
A
dl 1,0133 10 dl
3-9
(3.52)
ou simplesmente:
v=
k dp
dz
+ .
dl
dl
(3.53)
rw
re
A = rh ,
(3.56)
3-10
onde o ngulo (radiano) formado pelos limites laterais do meio poroso, r a distncia da superfcie ao centro do poo e h a espessura (uniforme) do meio. Assim, a equao genrica para fluxo
radial incompressvel se torna:
kh d
r
.
q=
(3.57)
dr
Mas a definio de potencial fornece:
d 1 dp dz
=
+
.
dr
dr dr
(3.58)
Ento:
kh dp
dz
r
+ .
dr
dr
q=
(3.59)
Considerando-se um reservatrio radial ( = 2 ) de raio interno rw e raio externo re, a equao para fluido incompressvel pode ser integrada,
re
q dr
=
2kh r
rw
pe
ze
pw
zw
dp + dz ,
(3.60)
resultando:
q re
ln
2kh r w
= pe p w + ( z e z w ) ,
(3.61)
2kh
[ p e p w + ( z e z w )] .
ln(re / rw )
(3.62)
de onde se obtm:
q=
q=
2kh( pe p w )
.
ln(re / rw )
(3.63)
Os conceitos apresentados anteriormente podem ser aplicados ao estudo de outras geometrias de fluxo, como, por exemplo, o fluxo esfrico.
___________________________
Exemplo 3.1 O esquema mostrado na Figura 3.4 representa um tubo cilndrico de rea transversal
A, que contm na sua parte inferior um corpo poroso de comprimento L e permeabilidade absoluta k.
O tubo preenchido com gua de peso especfico e viscosidade . A gua, cuja altura inicial h0,
deixada escoar atravs do leito poroso.
3-11
q=
kA
,
L
dV
dh
.
= A
dt
dt
Igualando as duas equaes anteriores pode-se escrever que:
q=
dh kA
=
.
dt
L
Observa-se que a equao diferencial obtida relaciona a altura h com o tempo e com a diferena de potencial atravs do meio poroso. No entanto, essa diferena de potencial tambm pode ser
escrita como uma funo da altura h.
O potencial de fluxo definido pela expresso:
3-12
1
( p p0 ) + ( z z 0 ) ,
onde p0 a presso atuante no nvel z0. Definindo como nvel de referncia a base do meio poroso e
escolhendo z0 = 0 tem-se que p0 = patm, onde patm a presso atmosfrica. Com isso a expresso do
potencial pode ser simplificada para:
1
= ( p patm ) + z ,
e os potenciais de fluxo nos pontos de entrada e de sada do meio poroso so dados por:
1
1 = ( p1 patm ) + z1
e
1
2 = ( p2 patm ) + z 2 ,
onde p1 = patm + (hL) a presso na entrada do meio poroso, z1 = L a altura, em relao ao nvel
de referncia, da entrada do meio poroso, p2 = patm a presso na sada do meio poroso e z2 = 0 a
altura, em relao ao nvel de referncia, da sada do meio poroso. Portanto,
1
1 = [ patm + (h L) patm ] + L = h ,
1
2 = ( patm p atm ) + 0 = 0
h0
t =0
dh = k dt
h L
ou ainda:
h
dh = k t dt ,
h
L t =0
h0
cujo resultado :
h
k
ln = t ,
h
L
0
3-13
k
h = h0 exp
t .
L
Parte (b):
Tomando o logaritmo neperiano da equao da altura de gua deduzida na parte (a) podese escrever que:
k
t
L
ou, usando o logaritmo decimal e lembrando que lny = 2,303logy, onde log representa o logaritmo
decimal:
k
t.
log h = log(h0 )
2,303L
Esta equao pode ser escrita de maneira compacta como:
log h = log(h0 ) + mt ,
onde:
k
m=
.
2,303L
Portanto, um grfico de logh versus t resultar em uma linha reta com coeficiente angular m, a partir
do qual pode-se calcular a permeabilidade absoluta do meio poroso:
ln h = ln(h0 )
k = 2,303
Lm
.
___________________________
Permeabilidade constante;
Para o desenvolvimento das equaes ser utilizado um elemento de meio poroso atravs
do qual est ocorrendo o fluxo de um fluido, cuja saturao igual a 100%, ou seja, o nico fluido
presente no meio. O elemento em questo, tal como esquematizado na Figura 3.5, tem a forma de
3-14
z
x
y
z
x
y
Figura 3.5 Elemento de meio poroso.
qx
qx
x+x
Tanto a face A como a face A' so retngulos que tm lados y e z, ou seja, tm uma rea igual a
(yz). Da mesma forma, as faces normais s direes y e z tm respectivamente as reas (xz) e
(xy).
3-15
(3.64)
(3.65)
Como q representa a vazo volumtrica, isto , volume por unidade de tempo, deve ser multiplicada
pela massa especfica, , para se obter a vazo expressa em termos de massa, uma vez que se deseja
trabalhar com conservao de massa. Assim:
Vazo de massa que entra = (q x ) x
(3.66)
(3.67)
A massa total que penetrou no meio poroso atravs da face A e a massa que saiu atravs da
face A' durante o intervalo de tempo t so, respectivamente:
Massa que entrou = t (q x ) x
(3.68)
(3.69)
Se por acaso o fluxo do fluido houvesse ocorrido apenas na direo x, a massa acumulada
dentro do meio poroso durante o espao de tempo considerado seria exatamente a diferena entre a
massa que entrou e a massa que saiu nessa direo. Dessa maneira:
Massa acumulada = t ( q x )x ( q x ) x+ x
].
(3.70)
O mesmo estudo pode ser feito para o movimento do fluido nas direes y e z, obtendo-se as
parcelas:
[(
Massa acumulada = t q y
)y (q y )y + y ]
(3.71)
],
(3.72)
para a direo y, e:
Massa acumulada = t ( q z )z ( q z )z + z
para a direo z. Como o fluxo est ocorrendo nas trs direes, a massa total acumulada igual
soma das trs parcelas. Assim:
+ t ( q z ) z ( q z ) z + z
] + t [(q ) (q ) ]
].
y+ y
(3.73)
A variao de massa dentro do elemento de meio poroso pode ser obtida tambm por meio
de um balano de materiais. A massa acumulada durante o intervalo de tempo t a diferena entre
a massa existente no meio poroso no final do intervalo de tempo e a massa existente no comeo do
intervalo. Considerando-se que o incio do intervalo de tempo seja um instante t qualquer, o final do
3-16
intervalo ser (t+t). As massas dentro do meio poroso nos instantes t e (t+t) so dadas, respectivamente, por:
Massa no incio = (x y z ) t
(3.74)
(3.75)
A diferena entre essas duas parcelas a massa acumulada durante o intervalo de tempo. Dessa
maneira:
(3.76)
Quaisquer que sejam os caminhos escolhidos para o clculo da massa acumulada, os resultados obtidos devem ser iguais. Portanto, as Eqs. (3.73) e (3.76) devem ser iguais, fornecendo:
[
] + t [(q ) (q ) ] +
] = x y z [( ) ( ) ]
t [( q ) ( q )
t ( q x ) x ( q x ) x + x
y + y
t +t
z + z
(3.77)
.
( q x ) x (q x ) x + x
xyz
(q y ) y (q y ) y + y
xyz
(q z ) z (q z ) z + z
xyz
( ) t + t ( ) t
(3.78)
O quociente entre a vazo q e a rea atravs da qual o fluxo est ocorrendo, por definio,
chamada de velocidade aparente do fluido. Assim, o quociente entre a vazo qx e a rea A a
velocidade aparente do fluido na direo x, que normalmente representada por vx. Como a rea A
igual ao produto (yz), a velocidade aparente na direo x dada pela expresso:
q
vx = x .
(3.79)
yz
Da mesma forma as expresses das velocidades aparentes nas direes y e z so dadas, respectivamente, por:
qy
(3.80)
vy =
xz
e
q
vz = z .
(3.81)
xy
Substituindo-se as Eqs. (3.79), (3.80) e (3.81) na Eq. (3.78) obtm-se:
(v x ) x (v x ) x + x
x
(v y ) y (v y ) y + y
y
(v z ) z (v z ) z + z
z
() t + t () t
t
(3.82)
3-17
(v x ) + v y + (v z ) = ( ) .
(3.84)
x
y
z
t
( )
A Eq. (3.84), apesar da sua aparente sofisticao, apenas um balano de massa que pode
ser expresso em palavras do seguinte modo: A diferena entre a massa que entra e a massa que sai
nas trs direes de fluxo igual variao de massa dentro do meio poroso.
vz =
k z
.
z
(3.88)
= ( ) .
(3.89)
x x y
y z z t
A Eq. (3.89) apresenta-se ainda em uma forma bastante geral, sendo necessria a introduo de simplificaes e condies de contorno para reproduzir as diferentes situaes em que um
reservatrio pode se apresentar. Nos casos em que os efeitos gravitacionais sobre o fluxo so
desprezveis (fluxo horizontal, por exemplo), o potencial pode ser substitudo pelo quociente entre a
3-18
presso e o peso especfico do fluido (p/), resultando na seguinte equao diferencial para o
escoamento do fluido:
kx p ky p kz p
= ( ) .
(3.90)
x x y y z z t
=
,
(3.92)
x c x
p 1
=
y c y
(3.93)
p 1
=
.
z c z
(3.94)
A utilizao das expresses dadas nas Eqs. (3.92), (3.93) e (3.94) na Eq. (3.90) resulta em:
k x 1 k y 1 k z 1
= ( ) ,
x c x y c y z c z t
onde c a compressibilidade do lquido.
O desenvolvimento do lado direito da Eq. (3.95) produz:
( ) = + .
t
t
t
(3.95)
(3.96)
p 1
=
t c t
(3.98)
p
=cf
,
t
t
(3.99)
3-19
1
.
=cf
t
c t
(3.100)
( ) = c + c f .
t
c
t
(3.101)
( ) = ct ,
(3.102)
t
c t
e a substituio da Eq. (3.102) na Eq. (3.95) resulta na equao diferencial:
k x 1 k y 1 k z 1 ct
+
+
.
x c x y c y z c z c t
(3.103)
k x
+
k y
+
k z
= ct
.
(3.104)
x x y y z z
t
Para um meio poroso homogneo e isotrpico as permeabilidades nas trs direes so iguais, ou seja, k x = k y = k z = k . Neste caso a Eq. (3.104) reduz-se a:
2
x2
2
y2
2
z 2
ct
.
k t
(3.105)
Como comum se medir as presses dos fluidos no reservatrio ao invs da sua massa
especfica, conveniente escrever a Eq. (3.105) em termos da presso. Partindo-se da propriedade
das derivadas (a derivada segunda a derivada da derivada primeira) e utilizando a Eq. (3.92),
obtm-se:
p
2 p
p
2 p
p
=
c
= c
.
+
c
=
c
+ c 2
2
2
2
x
x
x
x
x
Similarmente, os termos em y e z resultam em:
=
2
y2
= c
2 p
+ c 2
2
y
y
(3.106)
(3.107)
2
z 2
= c
2 p
p
.
+ c 2
2
z
z
Tambm o lado direito da Eq. (3.105) pode ser desenvolvido, resultando em:
ct ct
p
=
c
.
k t
k
t
Substituindo as Eqs. (3.106), (3.107), (3.108) e (3.109) na Eq. (3.105) produz:
(3.108)
(3.109)
3-20
2 p
p
p
p
ct
2 p
2 p
p
+ c 2 + c 2
+ c 2 + c 2
=
c 2 + c
.
c
z
k
t
x
y
z
(3.110)
p
0 ,
c 2
x
p
0 ,
c 2
y
p
0 .
c 2
z
(3.111)
2 p
x
2 p
y
2 p
z
1 p
.
t
(3.114)
As equaes diferenciais deduzidas nesta seo admitem que somente um fluido satura o
meio poroso. Na prtica sabe-se que h sempre a presena de pelo menos mais um fluido (gua) no
meio poroso. No caso de um meio poroso saturado com gua e leo, por exemplo, em que somente o
leo esteja fluindo (fluxo monofsico), a teoria apresentada, bem como as solues da equao da
difusividade a serem discutidas nas prximas sees, continuam vlidas desde que a compressibilidade total seja calculada por:
ct = c o S o + c w S w + c f
(3.115)
e que a permeabilidade absoluta seja substituda pela permeabilidade efetiva ao leo (ko).
a) Fluxo linear
Para um sistema de fluxo linear, ou seja, quando h apenas uma direo de fluxo, a direo
x, por exemplo, os termos referentes s direes y e z so iguais a zero e a equao da difusividade
se reduz a:
2 p
x2
ct p
.
k t
3-21
(3.116)
Regime permanente
As equaes para regime de fluxo permanente, apresentadas neste item, descrevem o movimento de um fluido em um meio poroso linear limitado, de comprimento L e rea aberta ao fluxo
A, conforme o esquema mostrado na Figura 3.7.
qw
pw
pe
A
L
qw
x
0
Figura 3.7 Fluxo linear em um reservatrio com alimentao no limite externo.
Est havendo uma alimentao externa com vazo qw constante, e uma produo tambm com vazo
qw constante no ponto x = 0. A vazo constante tanto no tempo como no espao. Nesse regime de
fluxo, assim como a vazo, a presso no varia com o tempo. Dessa forma, a equao da difusividade tem o seu lado direito igual a zero, ou seja:
ct p
=0,
(3.117)
k t
tomando ento o seguinte aspecto:
d2p
d x2
=0.
x = L p( x) = p e .
(3.118)
(3.119)
q ( x) = v x A ,
(3.121)
3-22
(3.122)
Derivando-se a Eq. (3.120), que uma expresso da presso em funo da posio, obtm-se a
variao da presso com a distncia:
p pe p w
=
.
(3.123)
x
L
Substituindo as Eqs. (3.122) e (3.123) na Eq. (3.121) obtm-se:
k pe p w
q( x ) =
A.
(3.124)
Como j foi dito anteriormente e pode ser observado na Eq. (3.124), a vazo independe da
posio x. Desse modo pode-se dizer que:
kA ( pe p w )
qw = q L = q =
,
(3.125)
L
onde qL a vazo no limite externo, ou seja, no ponto x = L. Desta equao conclui-se que:
pe p w q w
=
.
L
kA
A substituio, na Eq. (3.120), do gradiente de presso pelo seu equivalente obtido na Eq.
resulta na seguinte expresso:
q
p( x ) = p w + w x .
kA
A Eq. (3.125) pode ser escrita de forma compacta como:
kA
q=
p .
L
Definindo-se a queda de presso adimensional como sendo:
kA
pD =
p ,
qL
(3.126)
(3.126),
(3.127)
(3.128)
(3.129)
pD = 1 .
(3.130)
Assim, a Eq. (3.125) pode ser escrita em outros sistemas de unidades com o auxlio das tabelas do
Apndice L. Por seu turno, a Eq. (3.127) pode ser escrita como:
q L x
p( x ) = p w + w .
(3.131)
kA L
Com o auxlio das tabelas do Apndice L a Eq. (3.131) pode ser escrita em outros sistemas de
unidades.
Regime pseudopermanente
O comportamento de fluxo em um meio poroso limitado, sem alimentao externa, como
esquematizado na Figura 3.8, descrito pelas equaes do regime pseudopermanente, tambm
conhecido como regime semipermanente, ou ainda, segundo alguns autores, como regime depletivo
ou estado de depleo (depletion state). O termo depleo deve-se ao fato de que no regime
3-23
pw
A
qw
0
Figura 3.8 Fluxo linear em um reservatrio selado no limite externo.
Nesse tipo de sistema a produo o resultado da expanso do fluido e da reduo do volume poroso da rocha, decorrentes da diminuio da presso. A soluo da equao da difusividade
para esse tipo de regime encontrada utilizando-se, entre outros conceitos, a compressibilidade total
do sistema, que o resultado da combinao das compressibilidades da rocha e do fluido, e dada
pela seguinte expresso:
1 V
ct =
,
(3.132)
Vp p
onde o volume poroso dado por V p = L A , p a variao de presso e V a produo de
fluido decorrente dessa variao de presso. Em termos diferenciais essa equao pode ser expressa
por:
1 V
ct =
.
(3.133)
Vp p
Introduzindo-se a expresso do volume poroso na Eq. (3.133) e em seguida derivando-se o resultado
em relao ao tempo obtm-se:
p
V
c t L A
=
.
(3.134)
t
t
A variao do volume V em relao ao tempo igual vazo medida no ponto x = 0, ou seja:
V
= q( x = 0) = q w = constante .
(3.135)
t
Substituindo-se a Eq. (3.135) na Eq. (3.134):
qw
p
=
= constante .
t
ct L A
(3.136)
A substituio da Eq.(3.136) na equao da difusividade para fluxo linear, Eq. (3.116), resulta em:
2 p
x
ct
k
qw
c LA ,
t
(3.137)
3-24
ou ainda:
2 p
x2
qw
.
kLA
x = L x = 0.
(3.138)
(3.139)
A segunda condio de contorno da Eq. (3.139) estabelece que a face externa selada, isto
, o gradiente de presso atravs dessa face igual a zero. Desse modo, ao contrrio do regime
permanente, no existe uma alimentao externa repondo o fluido que vai sendo produzido. Assim
sendo, haver uma reduo na quantidade de fluido no meio poroso, com uma conseqente queda de
presso ao longo do tempo.
Resolvendo-se a equao da difusividade, Eq. (3.138), e substituindo-se as condies de
contorno, conforme est mostrado no Apndice E, obtm-se:
q
q x2
p( x) = p w + w x w
(3.140)
kA
kL A 2
ou ainda:
p( x) = p w +
2
q wL x 1 x
.
k A L 2 L
(3.141)
Conforme apresentado no caso do regime permanente, a Eq. (3.141) pode ser escrita em outros
sistemas de unidades com o auxlio das tabelas do Apndice L.
Com a Eq. (3.141) pode-se calcular a presso em qualquer ponto do meio poroso em qualquer instante, a partir da presso existente no limite de produo, pw. Como se pode ver, essa
soluo uma equao tambm do tipo p = f(x), ou seja, funo apenas da posio e bastante
parecida com a soluo do regime permanente. Apesar disso, sabe-se que existe uma dependncia do
tempo, de tal modo que esse regime no poderia ser chamado de permanente. Na verdade, tanto a
presso pw na face x = 0, como a presso pe no limite externo do reservatrio, variam uniformemente
com o tempo. Dessa maneira, a Eq. (3.141) representa a distribuio das presses no meio poroso
em um determinado instante. Em um instante seguinte, a presso na face x = 0 ter outro valor,
resultando em outros valores para as presses no interior do meio poroso.
A partir da Eq. (3.141) pode-se obter uma expresso para a vazo no ponto de coordenada
x = 0, isto , uma expresso para qw. Usando uma nomenclatura semelhante do caso de fluxo
permanente, pode-se estabelecer que, quando x = L, ou seja, no limite externo do meio poroso, p(x)
= pe. Substituindo esses valores na Eq. (3.141) produz-se:
q L
(3.142)
p ( L) = pe = p w + w
,
2kA
de onde se escreve que:
2kA ( pe p w )
qw =
.
(3.143
L
___________________________
3-25
Exemplo 3.2 Deduzir uma equao para o clculo da presso mdia no interior de um meio
poroso limitado, que produz com vazo constante qw na face x = 0, sujeito a um regime de fluxo
pseudopermanente. Expressar a soluo como uma funo da presso pw no ponto x = 0.
Soluo:
A presso mdia no meio poroso pode ser calculada pela equao:
L
pdV
p=
dV
p( Adx)
=
pdx
=
Adx
0
L
dx
1
pdx .
L 0
(3.144)
2
q w L x 1 x
pdx
=
p
+
dx =
kA L 2 L
q L
L p w + w .
k A 3
(3.145)
Substituindo a Eq. (3.145) na Eq.(3.144) obtm-se a expresso para a presso mdia em funo da
presso pw no ponto x = 0:
q L
(3.146)
.
p = pw + w
3kA
___________________________
Regime transiente
Para a deduo da equao para regime transiente supe-se um meio poroso de comprimento teoricamente infinito, de seo reta constante A, produzindo com uma vazo constante qw
atravs da face localizada no ponto x = 0, conforme est esquematizado na Figura 3.9.
x
A
qw
Nessas condies no existem simplificaes para a equao da difusividade. Ela permanece na sua
forma inicial, Eq. (3.116), e a sua soluo do tipo p = f (x,t). Ento:
2 p ct p
=
.
(3.147)
k t
x2
3-26
p( x,0) = pi , x > 0.
(3.148)
A condio de contorno interna representa matematicamente o fato de que se deseja obter a soluo
para vazo constante no ponto x = 0. Ento,
p
q
= w , t > 0.
(3.149)
x x =0 k A
Como o reservatrio infinito, no limite externo a presso permanece igual inicial, gerando a
condio de contorno externa:
lim p( x, t ) = pi .
(3.150)
x
A resoluo da Eq. (3.147), submetida s condies estabelecidas nas Eqs. (3.148), (3.149)
e (3.150), encontra-se no Apndice E e dada por:
x
q 4 t
exp( x 2 / 4t ) x erfc
p ( x, t ) = p i w
(3.151)
4 t
kA
ou
p ( x, t ) = p i
q w L 4t
x
exp( x 2 / 4t ) erfc
2
k A L
L
,
4 t
x
(3.152)
erfc() =
z2
dz ,
(3.153)
xD = x / L ,
(3.154)
tD =
t
2
kt
(3.155)
c t L2
(3.156)
4t D
exp( x D2 / 4t D ) x D erfc
xD
4tD
(3.157)
Conforme pode ser observado, a introduo das chamadas variveis adimensionais (neste
caso, xD, tD e pD) permite a obteno de uma soluo geral para o comportamento da presso, ou
seja, independente das dimenses e das demais propriedades do meio poroso. Uma das tabelas do
Apndice L apresenta as definies das variveis adimensionais em diversos sistemas de unidades.
3-27
x = 0 p(0, t ) = p w (t ) ,
(3.158)
resultando na expresso:
p w (t ) = pi
q w L
kA
4t
L2
(3.159)
4t D
,
(3.160)
onde:
p wD (t D ) =
kA
[ p i p w (t )] .
q w L
(3.161)
___________________________
Exemplo 3.3 Um reservatrio est sendo produzido com vazo constante atravs de um poo
verticalmente fraturado. Outros dados so:
Permeabilidade da formao..................................................... k = 20 md
Viscosidade do leo no reservatrio.......................................... = 0,8 cp
Fator volume-formao do leo................................................ Bo = 1,2 m3/m3std
Comprimento total da fratura...................................................
W = 200 m
Espessura da formao.............................................................
h = 20 m
Porosidade da rocha.................................................................
= 0,18
Compressibilidade total do sistema........................................... ct = 150106 (kgf/cm2)1
Vazo de leo...........................................................................
qo = 400 m3std/d
Calcular:
(a) A queda de presso no poo nos instantes 0,1; 1 e 10 horas aps o incio da produo.
(b) A queda de presso a 100 m do poo, medidos perpendicularmente ao plano de fratura, nos
instantes mencionados em (a).
Soluo:
O sistema em questo pode ser representado por um meio poroso linear infinito que produz
atravs de uma face. Nesse caso a queda de presso em qualquer ponto do reservatrio dada pela
Eq. (3.152), onde a vazo qw, medida em condies de reservatrio, igual a qoBo, ou seja, qw =
qoBo. Assim, no sistema de unidades do exemplo (Sistema Petrobras de unidades), a Eq. (3.152)
passa a ser expressa por:
x
119,6q o Bo 4t
,
p( x, t ) =
exp( x 2 / 4t ) x erfc
4t
kA
3-28
Parte (a):
No poo (x = 0) a queda de presso dada pela expresso:
p w (t ) = p( x = 0, t ) =
p w (t ) = 0,287
119,6qo Bo
kA
4t
4 322,6 t
= 5,82 t (h)
pw(t) (kgf/cm2)
t (h)
0,1
1
10
1,8
5,8
18,4
Parte (b):
x2
100 2
=
= 7,75 h
4 4 322,6
x
4
= 2,78 h1 / 2
4
4 322,6
=
= 20,3
t (h)
2,78/ t
erfc (2,78 / t )
p(100,t) (kgf/cm2)
0,1
8,80
1,51035
2,78
10
0,88
7,810
0,2133
104
2,4
___________________________
b) Fluxo radial
Considerando-se que o fluxo ocorre apenas no plano xy, ou seja, que no h fluxo no sentido vertical, a Eq. (3.105) passa a ser escrita como:
2 2 ct
+
=
.
(3.162)
k t
x2 y 2
Quando expressa em coordenadas cilndricas, Figura 3.10, a Eq. (3.162) apresenta a seguinte forma:
2 1 1 2 ct
+
+
=
.
(3.163)
k t
r 2 r r r 2 2
3-29
y
r
x = r cos
y = r sen
x
Figura 3.10 Coordenadas cilndricas - sistema radial de fluxo.
Como o fluxo ocorre radialmente, o termo que expressa a variao da massa especfica em
relao a , ou seja, (2/2), igual a zero. Assim, a Eq. (3.163) reduz-se a:
2 1 ct
+
=
.
(3.164)
k t
r 2 r r
Com o auxlio da equao da compressibilidade esta equao pode ser alterada, resultando uma
expresso em termos de presso:
2 p
p
ct p
1
p
+ c
+ c 2
= c
,
2
r
r
k t
r
r
(3.165)
ou ainda:
2
2 p
p
1 p ct p
+
+ c
=
.
2
r r
k t
r
r
(3.166)
p
0 .
c
r
(3.167)
2 p
r
1 p ct p
=
r r
k t
(3.168)
ou:
1 p ct p
r
=
.
r r r
k t
(3.169)
Regime permanente
As equaes para regime permanente, apresentadas neste item, descrevem o movimento do
fluido em um meio poroso cilndrico, de raio da base igual a re e altura h, com um poo de raio rw
situado no seu centro, conforme ilustra a Figura 3.11.
3-30
qw
Poo
re
Alimentao externa
Esse meio poroso recebe uma alimentao externa contnua e constante, de tal maneira que o fluido
produzido atravs do poo reposto simultaneamente atravs da fronteira externa. Devido a essa
alimentao a vazo permanece constante no espao e no tempo.
Devido alimentao externa a presso em cada ponto no varia com o tempo. Assim, o
lado direito da equao da difusividade hidrulica igual a zero, ou seja:
ct p
=0.
(3.170)
k t
Desaparece assim a dependncia do tempo, ficando a equao apenas com termos dependentes de r,
e a sua soluo , portanto, uma expresso do tipo p(r). Ento,
1 d dp
r
=0,
(3.171)
r d r d r
com as condies de contorno:
r = rw p(rw ) = p w
r = re p(re ) = pe .
(3.172)
De acordo com o Apndice F, a resoluo da equao da difusividade nessa sua forma simplificada, Eq. (3.171), e a aplicao das condies de contorno, Eq. (3.172), resultam na seguinte
expresso para fluxo radial, regime permanente:
p pw
p(r ) = p w + e
ln(r / rw ) .
(3.173)
ln(re / rw )
A Eq. (3.173) uma expresso que permite o clculo da presso em qualquer ponto dentro
do meio poroso. Em cada ponto a presso constante com o tempo de produo. A Figura 3.12
apresenta um diagrama de presso versus distncia para o fluxo radial, regime permanente. Pode-se
observar que a perda de carga maior ocorre nas proximidades do poo, onde a rea aberta ao fluxo
menor e a velocidade maior.
3-31
p
pe
p(r)
pw
rw
re
A Eq. (3.173) pode ser expressa tambm em termos de vazo. Lembrando que a velocidade
aparente a uma distncia qualquer do centro do poo, isto , em um raio qualquer, dada pelo
quociente entre a vazo e a rea aberta ao fluxo correspondente ao raio considerado, pode-se
escrever:
q
vr =
,
(3.174)
2rh
onde o sinal negativo introduzido para tornar a vazo de produo positiva. Como o fluxo
permanente, a vazo a mesma em qualquer ponto, isto , q = qw. Assim,
q
vr = w .
(3.175)
2rh
A velocidade pode ser dada tambm pela equao de Darcy:
k dp
vr =
.
(3.176)
dr
Igualando-se as duas equaes anteriores:
qw
k dp
=
.
2rh d r
(3.177)
A variao da presso com a distncia, (dp/dr), pode ser obtida derivando-se a Eq. (3.173):
p pw 1
dp
.
= e
(3.178)
d r ln(re / rw ) r
Substituindo a Eq. (3.178) na Eq. (3.177) chega-se seguinte expresso:
pe p w
q
= w .
ln(re / rw )
2kh
(3.179)
Finalmente, substituindo a Eq. (3.179) na Eq. (3.173) obtm-se uma expresso para p(r) em termos
da vazo do poo e das propriedades da rocha e do fluido:
q r
.
p(r ) = p w + w ln
(3.180)
2k h rw
a vazo:
Fazendo r = re e p(r = re) = pe na Eq. (3.180) pode-se ainda obter a seguinte expresso para
3-32
qw =
2k h( pe p w )
.
ln(re / rw )
(3.181)
(3.182)
(3.183)
p wD = ln(re / rw ) .
(3.184)
rD = r / rw ,
(3.185)
p wD = ln reD ,
(3.186)
reD = re / rw .
(3.187)
onde:
Assim, a Eq. (3.181) pode ser escrita em outros sistemas de unidades com o auxlio das tabelas do
Apndice L.
Empregando-se o mesmo procedimento utilizado no Exemplo 3.2 para fluxo linear pseudopermanente pode-se obter uma equao da vazo em funo da presso mdia no reservatrio. A
presso mdia pode ser calculada por uma mdia ponderada em relao ao volume drenado,
conforme apresentado no Exemplo 3.2:
re
re
re
rw
re
rw
rw
re
pdV
p=
dV
rw
re
2r (dr )h
rw
prdr
(3.188)
rdr
rw
Regime pseudopermanente
Para a deduo das equaes para fluxo radial, regime pseudopermanente, tomou-se um
meio poroso cilndrico de altura h e com a lateral externa selada, conforme o esquema mostrado na
Figura 3.13.
3-33
qw
Poo
re
Como no existe alimentao externa, a produo vai acontecer em decorrncia da expanso do fluido e da reduo do volume poroso. Assim como no caso do fluxo linear, o ponto de
partida a equao da compressibilidade:
1 V
ct =
,
(3.190)
Vp p
onde o volume poroso agora, desprezando-se o raio do poo, dado pela expresso:
V p = re2 h .
Substituindo a Eq. (3.191) na Eq. (3.190) e derivando em relao ao tempo obtm-se:
p
V
ct re2 h
=
.
t
t
(3.191)
(3.192)
Fazendo (V/t) igual a qw, vazo constante no poo, e explicitando a derivada da presso em
relao ao tempo, obtm-se:
qw
p
=
= constante .
(3.193)
t
ct re2 h
A substituio da expresso anterior na Eq. (3.169) resulta em:
q
1 p
r
= w 2 .
r r r
k re h
As condies de contorno para o regime de fluxo radial pseudopermanente so:
r = rw p(r ) = p w
r = re r = 0.
(3.194)
(3.195)
Resolvendo a Eq. (3.194) utilizando as condies de contorno dadas na Eq. (3.195), conforme mostrado no Apndice F, chega-se seguinte equao para o fluxo radial pseudopermanente:
q r
r2
p(r ) = p w + w ln
(3.196)
.
2 k h rw 2 re2
Como no caso do sistema de fluxo linear, a Eq. (3.196) fornece a presso como uma funo
apenas da posio, isto , no aparece a dependncia do tempo. Entretanto, possvel encontrar uma
3-34
equao, tambm deduzida no Apndice F, com a qual se pode calcular a presso no poo em
qualquer tempo:
r 3
q 2 kt
p w (t ) = pi w
+ ln e
(3.197)
,
2
2k h ct r e
rw 4
onde pi a presso inicial do reservatrio.
Combinando-se as Eqs. (3.196) e (3.197) pode-se escrever uma equao para o clculo da
distribuio de presso no meio poroso como uma funo do tempo:
r r2
r 3
q 2 kt
+
+ ln e
p ( r , t ) = pi w
ln
(3.198)
.
2
2
2k h ct r e
rw 2re
rw 4
Definindo-se a distncia radial adimensional como:
rD = r / rw ,
(3.199)
tD =
t
rw2
kt
(3.200)
ct rw2
(3.201)
p D (rD , t D ) =
2t D
2
r eD
ln rD +
1 rD
2 reD
3
+ ln reD .
De maneira similar a Eq. (3.197) pode ser escrita em variveis adimensionais como:
2t
3
p D (rD = 1, t D ) p wD (t D ) = 2D + ln reD .
4
r eD
(3.202)
(3.203)
Usando as tabelas do Apndice L as Eqs. (3.202) e (3.203) podem ser expressas em diversos
sistemas de unidades.
A Figura 3.14 apresenta diagramas de presso versus distncia em um sistema sujeito ao
fluxo radial, regime pseudopermanente. Cada curva a representao da Eq. (3.198) para um tempo
diferente. Uma das caractersticas dessas curvas que elas so horizontais no ponto r = re, ou seja,
as suas inclinaes so nulas no limite externo do reservatrio, conforme preconiza a condio de
contorno externa apresentada na Eq. (3.195). Essa condio de contorno externa representa o fato de
que, como o reservatrio selado (limitado e sem alimentao externa), no h fluxo no limite
externo, o que requer, de acordo com a lei de Darcy, que o gradiente de presso seja nulo.
3-35
p
t1
t2
pe
t3
pw
rw
re
Da Eq. (3.196) pode-se ainda obter uma expresso para o clculo da vazo qw, no poo.
Fazendo-se r = re , p ser igual a pe. Assim:
q r 1
pe = p w + w ln e ,
(3.204)
2k h rw 2
de onde obtm-se:
qw =
2k h ( pe p w )
.
re 1
ln
rw 2
(3.205)
Empregando-se o mesmo procedimento utilizado no Exemplo 3.32 para fluxo linear pseudopermanente e tambm no caso de fluxo radial permanente, pode-se obter uma equao da vazo
em funo da presso mdia do reservatrio2:
2k h ( p p w )
(3.206)
qw =
.
re 3
ln
rw 4
A presso mdia em um reservatrio de leo limitado de geometria qualquer, ou seja, no
necessariamente linear ou radial, pode ser obtida atravs de um balano de materiais, que, neste
caso, nada mais do que a equao da compressibilidade:
1 V
ct =
,
(3.207)
V p p
onde ct a compressibilidade total do sistema e Vp o volume poroso do reservatrio, dado por Vp =
Ah, sendo A neste caso a rea do reservatrio (vista em planta), e no a rea aberta ao fluxo como
na geometria de fluxo linear. No caso da produo do reservatrio, V corresponde ao volume
produzido, ou seja, V = NpBo, sendo Np a produo acumulada de leo medida em condiespadro, e a queda da presso mdia do reservatrio p = pi p , onde p a presso mdia aps a
produo do volume Np. Portanto:
1 N p Bo
ct =
,
(3.208)
Ah pi p
Vide apndice F.
3-36
p = pi
N p Bo
Ahct
Se o poo produz com vazo de leo constante qo, ento Np = qot e, assim:
q B
p = pi o o t .
Ahct
(3.209)
(3.210)
Conforme foi discutido anteriormente, a Eq. (3.136), para fluxo linear, e a Eq. (3.193), para fluxo radial, mostram que a taxa de queda da presso em qualquer ponto do meio poroso
constante durante o perodo de fluxo pseudopermanente, ou seja, dp/dt = constante, o que indica que
a taxa de queda da presso mdia tambm igual a essa constante. O valor dessa taxa pode ser
obtido derivando-se a Eq. (3.210) em relao ao tempo:
q B
dp
= o o .
(3.211)
dt
Ahct
Ento, durante o fluxo pseudopermanente a queda de presso dada por:
q B
dp dp
=
= o o ,
dt dt
Ahc t
(3.212)
onde, conforme foi mencionado, A a rea horizontal do reservatrio e h a sua espessura, qualquer
que seja a geometria de fluxo.
Regime transiente
As equaes para o regime transiente so obtidas supondo que o meio poroso seja plano,
horizontal e infinito lateralmente, tenha uma espessura h uniforme, e produza atravs de um nico
poo, com uma vazo constante qw. A soluo apresentada aqui para este tipo de reservatrio
chamada de soluo da linha fonte, tambm conhecida como soluo da fonte linear, pois supe
que o poo seja uma linha (rw 0) para onde o fluido se desloca e atravs da qual ocorre a produo. Nessa situao deve-se partir da equao da difusividade para fluxo radial na sua forma inicial,
1 p ct p
r
=
,
(3.213)
r r r
k t
com o objetivo de se obter uma soluo do tipo p = f(r,t).
So as seguintes as condies inicial e de contorno utilizadas para a soluo da equao da
difusividade:
Condio inicial:
(3.214)
Esta a condio de presso inicial uniforme e igual a pi em todo o meio poroso, a menos do ponto
de coordenada r = 0. Para que tenha incio o fluxo necessria uma alterao na presso nesse ponto
no instante t = 0.
Condio de contorno externa:
lim p(r ,t ) = pi .
(3.215)
r
Esta condio estabelece que o reservatrio infinito, ou seja, qualquer que seja o tempo de
produo (ou de injeo), sempre haver um ponto do reservatrio em que a presso a original.
Condio de contorno interna:
3-37
A = 2rh .
(3.217)
(3.218)
p
q
=
.
2kh
r
(3.219)
(3.220)
A soluo da Eq. (3.213), submetida s condies dadas pelas Eqs. (3.214), (3.215) e
(3.220) , conforme demonstrado no Apndice F:
q
p(r ,t ) = pi + w Ei ( X ) , t > 0
(3.221)
4k h
ou
p(r ,t ) = pi +
qw 1
Ei ( X ) , t > 0,
2k h 2
(3.222)
onde:
X=
ct r 2
4k t
(3.223)
e
E i ( X ) = E i ( X ) =
d .
(3.224)
Ento,
p(r ,t ) = pi +
ct r 2
qw
Ei
4kh
4k t
= pi + q w
2kh
1 c r 2
t
Ei
2
4
k
t
p(r ,t ) = pi w Ei ( X ) = pi w Ei
2k h 2
2k h 2 4k t
(3.225)
(3.226)
3-38
p D (rD ,t D ) =
1 rD2
Ei
2 4t D
(3.227)
p
pi
t1
pw
t2
t3
t4
r
Figura 3.15 Comportamento da presso durante fluxo transiente em um sistema radial.
Para pequenos valores do argumento, a funo integral exponencial pode ser aproximada
por (Abramowitz & Stegun, 1964):
Ei ( X ) ln( X ) ,
(3.228)
onde = e0,57722 = 1,78108 e o nmero 0,57722 conhecido como constante de Euler. Essa aproximao apresenta erro menor do que 1% para X < 0,025. Nesse caso, a equao da presso pode ser
escrita do seguinte modo:
q ct r 2
q 4k t
p(r,t ) = pi + w ln
= pi w ln
(3.229)
4k h 4k t
4k h ct r 2
ou:
p(r,t ) = pi +
q w 1 ct r 2
ln
2k h 2 4k t
= pi q w 1 ln 4k t
2k h 2 ct r 2
(3.230)
p D (rD ,t D ) =
1 4 t D
ln
2 rD2
(3.231)
De uma maneira geral, as aproximaes dadas pelas Eqs. (3.229) e (3.230) podem ser utilizadas para o clculo da presso no poo, j que nesse ponto normalmente satisfeita a condio:
ct r 2
X=
< 0,025
(3.232)
4k t
para pequenos valores de tempo. Ento:
p w (t ) = pi +
q w ct rw2
ln
4k h 4k t
= pi q w ln 4k t
4k h ct rw2
3-39
(3.233)
ou
p w ( t ) = pi +
q w 1 ct rw2
ln
2k h 2 4k t
= pi q w 1 ln 4k t
2k h 2 ct rw2
(3.234)
p wD ( t D ) p D (rD = 1,t D ) =
1 4tD
ln
2
(3.235)
Substituindo o valor de na Eq. (3.235) essa expresso ainda pode ser escrita como:
1
p wD ( t D ) = (ln t D + 0,80907) .
(3.236)
2
As solues da equao da difusividade apresentadas at este ponto neste texto foram desenvolvidas admitindo-se que o reservatrio esteja produzindo com vazo constante. Na prtica, no
entanto, muitas vezes essa condio no satisfeita. Neste caso, a soluo do problema pode ser
encontrada aplicando-se o chamado princpio da superposio de efeitos, a ser discutido na prxima
seo.
___________________________
Exemplo 3.4 Considere um sistema infinito que esteja produzindo atravs de um nico poo, com
as seguintes caractersticas:
Permeabilidade efetiva ao leo............................................... ko = 100 md
Viscosidade do leo no reservatrio....................................... o = 3,0 cp
Fator volume-formao do leo.............................................. Bo = 1,25 m3/m3std
Espessura da formao..........................................................
h=4m
Porosidade da rocha...............................................................
= 0,20
Compressibilidade total do sistema........................................ ct = 130106 (kgf/cm2)1
Vazo de leo........................................................................
qo = 35 m3std/d
Raio do poo..........................................................................
rw = 0,10 m
Calcular:
(a) A queda de presso no poo nos instantes 0,1; 1; 10 e 30 dias aps o incio da produo.
(b) A queda de presso em um ponto afastado 300 m do centro do poo, para os mesmos tempos de
produo do item (a).
Soluo:
Parte (a):
Para o clculo da presso no poo pode ser usada a Eq. (3.234), que no sistema de unidades deste exemplo escrita como:
p w (t ) = pi
Ento,
19,03qo Bo o
ko h
1 4 0,0003484 24 k t (d )
o
.
ln
o ct rw2
2
3-40
1 19,03qo Bo o 4 0,0003484 24 k o t (d )
ln
p w (t ) pi p w (t ) =
2
ko h
o ct rw2
4 0,0003484 24 100t (d )
1 19,03 35 1,25 3,0
p w (t ) =
ln
6
2
2
100 4
1,781 0,20 3,0 130 10 (0,10)
p w (t ) = 3,122 ln [2.407.636 t (d ) ] .
t (d )
pw(t) (kgf/cm2)
0,1
1
10
30
38,7
45,9
53,1
56,5
Parte (b):
Para o clculo da presso a uma distncia qualquer do poo deve ser usada a Eq. (3.226),
que no sistema de unidades deste exemplo escrita como:
p(r,t ) = pi
1 19,03qo Bo o
Ei ( X )
2
ko h
ou
p(r = 300,t ) = pi
Ei ( X ) = pi 3,122 Ei ( X ) ,
2
100 4
de onde se obtm:
X=
ct r 2
0,20 3,0 130 10 6 (300) 2
2,1
=
=
.
4 0,0003484 24 k o t (d )
4 0,0003484 24 100t (d )
t (d )
Ento,
0,1
1
10
30
21,00
2,10
0,21
0,07
Ei(X)
p(r = 300, t)
(kgf/cm2)
0
0,043
1,183
2,151
0,0
0,1
3,7
6,7
___________________________
Embora os diversos regimes de fluxo tenham sido estudados separadamente nesta seo,
em um reservatrio real geralmente ocorrem trs regimes de fluxo. Inicialmente o reservatrio se
comporta como se fosse infinito, e o comportamento da presso pode ser previsto utilizando-se as
equaes do regime transiente. Aps esse regime tem-se um perodo de transio, normalmente
3-41
A2
q2
A1
q1
A3
np poos
q3
A4
q4
Se os poos forem produzidos com vazes constantes q1, q2, ..., q n p , onde np o nmero de poos,
no longo tempo esses poos atingiro o regime de fluxo pseudopermanente, sendo que cada poo
drenar um volume proporcional sua vazo, como discutido por Matthews & Russel (1967). As
reas de drenagem de cada poo, dadas por A1, A2, ..., An p , sero delimitadas pelas linhas tracejadas
da Figura 3.16. Esses limites de drenagem (linhas tracejadas) so linhas atravs das quais no h
fluxo. Assim, o comportamento da presso nas reas de influncia de cada um desses poos
equivalente ao que seria obtido em um reservatrio selado externamente, com a mesma forma
geomtrica de cada uma dessas reas de drenagem.
O comportamento da presso em um reservatrio como o da Figura 3.16 pode ser determinado, por exemplo, atravs do uso do chamado mtodo da imagens, a ser apresentado na Seo 3.4.
Na Seo 3.6 tambm sero discutidas as equaes de fluxo para regimes estabilizados em reservatrios com diversas geometrias.
O tempo necessrio para se alcanar o regime pseudopermanente em um reservatrio com
uma geometria qualquer pode ser obtido utilizando-se o conceito de tempo adimensional. Nesse
caso comum o emprego de um novo tempo adimensional, definido agora usando-se como referncia a rea do reservatrio (ou a rea de drenagem do poo em um campo ou reservatrio j desenvolvido, como aquele mostrado na Figura 3.16), ao invs do raio do poo. Define-se ento:
3-42
r 2 t r 2 t
kt
t DA = t D w = 2 w =
=
.
A r A A c A
t
w
(3.237)
A Tabela K.3 do Apndice K apresenta os tempos adimensionais tDA para os quais o reservatrio se comporta ainda como infinito (regime transiente) e para os quais atingido o regime
pseudopermanente, considerando diversas geometrias de reservatrio e localizaes do poo
produtor. Nessa tabela, CA o chamado fator de forma ou fator de geometria de Dietz (1965),
utilizado para se generalizar a equao de fluxo pseudopermanente para outras geometrias alm da
radial, conforme ser discutido na Seo 3.6.
Como se observa na Tabela K.3, os tempos requeridos para se atingir o regime estabilizado
de fluxo (pseudopermanente) crescem medida que as geometrias dos reservatrios mais diferem de
um crculo e medida que aumenta a excentricidade do poo. Isto se deve ao fato de que, nesses
casos, os efeitos dos vrios limites externos do reservatrio so sentidos em diferentes tempos, a
depender da posio do poo, ou seja, limites que estejam mais prximos influenciam o comportamento da presso no poo antes de limites mais distantes. Com isso, o tempo maior para que os
efeitos de todos os limites estejam presentes no comportamento da presso, em relao ao que
ocorreria em uma geometria perfeitamente circular (fluxo radial).
De acordo com a Eq. (3.237), alm da geometria do sistema, tambm influenciam no tempo
necessrio para se obter um regime estabilizado de fluxo a porosidade (), a compressibilidade total
(ct), a rea do reservatrio (A) e a transmissibilidade, representada neste caso pelo quociente k/.
Quanto maior a rea, isto , quanto maior o tamanho do reservatrio, maior o tempo requerido. Por
outro lado, quanto maior a transmissibilidade, menor o tempo requerido. Isto significa que reservatrios mais permeveis, ou que contenham fluidos de menor viscosidade, atingiro um regime
estabilizado mais rapidamente que reservatrios menos permeveis ou portadores de fluidos mais
viscosos. Reservatrios portadores de fluidos muito compressveis (por exemplo: reservatrios de
gs) demoraro muito mais tempo para alcanarem um regime estabilizado de fluxo que aqueles que
contenham fluidos pouco compressveis (por exemplo: reservatrios de leo).
Se ao invs de somente poos produtores, houver no reservatrio tambm poos injetores,
possvel que se alcance o regime permanente de fluxo, ao menos em algumas regies desse
reservatrio, se as vazes de injeo e de produo, medidas em condies de reservatrio, forem
iguais.
Da discusso anterior pode-se concluir que em um reservatrio isolado, com um nico poo, a rea de drenagem definida pelos limites externos do reservatrio, enquanto em um reservatrio com vrios poos as posies dos limites externos das reas de drenagem dos poos dependem
das suas vazes. Esses limites so linhas imaginrias atravs das quais no h fluxo.
___________________________
Exemplo 3.5 Um reservatrio retangular, cujos lados so de 400 m e 200 m, produz com vazo
constante atravs de um nico poo, localizado no seu centro. Quanto tempo ser necessrio para
que se observe o regime pseudopermanente de fluxo? Compare o valor encontrado com o que seria
necessrio se o reservatrio fosse circular e possusse a mesma rea. Outras informaes do reservatrio so:
Permeabilidade efetiva ao leo............................................... ko = 300 md
Viscosidade do leo no reservatrio....................................... o = 4,0 cp
Espessura da formao..........................................................
h=7m
Porosidade da rocha...............................................................
= 0,16
Compressibilidade total do sistema........................................ ct = 8105 (kgf/cm2)1
3-43
Soluo:
De acordo com a Tabela K.3 do Apndice K, o tempo adimensional para se atingir o regime pseudopermanente em um reservatrio retangular, com poo no centro e relao entre os lados
de 2:1, dado por tDA = 0,3. Substituindo-se esse valor na definio de tempo adimensional dada
pela Eq. (3.237), que no sistema de unidades usado neste exemplo dada por:
t DA =
0,0003484kt
,
ct A
obtm-se:
0,3 =
0,0003484 300t
0,16 4 8 10 5 400 200
t = 11,8 h = 0,49 d.
Caso o reservatrio fosse circular, o tempo adimensional requerido para se alcanar o regime pseudopermanente seria de tDA = 0,1. Assim, o tempo real necessrio seria equivalente a um
tero do caso anterior, isto , seria de 3,9 horas ou 0,16 dias.
___________________________
q2
qN
t1
t2
t3
tN1
tN
Tempo de fluxo
3-44
(q1q0), (q2q1), (q3q2), ..., (qN qN1), durante os tempos tN, tN t1, tN t2, ..., tN tN1, respectivamente.
Admitindo que o reservatrio se comporte como se fosse infinito e utilizando a soluo da
linha fonte, a presso em qualquer ponto do sistema, para o caso de vazo constante qw, dada pela
Eq. (3.226):
q 1 ct r 2
p(r,t ) = pi w Ei
.
(3.238)
2k h 2 4k t
Ento, a queda de presso em relao inicial, p = pi p, para o caso de vazo constante :
q 1 c t r 2
.
p(r ,t ) p i p(r , t ) = w E i
(3.239)
2kh 2 4kt
No caso do esquema da Figura 3.17 a superposio de efeitos fornece para a queda de presso no
instante tN:
1 ct r 2
1 ct r 2
p(r,t N ) =
+ (q 2 q1 ) Ei
+
q1 Ei
2 k h 2 4k t N
2 4k (t N t1 )
(3.240)
1 ct r 2
1 ct r 2
+ ( q3 q 2 ) E i
+ ... + (q N q N 1 ) Ei
.
2 4k (t N t 2 )
2 4k (t N t N 1 )
Para se exemplificar a superposio de efeitos no espao pode-se considerar a situao em
que dois poos distintos, A e B, estejam produzindo com vazes constantes qA e qB de um reservatrio infinito. Admitindo-se que ambos os poos iniciem a produo simultaneamente, o clculo da
queda de presso em um ponto C do reservatrio obtido pela soma dos efeitos das produes dos
poos A e B, isto ,
pC = p A,C + p B,C ,
(3.241)
onde pA,C e pB,C representam as quedas de presso no ponto C, referentes s produes dos poos
A e B, respectivamente:
2
q 1 ct rAC
p A,C pi p(rAC , t ) = A Ei
(3.242)
2 k h 2 4k t
e
p B ,C pi p(rBC , t ) =
onde rAC e rBC so as distncias do ponto C aos
presso no ponto C :
2
q 1 ct rAC
pC = A Ei
2k h 2 4k t
qB
2k h
1 c r 2
t BC
Ei
2 4k t
(3.243)
q B
+
2 k h
1 c r 2
t BC
Ei
2 4k t
(3.244)
(3.245)
ou
pC =
2k h
1 c r 2
t AC
q A Ei
2 4k t
+ q B 1 Ei ct rBC
2 4k t
___________________________
3-45
Exemplo 3.6 Um poo fechado est localizado a 150 m de um poo produtor e a 300 m de um
segundo poo produtor. O primeiro produziu 40 m3 std/d durante 3 dias, ao fim dos quais o segundo
poo comeou a produzir 60 m3 std/d. Qual a queda de presso observada no poo fechado 8 dias
aps o incio da produo do primeiro poo? Outras informaes do reservatrio so:
Permeabilidade efetiva ao leo............................................... ko = 200 md
Viscosidade do leo no reservatrio....................................... o = 2,0 cp
Fator volume-formao do leo.............................................. Bo = 1,4 m3/m3std
h=3m
Espessura da formao..........................................................
Porosidade da rocha...............................................................
= 0,30
Compressibilidade total do sistema........................................ ct = 8105 (kgf/cm2)1
Soluo:
Aplicando o princpio da superposio de efeitos (tanto no espao como no tempo), a queda de presso no poo fechado calculada atravs da expresso:
p =
o Bo 1 o ct r12
q1 Ei
2k o h 2 4k o t1
+ q2 1 Ei o ct r2
2 4k o t 2
ou
p =
o Bo 1 r12
q1 Ei
2k o h 2 4t1
2
+ q2 1 Ei r2
2 4t 2
p =
1 19,03Bo o
2
ko h
r2
q1 Ei 1
4t1
+ q 2 Ei r2
4t
onde:
p =
40 Ei
2
200 3
4 34.840 8
4 34.840 5
3-46
totalmente o fluxo de fluidos e como o prprio nome indica apresentam-se em uma forma geomtrica simples (um plano vertical), possibilitam um tratamento analtico do problema.
Imagine o caso de um poo produtor A situado a uma distncia d de uma falha plana vrtical selante, conforme ilustra a Figura 3.18.
Poo A
A falha possui comprimento infinito e o reservatrio infinitamente extenso nas demais direes, ou
seja, nenhum outro limite do reservatrio (exceto a falha) ser observado durante a produo do
poo A.
O sistema mostrado na Figura 3.18 no infinitamente extenso em todos os sentidos, no
permitindo portanto a aplicao direta da soluo da fonte linear para reservatrio infinito. Porm,
fcil verificar que as linhas de fluxo no reservatrio da Figura 3.18 devero apresentar a conformao da Figura 3.19 caso o poo seja colocado em produo com vazo constante q.
Figura 3.19 Linhas de fluxo em um sistema com falha plana vertical selante.
O sistema semi-infinito da Figura 3.19 pode ser substitudo por um sistema infinito, utilizando-se o mtodo das imagens. Esta tcnica consiste em se colocar tantos poos quantos forem
necessrios, em um sistema infinito, de tal modo que a configurao das linhas de fluxo seja idntica
real. No caso considerado, basta a colocao de um poo imagem (A), a uma distncia d da falha
plana selante, o qual tambm estar produzindo com vazo q. Isso gera o sistema de linhas de fluxo
ilustrado na Figura 3.20.
Poo (q)
3-47
Figura 3.20 Aplicao do mtodo das imagens ao caso de uma falha plana vertical selante.
Fatores mecnicos ou mesmo geolgicos, tais como penetrao parcial da zona produtora,
canhoneio inefetivo, fluxo turbulento, reduo da espessura permevel ou quaisquer outras anomalias que impliquem em reduo da produtividade, so tambm normalmente classificados como dano
de formao. Muitas vezes as causas do dano de formao no se tornam conhecidas, mas seus
efeitos so evidenciados atravs de testes realizados nos poos.
Para exemplificar, imagine uma situao de poo danificado onde uma regio ao seu redor
se apresente com uma permeabilidade alterada, conforme mostrado na Figura 3.21.
ka
ka
rw
k
ra
3-48
Caso a permeabilidade da regio alterada (ka) seja menor que a permeabilidade da formao (k), o
fluido dever despender uma quantidade de energia adicional ao atravessar a regio alterada,
ocorrendo portanto uma maior queda de presso nas imediaes do poo.
Quando a regio alterada se restringe s imediaes do poo, normalmente se alcana uma
situao tal que o gradiente de presso varia bruscamente na interface das duas regies, e o perfil de
presso em um determinado instante aps o incio da produo poderia ser representado pela Figura
3.22.
pi
pa
pw
pw
ln rw
ka
k
ln ra
ln r
(3.247)
Essas duas equaes podem ser usadas para a determinao da queda de presso adicional devida
alterao da permeabilidade nas imediaes do poo:
k
r
2kh
( p w p w ) =
1 ln a .
(3.248)
q w
ka
rw
Nota-se que essa queda de presso independe do tempo e varia com a magnitude e profundidade da
alterao das caractersticas do reservatrio.
O modelo de efeito de pelcula foi criado para se representar matematicamente a situao
fsica descrita anteriormente. Nesse modelo admite-se que toda a queda de presso adicional devida
ao dano de formao ocorra em uma pelcula de espessura infinitesimal junto parede do poo,
conforme ilustra a Figura 3.23.
3-49
pi
pw
pw
lnrw
ps
ln r
Figura 3.23 Representao do efeito de pelcula.
Neste ponto da discusso pode ser definido um fator adimensional s, denominado fator de
pelcula (skin factor), que representa a queda de presso devida alterao das caractersticas do
reservatrio. Assim, a Eq. (3.248) pode ser escrita na forma:
2kh
( p w p w ) = s
(3.249)
qw
ou, simplesmente:
2kh
p s = s ,
q w
onde o termo ps representa a queda de presso devida ao efeito de pelcula.
Em um dado instante de tempo pode-se escrever que:
2kh
2kh
2kh
( pi p w ) =
( pi p w ) +
( p w p w ) .
qw
q w
q w
(3.250)
(3.251)
Conforme discutido anteriormente, para clculo da presso no poo, durante o regime transiente de
fluxo, normalmente pode ser empregada a aproximao logartmica em substituio soluo da
funo integral exponencial. Assim, usando-se as Eqs. (3.234) e (3.249) para representar, respectivamente, o primeiro e o segundo termos do lado direito da Eq. (3.251), esta ltima equao pode ser
escrita como:
1 4k t
2kh
( pi p w ) = ln
+s.
(3.252)
q w
2 ct rw2
A Eq. (3.252) representa a queda de presso no poo em um determinado instante aps o incio da
produo. A introduo do fator de pelcula tornou a equao geral, vlida para qualquer caso em
que haja uma queda adicional de presso ao redor do poo.
Para o caso especfico de alterao de permeabilidade, a relao entre o fator s, as permeabilidades e o raio da regio alterada pode ser obtida comparando-se as Eqs. (3.248) e (3.249):
k
r
s =
1 ln a .
(3.253)
ka
rw
Quando ka < k, o valor de s positivo e a indicao de dano da formao. Para ka > k, o valor de s
negativo, indicando estmulo do poo. Quando s = 0 a produtividade do poo a original.
O conceito de fator de pelcula expresso pela Eq. (3.252) foi introduzido por Hawkins, em
1956, e tem sido usado para representar poos verticais fraturados ou estimulados, isto , poos com
fatores de pelcula negativos. O conceito de fator de pelcula introduzido por van Everdingen (1953)
e Hurst (1953), dado pela Eq. (3.250), funciona bem para poos danificados, mas apresenta algumas
3-50
dificuldades matemticas e fsicas quando s < 0. Na Eq. (3.250), um fator de pelcula negativo
representa fluxo do poo para a formao.
Uma outra maneira de se verificar a produtividade de um poo atravs da razo de dano,
definida como a relao entre os ndices de produtividade terico e real do poo. O ndice de
produtividade de um poo a relao entre a vazo de produo e o diferencial de presso necessrio para se obter essa vazo:
qw
IP =
.
(3.254)
pi p w
Ento, a razo de dano dada por:
RD =
( IP) terico q w /( pi p w p s )
=
( IP) real
q w /( pi p w )
(3.255)
pi p w
.
pi p w p s
(3.256)
ou
RD =
(3.257)
Para um poo produzindo com vazo constante de um reservatrio infinito (regime transiente) o
valor de pw uma funo do tempo e a utilizao das Eqs. (3.250) e (3.252) na Eq. (3.257) produz:
1
s
= 1
(3.258)
RD
4k t
1
+ 2s
ln
2 ct rw2
ou
RD = 1 +
2s
4k t
ln
c r 2
t w
(3.259)
Deve-se observar que a Eq. (3.259) vlida para o regime transiente. Para um regime de
fluxo estabilizado, permanente ou pseudopermanente, o ndice de produtividade definido em
funo da presso esttica do reservatrio, ao invs da presso inicial, conforme ser discutido na
prxima seo. Nesse caso, a diferena entre a presso esttica e a presso de fluxo uma constante,
qualquer que seja o tempo de produo de um poo produtor de lquido. Isso indica que o valor da
razo de dano dever atingir um valor estabilizado depois que os limites do reservatrio tiverem
sido atingidos. Outra observao interessante que, para o caso de um poo sem dano, o valor da
razo de dano ser unitrio, para qualquer tempo de produo.
Pode-se definir tambm a chamada razo de produtividade de um poo, como sendo o inverso da razo de dano:
( IP) real
p p w p s
p s
1
RP =
=
= i
=1
,
(3.260)
RD ( IP) terico
pi p w
pi p w
ou ainda o que se denomina fator de dano:
FD = 1
.
RD
Razes de produtividade menores que 1 indicam poo com dano de formao.
3-51
(3.261)
(3.263)
q
)
Ei
+
1
i
1
2
1
2kh 2 4kt N
2 4k (t N t1 )
(3.264)
1 ct rw2
+ (q 2 q1 ) s + ...... + (q N q N 1 ) Ei
+ (q N q N 1 ) s .
2 4k (t N t N 1 )
Como se pode observar, dos termos qjs, j = 1,N, todos se cancelam, com exceo do ltimo (qNs),
resultando na expresso:
1 ct rw2
1 ct rw2
+
q
q
Ei
pw (t N ) =
(
)
+ ...
q1 Ei
2
1
2kh 2 4kt N
2 4k (t N t1 )
(3.265)
1 ct rw2
... + (q N q N 1 ) Ei
+ q N s
2 4k (t N t N 1 )
ou
p w (t N ) =
2kh
1 ct rw2
+ q N s ,
(q ) j Ei
2 4k (t N t j 1 )
j =1
(3.266)
onde (q) j = q j q j 1 , q 0 = 0 e t 0 = 0 .
Similarmente, no caso de se usar a Eq. (3.263) obtm-se a expresso:
N
1 4k (t N t j 1 )
p w (t N ) =
+ q N s .
(q) j ln
2
2kh j =1
2 ct rw
(3.267)
3-52
(3.268)
onde p a presso esttica do reservatrio, isto , a presso de equilbrio que seria alcanada se o
poo fosse fechado por um tempo infinito, pw a presso de fluxo no poo e qw a vazo do poo.
No caso de fluxo radial pseudopermanente de lquido, a presso esttica p igual presso mdia na regio de drenagem do poo, e pode ser encontrada atravs de uma mdia ponderada
em funo do volume drenado:
re
p=
pdV
re
dV
(3.269)
B ln
rw 4
Para uma geometria qualquer a Eq. (3.270) pode ser generalizada introduzindo-se o fator
de forma ou de geometria CA (Dietz, 1965), o qual pode ser encontrado na Tabela K.3 do Apndice
K. Incluindo-se o fator de pelcula essa expresso passa a ser (Dake, 1978):
qw =
( p pw )
2kh
,
B 1 4 A
+ s
ln
2
2 C A rw
3-53
(3.273)
ou ainda,
qw =
( p pw )
2kh
,
B 1 2,2458 A
+ s
ln
2
2 C A rw
(3.274)
onde A a rea horizontal do reservatrio. Deve-se observar que, substituindo na Eq. (3.274) o
valor de CA = 31,62 para o caso de um poo localizado no centro de uma rea de drenagem circular
(vide Tabela K.3), obtm-se a Eq. (3.270), que havia sido deduzida considerando justamente essa
configurao geomtrica.
Aplicando a definio da Eq. (3.268) Eq. (3.274), o ndice de produtividade de um poo
em regime pseudopermanente, incluindo o efeito de pelcula, ser:
2kh
IP =
.
(3.275)
1 4A
B ln
+ s
2
2 C A rw
A razo de dano definida por:
( IP) terico q w /( p p w p s )
RD =
=
,
( IP) real
q w /( p p w )
(3.276)
onde ps a queda de presso adicional devida ao efeito de pelcula. Conforme foi discutido
anteriormente, o IP terico refere-se situao original, isto , quando o poo no est estimulado,
nem danificado, enquanto o IP real considera o efeito de pelcula. Assim, a razo de dano pode ser
obtida da expresso:
2kh
1 4 A
1 4 A
B ln
ln
+s
2
(3.277)
2 C A rw2
2 C A rw
RD =
=
,
2kh
1 4 A
ln
1 4A
2 C A rw2
B ln
+ s
2
2 C A rw
ou ainda:
RD = 1 +
2s
4A
ln
C r 2
A w
(3.278)
A Tabela K.3 do Apndice K, alm dos valores de CA, contm os tempos aproximados em
que ocorrem os regimes de fluxo transiente e pseudopermanente, para vrias geometrias. Nessa
tabela, a varivel tDA (tempo adimensional em relao rea) definida como:
kt
t DA =
.
(3.279)
ct A
___________________________
3-54
Exemplo 3.7 O reservatrio de leo cuja geometria encontra-se apresentada na Figura 3.24 est
produzindo sob regime de fluxo pseudopermanente.
Poo
400 m
800 m
Figura 3.24 Reservatrio do Exemplo 3.7.
pi = 300 kgf/cm2
ko = 50 md
h = 20 m
= 0,20
o = 2 cp
co = 150106 (kgf/cm2)1
cw = 50106 (kgf/cm2)1
cf = 60106 (kgf/cm2)1
So = 0,70
Swi = 0,30
Np = 9.216 m3std
Bo = 1,25 m3/m3std
s=5
pw = 150 kgf/cm2
rw = 0,10 m
Soluo:
Parte (a):
No regime pseudopermanente a vazo do poo dada pela Eq. (3.273), que nas unidades
usadas no exemplo :
ko h
( p pw )
qo =
.
19,03Bo o 1 4 A
+ s
ln
2
2 C A rw
Mas:
p = p i p
ct =
3-55
N p Bo
1 V
1 ( N p Bo )
=
p =
V p p
Vp
p
ct V p
9.216 1,25
180 10 6 1,28 10 6
Ento:
qo =
50 20
(250 150)
= 153,6 m 3 std / d .
19,03 1,25 2 1
4 400 800
+ 5
ln
2
2
Parte (b):
O ndice de produtividade dado por:
IP =
qo
153,6
m 3 std / d
=
= 1,54
.
p p w 250 150
kgf / cm 2
Parte (c):
A razo de produtividade definida como:
RP =
( IP) real
p p w p s
1
=
=
.
RD ( IP) terico
p pw
Mas:
p s =
19,03qo Bo o
19,03 153,6 1,25 2
s=
5 = 36,55 kgf / cm 2 .
ko h
50 20
Assim,
RP =
Uma outra forma ainda mais geral do que a Eq. (3.273) para a expresso da vazo no regime pseudopermanente dada por (Dake, 1978):
( p pw )
2kh
qw =
.
(3.280)
B 1 4 A
+ s + s m + Dq w
ln
2
2 C A rw
Nessa equao, s o fator de pelcula devido penetrao parcial, restrio ao fluxo imposta pelos
canhoneios e a eventuais estimulaes, tais como acidificao e/ou fraturamento hidrulico; sm o
chamado fator de pelcula mecnico, devido aos danos eventualmente causados ao poo, ou seja,
formao nas imediaes do poo, durante as operaes de perfurao e de completao; e Dqw o
fator de dano causado pela turbulncia que ocorre no fluxo ao redor do poo, onde as velocidades de
fluxo so mais altas do que no interior do reservatrio. O fator de turbulncia geralmente desprezado quando se trata de fluxo de lquido, sendo mais importante nos poos produtores ou injetores
3-56
de gs, onde a velocidade de fluxo nas imediaes do poo geralmente muito alta, devido baixa
viscosidade do gs.
Uma outra maneira de se escrever a equao do fluxo pseudopermanente expressar o fator de forma ou de geometria CA em termos de um fator de pelcula equivalente (Fetkovich &
Vienot, 1985). Usando como referncia o fator de forma de uma geometria circular com poo no
centro, CA = 31,62, pode-se definir o chamado fator de forma-pelcula, sC A , atravs da expresso
(Fetkovich & Vienot, 1985):
sC A =
1
1
ln C A,ref / C A = ln(31,62 / C A ) ,
2
2
(3.281)
onde C A,ref um fator de forma de referncia. Multiplicando e dividindo por C A,ref o argumento do
logaritmo na equao da vazo, pode-se escrever que:
( p pw )
2kh
qw =
,
B 1 4 A C A,ref
+ s + s m + Dq w
ln
2 C A rw2 C A,ref
(3.282)
qw =
( p pw )
2kh
.
B 1
4
A
+ s + s + s + Dq
ln
CA
m
w
2 C A,ref rw2
(3.283)
Finalmente, essa equao pode ser reescrita para a rea de drenagem de referncia circular, onde CA
= 31,62 e A = re2 , como:
qw =
( p pw )
2kh
,
B re 3
ln + sC A + s + s m + Dq w
rw 4
(3.284)
onde o fator de forma-pelcula sC A pode ser calculado a partir da Tabela K.3 do Apndice K,
usando a definio da Eq. (3.281).
Observa-se que a Eq. (3.284) apresenta uma forma similar Eq. (3.271), vlida para fluxo
radial, com exceo dos termos referentes aos fatores de pelcula e ao fator de turbulncia que no
haviam sido considerados anteriormente. De fato, para uma rea de drenagem circular sC A = 0 , que
substitudo na Eq. (3.284) reproduz exatamente a Eq. (3.271) (admitindo s = sm = D = 0).
A Eq. (3.284) indica que a mxima vazo de produo, para uma determinada queda de
presso ( p p w ) , alcanada quando o poo est localizado no centro de uma rea de drenagem
circular, quando o fator de forma-pelcula sC A atinge o seu valor mnimo, ou seja, sC A = 0 . Para
qualquer outra geometria sC A assume valores positivos, aumentando o denominador da Eq. (3.284)
e conseqentemente reduzindo o valor da frao. Isso mostra que o conceito de fator de formapelcula pode ser utilizado para se otimizar a posio de um poo na rea de drenagem ou, em outras
palavras, otimizar a distribuio dos poos durante o desenvolvimento de um campo de petrleo.
Conforme foi apresentado na Seo 3.2.4.b) para o caso de fluxo radial, a equao do regime pseudopermanente pode ser escrita tambm em termos do tempo adimensional. Para uma
3-57
1
1
p wD = 2t DA + ln A / rw2 + ln(2,2458 / C A ) .
2
2
(3.286)
IP =
qw
,
pe p w
(3.287)
B ln
rw
Incluindo-se o fator de pelcula a equao da vazo seria:
2kh ( pe p w )
qw =
B [ln(re / rw ) + s ]
(3.290)
e o ndice de produtividade:
IP =
2kh
.
re
B ln + s
rw
(3.291)
RD = 1 +
s
.
ln(re / rw )
(3.292)
importante lembrar que no caso de fluxo permanente a presso esttica, ou seja, aquela
que o reservatrio atingiria se mantido o poo fechado por um tempo muito grande, difere da
presso mdia no instante do fechamento. Esta ltima pode ser determinada de modo similar ao
empregado na seo anterior para o caso de fluxo pseudopermanente. Esse tratamento resulta3, para
o fluxo radial permanente, em:
3-58
qw =
2kh ( p p w )
,
B re 1
ln
rw 2
(3.293)
qw =
( p pw )
2kh
.
B re 1
ln + s
rw 2
(3.294)
1
1
=
,
ln(re / rw ) ln(re / rw ) + s
(3.297)
rw = rw e s .
(3.298)
3-59
meio poroso conhecido como de dupla-porosidade, sendo formado por uma rocha-matriz e por um
sistema de fraturas ou fissuras naturais. A Figura 3.25 mostra uma ilustrao de um reservatrio
naturalmente fraturado (figura da esquerda) e a sua idealizao (figura da direita). No modelo
idealizado o reservatrio real substitudo por um sistema mais simples, para que possa ser mais
facilmente representado atravs de um modelo matemtico. No exemplo da Figura 3.25 o modelo
idealizado constitudo de paraleleppedos, cujas arestas medem a, b e c (figura da parte superior).
A matriz representada pelos paraleleppedos e as fraturas (ou fissuras) pelos espaos existentes
entre os paraleleppedos.
matriz fratura
matriz
fratura
3-60
fraturas, j que estas tendem a ocorrer em planos perpendiculares direo de menor tenso na
rocha. A Figura 3.26, por exemplo, mostra o caso de um reservatrio (modelo j idealizado) com
fraturas horizontais separadas por camadas de rocha-matriz de espessura hm.
poo
hm
hm
fratura
Figura 3.26 Reservatrio com fraturas horizontais separadas por camadas de matriz.
O comportamento do fluxo em reservatrios naturalmente fraturados difere consideravelmente do que ocorre nos reservatrios convencionais. De uma maneira bastante simplificada, podese dizer que em um reservatrio naturalmente fraturado ocorrem quatro regimes de fluxo quando o
poo produz com vazo constante: (a) fluxo transiente nas fraturas; (b) perodo de transio; (c)
fluxo transiente no sistema total (fratura + matriz); (d) fluxo permanente (se o reservatrio
realimentado externamente) ou pseudopermanente (se o reservatrio selado externamente). No
incio ocorre um fluxo transiente no sistema de fraturas, ou seja, somente as fraturas contribuem para
a produo do poo. Posteriormente observa-se um perodo de transio, at que todo o sistema
(fratura + matriz) passa a contribuir para a produo do poo. Finalmente, no longo tempo os limites
externos do reservatrio passam a influir no comportamento do fluxo: se a presso mantida
constante no limite externo, atinge-se o regime permanente; se no h fluxo atravs das fronteiras
externas, o regime pseudopermanente alcanado.
3-61
Enquanto em reservatrios convencionais as fraturas artificiais podem aumentar consideravelmente os ndices de produtividade (ou de injetividade) dos poos, nos reservatrios naturalmente
fraturados isso pode no ocorrer. A Figura 3.26 ilustrou o caso de um reservatrio naturalmente
fraturado onde as fraturas so horizontais. Na maioria dos casos prticos, porm, provvel que as
fraturas ou fissuras naturais sejam verticais, j que a direo de menor tenso a horizontal, com
exceo dos reservatrios pouco profundos. Assim, em reservatrios naturalmente fraturados as
fraturas artificiais tendem a ser paralelas s naturais, no resultando em incrementos significativos
dos ndices de produtividade dos poos. Nesses casos seria possivelmente mais indicado o uso de
poos horizontais, que atravessando vrias fraturas ou fissuras naturais tenderiam a aumentar
consideravelmente as produtividades dos poos.
Durante uma operao de fraturamento hidrulico de um poo vertical no se tem muito
controle sobre a altura da fratura, que pode ser muito grande, a depender da resistncia oferecida
pelas formaes adjacentes. Se a fratura for muito alta, ultrapassando os limites superior e/ou
inferior da formao considerada, ter um pequeno comprimento, para um dado volume de fluido
injetado. Com isso, o aumento de produtividade desejado poder ficar comprometido. A Figura 3.27
apresenta uma situao de fratura artificial vertical em que a mesma encontra-se confinada na
camada de interesse, no tendo ultrapassado os seus limites superior e inferior. Nessa configurao,
L o comprimento total da fratura e xf a metade do seu comprimento, ou seja, xf = L/2. A parte (a)
da figura a situao ideal, em que a fratura penetra totalmente a formao, isto , a altura da fratura
igual da formao. Na parte (b) mostra-se o que seria provavelmente a situao real, em que a
altura da fratura diminui medida que se distancia do poo.
xf
xf
L
(a)
(b)
Figura 3.27 Fratura artificial vertical: (a) fratura ideal com penetrao total; (b) fratura real. Reproduzida de
Joshi, S. D., Horizontal Well Technology, Copyright 1991, com permisso de PennWell Publishing
Company.
O ideal em uma operao de fraturamento seria a criao de uma fratura de longa extenso
e de alta condutividade, de preferncia infinita, tal que no houvesse queda de presso durante o
fluxo de fluidos no seu interior. Na prtica, no entanto, isso no acontece, e as fraturas artificiais
acabam tendo comprimentos limitados e condutividades finitas. Do ponto de vista da representao
matemtica, normalmente so considerados trs tipos de modelo de fratura, conforme ilustra a
Figura 3.28: (a) fluxo uniforme; (b) condutividade infinita; (c) condutividade finita. Nessa figura, q*
a densidade de fluxo ao longo do comprimento da fratura, ou seja, q* a vazo de fluido que
penetra na fratura por unidade de comprimento. Em todos esses modelos admite-se que a fratura
3-62
ocupe toda a espessura da formao. O modelo de fratura artificial pode muitas vezes ser identificado atravs da anlise de testes de presso realizados nos poos.
Fratura vertical
Poo
q*
xf
xf
(a)
q*
(c )
Figura 3.28 Modelos de fratura artificial vertical: (a) fluxo uniforme; (b) condutividade infinita; (c)
condutividade finita.
No modelo de fluxo uniforme a densidade de fluxo q* a mesma ao longo de toda a extenso da fratura, isto , q* = qw/L = qw/(2xf), onde qw a vazo total do poo. Nesse modelo ocorre
uma queda de presso finita no interior da fratura. Um poo artificialmente fraturado, com uma
fratura de fluxo uniforme, pode ser representado matematicamente por um poo no fraturado com
um raio efetivo ou equivalente dado por (Joshi, 1991):
rw = L /(2e) = x f / e ,
(3.299)
onde e a base do sistema Neperiano de logaritmos, isto , e = 2,718.
No modelo de fratura com condutividade infinita admite-se que no haja perda de carga no
seu interior. Com isso, a presso uniforme ao longo do comprimento da fratura. Nesse modelo a
densidade de fluxo mxima nas extremidades da fratura e mnima no centro da fratura, isto , no
3-63
poo, conforme mostra a Figura 3.28. O raio efetivo ou equivalente obtido da expresso (Joshi,
1991):
rw = L / 4 = x f / 2 para x f / xe 0,3
(3.300)
onde xe a metade do lado de uma rea de drenagem quadrada. As fraturas artificiais raramente
possuem condutividade infinita, j que os materiais existentes no seu interior possuem uma capacidade de fluxo finita, mas podem exibir um comportamento de condutividade infinita em algumas
situaes, como, por exemplo, em reservatrios de baixssima permeabilidade.
Na prtica o modelo mais comum provavelmente o de condutividade finita. A Figura 3.28
apresenta um exemplo de comportamento da densidade de fluxo em uma fratura de condutividade
finita, mas a forma da curva de q* ao longo do comprimento da fratura varia com a sua condutividade. No exemplo mostrado a densidade de fluxo diminui medida que se distancia do poo e volta a
aumentar ao se aproximar da extremidade da fratura, onde a densidade mxima.
Agarwal et alii (1979) definem a condutividade adimensional de uma fratura (FCD) como
sendo:
FCD = k f b f /( kx f ) ,
(3.301)
rw = 0,2807k f b f / k .
(3.302)
3-64
Figura 3.29 Raio efetivo ou equivalente de um poo com fratura vertical de condutividade finita (Cinco-Ley
& Samaniego, 1981). Reproduzida de Joshi, S. D., Horizontal Well Technology, Copyright 1991, com
permisso de PennWell Publishing Company.
O clculo de FCD, para que seja possvel a posterior determinao do raio efetivo do poo,
depende dos valores de kf, bf e xf, conforme indica a Eq. (3.301). As companhias de servio que
realizam os fraturamentos hidrulicos normalmente fornecem estimativas do produto kfbf, bem como
do comprimento da fratura. O valor de xf pode tambm ser estimado a partir da anlise de testes de
presso realizados nos poos. comum, no entanto, observar-se que os valores de xf calculados
atravs dos testes de presso so menores que os valores estimados durante o projeto da operao de
fraturamento. Essas diferenas decorrem de vrios fatores, dentre eles: (a) No dimensionamento da
operao de fraturamento, nem todas as propriedades da rocha, bem como do material usado na
formao e na sustentao da fratura, so conhecidas com razovel preciso nas condies de
reservatrio; (b) Os modelos matemticos para poos artificialmente fraturados so relativamente
complexos, e a sua utilizao na interpretao de testes no to trivial muitas vezes utilizado o
modelo de condutividade infinita ou o modelo de fluxo uniforme, embora se saiba que as fraturas
possuem condutividades finitas. Segundo Joshi (1991), o resultado de um fraturamento pode ser
considerado pobre quando FCD < 10, entre bom e excelente quando 10 < FCD < 50, e excelente
quando FCD > 50.
A Eq. (3.301) indica que, para um valor fixo do produto kfbf, ou seja, da condutividade da
fratura, e para um determinado reservatrio (k fixo), quando o valor do comprimento da fratura
aumenta, o valor de FCD diminui, e a relao rw / x f tambm diminui, conforme mostra a Figura
3.29. Abaixo de um certo valor (FCD = 3, por exemplo), a reduo de rw / x f torna-se mais acentuada. Assim, conclui-se que acima de um determinado ponto, um aumento do comprimento da fratura
no propicia um aumento significativo do raio efetivo do poo e, conseqentemente, do ndice de
produtividade do poo. Em outras palavras, quanto maior o comprimento da fratura, maior a
produtividade do poo. No entanto, o ganho incremental de produtividade diminui medida que so
usadas fraturas cada vez maiores.
___________________________
Exemplo 3.8 Um reservatrio de leo com permeabilidade mdia de 2 md foi desenvolvido com
poos de raio igual a 10 cm e espaados de 400 m. Visando aumentar a produtividade desses poos,
decidiu-se fratur-los hidraulicamente, de tal modo que as fraturas resultantes apresentassem uma
condutividade de kfbf = 400 md-m. Admitindo fluxo radial permanente, calcule o ganho de produtividade que seria obtido se as fraturas tivessem comprimentos totais de 100 m, 200 m e 300 m.
Soluo:
Admitindo fluxo radial permanente, o ndice de produtividade de um poo vertical no fraturado (IPv) dado pela expresso:
2kh
,
Boo ln(re / rw )
ou, nas unidades empregadas neste exemplo, por:
0,05255kh
IPv =
,
Bo o ln(re / rw )
enquanto o ndice de produtividade de um poo vertical fraturado (IPvf) dado por uma expresso
similar:
IPv =
IPvf =
3-65
0,05255kh
,
Bo o ln(re / rw )
onde rw o raio efetivo do poo e re o raio de uma rea circular equivalente rea de drenagem
real. Como o espaamento de 400 m, a rea de drenagem real equivale rea de um quadrado de
lado igual a 400 m, ou seja, A = 400 x 400 m2 = 160.000 m2. Portanto:
A = re2 160.000 = re2 re = 226 m .
A relao rw / x f pode ser obtida da Figura 3.29, em funo da condutividade adimensional da fratura (FCD), que dada por:
FCD = k f b f /(kx f ) = 400 /( 2 x f ) = 200 / x f ,
e o raio efetivo do poo rw calculado pela expresso:
r
rw = w
xf
xf .
O ganho de produtividade devido ao efeito do fraturamento hidrulico pode ser determinado atravs de uma relao entre os ndices de produtividade, isto :
0,05255kh
IPvf
B ln(re / rw ) ln(re / rw ) ln(226 / 0,10)
7,723
= o o
=
=
=
.
0,05255kh
IPv
ln(re / rw )
ln(226 / rw )
ln(226 / rw )
Bo o ln(re / rw )
A Tabela 3.1 sintetiza os resultados obtidos ao se aplicar as equaes anteriores e se usar a
Figura 3.29 para a estimativa do raio efetivo do poo fraturado. Nessa tabela, L o comprimento
total da fratura e xf a metade do comprimento da fratura (xf = L/2).
Tabela 3.1 Resumo dos resultados do Exemplo 3.8
L (m)
xf (m)
FCD
rw / x f
rw
IPvf / IPv
L/2
200/xf
Figura 3.29
(rw / x f ) x f
7,723 / ln(226 / rw )
100
50
0,38
19
3,12
200
100
0,29
29
3,76
300
150
1,33
0,22
33
4,01
Nota-se na Tabela 3.1 que, quanto maior o comprimento da fratura, maior a relao entre
os ndices de produtividade dos poos fraturado e no fraturado, ou seja, maior o ndice de produtividade obtido com o fraturamento do poo. No entanto, o ganho incremental diminui medida que
se aumenta o comprimento da fratura alm de um certo valor. Assim que, aumentando o comprimento da fratura de 100 para 200 m, obtm-se um ganho incremental de 20% (3,76/3,12 = 1,20),
mas, aumentando de 200 para 300 m o ganho incremental de apenas 7% (4,01/3,76 = 1,07).
___________________________
3-66
fratura vertical
poo vertical
xf
xe
xe
Figura 3.30 Nomenclatura utilizada em uma rea quadrada drenada por um poo vertical artificialmente
fraturado.
3-67
Fratura vertical
ye
xe
Figura 3.31 Nomenclatura utilizada em uma rea retangular drenada por um poo vertical artificialmente
fraturado.
De acordo com Joshi (1991), o fator de forma Cf depende da forma da rea de drenagem,
da penetrao da fratura e das condies de fluxo no interior da fratura (fluxo uniforme, condutividade infinita ou condutividade finita). No caso de uma rea retangular, a forma da rea de drenagem
representada pela relao xe/ye e a penetrao da fratura pela relao xf/xe.
Para o caso de um poo lozalizado em uma rea de drenagem quadrada, com uma fratura
de condutividade infinita, por exemplo, o raio equivalente pode ser estimado pela Eq. (3.300) para
x f / xe 0,3 , ou seja:
rw = L / 4 = x f / 2 para x f / xe 0,3
(3.305)
Ainda para uma rea de drenagem quadrada, como mostrada na Figura 3.30, pode-se escrever que:
A = (2 xe ) 2 = 4 xe2 .
(3.306)
p wD
1 x
= 2t DA + ln e
2 x f
+ 1 ln 4
2 C f
1
+ ln(16) .
2
(3.307)
A Tabela 3.2 apresenta valores do fator de forma ou de geometria Cf e do tempo adimensional tDA requerido para se atingir o regime pseudopermanente (PP) em uma rea de drenagem
quadrada drenada por um poo vertical artificialmente fraturado. Admite-se que a fratura penetre
totalmente a formao.
Tabela 3.2 Fator de forma e tempo adimensional necessrio para atingir o regime pseudopermanente em uma
rea quadrada drenada por um poo vertical artificialmente fraturado (Earlougher, 1977)
xf/xe
Cf
0,1
0,2
0,3
0,5
0,7
2,6541
2,0348
1,9986
1,6620
1,3127
0,175
0,175
0,175
0,175
0,175
0,08
0,09
0,09
0,09
0,09
3-68
1,0
0,7887
0,175
0,09
Valores do fator de forma Cf para um poo vertical artificialmente fraturado, com uma fratura de condutividade infinita, em uma rea de drenagem retangular podem ser encontrados na
Tabela 3.3, enquanto valores do tempo adimensional tDA requerido para o incio do regime pseudopermanente podem ser obtidos da Tabela 3.4. Admite-se que a fratura penetre totalmente a formao.
Tabela 3.3 Coeficiente de forma Cf para um poo vertical com uma fratura de condutividade infinita em uma
rea de drenagem retangular (Mutalik et alii, 1988)4
xe/ye
xf/xe
10
20
0,1
0,3
0,5
0,7
1,0
2,020
1,820
1,600
1,320
0,791
1,4100
1,3611
1,2890
1,1100
0,6662
0,751
0,836
0,924
0,880
0,528
0,2110
0,2860
0,6050
0,5960
0,3640
0,0026
0,0205
0,1179
0,3000
0,2010
0,000005
0,000140
0,010550
0,122600
0,106300
Tabela 3.4 Tempo adimensional (tDA) requerido para o incio do regime pseudopermanente em uma rea
retangular drenada por um poo vertical com uma fratura de condutividade infinita (Mutalik et alii, 1988)5
xe/ye
xf/xe
10
20
0,01
0,05
0,10
0,20
0,40
0,50
0,70
0,2
0,2
0,2
0,2
0,2
0,2
0,2
0,3
0,3
0,3
0,3
0,3
0,3
0,3
0,45
0,45
0,45
0,45
0,45
0,45
0,45
0,7
0,7
0,7
0,7
0,7
0,7
0,7
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
2,0
3,0
3,0
3,0
3,0
3,0
3,0
3,0
3-69
provocando com isso um aumento na razo gua/leo, com conseqente perda de produo de leo.
Por isso, aes devem ser tomadas para se minimizar ou pelo menos retardar a formao desses
cones. Em um reservatrio onde no haja capa de gs, por exemplo, uma dessas aes consiste em
se completar o intervalo produtor somente na sua parte superior. Por outro lado, em um reservatrio
com capa de gs, mas sem aqfero de fundo, o poo deve ser canhoneado nas partes inferiores do
intervalo, para se evitar ou minimizar a formao de um cone de gs. Finalmente, se o poo possui
tanto um aqfero de fundo como uma capa de gs, seja ela primria ou secundria, ento o poo
deve ser canhoneado no centro do intervalo da zona de leo ou logo abaixo do centro, ou seja, mais
prximo do aqfero do que da capa de gs. Isso se deve ao fato de que a tendncia de formar um
cone inversamente proporcional diferena entre as densidades dos fluidos e diretamente proporcional viscosidade. Como a diferena entre as densidades do leo e do gs geralmente maior que
a diferena entre as densidades da gua e do leo, o gs apresenta menor tendncia de formar cone
do que a gua. No entanto, como a viscosidade do gs muito menor que a da gua, para um mesmo
diferencial de presso no reservatrio, a vazo de fluxo de gs ser maior que a vazo de gua.
Assim, os efeitos das diferenas entre densidades e viscosidades tendem a se contrabalanar e, para
minimizar a possibilidade de cone, o intervalo canhoneado deve estar situado no centro do intervalo
da zona de leo. Na prtica, porm, costuma-se canhonear os intervalos produtores de leo de tal
modo que os canhoneados estejam mais prximos do contato leo/gua do que do contato gs/leo
(Joshi, 1991).
Embora as propriedades dos fluidos envolvidos possam acentuar a formao dos cones de
gua e/ou de gs, o diferencial entre a presso do reservatrio e a presso de fluxo no poo que
causa a ocorrncia do cone, principalmente porque nas imediaes de um poo vertical o gradiente
de presso no reservatrio mximo. Como para se alcanar um determinado nvel de produo em
um reservatrio de baixa permeabilidade necessrio um grande diferencial de presso, nesse tipo
de reservatrio maior a tendncia de formao de cone do que em um reservatrio de alta permeabilidade. No entanto, em reservatrios naturalmente fraturados, principalmente com um nmero
relativamente grande de fraturas verticais, podem ocorrer srios problemas de formao de cone,
apesar da alta permeabilidade. Isso se deve ao fato de que a gua e/ou o gs flui atravs das fraturas
de alta condutividade. Nesse caso, a probabilidade de formao de cones pode ser reduzida, mais
uma vez, atravs da reduo da vazo de produo, ou atravs do uso de poos horizontais, conforme ser discutido posteriormente. Muitas vezes, reduzir a produo do poo no uma alternativa
prtica, pois estar sendo reduzida a velocidade de recuperao dos hidrocarbonetos contidos no
reservatrio. Ento, a alternativa mais vivel pode ser o uso de poos horizontais.
3-70
hp
h
leo
gua
rw
re
Gs
h
leo
hp
re
Figura 3.33 Cone de gs em um reservatrio de leo com capa de gs.
Existem vrias correlaes disponveis na literatura para o clculo de vazo crtica, podendo-se citar entre elas as de Craft & Hawkins (1959), Schols (1972), Meyer, Gardner & Pirson
(1977), Chaperon (1986) e Hoyland, Papatzacos & Skjaeveland (1989).
A correlao de Craft & Hawkins (1959) para clculo da vazo crtica de leo, num sistema compatvel de unidades, dada por:
2k o h( pws p w )
qoc =
RP ,
(3.308)
Bo o ln(re / rw )
3-71
onde qoc a vazo crtica de leo, pws a presso esttica corrigida para a metade do intervalo
produtor, pw a presso de fluxo no poo medida na metade do intervalo produtor, h a espessura da
coluna de leo e RP a razo de produtividade, definida pela expresso:
rw
RP = b1 + 7
cos(b 90 ) ,
(3.309)
2bh
0,14
qocw = 0,0008352 o h 2 h 2p ( w o ) 0,432 +
(3.310)
[h / re ] ,
B
ln(
r
/
r
)
e w
o o
onde qocw dada em m3std/d, ko a permeabilidade efetiva ao leo (md), o a viscosidade do leo
(cp), w a massa especfica da gua (g/cm3), o a massa especfica do leo (g/cm3), h a espessura da
zona de leo (m), hp a espessura do intervalo canhoneado (m), re o raio de drenagem (m) e rw o raio
do poo (m).
No mtodo de Meyer, Gardner & Pirson, apresentado por Pirson (1977), a vazo crtica de
leo na presena de gs (qocg) dada por:
k o g 2
2
qocg = 0,002627 o
(3.311)
h (h h p ) ,
B
ln(
r
/
r
)
e w
o o
onde qocg dada em m3std/d, o a massa especfica do leo (g/cm3), g a massa especfica do gs
(g/cm3), ko a permeabilidade efetiva ao leo (md), o a viscosidade do leo (cp), h a espessura da
zona de leo (m) e hp a espessura do intervalo canhoneado (m). Para cone de gua a vazo crtica
qocw expressa por:
k o 2
2
qocw = 0,002627 o w
(3.312)
h hp ,
Bo o ln(re / rw )
onde w a massa especfica da gua (g/cm3). Finalmente, para cones simultneos de gs e de gua a
vazo crtica de leo qocgw :
2
2
2
2
o g
o g
ko h h p
+ ( o g )1
. (3.313)
( w o )
qocgw = 0,002627
ln(
r
/
r
)
e w
g
w
g
o o
w
3-72
canhoneada esteja distante do topo da zona de leo, no caso de existir capa de gs, e da base no caso
de existir aqfero de fundo.
A permeabilidade vertical um dos parmetros responsveis pela formao de cone. Quanto maior a permeabilidade vertical, maior a tendncia de formao de cone. Algumas das correlaes disponveis, especialmente as apresentadas neste texto, no incluem a permeabilidade vertical
como um dos parmetros de correlao. No entanto, Joshi (1991) comenta que a vazo crtica no
fortemente influenciada pela permeabilidade vertical, desde que esta tenha um valor finito e a
penetrao do poo no reservatrio seja pequena.
Observa-se na prtica que muitas vezes as correlaes para clculo da vazo de produo
crtica fornecem valores exageradamente baixos para essa vazo. Nesses casos, uma maneira de se
verificar a aplicabilidade da correlao a realizao de testes de campo. Variando-se a vazo de
produo do poo, atravs da variao da presso de fluxo de fundo, podem ser determinadas as
condies operacionais timas, de modo a se minimizar ou at eliminar a produo de gs e/ou gua
devida formao de cone. A reduo da produo de gua e/ou gs com a reduo da vazo se
deve ao fato de que o cone se retrai quando reduzido o diferencial de presso entre o reservatrio e
o poo. Existem algumas situaes, porm, em que isso no se verifica. Por exemplo, quando
grande o efeito da presso capilar, um cone de gua nas imediaes do poo poder no regredir,
mesmo com o aumento da presso de fluxo, ou seja, com a reduo do diferencial de presso no
reservatrio. Nesse caso a determinao da vazo crtica no pode ser feita atravs dos testes de
produo de campo. Os testes de campo tambm apresentam dificuldade quando h cone de gs, j
que normalmente impossvel determinar a origem do gs produzido, isto , se o gs produzido
provm do gs que se encontrava em soluo no leo ou do gs da capa.
Em muitos casos as vazes crticas estimadas pelas correlaes, ou mesmo determinadas
nos testes de campo, so muito baixas e, por razes econmicas, o poo produzido com uma vazo
maior que a crtica. Nesse caso, se houver um aqfero de fundo, por exemplo, haver produo de
leo e gua. Joshi (1991, pp. 268-273) apresenta vrios mtodos para se prever o tempo de aparecimento da gua no poo, normalmente chamado de tempo de erupo da gua. Segundo Joshi (1991),
a equao do tempo de erupo pode tambm ser utilizada para se estimar a permeabilidade vertical
do reservatrio nas imediaes do poo.
3-73
poo horizontal. Neste caso, um nico poo horizontal pode ser equivalente a vrios poos verticais
em termos de rea exposta ao fluxo da formao para o interior do poo. Tambm em um reservatrio naturalmente fraturado poderia ser interessante o uso de poos horizontais, j que estes interceptariam diversas fissuras ou fraturas. O desenvolvimento de campos na plataforma continental oferece
outra situao em que os poos inclinados ou at mesmo horizontais so vantajosos, pois permitem
atingir um reservatrio-alvo situado em lmina dgua profunda a partir de uma plataforma de
perfurao ou de produo localizada em lmina dgua mais rasa. Problemas de cone de gua ou de
cone de gs tambm podem ser minimizados com a utilizao de poos horizontais. Em reservatrios de gs os poos horizontais podem ser usados tanto para os casos de baixa permeabilidade
como para os de alta permeabilidade. Nos reservatrios de baixa permeabilidade eles possibilitam o
aumento da rea drenada por cada poo e a conseqente reduo do nmero de poos necessrios.
Nos de alta permeabilidade permitem a reduo da velocidade de fluxo e da turbulncia nas imediaes do poo, em comparao com os poos verticais, aumentando assim a sua produtividade (Joshi,
1991). Poos horizontais tm sido usados tambm em projetos de recuperao secundria convencional (injeo de gua) e em mtodos especiais de recuperao secundria (injeo de polmero,
injeo de fluidos miscveis), com o objetivo de aumentar a eficincia de varrido (Joshi, 1991).
Poos horizontais tm sido ainda empregados em projetos de recuperao secundria especial que
utilizam a injeo de vapor, como por exemplo no chamado processo SAGD (Steam Assisted
Gravity Drainage).
A Figura 3.34, onde apresentada uma seo vertical do reservatrio, ilustra as regies
drenadas por um poo vertical e por um poo horizontal, ambos perfurados em um reservatrio
horizontal, onde h a espessura do reservatrio, rw o raio do poo, L o comprimento do trecho
horizontal do poo e re seria uma espcie de raio da rea drenada. Conforme j foi discutido em
sees anteriores e pode ser visto nessa figura, o poo vertical drena um volume cilndrico, enquanto
o horizontal drena um elipside, ou seja, uma elipse tridimensional. Em geral o poo horizontal
drena um volume maior que o poo vertical.
3-74
rev
leo
2rw
( a ) Poo vertical
reh
h
L
( b ) Poo vertical
Figura 3.34 Regies drenadas por um poo vertical e por um poo horizontal. Reproduzida de Joshi, S. D.,
Horizontal Well Technology, Copyright 1991, com permisso de PennWell Publishing Company.
Uma alternativa para se aumentar o ndice de produtividade de poos verticais tem sido a
induo de fraturas artificiais, conforme discutido na Seo 3.8. Aps o aparecimento dos poos
horizontais, os poos verticais fraturados tm sido usados como referncia para se determinar a
viabilidade tcnica e econmica da perfurao de poos horizontais. Embora em algumas situaes
as fraturas artificiais possam ser horizontais, o mais comum que elas ocorram verticalmente. Na
Figura 3.35 est mostrado um esquema de um poo vertical, com uma fratura vertical que penetra
totalmente a formao, isto , cobre toda a altura h do reservatrio. A metade do comprimento da
fratura definida como xf.
3-75
L
2xf
Figura 3.35 Poo vertical artificialmente fraturado. Reproduzida de Joshi, S. D., Horizontal Well Technology, Copyright 1991, com permisso de PennWell Publishing Company.
Uma situao ideal ou desejada para uma fratura seria quando ela possusse condutividade
infinita, isto , quando no houvesse (ou fosse desprezvel) perda de carga no seu interior. Reduzindo-se a altura dessa fratura de condutividade infinita obter-se-ia um poo horizontal, embora no caso
de um poo horizontal a perda de carga no seu interior possa no ser desprezvel em alguns casos,
especialmente quando muito longo o seu comprimento. De qualquer modo, um poo horizontal
representa aproximadamente o caso limite de uma fratura vertical de condutividade infinita cuja
altura igual ao dimetro do poo.
Inicialmente, uma das maiores desvantagens dos poos horizontais em relao aos verticais
era o fato de que somente uma zona podia ser drenada por um mesmo poo horizontal. A partir dos
primeiros anos da dcada de 90, no entanto, essa desvantagem comeou a ser reduzida, com os
poos horizontais sendo usados para drenar mltiplas zonas. Isso pode ser conseguido perfurandose, a partir de um poo vertical, vrios trechos horizontais em diferentes camadas, conforme ilustra a
Figura 3.36. Uma outra soluo cimentar o trecho horizontal do poo e fratur-lo hidraulicamente,
comunicando-se assim diversas zonas ou camadas.
3-76
camadas impermeveis
Figura 3.36 Ilustrao esquemtica de um poo com vrios trechos horizontais drenando diferentes zonas.
Alm da situao descrita na Figura 3.36, em uma mesma zona possvel perfurar, a partir
de um poo vertical, um ou dois trechos horizontais, como pode ser visto na Figura 3.37, ou ainda
vrios trechos horizontais, como indicado na Figura 3.38.
simples
duplo
Figura 3.37 Poo com um ou dois trechos horizontais em uma mesma zona. Reproduzida de Joshi, S. D.,
Horizontal Well Technology, Copyright 1991, com permisso de PennWell Publishing Company.
3-77
trechos horizontais
poo vertical
Figura 3.38 Vista em planta de um poo vertical com vrias re-entradas horizontais em uma mesma
profundidade.
Uma outra desvantagem dos poos horizontais em relao aos verticais que aqueles, uma
vez atingidos pela gua proveniente de um contato leo/gua ascendente, tero necessariamente que
ser fechados ou transformados em injetores, no sendo possveis recompletaes, como normalmente so feitas nos poos verticais, quando se deixam abertos produo somente os intervalos
superiores de uma determinada zona ou camada produtora.
3-78
q h B
(3.315)
s,
2kL
onde qh a vazo do poo horizontal (medida em condies-padro), B o fator volume-formao do
fluido, a viscosidade do fluido, k a permeabilidade efetiva da formao ao fluido na regio no
afetada pelo dano ou estmulo, L o comprimento do poo e s o fator de pelcula. No caso de uma
formao anisotrpica, com kh sendo a permeabilidade horizontal e kv a vertical, a permeabilidade k
p s =
zona invadida
Figura 3.39 Zona danificada em poo vertical e em poo horizontal. Reproduzida de Joshi, S. D., Horizontal
Well Technology, Copyright 1991, com permisso de PennWell Publishing Company.
3-79
trecho vertical
trecho horizontal
camada impermevel
z = ze = h
kv
y
x
kh
zw
z=0
L
Figura 3.41 Modelo simplificado de um poo horizontal (Rosa & Carvalho, 1986).
A produo ocorre atravs de um poo de raio rw, representado na Figura 3.41 por um segmento
de linha-reta localizado a uma distncia zw da base da formao e cujo comprimento igual
parte horizontal do poo;
3-80
Alm dessas hipteses, necessrio adotar um modelo para a distribuio de fluxo ao longo do poo horizontal. Normalmente empregado um dos seguintes modelos: fluxo uniforme,
condutividade infinita ou condutividade finita, conforme foi discutido para o caso de um poo
vertical artificialmente fraturado (vide Figura 3.28).
L
a) Seo vertical mostrando fluxo radial perpendicular ao eixo
horizontal do poo - tempo curto
Poo horizontal
3-81
Figura 3.42 Possveis regimes de fluxo transiente - poo horizontal em um reservatrio lateralmente infinito.
Inicialmente o poo comporta-se como se fosse um poo vertical perfurado em uma zona
de espessura L, ocorrendo ento um fluxo radial perpendicular ao eixo horizontal do poo. Como
muitas vezes os poos horizontais so perfurados em reservatrios pouco espessos, esse perodo de
fluxo radial pode durar somente alguns minutos ou no mximo horas, devido ao incio dos efeitos
dos limites inferior e superior sobre o comportamento da presso.
Para um tempo intermedirio pode ocorrer um fluxo pseudolinear horizontal. A denominao pseudolinear deve-se ao fato de que nas imediaes do poo as linhas de fluxo no so lineares,
pois o dimetro do poo muito menor que a espessura da formao. Esse comportamento melhor
visualizado na Figura 3.43.
3-82
Poo horizontal
b
Figura 3.44 Poo horizontal com comprimento pouco menor que um dos lados de um reservatrio retangular.
Nota-se ento que no caso da configurao apresentada na Figura 3.44 a situao torna-se
ainda mais complexa, com quatro regimes de fluxo podendo ser observados. Para facilitar a descrio, as denominaes dos perodos de tempo poderiam ser alteradas, definindo-se: (a) Tempo
curtssimo: fluxo radial transiente perpendicular ao eixo do poo; (b) Tempo curto: fluxo pseudolinear horizontal transiente fase 1; (c) Tempo intermedirio: fluxo pseudoradial horizontal transiente; (d) Tempo intermedirio tardio: fluxo pseudolinear horizontal transiente fase 2; (d) Tempo
longo: fluxo pseudolinear horizontal pseudopermanente. A diferena entre os dois tipos de fluxo
pseudolinear horizontal transiente (fases 1 e 2) pode ser melhor compreendida comparando-se a
Figura 3.45 com a Figura 3.43.
Se, por outro lado, o comprimento do poo fosse muito menor que as dimenses do reservatrio, conforme ilustrado na Figura 3.46, no longo tempo seria alcanado o regime pseudoradial
horizontal pseudopermanente, quando todas as fronteiras estivessem influenciando o comportamento
da presso de fluxo no poo. O regime seria pseudoradial e no perfeitamente radial devido s
distores que ocorreriam nas linhas de fluxo nas imediaes do poo e nas fronteiras externas.
3-83
poo horizontal
Figura 3.46 Poo horizontal com comprimento muito menor que as dimenses do reservatrio.
poo vertical
400 m
400 m
3-84
Figura 3.47 rea drenada por um poo vertical em um reservatrio desenvolvido com um espaamento de
400 m.
Nesse caso, o tempo adimensional para se atingir o regime pseudopermanente ser dado por:
t DA = 0,1 =
0,0003484kt pp
ct A
onde tpp o tempo real para se alcanar o regime pseudopermanente. Substituindo os valores
numricos resulta em:
0,0003484 10 t pp
0,1 =
t pp = 1.722 h 72 d .
0,1 5 750 10 6 400 400
Considere agora que esse reservatrio fosse desenvolvido atravs de poos horizontais com
comprimentos iguais a 400 m. Imaginando que o segmento de reta que representa o poo horizontal
possa ser substitudo por uma srie de pontos ao longo desse segmento, cada um desses pontos
atuaria como se fosse um poo vertical (Joshi, 1991). Como foi visto, um poo vertical nesse
reservatrio drena um quadrado de lado igual a 400 m aps 72 dias. Assim, aps esse perodo de
tempo um poo horizontal estaria drenando um retngulo de lados iguais a 800 m e 400 m, respectivamente, como mostrado na Figura 3.48. Observa-se que a rea drenada pelo poo horizontal, aps
o mesmo perodo de 72 dias, igual a duas vezes a rea drenada pelo poo vertical.
poo horizontal
400 m
400 m
200 m
200 m
200 m
Da discusso apresentada nesse exemplo conclui-se que poos horizontais podem ser usados para drenar maiores reas (ou volumes) de reservatrio em menos tempo, quando comparados
com o caso em que poos verticais so empregados. Isso particularmente importante em reservatrios de baixa permeabilidade, onde um reduzido espaamento entre poos verticais necessrio para
se drenar o reservatrio adequadamente. Nesse tipo de reservatrio poos horizontais podem ser
utilizados para se aumentar os volumes drenados em um dado perodo de tempo.
3-85
kx
2 p
x 2
+ ky
2 p
y 2
=0.
(3.317)
k 2 p
k y 2 p
kxk y x
+
=0.
2
k y x
k x y 2
(3.318)
y = y k x / k y ,
(3.319)
y = y k y / k x ,
(3.320)
2 p 2 p
=0.
k x k y 2 +
y 2
x
(3.321)
Definindo:
A Eq. (3.321) indica que um reservatrio com anisotropia areal de permeabilidade seria equivalente
a um reservatrio isotrpico com permeabilidade igual a
3-86
ye
y
x
xe
Figura 3.49 Nomenclatura utilizada em uma rea de drenagem retangular.
Imagine agora um reservatrio com rea de drenagem quadrada, de lado igual a 400 m, onde a
permeabilidade na direo y seja igual a 16 vezes a permeabilidade na direo x, isto , ky = 16kx,
sendo kx = 100 md. Esse reservatrio pode ser representado, de maneira equivalente, por um
reservatrio isotrpico, com permeabilidade:
k = k x k y = k x 16 k x = 4k x = 4 100 = 400 md
e com dimenses tais que:
y e = xe k y / k x = xe 16k x / k x = 4 xe .
Como as reas do reservatrio real e do reservatrio equivalente tm que ser iguais, ento:
ky = 400 md
kx = 400 md
400 m
ky
800 m
ky
kx
kx
400 m
ky = 1.600 md
kx = 100 md
(a)
(b)
Figura 3.50 Reservatrios real e equivalente - (a) Reservatrio anisotrpico com kx = 100 md e ky = 16kx =
1.600 md; (b) Reservatrio isotrpico equivalente com k = 400 md e ye = 4xe.
Em um reservatrio anisotrpico como o da Figura 3.50(a) difcil drenar uma grande distncia ao longo da direo de baixa permeabilidade usando poos verticais. Entretanto, um poo
horizontal perfurado ao longo da direo de permeabilidade mais baixa pode drenar uma rea muito
maior do que a rea drenada por um poo vertical, resultando assim em uma reserva maior para
poos horizontais do que para poos verticais. Portanto, poos horizontais so muito benficos em
3-87
reservatrios com anisotropia areal, como, por exemplo, em reservatrios naturalmente fraturados,
onde os poos horizontais devem ser perfurados numa direo perpendicular direo das fraturas.
L
ye
xe
Figura 3.51 Nomenclatura utilizada em uma rea retangular drenada por um poo horizontal de comprimento L.
O tempo adimensional tDA para incio do regime pseudopermanente em uma rea drenada por um
poo horizontal pode ser obtido na Tabela 3.5.
Tabela 3.5 Tempo adimensional (tDA) requerido para o incio do regime pseudopermanente em uma rea
retangular drenada por um poo horizontal (Joshi, 1987)6
xe/ye
L/(2xe)
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0,15
0,15
0,15
0,15
0,10
0,2
0,2
0,2
0,2
0,15
0,6
0,6
0,6
0,6
0,3
6
Reproduzida de Joshi, S. D., Horizontal Well Technology, Copyright 1991, com permisso de PennWell Publishing
Company.
3-88
L = 300 m
750 m
450 m
r = 225 m
r = 225 m
L = 600 m
1050 m
Figura 3.52 reas drenadas por poos horizontais de diferentes comprimentos. Reproduzida de Joshi, S. D.,
Horizontal Well Technology, Copyright 1991, com permisso de PennWell Publishing Company.
Segundo Joshi (1991), possvel calcular a rea de drenagem de um poo horizontal admitindo que essa rea seja uma elipse no plano horizontal, com cada extremidade do poo sendo um
foco dessa elipse. Segundo esse autor, no entanto, mtodos diferentes fornecem em geral resultados
similares. Como uma regra simples, ele cita que, para um mesmo perodo de tempo, um poo
horizontal de 300 m de comprimento pode drenar, aproximadamente, uma rea duas vezes maior
que um poo vertical, enquanto um poo horizontal de 600 m de comprimento pode drenar uma rea
trs vezes maior que um poo vertical. Assim, conclui-se que importante utilizar um espaamento
maior entre poos quando o campo desenvolvido atravs de poos horizontais.
Joshi (1991) apresenta, usando exemplos, vrios mtodos para a estimativa da rea de drenagem de poos horizontais em reservatrios isotrpicos e anisotrpicos. Dois desses exemplos
sero aqui reproduzidos, utilizando-se, no entanto, outras dimenses e o sistema mtrico de unidades.
___________________________
Exemplo 3.9 (Joshi, 1991) Um reservatrio com uma rea de 1.600.000 m2 estava para ser
desenvolvido usando-se 10 poos verticais. No entanto, um engenheiro sugeriu perfurar poos
horizontais, com comprimento de 300 m ou de 600 m. Calcule o nmero de poos horizontais que
devero ser usados para se drenar a rea de maneira efetiva. Admita que um poo vertical drene uma
rea de 160.000 m2.
Soluo:
Admitindo que o poo vertical drene uma rea circular Av de raio rev, ento:
3-89
Dois mtodos podem ser empregados para estimar a rea de drenagem de um poo horizontal baseando-se na rea de drenagem de 160.000 m2 de um poo vertical.
Mtodo I:
Como foi mostrado na Figura 3.52, onde as dimenses do sistema so exatamente as deste
exemplo, a rea de drenagem do poo horizontal a soma das seguintes reas: (a) Dois semicrculos
de raio igual ao raio de drenagem do poo vertical (rev); (b) Um retngulo, cujos lados so iguais a L
(comprimento do poo horizontal) e 2rev. Assim, um poo horizontal de 300 m de comprimento
drenaria uma rea Ah 300 m de:
Ah = ab . Portanto, para um poo horizontal de 300 m tem-se que a = (300 / 2) + 225 = 375 m ,
b = 225 m e Ah 300 m = 375 225 265.000 m 2 , enquanto para o poo de 600 m obtm-se
a = (600 / 2) + 225 = 525 m , b = 225 m e Ah 600 m = 525 225 371.000 m 2 .
Observa-se que os dois mtodos fornecem resultados diferentes. Utilizando a mdia aritmtica dos valores calculados pelos dois mtodos seriam obtidos Ah 300 m 280.000 m 2 e
Ah 600 m = 400.000 m 2 . Ento, para drenar a rea de 1.600.000 m2 seriam necessrios 6 poos
horizontais de 300 m de comprimento ou 4 poos horizontais de 600 m de comprimento.
Exemplo 3.10 (Joshi, 1991) Um poo vertical drena uma rea de aproximadamente 160.000 m2
em um reservatrio naturalmente fraturado com 10 m de espessura. Testes de presso realizados em
poos produtores desse reservatrio indicaram que a permeabilidade na direo leste-oeste de 0,5
md, enquanto a permeabilidade na direo norte-sul de 4,5 md. O engenheiro que gerencia esse
reservatrio props a perfurao de um poo horizontal de 600 m de comprimento. Perguntam-se:
(a) Em que direo o engenheiro deve ter proposto perfurar o poo horizontal?
(b) Quais as estimativas das dimenses da rea de drenagem do poo horizontal?
(c) Qual a estimativa da rea de drenagem do poo horizontal?
Soluo:
Parte (a):
O engenheiro deve ter proposto a perfurao do poo na direo leste-oeste, isto , perpendicular direo de maior permeabilidade, de modo a obter uma maior produtividade para o poo.
Parte (b):
3-90
yev / xev = 3
cuja soluo , aproximadamente: yev = 346 m e xev = 115 m. Logo, o poo vertical drena um
retngulo de lados 2yev = 692 m e 2xev = 230 m.
Utilizando o conceito empregado na Figura 3.48, por exemplo, pode-se estimar que os lados do retngulo drenado pelo poo horizontal sejam dados por 2xeh = L + 2xev = 600 + 230 = 830 m
e 2yeh = 2yev = 692 m.
Observa-se que o espaamento entre poos horizontais dever ser de no mnimo 692 m ao
longo da direo norte-sul e que, ao longo da direo leste-oeste, as extremidades desses poos
devero estar espaadas de no mnimo 230 m.
Parte (c):
A estimativa para a rea de drenagem do poo horizontal de:
3-91
Borisov (1964):
qh =
2k h h ( pe p w )
.
B{ln[(4reh / L)] + (h / L) ln[h /(2rw )]}
(3.322)
Giger (1983a):
2k h L ( pe p w )
.
1 + 1 [ L /(2r )]2
eh
+ ln[h /(2rw )]
B ( L / h) ln
L
r
/(
2
)
eh
eh
ln
+ (h / L) ln[h /(2rw )]
L
/(
2
r
)
eh
2
2
a
+
a
(
L
/
2
)
+ (h / L) ln[h /(2rw )]
B ln
L
/
2
qh =
(3.323)
(3.324)
(3.325)
0, 5
(3.326)
qh =
2k h h ( pe p w )
1
,
1
B
cosh ( X ) + (h / L) ln[h /(2rw )]
(3.327)
onde X = 2a/L para uma rea de drenagem em forma de elipse e a a metade do eixo maior da
elipse, ou seja, o raio mximo da elipse.
Nas Eqs. (3.322) a (3.327) qh a vazo de leo do poo horizontal, kh a permeabilidade
horizontal, h a espessura da formao, pe a presso no limite de drenagem, pw a presso de fluxo no
poo horizontal, B o fator volume-formao do fluido, a viscosidade do fluido, reh o raio de
drenagem do poo horizontal, rev o raio de drenagem de um poo vertical, rw o raio do poo, L o
comprimento do poo horizontal, IPh o ndice de produtividade do poo horizontal e IPv o ndice de
produtividade de um poo vertical.
A Eq. (3.325) foi deduzida dividindo-se inicialmente o problema tridimensional, representado pela produo do reservatrio atravs de um poo horizontal, em dois problemas bidimensionais, sendo um no plano horizontal e outro no plano vertical. Posteriormente as solues dos dois
problemas bidimensionais foram somadas para se obter a equao da vazo do poo horizontal.
O ndice de produtividade de um poo horizontal (IPh) obtido dividindo-se a sua vazo
pelo diferencial de presso:
q
qh
IPh = h =
.
(3.328)
p pe p w
Se o comprimento do poo horizontal muito maior que a espessura do reservatrio, ou seja, se L >> h, o segundo termo do denominador da Eq. (3.322) torna-se desprezvel e a equao da
vazo reduz-se a:
3-92
qh =
2k h h ( pe p w )
,
B ln(4reh / L)
(3.329)
ou ainda:
2k h h ( pe p w )
.
(3.330)
B ln[reh /( L / 4)]
Assim, comparando-se a Eq. (3.330) com a equao da vazo em um poo vertical, conclui-se que
para um poo horizontal muito longo o raio efetivo do poo dado por rw = L / 4 , que exatamente
o mesmo de um poo vertical com uma fratura vertical de condutividade infinita (Joshi, 1991). De
maneira similar, as Eqs. (3.323), (3.324) e (3.327) reduzem-se Eq. (3.330) se L >> h e L << reh.
Ainda, a Eq. (3.325) reduz-se Eq. (3.330) se L >> h, L << reh e L << a. Portanto, para fluxo
permanente incompressvel e unifsico, num caso limite em que as condies anteriormente citadas
so atendidas, a produtividade de um poo horizontal aproxima-se da produtividade de um poo
vertical com uma fratura vertical de condutividade infinita.
___________________________
qh =
Soluo:
Admitindo que, conforme discutido anteriormente, um poo horizontal de 300 m drene
uma rea duas vezes maior que a rea drenada por um poo vertical, ento a rea de drenagem do
poo horizontal ser Ah = 2 400 400 = 320.000 m2. O raio de um crculo com essa rea de
drenagem reh = Ah / = 320.000 / = 319 m . Ento:
0 ,5
0 ,5
= 337 m
IPh =
qh
=
pe p w
0,05255k h h
2
2
a + a ( L / 2)
Bo o ln
+ (h / L) ln[h /(2rw )]
L
/
2
IPh =
0,05255 80 50
2
2
337 + 337 (300 / 2)
1,2 0,7 ln
300 / 2
100
3-93
m3 std / d
kgf / cm 2
___________________________
Para o caso de um reservatrio anisotrpico as equaes apresentadas anteriormente nesta
seo precisam ser modificadas. Por exemplo, admitindo fluxo somente nas direes horizontal (x) e
vertical (z), a equao diferencial que representa o escoamento permanente (equao de Laplace)
dada por:
2 p
2 p
(3.331)
=0,
x 2
z 2
onde kh e kv so as permeabilidades horizontal e vertical, respectivamente. Conforme mostrado por
Joshi (1991), essa equao pode ser reescrita como:
kh
2 p
x 2
+ kv
2 p
=0,
z 2
(3.332)
onde:
z = z kh / kv .
(3.333)
h = h k h / k v .
(3.334)
Conforme mencionado anteriormente, as Eqs. (3.322) a (3.327) representam a soma de duas solues matemticas, uma para fluxo horizontal e outra para fluxo vertical. Ento, pode-se
modificar a parte vertical da equao do fluxo permanente para incluir o efeito da anisotropia. De
acordo com Joshi (June 1988 e 1991), essa modificao aplicada Eq. (3.325) resulta em:
2k h h ( p e p w )
(3.335)
,
qh =
2
2
a + a ( L / 2)
+ (h / L) ln[h /(2rw )]
Bln
L/2
onde = k h / k v .
Usando-se o conceito de raio equivalente ou efetivo de um poo, apresentado anteriormente na Seo 3.6.3, pode-se converter a produtividade de um poo horizontal em um poo vertical
equivalente. Para se calcular o raio equivalente do poo vertical, de modo que ele apresente o
mesmo desempenho do poo horizontal, admite-se para os dois casos o mesmo volume drenado, isto
, reh = rev, bem como o mesmo ndice de produtividade, ou seja, IPv = IPh.
O ndice de produtividade do poo vertical equivalente ao horizontal, cujo raio igual a
, dado por:
rwvh
2k h h
,
(3.336)
)
B ln(rev / rwvh
enquanto o ndice de produtividade do poo horizontal, admitindo que o reservatrio seja isotrpico
e empregando a Eq. (3.325), pode ser escrito como:
IPv =
3-94
2k h h
(3.337)
,
2
2
a + a ( L / 2)
B ln
+ (h / L) ln[h /(2rwh )]
L/2
onde rwh o raio do poo horizontal, doravante denominado simplesmente de rw. Igualando essas
duas equaes e lembrando que reh = rev resulta em:
2k h h
2k h h
(3.338)
=
,
)
B ln(rev / rwvh
2
2
a
+
a
(
L
/
2
)
+ (h / L) ln[h /(2rwh )]
Bln
L
/
2
Para o caso em que o reservatrio anisotrpico a expresso para o raio equivalente dada por
(Joshi, 1991):
reh ( L / 2)
=
.
rwvh
(3.340)
a 1 + 1 [ L /(2a)]2 [h /(2rw )](h / L )
IPh =
3-95
Soluo:
Uma das maneiras de se verificar a equivalncia entre os poos horizontal e vertical fraturado seria calcular os raios de poos verticais no fraturados, equivalentes a esses poos. O raio de
um poo vertical no fraturado, equivalente ao poo horizontal proposto, pode ser estimado atravs
da Eq. (3.340), onde:
= k h / k v = 1 / 0,15 = 2,58
h = 2,58 20 = 51,6 m
a = ( L / 2)0,5 + 0,25 + (2reh / L) 4
0, 5
reh = rev.
O raio de drenagem dos poos verticais pode ser estimado admitindo-se que a suas reas de
drenagem sejam equivalentes s reas de drenagem definidas pelo espaamento atual, isto ,
equivalentes rea de um quadrado de lado igual a 200 m. Assim,
0, 5
250 m .
Utilizando a Eq. (3.340) obtm-se o raio de um poo vertical equivalente ao poo horizon ) como sendo igual a:
tal ( rwvh
=
rwvh
reh ( L / 2)
3-96
=
rwvh
63,66 (500 / 2)
= 36 m .
(51,6 / 500 )
2
Para o caso do poo vertical fraturado, pode-se estimar o comprimento da fratura, necess = 36 m , usando a Figura 3.29. Esse
rio para que possua um raio equivalente ou efetivo rw = rwvh
processo de clculo deve ser por tentativa e erro, adotando-se os seguintes passos:
Admite-se um valor para a metade do comprimento da fratura (xf);
Calcula-se FCD atravs da Eq. (3.301);
Calcula-se rw / x f atravs da Figura 3.29;
Calcula-se novamente o valor de xf utilizando o raio de poo equivalente desejado
( rw = 36 m ) e compara-se com o valor admitido ou calculado anteriormente;
Repetem-se os clculos at que os valores de xf calculados em duas iteraes consecutivas estejam suficientemente prximos.
O valor de FCD dado por:
x f = rw rw / x f
1
1
)Figura
.
= 36(rw / x f )Figura
Admitindo-se um valor inicial de xf = 200 m e empregando-se o procedimento sugerido anteriormente, so obtidos os seguintes resultados:
Valor admitido
Valor calculado
Figura 3.29
Valor calculado
x f (m )
FCD = 600/xf
rw / x f
x f (m )
200
103
90
88
3,00
5,83
6,67
6,82
0,35
0,40
0,41
0,415
103
90
88
87
Como os valores admitido e calculado esto muito prximos, pode-se considerar que este
seja o valor definitivo. Ento, a fratura necessria para proporcionar o mesmo ndice de produtividade de um poo horizontal de 500 m dever ter um meio-comprimento (xf) igual a 87 m, ou seja,
um comprimento total de 174 m.
3-97
nente ocorre quando a massa de fluido localizada na fronteira externa do reservatrio ou nos limites
da rea de drenagem comea a fluir em direo ao poo produtor.
De acordo com a discusso apresentada na Seo 3.2.4, em um reservatrio isolado, com
um nico poo, a rea de drenagem definida pelos limites externos do reservatrio. Por outro lado,
em um reservatrio com vrios poos, as posies dos limites externos das reas de drenagem dos
poos dependem das suas vazes. Esses limites so linhas imaginrias atravs das quais no h
fluxo. Na Seo 3.2.4 foi apresentada uma metodologia para se estimar a geometria e a dimenso
das reas de drenagem de cada poo em um campo desenvolvido, ou seja, em um campo com mais
de um poo.
Em uma rea de drenagem regular (um crculo, por exemplo), todos os pontos situados no
limite externo passam a influenciar o comportamento da presso no mesmo instante. Em uma rea
de drenagem retangular, por outro lado, os efeitos dos limites mais prximos so sentidos antes. O
incio do fluxo pseudopermanente somente se d quando todos os limites externos da rea de
drenagem passam a influenciar o comportamento da presso. Por isso, o tempo para se atingir o
regime pseudopermanente maior em reas de drenagem irregulares do que em reas regulares.
Penetrao do poo [para uma rea retangular, com o poo paralelo ao eixo x, relao
L/(2xe)]
Quando um poo horizontal suficientemente longo (LD > 10), a influncia dos limites superior e inferior do reservatrio pequena e o comportamento do poo aproxima-se do comportamento de um poo vertical artificialmente fraturado, com uma fratura vertical de condutividade
infinita que penetra totalmente a formao. Ento, o fator de forma de um poo horizontal de
grande comprimento aproxima-se do fator de forma de um poo com uma fratura vertical de
condutividade infinita (Joshi, 1991). Similarmente ao caso de poos verticais artificialmente
fraturados, a queda de presso adimensional em um poo horizontal, durante o regime de fluxo
pseudopermanente, dado pela expresso (Mutalik et alii, 1988):
1 2,2458 1
1
A
p wD = 2t DA + ln
+ ln
+ ln(16) ,
(3.341)
2 4( L / 2) 2 2 C A, h 2
onde CA,h o fator de forma para o caso em que o reservatrio drenado por um poo horizontal. A
Figura 3.53 apresenta o fator CA,h para o caso de um poo horizontal localizado na posio central
de uma rea de drenagem quadrada.
3-98
Figura 3.53 Fator de forma para um poo horizontal localizado em uma rea de drenagem quadrada.
Reproduzida de Joshi, S. D., Horizontal Well Technology, Copyright 1991, com permisso de PennWell
Publishing Company.
L/(2xe)
LD
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
4,557
2,927
2,437
1,948
1,703
1,598
1,546
1,533
4,819
3,141
2,626
2,125
1,851
1,733
1,672
1,656
5,250
3,354
2,832
2,356
2,061
1,930
1,863
1,845
5,025
3,130
5,420
3,260
5,860
3,460
xe /ye = 1
1
2
3
5
10
20
50
100
3,772
2,321
1,983
1,724
1,536
1,452
1,420
1,412
4,439
2,732
2,240
1,891
1,644
1,526
1,471
1,458
xe /ye = 2
1
2
4,425
2,840
4,578
3,010
3
5
10
20
50
100
2,380
1,982
1,740
1,635
1,584
1,572
2,450
2,020
1,763
1,651
1,596
1,582
3-99
2,610
2,150
1,850
1,720
1,650
1,632
2,730
2,310
1,983
1,839
1,762
1,740
2,940
2,545
2,198
2,040
1,959
1,935
5,110
3,540
3,020
2,554
2,189
2,022
1,934
1,909
5,140
3,650
3,020
2,493
2,155
2,044
1,925
1,903
5,440
3,780
3,250
2,758
2,399
2,236
2,150
2,126
xe /ye = 5
1
2
3
5
10
20
50
100
5,500
3,960
3,440
2,942
2,629
2,491
2,420
2,408
5,270
3,720
3,190
2,667
2,343
2,196
2,120
2,100
2xe
yw
h
xw
2xe
Figura 3.54 Esquema e nomenclatura para um poo horizontal localizado em uma rea de drenagem
retangular (Joshi, 1991).
3-100
No mtodo de Mutalik et alii (1988) admite-se que o poo horizontal possua condutividade
infinita, Babu & Odeh (1989) admitem um poo horizontal com fluxo uniforme e Kuchuk et alii
(1988) usam uma soluo de condutividade infinita aproximada, onde a presso no poo (constante)
estimada atravs de uma mdia das presses obtidas da soluo de fluxo uniforme ao longo do
comprimento do poo. As diferenas entre os trs mtodos residem nas tcnicas matemticas
empregadas para a obteno das solues e nas condies de contorno utilizadas no poo. No
obstante, conforme mencionado por Joshi (1991), os resultados fornecidos pelos trs mtodos
geralmente so muito prximos, com uma diferena mxima em torno de 5%. Por isso, somente o
mtodo desenvolvido por Mutalik et alii (1988) ser aqui apresentado.
Mutalik et alii (1988) calcularam os fatores de forma CA,h e os fatores de forma-pelcula
sC A,h para um poo horizontal localizado em vrias posies no interior de uma rea de drenagem
retangular, com xe/ye variando de 1 a 20. Para um poo situado na posio central do retngulo os
valores de sC A,h podem ser encontrados na Tabela 3.6. No mtodo de Mutalik et alii o ndice de
produtividade de um poo horizontal de comprimento L durante o regime pseudopermanente pode
ser calculado atravs da equao:
qh
2k h h
(3.342)
IPh =
=
,
p pw
re
B ln A + s m + s f + s C A,h 1,386 + Dq h
rw
re = A / ,
(3.343)
A = 0,750 para uma rea de drenagem circular e A = 0,738 para reas de drenagem quadradas ou
retangulares, sm o fator de pelcula mecnico, sf o fator de pelcula devido a uma fratura de
condutividade infinita e comprimento L, dado por:
s f = ln[ L /(4rw )] ,
(3.344)
e D o coeficiente de turbulncia.
___________________________
Soluo:
3-101
A rea de drenagem um retngulo com dimenses 2xe e 2ye, sendo que (2xe)(2ye) = A =
180.000 e xe/ye = 2. Assim, xe = 300 m e ye = 150 m. Como sm = D = 0, a expresso do ndice de
produtividade, dada pela Eq. Erro! Fonte de referncia no encontrada., simplifica-se para:
2k h h
IPh =
r
Bo o ln e
rw
ou, no sistema de unidades empregado:
IPh =
A + s f + sC A,h 1,386
0,05255k h h
,
re
Bo o ln A + s f + sC A,h 1,386
rw
onde:
re =
A / = 180.000 / = 239,4 m
Tabela
xe
=2
sC A, h = 2,34
ye
L
500
=
= 0,83
2 xe 2 300
Logo:
IPh =
0,05255 10 15
239,4
1,35 0,8 ln
0,738 7,13 + 2,34 1,386
0,1
= 8,42
m 3 std / d
.
kgf / cm 2
___________________________
3-102
presso, ou seja, com menores gradientes de presso no reservatrio, especialmente nas imediaes
do poo, minimizando ou ao menos retardando a formao de cones. Por outro lado, diferentemente
dos poos verticais que, uma vez atingidos pela gua proveniente de um aqfero de fundo, podem
ser recompletados em pores mais altas do intervalo produtor, os poos horizontais, quando
invadidos por um cone de gua de fundo, estaro irremediavelmente perdidos. Assim, no desenvolvimento de um campo de leo ou de gs com aqfero de fundo, por exemplo, os poos horizontais
podem ser utilizados para se prevenir o aparecimento prematuro de gua nos poos produtores,
desde que estes sejam produzidos com vazes relativamente baixas, para no gerar um excessivo
gradiente de presso no reservatrio. Em outras palavras, nessas circunstncias o uso de poos
horizontais no deve ter como objetivo o aumento das vazes de produo dos poos, j que eles
apresentam ndices de produtividade maiores que os verticais, mas sim o retardamento do incio de
produo de gua no campo.
Joshi (1991) apresenta diversas correlaes para a estimativa da vazo crtica de leo em
um poo horizontal. Os trabalhos de Giger (1983b), Karcher et alii (1986) e Giger (1989) utilizam a
seguinte correlao para o clculo da vazo crtica de leo:
2
k h h 2 1 h
L ,
qoch = 0,005261
(3.345)
Bo o 2 ye 6 2 ye
onde empregado o sistema Petrobras de unidades, com exceo da massa especfica, que usada
em g/cm3 e no em kg/m3.
A correlao de Chaperon (1986) fornece para a vazo crtica de leo em um poo horizontal (qoch) o valor dado pela expresso:
k h2
L
qoch = 0,005261 h F ,
(3.346)
ye
Bo o
para 1 70 e 2ye < 4L, onde qoch dada em m3std/d, L o comprimento do poo (m), ye a
dimenso da rea de drenagem perpendicular ao eixo do poo horizontal (m), a diferena entre as
massas especficas dos fluidos (g/cm3), kh a permeabilidade horizontal (md), h a espessura da zona
de leo (m), Bo o fator-volume formao do leo (m3/m3std), o a viscosidade do leo (cp),
= ( ye / h) k v / k h , kv a permeabilidade vertical (md) e F uma funo adimensional de , dada
na Tabela 3.7.
Tabela 3.7 Valores da funo adimensional F (Joshi, 1991)
1
2
3
4
5
7
10
13
20
30
40
4,00
4,03
4,08
4,16
4,24
4,42
4,64
4,80
5,08
5,31
5,48
70
3-103
5,74
Segundo Joshi (1991), a funo F pode ser representada, de maneira aproximada, pela expresso
analtica:
(3.347)
Joshi (1988) apresentou uma correlao para a estimativa da vazo crtica de leo na presena de capa de gs, ou seja, quando h a possibilidade de haver cone de gs. A vazo crtica de
leo de um poo horizontal em presena de possvel cone de gs (qocgh) dada por:
q ocgh =
[h
[h
2
2
]
q
) ] ln(r / r )
(h I h )2 ln(re / rw )
2
ocgv
(3.348)
(h I v
e
w
onde Ih a distncia entre o poo horizontal e o contato gs/leo, Iv a distncia entre o contato
gs/leo e o topo do intervalo canhoneado em um poo vertical, rw o raio efetivo do poo horizontal e qocgv a vazo crtica de leo em um poo vertical tambm sujeito a um cone de gs, dada no
sistema Petrobras de unidades (exceto a massa especfica, que usada g/cm3) por:
k o g 2
2
qocgv = 0,002627 h
(3.349)
h (h I v ) .
B
ln(
r
/
r
)
e w
o o
Exemplos de aplicao dessas vrias correlaes mostram que os resultados obtidos para as
estimativas de vazo crtica podem ser significativamente diferentes, provavelmente devido s
diferentes hipteses simplificadoras adotadas em cada uma delas. De qualquer modo, nota-se que as
vazes crticas para os poos horizontais so bastante superiores s obtidas para os poos verticais.
Com isso, utilizando-se poos horizontais e vazes iguais s vazes crticas, possvel acelerar a
recuperao do leo existente no reservatrio e ainda assim obter uma tima eficincia de varrido,
ao se evitar a formao de cones de gua e/ou gs.
A exemplo do que ocorre com os poos verticais, muitas vezes os poos horizontais so
produzidos com vazes maiores que as vazes crticas. Joshi (1991, pp. 295-309) apresenta mtodos
para se prever o tempo de erupo da gua e/ou do gs em poos horizontais que produzem de
reservatrios com aqfero de fundo e/ou capa de gs. Joshi (1991, pp. 309-313) mostra ainda a
correlao desenvolvida por Dikken (1989) para a estimativa da vazo crtica em poos horizontais
sujeitos ao influxo lateral de gua.
3.11. Problemas
Problema 3.1 Uma coluna de areia compactada, de forma cilndrica e sujeita a um fluxo de gua,
apresenta as seguintes caractersticas:
Dimetro..................................................................................
20 cm
Comprimento...........................................................................
4m
Permeabilidade da areia...........................................................
5 Darcy
ngulo de inclinao da coluna com a horizontal..................... 30o
Presso na face inferior............................................................
20 psi
Presso na face superior...........................................................
15 psi
Viscosidade da gua.................................................................
0,9 cp
Perguntam-se:
3-104
3-105
H=5m
a = 60
L=
2m
A = 20 cm
Sabendo que a alimentao do tanque constante, de modo que H permanece o mesmo, calcule a
vazo na sada do tubo. Considere os seguintes dados adicionais:
Comprimento do tubo...............................................................
L=2m
Altura do fluido no tanque.......................................................
H=5m
rea da seo transversal do tubo............................................. A = 20 cm2
Peso especfico do fluido..........................................................
= 1 gf/cm3
Viscosidade do fluido...............................................................
= 1 cp
Presso atmosfrica local.......................................................... patm = 1 atm
Inclinao do tubo em relao horizontal .............................. = 60o
Resposta: 0,13 cm3/s
3-106
Respostas:
(a) tpp = 24 h
(c)
r/rw
10
20
50
100
200
500
1.000
p
(kgf/cm2)
169,74
172,83
176,91
180,01
183,10
187,18
190,25
193,28
196,90
198,32
(e) r = 82,5 m
Problema 3.7 Trs poos A, B e C esto dispostos conforme o esquema da Figura 3.56. Quanto
tempo ser necessrio para que se observe uma queda de presso de 5 atm no poo B, sabendo-se
que os poos A e C foram colocados simultaneamente em produo com uma vazo de 200 m3std/d
cada um?
C
d
A
d = 200 m
h = 15 m
= 0,20
So = 0,80
Sw = 0,20
co = 2,4104 atm1
cw = 4,4105 atm1
cf = 5,0105 atm1
o = 2 cp
ko = 200 md
Bo = 1,2 m3/m3std
Problema 3.8 Dois poos A e B foram perfurados em um reservatrio virgem, cuja presso
esttica original era de 60 kgf/cm2. Com o poo B fechado, abriu-se o poo A para produo,
obtendo-se as seguintes informaes: nos primeiros 5 dias a produo de leo foi de 60 m3std/d,
seguindo-se ento um perodo de 3 dias durante os quais a produo foi reduzida para 10 m3std/d;
em seguida a produo foi elevada para 90 m3std/d, assim permanecendo durante 7 dias, depois dos
3-107
quais o poo A foi fechado. Sabendo-se que a distncia entre os poos A e B da ordem de 200 m,
pedem-se:
(a) Esquematizar um diagrama de vazo de produo de leo versus tempo.
(b) Esquematizar um diagrama fictcio de presso versus tempo, correspondente ao diagrama do
item (a), de modo a permitir a superposio de efeitos para clculo da queda de presso ou da
presso em um determinado ponto do reservatrio.
(c) Calcular a presso no poo B ao final do 3o dia, do 15o dia e do 20o dia, utilizando os seguintes
dados:
Permeabilidade efetiva ao leo.................................................
ko = 200 md
Viscosidade do leo no reservatrio.........................................
o = 2,0 cp
Fator volume-formao do leo................................................ Bo = 1,4 m3/m3std
Espessura da formao.............................................................
h=3m
Porosidade da rocha.................................................................
= 0,30
Compressibilidade total do sistema........................................... ct = 8105 (kgf/cm2)1
Respostas:
(c) p3 = 55 kgf/cm2
p15 = 48,2 kgf/cm2
p20 = 55,8 kgf/cm2
Problema 3.9 Dois poos foram perfurados em um aqfero para abastecimento de um projeto de
injeo de gua. Os poos esto afastados 200 m entre si e a presso inicial do aqfero de 200
kgf/cm2. O poo A produzido com vazo de 300 m3std/d e o poo B com vazo de 400 m3std/d. Os
dois poos iniciam sua produo simultaneamente e ao final de 6 meses o poo B fechado. Outros
dados do sistema poo-aqfero so:
Permeabilidade efetiva gua..................................................
kw = 22 md
Viscosidade da gua no aqfero..............................................
w = 0,35 cp
Bw = 1,04 m3/m3std
Fator volume-formao da gua...............................................
Espessura da formao.............................................................
h = 38 m
Porosidade da rocha.................................................................
= 0,28
Compressibilidade total do sistema........................................... ct = 50106 (kgf/cm2)1
Raios dos poos........................................................................
rw = 0,15 m
(a) Qual a presso no poo B no instante do seu fechamento?
(b) Qual a presso no poo B para os tempos de fechamento de 1 h, 1 d, 5 d e 20 d?
(c) Caso o poo A tambm fosse fechado no mesmo instante que o poo B, qual seria a presso no
poo B nos instantes 1, 5 e 20 d aps o fechamento?
Respostas:
(a) pwB = 158,9 kgf/cm2
(b)
t (d )
pwB (kgf/cm2)
0,042
1
5
20
178,7
184,0
186,6
188,7
t (d )
pwB (kgf/cm2)
(c)
3-108
1
5
20
185,3
189,6
193,4
3-109
qo(m std/d)
300
200
2,5
t(d)
Respostas:
(a) 1,667
m 3 std / d
kgf / cm 2
(b) 0,1667
m 3 std / d
(kgf / cm 2 ) m
(c) 27 md
(d) 270 md m
Problema 3.13 Um poo tem nvel esttico a 400 m, medidos na tubulao de produo, que est
aberta atmosfera. Quando bombeado com a vazo de 20 m3std/d, o nvel de fluido no espao
anular permanece profundidade de 1.300 m. No h packer e o revestimento encontra-se aberto
atmosfera.
(a) Se a densidade mdia do fluido de 0,65, qual o ndice de produtividade do poo?
(b) Se a formao produtora tem a sua base a uma profundidade de 1.600 m, qual a mxima vazo
que o poo pode fornecer?
(c) Se um engano foi cometido e o revestimento no estava aberto para a atmosfera mas tinha uma
presso de 30 kgf/cm2, qual o ndice de produtividade do poo?
Respostas:
3-110
(a) 0,342
m 3 std / d
kgf / cm 2
(c) 0,702
m 3 std / d
kgf / cm 2
Problema 3.14 Um poo com dimetro de 12 in tem um raio de drenagem de 660 ft. O arenito
produtor tem 23 ft de espessura e o leo tem uma viscosidade de 1,60 cp. O fator volume-formao
do leo de 1,623 bbl/STB. A permeabilidade da formao de 53 md, a presso de fluxo de 500
psi e a presso no limite externo do reservatrio de 600 psi. Admitindo que o fluido seja incompressvel, determinar:
(a) O ndice de produtividade do poo.
(b) O ndice de produtividade especfico (IP/h) do poo.
(c) A vazo se o diferencial de presso for de 100 psi.
(d) Uma equao para o clculo da presso em funo do raio.
(e) Uma equao para o gradiente de presso no reservatrio em funo do raio.
Respostas:
(a)
(b)
(c)
(d)
0,463
STB / d
psi
0,020
STB / d
psi ft
46,3 STB/d
(e)
dp psi 13,92
=
dr ft r ( ft )
Problema 3.15 Refaa o Problema 3.14 admitindo fluido compressvel, fluxo pseudopermanente.
Respostas:
(a)
0,494
STB / d
psi
(b)
0,0215
STB / d
psi ft
(c)
(d)
(e)
dp psi 14,86
=
dr ft r ( ft )
Problema 3.16 Um poo com dimetro de 20 cm perfurado atravs de uma formao de 250 md
de permeabilidade e 8 m de espessura. O raio de drenagem de 200 m. Admitindo que o fluido seja
incompressvel, perguntam-se:
(a) Que razo de produtividade ser obtida por um alargamento do poo para um dimetro de 60
cm?
(b) Se aquecedores eltricos so capazes de reduzir a viscosidade de 120 cp para 8 cp dentro de um
raio de 1,5 m, que razo de produtividade obtida?
(c) Se o poo sofreu um dano de formao e a permeabilidade foi reduzida para 10 md em um raio
de 2 m, qual o novo valor da razo de produtividade?
Respostas:
(a) RP = 1,17
(b) RP = 1,50
(c) RP = 0,096
3-111
100 md
5m
3m
300 m
10 cm
5 cp
1,35 m3/m3std
20% da original de cada zona
Problema 3.18 O poo esquematizado na Figura 3.58 foi danificado de modo que as permeabilidades nas zonas invadidas foram reduzidas a 50% do seu valor original. Se o raio de drenagem
igual a 200 m e a espessura das duas zonas de 5 m cada uma, pergunta-se: qual o raio de invaso
na zona inferior de modo que a razo de produtividade nessa zona seja 10% maior que na zona
superior?
Poo
Regio invadida
Zona B
k = 300 md
5m
Zona A
5m
5m
k = 200 md
?
Figura 3.58 Desenho esquemtico do sistema poo-reservatrio do Problema 3.18.
200 md
300 md
5m
10 cm
Problema 3.19 Calcular o aumento percentual de produo devido estimulao de um reservatrio num raio de 1 m em torno do poo, onde a permeabilidade aumentada em 60%. Outros dados
so:
Raio do poo.......................................................................
5 cm
Raio de influncia do poo.................................................. 400 m
Resposta: 14,3%
3-112
Problema 3.20 Um dos projetos previstos para o desenvolvimento de um reservatrio aproximadamente quadrado, com rea de 1.440.000 m2, consiste na perfurao de 9 poos verticais igualmente espaados. Sugira outros planos para o desenvolvimento desse reservatrio, usando (a) poos
horizontais de 300 m de comprimento e, se necessrio, poos verticais; (b) poos horizontais de 600
m de comprimento e, se necessrio, poos verticais.
Problema 3.21 Utilizando os dados do Exemplo 3.11, pede-se que sejam calculados:
(a) O ndice de produtividade do poo vertical.
(b) O ndice de produtividade do poo horizontal, empregando os mtodos de Borisov e Giger
(1983a).
(c) As relaes entre os ndices de produtividade do poo horizontal e do poo vertical, empregando os mtodos de Borisov, Giger (1983a) e Joshi.
Respostas:
(a) IPv = 35,8 (m 3 std / d ) /(kgf / cm 2 )
(b) Borisov: IPh = 115 (m 3 std / d ) /(kgf / cm 2 )
Giger:
Problema 3.22 Resolva o Exemplo 3.8 admitindo que o reservatrio possua uma permeabilidade
mdia de 40 md. Compare os resultados com os do Exemplo 3.8.
Respostas: Os resultados do Problema 3.22 mostrados na Tabela 3.8, comparados com os do
Exemplo 3.8, apresentados na Tabela 3.1, indicam que os ganhos obtidos neste caso, em que a
permeabilidade maior (40 md), situam-se na faixa de 70%, enquanto no Exemplo 3.8, onde a
permeabilidade do reservatrio era 20 vezes menor (2 md), os ganhos em relao a um poo no
fraturado variavam entre 200% e 300%.
Tabela 3.8 Resumo dos resultados do Problema 3.22
L (m )
IPvf / IPv
100
200
1,71
1,73
300
1,76
3-113
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Livro
Figura Joshi, S. D.: Horizontal Well Technology. Tulsa, OK, USA, PennWell Publishing
Company, 1991.
3.29
Figura Joshi, S. D.: Horizontal Well Technology. Tulsa, OK, USA, PennWell Publishing
Company, 1991.
3.35
Figura
Pgina
5-4
136
2-2
34
Figura
Pgina
4.2
105
2-1
34
2-4
35
2-9b
40
2-15
62
7-4
217
Dake, L. P. Fundamentals of Reservoir Engineering. Amsterdam, The Netherlands, Elsevier Scientific Publishing Company, 1978.
Figura
3.2
Figura Joshi, S. D.: Horizontal Well Technology. Tulsa, OK, USA, PennWell Publishing
Company, 1991.
3.34
Joshi,
S. D.: Horizontal Well Technology. Tulsa, OK, USA, PennWell Publishing
Figura
Company, 1991.
3.37
Joshi,
S. D.: Horizontal Well Technology. Tulsa, OK, USA, PennWell Publishing
Figura
Company, 1991.
3.39
Figura Joshi, S. D.: Horizontal Well Technology. Tulsa, OK, USA, PennWell Publishing
Company, 1991.
3.52
Figura Joshi, S. D.: Horizontal Well Technology. Tulsa, OK, USA, PennWell Publishing
3.53
Company, 1991.
(colocar
0-117
0-118
como
ref.
cruz.)
Tabela
Pgina
2-4
60
2-5
60
4.
F LUXO DE G ASES EM M EIOS P OROSOS
Neste captulo so apresentadas a deduo da equao da difusividade hidrulica e a obteno das suas solues para os casos clssicos da engenharia de reservatrios, considerando os
escoamentos de um gs ideal e de um gs real atravs de meios porosos.
Semelhantemente ao que ocorreu no Captulo 3, so abordadas as solues matemticas para os casos em que os reservatrios so produzidos atravs de poos verticais e/ou horizontais.
Conforme foi citado naquele captulo, apesar do crescente uso dos poos horizontais no desenvolvimento de campos de petrleo, os poos verticais ainda so maioria. Deste modo, a menos que seja
explicitamente mencionado, como ocorre em algumas das sees deste captulo, admite-se na
apresentao da teoria, nos exemplos e nos problemas, que os poos sejam verticais.
(v x ) + v y + (v z ) = ( ) .
(4.1)
x
y
z
t
( )
Para fluxo radial horizontal pode-se mostrar que, utilizando o sistema de coordenadas cilndricas, a equao da continuidade passa a ser expressa como (Matthews & Russel, 1967):
1
(rv r ) = ( ) ,
(4.2)
r r
t
onde vr a velocidade aparente de fluxo na direo radial.
4-1
4-2
(4.7)
As Eqs. (4.3) a (4.7) so vlidas somente para pequenos gradientes de potencial ou de presso. Existem situaes, especialmente no caso de fluxo de gs, em que um efeito adicional devido
turbulncia deve ser considerado, o que ser objeto de uma seo posterior neste captulo (Seo
4.5).
c=
1
.
p T
Vide Captulo 3.
(4.9)
(4.10)
(4.11)
4-3
cf =
1 d
.
dp
(4.12)
Mais detalhes sobre as diferentes equaes de estado, aplicveis aos lquidos, gases e rocha, podem ser encontradas no Captulo 1.
Permeabilidade constante
Ao se introduzir as expresses das velocidades, Eqs. (4.4) a (4.6), na equao da continuidade, Eq. (4.1), obtm-se uma nova forma para a equao diferencial do escoamento em coordenadas cartesianas:
k x k y k z
= ( ) .
(4.13)
x x y y z z t
A Eq. (4.13) encontra-se ainda em uma forma bastante geral, sendo necessria a introduo
de simplificaes para reproduzir as diferentes condies em que um reservatrio pode se apresentar. Por exemplo, nos casos em que os efeitos gravitacionais sobre o fluxo so desprezveis, o
potencial pode ser substitudo pela relao entre a presso e o peso especfico do fluido (p/),
resultando na seguinte equao:
kx p ky p kz p
= ( ) .
(4.14)
x x y y z z t
Para um meio poroso homogneo e isotrpico as permeabilidades nas trs direes so iguais, ou seja, k x = k y = k z = k . Neste caso a Eq. (4.14) se reduz a:
p
x x
+
y y
p
+
z z
= ( )
r r r t
ou simplesmente:
1
=
( ) .
k t
(4.15)
(4.16)
1 r p 1
=
( ) ,
r r r k t
4-4
(4.17)
4.2.1. Gs ideal
Neste caso admite-se que a viscosidade do gs seja constante. Assim, as equaes diferenciais tornam-se:
p p p
+
( ) ,
=
(4.18)
x x y y z z k t
em coordenadas cartesianas, e:
1 p
( ) ,
r
=
r r r k t
(4.19)
em coordenadas cilndricas.
Conforme foi mostrado no Captulo 3, a derivada do lado direito das Eqs. (4.18) e (4.19)
pode ser escrita como:
( ) = ct ,
(4.20)
t
c g t
onde ct = cg + cf e cg a compressibilidade do gs. No entanto, quando o gs comporta-se como
ideal (baixas presses), a sua compressibilidade muito maior que a da formao, podendo-se ento
admitir que ct cg. Assim,
( ) = .
(4.21)
t
t
Mas, da equao de estado dos gases ideais, Eq. (4.11),
M
=
,
p RT
de modo que:
p
M p
=
=
t p t RT t
e portanto:
( ) = M p .
t
RT t
Substituindo as Eqs. (4.11) e (4.24) na Eq. (4.18) obtm-se:
p M
p M
p M p
M
+
p
p
p
=
x RT x y RT y z RT z k RT t
(4.22)
(4.23)
(4.24)
(4.25)
ou
p p
p
p
+
x x y y
que ainda pode ser escrita como:
p p
+
,
p
=
z z k t
(4.26)
4-5
2 p2
x
2 p2
y
2 p2
z 2
2 p
.
k t
Por seu turno, a equao para fluxo radial pode ser escrita como:
1 M
p M p
pr
=
r r RT
r k RT t
(4.27)
(4.28)
ou
1 p p
,
rp
=
r r r k t
(4.29)
1 p 2
r
r r r
2 p
=
k t
(4.30)
1 p 2
r
r r r
p 2
=
kp t
(4.31)
2 p2
r 2
1 p 2 p 2
=
.
r r kp t
(4.32)
4.2.2. Gs real
No estudo do fluxo de um gs real atravs de um meio poroso utiliza-se o conceito de potencial do gs real, tambm conhecido como pseudopresso do gs real, desenvolvido por AlHussainy et alii (1966):
p
pdp
m( p) = 2
,
Z
(4.33)
pb
onde pb uma presso base arbitrria. A escolha de pb irrelevante, pois normalmente usa-se nas
equaes de fluxo uma diferena de dois valores de m(p). Por exemplo,
p2
p1
p2
pb
pb
p1
pdp
pdp
pdp
m( p 2 ) m( p1 ) = 2
.
2
= 2
Z
Z
Z
(4.34)
4-6
mr ( p) =
1m( p) p pr dp pr
,
2 p 2pc ( / 1 ) Z
(4.35)
Presso
pseudoreduzida
Valores de mr(p) =
1 m( p )
2 p 2pc
p pr dp pr
=
( / 1 ) Z
0
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
1,10
1,20
1,30
1,40
1,50
1,60
1,70
1,80
1,90
2,00
2,10
2,20
2,30
2,40
2,50
2,60
2,70
1,05
1,15
1,30
1,50
1,75
2,00
2,50
3,00
0,0051
0,0208
0,0475
0,0856
0,1355
0,1980
0,2733
0,3620
0,4638
0,5780
0,7053
0,8525
1,0318
1,2392
1,4482
1,6468
1,8359
2,0176
2,1926
2,3619
2,5272
2,6899
2,8500
3,0074
3,1622
3,3143
3,4638
0,0051
0,0206
0,0467
0,0839
0,1322
0,1921
0,2637
0,3474
0,4437
0,5529
0,6746
0,8083
0,9539
1,1114
1,2807
1,4616
1,6516
1,8476
2,0472
2,2476
2,4499
2,6546
2,8603
3,0658
3,2701
3,4726
3,6727
0,0051
0,0204
0,0461
0,0824
0,1293
0,1869
0,2556
0,3355
0,4262
0,5276
0,6400
0,7638
0,8983
1,0431
1,1978
1,3620
1,5356
1,7182
1,9090
2,1068
2,3109
2,5206
2,7354
2,9549
3,1786
3,4060
3,6367
0,0050
0,0202
0,0456
0,0813
0,1272
0,1833
0,2498
0,3266
0,4134
0,5095
0,6154
0,7314
0,8574
0,9930
1,1381
1,2928
1,4557
1,6280
1,8089
1,9982
2,1954
2,3999
2,6116
2,8302
3,0554
3,2872
3,5251
0,0050
0,0201
0,0453
0,0807
0,1261
0,1814
0,2468
0,3222
0,4073
0,5019
0,6059
0,7192
0,8416
0,9732
1,1142
1,2645
1,4240
1,5923
1,7695
1,9553
2,1495
2,3519
2,5623
2,7806
3,0067
3,2403
3,4813
0,0050
0,0201
0,0452
0,0803
0,1254
0,1803
0,2452
0,3198
0,4039
0,4974
0,6003
0,7131
0,8356
0,9676
1,1091
1,2599
1,4199
1,5887
1,7663
1,9526
2,1472
2,3499
2,5605
2,7788
3,0048
3,2383
3,4792
0,0050
0,0200
0,0451
0,0801
0,1250
0,1798
0,2445
0,3189
0,4030
0,4968
0,6004
0,7136
0,8362
0,9681
1,1091
1,2592
1,4183
1,5862
1,7632
1,9492
2,1442
2,3479
2,5602
2,7811
3,0105
3,2482
3,4942
0,0050
0,0200
0,0450
0,0800
0,1249
0,1797
0,2443
0,3187
0,4029
0,4967
0,6003
0,7134
0,8360
0,9680
1,1095
1,2602
1,4203
1,5895
1,7679
1,9554
2,1519
2,3575
2,5721
2,7956
3,0280
3,2691
3,5191
4-7
Presso
pseudoreduzida
Valores de mr(p) =
1 m( p )
2 p 2pc
p pr dp pr
=
( / 1 ) Z
0
2,80
2,90
3,00
3,25
3,50
3,75
4,00
4,25
4,50
4,75
5,00
5,25
5,50
5,75
6,00
6,25
6,50
6,75
7,00
7,25
7,50
7,75
8,00
8,25
8,50
8,75
9,00
9,25
9,50
9,75
10,00
10,50
11,00
11,50
12,00
12,50
13,00
13,50
14,00
14,50
15,00
1,05
1,15
1,30
1,50
1,75
2,00
2,50
3,00
3,6108
3,7553
3,8974
4,2456
4,5859
4,9183
5,2430
5,5622
5,8776
6,1892
6,4970
6,8011
7,1014
7,3980
7,6909
7,9809
8,2688
8,5546
8,8383
9,1198
9,3992
9,6764
9,9516
10,2250
10,4971
10,7678
11,0371
11,3051
11,5718
11,8370
12,1009
12,6258
13,1476
13,6662
14,1816
14,6937
15,2026
15,7081
16,2102
16,7087
17,2039
3,8701
4,0646
4,2560
4,7260
5,1857
5,6338
6,0700
6,4973
6,9181
7,3324
7,7399
8,1406
8,5345
8,9218
9,3025
9,6780
10,0495
10,4170
10,7805
11,1400
11,4956
11,8473
12,1951
12,5399
12,8826
13,2231
13,5614
13,8976
14,2315
14,5632
14,8928
15,5473
16,1969
16,8412
17,4804
18,1145
18,7435
19,3673
19,9859
20,5993
21,2076
3,8700
4,1056
4,3429
4,9417
5,5444
6,1461
6,7434
7,3356
7,9228
8,5032
9,0758
9,6400
10,1951
10,7409
11,2773
11,8066
12,3311
12,8504
13,3644
13,8730
14,3760
14,8735
15,3655
15,8527
16,3358
16,8150
17,2901
17,7612
18,2283
18,6914
19,1505
20,0604
20,9615
21,8537
22,7367
23,6105
24,4750
25,3303
26,1763
27,0132
27,8409
3,7690
4,0185
4,2735
4,9303
5,6102
6,3089
7,0228
7,7491
8,4853
9,2289
9,9772
10,7283
11,4803
12,2318
12,9815
13,7293
14,4749
15,2177
15,9569
16,6917
17,4219
18,1471
18,8669
19,5824
20,2946
21,0033
21,7081
22,4090
23,1057
23,7981
24,4860
25,8522
27,2075
28,5508
29,8815
31,1992
32,5036
33,7943
35,0712
36,3344
37,5837
3,7297
3,9851
4,2474
4,9299
5,6466
6,3944
7,1705
7,9713
8,7933
9,6339
10,4907
11,3616
12,2446
13,1379
14,0397
14,9488
15,8643
16,7846
17,7087
18,6356
19,5644
20,4942
21,4242
22,3551
23,2874
24,2205
25,1539
26,0869
27,0192
27,9502
28,8797
30,7359
32,5885
34,4352
36,2740
38,1035
39,9223
41,7295
43,5240
45,3055
47,0731
3,7272
3,9824
4,2444
4,9296
5,6563
6,4224
7,2259
8,0629
8,9296
9,8239
10,7437
11,6870
12,6520
13,6368
14,6399
15,6588
16,6915
17,7366
18,7927
19,8589
20,9337
22,0163
23,1057
24,2007
25,3004
26,4040
27,5107
28,6200
29,7311
30,8437
31,9570
34,1873
36,4211
38,6554
40,8873
43,1147
45,3355
47,5481
49,7510
51,9431
54,1231
3,7483
4,0106
4,2809
4,9903
5,7459
6,5462
7,3894
8,2745
9,2004
10,1654
11,1682
12,2073
13,2811
14,3883
15,5274
16,6956
17,8901
19,1096
20,3527
21,6184
22,9053
24,2124
25,5386
26,8821
28,2415
29,6156
31,0037
32,4048
33,8182
35,2431
36,6786
39,5759
42,5019
45,4518
48,4215
51,4073
54,4059
57,4142
60,4295
63,4494
66,4718
3,7776
4,0449
4,3206
5,0465
5,8235
6,6503
7,5257
8,4484
9,4168
10,4297
11,4859
12,5841
13,7232
14,9020
16,1193
17,3731
18,6617
19,9841
21,3390
22,7253
24,1421
25,5882
27,0627
28,5650
30,0944
31,6502
33,2314
34,8371
36,4666
38,1191
39,7937
43,1956
46,6559
50,1691
53,7299
57,3337
60,9761
64,6533
68,3614
72,0971
75,8571
4-8
m( p) m( p ) p 2 p p
=
=
,
x
p x Z x
(4.36)
p Z m( p )
=
.
x 2 p x
(4.37)
de onde se obtm:
Similarmente:
p Z m( p )
=
,
y 2 p y
p Z m( p )
=
,
z 2 p z
p Z m( p )
=
,
r 2 p r
(4.38)
(4.39)
(4.40)
p Z m( p )
=
.
t 2 p t
(4.41)
= c g p
(4.42)
e substituindo as Eqs. (4.10), (4.21), (4.37), (4.38), (4.39) e (4.41) na Eq. (4.15) resulta na equao
da difusividade hidrulica para fluxo tridimensional de gases reais, em coordenadas cartesianas:
2 m( p ) 2 m( p ) 2 m( p ) c g m( p )
.
+
+
=
(4.43)
k
t
x 2
y2
z 2
Para fluxo radial horizontal obtm-se:
1 m( p) c g m( p)
r
=
.
r r r
k
t
(4.44)
As Eqs. (4.43) e (4.44) so idnticas s equaes desenvolvidas para o caso de fluxo de lquidos (Captulo 3), com exceo de que no caso do fluxo de gases no foram necessrias hipteses
simplificadoras com respeito a pequenos gradientes de presso, embora estes devam ser suficientemente pequenos para que seja vlida a lei de Darcy. Deve-se observar ainda que, apesar do uso da
funo pseudopresso do gs real, m(p), as equaes da difusividade obtidas so no-lineares, j que
a viscosidade e a compressibilidade do gs dependem da presso.
Uma aproximao para se contornar o problema da no linearidade das equaes da difusividade para gs real tem sido a de se usar para o produto cg o seu valor inicial (cg)i, avaliado
presso inicial do sistema pi. Felizmente, a viscosidade do gs uma funo crescente da presso,
enquanto a compressibilidade do gs uma funo decrescente da presso, o que tende a reduzir a
dependncia do produto cg em relao presso. Esse efeito particularmente favorvel para altas
presses, quando o produto cg aproximadamente constante.
Para longos tempos de produo, quando o reservatrio tivesse atingido um regime de fluxo estabilizado (permanente ou pseudopermanente), o produto cg seria bastante diferente do inicial
e aparentemente provocaria erro considervel nos clculos. No entanto, conforme ser visto na
prxima seo, as equaes para regimes de fluxo estabilizados no dependem do produto cg
quando empregada a pseudopresso m(p).
4-9
p/Z
Presso (p)
Figura 4.1 Grfico tpico de p/Z versus p.
Para pequenos valores de presso o conjunto p/Z linear com a presso, o que significa que o
produto Z constante. Neste caso a equao da difusividade pode ser escrita em termos de p2,
tomando-se valores mdios para e Z. A equao da difusividade torna-se ento semelhante do
fluxo de lquido, substituindo-se p por p2. Se as presses forem muito baixas, no s o produto Z
constante como individualmente esses dois parmetros o so, resultando nas solues para gs ideal,
a serem apresentadas na prxima seo.
Conforme indica a Figura 4.1, quando a presso suficientemente alta o quociente p/Z
tambm se comporta linearmente com a presso. Nesse caso comum se utilizar diretamente as
equaes para fluxo de lquidos (Captulo 3), j que devido ao fato de a presso ser muito alta o gs
comporta-se como se fosse um lquido. Em qualquer caso, porm, recomendvel o uso da pseudopresso m(p), o que elimina a necessidade de verificao dos intervalos de validade das aproximaes citadas.
O uso da funo m(p), como foi visto, permite a obteno de equaes diferenciais similares s obtidas para fluxo de lquidos. Isso possibilita que as solues da equao da difusividade
sejam escritas diretamente por analogia com as equaes j estudadas para o caso de lquidos.
4.3.1. Gs ideal
A considerao de gs ideal razoavelmente vlida para baixas presses, sendo portanto
mais aplicvel a experincias de laboratrio.
4-10
a) Fluxo linear
A geometria de fluxo linear normalmente a que se encontra em experincias de laboratrio, onde so usadas pequenas amostras de testemunhos, mas pode tambm representar algumas
situaes prticas de campo.
A equao da difusividade para fluxo linear de um gs ideal obtida a partir da Eq. (4.27),
considerando-se somente o termo referente coordenada cartesiana x:
2 p2
x
2 p
.
k t
(4.45)
Regime permanente
O regime permanente de fluxo definido como sendo aquele em que no ocorre alterao
da massa especfica com o tempo, em qualquer ponto do meio poroso, isto :
=0 ,
(4.46)
t
o que equivale a dizer que, pela lei dos gases:
p
=0 .
(4.47)
t
Assim, a presso ser funo exclusivamente da posio e a equao da difusividade reduz-se para:
2 p2
x2
=0 .
(4.48)
pe
A
L
qw
x
p 2 ( x ) = C1 x + C 2 ,
(4.49)
C 2 = p w2
(4.50)
C1 =
pe2 p w2
.
L
(4.51)
4-11
q ( x) = v x A ,
onde a velocidade aparente vx dada pela equao de Darcy:
k p
vx =
.
x
Derivando-se a Eq. (4.52) obtm-se a variao da presso com a distncia:
p pe2 p w2
.
=
2 pL
x
Substituindo as Eqs. (4.54) e (4.55) na Eq. (4.53) obtm-se:
kA pe2 p w2
q( x ) =
.
L 2 p( x)
(4.53)
(4.54)
(4.55)
(4.56)
q(0) = q w =
kA pe2 p w2
.
L 2 p w
(4.57)
(4.60)
Com o auxlio das tabelas do Apndice L a Eq. (4.60) pode ser escrita em outros sistemas de
unidades.
___________________________
Exemplo 4.1 Um corpo rochoso de forma retangular permite o escoamento de 20106 SCF/d de
gs quando sujeito a uma presso de sada de 2.000 psia. O corpo rochoso tem comprimento de
1.000 ft, largura de 100 ft e espessura de 10 ft. Sua porosidade de 20% e a permeabilidade efetiva
mdia ao gs para uma saturao de gua irredutvel de 15% de 150 md. A temperatura do
reservatrio de 150 oF e a viscosidade do gs igual a 0,025 cp. Admitindo fluxo permanente de
um gs ideal e que as condies-padro sejam de 14,7 psia e 80 oF, pede-se que sejam calculados:
(a)
(b)
(c)
(d)
4-12
A presso de entrada.
O gradiente de presso no ponto mdio do corpo rochoso.
O gradiente mdio de presso para toda a rocha.
O ponto em que ocorre a mdia aritmtica das presses de entrada e de sada do corpo rochoso.
Soluo:
Parte (a):
O comportamento do fluxo linear permanente de um gs ideal pode ser representado pela
Eq. (4.60). No sistema de unidades empregado no exemplo (sistema americano) essa equao dada
por:
q0 (103 SCF / d ) =
20 10 3 =
Parte (b):
A expresso que permite calcular a presso em um ponto qualquer do meio poroso a Eq.
(4.52):
p 2 p w2
p 2 ( x ) = p w2 + e
x.
L
O gradiente de presso pode ser obtido de:
dp 2
dp
dp
1 dp 2
1 pe2 p w2
= 2p
=
=
.
dx
dx
dx 2 p dx
2p
L
Mas, no ponto mdio (x = 500 ft), a presso dada por:
p ( x = 500) = p w2 +
p e2 p w2
4.636 2 2.000 2
x = 2.000 2 +
500 = 3.570 psia .
L
1.000
Ento,
1
4.636 2 2.000 2
dp
=
= 2,45 psi / ft .
1.000
dx x =500 2 3.570
Parte (c):
O gradiente mdio no reservatrio como um todo dado por:
p p e p w 4.636 2.000
=
=
= 2,64 psi / ft .
L
L
1.000
Parte (d):
A mdia aritmtica das presses na entrada e na sada do meio poroso dada por
p = ( pe + p w ) / 2 = (4.636 + 2.000) / 2 = 3.318 psia e o ponto onde ocorre essa presso, medido a
partir da face de sada do gs, obtido atravs da Eq. (4.52):
p 2 = p w2 +
p e2 p w2
4.636 2 2.000 2
x 3.318 2 = 2.000 2 +
x x = 400 ft .
L
1.000
___________________________
4-13
Regime pseudopermanente
O fluxo pseudopermanente uma soluo de longo tempo quando o reservatrio no possui realimentao no seu limite externo e produz com vazo constante qw na face x = 0, onde a
presso representada por pw, conforme ilustra a Figura 4.3.
pe
pw
A
qw
(4.62)
de onde se obtm:
q
p
1
.
= w
t
AL c g
(4.63)
1
cg = ~ ,
p
(4.64)
onde ~
p seria uma presso mdia que resultasse na mdia das compressibilidades. O valor da
compressibilidade mdia c g tem sido avaliado em diferentes presses, de acordo com vrios
autores. Russel et alii (1966) propem:
p + pw
~
(4.65)
p=
,
2
onde p a presso mdia (esttica) do reservatrio. importante frisar que neste caso a soluo
para a presso torna-se iterativa, j que no se conhece ainda o valor de pw ou at mesmo o valor de
p . Este ltimo poderia ser obtido atravs de um teste de presso recente ou atravs de simulaes
matemticas. Outras maneiras de se avaliarem as propriedades mdias do gs, particularmente a
compressibilidade, podem ser mencionadas:
c g = (c gi + c g ) / 2
c g avaliada presso ~
p = ( pi2 + p w2 ) / 2
c g avaliada presso ~
p = ( pi + p w ) / 2 .
4-14
Uma das referncias citadas2 mostra que as diferenas nos resultados no so considerveis,
independentemente de qual das presses ~
p anteriormente descritas seja empregada.
A Eq. (4.63) pode ento ser escrita como:
q ~
p
p
= w
t
AL
e a equao da difusividade hidrulica, Eq. (4.45), passa a ser escrita como:
2q w ~
p
2 p2
,
=
2
kAL
x
cuja integrao produz:
2q w ~
p
p 2
=
x + C1
x
kAL
ou
2p
2q w ~
p
p
=
x + C1 .
kAL
x
x = L x = 0.
(4.66)
(4.67)
(4.68)
(4.69)
(4.70)
A ltima condio de contorno estabelece que a face externa selada, isto , o gradiente de presso
atravs dessa face igual a zero. Desse modo, ao contrrio do regime permanente, no existe uma
alimentao externa repondo o fluido que vai sendo produzido. Assim sendo, haver uma reduo na
quantidade de fluido no meio poroso, com uma conseqente queda de presso ao longo do tempo.
Aplicando-se a condio de contorno externa Eq. (4.69):
2q w ~
p
0 =
L + C1 ,
(4.71)
kAL
determina-se:
2q w ~
p
C1 =
.
(4.72)
kA
Ento:
2q w ~
p
2q w ~
p 2q w ~
p
p 2
x
=
x+
=
(4.73)
1 .
x
kAL
kA
kA
L
Integrando-se novamente:
Theory and Practice of the Testing of Gas Wells. Calgary, Alberta, Canada, Energy Resources Conservation Board, 1975.
4-15
p 2 ( x) =
2
2q w ~
p
x x + C2 .
kA
2 L
(4.74)
C 2 = p w2 .
(4.75)
Assim,
p 2 ( x) = p w2 +
mo:
2q w ~
p x
L
kA
L
2
1 x
2 L
(4.76)
Substituindo-se o valor de qw obtido da Eq. (4.59), a Eq. (4.76) ainda pode ser escrita co-
p 2 ( x) = p w2 +
2
2Tp0 ~
pq0 L x 1 x
.
T0 p w k A L 2 L
(4.77)
Com a Eq. (4.77) pode-se calcular a presso em qualquer ponto do meio poroso em qualquer instante, a partir da presso existente no limite de produo, pw. Como se pode ver, essa
soluo uma equao tambm do tipo p2 = f(x), ou seja, funo apenas da posio e bastante
parecida com a soluo do regime permanente. Apesar disso, sabe-se que existe uma dependncia do
tempo de tal modo que esse regime no poderia ser chamado de permanente. Na verdade, tanto a
presso na face x = 0, pw, como a presso no limite externo do reservatrio, pe, variam com o tempo.
Dessa maneira, a Eq. (4.77) representa a distribuio das presses no meio poroso em um determinado instante. Em um instante seguinte, a presso na face x = 0 ter outro valor, resultando em
outros valores para as presses no interior do meio poroso.
Fazendo-se x = L e p(L) = pe na Eq. (4.77) pode-se escrever uma equao para o clculo da
vazo, medida em condies-padro:
kA T0 p w 2
q0 =
( pe p w2 ) .
(4.78)
L Tp0 ~
p
Regime transiente
Para a deduo da equao para regime transiente supe-se um meio poroso de comprimento teoricamente infinito, de seo reta constante A, produzindo com uma vazo constante qw
atravs da face localizada no ponto x = 0, conforme est esquematizado na Figura 4.4.
4-16
x
A
0
qw
Nessas condies no existem simplificaes para a equao da difusividade. Ela permanece na sua
forma inicial, Eq. (4.45), e a sua soluo do tipo p2 = f (x,t). Ento:
2 p2
x
2 p
k t
(4.79)
p 2
.
kp t
(4.80)
ou
2 p2
x2
Como para gs ideal cg = 1/p, a Eq. (4.80) pode ser escrita como:
2 p 2 c g p 2
.
=
k
t
x2
(4.81)
A Eq. (4.81) uma equao no-linear, j que a compressibilidade do gs depende da presso. Uma maneira de se linearizar a Eq. (4.81) admitir uma compressibilidade mdia c g para o
gs. Assim, obtm-se uma equao diferencial linear em p2:
2 p 2 c g p 2
.
=
k
t
x2
(4.82)
(4.83)
A condio de contorno interna representa matematicamente o fato de que se deseja obter a soluo
para vazo constante no ponto x = 0. Ento,
p2
q
p
= 2p
= 2 w p w , t > 0.
(4.84)
x
x
kA
x =0
x =0
Como o reservatrio infinito, no limite externo a presso permanece igual inicial, gerando a
condio de contorno externa:
lim p 2 ( x, t ) = pi2 .
(4.85)
x
4-17
p 2 ( x, t ) = pi2
exp x 2 /(4t ) x erfc
(4.86)
4t
kA
2Tp 0 q0 4t
exp x 2 /(4t ) x erfc
T0 k A
,
4t
x
(4.87)
ou ainda:
p 2 ( x, t ) = p i2
2Tp 0 q 0 L 4t
x
exp x 2 /(4t ) erfc
T0
k A L
L
,
4t
x
(4.88)
onde:
=
k
,
c g
(4.89)
exp(
)d .
(4.90)
b) Fluxo radial
A equao da difusividade hidrulica para o fluxo radial de um gs ideal dada pela Eq.
(4.31):
1 p 2
r
r r r
p 2
=
kp t .
(4.91)
Regime permanente
As equaes para regime permanente descrevem o movimento do fluido em um meio poroso cilndrico, de raio da base igual a re e altura h, com um poo de raio rw situado no seu centro,
conforme ilustra a Figura 4.5. Esse meio poroso recebe uma alimentao externa contnua e constante, de tal maneira que o fluido produzido atravs do poo reposto simultaneamente atravs da
fronteira externa.
4-18
qw
Poo
Alimentao externa
re
p
=0
t
(4.92)
1 d d p 2
r
=0.
r d r d r
(4.93)
r = re p(re ) = p e .
(4.94)
A soluo da Eq. (4.93) e a aplicao das condies de contorno, Eq. (4.94), resultam na
seguinte expresso para a distribuio da presso:
ln(r / rw )
p 2 (r ) = p w2 + ( pe2 p w2 )
.
(4.95)
ln(re / rw )
Para a vazo de produo, medida nas condies-padro, obtm-se:
2k h T0 ( pe2 p w2 )
q0 =
.
Tp0 2 ln(re / rw )
(4.96)
Regime pseudopermanente
Para a deduo das equaes para fluxo radial, regime pseudopermanente, tomou-se um
meio poroso cilndrico de altura h e com a lateral externa selada, conforme o esquema mostrado na
Figura 4.6.
4-19
qw
Poo
re
Por analogia com a soluo apresentada no caso de fluxo de lquidos (Captulo 3) e seguindo o mesmo procedimento usado no fluxo linear de um gs ideal, obtm-se a equao:
2
Tp q ~
p r 1 r
ln .
p 2 (r ) = p w2 + 2 0 0
(4.97)
T0 p w 2k h rw 2 re
q0 =
( pe2 p w2 )
2k h T0 p w 1
.
Tp0 ~
p 2 [ln(re / rw ) 1 / 2]
(4.98)
Regime transiente
A equao da difusividade e as condies inicial e de contorno so dadas por:
1 p 2 p 2
r
=
r r r kp t
(4.99)
ou
1 p 2
r
r r r
c g p 2
=
k
t
(4.100)
p 2 (r , t = 0) = pi2 ,
(4.101)
lim p 2 (r , t ) = pi2
(4.102)
p 2
lim r
r 0
r
q
= 2 w pw .
2
kh
(4.103)
Comparando-se com o problema do fluxo de lquidos (Captulo 3) pode-se escrever a soluo final como sendo:
q
q
p 2 (r ,t ) = p i2 2 w p w E i ( X ) = p i2 w p w E i ( X ) ,
(4.104)
4kh
2kh
onde:
4-20
X=
c g r 2
(4.105)
4k t
e
Ei ( y ) =
d .
(4.106)
(4.107)
p 2 (r ,t ) = pi2
Tp0 q0 4kt
ln
c r 2
2kh T0
g
(4.108)
4.3.2. Gs real
a) Fluxo linear
A equao da difusividade para fluxo linear de um gs real dada por:
2 m( p ) c g m( p )
.
=
k
t
x2
(4.109)
Regime permanente
A equao diferencial torna-se, para m(p)/ t = 0:
2 m( p)
x2
=0 ,
(4.110)
x
m( p) = m( p w ) + [m( p e ) m( p w )] .
L
(4.111)
A vazo na face x = 0 :
kA dp
,
w dx x=0
(4.112)
kAZ w m( p e ) m( p w )
pw
2L
(4.113)
qw =
o que fornece:
qw =
ou, em condies-padro:
Vide Captulo 3.
4-21
q0 =
kA T0 m( p e ) m( p w )
.
2
L p 0T
(4.114)
Regime pseudopermanente
Similarmente ao fluxo de lquidos, as equaes para m(p) e para a vazo tornam-se:
2
L 2Tp 0 q 0 x 1 x
m( p ) = m ( p w ) +
(4.115)
kA T0 L 2 L
e
q0 =
kA T0 m( p e ) m( p w )
.
L T
p0
(4.116)
Regime transiente
A soluo neste caso :
[m( p )]( x, t ) = m( pi )
2Tp 0 q 0
T0 k A
4t
4t
(4.117)
2
4t / L
(4.118)
ou
[ m( p )]( x, t ) = m( pi )
L 2Tp 0 q 0 4t
x
2
2
exp
(
x
/
L
)
/(
4
t
/
L
)
erfc
k A T 0 L2
L
x/L
b) Fluxo radial
As equaes de fluxo para geometria radial so as mais utilizadas na prtica da engenharia
de reservatrios, principalmente porque muitas vezes podem ser adaptadas para outras geometrias
(poo que produz de um reservatrio quadrado ou retangular, por exemplo).
Regime permanente
A soluo dada por:
1 2q 0 p 0T
ln( r / rw ) .
(4.119)
2kh T0
Esta equao permite explicitar o valor da vazo, substituindo-se os valores de r = re e p = pe:
T [m( p e ) m( p w )]
q 0 = 2kh 0
.
(4.120)
2 p 0T
[ln(re / rw )]
m( p ) = m( p w ) +
Em termos da presso mdia no reservatrio ( p ), por analogia com o caso dos lquidos
pode-se escrever que:
1 2q0 p0T re 1
m( p ) m ( p w ) =
(4.121)
ln
2kh T0 rw 2
ou
4-22
q 0 = 2kh
T0 m( p ) m( p w )
.
p 0T re 1
2 ln
rw 2
(4.122)
Regime pseudopermanente
A soluo, em termos da presso inicial, dada por:
2
r
1 2q 0 p 0 T
2kt
1 r
ln
m ( p ) = m( p i )
+
r
2kh T0
(c g ) i re2 2 re
w
r
+ ln e
3
,
4
(4.123)
m( p ) = m( p w ) +
2
1 2q 0 p 0T r 1 r
ln .
2kh T0
rw 2 re
1
.
2
(4.124)
(4.125)
Usando-se a presso mdia, que corresponde neste caso presso esttica do reservatrio, tem-se:
1 2q 0 p 0T re 3
m( p ) m( p w ) =
(4.126)
ln .
2kh T0
rw 4
A introduo do conceito de fator de forma ou de geometria de Dietz (1965), conforme
discutido no Captulo 3, permite que se escreva a equao para o clculo da funo m(p) no poo,
durante o perodo pseudopermanente, para vrias geometrias de reservatrio:
1 2q 0 p 0T 1 4 A
m( p ) m( p w ) =
ln
.
(4.127)
2
2kh T0
2 C A rw
Desta equao pode-se ainda explicitar o valor da vazo de produo, medida nas condies-padro:
T [m( p ) m( p w )]
q0 = 2kh 0
.
p0T 4 A
(4.128)
ln
2
C A rw
Regime transiente
Por analogia com o caso do fluxo de lquidos, a soluo do modelo da fonte linear para esse regime de fluxo pode ser escrita como:
2
1 q 0 p 0T (c g ) i r
,
m ( p ) = m( p i )
Ei
(4.129)
2kh T0
4kt
Exemplo 4.2 Um poo de gs est produzindo no regime permanente a uma vazo de 2106
SCF/d. Outros dados do sistema so:
4-23
Raio do reservatrio............................................................
Raio do poo.......................................................................
Presso no limite externo....................................................
Presso de fluxo no poo.....................................................
Espessura da formao........................................................
Temperatura do reservatrio...............................................
Viscosidade do gs @ 140 oF e 1 atm.................................
re = 500 ft
rw = 0,25 ft
pe = 750 psia
pw = 250 psia
h = 10 ft
T = 140 oF
0,0116 cp
Frao molar
C1
C2
C3
i-C4
n-C4
i-C5
n-C5
C6
C7+
0,875
0,083
0,021
0,006
0,008
0,003
0,002
0,001
0,001
1,000
Admitindo que o peso molecular do C 7 + seja igual ao do C8 e que a lei de Darcy seja vlida,
pedem-se:
(a) Calcular a presso e a temperatura pseudocrticas do gs.
(b) Utilizando o conceito de potencial do gs real, m(p), determinar a permeabilidade efetiva ao gs.
(c) Usando a permeabilidade obtida na parte (b) e admitindo que o regime de fluxo estabilizado seja
o pseudopermanente, calcular a vazo de gs em 106 SCF/d.
Soluo:
Parte (a):
O clculo das propriedades pseudocrticas do gs est mostrado na Tabela 4.3.
Tabela 4.3 Clculo das propriedades pseudocrticas do gs Exemplo 4.2
Ci
pci (psia)
C1
C2
C3
i-C4
n-C4
i-C5
0,875
0,083
0,021
0,006
0,008
0,003
673,1
708,3
617,4
529,1
550,1
483,5
yi pci (psia)
589,0
58,8
13,0
3,2
4,4
1,5
Tci (oR)
343,2
549,9
666,0
734,6
765,7
829,6
yi Tci (oR)
300,3
45,6
14,0
4,4
6,1
2,5
4-24
n-C5
C6
C7+
0,002
0,001
0,001
1,000
489,8
440,1
362,2
1,0
0,4
0,4
846,2
914,2
1.624,9
671,5
1,7
0,9
1,0
376,6
De acordo com a Tabela 4.3: ppc = 671, 5 psia e Tpc = 376,6 oR.
Parte (b):
Usando o conceito de potencial ou pseudopresso do gs, a vazo para fluxo radial permanente dada, de acordo com a Eq. (4.120), por:
T m( p e ) m( p w )
.
q 0 = 2kh 0
p 0T 2 ln( re / rw )
T0 m( p e ) m( p w )
.
p 0T 2 ln( re / rw )
p pr e =
pe
750
=
= 1,117
p pc 671,5
p pr w =
pw
250
=
= 0,372
p pc 671,5
T
(140 + 460)
=
= 1,593 .
T pc
376,6
T pr =
1 m ( p e )
pe
2 p 2pc
pw
1 m( p w )
2 p 2pc
2 (671,5) 2
0,6314 = 49,087 10 6 psia 2 / cp
0,0116
= 0,6314 m( pe ) =
= 0,0711 m( p w ) =
2 (671,5) 2
0,0711 = 5,528 10 6 psia 2 / cp .
0,0116
Ento,
2.000 = 39,763 10 6 k 10
520
( 49,087 5,528) 10 6
k 30 md .
14,7 (140 + 460)
2 ln(500 / 0,25)
Deve-se observar que a soluo mais correta seria a interpolao linear proporcional a p2 e 1/T na
obteno dos valores da pseudopresso do gs real.
Parte (c):
Para regime pseudopermanente a vazo de gs dada por:
q 0 = 2kh
ou, no sistema de unidades empregado:
T0 m( p e ) m( p w )
p 0T 2[ln(re / rw ) 1 / 2]
4-25
T0 m( p e ) m( p w )
.
p 0T 2[ln(re / rw ) 1 / 2]
520
( 49,087 5,528) 10 6
= 2.157 10 3 SCF / d
14,7 (140 + 460) 2[ln(500 / 0,25) 1 / 2]
q 0 = 2,157 10 6 SCF / d .
___________________________
pdp
pdp
2
2
Z
p = pw
p = pe pb
T0 pb
q0 = 2kh
.
[ln(re / rw )]
2 p 0T
(4.131)
2 kh T0 ( p e2 p w2 )
.
2 Z p0T ln(re / rw )
(4.132)
Observa-se que a Eq. (4.132) similar Eq. (4.96), vlida para um gs ideal, exceto pelo fato de
que neste caso empregado um valor mdio para a viscosidade e includo o fator Z, cujo valor no
caso de um gs ideal igual a 1. Assim, conclui-se que as solues aproximadas podem ser obtidas a
partir das solues para gs ideal, substituindo-se por e acrescentando-se o fator de compressibilidade mdio do gs ( Z ).
dp
=
vs ,
ds k s
4-26
(4.133)
=
v s v s2 ,
(4.134)
ds k s
onde o segundo termo do lado direito da igualdade representa o componente que no segue a lei de
Darcy, sendo a massa especfica do fluido e o chamado coeficiente de resistncia inercial, que
possui a dimenso de inverso de comprimento. Em coordenadas cilndricas (fluxo radial) a equao
de Forchheimer dada pela expresso:
dp
= v v 2 ,
(4.135)
dr k
onde v a velocidade aparente de fluxo na direo radial.
A componente do efeito inercial e de turbulncia (v2) desprezvel para baixas velocidades e geralmente omitida nas equaes para fluxo de lquidos. O efeito mais pronunciado no
fluxo de gs, devido sua baixa viscosidade, o que resulta em velocidades no mnimo uma ordem de
grandeza superiores s de um lquido.
=
v x v x2
dx k x
(4.136)
ou simplesmente:
dp
= v v 2 ,
dx k
(4.137)
onde v = q/A e a vazo q (admitida como sendo positiva) obtida da lei dos gases em funo do
seu valor medido nas condies-padro:
p0 q0
pq
=
,
(4.138)
Z 0T0 ZT
de onde se obtm:
q=
p 0 ZTq 0
.
Z 0T0 p
(4.139)
q=
p 0 ZTq 0
.
T0 p
(4.140)
Como Z0 1,
Ento,
4-27
v=
p ZTq 0
q
= 0
.
A
AT0 p
(4.141)
m
Mp
=
,
V
ZRT
(4.142)
p ZTq 0
dp
Mp p0 ZTq 0
= 0
dx
kAT0 p
ZRT
AT0 p
(4.143)
ou
pdp =
p 0 ZTq 0
Mp 02 ZTq 02
dx +
dx .
kAT0
RA 2T02
(4.144)
pdp =
pw
p 0 Z Tq 0 L
Mp 02 Z Tq 02 L
dx
+
dx ,
kAT0 0
RA 2T02 0
(4.145)
(4.146)
A Eq. (4.146) uma equao do segundo grau em q0, que resolvida permite o clculo da vazo. Por
outro lado, permite o clculo de uma das presses se forem conhecidas a vazo e a outra presso.
p ZTq 0 Mp p 0 ZTq 0
dp
= 0
dr
2khrT0 p ZRT 2rhT0 p
(4.148)
re
Z p 0Tq 0 dr Mp 02 Z Tq 02 dr
,
pdp
=
+
rw
(4.149)
rw
p e2 p w2 Z p 0Tq 0 re Mp 02 Z Tq 02
=
ln +
2
2 2
2
2khT0
rw (2) Rh T0
Admitindo re rw e rearranjando os termos obtm-se finalmente:
1
1
.
r
r
e
w
(4.150)
q0 =
khT0 ( p e2 p w2 )
.
re
kMp 0 q 0
Z p 0T ln +
rw 2h RT0 rw
4-28
(4.151)
A expresso da vazo no poo, dada pela Eq. (4.151), pode ainda ser escrita como:
khT0 ( p e2 p w2 )
q0 =
(4.152)
r
Z p 0T ln e + Dq 0
rw
ou ainda:
q0 =
C1 ( p e2 p w2 )
,
C 2 + Dq 0
(4.153)
khT0
,
Z p 0T
(4.154)
onde:
C1 =
r
C 2 = ln e
rw
(4.155)
D=
kMp 0
.
2h RT0 rw
(4.156)
q p T r 3
m( p w ) = m( p ) 0 0 ln e + s + Dq 0 ,
(4.157)
khT0 rw 4
onde o termo Dq0 introduz o efeito adicional devido inrcia e turbulncia. Portanto, a variao
adicional da funo m(p) devida presena do efeito de pelcula deve ser introduzida na equaes
de fluxo acrescentando-se o termo:
[m( p)]s = q0 p0T st ,
(4.158)
khT0
4-29
onde st = s + Dq0 denominado fator de pelcula total, incluindo os efeitos mecnicos e de turbulncia.
O valor do coeficiente de turbulncia D geralmente determinado atravs de testes realizados no poo. Dois testes de fluxo, por exemplo, efetuados com duas vazes diferentes, permitiriam a
determinao simultnea de s e D.
q 0 = C ( p 2 p w2 ) n ,
(4.159)
q pT r 3
m( p w ) = m( p ) 0 0 ln e + s + Dq 0
(4.160)
khT0 rw 4
ou
m ( p ) m ( p w ) m ( p ) =
q 0 p 0T re 3
ln + s + Dq 0
khT0 rw 4
(4.161)
(4.162)
(4.163)
(4.164)
4-30
Assim, um grfico log[m(p)] versus logq0, para pequenas vazes, ser uma reta com inclinao
unitria, correspondente a um fluxo essencialmente laminar.
Para altas vazes o termo devido inrcia-turbulncia ( bq02 ) predominante, de modo que
a Eq. (4.162) simplifica-se para:
m( p ) = bq 02 ,
(4.165)
(4.166)
Esta equao produz em um grfico log-log uma reta com inclinao igual a 2, que corresponderia
na equao emprica a n = , j que, tomando-se o logaritmo da equao emprica, Eq. (4.159),
obtm-se:
1
log C
log( p 2 p w2 ) = log q 0
,
(4.167)
n
n
ou seja, o coeficiente angular igual ao inverso do expoente n. Portanto, a curva de contrapresso
terica de um reservatrio de gs seria semelhante mostrada na Figura 4.7. O expoente n dado
pela cotg, onde o ngulo que a curva forma com a horizontal. Conforme pode-se observar na
Figura 4.7, o valor de n de 1 para pequenas vazes (fluxo laminar) e tende para para altas
vazes (fluxo turbulento).
10
m(p)
10
10
1
1
10
q0
10
10
Por simplicidade, no entanto, muitas vezes admite-se que a curva de contrapresso seja
uma reta no grfico log-log, conforme exemplifica a Figura 4.8, onde na ordenada so colocados os
valores de ( p 2 p w2 ) e na abcissa os valores da vazo q0.
4-31
10
10
10
(p pw ), 10 (kgf/cm2 )
AOF
n = cotg calculado
1
0,1
10
100
q0, 10 m std/d
O grfico da Figura 4.8 a representao da Eq. (4.159), que em escala logartmica dada pela Eq.
(4.167). Assim, a partir da Figura 4.8 obtm-se o valor do expoente n como sendo o inverso do
coeficiente angular da reta, ou seja, n = 1/tg = cotg. O valor de C obtido substituindo-se na Eq.
(4.159) um par de valores (pw, q0) que correspondam a um ponto localizado sobre a reta mostrada na
Figura 4.8.
A curva de contrapresso tambm utilizada na prtica para se estimar o potencial produtor do reservatrio. Para isso determina-se o chamado AOF (Absolute Open Flow), que corresponde mxima vazo que o poo ou reservatrio poderia produzir. Esse valor obtido graficamente da Figura 4.8 para ( p 2 p w2 ) = p 2 , ou seja, admitindo-se uma presso de fluxo nula. O valor do
AOF pode ainda ser obtido da Eq. (4.159):
q 0 mx = AOF = C ( p 2 ) n .
(4.168)
C 2 q 0 + Dq02 = C1p 2 ,
(4.170)
p 2 = p e2 p w2 .
(4.171)
onde:
4-32
(4.172)
ou ainda:
dq 0
d ( p 2 )
C1
.
C 2 + 2 Dq 0
(4.173)
q 0 = C ( p 2 p w2 ) n = C (p 2 ) n .
(4.174)
dq 0 = nC (p 2 ) n1 d (p 2 )
(4.175)
ou
dq0
d ( p 2 )
= nC (p 2 ) n 1 = nC
( p 2 ) n
p 2
(4.176)
C1
( p 2 ) n
.
= nC
C 2 + 2 Dq 0
p 2
(4.177)
( p 2 ) n = q 0 / C
(4.178)
e da terica:
p 2 =
q 0 (C 2 + Dq 0 )
.
C1
(4.179)
n(C 2 + 2 Dq 0 ) = C 2 + Dq0
(4.180)
Dq 0
1 n
=
C2
2n 1
(4.181)
Dq 0
1 n
.
=
ln( re / rw ) 2n 1
(4.182)
ou:
ou ainda:
De acordo com a Eq. (4.169), a resistncia ao fluxo quando h fluxo turbulento dada pelo
termo C2 + Dq0 e quando h somente o fluxo prescrito pela lei de Darcy dada por C2. Ento, a
relao entre esses dois termos dada por:
C 2 + Dq 0
Dq 0
1 n
n
.
= 1+
= 1+
=
(4.183)
C2
C2
2n 1 2n 1
A Eq. (4.183) uma equao geral que relaciona os coeficientes das equaes terica (C2 e D) e
emprica (n). Dessa equao pode-se escrever que:
5
4-33
C 2 + Dq 0 =
n
C2
2n 1
(4.184)
ou
r
ln e
rw
r
n
+ Dq 0 =
ln e
2
n
rw
(4.185)
(4.186)
Z p 0T ln
rw
(4.187)
Nota-se que a diferena entre as Eqs. (4.186) e (4.187) encontra-se somente no termo n/(2n1),
cujos valores podem ser observados na Tabela 4.4.
Tabela 4.4 Valores do termo n/(2n1) (Brigham, 1981)
n/(2n1)
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
3,00
1,75
1,33
1,125
1,00
___________________________
190
182
176
170
165
Outras informaes so:
Raio de drenagem inicial....................................................
0
50,4
75,6
100,8
126,0
re = 300 m
4-34
Raio do poo.......................................................................
rw = 10 cm
Pedem-se:
(a) Calcular os valores das constantes C e n da equao emprica de fluxo.
(b) Calcular o potencial de produo do poo (AOF).
(c) Calcular o quociente entre as vazes nova e original, para uma determinada presso de fluxo
estabilizada, no caso de o raio de drenagem ser reduzido metade devido perfurao de novos
poos na rea em questo. Usar a equao terica para fluxo radial permanente, Eq. (4.186).
Soluo:
Parte (a):
Dos dados de presso conclui-se que a presso esttica da formao de p = 190 atm , j
que para a situao esttica (q0 = 0) a presso estabilizada de 190 atm. Com o valor de p foram
calculados os termos ( p 2 p w2 ) mostrados na Tabela 4.6
Tabela 4.6 Valores de ( p 2 p w2 ) no Exemplo 4.3
( p 2 pw2 ) (atm2)
190
182
176
170
165
0
50,4
75,6
100,8
126,0
2.976
5.124
7.200
8.875
Os valores de ( p 2 p w2 ) versus q0 foram colocados em um grfico log-log, conforme indica a Figura 4.9, onde foi ajustada pelos pontos uma linha reta.
p 2 (a t m2)
1E+4
1000
Equao da reta ajustada:
2
n = 1/1,203 = 0,83
100
10
100
3
q0 (10 m std/d )
1000
4-35
Dessa figura obtm-se n = 0,83. O valor de C calculado tomando-se um par de valores sobre a reta
e substituindo na equao emprica:
10 3 m 3 std / d
atm 0,83
Parte (b):
O AOF obtido substituindo-se pw = 0 na equao emprica:
q0 =
khT0 ( p e2 p w2 )
n re
Z p 0T
ln
2n 1 rw
C 3 ( p e2 p w2 )
n re
ln
2n 1 rw
q 01 =
C 3 ( p e2 p w2 )
n 300
ln
2n 1 0,10
e na nova situao :
q0 2 =
C 3 ( p e2 p w2 )
n 150
ln
2n 1 0,10
q0 2
q 01
300
ln
0,10
=
= 1,095 .
150
ln
0,10
___________________________
4-36
m( p i ) m ( p ) =
(c g ) i r 2
q 0 p 0T
.
Ei
2khT0
4kt
(4.189)
q p T (c g ) i rw
+ st
m( p i ) m ( p w ) = 0 0 E i
(4.190)
2khT0
4kt
ou ainda:
(c ) r 2
2khT0
[m( pi ) m( p w )] = q0 Ei g i w + q0 st ,
p0T
4kt
(4.191)
onde st = s + Dq0.
Se em um histrico de produo houver diferentes vazes, conforme ilustra a Figura 4.10, a
aplicao do princpio da superposio de efeitos Eq. (4.191) resultar em:
N
(c g ) i rw2
2khT0
+ q0 N st N ,
[m( pi ) m( p w N )] = (q0 ) j Ei
(4.192)
p 0T
4k (t N t j 1 )
j =1
onde p w N a presso de fluxo no instante t = tN, (q 0 ) j = q0 j q 0 j 1 e s t N = s + Dq 0 N .
q01
Vazo
q03
q02
q0N
t1
t2
t3
tN1
tN
Tempo de fluxo
Figura 4.10 Esquema de vazo varivel.
A Eq. (4.192) anloga quela usada no fluxo de lqidos. No entanto, importante notar
que, com respeito ao fator de pelcula total st, somente o termo s t N = s + Dq 0 N influencia no valor
da presso de fluxo p w N . Os termos Dq0 no se cancelariam algebricamente se fosse aplicado o
princpio da superposio de maneira convencional, como ocorre com o fator de pelcula mecnico
s. Fisicamente possvel entender porque isso acontece. O fator de dano st, embora dependente da
vazo, no uma soluo da equao da difusividade que depende do tempo mas simplesmente atua
como uma perturbao que influencia somente a ltima presso de fluxo quando a vazo varia,
ajustando-se instantaneamente como uma funo da ltima vazo. Quando a vazo varia de q 0 N 1
para q 0 N o valor de p w N influenciado somente por Dq 0 N . As componentes Dq 0 N 1 , Dq0 N 2 ,
..., Dq01 no tm efeito transiente e desaparecem imediatamente.
4-37
Deve-se lembrar tambm que o princpio da superposio somente matematicamente correto quando aplicado s solues de equaes diferenciais lineares. Este no o caso no estudo do
fluxo de gases, de modo que algum erro est sendo introduzido quando do seu emprego para essa
situao. A literatura (Dake, 1978) cita que, se o teste de presso em um poo for conduzido com
uma seqncia crescente de vazes o erro devido aplicao do princpio da superposio fica
minimizado.
reh ( L / 2)
,
a 1 + 1 [ L /(2a)]2 [h /(2rw )]h / L
4-38
(4.193)
0, 5
(4.194)
a = ( L / 2)0,5 + 0,25 + (2reh / L) 4 .
Para o caso em que o reservatrio anisotrpico a expresso para o raio equivalente dada por
(Joshi, 1991):
reh ( L / 2)
=
,
rwvh
(4.195)
a 1 + 1 [ L /( 2a)]2 [h /(2rw )](h / L )
onde = k h / k v .
Considere, como exemplo, o caso de fluxo permanente. A equao da vazo em um poo
vertical de raio rw seria dada, usando-se o chamado mtodo p2, ou seja, a aproximao discutida na
Seo 4.4, pela expresso:
2 kh T0 ( p e2 p w2 )
q0 =
.
(4.196)
2 Z p0T ln(re / rw )
Se o poo for horizontal a vazo poder ser calculada pela expresso:
( p e2 p w2 )
2kh T0
q0 =
.
(4.197)
)
2 Z p 0 T ln(re / rwvh
4.11. Problemas
Problema 4.1 Um gs flui radialmente em um reservatrio em regime permanente. A presso no
raio externo de 750 psia. Quando a presso no poo de 600 psia a vazo de 1,2106 SCF/d e
quando a presso no poo de 500 psia a vazo de 1,65106 SCF/d. Usando a equao de
Forchheimer, calcule a vazo do poo quando a presso de fluxo for de 200 psia.
Resposta: q0 = 2,36106 SCF/d
Problema 4.2 Um gs real, cuja presso pseudocrtica de 600 psia e cuja temperatura pseudocrtica de 400 oR, flui radialmente em regime permanente de uma presso de 1.800 psia no raio
externo de 700 ft para uma presso de 1.200 psia no raio do poo de 0,5 ft. A temperatura de fluxo
de 140 oF, a espessura da formao de 20 ft e a permeabilidade de 6 md. A viscosidade do gs a 140
o
F e presso atmosfrica de 0,011 cp e a vazo de gs de 1,5106 SCF/d.
(a) Qual o valor do coeficiente de fluxo turbulento D?
(b) Se a presso exterior for mantida no mesmo valor e a vazo aumentada para 2,0106 SCF/d, qual
ser a nova presso de fluxo no poo?
Respostas:
(b) pw = 731 psia
(a) D = 0,00446 (103 SCF/d)1
4-39
Espessura da formao........................................................
Raio do poo.......................................................................
Porosidade da rocha............................................................
Permeabilidade da rocha....................................................
Presso inicial do reservatrio.............................................
Temperatura do reservatrio...............................................
Compressibilidade do gs presso inicial..........................
Viscosidade do gs @ 133 oC e 1 atm.................................
Viscosidade do gs @ 133 oC e 221 kgf/cm2........................
Presso pseudocrtica do gs...............................................
Temperatura pseudocrtica do gs.......................................
Geometria do sistema..........................................................
h = 18 m
rw = 7,62 cm
= 16,6%
k = 71 md
pi = 221 kgf/cm2
T = 133 oC
cgi = 32104 (kgf/cm2) 1
1 = 0,01200 cp
= 0,02021 cp
ppc = 47,78 kgf/cm2
Tpc = 270,7 K
Figura 4.11
400 m
200 m
Poo
357
170
1,47
0,41
4-40
1.650
1,00
1,55
1.320
p pr w = 3
Dq0 = 0,3 ln(re/rw)
(a) Se o poo produzir com uma vazo de 1,5q0, qual ser a nova presso pseudoreduzida no poo
( p pr w )?
(b) Qual o expoente emprico n quando a vazo q0?
(c) Qual o expoente emprico n quando a vazo 1,5q0?
Respostas:
(b) n = 0,81
(a) p pr = 2,22
w
(c) n = 0,76
Problema 4.6 Um reservatrio circular de gs, que produz atravs de um poo situado no seu
centro, apresenta as seguintes caractersticas:
Espessura da formao........................................................
h = 20 m
Raio externo do reservatrio...............................................
re = 300 m
Raio do poo.......................................................................
rw = 0,10 m
Porosidade da rocha............................................................
= 0,14
Permeabilidade da rocha.....................................................
k = 50 md
Presso inicial do reservatrio............................................
pi = 300 kgf/cm2
Temperatura do reservatrio...............................................
T = 150 oC
Compressibilidade total presso inicial............................. cti = 50104 (kgf/cm2) 1
Viscosidade do gs @ 150 oC e 300 kgf/cm2........................ i = 0,025 cp
Presso standard.................................................................
p0 = 1,033 kgf/cm2
Temperatura standard.........................................................
T0 = 20 oC
O reservatrio circundado por um aqfero, que por sua vez est conectado ao fundo de um lago,
de modo que a presso no limite externo do reservatrio mantm-se praticamente constante. Calcule
a queda de pseudopresso [m(pw)] no poo ao final de 4 dias, admitindo que ele produzir de
acordo com o esquema de vazes da Figura 4.12.
4-41
q0 (10 m std/d)
200
100
t(d)
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5.
M ECANISMOS DE P RODUO DE R ESERVATRIOS
Os fluidos contidos em uma rocha-reservatrio devem dispor de uma certa quantidade de
energia para que possam ser produzidos. Essa energia, que recebe o nome de energia natural ou
primria, o resultado de todas as situaes e circunstncias pelas quais a jazida passou at se
formar completamente.
Para conseguir vencer toda a resistncia oferecida pelos canais porosos, com suas tortuosidades e estrangulamentos, e se deslocar para os poos de produo necessrio que os fluidos
contidos na rocha tenham uma certa quantidade de presso, que a manifestao mais sensvel da
energia do reservatrio. A situao atual do reservatrio, levando-se em conta todo o ambiente
composto pela rocha-reservatrio e seus fluidos, bem como pelas suas vizinhanas, que fornece a
energia necessria para a produo de fluidos.
Para que haja produo de fluidos necessrio que outro material venha a substituir o espao poroso ocupado pelos fluidos produzidos. De um modo geral a produo de fluidos devida a
dois efeitos principais: (1) a descompresso (que causa a expanso dos fluidos contidos no reservatrio e a contrao do volume poroso) e (2) o deslocamento de um fluido por outro fluido (por
exemplo, a invaso da zona de leo pela gua de um aqfero). Ao conjunto de fatores que fazem
desencadear esses efeitos d-se o nome de mecanismos de produo de reservatrios.
So trs os principais mecanismos de produo de reservatrios: mecanismo de gs em soluo, mecanismo de capa de gs e mecanismo de influxo de gua. Os dois primeiros so mecanismos exclusivamente de reservatrio de leo, enquanto o mecanismo de influxo de gua pode ocorrer
tambm em um reservatrio de gs. Existe ainda o que se chama de mecanismo de segregao
gravitacional, que na verdade muito mais um efeito da gravidade que ajuda no desempenho dos
outros mecanismos.
A partir da anlise do comportamento de um reservatrio, e da sua comparao com os
comportamentos caractersticos de cada mecanismo, pode-se inferir o mecanismo dominante do
reservatrio sob investigao. Podem ocorrer situaes em que mais de um mecanismo atuam
simultaneamente no mesmo reservatrio sem que um predomine sobre o outro. Nesse caso diz-se
que existe um mecanismo combinado.
Alm da presso, o comportamento de vrias outras caractersticas de um reservatrio de
petrleo deve ser acompanhado durante a sua vida produtiva, no s para que possam ser definidos
os tipos de mecanismo de produo atuantes, mas tambm para que possa ser verificado se o
5-1
5-2
comportamento observado est compatvel com o previsto nos estudos de reservatrio realizados.
Dentre essas caractersticas podem ser citadas:
Razo Gs/leo (RGO) quociente entre as vazes instantneas de gs e de leo, medidas em
condies-padro.
Razo gua/leo (RAO) quociente entre as vazes instantneas de gua e de leo, medidas em
condies-padro.
Cut (Corte) de gua frao ou porcentagem definida pelo quociente entre as vazes instantneas de gua e de lquidos (leo + gua), medidas em condies-padro.
BSW (Basic Sediments and Water) frao ou porcentagem definida pelo quociente entre as
vazes instantneas de gua mais os sedimentos que eventualmente estejam sendo produzidos e de
lquidos mais sedimentos (leo + gua + sedimentos), medidas em condies-padro.
Fator de Recuperao frao ou porcentagem do volume original de hidrocarbonetos (medido em
condies-padro) recuperada durante a vida produtiva de um reservatrio de petrleo.
leo
Reservatrio
O reservatrio no est associado a grandes massas de gua ou de gs natural. Suas fronteiras no permitem fluxos em qualquer sentido, impedindo a penetrao de fluidos que possam
expulsar a mistura de hidrocarbonetos para fora da estrutura. Em um reservatrio com essas caractersticas, como no existe a possibilidade de interferncia do ambiente externo, toda a energia
disponvel para a produo se encontra armazenada na prpria zona de leo.
medida que o leo vai sendo produzido, a presso interna do reservatrio vai se reduzindo e como conseqncia os fluidos l contidos (leo e gua conata) se expandem. Ainda devido
reduo de presso, o volume dos poros diminui de maneira semelhante ao que acontece com um
balo de soprar quando se deixa escapar ar do seu interior. Durante essa etapa da vida do reservatrio a produo ocorre porque alm dos fluidos incharem, a capacidade de armazenamento do
recipiente que os contm, ou seja, dos poros, diminui. Pode-se dizer que a produo ocorre porque
no h espao suficiente para conter o volume atual do fluido. O processo contnuo, de modo que a
5-3
produo de fluido provoca reduo de presso, que acarreta expanso de fluidos, que por sua vez
resulta em mais produo.
Devido baixa compressibilidade dos fluidos e da formao, a presso do reservatrio cai
rapidamente at atingir a presso de bolha do leo. A partir da as redues de presso, ao invs de
provocarem apenas expanses dos lquidos, provocam tambm a vaporizao das fraes mais leves
do leo. Como resultado, o reservatrio passa a ter uma parte dos seus hidrocarbonetos no estado
lquido e uma parte no estado gasoso. Nesse ponto que efetivamente comea a atuar o mecanismo
de gs em soluo.
A produo de fluidos provoca reduo na presso, que por sua vez, alm de proporcionar
a vaporizao de mais componentes leves, acarreta a expanso dos fluidos. Como o gs muito mais
expansvel que o lquido, basicamente devido sua expanso que vai acontecer o deslocamento do
lquido para fora do meio poroso. Ento, o mecanismo exatamente esse: a produo o resultado
da expanso do gs que inicialmente estava dissolvido e que vai saindo de soluo. Quanto mais a
presso cai, mais o gs se expande e mais lquido deslocado.
A Figura 5.2 apresenta esquematicamente essa etapa da produo. Nesse exemplo o reservatrio estava inicialmente submetido a uma presso superior presso de bolha da mistura de
hidrocarbonetos nele contida, de modo que durante o perodo entre a condio inicial e a presso de
bolha ocorre somente expanso dos lquidos. Caso a presso inicial fosse igual de bolha, qualquer
reduo de presso, por menor que fosse, imediatamente provocaria vaporizao das fraes mais
leves da mistura.
leo
O processo seria perfeito se no fosse o fato de que medida que a presso cai, mais e
mais hidrocarbonetos vo se vaporizando e o que inicialmente eram apenas algumas bolhas dispersas no meio do lquido comea a aumentar at formar uma fase contnua. A partir do instante em que
o gs forma uma fase contnua, ele comea a fluir no meio poroso e a ser produzido juntamente com
o leo. Esse o ponto fraco do mecanismo. Como a produo o resultado da expanso do gs que
sai de soluo, se este for produzido juntamente com o leo, a energia do reservatrio tambm estar
sendo produzida.
Um aspecto do problema que o gs comea a fluir muito cedo. Devido s suas caractersticas, normalmente o gs j comea a fluir no meio poroso para saturaes ainda bem pequenas. O
problema se amplia rapidamente pois enquanto o gs vai fluindo cada vez mais facilmente, o leo
vai tendo uma dificuldade crescente de se movimentar pela rocha.
Ao ser produzido em grandes quantidades e desde muito cedo, o gs leva consigo a energia
do reservatrio fazendo com que a presso decline rpida e continuamente. Esta uma caracterstica
marcante dos reservatrios que produzem sob esse mecanismo. A rpida queda de presso provoca
uma grande liberao de gs de soluo, o que faz com que a razo gs/leo (RGO), geralmente
5-4
baixa no incio, cresa tambm rapidamente, atingindo um valor mximo que corresponde a um
nvel j bem baixo de presso. O contnuo decrscimo da presso faz com que a vazo de produo
do gs se reduza, com a conseqente reduo da razo gs/leo. A Figura 5.3 apresenta curvas de
razo gs/leo, presso e cut (corte) de gua versus tempo de produo tpicas desse tipo de
reservatrio.
pi
pb
p - Presso
Rsi
Tempo
5-5
tipo. A existncia dessa zona de gs na parte superior da estrutura contribui para a produo de leo
por meio do mecanismo de capa de gs.
Capa
de gs
leo
Presso
ou
RGO
Razo Gs/leo
Tempo
O tamanho relativo da capa de gs da maior importncia para o desempenho do mecanismo. Quanto maior for o volume de gs da capa quando comparado com o volume de leo da zona
de leo, ambos medidos em condies de reservatrio, maior ser a atuao da capa, que se traduz
principalmente pela manuteno da presso em nveis elevados durante um tempo maior. Neste
mecanismo a presso cai continuamente porm de forma mais lenta do que no de gs em soluo, o
que faz com que os poos sejam surgentes por mais tempo. Existe um crescimento contnuo da razo
gs/leo do reservatrio, sendo que individualmente esse crescimento mais acentuado nos poos
localizados na parte superior da estrutura. So comuns as intervenes nesses poos para correo
de razo gs/leo, conforme indicam as redues instantneas da razo gs/leo mostradas na Figura
5.5.
5-6
Esperam-se para esse tipo de mecanismo recuperaes entre 20 e 30% do leo originalmente existente na formao. A recuperao de leo funo da vazo de produo. necessrio
um certo tempo para a queda de presso se transmitir da zona de leo para a capa e para esta se
expandir, o que no ocorre apropriadamente com uma vazo de produo muito alta.
leo
Aqufero
O mecanismo se manifesta da seguinte maneira: a reduo da presso do reservatrio, causada pela produo de hidrocarbonetos, aps um certo tempo transmitida e se faz sentir no
aqfero, que responde a essa queda de presso atravs da expanso da gua nele contida e da
reduo de seu volume poroso. O resultado dessa expanso da gua, juntamente com a reduo do
volume dos poros, que o espao poroso do aqfero no mais suficiente para conter toda a gua
nele contida inicialmente. H portanto uma invaso da zona de leo pelo volume de gua excedente.
Essa invaso, que recebe o nome de influxo de gua, vai, alm de manter a presso elevada na zona
de leo, deslocar este fluido para os poos de produo.
Como tanto a compressibilidade da gua como a da rocha so pequenas, para o mecanismo
de influxo de gua funcionar bem necessrio que o aqfero tenha grandes propores. Apenas
grandes volumes de gua e rocha, ao sofrerem os efeitos da reduo de presso, so capazes de
produzir os grandes influxos de gua necessrios para manter a presso do reservatrio de leo em
nveis elevados e com boas vazes de produo. Este processo contnuo, ou seja, a queda de
presso na zona de leo causada pela produo desse fluido se transmite para o aqfero, que
responde com uma invaso de gua na zona de leo, que acarreta a produo de mais leo e assim
por diante.
Uma caracterstica marcante desse tipo de mecanismo, que j foi citada anteriormente,
que a presso se mantm elevada por mais tempo do que em outros mecanismos, proporcionando
5-7
um perodo de surgncia maior para os poos produtores. O fator de recuperao desse tipo de
reservatrio normalmente alto, cerca de 30 a 40%, mas pode atingir valores consideravelmente
mais altos, devidos principalmente ao fato de que a presso permanecendo alta, alm das vazes
permanecerem altas as caractersticas dos fluidos se mantm prximas das originais.
A razo gua/leo (RAO) cresce continuamente, comeando pelos poos localizados nas
partes mais baixas da estrutura. Obviamente os poos devem ser completados na zona de leo e
numa posio um pouco afastada do contato leo/gua para evitar a produo prematura desse
ltimo fluido. So comuns as intervenes, principalmente nos poos de produo localizados na
parte mais baixa da estrutura, com a finalidade de corrigir razes gua/leo elevadas, que se
manifestam desde os estgios iniciais da vida produtiva do reservatrio. O perodo de surgncia dos
poos se encerra quando a razo gua/leo se torna excessiva. Como a presso se mantm elevada
por mais tempo, normal a razo gs/leo permanecer prxima razo de solubilidade da mistura.
Este tipo de reservatrio no se caracteriza por grandes vazes de gs.
Como no mecanismo de capa de gs, a recuperao de um reservatrio sujeito ao influxo
de gua fortemente influenciada pelas vazes de produo. O comportamento tpico do mecanismo
de influxo de gua mostrado esquematicamente na Figura 5.7. As redues instantneas no valor
da razo gua/leo devem-se ao fechamento ou recompletao de poos que estavam produzindo
com vazes de gua excessivas.
Presso
ou
RAO
Razo gua/leo
Tempo
Figura 5.7 Caractersticas do mecanismo de influxo de gua.
Deve-se mencionar que, ao contrrio do que ocorre nos reservatrios de leo, em reservatrios de gs a influncia de um aqfero atuante pode ser malfica em termos de recuperao dos
hidrocarbonetos neles existentes, conforme ser discutido no Captulo 7.
5-8
para valores inferiores sua presso de bolha, causando ento o aparecimento de gs livre na zona
de leo. A Figura 5.8 apresenta esquematicamente um reservatrio sujeito a um mecanismo combinado.
Capa
de gs
leo
Aqufero
Capa de gs
secundria
leo
A formao de uma capa de gs secundria depende de uma srie de fatores, entre eles a
geometria estrutural do reservatrio, a permeabilidade vertical da rocha e a velocidade com que os
fluidos so produzidos. Um reservatrio inclinado ou com uma geometria em forma de anticlinal,
como no exemplo da Figura 5.9, favorece a formao de uma capa secundria. Quanto maior a
0-9
Bibliografia
Clark, N. J.: Elements of Petroleum Reservoirs. Texas, USA, SPE of AIME, 1960. (1st edition.)
Dake, L. P.: Fundamentals of Reservoir Engineering. New York, Elsevier Scientific Publishing
Company, 1978.
Xavier, J. A. D.: Mecanismos de Produo de Reservatrios. PETROBRAS/SEREC/CEN-NOR.
(Apostila.)
6.
Influxo de gua
Quando um reservatrio de leo ou gs apresenta um aqfero adjacente, a queda de presso do reservatrio decorrente da produo dos fluidos pode provocar a expanso da gua do
aqfero e o conseqente influxo de gua para o reservatrio. O conhecimento do volume de gua
que flui do aqfero para o reservatrio fundamental para a realizao de estudos de ajuste de
histrico e de previso de comportamento do reservatrio, conforme ser discutido em captulos
posteriores.
Define-se influxo de gua, We, como sendo o volume acumulado de gua fornecido pelo
aqfero ao reservatrio, atravs do contato reservatrio-aqfero, at um determinado tempo.
O modelo mais simples para se estimar o influxo baseia-se na equao da compressibilidade:
We = c t Wi ( p i p ) ,
(6.1)
Estas equaes so tambm denominadas equaes da difusividade hidrulica (Vide Captulo 3).
6-1
6-2
Influxo de gua
Na descrio do comportamento de um aqfero h muito mais interesse no clculo da vazo que o aqfero fornece (ou do influxo acumulado) do que da queda de presso. van Everdingen
& Hurst (1949) apresentaram modelos clssicos de influxo para dois tipos de aqfero: aqfero
radial e aqfero linear.
Aplicando o conceito de transformadas de Laplace, van Everdingen & Hurst resolveram a
equao da difusividade do sistema reservatrio-aqfero considerando a presso constante no
contato. Na prtica, entretanto, espera-se que a presso no contato seja decrescente com o tempo em
funo da depleo do reservatrio. Com base nos modelos clssicos de influxo, que consideram
uma queda de presso constante no contato, pode-se, atravs do princpio da superposio de
efeitos, obter a soluo de casos mais realistas onde se admite que a presso no contato varie com o
tempo.
ro
Res.
Aqfero
re
kt
c t ro2
(6.2)
(6.3)
e
presso adimensional: p D =
pi p
p p
= i
,
pi p0
p 0
(6.4)
6-3
onde f = 2 , em radianos.
Usando as definies de variveis adimensionais dadas pelas Eqs. (6.2) e (6.4), a Eq.
(6.5) pode tambm ser escrita em termos de variveis adimensionais:
p
q
rD D
=
q D (t D ) ,
(6.6)
rD r =1 2fkhp 0
onde qD (tD) a vazo adimensional fornecida pelo aqfero, ou seja, a vazo adimensional calculada
no contato reservatrio-aqfero (ponto rD = 1).
mais conveniente expressar a soluo em termos do influxo acumulado (integral da vazo) do que em termos da vazo. Resolvendo a Eq. (6.6) para a vazo e integrando em relao ao
tempo obtm-se:
t
We qdt =
0
2fkhp 0 D
dt
dt D .
qD
dt D
0
(6.7)
(6.8)
We = 2fct hro2 p 0 q D dt D .
0
(6.9)
Finalmente, denominando a integral de qD em relao a tD por WD (tD), a Eq. (6.9) simplifica-se para:
We = Up0WD (t D ) ,
(6.10)
U = 2fct hro2 .
(6.11)
onde:
(6.13)
C.C.I.: p D (rD = 1; t D ) = 1 .
(6.14)
A Eq. (6.12), denominada equao da difusividade hidrulica (Matthews & Russell, 1967),
a equao diferencial parcial (E.D.P.) que rege o fluxo no meio poroso, e pode ser obtida usandose as definies das variveis adimensionais na equao da difusividade hidrulica deduzida em
termos de variveis reais no Captulo 3. A condio inicial (C.I.) representa a condio de que
inicialmente as presses em qualquer ponto do aqfero esto em equilbrio e iguais a pi. A condio
6-4
Influxo de gua
(6.15a)
(6.15b)
(6.15c)
Em qualquer dos casos o influxo pode ser calculado com a seguinte equao2:
t
tD
D p
W D q D (t D )dt D = rD D
dt D .
0
rD
0
rD =1
(6.16)
60
reD infinito
Aqfero Radial:
8
Infinito
reD = 4,0
50
Influxo Adimensional, WD
Realimentado
reD = 3,5
3,0
reD = 1,5
reD = 3,0
reD = 2,5
Infinito
reD infinito
reD = 10
Selado
Influxo Adimensional, WD
Aqfero Radial:
Realimentado
40
reD = 9
reD = 8
30
reD = 5
reD = 7
20
reD = 6
6-5
Figura 6.2a
220
Aqfero Radial:
200
reD infinito
Figura 6.2b
6000
reD = 20
Infinito
Influxo Adimensional, WD
Realimentado
140
reD = 16
120
Selado
reD = 18
Realimentado
160
reD = 100
Infinito
5000
Selado
reD = 10
reD = 14
100
80
reD = 12
60
reD = 10
Influxo Adimensional, WD
180
reD infinito
Aqfero Radial:
4000
reD = 30
reD = 75
3000
2000
reD = 50
40
1000
20
reD = 30
0
10
100
1000
Tempo Adimensional, tD
10000
0
100
1000
1E+4
1E+5
Tempo Adimensional, tD
Figura 6.2c
Figura 6.2d
Figura 6.2 Influxo acumulado adimensional WD para aqfero radial em funo do tempo adimensional t D
e do tamanho do aqfero dado pela razo reD = r e ro .
1E+6
6-6
Influxo de gua
Para aqferos selados existe um valor mximo para o influxo acumulado. Esse valor mximo alcanado aps a equalizao das presses do reservatrio (no contato) e do aqfero. A
partir da equao da compressibilidade, pode-se mostrar que o influxo mximo dado pela equao:
r2 1
(6.17)
.
W D mx = eD
2
___________________________
Exemplo 6.1 Um reservatrio de petrleo com geometria aproximadamente radial tem um raio de
500 m e circundado por um aqfero de grande extenso, que para efeitos prticos pode ser
considerado como se fosse infinito. Durante 50 dias tal reservatrio, cuja presso original era de 100
kgf/cm2, foi mantido a uma presso constante de 90 kgf/cm2. Outros dados so:
Porosidade do aqfero ...........................................................
= 0,20
Permeabilidade do aqfero ....................................................
k = 100 md
Espessura do aqfero ............................................................. h = 1,0 m
Viscosidade da gua ...............................................................
= 1,0 cp
Compressibilidade total do aqfero .......................................
ct = 105 (kgf/cm2)1
Pede-se calcular o influxo de gua no reservatrio ao final dos 50 dias anteriormente mencionados.
Soluo:
Eq. (6.10):
We = Up0W D (t D )
Eq. (6.11):
U = 2 f ct h ro2
U = 2 3,1416 1 0,20 10 5 1,0 500 2 = 3,1416 m 3 kgf / cm 2
Eq. (6.3):
tD =
tD =
kt
ct ro2
(sistema SI) ou t D =
0,008362 100 50
0,20 1,0 10 5 500 2
0,008362 k t
ct ro2
= 83,62
Clculo de WD:
reD =
Tabela
K.4
WD (t D ) = 37,3
t D = 83,62
Clculo de p0:
p0 = pi p0 = 100 90 = 10 kgf / cm 2
Finalmente da Eq. (6.10):
6-7
= 1,0 cp
cw = 40106 (kgf/cm2)1
cf = 50106 (kgf/cm2)1
pi = 180 kgf/cm2
Sabendo que a presso no contato leo/gua constante e igual a 150 kgf/cm2 desde o incio da
produo do reservatrio, calcule:
(a) O influxo acumulado de gua aps 400 dias.
(b) O influxo acumulado mximo para a presso no contato de 150 kgf/cm2.
Soluo:
Parte (a):
Clculo de ct:
ct = c w + c f
ct = 40 10 6 + 50 10 6 = 90 10 6 (kgf / cm 2 ) 1
Eq. (6.11):
U = 2 f ct h ro2
U = 2 3,1416 1,0 0,20 90 10 6 15 800 2 = 1.085,7 m 3 kgf / cm 2
Eq. (6.3):
tD =
tD =
kt
ct ro2
(sistema SI) ou t D =
0,008362 k t
ct ro2
= 43,55
Clculo de reD:
reD =
re 5.000
=
= 6,25
ro
800
Clculo de WD:
reD = 6
Tabela
K.5
WD = 15,42
t D = 43,55
r =6,
25
eD
WD = 16,10
reD = 7
Tabela
K.5
WD = 18,14
t D = 43,55
Clculo de p0:
We = Up0W D (t D )
We = 1.085,7 30 16,10 = 524.390 m 3 .
Parte (b):
O influxo mximo numericamente igual expanso que o volume inicial de gua do aqfero, Wi, sofreria ao passar da presso inicial para a presso do contato leo/gua. Utilizando a
equao da compressibilidade pode-se escrever que:
6-8
Influxo de gua
ct =
Wi
1
1 We mx
=
,
Wi ( pi p0 )
Wi ( pi p0 )
Aqfero
w
Figura 6.3 Modelo de aqfero linear.
pi p
p p
= i
,
pi p0
p 0
(6.20)
Para o modelo de aqfero infinito, L passa a ser apenas um comprimento de referncia arbitrrio, sem qualquer significado
fsico.
6-9
x
kA
p 0
D xD =0
onde qD (tD) a vazo adimensional fornecida pelo aqfero, isto , a vazo adimensional calculada
no contato reservatrio-aqfero (ponto xD = 0).
Como o interesse est na soluo em termos do influxo acumulado (integral da vazo), resolvendo a Eq. (6.22) para a vazo e integrando em relao ao tempo resulta em:
t
We qdt =
0
kAp 0 D
dt
dt D .
qD
dt D
L 0
(6.23)
ct L2
dt
=
.
dt D
k
(6.24)
We = w L h ct p 0 q D dt D
(6.25)
We = Up0W D (t D ) ,
(6.26)
U = w L h ct .
(6.27)
ou ainda:
onde:
WD o influxo acumulado adimensional para uma queda de presso p0 constante no contato e obtido resolvendo o problema do fluxo no aqfero para os modelos de interesse. Consideram-se aqui tambm trs modelos de aqfero linear (associados s mesmas opes para a condio
de contorno externa utilizadas no modelo de aqfero radial): aqfero linear infinito, aqfero linear
com presso constante no limite externo e aqfero linear selado no limite externo.
Utilizando as definies de variveis adimensionais e a equao da difusividade hidrulica
em termos de variveis reais apresentada no Captulo 3, neste caso o problema do fluxo no aqfero
pode ser escrito matematicamente como (Matthews & Russell, 1967):
2 p D p D
E.D.P.:
=
(6.28)
t D
x D2
C.I.: p D (x D ; t D = 0) = 0
(6.29)
C.C.I.: p D ( x D = 0; t D ) = 1 .
(6.30)
(6.31a)
6-10
Influxo de gua
C.C.E: p D ( x D = 1; t D ) = 0
(6.31b)
p
C.C.E: D
x D
=0.
xD =1
(6.31c)
tD
W D q D (t D )dt D
0
D p
= D
0 x D
dt D .
xD =0
(6.32)
As solues para os problemas formados pelas Eqs. (6.28) a (6.32) so tambm obtidas aplicando-se o conceito de transformadas de Laplace e esto apresentadas no Apndice H. Neste
caso, existe soluo analtica no campo real para o modelo de aqfero infinito. As solues dos
outros modelos so obtidas analiticamente apenas no campo de Laplace. Novamente o algoritmo de
Stehfest (Apndice I) freqentemente utilizado para inverter numericamente as solues e obter
tabelas de WD versus tD.
A Tabela K.6 apresenta o resultado para os casos considerados de aqfero linear. Uma vez
conhecido o influxo adimensional WD, o influxo dimensional We obtido com a Eq. (6.26). O
comportamento do influxo acumulado adimensional em funo do tipo de condio de contorno
externa mostrado na Figura 6.4.
10
Realimentado
Influxo adimensional, WD
Aqfero Linear
Infinito
1
Selado
0.1
0.1
10
Tempo adimensional, tD
Figura 6.4 Influxo adimensional W D para aqfero linear em funo do tempo adimensional t D .
___________________________
Exemplo 6.3 So conhecidos os seguintes dados de um aqfero que produz com geometria de
fluxo linear e com presso constante no contato leo/gua:
Largura do aqfero .................................................................
w = 600 m
6-11
L = 3.200 m
h = 11,5 m
= 0,25
k = 300 md
= 1,0 cp
ct = 78106 (kgf/cm2)1
p0 = 5,0 kgf/cm2
Considerando os casos de aqfero com limite externo selado, aqfero infinito e aqfero com limite
externo realimentado, pede-se calcular o influxo acumulado ao final de um perodo de 100 dias.
Soluo:
Eq. (6.26):
We = Up0W D (t D )
Eq. (6.27):
U = w L h ct
U = 600 3200 11,5 0,25 78 10 6 = 430,56 m 3 kgf / cm 2
Eq. (6.19):
tD =
tD =
kt
ct L2
(sistema SI) ou t D =
0,008362 k t
ct L2
= 1,256
Clculo de WD:
t D = 1,256 Tabela
K.6
W D selado = 0,9634
W D infinito = 1,265
W D realimentado = 1,589
We = UpW D (t D )
(6.33)
Influxo de gua
6-12
q()
We =
p(t )d
0 p0
(6.34)
ou, equivalentemente,
t
q(t )
p ( ) d ,
We =
0 p0
(6.35)
onde q(t ) a soluo clssica da vazo para uma queda de presso constante, p0 , no contato, We
o influxo acumulado para uma variao de presso qualquer no contato, p(t ) = pi p(t ) , e
apenas uma varivel muda de integrao.
Utilizando as definies das variveis adimensionais tD e qD do modelo radial, dadas pelas
Eqs. (6.3) e (6.6), ou do modelo linear, Eqs. (6.19) e (6.22), a Eq. (6.35) pode ser escrita como:
tD
We = U q D (t D D ) p( D )d D
0
(6.36)
ou ainda:
tD
We = U W D (t D D ) p( D )d D ,
0
(6.37)
onde W D a derivada do influxo adimensional em relao a tD, ou seja, a prpria vazo adimensional. A constante de influxo do aqfero, U, para os modelos radial e linear est definida pelas Eqs.
(6.11) e (6.27), respectivamente.
Como era esperado, quando p constante a Eq. (6.37) se reduz soluo do modelo clssico dada pela Eq. (6.33).
Como a maioria das solues clssicas s tem soluo analtica no campo de Laplace, uma
opo fazer a superposio no campo de Laplace. Tomando a transformada de Laplace em relao
a tD da Eq. (6.36) ou da Eq. (6.37) tem-se:
We (u ) = U q D (u ) p(u ) = U uW D (u ) p(u ) ,
(6.38)
6-13
pi
p1
p1
p2
p2
p3
p3
p4
p4
p5
0
0 t1
p5
t3
t2
Tempo
t4
t5
Para a curva de presso discretizada da Figura 6.5 a equao de Duhamel, Eq. (6.37), pode
ser escrita como:
We (t D n ) = U
n 1
t Dj +1
( p i p j +1 )t Dj
j =0
W D (t D n D ) d D
n 1
=U
( p i p j +1 ) [W D (t D n t D j ) W D (t D n t D j +1 )] ,
(6.39)
j =0
2
j =0
ou
n 1
We (t D n ) = U p j W D (t D n t D j ) ,
(6.42)
j =0
onde:
p j 1 p j +1
p = ( pi p1 ) 2
e 0
2
p1 = ( pi p 2 ) 2.
___________________________
p j = p j p j +1 =
(6.43)
Exemplo 6.4 Um reservatrio de petrleo com 762 m de raio circundado por um aqfero radial
selado com as seguintes caractersticas:
Raio .......................................................................................
re = 6.096 m
6-14
Influxo de gua
Espessura ...............................................................................
Porosidade .............................................................................
Permeabilidade ......................................................................
Viscosidade da gua ...............................................................
Compressibilidade da formao ..............................................
Compressibilidade da gua .....................................................
h = 18,3 m
= 0,22
k = 100 md
= 0,30 cp
cf = 56,9106 (kgf/cm2)1
cw = 42,7106 (kgf/cm2)1
Calcular, usando o modelo de van Everdingen & Hurst, o influxo acumulado de gua aps 500 dias,
baseando-se no histrico de presses mdias no contato leo/gua mostrado na tabela a seguir:
t (d)
100
200
300
400
500
p (kgf/cm2)
246,13
245,43
244,44
243,18
242,19
240,51
Soluo:
Clculo de ct:
tD =
tD =
kt
0,008362 k t
(sistema SI) ou t D =
ct ro2
ct ro2
0,008362 100 t
= 0,2191t
t D n t D j = 0,2191(500 t j )
Clculo de reD:
reD =
re 6.096
=
=8
ro
762
n 1
We (t D n ) = U p j W D (t D n t D j )
Eq. (6.42):
j =0
Eq. (6.43):
p j =
p j 1 p j +1
2
p = ( pi p1 ) 2
e 0
p1 = ( pi p 2 ) 2
Resumo de clculo:
t (d)
p (kgf/cm2)
246,13
(t D n t D j )
109,5
WD (t D n t D j )
(Tabela K.5)
28,7
p j
p j WD (t D n t D j )
0,350
10,05
6-15
100
245,43
87,6
27,0
0,845
22,82
200
244,44
65,7
24,3
1,125
27,34
300
243,18
43,8
20,0
1,125
22,50
400
242,19
21,9
12,9
1,335
17,22
500
240,51
Eq. (6.11):
= 99,93
U = 2 f ct h ro2
U = 2 3,1416 1,0 0,22 99,6 10 6 18,3 762 2 = 1.462,9 m 3 kgf / cm 2
We = ct Wi ( pi p a ) ,
(6.45)
onde ct = c w + c f a compressibilidade total do aqfero e Wi o volume inicial de gua. Rearranjando a Eq. (6.45) tem-se:
We
p a = pi 1
c
W
t i pi
(6.46)
Seja Wei o influxo mximo que um aqfero selado pode fornecer, correspondente expanso da gua do aqfero ao ser despressurizada de pi para a presso zero. Da Eq. (6.45),
Wei = ct Wi pi .
Substituindo a Eq. (6.47) na Eq. (6.46) obtm-se:
W
p a = pi 1 e
Wei
cuja derivada em relao ao tempo dada por:
(6.47)
(6.48)
6-16
Influxo de gua
dp a
p dWe
= i
.
dt
Wei dt
(6.49)
(6.50)
ou
J pi
dp a
dt =
,
Wei
pa p
(6.51)
J pi
Wei
a dp a
dt
=
0 p p a p .
i
t
(6.52)
t = ln a
Wei
pi p
(6.53)
ou ainda:
J pi
p a p = ( pi p ) exp
Wei
t .
(6.54)
J pi
q = J ( pi p ) exp
Wei
t .
(6.55)
A Eq. (6.55) a equao da vazo com que a gua flui do aqfero para o reservatrio em
funo do tempo e da queda de presso no contato, (pi p). Esta equao geral e independe da
geometria do aqfero. A Eq. (6.55) pode ser integrada para se obter o influxo. Assim,
t
J pi
We qdt = J ( pi p ) exp
0
0
Wei
J pi
W
We = ei ( pi p ) 1 exp
pi
Wei
t dt .
t .
(6.56)
(6.57)
A Eq. (6.57) fornece o influxo do aqfero em funo do tempo para uma queda de presso
constante, (pi p), no contato. Algumas observaes podem ser feitas a respeito das equaes do
modelo de Fetkovich:
(a) Observao 1
Note que com o passar do tempo, a vazo fornecida pelo aqfero, Eq. (6.55), decresce exponencialmente tendendo a zero. Ou seja, o influxo dado pela Eq. (6.57) tende a um valor mximo.
Tomando o limite da Eq. (6.57) para t e usando a Eq. (6.47), o influxo mximo pode ser
escrito como:
6-17
We mx =
Wei
( p i p ) = c t Wi ( p i p ) .
pi
(6.58)
(b) Observao 2
Na prtica a queda de presso no contato no constante e a Eq. (6.57) no diretamente
aplicvel. Fetkovich mostrou uma forma de utilizar a Eq. (6.57) quando a presso varia no contato,
sem fazer a superposio.
O influxo durante o primeiro intervalo de tempo (t1) pode ser expresso por:
J pi
W
We1 = ei ( pi p1 ) 1 exp
t1 ,
pi
Wei
(6.59)
We 2 =
Wei
( pa1 p2 ) 1 exp J pi t 2 ,
pi
Wei
(6.60)
p a1 = pi 1
Wei
(6.61)
We n =
Wei
( pa n1 pn ) 1 exp J pi t n ,
pi
Wei
(6.62)
onde:
1
p a n1 = pi 1
Wei
n 1
j =1
We j = pi 1
We n 1
Wei
(6.63)
p n1 + p n
(6.64)
.
2
Fetkovich mostrou para diferentes geometrias que o seu mtodo produz resultados semelhantes aos do modelo de van Everdingen & Hurst para aqferos finitos.
(c) Observao 3
Ao utilizar o ndice de produtividade do aqfero, J, para fluxo permanente, admite-se que
o aqfero seja realimentado de modo que a presso no seu limite externo se mantm constante e
igual a pi. A condio de fluxo permanente implica que no h limite para o influxo mximo, isto ,
Wei infinito. Neste caso, a vazo do aqfero, Eq. (6.55), reduz-se a:
pn =
q
cuja integral o influxo acumulado:
dWe
= J ( pi p ) ,
dt
(6.65)
6-18
Influxo de gua
t
We = J ( pi p ) dt .
(6.66)
A Eq. (6.66) um caso particular do modelo de Fetkovich e foi apresentada por Schilthuis em 1936.
(d) Observao 4
A Tabela 6.1 apresenta o ndice de produtividade do aqfero, J, para os modelos de aqferos radial e linear, regimes de fluxo permanente e pseudopermanente. Para outras geometrias, o
ndice de produtividade para o regime pseudopermanente pode ser definido como:
2 kh
,
J =
4 A
(6.67)
ln
2
2 C A ro
onde CA o fator de forma de Dietz (1965) (Tabela K.3, Apndice K), A a rea do aqfero, a
exponencial da constante de Euler ( = 1,78108 ) e ro o raio do reservatrio circularizado. Na
Tabela K.3, o tempo adimensional tDA definido como:
kt
t DA =
.
(6.68)
ct A
Tabela 6.1 ndice de produtividade do aqfero para os fluxos radial e linear
Aqfero Radial
Condio de Fluxo
J=
Pseudopermanente
2 f kh
r
ln e
ro
J=
Permanente
Aqfero Linear
3
4
J=
3khw
L
J=
khw
L
2 f kh
r
ln e
ro
___________________________
J =
J =
Clculo de ct:
2 f kh
r
ln e
ro
(SI) ou J =
0,05255 f kh
(nas unidades do exemplo)
re 3
ln
ro 4
6-19
Wei = ct Wi pi
Wi = 3,1416 (6.096 2 762 2 ) 18,3 0,22 = 462,673 10 6 m 3
Wei = 99,6 10 6 462,673 10 6 246,13 = 11,3422 10 6 m 3
Eq.(6.62):
We n =
Wei
( pa n1 pn ) 1 exp J pi t n
pi
Wei
We n =
11,3422 10 6
( p a n1 p n ) 1 exp 241,12 246,136 100
246,13
11,3422 10
We n = 18.774 ( p a n 1 p n )
Eq. (6.63):
We
p a n 1 = pi 1 n 1
Wei
Eq. (6.64):
pn =
p n1 + p n
2
Resumo de clculo:
t
(d)
p
(kgf/cm2)
pn
(kgf/cm2)
We n
0
100
200
300
400
500
246,13
245,43
244,44
243,18
242,19
240,51
245,780
244,935
243,810
242,685
241,350
6.570,9
19.757,9
32.829,2
40.575,3
49.108,1
(m )
We n
3
(m )
6.570,9
26.328,8
59.158,0
99.733,3
148.841,0
pa n
(kgf/cm2)
246,1300
245,9874
245,5587
244,8462
243,9657
242,9001
( pi p)
We = C
dt .
0 log (ct )
(6.70)
6-20
Influxo de gua
We (t D j ) = We (t D j 1 ) + a j 1 (t D j t D j 1 ) ,
(6.72)
onde a j 1 uma constante. Esta equao admite que no intervalo entre t D j 1 e t D j o influxo varia
linearmente com o tempo.
Combinando-se as Eqs. (6.71) e (6.72) obtm-se:
tD j
U
p()
0
dWD (t D )
d = We (t D j 1 ) + a j 1 (t D j t D j 1 ) .
d
(6.73)
Aplicando-se a transformada de Laplace com relao ao tempo adimensional Eq. (6.73) obtm-se:
We (t D j 1 ) a j 1 t D j 1 a j 1
(6.74)
U u p(u ) WD (u ) =
+ 2 ,
u
u
onde u a varivel de Laplace.
Para o problema em questo possvel provar que (van Everdingen & Hurst, 1949):
1
= u p D (u )W D (u ) ,
(6.75)
u2
onde pD (tD) a soluo para a presso adimensional na face interna de um aqfero produzindo com
vazo constante e WD (tD) o influxo adimensional para o caso de presso constante no contato.
Substituindo-se a Eq. (6.75) na Eq. (6.74) e explicitando-se a transformada da queda de presso no
contato leo/gua, obtm-se a equao:
1
p(u ) =
We (t D j 1 ) a j 1 t D j 1 u p D (u ) + a j 1 p D (u ) ,
(6.76)
U
cuja inverso resulta em:
{[
6-21
p(t D j ) =
1
We (t D j 1 ) a j 1 t D j 1 p D (t D j ) + a j 1 p D (t D j ) ,
U
{[
(6.77)
a j 1 =
U p(t D j ) We (t D j 1 ) p D (t D j )
p D (t D j ) t D j 1 p D (t D j )
(6.78)
(6.79)
e no caso de um aqfero radial infinito essa expresso , aproximadamente (Captulo 3, Seo 3.2.4):
1
p D (t D ) = [ln(t D ) + 0,80907] .
(6.81)
2
___________________________
Eq. (6.3):
tD =
tD =
kt
ct ro2
(sistema SI) ou t D =
0,008362 100 t
0,22 0,30 99,6 10 6 762 2
0,008362 k t
ct ro2
= 0,2191t
Clculo de reD:
reD =
Eq. (6.11):
re 6.096
=
=8
ro
762
U = 2 f ct h ro2
U = 2 3,1416 1,0 0,22 99,6 10 6 18,3 762 2 = 1.462,9 m 3 kgf / cm 2 .
6-22
Influxo de gua
1
(ln t D + 0,80907) e p D (t D ) = 1 , para t DA < 0,1
2
2t D
2
3
2
Pseudopermanente4: p D (t D ) = 2 t D + ln reD
e p D (t D ) = 2 , para t DA 0,1
4
reD
reD
onde:
r 2t
ro2 t D
tD
t DA = o D =
=
= 0,00505 t D .
A
r2 r2
r 2 1
Transiente: p D (t D ) =
eD
Resumo de clculo:
j
tj
(d)
pj
(kgf/cm2)
p j = pi p j
0
1
2
3
4
5
0
100
200
300
400
500
246,13
245,43
244,44
243,18
242,19
240,51
0
0,70
1,69
2,95
3,94
5,62
(kgf/cm )
t Dj
p D (t Dj )
p D (t Dj )
0
21,91
43,82
65,73
87,64
109,55
0
2,014
2,699
3,384
4,068
4,753
0,031
0,031
0,031
0,031
0,031
We (t Dj )
(m3)
0
11.140,3
34.212,7
69.420,5
108.395,8
160.704,8
tj
(d)
pj
(kgf/cm2)
p j = pi p j
0
1
2
3
4
5
0
100
200
300
400
500
246,13
245,43
244,44
243,18
242,19
240,51
0
0,350
1,195
2,320
3,445
4,780
(kgf/cm )
t Dj
p D (t Dj )
0
21,91
43,82
65,73
87,64
109,55
0
2,014
2,699
3,384
4,068
4,753
p D (t Dj )
We (t Dj )
(m3)
0,031
0,031
0,031
0,031
0,031
0
5.570,1
22.660,5
51.773,0
88.837,6
134.447,9
Assim, com a hiptese de presso constante no intervalo t, aps 500 dias We = 134.448 m 3 .
___________________________
6-23
modelos PSS e MPSS so aplicveis a aqferos finitos e consideram que o fluxo do aqfero para o
reservatrio se d sob o regime pseudopermanente. Os modelos de Leung tambm tm a vantagem,
em relao ao modelo de van Everdingen & Hurst, de prescindir do esforo computacional associado superposio de efeitos tradicional quando a presso no contato aqfero-reservatrio varivel
com o tempo.
q = J [ p a (t ) p(t )] ,
J = kA ,
(6.83)
onde o raio de drenagem constante sob o regime PSS e A a rea aberta ao influxo de gua
(seo transversal do meio poroso no contato reservatrio-aqfero).
Vale ressaltar que se pa e p fossem constantes na equao da vazo, Eq. (6.82), o fluxo do
aqfero para o reservatrio seria permanente; mas como a presso varia com o tempo, o regime de
fluxo classificado apenas como pseudopermanente.
Segundo Leung o raio de drenagem pseudopermanente, , depende de como varia a
presso no contato com o tempo: variao em degrau (Step Interpolation Boundary Pressure
SIBP) ou variao linear (Linear Interpolation Boundary Pressure LIBP). Para aqfero linear, o
raio de drenagem adimensional ( L ) vale 0,4053 e 0,3333 para variao em degrau e variao
linear, respectivamente.
Para aqfero radial, alm da condio da presso na fronteira interna (no contato), o raio de drenagem depende tambm do tamanho do aqfero dado pelo parmetro reD. Na Tabela 6.2 esto apresentados os raios de drenagem para valores de reD entre 1,1 e 50, tanto para o caso de variao da presso em
degrau (SIBP) quanto para o caso de variao linear da presso (LIBP).
Tabela 6.2 Raio de drenagem adimensional para aqfero radial (Leung, 1986)
reD
1,1
1,5
2
3
4
5
6
7
8
ro
LIBP
SIBP
Fetkovich
0,0333
0,1637
0,3156
0,5779
0,7940
0,9755
1,1313
1,2674
1,3880
0,0405
0,1916
0,3601
0,6388
0,8611
1,0457
1,2002
1,3345
1,4572
0,3486
0,6363
0,8594
1,0418
1,1959
1,3294
6-24
Influxo de gua
9
10
20
50
1,4963
1,5943
2,2595
3,1650
1,5648
1,6575
2,2610
3,1260
1,4472
1,5526
2,2457
3,1620
Para aqferos pequenos (reD < 1,5), o fluxo aproximadamente linear e os raios de drenagem so equivalentes a aqueles para aqfero linear com ro 0,3333(reD 1) para LIBP e
ro 0,4053(reD 1) para SIBP. Quando o aqfero grande (reD > 50) o raio de drenagem,
independentemente do comportamento da presso no contato (SIBP ou LIBP), tende assintoticamente para a expresso:
ro = ln (reD ) 3 4 .
(6.84)
Como mostrado na Tabela 6.1, a Eq. (6.84) a expresso do raio de drenagem usado por
Fetkovich.
A partir de um balano de materiais no aqfero pode-se mostrar que:
We = ct Wi [ pi p a (t )]
(6.85)
We = c t Wi ( p a n p a n +1 ) ,
(6.86)
J
A
k
=
.
ct Wi ct Wi
(6.89)
Note que a Eq. (6.88) s vlida aps se atingir o regime pseudopermanente (isto , para t > tpss).
Uma hiptese bsica do modelo PSS que a Eq. (6.88) seja uma boa aproximao tambm para o
perodo 0 < t < t pss .
A condio inicial dada pela expresso:
pa (t = 0) = p(t = 0) = pi .
(6.90)
Utilizando a tcnica de transformada de Laplace e a condio inicial dada pela Eq.(6.90), a Eq.
(6.88) pode ser resolvida para a presso mdia do aqfero:
t
p a (t ) = p a (0) e t + p()e (t )d .
(6.91)
0
6-25
Se a Eq. (6.91) for integrada por partes, obter-se- uma forma alternativa da presso mdia do
aqfero como uma funo da derivada da presso no contato:
t
dp() (t )
p a (t ) = p(t )
e
d .
0 d
(6.92)
Uma vez obtida a presso mdia do aqfero, pa , a partir da Eq. (6.91) ou (6.92), a vazo do influxo
de gua, q, e o influxo acumulado, We, so calculados com as Eqs. (6.82) e (6.85), respectivamente.
As Eqs. (6.91) e (6.92) so conhecidas como integrais de convoluo (ou superposio).
Pelo fato de o integrando ser expresso como um produto de duas funes, uma avaliada no tempo
e a outra em t , com variando de 0 a t, a integral em tn+1 no igual integral em tn mais um
incremento da integral no intervalo t = t n +1 t n . Conseqentemente, a cada tempo de interesse a
integral tem que ser avaliada desde t = 0 at o tempo t considerado, o que torna o processo cada
vez mais ineficiente medida que o tempo cresce. Em vista dessa dificuldade, Leung apresentou um
esquema mais eficiente denominado FCM (fast convolution method). Define-se a integral na Eq.
(6.91) como I (t ) , sendo que I n +1 a integral avaliada no tempo t n +1 . Assim,
t n +1
I n +1 =
tn
p()e (tn +1 ) d
t n +1
tn
p()e (tn +1 ) d
(6.93)
tn
t n +1
= p()e (tn ) d e t + p() e (tn +1 )d
0
tn
ou simplesmente:
I n +1 = I n e t + I .
(6.94)
Como mostra a Eq. (6.94), a integral de convoluo no tempo t n +1 igual soma da integral anterior avaliada em t n , multiplicada pelo fator de decaimento exponencial exp(t ) , com a
integral entre os limites t n e t n +1 . O histrico de presses anterior a t n no necessrio para se
avaliar I n +1 ; logo o esforo computacional e a quantidade de memria requerida so reduzidos.
Usando a Eq. (6.94), as Eqs. (6.91) e (6.92) podem ser escritas, respectivamente, como:
p a n +1 = p a n e t +
t n +1
tn
p()e (tn+1 ) d
(6.95a)
e
t n +1
p a n +1 = p n +1 + ( p a n p n )e t
tn
dp() (tn +1 )
e
d .
d
(6.95b)
A forma expressa pela Eq. (6.95a) prefervel do que a da Eq. (6.95b) porque mais conveniente se
avaliar a integral envolvendo presses do que derivadas da presso.
Os dados da presso no contato em funo do tempo, necessrios para se calcular a integral
de convoluo, Eq. (6.95), so normalmente expressos como valores discretos com o tempo. Logo,
para calcular a integral, alguma forma de interpolao entre os dados necessria. Dois esquemas
simples de interpolao foram sugeridos por Leung:
1. Interpolao Linear da Presso no Contato, denominada LIBP (Linear Interpolation of
Boundary Pressure). Neste caso os dados discretos de presso so interpolados linearmente:
6-26
Influxo de gua
p pn
p LI (t ) = n +1
(t t n ) + p n , t n t t n+1 ;
t
2.
(6.96)
p + p n +1
p SI (t ) = n
, t n < t t n +1 .
2
(6.97)
p a n+1 = p n +1 + ( p a n p n )e t +
p n+1 p n t
e
1 .
t
(6.98)
Por outro lado, combinando-se as Eqs. (6.95a) e (6.97) obtm-se a presso mdia do aqfero no
tempo t n +1 para o esquema SIBP:
p n + p n +1
(6.99)
1 e t .
2
Os parmetros do modelo PSS de Leung para aqferos lineares e radiais, requeridos nas
Eqs. (6.82), (6.85), (6.98) e (6.99), esto resumidos na Tabela 6.3.
p a n +1 = p a n e t +
Parmetro
Aqfero Linear
Aqfero Circular
kAL
( L )
2 f kh
, onde f = 2
( ro )
c t Wi
(c w + c f ) A L
L2
k
=
c t L ( L )
ro2
k
2
2
=
2
2
c t ro reD 1 ( ro ) reD 1
LIBP,
L
3
2 2
r
1 3r 2 1
ro 2 eD ln (reD ) 2eD
reD 1
4 reD 1
SIBP,
4L
2
1
ro
2
2
a1 reD reD 1
( 5)
6-27
kt
tD
ct L
kt
t
2
c t ro2
LIBP, (t pss ) D
0,57
2
0,25 reD
SIBP, (t pss ) D
0,15
2
0,25 reD
t
ro2
Exemplo 6.7 Resolva o Exemplo 6.4 utilizando o modelo PSS de Leung. Considere os esquemas
LIBP e SIBP para a interpolao da presso no contato.
Soluo:
Clculo de ct:
reD =
Eq. (6.3):
tD =
tD =
re 6.096
=
=8
ro
762
kt
ct ro2
(sistema SI) ou t D =
0,008362 100 t
0,22 0,30 99,6 10 6 762 2
0,008362 k t
ct ro2
= 0,21908 t
2
(t pss ) D = 0,25reD
= 0,25 8 2 = 16
ct Wi = (c w + c f ) (re2 ro2 ) h f
6-28
Influxo de gua
ro ) = 1,3880
Tabela 6.3:
ro2
2
0,21908 2
=
= 0,0050107 d 1
( ro ) reD2 1 1,3880 8 2 1
p
(kgf/cm2)
246,13
245,43
244,44
243,18
242,19
240,51
p a n +1
p n+1 p n
(kgf/cm2)
We n +1
(kgf/cm )
(m )
We
(m3)
Eq. (6.98)
Eq. (6.85)
Eq. (6.86)
246,1300
245,9806
245,5523
244,8450
243,9775
242,9144
0
6.884,7
26.621,6
59.215,4
99.191,5
148.181,3
0
6.884,7
19.736,9
32.593,8
39.976,1
49.989,8
0,700
0,990
1,260
0,990
1,680
ro ) = 1,4572
Tabela 6.3:
ro2
2
0,21908 2
=
= 0,0047727 d 1
( ro ) reD2 1 1,4572 8 2 1
e t = e 0,0047727100 = 0,62047
1 e t = 1 0,62047 = 0,37953
Resumo de clculo (esquema SIBP):
t
(d)
0
100
200
300
400
p
(kgf/cm2)
246,13
245,43
244,44
243,18
242,19
p a n +1
We n +1
p n + p n +1
2
(kgf/cm2)
(kgf/cm )
(m )
We
(m3)
Eq. (6.99)
Eq. (6.85)
Eq. (6.86)
245,780
244,935
243,810
242,685
246,1300
245,9972
245,5941
244,9170
243,0699
0
6.119,7
24.695,3
55.897,5
94.933,5
0
6.119,7
18.575,7
31.202,1
39.036,1
6-29
500
240,51
241,350
243,0376
142.504,0
47.570,4
p a ,mpss (t ) = (1 1 ) p I (t ) + 1 p a , pss (t ) ,
(6.100)
onde p I (t ) a presso interpolada dada pela Eq. (6.96) ou (6.97), e p a , pss a presso mdia do
aqfero obtida do modelo PSS. O coeficiente-peso 1 dado pela expresso:
4
1 =
,
2
J
(
a
)
2
a12 0 1 2 1 reD
1
J 1 (a1 reD )
(6.101)
sendo a1 a primeira raiz da equao de Bessel: J 1 (a m reD )Y0 (a m ) J 0 (a m )Y1 (a m reD ) = 0 , onde J0 e
J1 so as funes de Bessel de primeira espcie e Y0 e Y1 as funes de Bessel de segunda espcie.
Na Tabela 6.4 esto apresentados valores de a1 e 1 em funo dos valores de reD normalmente
encontrados nos estudos de reservatrio. A Tabela 6.4 apresenta tambm o intervalo de validade dos
modelos MPSS e PSS. Como se pode observar, para reD entre 1 e 50, o tempo inicial de validade do
modelo MPSS foi reduzido em relao ao do modelo PSS de aproximadamente um ciclo logartmico.
Tabela 6.4 Parmetros do modelo PSS modificado (Leung, 1986)
reD
1,1
1,5
2
3
4
5
6
7
8
9
10
a1
15,3348
2,8899
1,3606
0,6256
0,3935
0,2823
0,2182
0,1767
0,1476
0,1264
0,1104
1
0,8105
0,8417
0,8705
0,9000
0,9171
0,9307
0,9389
0,9441
0,9508
0,9539
0,9580
PSS
0,04
0,08
0,35
0,8
1,3
2
3
3,7
5
6
0,675
1,2
2,7
4,8
7,5
10,8
14,7
19,2
24,3
30
6-30
Influxo de gua
20
50
0,0471
0,0160
0,9723
0,9855
40
200
120
750
Obs.: (i) ro obtido da Tabela 6.2 (SIBP); (ii) Para o modelo MPSS, o t D limite para
validade do modelo foi obtido a partir da comparao com a soluo exata, com erro menor que
2
5%; (iii) Para o modelo PSS, t D > 0,25reD
(vide Tabela 6.3); e (iv) quando reD , a1 0 e
1 1,0 .
___________________________
Exemplo 6.8 Resolva o Exemplo 6.4 utilizando o modelo MPSS de Leung com o esquema SIBP
de interpolao da presso no contato.
Soluo:
Tabela 6.4:
(t D )mpss
1 = 0,9508
No Exemplo 6.7 j foram calculados: e t = e 0,0047727100 = 0,62047
1 e t = 1 0,62047 = 0,37953
Resumo de clculo (esquema SIBP):
t
(d)
0
100
200
300
400
500
p
(kgf/cm2)
246,13
245,43
244,44
243,18
242,19
240,51
p a , pss n +1
p a ,mpss n+1
We n +1
(kgf/cm )
(m3)
We
(m3)
Eq. (6.99)
Eq. (6.100)
Eq. (6.85)
Eq. (6.86)
246,1300
245,9972
245,5941
244,9170
243,0699
243,0376
246,1300
245,9865
245,5616
244,8625
244,0081
242,9546
0
6.612,8
26.193,0
58.408,9
98.071,7
146.328,8
0
6.612,8
19.580,2
38.828,7
59.243,0
87.085,8
p n + p n +1
2
(kgf/cm2)
(kgf/cm )
245,780
244,935
243,810
242,685
241,350
6-31
Modelo
We (m3)
Erro (%)
146.190
148.841
160.705
134.448
148.181
142.504
146.329
+1,8
+9,9
8,0
+1,4
2,5
+0,1
Como pode ser observado na Tabela 6.5, o modelo aproximado de melhor performance foi o
MPSS-SIBP de Leung, com erro aproximado de 0,1%, seguido dos modelos PSS-LIBP com erro de 1,4%,
Fetkovich com erro de 1,8%, PSS-SIBP com erro de 2,5% e Carter-Tracy com erro de 9,9%.
ro
o
w
Reservatrio
Aqfero
ro
Reservatrio
Aqfero
6-32
Influxo de gua
Figura 6.6 Modelo idealizado de aqfero radial. Reproduzida de Allard, D. R. & Chen, S. M., Calculation of
Water Influx for Bottom-Water Drive Reservoirs, Copyright 1984, com permisso de SPE-AIME.
As linhas de fluxo neste caso so horizontais e a invaso da gua se d atravs de uma superfcie cilndrica que circunda o reservatrio. Esta situao pode ser comparada com o modelo de
influxo de fundo ilustrado na Figura 6.7, onde as linhas de fluxo tm uma componente vertical e a
invaso da gua ocorre atravs de um plano circular horizontal que representa o contato leo/gua.
Portanto, o modelo de influxo de fundo deve levar em conta o fluxo vertical, e como mostrado a
seguir, o efeito do fluxo vertical tanto mais pronunciado quanto maior a razo entre a espessura
do aqfero, h, e o raio do reservatrio, ro.
ro
Reservatrio
o
w
Aqfero
ro
Reservatrio
o
w
Aqfero
r
Figura 6.7 Modelo idealizado de aqfero de fundo. Reproduzida de Allard, D. R. & Chen, S. M., Calculation of Water Influx for Bottom-Water Drive Reservoirs, Copyright 1984, com permisso de SPE-AIME.
Allard & Chen (1984), seguindo procedimento semelhante ao do modelo de van Everdingen & Hurst, montaram matematicamente o problema que considera o influxo de fundo. Neste caso,
porm, a soluo foi obtida com o uso de um simulador numrico.
6-33
2 p
r 2
1 p ct p
=
.
r r
k t
(6.102)
Para o modelo de influxo ilustrado na Figura 6.7, um novo termo adicionado a esta equao,
resultando em:
2 p 1 p
2 p ct p
+
+
k
=
,
(6.103)
R
k t
r 2 r r
z 2
onde kR a razo entre a permeabilidade vertical e a permeabilidade horizontal (k).
Existem infinitas solues para a Eq. (6.103), representando todos os possveis sistemas reservatrio-aqfero. possvel obter-se uma soluo geral aplicvel s vrias situaes, pela
introduo das seguintes variveis adimensionais:
r
raio adimensional: rD = ,
(6.104)
ro
z
distncia vertical adimensional: z D =
(6.105)
ro k R
e
tempo adimensional: t D =
kt
ct ro2
(6.106)
A substituio destas novas variveis na Eq. (6.103) resulta na seguinte forma adimensional para a equao da difusividade:
2 p
rD2
1 p 2 p
p
+ 2 =
.
rD rD z D t D
(6.107)
Em vez de tentar formular uma soluo analtica para a Eq. (6.107) considerando presso
constante no contato, Allard & Chen derivaram diretamente uma equao para o influxo e usaram
um simulador numrico para obter a soluo desta equao.
Para obter a equao do influxo conveniente definir a queda de presso adimensional
como:
pD =
ro k k R
q
p .
pD
(6.108)
(6.109)
(6.110)
We = q t .
Substituindo as Eqs. (6.109) e (6.110) nesta expresso obtm-se:
t
We = ct ro3 k R p D .
pD
(6.111)
(6.112)
Influxo de gua
6-34
Finalmente, para converter esta expresso para uma forma comparvel com aquela de van Everdingen & Hurst, definem-se a constante de influxo, U, e o influxo adimensional, WD, como:
U = 2ct h ro2
(6.113)
WD =
ro k R
2h
t D
,
pD
(6.114)
We = U p W D ,
(6.115)
que idntica expresso formulada por van Everdingen & Hurst, exceto que aqui os valores de WD
em funo de tD so, evidentemente, diferentes daqueles do sistema radial.
A soluo do problema em termos do influxo adimensional, WD, obtida atravs de um simulador numrico. Deve-se observar que neste caso WD no funo somente de tD mas tambm da
geometria do sistema reservatrio-aqfero. Allard & Chen introduziram as seguintes constantes ou
parmetros adimensionais, que descrevem a geometria do sistema:
r
rD = e
(6.116)
ro
e
z D =
h
ro k R
(6.117)
onde re o raio externo do aqfero. Para valores fixos destes dois parmetros, WD funo somente
de tD.
6-35
re
ro
h
r
blocos do reservatrio
poos produtores
Figura 6.8 Modelo numrico para o aqfero de fundo. Reproduzida de Allard, D. R. & Chen, S. M.,
Calculation of Water Influx for Bottom-Water Drive Reservoirs, Copyright 1984, com permisso de SPEAIME.
6-36
Influxo de gua
60
Aqfero
infinito
50
rD' = 10
Influxo adimensional, WD
Aqfero de fundo
zD' = 0,1
40
rD' = 8
30
20
rD' = 6
10
rD' = 4
0
1
10
100
1000
Tempo adimensional, tD
Figura 6.9 Influxo adimensional WD para aqfero de fundo em funo do tempo adimensional t D ,
do parmetro z D e do tamanho do aqfero rD .
6-37
A2, h2
A1, h1
p2
A3, h3
q2
np poos
q3
q1
p3
p1
A i, h i
pi
qi
A rea de influncia do poo i, cuja vazo qi, denominada Ai, onde a espessura mdia
da formao hi e a presso mdia pi . A espessura mdia da formao em cada rea de drenagem
pode ser estimada atravs de perfis e a presso mdia a partir de testes de presso nos poos.
Vd i = Ai hi .
(6.119)
A relao entre os volumes drenados por um poo j qualquer e cada um dos poos i dada
por:
Vd j
Vd i
qj
(6.120)
qi
ou ainda:
Ajhj
Ai hi
qj
qi
(6.121)
Tomando j = 1, tem-se:
A1h1 q1
=
,
Ai hi qi
(6.122)
6-38
Influxo de gua
A1h1qi Ai hi q1 = 0 .
(6.123)
A1 + A2 + L + An p = At ,
(6.124)
np
(6.125)
Ai = At
i =1
cuja soluo resulta na determinao das reas drenadas por cada poo (Ai). Os volumes drenados
so calculados pela Eq. (6.119).
Ai hi pi
p=
i =1
np
(6.126)
Ai hi
i =1
Usando a Eq. (6.118), a presso mdia pode tambm ser calculada com a expresso:
np
qi pi
p=
i =1
np
(6.127)
qi
i =1
___________________________
Exemplo 6.9 Um reservatrio com rea de 1,943 km2 contm trs poos produtores de leo. Aps
um certo perodo de produo, os poos foram fechados e realizados testes de crescimento de
presso para se obter as presses mdias nas suas respectivas reas de drenagem. Outros dados so:
Poo 1
Poo 2
Poo 3
16
32
13
12
12,5
11
160,9
155,2
167,5
6-39
Parte (a):
As reas drenadas so calculadas a partir do sistema de equaes da Eq. (6.125). Substituindo-se os valores de qi e hi do problema, a Eq. (6.125) pode ser escrita como:
12 32 A1 12,5 16 A2 = 0
384 A1 200 A2 = 0 (: 8)
48 A1 25 A2 = 0
156 A1 176 A3 = 0 (: 4) 39 A1 44 A3 = 0
12 13 A1 11 16 A3 = 0
A + A + A = 1,943
A + A + A = 1,943
A1 + A2 + A3 = 1,943
1
2
3
2
3
1
Da 1a equao do sistema de equaes: A1 =
25
A2 . Substituindo esta expresso nas demais
48
equaes, tem-se:
39 25
39 25
A2 A3 = 0
48 A2 44 A3 = 0
48 44
25
73
+ 1 A2 + A3 = 1,943
A2 + A3 = 1,943
48
48
Logo,
A2 = 1,943 :
1 39 25
+ 73 = 0,9801 km 2 .
48 44
A1 =
25
25
A2 =
0,9801 = 0,5105 km 2 .
48
48
Finalmente, da 3a equao:
qi pi
p=
i =1
np
qi
i =1
Ai hi pi
p=
i =1
np
Ai hi
i =1
___________________________
6-40
Influxo de gua
reservatrio de leo ou gs/gua no caso de reservatrio de gs). A Figura 6.11 mostra um esquema
de reservatrio de leo submetido a influxo de gua oriunda de aqfero. Nessa figura, Li a menor
distncia entre o poo i e o contato original.
p1
1
Falha selante
np poos
p2
2
p3 3
np
L3 i
L4
C on ta
Li
Contato
leo-gua atual
L np
to l e o - g u a or ig in a l
Figura 6.11 Reservatrio de leo com mecanismo de influxo de gua Determinao da presso no contato.
A presso no contato original pode ser obtida a partir de um grfico como o da Figura 6.12.
Em um determinado instante da vida produtiva do reservatrio, so colocados em um grfico de
coordenadas cartesianas os valores das presses mdias nas reas de drenagem dos poos ( pi ) em
funo das distncias dos poos at a posio original do contato (Li). Ajustando-se uma curva
mdia pelos pontos do grfico, o valor da presso mdia no contato leo/gua original ( po / w )
estimado como sendo a extrapolao da curva para Li = 0.
pi
po/w
Li
As informaes de presso esttica obtidas de testes de presso e, principalmente, de registros de presso esttica em reservatrios com influxo de gua devem merecer um cuidado especial.
Por exemplo, um registro de presso esttica em um poo situado nas imediaes de um aqfero,
que tenha permanecido fechado durante vrios dias (ou mesmo horas) pode no ser representativo
da presso mdia na sua rea de drenagem, devido influncia do aqfero. O uso desse tipo de
informao pode levar concluso errnea de que a presso no contato mantm-se praticamente
constante.
6-41
Embora a metodologia apresentada nesta seo seja recomendada, na prtica, por simplicidade normalmente utiliza-se a presso mdia do reservatrio para representar a presso mdia no
contato.
6.10. Problemas
Problema 6.1 O histrico das presses no contato leo/gua original de um reservatrio
apresentado na tabela a seguir:
t (ano)
p (kgf/cm2)
220
180
160
160
160
ro = 1.200 m
h = 10 m
= 0,15
k = 50 md
= 1,0 cp
cf = 55106 (kgf/cm2)1
cw = 45106 (kgf/cm2)1
Admitindo que durante os primeiros 4 anos de produo o sistema real possa ser representado por um
reservatrio associado a um aqfero radial infinito, determine o influxo acumulado de gua:
(a) Ao final do 1o ano de produo.
(b) Ao final do 4o ano de produo.
Respostas:
(a) 156.892 m3
(b) 1.087.117 m3
Problema 6.2 Um reservatrio de leo com 500 m de raio est sendo alimentado por um aqfero
radial cujas caractersticas so:
Raio ........................................................................................
re = 4.000 m
Espessura ................................................................................
h = 10,3 m
Porosidade ..............................................................................
= 0,13
Permeabilidade .......................................................................
k = 20 md
Viscosidade da gua ................................................................
= 1,0 cp
Compressibilidade total do aqfero ........................................
ct = 93,9106 (kgf/cm2)1
Presso inicial .........................................................................
pi = 200 kgf/cm2
Esse reservatrio foi produzido com uma presso de 180 kgf/cm2 no contato leo/gua durante 1
ano, aps o que esta presso foi reduzida para 150 kgf/cm2 e mantida neste nvel. Calcular:
(a) O influxo acumulado de gua no final do 1o ano de produo.
(b) O influxo acumulado de gua no final do 2o ano de produo.
6-42
Influxo de gua
(c) A quantidade mxima de gua que esse aqfero poderia fornecer ao reservatrio, para uma
presso de abandono de 20 kgf/cm2 no contato leo/gua.
Respostas:
(a) 47.900 m3
(b) 146.700 m3
(c) 1,120106 m3
Problema 6.3 O histrico das presses no contato leo/gua original de um sistema reservatrioaqfero apresentado na tabela a seguir:
t (ano)
p (kgf/cm2)
200
150
100
100
100
Dados adicionais:
rea transversal do aqfero .................................................
Espessura da formao .........................................................
Porosidade ............................................................................
Permeabilidade .....................................................................
Viscosidade da gua .............................................................
Compressibilidade da formao ............................................
Compressibilidade da gua ...................................................
Fator volume-formao do leo .............................................
Fator volume-formao da gua ............................................
A = 10.000 m2
h = 10 m
= 0,10
k = 50 md
= 1,0 cp
cf = 40106 (kgf/cm2)1
cw = 50106 (kgf/cm2)1
Bo = 1,3 m3/m3 std
Bw = 1,0 m3/m3 std
Admita que durante os primeiros 4 anos de produo o sistema real possa ser representado por um
reservatrio conectado a um aqfero linear infinito. Determine a vazo de leo ao final do 4o ano,
sabendo que 15% da gua de influxo produzida juntamente com o leo.
Resposta: 22,1 m3 std/d
Problema 6.4 Um reservatrio de leo com um grande nmero de poos produtores est conectado a um aqfero linear infinito. Deseja-se produzir o reservatrio de tal maneira que a presso em
seu contato leo/gua original seja o dobro da presso de bolha do leo, que de 100 atm. Para isso,
admita que a vazo total de leo em condies de reservatrio seja igual vazo instantnea
fornecida pelo aqfero. Outras informaes do sistema so:
Presso original........................................................................
pi = 300 atm
Permeabilidade do aqfero......................................................
k = 100 md
Espessura da formao.............................................................
h = 100 m
Largura do aqfero..................................................................
b = 1.000 m
Porosidade da rocha.................................................................
= 0,10
Viscosidade da gua.................................................................
w = 0,5 cp
Compressibilidade total do aqfero ........................................
ct = 100106 atm1
Fator volume-formao do leo................................................ Bo = 1,25 m3/m3std
Pedem-se:
(a) Qual a presso no aqfero a uma distncia de 5.000 m do contato original leo/gua, nos
instantes 1, 6 e 12 meses aps o incio da produo?
(b) Qual dever ser a vazo de leo e a produo acumulada nos instantes citados no item (a)?
6-43
Obs.: Para resolver este problema voc precisar obter a soluo para o comportamento da presso
em um aqfero linear infinito que produz com presso constante (vide Apndice G).
Respostas:
t (ms)
p (atm)
qo (m3std/d)
Np (m3std)
288
3.426
0,206106
247
1.398
0,503106
12
235
989
0,712106
250 kgf / cm 2
infinito
20 m
10%
100 md
20106 (kgf/cm2)1
10106 (kgf/cm2)1
1 cp
Admitindo que o regime de influxo seja no-permanente e que o ano tenha 365 dias, calcular os
influxos acumulados de gua aos:
(a) 3 (trs) anos aps o incio da produo.
(b) 5 (cinco) anos aps o incio da produo.
Respostas:
(a) 1.114.700 m3
(b) 2.322.600 m3
Problema 6.6 A tabela a seguir apresenta os resultados da simulao numrica de um reservatrio
hipottico conectado a um aqfero de fundo infinito (Allard & Chen, 1984):
t (d )
p (kgf/cm2)
30
60
90
120
150
180
210
240
6-44
Influxo de gua
Influxo simulado
We (103 m3)
17,5
49,9
96,4
153,3
219,7
290,8
364,9
442,8
ro = 609,6 m
h = 61,0 m
= 0,10
k = 50 md
kR = 0,04
= 0,395 cp
ct = 1,138104 (kgf/cm2)1
pi = 210,92 kgf/cm2
Admitindo que o sistema possa ser representado por um reservatrio associado a um aqfero radial
infinito, determine o influxo acumulado de gua para cada um dos tempos da tabela. Utilize os
modelos de van Everdingen & Hurst (aqfero lateral) e de Allard & Chen (aqfero de fundo) e
compare os resultados com os dados da simulao numrica.
Respostas:
t (d )
30
60
90
120
150
180
210
240
Aqfero lateral
We (103 m3)
15,1
53,4
107,8
175,4
253,4
338,0
425,5
516,8
Aqfero de fundo
We (103 m3)
12,6
44,8
90,9
148,3
215,1
287,8
363,2
442,3
142 atm
7.011 m3 std/d
155 atm
nula
147 m3 std/m3 std
107 m3 std/m3 std
1,34 m3/m3 std
0,00693 m3/m3 std
permanente
6-45
(b) 7,957106 m3
Bibliografia
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SPE Annual Technical Conference and Exhibition, 59. Houston, TX, Sept. 16-19, 1984. Proceedings. Richardson, TX, SPE, 1984. (SPE 13170.)
Carslaw, H. S. & Jaeger, J. C.: Conduction of Heat in Solids. Oxford, Great Britain, Oxford University Press, 1959.
Carter, R. D. & Tracy, G. W.: An Improved Method for Calculating Water Influx. J. Pet. Tech., 5860, Dec. 1960.
Dake, L. P.: Fundamentals of Reservoir Engineering. Amsterdam, The Netherlands, Elsevier
Scientific Publishing Company, 1978.
Dietz, D. N.: Determination of Average Reservoir Pressure from Build-up Surveys. J. Pet. Tech.,
955-959, Aug. 1965; Trans. AIME, 234.
Earlougher, R. C., Jr.: Advances in Well Test Analysis. New York, SPE of AIME, 1977. (Monograph Series, 5.)
Fetkovich, M. J.: A Simplified Approach to Water Influx Calculations Finite Aquifer Systems. J.
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Leung, W. F.: A Fast Convolution Method for Implementing Single-Porosity Finite/Infinite Aquifer
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Matthews, C. S. & Russel, D. G.: Pressure Buildup and Flow Tests in Wells. Dallas, TX, USA, SPE
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Pirson, S. J.: Elements of Oil Reservoir Engineering. New York, McGraw-Hill Book Co. Inc., 1958.
(2nd ed..)
Rosa, A. J. & Carvalho, R. S.: Previso de Comportamento de Reservatrios de Petrleo Mtodos
Analticos. Rio de Janeiro, Editora Intercincia, 2001.
Rosa, A. J. & Corra, A. C. F.: Anlise de Testes de Presso em Poos. Salvador, Bahia, Brasil,
PETROBRAS/CENPES/DIVEN/SEN-BA, 1987. (Apostila.)
Schilthuis, R. J.: Active Oil and Reservoir Energy. Trans. AIME, 118: 31, 1936.
Stehfest, H.: Algorithm 386, Numerical Inversion of Laplace Transforms - D5. Communications of
the ACM, 13 (1): 47, Jan. 1970.
Influxo de gua
6-46
van Everdingen, A. F. & Hurst, W.: The Application of the Laplace Transformation to Flow
Problems in Reservoirs. Trans. AIME, 186: 305-324, 1949.
Artigo tcnico
Figura
Pgina
Figura
Allard, D. R. & Chen, S. M.: Calculation of Water Influx for Bottom-Water Drive
6.6
Reservoirs. In: SPE Annual Technical Conference and Exhibition, 59. Houston, TX, Sept. 16-19, 1984. Proceedings. Richardson, TX, SPE, 1984.
(SPE 13170.)
370
Figura
Allard, D. R. & Chen, S. M.: Calculation of Water Influx for Bottom-Water Drive
6.7
Reservoirs. In: SPE Annual Technical Conference and Exhibition, 59. Houston, TX, Sept. 16-19, 1984. Proceedings. Richardson, TX, SPE, 1984.
(SPE 13170.)
370
Figura
Allard, D. R. & Chen, S. M.: Calculation of Water Influx for Bottom-Water Drive
6.8
Reservoirs. In: SPE Annual Technical Conference and Exhibition, 59. Houston, TX, Sept. 16-19, 1984. Proceedings. Richardson, TX, SPE, 1984.
(SPE 13170.)
370
6-47
7.
B ALANO DE M ATERIAIS EM R ESERVATRIOS
DE G S
Antes de se iniciar o estudo do tpico especfico deste captulo ser apresentada uma introduo geral ao balano de materiais, abordando tanto o caso de reservatrios de gs quanto o de
leo (Captulo 8).
7-2
Conhecendo-se o volume do reservatrio, a porosidade da rocha e a saturao de gua conata, podem ser calculados os volumes originais de gs e de leo atravs do chamado mtodo
volumtrico. O volume de gs, medido em condies-padro, dado por:
Vr S gi
G=
(7.1)
B gi
ou
G=
Vr (1 S wi )
,
B gi
(7.2)
N=
Vr (1 S wi )
,
Boi
(7.4)
onde Soi a saturao inicial de leo e Boi o fator volume-formao inicial do leo.
Os fatores volume-formao do gs (Bg) e do leo (Bo), assim como outras propriedades
dos fluidos e da rocha-reservatrio, podem ser determinados em laboratrio ou estimados atravs de
equaes de estado, cartas, bacos e correlaes empricas, conforme discutido no Captulo 1.
Em muitos casos a porosidade, a saturao de gua conata e/ou o volume do reservatrio
no so conhecidos com a preciso desejada e o mtodo volumtrico, portanto, no pode ser
aplicado. Nessas situaes, a EBM pode ser empregada.
A utilizao do mtodo do balano de materiais exige a existncia de um histrico de produo do reservatrio em estudo. A qualidade dos resultados a serem obtidos depende muito da
qualidade dos dados registrados no histrico de produo. Isso significa que as quantidades de gua,
gs e leo produzidas em um campo de petrleo, bem como as presses do reservatrio, devem ser
medidas com o mximo de rigor possvel, j que so instrumentos valiosos para o estudo dos
reservatrios portadores desses fluidos.
O balano de materiais deve ser aplicado ao reservatrio como um todo e no permite, como no caso do mtodo volumtrico, o clculo dos volumes de gs e de leo somente em determinadas pores do reservatrio. Isso se deve ao fato de que h migrao de fluido de uma parte para
outra no interior do meio poroso, que s pode ser levada em conta atravs do balano total de massa
ou de volume.
(7.5)
Se a composio do gs produzido constante, os volumes produzido e restante no reservatrio so diretamente proporcionais s massas, j que pela equao de estado dos gases tem-se:
V =
Massa
ZRT
,
Massa molecular p
7-3
(7.6)
(7.7)
Ao se aplicar a Eq. (7.7), geralmente so utilizadas como referncia as chamadas condiesstandard ou padro de presso e temperatura.
Uma outra maneira de se expressar o balano de massa atravs do balano do nmero de
mols de gs:
n p = ni n ,
(7.8)
(7.9)
Assim,
np =
p0G p
Z 0 RT0
(7.10)
ni =
piVi
,
Z i RT
(7.12)
onde Vi o volume inicial de gs no reservatrio, medido presso pi e temperatura T. Normalmente admite-se que a temperatura do reservatrio permanece constante durante a sua vida produtiva.
O nmero de mols existente no reservatrio em um instante qualquer, quando a presso
mdia igual a p, :
pV
n=
,
(7.13)
ZRT
onde V o volume ocupado pelo gs, medido nas condies de reservatrio.
Substituindo-se as Eqs. (7.11), (7.12) e (7.13) na Eq. (7.8), obtm-se a equao de balano
de materiais generalizada para um reservatrio de gs:
7-4
p 1 piVi T p0
=
G p .
Z V Zi
T0
(7.14)
Gp ,
(7.15)
Z Z i Vi T0
que a equao de balano de materiais para um reservatrio volumtrico de gs seco. Note que p/Z
e Gp so as variveis desta equao.
Alternativamente, o volume inicial (Vi) pode ser escrito em funo do volume original de
gs G (medido nas condies-padro):
Vi = GB gi ,
onde o fator volume-formao inicial do gs (Bgi) dado por:
Z Tp
B gi = i 0 .
T0 pi
(7.16)
(7.17)
Assim, utilizando as Eqs. (7.16) e (7.17), a equao de balano de materiais para um reservatrio
volumtrico de gs seco, Eq. (7.15), pode tambm ser escrita como:
p
p pi
=
i Gp .
(7.18)
Z Zi ZiG
A Eq. (7.15) ou a Eq. (7.18) sugere que um grfico de p/Z contra Gp resultar em uma linha
reta, com a seguinte equao:
p
= a bG p ,
(7.19)
Z
onde:
p
a= i
(7.20)
Zi
e
b=
T p0
p
= i .
Vi T0 Z i G
(7.21)
A partir de um histrico de presso versus produo acumulada pode-se traar um grfico semelhante ao mostrado na Figura 7.1, de onde b obtido a partir da inclinao da reta.
7-5
pi
Zi
p
Z
Histrico
Previso
Gp
(7.22)
Uma outra forma de apresentar a EBM para reservatrios de gs volumtricos, que pode
ser til em algumas aplicaes prticas, atravs do balano volumtrico V = Vi , isto ,
(G G p ) B g = GB gi .
(7.23)
G=
G p Bg
B g B gi
(7.24)
As equaes de balano de materiais apresentam forte dependncia dos chamados parmetros PVT. Nos casos de reservatrios de gs o parmetro PVT importante o fator volume-formao
do gs (Bg). Como os valores de Bg so normalmente nmeros pequenos e estes aparecem muitas
vezes no denominador de fraes que compem a equao de balano de materiais, necessrio que
sejam medidos com preciso, para que sejam evitados erros significativos nos clculos. Na equao
anterior, por exemplo, a situao ainda pior, j que o que aparece no denominador da frao uma
diferena (Bg Bgi) entre dois nmeros muito pequenos.
7-6
V = Vi V ,
(7.25)
V = (c wVwi + c f V pi )p ,
(7.26)
onde:
V = Vi (c wVwi + c f V pi )p .
(7.27)
Vwi = S wi V pi
(7.28)
V pi =
Vi
.
1 S wi
(7.29)
V = Vi c w S wi + c f V pi p .
(7.30)
p (c w S wi + c f ) p pi T p0
Gp .
1
=
1 S wi
Z
Z i Vi T0
(7.31)
Utilizando as Eqs. (7.16) e (7.17), a Eq. (7.31) pode tambm ser escrita como:
p
p (c w S wi + c f ) p pi
i Gp .
1
=
Z
1 S wi
Zi ZiG
Definindo-se a compressibilidade efetiva do sistema gua-formao como:
c w S wi + c f
cewf =
1 S wi
e
(7.32)
(7.33)
pi
,
ZiG
b=
7-7
(7.34)
p
p
1 cewf p = i bG p .
Z
Zi
(7.35)
Um grfico de (1 c ewf p) p / Z versus Gp deve resultar em uma linha reta com coeficiente angular
igual a b.
A Figura 7.2 mostra que, desprezando-se os efeitos de compressibilidade da gua e da rocha, a extrapolao do volume original de gs poder tornar-se exageradamente otimista quando o
reservatrio volumtrico de gs for anormalmente pressurizado.
.
.
.
x
p/Z
(1 - cewf p) p/Z
.x
x
x
Gp
___________________________
Exemplo 7.1 Um reservatrio de gs ocorre a 4.050 m de profundidade e possui temperatura de
128,4 oC. Outros dados so: Swi = 22%, cw = 4,3105 (kgf/cm2)1, cf = 27,7105 (kgf/cm2)1 e o
histrico de produo apresentado na Tabela 7.1.
Tabela 7.1 Dados de produo do reservatrio de gs do Exemplo 7.1
Gp
(106 m3 std)
p
(kgf/cm2)
0
81
152
220
287
341
411
455
805
712
651
603
556
519
482
449
1,496
1,397
1,330
1,280
1,230
1,192
1,154
1,122
7-8
516
611
696
410
352
293
1,084
1,033
0,988
cewf =
c w S wi + c f
1 S wi
Os demais termos da Eq. (7.35) foram calculados e esto mostrados na Tabela 7.2.
Tabela 7.2 Clculo dos termos da EBM para o reservatrio do Exemplo 7.1
Gp
(106 m3 std)
p
(kgf/cm2)
0
81
152
220
287
341
411
455
516
611
696
805
712
651
603
556
519
482
449
410
352
293
p/Z
(kgf/cm2)
p
1 c ewf p
Z
(kgf/cm2)
1,496
1,397
1,330
1,280
1,230
1,192
1,154
1,122
1,084
1,033
0,988
538,1
509,7
489,5
471,1
452,0
435,4
417,7
400,2
378,2
340,8
296,6
538,1
492,3
461,8
436,2
410,7
389,7
368,2
347,9
323,4
284,1
240,9
7-9
600
Curvex20G
vn dn nmbbb
p/Z
p
Cur ve 22
(p/Z)
corr. x Gp
400
200
1.258
1.740
0
0
500
1000
1500
2000
Conforme esperado, o grfico com os valores de p/Z resultou em uma curva com concavidade para baixo, enquanto os valores de ( p / Z ) corr. produziram uma linha aproximadamente reta.
Extrapolando-se essa reta para p/Z = 0 obtm-se:
G = 1.258 10 6 m 3 std .
Note que a curva p / Z G p fornece uma falsa estimativa de G = 1.740 10 6 m 3 std .
___________________________
V = Vi We + BwW p ,
(7.36)
p
1
G p ,
(7.37)
Z Vi We + W p Bw Z i
T0
7-10
pi
Zi
Reservatrio
sob influxo de gua
p
Z
Reservatrio
volumtrico
Histrico
Previso
Gp
Figura 7.4 Reservatrio de gs seco.
Caso o influxo acumulado de gua (We) seja conhecido, o que geralmente no ocorre, o volume inicial de gs em condies de reservatrio (Vi) pode ser obtido a partir da Eq. (7.37), e o
volume original de gs (G), medido nas condies-padro, calculado com a equao:
V
G= i .
(7.38)
B gi
A Eq. (7.37) poder tambm ser utilizada para calcular o influxo acumulado (We). Neste
caso espera-se que o volume inicial de gs (Vi) possa ser determinado com preciso atravs do
mtodo volumtrico, apresentado na Seo 7.1.
A equao de balano de materiais pode ser expressa de outra forma, utilizando-se os fatores volume-formao do gs. Em condies de reservatrio pode-se escrever:
Produo de Gs = Expanso do Gs + Influxo de gua Produo de gua .
(7.39)
G p B g = GB g GBgi + We W p Bw
(7.40)
G=
G p B g We + W p B w
B g B gi
(7.41)
7-11
(7.43)
onde:
y=
G p B g + W p Bw
B g B gi
(7.44)
x=
We
.
B g B gi
(7.45)
Um grfico de y versus x fornece uma linha reta, com coeficiente angular unitrio e coeficiente linear igual a G. O influxo acumulado We deve ser calculado admitindo-se um modelo para o
aqfero, ou seja, utilizando-se uma lei de influxo de gua em funo do tempo, cujo estudo detalhado foi apresentado no Captulo 6. A escolha correta desse modelo fornece uma linha reta no grfico
de y versus x, a qual pode ser extrapolada para a obteno de G, enquanto valores incorretos de We
resultam em desvios da linha reta, conforme pode ser visualizado na Figura 7.5.
We < We correto
We correto
We > We correto
tg = 1
G
0
We / (Bg - Bgi)
Como se pode observar, a determinao simultnea de G e de We feita por tentativas. Obtida a linha reta, esto determinados o volume original de gs (G) e o modelo de aqfero que
permite o clculo correto do influxo acumulado (We).
___________________________
7-12
Exemplo 7.2 O arenito "M" um pequeno reservatrio de gs com uma presso inicial de 225
kgf/cm2 e temperatura de 104 oC. O histrico de produo e os fatores volume-formao so
apresentados na Tabela 7.3.
Tabela 7.3 Dados do reservatrio do Exemplo 7.2
Gp
(106 m3 std)
0
2,237
6,258
12,799
p
(kgf/cm2)
Bg
(m3/m3 std)
225,00
205,70
177,57
149,44
0,0052622
0,0057004
0,0065311
0,0077360
Pedem-se:
(a) Calcular o volume original de gs para cada um dos dados do histrico de produo, admitindo
comportamento de reservatrio volumtrico.
(b) Explicar porque os clculos do item anterior indicam a presena de influxo de gua.
(c) Traar o grfico de p/Z em funo da produo acumulada de gs.
(d) Admitindo que o volume original de gs seja de 28,826106 m3 std e que a produo acumulada
de gua tenha sido desprezvel, calcular o influxo acumulado de gua (medido em condies de
reservatrio) ao final de cada perodo do histrico de produo.
Soluo:
Parte (a):
Admitindo comportamento de reservatrio volumtrico, os valores do volume original de
gs (G) podem ser calculados pela Eq. (7.24), ou seja, G = G p B g /( B g B gi ) . Os resultados esto
mostrados na coluna 4 da Tabela 7.4.
Tabela 7.4 Valores de G e We no Exemplo 7.2
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
p
(kgf/cm2)
Gp
(10 m3 std)
Bg
(m /m3 std)
G
(10 m3 std)
p/Z
(kgf/cm2)
We
( m 3)
225,00
205,70
177,57
149,44
0
2,237
6,258
12,799
0,0052622
0,0057004
0,0065311
0,0077360
29,100
32,210
40,025
256,44
236,72
206,61
174,43
120
4.294
27.703
Parte (b):
Conforme pode ser observado na coluna 4 da Tabela 7.4, os clculos resultaram em valores
crescentes para o volume original de gs G. Isso ocorreu porque os valores usados no numerador da
7-13
G=
G p B g We
B g B gi
Como o influxo acumulado crescente com o tempo, os valores do numerador desta equao
poderiam ento gerar resultados constantes para os clculos de G.
Parte (c):
Os valores de p/Z, apresentados na coluna 5 da Tabela 7.4, foram calculados atravs da expresso de Bg obtida a partir da lei dos gases reais, conforme apresentada no Captulo 1:
Bg =
ZT p 0
,
T0 p
ou seja,
p T p0
.
=
Z T0 B g
Admitindo-se p0 = 1,033 kgf/cm2 (1 atm) e T0 = 15,6 oC (288,6 K) como sendo as condies-padro de presso e temperatura, os valores de p/Z so calculados por:
T ( K ) p 0 (kgf / cm 2 )
p
(104 + 273) 1,033
1,3494
(kgf / cm 2 ) =
=
=
.
3
3
3
3
Z
T0 ( K ) B g (m / m std ) 288,6 B g (m / m std ) B g (m 3 / m 3 std )
A Figura 7.6 mostra o grfico de p/Z em funo da produo acumulada de gs (Gp). A
concavidade para cima da curva indica que o comportamento de reservatrio submetido ao influxo
de gua.
p/Z( kgf/cm 2)
300
200
100
0
0
10
12
14
6
16
3
18
20
7-14
Parte (d):
A coluna 6 da Tabela 7.4 apresenta os valores de We, os quais foram calculados com a equao de balano de materiais, Eq. (7.40), escrita na forma:
We (m 3 ) = G p B g G ( B g B gi ) = G p B g 28,826 10 6 ( B g 0,0052622) .
___________________________
(GE )c = nc RT0
p0
(7.47)
onde T0 e p0 so as condies-padro de temperatura e presso, nc o nmero de mols de condensado produzido e (GE)c o volume de gs equivalente.
O nmero de mols de condensado produzido pode ser determinado empregando-se a definio:
massa de condensado
nc =
.
(7.48)
massa molecular do condensado
Como a massa especfica da gua de 1.000 kg/m3, o nmero de mols em 1 m3 std de condensado
produzido dado por:
1.000d c
nc =
,
(7.49)
Mc
onde dc e Mc so, respectivamente, a densidade e a massa molecular do condensado.
Admitindo-se 1,033 kgf/cm2 (1 atm) e 15,6 oC (60 oF) como sendo as condies-padro (ou
standard), e considerando que a constante universal dos gases para o sistema de unidades em
questo vale 0,08478 (kgf / cm 2 ) m 3 (mol kg K ) , o volume de gs equivalente a 1 m3 std de
condensado produzido, dado pela Eq. (7.47), ser:
(GE )c
7-15
Mc
1,033
(7.50)
23.686d c
,
Mc
(7.51)
ou simplesmente:
(GE )c
(7.53)
Mc =
44,29d c
.
1,03 d c
(7.54)
(GE )w
(7.57)
Ento, cada m3 std de gua produzida na superfcie equivale a 1.316 m3 std de vapor dgua, os quais
devem ser adicionados ao volume de gs produzido no estudo de balano de materiais.
7-16
Considere como base de clculo 1 m3 std de condensado (lqido) produzido e uma razo
gs/lquido de produo igual a Rg-l (m3 std/ m3 std).
A massa de fluido produzido dada pela soma das massas produzidas de gs e de condensado:
m f = m g + mc .
(7.58)
m g = n g M g = n g d g M ar ,
(7.59)
(7.60)
Ento,
m g (kg ) = 0,04222 Rg l d g M ar .
(7.61)
(7.62)
(7.63)
nt (mol kg ) = n g + nc = 0,04222 Rg l +
mc
1.000d c
= 0,04222 Rg l +
.
Mc
Mc
(7.64)
(7.65)
e portanto a densidade do fluido produzido, ou seja, do fluido existente no reservatrio, dada por:
Mf
1 0,04222 R g l d g M ar + 1.000d c
df =
=
(7.66)
M ar M ar 0,04222 R g l + 1.000d c / M c
ou
df =
(7.67)
df =
R g l d g + 818d c
Rg l + 23.685d c / M c
(7.68)
7-17
(7.69)
7-18
0.075
saturao de lquido
0.050
0.80
0.025
0.75
0.000
0
100
200
300
Densidade do gs, dg
densidade do gs
0.70
400
Presso, p (kgf/cm2 )
Figura 7.7 Resultados da anlise PVT do fluido do reservatrio - Exemplo 7.3.
Z2 f =
pVt
p
1
p
1
p
=
=
= 0,032227
,
nt R T R T (nt / Vt ) 0,08478 (93 + 273) (nt / Vt )
(nt / Vt )
onde:
nt n g + n l
=
.
Vt
Vt
Clculo do nmero de mols de gs por volume unitrio de fluido (gs + lquido condensado)
ng
Vt
p Sg
p (1 S l )
p Vg
p
=
=
= 0,032227 (1 S l )
Z RT Vt
Z RT Z 0,08478 (93 + 273)
Z
Clculo do nmero de mols de lquido por volume unitrio de fluido (gs + lquido condensado)
n l d l w Vl d l w
0,65 1.000
=
=
Sl =
S l = 9,2875 S l
Vt
M l Vt
Ml
70
Clculo de Z
A presso e a temperatura pseudocrticas so calculadas com as correlaes apresentadas
no Apndice B, que nas unidades deste exemplo so dadas por:
7-19
5
168 + 325d g 12,5d g2 .
9
A presso e a temperatura pseudoreduzidas so calculadas com as equaes:
T pc ( K ) =
p pr =
p
14,22334 p
=
p pc 677 + 15,0d g 37 ,5d g2
T pr =
T (o C ) + 273
93 + 273
658,8
=
=
.
2
5
T pc
168 + 325d g 12,5d g2 168 + 325d g 12,5d g
9
dg
Sl
p pr
T pr
351,53
253,11
210,92
175,77
140,61
105,46
70,31
35,15
0
0,800
0,800
0,780
0,774
0,777
0,784
0,791
0,797
0,800
0
0
0,0260
0,0300
0,0308
0,0275
0,0200
0,0063
0
7,52
5,41
4,51
3,75
3,00
2,25
1,50
0,75
0
1,57
1,57
1,59
1,60
1,60
1,59
1,58
1,57
0,978
0,855
0,828
0,817
0,825
0,848
0,884
0,938
1,000
ng Vt
nl Vt
3
(mol-kg/m )
11,58
9,54
8,00
6,73
5,32
3,90
2,51
1,20
n t Vt
3
(mol-kg/m )
(mol-kg/m3)
0
0
0,241
0,279
0,286
0,255
0,186
0,059
11,58
9,54
8,24
7,01
5,61
4,16
2,70
1,26
Z2 f
0,978
0,855
0,825
0,808
0,808
0,818
0,840
0,900
1,000
7-20
Fator Z
Fator Z 2f
0.950
Fator Z ou Z2f
0.925
0.900
0.875
0.850
0.825
0.800
0.775
0
50
100
150
200
250
350
300
400
Presso,p (kgf/cm )
Figura 7.8 Grfico dos fatores de compressibilidade Z e Z 2 f contra a presso - Exemplo 7.3.
___________________________
ab
Considere trs reservatrios de gs com o mesmo volume original G mas com aqferos cujas influncias nos comportamentos desses reservatrios sejam as mostradas na Figura 7.9. A linha
tracejada representaria o comportamento desse reservatrio caso no houvesse a presena do
aqfero (reservatrio volumtrico).
pi
Zi
C
( Zp )
ab
A
Reservatrio
volumtrico
Gp
7-21
Como se pode observar na Figura 7.9, o fator de recuperao funo tanto da presso de
abandono como da natureza do aqfero (sua dimenso ou intensidade com que atua). Para a relao
p/Z de abandono indicada na figura, o reservatrio B o que apresenta o maior FR. Sendo A, B e C
os pontos que representam as mximas produes acumuladas possveis, correspondentes a aqferos com influncias crescentes, conclumos que reservatrios de gs com influxos de gua mais
atuantes podem apresentar menores fatores de recuperao. Isso se deve ao fato de que, no deslocamento imiscvel de um fluido por outro, neste caso gua deslocando gs, sempre permanece no meio
poroso uma saturao residual do fluido deslocado, cujo valor pode ser considerado independente
da presso atuante. A saturao residual de gs (Sgr) pode atingir valores da ordem de 30 a 50% do
volume poroso (Craft & Hawkins, 1959; Agarwal et alii, 1965).
Para uma dada saturao residual de gs, estar determinado o volume de gs residual no
reservatrio (Vgr). A partir da equao de estado dos gases pode-se escrever que:
pV gr
(7.71)
n gr =
,
ZRT
onde ngr o nmero de mols de gs residual. Para uma temperatura do reservatrio constante, podese dizer que:
p
n gr ,
(7.72)
Z
de onde se conclui que quanto maior a manuteno de presso proporcionada pelo aqfero, maior o
nmero de mols de gs restante no reservatrio e, conseqentemente, menor a recuperao final.
7.8. Problemas
Problema 7.1 Um reservatrio volumtrico de gs tem uma presso inicial de 295 kgf/cm2,
porosidade de 17,2% e saturao de gua conata irredutvel de 23%. O fator volume-formao do
gs a 295 kgf/cm2 de 0,003425 m3/m3 std e a 53 kgf/cm2 de 0,01852 m3/m3 std.
(a) Calcule o volume original de gs nas condies-padro para um volume de rocha de 1.000 m3.
(b) Calcule a reserva original de gs (nas condies-padro), ou seja, o volume original de gs
possvel de ser produzido, para um volume de rocha de 1.000 m3, admitindo uma presso de
abandono de 53 kgf/cm2.
(c) Explique porque o clculo da reserva depende da presso de abandono selecionada.
(d) Calcule a reserva original de gs (nas condies-padro), admitindo uma rea de reservatrio
de 3106 m2, espessura mdia da formao de 170 m e presso de abandono de 53 kgf/cm2.
(e) Calcule o fator de recuperao na presso de abandono de 53 kgf/cm2.
Respostas:
(a) 38.672 m3 std /1.000 m3 de rocha
(b) 31.520 m3 std /1.000 m3 de rocha
9
3
(e) 0,815 (81,5%)
(d) 16,07510 m std
7-22
Produo acumulada de gs
(106 m3 std)
Presso do reservatrio
(kgf/cm2)
0
283,168
566,337
849,505
1.132,674
1.415,843
178,44
167,40
156,29
146,59
136,40
126,62
Pede-se determinar:
(a) O volume original de gs.
(b) O fator de recuperao para uma presso de abandono de 32 kgf/cm2.
(c) A reserva atual.
Respostas:
(a) 4,672109 m3 std
Gp
(106 m3 std)
p
(kgf/cm2)
0
194,622
397,059
670,741
878,077
1.025,268
146,24
132,53
113,90
84,72
62,43
45,35
0,759
0,767
0,787
0,828
0,866
0,900
7-23
Produo acumulada
(106 m3 std)
Data
07.01.1965
07.01.1966
09.01.1967
10.01.1968
11.01.1969
0
50,970
110,436
165,654
267,594
Presso esttica
(kgf/cm2)
243,33
236,93
225,62
212,96
0,796
0,790
0,778
0,765
37,8 oC
0,68
213,6 K
46,93 kgf/cm2
Calcular:
(a) A presso original do reservatrio.
(b) O volume original de gs no reservatrio.
(c) A presso mdia no reservatrio em 11.01.1974, sabendo-se que foi mantida uma produo
diria de 566.337 m3 std a partir de 11.01.1969.
Respostas:
(a) 249,73 kgf/cm2
Problema 7.5 Para um reservatrio de gs com 0,6 de densidade, presso original de 246 kgf/cm2
e temperatura de 65,6 oC, calculou-se o volume inicial de gs pelo mtodo volumtrico como sendo
de 5,663109 m3 std, com uma rea produtiva de 9.105.426 m2. O histrico de produo est
apresentado na Tabela 7.9.
Tabela 7.9 Dados de produo do reservatrio de gs do Problema 7.5
Pedem-se:
p
(kgf/cm2)
Gp
(10 m3 std)
Z
(@ 65,6 oC)
246
176
2,124
0,885
0,855
7-24
(a) Qual o volume original de gs calculado a partir do histrico de produo, admitindo que no
haja influxo de gua?
(b) Admitindo que o volume inicial de gs calculado no item anterior seja o correto, qual a rea
do reservatrio?
(c) Admitindo que o volume de gs inicial calculado pelo mtodo volumtrico seja o correto, qual
o volume acumulado de influxo de gua que deve ter ocorrido durante a produo dos 2,124
109 m3 std de gs?
Respostas:
(a) G = 8,187109 m3 std
(b) A = 13.163.716 m2
(c) We = 3,855106 m3
equivalente de condensado e
169,9103 m3 std
15,9 m3 std
595 m3 std
1,6 m3
422,0 kgf/cm2
140,6 kgf/cm2
107 oC
50 oAPI
4,83 m 3 de gua
10 6 m 3 std de gs
Problema 7.7 Um poo produz gs e condensado, atravs de um separador, com densidades 0,70
e 59 oAPI, respectivamente. A razo gs/lquido de produo de 2.618 m3 std/m3 std. A presso do
reservatrio de 182,80 kgf/cm2 (2.600 psia) e a temperatura de 94,4 oC (202 oF). Admitindo que
esses fluidos ocorram em uma nica fase gasosa no reservatrio, pede-se determinar:
(a) A densidade do gs do reservatrio.
(b) A massa especfica do gs no reservatrio.
(c) O gradiente de presso no reservatrio.
(d) A viscosidade do gs no reservatrio.
Respostas:
(a) 0,88
(d) 0,0191 cp
Bibliografia
Agarwal, R. G.; Al-Hussainy, R. & Ramey, H. J., Jr.: The Importance of Water Influx in Gas
Reservoirs. J. Pet. Tech., 1336-1342, Nov. 1965; Trans. AIME, 1965.
7-25
Amyx, J. W.; Bass, D. M., Jr. & Whiting, R. L.: Petroleum Reservoir Engineering. McGraw-Hill
Book Company, Inc., 1960.
Craft, B. C. & Hawkins, M. F.: Applied Petroleum Reservoir Engineering. Englewood Cliffs, NJ,
USA, Prentice-Hall, Inc., 1959.
Dake, L. P.: Fundamentals of Reservoir Engineering. Amsterdam, The Netherlands, Elsevier
Scientific Publishing Company, 1978.
Havlena, D. & Odeh, A. S.: The Material Balance as an Equation of a Straight Line. J. Pet. Tech.,
896-900, Aug. 1963.
Havlena, D. & Odeh, A. S.: The Material Balance as an Equation of a Straight Line - Part II, Field
Cases. J. Pet. Tech., 815-822, July 1964.
Nemeth, L. K. & Kennedy, H. J.: A Correlation of Dew Point Pressure with Fluid Composition and
Temperature. SPEJ, 99-104, June 1967.
Ramagost, B. P.: P/Z Abnormally Pressured Gas Reservoirs. In: Annual Fall Technical Conference
and Exhibition of the SPE of AIME, 56. San Antonio, TX, USA, Oct. 5-7, 1981. Proceedings.
Richardson, TX, SPE, 1981. (SPE 10125.)
Rosa, A. J.: Equao de Balano de Materiais. Salvador, Bahia, Brasil, PETROBRAS/ SEPES/
DIVEN/SEN-BA, 1980. (Apostila.)
Rosa, A. J. & Carvalho, R. S.: Previso de Comportamento de Reservatrios de Petrleo Mtodos
Analticos. Rio de Janeiro, Editora Intercincia, 2001.
8.
B ALANO DE M ATERIAIS EM R ESERVATRIOS
DE LEO
Inicialmente ser deduzida uma equao geral vlida para qualquer tipo de reservatrio de
leo, submetido aos mais diversos mecanismos de produo. Nas sees seguintes sero considerados casos particulares, a depender do(s) mecanismo(s) de produo mais atuante(s) no reservatrio.
Alm dos smbolos j definidos em captulos anteriores, a seguinte simbologia especfica
ser utilizada na deduo da equao de balano de materiais (EBM) para reservatrios de leo:
Bg
Bgc
Bginj
Bt
Btw
Bwinj
G
Ginj
8-1
8-2
Np
Rp
Rs
Rsw
Sg
Sgc
Saturao de gs na capa de gs
Swig
Swio
Winj
Capa de gs
gua conata
Zona de leo
Gs
Zona de leo
gua conata
gua de influxo + gua injetada
gua conata
(a)
(b)
8-3
Considera-se que, aps um certo perodo de tempo, tenham sido produzidos os volumes Np
de leo, Gp de gs e Wp de gua, alm de terem sido injetados os volumes Ginj de gs e Winj de gua,
com a finalidade de retardar o decrscimo de presso no reservatrio. Admite-se tambm que tenha
ocorrido um influxo acumulado de gua proveniente do aqfero igual a We e que a presso mdia
do reservatrio tenha declinado de pi at p. O volume de poros reduziu-se, devido compressibilidade da rocha, em funo da queda de presso ocorrida.
A EBM obtida baseando-se no seguinte princpio: a expanso total dos fluidos existentes
no reservatrio, somada contrao do volume poroso, igual produo total de fluidos. Em
condies de reservatrio, essa igualdade poderia ser expressa como:
Variao do volume de leo original e do gs associado
+
(8.1)
Injeo acumulada de gs
+
+
N (Bt Bti ) +
Bgc Bgic +
Bgic
1 S wio Btwi
1 S wig Btwi
NBti
mNBti
+
1 S + 1 S
wio
wig
= N p Bt (Rsi Rs )Bg + N p R p Rs Bg + W p Bw ,
onde p = p i p . Explicitando o valor do volume original de leo tem-se:
(8.2)
8-4
) ]
B S
mBti S wig
+ ti wio +
1 S wio
1 S wig
N=
Bt Bti +
mBti
B gc B gic
B gic
Btw Btwi
Btwi
Bti
mBti
+
+
1 S wio 1 S wig
(8.3)
c f p
A Eq. (8.3) permite estimar o volume de leo original N quando so disponveis dados geolgicos, de produo e de laboratrio. Mais especificamente, dados de geologia e/ou perfilagem so
necessrios para a estimativa dos tamanhos relativos da capa de gs e da zona de leo, de modo que
possa ser estimado o valor de m. Dados de produo e de injeo de fluidos, incluindo produes
acumuladas de leo, gua e gs, e injees acumuladas de gs e/ou de gua, bem como um histrico
de presso ao longo do tempo, so tambm necessrios. Finalmente, fundamental o conhecimento
das saturaes iniciais dos fluidos no reservatrio, bem como das propriedades fsicas dos fluidos e
da rocha, tais como: fator volume-formao, razo gs/leo de soluo e compressibilidade da
formao. O valor do influxo acumulado We no necessariamente precisa ser conhecido, j que,
conforme ser discutido em sees posteriores, possvel a determinao simultnea de dois
parmetros da EBM, que podem ser N e We ou mesmo N e m, desde que se conhea o valor de We.
Na prtica, muitas vezes empregada uma verso simplificada da Eq. (8.3). Admitindo-se,
por exemplo, que Bgc = Bg, Btw = Bw e Swio = Swig = Swi, e dado que:
B Bwi
cw = w
,
(8.4)
Bwi p
a Eq. (8.3) reduz-se a:
N=
) ]
cw S wi + c f
Bt Bti + mBti
1 + (1 + m )Bti
Bgi
1 S wi
(8.5)
A Eq. (8.5) pode tambm ser escrita em termos do fator volume-formao do leo (Bo):
N=
) ]
c w S wi + c f
Bo Boi + (R si Rs )B g + mBoi
1 + (1 + m )Boi
B gi
1 S wi
(8.6)
Como se pode observar, a equao de balano de materiais apresenta forte dependncia dos
chamados parmetros PVT (fator volume-formao, razo de solubilidade, presso de bolha ou de
saturao). Nas vrias tcnicas utilizadas na manipulao dessa equao, conforme foi visto no
Captulo 7 para o caso de reservatrios de gs e ser discutido nas prximas sees para o caso de
reservatrios de leo, muitas vezes aparecem divises por nmeros muito pequenos, que podem
conduzir a erros significativos nos clculos de balano de materiais se houver erros significativos
nos dados de parmetros PVT. Alm de eventuais erros experimentais na determinao desses
parmetros, muitas vezes as amostras dos fluidos do reservatrio so obtidas em condies inadequadas, resultando em valores completamente incorretos para a presso de bolha, razo de solubilidade, etc. Assim, sempre importante aplicar um teste de consistncia aos dados PVT que estiverem
sendo utilizados em um estudo de balano de materiais.
8-5
) ]
(8.7)
E o = Bt Bti ,
(8.8)
(8.9)
e os efeitos devidos expanso da gua conata e reduo do volume poroso podem ser agrupados
em:
B S
mBti S wig Btw Btwi Bti
mBti
+
E f ,w = ti wio +
+
c p .
(8.10)
1 S wio 1 S wig Btwi 1 S wio 1 S wig f
Empregando-se as Eqs. (8.7), (8.8), (8.9) e (8.10), a Eq. (8.3) pode ser escrita como:
F = N E o + mE g + E f ,w + We .
(8.11)
Em muitos casos a Eq. (8.11) se transforma em uma funo linear. Por exemplo, para um
reservatrio sem capa de gs inicial (m = 0), sem influxo de gua (We = 0) e compressibilidades da
gua conata e da rocha desprezveis (Ef,w 0), a Eq. (8.11) reduz-se a:
F = NE o .
(8.12)
8-6
Reduo da EBM para uma forma compacta, visando quantificar a performance do reservatrio;
(a)
(b)
Figura 8.2 Reservatrio de leo com mecanismo de gs em soluo - (a) Acima da presso de bolha:
somente leo; (b) Abaixo da presso de bolha: leo e gs liberado de soluo (Dake, 1978).
8-7
se ainda que no h produo de gua nem injeo de gua ou de gs, a EBM, Eq. (8.3), pode ser
simplificada para:
N p Bo
.
N=
(8.14)
Boi S wio Bw B wi
Boi
Bo Boi +
+
c
p
f
1 S wio B wi 1 S wio
A componente que descreve a reduo do volume poroso ocupado pelos hidrocarbonetos,
devida expanso da gua conata e contrao do volume dos poros, no pode ser desprezada para
um reservatrio subsaturado, pois as compressibilidades da gua (cw) e da formao (cf) so geralmente da mesma ordem de grandeza da compressibilidade do leo (co).
As compressibilidades dos fluidos podem ser expressas como:
1 Vw V w Vwi
cw =
=
(8.15)
Vwi p
V wi p
e
co =
1 Vo Vo Voi
=
,
Voi p
Voi p
(8.16)
cw =
Bw Bwi
Bwi p
(8.17)
co =
Bo Boi
.
Boi p
(8.18)
Boi o
+
B
1
S wio B wi
oi
c f p
+
1 S
wio
S wio
Boi co p +
c w p +
1 S wio
1 S wio
(8.19)
(8.20)
ou ainda:
N=
N p Bo
c w S wio + c f
Boi co +
1 S wio
(8.21)
Como existem somente dois fluidos no reservatrio, leo e gua conata, as suas saturaes
devem somar 100% do volume poroso, ou seja:
S oi + S wio = 1 .
Usando-se a Eq. (8.22) na Eq. (8.21) resulta em:
(8.22)
8-8
N=
N p Bo
co S oi + c w S wio + c f
Boi
1 S wio
(8.23)
(8.24)
(8.25)
N p Bo = NBoi c eo p
(8.26)
ou
ceo =
N p Bo
NBoi p
(8.27)
Observa-se ento que a EBM pode ser reduzida a uma simples equao de compressibilidade, da forma:
V
c=
,
(8.28)
Vp
onde V = Np Bo a produo acumulada de fluidos, medida em condies de reservatrio, e
V = NBoi o volume poroso ocupado por hidrocarbonetos inicialmente. Esse fato mostra que, acima
da presso de bolha, a produo devida simplesmente compressibilidade efetiva, traduzida em
termos de expanso dos lquidos e de reduo do volume poroso.
) ]
N p Bt + R p Rsi B g
B S
Bt Bti + ti wio
1 S wio
Btw Btwi
Btwi
Bti
+
1 S wio
c f p
(8.29)
Com a hiptese adicional de que Btw = Bw (i.e., desprezando-se a quantidade de gs dissolvida na gua), a Eq. (8.29) pode ser escrita como:
N=
ou, em termos de Bo,
) ]
N p Bt + R p Rsi B g
Bt Bti (1 cewf p )
(8.30)
N=
) ]
(Rsi R s )B g + Bo Boi (1 c ewf p )
(
N p Bo + R p R s B g
8-9
(8.31)
onde:
cewf =
c w S wio + c f
(8.32)
1 S wio
) ]
N ps Bt + R ps R sb B g
Bt Btb
(8.33)
(8.36)
que , simplificadamente, a produo, ser maior para uma determinada queda de presso p. Na
prtica, no entanto, no to fcil impedir ou mesmo reduzir a produo de gs. Uma vez que a
8-10
saturao de gs livre na zona de leo tenha excedido a saturao crtica, o gs comear a ser
produzido em quantidades desproporcionais ao leo, devido sua facilidade de fluir.
Uma produo de gs relativamente baixa muitas vezes pode ser conseguida naturalmente,
quando existe segregao gravitacional fazendo com que o gs dirija-se para as partes mais altas da
estrutura, ao invs de fluir para o poo. Essa situao, porm, depende de inclinaes de camadas e de
permeabilidades verticais relativamente favorveis, alm das vazes de produo.
Reduzindo-se a vazo de leo ou fechando-se temporariamente o poo pode-se obter uma
pequena reduo na razo gs/leo de produo, pois nesses casos uma certa quantidade de gs livre
volta a entrar em soluo no leo devido ao aumento de presso nas imediaes do poo, ou ocorre
uma separao gs-leo no interior do reservatrio.
Um histrico de produo primria tpico de um reservatrio de leo com mecanismo de
gs em soluo pode ser visto na Figura 8.3. A razo gs/leo instantnea de produo (R) excede
em muito a razo de solubilidade inicial (Rsi) para presses menores que a de bolha. O mesmo
ocorre com o valor de Rp. O declnio de presso mais rpido acima da presso de bolha por causa
da baixa compressibilidade total do sistema, ao passo que abaixo desta presso, devido presena
de gs livre, que aumenta a compressibilidade do sistema, o declnio se torna menos acentuado. O
fator de recuperao primria de reservatrios desse tipo muito baixo e raramente ultrapassa os
20% do volume de leo original.
pi
R - Razo gs/leo
de produo
pb
p-
Presso
Rsi
Corte (cut) de gua
Tempo
Duas maneiras de se aumentar a recuperao de leo em reservatrios cujo mecanismo natural de produo o de gs em soluo esto ilustradas na Figura 8.4, onde o reservatrio est
submetido a injees de gua e de gs.
8-11
A injeo de gua visa manter a presso no reservatrio acima de um valor para o qual o
gs comea a ser mvel, e tambm proporcionar o deslocamento do leo em direo aos poos
produtores. O gs injetado, devido sua expanso, tambm auxilia na produo do leo. A viabilidade econmica desse tipo de projeto deve ser estudada, tendo em vista a recuperao adicional a
ser obtida e os investimentos necessrios. Muitas vezes, para pequenos reservatrios cujo mecanismo natural o de gs em soluo, projetos dessa natureza so inviveis, preferindo-se produzir
somente com os recursos naturais, apesar da baixa recuperao final.
No caso de haver injeo de gs e/ou de gua, bem como produo de gua, a EBM deve
incluir os termos correspondentes, conforme a Eq. (8.3).
___________________________
Exemplo 8.1 Os resultados da anlise PVT de uma amostra de leo de um reservatrio esto
apresentados na Tabela 8.1. A presso de bolha do sistema de 234,18 kgf/cm2. Os dados da Tabela
8.1 referem-se produo atravs de um nico separador operando a uma presso absoluta de 10,5
kgf/cm2 e a uma temperatura de 82 oC. Outros dados so: cf = 122,3106 (kgf/cm2)1; cw = 42,7106
(kgf/cm2)1 e Swi = 0,20.
Tabela 8.1 Dados de anlise PVT do reservatrio do Exemplo 8.1
p
(kgf/cm2)
Bo
(m3/m3 std)
Rs
(m3/m3 std)
Bg
(m3/m3 std)
281,29
246,13
234,18
210,97
189,87
168,78
146,68
126,58
105,48
84,39
1,2417
1,2480
1,2511
1,2222
1,2022
1,1822
1,1633
1,1450
1,1287
1,1115
90,83
90,83
90,83
80,15
71,42
62,69
54,14
45,77
38,11
29,74
0,00488
0,00539
0,00600
0,00668
0,00769
0,00904
0,01100
0,01398
8-12
63,30
42,19
21,10
1,0940
1,0763
1,0583
21,73
13,89
6,23
0,01903
0,02914
0,05985
(a) Determine a frao recuperada (fR) de leo at a presso de bolha, admitindo comportamento de
reservatrio volumtrico.
Considerando que o reservatrio em questo ser produzido at a presso de abandono de
63,3 kgf/cm2, e desprezando os efeitos da expanso da gua conata e da contrao do volume poroso
abaixo da presso de bolha, determine:
(b) Uma expresso para a frao recuperada (fR) de leo no instante do abandono, como uma
funo da razo gs/leo acumulada a partir da presso de bolha (Rps).
(c) A saturao de gs livre no reservatrio quando for atingida, na presso de abandono, uma
recuperao final de 12% do volume de leo original.
Soluo:
Parte (a):
Acima da presso de bolha a EBM dada pela Eq. (8.25). Assim, a frao recuperada
calculada por:
N p Boi ceo p
fR =
=
.
N
Bo
Especificamente no ponto de bolha essa expresso se torna: f R b =
co =
c eo =
Boi ceo ( pi pb )
, onde:
Bob
Bob Boi
1,2511 1,2417
=
= 160,7 10 6 (kgf / cm 2 ) 1
Boi ( pi pb ) 1,2417 (281,29 234,18)
c o S oi + c w S wi + c f
1 S wi
Portanto,
f Rb =
Parte (b):
A partir da presso de bolha, quando os efeitos de contrao do volume poroso e expanso
da gua conata no so muito importantes e portanto podem ser desprezados, a produo acumulada
calculada pela Eq. (8.33):
N ps =
N b ( Bt Btb )
.
Bt + ( R ps Rsb ) B g
Mas, o volume de leo existente no reservatrio na presso de bolha (Nb) dado por Nb = N Npb,
onde Npb a produo acumulada at a presso de bolha. Ento, a frao recuperada a partir da
presso de bolha (fR), em relao ao volume original de leo N, :
f R =
N N pb
N b ( Bt Btb )
Bt Btb
1
=
=
N
N
N Bt + ( R ps Rsb ) B g
Bt + ( R ps Rsb ) B g
N ps
8-13
ou
N pb
Bt Btb
Bt Btb
f R = 1
.
= (1 f R b )
N Bt + ( R ps Rsb ) Bg
Bt + ( R ps Rsb ) B g
f R = f R b + (1 f R b )
Bt Btb
,
Bt + ( R ps Rsb ) Bg
f R = f R b + (1 f R b )
Bo + ( Rsi Rs ) Bg Bob
Bo + ( R ps Rs ) Bg
f R = 0,0152 + (1 0,0152)
f R = 0,0152 +
1,1403
1,1403
= 0,0152 +
.
1,0940 + ( R ps 21,73) 0,01903
0,6805 + 0,01903R ps
Parte (c):
A saturao de gs no reservatrio em um determinado instante da vida produtiva pode ser
determinada a partir da definio de saturao de fluidos. Aps a produo de um volume Np, a
saturao de leo no reservatrio dada por:
So =
N N p Bo
Vo
.
=
Vp
Vp
O volume poroso pode ser calculado em funo da saturao inicial de leo, isto :
S oi =
Voi NBoi
=
Vp
Vp
Vp =
NBoi
NBoi
.
=
S oi
1 S wi
So =
(N N p ) Bo = (N N p ) Bo (1 S wi ) = 1 N p Bo (1 S ) .
wi
V
NB
N B
p
oi
oi
S g = 1 So S w .
Admitindo-se que a saturao de gua seja aproximadamente igual inicial Swi, a saturao de gs
dada por:
N p Bo
(1 S wi ) S wi .
S g = 1 S o S wi = 1 1
N Boi
Para uma recuperao de 12% do volume original (Np / N = 0,12) e uma presso de abandono de
63,3 kgf/cm2, quando Bo = 1,0940 m3/m3 std, tem-se:
1,0940
S g = 1 (1 0,12)
(1 0,20) 0,20 = 0,18 (18 %) .
1,2417
8-14
___________________________
Nas condies iniciais, o leo no contato gs/leo deve estar saturado. medida que a profundidade aumenta, a partir desse contato, o leo encontra-se progressivamente menos saturado,
devido ao aumento de presso. Este efeito geralmente pequeno e o reservatrio pode ser estudado
admitindo-se que os valores das propriedades dos fluidos sejam independentes da profundidade.
Existem casos raros, no entanto, em que as propriedades dos fluidos variam consideravelmente ao
longo da profundidade, e isto pode ser atribudo segregao gravitacional dos componentes mais
leves do leo.
Para reservatrios cujo mecanismo de produo predominante a expanso da capa de gs,
admite-se que o influxo natural de gua seja desprezvel (We = 0) e que, em virtude da alta compressibilidade do gs, os efeitos das compressibilidades da gua conata e dos poros sejam negligenciados. Sob essas circunstncias, a equao geral do balano de materiais, Eq. (8.3), pode ser simplificada para:
N=
) ]
N p Bt + R p Rsi B g
,
mBti
Bt Bti +
B gc B gic
B gic
(8.37)
onde se admite tambm que no h produo de gua nem injeo de gua ou de gs.
O denominador da Eq. (8.37) engloba as expanses dos fluidos existentes na zona de leo
e na capa de gs, principais responsveis pela produo do leo. Para um melhor entendimento
dessa equao pode-se escrev-la na forma:
F = N Eo + mE g
(8.38)
8-15
conhecido com menos certeza freqentemente m, ou seja, a razo entre os volumes da capa de gs
e da zona de leo. Se o valor de N for conhecido com certa preciso (por exemplo, atravs do
mtodo volumtrico), uma das maneiras de se utilizar a Eq. (8.38) colocar em um grfico de
coordenadas cartesianas os valores de F como uma funo de (Eo + mEg), admitindo-se diferentes
valores para m. Quando o valor correto de m tiver sido escolhido, o grfico resultar em uma linha
reta passando pela origem e com inclinao N, como ilustrado na Figura 8.6. Se o valor de m
selecionado for maior ou menor que o verdadeiro, a curva desviar-se- da reta de inclinao N.
m < mcorreto
mcorreto
F
tg = N
m > mcorreto
0
Eo + mEg
Figura 8.6 Reservatrio de leo com mecanismo de capa de gs Determinao do volume da capa (Havlena & Odeh, 1963).
Para se construir o grfico da Figura 8.6, o valor de F deve ser calculado em vrios instantes da vida produtiva do reservatrio, em funo dos dados de produo (Np e Rp) e dos parmetros
PVT (Bo, Bg e Rs) para a presso mdia do reservatrio nesses instantes. Os valores de Eo e Eg so
tambm obtidos a partir dos dados de PVT. Alternativamente, se N for desconhecido mas m puder
ser estimado com razovel grau de certeza, o mtodo poder ser utilizado para se obter N, atravs da
inclinao da reta da Figura 8.6.
Uma vantagem do caso particular estudado nesta seo que a linha reta deve obrigatoriamente passar pela origem, ponto este que age como ponto de controle, conforme pode ser visualizado na Figura 8.6.
Se existe incerteza tanto a respeito de m como de N, a Eq. (8.38) deve ser transformada em:
Eg
F
= N + mN
.
(8.39)
Eo
Eo
8-16
Neste caso, um grfico de F / Eo contra Eg / Eo produz uma linha reta cujos coeficientes angular e
linear so respectivamente mN e N. Portanto, quando Eg / Eo = 0 obtm-se F / Eo = N. Determinado o
valor de N, pode-se facilmente calcular m, j que a inclinao da reta igual a mN. Esse procedimento encontra-se ilustrado na Figura 8.7.
F / Eo
tg = mN
N
0
Eg / Eo
Deve-se ressaltar que em reservatrios onde o volume da capa de gs muito grande em relao
zona de leo, a aplicao da EBM conforme ilustrada na Figura 8.6 e na Figura 8.7 pode produzir
diferentes valores de m que resultam em linhas retas. Isso se deve ao fato de que a presso do reservatrio,
nesse caso, controlada basicamente pela capa de gs, e no pela zona de leo, ou seja, a presso medida
na zona de leo no representativa do sistema como um todo.
Um histrico de presso e de produo para um reservatrio com mecanismo de capa de gs
apresentado na Figura 8.8. Devido expanso da capa de gs, o declnio de presso menos acentuado do
que para um reservatrio de gs em soluo e conseqentemente a recuperao de leo maior, variando
entre 20 e 30% do volume original, dependendo do volume da capa de gs.
pi
p - Presso
R - Razo gs/leo
de produo
Rsi
Corte (cut) de gua
Tempo
8-17
Os picos observados na curva de razo gs/leo da Figura 8.8 so devidos ao controle exercido na operao dos poos: medida que a capa se expande, poos completados nas partes mais
altas da estrutura comeam a produzir gs da capa (a altura do contato gs/leo diminui) e so
fechados, reduzindo instantaneamente a razo gs/leo de produo.
Quando h viabilidade econmica, projetos de injeo de gs na capa e/ou gua na zona de
gua podem ser implementados, visando aumentar a recuperao final de leo.
___________________________
Exemplo 8.2 Os dados de propriedades dos fluidos e o histrico de produo de um reservatrio
que produz sob o mecanismo de capa de gs so mostrados na Tabela 8.2.
Tabela 8.2 Propriedades dos fluidos e histrico de produo - Exemplo 8.2
p
(kgf/cm2)
(10 m std)
234,18
221,47
210,92
200,37
189,83
179,28
168,74
0
0,5239
0,9385
1,4074
1,8288
2,3074
2,8188
Np
6
Rp
Bg
(m std/m std)
Bo
(m /m3 std)
Rs
(m std/m3 std)
(m /m3 std)
187,01
188,79
206,60
219,96
225,31
231,54
1,2511
1,2353
1,2222
1,2122
1,2022
1,1922
1,1822
90,83
84,96
80,15
75,70
71,42
66,79
62,69
0,00488
0,00517
0,00539
0,00567
0,00601
0,00634
0,00674
p
(kgf/cm2)
F
(106 m3)
Eo
(m /m3 std)
Eg
(m /m3 std)
F / Eo
(106 m3 std)
E g / Eo
(adimensional)
221,47
210,92
200,37
189,83
179,28
168,74
0,92358
1,69659
2,75063
3,83120
5,06986
6,54032
0,01460
0,02872
0,04694
0,06781
0,09358
0,12083
0,07435
0,13075
0,20253
0,28970
0,37430
0,47685
63,26
59,07
58,60
56,50
54,18
54,13
5,09
4,55
4,31
4,27
4,00
3,95
8-18
63
62
61
60
59
58
57
56
55
54
3.8
4.0
4.2
4.4
4.6
Eg /Eo
4.8
5.0
5.2
Parte (b):
A inclinao da reta do grfico da Figura 8.9 igual a 8,109 10 6 m 3 std . Como o coeficiente angular da Eq. (8.39) mN, tem-se que mN = 8,109 10 6 m 3 std . Mas,
m=
GB gi
NBoi
G=
m=
mN
8,109 10 6
=
= 0,364 .
N
22,255 10 6
8-19
F (106 m 3 std )
6
5
4
3
2
1
0
0.00
0.05
0.10
0.15
0.20
0.25
0.30
Eo + mEg (m 3/ m 3 std )
Figura 8.10 Grfico F versus (Eo + mEg) com m = 0,364 - Exemplo 8.2.
___________________________
(8.40)
do aqfero
de gua
de gua
presso
ou
We = c w + c f Wi p ,
(8.41)
onde Wi o volume inicial de gua no aqfero (numericamente igual ao volume poroso inicial do
aqfero), p a queda de presso no aqfero e a compressibilidade total do aqfero a soma das
compressibilidades da gua (cw) e dos poros (cf), j que o meio poroso encontra-se 100% saturado
com gua. Nesse modelo admite-se que a queda de presso no aqfero em um determinado instante
seja igual queda de presso no contato reservatrio-aqfero. A soma de cw e cf geralmente muito
pequena, da ordem de 104 (kgf/cm2)1. Portanto, a menos que o volume de gua seja muito grande,
o influxo ser relativamente pequeno e sua influncia como um mecanismo de produo ser
desprezvel.
Se, por outro lado, o aqfero grande, a Eq. (8.41) inadequada para descrever o influxo
de gua, porque a queda de presso no limite do reservatrio (contato leo/gua) no se transmite
8-20
instantaneamente atravs do aqfero, como admite aquela equao. A hiptese na qual se baseia a
Eq. (8.41) somente vlida quando o tamanho do aqfero prximo ao do reservatrio.
Para um aqfero relativamente grande h um intervalo de tempo entre a queda de presso
no reservatrio e a resposta do aqfero. Conclui-se ento que a eficincia do mecanismo de influxo
de gua depende da velocidade com que o reservatrio produzido. Se o reservatrio produzido
rapidamente, com altas vazes, o aqfero pode no chegar a atuar em termos de manuteno de
presso.
O clculo rigoroso do influxo de gua exige o emprego dos modelos e equaes apresentados no Captulo 6. Por simplicidade, porm, ser utilizada a Eq. (8.41) como ilustrao do efeito
do influxo de gua no balano de materiais.
Admitindo-se que no haja capa de gs e desprezando-se o termo referente ao efeito das
compressibilidades da rocha e da gua conata (Ef,w), dado pela Eq. (8.10), no s por causa das
pequenas compressibilidades, mas tambm porque o influxo ajuda a manter a presso no reservatrio, decorrendo da um pequeno p, a Eq. (8.11) reduz-se a:
F = NE o + We .
(8.42)
) (
We = c w + c f re2 ro2 hp ,
(8.43)
8-21
We < We correto
F / Eo
We correto
We > We correto
tg = 1
N
0
We / Eo
Figura 8.11 Determinao do modelo de aqfero em reservatrio com influxo de gua (Havlena & Odeh,
1963).
Uma vez determinado o modelo de aqfero pelo ajustamento dos dados, o mesmo pode ser
usado na previso do comportamento futuro do reservatrio. Porm, como existem muitas incertezas
envolvidas e como geralmente a soluo de problemas inversos desse tipo no nica, a sua
validade deve ser continuamente verificada em funo de novos dados de produo e de presso
disponveis.
Alguns dos modelos mais sofisticados de clculo do influxo do aqfero (apresentados no
Captulo 6) levam em conta o comportamento do reservatrio atravs da queda de presso p no
limite original reservatrio-aqfero (contato leo/gua inicial). Na impossibilidade de se determinar
a queda de presso na posio original do contato, o valor de p tomado como sendo a queda da
presso mdia do reservatrio, devida produo de fluidos.
Caso o reservatrio possua capa de gs inicial, a Eq. (8.11) passa a ser:
F = N Eo + mE g + We ,
(8.45)
We
F
.
=N+
E o + mE g
Eo + mE g
(8.46)
Na Eq. (8.46) admite-se que pelo menos o valor de m seja conhecido. Neste caso, a interpretao semelhante da Figura 8.11, desde que a varivel F / (Eo + mEg) seja a ordenada e We /
(Eo + mEg) a abcissa.
Os histricos de presso e de produo de um reservatrio sob forte influxo natural de gua
so mostrados na Figura 8.12. Observa-se que, em funo da manuteno de presso, o reservatrio
permanece subsaturado (R = Rsi). O declnio de presso relativamente pequeno devido expanso
da gua do aqfero. Recuperaes primrias nesse tipo de reservatrio podem atingir 40% ou mais
do volume original. Certa quantidade de leo residual normalmente trapeada atrs da frente de
avano da gua e s pode ser recuperada atravs de mtodos especiais de recuperao, infill
drilling ou recompletaes.
8-22
pi
Presso, Razo Gs/leo
ou Corte (Cut) de gua
p - Presso
Rsi
0
Tempo
Figura 8.12 Histricos de presso e de produo em reservatrio com influxo de gua (Dake, 1978).
___________________________
Exemplo 8.3 Um reservatrio de petrleo circundado por um aqfero apresentou as seguintes
caractersticas:
Propriedades dos fluidos .......................................................................
Histrico de presses no reservatrio ....................................................
Produo acumulada de leo durante os primeiros 36 meses..................
Produo acumulada de gs durante os primeiros 36 meses....................
Produo acumulada de gua durante os primeiros 36 meses.................
Vazo de leo constante no perodo entre 36 e 60 meses........................
Razo gs/leo constante no perodo entre 36 e 60 meses ......................
Produo de gua durante o perodo entre 36 e 60 meses ......................
Volume de gua injetada durante os 60 meses .......................................
Compressibilidade da formao ............................................................
m = (volume original de gs na capa) / (volume original de leo) ..........
Tabela 8.4
Figura 8.13
2106 m3 std
400106 m3 std
500 m3 std
1.343 m3 std/d
187 m3 std/ m3 std
nula
nulo
desprezvel
0,05 m3/m3
p
(atm abs)
Rs
(m std/ m3 std)
Bt
(m /m3 std)
Bg
(m /m3 std)
Bw
(m /m3 std)
204
184
170
128
115
100
1,42
1,53
1,61
0,0021
0,0037
0,0049
1,00
1,00
1,00
8-23
210
200
190
180
170
160
0
12
18
24
30
36
42
48
54
60
Tempo ( mes )
Figura 8.13 Histrico de presses no Exemplo 8.3.
We = J ( pi p)dt ,
0
(8.47)
onde J denominada constante de influxo de gua, tambm conhecida como ndice de produtividade
do aqfero, pi a presso inicial do sistema e p a presso no contato leo/gua, e admitindo
tambm que a presso no contato possa ser aproximada pela presso mdia do reservatrio, calcular:
(a) A constante de influxo de gua.
(b) O influxo acumulado de gua durante os primeiros 36 meses de produo.
(c) Os volumes originais de leo (N) e de gs na capa (G).
Soluo:
Parte (a):
Durante o perodo em que a presso do reservatrio manteve-se constante pode-se escrever
que:
qinfluxo = qo + q g + q w ,
(8.48)
onde as vazes so dadas em condies de reservatrio. A Eq. (8.48) traduz o fato de que o volume
de gua fornecido pelo aqfero foi equivalente ao volume de fluido retirado do reservatrio, de
modo que a presso manteve-se estabilizada.
Como as vazes so sempre medidas na superfcie e referenciadas a uma condio-padro,
a Eq. (8.48) tambm pode ser escrita como:
8-24
qinfluxo = Bo Qo + B g Q g + BwQw ,
(8.49)
onde as vazes Q so usadas nas condies-padro. A vazo de gs pode ser expressa como:
Qg = ( R Rs )Qo .
(8.50)
qinfluxo = Bo Qo + B g ( R Rs )Qo + Bw Qw .
(8.51)
Bt = Bo + ( Rsi Rs ) B g ,
(8.52)
Bo = Bt ( Rsi Rs ) B g .
(8.53)
Portanto:
Mas,
ou seja,
q influxo = Bt Qo + B g ( R R si )Qo + B w Q w .
(8.54)
dW p
(8.58)
.
dt
No problema em questo, a vazo de influxo de gua em condies de reservatrio obtida
derivando-se a Eq.(8.47):
dWe
(8.59)
qinfluxo =
= J ( pi p) .
dt
Assim:
Qw =
J ( p i p) = Bt Qo + B g ( R R si ) Qo + B w Q w .
(8.60)
(8.61)
8-25
[ (
)]
ou
We = J
36
[204 (0,026543t
)]
1,9t + 204 dt ,
aps a substituio dos valores numricos da presso inicial e do tempo no integrando. Resolvendo a
integral:
We = J 0,008847t 3 0,95t 2
We = J 818,4 atm ms = 75
36
0
m3
m3
818,4 atm ms = 75
818,4 atm 30 d
d atm
d atm
We = 1.841.400 m 3 .
Parte (c):
O volume original de leo pode ser calculado atravs da equao de balano de materiais,
Eq. (8.5):
N=
) ]
c w S wi + c f
Bt Bti + mBti
1 + (1 + m )Bti
B gi
1 S wi
Como no h injeo de gua nem de gs, e na presena de capa de gs e de influxo de gua os efeitos das compressibilidades da gua conata e da formao podem ser desprezados, a EBM
reduz-se a:
N=
) ]
N p Bt + R p Rsi B g + W p Bw We
Bg
Bt Bti + mBti
1
B gi
N=
m=
GB gi
NBoi
0,05 =
G 0,0021
G = 247.597.353 m 3 std .
7.323.302 1,42
___________________________
8-26
8.6. Problemas
Problema 8.1 Um reservatrio com mecanismo de gs em soluo teve uma queda de presso de 80
kgf/cm2, aps uma produo de leo de 0,20106 m3 std. Outros dados do reservatrio so:
Porosidade ..............................................................................
= 10%
Saturao inicial de gua .........................................................
Swi = 20%
Salinidade da gua conata .......................................................
20.000 ppm
Temperatura do reservatrio ....................................................
T = 93 oC
Presso inicial .........................................................................
pi = 260 kgf/cm2
Presso de bolha ......................................................................
pb = 180 kgf/cm2
Dados de PVT .........................................................................
Tabela 8.5
Tabela 8.5 Dados de PVT para o Problema 8.1
Presso
(kgf/cm2)
Solubilidade
(m3 std/ m3 std)
Bo
(m3/m3 std)
260
220
180
140
100
80
60
40
100
100
100
83
66
57
49
40
1,310
1,322
1,333
1,276
1,221
1,193
1,162
1,137
Pedem-se:
(a) Calcular o volume original de leo nas condies-padro.
(b) Supondo uma produo acumulada de gua de 10.000 m3 std, calcular o volume de leo original.
Respostas:
(a) 8,02106 m3 std
Problema 8.2 Utilizando os dados do Exemplo 8.1 e considerando os efeitos da expanso da gua
conata e da contrao do volume poroso tanto acima como abaixo da presso de bolha, determine:
(a) Uma expresso para a frao recuperada (fR) no instante do abandono do reservatrio como
funo da razo gs/leo acumulada Rp.
(b) A saturao de gs livre no reservatrio para uma recuperao final de 12% do volume de leo
original.
Respostas:
(a) f R =
1,2120
0,6805 + 0,01903R p (m 3 std / m 3 std )
8-27
Problema 8.3 O arenito portador dos fluidos cujas propriedades PVT esto apresentadas na
Tabela 8.6 um reservatrio de leo volumtrico, cuja presso de bolha de 154,70 kgf/cm2.
Durante o perodo em que a presso do reservatrio reduziu-se da presso inicial de 175,80 kgf/cm2
para a presso mdia atual de 112,50 kgf/cm2 foram produzidos 4.133.670 m3 std de leo. A razo
gs/leo acumulada e a razo gs/leo instantnea atual so, respectivamente, 170 e 401 m3 std/ m3
std. A porosidade mdia da rocha de 18%, a saturao de gua conata de 18%, a temperatura do
reservatrio de 66 oC e no h produo de gua.
Tabela 8.6 Dados PVT para o reservatrio do Problema 8.3
p
(kgf/cm2)
Rs
(m std/m3std)
Bo
(m /m3std)
175,80
154,70
140,60
126,55
112,50
102,41
102,41
90,83
79,26
68,57
1,290
1,300
1,272
1,244
1,215
0,871
0,835
0,820
0,816
0,820
Calcular:
(a) O volume original de leo.
(b) O volume de gs livre (em condies-padro) remanescente no reservatrio na presso de 112,50
kgf/cm2.
(c) A saturao mdia de gs no reservatrio a 112,50 kgf/cm2.
(d) O volume de leo que teria sido produzido at a presso de 112,50 kgf/cm2 se todo o gs
produzido tivesse sido reinjetado no reservatrio.
(e) O fator volume-formao total (Bt) na presso de 112,50 kgf/cm2.
(f) O volume de leo que teria sido produzido at a presso de 140,60 kgf/cm2 se nenhum gs livre
existente no reservatrio tivesse sido produzido.
(g) O volume de gs livre existente no reservatrio na presso de 175,80 kgf/cm2.
Respostas:
(c) 13%
(a) 37,876106 m3 std
(b) 862,446106 m3 std
(d) 14,346106 m3 std
(e) 1,514 m3/ m3 std
(g) zero
15106 m3 std
2109 m3 std
nula
20%
30%
150 kgf/cm2
120 kgf/cm2
Tabela 8.7
8-28
p
(kgf/cm2)
Rs
(m std/ m3 std)
Bo
(m /m3 std)
Bg
(m /m3 std)
Bw
(m /m3 std)
150
120
110
90
1,3
1,2
0,03
0,04
1,00
1,00
Desprezando o volume de gs que saiu de soluo do leo existente na zona invadida e considerando que no tenha havido produo de gs da capa, calcular:
(a) O volume poroso da zona invadida pelo gs da capa.
(b) A saturao mdia de gs na capa original.
(c) A saturao mdia de gs na capa atual (capa original + zona invadida).
Respostas:
(b) 80%
(c) 70%
(a) 40 106 m3
Problema 8.5 So conhecidas as seguintes informaes de um reservatrio:
Propriedades da rocha
Porosidade .................................................
Permeabilidade ..........................................
Compressibilidade .....................................
Saturao de gua conata ...........................
12%
100 md
55106 cm2/kgf
20%
250 kgf/cm2
60106 cm2/kgf
50106 cm2/kgf
Rs (m3 std/m3 std) = 0,5p (kgf/cm2) + 19
Bo (m3/m3 std) = 0,0011p (kgf/cm2) + 1,17
Bg (m3/m3 std) = 1/[2,78 p (kgf/cm2) 123]
Bw (m3/m3 std) = 1,0
Dados de produo
Presso ......................................................
Vazo de produo de leo ........................
Vazo de produo de gua ........................
Produo acumulada de leo ......................
Produo acumulada de gs .......................
Tempo de produo ...................................
Caractersticas do reservatrio
Capa de gs ...............................................
Volume original de leo .............................
Pedem-se:
(a) Calcular o volume original de leo admitindo inexistncia de influxo de gua.
8-29
(b) Utilizando o valor do volume original de leo dado no enunciado e admitindo que a lei que rege
o influxo de gua do aqfero para o reservatrio seja representada pela expresso
t
Bibliografia
Amyx, J. W.; Bass, D. M., Jr. & Whiting, R. L.: Petroleum Reservoir Engineering. McGraw-Hill
Book Company, Inc., 1960.
Craft, B. C. & Hawkins, M. F.: Applied Petroleum Reservoir Engineering. Englewood Cliffs, NJ,
USA, Prentice-Hall, Inc., 1959.
Dake, L. P.: Fundamentals of Reservoir Engineering. Amsterdam, The Netherlands, Elsevier
Scientific Publishing Company, 1978.
Havlena, D. & Odeh, A. S.: The Material Balance as an Equation of a Straight Line. J. Pet. Tech.,
896-900, Aug. 1963.
Havlena, D. & Odeh, A. S.: The Material Balance as an Equation of a Straight Line Part II, Field
Cases. J. Pet. Tech., 815-822, July 1964.
Rosa, A. J.: Equao de Balano de Materiais. Salvador, Bahia, Brasil, PETROBRAS/SEPES/
DIVEN/SEN-BA, 1980. (Apostila.)
Rosa, A. J. & Carvalho, R. S.: Previso de Comportamento de Reservatrios de Petrleo Mtodos
Analticos. Rio de Janeiro, Editora Intercincia, 2001.
Schilthuis, R. J.: Active Oil and Reservoir Energy. Trans. AIME, 118: 31, 1936.
9.
A JUSTE DE H ISTRICO
O processo de ajuste de histrico tem como objetivo a determinao dos parmetros do reservatrio e do aqfero, bem como do modelo de influxo de gua. Uma vez determinados, o modelo
de aqfero e os volumes de leo e/ou gs do reservatrio podem ser utilizados doravante para a
previso do comportamento do reservatrio.
O procedimento consiste no ajuste de um ou mais modelos matemticos aos dados histricos, at que se obtenha uma discrepncia aceitvel entre os dados e o modelo. Durante o processo,
os parmetros do reservatrio e/ou do aqfero podem ser alterados para que se obtenha o melhor
ajuste possvel. Portanto, o ajuste de histrico basicamente um processo de otimizao, onde se
procura minimizar as discrepncias entre o modelo e os dados. No caso de ajuste de histrico para a
determinao de parmetros do reservatrio utilizando-se mtodos e modelos analticos, normalmente empregada a equao de balano de materiais.
O procedimento discutido nos Captulos 7 e 8 para estimativa dos volumes originais de gs
e/ou de leo, bem como do modelo de influxo de gua, atravs da linearizao da equao de
balano de materiais, constitui um processo de ajuste de histrico. Neste captulo, no entanto, ser
dado um tratamento matemtico mais formal a esse processo. Sero tambm apresentadas aplicaes
onde estimado o volume original de gs e/ou de leo, bem como os parmetros do modelo que
rege o comportamento do influxo de gua. No Captulo 12 este assunto voltar a ser discutido,
quando ser considerado o uso do processo de ajuste de histrico nos estudos de reservatrios
realizados atravs de simulao numrica
Quando o modelo matemtico que representa o comportamento do sistema reservatrioaqfero uma funo linear dos parmetros a serem estimados, o processo de ajuste de histrico
reduz-se a um problema de regresso linear, que pode ser resolvido utilizando-se o critrio dos
mnimos quadrados ou dos mnimos valores absolutos. Quando, por outro lado, o modelo matemtico uma funo no-linear dos parmetros a serem estimados, o processo de ajuste de histrico
consiste em um problema de otimizao propriamente dito, ou seja, de estimativa de parmetros
no-lineares, que pode ser resolvido atravs de vrios mtodos, dentre eles os que sero apresentados neste captulo.
9-1
9-2
Ajuste de Histrico
y
e3
y3
y1
e1
x1
e4
y4
e2
y2
x2
x3
x4
O modelo matemtico aplicvel ao exemplo da Figura 9.1 a equao de uma reta, na forma:
y = a + bx .
(9.1)
Admitindo-se que a varivel independente x seja conhecida com preciso e que as discrepncias
entre os dados e o modelo estejam na varivel dependente y, os erros ou resduos em cada ponto so
calculados por:
ei = yi (a + bxi ) .
(9.2)
O mtodo dos mnimos quadrados consiste na minimizao da soma dos quadrados dos erros, E, ou seja, da funo:
n
E (a, b) = ei2
(9.3)
i =1
ou
n
E (a, b) = ( yi a bxi )2 ,
(9.4)
i =1
9-3
n 2
ei = 0
b i =1
(9.6)
2( yi a bxi ) = 0
(9.7)
ou ainda:
n
i =1
e
n
2 xi ( yi a bxi ) = 0 .
(9.8)
i =1
i =1
i =1
i =1
i =1
i =1
na + b xi = y i
(9.9)
a xi + b xi2 = xi y i .
(9.10)
A determinao de a e b feita a partir da soluo do sistema composto pelas Eqs. (9.9) e (9.10).
Em algumas situaes desejvel a atribuio de diferentes pesos wi para os valores da varivel independente. Nesses casos, o seguinte sistema de equaes deve ser resolvido:
n
i =1
i =1
n
i =1
n
a wi + b wi xi = wi y i
n
a wi xi + b
i =1
wi xi2
(9.11)
= wi xi yi .
i =1
i =1
Caso seja de interesse a minimizao do erro na varivel x, a equao do modelo deve ser
escrita como:
a y
x= + ,
(9.12)
b b
ou, de maneira simplificada,
x = a + by .
(9.13)
i =1
n
i =1
n
i =1
i =1
na + b y i = xi
n
(9.14)
a y i + b yi2 = y i xi .
i =1
Procedimento semelhante ao que foi descrito pode ser empregado no ajuste de uma funo
qualquer y = f(x) a uma srie de pontos (xi, yi). Por exemplo, antes da aplicao da equao de
balano de materiais e do modelo de influxo de gua, pode ser desejvel o ajuste de uma curva aos
dados de presso, de modo a se obter uma representao contnua do comportamento passado da
presso do reservatrio, facilitando assim o tratamento analtico no processo de ajuste de histrico.
9-4
Ajuste de Histrico
Considere agora o ajuste de um polinmio do segundo grau a uma srie de n pontos (xi, yi).
Nesse caso, a funo-modelo dada por:
y = a + bx + cx 2
(9.15)
ei = y i (a + bx i + cx i2 ) .
(9.16)
e os erros so:
O mtodo dos mnimos quadrados consiste na minimizao da soma dos quadrados dos erros, E, ou
seja, da funo:
n
E (a, b, c) = ei2
(9.17)
i =1
ou
n
i =1
i =1
i =1
i =1
i =1
+ (b + 2ca)
2
xi2
(9.18)
+ 2ba xi + na .
i =1
i =1
A minimizao de E(a,b,c) requer que as derivadas da Eq. (9.17) em relao aos parmetros a, b e c sejam nulas, isto :
n 2
ei = 0 ,
(9.19)
a i =1
n 2
ei = 0 ,
(9.20)
b i =1
e
n 2
ei = 0 ,
c i =1
(9.21)
i =1
n
i =1
n
i =1
n
i =1
n
i =1
i =1
n
i =1
i =1
i =1
i =1
an + b xi + c xi2 = y i .
i =1
(9.22)
(9.23)
(9.24)
9-5
medida absoluta da qualidade do ajuste. Pode-se utilizar tambm o desvio padro dos resduos (ou o
valor da soma dos quadrados dos resduos) como um critrio para decidir entre diferentes modelos
de regresso. Parece razovel escolher o modelo de regresso correspondente ao menor desvio
padro.
O coeficiente de determinao, R2, uma medida relativa do ajuste. Essa medida estatstica
mede a proporo da variabilidade total da varivel dependente que explicada pela regresso. Para
a regresso pelo mtodo dos mnimos quadrados, R2 dado por:
n
R 2 = 1 [ yi f ( xi )] 2
yi2
i =1
(9.25)
i =1
R 2 = 1 [ yi f ( xi ) ] 2
i =1
( yi y )2
(9.26)
i =1
se o modelo f contm um termo constante. Aqui, y representa a mdia aritmtica dos valores yi. O
maior valor possvel R2 = 1, quando o ajuste perfeito. Note que se o modelo contm somente o
termo independente (isto , a funo-modelo dada por f = a), ento f = y e, segundo a Eq. (9.26),
R2 = 0. Portanto, R2 uma medida da relevncia dos parmetros no modelo, com exceo do termo
independente.
Ao invs do coeficiente de determinao, pode-se usar tambm, de maneira equivalente, o
chamado coeficiente de correlao (R).
We = J ( pi p)dt .
0
(9.28)
F
=N+J
Eo
0 ( pi p)dt .
(9.30)
Eo
A Eq. (9.30) pode ser representada na forma de uma equao de linha reta (Eq. (9.1)), onde:
y=
F
,
Eo
(9.31)
9-6
Ajuste de Histrico
a=N,
(9.32)
b=J
(9.33)
( pi p)dt .
x= 0
(9.34)
e
t
Eo
Assim, o mtodo descrito na Seo 9.1 pode ser empregado para a estimativa do volume original de
leo N e do ndice de produtividade do aqfero J.
( pi p)
We = C
dt .
0 log (ct )
(9.36)
Neste tipo de aplicao, admite-se que o volume original de leo seja conhecido, calculado
por exemplo atravs do mtodo volumtrico, de modo que um histrico do influxo acumulado We
pode ser obtido com a EBM.
A partir do modelo da Eq. (9.36), o influxo acumulado We que o aqfero fornece durante
o intervalo de tempo t estimado por:
( p p)
We = C i
t ,
(9.37)
log(ct )
onde p a mdia das presses no contato e t o tempo mdio no intervalo de tempo t. Portanto,
conhecendo-se o histrico dos valores de influxo acumulado We (obtido atravs da EBM) pode-se
definir a varivel:
We / t
v=
.
(9.38)
( pi p )
Das Eqs. (9.37) e (9.38) obtm-se:
v=
log (ct )
(9.39)
ou
1
log (ct ) = C .
v
(9.40)
Se os valores da varivel v forem admitidos como corretos, a Eq. (9.40) pode ser escrita na
forma:
9-7
1
log t = log c + C ,
v
(9.41)
y = log t ,
(9.42)
a = log c ,
(9.43)
b=C
(9.44)
1
.
(9.45)
v
Os valores de a e b so estimados resolvendo-se o sistema de equaes lineares dado pelas
Eqs. (9.9) e (9.10). Uma vez que os valores de a e b estejam determinados, as constantes do modelo
de Hurst modificado (c e C) so calculadas com as Eqs. (9.43) e (9.44).
x=
Caso os valores de t sejam admitidos como corretos, a Eq. (9.40) passa a ser escrita como:
1 log c 1
=
+ log t .
(9.46)
v
C
C
Neste caso a equao assume a forma da Eq. (9.13), onde:
1
x= ,
v
log c
a =
,
C
1
b =
C
e
y = log t .
(9.47)
(9.48)
(9.49)
(9.50)
We = U p jW D (t D n t D j ) ,
(9.51)
j =0
onde U a constante de influxo de gua e WD o influxo de gua adimensional. A Eq. (9.51) pode
ser escrita na forma:
9-8
Ajuste de Histrico
y = Ux ,
(9.52)
y = We
(9.53)
onde:
e
n 1
x=
p jWD (t D n t D j ) .
(9.54)
j =0
E (U ) = ( yi U xi )2 .
(9.55)
i =1
i =1
i =1
U xi2 = xi yi ,
(9.56)
xi y i
U=
i =1
n
(9.57)
xi2
i =1
No exemplo de aplicao a seguir, o mtodo dos mnimos quadrados utilizado para a estimativa simultnea de vrios parmetros do sistema aqfero-reservatrio, empregando a equao
de balano de materiais e o modelo de van Everdingen & Hurst para clculo do influxo de gua.
___________________________
Exemplo 9.1 Um reservatrio de leo e um aqfero que o circunda possuem as seguintes
caractersticas:
Reservatrio
Raio circularizado .............................................................................
Porosidade mdia ..............................................................................
Permeabilidade mdia .......................................................................
m = volume da capa de gs volume da zona de leo ...........................
Volume original de leo determinado pelo mtodo volumtrico ........
Razo de solubilidade inicial ............................................................
Histrico de produo .......................................................................
Aqfero
Fator volume-formao da gua ........................................................
Viscosidade da gua ..........................................................................
1.417 m
25%
500 md
0,0731
3,673106 m3 std
160,30 m3 std/m3 std
Tabela 9.1
1,0 m3/m3 std
1,0 cp
9-9
Rp
Data
07-10-43
30-04-45
30-09-45
28-02-46
31-05-46
31-07-46
30-04-47
30-06-47
30-09-47
30-04-48
31-05-49
31-10-49
30-06-50
28-02-51
30-06-51
30-11-51
31-01-52
31-05-52
30-11-52
30-06-53
30-11-53
Np
p
(kgf/cm2) (103 m3 std)
144,48
138,08
135,27
133,37
132,11
129,79
127,54
126,48
125,22
125,01
123,74
123,04
122,19
122,05
124,02
121,91
121,56
119,80
120,86
122,83
121,07
0
219,879
331,806
454,863
540,557
599,382
827,211
873,476
945,021
1.266,652
1.416,100
1.519,124
1.672,546
1.852,997
1.937,737
2.033,448
2.070,333
2.140,446
2.238,700
2.329,323
2.399,436
Bt
Bg
m 3 std
m 3 std
Wp
(10 m3 std)
Winj
(10 m3 std)
m3
m 3 std
10 3 m 3
m 3 std
172,76
172,94
172,05
170,98
169,56
162,61
161,90
161,01
163,15
165,11
167,24
169,56
170,27
170,81
171,52
172,76
175,26
177,57
178,29
179,00
0,159
3,816
4,452
6,677
16,376
20,668
35,295
51,194
70,272
77,745
88,556
95,869
113,994
141,976
148,176
153,582
75,996
137,365
178,702
266,145
355,814
390,950
437,533
457,088
502,241
573,944
676,173
747,081
1,5166
1,5451
1,5623
1,5730
1,5808
1,5957
1,6107
1,6179
1,6270
1,6285
1,6376
1,6429
1,6491
1,6502
1,6355
1,6513
1,6541
1,6681
1,6597
1,6446
1,6580
1,2217
1,2835
1,3130
1,3337
1,3480
1,3745
1,4017
1,4143
1,4302
1,4330
1,4498
1,4590
1,4703
1,4723
1,4440
1,4742
1,4792
1,5040
1,4890
1,4618
1,4860
9-10
Ajuste de Histrico
n 1
F
=N+
E o + mE g
U p j W D ( t D n t D j )
j =0
(9.59)
E o + mE g
A Eq. (9.59) pode ser escrita na forma de uma equao de linha reta do tipo:
y = a + bx ,
onde:
y=
F
,
E o + mE g
n 1
p j W D ( t D n t D j )
x=
j =0
E o + mE g
a=N
e
b =U .
Assim, um grfico de y versus x deve resultar em uma linha reta, cujo coeficiente linear o volume
original de leo N e cujo coeficiente angular a constante de influxo de gua U.
A determinao dos valores da varivel independente x, no entanto, depende do conhecimento dos valores do influxo adimensional WD, os quais, de acordo com a teoria apresentada no
Captulo 6, dependem por sua vez da relao entre os raios do aqfero e do reservatrio, definida
por:
r
reD = e ,
ro
e dos valores do tempo adimensional, definido como:
kt
tD =
,
ct ro2
onde k, , e ct so propriedades do aqfero.
No sistema de unidades usado neste exemplo, tD dado por:
tD =
0,0083616k (md )t (d )
(cp)ct (cm 2 / kgf )ro2 (m 2 )
tD =
0,0083616 500 t (d )
(cp)ct (cm 2 / kgf ) (1.417) 2
2,082187 10 6 t (d )
(cp)ct (cm 2 / kgf )
9-11
nao, ou pelo menos em um valor aceitvel, ser escolhida como sendo representativa das propriedades do sistema.
A Tabela 9.2 mostra os clculos para o caso em que foram escolhidos os valores de
reD = 16 e ct = 40106 cpcm2 / kgf.
Tabela 9.2 Clculo dos valores da EBM linearizada Exemplo 9.1
Data
p
(kgf/cm2)
F
( m 3)
07-10-43
30-04-45
30-09-45
28-02-46
31-05-46
31-07-46
30-04-47
30-06-47
30-09-47
30-04-48
31-05-49
31-10-49
30-06-50
28-02-51
30-06-51
30-11-51
31-01-52
31-05-52
30-11-52
30-06-53
30-11-53
144,48
138,08
135,27
133,37
132,11
129,79
127,54
126,48
125,22
125,01
123,74
123,04
122,19
122,05
124,02
121,91
121,56
119,80
120,86
122,83
121,07
343.251
523.887
722.628
862.295
964.222
1.338.882
1.419.625
1.545.186
2.008.296
2.212.184
2.367.744
2.566.016
2.799.473
2.885.372
3.042.490
3.101.477
3.230.391
3.341.171
3.364.064
3.451.442
Eg
Eo
(m /m3 std) (m3/m3 std)
3
0,0285
0,0457
0,0564
0,0642
0,0791
0,0941
0,1013
0,1104
0,1119
0,1210
0,1260
0,1325
0,1340
0,1190
0,1350
0,1380
0,1515
0,1430
0,1260
0,1414
0,076718
0,113338
0,139035
0,156787
0,189684
0,223449
0,239091
0,258829
0,262305
0,283160
0,294581
0,308608
0,311091
0,275960
0,313450
0,319657
0,350443
0,331822
0,298057
0,328098
pWD
2
(kgf/cm )
x
(kgf/cm2)
y
(106 m3 std)
53,13
92,70
136,03
165,32
188,37
294,86
321,36
362,36
452,56
613,14
676,69
776,60
873,95
915,45
968,46
993,71
1.044,50
1.117,76
1.185,41
1.234,21
1.557,69
1.717,14
2.043,61
2.185,01
2.026,23
2.670,01
2.705,56
2.802,03
3.452,69
4.327,06
4.586,67
5.010,34
5.575,77
6.577,80
6.132,86
6.158,08
5.897,22
6.682,92
8.021,02
7.462,69
10,064
9,704
10,856
11,397
10,372
12,124
11,952
11,948
15,322
15,612
16,049
16,549
17,860
20,732
19,267
19,220
18,239
19,976
22,763
20,869
9-12
Ajuste de Histrico
30
y (106 m3std )
25
20
15
y = 0,00200 x + 6,81365
10
Coeficiente de correlao:
R = 0,9923
0
0
2000
4000
6000
x (kgf/cm
8000
1E+4
2)
Parte (d):
O volume original de leo o coeficiente linear da reta da Figura 9.2, obtido do processo
de ajuste pelo mtodo dos mnimos quadrados: N = 6,814106 m3 std.
Deve-se observar que a tcnica utilizada permite ainda estimar as dimenses do aqfero a
partir da relao reD = 16, isto , o aqfero possui um raio 16 vezes maior que o raio do reservatrio. Observa-se ainda que o valor de N calculado a partir do histrico de produo difere consideravelmente do valor que havia sido estimado inicialmente pelo mtodo volumtrico.
___________________________
9-13
Para aplicaes na rea de balano de materiais, normalmente a varivel independente x representada pelo tempo ou pela presso do reservatrio, a varivel dependente y contm os termos conhecidos da equao de balano de materiais e a funo-modelo F depende do modelo matemtico
utilizado para representar o influxo de gua do aqfero para o reservatrio.
Em muitos casos a funo-modelo F uma funo no-linear dos parmetros desconhecidos, de modo que a funo-objetivo definida na Eq. (9.60) tambm se torna uma funo no-linear
dos parmetros a serem estimados. Assim, o processo de minimizao da funo-objetivo requer
r
algum tipo de linearizao dessa funo antes que o vetor possa ser estimado. Vrios mtodos
podem ser utilizados nesse processo de minimizao e alguns deles sero discutidos a seguir.
a) Mtodo de Newton
Aproximando a funo-objetivo E, definida na Eq. (9.60), por uma expanso em srie de
r
Taylor at o termo de segunda ordem em torno de uma estimativa inicial 0 do vetor de parmetros
desconhecidos, pode-se escrever que (Gill et alii, 1989):
r
r
r 1 r
E * = E r 0 + () T g + ( ) T H () ,
(9.61)
2
r r r
onde E* uma aproximao de E, = 0 o deslocamento do argumento (variao do vetor
r
de parmetros) em relao estimativa inicial, o sobrescrito T significa transposto(a), g o
gradiente da funo-objetivo com respeito aos parmetros do sistema:
E
r
g g j =
(9.62)
j r 0
{ }
e H a matriz Hessiana:
2 E
H h jm =
m j
r
componentes do vetor .
{ }
sendo j e m
,
r0
Usando a Eq. (9.60), as Eqs. (9.62) e (9.63) podem ser escritas nas formas:
n
F
r
g j = 2 [ y i F ( 0 , xi )]
j r 0
i =1
(9.63)
(9.64)
9-14
Ajuste de Histrico
e
n
2F
r
F F
h jm = 2
+ [ y i F (, xi )]
m j
m j
i =1
.
r
0
(9.65)
Uma caracterstica importante da matriz Hessiana H que ela uma matriz simtrica. As derivadas
r
da funo-modelo F em relao aos componentes do vetor podem ser calculadas analiticamente
ou numericamente. Se, por exemplo, a funo F for conhecida somente no campo de Laplace, as
derivadas podem ser obtidas atravs do mtodo proposto por Rosa & Horne (1983), segundo o qual
as derivadas so determinadas primeiramente no campo de Laplace e posteriormente invertidas para
o campo real atravs de um mtodo numrico (algoritmo de Stehfest (1970), por exemplo). Assim,
usando-se um dos teoremas da teoria das transformadas de Laplace:
r
r
F (, x)
1 f (, u )
=L
(9.66)
,
j
j
onde f a transformada de Laplace de F, j o nmero do parmetro, u o argumento no campo de
Laplace e L 1 a operao de inverso da transformada.
A minimizao da funo-objetivo E requer que as suas derivadas em relao ao vetor de
parmetros a serem estimados seja igual a zero no ponto de mnimo, ou seja, no ponto que representa a soluo do problema. Portanto, utilizando a aproximao dada na Eq. (9.61), a condio de
minimizao da funo requer que:
E *
r =0.
(9.67)
(9.68)
r
onde a diferena entre o novo valor e a estimativa inicial (ou anterior) do vetor-soluo. Como
a Eq. (9.61) apenas uma aproximao da funo-objetivo, o problema deve ser resolvido iterativamente. Uma vez resolvida a Eq.(9.68), o novo vetor-soluo obtido por:
r r
r
(9.69)
= 0 +
r
e substitui 0 na iterao seguinte. Esse processo iterativo repetido at que haja convergncia da
soluo dentro de uma tolerncia preestabelecida.
Quando a funo-modelo razoavelmente complexa, os clculos das derivadas de segunda
ordem que compem a matriz Hessiana, Eq. (9.63), podem demandar um grande tempo computacional. Alm disso, o mtodo de Newton pode apresentar duas dificuldades, dependendo do comportamento do problema considerado. Primeiramente, no h garantia de que a matriz Hessiana H seja
positiva-definida, e conseqentemente o processo poder convergir tanto para o mnimo da funoobjetivo, como para um ponto de inflexo ou mesmo para um ponto de mximo. A segunda dificuldade aparece quando a matriz H mal-condicionada, devido existncia de correlao entre alguns
dos parmetros ou insensibilidade da funo-modelo em relao a alguns dos parmetros. Este
caso freqentemente ocorre em problemas resolvidos pelo mtodo dos mnimos quadrados e o
processo de minimizao pode convergir lentamente ou mesmo divergir.
9-15
b) Mtodo de Gauss-Newton
Uma das maneiras de evitar a eventual dificuldade causada pelo fato de a matriz H no ser
positiva-definida desprezar o termo que inclui as derivadas de segunda ordem na Eq. (9.65). Nesse
caso os elementos da matriz H seriam dados por:
n
F F
h jm = 2
(9.70)
i =1
m j r 0
e pode-se provar que a matriz Hessiana resultante seria sempre positiva-definida e conseqentemente a convergncia do processo estaria garantida se nenhuma outra dificuldade surgisse. Um subproduto til dessa aproximao que o tempo computacional reduzido, j que no necessrio
avaliar as derivadas de segunda ordem.
c) Mtodo de Gauss-Marquardt
Apesar das vantagens apresentadas pelo mtodo de Gauss-Newton em relao ao mtodo
de Newton, conforme mencionado no item anterior, ainda assim pode apresentar dificuldades
devidas ao mau condicionamento da matriz Hessiana H (por exemplo, devido a um autovalor da
matriz H prximo de zero). Uma variao do mtodo de Gauss-Newton, que procura reduzir a
dificuldade causada pelo mau condicionamento da matriz, o chamado mtodo de GaussMarquardt, tambm conhecido na literatura como mtodo de Levenberg-Marquardt, pois verses
similares dessa modificao foram propostas independentemente por Levenberg (1944) e por
Marquardt (1963). O mtodo de Gauss-Marquardt tenta reduzir o efeito de mau condicionamento da
matriz atravs da adio de um nmero pequeno e positivo aos elementos da diagonal da matriz
Hessiana, o que a transforma em uma matriz positiva-definida e em princpio deveria garantir
convergncia do processo iterativo.
Uma outra tcnica que pode ser empregada visando melhorar os aspectos numricos da soluo do sistema de equaes lineares, Eq. (9.68), a normalizao dos coeficientes da matriz H e
do vetor do lado direito daquela equao (Marquardt, 1963). Essa normalizao melhora a estabilidade do processo pois reduz o nmero de condio1 da matriz-coeficiente. Aps a soluo do
sistema, os valores so renormalizados para se obter a soluo final. Define-se uma matriz e um
vetor normalizados por:
h
jm
H n = hn jm =
(9.71)
h
h
jj mm
{ }
g
r
j
gn = gn j =
h jj
{ }
(9.72)
(9.73)
O nmero de condio definido como a razo entre o maior e o menor autovalor (em valores absolutos) da matriz. Um
nmero de condio infinito significa que a matriz singular. Nmero de condio alto indica que a matriz malcondicionada.
9-16
Ajuste de Histrico
() n
r
j
= () j =
.
h jj
(9.74)
r
r
Substituir M por 0,1M se E k < E k 1 , onde k o nmero da iterao;
( ) ( )
( ) ( )
d) Qualidade do ajuste
A qualidade do ajuste pelo mtodo de regresso no-linear por mnimos quadrados pode
ser verificada atravs do clculo de intervalos de confiana para os parmetros estimados. De
acordo com Dogru et alii (1977), intervalos de confiana aproximados podem ser obtidos por:
j j j j + j ,
j = 1,..., np ,
(9.77)
j = EMQ h jj t ( , n np) ,
(9.78)
i =1
(n np) ,
(9.79)
9-17
onde ri o resduo no ponto i, sendo i = 1,..., n. Note que neste caso o efeito dos pontos esprios
(isto , valores grandes dos resduos) na funo-objetivo a ser minimizada reduzido, uma vez que
os resduos no so elevados ao quadrado como na funo-objetivo do mtodo dos mnimos
quadrados.
Uma das grandes vantagens do mtodo dos mnimos valores absolutos que ele propicia
uma transio suave entre a total aceitao e a total rejeio de uma determinada observao,
fornecendo uma forma sistemtica de se tratar as ms observaes, ao serem atribudos menores
pesos a esses pontos na construo da funo-objetivo. Outra vantagem em relao ao mtodo dos
mnimos quadrados que o de mnimos valores absolutos no requer o clculo de derivadas de
segunda ordem, como ocorre nos mtodos de Newton e similares. Uma desvantagem que a maioria
das anlises estatsticas usadas para se avaliar a qualidade do ajuste (como por exemplo, intervalos
de confiana dos parmetros, correlao dos parmetros, etc.) foi desenvolvida baseando-se na
9-18
Ajuste de Histrico
norma L2 (mtodo dos mnimos quadrados). Da alguns autores, como Carvalho et alii (1992),
aplicarem uma combinao desses dois mtodos. Eles advogam o uso da regresso MVA como uma
ferramenta de diagnstico para detectar e remover as ms observaes (outliers); ento usam o
mtodo dos mnimos quadrados nos dados reduzidos para a estimativa final dos parmetros e a
estatstica do ajuste. Essa tcnica contrasta com as de Rosa & Horne (1991 e 1995) e de Rosa &
Horne (1994 e 1996), onde o mtodo MVA utilizado para acomodar as ms observaes sem
detect-las.
Quando os dados no apresentam erros significativos em relao ao modelo escolhido, o
mtodo de mnimos valores absolutos fornece resultados similares ao de mnimos quadrados.
Quando pontos fora da tendncia dominante esto presentes, o mtodo dos mnimos valores
absolutos fornece melhores resultados. Alm disso, o mtodo dos mnimos valores absolutos mostra
melhor desempenho (em termos de convergncia) que o dos mnimos quadrados quando a sensibilidade do modelo em relao a alguns dos parmetros pequena.
Nos itens seguintes sero apresentadas algumas tcnicas para a implementao do critrio
dos mnimos valores absolutos para a estimativa de parmetros no-lineares.
(9.83)
i =1
onde {xi, yi} uma srie de n observaes. Se F for uma funo no-linear dos parmetros, o
processo de estimativa tornar-se- um problema de estimativa de parmetros no-lineares ou um
problema de programao no-linear.
O ponto de partida do processo de minimizao sero as chamadas equaes de condio,
as quais so obtidas substituindo-se os pontos de observao na funo-modelo da Eq. (9.82):
r
y i = F (, xi ) , i = 1,2,..., n .
(9.84)
O sistema formado pela Eq. (9.84) um sistema de n equaes no-lineares, com np incgnitas.
Como esse sistema possui mais equaes do que incgnitas, busca-se uma soluo que satisfaa o
sistema e tambm minimize a soma dos valores absolutos das diferenas entre os dados e o modelo a
eles ajustado, definida na Eq.(9.83). Expandindo a funo-modelo F em uma srie de Taylor em
r
torno de uma estimativa inicial 0 e considerando somente at os termos de primeira ordem, o
sistema de equaes (9.84) pode ser linearizado:
r
r
r0
0 F (, x i )
0 F (, x i )
y i = F ( , x i ) + ( 1 1 )
(9.85)
+ ( 2 2 )
+ ...
1 r 0
2 r 0
... +
F (, xi )
( np 0np )
np r 0
9-19
i = 1,2,..., n .
(9.86)
ou ainda:
i = 1,2,..., n
(9.87)
onde:
r
wi = yi F ( 0 , xi ) ;
j = ( j 0j ) ;
e
r
F (, xi )
vi , j =
;
j r 0
i = 1,2,..., n
j = 1,2,..., np
i = 1,2,..., n e j = 1,2,..., np .
(9.88)
(9.89)
(9.90)
E1 = wi w i ,
(9.91)
i =1
i = 1,2,..., n .
(9.92)
O critrio estabelecido pela Eq. (9.91) denominado norma L1 ou minimizao pelo mnimo valor absoluto (MVA). O problema de estimativa de parmetros introduzido pelas Eqs. (9.91) e
(9.92) pode ser colocado como sendo um problema de programao linear. Rosa (1991) apresenta
em detalhes a soluo desse problema, incluindo um programa em FORTRAN, atravs de uma
modificao do algoritmo simplex, utilizado para a soluo de problemas de programao linear.
Rosa (1991) apresenta tambm um algoritmo que tem como objetivos a escolha do comprimento do
passo do processo iterativo () e a preveno contra a possibilidade dos parmetros assumirem
valores fisicamente impossveis.
A anlise estatstica dos resultados pode ser feita atravs do clculo de intervalos de confiana para os parmetros, de modo similar ao usado em mtodos baseados na minimizao da soma
dos quadrados (mnimos quadrados). Quando o processo iterativo tiver convergido para a soluo,
9-20
Ajuste de Histrico
dentro de uma tolerncia preestabelecida, espera-se que os resduos nas ltimas duas iteraes sejam
praticamente os mesmos. Ento, na ltima iterao a funo-objetivo pode ser equivalentemente
obtida de uma funo-objetivo baseada no mtodo de mnimos quadrados ponderados:
2
r
n
y i F ( k , x i )
k
E1 =
,
(9.93)
2
r k 1
i =1 y i F (
, xi )
[
[
]
]
onde k se refere ltima iterao. Assim, resolvendo novamente a ltima iterao do processo
usando a Eq.(9.93), pode-se aplicar normalmente as tcnicas estatsticas descritas anteriormente para
o clculo de intervalos de confiana no mtodo dos mnimos quadrados, Eqs. (9.77) a (9.79).
i =1
onde:
wik 1 =
1
.
r
y i F ( k 1 , xi )
(9.95)
A funo-objetivo definida pela Eq. (9.94) aproxima-se da soma dos valores absolutos dos
resduos, que caracteriza o mtodo dos mnimos valores absolutos, somente quando o processo
encontra-se prximo da soluo. Longe do ponto de mnimo, os resduos em duas iteraes consecutivas podem ser consideravelmente diferentes, da a denominao dada ao mtodo.
Durante o processo iterativo do mtodo MVAM, se algum dos resduos se tornar menor
que um valor preestabelecido, atribudo o valor 0 (zero) ao fator-peso wi correspondente, com a
finalidade de se evitar instabilidade numrica. Esse procedimento parece razovel, j que os efeitos
de resduos muito pequenos na funo-objetivo podem ser considerados desprezveis.
Usando um mtodo do tipo Gauss-Newton, os elementos da matriz Hessiana do mtodo
MVAM so dados por:
n
F F
h jm = 2 wi
.
(9.96)
m j r 0
i =1
Outras tcnicas implementadas no mtodo dos mnimos quadrados, tais como a imposio de funo
penalidade ou o uso da variao de Marquardt, tambm podem ser empregadas no mtodo MVAM.
Rosa (1991), Vieira & Rosa (1993 e 1996) e Rosa & Horne (1994 e 1996) mostraram que
de fato os mtodos baseados na norma L1 so mais robustos que aqueles baseados na norma L2, e
que, dos dois mtodos baseados na minimizao dos valores absolutos dos resduos, o MVAM o
mais robusto em termos de convergncia a partir de estimativas iniciais pobres. A nica caracterstica negativa apresentada pelo mtodo MVAM foi o fato de requerer um nmero de iteraes maior
que o MVA1.
9-21
c) Mtodo MVAM-MVA1
Embora o tempo computacional em geral no represente um grande problema na aplicao
de mtodos de estimativa no-linear de parmetros no estudo de ajuste de histrico usando a
equao de balano de materiais, j que o nmero de parmetros a serem estimados relativamente
baixo, um mtodo que requer um grande nmero de iteraes pode ser considerado ineficiente. Por
essa razo, uma verso melhorada dos mtodos descritos nos dois itens anteriores pode ser utilizada.
O fato de que o mtodo MVAM pode convergir a partir de estimativas iniciais pobres mas requer
um grande nmero de iteraes, e de que o mtodo MVA1 pode no convergir em casos de estimativas iniciais pobres, mas converge rapidamente nos casos em que no h aquele problema, sugeriu a
idia de se desenvolver um mtodo que seria a combinao dos dois (Rosa, 1991 e Rosa & Horne,
1994 e 1996). O processo iterativo inicia-se com o mtodo MVAM e, aps as primeiras iteraes,
passa a empregar o mtodo MVA1. As estimativas dos parmetros obtidas na ltima iterao do
mtodo MVAM so usadas como estimativas iniciais no mtodo MVA1. Existem vrias possibilidades para a escolha do instante em que se deve passar de um mtodo para outro. Uma delas o
instante em que a funo-objetivo deixa de sofrer uma reduo maior que uma porcentagem,
previamente estabelecida, do seu valor na iterao anterior. Uma alternativa passar de um mtodo
para outro aps um nmero fixo de iteraes.
(9.97)
i =1
onde r o resduo entre o modelo e os dados e um nmero pequeno. El-Attar et alii (1979)
mostram que se a Eq. (9.97) minimizada com valores decrescentes de , e a seqncia de solues
r
r
resultantes converge para quando 0 , ento minimiza a funo-objetivo original,
r
E1 () , definida na Eq. (9.81). Note que a Eq. (9.97) pode ser rescrita em termos de um problema
equivalente de minimizao com a norma L2, como segue:
n
r
E1 (, ) i2 ,
(9.98a)
i =1
onde:
14
(9.98b)
i = ri2 + .
r
r
As vantagens de se minimizar E1 (, ) dada pela Eq. (9.98a) ao invs de E1 () definida
r
na Eq. (9.81) so as seguintes: (i) as derivadas parciais da nova funo-objetivo, E1 (, ) , so
definidas em todo o domnio, o que permite o uso dos mtodos de regresso baseados no mtodo de
Newton e (ii) qualquer sub-rotina ou pacote de regresso de domnio pblico que utilize a norma L2
diretamente aplicvel ao problema.
Um algoritmo iterativo de regresso com a norma L1 pode ser resumido como segue:
r
Passo 1:
Escolha uma estimativa inicial dos parmetros, 0 , e um nmero pequeno positivo 1; faa k = 1. (Tipicamente utiliza-se 1 = 0,1 .)
9-22
Ajuste de Histrico
Passo 2:
r
r
Ache que minimiza a funoobjetivo E1 (, k ) dada pela Eq. (9.98a).
Neste passo, Carvalho (1993) utilizou a subrotina LMDER da Argonne National Laboratory, desenvolvida por Garbow et alii (1980).
Passo 3:
Passo 4:
Se o esquema converge para uma tolerncia preestabelecida, PARE. Caso contrrio, faa k = k + 1 e retorne ao passo 2.
r
r
E1 ( k , k ) E1 ( k 1 , k 1 ) ,
(9.100)
a) Funes penalidades
As funes penalidades transformam o problema condicionado (com restrio dos parmetros) em um problema no condicionado, pela adio de termos (funes penalidades) na funoobjetivo. As funes penalidades (uma para cada restrio) so definidas de tal maneira que a nova
funo-objetivo permanea praticamente inalterada no interior da regio possvel dos parmetros,
mas aumente rapidamente quando um parmetro aproxima-se da fronteira dessa regio. Assim, se
cada parmetro j a ser estimado (j = 1, 2,..., np) for restringido a permanecer dentro de um intervalo com limites inferior e superior, isto , min j < j < max j , ento a funo-objetivo modificada,
r
E + () , pode ser escrita como:
min j
max j
r
r
,
E + ( k ) = E ( k ) + Fc k
+
( j min j ) ( max j kj )
j =1
9-23
(9.101)
r
Fc = E ( k 1 ) ,
(9.102)
min j = 0j min j
(9.103)
max j = max j 0j ,
(9.104)
onde 0j a estimativa inicial do parmetro j . Note que nesta formulao, min j e max j so
calculados somente no incio da regresso, mas Fc varia a cada iterao.
A adio dos termos da funo penalidade modifica todos os elementos do vetor-gradiente
r
g , mas somente os elementos da diagonal da matriz Hessiana H. O sistema de equaes lineares a
ser resolvido em cada iterao, incluindo os termos da funo penalidade, passa ento a ser expresso
por:
r
r
H + = g + .
(9.105)
Note que os mtodos de regresso no-linear apresentados anteriormente so vlidos desde que se
utilize a Eq. (9.105) ao invs da Eq. (9.68).
Rosa & Horne (1983) mostram que o uso da funo penalidade melhora a convergncia do
processo iterativo; entretanto, eles tambm relatam que a tcnica da funo penalidade pode no
evitar valores no fsicos dos parmetros quando as estimativas iniciais dos parmetros esto longe
da soluo.
Caso se deseje incorporar a tcnica apresentada a sub-rotinas ou pacotes de regresso no
condicionados, h a necessidade de alterao do cdigo fonte. Modificaes da tcnica apresentada,
introduzidas por Carvalho et alii (1995), permitem a implementao das funes penalidades sem
alterar o cdigo fonte dessas rotinas. Carvalho et alii (1995) aplicam a Eq. (9.101) com a seguinte
modificao na definio de Fc na Eq. (9.102):
r
Fc = E ( k ) ,
(9.106)
isto , Fc escrita em termos da funo-objetivo avaliada na estimativa atual ou corrente dos
parmetros ao invs da estimativa anterior. Esta modificao importante porque agora a nova
funo-objetivo pode ser escrita como:
r
r 2 r
(9.107)
E + ( k ) = ( k ) E ( k ) ,
onde:
9-24
Ajuste de Histrico
np
min j
max j
r
.
( k ) = 1 + k
+
( j min j ) ( max j kj )
j =1
(9.108)
(9.109)
i =1
onde:
r
i = ( k ) ri .
(9.111)
Portanto, a tcnica da funo penalidade pode ser incorporada pela simples modificao da definir
o de cada resduo. Note que quando = 0 , ( k ) = 1 , e a funo-objetivo da Eq. (9.110) reverte
para a funo-objetivo original dada pela Eq. (9.109). Tambm, a derivada parcial de
i , resduo da
(9.112)
max j
min j
( k )
=
rk
j
2 ( ) ( max j kj ) 2 ( kj min j ) 2
(9.113)
Novamente, note que quando = 0, a funo-objetivo modificada e suas derivadas parciais revertem
para a funo-objetivo original (funo-objetivo no condicionada). Usando o procedimento
descrito, as funes penalidades podem ser facilmente incorporadas ao mtodo dos mnimos valores
absolutos apresentado na Seo 9.2.2, item d).
9-25
3a2b
2ab
2ba
3b2a
Parmetro
Figura 9.3 Ilustrao da extenso da funo-objetivo para uma restrio do tipo a < < b .
A curva contnua na Figura 9.3 a funo-objetivo original, que est definida somente no
intervalo (a,b), e as curvas tracejadas representam as imagens. Seja o valor que minimiza a
funo-objetivo original e eq o que minimiza a funo-objetivo estendida. O primeiro pode ser
determinado uma vez que o segundo seja conhecido. Assim, primeiro se aplica o processo de
minimizao funo-objetivo estendida (no condicionada) e ento se obtm a soluo do problema original correspondente, a qual est geometricamente relacionada com a soluo do problema
no condicionado. Note que, por construo, nas fronteiras de cada imagem a nova funo-objetivo
(no condicionada), E + , contnua; entretanto, sua derivada parcial em relao ao parmetro que
est na fronteira pode no existir. De fato, sua derivada parcial existe (e zero) na fronteira somente
quando a derivada correspondente da funo-objetivo original zero, isto , quando
E ()
fronteira
zero, na fronteira considerada. Na eventualidade de uma fronteira ser tocada durante o processo
iterativo, admite-se que, para a iterao corrente, a derivada parcial em relao ao parmetro na
fronteira zero.
Um algoritmo para tratar restries da forma min j < j < max j pode ser escrito como:
1) Faa j = 1.
2) Com o valor corrente do parmetro j do problema equivalente ( ceq j ), calcule cj via:
(9.114)
ceq j maior que min j ? Se SIM, faa SIGNj = 1. Se NO, faa SIGNj = 1.
4) Calcule:
cj min j
cj = cj 2 max j min j INT
2 max j min j
(9.115)
cj , dado pela Eq. (9.115), maior que max j ? Se NO, v para o item 6. Se SIM,
faa SIGNj = SIGNj e calcule:
9-26
Ajuste de Histrico
cj = max j cj max j .
6)
(9.116)
r
E + ( eq )
eq j
= SIGN j
r
ceq
r
E + ()
j
, para j = 1,..., np .
r
c
(9.118)
No passo 2, a estimativa corrente do parmetro ceq j refletida atravs da fronteira esquerda da funo-objetivo original (isto , a fronteira j = min j ) quando eq j < min j . Note que
a varivel SIGN (que controla o sinal da derivada) muda de sinal a cada reflexo. No passo 4, a
estimativa transformada de modo a ficar no primeiro elemento repetitivo da nova funo-objetivo
(formado pela funo-objetivo original e a sua primeira reflexo direita), sem mudar os valores da
funo-objetivo ou da sua derivada parcial. No passo 5, se a estimativa corresponde a uma reflexo
da funo-objetivo original, ela transformada (isto , refletida atravs da fronteira max j ) para
obter um valor cj dentro do intervalo de interesse. No final, SIGN = 1 significa que, em termos do
problema modificado, a estimativa est em uma rplica da funo-objetivo original, e SIGN = 1
significa que est em uma rplica da reflexo. Quando eq , que minimiza a funo-objetivo
estendida, encontrado, a soluo correspondente do problema original dada pelas coordenadas de
r
c (Eqs. (9.115) ou (9.116)) na ltima iterao.
O mtodo da extenso das imagens tem a vantagem de garantir que as estimativas dos parmetros sempre satisfaam as restries impostas, alm de ser facilmente implementado em
conjunto com sub-rotinas ou pacotes de regresso de domnio pblico. Carvalho et alii (1995)
demonstraram atravs de exemplos a eficincia do mtodo. Segundo esses autores, o mtodo da
extenso das imagens converge (quando a sua utilizao necessria) em menos tempo que os
mtodos das funes penalidades.
Vale ressaltar que o uso de algoritmos condicionantes dos parmetros (como as funes
penalidades e o mtodo da extenso das imagens) normalmente no necessrio quando o processo
iterativo se inicia com boas estimativas dos parmetros, porque, nestes casos, os valores dos
parmetros tendem a ficar dentro da regio possvel. Mesmo com ms estimativas iniciais, os
algoritmos condicionantes dos parmetros so normalmente necessrios apenas nas primeiras
iteraes.
___________________________
Exemplo 9.2 (Vieira & Salomo, 1993) Um reservatrio de leo conectado a um aqfero
apresenta as seguintes caractersticas:
Saturao inicial de gua ..............................................................
5%
9-27
56,9106 kgf/cm2
42,7106 kgf/cm2
Tabela 9.3
p
Np
Rp
2
6
3
3
(kgf/cm ) (10 m std) (m std /m3 std)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
192,7
175,8
161,0
148,3
137,1
127,8
119,7
113,1
107,9
104,1
101,3
0,00
1,25
2,93
4,63
6,47
7,97
9,29
10,40
11,25
11,85
12,31
115,8
135,4
150,4
163,8
173,6
182,5
189,7
195,0
199,5
203,9
206,6
Bo
(m /m3 std)
Rs
(m std /m3 std)
Bg
(10 m3/m3 std)
1,404
1,374
1,349
1,329
1,316
1,303
1,294
1,287
1,280
1,276
1,273
115,8
105,4
97,1
90,3
83,9
78,7
74,4
70,9
68,2
66,1
64,8
5,2220
5,5027
6,0081
6,5696
7,1872
7,8049
8,4225
8,9840
9,5455
9,8824
10,2193
Usando o modelo de Leung para representar o influxo de gua, estimar os parmetros do aqfero e
do reservatrio.
Soluo:
A equao de balano de materiais para um reservatrio de leo com influxo de gua, sem
capa de gs, pode ser expressa por (vide Captulo 8):
Bti
N Bt Bti +
(c f + c w S wi )p + We ,
1 S wi
Bti
N p Bt + ( R p R si ) B g = N Bt Bti +
(c f + c w S wi )( p i p ) + We .
1
S
wi
B ti
N p n B t n + ( R p n R si ) B g n = N B t n B ti +
( c f + c w S wi )( p i p n ) + W e n .
1 S wi
(9.119)
No modelo de Leung (Captulo 6) o influxo acumulado de gua em um determinado instante tn calculado pela equao:
W
We n = ei ( pi p a n ) .
(9.120)
pi
9-28
Ajuste de Histrico
p a ,mpss (t n ) p a n = (1 1 ) p n + 1 ( p a n ) pss ,
(9.121)
onde 1 uma constante, ( p a n ) pss a presso mdia do aqfero obtida do modelo PSS e pn a
presso no contato. Utilizando-se a interpolao linear para o comportamento da presso no contato
entre dois instantes de tempo consecutivos, o valor de ( p a n ) pss dado pela expresso:
( p a n ) pss = p n + ( p a n 1 p n 1 )e tn +
p n p n 1 tn
(e
1) ,
t n
(9.122)
]}
(9.123)
Bti
N p n Bt n + ( R p n Rsi ) B g n = N Bt n Bti +
(c f + c w S wi )( pi p n ) +
1 S wi
Wei
+
p i p n 1 ( p an ) pss p n
pi
]}
ou
Bti
N p n Bt n + ( R p n Rsi ) B g n = N Bt n Bti +
(c f + c w S wi )( pi p n ) +
1
S
wi
+ C1 pi p n 1 ( p an ) pss p n
(9.124)
]} ,
onde C1 = Wei / p i .
Visando a estimativa dos parmetros do sistema, a Eq. (9.124) pode ser escrita de uma maneira compacta como:
r
y = F (, p ) ,
onde p (presso no contato) a varivel independente do modelo, y a varivel dependente, dada
por:
y = N p Bt + ( R p R si ) B g ,
F a funo-modelo:
Bti
F = N Bt Bti +
(c f + c w S wi )( p i p n ) + C1 pi p n 1 ( p an ) pss p n
1 S wi
]}
r
e T = ( N , , C1 , 1 ) o vetor composto pelos parmetros do modelo a serem estimados. Deve-se
notar que em cada iterao o valor de ( p a n ) pss calculado atravs da Eq. (9.122), utilizando-se o
valor de estimado na iterao anterior.
Usando-se o mtodo MVAM e as estimativas iniciais mostradas na Tabela 9.4 foram obtidos os resultados apresentados na Tabela 9.5. Conforme pode ser observado, os intervalos de
9-29
confiana so bastante estreitos, indicando uma boa performance do mtodo. Somente para a
estimativa inicial C no houve convergncia do processo iterativo.
N (m3 std)
(ano1)
C1 (m3/kgf/cm2)
A
B
C
D
E
F
G
H
I
1106
10106
100106
1106
1106
1106
1106
1106
1106
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,1
1,0
0,5
0,5
1104
1104
1104
10104
0,1104
1104
1104
1104
1104
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,5
0,1
1,0
Valor estimado
N (m3 std)
48,658106
0,54
(ano )
0,421
0,81
C1 (m3/kgf/cm2)
176.747
0,41
0,936
0,20
___________________________
9-30
Ajuste de Histrico
PROBLEMA DIRETO
Excitao
Sistema
Resposta
PROBLEMA INVERSO
Excitao
Sistema
Resposta
Como exemplo de problema direto pode-se citar o caso em que conhecido o modelo do
sistema reservatrio-aqfero, bem como seus parmetros, e deseja-se prever o comportamento da
presso ao longo do tempo.
No problema inverso podem ser estimados os valores dos volumes originais de leo e de
gs, bem como o modelo de influxo, a partir do ajuste de histrico dos dados de produo e de
presso. A anlise de testes de presso em poos, visando determinar parmetros do sistema pooreservatrio (fator de pelcula do poo, dimenso de fratura, permeabilidade da formao, presso
mdia na regio de drenagem do poo, modelo de fluxo, etc.) tambm constitui um exemplo de
problema inverso.
Uma caracterstica importante dos problemas inversos a no-unicidade de solues, isto
, dada uma resposta, geralmente possvel encontrar diferentes sistemas que produzem aquela
resposta. A no-unicidade de solues tende a diminuir com o aumento do intervalo da varivel
independente em que foi medida a resposta do sistema.
Devido ao problema de no-unicidade, recomenda-se que o modelo do sistema reservatrio-aqfero seja constantemente verificado ao longo da vida produtiva do reservatrio, medida
que novas informaes sejam obtidas ou que novos dados do histrico de produo sejam coletados.
9.4. Problemas
Problema 9.1 Os dados de produo da Tabela 9.6 referem-se a um reservatrio de gs. Um
grfico de p/Z em funo de Gp apresentou um desvio do comportamento linear, indicando que
alguma forma de influxo ocorre no reservatrio.
Tabela 9.6 Dados de produo de um reservatrio de gs Problema 9.1
Data
p
(kgf/cm2)
Gp
(106 m3 std)
p/Z
(kgf/cm2)
Bg
(m3/m3 std)
01.01.1955
01.01.1957
01.01.1959
01.01.1961
01.01.1963
01.01.1965
232,01
212,68
198,97
187,72
177,52
168,03
0
826,852
1.653,704
2.480,556
3.307,408
4.134,260
281,23
262,81
247,48
234,12
222,17
210,22
0,00431
0,00462
0,00490
0,00519
0,00546
0,00577
9-31
Admitindo que a queda de presso no reservatrio, em relao presso inicial, possa ser representada por uma parbola, e utilizando o modelo de influxo permanente de Schilthuis para simular o
comportamento do aqfero, determine:
(a) O volume original de gs.
(b) A constante de influxo de gua do modelo de Schilthuis.
Respostas:
(b) 20.627 m3/(kgf/cm2)/ano
(a) 11,213 109 m3 std
Problema 9.2 A Tabela 9.7 apresenta o histrico de produo de um reservatrio de petrleo que
possui um aqfero contguo.
Tabela 9.7 Dados de produo do reservatrio do Problema 9.2
(3)
(1)
(2)
Influxo Acumulado
Tempo
Presso no Contato
(m3)
(trimestres)
(kgf/cm2)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
266,67
266,32
265,34
263,51
260,77
258,73
256,13
252,75
249,38
247,34
245,02
241,64
240,17
237,57
0
731
3.943
12.003
27.346
49.127
76.314
111.768
155.489
204.458
256.923
315.908
379.662
445.323
O volume original de leo foi obtido atravs do mtodo volumtrico e os valores de influxo acumulado, mostrados na coluna (3) da Tabela 9.7, foram calculados usando a equao de balano de
materiais. Pedem-se:
(a) Construir um grfico com os dados de presso em funo do tempo e calcular as presses
mdias em cada um dos intervalos de tempo da coluna (1) da Tabela 9.7.
(b) Calcular a constante de influxo de gua, definida no modelo de Hurst modificado pela Eq.
(9.38): v = We / [( pi p )t ] , onde p a presso mdia no contato durante o intervalo de
tempo t.
(c) Utilizando o modelo de Hurst modificado, na forma da Eq. (9.46), construir um grfico de 1 / v
versus log t , onde t o tempo total de produo at a metade do intervalo de tempo considerado.
(d) Usando o mtodo dos mnimos quadrados, ajustar uma equao de linha reta aos pontos do
grfico construdo no item anterior, determinando ento as constantes C e c da Eq. (9.46). Na
aplicao do mtodo dos mnimos quadrados, atribuir diferentes pesos t wi para os valores da
9-32
Ajuste de Histrico
varivel independente log(t i ) , onde i um ponto qualquer da srie de dados e t wi igual a 0,5
para o primeiro ponto, 1,5 para o segundo, 2,5 para o terceiro, etc..
(e) Empregando o modelo de Hurst modificado, com as constantes estimadas no item d, calcular os
valores do influxo acumulado de gua para todos os pontos do histrico da Tabela 9.7 e comparar com os valores calculados pela EBM (coluna 3 da Tabela 9.7).
Respostas:
(d) C = 56,5 m3/(kgf/cm2)
c = 0,1175/dia
Problema 9.3 Deseja-se realizar um ajuste de histrico dos dados apresentados na Tabela 9.7 do
Problema 9.2, com o objetivo de se identificar o modelo de aqfero que rege o comportamento do
influxo de gua, utilizando uma soluo analtica para o clculo do influxo. Verifique se os dados
ajustam-se ao modelo de aqfero infinito com geometria linear de fluxo. Caso o ajuste no seja
satisfatrio, que outro(s) modelo(s) de aqfero poderia(m) resultar em um melhor ajuste de histrico?
Problema 9.4 De acordo com os resultados obtidos da anlise do Problema 9.3, parece razovel
imaginar que o modelo de aqfero radial infinito poderia produzir um ajuste de histrico mais
satisfatrio que o observado naquele problema. Para efetuar o ajuste dos dados a esse modelo, no
entanto, necessrio utilizar a tcnica de tentativa e erro, j que no h uma expresso analtica para
representar o influxo acumulado em funo do tempo adimensional, e a constante que relaciona os
tempos adimensional e real desconhecida.
(a) Admita que cada perodo de tempo mostrado na coluna (1) da Tabela 9.7 do Problema 9.2, ou
seja, cada perodo de trs meses, seja igual aos seguintes valores de tempo adimensional: 1; 2;
5; 10; 20; 50 e 100.
(b) Utilizando o mtodo dos mnimos quadrados e o modelo de van Everdingen & Hurst para o
clculo do influxo de gua, efetue os ajustes dos valores de influxo calculados pela equao de
balano de materiais ao modelo de influxo para aqfero radial infinito, para cada uma das relaes de tempo do item a.
(c) Para cada um dos ajustes, calcule a constante de influxo de gua e o desvio padro (ou o
coeficiente de correlao) do ajuste.
(d) Escolha como soluo do problema a constante de influxo de gua correspondente ao ajuste que
apresentar o menor desvio padro (ou o maior coeficiente de correlao).
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10.
P REVISO DE C OMPORTAMENTO DE R ESERVATRIOS U SANDO A E QUAO DE B ALANO DE
M ATERIAIS
Neste captulo sero apresentados vrios mtodos utilizados para a previso da performance de reservatrios de petrleo. Esses mtodos baseiam-se na equao de balano de materiais
apresentada nos Captulos 7 (reservatrios de gs) e 8 (reservatrios de leo).
10.1. Reservatrios de Gs
Sero considerados os casos de reservatrios volumtricos e de reservatrios sujeitos ao influxo de gua. Neste ltimo caso sero empregados, para o clculo do influxo de gua, alguns dos
modelos apresentados no Captulo 6, como o de Fetkovich e o de van Everdingen.
,
(10.1)
Z Zi Zi G
onde Gp a produo acumulada de gs e G o volume original de gs, medidos em condiespadro. Portanto, o comportamento de p/Z uma funo linear da produo acumulada de gs Gp
(ou da frao recuperada Gp/G) e pode facilmente ser extrapolado, analiticamente atravs da Eq.
(10.1), ou graficamente, como ilustra a Figura 10.1.
Vide Captulo 7.
10-1
10-2
pi
Zi
p
Z
Histrico
Previso
Gp
G
p pi
,
=
(10.2)
Z Zi
W
e
1
GB gi
a) Mtodo de Fetkovich
Este mtodo, baseado no modelo de influxo de Fetkovich (1971), apresentado no Captulo
6, aplicvel quando o regime de fluxo no aqfero pseudopermanente. O influxo acumulado neste
mtodo calculado pela expresso:
Jp
W
We = ei ( pi p ) 1 exp i t ,
(10.3)
pi
Wei
onde Wei a mxima quantidade de gua que o aqfero pode fornecer, p a presso no contato
reservatrio-aqfero e J o ndice de produtividade do aqfero. Conforme mencionado no
Captulo 6, por simplicidade admite-se que a presso no contato seja igual presso (mdia) do
reservatrio.
Durante um intervalo de tempo tn, o influxo acumulado pode ser calculado por:
Jp
W
We n = ei ( p a n 1 p n ) 1 exp i t n ,
pi
W ei
(10.4)
Vide Captulo 7.
10-3
(10.6)
W
D = ei 1 exp i t n ,
pi
Wei
(10.7)
We n = D( p a n 1 p n ) .
(10.8)
We n = D pa n1 n1 n .
2
2
mo:
(10.9)
A equao de balano de materiais, Eq. (10.2), aplicada no instante tn, pode ser escrita co-
Gpn
1
G
pn
pi
.
=
Z n Z i We n 1 + We n
1
GB
gi
(10.10)
Substituindo a Eq. (10.9) na Eq. (10.10) e isolando no lado esquerdo da equao os termos que
envolvem a presso no contato pn (varivel desconhecida no instante tn), obtm-se a expresso:
We n1
pn
p D p n pi
D
G Gpn .
p a n 1 n1 +
G
=
(10.11)
Z n
B gi
B gi
2 2 B gi Z i
2)
3)
4)
10-4
5)
O processo iterativo para a estimativa de pn pode ser evitado se for conhecida uma expresso Zn = f(pn). Por exemplo, pode-se ajustar um polinmio do segundo grau curva do fator de
compressibilidade Z para a temperatura do reservatrio em estudo:
Z = a + bp + cp 2 ,
(10.12)
Z n = a + bp n + cp n2 .
(10.13)
Substituindo-se a Eq. (10.13) na Eq. (10.11) e reagrupando-se os termos obtm-se uma equao do segundo grau em pn:
a p n2 + bp n + c = 0 ,
(10.14)
onde:
pi
D
,
G Gpn
Zi
2 B gi
(10.15)
We
pi
p
D
G G p n G n 1
p a n 1 n 1
Zi
B gi
B gi
2
(10.16)
pi
G Gpn .
Zi
(10.17)
a = c
b = b
c = a
___________________________
Exemplo 10.1 Um sistema formado por um reservatrio de gs conectado a um aqfero apresenta
as seguintes caractersticas:
Propriedades do reservatrio:
Presso inicial ........................................................................
Porosidade (frao) ................................................................
Espessura mdia .....................................................................
Raio aproximado ....................................................................
Saturao de gua (frao) .....................................................
Fator volume-formao inicial do gs .....................................
Densidade do gs ...................................................................
Temperatura pseudocrtica do gs...........................................
Presso pseudocrtica do gs....................................................
Profundidade ..........................................................................
Temperatura ..........................................................................
Volume inicial de gs..............................................................
Vazo de produo de gs.......................................................
140,6 kgf/cm2
0,20
30,5 m
3.048 m
0,20
0,0064826 m3/ m3 std
0,70
217,4 K
47 kgf/cm2
2.134 m
54,4 oC
21.973,876106 m3 std
2.558.088 m3 std/d
Propriedades do aqfero:
Presso inicial.........................................................................
140,6 kgf/cm2
10-5
Raio aproximado.....................................................................
Permeabilidade........................................................................
Porosidade (frao) ................................................................
Espessura mdia .....................................................................
Compressibilidade total...........................................................
Viscosidade da gua................................................................
30.480 m
100 md
0,20
30,5 m
85,3106 (kgf/cm2)1
0,5 cp
Sabendo que para altas presses o fator de compressibilidade do gs pode ser representado
pela equao:
pede-se fazer um estudo de previso do comportamento desse reservatrio durante os dois primeiros
anos de produo.
Soluo:
A equao a ser usada para a previso do comportamento da presso no contato gs/gua
a Eq. (10.11), que tambm pode ser escrita como:
p D p n pi B gi
p n GB gi We n 1 D p a n 1 n 1 +
G Gpn Zn ,
(I)
=
2
2
Zi
onde:
Wei = (re2 ro2 )hc t pi = (30.480) 2 (3.048) 2 0,20 30,5 85,3 106 140,6
Wei = 211.387.440 m 3
J=
0,05255 fkh
0,05255 1 100 30,5
m3 / d
=
= 206,43
3
r 3
kgf / cm 2
0,5 ln (10)
ln e
4
ro 4
t n = 1 ano = 365 d
D=
Jpi
211.387.440
Wei
206,43 140,6
t n =
365
1 exp
1 exp
pi
W
140
,
6
211
.
387
.
440
ei
D = 73.490 m 3 /( kgf / cm 2 )
Z i = 1,0660 3,5644 10 3 140,6 + 10,88396 10 6 (140,6) 2 = 0,78
p i B gi
Zi
140,6 0,0064826
= 1,16853 kgf / cm 2 .
0,78
O influxo acumulado no intervalo de tempo tn dado pela Eq. (10.9):
p
p
We n = D pa n1 n1 n
2
2
(II)
(III)
10-6
We n 1 = We 0 = 0
p a n1 = p a 0 = p a i = pi = 140,6 kgf / cm 2
p n 1 = p0 = pi = 140,6 kgf / cm 2
G p n = Q g t n G p 1 = Q g t1 = 2.558.088 365 = 933.702.120 m 3 std
G G p n = G G p 1 = 21.973,876 10 6 933,702 10 6 = 21.040 10 6 m 3 std
pn = p1
(IV)
140,6 135,4
3
We1 = 73.490 140,6
= 191.074 m
2
2
W
191.074
2
p a1 = pi 1 e1 = 140,6 1
= 140,5 kgf / cm .
W
211
.
387
.
440
ei
We n 1 = We1 = 191.074 m3
p a n 1 = p a 1 = 140,5 kgf / cm 2
p n 1 = p1 = 135,4 kgf / cm 2
G p n = Q g t n G p 2 = Q g t 2 = 2.558.088 365 2 = 1.867.404.240 m 3 std
G G p n = G G p 2 = 21.973,876 10 6 1.867,404 10 6 = 20.106,472 10 6 m 3 std
pn = p2
10-7
(V)
p 22 1.007,67 p 2 + 114.378 = 0 ,
cujas solues so: p2 = 877,3 (impossvel) e p2 = 130,4. Portanto, ao final do segundo ano a presso
no contato reservatrio-aqfero ser p2 = 130,4 kgf/cm2.
Clculo do influxo acumulado de gua
A substituio dos valores numricos na Eq. (II) resulta em:
135,4 130,4
3
We 2 = 73.490 140,5
= 562.199 m
2
2
W
p a 2 = pi 1 e 2
Wei
753.273
2
= 140,6 1
= 140,1 kgf / cm .
211
.
387
.
440
___________________________
We n = U p jW D (t D n t D j ) .
(10.18)
j =0
We n = U p jWD (t D n t D j ) + Up n1WD (t D n t D n1 ) .
(10.19)
j =0
p n 1 =
p n 2 p n
,
2
(10.20)
We n = U p jWD (t D n t D j ) +
j =0
U
( pn2 pn ) WD (t D n t D n1 ) .
2
(10.21)
O procedimento para a previso de comportamento neste caso consiste das seguintes etapas:
Vide Captulo 6.
10-8
1)
2)
G
p nk
pi
=
,
(10.22)
Zi
Z nk
U n 2
1
p jWD (t D n t D j )
GB gi j =0
3)
4)
p nk +1
Z nk +1
5)
Gpn
1
G
pi
=
.
k
Zi
1 We n
GB gi
(10.23)
10-9
N p Bo = NBoi ceo ( pi p ) ,
(10.24)
onde:
ceo =
co S oi + c w S wi + c f
1 S wi
(10.25)
R = R s = R si .
(10.27)
a) Equaes Bsicas
Como equaes bsicas necessrias para o estudo de previso do comportamento de um reservatrio de leo sujeito ao mecanismo de gs em soluo sero consideradas as equaes da
saturao de lquidos e da razo gs/leo instantnea.
Saturao de lquidos
A saturao de lquidos existente no reservatrio utilizada na obteno das permeabilidades relativas ao leo e ao gs, o que possibilita o clculo das vazes dos fluidos.
Admite-se como ponto de partida do estudo a presso de bolha do leo inicialmente existente no reservatrio. Na presso de bolha:
V pb = N b Bob + Wb ,
(10.28)
Vide Captulo 8.
10-10
Sabendo-se que:
Wb
,
V pb
(10.29)
N b Bob
.
1 S wb
(10.30)
S wb =
da Eq. (10.28) obtm-se:
V pb =
A produo de fluidos do reservatrio gera um declnio de presso desde a presso de bolha pb at a presso p, quando a saturao de leo pode ser calculada por:
( N b N ps ) Bo
,
So =
(10.31)
Vp
onde Nps a produo acumulada de leo desde a presso de bolha do sistema.
Tendo em vista que em reservatrios saturados os efeitos de expanso do leo e do gs liberado de soluo preponderam como mecanismo de produo, a expanso da gua conata e a
contrao do volume poroso podem ser desprezadas. Portanto, o volume poroso permanece o
mesmo a partir do ponto de bolha (Vp = Vpb), isto :
N B
V p = b ob .
(10.32)
1 S wb
Substituindo a Eq. (10.32) na Eq. (10.31) tem-se:
So =
(N b N ps ) Bo (1 S wb )
N b Bob
(10.33)
ou
N ps
S o = 1
Nb
Bo
B
ob
(1 S wb ) .
(10.34)
Admitindo-se que no haja produo de gua, ou seja, que a saturao de gua conata seja
irredutvel,
S w = S wb .
(10.35)
S L = So + S w ,
(10.36)
N ps
S L = 1
Nb
Bo
B
ob
(1 S wb ) + S wb .
(10.37)
Sg = 1 SL .
(10.38)
10-11
v gl =
+ g g ,
(10.39)
g s
s
onde k a permeabilidade efetiva, a viscosidade, a massa especfica, g a acelerao da gravidade, z a coordenada cartesiana vertical e s a trajetria de fluxo. Quando a trajetria s situa-se em um
plano horizontal ou quando:
p g
z
(10.40)
g g
<<
,
s
s
o termo g g
z
simplesmente desaparece ou se torna desprezvel, simplificando a Eq. (10.39).
s
pc g o = p g p o ,
(10.41)
p g = p c g o + p o .
(10.42)
(10.43)
v gl =
k g p g
g s
(10.44)
vo =
k o p o
.
o s
(10.45)
(10.46)
qo =
k o p o
A
.
o
s
(10.48)
Nas condies-padro essas vazes so obtidas dividindo-se as Eqs. (10.47) e (10.48) pelos respectivos fatores volume-formao do gs (Bg) e do leo (Bo), resultando em:
10-12
Q gl =
kg
g Bg
p g
(10.49)
Qo =
ko
p
A o .
o Bo
s
(10.50)
Q g = Q gl + Qo Rs .
(10.51)
(10.52)
A
o A o Rs
g Bg
s
o Bo
s
R=
ko
p o
A
o Bo
s
(10.53)
ou ainda:
p g
k g o Bo s
R=
+ Rs .
k o g B g p o
s
(10.54)
k g o Bo
R=
ko g Bg
( pc g o + p o )
s
po
s
+ Rs .
(10.55)
pc g o
s
, a razo
R=
k g o Bo
+ Rs .
ko g Bg
(10.56)
importante observar que na deduo da Eq. (10.56) no foram desprezados os efeitos capilares, mas somente as suas variaes ao longo da trajetria de fluxo.
b) Mtodo de Tarner
A equao de balano de materiais para um reservatrio volumtrico saturado, quando se
desprezam os efeitos de compressibilidade da gua conata e da rocha, pode ser escrita sob a forma
(vide Captulo 8):
G ps
Nb
N ps Bob
,
= o Rs 1
R
sb
B
Bg
N
b
g
G ps j Bo j
N ps j B
ob R .
=
Rs j 1
sb
Nb
N b Bg j
Bg j
10-13
(10.57)
(10.58)
G ps j +1 Bo j +1
N ps j +1 B
ob R .
=
Rs j +1 1
sb
Nb
N b Bg j +1
Bg j +1
(10.59)
=
,
(10.60)
N
Nb
b EBM
o resultado :
1
N ps
Gps
1 Bo j +1
j +1
B
R
=
ob
s
j +1 1
N
B
Bg j +1 Bg j +1
Nb
gj
b EBM
Bo
N
j R 1 ps j ,
s
j
B
Nb
gj
onde G ps / N b
)EBM
(10.61)
balano de materiais.
Na Eq. (10.61) os vrios tempos de produo so representados pelos subscritos j = 0, 1, 2,
3, ..., onde o subscrito j = 0 deve ser substitudo pelo subscrito b, referente ao ponto de bolha, a
partir do qual se aplica o mtodo de Tarner (1944).
A expresso da razo gs/leo instantnea, Eq. (10.56), aplicada nos instantes tj e t j +1 ,
produz:
kg
R j = o
ko j g
Bo
Bg
j
+ Rs
j
(10.62)
+ Rs .
j +1
j +1
(10.63)
kg
R j +1 = o
k o j +1 g
Bo
Bg
j +1
R=
1
R j + R j +1 .
2
(10.64)
10-14
Assim, a produo de gs por volume unitrio de leo existente no reservatrio na presso de bolha,
determinada atravs da razo gs/leo, dada por:
G ps j +1 G ps j
G ps
=
(10.65)
N
Nb
b RGO
ou
G ps
N
b
N ps
= R
RGO
Nb
(10.66)
ou seja,
G ps
R j + R j +1 N ps j +1 N ps j
N
N
2
Nb
b
b RGO
(10.67)
O clculo da razo gs/leo R depende da razo de permeabilidades efetivas kg/ko, que por
sua vez funo da saturao total de lquidos, definida pela Eq. (10.37), isto ,
N ps j Bo j
(1 S wb ) + S wb
S L j = 1
(10.68)
N b Bob
N ps j +1 Bo j +1
(1 S wb ) + S wb .
S L j +1 = 1
N b Bob
(10.69)
Os valores de G ps / N b calculados atravs das Eqs. (10.61) e (10.67) devem ser iguais e
dependem da produo acumulada de leo em uma determinada presso p. A igualdade das Eqs.
(10.61) e (10.67) pode ser conseguida atravs de um mtodo de tentativa e erro ou de um processo
iterativo. A seguir apresentado um resumo do procedimento de clculo:
a) Escolha um valor de presso p j +1 < p j .
b) Determine as propriedades dos fluidos (o, g, Bo, Bg, Rs) para a presso p j +1 .
c) Estime um valor de frao recuperada N ps j +1 / N b .
d) Calcule o incremento de produo de gs pela EBM dada pela Eq. (10.61).
e) Calcule a saturao de lquidos pela Eq. (10.69).
f) Determine o valor de (k g / k o ) j +1 na curva de razo de permeabilidades efetivas.
g) Calcule a razo gs/leo instantnea R j +1 atravs da Eq. (10.63).
h) Calcule a razo gs/leo mdia pela Eq. (10.64).
i) Determine o incremento de produo de gs utilizando a expresso da razo gs/leo, Eq.
(10.67).
j) Compare G ps / N b
k) Se o erro for maior que o permissvel repita o processo a partir do passo c, escolhendo um novo
valor para N ps j +1 / N b .
A presso de abandono do campo pode ser estimada a partir de experincias com reservatrios semelhantes ou pelo estudo dos ndices de produtividade e conhecimento do limite econmico
das vazes.
10-15
N p = N pb + N ps ,
(10.70)
(10.71)
G p = G pb + G ps ,
(10.72)
G pb = N pb Rsi .
(10.73)
onde:
Para a realizao da previso de comportamento devem ser utilizados decrementos de presso ( pb p1 ), ( p1 p 2 ), ( p 2 p3 ), K , ( p n 1 p n ) . A preciso dos resultados ser tanto maior
quanto menores forem os intervalos de presso usados.
Os dados bsicos empregados no estudo incluem os grficos de propriedades dos fluidos Bg, Bo,
Rs e (o/g) em funo da presso, a saturao de gua intersticial no ponto de bolha (Swb) e a curva de
razo de permeabilidades efetivas (kg/ko) em funo da saturao de leo ou de lquidos.
) em funo da
frao recuperada N ps N b . Esse tipo de grfico pode ser til na estimativa de novos valores para
Gps / Nb
RGO
Nps / Nb
10-16
___________________________
Exemplo 10.2 Um reservatrio volumtrico de leo apresenta as seguintes caractersticas:
Volume original provado de leo ............................................ 78,858106 m3 std
Presso original ......................................................................
119,5 kgf/cm2
Presso de bolha .....................................................................
119,5 kgf/cm2
Saturao de gua conata irredutvel ......................................
25%
Propriedades dos fluidos ......................................................... Tabela 10.1
Dados de produo .................................................................
Tabela 10.2
Curva kg/ko versus SL (saturao de lquidos) .......................... Figura 10.3
Produo de gua ...................................................................
nula
Injeo de gua ......................................................................
nula
Utilizando o mtodo de Tarner e adotando o seguinte critrio para o erro mximo admissvel:
erro =
G p
G p
RGO N
G p
mnimo
EBM
100 % 1,0 % ,
Rs
Bo
3
Bg
3
(kgf/cm2)
(m /m std)
(m /m std)
(cp)
(cp)
119,5
105,5
91,4
77,3
63,3
49,2
35,2
21,1
7,0
1,265
1,241
1,214
1,191
1,161
1,147
1,117
1,093
1,058
96,2
87,3
78,4
68,9
59,5
49,5
39,2
28,5
15,0
0,00741
0,00842
0,00983
0,01179
0,01471
0,01931
0,02779
0,04828
0,15272
1,19
1,22
1,25
1,30
1,35
1,50
1,80
2,28
3,22
0,02
0,02
0,02
0,02
0,02
0,02
0,02
0,02
0,02
p
(kgf/cm2)
Np
6
(10 m std)
Gp
(106 m3 std)
10-17
49,2
13,355
3.066,148
374,2
10-18
- 0.5
log (kg/ko)
-1
- 1.5
-2
- 2.5
-3
65
70
75
80
85
90
95
100
10-19
Soluo:
Para a presso de 49,2 kgf/cm2 tem-se que:
Gp
3.066,148 10 6
m 3 std
=
=
38
,
88
.
78,858 10 6
m 3 std
49,2
Aplicando-se a Eq. (10.57) na presso de 35,2 kgf/cm2 (com Nb = N, Nps = Np, Bob = Boi e
Rsb = Rsi j que a presso de bolha igual inicial):
Bo
1 p Boi Rsi
R
s
N B g
EBM ( p =35, 2) B g
Gp
Gp
N 1,265
m 3 std 1,117
1 p
39
,
2
96,2
m 3 std 0,02779
0
,
02779
N
EBM ( p =35, 2)
Gp
N
m 3 std
= 0,994311 p + 50,680 .
N
EBM ( p =35, 2) m std
1a tentativa:
tem-se:
N p
N
N p ( p =49,2)
N
= 0,0337
119,5 49,2 78,858 10 6 119,5 49,2
ou seja:
Np
N
13,355 10 6
78,858 10 6
Gp
Np
m 3 std
1
+ 50,680 = 0,99431(1 0,2031) + 50,680 = 51,47
=
0
,
99431
N
m 3 std
EBM ( p =35,2)
G p
Gp
EBM ( p =35,2) N
Gp
EBM ( p =35, 2) N
m 3 std
=
51
,
47
38
,
88
=
12
,
59
.
m 3 std
EBM ( p = 49, 2)
N p Bo
S L ( p =35,2) = 1
N Boi
S L ( p =35,2) = 0,662251
N 1,117
(1 S wi ) + S wi = 1 p
(1 0,25) + 0,25
N 1,265
Np
+ 0,25 = 0,66225(1 0,2031) + 0,25 = 0,7778
N
0.3
S L ( p =35, 2) = 0,7778 Figura
1
kg
ko
= 0,112 .
10-20
k g
R( p =35,2) = o
k o g
Bo
Bg
kg
1,80 1,117
+ Rs
+ 39,2
( p =35, 2 )
m 3 std
k
= 3.617 g
R( p =35,2) 3
k
o
m std
m 3 std
.
+ 39,2 = 3.617 0,112 + 39,2 = 444 3
m std
( p =35, 2)
Assim:
G p
N p
= R
RGO ( p =35,2)
N
G p
erro =
G p
R( p =49,2) + R( p =35,2)
=
2
N p
m3 std
374,2 + 444
(
)
0
,
0337
=
13
,
79
=
2
m3 std
RGO ( p = 35,2)
G p
RGO N
G p
mnimo
EBM
100 % =
13,79 12,59
100 % = 9,5 % > 1,0 % .
12,59
2a tentativa:
Escolhendo-se
Gp
Np
N
= 0,195 obtm-se:
N p
N
= 0,195
13,355 10 6
78,858 10 6
= 0,0256
Np
m 3 std
N
m 3 std
EBM ( p =35, 2)
G p
Gp
Gp
m 3 std
=
51
,
48
38
,
88
=
12
,
60
m 3 std
EBM ( p =35,2) N EBM ( p =35, 2) N EBM ( p = 49, 2)
Np
Figura 10.3
S L ( p =35, 2 ) = 0,7831
m 3 std
k
= 3.617 g
R( p =35,2) 3
k
o
m std
kg
ko
= 0,106
m 3 std
m std
( p =35, 2)
G p
R( p =49,2) + R( p =35,2)
2
RGO ( p =35,2)
N p
374,2 + 422,6
m 3 std
=
(
0
,
0256
)
=
10
,
20
.
2
m 3 std
Ento:
erro =
10,20 12,60
100 % = 23,5 % > 1,0 % .
10,20
10-21
De acordo com o comportamento mostrado na Figura 10.2, para a terceira tentativa deve
ser escolhido um valor de Np/N entre 0,195 e 0,2031. Como o valor de (Gp)EBM manteve-se
aproximadamente constante, por semelhana de tringulos na Figura 10.2 pode-se estimar o novo
valor de Np/N como sendo de 0,20042.
3a tentativa:
Escolhendo-se ento
Np
N
N p
N
Gp
= 0,20042 obtm-se:
= 0,20042
13,355 10 6
78,858 10 6
= 0,03106
m 3 std
N
m 3 std
EBM ( p =35, 2)
G p
Gp
Gp
m 3 std
=
51
,
47
38
,
88
=
12
,
59
m 3 std
EBM ( p =35,2) N EBM ( p =35,2) N EBM ( p = 49, 2)
Np
0.3
S L ( p =35,2) = 0,7795 Figura
1
m 3 std
R( p =35,2) 3
m std
k
= 3.617 g
k
kg
ko
= 0,111
m 3 std
+
39
,
2
=
3
.
617
0
,
111
+
39
,
2
=
440
,
1
m 3 std
( p =35,2)
e
G p
R( p = 49, 2) + R( p =35, 2)
2
RGO ( p =35, 2)
N p
374,2 + 440,1
m 3 std
=
.
(
0
,
03106
)
=
12
,
65
2
m 3 std
Assim:
erro =
12,65 12,59
100 % = 0,48 % < 1,0 % .
12,59
Portanto:
(a) R = 440,1 m 3 std / m 3 std .
Np
(b) N p =
N
Gp
(c) G p = N
N
m 3 std
6
=
78,858
10
51
,
47
= 4,059 10 9 m 3 std .
m 3 std
EBM
___________________________
10-22
(10.74)
(10.75)
N Np =
V p V po S o
Vp
Bo
(10.77)
ou
N Np =
Vp
So
,
V po + V pg Bo
V po
(10.78)
(10.79)
Admitindo que a quantidade de gs dissolvido na gua intersticial seja desprezvel, o volume de gs medido em condies-padro, existente no reservatrio em um determinado instante, a
10-23
diferena entre o volume total de gs inicial (Gti) e o volume de gs produzido disponvel (Gpd), ou
seja:
G restante = Gti G pd ,
(10.80)
Gti = G + NR si
(10.81)
G pd = G p Ginj ,
(10.82)
onde:
.
1 + m
Bg
Bo
Bg
dN p
dN p dN p
(10.84)
(10.85)
Mas,
dGinj
dN p
dGinj dG p
dG p dN p
(10.86)
Portanto:
dG pd
dN p
dG p dGinj
1
dN p
dG p
(10.87)
10-24
1 1 dS
S dB o 1
d 1
o
R (1 C )
o2
=
m (1 S wi )
dp B g
Bo dp 1 + m
1 + m Bo dp
S dR s R s dS o S o R s dB o
1 dS o
d 1
+ o
+
+ (1 S o S wi )
2
Bo dp
Bo dp
B g dp
dp B g
Bo dp
(10.90)
Definindo:
o dBo
,
g dp
B
= o o ,
Bg g
B g dRs
=
,
Bo dp
kg
=
,
ko
1
Bo
= Bg
d 1
dp B g
ko g
Bo
Bg
(10.91)
(10.92)
(10.93)
(10.94)
(10.95)
+ Rs ,
(10.96)
a Eq. (10.90) pode ser escrita de uma forma mais compacta. Isolando-se o termo dSo/dp obtm-se:
CR
S o + (1 S o S wi ) + S o
+ m(1 S wi )
dS o
.
=
(10.97)
dp
o
CR
1+
A Eq. (10.97) a equao de Muskat (1949) que relaciona a variao da saturao de leo
com a variao da presso. Observa-se que essa expresso uma equao diferencial ordinria de
primeira ordem, do tipo:
dy
y
= f ( x, y ) .
(10.98)
dx
As variveis So e p no podem ser separadas na Eq. (10.97). Logo, a soluo dessa equao
diferencial deve ser obtida numericamente. Vrios mtodos so disponveis para a soluo numrica
de equaes diferenciais ordinrias, podendo ser citados os de Euler, Euler Modificado, RungeKutta, Adams e Milne. Neste captulo ser descrito o mtodo de Runge-Kutta, que apresenta as
seguintes caractersticas positivas:
um mtodo explcito;
comporta-se de maneira estvel na soluo da equao considerada;
permite a obteno de maior preciso atravs da escolha de um mtodo de maior ordem.
10-25
Considera-se a equao diferencial dada pela Eq. (10.98). Como est sendo resolvido um
problema de valor inicial, j que se conhece a saturao de leo na presso inicial do estudo, admitese que se deseja determinar o valor da funo y no ponto x j +1 , conhecendo-se o seu valor no ponto
anterior xj. A equao de Runge-Kutta que permite este clculo definida por:
1
y j +1 = y j + (k1 + 2k 2 + 2k 3 + k 4 ) ,
6
onde:
k1 = x j +1 f ( x j , y j ) ,
(10.99)
(10.100)
x j +1
k
k 2 = x j +1 f x j +
, y j + 1 ,
2
2
x j +1
k
k 3 = x j +1 f x j +
, y j + 2 ,
2
2
k 4 = x j +1 f x j + x j +1 , y j + k 3
(10.101)
(10.102)
(10.103)
x j +1 = x j +1 x j .
(10.104)
Saturao de leo
A saturao de leo correspondente a uma determinada presso obtida atravs da soluo
da Eq. (10.97). importante observar que as curvas (ou tabelas) das propriedades dos fluidos devem
estar disponveis para que possam ser determinados os parmetros definidos pelas Eqs. (10.91) a
(10.95).
(1 S wi ) ,
S o = 1
(10.105)
N Boi
ou seja,
S o Boi
N p = N 1
(1 S wi ) Bo
(10.106)
10-26
Produo acumulada de gs
Conhecendo-se a produo acumulada de gs at o instante de tempo tj, calcula-se o seu
valor no instante posterior como:
G p j +1 = G p j + G p j +1 ,
(10.107)
onde:
G p j +1 = R j +1N p j +1
(10.108)
ou
G p j +1 =
1
( R j +1 + R j )( N p j +1 N p j ) .
2
(10.109)
Injeo acumulada de gs
Admitindo que a razo de ciclagem C seja constante, o que pode ser conseguido em termos
operacionais, o volume acumulado de gs injetado determinado a partir da definio:
dGinj
,
C=
(10.110)
dG p
de onde se deduz que:
t
Ginj = CdG p
(10.111)
Ginj = CG p .
(10.112)
ou
10-27
(I)
Presso do reservatrio, p
(kgf/cm2)
(106 m3 std)
210
3,50
356
Bo
1,4300
1,4239
1,4180
1,4122
1,4065
1,4009
1,3955
1,3902
1,3850
1,3799
1,3750
d (1 / B g )
dBo
dp
1
Bg
m3 / m3std
kgf / cm 2
m3std/m3
m3std / m3
kgf / cm 2
m 3 std
0,001225
0,001200
0,001175
0,001150
0,001125
0,001100
0,001075
0,001050
0,001025
0,001000
0,000975
207,9
207,0
205,7
204,2
202,3
200,1
197,6
194,7
191,6
188,1
184,3
0,1527
0,2166
0,2805
0,3443
0,4082
0,4721
0,5360
0,5999
0,6638
0,7277
0,7915
118,0
115,9
113,9
111,9
110,0
108,2
106,4
104,7
103,0
101,4
99,9
dp
dR s
dp
Rs
m std
m3std / m3std
kgf / cm2
0,4250
0,4125
0,4000
0,3875
0,3750
0,3625
0,3500
0,3375
0,3250
0,3125
0,3000
Utilizando o mtodo de Muskat, pede-se calcular para a presso de 200 kgf/cm2 os valores da:
(a) Produo acumulada de leo.
(b) Razo gs/leo instantnea.
(c) Produo acumulada de gs.
Soluo:
Clculo da saturao de leo na presso de 210 kgf/cm2
A saturao de leo obtida atravs da Eq. (10.105):
3,50 1,3850
S o = 1
(1 0,25) = 0,58694 .
25 1,5220
o
g
cp
cp
37,10
37,38
37,74
38,18
38,69
39,28
39,94
40,68
41,50
42,39
43,37
10-28
k1 = 10 f (210; 0,58694)
k2 = 10 f (205; 0,58694 + k1/2)
k3 = 10 f (205; 0,58694 + k2/2)
k4 = 10 f (200; 0,58694 + k3),
onde a funo f dada pela Eq. (10.97), que no problema em questo, em que no h capa de gs
nem injeo de gs, reduz-se a:
dS
S + (1 S o S wi ) + S o
.
f ( p, S o ) = o = o
dp
o
(10.113)
1+
g
Aplicando-se a Eq. (10.99) a saturao de leo presso de 200 kgf/cm2 ser dada por:
1
S o 200 = S o 210 + (k1 + 2k 2 + 2k 3 + k 4 ) .
(10.114)
6
A Tabela 10.5 mostra os detalhes dos clculos que permitem a obteno dos valores dos
coeficientes ki, i = 1,4.
Tabela 10.5 Clculo dos coeficientes do mtodo de Runge-Kutta Exemplo 10.3
So
ki
210
205
205
200
0,58694
0,58259
0,58245
0,57816
3,0712102
3,0719102
3,0719102
3,0753102
2,2969102
2,4428102
2,4475102
2,6010102
3,4645103
3,8686103
3,8686103
4,2946103
1,2247103
1,2039103
1,2039103
1,1838103
k1 = 8,6922103
k2 = 8,9715103
k3 = 8,7720103
k4 = 8,8573103
S o 200 = 0,58694
10 3
(8,6922 + 2 8,9715 + 2 8,7720 + 8,8573) = 0,57810 .
6
0,57810 1,5220
N p = 25 10 6 1
= 3,670 10 6 m 3 std .
1
0
,
25
1
,
3750
Parte (b): Razo gs/leo instantnea
A saturao de lquidos de:
10-29
R s oi R si
G p = N o R s
(10.115)
N Bg
Bg
B g
ou
N p Boi
.
G p = N o Rs 1
R
si
B
N
B g
g
G p = 25 10 6
99,9 1
160
25 10 6 1 / 184,3
1 / 184,3
(10.116)
(10.117)
Gp = 261,807106 m3 std.
___________________________
) ]
N p Bo + R p Rs B g = Ginj B g .
(10.118)
10-30
Gp
N p Boi +
Rsi B gi = Ginj B gi ,
Np
da qual podem ser relacionados os volumes produzidos e injetados:
Ginj G p N p Boi
=
+
R si .
N
N
N B gi
(10.120)
(10.121)
(1 S ) .
S o j +1 = 1
(10.122)
wi
k o j +1 g i B g i
Integre grfica ou numericamente a curva R versus Np/N para obter o valor de G p j +1 / N . De
maneira aproximada esse valor pode ser calculado por:
G p j +1 G p j 1
N p j +1 N p j
.
=
+ R j +1 + R j
(10.124)
N
N
2
N
dGinj dG p Boi
=
+
Rsi .
(10.125)
dN p
dN p B gi
dN p
dG p
dN p
= oi R si .
B gi
(10.126)
Os termos dGinj/dNp e dGp/dNp representam, respectivamente, os volumes de gs injetado e produzido por cada unidade de volume de leo produzido. Ento, a diferena:
dGinj dG p d (Ginj G p )
,
(10.127)
dN p dN p
dN p
tambm dada por:
d (Ginj G )
dN p
= oi R si ,
B gi
10-31
(10.128)
o volume de gs adicional requerido por unidade de volume de leo produzido, admitindo-se que
todo o volume de gs produzido seja reinjetado.
A Eq. (10.126) pode tambm ser mostrada na forma:
dGinj dG p dG p Boi
=
Rsi .
(10.129)
dG p dN p dN p B gi
Com as definies de razo gs/leo instantnea R e razo de ciclagem C a Eq. (10.129) se transforma em:
B
CR R = oi Rsi
(10.130)
B gi
ou ainda:
dGinj
dG p
= 1+
1 Boi
R si .
R B gi
(10.131)
A Eq. (10.131) permite o clculo do volume de gs a ser injetado por unidade de volume
de gs produzido. O volume de gs adicional requerido para a operao de manuteno de presso
encontrado integrando-se a Eq. (10.128), resultando em:
B
10-32
k / (Bo o )
IP = (IP )i ro
,
[k ro / (Bo o )]i
(10.133)
Presso de fluxo de fundo mnima, nos poos produtores, e mxima, nos poos injetores
So importantes na estimativa das vazes mximas de produo ou injeo, e dependem
basicamente de condies operacionais como presso de separao, perdas de carga nas tubulaes,
mtodo de elevao do petrleo at a superfcie, presso de injeo, presso de fraturamento da
rocha, etc.
Qo mx = p p f
mn
) IP ,
(10.134)
Q g mx
inj
[(
T0 k g h m p f inj mx m( p )
p 0T
1 4A
ln
2
2 C A rw
+ s
(10.135)
onde T0 e p0 so as condies-padro, kg a permeabilidade efetiva ao gs, h a espessura da formao, T a temperatura do reservatrio, p f inj mx a mxima presso de fluxo de injeo, A a rea de
influncia do poo, = 1,78108 a exponencial da constante de Euler, CA o coeficiente de forma do
reservatrio, rw o raio do poo, s o fator de pelcula e m(p) a pseudopresso do gs real, definida
como:
p
p
m ( p ) = 2
dp ,
Z
(10.136)
pr
Nmero de poos
Este dado permite a converso final para a escala de tempo. Em relao ao nmero de poos produtores tem-se que, em um determinado intervalo de tempo:
Vide Captulo 4.
10-33
t j =
N p j
Qo j n pp
(10.137)
onde Qo j a vazo mdia de leo por poo no intervalo considerado, npp o nmero de poos
produtores e N p j a produo total do reservatrio durante o intervalo de tempo tj.
O tempo total at o instante tn da vida produtiva do reservatrio dado por:
n
t n = t j .
(10.138)
j =1
O nmero de poos injetores (npinj) deve por sua vez ser suficiente para satisfazer equao
semelhante em relao injeo de gs:
(Ginj ) j
n pinj =
,
(10.139)
t j Q g inj j
onde Q g inj
175 kgf/cm2
175 kgf/cm2
8,903106 m3 std
20%
Tabela 10.6
Tabela 10.7
k g k o = 10 3,0155,306 S L
p
(kgf/cm2)
Bo
(m3/m3 std)
Rs
(m3 std/m3 std)
Bg
(m3/m3 std)
o
(cp)
g
(cp)
175
50
40
35
30
1,498
1,190
1,173
1,156
1,139
128
45
40
36
30
0,005884
0,024227
0,029022
0,034599
0,044091
0,488
1,199
1,250
1,324
1,400
0,0170
0,0134
0,0132
0,0130
0,0128
10-34
Np
Gp
(kgf/cm )
(m std)
(10 m std)
(m std/m3 std)
50
1.647.998
623,480
849
Admitindo que aps uma produo adicional de 138.000 m3 std de leo a presso mdia do reservatrio caia para 35 kgf/cm2, e que o reservatrio esteja sendo produzido atravs de um nico poo,
quanto tempo ser necessrio para que isso ocorra? Informaes adicionais sobre o reservatrio so:
Mxima vazo permitida ......................................................
300 m3std/d
2
ndice de produtividade do poo presso de 50 kgf/cm ...... 23 (m3 std/d)/(kgf/cm2)
Presso de fluxo mnima no poo .......................................... 14 kgf/cm2
Permeabilidade relativa ao leo ............................................
Figura 10.4
1.00
0.80
0.60
0.40
0.20
0.00
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Saturao de lquidos, SL
Figura 10.4 Curva de permeabilidade relativa ao leo - Exemplo 10.4.
Soluo:
O tempo necessrio ser dado por:
t =
N p
Qo
138.000
,
Qo
Qo =
Qo = IP ( p p f ) .
Ento,
(Qo ) p =50
(Qo)p=50 = 828 > Vazo mxima permitida = 300 (Qo)p=50 = 300 m3std/d
e
(Qo ) p=35 = ( IP) p =35 ( p p f ) = ( IP) p =35 (35 14) = 21 ( IP) p =35 ,
onde o (IP)p=35 calculado atravs da Eq. (10.133):
[k ro / (Bo o )] p =35
(k ro ) p =35 / (1,156 1,324)
( IP) p =35 = (IP) p =50
= 23
[k ro / (Bo o )] p =50
(k ro ) p =50 / (1,190 1,199)
(k ro ) p =35
( IP) p =35 = 21,44
.
(k ro ) p =50
As permeabilidades relativas ao leo dependem das saturaes de lqido:
( N p ) p =50
( S L ) p =50 = 1
1.647.998
( S L ) p =50 = 1
6
8,903 10
Bo
Boi
(1 S wi ) + S wi
1,190
1,498 (1 0,20) + 0,20 = 0,718
Figura 10.4
( S L ) p =50 = 0,718
(k ro ) p =50 = 0,490
( N p ) p =35
( S L ) p =35 = 1
Bo
Boi
1.785.998 1,156
(1 S wi ) + S wi = 1
(1 0,20) + 0,20
6
8,903 10 1,498
Figura 10.4
( S L ) p =35 = 0,694
(k ro ) p =35 = 0,455 .
Portanto,
0,455
( IP) p =35 = 21,44
= 19,91 (m3std/d)/(kgf/cm2)
0,490
(Qo ) p =35
(Qo ) p =35
300 + 300
= 300 m 3 std / d
2
10-35
10-36
t =
N p
Qo
138.000
= 460 dias .
300
___________________________
p a = pi
pi
We .
Wei
(10.141)
We n = We n1 + We n ,
(10.142)
J pi t n
D = 1 exp
Wei
Wei
p .
i
10-37
(10.145)
We n = D ( p a n 1 p n ) .
(10.146)
A presso mdia no contato reservatrio-aqfero no intervalo de tempo tn pode ser calculada atravs da mdia aritmtica das presses no contato nos instantes tn1 e tn, ou seja:
p + pn
(10.147)
p n = n1
.
2
Substituindo-se a Eq. (10.147) na Eq. (10.146):
p
p
We n = D p a n 1 n1 n .
(10.148)
2
2
We = N p Boi + ( N p co N c eo ) p Boi ,
(10.149)
(10.150)
onde se admite que a presso no contato reservatrio-aqfero (pn) represente tambm a presso
mdia no interior da zona de leo no instante tn.
As Eqs. (10.143), (10.148) e (10.150) formam um sistema linear com trs incgnitas: pa n ,
.
pn =
D
( N p n co N ceo ) Boi
2
(10.151)
Vide Captulo 8.
10-38
A = 6.078.059 m2
pi = 281,30 kgf/cm2
pb = 98,40 kgf/cm2
= 0,25
h = 27,4 m
k = 150 md
Sw = 0,32
co = 213,3106 (kgf/cm2)1
cw = 42,7106 (kgf/cm2)1
cf = 48,3106 (kgf/cm2)1
= 0,32 cp
Boi = 1,20 m3/ m3 std
Bw = 1,03 m3/ m3 std
Qo = 4.610 m3 std/ d
Para efeito de simplificao considere que o fator volume-formao do leo permanea aproximadamente constante e igual ao valor inicial. Admitindo que o raio do aqfero seja de aproximadamente 16.000 m e usando o mtodo de Fetkovich, calcule a presso no contato reservatrio-aqfero
e o influxo acumulado de gua ao final dos primeiros 3 (trs) anos de produo. Como o mtodo de
Fetkovich tem a tendncia de oscilar em torno do valor correto durante os primeiros pontos calculados, divida o primeiro ano em 4 intervalos de tempo iguais.
Soluo:
A presso no contato reservatrio-aqfero calculada atravs da Eq. (10.151), ou seja:
,
pn =
D
( N p n co N ceo ) Boi
2
onde:
ceo =
co S o + c w S w + c f
1 Sw
J pi t n
D = 1 exp
Wei
Wei
p
i
0,05255kh
0,05255 150 27,4
m3 / d
=
= 398,8
r 3
16.000 3
kgf / cm 2
w ln e 0,32 ln
1.391 4
ro 4
Wei = (re2 ro2 )hct pi = 3,1416 (16.000) 2 (1.391) 2 0,25 27,4 91 10 6 281,30
Wei = 139.957.641 m 3 .
10-39
Portanto,
D=
139.957.641
398,8 281,30
]}
pn =
D
(213,3 10 6 N p n 23,593 10 6 304,4 10 6 ) 1,20
2
p
.
pn =
D
255,96 10 6 ( N p n 33,670 10 6 )
2
O influxo de gua durante o intervalo de tempo tn determinado pela Eq. (10.148):
p
p
We n = D pa n 1 n 1 n
2
2
We n = We n 1 + We n .
A presso mdia do aqfero calculada atravs da Eq. (10.143):
p a n = pi
pi
281,3
(We n1 + We n ) = 281,3
We = 281,3 2,010 10 6 We n .
Wei
139.957.641 n
A Tabela 10.8 apresenta um resumo dos clculos efetuados e as respostas do problema nas
colunas pn (presso no contato) e We n (influxo acumulado). Nessa tabela, N p n = Qo t n e as
tn
tn
ano
ano
0
1
2
D
m3
kgf / cm 2
Np
p a n 1
pn1
m3 std
We n 1
pn
106 m3
We n
We n
106 m3
106 m3
pa n
0
35.092
0
420.662
281,3
281,3
281,3
261,9
0,340
0
0,340
281,3
280,6
35.092
841.325
280,6
261,9
0,340
267,7
0,554
0,894
279,5
35.092
1.261.988
279,5
267,7
0,894
264,1
0,477
1,371
278,5
35.092
1.682.650
278,5
264,1
1,371
264,0
0,507
1,878
277,5
126.202
3.365.300
277,5
264,0
1,878
259,4
1,994
3,872
273,5
10-40
126.202
5.047.950
273,5
259,4
3,872
255,9
2,000
5,872
269,5
___________________________
N ( Bt Bti ) = N p Bt + ( R p Rsi ) B g + W p Bw We ,
(10.152)
onde Np a produo acumulada de leo que se pretende obter, Rp a razo gs/leo acumulada que
se estima que acontecer at o instante em que a produo acumulada de leo for Np, e Wp a
produo acumulada de gua esperada. Os valores de Rp e de Wp devem ser estimados em funo
das caractersticas do sistema aqfero-reservatrio identificadas durante o ajustamento de histrico.
A Figura 10.5 ilustra o comportamento da presso durante o processo de previso.
8
9
pi
p1
p1
Presso
10-41
p 2
p2
p3
p4
p5
0
t3
t2
t1
t4
t5
Tempo
We n = U p j WD (t D n t D j ) .
(10.153)
j =0
We n = U
p j WD (t D n t D j ) + U p n1WD (t D n t D n1 ) .
(10.154)
j =0
j =0
Na Eq. (10.156) existem duas incgnitas: We n e pn . Estas duas variveis esto relacionadas atravs da equao de balano de materiais, Eq. (10.152):
N ( Bt n Bti ) = N p n Bt n + ( R p n Rsi ) B g n + W p n Bw n We n .
(10.157)
10-42
Uma maneira conveniente de resolver o sistema formado pelas Eqs. (10.156) e (10.157)
atravs de um processo iterativo. Por exemplo, pode ser seguida a seqncia:
1)
Estimar o influxo acumulado at o nvel de tempo n usando a Eq. (10.157), com as propriedades dos fluidos avaliadas no nvel de presso anterior (pn1):
We kn 1 = N ( Bt n 1 Bti ) + N p n Bt n 1 + ( R p n Rsi ) B g n 1 + W p n Bw n 1 ,
onde k refere-se ao nvel de iterao.
2)
2
p nk 1 = p n 2
We n U p j WD (t D n t D j ) .
U WD (t D n t D n1 )
j =0
3)
Reavaliar as propriedades dos fluidos com a nova presso p nk 1 e recalcular o influxo acumulado atravs da equao do passo 1, ou seja, obter We kn .
4)
a) Reservatrios subsaturados
A equao de balano de materiais para reservatrios subsaturados submetidos ao influxo
de gua pode ser expressa por10:
We = N p Bo N Boi c eo p ,
(10.158)
Vide Captulo 8.
ceo =
co S o + c w S w + c f
1 Sw
10-43
(10.159)
A Eq. (10.158) a forma correta da Eq. 7 do artigo de Hurst (1958). Para obter a Eq. 7 daquele trabalho o autor efetuou duas hipteses simplificadoras desnecessrias e nem sempre vlidas.
Ele admitiu N >> Np e desprezou as compressibilidades da gua e da rocha. A primeira hiptese, por
exemplo, pode no se verificar se houver forte influncia do aqfero (manuteno da presso em
nveis elevados durante muito tempo).
2 p
x
1 p
,
t
(10.160)
p( x,0) = 0 .
(10.161)
A condio de contorno interna, para o caso em que a presso no contato leo/gua se mantm
constante e igual a p0, :
p(0, t ) = p 0 .
(10.162)
A condio de contorno externa, para o caso de aqfero infinito, isto , para o caso em que o
regime de fluxo seja ainda transiente, dada por:
lim p( x, t ) = 0 .
(10.163)
x
p0
Lo
Aqfero
infinito
q(t)
Reservatrio
A
0
10-44
We = q(t ) dt ,
(10.164)
We = 2 Act p0
kt
,
ct
(10.165)
(10.166)
(10.167)
O parmetro L que aparece nas Eqs. (10.166) e (10.167) um comprimento arbitrrio qualquer,
introduzido apenas para adimensionalizar o tempo. Portanto, neste caso L no tem nenhum significado fsico. Por simplicidade pode-se adotar L como sendo unitrio.
Definindo:
W D (t D ) = 2
tD
,
(10.168)
We = A L ct p0 WD (t D ) .
(10.169)
Vale ressaltar que a Eq. (10.169) s aplicvel quando a queda de presso no contato, p0,
constante. Durante a produo do reservatrio, de se esperar que a presso mdia no seu interior varie
com o decorrer do tempo. Como o mtodo de previso admite que a presso no contato leo/gua seja
igual presso mdia na zona de leo, o clculo do influxo acumulado de gua dever levar em
considerao esse fato. O princpio da superposio, tambm conhecido como o princpio de Duhamel,
utilizado para, a partir da soluo de presso constante no contato, Eq. (10.169), obter a soluo de
presso varivel. O princpio da superposio estabelece que:
tD
We = A L ct p() WD (t D ) d ,
0
(10.170)
We = Bo Qo t N Boi ceo p .
(10.171)
10-45
Substituindo-se a Eq. (10.170) na Eq. (10.171) e utilizando-se a definio de tD dada pela Eq.
(10.166), obtm-se:
tD
ct L2
(10.172)
A L ct p() WD (t D ) d =
Bo Qo t D N Boi ceo p .
0
k
A Eq. (10.172) tem que ser resolvida para p(t), queda de presso no reservatrio. Uma forma
de simplificar o problema utilizar a tcnica de transformadas de Laplace com o objetivo de eliminar a
integral da equao e tornar a explicitao de p , transformada de p, uma operao algbrica. Tomando
a transformada de Laplace da Eq. (10.172) com relao ao tempo tD, obtm-se:
A L ct L 0t D p () WD (t D ) d =
ct L2
1
Bo Qo 2 N Boi ceo p(u ) ,
k
u
(10.173)
L{WD } = u WD (u ) WD (0) .
(10.175)
Como o influxo acumulado zero no instante inicial, isto , WD (0) = 0, a substituio das Eqs.
(10.174) e (10.175) na Eq. (10.173) resulta em:
ct L2
1
A L ct u WD (u ) p(u ) =
Bo Qo 2 N Boi ceo p(u )
(10.176)
k
u
ou
ct L2 Bo Qo
p(u ) =
2
k u A L ct u WD (u ) + N Boi ceo
(10.177)
aps explicitar p .
Segundo Abramowitz & Stegun (item 29.3.5), a transformada de Laplace do influxo acumulado adimensional, definido pela Eq. (10.168), :
1
WD (u ) =
,
(10.178)
u u
que substitudo na Eq. (10.177) resulta em:
p(u ) =
ct L2 Bo Qo
1
k u A L c t
+ N Boi c eo
u
(10.179)
A L c t
L ct
=
,
N Boi c eo Lo cto
(10.180)
Define-se:
10-46
cto = co S o + c w S w + c f
(10.181)
L Bo Qo 1
2
p(t D ) =
L
k A
u u + u
(10.183)
O operador L 1 se refere operao de tomar a transformada de Laplace inversa. A transformada inversa mostrada na Eq. (10.183) possui inverso analtica para o campo real, a qual pode
ser obtida de uma tabela de transformadas. O item 29.3.45 da tabela de transformadas do livro de
Abramowitz & Stegun diz que:
b2 a2
2 b
2
L1
(10.184)
= exp( a t ) erf (a t ) 1 + exp(b t ) erfc(b t ) ,
2
a
(u a ) u (b + u )
onde a e b so constantes, erf(z) a funo erro do argumento z e erfc(z) = 1 erf(z) a funo erro
complementar, definida por:
2
2 z
2
erfc( z ) =
exp( 2 ) d = 1
(10.185)
exp( ) d .
z
0
Da comparao das Eqs. (10.183) e (10.184) constata-se que, neste caso, a = 0 e b = . Assim, a Eq. (10.184) ser escrita como:
2
erf (a t )
L1
1 + exp(2 t ) erfc( t )
= lim
a
u u ( + u ) a 0
(10.186)
= 2
t
1 + exp (2t ) erfc( t ).
Vale notar que na Eq. (10.186) utilizou-se a regra de LHospital e a regra de Leibnitz (regra da
derivada de uma integral) para escrever que:
2
erf (a t )
t
lim
= lim
exp(a 2 t ) t = 2
.
(10.187)
a0
a0
a
L Bo Qo
tD
2
p(t D ) =
1.
exp ( t D ) erfc( t D ) + 2
k A
(10.188)
Definindo-se:
M ( t D ) = exp (2 t D ) erfc( t D ) + 2
a Eq. (10.188) tambm pode ser escrita como:
L Bo Q o
p(t D ) =
M ( t D ).
k A
tD
1 ,
(10.189)
(10.190)
10-47
10-48
e z erfc( z )
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
1,00000
0,97783
0,95642
0,93574
0,91576
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
e z erfc( z ) +
2z
e z erfc( z ) +
e z erfc( z )
0,00000
0,00039
0,00155
0,00344
0,00603
1,00
1,05
1,10
1,15
1,20
0,42758
0,41430
0,40173
0,38983
0,37854
0,55596
0,59910
0,64295
0,68746
0,73259
0,89646
0,87779
0,85974
0,84228
0,82538
0,00929
0,01320
0,01771
0,02282
0,02849
1,25
1,30
1,35
1,40
1,45
0,36782
0,35764
0,34796
0,33874
0,32996
0,77830
0,82454
0,87127
0,91847
0,96611
0,20
0,22
0,24
0,26
0,28
0,80902
0,79318
0,77784
0,76297
0,74857
0,03470
0,04142
0,04865
0,05635
0,06451
0,30
0,32
0,34
0,36
0,38
0,73460
0,72106
0,70792
0,69517
0,68280
0,07311
0,08214
0,09157
0,10139
0,11158
1,50
1,55
1,60
1,65
1,70
1,75
1,80
1,85
1,90
1,95
0,32159
0,31359
0,30595
0,29865
0,29166
0,28497
0,27856
0,27241
0,26651
0,26084
1,01415
1,06258
1,11136
1,16048
1,20991
1,25964
1,30964
1,35991
1,41043
1,46118
0,40
0,42
0,44
0,46
0,48
0,67079
0,65912
0,64779
0,63679
0,62609
0,12214
0,13304
0,14428
0,15584
0,16771
2,00
2,05
2,10
2,15
2,20
0,25540
0,25016
0,24512
0,24027
0,23559
1,51215
1,56334
1,61472
1,66628
1,71803
0,50
0,52
0,54
0,56
0,58
0,61569
0,60588
0,59574
0,58618
0,57687
0,17988
0,19234
0,20507
0,21807
0,23133
2,25
2,30
2,35
2,40
2,45
0,23109
0,22674
0,22255
0,21850
0,21459
1,76994
1,82201
1,87424
1,92661
1,97912
0,60
0,62
0,64
0,66
0,68
0,56780
0,55898
0,55039
0,54203
0,53387
0,24483
0,25858
0,27256
0,28676
0,30117
2,50
2,60
2,70
2,80
2,90
0,21081
0,20361
0,19687
0,19055
0,18460
2,03175
2,13740
2,24350
2,35001
2,45690
0,70
0,72
0,74
0,76
0,78
0,52593
0,51819
0,51064
0,50328
0,49610
0,31580
0,33062
0,34564
0,36085
0,37624
3,00
3,10
3,20
3,30
3,40
0,17900
0,17372
0,16873
0,16401
0,15954
2,56414
2,67169
2,77954
2,88766
2,99602
0,80
0,82
0,84
0,86
0,88
0,48910
0,48227
0,47560
0,46909
0,46274
0,39180
0,40754
0,42344
0,43950
0,45571
3,50
3,60
3,70
3,80
3,90
0,15529
0,15127
0,14743
0,14379
0,14031
3,10462
3,21343
3,32244
3,43163
3,54099
0,90
0,92
0,94
0,96
0,98
0,45653
0,45047
0,44455
0,43876
0,43311
0,47207
0,48858
0,50523
0,52201
0,53892
4,00
4,10
4,20
4,30
4,40
0,13700
0,13383
0,13081
0,12791
0,12514
3,65052
3,76019
3,87000
3,97994
4,09001
2z
10-49
e z erfc( z ) +
e z erfc( z )
4,50
4,60
4,70
4,80
4,90
0,12248
0,11994
0,11749
0,11514
0,11288
5,00
5,20
5,40
5,60
5,80
6,00
6,20
6,40
6,60
6,80
2z
e z erfc( z ) +
2z
e z erfc( z )
4,20019
4,31048
4,42087
4,53136
4,64194
7,00
7,20
7,40
7,60
7,80
0,07980
0,07762
0,07556
0,07361
0,07175
6,97845
7,20195
7,42557
7,64929
7,87311
0,11070
0,10659
0,10277
0,09321
0,09589
4,75260
4,97417
5,19602
5,41814
5,64049
8,00
8,20
8,40
8,60
8,80
0,06999
0,06830
0,06670
0,06517
0,06371
8,09702
8,32101
8,54508
8,76923
8,99344
0,09278
0,08986
0,08712
0,08453
0,08210
5,86305
6,08581
6,30874
6,53184
6,75508
9,00
9,20
9,40
9,60
9,80
0,06231
0,06097
0,05969
0,05846
0,05727
9,21772
9,44206
9,66645
9,89090
10,11539
Suponha agora que o esquema de produo de leo a ser implementado para o reservatrio
seja aquele mostrado na Figura 10.7.
Qo
Qo1
Qo3
Qo2
Qon
t1
t2
t3
tn- 1
tn
Tempo
Figura 10.7 Esquema de produo de leo com vazo varivel.
(
(
)]
Definindo:
Qo j = Qo j +1 Qo j , j = 1,2,3, ..., n 1 ,
a Eq. (10.191) pode ser escrita numa forma mais compacta:
(10.192)
10-50
p(t D n ) =
L Bo
k A
n 1
Qo1 M ( t D n ) + Qo j M t D n t D j
j =1
) .
(10.193)
q(t)
ro
Aqfero
p0
Reservatrio
A equao diferencial parcial que representa o escoamento nesse sistema (Vide Captulo 3):
.
2 p
r
1 p 1 p
=
,
r r
t
(10.194)
p (r , t = 0) = 0 .
(10.195)
As condies de contorno interna e externa, para o caso de presso constante p0 no contato leo/gua, so respectivamente:
p(ro , t ) = p0 ,
(10.196)
lim p(r , t ) = 0 .
(10.197)
O influxo acumulado para esse sistema dado por (van Everdingen & Hurst, 1949):
We (t D ) = 2 h ct ro2 p0 W D (t D ) ,
(10.198)
10-51
We (t D ) = 2 h ct ro2
dp()
WD (t D ) d ,
d
(10.201)
onde We o influxo para uma variao qualquer p(t) no contato; WD (tD ) o influxo adimensional para o caso de presso constante no contato, avaliada no ponto (tD ), e apenas uma
varivel muda de integrao.
Substituindo-se a Eq. (10.201) na equao de balano de materiais, Eq. (10.158), e utilizando-se a definio de tD, tem-se:
tD
ct ro2
dp()
2 h ct ro2
W D (t D ) d =
Bo Qo t D N Boi ceo p .
(10.202)
0
d
k
Por simplicidade admite-se que o reservatrio produz com vazo constante Qo, isto , Np = Qo t. Esta
simplificao pode ser removida usando o princpio da superposio.
Tomando a transformada de Laplace da Eq. (10.202) com relao a tD, obtm-se:
ct ro2 Bo Qo
K1 ( u )
2
+ N Boi ceo p(u ) =
.
2 h ct ro
(10.203)
k u2
u K0 ( u )
Define-se:
M =
2 h ct ro2
c
=2 t ,
N Boi ceo
cto
(10.204)
M Bo Qo
K0 ( u )
p(u ) =
(10.205)
.
2 k h
u
u
K
u
u
K
u
(
)
+
(
)
M 1
0
A inverso da transformada de Laplace da Eq. (10.205), utilizando a definio da transformada inversa, ou seja, a integral complexa de inverso, produz:
Bo Qo
p(t D ) =
M N ( M , t D ) ,
(10.206)
2 k h
sendo:
4
1 exp( z 2 t D )
N ( M , t D ) = 2M
dz .
3
2
2
[
]
[
]
z
J
(
z
)
z
J
(
z
)
+
Y
(
z
)
z
Y
(
z
)
0 M 1
0
M 1
0
(10.207)
10-52
0
2.0
80
0.
0. 0. 0.
0
0
0 4 0 6 1 0 .2 0 .4 0
0.1
0.01
0.
0
0.
0
M N(M,tD)
M=
1E-3
1E-4
0.01
0.1
10
1E+2
1E+3
1E+4
Tempo Adimensional, tD
Figura 10.9 Curvas da funo M N(M,tD) versus tD.
A analogia entre esses dois modelos permite algumas facilidades, decorrentes do conhecimento das solues aplicveis anlise de testes de presso em poos. Como exemplo, pode-se
dizer que para tempos suficientemente longos a queda de presso no poo, e portanto o produto M
N(M,tD), pode ser avaliado atravs da aproximao logartmica para a soluo do modelo da linha
fonte, ou seja (Vide Captulo 3):
1
M N ( M , t D ) = [ln(t D ) + 0,80907] .
(10.208)
2
10-53
Se a produo de leo for realizada com vazo varivel, como no grfico da Figura 10.7,
por exemplo, o uso do princpio da superposio de efeitos para o clculo da queda de presso no
contato leo/gua resulta em:
n 1
Bo M
p(t D n ) =
Qo1 M ( M , t D n ) + Qo j M M , t D n t D j .
(10.209)
2k h
j =1
___________________________
Soluo:
Parte (a): Aqfero radial
Determinao da presso
A presso no contato reservatrio-aqfero dada por
p(t D ) =
19,03Qo Bo
19,03 4.610 1,20 0,32
M N ( M , t D ) =
M N ( M , t D )
kh
150 27,4
p(t D ) = 8,19651 M N ( M , t D ) ,
onde:
M = 2
tD =
cw + c f
ct
(42,7 + 48,3) 10 6
=2
=2
= 0,879
cto
co S o + c w S w + c f
(213,3 0,68 + 42,7 0,32 + 48,3) 10 6
0,0003484k t (h)
ct ro2
= 32,500 t (ano)
1
[ln(t D ) + 0,80907] .
2
A tabela seguinte apresenta o resumo dos clculos para a previso do comportamento da presso:
M N ( M , t D ) =
t (ano)
tD
M N ( M , t D )
p(kgf / cm 2 )
p(kgf / cm 2 )
10-54
1
2
3
32,50
65,00
97,50
2,1452
2,4917
2,6945
17,58
20,42
22,09
263,72
260,88
259,21
Determinao do influxo
O influxo calculado pela EBM, dada pela Eq. (10.158):
We = N p Bo N Boi ceo p ,
onde:
co S o + c w S w + c f
1 Sw
Portanto,
N p (m 3 )
p(kgf / cm 2 )
We (10 6 m 3 )
1
2
3
1.682.650
3.365.300
5.047.950
17,58
20,42
22,09
1,868
3,862
5,867
Determinao da presso
A presso no contato reservatrio-aqfero dada por
p(t D ) =
119,6 L Bo Qo
M ( t D ) ,
k A
onde:
M ( t D ) = exp (2 t D ) erfc( t D ) + 2
=
tD =
e
L ct
,
Lo cto
0,0003484k t (h)
ct L2
tD
1,
10-55
A = wh .
Neste caso, a largura do aqfero w igual do reservatrio e Lo o comprimento do reservatrio.
Como o reservatrio tem razo entre os lados 4:1, w = 4 Lo . Assim, a rea superficial do reservatrio dada por 4 L2o , e portanto:
L ct
1 (42,7 + 48,3) 10 6
=
= 356,53 10 6
Lo cto 1.233 (213,3 0,68 + 42,7 0,32 + 48,3) 10 6
tD =
0,0003484k t (h)
ct L2
= 62,884 10 6 t (ano) .
p(t D ) = 29,296 M ( t D )
t(ano)
tD (106)
2t D
tD
M ( t D )
1
2
3
62,884
125,77
188,65
7,993
15,987
23,980
2,827
3,998
4,897
2,379
3,650
4,639
p (kgf / cm 2 ) p (kgf / cm 2 )
69,69
106,93
135,90
211,61
174,37
145,40
Determinao do influxo
Analogamente ao item (a), o influxo calculado por:
We = 1,20 N p 8.618,05 p .
A tabela a seguir mostra os resultados do influxo para o caso de aqfero linear:
t (ano)
N p (m 3 std )
p(kgf / cm 2 )
We (10 6 m 3 )
1
2
3
1.682.650
3.365.300
5.047.950
69,69
106,93
135,90
1,419
3,117
4,886
___________________________
10-56
b) Reservatrios saturados
Abaixo da presso de bolha, os efeitos de compressibilidade da gua e da rocha podem ser
desprezados quando comparados com os efeitos de compressibilidade do leo e principalmente do
gs que sai de soluo do leo. Neste caso, a equao de balano de materiais, para um reservatrio
sem capa de gs, expressa por11:
N ( Bt Bti ) = N p Bt + ( R p Rsi ) B g + W p Bw We .
(10.210)
Admitindo que o fator volume-formao da gua seja igual a 1 e derivando a Eq. (10.210)
em relao ao tempo no instante tM:
d Bt + ( R p Rsi ) B g dp
dBt dp
= N pM
+
dp dt
dp
dt
(10.211)
dN p
dW p dWe
+
Bt M + ( R p M Rsi ) B g M +
.
dt
dt
dt
Para uma vazo de leo constante Qo, tem-se que:
dN p
(10.212)
= Qo .
dt
As derivadas das propriedades dos fluidos em relao presso podem ser obtidas numrica ou mesmo analiticamente, caso estejam disponveis expresses que relacionem essas propriedades com a presso. Definindo-se:
dBt
a1 =
,
(10.213)
dp
N
a2 =
d Bt + ( R p Rsi ) B g
(10.214)
dp
a3 =
dW p
dN p
(10.215)
0
d
(10.217)
onde We o influxo para uma variao qualquer p(t) no contato; WD (tD ) o influxo adimensional para o caso de presso constante no contato, avaliada no ponto (tD ) e apenas uma varivel
muda de integrao. Neste caso, L apenas um comprimento qualquer de referncia utilizado na
11
Vide Captulo 8.
10-57
definio do tempo adimensional, Eq. (10.166), e no tem, portanto, nenhum significado fsico. A
derivada da Eq. (10.217) em relao a tD dada por:
t
dWe
D dp () dWD (t D )
= A L ct
d .
dt D
d
dt D
0
(10.218)
p(u ) =
Qo L Bt M + ( R p M Rsi ) B g M + a3
kA
M
u u ( M + u )
(10.219)
onde:
M =
A L ct
.
a1 N a2 N p M
(10.220)
p ( t D ) =
Qo L Bt M + ( R p M Rsi ) B g M + a3
k AM
M ( M t D ) ,
(10.221)
p(t D ) =
Qo Bt M + ( R p M Rsi ) B g M + a3
2 k h
M N ( M , t D ) ,
(10.222)
onde:
M =
2 h ct ro2
.
a1 N a2 N p M
(10.223)
10-58
We (t D j ) = We (t D j 1 ) +
U p(t D j ) We (t D j 1 ) p D (t D j )
p D (t D j ) t D j 1 p D (t D j )
(t D j t D j 1 ) ,
(10.224)
U = wh L ct ,
(10.227)
U = 2 h ct ro2 ,
(10.228)
(10.229)
p D (t D j ) t D j 1 p D (t D j )
.
p (t D j ) =
t D j t D j 1
Boi N ceo N p (t D j ) co + U
p D (t D j ) t D j 1 p D (t D j )
(10.230)
e no caso de um aqfero radial infinito essa expresso , aproximadamente (Vide Captulo 3):
10-59
1
[ln(t D ) + 0,80907] .
(10.232)
2
Aps determinar-se, atravs da Eq.(10.230), a queda de presso no reservatrio num dado
instante de tempo t D j , o influxo acumulado de gua obtido da EBM, Eq. (10.229), ou da Eq.
p D (t D ) =
(10.224).
___________________________
Exemplo 10.7 Utilizando os dados do Exemplo 10.5, admitindo comportamento de aqfero radial
infinito e utilizando o mtodo de Carter-Tracy, calcule a presso no contato leo/gua e o influxo
acumulado ao final de cada um dos 3 (trs) primeiros anos de produo.
Soluo:
A queda de presso no contato reservatrio-aqfero dada pela Eq. (10.230), onde:
0,0003484k t (h)
c t ro2
= 32,5 t (ano)
p D (t D ) =
1
.
2t D
p D (t D j ) t D j p D (t D j )
1,20 N p (t D j ) We (t D j 1 )
p D (t D j ) t D j 1 p D (t D j )
p(t D j ) =
t D j t D j 1
255,960 33,670 10 6 N p (t D j ) + 7.578
p D (t D j ) t D j 1 p D (t D j )
We (t D j ) = We (t D j 1 ) +
7.578 p(t D j ) W e (t D j 1 ) p D (t D j )
p D (t D j ) t D j 1 p D (t D j )
(t D j t D j 1 ) .
10-60
tD j
t D j 1
ano
1
2
3
32,5
65,0
97,5
0
32,5
65,0
N p (t D j )
We (t D j 1 )
m3 std
106 m3
1.682.650
3.365.300
5.047.950
0
1,885
3,882
p D (t D j )
p D (t D j )
p (t D j )
W e (t D j )
106 m3
103
2,145
2,492
2,694
1,538
7,692
5,128
16,415
20,097
21,939
264,88
261,20
259,36
1,885
3,882
5,897
___________________________
10.5. Problemas
Problema 10.1 O estudo de previso do comportamento do reservatrio do Exemplo 10.1
apresentou, ao final do 18o ano, os resultados mostrados na Tabela 10.11.
Tabela 10.11 Previso de comportamento ao final do 18o ano Problema 10.1
Presso no
contato
(kgf/cm2)
56,5
Influxo acumulado
(m3)
42.523.597
Presso mdia
do aqfero
Vazo de produo
de gs
(kgf/cm2)
(106 m3 std/d)
Produo acumulada de gs
(106 m3 std)
112,4
2,053764
16.511,442
Utilizando o mtodo de Fetkovich e admitindo que a vazo mdia de produo de gs durante um determinado intervalo de tempo do estudo possa ser representada pela mdia aritmtica das
vazes no incio e no final desse intervalo, calcular, ao final do 19o e do 20o ano:
(a) A presso no contato gs/gua.
(b) O influxo acumulado de gua.
(c) A presso mdia do aqfero.
(d) A produo acumulada de gs.
(e) A vazo de produo de gs.
Respostas:
Tabela 10.12 Resultados da previso de comportamento Problema 10.1
10-61
Ano
Presso no
contato
(kgf/cm2)
Influxo
acumulado
(106 m3)
19o
20o
52,1
48,4
46,783
51,178
Presso mdia
do aqfero
(kgf/cm2)
Produo acumulada de gs
(109 m3 std)
109,5
106,6
17,198
17,769
Vazo de
produo de gs
(106 m3 std/d)
1,710
1,526
Problema 10.2 Considere os dados do reservatrio de leo do Exemplo 10.4. Mostre que, se
houver uma produo adicional (Np) de 138.000 m3 std de leo, a nova presso do reservatrio ser
de 35 kgf/cm2.
Problema 10.3 Um reservatrio de petrleo volumtrico apresenta as caractersticas seguintes:
210 kgf/cm2
150 kgf/cm2
80 oC
15%
desprezveis
0,70
15,9106 m3 std
Tabela 10.13
Presso original.......................................................................
Presso de bolha......................................................................
Temperatura...........................................................................
Saturao de gua conata........................................................
Compressibilidades da rocha e da gua conata........................
Densidade mdia do gs produzido.........................................
Volume original de leo..........................................................
Propriedades dos fluidos..........................................................
Razo de permeabilidades efetivas:
kg
= exp(8,760 14,850S o ) ...........................................
ko
kg
ko
kg
ko
= 0 ...........................................................................
para So 0,85
Bo
2
Rs
1/Bg
3
(kgf/cm )
(m /m std)
(m std/m )
(m std/m3 std)
210
180
150
120
90
60
30
1,425
1,450
1,480
1,455
1,410
1,330
1,210
240
240
240
215
180
135
80
232,6
182,1
132,8
84,9
40,7
o/g
34
39
47
58
79
10-62
A partir dos dados do reservatrio, foi realizado um estudo de previso do seu comportamento utilizando a equao de balano de materiais, desde a presso inicial at a presso de 150
kgf/cm2. Os resultados dessa previso esto mostrados na Tabela 10.14.
Tabela 10.14 Resultados da previso de comportamento Problema 10.3
p
(kgf/cm2)
Np/N
(frao)
So
(frao)
kg/ko
(frao)
R
(m std/ m3 std)
210
180
150
0
0,0190
0,0372
0,85
0,85
240
240
Pede-se complementar o estudo realizado at a presso de 60 kgf/cm2, empregando o mtodo de Tarner e considerando como erro mximo admissvel o valor de 1,0 %, isto ,
erro =
G p
G p
RGO N
G p
mnimo
EBM
100 % 1,0 % .
Resposta:
Tabela 10.15 Resultados do Problema 10.3
Np
N
kgf/cm2
frao
120
0,0860
90
60
G p
EBM
m 3 std
So
kg
ko
G p
RGO
m 3 std
m 3 std
m 3 std
m 3 std
m 3 std
m 3 std
Erro
frao
frao
17,24
0,793
0,0244
467
354
17,27
0,15
0,1263
30,93
0,735
0,1007
1.066
767
30,90
0,10
0,1537
43,24
0,671
0,2981
2.087
1.577
43,20
0,09
m 3 std
10-63
70 oC
23,9%
21,5%
153,1 md
0,768106 m3 std
126 m3 std/m3 std
84,4 kgf/cm2
Tabela 10.16
kg
= exp 17,345( S g ) 0,4694 9,481
ko
Rs
Bo
2
1/Bg
3
(kgf/cm )
(m /m std)
(m std/m std)
(m std/m )
(cp)
(cp)
109
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
1,2178
1,2193
1,2085
1,1973
1,1857
1,1727
1,1603
1,1475
1,1343
1,2707
1,1055
63,81
63,81
58,46
52,99
47,48
41,95
36,42
30,87
25,32
19,77
13,41
90,57
82,05
73,53
65,01
56,49
47,97
39,45
30,93
22,41
13,89
1,56
1,53
1,60
1,67
1,75
1,85
1,97
2,11
2,27
2,45
2,67
0,0147
0,0143
0,0138
0,0134
0,0129
0,0124
0,0120
0,0115
0,0111
0,0106
p
(kgf/cm2)
Np
(10 m3 std)
6
R
(m std/m3 std)
3
fR
(%)
Sg
(%)
SL
(%)
kro
(frao)
10-64
100,0
84,4
80,0
70,0
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,025
0,768
0,933
1,220
1,427
1,587
1,719
1,835
1,942
2,066
63,81
124,00
162,26
264,05
394,00
527,18
656,17
766,00
811,31
765,12
0,18
5,86
7,12
9,31
10,89
12,11
13,12
14,00
14,82
15,77
0
5,5
6,7
9,1
11,1
12,7
14,2
15,6
16,9
18,4
100,0
94,5
93,2
90,9
88,9
87,3
85,8
84,4
83,1
81,6
1,000
0,781
0,735
0,651
0,585
0,536
0,494
0,455
0,416
0,372
FR = 15,77%
10 m3 std/d/poo
1 m3 std/d
7 kgf/cm2
100
0,23 (m3 std/d )/(kgf/cm2)
Tabela 10.18
kro (frao)
100,0
96,0
92,0
88,3
84,6
81,5
77,9
74,8
70,6
65,0
60,0
50,0
1,000
0,835
0,690
0,565
0,460
0,370
0,285
0,230
0,160
0,077
0,060
0,031
10-65
k (B )
o o
IP = ( IP) i ro
,
[
k
(
B
o o )] i
ro
Qo mx
(m3 std/d)
R
(m3 std/ m3 std)
Qo
(m std/d)
10
10
< 10
< 10
2.000
> 2.000
> 2.000
10
10 (2.000/R)
min{Qo mx; 10 (2.000/R)}
Qo mx
2.000
t j (ano) =
(N p ) j (m 3 std )
Qo j (m 3 std / d ) 365 (d / ano) n p
e
n
t n = t j ,
j =1
p
(kgf/cm2)
84,4
80,0
70,0
IP
m 3 std / d
kgf / cm 2
0,173
0,160
0,137
Qo mx
Qo
Qo
(m3 std/d)
(m3 std/d)
(m3 std/d)
(d)
(ano)
10,00
9,32
165
308
0
0,45
1,30
13,39
11,68
8,63
10,00
10,00
8,63
10-66
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,118
0,102
0,089
0,077
0,066
0,055
6,25
4,39
2,94
1,77
0,86
0,16
6,25
4,39
2,94
1,77
0,86
0,16
7,44
5,32
3,66
2,35
1,31
0,51
278
302
361
489
820
2.422
2,06
2,88
3,87
5,21
7,46
14,10
Problema 10.7 Os seguintes dados referem-se a um reservatrio de leo com capa de gs:
Tipo da estrutura ..................................................................................
domo alongado
Presso original do reservatrio ............................................................
120,22 kgf/cm2
Volume original de leo .......................................................................
6,359106 m3 std
Relao entre os volumes de gs na capa e leo na zona de leo (m) ..... 4,0
Temperatura do reservatrio .................................................................
51,7 oC
Saturao de gua conata ......................................................................
15%
Densidade do gs ..................................................................................
0,78
Dados bsicos de PVT ..........................................................................
Tabela 10.21
Razo entre as permeabilidades efetivas ao gs e ao leo ...................... . Eqs. (I) e (II)
(I)
(II)
p
(kgf/cm2)
120,22
98,43
84,37
70,31
56,25
42,18
28,12
14,06
Rs
(m std/ m3 std)
Bo
(m / m3 std)
Bg
(m / m3 std)
o/g
82,29
71,06
63,94
56,28
48,45
40,07
31,35
21,73
1,205
1,180
1,164
1,148
1,131
1,115
1,097
1,075
0,00724
0,00921
0,01106
0,01376
0,01774
0,02448
0,03818
0,08029
113,5
122,0
137,5
163,0
197,0
239,0
284,0
Utilizando o mtodo de Muskat, fazer a previso do comportamento do reservatrio, admitindo injeo de gs com a relao injeo/produo de gs (razo de ciclagem de gs) variando de
0 a 0,9, em incrementos de 0,1. Admitir uma presso de abandono de 3,50 kgf/cm2. Apresentar um
relatrio mostrando resultados e grficos de:
10-67
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
(g)
p
(kgf/cm2)
So
(frao)
R
(m std/ m3 std)
Np
(m3 std)
FR = Np/N
Ginj
(106 m3 std)
Gpd
(106 m3 std)
3,50
0,4459
4.904
2.443.482
0,3843
4.671
4.671
Problema 10.8 Resolva o problema do Exemplo 10.5 para os dois anos subseqentes, isto , para
o 4o e o 5o anos de produo.
Respostas: As respostas do Problema 10.8 esto apresentadas na tabela seguinte, onde N p n = Qotn e
as presses so dadas em kgf/cm2.
tn
tn
n
ano ano
N pn
D
m3
p a n 1
pn1
m3 std
kgf cm 2
We n 1
pn
106 m3
We n
We n
106 m3
106 m3
pa n
126.202
6.730.600
269,5
255,9
5,872
251,4
2,000
7,872
265,5
126.202
8.413.250
265,5
251,4
7,872
247,8
2,007
9,879
261,4
Problema 10.9 Resolva o problema do Exemplo 10.6 para o 4o (quarto) e o 5o (quinto) anos de
produo.
Respostas:
a) Aqufero radial
2
b) Aqufero linear
6
t (ano)
p (kgf/cm )
We (10 m )
p (kgf/cm2)
We (106 m3)
258,03
7,876
120,79
6,693
257,12
9,888
99,02
8,525
10-68
Problema 10.10 Resolva o problema do Exemplo 10.7 para o 4o (quarto) e o 5o (quinto) anos de
produo.
Respostas:
t
tD j
t D j 1
ano
N p (t D j )
We (t D j 1 )
m3 std
106 m3
p D (t D j )
p D (t D j )
p (t D j )
W e (t D j )
kgf/cm2
kgf/cm2
106 m3
130,0
97,5
6.730.600
5,897
2,838
3,846
23,192
258,11
7,917
162,5
130,0
8.413.250
7,917
2,950
3,077
24,158
257,14
9,940
p ( kgf/cm2)
p (kgf/cm2)
We (106 m3)
67,79
213,51
1,464
108,90
140,67
172,40
140,63
3,194
5,027
Problema 10.12 Um reservatrio de leo sem capa de gs est conectado a um aqfero aproximadamente radial e de grande extenso. As propriedades do aqfero so tais que os seguintes
grupos de parmetros foram calculados:
411,2 m 3 /(kgf / cm 2 )
0,164383 d 1
kh .....................................................................................
1.288 md m / cp ,
onde ct a compressibilidade total do aqfero e ro o raio do reservatrio.
As propriedades do reservatrio so:
N = 4.156.757 m3 std
Volume original de leo .........................................................
Presso inicial ........................................................................
pi = 266,74 kgf/cm2
Presso de bolha......................................................................
pb = 259,49 kgf/cm2
Razo de solubilidade inicial ..................................................
Rsi = 160,28 m3 std/ m3 std.
Aos dados de laboratrio foram ajustadas curvas para as seguintes propriedades dos fluidos:
pb p
Bt (m 3 / m 3 std ) = 2,189
+ 0,691369
1,73117 p + 0,0060486 p 2
B g (m 3 / m 3 std ) =
5,615
158,107 + 6,47357 p 0,0052279 p 2
10-69
Tempo de produo
Presso
Np
Rp
RAO
(d)
(kgf/cm2)
(m3 std)
1.216
232,70
175,78
1.338
231,57
472.192
0,50344
179,16
Deseja-se produzir o reservatrio a uma vazo constante de 359 m3std/d por mais 122 dias.
Calcular, usando o mtodo simplificado de Hurst, a presso mdia do reservatrio ao final dos 1.460
dias.
Resposta: 230,1 kgf/cm2
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11.
A NLISE DE C URVAS DE D ECLNIO DE P RODUO
realizao de estudos preliminares ou de rotina, pois a sua aplicao demanda menos tempo que
outros mtodos;
q
a = ai
qi
, 0 n 1,
(11.2)
11-2
Como ai e qi so constantes e a vazo q sempre diminui com o tempo, a menos que sejam feitas
alteraes no sistema, como por exemplo atravs da realizao de operaes de restaurao e/ou
estimulao nos poos, o declnio harmnico apresenta taxas de declnio (a) decrescentes ao longo
do tempo. O declnio harmnico portanto um tipo de declnio extremamente favorvel, que
dificilmente ocorre na prtica, com exceo de certas fases da vida produtiva de reservatrios com
mecanismo de acentuado influxo de gua.
No outro extremo dos valores de n, ou seja, quando n = 0, tem-se um declnio a taxas constantes, tambm chamado de declnio exponencial. Neste caso:
a = ai .
(11.4)
Este , por outro lado, um caso bastante desfavorvel, j que a taxa de declnio permanece constante
e igual inicial. Normalmente ocorre em reservatrios ou poos que produzem sob o mecanismo de
gs em soluo, ou no final da vida produtiva de reservatrios com outros mecanismos de produo.
Reservatrios com este tipo de declnio em geral apresentam baixas recuperaes finais.
Finalmente, se 0 < n < 1, o declnio chamado de hiperblico. Acredita-se que este tipo de
declnio ocorra na maioria dos reservatrios reais.
q
1 dq
= a i
q dt
qi
1
= ai
qi
dt
(11.5)
dq
q ( n +1)
(11.6)
ou
1
q ( n +1) dq = ai
qi
dt .
(11.7)
q=q
q =qi q
( n +1)
1
dq = ai
t =0 qi
dt ,
(11.8)
obtm-se:
q=
qi
(1 + nai t )1 / n
(11.9)
11-3
qi
= 1 + nai t ,
(11.10)
N p = 365qdt ,
(11.11)
365qi
Np =
dt .
1/ n
0 (1 + nai t )
(11.12)
q 1 q
N p = 365 i
1
ai 1 n qi
1 n
(11.13)
onde as vazes so dadas em m3 std/d, a taxa de declnio usada em ano1, o valor de Np obtido
em m3 std e se admite que o ano possua 365 dias.
Usando-se a Eq. (11.9), a Eq. (11.13) tambm pode ser escrita como:
q 1
11 / n
N p = 365 i
1 .
(1 + na i t )
(11.14)
ai n 1
___________________________
Exemplo 11.1 Um poo de petrleo apresenta o histrico de produo mostrado na Tabela 11.1.
Tabela 11.1 Dados de produo do Exemplo 11.1
t (ano)
q ( m 3 std /d )
0
1
2
1 0 0 ,0
7 7 ,0
6 1 ,0
11-4
3
4
5
4 9 ,5
4 1 ,0
3 4 ,5
(q i / q )n
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
t(ano)
q ( m3 std /d )
qi/q
n = 1/3
n = 2/3
n = 1/2
0
1
2
3
4
5
1 0 0 ,0
7 7 ,0
6 1 ,0
4 9 ,5
4 1 ,0
3 4 ,5
1,000
1,299
1,639
2,020
2,439
2,899
1,000
1,091
1,179
1,264
1,346
1,426
1,000
1,190
1,390
1,598
1,812
2,033
1,000
1,140
1,280
1,421
1,562
1,703
11-5
2.00
n = 2/3
(qi /q)n
1.75
n = 1/2
1.50
n = 1/3
1.25
1.00
0
Tempo, t (ano)
Figura 11.1 Grfico (qi / q ) n versus t - Exemplo 11.1.
Parte (b):
Da inclinao da reta da Figura 11.1, cujo valor aproximado de nai = 0,14/ano, calculase:
ai = (nai )
1
1
= 0,14
= 0,28 / ano .
n
1/ 2
Parte (c):
Empregando-se a Eq. (11.9) pode-se escrever que:
q ab =
qi
(1 + nai t ab )1/ n
5=
100
0,28
t ab
1 +
2
N p = 365
1 2
100 1 0,28
___________________________
11-6
t =t
dq
= ai dt ,
q = qi q
t =0
(11.16)
q = qi exp(ai t ) .
(11.17)
ln q = ln qi ai t .
(11.18)
A Eq. (11.18) mostra que no declnio exponencial um grfico de lnq ou de logq versus t resulta em
uma linha reta com coeficiente angular igual a ai. O valor de ai tambm pode ser calculado
tomando-se as coordenadas (treta,qreta) de um ponto sobre a reta ajustada aos dados e aplicando-se a
Eq. (11.18):
q
1
ai =
ln i .
(11.19)
t reta q reta
t =t
t =0
N p = 365qdt =
(11.20)
q q
,
N p = 365 i
ai
(11.21)
onde q a vazo no instante para o qual se deseja calcular a produo acumulada de leo.
___________________________
Exemplo 11.2 Em um campo de petrleo foram observadas as vazes apresentadas na Tabela
11.3:
11-7
Data
q ( m 3 std /d )
0 1 .0 1 .1 9 6 8
0 1 .0 1 .1 9 6 9
0 1 .0 1 .1 9 7 0
0 1 .0 1 .1 9 7 1
0 1 .0 1 .1 9 7 2
3 .6 0 0
3 .4 6 5
3 .3 3 5
3 .2 0 0
3 .0 9 0
Pedem-se:
(a) Verificar se o declnio do campo em estudo do tipo exponencial.
(b) Determinar a taxa de declnio inicial ai.
(c) Estimar a vazo de produo em 01.07.1978.
Soluo:
Parte (a):
Com os dados da Tabela 11.3 constri-se o grfico log q t(ano) da Figura 11.2.
3.60
log(q)
3.55
3.50
Equao da reta:
3.45
Tempo, t (ano)
Figura 11.2 Grfico semi-log - Exemplo 11.2.
Como a curva resultante praticamente uma linha reta, conclui-se que o declnio do campo
exponencial.
Parte (b):
A partir do coeficiente angular da reta ajustada, calcula-se a taxa de declnio como:
ai = 0,01672
ln(10)
= 0,0385 / ano .
log(10)
11-8
Parte (c):
A vazo de produo em 01.07.1978, ou seja, 10,5 anos aps o incio da produo, pode
ser estimada atravs da Eq. (11.17):
q
a = ai
qi
(11.22)
q
1 dq
= ai
q dt
qi
(11.23)
q=
qi
.
1 + ai t
(11.24)
(11.25)
indicando que um grfico de 1/q em funo de t deve resultar em uma linha reta com coeficiente
linear 1/qi e coeficiente angular ai/qi. Portanto, o valor da taxa de declnio inicial determinado pela
multiplicao do coeficiente angular pela vazo inicial:
a
ai = i qi .
(11.26)
qi
t
qi
N p = qdt =
dt ,
0
t =0 1 + ai t
(11.27)
N p = 365
11-9
qi
ln(1 + ai t ) ,
ai
(11.28)
qi qi
ln .
ai q
(11.29)
ou ainda:
N p = 365
___________________________
Exemplo 11.3 Um poo apresenta o histrico de produo mostrado na Tabela 11.4.
Tabela 11.4 Dados de produo do Exemplo 11.3
ano
q ( m 3 std /d )
0
1
2
3
4
5
1 0 0 ,0
7 7 ,0
6 2 ,5
5 2 ,5
4 5 ,5
4 0 ,0
ano
q ( m 3 std /d )
1/q ( m 3 std /d ) 1
0
1
2
3
4
5
1 0 0 ,0
7 7 ,0
6 2 ,5
5 2 ,5
4 5 ,5
4 0 ,0
0,0100
0,0129
0,0160
0,0190
0,0217
0,0250
Com os dados da Tabela 11.5 constri-se o grfico 1/q t(ano) da Figura 11.3.
11-10
0.03
1/q (m 3/dia)
0.02
0.01
Equao da reta:
1/q = 0,003 t + 0,010
0.00
0
Tempo, t (ano)
Figura 11.3 Grfico 1/q t(ano) - Exemplo 11.3.
Como os pontos da figura esto alinhados, conclui-se que o declnio do poo harmnico.
Parte (b):
Da inclinao da reta, cujo valor de 0,003/ano, determina-se:
a
ai = i qi = 0,003 100,0 = 0,30 / ano .
qi
Parte (c):
Substituindo-se a vazo de produo de abandono na Eq.(11.24) resulta:
q ab =
qi
,
1 + ai t ab
ou seja,
2=
100,0
,
1 + 0,30 t ab
11-11
(11.31)
qi t
1 n (qi / q) n 1
onde Np a produo acumulada de leo no instante de tempo t, quando a vazo de produo igual
a q.
A partir da Eq. (11.31), Gentry construiu o grfico da Figura 11.4, onde so mostradas curvas de qi/q versus Np/qit para diferentes valores de n. Deve-se observar que os casos extremos de
n = 0 (declnio exponencial) e n = 1 (declnio harmnico) esto contemplados nessa figura. Portanto,
tomando-se os valores de q e de Np em um determinado instante da vida produtiva do poo ou
reservatrio, pode-se estimar o valor do expoente n usando a Figura 11.4. A taxa de declnio inicial
(ai) pode ento ser determinada atravs da Eq. (11.30). Uma vez determinado o valor de n atravs da
Figura 11.4, pode-se verificar se de fato os dados do histrico de produo obedecem o tipo de
declnio encontrado, construindo-se um dos grficos especficos mencionados nas Sees 11.1, 11.2
e 11.3.
11-12
Figura 11.4 Grfico qi/q versus Np/qit para anlise de curva de declnio (Gentry, 1972). Reproduzida de
Slider, H. C., Worldwide Practical Petroleum Reservoir Engineering Methods, Copyright 1983, com
permisso de PennWell Publishing Company.
11-13
11-14
Figura 11.5 Curva-tipo para anlise de declnio de produo (Fetkovich, 1980). Reproduzida de Slider, H.
C., Worldwide Practical Petroleum Reservoir Engineering Methods, Copyright 1983, com permisso de
PennWell Publishing Company.
11-15
___________________________
Exemplo 11.4 A Tabela 11.6 apresenta os dados de produo de um campo de leo. Durante os
primeiros 20 meses a vazo de produo do campo sofreu um crescimento, passando de 118 m3 std/d
para 232 m3 std/d, devido s sucessivas entradas em produo de novos poos produtores.
Tabela 11.6 Dados de produo (m3 std/d) de um campo produtor de leo - Exemplo 11.4
Ano
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Maio
Jun.
Jul.
Ago.
Set.
Out.
Nov.
Dez.
1970
1971
1972
1973
1974
1975
1976
1977
138
240
220
138
93
86
70
164
243
199
141
103
88
68
166
276
189
121
110
89
69
152
259
178
131
119
83
62
217
240
186
136
113
76
64
202
241
164
135
89
78
65
238
228
168
130
95
81
66
261
240
147
135
84
87
60
118
260
192
165
117
96
80
59
111
246
203
156
110
102
75
64
52
245
218
168
119
93
72
59
45
232
205
134
105
87
69
57
N p nm Produes mensais , onde nm = 365/12 (nmero mdio de dias por ms). Portanto, N p (365 / 12) 9.288 = 282.510 m 3 std .
Com os valores de Np/(tqi) = 0,5375 e qi/q = 4,21 obtm-se da Figura 11.4: n 0 declnio exponencial.
Parte (b):
Como o grfico de Gentry (Figura 11.4) indica que o declnio deve ser exponencial, a sua
verificao pode ser feita construindo-se um grfico log q versus t a partir dos dados de produo.
Admitindo, para efeito de simplificao, que os valores de q da Tabela 11.6 possam ser atribudos
aos primeiros dias de cada ms, foi construdo o grfico semi-log da Figura 11.6. Essa figura mostra
11-16
que de fato os pontos podem ser considerados alinhados sobre uma reta, confirmando que o declnio
da produo do campo do tipo exponencial.
q (m3std/ms)
1E+3
100
10
Jan-72
Jan-73
Jan-74
Jan-75
Jan-76
Jan-77
Jan-78
Jan-79
Tempo
Figura 11.6 Grfico log q versus t para verificao de declnio exponencial - Exemplo 11.4.
Parte (c):
Com os valores da relao qab /qi = 0,0208 e n = 0, obtm-se da Figura 11.5: aitab 3,8.
Para t = 6 anos (31/12/77): q/qi = 57/240 = 0,2375.
Da Figura 11.5 estima-se que ait 1,5 ai 6 1,5 ai 0,25.
Parte (d):
Do grfico construdo (Figura 11.6): ai = 0,257 ano1. Aplicando-se a equao do declnio
exponencial, Eq.(11.17):
q ab = qi exp( ai t ab ) 5 = 240 exp(0,257 t ab ) tab = 15,06 anos.
Ento, o campo deveria ser abandonado no final de janeiro de 1987.
___________________________
11-17
q = qi (1 + nai t )1 / n .
(11.32)
nai = 0,033 ms 1
nai = 0,067 ms 1
nai = 1,000 ms 1
q (m3std/ms)
1E+4
1E+3
100
1
10
1+ nai t
100
1E+3
Os valores de q so dados sintticos, gerados com a expresso da vazo para o declnio hiperblico, Eq. (11.9), utilizando-se n = 0,5 e ai = 0,133 ms1, ou seja, nai = 0,067 ms1. Foram
realizadas trs tentativas, escolhendo-se para nai os seguintes valores: 0,033; 0,067 (correto) e 1.
Conforme se pode observar, os valores de nai = 0,033 e de nai = 1 resultaram em curvas com
11-18
concavidades opostas, enquanto a soluo correta do problema (nai = 0,067) produziu uma linha
reta. Do coeficiente angular obtm-se n = 0,5 e ai = 0,067/0,5 = 0,13 ms1.
Slider (1983) apresentou outra forma de se linearizar a equao do declnio hiperblico.
Multiplicando o numerador e o denominador da Eq. (11.9) pela expresso (nai)1, rearranjando os
termos e tomando o logaritmo de ambos os lados, obtm-se:
1
log q = log qi (nai ) 1 / n log (nai ) 1 + t .
(11.34)
n
Neste caso um grfico de log q contra log[(nai ) 1 + t ] deve resultar em uma linha reta com
coeficiente angular 1/n. A Figura 11.8 mostra a aplicao do mtodo com os mesmos dados do
exemplo anterior. Novamente uma reta obtida quando nai = 0,067 ms1, que a soluo correta,
utilizada para simular o comportamento de declnio hiperblico.
1E+5
q (m3std/ms)
1E+4
1E+3
nai = 0,033 ms 1
nai = 0,067 ms1
nai = 1,000 ms 1
100
1
10
100
1E+3
[(nai ) + t ] ( ms)
Figura 11.8 Determinao de n e de ai usando grfico log-log.
11.7. Problemas
Problema 11.1 Um poo completado em um reservatrio de leo foi colocado em produo com
vazo de 100 m3 std/d. Verificou-se que o seu comportamento seguia o declnio hiperblico com
taxa de declnio inicial ai = 0,28/ano e expoente de declnio n = 0,5. Aps 5 anos de produo o
mesmo foi estimulado, passando a produzir 50 m3 std/d.
11-19
Admitindo que aps a estimulao o poo continue seguindo um declnio hiperblico com
n = 0,5, que o volume de leo mvel no seja alterado pela estimulao do poo e que a vazo de
abandono seja de 6 m3 std/d, determinar o tempo adicional (tempo que ainda falta) para o abandono
do poo.
Obs.: Volume de leo mvel o volume mximo de leo passvel de ser produzido, ou seja,
o volume que poderia ser produzido se o poo fosse abandonado somente quando atingisse uma
vazo nula de produo.
Resposta: 15,85 anos
Problema 11.2 Um poo, produzindo com declnio exponencial, apresentava uma vazo de 100
m3 std/d h 36 meses. Atualmente produz 40 m3 std/d. Se a vazo de abandono for de 3 m3 std/d,
calcular:
(a) A taxa anual de declnio.
(b) O tempo de abandono, medido a partir do incio da produo.
(c) A reserva de leo na regio de influncia do poo.
Respostas:
(b) 11,5 anos
( c ) 44.279 m 3 std
(a) 0 , 3 0 5 a n o 1
Problema 11.3 A Tabela 11.7 refere-se aos dados de produo de um poo de petrleo.
Tabela 11.7 Histrico de produo - Problema 11.3
Data
Produo ( m 3 std / d )
01.01.1976
01.01.1977
01.01.1978
01.01.1979
01.01.1980
01.01.1981
01.01.1982
01.01.1983
01.01.1984
215
160
118
88
64
48
36
27
20
Pedem-se:
(a) Caracterizar o tipo de declnio e determinar ai e n.
(b) Que grfico voc deveria construir para confirmar a resposta do item a? Mostre como, a partir
desse grfico, voc obteria os parmetros desejados.
(c) Determinar o tempo adicional para o abandono do poo, sabendo que a vazo de abandono de
5 m3 std/d.
(d) Calcular a produo acumulada adicional ( N p ) que se pode esperar desse poo.
Respostas:
(b) lnq versus t
(a) declnio exponencial (n = 0) com ai = 0,297/ano
(c) tadicional = 4,67 anos
11-20
Data
Produo ( m 3 std / d )
01.01.1970
01.07.1970
01.01.1971
01.07.1971
01.01.1972
01.07.1972
01.01.1973
01.07.1973
01.01.1974
01.07.1974
01.01.1975
01.07.1975
01.01.1976
154,5
85,9
53,2
36,4
26,2
19,9
15,6
12,6
10,4
8,8
7,5
6,4
5,6
Pedem-se:
(a) Realizar uma anlise completa da curva de declnio, ou seja, caracterizar o tipo de declnio.
( b ) Determinar o tempo adicional para o abandono do referido poo, cuja vazo de abandono
estimada em 1,5 m 3 std / d .
(c) Calcular a produo acumulada adicional (Np) que poder ser obtida desse poo.
(d) Calcular qual ser a vazo do poo quando faltarem dois anos para o seu abandono.
Respostas:
(a) declnio hiperblico com n = 0,5
3
Problema 11.5 A Tabela 11.9 refere-se aos dados de produo de um poo de petrleo.
Tabela 11.9 Histrico de produo - Problema 11.5
Data
Produo ( m 3 std / d )
01.01.1973
01.01.1974
01.01.1975
01.01.1976
01.01.1977
01.01.1978
01.01.1979
01.01.1980
125
101
84
70
59
50
44
38
01.01.1981
01.01.1982
01.01.1983
11-21
33
29
26
Pedem-se:
(a) Caracterizar o tipo de declnio, utilizando os grficos de Gentry e de Fetkovich, bem como os
grficos especficos para cada tipo de declnio.
(b) Determinar o tempo adicional para o abandono do referido poo, sabendo que a vazo de
abandono de 10 m3 std/d.
(c) Calcular a produo acumulada adicional que se pode esperar desse poo.
Respostas:
( a ) Declnio hiperblico com n = 0,4 e ai = 0,2193 ano1
( b ) 9,91 anos
( c ) 58.997 m3 std
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Analticos. Rio de Janeiro, Editora Intercincia, 2001.
Slider, H. C.: Worldwide Practical Petroleum Reservoir Engineering Methods. Tulsa, Oklahoma,
USA, PennWell Publishing Company, 1983.
Livro
0-22
Figura
Pgina
8-9
535
8-10
537
12.
S IMULAO N UMRICA DE R ESERVATRIOS
Os simuladores de sistemas podem ser classificados entre fsicos e matemticos. Os simuladores fsicos so, por exemplo, os simuladores analgicos, os modelos reduzidos e os prottipos.
Os simuladores matemticos podem ser subdivididos em analticos e numricos. Como exemplos de
simuladores analticos podem ser citados a soluo do modelo da fonte linear (Captulo 3), a
equao de balano de materiais (Captulos 7 e 8), as curvas de declnio (Captulo 11) e o modelo de
Buckley-Leverett (Captulo 14).
A simulao numrica um dos mtodos empregados na engenharia de petrleo para se
estimar caractersticas e prever o comportamento de um reservatrio de petrleo, a exemplo das
tcnicas de previso de comportamento baseadas em balano de materiais, nas curvas de declnio e
na teoria de Buckley-Leverett. Na verdade os mtodos baseados na equao de balano de materiais
constituem-se em modelos numricos simplificados, chamados de modelos tanques ou de dimenso zero, j que o reservatrio considerado uma caixa, onde as propriedades da rocha e dos
fluidos, bem como a presso, assumem valores mdios uniformemente distribudos. Os simuladores
numricos de reservatrios so geralmente conhecidos como simuladores numricos de fluxo,
devido ao fato de que so utilizados para se estudar o comportamento do fluxo de fluidos em
reservatrios de petrleo empregando uma soluo numrica.
1
Boa parte do material contido nas Sees 12.1, 12.2 e 12.3 foi gentilmente cedido pelo engenheiro de petrleo da
Petrobras, Dr. Alberto Sampaio de Almeida.
12-1
12-2
b) Modelo composicional
O tratamento matemtico de um modelo composicional considera no somente a presso e
a temperatura do reservatrio, mas tambm as composies das diversas fases eventualmente
presentes no meio poroso. Neste caso, a fase leo no mais admitida como sendo formada por um
nico componente, como no modelo black oil, mas sim pelos vrios hidrocarbonetos que compem o leo, tais como C1, C2, C3, etc. Na prtica, como normalmente muito grande o nmero de
hidrocarbonetos presentes em um determinado leo ou gs, costuma-se agrupar diversos desses
componentes, formando um grupo chamado de pseudocomponente. Por exemplo, o leo de um
reservatrio poderia ser representado por trs pseudocomponentes: C1, C2-C6 e C7+. Isso significa
que os hidrocarbonetos C2, C3, C4, C5 e C6 estariam representados pelo pseudocomponente C2-C6,
enquanto os componentes com pesos moleculares maiores que o do C6 estariam englobados no
pseudocomponente C7+. O objetivo dessa simplificao reduzir o tempo computacional que um
tratamento mais rigoroso exigiria, eventualmente tornando impraticvel a utilizao do modelo.
c) Modelo trmico
O chamado modelo trmico utilizado quando necessrio considerar os efeitos de variaes da temperatura no interior do reservatrio, como por exemplo no caso em que estudada a
aplicao de um mtodo trmico de recuperao secundria2 (injeo de vapor, injeo de gua
quente, combusto in situ). Os modelos trmicos, devido ao fato de tratarem situaes complexas,
so necessariamente composicionais.
12-3
b) Bidimensional
Um simulador numrico bidimensional simula o fluxo em duas dimenses. Neste caso o
simulador pode representar um fluxo horizontal (x y) (conforme exemplifica a Figura 12.2), um
fluxo vertical (x z) ou um fluxo radial (r z).
c) Tridimensional
No caso de um simulador numrico tridimensional admite-se que o fluxo de fluidos no
meio poroso ocorra nas trs direes: x, y e z. Uma ilustrao de um simulador tridimensional pode
ser vista na Figura 12.3.
12-4
Hipteses
No
Formulao
das equaes
matemticas
Soluo das
equaes
matemticas
Anlise
da
soluo
Vlida?
Sim
A primeira etapa consiste em se formular o problema fsico que se deseja representar matematicamente. Em seguida so feitas as suposies e simplificaes compatveis com o grau de sofisticao
que se espera do modelo. Formulam-se ento as equaes matemticas que descrevem o problema
fsico desejado, considerando-se as hipteses adotadas. O passo seguinte a resoluo das equaes
e a anlise da soluo obtida. Verifica-se ento a validade do simulador atravs da calibrao com
uma soluo existente. Por exemplo, comparam-se os resultados obtidos do simulador numrico
com solues analticas, com resultados reais ou com resultados obtidos de modelos fsicos de
laboratrio (dados experimentais). Caso a validade seja verificada, o simulador estar pronto para se
simular o fenmeno desejado. Caso contrrio, volta-se para um novo ciclo em que so novamente
analisadas as hipteses adotadas ou at a conceituao do modelo fsico.
No caso de se desejar construir um simulador numrico para o estudo de reservatrios de
petrleo, o modelo fsico o escoamento de fluidos (gua, gs, leo ou outro fluido qualquer) em
meios porosos. Vrias so as suposies e hipteses simplificadoras possveis de serem adotadas:
meio poroso homogneo e isotrpico, efeitos gravitacionais desprezveis, fluxo unidimensional,
fluxo bidimensional, etc.
As equaes que descrevem qualquer processo fsico so formuladas atravs da(o):
12-5
=
v s v s2 ,
(12.3)
ds k s
b) Transferncia de calor
Em alguns processos estudados na engenharia de petrleo, conforme ser discutido no Captulo 15, por exemplo, deseja-se considerar o fenmeno de transferncia de calor no meio poroso.
Nesse caso pode ser necessria a utilizao de uma ou mais das leis que regem esse fenmeno:
Conduo
Durante o fenmeno de conduo o fluxo de calor dado pela chamada lei de Fourier:
T
q s = k
,
(12.4)
s
onde T a temperatura e k a condutividade trmica do meio.
12-6
Conveco
No transporte de calor por conveco o fluxo expresso por:
qs = c p v s (T To ) ,
(12.5)
a) Fluidos
Para os fluidos normalmente empregada como equao de estado uma lei que relaciona a
massa especfica com a presso. Essa relao geralmente obtida atravs da equao da compressibilidade.
Lquidos
No caso dos lquidos, alm da definio geral da compressibilidade isotrmica de um fluido,
c=
1 V 1
=
,
V p p
(12.6)
onde a massa especfica, podem ser usadas ainda algumas relaes vlidas para situaes
particulares:
= 0 e c ( p p0 ) ,
(12.7)
= 0 [1 + c( p p0 )] .
(12.8)
Gases
Neste caso aplica-se a chamada lei dos gases, segundo a qual a massa especfica relacionase com a presso (p), a massa molecular (M), o fator de compressibilidade (Z), a constante universal
dos gases (R) e a temperatura (T):
Gs real
pM
.
ZRT
(12.9)
pM
.
RT
(12.10)
Gs ideal
Vide Captulo 1.
12-7
b) Slidos
Para representar o comportamento da rocha utiliza-se a equao da chamada compressibilidade efetiva:
1
cf =
,
(12.11)
dp
onde cf a compressibilidade efetiva da formao e a porosidade.
Alm das equaes citadas nesta seo, outras podem ser utilizadas para representar fenmenos especficos que se deseje simular (injeo de vapor, injeo de polmeros, etc.).
Combinando-se as equaes correspondentes s leis bsicas, aos fenmenos de transporte
envolvidos no processo e s equaes de estado apropriadas, obtm-se uma equao diferencial
parcial4 que rege o comportamento das variveis dependentes em funo das variveis independentes e dos parmetros do sistema. Essa equao diferencial parcial normalmente no-linear, sendo
ento resolvida por mtodos numricos, da a denominao de simulao numrica de reservatrios.
Na maioria dos simuladores numricos comerciais as equaes diferenciais do problema
so resolvidas utilizando-se a tcnica das diferenas finitas, que ser apresentada na Seo 12.4.
Vide Captulos 3 e 4.
12-8
Anlise do comportamento
do reservatrio
Informaes sobre
propriedades da
Determinao do melhor
esquema de desenvolvimento
do campo
Simulador
Informaes
Determinao do efeito de
espaamento na recuperao
final
numrico de
geolgicas
reservatrios
Melhoria do conhecimento da
geologia do reservatrio
a produo e
a completao
Simulao de modelos
fsicos de laboratrio
Coleta e
preparao
de dados
Dados de
geologia
Dados de
rocha e
fluido
Modelo
numrico
Dados de
produo e
completao
Lanamento
do grid
Digitalizao
dos dados
Ajuste de
histrico
12-9
As linhas da malha precisam estender-se por todo o reservatrio e cada clula identificada pelas suas coordenadas x, y e z. Para cada clula em que foi dividido o reservatrio devem ser
fornecidos os dados necessrios para compor o modelo numrico, tais como porosidade, permeabilidade, espessura, etc. Assim, o modelo numrico contm todas as informaes necessrias para
alimentar o simulador numrico de fluxo, isto , para rodar o simulador.
12-10
permeabilidade relativa, porosidade, etc., so variados de uma simulao para outra at que o ajuste
seja considerado adequado.
Se os dados fornecidos do reservatrio forem adequados, provavelmente um bom ajuste de
histrico ser obtido e o modelo poder ser usado para se efetuar previses confiveis em relao ao
seu comportamento futuro. Se os dados forem incompletos ou suspeitos o modelo numrico poder
ser usado somente para uma comparao semi-quantitativa de resultados dos diferentes modos de
operao do reservatrio. De qualquer maneira, a preciso da simulao poder ser melhorada pelo
ajuste do histrico.
12.3.4. Extrapolao
Ajustado o histrico, a prxima etapa seria a utilizao do modelo para se prever o comportamento futuro do reservatrio. Nessa previso podem ser impostas vazes para todos os poos
ou para o campo como um todo. Pode-se tambm impor que os poos produziro com determinadas
presses de fluxo, obtendo-se ento as suas vazes atravs do uso do modelo numrico alimentado
no simulador de fluxo. Pode-se ainda impor que uma vazo seja mantida at que a presso caia
abaixo de um certo ponto, quando ento iniciado um projeto de injeo de gua ou de gs. Enfim,
vrios esquemas de explotao podem ser avaliados, e uma anlise econmica pode ser feita com os
resultados, de forma que se possa decidir pelo esquema timo de produo.
Convm salientar, no entanto, que o comportamento do reservatrio influenciado por diversos fatores, tais como: permeabilidade, porosidade, espessuras, saturaes, permeabilidades
relativas, etc., cujos dados conhecidos podem no ser representativos de todo o reservatrio. Assim,
possvel que uma combinao desses fatores resulte em um ajuste de histrico satisfatrio, sem que
ela seja nica e represente as verdadeiras condies do reservatrio. Esse problema de nounicidade de soluo semelhante ao que foi discutido no Captulo 9, quando foi apresentada a
questo de ajuste de histrico utilizando a equao de balano de materiais. Portanto, quando um
modelo numrico, aps um ajuste de histrico, usado para se prever a performance futura de um
reservatrio, no significa que a previso fornecer resultados prximos do comportamento real. Em
geral, quanto mais longo o histrico, mais digna de confiana a previso. Devido questo de nounicidade de soluo nos problemas inversos, necessria uma verificao peridica da simulao
realizada.
A Tabela 12.1 apresenta as etapas do desenvolvimento de um estudo de reservatrio, bem
como alguns dos dados necessrios para a realizao do estudo atravs de um modelo numrico.
Tabela 12.1 Etapas do desenvolvimento de um estudo de reservatrio
12-11
5
Boa parte do material contido na Seo 12.4 foi gentilmente cedido pela engenheira de petrleo da Petrobras, Maria de
Lourdes Ferreira.
12-12
p(x)
p(xi)
xi
Se p(x) e todas as suas derivadas existem no ponto xi, ento para qualquer x nas vizinhanas de xi,
p(x) pode ser escrita como uma srie de Taylor:
p ( x) = p ( xi ) + ( x xi )
dp
dx
xi
( x xi ) 2 d 2 p
2!
dx 2
xi
( x xi )3 d 3 p
3!
dx 3
xi
+ ... .
(12.12)
Seja xi+k um valor genrico de x nas vizinhanas do ponto xi, tal que xi+k = xi + kx, onde x
> 0 um intervalo escolhido e k um nmero inteiro. Sejam tambm as seguintes notaes:
p i + k = p ( xi + k )
(12.13)
dp
dx
d2p
(12.14)
x , ... .
dx 2 i
Ser denominado discretizao da funo p(x) o processo em que tanto o domnio quanto a imagem
da funo passam de contnuos para discretos. Esse processo equivale a substituir a Figura 12.8 pela
Figura 12.9,
pi = p ( xi ) =
xi ,
pi = p( xi ) =
12-13
p
pi+2
pi+1
pi
pi- 1
pi- 2
xi- 2
xi- 1
xi
xi+1
xi+2
( k x ) 2
( k x ) 3
pi +
pi + ... .
2!
3!
(12.15)
Particularmente nos pontos xi+1 e xi1 a Eq. (12.15) dada, respectivamente, por:
pi +1 = pi + ( x) pi +
( x ) 2
( x ) 3
pi +
pi + ...
2!
3!
(12.16)
pi 1 = pi (x ) pi +
( x ) 2
( x ) 3
pi
pi+ ... .
2!
3!
(12.17)
a) Derivada primeira
Para o clculo da derivada primeira atravs de diferenas finitas sero consideradas as formas ascendente, descendente e central.
Forma ascendente
12-14
pi +1 pi (x )
( x ) 2
(12.18)
pi
pi ... .
x
2
6
Desprezando-se os demais termos, exceto a diferena finita propriamente dita, ou seja, truncandose a Eq. (12.18) e resumindo-a ao primeiro termo, obtm-se:
p pi
(12.19)
( pi )* = i +1
,
x
pi =
onde ( pi )* uma aproximao para a derivada primeira, dp/dx, em termos de diferenas finitas.
Aps a formulao da aproximao da derivada por diferena finita podem ser observados
4 conceitos fundamentais:
Lembrando-se da definio de derivada:
p ( x) p( x i )
dp
xi = lim
x
x
dx
x xi
i
(12.20)
pi +1 pi
(12.21)
,
x 0
x
observa-se que a aproximao dada na Eq. (12.19) consiste em se fazer x um valor finito.
pi = lim
O valor de ( pi ) * na Eq. (12.19) ser uma aproximao tanto melhor de pi na Eq. (12.21)
quanto menor for o intervalo x considerado.
Diz-se que a Eq. (12.19) uma aproximao de pi na forma ascendente porque foi obtida da
Eq. (12.16), onde p(x) foi expandida no sentido ascendente dos valores de x.
(x) = pi ( pi ) * =
( x )
( x ) 2
pi
pi ... ,
2
6
(12.22)
onde definido como sendo o erro de truncamento, ou seja, a diferena entre o valor exato da
derivada primeira e a sua aproximao. Se x for suficientemente pequeno, os termos da srie dada
na Eq. (12.22) sero decrescentes em valor absoluto e ter a ordem de grandeza do primeiro
termo. Diz-se ento que o erro de truncamento de 1a ordem ou da ordem de x, ou seja, = x e a
Eq. (12.18) pode ser escrita na forma:
p pi
(12.23)
pi = i +1
+ (x ) .
x
Forma descendente
A partir da Eq. (12.17) pode-se explicitar o valor de pi :
pi =
pi pi 1
+ ( x ) ,
x
(12.24)
x
( x ) 2
pi
pi+ ... .
2
6
(12.25)
onde:
( x) =
12-15
A Eq. (12.24) a representao de pi na forma descendente, uma vez que a expresso original, Eq. (12.17), refere-se expanso em srie de Taylor usando valores de x inferiores a xi. O
erro de truncamento nesse caso tambm da ordem de x, conforme se observa pela Eq. (12.25).
Forma central
Se nas Eqs. (12.16) e (12.17) forem acrescidos os dois prximos termos e posteriormente
uma equao for subtrada da outra, obter-se-:
pi +1 p i 1 = 2xpi + 2
( x ) 3
(x ) 5
pi+ 2
pi + ... .
3!
5!
(12.26)
Explicitando pi fornece:
pi =
pi +1 pi 1
+ [(x) 2 ] ,
2 x
(12.27)
onde:
( x ) 2
( x) 4
(12.28)
pi
pi ... .
6
120
A Eq. (12.27) a aproximao de pi na forma central, cujo erro de truncamento dado pela Eq. (12.28) de 2a ordem. Esta representao portanto mais precisa que as formas ascendente
ou descendente, j que estas ltimas apresentam erro de 1a ordem. Contudo, a forma central nem
sempre a mais indicada, conforme ser discutido posteriormente. A preferncia por uma ou outra
forma de soluo muitas vezes depende do problema particular que est sendo estudado.
[(x) 2 ] =
b) Derivada segunda
A soma algbrica das Eqs. (12.16) e (12.17), acrescidas de mais um termo, produz:
pi +1 + p i 1 = 2 pi + (x) 2 pi +
( x ) 4
pi+ ... ,
12
(12.29)
pi =
pi +1 2 pi + p i 1
( x ) 2
+ [(x ) 2 ] .
(12.30)
A Eq. (12.30) fornece uma aproximao central para a 2a derivada em termos de diferenas finitas,
com um erro de truncamento de 2a ordem.
c) Casos especiais
As formas de aproximao vistas at agora encontram ampla utilizao em um grande nmero de problemas prticos. No entanto, em alguns casos necessrio encontrar formulaes que
satisfaam caractersticas particulares do problema. Um exemplo, relativamente comum na prtica,
pode ser ilustrado com os valores da funo p(x) mostrados na Tabela 12.2.
Tabela 12.2 Valores da funo p(x)
p(x)
0,90
1,00
2,4596
2,7183
1,11
12-16
3,0344
Admita que se deseja calcular a derivada primeira p no ponto x = 1,00. Observa-se que os pontos
no esto igualmente espaados em relao varivel independente x. Tomando xi = 1,00 tem-se:
x i 1 = xi x1
(12.31)
x i +1 = xi + x2 ,
(12.32)
onde x1 x2. Para esta configurao pode-se escrever, a partir da Eq. (12.15):
pi +1 = pi + ( x2 ) pi +
( x 2 ) 2
( x 2 ) 3
pi +
pi + ...
2!
3!
(12.33)
pi 1 = pi (x1 ) pi +
(x1 ) 2
(x1 )3
pi
pi+ ... .
2!
3!
(12.34)
Multiplicando a Eq. (12.33) por 1/(x2)2 e a Eq. (12.34) por 1/(x1)2, subtraindo a primeira da
segunda e explicitando pi obtm-se:
1
1
1
pi +1 +
p
pi 1
2
2 i
( x 2 )
(x2 )
(x1 ) 2
( x1 )
pi =
+ [(x1 )(x2 )]
1
1
x1 x2
1
(12.35)
ou ainda:
pi =
x
x1
x
x
pi +1 + 2 1 pi 2 pi 1
x2
x
x1
2
1
x1 + x2
+ [(x1 )(x2 )] .
(12.36)
Observe-se que, para x1 = x2, a Eq. (12.36) reduz-se Eq. (12.27). Substituindo os dados da
Tabela 12.2 na Eq. (12.36) fornece como resultado pi = 2,7235 . Considerando que os dados da
Tabela 12.2 foram gerados com a funo p(x) = ex, a resposta exata pi = 2,7183 para x = 1,00.
Uma outra questo particular refere-se ao grau de preciso que pode ser obtido com uma
determinada aproximao. Em outras palavras, deseja-se saber como fazer para reduzir os erros de
truncamento sem reduzir o tamanho dos intervalos x, admitindo que sejam todos do mesmo
tamanho. Fazendo x = xi 2 e tomando k = 2 na Eq. (12.15) pode-se escrever que:
4
2
.
pi + 2 = pi + 2xpi + 2(x ) 2 pi + (x) 3 pi+ (x) 4 pi...
(12.37)
3
3
e
4
2
.
pi 2 = pi 2xpi + 2(x ) 2 pi (x) 3 pi+ (x) 4 pi...
(12.38)
3
3
Combinando as Eqs. (12.16), (12.17), (12.37) e (12.38) podem ser obtidas as expresses:
p i + 2 +8 pi +1 8 pi 1 + pi 2
(12.39)
pi =
+ [(x) 4 ]
12x
12-17
pi =
p i + 2 +16 pi +1 30 pi + 16 pi 1 pi 2
12(x ) 2
+ [(x ) 4 ] .
(12.40)
As Eqs. (12.39) e (12.40) so alternativas para o clculo das derivadas 1a e 2a, com menores erros de
truncamento que as formulaes anteriormente apresentadas. A sua utilizao, contudo, muito
restrita, por acarretar aumento substancial do trabalho computacional. A Tabela 12.3 apresenta
vrias alternativas para a aproximao de derivadas por diferenas finitas.
Tabela 12.3 Alternativas para a aproximao de derivadas por diferenas finitas
Derivada 1a
pi +1 pi
+ (x)
x
p pi 1
p( xi ) = i
+ (x)
x
p pi 1
p( xi ) = i +1
+ [(x) 2 ]
2x
p( xi ) =
pi + 2 + 4 pi +1 3 pi
+ [(x) 2 ]
2x
3 p 4 pi 1 + pi 2
p( xi ) = i
+ [(x) 2 ]
2x
pi + 2 + 8 pi +1 8 pi 1 + pi 2
p( xi ) =
+ [(x) 4 ]
12x
p( xi ) =
Derivada 2a
p( xi ) =
p( xi ) =
p( xi ) =
p( xi ) =
p( xi ) =
p( xi ) =
pi + 2 2 pi +1 + pi
(x) 2
pi 2 pi 1 + pi 2
(x) 2
pi +1 2 pi + pi 1
2
+ (x)
+ (x)
+ [(x) 2 ]
(x)
pi +3 + 4 pi +2 5 pi +1 + 2 pi
(x) 2
2 pi 5 pi 1 + 4 pi 2 pi 3
(x)
+ [(x) 2 ]
+ [(x) 2 ]
pi + 2 + 16 pi +1 30 pi + 16 pi 1 pi 2
12(x) 2
+ [(x) 4 ]
12-18
p ( xi + k , t n + m ) = p i + k , n + m
p
x
xi ,tn
= x pi ,n ,
p
t
xi ,tn
= t pi ,n ,
2 p
x 2
xi ,tn
= 2x pi ,n ,
, etc.
(12.42)
xi ,tn
= 2t pi ,n ,
, etc. ,
(12.43)
2 p
t 2
(12.41)
(12.44)
(12.45)
(12.46)
12-19
mente distribuda, cujo valor pi. Em um dado instante, digamos t = 0, as presses nas suas duas
extremidades so reduzidas e mantidas num valor igual a po. Deseja-se conhecer a evoluo do perfil
de presso no meio poroso aps esse instante.
Soluo:
2 p
x
1 p
,
t
(12.47)
p ( x ,0 ) = p i , 0 < x < L .
(12.48)
Condies de contorno
As extremidades do meio poroso esto sempre presso po em qualquer instante t 0:
p (0, t ) = p o , t 0
C. C.:
.
(12.49)
p ( L, t ) = po , t 0
c) Variveis adimensionais
O presente problema foi formulado inicialmente em termos literais, o que incompatvel
com o mtodo de soluo por diferenas finitas (numrico). O uso de variveis adimensionais um
recurso conveniente, pois permite quantificar cada varivel (como frao de uma grandeza de
referncia) e resolver o problema sem atribuio de valores. Assim, definem-se as seguintes variveis adimensionais:
x
Distncia adimensional: x D = , 0 x L ou 0 x D 1
(12.50)
L
p po
p D o = 0
Presso adimensional:
pD =
, pi p o ou
(12.51)
pi p o
p D i = 1
t
Tempo adimensional: t D = 2 , t 0 ou t D 0 .
(12.52)
L
Substituindo as Eqs. (12.50), (12.51) e (12.52) na Eq. (12.47) resulta na equao da difusividade hidrulica na forma adimensional:
Vide Captulo 3.
2 pD
x D2
12-20
p D
.
t D
(12.53)
0
xD0
xD
xD1
xD2
xD3
xD4
Tempo
Tomando-se t D 0 = 0 e tD como sendo o intervalo escolhido, define-se t D n+1 = t D n + t D ,
onde n 0.
Presso
Define-se p D i ,n = p D ( x D i , t D n ) .
p D i ,0 = 1, 1 i 3
(12.54)
C. C.:
p D 0,n = 0, n 0
.
p D 4,n = 0, n 0
(12.55)
2xD p D i ,n = t D p D i ,n .
(12.56)
12-21
O prximo passo escrever a Eq. (12.56) em termos de diferenas finitas. Contudo, existem mais de uma maneira de faz-lo, j que existem diversas formas de aproximao para as
derivadas. Cada uma dessas maneiras imprimir caractersticas distintas ao mtodo de soluo e aos
resultados finais. Por isso, cada uma dessas maneiras ser estudada separadamente.
Mtodo explcito
O chamado mtodo explcito pode ser obtido adotando-se as seguintes caractersticas:
p D i ,n+1 p D i ,n
t D
(12.57)
n+1
incgnitas (futuro)
nveis
de
tempo
n
O
i1
O
i
posies
valores conhecidos
(condio inicial)
i+1
A Eq. (12.57) envolve trs valores conhecidos e apenas uma incgnita, p D i ,n+1 , que pode
ento ser explicitada, da a denominao de mtodo explcito:
t D
p D i ,n +1 =
( p D i +1,n 2 p D i ,n + p D i 1,n ) + p D i ,n .
( x D ) 2
(12.58)
Denominando:
=
t D
( x D ) 2
1
p D i ,n +1 = p D i 1,n 2 p D i ,n + p D i +1,n .
(12.59)
(12.60)
O nvel de referncia n = 0 (condio inicial). A Eq. (12.60) pode ser escrita para cada i,
com n = 0. Assim, os valores de p D i ,1 podem ser calculados explicitamente:
i = 1:
i = 2:
i = 3:
1
p D1,1 = p D 0,0 2 p D1,0 + p D 2,0
1
p D 2,1 = p D1,0 2 p D 2,0 + p D 3,0
12-22
(12.61)
1
p D 3,1 = p D 2,0 2 p D 3,0 + p D 4,0 .
No necessrio escrever as equaes para i = 0 e i = 4, pois p D 0,n e p D 4,n j foram fixados pelas
condies de contorno.
Pode-se agora escolher tD, calcular e resolver o sistema de equaes (12.61). Determinados os valores de p D i ,1 , passa-se ao nvel de tempo n = 1. Pode-se ento escrever a Eq. (12.60)
para cada i, com n = 1, e atingir o nvel de tempo n +1 = 2, e assim por diante at o nvel de tempo
desejado no estudo.
Quanto escolha do valor de tD, algumas questes surgem nesse momento: que valor de
tD escolher? Que influncia o valor de tD ter na soluo? A Tabela 12.4 apresenta trs solues
distintas, com tD variando de zero a 0,1875 em intervalos de 1/64, 2/64 e 3/64, respectivamente.
12-23
Soluo
(I)
xD
1
4
tD
1
64
t D
(xD )2
0,25
(II)
1
4
2
64
0,50
(III)
1
4
3
64
0,75
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
tD
0,000000
0,015625
0,031250
0,046875
0,062500
0,078125
0,093750
0,109375
0,125000
0,140625
0,156250
0,171875
0,187500
0,000000
0,031250
0,062500
0,093750
0,125000
0,156250
0,187500
0,000000
0,046875
0,093750
0,140625
0,187500
pD i, n
i=0
i=1
i=2
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
1,00000
1,00000
1,00000
0,87500
0,75000
0,64062
0,54687
0,46679
0,39843
0,34008
0,29028
0,24777
0,21148
0,18051
1,00000
0,75000
0,62500
0,53125
0,45312
0,38671
0,33007
0,28173
0,24047
0,20526
0,17520
0,14954
0,12764
1,00000
0,50000
0,50000
0,25000
0,25000
0,12500
0,12500
1,00000
0,25000
0,62500
0,40625
0,95313
i=3
1,00000
0,75000
0,62500
0,53125
0,45312
0,38671
0,33007
0,28173
0,24047
0,20526
0,17520
0,14954
0,12764
1,00000
1,00000
0,50000
0,50000
0,50000
0,25000
0,25000
0,12500
1,00000
1,00000
0,12500
1,00000
1,10938
0,50000
0,25000
0,25000
0,12500
0,12500
1,00000
0,25000
0,62500
0,40625
0,95313
i=4
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
12-25
Por outro lado, o desenvolvimento analtico da soluo da equao da difusividade conduziria a um conjunto de solues da forma:
(12.62)
onde o ndice j refere-se a uma soluo genrica. No presente problema, a aplicao da condio
inicial e das condies de contorno permitiria a identificao de um subconjunto-soluo adequado
entre as equaes da forma da Eq. (12.62). Esse subconjunto seria expresso pela seguinte srie de
Fourier:
p D ( x D , t D ) = A j exp( k 2j t D )sen (k j x D ) ,
j =0
(12.63)
12-26
1,0
Soluo analtica
(I)
0,5
(II)
pD
(III)
- 0,5
64 tD
12
Figura 12.12 Comparao entre os resultados do mtodo explcito e a soluo analtica nos pontos x D1 e
Mtodo implcito
O chamado mtodo implcito pode ser obtido adotando-se as seguintes caractersticas:
p D i ,n +1 p D i ,n
t D
Esquematicamente a discretizao empregada na Eq. (12.64) pode ser vista na Figura 12.13.
(12.64)
12-27
n+1
O
i1
O
i
O
i+1
(12.65)
1
1
p D i 1,n+1 2 + p D i ,n+1 + p D i +1,n+1 = p D i ,n .
(12.66)
Tm-se portanto trs incgnitas e apenas um valor conhecido. No entanto, a Eq. (12.66) permite a
montagem de um sistema de equaes, fixando-se n e variando-se i. Ento, para n = 0 obtm-se:
1
1
i = 1:
p D 0,1 2 + p D1,1 + p D 2,1 = p D1, 0
1
1
p D1,1 2 + p D 2,1 + p D 3,1 = p D 2,0
(12.67)
1
1
i = 3:
p D 2,1 2 + p D 3,1 + p D 4,1 = p D 3,0 .
1
1
2 + p D 2,1
p D1,1
+
p D 3,1
= p D 2, 0
(12.68)
1
1
p D 2,1 2 + p D 3,1
= p D 3,0 p D 4,1 .
1
1
1
0
2 +
p D1,1 p D1,0 p D 0,1
1
1
1
2 +
1
p D 2,1 = p D 2,0
(12.69)
p D 3,0 p D 4,1
0
1
2 +
p
D
3
,
1
O sistema de equaes (12.69) possui igual nmero de equaes e de incgnitas. O mtodo implcito
consiste na soluo simultnea das equaes do sistema (12.69) para se obter as incgnitas p D i ,n .
i = 2:
12-28
O sistema de equaes (12.69) tambm chamado de sistema tridiagonal, pois com exceo de trs diagonais os demais elementos da matriz so nulos. Um sistema tridiagonal pode ser
resolvido pelo conhecido algoritmo de Thomas, que se baseia no mtodo da eliminao Gaussiana.
Considere o sistema tridiagonal:
c1
0
b1
x1 d1
b2
c2
0
a 2
x2 d 2
0
x3 d 3
a3
b3
c3
0
.
.
.
.
.
= .
(12.70)
.
.
.
.
.
a m 2
bm 2
cm2
0 x m 2 d m 2
0
a m 1
bm 1
c m1 x m1 d m 1
0
am
bm x m d m
A primeira equao do sistema tridiagonal :
b1 x1 + c1 x2 = d1 ,
(12.71)
x1 = E2 x2 + F2 ,
(12.72)
E 2 = c1 / b1
(12.73)
F2 = d1 / b1 .
(12.74)
a2 x1 + b2 x2 + c2 x3 = d 2 .
(12.75)
(a2 E 2 + b2 ) x2 + c2 x3 = d 2 a2 F2 ,
(12.76)
x2 = E3 x3 + F3 ,
(12.77)
c2
a2 E2 + b2
(12.78)
d 2 a2 F2
.
a2 E 2 + b2
(12.79)
onde:
E3 =
e
F3 =
xm1 = Em xm + Fm ,
onde:
(12.80)
12-29
cm1
am1 E m1 + bm1
(12.81)
d m 1 a m 1 Fm 1
.
a m 1 E m1 + bm1
(12.82)
Em =
e
Fm =
(a m E m + bm ) x m = d m am Fm
(12.83)
e, finalmente:
xm =
d m a m Fm
.
a m E m + bm
(12.84)
xi 1 = Ei xi + Fi ,
i = m, m1, ..., 4, 3, 2.
(12.85)
Para resolver o sistema de Eqs. (12.69) comea-se por escolher o valor de e substituir os
valores determinados pelas condies inicial e de contorno. Dessa forma se obtm os coeficientes ai,
bi, ci, di caractersticos do sistema e aplica-se ento o algoritmo de Thomas. A Tabela 12.5 e a Figura
12.14 apresentam os resultados da soluo pelo mtodo implcito. A escolha de valores obedeceu
aos mesmos critrios adotados no caso do mtodo explcito. Como se pode observar, a soluo pelo
mtodo implcito apresenta-se estvel nas trs situaes consideradas.
12-30
Soluo
xD
tD
t D
(xD )2
(I)
1
4
1
64
0,25
(II)
1
4
2
64
0,50
(III)
1
4
3
64
0,75
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
tD
0,000000
0,015625
0,031250
0,046875
0,062500
0,078125
0,093750
0,109375
0,125000
0,140625
0,156250
0,171875
0,187500
0,000000
0,031250
0,062500
0,093750
0,125000
0,156250
0,187500
0,000000
0,046875
0,093750
0,140625
0,187500
pD i, n
i=0
i=1
i=2
i=3
i=4
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
1,00000
0,82353
0,69204
0,58946
0,50651
0,43768
0,37954
0,32986
0,28707
0,25005
0,21792
0,18998
0,16566
1,00000
0,71429
0,53061
0,40233
0,30820
0,23728
0,18312
1,00000
0,63415
0,42355
0,28949
0,19978
1,00000
0,94118
1,00000
0,82353
0,69204
0,58946
0,50651
0,43768
0,37954
0,32986
0,28707
0,25005
0,21792
0,18998
0,16566
1,00000
0,71429
0,53061
0,40233
0,30820
0,23728
0,18312
1,00000
0,63415
0,42355
0,28949
0,19978
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,00000
0,85813
0,76857
0,68122
0,60004
0,52654
0,46098
0,40301
0,35202
0,30732
0,26821
0,23403
1,00000
0,85714
0,69388
0,54810
0,42815
0,33272
0,25792
1,00000
0,78049
0,56633
0,40022
0,27996
12-31
1,0
pD
0,5
(I)
(II)
(III)
Soluo analtica
0
0
64 tD
12
Figura 12.14 Comparao entre os resultados do mtodo implcito e a soluo analtica nos pontos x D1 e
p D i +1,n+1 2 p D i ,n +1 + p D i 1,n+1
p D i +1,n 2 p D i ,n + p D i 1,n p D i ,n +1 p D i ,n
, (12.86)
+ (1 )
=
2
t D
(x D )
(x D ) 2
onde um valor escolhido de tal maneira que 0 < < 1. Esquematicamente a representao em
diferenas finitas dada pela Eq. (12.86) pode ser visualizada na Figura 12.15. No limite 0 o
esquema de aproximao se reduz simples formulao explcita. Qualquer outro valor de entre 0
12-32
peso
peso (1 )
i1
i+1
+
=
2
t D
(x D ) 2
( x D ) 2
2
Entre as variaes do mtodo misto, o esquema de Crank-Nicolson o mais freqentemente utilizado. Alm da caracterstica de estabilidade, esse mtodo vantajoso tambm do ponto de
vista de preciso, conforme ser discutido quando da abordagem do assunto referente anlise de
erros (Seo 12.4.6).
___________________________
1 p
, >0.
t
(12.88)
Colocando a Eq. (12.88) na forma de diferenas finitas e resolvendo-a para p(x,t) em diversos
pontos (xi,tn), obter-se-iam valores aproximados pi*,n , isto , pi*,n = p aprox. ( xi , t n ) . Se pi,n (obtido
analiticamente) o valor exato de p(xi,tn), ou seja, pi ,n = pexato ( xi , t n ) , a anlise de von Newmann
parte das definies:
i ,n = pi ,n pi*,n
(12.89)
e
=
i ,n+1
i ,n
(12.90)
12-33
onde o erro cometido e o fator de ampliao ou amplificao do erro. O critrio de estabilidade de von Newmann diz que uma soluo proposta ser estvel quando 1 , ou seja, quando o
valor absoluto do erro for decrescente ou constante para nveis de tempo crescentes.
Nos itens seguintes ser discutida a anlise de estabilidade das solues explcita e implcita da Eq. (12.88).
a) Soluo explcita
O primeiro passo para a anlise de estabilidade colocar a Eq. (12.88) na forma de diferenas finitas, usando a formulao explcita:
pi1,n 2 pi,n + pi*+1,n 1 pi*,n+1 pi*,n
(12.91)
=
.
t
(x) 2
Admitindo que a soluo exata tambm satisfaa a equao na forma de diferenas finitas, pode-se
escrever que:
pi 1,n 2 pi ,n + pi +1,n 1 pi ,n+1 pi ,n
(12.92)
=
.
t
(x) 2
Subtraindo a Eq. (12.91) da Eq. (12.92) obtm-se:
i 1,n 2 i ,n + i +1,n
(x )
1 i ,n +1 i ,n
.
(12.93)
(12.96)
(x) 2
i 1,n 2 i ,n + i +1,n =
1
(
i ,n ) .
i ,n+1
(12.97)
n e i (i 1) 2n e i i + n e i (i +1) =
1 n+1 ii
( e n e i i )
(12.98)
12-34
e i 2 + e i = ( 1) .
(12.99)
Lembrando que:
(12.100)
1
( 1)
(12.101)
= 1 2(1 cos ) .
(12.102)
2(cos 1) =
ou
1 ou 1 1 .
(12.103)
Como > 0 e (1cos) 0, sempre 1, ou seja, a Eq. (12.102) sempre satisfaz o lado direito da
inequao (12.103). Quanto ao lado esquerdo, para que seja satisfeito deve-se ter que:
1 1 2(1 cos )
(12.104)
ou
1
.
1 cos
(12.105)
A condio mais desfavorvel para a Eq. (12.105) cos = 1. Ento, a condio limitante :
1
(12.106)
2
ou
1
t
(12.107)
2
2
(x)
ou ainda:
1 ( x ) 2
.
2
(12.108)
b) Soluo implcita
Usando a formulao implcita a Eq. (12.88) aproximada por:
pi 1,n+1 2 pi ,n +1 + pi +1,n+1 1 pi ,n+1 pi ,n
=
.
t
( x ) 2
Um desenvolvimento anlogo ao do item anterior (soluo explcita) conduz a:
1
i 1,n+1 2 i ,n+1 + i +1,n+1 = ( i ,n+1 i ,n ) ,
ou seja,
(12.109)
(12.110)
12-35
1 n+1 ii
( e n e i i ) .
(12.111)
( e i 2 + e i ) =
1
( 1) ,
(12.112)
de onde se obtm:
2(cos 1) =
1
( 1)
(12.113)
e, finalmente:
1
.
1 + 2(1 cos )
(12.114)
Como:
>0
(12.115)
(1 cos ) 0 ,
(12.116)
( x ) 2
2 pD
x D2
p D
,
t D
(12.117)
p D i ,n+1 p D i ,n
t D
(12.118)
Pode-se definir um erro de truncamento local (para um determinado par i,n) para essa aproximao na forma de diferenas finitas por:
L = L p D i ,n ( Lp D ) xD ,t D ,
i
(12.119)
12-36
L p D i ,n =
p D i 1,n 2 p D i ,n + p D i +1,n
( x D )
p D i ,n+1 p D i ,n
t D
(12.120)
Lp D =
2 pD
x D2
p D
.
t D
(12.121)
Recorrendo s representaes das derivadas por diferenas finitas (Seo 12.4.2) pode-se escrever
que:
p D i 1,n 2 p D i ,n + p D i +1,n (x D ) 2 4 p D
2 pD
(12.122)
x 2
12 x D4
( x D ) 2
D xD ,t D
xD i ,t D n
i
n
e
p D
t D
p D i ,n +1 p D i ,n t D 2 p D
t D
2 t D2
xDi ,t D n
xDi ,t D n
(12.123)
Usando as Eqs. (12.120), (12.121), (12.122) e (12.123), e aplicando a definio da Eq. (12.119)
obtm-se:
(x D ) 2 4 p D
t 2 p D
L =
D
(12.124)
4
12 x D
2 t D2
xD i ,t D n
xD i ,t D n
ou simplesmente:
L = [(x D ) 2 ] + (t D ) .
(12.125)
Portanto, uma vez adotado um mtodo de soluo, o erro de truncamento local fica na dependncia
do tamanho dos intervalos escolhidos no processo de discretizao, tanto no domnio espacial
quanto no tempo.
Atravs de um raciocnio semelhante ao apresentado para o mtodo explcito, seria possvel encontrar as estimativas dos erros de truncamento local para outros mtodos de soluo. Para o
mtodo implcito tambm seria obtida a expresso dada na Eq. (12.125), enquanto para o mtodo de
Crank-Nicolson obter-se-ia a equao:
L = [(x D ) 2 ] + [(t D ) 2 ] .
(12.126)
Conclui-se ento que as solues explcita e implcita so da mesma ordem de preciso, enquanto na
soluo de Crank-Nicolson a ordem de preciso no domnio do tempo mais elevada. Naturalmente
que a comparao s ser vlida uma vez que o requisito da estabilidade tenha sido atendido por
cada uma das solues.
G ,1 = max i ,n p D i ,n p D ( x D i , t D n ) .
Uma outra medida global do erro poderia ser:
1 I N
G,2 =
pD pD ( xD i , t D n )
IN i =1n =1 i ,n
(12.127)
(12.128)
12-37
Ocorre que em geral no se dispe da soluo analtica, de modo que a investigao das fronteiras
do erro global recai no campo da anlise numrica. As dificuldades so moderadas no caso de
equaes diferenciais simples, mas medida que as equaes se tornam mais complexas a obteno
de estimativas do erro global se torna progressivamente mais difcil. Por outro lado, a relao de
dependncia entre os erros globais e o grau de discretizao (tamanhos dos intervalos) costuma ser
da mesma ordem da que se verifica nos erros locais. Assim, a Eq. (12.118) tem um erro global que
tambm dado pela Eq. (12.125). A conseqncia que o erro de truncamento local, que bem
mais fcil de se estimar, pode ser usado como um guia da ordem de convergncia da equao
numrica para a equao diferencial medida que os intervalos de discretizao tendem a zero.
Na prtica, para os problemas de alto nvel de complexidade, a melhor maneira de se obter
estimativas do erro comparar entre si diversas solues por diferenas finitas, cada uma com um
grau de discretizao diferente. Para isso, os valores de xD (e yD e zD, se for o caso) e tD so
variados de forma que se possa avaliar seus efeitos nos resultados. Em muitos casos, os valores
prticos de xD e tD (aqueles para os quais o volume de trabalho computacional no chega a ser
excessivo) podero ser maximizados, enquanto compreendidos em uma regio onde o declnio do
erro no resulte to pronunciado como o previsto pelas frmulas do erro de truncamento local. Isto
possvel porque as expresses que estimam a ordem do erro descrevem um comportamento assinttico medida que xD e tD se aproximam de zero e no tm muito significado quando se referem a
grandes intervalos. Segue-se que muitas vezes preciso se contentar com estimativas empricas do
erro, resolvendo sistematicamente o mesmo problema, at um certo ponto, a partir de diversos
esquemas de discretizao e comparando essas solues. Escolhe-se ento como esquema bsico
para as demais etapas do estudo aquele que proporcionar um equilbrio adequado entre a margem de
erro a ser tolerada e os custos adicionais para se reduzir os intervalos, e consequentemente o erro.
12.5. Problemas
Problema 12.1 Classificar as aproximaes apresentadas na Tabela 12.3 em ascendentes, descendentes e centrais.
Problema 12.2 Verificar, em cada caso apresentado na Tabela 12.3, quantas e quais sries de
Taylor (em torno de xi) foram combinadas para fornecer a aproximao.
Problema 12.3 Deduzir as expresses apresentadas na Tabela 12.3.
Problema 12.4 Considere o fluxo radial horizontal de um lquido atravs de um reservatrio
cilndrico, homogneo, isotrpico e limitado externamente. Despreze os efeitos de estocagem no
poo e de dano ou estmulo da formao. Admita que o reservatrio produza com vazo constante
atravs de um nico poo situado no seu centro.
(a) Escreva as equaes que governam o fluxo (equao diferencial e condies inicial e de
contorno) utilizando o sistema de coordenadas cilndricas.
(b) Escreva as equaes que governam o fluxo utilizando a seguinte transformao de varivel:
x = ln r .
(c) Escreva as equaes que governam o fluxo na forma adimensional, utilizando as seguintes
variveis adimensionais:
12-38
x D = ln(r / rw )
tD =
pD =
kt
ct rw2
2kh [ pi p(r , t )]
.
q
(d) Usando a diferena descendente para representar a derivada da presso em relao ao tempo e a
forma implcita de discretizar a equao diferencial, calcule as presses adimensionais at o
instante de tempo tD = 106 para xD variando de 0 (zero) at 6,4. Use xD = 0,8 e tD = 500 nos
dois primeiros intervalos de tempo e da em diante escolha tD de tal forma que cada ciclo logartmico contenha 10 intervalos. Considere que o raio externo adimensional seja de xeD = 5,4.
(e) Compare os resultados do item (d) com os existentes na literatura.
(f) Prove que a equao diferencial discretizada na forma explcita, utilizando-se a diferena
ascendente para a derivada em relao ao tempo, condicionalmente estvel. Qual a condio
para que ocorra a estabilidade?
(g) Utilizando agora a forma explcita, repita o item (d) at que se observe instabilidade. Comente
os resultados.
(h) Suponha que voc desejasse obedecer ao critrio de estabilidade encontrado no item (f). Qual o
intervalo de tempo tD necessrio para poder resolver com sucesso o item (d), utilizando a forma explcita? Voc considera isso possvel em termos prticos? Porque?
Bibliografia
Almeida, A. S.: Noes de Simulao Matemtica de Reservatrios. Salvador, Bahia, Brasil,
PETROBRAS/SEREC/CEN-NOR. (Apostila.)
Ames, W. F.: Numerical Methods for Partial Differential Equations. New York, USA, Barnes and
Noble, 1969.
Coats, K. H.: Use and Misuse of Reservoir Simulation Models. J. Pet. Tech., 1391-1398, Nov. 1969.
Coats, K. H.: Reservoir Simulation: State-of-the Art. In: SPE Exhibition and Technical Symposium.
Beijin, China, March 15-26, 1982. (SPE 10020.)
Crichlow, H. B.: Modern Reservoir Engineering A Simulation Approach. New Jersey, USA,
Prentice-Hall, Inc., 1977.
Farlow, S. J.: Partial Differential Equations for Scientists & Engineers. John Wiley & Sons, Inc.,
1982.
Ferreira, M. L.: Simulao Numrica de Reservatrios Introduo s Diferenas Finitas.
PETROBRAS/SEREC/CEN-NOR. (Apostila.)
12-39
Gerald, C. F. & Wheatley, P. O.: Applied Numerical Analysis. Addison-Wesley Publishing Company, Inc., 1984.
Odeh, A. S.: Reservoir Simulation ... What is it? J. Pet. Tech., 1383-1388, Nov. 1969.
Peaceman, D. W.: Fundamentals of Numerical Reservoir Simulation. Elsevier Scientific Publishing
Company, 1977. (Developments in Petroleum Science, 6.)
Richardson, J. G. & Blackwell, R. J.: Use of Simple Mathematical Models for Predicting Reservoir
Behavior. J. Pet. Tech., 1428-1436, Dec. 1971.
Richtmyer, R. D.: Difference Methods for Initial-Value Problems. New York, USA, Interscience,
1957.
Thomas, C. W.: Principles of Hydrocarbon Reservoir Simulation. Boston, Int-Human Resources
Dev. Corp., 1982.
13.
E STIMATIVA DE R ESERVAS
O conhecimento da quantidade de fluido existente em uma jazida de petrleo, ou mais especificamente da quantidade de fluido que pode ser extrada, desempenha um papel fundamental na
deciso de se implantar ou no um projeto explotatrio. Os investimentos necessrios para a
implantao do projeto assim como os custos para mant-lo em operao devem ser pagos com a
receita obtida com a comercializao dos fluidos a serem produzidos.
Denomina-se estimativa de reservas a atividade dirigida obteno dos volumes de fluidos
que podem ser retirados do reservatrio at que ele chegue condio de abandono. A estimativa
dos volumes a serem produzidos so feitas no s por ocasio da descoberta da jazida como tambm
ao longo de sua vida produtiva, medida que vo sendo obtidas mais informaes a respeito do
reservatrio.
No existe uniformidade plena de critrios sobre definio, classificao e mtodos de estimativa de reservas petrolferas. Geralmente as empresas de petrleo estabelecem os seus prprios
critrios e normas de modo a garantir uniformidade nas suas estimativas e adequao ao planejamento e gerenciamento da empresa. Entretanto, cada vez mais as empresas tendem a se basear nos
critrios do cdigo internacional da SPE1, de modo que as suas reservas possam ser reconhecidas
por instituies internacionais e comparadas com as de outras empresas e pases.
13.1. Definies
Antes de dar prosseguimento ao estudo de diversos mtodos de estimativa de reservas
conveniente conhecer algumas definies bsicas:
Volume original quantidade de fluido existente no reservatrio na poca da sua descoberta. Para
uma acumulao de hidrocarbonetos no estado gasoso d-se o nome de volume original de gs. Para
a mistura de hidrocarbonetos no estado lquido d-se o nome de volume original de leo.
Volume recupervel volume de leo ou gs que se espera produzir de uma acumulao de
petrleo. Normalmente, por ocasio da descoberta de um reservatrio, faz-se uma estimativa de
quanto fluido se pode produzir ou recuperar do mesmo. A esse volume estimado de fluido d-se o
nome de volume recupervel.
Society of Petroleum Engineers, pertencente American Institute of Mining, Metallurgical and Petroleum Engineers,
EUA.
13-1
Estimativa de Reservas
13-2
Fator de recuperao quociente entre o volume recupervel e o volume original, ou seja, frao
do volume original que se espera produzir de um reservatrio.
Produo acumulada quantidade de fluido que j foi produzida de um reservatrio at uma
determinada poca. A produo acumulada vai crescendo gradativamente com o tempo se o
reservatrio est em produo.
Frao recuperada quociente entre a produo acumulada e o volume original, ou seja, frao do
fluido original que foi produzida at um determinado instante.
Reserva quantidade de fluido que ainda pode ser obtida de um reservatrio de petrleo numa
poca qualquer da sua vida produtiva. Na poca da descoberta, como ainda nenhum fluido foi
produzido, a reserva numericamente igual ao volume recupervel.
13-3
Estimativa de Reservas
3.200.000
736.000
23%
leo Original = 3.200.000 m std
Volume Recupervel = 736.000 m std
Fator de Recuperao = 23%
Considere agora que aps trs anos o reservatrio tenha produzido um volume igual a
400.000 m3 std de leo, como mostra a Figura 13.2.
400.000
336.000
Esse volume produzido recebe o nome de produo acumulada. O quociente entre o volume que j
foi produzido e o volume original (0,125 ou 12,5 %) se chama frao recuperada. Nessa ocasio,
verifica-se que ainda restam 336.000 m3 std para serem produzidos. Esse volume que resta para ser
produzido chama-se reserva.
Note que no incio da vida produtiva do reservatrio a produo acumulada igual a zero e
a reserva igual ao volume recupervel. Ao final do oitavo ano, quando tudo que se esperava
produzir do reservatrio j ter sido produzido, a produo acumulada ser igual ao volume
recupervel e a reserva ser igual a zero.
Um aspecto que deve ser observado que o fator de recuperao um nmero que representa o que se espera produzir do reservatrio e depende fortemente do mecanismo de produo
dessa jazida. Esse nmero obtido atravs de um estudo que utiliza as informaes disponveis na
poca e que indica o provvel comportamento futuro do reservatrio. Qualquer alterao futura no
fator de recuperao est condicionada a um novo estudo do reservatrio. Por exemplo, se ao final
do terceiro ano de produo for repetido o estudo do reservatrio, utilizando agora novas informaes disponveis, e se verificar que na verdade ainda se pode obter daquele reservatrio um volume
igual a 450.000 m3 std, a reserva assumir esse novo valor. O volume recupervel passar a ser
Estimativa de Reservas
13-4
850.000 m3 std e o fator de recuperao 26,56%. Observe que nada mudou em termos fsicos no
reservatrio. Apenas a contribuio das informaes obtidas durante os trs anos de produo
possibilitaram um aprimoramento do estudo e a estimativa de valores provavelmente mais corretos.
No caso presente houve um aumento nas reservas, entretanto o estudo poderia ter resultado em uma
reduo.
A frao recuperada varia continuamente, de zero, no incio da produo do reservatrio,
at um valor mximo, quando se iguala ao fator de recuperao. Isso acontece porque ela a relao
entre a produo acumulada e o volume original, e a produo acumulada vai variando a cada
instante durante a vida produtiva do reservatrio.
13.5.1. Analogia
Este um tipo de procedimento utilizado em uma poca que precede perfurao do primeiro poo a penetrar na jazida, ou seja, do poo descobridor. Nessa poca as informaes a
respeito do reservatrio so praticamente inexistentes. Tem-se uma srie de evidncias, entretanto,
ainda no se tem a comprovao da existncia de uma acumulao de petrleo na regio que est
13-5
Estimativa de Reservas
sendo pesquisada. As estimativas so feitas a partir de dados e resultados de reservatrios localizados nas proximidades, os quais se acredita tenham caractersticas semelhantes s do reservatrio que
est sendo estudado. evidente que esse tipo de estimativa est sujeito a erros, uma vez que o
estudo no se baseia em dados reais do reservatrio.
13-6
Estimativa de Reservas
leo
N=
V r(1 S wi)
Boi
Vr(1 S wi)
lquido
Para um reservatrio de gs ou para a capa de gs de um reservatrio de leo, o volume original de gs medido em condies-padro (G) calculado pelo mtodo volumtrico atravs da
equao:
V (1 S wi )
,
G= r
(13.3)
Bgi
onde Bgi o fator volume-formao do gs nas condies iniciais do reservatrio. A Figura 13.4
mostra esquematicamente o clculo do volume original de um reservatrio de gs.
G
Gs
G=
Vr(1 S wi)
Bgi
Vr(1 Swi)
Gs
Figura 13.4 Volume original - reservatrio de gs.
Conforme se observa, neste processo so necessrias as seguintes informaes sobre o reservatrio: volume total da rocha portadora de hidrocarbonetos, porosidade mdia da rocha,
saturaes dos fluidos e fator volume-formao do fluido.
A porosidade mdia da rocha e a saturao de gua podem ser obtidas atravs da interpretao de perfis ou de anlises de amostras de testemunhos dos poos realizadas em laboratrio. Os
fatores volume-formao dos fluidos do reservatrio podem ser obtidos atravs das chamadas
anlises PVT ou por meio de correlaes empricas.
13-7
Estimativa de Reservas
O clculo do volume de rocha Vr obtido de mapa fornecido pela rea de geologia. A partir da perfurao de poos e da delimitao do campo traado o chamado mapa de ispacas, que
indica os pontos do reservatrio que contm hidrocarbonetos e possuem iguais espessuras da
formao. A Figura 13.5 apresenta um exemplo de mapa de ispacas de um reservatrio.
Vista de perfil
do reservatrio
20 m
0
20
40
60
80
Curvas de ispacas
Do mapa de ispacas planimetra-se cada rea, interior a cada uma das curvas de ispacas,
obtendo-se ento um grfico semelhante ao exemplo mostrado na Figura 13.6. Nesse grfico, a rea
hachurada representa o volume de rocha da parte do reservatrio que contm o hidrocarboneto em
estudo, ou seja, o volume Vr.
100
Espessura (m)
80
60
40
20
0
0
10
3
12
2
14
16
13-8
Estimativa de Reservas
Figura 13.6 Exemplo de grfico da espessura com hidrocarboneto versus rea de contorno de um mapa de
ispacas.
O valor do volume Vr pode ser obtido atravs de duas regras bastante conhecidas: a trapezoidal e a regra de Simpson. A regra trapezoidal expressa por:
1
Vr = h ( A0 + An ) + A1 + A2 + ... + A n1 ,
(13.4)
2
onde A0 a rea compreendida pelo contorno 0, A1 a rea compreendida pelo contorno 1, An a rea
compreendida pelo contorno n e h a espessura de cada contorno. No exemplo da Figura 13.5 tem-se
que h = 20 m.
A regra de Simpson tem a vantagem de fornecer uma aproximao mais precisa da rea sob
uma curva irregular, mas tem a desvantagem de requerer um maior nmero de divises, em intervalos iguais, de tal maneira que este nmero seja par. Segundo essa regra o volume de rocha dado
por:
1
Vr = h[( A0 + An ) + 4( A1 + A3 + ... + An 1 ) + 2( A2 + A4 + ... + An 2 )] .
(13.5)
3
Uma representao como a do mapa de ispacas pode no dar uma idia exata do volume
de hidrocarbonetos do reservatrio, visto que podem existir variaes horizontais e verticais da
porosidade do mesmo. Portanto, uma melhor soluo consiste em elaborar mapas com valores iguais
do produto entre a espessura e a porosidade (h). Esses so conhecidos como mapas de isovol. Para
o clculo do volume de rocha um procedimento similar ao usado no caso do mapa de ispacas seria
empregado, obtendo-se abaixo da curva h versus rea do contorno o volume poroso da rochareservatrio, ou seja, o produto Vr.
Considerando ainda que a saturao inicial de gua pode variar horizontal e verticalmente
no interior do reservatrio, o clculo volumtrico pode ser feito de maneira mais exata caso sejam
construdos mapas com valores iguais do produto h(1Swi), chamados mapas de isondices ou
isopetrleo. Neste caso a rea abaixo da curva h(1Swi) versus rea de contorno fornece diretamente o volume original de hidrocarbonetos em condies de reservatrio, isto , o produto
Vr(1Swi).
___________________________
Exemplo 13.1 De um mapa de ispacas de um reservatrio de leo foram obtidas as leituras
apresentadas na Tabela 13.1.
Tabela 13.1 Leituras do mapa de ispacas - reas em 103 m2 - Exemplo 13.1
Contorno (m)
1a leitura
2a leitura
3a leitura
0
10
20
30
40
50
60
1.710
1.270
884
612
360
220
123
3.420
2.540
1.765
1.225
720
442
245
5.130
3.812
2.652
1.835
1.080
660
370
13-9
Estimativa de Reservas
1
t
Vr = h ( A0 + A60 ) + A10 + A20 + A30 + A 40 + A50 + m A60 ,
2
2
onde:
Areal =
Aleitura Aleitura
=
,
C
1,27
Vr =
10 1
6,7 123 103
1,27 2
2
1,27
Vr = 33,847 10 6 m 3 .
Parte (b):
O volume de leo original dado por:
N=
Parte (c):
O volume de leo existente no reservatrio na presso de bolha dado por:
Nb =
Parte (d):
Estimativa de Reservas
13-10
13-11
Estimativa de Reservas
produtiva do reservatrio, a soma das massas dos fluidos existentes no reservatrio com a massa dos
fluidos produzidos at ento igual massa de fluidos originalmente existente nesse meio poroso.
Essas equaes so escritas em termos das propriedades da rocha e do comportamento do
fluido em funo da presso, das propriedades rocha-fluido e do histrico de produo, e so
particularizadas para cada caso, dependendo dos mecanismos de produo atuantes no reservatrio.
Para se fazer a previso procura-se escrever a equao de balano de materiais de uma maneira que o comportamento passado do reservatrio esteja representado, ou seja, a equao deve
relacionar a produo acumulada com a queda de presso observada. Ao se encontrar essa equao,
admite-se que ela tambm seja capaz de descrever o comportamento futuro do reservatrio. Com
essa equao estima-se que produo de fluidos corresponder queda de presso que ocorrer no
reservatrio.
Como a equao de balano de materiais fornece apenas relaes entre a produo acumulada de fluido e a queda de presso, so necessrias outras equaes que relacionem as produes
acumuladas com vazes de produo e tempos, conforme mostrado no Captulo 10.
13.6. Problemas
Problema 13.1 Considere o reservatrio denominado Zona A mostrado na Figura 13.7.
13-12
Estimativa de Reservas
Superfcie do terreno
l
Fa
ha
Vp(D)
Zo
n
aA
Na Figura 13.8 encontra-se um grfico do volume poroso acumulado (Vp) em funo da profundidade (D) para esse reservatrio, onde os valores de D so negativos e medidos a partir da superfcie do
terreno.
-1900
Profundidade, D (m)
-2000
-2100
-2200
-2300
-2400
-2500
0
10
15
20
Vp (106 m3 )
Figura 13.8 Volume poroso acumulado versus profundidade - Problema 13.1.
Dg/o = 2.050 m
Do/w = 2.300 m
Boi = 1,26 m3/m3std
13-13
Estimativa de Reservas
N = 3 x 106 m3std
Boi = 1,2 m3/m3std
Bo = 1,1 m3/m3std
Rsi = 40 m3std/m3std
Swi = 15 %
Sorw = 35 %
fR = 60 %
Perguntam-se:
(a) Os dados apresentados so consistentes? Por que?
(b) Admitindo que os dados apresentados referentes s propriedades dos fluidos, s saturaes
e aos volumes de fluido produzidos estejam corretos, que caracterstica do reservatrio estaria com seu valor incorreto?
(c) Na hiptese do item anterior, qual seria o valor mnimo do volume original de leo N.
(d) Na hiptese do item (b), qual seria a reserva de leo mnima atual?
Respostas:
(c) Nmin = 3,27 106 m3std (d) Reservamin = 1,47 106 m3std
(a) No. Porque S o < S orw (b) N
Bibliografia
Craft, B. C. & Hawkins, M. F.: Applied Petroleum Reservoir Engineering. Englewood Cliffs, NJ,
USA, Prentice-Hall, Inc., 1959.
Xavier, J. A. D.: Estimativa de Reservas. Salvador, Bahia, Brasil, PETROBRAS/SEREC/CENNOR. (Apostila.)
14.
M TODOS C ONVENCIONAIS DE R ECUPERAO
S ECUNDRIA
Reduzir as resistncias viscosas e/ou capilares por meio de mtodos especiais, como por
exemplo o aquecimento da jazida.
A quantidade de leo que pode ser retirada de um reservatrio unicamente s expensas de
suas energias naturais chamada de recuperao primria. Por outro lado, recuperao secundria
a quantidade adicional de leo obtida por suplementao da energia primria com energia secundria, artificialmente transferida para a jazida, ou por meios que tendem a tornar a energia primria
mais eficiente. Por extenso chamam-se tambm de recuperao secundria s operaes que
conduzem obteno dessa quantidade adicional de leo, alm daquela proporcionada pela recuperao primria.
Quando as operaes de recuperao secundria comeam antes de terminar a fase de produo primria elas so muitas vezes chamadas de operaes de manuteno de presso. Modernamente a grande maioria dos sistemas de recuperao secundria implantada to cedo quanto
possvel na vida do reservatrio. Com isso, o termo manuteno de presso vai perdendo sua
utilidade.
14-1
14-2
Os mtodos de elevao artificial e de estimulao de poos no se incluem entre os mtodos de recuperao secundria, pois no afetam diretamente as energias expulsivas do reservatrio,
embora sua aplicao eficiente concorra para economiz-las. As tcnicas de elevao artificial e de
estimulao de poos esto mais ligadas ao comportamento dos poos produtores do que ao
comportamento do reservatrio como um todo. A linha divisria entre tais mtodos e os mtodos de
recuperao secundria, todavia, no muito ntida e certos mtodos de estimulao, como a injeo
cclica de vapor, so usualmente includos entre os mtodos de recuperao secundria.
Os objetivos prticos bsicos dos mtodos de recuperao secundria so o aumento da eficincia de recuperao e a acelerao da produo.
a) Preo do petrleo
O preo do petrleo bruto determinado principalmente pelas presses da oferta e da procura desse produto no mercado internacional, sendo, todavia, da maior importncia o jogo de
interesses dos grandes produtores de petrleo: pases e companhias que neles operam. As altas de
preo do petrleo incentivam a proliferao dos projetos de recuperao secundria.
b) Custo de explorao
Como as acumulaes de petrleo, em qualquer pas, so em nmero limitado, sua descoberta faz-se geralmente com dificuldades e riscos crescentes. Os reservatrios menos profundos e
situados em locais mais acessveis so de maneira geral encontrados primeiramente e a menores
custos. Quando os custos de explorao crescem a atratividade dos projetos de recuperao secundria tambm cresce.
14-3
c) Custo de desenvolvimento
O desenvolvimento de campos de petrleo com formaes produtoras mais profundas ou
localizados em regies menos acessveis requer maiores investimentos. Isso pode estimular a
aplicao dos recursos disponveis em projetos de recuperao secundria, como alternativa mais
econmica.
d) Custo de produo
Os projetos de recuperao secundria tm normalmente custos operacionais mais altos que
a recuperao primria, em decorrncia das operaes de manuseio e tratamento dos fluidos
injetados. Contudo, a possibilidade de manuteno ou mesmo elevao da presso do reservatrio
pode ampliar o perodo de surgncia dos poos produtores e, conseqentemente, diminuir os custos
de elevao do petrleo. Estes custos so dos mais importantes na produo, principalmente em
reservatrios mais profundos. Os projetos de recuperao secundria podem, em certos casos, ser
atrativos tambm sob esse ponto de vista.
e) Avanos tecnolgicos
A descoberta de mtodos novos e mais eficientes de recuperao secundria, bem como os
aperfeioamentos introduzidos nos mtodos j existentes, podem tornar projetos at ento marginais
ou mesmo antieconmicos em projetos economicamente viveis. Por exemplo, a acelerao das
atividades da indstria petrolfera no estado da Califrnia, EUA, durante a dcada de 60, est
intimamente associada ao desenvolvimento dos mtodos trmicos de recuperao secundria.
A descoberta de novas aplicaes para o petrleo tambm um incentivo sua produo e,
conseqentemente, recuperao secundria. Como se sabe, uma das principais aplicaes do
petrleo est na indstria petroqumica.
14-4
b) Estimulao de poos
Os mtodos de estimulao de poos (fraturamento hidrulico, acidificao, etc.) tambm
promovem a acelerao da produo e at, em alguns casos, o aumento da eficincia de recuperao.
Sua aplicao pode ser feita inclusive em campos submetidos a operaes de recuperao secundria.
14-5
como mtodos de recuperao secundria) e mtodos especiais de recuperao secundria (antigamente denominados mtodos de recuperao terciria). Na literatura em lngua inglesa os mtodos
especiais de recuperao secundria so conhecidos tambm como mtodos de EOR (Enhanced Oil
Recovery), que poderia ser traduzido para o portugus como recuperao melhorada ou avanada
de leo. Nos ltimos anos o termo EOR tem sido substitudo pelo termo IOR (Improved Oil
Recovery), que tambm poderia ser traduzido para o portugus como recuperao melhorada de
leo. A diferena entre os dois termos que a denominao IOR passou a englobar, alm dos
antigos mtodos de EOR, ou sejam, os antigos mtodos especiais ou tercirios de recuperao,
quaisquer mtodos ou tcnicas no convencionais ou modernas que tenham o objetivo de aumentar a
recuperao e/ou acelerar a produo em relao produo primria e/ou secundria.
Como mtodos de recuperao secundria convencionais so normalmente utilizados a injeo de gua e o processo imiscvel de injeo de gs. Na injeo imiscvel de gs, como indica o
prprio nome, os fluidos no se misturam, ou seja, o leo do reservatrio e o gs injetado permanecem durante o processo como duas fases distintas. O mtodo convencional de recuperao secundria mais utilizado no mundo a injeo de gua, que foi primeiramente utilizada no campo de
Bradford, EUA, no incio do sculo. No Brasil o primeiro campo a usar esse processo de recuperao foi o de Dom Joo, localizado na Bahia, em 1953, na poca gerenciado pela antiga Regio de
Produo da Bahia (RPBA) do Departamento de Produo (DEPRO) da PETROBRAS.
Os mtodos especiais de recuperao secundria incluem, entre outros, a injeo miscvel
de gs, a injeo de vapor, a injeo de polmeros e a combusto in situ. Esses mtodos sero
discutidos no Captulo 15.
14-6
injeo
produo
X
leo
gua
Injeo
Produo
leo
gua
No esquema mostrado na Figura 14.2, uma injeo de gs feita no topo da estrutura, enquanto a produo de leo acontece atravs de poos localizados na parte mais baixa. A diferena
de densidade entre os fluidos injetado e deslocado favorece a recuperao, na medida em que existe
uma tendncia do gs de permanecer na parte superior da estrutura, retardando a sua chegada aos
poos de produo.
14-7
injeo
X
gs
leo
Produo
Injeo
leo
gs
Uma injeo de gua tambm pode ser feita em uma estrutura semelhante da Figura 14.2,
sendo que nesta circunstncia a injeo se processa atravs de poos completados na parte baixa da
estrutura, geralmente em uma zona de gua, e os poos de produo so completados na parte alta
da formao. o caso mostrado na Figura 14.3.
injeo
produo
leo
gua
14-8
Tanto no caso de uma estrutura como a da Figura 14.1 como a da Figura 14.2 pode-se fazer
a injeo simultnea dos dois fluidos, isto , gs no topo, ou seja, na parte mais alta da estrutura, e
gua na base.
Na verdade, essas diferentes maneiras de se fazer injeo no se classificam exatamente
como esquemas de injeo, uma vez que a disposio dos poos no est previamente estabelecida,
ou seja, no existem arranjos prefixados para a localizao dos poos. Para cada reservatrio, assim
como para diferentes fluidos de injeo, h uma distribuio prpria de poos, na qual se procura
respeitar a distribuio natural dos fluidos segundo as suas diferentes densidades e suas facilidades
ou dificuldades de fluir em zonas especficas do reservatrio. De uma certa forma, tenta-se reproduzir o comportamento de um reservatrio com mecanismo de influxo de gua e/ou capa de gs.
Um aspecto interessante desse tipo de injeo que, com o passar do tempo, poos de produo podem ser transformados em poos de injeo. No caso mostrado na Figura 14.1, o contato
leo/gua, ao avanar, vai atingindo os poos de produo, alcanando primeiramente os que esto
situados na parte mais baixa da estrutura. Ao ser atingido pela gua, o poo sofre um aumento na sua
razo gua/leo, que medida que o tempo vai passando normalmente se torna excessiva, podendo
ser ento transformado em poo de injeo de gua ou simplesmente fechado.
b) Injeo em malhas
No segundo grupo de esquemas esto os modelos nos quais os poos tanto de um tipo
quanto do outro esto uniformemente distribudos em toda a rea do reservatrio. Neste caso, o
fluido deslocante injetado na prpria zona de leo, alterando-se drasticamente a distribuio de
saturaes e a movimentao natural dos fluidos no reservatrio. Esses modelos de injeo, chamados de injeo em padro repetido ou mais comumente de injeo em malhas, so empregados em
reservatrios com grandes reas e pequenas inclinaes e espessuras. Cada modelo tem um padro
ou malha bsica que se repete por todo o reservatrio.
Dos vrios esquemas de injeo em malhas, alguns modelos, por sua maior facilidade de
emprego, foram mais estudados e por isso mesmo so citados com maior freqncia na literatura.
Por terem geometrias definidas e fixas, alguns desses esquemas de injeo podem ser tratados de
maneira adimensional, o que permite o desenvolvimento de grficos, bacos e tabelas que facilitam
e agilizam clculos de reservatrios reais.
O modelo de injeo em linha direta, mostrado na Figura 14.4, composto por linhas de
poos de injeo e linhas de poos de produo dispostas alternadamente, sendo que a distncia
entre as linhas, d, e a distncia entre os poos na linha, a, so constantes em cada projeto e definem
as dimenses do retngulo que constitui a malha base deste esquema.
14-9
a
d
malha
bsica
Injeo
Produo
Se as linhas forem defasadas de meia distncia de poos de mesmo tipo, isto , de a/2, terse- um novo esquema chamado de injeo em linhas esconsas. Esse tipo de esquema est ilustrado
na Figura 14.5.
a
d
malha
bsica
Injeo
Produo
Assim como no esquema de injeo em linha direta, o esquema de injeo em linhas esconsas apresenta um nmero infinito de combinaes entre a e d, ou seja, entre os lados do retngulo
que define a malha base. Isso de uma certa forma reduz as possibilidades de utilizao de dados
adimensionais. Esses dados existem apenas para alguns casos particulares, como se ver a seguir.
Existe um caso particular de injeo em linhas esconsas em que a distncia entre as linhas
igual metade da distncia entre poos do mesmo tipo, ou seja, d = a/2. Esse esquema chamado de
modelo five-spot ou malha de cinco pontos, sendo tambm conhecida por malha quadrtica.
Conforme se pode ver na Figura 14.6 a malha base um quadrado com cinco poos, um em cada
vrtice e um localizado no centro. Esse certamente o esquema mais difundido em operaes de
recuperao secundria.
14-10
malha
bsica
Injeo
Produo
A Figura 14.7 e a Figura 14.8 apresentam respectivamente os modelos seven-spot ou malha de sete pontos e nine-spot ou malha de nove pontos.
malha
bsica
Injeo
Produo
malha
Injeo
bsica
Produo
14-11
As malhas mostradas at agora so do tipo chamado normal, que significa um poo de produo cercado por poos de injeo. J nos modelos inversos ou invertidos ocorre o contrrio, isto
, um poo de injeo cercado por poos de produo. A Figura 14.9 e a Figura 14.10 apresentam
respectivamente as malhas seven-spot e nine-spot invertidas.
Injeo
Produo
Injeo
Produo
Enquanto em um esquema de injeo do tipo padro repetido os clculos podem ser feitos
utilizando-se apenas a rea da malha bsica e os resultados multiplicados pelo nmero de malhas do
projeto, em sistemas do tipo injeo perifrica, injeo no topo, etc., os clculos so feitos tomandose toda a rea do reservatrio.
14-12
o =
ko
,
o
(14.1)
w =
kw
w
(14.2)
g =
kg
g
(14.3)
M= D .
(14.4)
o
Se o fluido deslocante a gua, ento M calculado pela relao:
k /
M= w = w w .
o
ko / o
(14.5)
qinj =
C1k o hp
,
o [log(a / rw ) + 0,682(d / a) 0,798]
(14.6)
14-13
poo e C1 uma constante que depende do sistema de unidades empregado, cujo valor pode ser
encontrado no Apndice L.
C1k o hp
.
o [log(a / rw ) + 0,682(d / a) 0,798]
(14.7)
Five-spot
qinj =
C1k o hp
(14.8)
o log(d ip / rw ) 0,2688
onde dip a distncia entre os poos de injeo e de produo.
Seven-spot
qinj =
C2 k o hp
(14.9)
o log(d ip / rw ) 0,2472
onde dip a distncia entre os poos de injeo e de produo, e C2 uma constante que pode ser
obtida no Apndice L.
Nine-spot invertido
A Figura 14.11 apresenta a nomenclatura usada para o esquema nine-spot invertido. O
poo de injeo denominado i e os poos de produo, a depender da sua localizao, no canto ou
no lado da malha, recebem as denominaes c ou s.
c
qinj =
C1k o hpi ,c
1+ R
o
[log(d / rw ) 0,1183]
2+R
(14.10)
ou com a equao:
qinj =
C3 k o hpi ,s
3 + R
0,301
o
[log(d / rw ) 0,1183]
2 + R
2 + R
(14.11)
14-14
onde pi,c a diferena de presso entre os poos i e c, pi,s a diferena de presso entre os poos i e
s, R a razo entre as vazes de produo dos poos localizados nos cantos da malha (poos c) e nas
laterais (poos s), e C3 uma constante que depende do sistema de unidades.
Define-se injetividade ou ndice de injetividade (II) ou ainda condutividade como sendo a
relao entre a vazo de injeo medida em condies-padro (Qinj) correspondente diferena de
presso entre os poos injetor e produtor (p):
Qinj
.
II =
(14.12)
p
Quando a razo de mobilidades diferente de 1, a injetividade varia com o tempo. Denomina-se
razo de condutividade () a relao entre a condutividade em um determinado instante do projeto
de injeo e a condutividade inicial, ou seja, para t = 0:
(Qinj / p) t
(qinj / Bw / p) t
,
=
=
(14.13)
(Qinj / p) t =0 (qinj / Bw / p) t =0
onde qinj a vazo de injeo em condies de reservatrio, Bw o fator volume-formao da gua e
p a diferena de presso entre os poos injetor e produtor. Admitindo que o fator volume-formao
da gua permanea aproximadamente constante durante o projeto de injeo, a Eq. (14.13) pode ser
simplificada para:
(qinj / p) t
.
=
(14.14)
(qinj / p) t =0
A Figura 14.12 apresenta um grfico da razo de condutividade em funo da razo de
mobilidades, obtido experimentalmente em uma malha de 5 pontos (five-spot), para diversos
valores de volume de gua injetado (Vwinj). No grfico, VDL o volume deslocvel, definido por1:
VDL = V p ( S o S or ) ,
(14.15)
onde Vp o volume poroso da malha, So a saturao de leo no incio da injeo e Sor a saturao de
leo residual.
14-15
Figura 14.12 Razo de condutividade em uma malha five-spot. Reproduzida de Caudle, B. H.,
Fundamentals of Reservoir Engineering, Copyright 1968, com permisso de SPE-AIME.
(VERIFICAR)
Na Eq. (14.14) a relao (qinj / p) t =0 refere-se s condies iniciais. Essa relao pode ser
estimada utilizando-se as Eqs. (14.6) a (14.11), j que no incio somente leo est fluindo no
reservatrio e portanto a razo de mobilidades pode ser considerada unitria.
Para outras geometrias Craig (1980) sugere uma aproximao para o clculo da vazo de
injeo no instante da erupo da gua (breakthrough), isto , no instante em que a gua atinge o
poo de produo:
(qinj ) BT = (qinj ) t =0 M ( E A ) BT ,
(14.16)
14-16
E A = Ainv / At ,
(14.17)
14-17
A Figura 14.13 apresenta uma malha de injeo em linha direta com algumas das suas linhas de fluxo. Nas vizinhanas dos poos as equipotenciais so circunferncias concntricas aos
mesmos. Como as linhas de fluxo so perpendiculares s equipotenciais, nessas regies o fluxo
radial.
Poo injetor
Poo produtor
Como pode ser observado na Figura 14.13, as linhas de fluxo entre dois poos tm comprimentos diferentes. Como a diferena de presso entre o poo de injeo e o de produo a
mesma ao longo de qualquer linha, cada uma tem um gradiente mdio de presso diferente. As
linhas de menor comprimento so as de maior gradiente mdio.
Ao penetrarem no meio poroso, as partculas de fluido que se deslocarem ao longo da linha
de fluxo mais curta tero maior velocidade que as partculas que percorrerem outras linhas quaisquer. Isso quer dizer que em um determinado instante cada linha de fluxo ter sido varrida de uma
maneira diferente das outras. Deve ser observado que a velocidade varia no s de uma linha para
outra como ao longo da prpria linha.
A Figura 14.14 mostra como o fluido injetado penetra no meio poroso e a forma que a regio invadida vai tomando em funo das diferenas de gradiente mdio de presso entre as linhas
de fluxo.
14-18
Inicialmente o fluido injetado se propaga radialmente porque nas proximidades do poo de injeo o
gradiente de presso em todas as linhas praticamente o mesmo. Quando vista em planta, a rea
invadida pelo fluido tem uma forma tambm praticamente circular. medida que o fluido avana
em cada linha, como o seu gradiente de presso vai se alterando, a sua velocidade tambm vai se
alterando, de tal maneira que a regio invadida, que inicialmente era circular, vai adquirindo outra
forma. No instante em que a primeira partcula do fluido injetado alcana o poo de produo,
teoricamente s a linha de fluxo mais curta foi inteiramente varrida, restando partes do reservatrio
que ainda no foram contatadas. A regio invadida pelo fluido injetado vai se alterando no s em
forma como tambm em dimenso, medida que mais e mais fluido vai penetrando no meio poroso.
Conforme ser discutido na prxima seo, usando as expresses analticas que descrevem
o comportamento da presso em reservatrios homogneos infinitos possvel estimar a rea de
varrido, bem como a distribuio de presso e o comportamento das linhas de fluxo, em reservatrios submetidos injeo de gua.
14-19
Injetor (q1)
Produtor (q2)
p D (rD , t D )
2kh[ pi p(r , t )] 1
= ln(t D / rD2 ) + 0,80907 .
q
2
(14.18)
No caso do esquema da Figura 14.15, a queda de presso adimensional em um ponto qualquer do reservatrio pode ser obtida atravs do princpio da superposio de efeitos. Para facilitar o
entendimento da aplicao desse princpio, considere a Figura 14.16, onde est representado um
sistema de coordenadas cartesianas, sendo C a metade da distncia entre os dois poos, (x,y) um
ponto qualquer do sistema, r1 a distncia entre o poo injetor e o ponto (x,y), e r2 a distncia entre o
poo produtor e o ponto (x,y).
y
(x,y)
A queda de presso adimensional no ponto (x,y) dada pela soma dos efeitos devidos aos
poos injetor e produtor:
p D ( x D , y D , t D ) = p D (r1D , t D ) + p D (r2 D , t D ) ,
(14.19)
14-20
2kh [ pi p( x, y, t )]
q
q
= ln(t D / r12D ) + 0,80907 + ln(t D / r22D ) + 0,80907
2
2
] [
(14.20)
ou
2kh [ pi p ( x, y, t )] q
= ln(r12D / r22D ) = q ln(r1D / r2 D ) ,
(14.21)
2kh [ pi p( x, y , t )] q
= ln(r12D / r22D ) = q ln(r1 / r2 )
(14.22)
2kh [ p( x, y, t ) pi ]
= ln(r2 / r1 ) .
q
(14.23)
ou ainda:
r22 = (C + x ) 2 + y 2
(14.24)
r12 = (C x) 2 + y 2 ,
(14.25)
e
de onde se obtm uma relao entre as distncias r2 e r1:
r22
(C + x ) 2 + y 2
.
r12 (C x) 2 + y 2
O desenvolvimento da Eq. (14.26) resulta na expresso:
2
r 2
r 2
r 2
r
x 2 1 2 + x 2C 2 + 2C + y 2 1 2 + C 2 2 C 2 = 0 .
r1
r1
r1
r1
Definindo:
(14.26)
(14.27)
r
R = 2 ,
r1
essa equao pode ser reescrita de uma forma mais compacta:
x 2 (1 R ) + 2 x(CR + C ) + y 2 (1 R) = RC 2 C 2 .
(14.28)
(14.29)
14-21
( x a) 2 + ( y b) 2 = rc 2 ,
(14.30)
onde rc o raio da circunferncia e a e b so as coordenadas do seu centro. A equao da circunferncia pode ser desdobrada em:
( x 2 2ax + a 2 ) + ( y 2 2by + b 2 ) = rc 2 .
(14.31)
(14.32)
ou ainda:
CR + C
2
2 ( R 1)
x 2 2
.
x + y = C
(1 R)
R 1
(14.33)
Somando o termo [(CR+C)/(R1)]2 aos lados direito e esquerdo do sinal de igualdade da Eq.
(14.33), obtm-se:
2
CR + C CR + C
2
2 ( R 1) CR + C
x 2 2
+
x +
+ y =C
1
R
1
(1 R ) R 1
(14.34)
ou
2
4 RC
CR + C CR + C
2
x 2 2
.
x +
+y =
( R 1) 2
R 1 R 1
(14.35)
Comparando a Eq. (14.35) com a Eq. (14.31), conclui-se que a Eq. (14.35) a equao de uma
circunferncia, cujo raio dado por rc = 2C R /( R 1) e cujas coordenadas cartesianas do centro
so a = C ( R + 1) /( R 1) e b = 0. Ento, as linhas equipotenciais so circunferncias, cujos centros
esto sobre o eixo horizontal do sistema cartesiano de coordenadas, conforme ilustra a Figura 14.17.
Os parmetros que definem as posies (a) e os raios (rc) dessas circunferncias dependem dos
valores de C e de R, ou seja, da distncia entre os dois poos e do valor da presso ou linha equipotencial, representada no grupo de variveis e parmetros dado por 2kh [ p( x, y, t ) pi ] /(q) . Ao
redor do poo produtor tambm existiro circunferncias de presso constante.
14-22
p3
p2
p = pi
p1
x
linha de fluxo
a2
C
C
linha equipotencial
(p = constante)
Figura 14.17 Linhas equipotenciais e linhas de fluxo em um sistema composto de um poo injetor e de um
produtor.
Na Figura 14.17, p1, p2 e p3 so valores de linhas equipotenciais, ou, neste caso em que o
reservatrio horizontal, de linhas de presso constante. A distncia entre o centro da circunferncia
de presso constante p2 e a origem do sistema de coordenadas a2. A linha vertical tracejada que
coincide com a ordenada do sistema de coordenadas cartesianas tambm uma linha de presso
constante. Neste caso, a queda de presso nula, ou seja, p(x,y) = p(x,y) pi = 0. Assim, a presso
sobre essa linha vertical igual presso inicial do sistema (pi), j que ela passa exatamente pelo
ponto mdio do segmento de reta que liga os dois poos. Quanto s linhas de fluxo, estas devem ser
ortogonais s linhas equipotenciais. Portanto, as linhas de fluxo so tambm circunferncias, cujos
centros localizam-se sobre a ordenada do sistema cartesiano.
___________________________
Exemplo 14.1 (Brigham, 1981) Conforme mostrado na Figura 14.17, as linhas de mesma presso
ao redor do poo injetor (e tambm ao redor do produtor) so circunferncias. Qual a equao da
circunferncia, ao redor do poo injetor, para a qual p pi = 0,50 (pwinj pi), onde pwinj a presso
de fluxo de fundo no poo injetor? Admita que o raio do poo injetor seja igual a rwinj.
Soluo:
No poo injetor tem-se p = pwinj, r2 = 2C e r1 = rwinj. Substituindo esses valores na Eq.
(14.23) obtm-se:
2kh ( p winj p i )
= ln(2C / rwinj ) .
(14.36)
q
Por outro lado, substituindo o valor de p pi = 0,50 (pwinj pi) na Eq. (14.23) resulta em:
14-23
(14.37)
= ln(r2 / r1 )
ou
2kh ( p winj pi )
q
= 2 ln(r2 / r1 ) .
(14.38)
(14.39)
(r2 / r1 ) 2 = 2C / rwinj .
(14.40)
R (r2 / r1 ) 2 = 2C / rwinj ,
(14.41)
de onde se obtm:
Logo,
rc =
2Crwinj 2C / rwinj
2C R 2C 2C / rwinj
=
=
2Crwinj
R 1
(2C / rwinj ) 1
2C rwinj
(14.42)
x=a=
C (2C / rwinj + 1)
2C / rwinj 1
C (2C + rwinj )
2C rwinj
C.
(14.43)
Assim, a equao da circunferncia para a qual p pi = 0,50 (pwinj pi) dada por:
( x C ) 2 + y 2 = 2Cr winj .
(14.44)
___________________________
Um outro aspecto de interesse (Brigham, 1981) a determinao da rea varrida pelo fluido injetado at um determinado instante. Por exemplo, no caso do esquema da Figura 14.15, ou,
equivalentemente, da Figura 14.16, onde so mostradas as dimenses do sistema, qual seria a rea
invadida pela gua no momento do breakthrough, isto , quando a gua atingisse o poo produtor?
Qual seria, nesse instante, a distncia percorrida pela gua no sentido oposto ao do poo produtor?
Para facilitar o desenvolvimento a ser apresentado, admita novamente um sistema de coordenadas cartesianas, em que o eixo horizontal coincide com a linha horizontal que passa pelos dois
poos, como ilustrado na Figura 14.18. Para se analisar o comportamento do sistema no instante do
breakthrough, conveniente admitir tambm que o eixo horizontal tem origem no poo injetor,
com valores de x crescentes para a direita neste caso, j que o poo injetor encontra-se esquerda do
produtor.
14-24
C
linha de fluxo de
breakthrough
x
2C - x
A rea invadida, ou varrida, pela gua (Ainv) pode ser obtida da expresso:
Vinv = Ainv h ,
(14.45)
onde Vinv o volume invadido pela gua, o qual pode ser relacionado ao volume de gua injetada
(Vwinj) e saturao de gua injetada (Swinj) atravs da equao:
(14.46)
Admitindo que na regio invadida pela gua a saturao de leo seja igual saturao residual, temse que:
S winj = 1 S or .
(14.47)
(14.48)
Assim,
Vwinj = qinj t ,
(14.49)
onde qinj a vazo de injeo (medida em condies de reservatrio), que neste caso igual a q, ou
seja, qinj = q. Substituindo a Eq. (14.49) na Eq. (14.48) resulta em:
qt = Ainv h(1 S or )
(14.50)
qt
.
h(1 S or )
(14.51)
ou
Ainv =
(14.52)
onde tBT o tempo de breakthrough, ou seja, o tempo necessrio para que a gua atinja o poo
produtor.
O tempo de breakthrough pode ser obtido por:
t BT
t BT
xBT
xBT
dt
dx ,
= dt =
dx =
dx
dx / dt
0
0
(14.53)
14-25
onde xBT a distncia percorrida pela gua ao longo do eixo x at o instante de breakthrough. Mas,
dx/dt a velocidade real de fluxo da gua ao longo do eixo x, que pode ser determinada a partir da
lei de Darcy:
dx
q
k
dp
.
vreal
=
(14.54)
dt
A(1 S or )
(1 S or ) dx
Substituindo a Eq. (14.54) na Eq. (14.53) produz:
xBT
t BT
xBT
(1 S or ) dx
dx
=
.
k
dp
k
dp / dx
0
(1 S or ) dx
(14.55)
(14.57)
de onde se obtm:
2kh dp
2C
=
q dx
x(2C x)
(14.58)
dp
q
2C
=
.
dx
2kh x(2C x)
(14.59)
ou ainda:
t BT =
2C
(1 S or )
h(1 S or )
dx
=
x(2C x)dx ,
2C
k
Cq
q
0
2kh x(2C x)
0
(14.60)
t BT =
4 h(1 S or )C 2
.
3
q
(14.61)
Finalmente, substituindo a Eq. (14.61) na Eq. (14.52) obtm-se a rea invadida pela gua no instante
de breakthrough:
4
( Ainv ) BT = C 2 .
(14.62)
3
A Figura 14.19 mostra um desenho esquemtico da regio invadida pela gua no instante
de breakthrough. Para determinar a distncia percorrida pela gua no sentido oposto ao do poo
produtor, ou seja, no sentido leste-oeste, considere um novo sistema de eixos cartesianos, em que os
valores de x crescem da direita para a esquerda, a partir do poo injetor, como ilustrado na Figura
14.19.
14-26
2C
Figura 14.19 Ilustrao da rea invadida pela gua no instante de breakthrough em um sistema composto
de um injetor e de um produtor.
A presso ao longo da linha horizontal que passa pelos dois poos, a uma distncia x do
poo injetor, dada por:
2kh [ p( x, y, t ) pi ]
= ln(r2 / r1 ) ,
(14.63)
q
onde agora r1 = x e r2 = 2C+x. Ento,
2kh ( p pi )
x
= ln
= ln x + ln(2C + x) ,
q
2C + x
(14.64)
de onde se obtm:
2kh dp
1
1
2C
=
=
q dx 2C + x x
x(2C + x)
(14.65)
dp
q
2C
=
.
dx
2kh x(2C + x)
(14.66)
ou:
t BT =
(1 S or )
h(1 S or ) BT
dx
=
x(2C + x)dx
2C
k
qC
q
0
2kh x (2C + x)
0
(14.67)
ou ainda:
t BT =
h(1 S or ) x BT
2
+ Cx BT
.
qC
3
4 h(1 S or )C 2 h(1 S or ) x BT
2
=
+ Cx BT
,
3
q
qC
3
(14.68)
(14.69)
14-27
x BT = C .
(14.71)
Como se observa na figura, a malha pode ser subdividida em quatro setores iguais tanto na forma
como no comportamento em termos de distribuio de presses, fluxo, etc. Assim sendo o estudo
pode ser efetuado usando-se apenas um setor, a rea hachurada. O que ocorrer neste setor vai
ocorrer no restante da malha e tambm no restante do reservatrio.
14-28
Admita que inicialmente o meio poroso contenha apenas dois fluidos, gua e leo, estando
a gua na forma de saturao irredutvel. Nesse instante, o volume de leo contido no meio poroso
pode ser calculado utilizando-se a expresso:
Voi = At hSo = V p So ,
(14.72)
onde Voi o volume inicial de leo contido no meio poroso, At a rea total do setor (medida em
planta), h a espessura da formao, a porosidade, So a saturao de leo e Vp o volume poroso.
Se fosse feita uma injeo de gua por um tempo infinito restaria no meio poroso um volume residual (irredutvel com respeito injeo de gua) de leo, dado pela expresso:
Vor = At hSor ,
(14.73)
onde Vor o volume de leo residual e Sor a saturao de leo residual (irredutvel).
Verifica-se que, devido aos efeitos da capilaridade, apenas uma parte do leo inicialmente
existente no meio poroso pode ser deslocada pela injeo de gua. A essa parte dos fluidos que pode
ser removida d-se o nome de volume deslocvel. O volume deslocvel, que tem por smbolo VDL,
pode ser obtido calculando-se a diferena entre o volume inicial de leo e o volume irredutvel ou
residual. O volume de leo deslocvel tambm pode ser chamado de leo mvel. Assim:
VD L = At h (S o S or ) = V p (S o S o r ) .
(14.74)
Observe que a definio expressa pela Eq. (14.74) vlida para o caso particular em que o
leo o nico fluido que tem uma saturao inicial maior que a irredutvel no meio poroso. No caso
em que outros fluidos tiverem saturaes maiores que a irredutvel, o volume deslocvel ser
composto pelo leo mvel mais as parcelas mveis dos demais fluidos. conveniente ressaltar que
em um tempo finito de injeo, o volume efetivamente deslocado (de leo e/ou outros fluidos
mveis) ser sempre uma frao do volume deslocvel.
Voltando ao caso em que o leo o nico fluido mvel no meio poroso, a gua, ao ser injetada, vai ocupando o espao cedido pelo leo que est sendo produzido e, dessa forma, invadindo
progressivamente o meio poroso. Vista em planta, esta invaso progressiva apresenta o aspecto
ilustrado na Figura 14.21.
Cada figura mostra uma rea hachurada correspondente a um tempo de injeo. O volume de gua
contido na regio invadida do reservatrio em um determinado instante pode ser calculado com a
seguinte expresso:
Vw = Ainv hS w ,
onde Ainv a rea invadida e Sw a saturao mdia de gua na regio invadida.
(14.75)
14-29
A Figura 14.22 apresenta o volume do meio poroso que foi invadido devido injeo de
um determinado volume de fluido.
Produo
h
Injeo
Ainv
Para saber o volume de gua que invadiu o meio poroso, suficiente subtrair da gua atualmente
existente na regio invadida a parcela que j se encontrava a na forma de saturao de gua conata,
antes da injeo:
(14.76)
onde Vwinv o volume de gua injetada que invadiu o meio poroso, Swi a saturao de gua inicial
(irredutvel) e Vpinv o volume poroso da zona invadida.
O aparecimento de uma regio invadida s foi possvel porque uma parcela dos fluidos que
a se encontravam se deslocou, cedendo lugar para a gua injetada. Como no presente caso apenas o
leo deslocvel, ao volume de gua que invadiu o meio poroso corresponde igual volume de leo
deslocado e por conseqncia produzido:
(14.77)
S w = 1 S or .
(14.78)
Alm disso, no incio da injeo a relao entre as saturaes de gua e de leo era dada por:
S wi = 1 S o .
(14.79)
(14.80)
A Eq. (14.80) o resultado bvio de que o volume de leo deslocado a diferena entre o
leo que existia inicialmente e o leo que existe atualmente na zona que foi invadida pelo fluido
injetado. Deve ser lembrado que, como no caso presente existiam inicialmente apenas leo e gua na
forma irredutvel no meio poroso, o volume de fluido deslocado igual ao volume de leo deslocado.
14-30
O acompanhamento do processo de injeo pode ser feito utilizando as equaes anteriormente apresentadas do seguinte modo: a injeo de gua com vazo constante durante um tempo t
causa o aparecimento de uma regio invadida Ainv. Com a Eq. (14.80) calcula-se o volume de leo
deslocado ou produzido. O volume injetado obtido pelo produto da vazo pelo tempo de injeo.
Assim:
Vwinj = qinj t ,
(14.81)
onde Vwinj o volume de fluido injetado (medido em condies de reservatrio), qinj a vazo de
injeo (medida em condies de reservatrio) e t o tempo de injeo. Para vrios tempos de
injeo diferentes tm-se volumes injetados diferentes e volumes deslocados diferentes. Pode-se
ento construir a Tabela 14.1.
Tabela 14.1 Acompanhamento de um projeto de injeo de gua
Tempo de injeo
(tj)
Volume injetado
(Vwinj)j
rea invadida
(Ainv)j
0
t1
t2
t3
tn
(Vwinj)1
(Vwinj)2
(Vwinj)3
(Vwinj)n
(Ainv)1
(Ainv)2
(Ainv)3
(Ainv)n
( V D) 1
( V D) 2
( V D) 3
( V D) n
Breakthrough (BT)
14-31
Observa-se que o grfico apresenta dois trechos distintos, que so uma parte reta e um trecho curvo
tendendo a se tornar horizontal. A parte reta cuja inclinao de 45o corresponde ao perodo
anterior ao breakthrough, ou seja, um perodo durante o qual toda a gua injetada permanece no
meio poroso dando em contrapartida um igual volume de leo produzido. No instante de breakthrough tem incio a etapa da injeo em que s uma parte da gua injetada vai efetivamente
deslocando o leo e, por conseguinte, aumentando a produo acumulada desse fluido. A outra parte
vai simplesmente sendo produzida. Nessa etapa, a vazo de produo de leo decrescente enquanto que a de gua crescente. Isso explica o fato de a curva de produo acumulada de leo (ou
volume deslocado) versus volume de gua injetada tender a se tornar horizontal. O valor mximo de
produo acumulada de leo, que igual ao volume deslocvel, teoricamente s ser atingido aps
uma injeo por um tempo infinito, ou seja, um volume injetado infinito.
Os dados obtidos at agora so vlidos apenas para o meio poroso em estudo, uma vez que
as dimenses reais do mesmo esto envolvidas nos resultados. Ao se dividir o volume de fluido
injetado (Vwinj) pelo volume deslocvel, tem-se o volume injetado adimensional. Os volumes
injetados so, portanto, expressos como mltiplos ou submltiplos do volume deslocvel. Quando se
diz, por exemplo, que foi injetado um volume (Vwinj/VDL) igual a 2, na verdade est sendo dito que
foi injetado um volume de gua igual a 2 vezes o volume deslocvel do reservatrio.
Para se calcular o volume deslocado adimensional divide-se o volume de leo deslocado
(que no caso presente igual ao volume de leo produzido) pelo volume deslocvel:
Ainv h(S o S or ) Ainv
VD
.
=
=
(14.82)
VD L
At h(S o S or )
At
Observa-se que o quociente entre o volume de leo deslocado (VD) e o volume deslocvel (VDL)
resulta, aps simplificao, em uma relao entre a rea invadida e a rea total da malha. Como foi
visto anteriormente, essa relao chamada de eficincia de varrido horizontal. Dessa maneira:
A
VD
= inv = E A ,
(14.83)
VD L
At
e a Figura 14.23 se transforma na Figura 14.24. No eixo das abcissas tem-se o nmero de volumes
deslocveis injetados e no eixo das ordenadas as eficincias de varrido horizontal correspondentes.
Uma curva semelhante da Figura 14.24, obtida a partir de experimentos reais, pode ser usada para
malhas five-spot de quaisquer dimenses.
1,0
(EA )BT
0,0
0,0
Breakthrough (BT)
14-32
=
Winj =
(14.84)
VD L
Bw VD L
Bw
modelo
modelo
e a produo acumulada de leo medida em condies-padro (Np) pode ser calculada pela expresso:
(VD L ) real
V p (S o Sor )
= EA
.
N p = EA
(14.85)
Bo
Bo
( )
As Eqs. (14.84) e (14.85) foram deduzidas para um meio poroso em que inicialmente no
h gs livre. Quando existe uma saturao inicial de gs mvel, as equaes devem ser modificadas
para atender a esta nova situao. O volume deslocvel deve ser definido tambm em funo da
parcela mvel do gs. Costuma-se fazer a considerao de que no instante do fill-up, ou seja, do
enchimento do reservatrio, o gs deslocvel de todo o meio poroso ter sido deslocado. Isto ,
mesmo os poros da regio no invadida que anteriormente continham gs, apesar de ainda no terem
sido contatados pela gua injetada, tiveram esse gs deslocado na medida em que foram resaturados
com leo que veio da regio invadida. Sendo assim, ao se calcular o volume de leo produzido,
deve-se lembrar que o leo que saiu da regio invadida, isto , o leo deslocado, no foi totalmente
produzido. Uma parte dele foi se alojar na zona no invadida, no espao poroso que anteriormente
era ocupado pelo gs. Em outras palavras, o volume de leo produzido devido injeo de gua em
um determinado tempo igual ao volume deslocado, que igual ao volume invadido, descontada a
parcela relativa ao gs livre deslocado. Ento:
VD L E A (Vwinj ) FU
Np =
,
(14.86)
Bo
onde o volume de gua injetada necessrio para que ocorra o fill-up, que igual ao volume
deslocvel de gs, dado pela expresso:
(Vwinj ) FU = V p (S g S g r ) ,
(14.87)
onde Sg a saturao inicial de gs e Sgr a saturao residual (irredutvel) de gs. O volume deslocvel dado por:
VD L = At h ( S o S or ) + (S g S g r )
(14.88)
O resultado mostrado na Figura 14.24 foi obtido para um determinado valor de razo de
mobilidades. Se o ensaio fosse repetido utilizando-se fluidos com uma razo de mobilidades menor,
mantendo-se constantes as demais condies, seria observado um retardamento do breakthrough,
isto , o incio da produo do fluido injetado aconteceria mais tarde. Nesse caso ocorre uma maior
acumulao do fluido injetado no meio poroso, que causa o aparecimento de uma maior rea
invadida, o que corresponde a uma maior eficincia de varrido horizontal. No caso de uma razo de
mobilidades maior, ocorre o contrrio, ou seja, menor rea invadida e conseqentemente menor
eficincia de varrido.
A Figura 14.25 apresenta curvas de eficincia de varrido horizontal para diferentes valores
da razo de mobilidades.
EA
1,0
14-33
M1<M2<M3
M1
M2
M3
0,0
0,0
Vwinj/VDL
a) Modelo five-spot
Como j foi citado anteriormente, existem alguns esquemas de injeo nos quais as relaes entre as suas dimenses podem assumir uma quantidade infinita de valores de tal modo que a
utilizao dos resultados dos seus estudos tem uma aplicao bastante restrita. o caso, por
exemplo, da injeo em linha direta, onde a relao entre a distncia entre as linhas e a distncia
entre poos do mesmo tipo (d/a) pode assumir uma quantidade de valores infinita.
O modelo five-spot, por ter uma relao fixa entre suas dimenses (malha quadrada), se
presta bastante para estudos. Um outro aspecto interessante o fato de que, no desenvolvimento de
um campo, os poos so perfurados geralmente na disposio dessa malha, restando apenas a
transformao de alguns em poos de injeo, por ocasio da implantao do projeto. Esta observao vlida se o campo tiver sido desenvolvido com poos regularmente espaados.
Caudle & Witte (1959), utilizando um aparato chamado X-Ray Shadowgraph, realizaram
determinaes de eficincia de varrido horizontal e injetividade para malhas tipo five-spot, para
diferentes valores de razo de mobilidades. O ensaio consta, em linhas gerais, da injeo em um
meio poroso de um fluido deslocante contendo uma substncia que absorve raio X. O crescimento da
rea invadida acompanhado por sucessivas radiografias do meio poroso medida que o fluido
injetado. Os resultados do ensaio esto mostrados na Figura 14.26 e na Figura 14.27. A Figura 14.26
apresenta valores de eficincia de varrido horizontal para vrios valores de razo de mobilidades e
diferentes volumes de fluido injetado.
14-34
Figura 14.26 Eficincia de varrido horizontal para um modelo five-spot. Reproduzida de Caudle, B. H.,
Fundamentals of Reservoir Engineering, Copyright 1968, com permisso de SPE-AIME.
14-35
Figura 14.27 Eficincia de varrido horizontal para um modelo five-spot. Reproduzida de Caudle, B. H.,
Fundamentals of Reservoir Engineering, Copyright 1968, com permisso de SPE-AIME.
b) Outros modelos
A Figura 14.28 e a Figura 14.29 apresentam grficos de eficincia de varrido horizontal no
instante de breakthrough (EA)BT versus razo de mobilidades para os modelos de injeo em linha
direta e em linha esconsa, respectivamente, para uma razo d/a igual a 1.
14-36
Figura 14.28 Eficincia de varrido horizontal para modelo de linha direta no instante de breakthrough.
Reproduzida de Craig, F. F., Jr., The Reservoir Engineering Aspects of Waterflooding, Copyright 1971, com
permisso de SPE-AIME.
Figura 14.29 Eficincia de varrido horizontal para modelo de linha esconsa no instante de breakthrough.
Reproduzida de Craig, F. F., Jr., The Reservoir Engineering Aspects of Waterflooding, Copyright 1971, com
permisso de SPE-AIME.
A Figura 14.28 e a Figura 14.29, contudo, devem ser utilizadas com cautela, pois aparentemente apresentam dados incoerentes com o comportamento esperado de um reservatrio de leo
submetido a um processo de injeo de gua. Observa-se, por exemplo, que para razes de mobilidade prximas de 0,1 a Figura 14.28 mostra valores da eficincia de varrido horizontal no instante
de breakthrough maiores que os da Figura 14.29. Fisicamente esse resultado no faz sentido, j
que a disposio dos poos no modelo de injeo em linha esconsa deve produzir valores maiores de
eficincia de varrido horizontal que no modelo de injeo em linha direta.
14-37
Conforme apresentado na seo anterior, a correlao de Craig, dada pela Eq. (14.16), utiliza dados de eficincias de varrido horizontal no instante de breakthrough para a estimativa da
vazo de injeo de gua nesse instante. Esses dados podem ser obtidos, por exemplo, da Figura
14.28 e da Figura 14.29, para injeo em linha direta e em linha esconsa, respectivamente.
A correlao de Craig, porm, nem sempre produz resultados coerentes com outros dados
experimentais disponveis na literatura. Sabe-se que quando a razo de mobilidades maior que 1 a
vazo de injeo aumenta com o decorrer do tempo, se mantido constante o diferencial de presso
entre os poos injetores e produtores. Isso ocorre porque nesse caso o fluido do reservatrio est
sendo substitudo por um fluido mais mvel, o que deve provocar um aumento da injetividade. No
entanto, considerando um sistema de injeo em linha direta, por exemplo, e admitindo M = 2,
obtm-se da Figura 14.28 o valor de (EA)BT = 0,5 para a eficincia de varrido horizontal no instante
de breakthrough, o que implica que M ( E A ) BT = 2 0,5 = 1 . Substituindo na correlao de Craig,
Eq. (14.16), resulta em:
14-38
M =
(k w ) Sor / w
(k o ) S wi / o
(k rw ) Sor =0,30 o
0,30 4,5
=
= 2,0 .
(k ro ) S wi =0,25 w 0,70 0,96
Parte (a):
A eficincia de varrido horizontal para o modelo five-spot pode ser obtida da Figura
14.27. No instante do breakthrough tem-se:
Figura 14.22
( E A ) BT = 0,59 .
" Breakthrough"
M =2
Parte (b):
A vazo de injeo no instante do breakthrough pode ser calculada usando-se o conceito
de razo de condutividade:
(Qinj / p) t
(Qinj / p ) t =0
Se a diferena de presso entre os poos de injeo e de produo (p) mantida constante, a razo
de condutividade passa a ser escrita como:
(Qinj ) t
(Qinj )t =0
de onde se obtm:
(Qinj ) t = (Qinj ) t =0 .
No instante do breakthrough:
(Qinj ) BT = BT (Qinj ) t =0 = 50 BT .
A razo de condutividade no instante do breakthrough (BT) pode ser estimada usando o
grfico da Figura 14.12. At o instante do breakthrough a relao Vwinj/VDL igual eficincia de
varrido horizontal. Portanto,
M =2
(Vwinj / VDL ) BT = ( E A ) BT
Figura 14.12
BT = 1,35
= 0,59
N p = VDL E A / Bo ,
onde VDL o volume deslocvel de leo, dado por:
Vwinj = Qinj tBw = 50 m 3 std / d 4 anos 365 d / ano 1,0 m 3 / m 3 std = 7,3 10 4 m 3 .
Ento,
14-39
Figura 14.22
7,3 10
E A = 0,73
=
=
0
,
81
4
9 10
M =2
Vwinj
VDL
(Qinj / p) t
(Qinj / p ) t =0
( p ) t = 0
(p) t =0
(p ) t =
,
(p) t
M =2
Vwinj / VDL
Figura 14.12
= 1,53 .
= 0,81
A expresso que relaciona a vazo com o diferencial de presso em uma malha five-spot
a Eq. (14.8), que no sistema de unidades empregado neste exemplo dada por:
0,011412k o hp
qinj =
o log(d ip / rw ) 0,2688
onde dip a distncia entre os poos injetor e produtor:
d ip = a 2 / 2 = 400 2 / 2 = 282,84 m
e
50 =
0,011412 210 5 p
p = (p ) t =0 = 59,8 kgf / cm 2
4,5[log(282,84 / 0,10) 0,2688]
(p) t =4 anos =
(p) t =0 59,8
=
= 39,1 kgf / cm 2 .
1,53
___________________________
14-40
X1
gua
leo
k1
h1
k2
h2
k3
h3
L
Figura 14.30 Seo vertical de um reservatrio estratificado sujeito injeo de gua.
Define-se eficincia de varrido vertical (Evv) como sendo a relao entre a rea vertical invadida pela gua (regio hachurada na Figura 14.30) e a rea vertical total da seo transversal. A
partir dessa definio pode-se concluir que a eficincia de varrido vertical varia com a seo vertical
considerada. No exemplo da Figura 14.30 est sendo considerada uma seo transversal plana que
passa pelos poos de injeo e de produo. A depender das caractersticas do reservatrio, a rea
vertical invadida pela gua em outras sees verticais (no planas mas que tambm passam pelos
poos de injeo e de produo) do reservatrio poderia ser diferente daquela mostrada na Figura
14.30. Assim, de maior importncia e utilidade na engenharia de reservatrios do que a eficincia de
varrido vertical a chamada eficincia volumtrica (Ev), definida como o produto entre as eficincias de varrido horizontal e vertical:
Ev = E A Evv .
(14.90)
Em termos prticos a eficincia volumtrica pode ser calculada como sendo a relao entre o
volume invadido pela gua e o volume total da malha:
Volume invadido pela gua
Ev =
.
(14.91)
Volume total da malha
A eficincia volumtrica em um reservatrio de leo submetido injeo de gua pode ser
estimada utilizando-se modelos simplificados, tais como o de Stiles (1949) e o de Dykstra-Parsons
(1950). Antes da aplicao de um desses mtodos, no entanto, necessrio um tratamento estatstico
dos dados de um reservatrio heterogneo, particularmente no caso de reservatrio estratificado.
14-41
14
12
10
8
6
4
2
0
8
16
12
Permeabilidade (md)
20
24
Nmero de amostras
16
14
12
10
8
6
4
2
0
0,6
1,0
log k
2,0
2,6
Figura 14.31 Exemplo de distribuio das permeabilidades de um reservatrio. Reproduzida de Craig, F. F.,
Jr., The Reservoir Engineering Aspects of Waterflooding, Copyright 1971, com permisso de SPE-AIME.
Para caracterizar um reservatrio com variao vertical de permeabilidade, Dykstra & Parsons (1950) definiram o chamado coeficiente de variao da permeabilidade, ou simplesmente
variao da permeabilidade (V). Estatisticamente, o coeficiente de variao V definido por:
V=
,
(14.92)
X
onde o desvio padro e X o valor mdio da varivel X. Em uma distribuio normal o valor
do desvio padro tal que 15,9% das amostras tm valores de X menores que ( X ) e 84,1%
tm valores de X menores que ( X + ).
Dykstra & Parsons propem que os valores de permeabilidade, tomados por exemplo a
partir de anlises de amostras de testemunhos, sejam arranjados em ordem decrescente. A porcentagem do nmero total de valores de permeabilidade que igualar ou exceder cada valor tabulado
ento computada, ou seja, para cada valor de permeabilidade calcula-se qual a porcentagem de
amostras cujos valores de permeabilidade so maiores ou iguais a um determinado valor da tabela de
14-42
permeabilidades. Esses valores de porcentagens so ento colocados em um grfico logprobabilidade, como mostra o exemplo da Figura 14.32.
1000
100
10
1
1
10
20
30
40
50
60
70
80
90
95
98
99
Figura 14.32 Distribuio log-normal das permeabilidades do reservatrio da Figura 14.31 (Craig, 1971).
14-43
representada pela Figura 14.32, por um outro equivalente, contendo 10 camadas com diferentes
permeabilidades. Essas permeabilidades seriam escolhidas a partir da Figura 14.32, correspondentes
s porcentagens (probabilidades) de 5%, 15%, 25%, 35%, 45%, 55%, 65%, 75%, 85% e 95%.
Deve-se mencionar que, como a permeabilidade segue uma distribuio log-normal, o valor mdio de uma srie de valores individuais de permeabilidade obtido atravs da sua mdia
geomtrica, isto ,
k = n k1k 2 k 3 ...k n ,
(14.95)
A velocidade da frente de avano da gua em qualquer camada proporcional permeabilidade absoluta da camada e, para um diferencial de presso entre os poos de injeo e de produo (p) constante, a velocidade constante;
O deslocamento completo, isto , uma camada produz somente leo at o instante da erupo
(breakthrough) e somente gua depois da erupo;
Ev =
n
X i hi
i =1
Lht
(14.97)
14-44
De acordo com as hipteses do modelo de Stiles, a relao entre as posies das frentes de
avano nas camadas j+1 e j dada por:
X j +1 k j +1
,
=
(14.98)
Xj
kj
de onde se pode escrever que:
k j +1
,
X j +1 = X j
kj
(14.99)
k
Xi = X j i
kj
(14.100)
No instante do breakthrough da camada j, a posio da frente de avano nas camadas superiores, ou seja, para i j, igual distncia entre os poos injetor e produtor: Xi = L. Assim, a
eficincia volumtrica nesse instante dada pela expresso:
j
k j +1
k
h + L j + 2
L hi + L
k j j +1
kj
i =1
Ev =
Lht
h j + 2 + ... + L k n
kj
hn
hi + k (ki hi )
j i = j +1
i =1
ht
(14.101)
Wp (k w ) i hi
(k w )i hi
i =1
cut =
Wp (k w ) i hi
i =1
Bw w L
ou:
i =1
Bw w L
Wp
+
(ko )i hi
i = j +1
Bo o L
Bw w
n
(ko )i hi
(k w )i hi
i =1
Bw w
i = j +1
Bo o
(14.104)
cut =
Bw w
1+
(k o ) i hi
i = j +1
j
Bw w
(14.105)
i = j +1
j
1+
Bo o (k w ) i hi
(k ro k ) i hi
14-45
Bo o (k rw k ) i hi
i =1
i =1
Como todas as camadas possuem as mesmas permeabilidades relativas ao leo na zona de leo e
gua na zona de gua:
1
cut =
.
(14.106)
n
Bw w k ro k i hi
i = j +1
j
1+
Bo o k rw k i hi
i =1
1+
(14.107)
(14.108)
(14.109)
i = j +1
j
Bo k i hi
i =1
(14.110)
onde qw e qo so as vazes de gua e de leo (medidas em condies de reservatrio), respectivamente, nos poos de produo. Utilizando o mesmo procedimento empregado na deduo da
equao para o cut de gua ou simplesmente levando em conta as hipteses do modelo de Stiles
de que a razo de mobilidades unitria e de que as camadas possuem as mesmas permeabilidades
relativas ao leo na zona de leo e gua na zona de gua, o fluxo fracionrio, imediatamente aps
o breakthrough da camada j, pode ser calculado por:
j
fw =
qw
=
qt
(kh) i
i =1
n
(14.111)
(kh) i
i =1
j que a vazo de injeo (qinj)i na camada i proporcional capacidade (kh)i da camada, ou seja:
(qinj )i (kh) i ,
e a constante de proporcionalidade a mesma para todas as camadas.
(14.112)
14-46
___________________________
Exemplo 14.3 So dados de um reservatrio de leo sujeito injeo de gua:
Modelo de injeo...................................................................
Linha direta
Distncia entre os poos de injeo e de produo (linhas)...... 400 m
Distncia entre poos injetores (poos do mesmo tipo)............ 200 m
Espessura da formao produtora............................................ 18 m
Porosidade..............................................................................
15%
Saturao de gua conata irredutvel.......................................
10%
Saturao de leo residual.......................................................
30%
Fator volume-formao do leo durante a injeo.................... 1,30
Fator volume-formao da gua..............................................
1,00
Perda de carga no reservatrio................................................
40 atm
Razo de mobilidades.............................................................
1,0
Permeabilidade relativa gua................................................
0,7
Viscosidade da gua................................................................
1,0 cp
Saturao de gs no incio da injeo......................................
0
Caractersticas das camadas....................................................
Tabela 14.2
Tabela 14.2 Caractersticas das camadas do reservatrio do Exemplo 14.3
Camada
Permeabilidade (md)
1
2
3
4
Espessura (m)
300
200
100
10
5
4
7
2
X 1 = X 2 = L = 400 m .
Usando a Eq. (14.100) tem-se que j = 2. Assim,
k
Xi = X j i
kj
Ento,
= X 2 k i = 400 k i , i > 2.
k
200
2
14-47
k
100
X 3 = 400 3 = 400
= 200 m
200
200
e
k
10
X 4 = 400 4 = 400
= 20 m .
200
200
Parte (b):
A eficincia volumtrica pode ser determinada pela Eq. (14.97):
n
X i hi
Ev =
i =1
Lht
Parte (c):
O volume de leo produzido por malha, desde o incio da injeo at o instante da erupo
da 2a camada, pode ser calculado pela expresso:
Np =
V p ( S o S or )
Bo
Ev =
WLht ( S o S or )
200 400 18 0,15 (0,9 0,3)
Ev =
0,7
Bo
1,3
N p = 69,8 10 3 m 3 std / malha .
Parte (d):
O fluxo fracionrio de gua dado pela Eq. (14.111):
j
q
fw = w =
qt
(kh)i
i =1
n
(kh)i
300 5 + 200 4
= 0,76 .
300 5 + 200 4 + 100 7 + 10 2
i =1
Parte (e):
A vazo de injeo (Qinj)i na camada i igual vazo de gua ou de leo nessa camada, ou
seja, dada pela Eq. (14.103), que no sistema de unidades usado no exemplo e em condies-padro
expressa por:
(Qinj ) i =
(q w ) i (qo ) i
k k A p
=
= i rw i
.
Bw
Bw
119,6 Bw w L
Ento,
(Qinj ) 4 =
14-48
q
k p
=
.
(14.113)
A
L
Em uma determinada camada onde a gua esteja deslocando o leo, as velocidades aparentes desses
dois fluidos so calculadas pelas expresses:
k p w
q
= w
(14.114)
A w w Lw
e
k p o
q
,
= o
(14.115)
A o o Lo
v=
Lo
gua
leo
pw
po
p
Figura 14.33 Camada contendo leo sendo deslocado por injeo de gua.
(14.116)
Ento,
p w =
q w Lw
Ak w
(14.117)
p o =
q o Lo
.
Ak o
(14.118)
Como:
p w + po = p ,
(14.119)
q w Lw q o Lo
+
= p ,
Ak w
Ak o
(14.120)
ento:
de onde se obtm:
14-49
p
q
=
A w Lw o Lo
+
kw
ko
(14.121)
ou
v=
q
kp
=
,
L
L
A
w w
+ o o
k rw
k ro
(14.122)
(14.123)
(14.124)
Sor
leo
Sw
gua
So
Swi
(14.125)
Considere um reservatrio com duas camadas, sujeito injeo de gua, como mostrado na
Figura 14.35.
14-50
X1
gua
k1
leo
k2
X2
L
Figura 14.35 Reservatrio com duas camadas sujeito injeo de gua.
k
k ro
rw
(14.126)
(vreal ) 2
dX 2
=
dt
k 2 p
X
(L X 2 )
S o w 2 + o
k ro
k rw
+
+
.
S o
dt k1 k rw
k ro
dt k 2 k rw
k ro
(14.127)
(14.128)
k 2 dX 1 [ X 1 + M ( L X 1 )] = k1dX 2 [X 2 + M ( L X 2 )] ,
(14.129)
X2
k 2 [X 1 + M ( L X 1 )]dX 1 = k1
[X 2 + M ( L X 2 )]dX 2 ,
(14.130)
cujo resultado :
2
X
X k
(1 M ) 2 + 2M 2 2 (1 + M ) = 0 .
L
L k1
(14.131)
X2
=
L
M M 2 + (1 M 2 )
M 1
k2
k1
(14.132)
14-51
X 2 M 1
(14.133)
.
=
L
M 1
Mas se k2 = k1 ento no instante da erupo da camada 1 tem-se tambm a erupo da camada 2, ou
seja, X2 = L. Portanto, prevalece o sinal na Eq. (14.132) e a soluo :
k
M M 2 + (1 M 2 ) 2
k1
X2
(14.134)
.
=
L
M 1
O desenvolvimento apresentado pode ser estendido para um sistema composto de n camadas. No instante da erupo (breakthrough) da camada j a posio da frente de avano da gua em
uma camada i qualquer (i > j) dada pela expresso:
2
2 ki
M M + (1 M )
kj
X i = L
(14.135)
.
M 1
A eficincia volumtrica, que neste caso igual eficincia de varrido vertical, pode ser
determinada pela expresso:
n
n
n
n
X
X
X i hi Li hi Li hi X i hi
Ev = i =n1
= i =1 n
= i =1
= i =1
.
(14.136)
ht
Lht
Lhi
hi
i =1
i =1
14-52
40 atm
1,0
0,7
1,0
0,50 cp
1,07 cp
0
Tabela 14.3
Camada
Permeabilidade (md)
1
2
3
4
Espessura (m)
300
200
100
10
5
4
7
2
2
2 ki
M M + (1 M )
kj
X i = L
M 1
M=
Assim,
0,7 1,07
1,5 .
0,5 1,0
2
2 ki
1,5 (1,5) + [1 (1,5) ]
300
X i = 400
1,5 1
Camada
X i (m )
1
400
14-53
ki
.
= 8001,5 2,25
240
2
248
3
117
4
11
Parte (b):
A eficincia de varrido vertical no breakthrough calculada por:
n
X i hi
Evv =
i =1
Lht
Parte (c):
A vazo de injeo em cada camada no instante de breakthrough pode ser obtida pela
Eq. (14.138), que no sistema de unidades utilizado neste exemplo dada por:
(Qinj ) i =
k i k rw Ap
0,7 200 40 1,033k i hi
96,736k i hi
=
=
119,6 Bw w [X i + M ( L X i )] 119,6 1,0 0,5[X i + 1,5(400 X i )] X i + 1,5(400 X i )
Camada
(Qinj)i (m3std/d)
1
362,8
2
162,6
3
125,1
4
3,3
Parte (d):
A razo gua/leo definida como:
RAO =
q w / Bw
,
qo / Bo
RAO =
q w / Bw
q1 / 1,0
362,8 / 1,0
=
=
= 1,62 .
qo / Bo [(Qinj ) 2 + (Qinj ) 3 + (Qinj ) 4 ] / Bo (162,6 + 125,1 + 3,3) / 1,3
Parte (e):
A posio da frente de avano da gua, em cada camada, no instante da erupo (breakthrough), admitindo M = 0,8, dada pela equao:
14-54
2
2 ki
M M + (1 M )
kj
X i = L
M 1
2
2 ki
300
= 400
0
,
8
1
400
2
276,2
3
143,6
4
14,9
Parte (f):
X i hi
Evv =
i =1
Lht
Parte (g):
Como a razo de mobilidades foi alterada de 1,5 para 0,8, a relao
M=
k w / w k rw / w
=
ko / o
k ro / o
ser alterada. Admitindo-se que as permeabilidades relativas permaneam as mesmas, pode ser
alterada, por exemplo, a viscosidade da gua:
M = 0,8 =
0,7 / w
w = 0,936 cp .
1,0 / 1,07
(Qinj ) i =
k i k rw Ap
0,7 200 40 1,033k i hi
51,675k i hi
=
=
119,6 Bw w [X i + M ( L X i )] 119,6 1,0 0,936[X i + 0,8(400 X i )] X i + 0,8(400 X i )
Camada
(Qinj)i (m3std/d)
1
193,8
2
110,2
3
103,8
4
3,2
Parte (h):
A razo gua/leo no breakthrough, admitindo M = 0,8, dada por:
RAO =
q w / Bw
q1 / 1,0
193,8 / 1,0
=
=
= 1,16 .
qo / Bo [(Qinj ) 2 + (Qinj ) 3 + (Qinj ) 4 ] / Bo (110,2 + 103,8 + 3,2) / 1,3
14-55
1
400
2
266,7
3
133,3
4
13,3
Parte (b):
No mtodo de Stiles as vazes em cada camada so proporcionais s capacidades das camadas:
qi k i hi ,
ou seja,
qi =
ki hi
n
kl hl
qt ,
l =1
RAO =
q1 / Bw
4
kl hl
=
qt / Bw
l =1
4
k1h1 / Bw
4
qi / Bo ki hi / kl hl qt / Bo ki hi / Bo
i =2
i=2
i=2
l =1
300 5 / 1,0
= 1,28 .
(200 4 + 100 7 + 10 2) / 1,3
___________________________
14-56
14-57
Sg
Sgr
So
S wi
S ob
Saturao
S or
t
is
D
Sw
ci
n
Regio no afetada
Banco de leo
Regio invadida
pela gua
Frente de avano
do leo
Frente de avano
da gua
Extremidade de
injeo
Injeo
Na regio invadida pela gua, por exemplo, as saturaes de gua, leo e gs poderiam ser da ordem
de 50%, 45% e 5%, respectivamente. No banco de leo tais saturaes modificam-se, por exemplo,
para 20% (gua), 75% (leo) e 5% (gs). Na regio no afetada tem-se, nesse exemplo, 20% (gua),
60% (leo) e 20% (gs).
Na maior parte dos casos prticos a saturao de gs na regio invadida pela gua e no
banco de leo tende a ser nula, pois parte da saturao de gs existente no incio do projeto
deslocada pelo leo e parte redissolvida no leo, devido ao aumento de presso provocado pela
injeo do fluido deslocante.
A Figura 14.36 corresponde ao caso em que o fluido deslocante invade (ou injetado em)
um reservatrio parcialmente esgotado, que se encontra abaixo da presso de bolha, isto , que
possui certa saturao de gs livre Sg no incio da injeo. Em muitos casos prticos a injeo de
gua iniciada a uma presso maior que a de saturao e, nesse caso, a saturao inicial de gs
nula em todos os pontos do sistema.
O banco de leo formado frente da regio invadida pela gua cresce medida que o volume de gua injetado cresce. Quando tal banco atinge a extremidade de produo diz-se que houve
o fill-up (enchimento) do reservatrio. Quando a frente de avano da gua atinge a extremidade de
produo diz-se que houve o breakthrough (erupo) da gua. No modelo de deslocamento
completo no h mais produo de leo aps o breakthrough quando o fluxo linear, como
ilustrado na Figura 14.36. Na prtica, aps o breakthrough o reservatrio entra na chamada fase
14-58
Soi
So
Swi
Swi
a) Original
b) No incio da injeo
Sgr
Sor
1- Sgr- Sor
Sgr
Sor
1- Sgr- Swi
Swi
c) No fill-up
1- Sgr- Sor
d) No breakthrough
Figura 14.37 Diagramas de saturao em vrios instantes de um projeto de injeo de gua (Lima, H.).
Fluxo linear
O aumento de volume de gua na regio invadida deve ser igual ao volume acumulado de
gua injetada (Vwinj):
Vwinj = AX a (1 S gr S or S wi ) ,
(14.139)
onde A a rea da seo transversal do meio poroso (rea aberta ao fluxo) e Xa a posio da frente
de avano da gua, como mostra a Figura 14.38.
14-59
Sgr
Sg
Sor
1SgrSwi
So
1SorSgr
Swi
Xa
Xo
L
Figura 14.38 Distribuio de saturaes e posies das frentes de avano no modelo de deslocamento
completo - fluxo linear (Lima, H.).
Xa =
Vwinj
A(1 S gr S or S wi )
(14.140)
Fluxo radial
Usando o mesmo procedimento empregado no caso anterior (fluxo linear) obtm-se a expresso:
Ra =
Vwinj
h(1 S gr S or S wi )
(14.141)
Sor
1S grSwi
1SorSgr
So
Swi
Poo de injeo
Regio invadida
Banco de leo
Regio no afetada
Ra
Ro
Figura 14.39 Distribuio de saturaes e posies das frentes de avano no modelo de deslocamento
completo fluxo radial (Lima, H.).
14-60
Fluxo linear
O decrscimo de volume de leo na regio invadida pela gua eqivale ao acrscimo de
volume do mesmo fluido no banco de leo, ou seja:
AX a ( S o S or ) = A( X o X a )(1 S gr S wi S o ) ,
(14.142)
S o S or
X o = X a 1 +
1 S gr S wi S o
S o S or
,
Xo Xa = Xa
1 S gr S wi S o
(14.143)
(14.144)
o que indica que o tamanho do banco de leo cresce em proporo direta com Xa e, portanto, com o
volume de gua injetada.
Fluxo radial
Neste caso obtm-se:
Ro2 Ra2
Ra2
S o S or
1 S gr S wi S o
(14.145)
S o S or
,
1 S gr S wi S o
(14.146)
ou:
Ro = Ra 1 +
onde Ro o raio do banco de leo.
VDL = V p ( S o S or ) = V p (1 S wi S or ) ,
(14.147)
ED =
V p ( S o S or )
V p (1 S wi )
S o S or
.
1 S wi
14-61
(14.149)
De acordo com a Eq. (14.148) a eficincia de deslocamento definida como a relao entre o
volume de leo deslocvel e o volume poroso do reservatrio, enquanto que na Eq. (14.149) ela
definida em relao ao volume de leo originalmente existente.
e) Razo de mobilidades
Conforme definida na Seo 14.2.2, a razo de mobilidades dada por:
k /
M= w = w w .
o
ko / o
(14.150)
No modelo de deslocamento completo o valor de kw deve ser avaliado a uma saturao de gua Sw =
1 Sgr Sor e o valor de ko a uma saturao de leo So = 1 Swi Sgr.
Fluxo linear
Admite-se que a gua seja imvel no banco de leo, isto , que a saturao de gua conata
seja igual saturao irredutvel de gua, e que a saturao de equilbrio do gs seja nula (Sgr = 0).
Admite-se tambm que os fluidos sejam incompressveis. A Figura 14.40 mostra a distribuio de
presso no meio poroso.
pinj
pf
p
pp
Xa
Xo
Regio invadida
Banco de leo
Figura 14.40 Distribuio de presso no reservatrio antes do fill-up - fluxo linear (Lima, H.).
Aplicando a lei de Darcy gua e ao leo onde eles so mveis, e empregando-se um sistema compatvel de unidades, obtm-se:
k w A( pinj p f )
qw =
(14.151)
w X a
e
14-62
qo =
k o A( p f p p )
o ( X o X a )
(14.152)
onde pinj a presso de injeo, pf a presso na frente de avano da gua e pp a presso na extremidade de produo, que se admite a mesma em toda a regio no afetada. Como os fluidos so
incompressveis,
qo = q w = qinj ,
(14.153)
onde qinj a vazo de injeo de gua, medida em condies de reservatrio. Das Eqs. (14.151) e
(14.152) pode-se escrever que:
qinj w X a qinj o ( X o X a )
( pinj p f ) + ( p f p p ) pinj p p p =
+
(14.154)
kw A
ko A
ou:
p =
qinj w X o
Xa
(1 M ) .
M +
kw A
Xo
(14.155)
De acordo com a Eq. (14.143) a relao Xa/Xo constante. A Eq. (14.155) demonstra ento
que para uma vazo de injeo constante, o diferencial de presso (ou a presso de injeo, j que a
presso na regio no afetada pode ser admitida constante) antes do fill-up cresce linearmente com
Xo, ou seja, com o volume de gua injetada. Inversamente, se a presso de injeo for mantida
constante, a vazo de injeo decrescer linearmente com o volume acumulado de gua injetada.
Fluxo radial
Aplicando os mesmos conceitos do caso anterior (fluxo linear) obtm-se a expresso:
qinj w Ra
R
+ M ln o ,
p =
(14.156)
ln
2k w h rw
Ra
onde rw o raio do poo. O crescimento da presso de injeo com o volume de gua injetada neste
caso logartmico.
Quando a presso de injeo for constante as Eqs. (14.155) e (14.156) serviro para calcular a vazo de injeo antes do fill-up.
Fluxo linear
A Figura 14.41 mostra a distribuio de presso no reservatrio aps o fill-up.
14-63
p
pinj
pf
pp
Regio invadida
Banco de leo
ko = 0
kw = 0
Xa
L
Figura 14.41 Distribuio de presso no reservatrio aps o fill-up fluxo linear (Lima, H.).
Repetindo o procedimento utilizado no caso do fluxo linear antes do fill-up chega-se expresso:
qinj w L
X
p =
M + a (1 M ) .
(14.157)
kw A
L
A Eq. (14.157) mostra que, quando qinj constante, a queda de presso (e conseqentemente a
presso de injeo):
14-64
pinj
p1
pf1 1
p2
pf2 2
pp
Xa1
Xa2
L
Figura 14.42 Distribuio de presso aps o fill-up - fluxo linear - M < 1 (Lima, H.).
pinj
pf1
2 p
f2
p2
p1
Xa1
Xa2
L
Figura 14.43 Distribuio de presso aps o fill-up - fluxo linear - M > 1 (Lima, H.).
Fluxo radial
Por analogia com o caso anterior (fluxo radial antes do fill-up), deduz-se a expresso:
qinj w Ra
R
+ M ln e ,
p =
(14.158)
ln
2k w h rw
Ra
onde Re o raio de influncia do poo de injeo. Da Eq. (14.158) conclui-se que, quando M < 1, o
diferencial de presso cresce com o crescimento de Ra. Quando M > 1, p decresce quando Ra
cresce.
Das anlises apresentadas deduz-se que, do ponto de vista das presses de injeo requeridas, um valor de M < 1 menos desejvel do que um valor de M > 1, pois neste ltimo caso os
diferenciais de presso so menores (para uma dada vazo) ou as vazes so maiores (para um dado
14-65
diferencial de presso). No entanto, essa vantagem do caso em que M > 1 anulada por desvantagens maiores, j que quanto maior a razo de mobilidades menor a eficincia de varrido horizontal2.
Assim, um valor de M < 1 j uma importante indicao de sucesso de um projeto de injeo.
___________________________
Exemplo 14.6 Um reservatrio ao ser descoberto estava subsaturado e continha 0,251106 m3std
de leo, com uma saturao de gua conata irredutvel igual a 23%. Nas condies iniciais os fatores
volume-formao do leo e da gua eram, respectivamente, Boi = 1,47 m3/m3std e Bwi = 1,00
m3/m3std. O reservatrio produziu devido sua energia primria durante certo perodo, ao final do
qual se constatou uma saturao de gs livre igual a 8%, quando o fator volume-formao do leo
era Bo = 1,38 m3/m3std. Nesse instante foi iniciado nesse reservatrio um projeto de injeo de gua
com vazo de injeo igual a 300 m3std/d, resultando no final da operao uma saturao residual de
leo de 29% e uma saturao residual de gs nula. Dados adicionais sobre o reservatrio so:
Porosidade mdia....................................................................
Espessura da formao............................................................
Viscosidade do leo................................................................
Viscosidade da gua...............................................................
Permeabilidade efetiva gua.................................................
Permeabilidade efetiva ao leo................................................
= 0,20
h = 15 m
o = 2,5 cp
w = 0,95 cp
kw = 152 md
ko = 100 md
Admitindo que o fator volume-formao da gua durante o projeto de injeo seja igual ao valor
original e utilizando o modelo de deslocamento completo, calcule:
(a) O volume de gua (medido em condies-padro) necessrio para se atingir o fill-up,
supondo que a produo de leo entre o incio da injeo e o fill-up seja desprezvel (Obs.:
em muitas situaes esta considerao no pode ser feita, j que a depender das saturaes e das
permeabilidades relativas aos fluidos a vazo de leo pode apresentar valores no desprezveis).
(b) O volume de leo produzido at o fill-up, medido em condies-padro.
(c) O volume de gua injetado at o breakthrough, medido em condies-padro.
(d) O ndice de injetividade no instante do fill-up, admitindo que o modelo de injeo seja o de
linha direta com L = 400 m (distncia entre as linhas de injeo e de produo) e que o fluxo
seja absolutamente linear.
(e) O volume total de leo recuperado, medido em condies-padro.
(f) O volume de gua (medido em condies-padro) necessrio para se atingir o fill-up,
considerando que entre o incio da injeo e o fill-up haja uma produo de leo de 23
m3std/d.
(g) O volume de leo produzido at o fill-up (medido em condies-padro), considerando que
entre o incio da injeo e o fill-up haja uma produo de leo de 23 m3std/d.
(h) O volume de gua injetado at o breakthrough (medido em condies-padro), considerando
que entre o incio da injeo e o fill-up haja uma produo de leo de 23 m3std/d.
(i) O ndice de injetividade no instante do fill-up, admitindo que o modelo de injeo seja o de
linha direta com L = 400 m (distncia entre as linhas de injeo e de produo), que o fluxo seja
absolutamente linear e que entre o incio da injeo e o fill-up haja uma produo de leo de
23 m3std/d.
2
14-66
(j) O ndice de injetividade se a razo de mobilidades fosse igual a 1, admitindo as demais condies do item (i).
Soluo:
Parte (a):
O volume de gua a ser injetado at o fill-up pode ser determinado pela expresso:
(Winj ) FU = V p ( S g S gr ) / Bw .
O volume poroso pode ser obtido a partir do volume original de leo:
N=
V p S oi
Boi
Vp =
Ento,
( N p ) FU = N N I ,
onde NI o volume de leo existente no reservatrio no incio da injeo, dado por:
NI =
V p So
Bo
V p (1 S wi S g )
Bo
Assim,
(Winj ) BT = V p ( S w S wi ) / Bw ,
onde Sw a saturao de gua atrs da frente de avano, ou seja, Sw = 1 Sor. Portanto,
II
Qinj
p
kw A
,
X
119,6 Bw w L M + a (1 M )
L
onde:
M=
k w o 152 2,5
=
=4
w k o 0,95 100
(Winj ) FU Bw
A(1 S or S gr S wi )
Xa =
14-67
38,3 103
= 66,63 m .
5.987,5 0,20(1 0,29 0,23 0,0)
Ento,
II =
152 5.987,5
m 3 std / d
= 5,72
.
66,63
kgf / cm 2
119,6 1,00 0,95 400 4 +
(1 4)
400
Parte (e):
O volume total de leo produzido dado por:
N p = N p1 + N p 2 ,
onde N p 1 o volume produzido antes do incio da injeo e N p 2 o volume produzido devido
injeo. Como durante o fill-up no h produo de leo, o volume N p1 igual ao volume
produzido at o fill-up, ou seja, N p 1 = ( N p ) FU . O volume N p 2 pode ser calculado por:
Considerando que entre o incio da injeo e o fill-up haja uma produo de leo igual a
Qo = 23 m3std/d, o volume de gua a ser injetado at o fill-up pode ser determinado pela expresso:
(Winj ) FU = V p ( S g S gr ) / Bw + Qo Bo t FU / Bw ,
onde tFU o tempo de fill-up, dado por:
t FU = (Winj ) FU / Qinj ,
onde Qinj a vazo de injeo medida em condies-padro (m3std/d). Substituindo a ltima
equao na penltima obtm-se:
(Winj ) FU =
V p ( S g S gr )
Bw Qo Bo / Qinj
Parte (g):
O volume de leo produzido at o fill-up, neste caso, dado por:
( N p ) FU = N p1 + Qo t FU ,
onde N p1 o volume produzido at o fill-up admitindo que no haja produo de leo durante o
enchimento, calculado no item (b), e:
14-68
II
Qinj
p
kw A
,
X
119,6 Bw w L M + a (1 M )
L
Xa =
(Winj ) FU Bw
A(1 S or S wi S gr )
Assim,
II =
152 5.987,5
m 3 std / d
.
= 5,82
74,63
kgf / cm 2
119,6 1,00 0,95 400 4 +
(1 4)
400
Parte (j):
II
Qinj
p
kw A
.
119,6 Bw w L
kw
k
= o .
w o
Como as caractersticas do leo no podem ser alteradas em um processo convencional de injeo
de gua, as caractersticas da gua injetada que devem ser alteradas. Portanto,
k w k o 100
=
=
w o 2,5
e
II =
100 5.987,5
m 3 std / d
= 5,00
.
119,6 1,00 2,5 400
kgf / cm 2
___________________________
14-69
vt
A
x
vt
14-70
k o po
+ g o sen
o x
(14.159)
k w pw
+ g w sen .
w x
(14.160)
vo =
e
vw =
Os termos vo e vw so respectivamente a taxa de fluxo do leo e a taxa de fluxo da gua por unidade
de rea aberta ao fluxo, ou seja, por unidade de rea de seo reta normal direo do fluxo. Em
outras palavras, vo e vw so iguais aos quocientes das vazes de leo qo e de gua qw, pela rea aberta
ao fluxo A, respectivamente. Os termos po/x e pw/x so os gradientes de presso na direo do
fluxo nas fases leo e gua, respectivamente, e o e w so as massas especficas do leo e da gua.
As Eqs. (14.159) e (14.160) podem ser rearrumadas do seguinte modo:
p
vo o
= o + g o sen
(14.161)
ko
vw w
= w + g w sen .
kw
x
= o w ( o w ) gsen .
ko
kw
x
x
(14.162)
(14.163)
A diferena entre as presses na fase leo, po, e na fase gua, pw, a presso capilar, pc. Dessa
maneira, a diferena entre os gradientes de presso que aparece na Eq. (14.163) pode ser substituda
pelo gradiente de presso capilar pc/x:
pc po p w
=
.
(14.164)
x
x
x
Do mesmo modo, a diferena entre a massa especfica da gua e a massa especfica do leo pode ser
substituda por :
= w o .
Assim, substituindo as Eqs. (14.164) e (14.165) na Eq. (14.163) obtm-se:
vo o v w w
p
= c + g sen
ko
kw
x
ou
k
k p
vo v w w o = o c g sen .
k w o
o x
(14.165)
(14.166)
(14.167)
A taxa total de fluxo vt igual soma da taxa de fluxo do leo vo com a taxa de fluxo da
gua vw, ou seja:
v t = vo + v w .
Dividindo-se a Eq. (14.167) pela taxa total de fluxo vt, obtm-se:
vo v w w k o
k p
= o c g sen .
vt vt k w o
o vt x
(14.168)
(14.169)
14-71
Define-se fluxo fracionrio de um fluido como o quociente entre a taxa de fluxo desse fluido e a taxa total de fluxo. Assim, o fluxo fracionrio de gua, normalmente representado pelo
smbolo fw, a relao entre a taxa de fluxo da gua, vw, e a taxa de fluxo total, vt. Do mesmo modo
o fluxo fracionrio de leo (fo) a relao entre a taxa de fluxo do leo e a taxa total. Tm-se ento
as seguintes relaes:
v
fw = w ,
(14.170)
vt
v
fo = o
(14.171)
vt
e
f w + f o =1 f o = 1 f w .
(14.172)
k p
1+ o c g sen
o vt x
.
fw =
(14.173)
ko w
1+
o kw
Para o caso em que o fluxo horizontal e por conseqncia o termo sen igual a zero, ou
quando os efeitos gravitacionais so desprezveis, a Eq. (14.173) assume a seguinte forma:
k pc
1+ o
o vt x
fw =
.
(14.174)
k
1+ o w
o kw
O termo referente presso capilar no conhecido, nem facilmente calculvel, o que acrescenta
uma dificuldade extra deduo das equaes. Supondo ento que o gradiente da presso capilar
(mas no a presso capilar) possa ser desprezado, a equao do fluxo fracionrio de gua se reduz a:
1
fw =
.
ko w
(14.175)
1+
o kw
Na forma da Eq. (14.175) o fluxo fracionrio funo apenas das viscosidades dos fluidos
e das permeabilidades efetivas ou relativas. A partir das curvas de permeabilidades relativas de um
meio poroso, da viscosidade do leo ali residente e da viscosidade da gua que vai desloc-lo, podese construir uma curva de fluxo fracionrio de gua versus saturao de gua para o deslocamento.
A Figura 14.45 apresenta uma curva tpica do comportamento do fluxo fracionrio de gua
com a saturao de gua.
14-72
(1Sor)
Swi
Saturao de gua
(Sw)
Admita um meio poroso que contm inicialmente gua conata na forma irredutvel (Sw = Swi) e leo
que vai ser deslocado por gua. Como a saturao de gua irredutvel, a sua permeabilidade
relativa igual a zero e em conseqncia o fluxo fracionrio de gua tambm igual a zero. O fluxo
fracionrio de leo igual a 100% do fluxo total.
Observando-se um determinado ponto no meio poroso, medida que a saturao de gua
vai aumentando devido injeo, o fluxo fracionrio de gua vai aumentando e o fluxo de leo
diminuindo. Quando finalmente a saturao de gua atinge o seu valor mximo, correspondente
saturao de leo residual (Sor), o fluxo fracionrio de gua igual a 1 e o de leo igual a zero.
x + x
14-73
Aplicando-se o princpio da conservao da massa, pode-se dizer que durante um certo intervalo de tempo, a massa de gua que penetra no elemento de rocha, menos a massa de gua que
sai, igual ao acmulo de massa de gua no interior do elemento:
massa que entrou massa que saiu = massa acumulada.
As vazes de massa de gua entrando e saindo do meio poroso so expressas respectivamente pelas
seguintes equaes:
Vazo de massa entrando (vw w A)x
(14.176)
(14.177)
e
A massa de gua que entrou e a massa que saiu durante um intervalo de tempo t so dadas pelas
equaes:
Massa que entrou (vw w A)x t
(14.178)
(14.179)
e
A variao da massa de gua no interior do meio poroso calculada como a diferena entre a massa
que entrou e a que saiu:
(14.180)
A variao da massa de gua no interior do meio poroso tambm pode ser obtida calculando-se a
diferena entre a massa existente no incio do intervalo de tempo, ou seja, no instante t, e a massa
presente no final do intervalo de tempo considerado, ou seja, no instante t + t:
No instante t: ( Ax S w w )t
(14.181)
No instante t + t: ( Ax S w w )t +t .
(14.182)
mw = ( Ax S w w )t +t ( Ax S w w )t .
(14.183)
e
Portanto:
Igualando as Eqs. (14.180) e (14.183) e lembrando que, de acordo com consideraes anteriores, A,
e so constantes, chega-se expresso:
[(v
w x
(14.184)
(14.185)
(14.186)
O mesmo desenvolvimento pode ser feito para o leo, obtendo-se para este fluido uma equao semelhante:
14-74
vo
S
= o .
x
t
Somadas, as Eqs. (14.186) e (14.187) resultam em:
(vw + vo ) = (S w + S o ) .
x
t
(14.187)
(14.188)
po = p w = p .
(14.191)
Dessa maneira as equaes das velocidades aparentes da gua e do leo podem ser reescritas do
seguinte modo:
p
vw = w
(14.192)
x
e
p
vo = o
.
(14.193)
x
Substituindo a Eq. (14.192) na Eq. (14.186):
p
S
w
= w .
(14.194)
x
x
t
A velocidade aparente total dos fluidos, ou seja, o quociente da vazo total qt pela rea A,
igual soma das velocidades aparentes da gua e do leo:
p
p
vt = vw + vo = ( w + o )
= t
,
(14.195)
x
x
onde t = w + o a mobilidade total do sistema. Da Eq. (14.195) escreve-se que:
v
p
= t .
(14.196)
x
t
Substituindo-se a Eq. (14.196) na Eq. (14.194):
v S
w t = w .
(14.197)
x
t
t
Como os fluidos so considerados incompressveis o termo velocidade total pode ser retirado da
derivada, resultando na expresso:
vt
S
w
= w .
x t
t
14-75
(14.198)
Como j foi dito anteriormente, a relao entre a vazo de gua e a vazo total de fluidos
chamada de fluxo fracionrio de gua. Verifica-se facilmente que essa relao igual ao quociente
entre a velocidade aparente da gua e a velocidade aparente total dos fluidos, que por sua vez igual
ao quociente entre as mobilidades da gua e total. Assim:
w
q
v
fw = w = w =
.
(14.199)
qt vt t
Com isso a Eq. (14.198) se transforma em:
( f w ) = S w ,
vt
(14.200)
x
t
de onde se obtm finalmente:
S w
q fw
= t
.
(14.201)
t
A x
At este ponto, para a deduo das equaes foi tomado um elemento infinitesimal do meio
poroso no qual est havendo fluxo simultneo dos dois fluidos. Como a partir de agora as expresses
sero desenvolvidas para o meio poroso como um todo, algumas consideraes se fazem necessrias
para um melhor entendimento do assunto. Suponha que o meio poroso, onde a injeo de gua vai
ser feita, seja linear e contenha inicialmente leo e gua conata irredutvel. Se forem traadas sees
retas do meio poroso, todas elas apresentaro o mesmo valor de saturao de gua e tambm o
mesmo valor para a saturao de leo. A injeo de gua vai provocar uma mudana na distribuio
das saturaes, de maneira que aps algum tempo, diferentes sees apresentaro diferentes valores
de saturao. A saturao nos diversos pontos do meio vai mudando com o tempo.
Aps um certo tempo de injeo, verifica-se que nas proximidades do ponto de injeo aconteceram grandes mudanas na saturao de gua, enquanto que podem existir pontos que ainda
no foram afetados pela injeo. Pode-se imaginar a distribuio de fluidos como uma srie de
planos de saturao paralelos, dispostos perpendicularmente direo de fluxo e que vo se
deslocando dentro do meio poroso. A saturao de gua ento funo da posio dentro do meio
poroso e do tempo de injeo. Por outro lado, o fluxo fracionrio funo apenas da saturao.
Assim:
S w = S w ( x ,t )
(14.202)
f w = f w (Sw) ,
(14.203)
e
de onde se pode escrever que:
f w d f w S w
=
.
x d Sw x
Substituindo a Eq. (14.204) na Eq. (14.201) resulta em:
S w
q d f S w
,
= t w
t
A d S w x
de onde se pode tirar a expresso:
(14.204)
(14.205)
14-76
S w
q df
t
= t w .
(14.206)
S w A d S w
x
Da Eq. (14.202) pode-se tirar que o diferencial total de Sw :
S
S
d Sw = w d x+ w dt .
(14.207)
x
t
Se for tomado um plano de saturao de gua constante se deslocando atravs do meio poroso, sua
diferencial total igual a zero, isto , dSw = 0, o que resulta em:
S w
S
d x+ w dt = 0 ,
(14.208)
x
t
ou seja:
S w
dx
t
=
.
(14.209)
S w
d t Sw
x
Substituindo a Eq. (14.209) na Eq. (14.206) obtm-se uma expresso para a velocidade de avano
de um determinado plano (ou frente) de saturao de gua Sw:
dx
q df
= t w .
(14.210)
A d S w S
dt S
w
A Eq. (14.210) estabelece que a velocidade com que uma dada saturao de gua se desloca dentro
do meio poroso igual ao produto da velocidade total real dos fluidos (qt/A) pela variao do fluxo
fracionrio de gua devida variao da saturao de gua.
A integrao da Eq. (14.210) em relao ao tempo, para uma determinada saturao Sw
constante, resulta numa expresso que estabelece a que distncia x S w do ponto de injeo se
encontra o ponto que tem essa saturao Sw considerada. Ento:
xS w
dx =
0
t
q t d fw
d t ,
A d S w 0
(14.211)
q tt d fw
A d S w S
(14.212)
de onde se obtm:
xS w =
ou
x Sw =
Vwinj d f w
,
A d S w S
(14.213)
onde Vwinj o volume total de gua injetado at o instante considerado, ou seja, o produto da vazo
de injeo (medida em condies de reservatrio) pelo tempo. A Eq. (14.213) tambm pode ser
escrita como:
Winj Bw d f w
,
x Sw =
(14.214)
A d S w S
w
onde Winj o volume de gua injetado acumulado, medido em condies-padro.
14-77
A Eq. (14.213) pode ser utilizada para calcular a que distncia do ponto de injeo se encontra qualquer valor de saturao, aps um certo tempo de injeo de gua. Na verdade, pode-se
associar qualquer posio dentro do meio poroso (ou qualquer seo) com um valor de saturao de
gua, por meio da Eq. (14.213). O termo (dfw/dSw) que aparece nessa equao obtido a partir da
curva de fluxo fracionrio, para a saturao de gua considerada. Com esses dados podem ser
traados diagramas de distribuio de saturao versus distncia, conforme exemplifica a Figura
14.47.
Saturao de gua (Sw)
1Sor
Swi
0
Distncia (x)
A observao da Figura 14.47, no entanto, mostra que existe uma certa discordncia entre
o resultado matemtico e o comportamento fsico real. Existem posies que apresentam, segundo o
grfico, trs valores de saturao, o que fisicamente impossvel. Entretanto, existe uma interpretao do grfico que pode levar a algumas concluses interessantes. Diz-se que a curva tem uma parte
real, que a regio que interessa, e uma parte imaginria. A parte real comea no ponto de coordenadas x = 0 e Sw = (1 Sor) e vai at o ponto de coordenadas x = xf e Sw = Swf, onde existe uma
descontinuidade. Essa descontinuidade, que recebe o nome de frente de avano da gua (representada pelo subscrito f), corresponde parte dianteira da zona invadida pela gua, ou seja, a posio
mais avanada que a gua de injeo alcanou at ento. As coordenadas xf e Swf desse ponto
recebem respectivamente os nomes de posio da frente de avano e saturao da frente de avano.
A Figura 14.48 mostra como os parmetros xf e Swf podem ser encontrados.
Saturao de gua (Sw)
Swf
1Sor
Swi
0
xf
Distncia (x)
14-78
Traa-se uma linha vertical definindo-se duas regies, reas hachuradas, limitadas pela curva,
conforme est mostrado na figura. Se a linha vertical for colocada na posio correta, isto , na
posio exata da frente de avano, as reas definidas por ela e pela curva sero iguais. A saturao
da frente de avano corresponde ao ponto em que essa linha vertical intercepta a parte superior da
curva. O resultado final est apresentado na Figura 14.49.
1
Swf
1- Sor
Frente de avano
Swi
0
xf
Distncia (x)
Swf
1Sor
Frente de avano
Swi
0
xf
Distncia (x )
14-79
O gradiente de presso capilar causado pelo gradiente de saturao da descontinuidade pode assumir
valores bastante elevados, convertendo a frente de avano em uma zona de transio.
Observe que o processo de obteno da posio e da saturao da frente de avano pode
ser empregado em qualquer poca entre o incio da injeo e o breakthrough, que o nome que se
d ao incio da produo do fluido injetado.
Para volumes injetados diferentes tm-se diferentes posies da frente de avano, entretanto, a saturao da frente sempre a mesma. A Figura 14.51 apresenta curvas de saturao de gua
versus distncia para diferentes tempos de injeo.
1
1 Sor
Swf
t1
t2
t3
Swi
0
Distncia (x)
Figura 14.51 Curvas de saturao de gua versus distncia para diferentes tempos de injeo.
O deslocamento acontece em duas zonas ou intervalos de saturao distintos: uma em que todos os
pontos se movem com a mesma velocidade e que se chama zona estabilizada e outra em que os
pontos de saturao vo se afastando durante todo o processo, chamada de zona no estabilizada. A
zona estabilizada o intervalo que vai da saturao inicial do fluido injetado at a saturao do
mesmo fluido na frente de avano. A zona no estabilizada vai da saturao da frente de avano at
o valor mximo de saturao possvel para o fluido injetado e que corresponde saturao irredutvel (residual) do fluido deslocado. Esses dois intervalos de saturao esto destacados entre linhas
tracejadas na Figura 14.51.
Voltando Eq. (14.210), se os pontos da zona estabilizada tm a mesma velocidade porque a tangente curva de fluxo fracionrio no intervalo constante. Isso s pode acontecer se o
grfico do fluxo fracionrio no intervalo for uma linha reta, como sugerido na Figura 14.52.
14-80
(1 Sor)
fwf
Swf
0
Swi
Saturao de gua (Sw)
O trecho em questo ento substitudo por uma linha reta tangente curva, passando pelo ponto
cuja coordenada a saturao inicial de gua (Swi). De acordo com Smith (1975), a substituio da
referida parte da curva por uma linha reta eqivale a reconduzir expresso do fluxo fracionrio o
termo referente presso capilar que foi suprimido anteriormente, por insuficincia de dados. Ainda
de acordo com o mesmo autor, traar uma tangente curva de fluxo fracionrio passando pela
saturao inicial de gua equivale ao processo empregado na Figura 14.48 para obteno da
saturao e da posio da frente de avano. O valor da saturao de gua no ponto de tangncia da
Figura 14.52 o mesmo encontrado na Figura 14.48 para a frente de avano. Graas a essa equivalncia tem-se um processo grfico simples e rpido para a obteno da saturao e do fluxo fracionrio correspondentes frente de avano.
Conforme mostra a Figura 14.49, durante um processo de deslocamento imiscvel (injeo
de gua em um reservatrio de leo, por exemplo) a saturao do fluido deslocante na regio
invadida maior ou igual saturao da frente de avano desse fluido. Assim, em princpio a parte
da curva de fluxo fracionrio, e conseqentemente das curvas de permeabilidade relativa, para Swi
Sw < Swf no seria utilizada nos estudos de previso do comportamento de reservatrios de leo
submetidos injeo de gua. No entanto, quando usado um simulador numrico de fluxo para
estudar o comportamento desse tipo de sistema, a presena de disperso numrica resulta no
aparecimento de saturaes de gua menores que a saturao da frente de avano. Esse efeito
semelhante ao que provocado pela capilaridade, ilustrado na Figura 14.50. Com isso, so observadas saturaes menores que a da frente de avano da gua, sendo ento necessrio que estejam
disponveis valores de permeabilidade relativa para o intervalo Swi Sw < (1 Sor). Uma alternativa
para evitar o aparecimento ou pelo menos minimizar a presena da disperso numrica seria o
refinamento da malha de simulao. Essa alternativa, porm, geralmente no vivel, devido ao
excessivo crescimento do tempo computacional requerido.
Uma outra situao na qual se torna imprescindvel o conhecimento de valores de permeabilidade relativa para o intervalo Swi Sw < (1 Sor), isto , para todo o intervalo possvel de
trabalho, quando o leo do reservatrio possui alta viscosidade. Neste caso h uma razo fsica
para a existncia de baixas saturaes do fluido injetado (gua, no exemplo considerado) na regio
invadida, j que o formato da curva de fluxo fracionrio desse fluido resulta em uma pequena
saturao da frente de avano.
14-81
Apesar de no se ter meios para calcular o termo referente presso capilar, que foi desprezado na equao do fluxo fracionrio, alguns aspectos interessantes podem ser revelados a partir
da sua anlise. Aplicando-se a regra da cadeia, a variao da presso capilar pode ser desdobrada
nos termos variao da presso capilar com a variao de saturao e variao da saturao com
a distncia:
pc pc S w
=
.
(14.215)
x S w x
A variao da presso capilar com a saturao de gua tem valor negativo, como se pode verificar e
obter facilmente em um grfico de presso capilar versus saturao. Por outro lado, sabe-se que o
termo Sw/x, apesar de no ser obtido facilmente, tambm negativo uma vez que, de acordo com a
distribuio mostrada na Figura 14.50, a saturao de gua diminui com a distncia. Conclui-se
portanto que pc/x positivo e o seu efeito aumentar o fluxo fracionrio. Em regies onde a
variao de saturao com a distncia grande, como o caso da zona estabilizada, esse efeito
significativo. Na zona no estabilizada, como a variao de saturao pequena, esse efeito pouco
significativo. Portanto, o termo (ko/ovt)(pc/x) que foi suprimido na deduo da equao deve
corresponder diferena entre a curva de fluxo fracionrio calculada e a linha reta tangente curva
e que corresponde frente de avano. Como j foi dito, a contribuio da capilaridade no restante da
curva desprezvel. Entretanto, como o interesse geralmente se direciona para o clculo do tempo
de breakthrough, ou seja, do tempo em que tem incio a produo do fluido injetado, e para os
estgios seguintes, em que todo o meio poroso corresponde zona no estabilizada, a no incluso
da capilaridade torna-se irrelevante para os clculos.
c) Saturaes mdias
A eficincia de um processo de deslocamento de um fluido por outro em um meio poroso
pode ser verificada a partir da variao de saturao dentro das reas que foram invadidas pelo
fluido injetado. Uma maior quantidade de fluido injetado retido no meio poroso significa que houve
um deslocamento mais eficiente do fluido que anteriormente estava alojado nesse meio. O comportamento das saturaes dos fluidos dentro da zona invadida , portanto, outro importante aspecto
contemplado no estudo do deslocamento de fluidos.
No esquema mostrado na Figura 14.53, em que aparece a distribuio de saturao de gua
aps a injeo de um certo volume Vwinj de gua, entre o ponto zero e a posio da frente de avano
existem vrios valores de saturao de tal modo que um valor representativo da regio pode ser a
saturao mdia.
1
1Sor
Swf
Swf
Frente de avano
Swi
0
xf
Distncia (x)
14-82
O esquema apresenta a frente de avano e uma regio invadida que recebe o nome de zona atrs da
frente de avano. A saturao mdia dessa regio chamada de saturao mdia atrs da frente de
avano ( S wf ). Esse valor mdio pode estar situado em um ponto qualquer dentro da zona invadida,
no necessariamente na posio intermediria. Deve ser observado que o valor mdio da saturao
independe da posio da frente de avano, e sim apenas do intervalo envolvido, que no caso vai do
valor de saturao no ponto zero, que igual a (1 Sor), at a saturao da frente de avano.
Welge (1952) desenvolveu uma relao para o clculo da saturao mdia atrs de uma
frente de saturao qualquer. Tomando-se a situao ilustrada na Figura 14.53, a saturao mdia
atrs da frente de avano dada por:
xf
_
S wf =
Sw d x
0
xf
(14.216)
dx
0
x = 0 S w = 1 S or f w = 1 e f w = 0
(14.217)
x = x f S w = S w f f w = f w f e f w = f w f .
(14.218)
A condio de que fw =1 para Sw = 1 Sor pode ser visualizada no grfico da Figura 14.52, enquanto
que a condio de que nesse ponto f w = 0 obtida observando-se que, de acordo com a Figura
14.51, a velocidade do plano de saturao Sw = 1 Sor nula, o que implica que, de acordo com a
Eq. (14.214), a derivada de fw em relao a Sw nula. A posio da frente de avano dada portanto
pela expresso:
Vwinj d f w
Vwinj
xf =
=
f wf .
(14.219)
A d S w S
A
wf
xf
S wf
d (S w x )
Sw d x =
(1 Sor ) , 0
x d S w = ( S w x)
(1 Sor )
S wf , x f
(1 Sor ),0
S wf
xd Sw .
S wf
xf
S w d x = S wf
0
Vwinj
f wf 0
A
A
Vwinj
V
V
df
d S w = S wf winj f wf winj
A
A
d Sw
1 Sor
xf
S w d x = S wf
0
Vwinj
A
f wf
Vwinj
Vwinj
(S wf f wf
(
f w f 1) =
A
A
(14.220)
(1 Sor )
f wf
d f .
(14.221)
+ 1 f wf .
(14.222)
d x = x f 0=
0
Vwinj
A
f wf .
(14.223)
_
1 f w f
.
S wf = S w f +
f w f
14-83
(14.224)
Analisando-se a Eq. (14.224) verifica-se que a saturao mdia atrs da frente de avano
pode ser obtida graficamente na curva do fluxo fracionrio, como est mostrado na Figura 14.54.
(1Sor)
fwf
(fw)
0
0
Swf
Swi
S*
Figura 14.54 Determinao grfica da saturao mdia ( S wf ) atrs da frente de avano da gua.
Se a reta tangente curva de fluxo fracionrio for prolongada at o ponto de fw = 1, a esse valor
corresponder uma saturao de gua S*. A inclinao da reta pode ento ser calculada atravs da
expresso:
1 f wf
f wf = *
.
(14.225)
S S wf
Se o termo S* for explicitado chega-se equao:
S * = Sw f +
1 f w f
f w f
(14.226)
cuja comparao com a Eq. (14.224) conduz concluso de que o termo em questo, S*, igual
saturao mdia atrs da frente de avano. Portanto, para se obter de uma maneira imediata a
saturao mdia atrs da frente de avano, basta prolongar a tangente at cortar a linha correspondente a fw = 1. O valor de saturao correspondente a esse ponto de corte a saturao mdia de
gua atrs da frente de avano. A saturao residual de leo mdia na regio invadida, ou seja, atrs
da frente de avano, dada por:
_
_
(14.227)
S or = 1 S wf .
A saturao mdia atrs da frente de avano pode ser calculada ainda de outra maneira.
Lembrando que a saturao mdia na regio invadida o resultado da soma da gua que j existia
originalmente no meio, isto , da gua conata, com a saturao devida injeo do volume Vwinj,
pode-se escrever a seguinte equao:
14-84
_
Vwinj
.
S wf = S wi + S w = S wi +
A x f
(14.228)
Vwinj
A x f
1
.
f wf
(14.229)
(14.230)
O termo f wf a tangente curva de fluxo fracionrio no ponto (Swf, fwf), que, como j foi visto,
passa pela saturao inicial de gua. Assim,
f w f =
fw f
S w f S wi
(14.231)
Substituindo a Eq. (14.231) na Eq. (14.230) obtm-se a seguinte expresso para a saturao mdia
atrs da frente de avano da gua:
_
S wf S wi
.
S wf = S wi +
(14.232)
fw f
A equivalncia entre as Eqs. (14.232) e (14.224) pode ser verificada facilmente por meio de uma
simples inspeo da Figura 14.54.
Quando a frente de avano alcana a extremidade do meio poroso ( xf = L ), diz-se que est
ocorrendo o breakthrough, ou seja, est tendo incio a produo do fluido injetado. Nesse exato
instante, todo o meio poroso foi invadido pelo fluido injetado, de modo que a saturao mdia de
gua dessa regio igual saturao mdia atrs da frente de avano. O volume de fluido deslocado
pode ser calculado pela expresso:
_
_
(14.233)
VD = AL ( S wf S wi ) = V p ( S wf S wi ) .
Aps o breakthrough, medida que outras frentes de saturao forem alcanando o limite do meio poroso haver um aumento da saturao mdia de gua do mesmo. A Figura 14.55
mostra uma situao do meio poroso um certo tempo aps o breakthrough. Para esse tempo de
injeo, a frente de avano estaria na posio indicada pela linha pontilhada, caso o meio poroso
fosse mais longo.
1
1Sor
Sw1
Swf
Sw1
Swi
0
L
xf
14-85
Entretanto, como o meio poroso tem comprimento L, a saturao de gua varia no seu interior de (1
Sor) a Sw1, sendo S w1 o valor mdio da saturao de gua atrs da frente de saturao Sw1.
O mesmo desenvolvimento utilizado para a deduo da equao da saturao mdia atrs
da frente de avano pode ser utilizado para encontrar a equao da saturao mdia de gua atrs de
uma frente qualquer. O resultado a expresso:
_
1 f w1
.
S w1 = S w1 +
(14.234)
f w1
Essa saturao mdia tambm poderia ser obtida graficamente, como mostra a Figura 14.56.
fw1
Sw1
0
Swi
Saturao de gua
Sw1
(Sw)
Figura 14.56 Determinao grfica da saturao mdia ( S w1 ) atrs de uma frente qualquer.
Prolongando-se a reta tangente curva de fluxo fracionrio pelo ponto de saturao considerada, no
caso Sw1, o ponto em que esta reta corta a linha de fw igual a 1 corresponde saturao mdia atrs
da frente de saturao Sw1. O volume de fluido deslocado at ento pode ser calculado pela expresso:
_
(14.235)
V = V ( S w1 S ) .
D
wi
Os volumes de fluido deslocado calculados pelas Eqs. (14.233) e (14.235) so numericamente iguais aos volumes de leo deslocado, desde que a saturao inicial de gua seja a irredutvel.
Essa foi a condio admitida at agora na utilizao dos grficos e dedues das equaes. Quando
a saturao inicial de gua for superior saturao irredutvel, um valor Swj qualquer, vai existir um
fluxo fracionrio inicial fwj 0. Para a determinao da saturao e do fluxo fracionrio da frente de
avano o procedimento o mesmo que foi utilizado na situao anterior e est mostrado na Figura
14.57.
14-86
(1 Sor)
(fw)
fwf
fwj
0
Swj
Swi
Swf
Swf
Figura 14.57 Determinao de Swf, S wf e fwf quando a saturao inicial de gua maior que a irredutvel.
Traa-se uma tangente curva de fluxo fracionrio, passando pelo ponto de saturao inicial de
gua com o seu respectivo fluxo fracionrio, lembrando que esse ponto possui coordenadas (Swj, fwj)
e no mais (Swi, 0). A saturao mdia atrs da frente de avano pode ser calculada com o auxlio da
Eq. (14.224), onde o termo f wf deve ser calculado com a expresso:
f w f =
fw f fw j
Sw f Sw j
(14.236)
Np
14-87
(Np )BT
tg = 1
(Np )BT
( N p + Wp )
Figura 14.58 Grfico da produo acumulada de leo em funo da produo acumulada total de lquido.
(14.238)
Mas:
t
N p = Qo dt
(14.239)
e
t
W p = Qw dt ,
(14.240)
tg =
dt
,
d
(N p + Wp )
dt
(14.241)
obtm-se:
tg =
d
Qo dt
dt 0
d
Qo dt + Qw dt
dt 0
0
Qo
q o / Bo
=
=
Qo + Qw qo / Bo + q w / Bw
1
.
Bo q w
1+
Bw qo
(14.242)
14-88
B 1
1 + w
1
Bo tg
(14.243)
(14.244)
Portanto, admitindo-se que os fatores volume-formao da gua (Bw) e do leo (Bo) sejam aproximadamente constantes durante o processo de injeo de gua, o fluxo fracionrio de leo pode ser
calculado a partir da tangente de um grfico da produo acumulada de leo em funo da produo
acumulada total de lquido, isto , a partir do valor de tg . Conseqentemente, o fluxo fracionrio de
gua pode ser obtido de:
1
fw = 1 fo = 1
.
Bw 1
(14.245)
1+
1
Bo tg
A Eq. (14.244) indica que, em termos qualitativos, o fluxo fracionrio de leo proporcional tg , ou seja, inclinao do grfico de Np versus (Np + Wp), mostrado na Figura 14.58. Ento,
matematicamente pode-se dizer que fo tg .
Os valores do fluxo fracionrio de gua, calculados atravs da Eq. (14.245), podem ser utilizados para se estimar os valores das razes entre as permeabilidades efetivas ou relativas gua e
ao leo, ou sejam, as relaes kw/ko. Isso pode ser feito explicitando-se essa relao na definio de
fluxo fracionrio representada pela Eq. Eq. (14.175),
kw w f w
,
=
(14.246)
k o o 1 f w
e substituindo-se os valores de fw obtidos da Eq. (14.245) na Eq. (14.246). Os valores da razo kw/ko
determinados pela Eq. (14.246) podem ser comparados com os valores medidos em laboratrio e
com os valores utilizados em um simulador numrico, por exemplo, que esteja sendo empregado no
estudo do reservatrio em questo, facilitando com isso o processo de ajuste de histrico e melhorando a confiabilidade dos resultados da previso de comportamento do sistema.
e) Eficincia de deslocamento
Suponha um meio poroso que contenha inicialmente leo e gua conata irredutvel. Um
processo de deslocamento por gua deve ir gradativamente reduzindo a saturao de leo at valores
muito baixos. Se o tempo de injeo for muito longo, teoricamente infinito, todo leo possvel de
ser deslocado ser removido do meio poroso, restando a apenas a saturao de leo irredutvel.
Essa saturao de leo, que deve a sua existncia aos fenmenos capilares, impossvel de ser
reduzida por meio de injeo de gua.
Chama-se leo mvel diferena entre a saturao inicial e a saturao irredutvel (residual) de leo. Assim:
S o mvel = S o S or ,
(14.247)
onde So a saturao de leo existente no incio da injeo e Sor a saturao residual de leo. A
injeo de gua por um tempo real conduz a uma saturao residual mdia de leo de tal maneira
que a saturao correspondente ao volume deslocado igual a:
_
S o deslocado = S o S or .
14-89
(14.248)
A eficincia de deslocamento (ED) pode ser definida ento como a relao entre o leo deslocado a
um determinado tempo e o leo mvel:
_
S o S or
(14.249)
ED =
,
S o S or
ou, de uma outra maneira, simplesmente como:
_
E D = S o S or .
(14.250)
___________________________
Exemplo 14.7 Em um reservatrio cuja forma aproximada um paraleleppedo foi implantado um
projeto de injeo de gua, como ilustra o esquema da Figura 14.59, onde I um poo injetor e P
um produtor.
P
P
8,5 m
I
m
400
400 m
m
800
Quando o poo produtor mais prximo do injetor atingir o breakthrough, ele ser fechado, mas a
vazo de injeo permanecer a mesma. Outras informaes do sistema so:
Figura 14.60
Curvas de fw e de f w versus Sw...............................................
Fator volume-formao do leo...............................................
Fator volume-formao da gua..............................................
Saturao inicial de gs...........................................................
Porosidade..............................................................................
Espessura da formao............................................................
1,5
1,0
0
25%
8,5 m
100
2.0
90
1.8
80
1.6
70
1.4
60
1.2
50
1.0
40
0.8
30
0.6
20
0.4
10
0.2
0.0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
14-90
100
Calcular:
(a) A vazo de injeo para manter uma vazo de produo de leo inicial de 50 m3std/d em cada
poo de produo.
(b) O tempo de breakthrough para o poo de produo mais prximo do poo de injeo.
(c) O tempo de breakthrough no poo de produo mais afastado do poo de injeo.
(d) O volume de gua injetada, a produo acumulada de leo, o volume de gua produzida e o
cut de gua 8 anos aps o breakthrough no poo de produo mais afastado do poo de injeo.
(e) O tempo de abandono sabendo-se que a razo gua/leo de abandono de 19 m3std/ m3std.
Soluo:
Parte (a):
Como a vazo de produo de leo medida em condies-padro (Qo) em cada um dos dois
poos de produo de 50 m3std/d e os fluidos so considerados incompressveis no meio poroso,
ento a vazo de injeo de gua Qinj (medida em condies-padro) dada por:
xf =
Vwinj
A
14-91
f wf .
No instante de breakthrough no poo mais prximo tem-se que xf = 800 m e que o volume injetado
de gua dado por Vwinj = (Vwinj ) BT 1 = Qinj Bwt BT 1 = 150 1,0 t BT 1 = 150t BT 1 . Logo,
800 =
150t BT 1
2,0 t BT 1 = 2.267 d = 6,21ano .
400 8,5 0,25
Parte (c):
Para o poo mais afastado xf = 1.200 m. Assim,
1.200 =
150t BT 2
2,0 t BT 2 = 3.400 d = 9,32 ano .
400 8,5 0,25
Parte (d):
Para um tempo igual a 8 anos aps o breakthrough no poo de produo mais afastado
tem-se que:
(d1) Volume de gua injetada
N p = V p ( S w S wi ) / Bo ,
onde S w a saturao mdia de gua no reservatrio, que pode ser determinada pela Eq. (14.234):
_
S w = Sw +
1 f w
,
f w
onde por sua vez Sw a saturao que atingiu o poo mais afastado nesse instante. O valor de f w
pode ser calculado atravs da equao da posio de uma determinada frente ou saturao, quando
essa saturao tiver percorrido todo o reservatrio, isto ,
x f xS w =
Vwinj
A
f w 1.200 =
0,948 106
f w f w = 1,076 .
400 8,5 0,25
Portanto,
_
1 0,90
S w = 0,67 +
= 0,763
1,076
e
N p = 1.200 400 8,5 0,25 (0,763 0,20) / 1,5 = 0,383 106 m 3 std .
(d3) Volume de gua produzida
O volume de gua produzida dado por:
14-92
W p = 0,374 10 6 m 3 std .
(d4) Cut de gua
O cut de gua definido como:
cut =
Qw
,
Qw + Qo
cut =
Qw
q w / Bw
135 / 1,0
135
=
=
=
= 0,931 .
Qw + Qo q w / Bw + qo / Bo 135 / 1,0 + 15 / 1,5 135 + 10
Parte (e):
O tempo de abandono pode ser calculado pela equao da posio de uma frente de avano, ou seja, de uma determinada saturao Sw,
xS w =
Vwinj
A
f w L =
Qinj Bwt ab
A
f w ,
RAO =
Qw q w / Bw
q
B
1,0
=
w = RAO w = 19
= 12,67 q w = 12,67qo
Qo
qo / Bo
qo
Bo
1,5
fw =
qw
12,67qo
Figura 14.54
=
= 0,927
f w = 0,825 .
q w + qo 12,67qo + qo
Ento,
1.200 =
150 1,0t ab
0,825 t ab = 8.242 d = 22,6 ano .
400 8,5 0,25
___________________________
14-93
gua e de leo) no sejam alteradas, ou seja, mesmo que a eficincia de deslocamento permanea
inalterada, a variao dos formatos das curvas de permeabilidade relativa ou da viscosidade da gua
altera o formato da curva de fluxo fracionrio, aumentando ou diminuindo a recuperao de leo at
um determinado instante da vida do projeto. Isso ocorre porque, a depender do formato da curva de
fluxo fracionrio, a saturao da frente de avano do fluido injetado, e consequentemente da
saturao mdia desse fluido na regio invadida, ser maior ou menor. Portanto, mesmo que os
pontos terminais da curva de fluxo fracionrio no sejam modificados, variando o formato da curva
pode-se alcanar uma antecipao da produo de leo que seria obtida at o final do projeto. O
exemplo seguinte ilustra o efeito de variaes nas curvas de permeabilidade relativa sobre o
comportamento do fluxo fracionrio e, como conseqncia, sobre a recuperao de leo.
___________________________
Exemplo 14.8 As caractersticas de um reservatrio de leo praticamente horizontal, onde ser
implantado um projeto de injeo de gua, so:
Viscosidade da gua conata e da gua a ser injetada (condies de
reservatrio).......................................................................................
0,5 cp
Viscosidade do leo (condies de reservatrio).................................. 5 cp
Saturao de gua conata (irredutvel) ...............................................
25%
Saturao de leo residual (irredutvel) ..............................................
20%
Permeabilidade relativa ao leo...........................................................
Eq. (I)
Permeabilidade relativa gua............................................................
Eq. (II)
k ro ( S w ) =
k rw ( S w ) =
0,7(1 0,20 S w ) 2
(I)
(1 0,20 0,25) 2
k rw Sw =1Sor ( S w 0,25) ew
(1 0,20 0,25) ew
(II)
Caso
1
2
3
k rw S
w =1 Sor
w =1 Sor
0,40
0,40
0,10
ew
2
4
4
Soluo:
Parte (a):
A Figura 14.61, a Figura 14.62 e a Figura 14.63 mostram as curvas de permeabilidades relativas para os trs casos considerados na Tabela 14.4.
14-94
0,8
Permeabilidade Relativa
0,7
0,6
0,5
krw
kro
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
Saturao de gua
0,7
0,8
0,9
1,0
Sw
1,0
0,9
Permeabilidade Relativa
0,8
0,7
0,6
krw
kro
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
Saturao de gua
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
Sw
14-95
1,0
0,9
Permeabilidade Relativa
0,8
0,7
0,6
krw
kro
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
Saturao de gua
0,7
0,8
0,9
1,0
Sw
Parte (b):
As curvas de fluxo fracionrio de gua (fw), cujos valores foram determinados atravs da
Eq. (14.175) para os trs casos, esto mostradas na Figura 14.64.
14-96
S wf 1 = 0,55
S wf 3 = 0,72
S wf 2 = 0,64
1,0
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
Saturao de gua - Sw
Caso 1
Caso 2
Caso 3
Parte (c):
Conforme indicado na Figura 14.64 da parte (b), as saturaes mdias de gua atrs das
frentes de avano so iguais a 55%, 64% e 72% para os casos 1, 2 e 3, respectivamente. Isso mostra
que no momento da erupo (breakthrough), por exemplo, as saturaes de gua no interior do
meio poroso sero maiores, respectivamente, nos casos 3, 2 e 1. Conseqentemente, as saturaes de
leo remanescentes no reservatrio sero menores e, portanto, maiores as recuperaes de leo, nos
casos 3, 2 e 1, respectivamente. Isso decorre do fato de que o caso 3 o que apresenta menores
valores de permeabilidade relativa gua, como pode ser visto atravs da Figura 14.61, da Figura
14.62 e da Figura 14.63. Assim, devido menor mobilidade da gua em relao ao leo apresentada
pelo caso 3, maior a dificuldade da gua se movimentar no meio poroso, redundando em maior
eficincia de deslocamento do leo.
___________________________
14-97
E R = E A Evv E D .
(14.251)
Como o produto das duas primeiras (eficincias de varrido horizontal e vertical) definido como
sendo a eficincia volumtrica (Ev), a Eq. (14.251) pode tambm ser escrita como:
E R = Ev E D .
(14.252)
E D = S o S or ,
(14.253)
a eficincia de recuperao pode ser usada para se estimar o volume de leo a ser recuperado devido
ao projeto de injeo. Considere por exemplo um reservatrio ainda subsaturado submetido a um
projeto de injeo de gua. O volume de leo a ser recuperado durante a injeo pode ser estimado
pela expresso:
N p =V p E R / Bo .
(14.254)
14-98
100
Canalizao
10
Cone
0,1
0,01
0,1
10
100
1.000
10.000
Tempo (d)
Figura 14.65 Comparao entre os comportamentos da RAO para os casos de cone e de canalizao.
Reproduzida de Chan, K. S., Water Control Diagnostic Plots, Copyright 1995, com permisso de SPEAIME.
Como se pode notar na Figura 14.65, os dois comportamentos so bastante distintos. Basicamente, cada uma das curvas pode ser dividida em trs perodos. Durante o perodo inicial a curva
de RAO permanece praticamente horizontal, com o valor de RAO sendo relativamente baixo. Nesse
perodo o valor de RAO reflete a saturao inicial de gua, a distribuio de saturao entre as
diversas camadas que compem o reservatrio e as curvas de permeabilidades relativas. A durao
14-99
do perodo inicial depende do mecanismo atuante, conforme ilustra a Figura 14.65, e o seu final
marcado por uma variao relativamente brusca na inclinao da curva log(RAO) versus tempo. Para
o caso de cone, a durao do primeiro perodo geralmente curta, e depende de vrios parmetros
do reservatrio, tais como a distncia entre o contato leo/gua e a base dos canhoneados, a relao
entre as permeabilidades vertical e horizontal, a vazo de influxo de gua de fundo, as vazes dos
poos produtores e as curvas de permeabilidades relativas. Resumidamente, pode-se dizer que no
caso de cone de gua o perodo inicial termina quando a gua atinge a base dos canhoneados do
poo. Para o caso de canalizao a durao do perodo inicial tambm depende de vrios fatores,
mas principalmente do espaamento entre poos, das vazes de injeo e de produo, da saturao
inicial de gua, da distribuio inicial de saturao entre as diversas zonas eventualmente presentes e
das curvas de permeabilidade relativa. Fisicamente, o final do perodo inicial ocorre no instante de
erupo (breakthrough) da gua em uma das camadas de um sistema estratificado. A erupo pode
no ocorrer necessariamente na camada de maior permeabilidade se o contraste entre as permeabilidades das vrias camadas no for muito grande. Nesse caso o fator dominante pode ser a saturao
inicial de gua e a sua distribuio nas diversas camadas.
O segundo perodo de tempo representado na Figura 14.65 pelo intervalo em que ocorre
um aumento da razo gua/leo. A taxa de aumento da RAO varia com o tipo de mecanismo. Para o
caso de cone a taxa de aumento da RAO relativamente baixa e a RAO tende a se tornar praticamente constante ao final desse segundo perodo. Durante esse perodo o cone de gua cresce verticalmente, at atingir a base dos canhoneados, e ainda se expande lateralmente. A saturao de leo na
regio invadida pelo cone reduz-se gradualmente para um nvel prximo da saturao residual de
leo. Por outro lado, para o caso de canalizao a RAO cresce rapidamente, e essa taxa de crescimento uma funo das curvas de permeabilidade relativa e das saturaes iniciais. Ao final do
segundo perodo a taxa de crescimento da RAO pode diminuir, verificando-se ento um perodo de
transio, decorrente da depleo da camada onde ocorreu a erupo (breakthrough). Aps o
perodo de transio a taxa de crescimento da RAO volta a aumentar, devido erupo da gua em
uma outra camada, e assim sucessivamente. O perodo de transio pode muitas vezes ser bastante
curto, dependendo do contrate de permeabilidade entre as vrias camadas. Segundo Chan (1995), o
perodo de transio praticamente inexistente quando o contrate de permeabilidade menor que 4.
No terceiro perodo de tempo a Figura 14.65 mostra que, para o caso de cone, uma espcie
de cone pseudopermanente atingido e o cone torna-se um canal de alta condutividade para a gua.
A RAO cresce rapidamente, com um comportamento semelhante ao da canalizao. Para o mecanismo de canalizao, no incio do terceiro perodo a taxa de crescimento da RAO volta a assumir
valores to altos quanto antes, conforme mencionado no pargrafo anterior. Na verdade, as inclinaes da curva de RAO para canalizao, a partir do segundo perodo e com exceo dos perodos de
transio, bem como a inclinao da curva de RAO para cone aps o segundo perodo, so muito
parecidas, pois so controladas basicamente pelas curvas de permeabilidades relativas.
Chan (1995) props tambm o uso da derivada da razo gua/leo em relao ao tempo
como uma ferramenta adicional no diagnstico das causas do aumento da razo gua/leo. A Figura
14.66 e a Figura 14.67 mostram exemplos de grficos log-log da razo gua/leo, RAO, e da sua
derivada em relao ao tempo, RAO, para os casos de canalizao e de cone, respectivamente.
14-100
1.000
100
RAO ou RAO
10
0,1
RAO
0,01
0,001
10
100
1.000
10.000
Tempo (d)
Figura 14.66 Exemplo de grfico da razo gua/leo, RAO, e da sua derivada em relao ao tempo, RAO,
para o caso de canalizao. Reproduzida de Chan, K. S., Water Control Diagnostic Plots, Copyright 1995,
com permisso de SPE-AIME.
100
10
RAO
RAO ou RAO
0,1
0,01
RAO
0,001
0,0001
1
10
100
Tempo (d)
1.000
10.000
14-101
Figura 14.67 Exemplo de grfico da razo gua/leo, RAO, e da sua derivada em relao ao tempo, RAO,
para o caso de cone. Reproduzida de Chan, K. S., Water Control Diagnostic Plots, Copyright 1995, com
permisso de SPE-AIME.
A Figura 14.66 mostra que, aps o incio da canalizao, o grfico log-log da derivada da
razo gua/leo (RAO) resulta em uma linha praticamente reta, com coeficiente angular positivo, ou
seja, com inclinao positiva. Para o caso de cone, apresentado na Figura 14.67, o grfico indica que
no segundo perodo, quando h um crescimento lento da RAO, com tendncia de estabilizao, a
curva da derivada possui inclinao varivel e negativa. Posteriormente, quando alcanado o
terceiro perodo, em que o cone atua como se fosse uma canalizao (vide discusso anterior a
respeito da Figura 14.65), a curva da derivada torna-se praticamente uma reta de inclinao positiva.
O uso da derivada pode se tornar particularmente til quando h um nmero limitado de
dados no histrico de produo. Por exemplo, se na Figura 14.67 existissem somente os dados de
produo referentes ao trecho em que a RAO cresce lentamente (segundo perodo), esse comportamento poderia ser confundido com um caso de canalizao. No entanto, o grfico log-log da
derivada, com inclinao varivel (decrescente) e negativa da Figura 14.67 indica que se trata de um
caso de cone.
A anlise do comportamento da produo de um poo, visando identificar o mecanismo atuante e, conseqentemente, a causa da produo de gua, deve levar em considerao outras
variveis, que podem afetar as concluses. Por exemplo, o comportamento da produo de um poo
pode ser alterado por fatores, tais como: declnio da presso do reservatrio, dano ou estmulo do
poo, incio de um projeto de injeo de gua, alterao dos intervalos canhoneados e alterao da
vazo de produo.
Alm das tcnicas propostas por Chan (1995), uma outra maneira, simplificada e, portanto,
bastante expedita de se acompanhar e prever o comportamento de reservatrios de leo sujeitos ao
influxo de gua proveniente de aqferos ou injeo de gua, tambm utiliza os dados do histrico
de produo referentes produo de gua. Um dos mtodos usados para se efetuar a extrapolao
da produo de gua (Lino, 1999) baseia-se no fato de que na prtica, muitas vezes observa-se que
depois de determinado perodo de produo de um poo, o grfico do logaritmo neperiano da razo
gua/leo em funo da produo acumulada de leo resulta em uma linha reta, ou seja,
ln( RAO) = a + bN p ,
(14.255)
RAO = e
a + bN p
= eae
bN p
(14.256)
(14.257)
dW p = e a e
A integrao da Eq. (14.259) produz:
bN p
dN p .
(14.259)
14-102
Np
Wp
Np
a
dW p = e e
0
bN p
dN p ,
(14.260)
cujo resultado :
e bN p
Wp Wp0 = ea
b
(14.261)
ou
Wp Wp0 =
(14.262)
ou ainda:
(14.263)
onde o ndice 0 refere-se a um valor inicial ou anterior no histrico de produo do poo, reservatrio ou campo.
A Eq. (14.263) indica que o grfico RAO versus Wp uma reta, cuja inclinao b. Usando-se um perodo do histrico de produo do poo, anterior data do estudo, calcula-se a inclinao b e, atravs da Eq. (14.263), pode-se extrapolar a RAO, ou seja, estimar os valores futuros da
RAO como uma funo da produo acumulada futura de gua (Wp), tomando-se como referncia os
valores de RAO0 e W p no instante do estudo (t0). Alternativamente, pode-se prever qual ser a
0
produo acumulada futura de gua (Wp) quando o poo (ou o campo) atingir uma determinada
razo gua/leo (RAO) de produo. Para isso basta explicitar o valor de Wp da Eq. (14.263):
RAO RAO0
(14.264)
.
Wp = Wp0 +
b
Alm do mtodo desenvolvido por Lino (1999), um outro mtodo foi proposto por Rosa et
alii (2002) para se extrapolar a produo acumulada futura de gua. Nesse mtodo parte-se da Eq.
Eq. (14.255), que em termos do logaritmo decimal expressa como:
(14.265)
ou
log( RAO) =
a
b
+
Np
2,3 2,3
(14.266)
ou ainda:
log( RAO) = a + bN p ,
(14.267)
onde a = a / 2,3 e b = b / 2,3 . Assim, um grfico de log(RAO) versus Np resulta em uma linha reta
com coeficientes linear a e angular b.
O valor da produo acumulada de gua (Wp) pode ser previsto, ou seja, extrapolado, substituindo-se a Eq. (14.263) na Eq. (14.255), o que resulta em:
Wp = Wp0 +
ou ainda:
1 a +bN p
e
RAO0
b
(14.268)
(14.269)
14-103
a +bN p
bN p
1 a +bN p
e a bN p
0
W p = W p 0 + e
e
e 0 .
= Wp0 +
e
b
b
(14.270)
A Eq. (14.270) prefervel em relao Eq. (14.269) porque no requer o uso da razo gua/leo
na data do estudo (RAO0), mas utiliza o valor da produo acumulada de leo nessa data (Np0), valor
este que no est sujeito s oscilaes que normalmente ocorrem no histrico de RAO.
O valor da produo acumulada extrapolada de leo (Np) pode ser previsto usando-se uma
equao ajustada ao histrico de produo do poo, conforme foi discutido no Captulo 11. Por
exemplo, se o poo seguia um declnio exponencial antes do momento do estudo, a vazo dada por
(vide Captulo 11):
q = q0 e Dit ,
(14.271)
onde Di a taxa de declnio (constante neste caso) e q0 a vazo inicial (referncia). Nesse tipo de
declnio a produo acumulada dada pela expresso (vide Captulo 11),
1 e Dit
q q
,
= 365q0
N p = 365 0
(14.272)
D
i
Di
onde as vazes so dadas em m3std/d, a taxa de declnio Di em ano1, o tempo em ano e a produo
acumulada Np em m3std.
Denominando t = t t 0 o tempo decorrido desde o instante do estudo e q0 a vazo de leo nesse instante, a produo acumulada no intervalo de tempo t :
1 e Di t
q q
= 365q0
N p N p N p 0 = 365 0
Di
Di
(14.273)
Di
Di
= N p + 365 q0 1 e Di t .
0
Di
(14.274)
Di
Di
ou ainda,
N p = N p 0 + 30,42
q0
1 e Di t ,
Di
(14.276)
14-104
Usando o tipo de declnio identificado antes do momento do estudo, estimar a produo futura
acumulada de leo (Np). Por exemplo, se o declnio for exponencial, utilizar a Eq. (14.274) ou a
Eq. (14.276).
Calcular a e b a partir do grfico log(RAO) versus Np, cujos coeficientes linear e angular so,
respectivamente, a = a / 2,3 e b = b / 2,3 .
O material contido na seo 14.7 foi gentilmente cedido pelo engenheiro de petrleo da Petrobras Rodolfo Silveira.
14-105
b) Caractersticas da rocha
Permeabilidade para uma mesma cota de injeo unitria (por poo), uma formao com alta
permeabilidade ir requerer um menor diferencial de presso poo-formao, o que se traduzir em
menor presso de injeo e menor potncia do conjunto motor-bomba.
Porosidade formaes cujos poros apresentem dimetro mdio reduzido iro demandar um melhor
tratamento da gua para remoo dos slidos e um controle bacteriolgico mais eficiente, pois poros
com dimetros menores que 20 (20 micra) podero sofrer tamponamento completo por bactrias.
Finos a presena de finos requerer um menor diferencial de presso entre o poo injetor e a
formao, para que a migrao desses finos no ocorra ou seja minorada. Esse menor diferencial de
presso poder conduzir a menores cotas de injeo por poo, e conseqentemente a um nmero
maior de poos de injeo, alm de influenciar no tipo de malha.
Argila a presena de argila com tendncia ao inchamento ir requerer uma gua de injeo com
salinidade compatvel com a da gua da formao, para que os chamados choques salinos sejam
evitados. Nem sempre, contudo, h disponibilidade de gua com salinidade adequada. Nesses casos
adota-se a chamada injeo de banco salino, na qual a salinidade alcanada com a adio de sal
gua. Decrescendo gradativamente essa salinidade, mantm-se baixo o diferencial de presso
osmtica entre a gua injetada e a argila, evitando-se a sua hidratao. Como essa uma operao
que ocorre esporadicamente, pode ser montado um sistema mvel para atender a necessidade de
injeo salina em vrios campos de uma mesma regio de produo.
d) Profundidade do reservatrio
As presses de injeo e de fraturamento de um reservatrio so proporcionais sua profundidade, o que influenciar diretamente no mximo diferencial de presso entre os poos de
injeo e o reservatrio.
14-106
a) Captao
As principais fontes de captao, com suas vantagens e desvantagens, so:
gua do mar abundante, sua salinidade elevada (em torno de 30.000 ppm) no provoca choque
salino, mas possui a desvantagem de conter elevada taxa de sais de sulfato, que iro servir de
nutrientes para bactrias sulfato-redutoras, as quais produzem gs sulfdrico (H2S), um dos gases
mais danosos para a indstria do petrleo. Sua aplicao em reservatrios que contenham sais de
brio dever ser muito bem avaliada, pois poder ocorrer a formao de precipitado de sulfato de
brio.
Rios e lagos dificilmente apresentam tendncias corrosivas ou formao de precipitados, requerendo apenas a remoo de slidos e do oxignio dissolvido, mas por tratar-se de gua doce, o
problema do choque salino deve ser avaliado.
Subsuperfcie quase sempre possuem baixos teores de slidos e ausncia de gases danosos em
soluo (CO2, H2S e O2), o que simplifica o tratamento e diminui o custo do sistema. Os poos de
captao utilizados so freqentemente poos perfurados para produo de leo e, apresentando-se
no-produtores, so recompletados para produo de gua. Devido s grandes vazes, normalmente
so produzidos por bombeio eltrico centrfugo submerso. Em geral a salinidade pode ser considerada como uma funo da profundidade do aqfero.
guas produzidas subproduto da produo do petrleo, quase sempre apresentam tendncias
corrosivas e formao de scale, e seu tratamento dificultado pela presena de leo residual.
Por apresentarem salinidade elevada, no podem ser lanadas em rios (devido ao problema da
poluio), devendo sempre ser injetadas ou descartadas em poos de descarte de gua.
Outros campos ou reservatrios havendo excesso de gua produzida em um campo, esta poder
ser injetada em outro, desde que ocorra compatibilidade qumica, vantagens econmicas ou necessidade de controle da poluio.
b) Aduo
Uma vez que, quase sempre, as adutoras iro transportar gua no tratada, estas devero ser
construdas com material compatvel com a agressividade da gua. Dever ainda ser prevista a
remoo de possveis depsitos e/ou scale.
c) Tancagem
Em sistemas que operam com guas agressivas so utilizados, preferencialmente, tanques
de chapas (de ao carbono) soldadas, pois os tanques aparafusados so mais sujeitos corroso por
aerao diferencial e por concentrao diferencial nas unies entre as chapas, alm de serem mais
sujeitos aos vazamentos, que iro danificar a pintura externa, agravando a corroso.
Embora tenham sido reportadas experincias bem sucedidas com a utilizao de tanques
de concreto armado para armazenar gua do mar, o mesmo no se observou no armazenamento de
gua produzida. Em alguns campos de petrleo esta atacou as armaduras, produzindo fissuras e
14-107
d) Tratamento
Conforme foi mencionado anteriormente, muitas vezes a gua captada requer tratamento
para, por exemplo, remoo de slidos ou controle bacteriolgico. Por se tratar de um tema complexo, a sua discusso foge do escopo deste texto.
e) Conjunto motor-bomba
Dois tipos de bomba so normalmente utilizados: as centrfugas e as alternativas.
Bombas centrfugas
So mais utilizadas em sistemas de baixa presso, pois a indstria nacional no fabrica essas bombas para condies de vazo e presso elevadas. Para operao com gua produzida so
usadas, preferencialmente, bombas de rotao mais baixa (1.750 rpm) devido ao menor desgaste,
apesar de serem mais caras.
Bombas alternativas
Nos sistemas de alta presso (> 1.000 psi ou 70 kgf/cm2) so mais utilizadas as bombas alternativas (deslocamento positivo), de custo inicial maior mas que requerem pouca manuteno.
Devido existncia de slidos em suspenso e necessidade de lubrificao dos pistes, as bombas
alternativas utilizadas em injeo de gua so normalmente as de mbolo engaxetadas com lubrificao forada (plunger), preferencialmente s de pisto/camisa com lubrificao pelo fluido.
Como o NPSH (Net Pressure Suction Head) requerido por bombas alternativas elevado, quase sempre demandam a instalao de bombas (centrfugas) Booster.
Cavitao
O fator de acelerao (acceleration head) presente nas bombas alternativas se deve intermitncia (pulsao) dos pistes, o que provoca pequenas variaes de velocidade na suco. Esse
fator freqentemente maior que a soma de todos os outros que fazem parte do clculo do NPSH
disponvel, sendo portanto responsvel pelo fato de as bombas alternativas requererem maior NPSH
que as centrfugas. As bombas centrfugas provocam, durante a partida, uma acelerao inicial na
gua da suco, mas esta acelerao cessa quando a vazo do sistema estabiliza-se.
Para se evitar a cavitao deve ser observada a seguinte desigualdade:
(14.277)
( NPSH ) d = patm c h f pv ,
(14.278)
14-108
sendo patm a presso atmosfrica em m.c.a. (metros de coluna de gua) absolutos, c a diferena de
cota entre o nvel mnimo do fluido e o centro da suco da bomba (m), hf a perda de carga por
frico (m.c.a.), pv a presso de vapor do fluido temperatura e presso de operao (m.c.a.) e o
(NPSH)d medido em m.c.a. absolutos. No caso de trechos com mudanas de vazes e/ou dimetros,
a perda de carga ser o somatrio das perdas em cada trecho.
Para bombas alternativas o NPSH disponvel calculado pela equao:
( NPSH ) d = patm c h f pv AH ,
(14.279)
onde AH o fator de acelerao (Acceleration Head), que pode ser obtido da expresso:
8,02QR pm Cb L
AH (m) =
,
(14.280)
D2
onde Q a vazo (m3/s), Rpm o nmero de rotaes por minuto (rpm) do eixo da manivela da bomba,
Cb um coeficiente que depende do nmero de pistes da bomba (Tabela 14.5), L o comprimento da
tubulao entre o tanque e a bomba (m) e D o dimetro nominal da tubulao (m). No caso de
trechos com mudanas de vazes e/ou dimetros, a perda de carga e o fator de acelerao sero
obtidos pela soma dos respectivos valores em cada um dos trechos.
Tabela 14.5 Valores do coeficiente Cb
Tipo de bomba
Cb
Centrfuga
Simplex duplo efeito
Duplex simples efeito
Duplex duplo efeito
Triplex simples efeito
Triplex duplo efeito
Quintuplex
Septuplex
Nonaplex
0
0,200
0,200
0,115
0,066
0,066
0,040
0,028
0,022
A perda de carga por frico em tubulaes pode ser calculada atravs da equao de Hazen-William, dada pela expresso:
(14.281)
Q1,85
(14.282)
,
C D 4,87
onde Q a vazo (m3/s), D o dimetro da tubulao (m) e C o coeficiente de rugosidade da tubulao, cujo valor pode ser encontrado na Tabela 14.6.
J = 10,65
1,85
Material
14-109
C
130
100
Ao soldado novo
120
Ao soldado usado
85
130
140
130
90
130
140
A perda de carga localizada em peas especiais, expressa em dimetros, pode ser encontrada na Tabela 14.7:
Tabela 14.7 Perda de carga localizada em peas especiais
Tipo de pea
Ampliao gradual
Cotovelo de 90o
Cotovelo de 45o
Curva de 90o
Curva de 45o
Entrada normal
Entrada de borda
Juno
Reduo gradual
12
45
20
30
15
17
35
30
6
8
350
170
35
20
50
65
250
100
14-110
f) Rede de distribuio
Existem dois tipos de rede: a de distribuio em marcha (espinha de peixe) e a centralizada
atravs de manifolds (p de galinha), conforme ilustra a Figura 14.68.
Distribuio em Marcha (espinha de peixe)
poo
poo
poo
Linha tronco
manifold
poo
poo
g) Poos de injeo
Os poos de injeo de gua normalmente no so inicialmente perfurados para este fim,
pois a maioria formada de antigos poos produtores convertidos ou recompletados para injeo.
H casos em que o mesmo poo comporta uma zona produtora e outra injetora. Dispondo dessa
flexibilidade, o pessoal da engenharia de reservatrios, a partir de estudos econmicos, determina os
poos-zona de injeo que atuaro nos campos e estabelece uma cota (vazo de injeo) para cada
um.
14-111
Equipamentos de superfcie
Os equipamentos de superfcie esto mostrados na Figura 14.69.
tomada de presso
vlvula de centro
tomada/back-wash
poo
vlvula de reteno
embarque
regulador de fluxo
hidrmetro
filtro de tela
vlvula de bloqueio
Instalao para limpeza da linha de injeo consiste em uma tomada para descarga da linha
e uma cmara para recebimento de pig ou esfera.
Vlvula de bloqueio utilizada quando h necessidade de paralisao do poo.
Tomada para amostragem permite a coleta de amostras de gua para controle qumico e
microbiolgico.
Filtro atravs de tela cilndrica, retm as impurezas maiores carreadas pela gua, agindo
como um ltimo recurso, j que a filtrao bsica deve ser realizada na estao de tratamento.
Protege o hidrmetro e a formao.
Hidrmetro utilizado individualmente para controle de vazo do poo em caso de impossibilidade da utilizao de manifolds que centralizem essa medio.
Regulador de fluxo vlvula auto-reguladora de vazo. A depender da cota de injeo, utilizase em seu interior uma placa de orifcio com dimetro adequado, proporcionando vazo constante e igual cota estabelecida para o poo.
Vlvula de reteno permite a passagem do fluxo em um s sentido, impedindo que haja
retorno de gua quando se faz necessrio paralisar a estao de injeo.
Tomada de presso normalmente uma vlvula de in. onde se instala o manmetro para
controle da presso na cabea do poo.
Equipamentos do poo
14-112
Vlvula de centro bloqueia a coluna de injeo. Com o poo em operao dever estar
totalmente aberta para no mascarar a presso de cabea de poo.
Obturador (packer) utilizado para isolar a zona de injeo de outras zonas injetoras ou
produtoras existentes no poo.
Cabea de produo possui tomadas laterais que permitem a comunicao com o anular do
poo.
A Figura 14.70 apresenta alguns tipos de completao empregados em poos de injeo de
gua.
produo
Simples com
boca de sino
Dupla com
regulador
de fluxo
Dupla
injeo
Produo
e injeo
h) Poos de captao
Alguns dos poos de captao normalmente so antigos produtores de leo, recompletados
(recanhoneados) em zonas produtoras de gua. Apesar de se tratarem de poos que seriam abandonados (custo inicial muito baixo), so poos problemticos pois, devido s vazes elevadas (grande
velocidade de fluxo) e diluio de sais (cimento natural) da formao pela gua, produzem areia, o
que, na maioria dos casos, diminui drasticamente a vida dos equipamentos de produo.
14-113
Configurao
Os poos dimensionados para captao de gua diferem dos demais por possuirem cmara
de bombeamento, filtro e pr-filtro.
A cmara de bombeamento o revestimento de dimetro maior, destinado a conter o equipamento de bombeio. Abaixo desta utiliza-se revestimento de menor dimetro. Para evitar o
problema de produo de areia so utilizados filtros ranhurados (e pr-filtro de areia), mas este um
equipamento que deve ser descido juntamente com o revestimento de produo, quando da perfurao do poo. Os filtros so tubos vazados com ranhuras menores que o dimetro dos gros da
formao que se queira reter. No caso de formao com gros de pequeno dimetro, utiliza-se um
colcho de areia de granulometria bem definida, denominado pr-filtro, colocado no espao anular
entre o filtro e a formao.
Aps o posicionamento do pr-filtro e da cimentao da parte superior do poo, procede-se
o desenvolvimento do mesmo, que consiste em produzi-lo para acomodao do pr-filtro e para
retirada da lama de perfurao e, ainda, para determinar os parmetros de produo: nvel esttico,
nvel dinmico, ndice de produtividade e tempo de recarga.
Equipamentos de bombeio
Os poos de captao podem ser produzidos por quaisquer dos mtodos utilizados para
produo de leo, mas devido s vazes mais elevadas a preferncia quase sempre por bombeio
eltrico centrfugo submerso ou por "ar-lift" (gs-lift com ar).
Os parmetros de dimensionamento do equipamento so simplificados por tratar-se de um
nico lquido e isento de gs. A presso necessria (Altura Manomtrica Total HMT) para elevar
uma determinada vazo desde a formao at a estao dada pela expresso:
HMT = ND + h fc + c + h fs + p est ,
(14.283)
onde ND o nvel dinmico, hfc a perda de carga por frico na coluna de produo, c a diferena
de cota entre a cabea do poo e a estao, hfs a perda de carga por frico na adutora que liga o
poo estao e pest a presso de entrada no vaso da estao. As perdas de carga podem ser calculadas atravs das frmulas de Hazen-Willians, com excelente aproximao. Variando-se a vazo,
varia-se a HMT e a curva de vazo x presso resultante a curva do sistema, que deve ser comparada com a curva da bomba.
i) Poos de dump-flood
Estes constituem os sistemas de injeo mais simples, pois consistem simplesmente em poos simultaneamente produtores e injetores de gua, isto , produzem gua na zona superior e
injetam diretamente, por gravidade, na zona inferior. A operao desse tipo de poo muito
simples, mas o acompanhamento somente possvel atravs de perfilagens peridicas com o
chamado medidor de fluxo contnuo ("continuous flow meter") ou com perfilagem radiativa.
14-114
de ocorrer, devendo-se portanto realizar testes peridicos para que possam ser identificadas situaes indesejadas como, por exemplo, dano formao e m distribuio da gua.
a) Testes
Vrios tipos de teste podem ser empregados no acompanhamento de poos de injeo de
gua.
Teste de injeo
o teste de rotina que tem por finalidade o acompanhamento da vazo e da presso de injeo, fornecendo uma primeira idia do comportamento do poo. realizado atravs de hidrmetro
localizado na prpria instalao do poo, no caso de distribuio em marcha, ou nos manifolds
centrais. O resultado deste teste e o cmputo das horas de operao do poo geram um relatrio
mensal onde so registrados o volume injetado no ms e o volume acumulado desde o incio da
injeo, dados esses necessrios ao acompanhamento do reservatrio em questo.
Vazo (m std/d)
Fraturamento
tg = II
m std/d
2
kgf/cm
Recorre-se a este teste tanto para o clculo da presso de fraturamento como do ndice de
injetividade (II). Alm da estimativa do ndice de injetividade, o clculo da presso de fraturamento
de capital importncia em projetos de recuperao secundria. Em projetos de injeo de gua
uma fratura artificial pode prejudicar a eficincia de varrido, a depender da sua direo. Por outro
lado, em projetos de mtodos especiais de recuperao secundria (ou de recuperao terciria) no
podem ser admitidos desperdcios de fluidos injetados de alto custo atravs de fraturas induzidas.
14-115
Conforme indica a Figura 14.71, a presso na cabea que resulta no fraturamento da formao estimada a partir da interseco das duas retas mostradas, j que aps a induo da fratura o
crescimento da vazo pode se obtido com um crescimento menor da presso na cabea.
O ndice de injetividade, conforme discutido anteriormente, definido como:
Qinj
II =
,
(14.284)
p
onde Qinj a vazo de injeo e p a queda de presso associada. No caso do teste step rate
geralmente o regime de fluxo transiente, de modo que o ndice de injetividade calculado refere-se
ao chamado ndice de injetividade transiente, cujo valor, conforme foi discutido no Captulo 3,
difere do valor obtido durante um regime de fluxo estabilizado. Ento, nesse caso a queda de
presso seria dada por p = pwinj pi, onde pwinj a presso de injeo no fundo do poo e pi a
presso inicial do reservatrio. Assim, a expresso que define o ndice de injetividade pode ser
escrita como:
Qinj = II p = II ( p winj pi ) .
(14.285)
Como nesse tipo de teste mede-se somente a presso na cabea, pode-se escrever que pwinj = pcab +
wD pf, onde w o peso especfico da gua, D a profundidade mdia dos canhoneados e pf a
queda de presso devida frico na coluna de injeo. Portanto,
Qinj = II ( pcab + w D p f pi ) .
(14.286)
d (Qinj ) = II d ( pcab + w D p f pi ) .
(14.287)
Admitindo ainda que o peso especfico da gua seja constante e que a perda de carga (pf) devida ao
fluxo na coluna de injeo tambm seja constante, ou seja, desprezando o aumento da perda de
carga com o aumento da vazo, obtm-se ento a expresso:
d (Qinj ) = II d ( pcab ) ,
(14.288)
ou ainda:
II =
d (Qinj )
d ( pcab )
(14.289)
Portanto, o ndice de injetividade transiente pode ser estimado como sendo a inclinao da reta
ajustada aos pontos Qinj versus pcab, isto , a tangente do ngulo mostrado na Figura 14.71.
Teste de fall-off
O teste de fall-off permite avaliar, atravs do clculo do chamado fator de pelcula (s), se
a formao est danificada (s > 0), estimulada (s < 0) ou se mantm a sua condio original (s = 0).
Consiste no registro contnuo da presso em funo do tempo durante um perodo de fluxo (injeo)
com vazo constante, seguido de um perodo de fechamento do poo.
Como parte do acompanhamento dos poos de injeo de gua, normalmente calculado o
ndice de injetividade dos poos. Alm disso, o chamado perfil de injetividade pode ser usado para
verificar a distribuio da gua na formao.
14-116
b) ndice de injetividade
O ndice de injetividade, quando calculado periodicamente, pode indicar se o decrscimo
de vazo durante os primeiros estgios de injeo de um poo deve-se ao tamponamento da formao, sendo portanto remedivel, ou ao enchimento do reservatrio, sendo neste caso inevitvel. Esse
ndice pode ser estimado a partir de um teste de injeo, de um teste de fall-off ou de um teste
step-rate, e similar ao ndice de produtividade utilizado para poos produtores (vide Captulo 3).
c) Perfil de injetividade
As presenas de fraturas naturais ou induzidas, zonas de alta permeabilidade devidas heterogeneidade do reservatrio, etc., podem provocar uma erupo precoce da gua de injeo nos
poos produtores, prejudicando tremendamente a eficincia de varrido e, assim, a prpria produo.
necessrio, ento, correr perfis de injetividade em frente aos intervalos canhoneados dos poos de
injeo a fim de que se possa investigar a distribuio de gua atravs da formao e corrigir as
eventuais anomalias. Desse modo, alm de se aumentar a recuperao de leo reduz-se a produo
de gua, o que significa reduo nos gastos com tratamento qumico, principalmente. Os dois
processos comumente usados para a obteno desses perfis so o traador radiativo e o medidor de
fluxo contnuo.
a) Unidades de arame
As unidades de arame so utilizadas quando se quer aplicar ou sacar reguladores de fluxo
de sub-superfcie, e nos testes de fall-off, para descida do registrador de presso.
b) Sondas de produo
Realizam-se com sondas de produo as chamadas intervenes de limpeza, cuja finalidade a manuteno dos poos, dos seus equipamentos e dos reservatrios nas vizinhanas dos poos.
Essa manuteno pode constituir-se de:
Injeo de bactericidas;
Injeo de cido;
14-117
c) Guindastes
Em poos rasos de captao de gua (at 200 m), a substituio simples de bombas efetuada utilizando-se um guindaste, dispensando assim o uso de uma sonda de produo e gerando
grande reduo de custo.
Condutividade da gua
Em primeira anlise pode-se dizer que a corrosividade da gua aumenta proporcionalmente
com a sua condutividade. gua destilada no muito condutora e no muito corrosiva, em
contrapartida gua salgada condutora e corrosiva, pois a condutividade aumenta com a salinidade.
Gases dissolvidos
Oxignio, dixido de carbono ou sulfeto de hidrognio dissolvidos na gua aumentam drasticamente a sua corrosividade, pois os gases dissolvidos so a causa primria da maior parte dos
problemas de corroso. No existindo nenhum desses gases em soluo e mantendo-se o pH da gua
neutro ou alto, a maior parte dos sistemas apresentar muito poucos problemas de corroso.
O oxignio dissolvido na gua funciona como despolarizador catdico, promovendo a corroso. Clulas de concentrao ou de concentraes diferenciais de oxignio, como usualmente
ocorrem sob depsito ou scale, podem causar corroso localizada muito severa (pitting). Se a
gua contiver H2S e/ou CO2 dissolvidos, quaisquer traos de oxignio dissolvido aumentaro
drasticamente a corroso. A quantidade de oxignio que pode estar dissolvido na gua est diretamente relacionada presso, temperatura e salinidade (cloretos).
O dixido de carbono dissolvido na gua ocasiona a formao de cido carbnico, abaixando o pH e aumentando a agressividade. Ele no to corrosivo quanto o oxignio, pois comumente resulta em corroso generalizada. A solubilidade do CO2 na gua, como todos os gases,
funo da presso parcial de vapor do CO2 nas condies a que a gua est submetida. Quanto maior
a presso de vapor, maior a solubilidade.
O sulfeto de hidrognio um dos gases mais prejudiciais que podem entrar em um sistema,
e nos sistemas de injeo de gua normalmente produzido pela reduo do ion sulfato por bactrias sulfato-redutoras. Esse gs promove corroso ativa de duas maneiras: por ser cido causa ataque
por pH baixo e responsvel pela formao de sulfeto de ferro, que catdico em relao ao ferro e
conduz corroso galvnica. Novas colnias de bactrias iro se formar e, protegidas pelos depsitos da ao de bactericidas, continuaro a produzir mais H2S, que ir gerar mais sulfeto de ferro,
num crculo crescente e cada vez mais danoso. A combinao de H2S e CO2 muito mais agressiva
e a presena de quantidades mnimas que sejam de O2 poder ser desastrosa.
14-118
Temperatura
Em um sistema fechado a taxa de corroso aumenta com a temperatura (um aumento da
temperatura de 25 para 80 oC pode aumentar a taxa de corroso em at 400%). Se o sistema
aberto, aumentando-se continuamente a temperatura, inicialmente a taxa de corroso aumentar (at
75 oC), para em seguida diminuir, porque os gases dissolvidos sero liberados para a atmosfera mais
rapidamente que o aumento da taxa de difuso.
Qualquer variao de temperatura dentro de uma mesma pea de metal far com que as
partes mais quentes tornem-se andicas com relao s reas mais frias.
Alguns metais ou ligas mudam o seu potencial eltrico medida que aumenta a temperatura. A capa de zinco sobre o ao galvanizado torna-se catdica com relao ao ferro em torno de 75
o
C e no oferece mais proteo.
Presso
A presso altera algumas reaes qumicas. Nos sistemas de injeo de gua, o efeito principal de uma presso maior o aumento da solubilidade dos gases em soluo, que resulta em
aumento da taxa de corroso.
Velocidade da gua
O aumento da velocidade do fluxo normalmente ocasiona aumento da taxa de corroso.
guas estagnadas ou com baixas velocidades geralmente provocam uma menor taxa geral de
corroso, mas podem provocar pitting e favorecem a decantao de slidos em suspenso.
Velocidades muito elevadas (fluxo tampo) provocam eroso/corroso. Valores entre 1 e 2 m/s para
tubulaes de recalque, e entre 0,5 e 1 m/s em suces so, na prtica, consideradas velocidades
timas, pois no favorecem deposio, corroso nem eroso.
Compostos ferrosos
Os compostos ferrosos que podem ocorrer nos sistemas de injeo de gua so os xidos,
os hidrxidos e os sulfetos. Sendo todos catdicos em relao ao ao carbono, conduzem corroso
14-119
galvnica. O mais danoso o sulfeto de ferro, resultado do ataque do H2S ao ferro da tubulao e
aos compostos ferrosos solveis e insolveis encontrados na gua produzida, pois alm dos problemas de corroso mencionados anteriormente, este composto poder ainda ser arrastado pelo fluxo de
gua e seu atrito com a tubulao provocar abraso na mesma. Uma vez que esse depsito serve de
abrigo para as bactrias que, de maneira indireta, iro produzir mais sulfeto de ferro, a obstruo
total da tubulao poder ocorrer rapidamente, sendo portanto essencial a sua remoo. A remoo
dos depsitos das linhas efetuada pela passagem de pig ou por hidrojateamento. Nas linhas de
grande extenso, j com deposio severa, o mtodo utilizado para remoo o qumico, atravs do
cido clordrico, que traz o inconveniente de produzir grande quantidade de H2S, que um oxidante
enrgico, corrosivo, inflamvel (provoca misturas explosivas) e txico (mortal em concentraes
acima de 50 ppm na atmosfera).
O sulfeto de ferro pode tambm causar srios danos formao, ocorrendo facilmente o
tamponamento total da mesma. Neste caso a remoo muito difcil, pois o pistoneio convencional
ou mesmo por impacto remove somente o sulfeto de ferro das proximidades do poo. A acidificao
da matriz com cido clordrico produz grande quantidade de H2S, impossibilitando o pistoneio para
remoo do cido com o material danificador, pois altas concentraes de H2S conduziro
grafitizao do ao do revestimento, da coluna e do cabo de pistoneio, podendo ocorrer o colapso
dos mesmos, alm dos anteriormente citados problemas causados pelo H2S quando lanado na
atmosfera. Pelos motivos apresentados, o pistoneio posterior acidificao impraticvel, sendo
portanto o cido deslocado para a formao, onde novo dano poder ocorrer devido a reaes
qumicas, com a formao de um precipitado. A formao desse precipitado inicia-se assim que o
pH ultrapassa 2,2, o que ocorre assim que a frente de cido consumida. Para se evitar esse novo
dano so utilizados seqestrantes de ferro, e sua concentrao dever ser suficiente para seqestrar
todo o ferro livre. Uma vez que a quantidade de seqestrante elevada, o custo do processo sofrer
aumento.
Brio
Danos formao devidos precipitao de sulfato de brio no reservatrio so irreversveis, pois o mesmo insolvel em cidos. Em alguns casos de deposio em linhas o mesmo poder
ser removido por hidrojateamento. Em guas com teores de sais de sulfato e de brio a nica
providncia possvel impedir a formao do sulfato de brio atravs do uso de inibidores qumicos.
Slica
A slica (areia de quartzo) somente forma deposies, mas poder auxiliar no tamponamento de linhas por outros precipitados ou mesmo ser aglutinada pelo leo residual da gua produzida.
A slica solvel em cido fluordrico.
14-120
14.9. Problemas
Problema 14.1 Utilizando os conceitos apresentados na Seo 14.3.2 e no Exemplo 14.1, deduza
a equao para a vazo de injeo de um poo situado a uma distncia d do centro de um reservatrio horizontal circular, com presso constante pe no limite externo. Admita fluxo monofsico no
reservatrio e considere k a permeabilidade ao fluido, h a espessura do reservatrio, a viscosidade
do fluido, re o raio do reservatrio, rw o raio do poo e pwinj a presso de injeo no fundo do poo.
Resposta: q =
2kh( p winj pe )
r
ln e
rw
d
1
re
Espessura da formao..........................................................................
Raio dos poos.......................................................................................
Permeabilidade efetiva ao leo no banco de leo....................................
Permeabilidade efetiva gua saturao mdia atrs da frente de
avano da gua......................................................................................
14-121
20 m
10 cm
125 md
100 md
Considere que a saturao de gs residual seja nula e que ao tempo de fill-up as regies
ocupadas pelo gs tenham sido ressaturadas com leo. Utilize a aproximao de Craig, dada pela
Eq. (14.16), para o clculo da vazo de injeo no instante do breakthrough. Calcule:
(a) O volume poroso da malha.
(b) O volume original provado de leo por malha.
(c) O tempo de enchimento (fill-up), admitindo ser desprezvel a produo de leo nesse perodo.
(d) A eficincia de varrido horizontal no fill-up.
(e) A distncia da frente de avano da gua aos poos de injeo no fill-up, admitindo que o
fluxo at esse instante seja radial.
(f) A injeo acumulada de gua at o breakthrough.
(g) O tempo de breakthrough.
(h) A produo acumulada de leo por malha, desde o incio da vida produtiva do reservatrio, at
o instante de breakthrough.
(i) A produo acumulada de leo por malha, desde o incio da vida produtiva do reservatrio, at
o instante de abandono do reservatrio.
(j) O fator de recuperao.
(k) O tempo de abandono.
(l) A presso de injeo em frente formao portadora de leo no incio do projeto, sabendo que
a presso dinmica de fundo nos poos produtores de 10 kgf/cm2.
Respostas:
(c) tFU = 320 d
(a) Vp = 0,64106 m3
(b) N = 0,41106 m3std
(d) (EA)FU = 0,125 (12,5%)
(e) Ra = 113 m
14-122
0,26
0,82
Determinar:
(a) O tempo de breakthrough.
(b) O volume de leo produzido at o breakthrough devido apenas injeo de gua.
(c) O volume de leo produzido devido injeo quando a razo gua/leo for igual a 25.
Respostas:
(a) tBT = 1.637 d
(c) Np = 0,513106 STB
(b) (Np)BT = 0,356106 STB
Profundidade (m)
Permeabilidade (md)
1.000 1.001
1.001 1.002
1.002 1.003
1.003 1.004
1.004 1.005
1.005 1.006
1.006 1.007
1.007 1.008
1.008 1.009
1.009 1.010
35
51
27
116
60
237
519
98
281
164
Determinar:
(a) O coeficiente de variao da permeabilidade.
(b) O zoneamento da formao produtora em cinco camadas de iguais propriedades, exceto k.
(c) A vazo de injeo em cada camada, considerando-a proporcional capacidade (kh) da camada
em questo.
14-123
(d)
(e)
(f)
(g)
10
Permeabilidade (md)
40
45
120
80
145
110
74
48
14-124
Vazo de injeo.....................................................................
Cut de abandono..................................................................
Volume poroso do reservatrio................................................
Porosidade...............................................................................
Saturao de gua conata irredutvel........................................
Saturao de leo no incio da injeo.....................................
Saturao de leo residual.......................................................
Saturao de gs residual.........................................................
Fator volume-formao do leo presso original...................
Fator volume-formao do leo na presso de abandono..........
31,83 m3std/d
84,30%
15.250 m3
25%
22%
60%
17%
0
1,20
1,12
Problema 14.8 Imagine uma situao hipottica em que se tem um poo de injeo cercado por
um nmero muito grande (teoricamente infinito) de poos de produo situados a uma distncia
igual ao raio de influncia (re) do poo de injeo, conforme ilustra a Figura 14.72.
14-125
Poos de produo
re
Poo de
injeo
rw
Figura 14.72 Poo de injeo cercado por um crculo de poos de produo - Problema 14.8.
Winj Bw / h
(b) Ro = Ra 1 +
S w S wi
S o S or
S g S gr
Problema 14.9 Utilizando o enunciado do Problema 14.8, considerando os fluidos incompressveis e adotando um sistema compatvel de unidades, deduza as expresses da diferena de presso
(p) entre os poos injetor e produtor, em um tempo qualquer:
(a) antes do fill-up, em funo da vazo de injeo (qinj), da viscosidade da gua (w), da permeabilidade efetiva gua na regio invadida (kw), da espessura da formao (h), da posio da
frente de avano da gua (Ra), da posio da frente de avano do leo (Ro), do raio do poo (rw)
e da razo de mobilidades (M).
(b) aps o fill-up.
Respostas:
(a) p =
qinj w Ra
ln
2k w h rw
R
+ M ln o
Ra
(b) p =
qinj w Ra
ln
2k w h rw
r
+ M ln e
Ra
14-126
Raio do poo.....................................................................................
Porosidade........................................................................................
Saturao de gua conata irredutvel.................................................
Saturao de leo residual................................................................
Saturao de gs residual..................................................................
Saturao de gs no incio da injeo................................................
Permeabilidade absoluta...................................................................
Permeabilidade relativa gua na regio invadida pela gua............
Permeabilidade relativa ao leo no banco de leo..............................
Viscosidade da gua.........................................................................
Viscosidade do leo..........................................................................
Fator volume-formao da gua........................................................
0,10 m
20%
20%
30%
0%
5%
400 md
50%
80%
1,00 cp
1,28 cp
1,00
m 3 std / d
kgf / cm 2
(b) II = 26,1
m 3 std / d
kgf / cm 2
(c) II = 25,9
m 3 std / d
kgf / cm 2
(b) = 0,894
(c) = 0,828
(b) = 1,547
(c) = 2,664
Problema 14.13 Um reservatrio inicialmente presso de bolha de 200 kgf/cm2, quando o fator
volume-formao do leo era de 1,45 m3/m3std, produziu 6% do leo original, tendo ento a presso
declinado para 100 kgf/cm2 e o fator volume-formao do leo reduzido para 1,35 m3/m3std. Foi em
seguida iniciado nesse reservatrio um projeto de injeo de gua com um esquema em linha direta
e uma vazo de injeo constante igual a 280 m3std/d/poo, ou sejam, 140 m3std/d/malha. Outras
informaes sobre o projeto so:
Porosidade mdia..................................................................................
10%
14-127
20%
40%
0%
20 m
800 m
400 m
200 md
60%
40%
1 cp
1,0
(b) 79,85 m
(f) 1,5
(c) 319,4 m
(g) 109,2 kgf/cm2
(d)1.829 d
(h) 103,9 kgf/cm2
Problema 14.14 Um arenito, submetido injeo de gua, apresenta as caractersticas de permeabilidade relativa mostradas na Tabela 14.9.
Tabela 14.9 Dados de permeabilidade relativa do reservatrio do Problema 14.14
Sw
kro
krw
0,24
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,95
0,89
0,74
0,45
0,19
0,06
0,00
0,00
0,01
0,04
0,09
0,17
0,28
0,44
1,25 cp
14-128
Viscosidade da gua.................................................................
Porosidade................................................................................
Saturao de leo residual (irredutvel).....................................
Saturao de gua irredutvel....................................................
Saturao de leo no incio da injeo.......................................
Comprimento do arenito...........................................................
Seo reta transversal do arenito...............................................
Vazo de injeo.......................................................................
0,76 cp
20%
20%
24%
76%
2,0 m
50 cm2
163 cm3/h
(a) Admitindo que a presso mdia do sistema seja mantida constante e acima da presso de bolha,
trae um grfico do fluxo fracionrio de gua em funo da saturao de gua.
(b) Utilizando o grfico do fluxo fracionrio versus saturao de gua, determine a saturao da
frente de avano, o fluxo fracionrio da frente de avano e a saturao mdia atrs da frente de
avano.
(c) Calcule a posio da frente de avano da gua 1 h aps o incio da injeo.
(d) Determine o volume de leo deslocado at que ocorra o breakthrough.
Respostas:
(b) 70%; 88,5%; 75%
(c) 32 cm
(d) 1.020 cm3
Problema 14.15 Um reservatrio apresenta o esquema de injeo mostrado na Figura 14.73, onde
I um poo de injeo, P um poo de produo e O um poo de observao.
P
O
I
m
700
m
100
Figura 14.73 Esquema de injeo do reservatrio do Problema 14.15.
Duzentos dias aps o incio da injeo o poo O foi aberto (durante um intervalo de tempo
desprezvel, apenas o suficiente para se medirem as vazes de leo e de gua), tendo produzido leo
e gua, sendo a vazo de leo igual a 5% da vazo de injeo de gua (constante) no poo I, vazes
essas medidas em condies de reservatrio. Em seguida o poo O foi imediatamente fechado,
prosseguindo-se a injeo de gua at o poo de produo P apresentar um fluxo fracionrio de gua
de 95%, quando ento foi convertido em poo de injeo. As curvas de fw e de f w versus Sw so
dadas na Figura 14.74.
14-129
100
4.0
90
3.6
80
3.2
70
2.8
60
2.4
50
2.0
40
1.6
30
1.2
20
0.8
10
0.4
0.0
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Figura 14.74 Curvas do fluxo fracionrio e sua derivada versus saturao de gua - Problema 14.15.
Determine:
(a) A saturao de gua irredutvel.
(b) A saturao de leo residual (irredutvel).
(c) A saturao de gua na frente de avano da gua.
(d) A saturao mdia de gua atrs da frente de avano da gua.
(e) O fluxo fracionrio de gua no poo O no instante em que esteve aberto.
(f) A saturao de gua nas imediaes do poo O no instante em que esteve aberto.
(g) A distncia da frente de avano da gua ao poo de injeo no instante em que o poo O esteve
aberto.
(h) Uma curva de saturao de gua versus distncia ao poo de injeo no instante em que o
poo O esteve aberto (200 dias aps o incio da injeo).
(i) O tempo de breakthrough no poo P a contar do incio da injeo.
(j) O tempo de vida do poo P como poo de produo.
Respostas:
(a) 25%
(b) 25%
(c) 40%
(d) 50%
(e) 95%
(j) 1.600 d
(f) 60%
(g) 476 m
(h) Tabela 14.10 (i) 336 d
Tabela 14.10 Respostas do item (h) do Problema 14.15
Distncia (m)
38
100
167
238
324
476
Sw (%)
65
60
55
50
45
40
14-130
Problema 14.16 Um reservatrio em que feita injeo de gua em linha direta possui as seguintes caractersticas:
Espessura da formao produtora........................................................
10 m
Mergulho estrutural............................................................................
0o
Porosidade mdia................................................................................
20%
Permeabilidade absoluta mdia...........................................................
5 md
Saturao de gs no incio da injeo..................................................
15%
Presso mdia do reservatrio.............................................................
70 kgf/cm2
Fator volume-formao do leo presso de bolha (original).............. 1,29
Fator volume-formao do leo presso atual do reservatrio........... 1,20
Fator volume-formao da gua..........................................................
1,00
Viscosidade da gua............................................................................
0,5 cp
Viscosidade do leo............................................................................
1,0 cp
Saturao de gs irredutvel................................................................
0%
Distncia dos poos de injeo aos poos de produo.......................... 400 m
Distncia entre os poos de injeo.....................................................
200 m
Dados de permeabilidade relativa........................................................
Tabela 14.11
Dados de fluxo fracionrio..................................................................
Tabela 14.12
Tabela 14.11 Dados de permeabilidade relativa do reservatrio do Problema 14.16
Sw
0,100
0,469
0,563
0,700
krw
0,000
0,228
0,375
0,740
kro
1,000
0,115
0,061
0,000
Sw
fw
f w
0,100
0,469
0,495
0,520
0,546
0,572
0,597
0,622
0,649
0,674
0,700
0,000
0,795
0,845
0,888
0,920
0,946
0,965
0,980
0,990
0,996
1,000
0,000
2,160
1,750
1,410
1,130
0,851
0,649
0,477
0,317
0,195
0,000
Determine:
(a) A saturao de gua irredutvel.
(b) A saturao de leo residual (irredutvel).
(c) A razo de mobilidades admitindo que o deslocamento fosse completo.
(d) A saturao mdia de gua atrs da frente de saturao de gua igual a 67,4%.
14-131
So
kg/ko
kro
90
85
80
75
70
60
50
40
30
20
0,000
0,030
0,072
0,140
0,270
1,000
2,300
10,000
50,000
grande
0,710
0,600
0,500
0,320
0,190
0,120
0,050
0,000
Calcular:
(a) O tempo necessrio para o contato gs/leo atingir a primeira linha de poos produtores.
14-132
(b) A razo gs/leo quando o contato gs/leo atingir a primeira linha de poos produtores.
(c) O tempo de fechamento da primeira linha de poos produtores admitindo uma razo gs/leo
limite de 1.000 m3std/m3std.
(d) A frao recuperada no instante do fechamento da primeira linha de poos produtores.
(e) O tempo necessrio para o contato gs/leo atingir a primeira linha de poos produtores,
admitindo um ngulo de mergulho igual a zero.
Respostas:
(a) 1.666 d
(b) 172 m3std/m3std
(c) 14,8 ano
(d) 0,70
(e) 278 d
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Livro
Figura
?
Figura Caudle, B. H. Fundamentals of Reservoir Engineering. Dallas, Texas, USA, SPE
of AIME, 1968. (Part II.)
14.12
Figura Caudle, B. H. Fundamentals of Reservoir Engineering. Dallas, Texas, USA, SPE Figura
of AIME, 1968. (Part II.)
14.26
inferior
Figura Caudle, B. H. Fundamentals of Reservoir Engineering. Dallas, Texas, USA, SPE Figura
of AIME, 1968. (Part II.)
14.27
Superior
Pgina
VII-20
VII-7
VII-7
Figura Craig, F. F., Jr.: The Reservoir Engineering Aspects of Waterflooding. Dallas,
14.28
Texas, USA, SPE of AIME, 1971. (Monograph volume 3, 3rd printing, 1980.)
5.11
55
Figura Craig, F. F., Jr.: The Reservoir Engineering Aspects of Waterflooding. Dallas,
14.29
Texas, USA, SPE of AIME, 1971. (Monograph volume 3, 3rd printing, 1980.)
5.12
55
Figura Craig, F. F., Jr.: The Reservoir Engineering Aspects of Waterflooding. Dallas,
Texas, USA, SPE of AIME, 1971. (Monograph volume 3, 3rd printing, 1980.)
14.31
Figura Chan, K. S.: Water Control Diagnostic Plots. SPE Annual Technical Conference
and Exhibition of the Society of Petroleum Engineers of AIME. Dallas, TX,
14.65
USA, Oct. 22-26, 1995.
Figura Chan, K. S.: Water Control Diagnostic Plots. SPE Annual Technical Conference
and Exhibition of the Society of Petroleum Engineers of AIME. Dallas, TX,
14.66
USA, Oct. 22-26, 1995.
Figura Chan, K. S.: Water Control Diagnostic Plots. SPE Annual Technical Conference
and Exhibition of the Society of Petroleum Engineers of AIME. Dallas, TX,
14.67
USA, Oct. 22-26, 1995.
14-134
Figura
Pgina
6.2
65
15.
M TODOS E SPECIAIS DE R ECUPERAO S ECUNDRIA
Este captulo, que trata dos mtodos especiais de recuperao secundria, poderia ser iniciado com a seguinte pergunta: por que aplicar um mtodo especial de recuperao?
Um ponto de partida lgico quando se discute a aplicao de mtodos especiais de recuperao secundria o exame da recuperao secundria convencional, j que esta explica o porqu da
necessidade e da ocasio ideal daquela aplicao. A recuperao secundria convencional fornece
indicaes tambm de como os vrios mtodos especiais de recuperao secundria devem ser
projetados para produzir parte do leo deixado no reservatrio aps a recuperao convencional.
O principal mtodo convencional de recuperao secundria a injeo de gua, que possui vantagens sobre outros mecanismos de recuperao secundria. A gua relativamente barata
para se obter e para se injetar, e funciona bem no deslocamento do leo de um reservatrio. A
injeo de gua foi primeiramente utilizada h mais de 100 anos, mas somente a partir dos anos 50
que ganhou notoriedade, quando as aplicaes prticas de campo aumentaram rapidamente. Em um
determinado campo ou mesmo pas comum o nmero de projetos de recuperao secundria
convencional aumentar at atingir um pico e depois declinar. Isso ocorre porque deixam de haver
reservatrios adequados para a aplicao desses mtodos, em termos econmicos. Nesse ponto surge
a questo de como fazer para manter ou reduzir a taxa de declnio das vazes de produo. Uma
resposta seria recuperar parte do leo deixado pela recuperao secundria convencional.
Embora as crises de energia e a falta de novos candidatos aos mtodos convencionais de
recuperao secundria sejam razes importantes para o desenvolvimento de mtodos especiais de
recuperao, h ainda uma outra razo muito importante. Muitos daqueles campos nos quais foi
iniciada a injeo de gua h algum tempo acabam ento atingindo estgios avanados de recuperao. Alguns acabam ficando prximos do seu limite econmico e os poos tm que ser tamponados
e abandonados. Torna-se portanto evidente que a recuperao secundria especial precisa ser
aplicada enquanto os poos existentes e os equipamentos de superfcie esto ainda intactos e
utilizveis, j que poucos reservatrios candidatos so to atraentes a ponto de permitirem a
perfurao de novos poos e a substituio de equipamentos de superfcie. Em geral, os lucros
comparativamente menores obtidos com a recuperao especial so devidos a uma menor recuperao de leo, em relao recuperao convencional, e aos custos de investimento e de operao
relativamente maiores. A maioria dos mtodos especiais de recuperao pesadamente penalizada
com os custos de produtos qumicos e/ou custos de equipamentos.
15-1
15-2
1
As Sees 15.1 e 15.2 incluem um resumo do artigo tcnico de Herbeck, E. F., Heintz, R. C. & Hastings, J. R., Fundamentals of Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, Jan. 1976, cuja reproduo foi autorizada pela SPE-AIME.
A
gua
leo
15-3
leo
Eficincia de
varrido horizontal
Fator de
contato
leo residual
Eficincia de deslocamento
Figura 15.1 Fatores de eficincia que afetam a frao de leo recuperada por injeo de gua. Reproduzida
de Herbeck, E. F., Heintz, R. C. & Hastings, J. R., Fundamentals of Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, Jan.
1976, Copyright 1976, com permisso de SPE-AIME.
15-4
tende a se mover atravs do leo na direo dos poos produtores, deixando parte da rea do
reservatrio sem ser invadida (varrida). Assim, as maiores eficincias de varrido horizontal so
alcanadas com razes de mobilidades baixas. Por isso, so comumente usados os termos razo de
mobilidades favorvel e razo de mobilidades desfavorvel. Uma razo de mobilidades M menor do
que 1 considerada favorvel, enquanto razes de mobilidades maiores que 1 so consideradas
desfavorveis.
Se o propsito de um projeto de recuperao secundria especial aumentar a eficincia de
varrido horizontal, isso deve ser feito diminuindo-se a razo de mobilidades. Somente os projetos de
injeo de gua com razes de mobilidades desfavorveis podem ser considerados candidatos
melhoria da razo de mobilidades. Uma inspeo da frmula que define a razo de mobilidades, Eq.
(15.2), indica que aumentando a viscosidade da gua injetada (w) e/ou reduzindo a viscosidade do
leo do reservatrio (o), a razo de mobilidades diminuir e melhorar a eficincia de varrido
horizontal.
Os mtodos especiais de recuperao usados para melhorar a eficincia de varrido so a injeo de polmeros e os mtodos trmicos. Os polmeros aumentam a viscosidade da gua injetada e
os mtodos trmicos aplicam calor ao reservatrio, reduzindo a viscosidade do leo.
15-5
contatada pela gua injetada. Um exame microscpico mostraria que a gua deslocou a maior parte
do leo da amostra, mas que uma parte foi aprisionada como leo residual. A eficincia de deslocamento pode ser definida como sendo a frao da saturao de leo original que foi deslocada dos
poros pela gua. Nesse caso a eficincia de deslocamento expressa pela relao:
ED =
(15.4)
(15.6)
(15.7)
Por que existe uma saturao residual de leo? Por que a gua no desloca todo o leo? A
Figura 15.2 ajuda a responder essas questes, mostrando como as foras capilares que provocam o
deslocamento do leo pela gua tambm provocam o aprisionamento de uma saturao de leo
residual. Essas foras capilares, que tambm fazem a gua ascender em tubos de vidro de pequeno
dimetro, conforme discutido no Captulo 2, atuam atravs da interface gua-leo.
leo
gua
leo
Condies iniciais
leo
gua
Durante o deslocamento
leo
gua
Aps o deslocamento
15-6
Figura 15.2 Poro idealizado mostrando como as foras capilares deslocam o leo e ao mesmo tempo
aprisionam o leo residual. Reproduzida de Herbeck, E. F., Heintz, R. C. & Hastings, J. R., Fundamentals of
Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, Jan. 1976, Copyright 1976, com permisso de SPE-AIME.
A Figura 15.2 um modelo idealizado de dois espaos porosos que tm entradas e sadas
comuns. No diagrama superior a gua se move atravs de um canal de entrada e est prestes a entrar
em ambos os poros. As foras capilares na interface gua-leo arrastam a gua para a frente e fazem
com que ela se mova em ambos os poros, superior e inferior, deslocando o leo medida que se
move. Essa ao admite que as paredes dos poros (que so na realidade rocha-reservatrio) sejam
molhadas preferencialmente pela gua.
O diagrama central mostra que a gua deslocou todo o leo do espao poroso menor, mas
somente uma parte do leo do poro maior. A gua se move mais rapidamente atravs do poro menor
porque o seu dimetro menor aumenta a fora capilar2 e porque o volume de leo deslocado pela
gua muito menor. A gua, movendo-se mais rapidamente atravs do poro menor, atingir a sada
comum antes que todo o leo seja deslocado do poro maior (superior). Uma fora capilar ento
exercida na extremidade a jusante do poro maior e o deslocamento do leo cessa, trapeando-o entre
as duas interfaces.
O diagrama inferior da Figura 15.2 representa o leo aprisionado, depois que todas as foras capilares atingiram o equilbrio. O caminho de fluxo de gua foi estabelecido atravs do espao
poroso menor e a injeo de gua contnua no pode desalojar o leo trapeado. As foras dinmicas
de gua fluindo do poo injetor em direo ao poo produtor tendero a mover a gota de leo na
direo do fluxo de gua, mas essas foras exercem um diferencial de presso pequeno considerando
a curta distncia de um comprimento de poro e elas no podem deslocar o leo para fora.
O deslocamento do leo, como foi aqui explicado, acontece centenas de vezes em cada metro cbico de rocha-reservatrio, deixando para trs 15% a 40% do volume de poros preenchidos
com leo residual. A maior parte do leo no recuperado aps a injeo de gua deixada na forma
de gotas microscpicas de leo residual. Tipicamente, o leo residual representa de 60% a 90% de
todo o leo remanescente depois de um projeto de injeo de gua. Os outros 40% a 10% do leo
permanecem nos bolses no varridos ou nas regies ultrapassadas. Assim, a maior nfase no
desenvolvimento de mtodos especiais de recuperao tem sido no sentido de recuperar o leo
residual. O leo residual pode ser recuperado pela injeo um fluido miscvel com o leo do
reservatrio. Miscvel simplesmente significa misturvel e miscibilidade a capacidade de duas ou
mais substncias de se misturarem e formarem uma s fase homognea. Se dois fluidos miscveis,
querosene e leo, por exemplo, so colocados em um recipiente, eles se misturam um no outro sem
qualquer interface. Sem interface no h foras capilares e a gota de leo mostrada na Figura 15.2
pode ser desalojada pelas foras dinmicas ou viscosas.
___________________________
Exemplo 15.1 Considere uma gota de leo penetrando em uma restrio de um poro, como
mostrado na Figura 15.3.
R2
Fluxo de gua
pw2
leo
R1
po
pw1
15-7
gua
Figura 15.3 Gota de leo penetrando em uma restrio de um poro - Exemplo 15.1.
R1 = 9104 cm
R2 = 4103 cm
L = 4102 cm
wo = 30 dina/cm
Calcular o gradiente de presso necessrio para se vencer as foras capilares e comparar com o
gradiente prtico de campo, que de cerca de 0,005 kgf/cm2/cm.
Soluo:
Utilizando-se a equao de Plateau, as presses capilares nos pontos 1 e 2 podem ser calculadas pelas expresses:
pc1 = po pw1 =
2 wo
R1
pc 2 = p o p w 2 =
2 wo
.
R2
Ento, o gradiente de presso necessrio para vencer as foras capilares dado por:
p p w 2 p w1 2 wo 1
1
= 1,3 kgf / cm 2 /cm 0,005 kgf / cm 2 / cm .
=
=
L
L
L R1 R2
Como pode ser observado, o gradiente de presso necessrio para se vencer as foras capilares incomparavelmente maior que o gradiente prtico de campo.
___________________________
Enquanto os laboratrios de pesquisa de muitas companhias de petrleo esto desenvolvendo e/ou aperfeioando mtodos especiais de recuperao, freqentemente funo dos engenheiros, dos gelogos e do pessoal de produo que trabalham em um determinado campo reconhecer se
h um reservatrio candidato recuperao especial. Os candidatos a esse tipo de projeto devem ser
estudados, estimando-se ento os volumes de leo deixados aps a injeo de gua e se esse leo foi
deixado como leo residual ou como leo no varrido. Esse tipo de estudo determina o tipo de
recuperao especial a ser aplicado.
No h uma maneira simples de se determinar onde o leo remanescente deixado aps a
injeo de gua. A razo de mobilidades d uma idia da eficincia de varrido e um estudo geolgico pode ser um guia a respeito do fator de contato. A chave para um estudo de recuperao especial,
entretanto, determinar a saturao de leo residual aps a injeo de gua. Para se obter a satura-
15-8
o residual de leo pode ser necessria a retirada de amostras de testemunhos a partir de perfuraes realizadas na parte do reservatrio varrida pela gua. Barriletes com testemunhos pressurizados, tcnicas que usam traadores qumicos e vrios mtodos de perfilagem podem ser usados em
combinao com anlises convencionais de amostras de testemunho para se estimar mais precisamente os valores de leo residual.
Nas sees seguintes sero apresentados com mais detalhes os vrios mtodos especiais de
recuperao secundria, que podem ser classificados como:
a) Mtodos miscveis
Injeo de hidrocarbonetos
Injeo de banco miscvel de GLP
Injeo de gs enriquecido
Injeo de CO2
b) Mtodos trmicos
Combusto in-situ
c) Mtodos qumicos
Injeo de polmero
Injeo de soluo micelar
Injeo de soluo ASP (lcali-Surfactante-Polmero)
O custo dos fluidos a serem injetados, bem como os custos operacionais, so geralmente altos para a maioria dos mtodos especiais de recuperao secundria. Por isso, um estudo geolgico e
de engenharia detalhado a respeito do reservatrio candidato aplicao do mtodo deve ser feito
para se determinar a sua viabilidade tcnica e econmica. Testes de laboratrio, usando amostras de
testemunhos e leo do prprio reservatrio candidato, devem ser realizados para se estimar o
comportamento da recuperao de leo com a implementao do mtodo. Tambm, um estudo de
simulao numrica do reservatrio deve ser feito, visando ajustar o histrico de produo e
extrapolar o seu comportamento a partir do incio do projeto. Alm disso, a implantao de um
projeto-piloto recomendada, antes da extenso do processo para todo o reservatrio ou campo. A
comparao entre os resultados dos experimentos, da simulao numrica e do projeto-piloto
possibilita maior segurana quanto aplicao do mtodo para o reservatrio candidato como um
todo.
15-9
contrrio, causariam a reteno do leo no reservatrio. A propriedade dos fluidos responsvel por
essa habilidade a chamada miscibilidade. Dois ou mais fluidos so ditos miscveis se, misturados
em quaisquer propores, produzem um sistema homogneo, ou seja, composto de uma nica fase.
Excetuando-se a possibilidade de transformaes qumicas no processo de mistura, todos os gases
so miscveis entre si. Contudo, a miscibilidade entre dois lquidos depende da sua semelhana
qumica e das condies de presso e temperatura. Por essa razo, torna-se necessria a anlise do
comportamento de fases no sistema em estudo.
Presso
IV
C
pc
L3
G3
L2
L1
p1
G2
II
S
T4
Tc
III
T3
G1
T2
N
M
VL1
T1
Vc Vs
VG1
Volume especfico
Figura 15.4 Diagrama presso versus volume para uma substncia pura.
Com o auxlio de uma equao de estado pode-se construir um diagrama desse tipo para qualquer
hidrocarboneto e prever as caractersticas de suas fases em uma dada condio de presso e temperatura. No diagrama resultante, como na Figura 15.4, podem ser identificadas quatro regies
distintas: I regio de lquido; II regio bifsica; III regio de gs; IV regio supercrtica. O
limite entre as regies I e II definido pela curva dos pontos de bolha (MC), entre as regies II e III
pela curva dos pontos de orvalho (CN), enquanto a regio IV (fluido supercrtico) formada pelos
pontos onde a presso e a temperatura so maiores que a presso e a temperatura crticas, respectivamente. A curva MCN o chamado envelope de fases ou envoltria e C o ponto crtico.
15-10
No envelope de fases a condio para que uma fase lquida coexista com uma fase gasosa
em equilbrio que ambas estejam mesma presso e temperatura. Com efeito, as isotermas dentro
do envelope de fases so horizontais (isbaras), o que significa que, tomando como exemplo a
temperatura T1:
(a) O gs G1, que ocupa um volume especfico (volume/mol) VG1, pode ser condensado isobaricamente at o lquido L1, passando a ocupar VL1 < VG1.
(b) O lquido L1, que ocupa o volume VL1, pode ser vaporizado (ou fervido) isobaricamente at o
gs G1, ocupando ento o volume VG1.
(c) Se o processo (a) ou (b) for interrompido em algum ponto intermedirio, S, por exemplo, o
sistema total ocupar um volume especfico VS e conter L1 e G1 em equilbrio. Os volumes especficos das fases lquida e gasosa em equilbrio sero VL1 e VG1, respectivamente.
Com o aumento da temperatura, L e G correspondentes so cada vez mais prximos: o lquido se torna menos denso e o gs mais denso. A partir do ponto crtico no h mais distino entre
lquido e gs, s existindo o chamado fluido crtico.
Presso (psia)
400
300
Curva dos po
nto
s de bolha
Misturando-se uma substncia pura a uma segunda substncia pura acrescenta-se uma nova
varivel ao problema: a proporo de mistura, ou seja, a composio. Fixando-se a composio
global do sistema pode-se construir um diagrama pV como o da Figura 15.5, de modo que as suas
caractersticas possam ser previstas sob vrias condies.
Ponto crtico
450
454
Composio constante
425
400
350
200
300 F
0,1
0,2
0,3
0,4
Volume especfico
Figura 15.5 Diagrama presso versus volume para um sistema com dois componentes.
O resultado semelhante ao da Figura 15.4: em uma dada condio p e T pode-se saber se o sistema
estar no estado lquido, gasoso, bifsico ou supercrtico. Todavia, dentro do envelope de fases notase uma diferena bsica: as isotermas no so isbaras, o que significa que o lquido e o vapor
ligados por cada uma delas no podem estar em equilbrio. Isso pode ser melhor visualizado na
Figura 15.6, onde mostrado um diagrama presso versus composio temperatura constante T. O
envelope possui as extremidades A e B. O lquido e o vapor que coexistem em equilbrio presso
15-11
Presso
Cu
rv a
pA
Temperatura = T
de
bol
ha
Lquido
Lquido + vapor
pz
Cur
Vapor
va d
e
pB
orva
lho
Miscibilidade
25
75 x
50
100
Figura 15.6 Diagrama presso versus composio para um sistema com dois componentes.
30
20
40
70
90
90
80
10
80
70
60
50
50
60
20
40
30
20
10
10
50
15-12
nos vrtices adjacentes a esse lado. Pontos no interior do tringulo representam misturas ternrias.
Em um ponto qualquer do diagrama, a percentagem de cada componente na mistura representada
pode ser lida na escala que parte do lado oposto ao vrtice que representa. Por exemplo: a composio da mistura representada pelo ponto D 32% de A, 29% de B e 39% de C.
A Figura 15.8 mostra a caracterizao das regies de fases em um diagrama ternrio. O
ponto C o equivalente ao ponto crtico, sendo denominado na literatura como plait point.
100% C1
B
Gs
m
2 fases
Misturas crticas
miscveis com gs
Misturas crticas
miscveis com lquido
Lquido
100% C7+
100% C2 C6
A Figura 15.9 ilustra uma outra caracterstica dos diagramas ternrios: qualquer mistura entre dois fluidos ter composio global definida por um ponto situado sobre a linha que une os
pontos representativos desses dois fluidos.
15-13
C1
B
Gs
G
2 fases
A
T = 160 F
p = 3.000 psia
C
Misturas crticas
miscveis com gs
L
Z
Lquido
C10
C4
O ponto exato ser determinado pela proporo de mistura dos fluidos de partida. Por exemplo:
misturando-se os fluidos X e Y na proporo de 1/3:2/3, o sistema resultante ter a composio dada
____
____
pelo ponto Z. Note-se que o comprimento do segmento de reta ZY ser 1/3 da distncia total XY
____
____
e XZ ser 2/3 de XY . Isso significa que a posio final da mistura ser definida na razo inversa
das propores de mistura. primeira vista isto pode parecer estranho mas, por outro lado, faz
sentido que, se Z contm mais Y do que X, tenha composio mais prxima de Y do que de X. Na
verdade, com um simples balano de materiais pode-se provar que a composio total Z de uma
mistura de outras duas misturas X e Y situa-se sobre o segmento de reta que une X a Y, e que a
exata posio de Z sobre o segmento dada por:
____
XZ
____
ZY
nY
,
nX
(15.8)
15-14
L1
L2
L3
L4
n-C4
n-C10
Figura 15.10 Envelope de fases para um sistema composto de metano, n-butano e n-decano temperatura de
280 oF e presso de 1.000 psia.
n-C10
p(e)
p(d)
p(c)
n-C4
X (c)
X(b)
Y( c )
Y(b)
Y(a)
p(b)
X(a)
p(a)
n-C10
n-C4
Figura 15.11 Efeito da presso no comportamento de fases de um sistema com trs componentes.
d) Sistemas multicomponentes
medida que o nmero de componentes aumenta torna-se mais difcil ilustrar o comportamento das fases como funo da composio em um diagrama. Para melhor visualizao, nesses
casos adota-se como artifcio o uso de diagramas pseudoternrios. Os fluidos hidrocarbonetos so
considerados como misturas de trs pseudocomponentes: leves (geralmente C1, podendo incluir
tambm N2 e CO2); intermedirios (geralmente C2 C6, podendo incluir CO2 e H2S) e pesados
(geralmente C7+). A Figura 15.12 e a Figura 15.13 mostram diagramas desse tipo.
15-15
C1
V1
V2
V3
Regio de 2 fases
(imiscvel)
L2
L3
L1
Regio de 1 fase
(miscvel)
C7+
C 2 C6
C1
V1
V2
Regio de 2 fases
(imiscvel)
V3
C
L1
C7+
L2 L3
Regio de 1 fase
(miscvel)
C2 C6
15-16
gua
leo residual
gua conata
Figura 15.14 Representao esquemtica da injeo de banco de GLP. Reproduzida de Herbeck, E. F.,
Heintz, R. C. & Hastings, J. R., Fundamentals of Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, Feb. 1976, Copyright
1976, com permisso de SPE-AIME
O banco de GLP, por sua vez, deslocado por um gs seco. Em vista da grande mobilidade deste
ltimo, costuma-se injetar alternadamente bancos de gs e de gua, de modo a melhorar a eficincia
de varrido. Alm do banco de leo, a gua proveniente de um projeto de injeo anteriormente
aplicado move-se frente e produzida. O processo em que so injetados alternadamente bancos de
gua e de gs denominado WAG, originrio do ingls Water-Alternating-Gas.
Analisando a Figura 15.15 observa-se que o leo do reservatrio, de composio O, pode
ser deslocado miscivelmente pelo GLP, de composio L. Este, por sua vez, ser tambm miscvel
com o gs deslocante G. Naturalmente isso s possvel porque na condio de presso do diagra3
A Seo 15.3.2 inclui resumos dos artigos tcnicos de Herbeck, E. F., Heintz, R. C. & Hastings, J. R., Fundamentals of
Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, Feb./Mar. & Apr. 1976, cuja reproduo foi autorizada pela SPE-AIME.
15-17
____
____
C1
G
C7+
C2 C6
Enquanto o banco de GLP estiver no estado lquido, a miscibilidade com o leo do reservatrio ser mantida. Para manter o propano no estado lquido, por exemplo, nas temperaturas tpicas
de reservatrio necessria uma presso entre 200 psia (14 kgf/cm2) e 400 psia (28 kgf/cm2). Acima
de sua temperatura crtica qualquer substncia estar no estado gasoso, independentemente da
presso. Isso coloca um limite superior de temperatura no uso do processo, que para o propano de
206 oF (97 oC).
No processo do banco de propano, no entanto, a presso requerida no de 200 psia (14
kgf/cm2) a 400 psia (28 kgf/cm2), necessrias para mant-lo lquido, mas um valor muito maior para
manter a miscibilidade entre a borda traseira do banco e o gs que o desloca. A miscibilidade na
borda traseira do banco to importante quanto na dianteira. Exatamente como o material do banco
de GLP age para deslocar o leo, o gs deve tambm manter o deslocamento desse banco sua
frente. Para um banco de propano e gs pobre, principalmente metano, a presso est em torno de
1.100 psia (77 kgf/cm2) a 1.300 psia (91 kgf/cm2) nos intervalos normais de temperatura de reservatrio. Isso coloca outra limitao sobre a aplicao do processo, devendo ser usado numa profundidade suficiente para que a presso necessria possa ser atingida sem fraturar o reservatrio. Se o
fluido utilizado for o propano, por exemplo, a profundidade da formao deve estar, ao menos, a
1.500 ft (450 m), e possivelmente at 2.500 ft (750 m), para evitar exceder a presso de fraturamento
da formao com 1.300 psia (91 kgf/cm2).
Se no se dispe de gs natural, o nitrognio (ar) ou gases de combusto podem ser usados
para formar o banco de gs a ser injetado atrs do banco de GLP. Entretanto, nesses casos a presso
necessria para deslocar miscivelmente um banco de GLP substancialmente maior. Em muitos
casos a presso alta demais para aplicao prtica.
O dimensionamento do banco de GLP um aspecto crucial do projeto. Se o banco for
grande demais poder tornar o projeto antieconmico. Se pequeno demais poder ser ultrapassado
pela frente de gs seco, o que ocasionar a quebra da miscibilidade. Costuma-se empregar bancos de
GLP com volumes entre 2% e 10% do volume poroso, sendo 5% um valor tpico.
O banco de GLP desloca todo o leo residual e a gua mvel. A saturao de GLP se aproxima de 100% do volume poroso deslocvel no banco miscvel, resultando em uma permeabilidade
15-18
Aplicao
As caractersticas de reservatrio preferenciais para a aplicao do processo de banco miscvel de GLP so:
A viscosidade do leo do reservatrio deve ser baixa para se atingir uma razo de mobilidades
aceitvel. Normalmente um limite superior de 5 a 10 cp.
Vantagens
A principal vantagem do processo de injeo de GLP que ele desloca essencialmente todo o leo residual da rocha-reservatrio que contata. A presso requerida geralmente encontra-se em
um intervalo inferior quele necessrio para outros mtodos miscveis. Pode, portanto, ser usado em
reservatrios mais rasos.
A injeo de GLP aplicvel a muitos reservatrios que, devido composio do leo,
no podem ser miscivelmente varridos pelo processo de injeo de gs pobre ou gs enriquecido (a
serem discutidos nos prximos itens desta seo) a uma presso razovel. Pode ser empregada como
mtodo secundrio ou tercirio, tendo sido utilizada com sucesso aps a injeo de gua, deslocando
o leo residual que havia sido deixado no reservatrio.
15-19
Desvantagens
O banco de GLP disperso proporo que se move atravs do reservatrio e se esta dissipao suficientemente severa a miscibilidade com o leo pode ser perdida.
O GLP e o gs, sendo mais leves que o leo, tendem a segregar gravitacionalmente e ultrapassar o leo.
b) Injeo de gs enriquecido
O processo miscvel com gs enriquecido, tambm chamado de mecanismo de gs condensado, semelhante ao processo do banco de GLP quanto ao objetivo de se obter um deslocamento
miscvel do leo do reservatrio. De fato, representado na Figura 15.16, primeira vista este
processo muito parecido com o de injeo de GLP. Contudo, o banco de gs enriquecido mostrado
nessa figura no prontamente miscvel com o leo do reservatrio, como ocorre com o banco de
GLP. A miscibilidade atingida aps um processo chamado de mltiplos contatos. Assim, muitas
vezes esse processo descrito como obteno in-situ de um banco miscvel.
Banco de leo
Gs pobre
Banco de gs
enriquecido
gua proveniente
da injeo
gua conata
Figura 15.16 Injeo de gs enriquecido. Reproduzida de Herbeck, E. F., Heintz, R. C. & Hastings, J. R.,
Fundamentals of Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, Mar. 1976, Copyright 1976, com permisso de SPEAIME.
Para entender melhor esse processo, considere a Figura 15.17. O gs enriquecido G (relativamente rico em C2 C6) no miscvel com o leo do reservatrio O (pobre em C2 C6).
15-20
C1
Vq
Vp
V1
V2
G
M1 M2
Lq
O
C7+
Lp
L1
L2
C2 C6
Ao primeiro contato eles formaro, por exemplo, a mistura M1, na regio de duas fases. Esta, por
sua vez, se repartir no lquido L1 e no gs (vapor) V1. Note-se que V1 mais pobre do que G, mas
L1 mais rico do que O. Diz-se ento que o gs enriqueceu (perdeu componentes intermedirios
para) o lquido. O gs resultante (mais mvel) seguir frente do fluido deslocante, ultrapassando o
leo. O lquido L1 ter novo contato com o fluido deslocante G. Na mistura resultante, M2, o lquido
L2 ainda mais rico. Atravs de sucessivos contatos esse lquido ser progressivamente enriquecido
at atingir a composio C. Nesse ponto a miscibilidade ter sido atingida, formando-se ento uma
frente miscvel entre o banco de leo e o banco de gs enriquecido. No h uma interface ntida
entre o gs e o leo, mas sim uma gradao nos fluidos, na proporo em que a composio varia
desde o gs injetado at o leo do reservatrio. Uma posterior injeo de gs resulta em deslocamento do leo medida que o gs varre o leo atravs da formao.
medida que o leo deslocado para longe do poo de injeo, quebras da frente miscvel
ocorrem, expondo leo novo do reservatrio ao gs injetado. Sempre que isso ocorre, a troca de
componentes do gs para o leo se repete, at que a miscibilidade seja novamente obtida.
Quanto ao gs que ultrapassou o leo, este prosseguir fazendo contatos com o leo O at
atingir a composio Vq. Neste ponto, se o leo for suficientemente subsaturado (mais pesado que
Lq) o gs ser completamente dissolvido. Se no, algum gs residual se acumular na zona de leo
at ser varrido (e dissolvido) pelo gs enriquecido ou pelo gs seco que o desloca.
Da anlise anterior pode-se concluir que a composio do gs G um parmetro importante na previso de miscibilidade. A condio limite para que a miscibilidade seja atingida que o
ponto G se situe direita da linha de amarrao limite (tangente envoltria no ponto C).
Pelas mesmas razes apresentadas no processo de injeo de banco de GLP, se o gs enriquecido estiver sendo deslocado por gs seco, o banco do primeiro dever ser convenientemente
dimensionado, de tal maneira que a frente miscvel possa ser mantida na maior parte da malha do
projeto. Geralmente se usa um banco de gs enriquecido entre 10% e 20% do volume poroso do
reservatrio.
Os efeitos da densidade dos fluidos so minimizados se o processo aplicado para formaes pouco espessas e de baixa permeabilidade. A melhor aplicao pode ser em formaes que
15-21
tenham boa inclinao estrutural, com a injeo sendo feita de cima para baixo e o leo sendo
deslocado para baixo. A fora da gravidade, ento, manteria o gs acima do leo, aumentando a
eficincia de varrido e conseqentemente a recuperao.
Aplicao
O processo de injeo de gs enriquecido indicado para o deslocamento de leos contendo pequenas quantidades de intermedirios, a presses moderadamente altas. As presses mnimas
normalmente encontram-se na faixa de 2.000 psia (140 kgf/cm2) a 3.000 psia (210 kgf/cm2). Os
leos de alto grau API (maior que 30) so os preferidos para se obter miscibilidade a presses
razoveis.
A razo de mobilidades neste processo de gs enriquecido desfavorvel. Para mant-la
em um intervalo aceitvel a viscosidade do leo do reservatrio deve ser baixa, com um limite
superior entre 5 e 10 cp.
A segregao gravitacional pode ser um problema em reservatrios que so varridos horizontalmente.
Vantagens
O processo de injeo de gs enriquecido, como o de GLP, desloca essencialmente todo o
leo residual da parte do reservatrio com a qual entra em contato. Tambm oferece flexibilidade de
projeto, j que a presso necessria para desenvolver a miscibilidade pode ser elevada ou reduzida
pela diminuio ou aumento da riqueza do gs.
Caso haja perda da miscibilidade entre o leo do reservatrio e o gs enriquecido em um
segmento do reservatrio, ela ser obtida novamente, desde que o banco de gs rico esteja presente e
desde que as condies originais de temperatura e presso estejam presentes.
Em comparao com o processo de injeo de banco de GLP, o gs enriquecido que usualmente obtido pela mistura de propano e metano tem um custo menor. Em alguns casos, o gs
de um separador pode ser usado satisfatoriamente, tornando esse processo especialmente atraente
em reas onde no exista mercado para o gs.
Em comparao com o processo de gs pobre a alta presso (a ser discutido no prximo item), o de gs enriquecido desenvolve miscibilidade com um determinado leo a uma presso
inferior e atinge miscibilidade com alguns leos que no se tornariam miscveis com gs pobre a
uma presso razovel. Pode ser aplicado em reservatrios mais rasos do que o mtodo de gs pobre
por causa da presso requerida, que inferior.
O custo inferior do gs enriquecido, comparado ao do GLP, torna-o economicamente possvel para uso em grandes bancos e minimiza problemas de projeto do banco. Com bancos maiores a
miscibilidade provavelmente mantida durante a invaso de uma grande parte da rea da malha do
projeto.
A presso necessria para produzir a troca de componentes do gs para o leo e para desenvolver a miscibilidade entre os dois depende das composies do gs e do leo, e da temperatura
do reservatrio. Para um determinado leo na temperatura do reservatrio, a presso do reservatrio
ou a composio do gs enriquecido pode ser alterada para se obter miscibilidade. Isso permite uma
considervel flexibilidade no projeto do processo. Aumentando-se a riqueza do gs pela adio de
propano ou de GLP reduz-se a presso requerida.
A previso das condies de miscibilidade pode ser feita atravs de correlaes disponveis
na literatura, mas o recomendvel que sejam realizados testes de deslocamento em laboratrio
antes da preparao do projeto final.
15-22
Desvantagens
Entre as desvantagens do processo de gs enriquecido est o fato de que a razo de mobilidades adversa reduz a eficincia de varrido areal. Os fingers gravitacionais podem ser severos em
reservatrios permeveis espessos.
Embora as dificuldades para dimensionar o banco adequado sejam diminudas pelo uso de
grandes bancos, elas no so eliminadas. A heterogeneidade da areia e os fingers viscosos e
gravitacionais do gs tendem a dispersar a frente miscvel e o banco de gs enriquecido. Como no
processo do banco de GLP, no h um mtodo prtico de corrigir o tamanho do banco depois de ter
sido iniciada a injeo do gs pobre. Um banco pequeno demais deixa leo recupervel para trs e
um banco superdimensionado fornece um fator de segurana mas representa um custo adicional.
O processo de gs enriquecido, assim como outros mtodos miscveis baseados na injeo
de hidrocarbonetos, tm a desvantagem do alto custo do gs.
Consideraes econmicas
Os bancos de gs enriquecido variando de 10% a 20% do volume poroso so geralmente
considerados adequados. Como se permite alguma flexibilidade no projeto do banco, os custos de
injeo, para ao menos duas presses diferentes do reservatrio, devem ser estimados e comparados.
O caso da presso menor tem a vantagem de que um menor volume de gs (medido em condiespadro) necessrio para cada volume unitrio de espao poroso de reservatrio, alm de requerer
menor custo de compresso. A presso maior requer menos propano ou GLP no enriquecimento do
gs.
Se o banco de gs enriquecido deslocado por gs e gua, o gs aprisionado pela gua
como uma saturao residual de hidrocarbonetos. Um mnimo de 1 bbl (0,159 m3) de gs nas
condies de reservatrio aprisionado para cada bbl de leo do reservatrio deslocado. Isso tem
um efeito adverso sobre a economicidade do projeto em campos onde: (a) o fator volume-formao
do leo alto; (b) a presso do reservatrio alta, requerendo mais gs nas condies-padro para
cada bbl de espao poroso; (c) o preo do gs alto em relao ao preo do leo. Se essas condies
existem a mxima ateno deve ser prestada em relao economicidade. A substituio do gs
pobre por ar ou gs de combusto deve ser investigada.
15-23
Gs pobre
gua
de injeo
gua conata
Figura 15.18 Injeo de gs seco a alta presso. Reproduzida de Herbeck, E. F., Heintz, R. C. & Hastings, J.
R., Fundamentals of Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, Apr. 1976, Copyright 1976, com permisso de
SPE-AIME.
Assim, a principal diferena entre o processo de injeo de gs enriquecido e este que, no primeiro, os componentes intermedirios so transferidos do gs para o leo, enquanto no segundo eles so
transferidos do leo para o gs. Por isso, o processo de injeo de gs pobre a alta presso muitas
vezes chamado de mecanismo de vaporizao por gs.
Trs condies so geralmente necessrias para que o processo ocorra: (a) Deve existir alta
presso na interface gs-leo; (b) O leo do reservatrio deve conter alta concentrao de C2C6; (c)
O leo deve ser subsaturado na frente de gs. A composio do gs injetado no crtica para o
processo. Normalmente utilizado um gs composto basicamente por metano como gs pobre.
O diagrama triangular da Figura 15.19 ilustra os diversos estgios na formao da frente
miscvel no reservatrio. O raciocnio muito semelhante ao do caso do gs enriquecido, com a
diferena de que no caso do gs pobre o leo empobrecido que vai ficando para trs, enquanto o
gs, progressivamente enriquecido aps mltiplos contatos, atinge a composio C e se torna
miscvel com o leo do reservatrio. A condio limite para que a miscibilidade seja atingida que
o ponto O esteja direita da linha de amarrao limite.
C1
G
Vq
Vp
V1
M1
V2
M2
C
Lq
C7+
Lp
L1
L2
C2 C6
15-24
Regulador de
contra-presso
Medidor
de gs
Separador
Tubo empacotado
com areia
Camisa de
aquecimento
Armazenamento
de gua
Armazenamento
de gs
pressurizado
Aquecedor
com banho
de leo
Clula
visual
Bomba
leo
Manmetro
Figura 15.20 Aparelho para se determinar as condies de miscibilidade. Reproduzida de Herbeck, E. F.,
Heintz, R. C. & Hastings, J. R., Fundamentals of Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, Apr. 1976, Copyright
1976, com permisso de SPE-AIME
O tubo preenchido com areia saturado com leo, que deslocado por gs a alta presso. Isso
repetido para vrias presses, medindo-se ento as respectivas recuperaes de leo. Um grfico de
15-25
recuperao versus presso, como mostrado na Figura 15.21, pode ser construdo e usado para se
estimar a presso necessria para o deslocamento miscvel.
Recuperao
(% do leo in-place)
100
80
Presso para o
deslocamento
miscvel
60
40
20
0
2.000
3.000
4.000
Aplicao
As condies desejveis de reservatrios para aplicao do processo de gs pobre a alta
presso so:
As presses requeridas para um deslocamento miscvel comeam com cerca de 3.000 psi (210
kgf/cm2) e vo at um limite superior prtico de 6.000 psi (420 kgf/cm2). O reservatrio candidato ao processo deve estar em uma profundidade suficiente para que no se atinja a sua presso de fraturamento.
O reservatrio deve ser rico em componentes C2C6. Esses leos so caracterizados por um
o
API maior que 40 e por terem um alto fator volume-formao.
15-26
Vantagens
Uma das vantagens do mtodo de injeo de gs pobre a alta presso que a frente de miscibilidade extremamente estvel. Se houver ruptura da miscibilidade a frente volta a se formar
mais adiante. Alm disso, como o gs seco relativamente barato, pode ser injetado em grandes
quantidades.
O processo de gs seco promove uma alta eficincia de deslocamento. Embora no remova
todo o leo residual do reservatrio contatado, a saturao reduzida a um valor muito baixo.
O gs pobre usado do comeo ao fim do processo, eliminando a dificuldade de determinao do tamanho do banco.
O gs pobre produzido pode ser reinjetado. Esse ciclo contnuo permite a maior eficincia
de varrido que pode ser atingida com processos miscveis que usam um banco de hidrocarbonetos.
Um outro fator que resulta em um varrido mais eficiente, em comparao com os processos de
banco de GLP e gs enriquecido, uma melhor razo de mobilidades, pois os leos aos quais o
processo aplicvel geralmente tm viscosidades menores. Alm disso, as presses maiores para
este processo aumentam a viscosidade do gs. A combinao dos efeitos de viscosidade freqentemente resulta em razes de mobilidades entre 10 e 15.
Desvantagens
As condies limitantes neste caso fazem com que a sua aplicao seja ainda mais restrita
que nos casos anteriores. O leo do reservatrio precisa ser leve (rico em intermedirios).
As presses mnimas de injeo so da ordem de 3.000 psi (210 kgf/cm2) a 4.500 psi (316
2
kgf/cm ), resultando em altos custos de compresso.
A eficincia de varrido, embora geralmente melhor que a dos processos com GLP ou gs
enriquecido, ainda menor que a da injeo de gua. A segregao gravitacional pode ocorrer em
reservatrios altamente permeveis.
Consideraes econmicas
Na elaborao de um projeto de injeo de gs seco a alta presso deve-se decidir se o processo a ser aplicado ser a injeo de gs somente ou de gs e gua alternadamente (WAG). O
deslocamento do leo residual efetivo em ambos os casos.
Um considervel volume de gs nas condies-padro necessrio para deslocar 1 m3 de
leo, porque o processo aplicado a altas presses a leos que tipicamente tm fatores volumeformao altos. Se somente gs for injetado, ele preencher o espao ocupado tanto pelo leo
residual como pela gua que no irredutvel. O resultado que cada m3 de leo recuperado pode
requerer vrios milhares de m3 de gs. Se os custos do gs so altos em relao ao preo do leo, a
parte econmica pode ser desfavorvel, embora a maior parte do gs possa ser recuperada no final
do projeto.
Se gs e gua so injetados alternadamente, espera-se que o gs preencha somente o espao
do reservatrio do qual o leo residual deslocado. Isso pode resultar em uma reduo substancial
da necessidade de gs. Uma vantagem adicional que a injeo alternada de gs e gua aumenta a
15-27
eficincia de varrido. A injeo gs-gua, entretanto, pode reduzir as vazes de injeo, que podem
ser crticas em reservatrios de baixa permeabilidade.
4
A Seo 15.3.3 inclui um resumo do artigo tcnico de Herbeck, E. F., Heintz, R. C. & Hastings, J. R., Fundamentals of
Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, May 1976, cuja reproduo foi autorizada pela SPE-AIME.
15-28
Banco de leo
gua
CO2
gua de injeo
Saturao residual de
CO2 trapeada pela gua
que avana
leo residual
gua proveniente
da injeo
gua conata
Figura 15.22 Injeo miscvel de CO2. Reproduzida de Herbeck, E. F., Heintz, R. C. & Hastings, J. R.,
Fundamentals of Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, May 1976, Copyright 1976, com permisso de SPEAIME.
Aplicao
O processo miscvel com CO2 aplicvel a uma grande percentagem de reservatrios. So
as seguintes as condies necessrias:
Intervalo de presso comeando com aproximadamente 1.500 psi (105 kgf/cm2) e alcanando
um limite prtico superior de 6.000 psi (422 kgf/cm2);
Os reservatrios candidatos ao processo devem estar a uma profundidade suficiente para que
possam ser operados a uma presso acima da necessria para que o deslocamento seja miscvel
sem que haja fraturamento da formao.
Vantagens
O CO2 promove um deslocamento miscvel eficiente a baixa presso para a maioria dos reservatrios. A eficincia de deslocamento alta, sendo a saturao de leo reduzida para cerca de
5% do volume poroso na regio contatada.
15-29
Sob certas condies de reservatrio, a densidade do CO2 prxima da do leo e se aproxima da densidade da gua, o que minimiza grandemente os efeitos de segregao gravitacional.
O CO2 de duas a quatro vezes mais viscoso que o metano no intervalo usual de presses,
o que melhora a eficincia de varrido se comparada com aquela dos mtodos miscveis com hidrocarbonetos.
Se a frente miscvel se desintegrar, ela se regenerar por si prpria, como acontece com o
processo de injeo de gs seco.
Desvantagens
De um modo geral, o CO2 no est disponvel facilmente.
Embora a eficincia de varrido seja melhor do que com os mtodos miscveis com hidrocarbonetos, ela ainda pode ser adversa em condies tpicas de reservatrios. Faz-se necessria uma
injeo alternada de CO2 e gua para se obter uma razo de mobilidades razovel.
O CO2 reage com a gua formando cido carbnico, que altamente corrosivo. Isso implica na necessidade do uso de ligas metlicas especiais e proteo para as instalaes.
Quando se utiliza a injeo alternada de gua e CO2 so necessrios dois sistemas de injeo, um para cada fluido.
Consideraes econmicas
Se o esquema de injeo inclui um banco de CO2 seguido de gua alternada com CO2, um
mnimo de 1 m3 de CO2 necessrio para tomar o lugar de 1 m3 de leo, ambos em condies de
reservatrio. necessrio no entanto injetar acima desse valor mnimo porque o CO2 se dissolve na
gua injetada e no leo. Alm disso necessrio repor uma possvel perda para horizontes no
produtores.
O custo do CO2 inclui o seu preo base mais o transporte e a compresso at a presso desejada. Na maioria dos casos o custo de transporte o mais alto entre todos os custos envolvidos.
A Seo 15.4 inclui resumos dos artigos tcnicos de Herbeck, E. F., Heintz, R. C. & Hastings, J. R., Fundamentals of
Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, Aug. 1976 & Feb. 1977, cuja reproduo foi autorizada pela SPE-AIME.
15-30
Frente de vapor
Vapor
leo
gua quente
condensada
Banco de leo
leo
gua conata
Figura 15.23 Injeo de vapor dgua. Reproduzida de Herbeck, E. F., Heintz, R. C. & Hastings, J. R.,
Fundamentals of Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, Aug. 1976, Copyright 1976, com permisso de SPEAIME.
O calor afeta a recuperao de leo pela reduo de viscosidade, o que provoca um aumento da eficincia de varrido, e pela expanso e destilao do leo, e extrao de solvente, o que
aumenta a eficincia de deslocamento. Os projetos de injeo de fluido quente que tm tido sucesso
geralmente so auxiliados por uma combinao desses mecanismos.
O efeito mais bvio do aquecimento de um reservatrio a reduo da viscosidade do leo. Quanto influncia do aquecimento sobre a viscosidade, observa-se na prtica que a taxa de
melhora da viscosidade maior no incio dos aumentos de temperatura. Depois de atingir uma certa
temperatura se ganha muito pouco na reduo da viscosidade. Alm disso, nota-se que as maiores
redues de viscosidade so experimentadas em leos de oAPI mais baixo (e geralmente mais
viscosos) do que em leos de alto oAPI.
Um outro mecanismo bsico inerente recuperao trmica a expanso do leo do reservatrio aps o aquecimento. A dilatao do leo, quando aquecido, adiciona energia para expulsar
os fluidos do reservatrio. Dependendo da composio, o leo pode dilatar de 10 a 20% durante
uma injeo de vapor. Isso ocorre em um menor grau na injeo de gua quente, j que neste caso as
temperaturas so menores que na injeo de vapor.
Um terceiro benefcio possvel para a recuperao na injeo de vapor a destilao do leo. No deslocamento de um leo voltil por vapor, a alta temperatura, as fraes mais leves do leo
residual podem ser vaporizadas. Essas fraes se condensam quando em contato com a formao
mais fria, formando um solvente ou banco miscvel frente da zona de vapor.
Outros fatores tambm contribuem para o aumento da recuperao pelo aquecimento do reservatrio. Eles incluem os efeitos de mecanismos de gs e uma possvel alterao das caractersticas de permeabilidade relativa. A importncia relativa de cada um dos fatores mencionados depende
do tipo de projeto e das caractersticas do reservatrio e do leo. Mesmo para projetos especficos,
entretanto, a determinao da contribuio relativa de cada um na recuperao total pode ser difcil.
A gua o meio bsico usado nos mtodos trmicos de gerao de calor na superfcie. Ela
pode ser aquecida at a temperatura de vapor ou convertida para vapor. Aps atingir a temperatura
de ebulio, o fornecimento continuado de calor converte mais e mais gua para vapor nessa
temperatura. A frao em peso de gua convertida para vapor chamada de qualidade do vapor.
Depois de se atingir a qualidade de 100%, um posterior fornecimento de calor novamente aumenta a
temperatura, produzindo vapor superaquecido.
A energia adicional requerida para converter gua em ebulio para vapor o chamado calor latente. Um sistema gua-vapor pode ganhar ou perder esse tipo de energia sem variar a tempera-
15-31
tura ou a presso. O calor latente maior s presses mais baixas e diminui at zero no ponto crtico
da gua de 705 oF (374 oC) e 3.206 psia (225 kgf/cm2). Acima deste ponto, a gua existe somente
numa fase nica. No intervalo de presso de 100 psia (7 kgf/cm2) a 1.500 psia (105 kgf/cm2), em que
a maioria dos projetos trmicos opera, o vapor carreia consideravelmente mais calor do que a gua
quente. Por exemplo: 1 bbl de gua convertido para vapor de qualidade 80% carreia acima de
150.000.000 BTU a mais de calor que a gua em ebulio na mesma temperatura.
15-32
medida que a resposta diminui, torna-se mais difcil justificar tratamentos adicionais que fazem com
que a durao dos ciclos aumente.
Na injeo cclica de vapor, grandes fraes do vapor injetado so produzidas na forma de
lquido, tornando o manuseio da gua um fator importante. Do ponto de vista econmico, um bom
indicador de desempenho a razo entre o leo produzido e a gua injetada. Os melhores resultados
apresentados na literatura mostraram os primeiros ciclos recuperando cerca de 30 bbl (4,77 m3) de
leo por bbl (0,159 m3) de gua injetada na forma de vapor. proporo que a energia do reservatrio depletada essa razo tende a diminuir.
c) Injeo de vapor
A injeo de vapor, diferentemente da injeo cclica, consiste em uma injeo contnua
desse fluido. Enquanto na injeo cclica tanto a injeo como a produo ocorrem no mesmo poo,
na injeo contnua os poos injetor e produtor so diferentes, conforme ilustra a Figura 15.23. Uma
zona de vapor se forma em torno do poo injetor, a qual se expande com a contnua injeo. Nessa
zona a temperatura aproximadamente aquela do vapor injetado. Adiante do vapor forma-se uma
zona de gua condensada, atravs da qual a temperatura diminui a partir da do vapor at a do
reservatrio.
A recuperao por injeo de vapor depende de vrios fatores. Os mais importantes so os
efeitos de injeo de gua quente na zona de gua condensada. A reduo da saturao de leo
mxima nesta zona por causa das menores viscosidades, da dilatao do leo e da alta temperatura.
Na zona invadida pelo vapor a saturao de leo posteriormente reduzida por efeitos de mecanismos de gs e possivelmente destilao por vapor e extrao por solvente. Os efeitos do mecanismo
de gs geralmente so mnimos mas a destilao por vapor pode contribuir significativamente para a
produo de certos leos.
A quantidade de calor recebida e retida pela formao produtora determina a resposta ao
processo de injeo de vapor. O crescimento rpido e continuado da zona de vapor, resultando em
alta vazo de deslocamento do leo, requer que um mnimo de calor seja perdido atravs das linhas
de superfcie, nos poos de injeo e para formaes adjacentes. As perdas de calor durante a
injeo de vapor so uma funo da temperatura de injeo, das caractersticas do reservatrio e do
equipamento usado. As perdas na superfcie e no poo podem ser parcialmente controladas mas nas
condies de reservatrio no podem, e elas so as mais crticas na determinao da viabilidade do
projeto.
A relao entre a temperatura e a presso de vapor de uma determinada substncia, ou seja,
a chamada curva de presso de vapor, fornece diversas indicaes quanto aplicabilidade da injeo
de vapor dgua. A presses maiores, requer-se uma temperatura maior para converter gua para
vapor. As perdas de calor aumentam com a temperatura do vapor, de modo que aplicaes a baixas
presses tm menores perdas de calor. Isso mostra a influncia da profundidade do reservatrio.
Para vencer a alta presso da formao em zonas profundas necessrio usar vapor a uma maior
presso e temperatura, resultando em maiores perdas de calor. Quanto mais profundo for um poo,
maiores sero as perdas de calor.
A relao entre a temperatura e a presso de ebulio da gua enfatiza a importncia da alta permeabilidade. Alm de permitir ao leo viscoso fluir mais livremente, a permeabilidade afeta as
vazes de injeo, as presses e as temperaturas do vapor. Zonas fechadas requerem altos valores de
presso e temperatura de injeo, provocando altas perdas de calor.
As perdas de calor do gerador at o poo injetor dependem do tipo e do comprimento das
linhas. Os geradores devem ficar prximos dos poos de injeo e as perdas na linha podem ser
posteriormente minimizadas por isolamento ou enterramento. Para grandes projetos de injeo de
15-33
vapor, as linhas de injeo enterradas normalmente so suficientes para manter as perdas na superfcie abaixo de 10%. Alm da profundidade, as perdas de calor no poo dependem do tipo de completao do poo, incluindo dimetro e tipo de revestimento e tubing. Para projetos de injeo de
vapor os poos de injeo usualmente so completados de uma maneira que minimiza as perdas de
calor. O espao anular revestimento-tubing pode ser usado como isolamento para manter a temperatura do revestimento baixa pelo uso de obturadores (packers) trmicos ou atravs do seu preenchimento com gs a alta presso.
Pouco controle pode ser exercido sobre a maior fonte de perda de calor a prpria formao produtora onde o calor perdido por conduo atravs das rochas no produtoras adjacentes.
A taxa de perda depende da rea presente para o fluxo de calor e aumenta com o crescimento da
zona de vapor. A espessura da formao importante na determinao da frao de calor injetado
que perdida para as formaes adjacentes. Para volumes iguais de reservatrio, a zona de vapor
deve cobrir uma rea maior em formaes pouco espessas do que nas de maior espessura, o que
representa uma maior rea superficial para perdas de calor.
Aplicao
A injeo de fluido aquecido limitada em seu uso a relativamente poucos reservatrios.
As seguintes caractersticas so favorveis ao mtodo:
leos viscosos entre 10 e 20 oAPI so mais suscetveis reduo de viscosidade pelo calor.
leos volteis de alto oAPI podem ser considerados para o mtodo de injeo de vapor devido
recuperao adicional causada pela destilao do leo e extrao por solvente.
Uma saturao de leo prxima de 0,15 m3 de leo/m3 de rocha aumenta as chances de sucesso
econmico.
Vantagens
A recuperao trmica por injeo de fluido quente um mtodo comprovado na prtica
para produzir leos viscosos de baixo oAPI. Em muitos casos nenhum outro mtodo pode ser
exeqvel para reforar a recuperao primria ou secundria. Apresenta uma vantagem sobre a
combusto in-situ que a de danificar menos os poos. Alm disso, os mtodos de injeo de
vapor fornecem maiores vazes de injeo de calor do que outros mtodos trmicos. Assim, mais
calor aplicado rapidamente ao reservatrio.
A eficincia de deslocamento aumentada pelo calor proporo que mais leo flui. As
saturaes de leo atrs da zona de vapor, para o processo de injeo contnua, podem ser to baixas
quanto 5%.
A gua quente pode ser usada para transportar calor com variaes mnimas nos equipamentos em relao injeo de gua convencional. Esse mtodo aplicvel em zonas sensveis
gua doce ou em zonas de alta presso, onde o vapor no pode ser empregado.
15-34
Desvantagens
As perdas de calor, gerado na superfcie a alto custo, so significativas nas linhas de injeo, nos poos e na formao. Por causa disso, o calor no pode ser utilizado em reservatrios
profundos, de pequena espessura ou que tenham baixa permeabilidade.
O pessoal do campo deve estar familiarizado com a operao do gerador para manter a eficincia. Operaes a altas temperaturas acarretam riscos de segurana adicionais.
A falha na cimentao, em poos de completao convencional, freqente sob operaes
trmicas. Os poos novos devem ser completados e equipados para operar em altas temperaturas. A
produo de areia comum em projetos trmicos. A formao de emulso possvel com alguns
leos durante a injeo de vapor.
Fingers de vapor podem acontecer na parte superior da formao que est sendo contatada.
Consideraes econmicas
O investimento inicial em geradores de vapor alto. O aluguel de unidades portteis para
testar a resposta do reservatrio ao mtodo pode ser considerado para minimizar o risco.
A disponibilidade e o custo do combustvel para aquecimento da gua ou gerao de vapor
so fatores importantes. Gs natural ou leo, cada um tem vantagens e desvantagens. Geradores
alimentados a leo podem converter cerca de 15 m3 de gua para vapor para cada m3 de leo
queimado. Portanto, ao menos 1 m3 de leo dever ser recuperado para cada 15 m3 de gua injetada
como vapor.
Operaes trmicas requerem uma maior ateno do pessoal de engenharia e de operao
para mant-las eficientes. Para a estimulao cclica, a otimizao de programas de injeo requer
comparao das respostas anterior e atual de cada poo, o que significa que so necessrios testes
freqentes dos poos.
leos de alta viscosidade usualmente considerados para os projetos trmicos tambm so
os de menor preo. O resultado do alto investimento, alto custo de operao e menor preo do leo
um lucro relativamente baixo.
Projetos de sucesso geralmente usam instalaes centralizadas para diminuir custos de produo e de gerao do vapor.
15-35
Frente de combusto
Zona de condensao
Gases, vapores e
hidrocarbonetos
leves
Zona queimada
Ar
Gases
leo mais
hidrocarbonetos
leves
condensados
Gases
Banco de
leo
leo
original
gua quente
Coque
gua conata
Vapor
Figura 15.24 Processo de combusto in-situ direta. Reproduzida de Herbeck, E. F., Heintz, R. C. &
Hastings, J. R., Fundamentals of Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, Pet. Engineer, Feb. 1977, Copyright
1977, com permisso de SPE-AIME.
600 a 1.200 F
Frente de combusto
Poo injetor
Temperatura
Zona de
condensao
Banco de
leo
Zona de leo
original
Poo produtor
Zona de
vaporizao
Zona queimada
Temperatura normal
do reservatrio
15-36
Figura 15.25 Perfil de temperatura durante um processo de combusto in-situ direta. Reproduzida de
Herbeck, E. F., Heintz, R. C. & Hastings, J. R., Fundamentals of Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, Feb.
1977, Copyright 1977, com permisso de SPE-AIME.
Prxima ao poo injetor encontra-se uma zona queimada atravs da qual a frente de combusto j passou. Todo o lquido foi removido da rocha, deixando somente poros saturados com ar.
As temperaturas na zona queimada so mais altas nas proximidades da frente de combusto. Na
frente de queima o combustvel pesado depositado queimado temperatura de 600 oF (315 oC) a
1.200 oF (630 oC).
Adiante da frente de combusto, na zona de vaporizao, encontram-se os produtos da
combusto, os hidrocarbonetos leves vaporizados e o vapor. As temperaturas atravs desta zona
variam da de combusto at aquela necessria para ferver a gua na presso do reservatrio. Um
valor tpico 400 oF (204 oC).
Logo aps a zona de vaporizao vem a zona de condensao, na qual o leo deslocado
de vrios modos. Os hidrocarbonetos leves condensados deslocam o leo do reservatrio miscivelmente; o vapor condensa-se criando um banco de gua quente que tambm desloca o leo; e os
gases da combusto promovem um mecanismo de deslocamento por gs. As temperaturas nessa
zona vo de 50 oF (10 oC) a 200 oF (40 oC) acima da temperatura inicial do reservatrio.
O leo deslocado pelo processo se acumula na prxima zona, o banco de leo. Nessa zona
a gua conata imvel, o leo deslocado e alguns gases de combusto ocupam o espao poroso. A
temperatura prxima da inicial, de modo que h pouco melhoramento quanto viscosidade do
leo. Finalmente, adiante do banco de leo encontra-se o reservatrio no perturbado, isto , que
no foi ainda afetado pela frente de queima.
As caractersticas de deposio de combustvel do leo do reservatrio so os parmetros
mais bsicos no projeto de combusto in-situ. O coque depositado como combustvel medido em
unidades de massa por unidade de volume de rocha-reservatrio. Se este valor muito baixo, a
combusto no se auto-alimenta. Se muito alto, o movimento da frente muito lento porque todo o
combustvel deve ser queimado antes que esta avance. A deposio de combustvel determina
tambm o volume de ar requerido para o avano da frente atravs da rocha-reservatrio. Na medida
em que mais combustvel depositado, mais ar requerido.
O volume de ar injetado por unidade de rea da frente de combusto outro fator importante de um projeto de combusto in-situ. Os valores mnimos desse parmetro, chamado de fluxo
de ar, para manter a combusto dependem das condies do leo e do reservatrio, e podem ser
medidos em laboratrio. Abaixo desses valores mnimos a oxidao do leo baixa para gerar calor
suficiente para manter a combusto. proporo que o fluxo aumenta a partir desse valor mnimo, a
velocidade da frente de combusto tambm aumenta e resultados mais rpidos de queima so
obtidos. Aumentando-se o fluxo de ar, no entanto, reduz-se o tempo de contato do ar injetado com a
frente, resultando em uma fraca utilizao do oxignio do ar. Com exceo dos estgios iniciais de
um poo injetor, os projetos de campo operam com fluxo de ar muito baixo, com os valores tpicos
variando entre 3 e 9 m3std/h/m2 de frente de combusto.
Normalmente os dados obtidos durante estudos de laboratrio, que tentam reproduzir as
condies de reservatrio, so necessrios para se avaliar o potencial do projeto e prever o seu
desempenho.
A utilizao do calor no processo de combusto direta muito ineficiente porque o ar tem
uma baixa capacidade de transportar calor. Somente cerca de 20% do calor gerado carreado
adiante da frente de combusto, onde benfico para a recuperao do leo. O calor remanescente
15-37
permanece atrs e eventualmente perdido para as rochas capeadoras, acima e abaixo do reservatrio.
Diversas variaes do processo in-situ foram propostas para aproveitar o calor perdido.
gua pode ser injetada simultaneamente ou alternadamente com o ar, resultando em uma melhor
distribuio do calor e menores necessidades de ar. Na zona queimada, a gua injetada e convertida em vapor, que atravessa a frente de combusto e aquece o reservatrio adiante dela. O mtodo de
injeo de ar e gua alternadamente conhecido como COFCAW (combinao da combusto direta
com a injeo de gua). Dependendo do volume de gua injetada, a frente pode ser parcialmente
apagada, fazendo com que ela se mova para diante antes de queimar todo o combustvel depositado.
Isso tem um efeito benfico adicional: o de requerer menos ar para varrer o reservatrio.
A combusto reversa foi sugerida para uso com leos muito viscosos. Em contraste com a
combusto direta, a frente se move em sentido contrrio ao fluxo de ar. A injeo iniciada em um
poo que mais tarde se torna produtor. Depois de estabelecida a ignio, o injetor inicial colocado
em produo e um outro usado para injeo. O leo aquecido na frente de combusto se move
atravs da zona aquecida at o poo produtor. Este mtodo torna possvel a produo de leos
viscosos demais para fluir sob as condies do reservatrio. O reservatrio, porm, deve ter
permeabilidade ao ar adequada para que o processo funcione. Neste processo, uma parte do leo que
flui queimada e o ar requerido freqentemente excessivo, apresentando portanto baixa eficincia.
Aplicao
O processo de combusto in-situ tem sido aplicado principalmente em reservatrios com
leos de alta viscosidade. Nestes casos, freqentemente o objetivo tem sido produzir leo por
recuperao primria ou secundria. O processo tem sido usado como recuperao terciria em
leos com oAPI variando de 20 a 40.
As seguintes caractersticas so benficas para recuperao de leo por combusto insitu:
A espessura do reservatrio deve ser maior ou igual a 3 m para prevenir perdas excessivas de
calor.
A quantidade de leo existente no reservatrio deve ser maior que 0,1 m3 de leo/m3 de rocha
para que o processo seja econmico. Tanto a porosidade como a saturao de leo devem ser
relativamente altas para se atingir esse valor.
O oAPI do leo deve estar no intervalo entre 10 e 40. leos de oAPI menores depositam
combustvel em excesso para o sucesso comercial, enquanto leos de oAPI altos depositam pouco combustvel para sustentar a combusto.
A permeabilidade deve ser maior que 100 md para permitir o fluxo de leo mais viscoso.
Vantagens
A combusto in-situ uma tcnica provada, de modo que os reservatrios candidatos
podem ser comparados com projetos anteriores para verificar a sua viabilidade. O processo no
limitado a leos de alta viscosidade. H reservatrios que produzem leos de oAPI maior que 40 e
tm sido submetidos a esse processo. Pode-se obter alta eficincia de deslocamento, embora algum
leo seja queimado e no produzido. O fluido de injeo (ar) facilmente disponvel.
15-38
Desvantagens
Problemas de produo freqentemente aparecem quando se opera temperatura de combusto. Emulses so formadas no reservatrio ou na superfcie. O equipamento de produo pode
ser seriamente danificado pelo calor e pela corroso medida que a frente de combusto se aproxima do poo produtor.
A distribuio de calor ineficiente em projetos de combusto tpicos. Uma zona aquecida,
relativamente grande, formada atrs da frente, onde pouco benefcio traz. A injeo de gua,
simultnea ou alternada, pode auxiliar neste problema.
A segregao gravitacional pode ser um problema, com o ar overriding o reservatrio de
leo, ou seja, fluindo pela parte superior da camada e ultrapassando o leo.
Consideraes econmicas
O balano econmico fortemente ditado pelo reservatrio e pelo seu leo. As caractersticas de deposio do combustvel determinam o volume de ar requerido para o projeto. As propriedades do reservatrio determinam as vazes de injeo de ar e a velocidade da frente de queima
necessrias. Ambas determinam o dimensionamento das instalaes de compressores necessrias
para um projeto especfico e que geralmente representam um investimento considervel. Os custos
da compresso de ar podem ser altos, dependendo da presso requerida.
Por causa da complexidade do processo e do seu risco de falha, uma instalao piloto
normalmente recomendada.
Um bom indicador econmico da operao a razo entre os volumes de ar injetado e de
leo produzido. Injees de sucesso tm razes ar/leo menores que 3.500 m3std/m3.
A Seo 15.4 inclui resumos dos artigos tcnicos de Herbeck, E. F., Heintz, R. C. & Hastings, J. R., Fundamentals of
Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, June & July 1976, cuja reproduo foi autorizada pela SPE-AIME.
15-39
aumenta a eficincia de varrido. O exame da expresso da razo de mobilidades mostra que o seu
valor pode ser tornado mais favorvel atravs de:
Tabela 15.1 Eficincias de varrido horizontal para vrias razes de mobilidades - malha de 5 pontos
Razo de
Eficincia de varrido horizontal no instante
mobilidades
da erupo (breakthrough) da gua
10
2
1
0,5
0,25
0,35
0,58
0,69
0,79
0,90
Observa-se que, pela reduo da razo de mobilidades de 10 para 1 duas vezes mais rea varrida
antes que a produo de gua comece. Alm disso, 15% a mais da rea da malha varrida antes que
o limite econmico de 95% de corte de gua seja atingido. Com isso, somente em torno de 75% de
gua tem que ser injetada e produzida. Essa a vantagem dos polmeros: mais leo produzido com
menos manuseio de gua.
Quanto eficincia de deslocamento, a injeo de polmeros geralmente apresenta um aumento apenas marginal quando comparada com a injeo de gua, j que o polmero no miscvel
com o leo. No entanto, pode proporcionar uma antecipao da produo de leo que seria alcanada at o final de um projeto de injeo de gua, o que apresenta vantagens do ponto de vista
econmico, devido antecipao de receitas.
Conforme discutido na teoria de Buckley & Leverett (1942), apresentada no Captulo 14, a
saturao de gua na regio varrida de um reservatrio de leo submetido a um processo de injeo
de gua varia, em um determinado instante, entre os poos injetores e produtores, sendo maior nas
proximidades dos poos injetores e menor nas imediaes dos poos produtores. Alm disso, a
saturao de gua em um determinado ponto do meio poroso varia ao longo do tempo, aumentando
15-40
E D = S o S or ,
(15.10)
onde So a saturao de leo no incio da injeo. Nos casos prticos, todavia, os projetos de
recuperao secundria tm um tempo de vida finito. Assim, ao final do tempo de vida til de um
projeto a saturao de leo residual mdia na rea invadida pela gua ( S or ) ser maior que a
saturao de leo irredutvel (Sor), ou seja, S or > S or , e a eficincia de deslocamento dever ser
calculada atravs da expresso:
E D = S o S or .
(15.11)
Com isso, a economicidade de um projeto de injeo de gua ser tanto melhor quanto menor for a
saturao mdia de leo residual S or . Portanto, embora a injeo de gua ou de qualquer fluido
imiscvel com o leo do reservatrio no reduza a saturao residual irredutvel de leo, a economicidade de um projeto poder ser melhorada atravs da antecipao de produo, decorrente da
obteno de uma menor saturao residual mdia de leo, no menor tempo possvel.
Para se reduzir a saturao residual mdia de leo ( S or ) necessrio aumentar a saturao
mdia de gua ( S w ) na rea invadida, j que S or = 1 S w . Por seu turno, para se reduzir o tempo de
um projeto de injeo de gua necessrio aumentar a vazo de injeo, isto , a velocidade da
frente de avano da gua ou de uma saturao qualquer, conforme foi mostrado na teoria de Buckley
& Leverett (Captulo 14).
Uma das maneiras de se aumentar a saturao mdia de gua ( S w ) na zona varrida, em um
determinado instante de um projeto de injeo, consiste na alterao da curva de fluxo fracionrio,
de modo que o deslocamento aproxime-se, tanto quanto possvel, do modelo de deslocamento
completo (tipo pisto), discutido no Captulo 14. Nesse modelo, na rea invadida pela gua a
saturao de leo reduzida imediatamente para a saturao residual irredutvel de leo (Sor),
resultando que S w = 1 S or . Essa alterao da curva de fluxo fracionrio pode ser conseguida
aumentando-se a viscosidade da gua injetada, atravs da adio de um polmero, como ilustra o
prximo exemplo.
___________________________
Exemplo 15.2 Um reservatrio de leo possui as seguintes caractersticas:
Viscosidade da gua conata (condies de reservatrio)......................
Viscosidade do leo (condies de reservatrio)..................................
Saturao de leo................................................................................
Saturao de gua conata (irredutvel) ...............................................
Saturao de leo residual (irredutvel) ..............................................
Permeabilidade relativa ao leo...........................................................
Permeabilidade relativa gua............................................................
0,5 cp
5 cp
75%
25%
20%
Eq. (I)
Eq. (II)
15-41
k ro ( S w ) = 2,314(0,80 S w ) 2
(I)
k rw ( S w ) = 1,322( S w 0,25) 2 .
(II)
(a) Caso seja implantado nesse reservatrio um projeto de injeo de gua, cuja viscosidade em
condies de reservatrio seja igual da gua conata, calcule a razo de mobilidades, a saturao da frente de avano da gua e as saturaes mdias de gua e residual de leo na regio invadida, no instante da erupo.
(b) Considere agora a alternativa de se implantar no reservatrio em questo um projeto de injeo
de polmero. A viscosidade de uma soluo de polmero pode ser calculada atravs de um modelo linear ou de um modelo no-linear. No modelo linear a viscosidade da soluo de polmero
(pl) dada pela expresso:
pl = pr + (1 ) w ,
onde w a viscosidade da gua, = C p / C pr , Cp a concentrao de polmero, Cpr uma
concentrao de referncia e pr a viscosidade da soluo de polmero na concentrao de referncia. No modelo no-linear a viscosidade da soluo de polmero (pnl) dada por:
pnl = pr 1w .
Calcule a concentrao de polmero necessria em cada caso (modelos linear e no-linear), para
que se obtenha uma razo de mobilidades unitria. Admita Cpr = 0,5 kg/m3 e pr = 10 cp.
(c) Determine, para a situao do item anterior, a saturao da frente de avano e as saturaes
mdias de gua e residual de leo na regio invadida, no instante da erupo.
(d) Usando a equao E D = S o S or , calcule as eficincias de deslocamento no instante da
erupo, para os dois projetos (injeo de gua e injeo de polmero). Compare os resultados
obtidos.
Soluo:
Parte (a):
A Figura 15.26 apresenta a curva de fluxo fracionrio de gua para esse reservatrio. A
tangente a essa curva a partir da saturao irredutvel de gua indica uma saturao mdia de gua
no momento da erupo, atrs da frente de avano, ou seja, na regio invadida, de aproximadamente
55%. Com isso, nesse instante a saturao residual de leo mdia na regio invadida pela gua ser
de:
15-42
S wf = 0,55
1,0
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
S wf = 0,46
0,0
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
Saturao de gua - Sw
k /
k /
M = w = w w = rw w .
o
ko / o
k ro / o
Essa expresso mostra que a razo de mobilidades depende das saturaes consideradas para os
fluidos envolvidos. Por outro lado, conforme demonstrado no Captulo 14, as saturaes de gua e
de leo variam ao longo do reservatrio. Assim, o clculo da razo de mobilidades depende de uma
hiptese adicional, ou seja, de que saturaes so consideradas. Tomando-se, por exemplo, as
saturaes mdias existentes na regio invadida pela gua, obtm-se atravs das Eqs. (I) e (II) as
seguintes permeabilidades relativas:
15-43
M =
k rw / w 0,119 / 0,5
=
8,2 .
0,145 / 5,0
k ro / o
M =
0,40 / 0,5
= 10 .
0,40 / 5,0
Observa-se que as duas formas de se calcular a razo de mobilidades produz resultados diferentes, mas da mesma ordem de grandeza. Os valores obtidos (8,2 e 10) indicam que um processo
de injeo de gua nesse tipo de reservatrio no ser to eficiente, j que a razo de mobilidades
consideravelmente maior que 1 (um).
Parte (b):
Para que seja obtida uma razo de mobilidades unitria necessrio que:
M =
k rw / w
= 1.
k ro / o
(k )
/
rw S w =1 S or w
= 1.
( k )
/
ro
o
S w = S wi
15-44
( k )
/
rw S w =1 S or p 0,40 / p
=
= 1 p = 5,0 cp ,
0,40 / 5,0
( k )
/
ro S w = S wi o
onde p a viscosidade da soluo polimrica.
Utilizando-se os dados fornecidos e as equaes que definem as viscosidades da soluo de
polmero para os dois modelos (linear e no-linear), pode-se construir um grfico da viscosidade da
soluo em funo da concentrao de polmero, como ilustra a Figura 15.27.
Modelo linear
Modelo no-linear
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
Concentrao de Polmero
0,40
0,45
0,50
0,55
0,60
(kg /m )
Figura 15.27 Viscosidade da soluo polimrica versus concentrao de polmero - Exemplo 15.2.
Da Figura 15.27 podem ser obtidas as concentraes de polmero necessrias para se alcanar a
viscosidade desejada. No caso deste exemplo a viscosidade pretendida de 5 cp. Assim, da figura
so lidos os valores:
Modelo
Linear
0,235
No-linear
0,380
Parte (c):
A Figura 15.28 mostra a curva de fluxo fracionrio de gua quando utilizado um polmero para aumentar a sua viscosidade para 5 cp. Observa-se que neste caso a saturao da frente de
15-45
avano da gua (Swf) igual a 0,69 (69%) e a saturao mdia de gua na regio invadida, no
momento da erupo ( S wf ), igual a 0,73 (73%). Assim, a saturao mdia de leo restante na rea
invadida pela gua, no instante da erupo, dada por:
S wf = 0,73
1,0
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
S wf = 0,69
0,0
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
Saturao de gua - Sw
Figura 15.28 Curva de fluxo fracionrio de gua - Injeo de soluo polimrica - Exemplo 15.2.
Parte (d):
No caso da injeo de gua (Parte a), a eficincia de deslocamento ser de:
15-46
R = w / p .
(15.12)
R=
kw / w
,
kp /p
(15.13)
Rr = w1 / w2 ,
(15.14)
15-47
idez
Sup
erflu
Velocidade de fluxo
o
lux
3
no
ia
on
t
w
Ne
Limite de escoamento
lam
xo
Flu
1
r
ina
Dil
nto
u le
b
r
tu
n te
ata
Pl
i co
st
Diferencial de presso
Figura 15.29 Velocidade de fluxo versus diferencial de presso para fluxos Newtoniano e
no-Newtoniano. Reproduzida de Herbeck, E. F., Heintz, R. C. & Hastings, J. R., Fundamentals of Tertiary Oil
Recovery, Pet. Engineer, July 1976, Copyright 1976, com permisso de SPE-AIME.
15-48
de alta concentrao de polmero na borda dianteira do banco. A adsoro ocorre a partir dessa alta
concentrao, reduzindo o tamanho do banco de gua sem polmero. A concentrao de polmero
reduzida a um valor baixo na borda traseira, prximo gua injetada. Com isso, menos fingering
viscoso passa a ocorrer.
Aplicao
A injeo de polmero mais aplicvel a reservatrios moderadamente heterogneos, onde
a razo de mobilidades gua/leo esteja entre 5 e 40.
Como a injetividade menor para solues de polmeros do que para gua, o reservatrio
deve ter boa permeabilidade. Se a permeabilidade muito baixa ou a viscosidade do leo muito
alta, uma vazo de injeo econmica pode no ser atingida. Embora a baixa injetividade seja
parcialmente compensada pela melhoria na eficincia de varrido, o que requerer menos gua
injetada, a vida do projeto ser longa demais para que ele seja econmico.
Em reservatrios estratificados as caractersticas de fluxo de solues com polmeros promovem uma frente mais uniforme de injeo, desviando a injeo para zonas de menor permeabilidade. Mais leo poder ser produzido com menos gua.
Os polmeros encontram tambm aplicao como banco de controle de mobilidade em projetos de injeo de micelas miscveis, conforme ser descrito no item seguinte, e nos projetos de
injeo de soluo ASP (lcali-Surfactante-Polmero), a ser discutida no terceiro item desta seo.
A boa eficincia de varrido proporcionada pela soluo de polmeros, aliada ao bom efeito de
deslocamento das micelas ou da soluo ASP, fornece uma poderosa combinao para a recuperao de leo.
Durante uma injeo convencional de gua, quanto mais cedo a injeo de polmero comea melhor a chance de sucesso econmico.
Vantagens
Os polmeros podem mudar a viscosidade da gua injetada com concentraes relativamente baixas, tais como 250 a 1.500 ppm. Essa alterao na viscosidade da gua reduz a sua mobilidade,
aumentando a recuperao de leo pelo aumento da eficincia de varrido, tanto areal (horizontal)
como vertical.
As poliacrilamidas tm uma caracterstica adicional alm do ajustamento da viscosidade,
que a de alterar a permeabilidade da rocha-reservatrio, o que tambm diminui a mobilidade da
gua injetada. Com esta condio, uma concentrao de polmero inferior pode ser usada para se
ganhar um controle de mobilidade.
Os polissacardeos podem tolerar efeitos de cisalhamento, o que os torna mais fceis de
manusear e injetar atravs da bomba e outros equipamentos. Alm disso, os polissacardeos podem
ser misturados em gua salgada, pois so mais resistentes degradao da viscosidade do que as
poliacrilamidas.
Os polmeros no so txicos nem corrosivos. Geralmente, os nicos equipamentos necessrios para a injeo de polmeros que no estariam ainda instalados para a injeo de gua so os
de mistura e filtrao.
A concentrao de polmero pode ser graduada de alta a baixa, criando razes de mobilidades mais favorveis, tanto na borda dianteira com na traseira do banco de polmeros.
O uso de polmeros reduz as razes gua/leo de produo. Portanto, mais leo produzido enquanto se manuseia menos gua. Isso pode ser significativo na reduo de custos operacionais.
15-49
Desvantagens
A principal desvantagem dos polmeros a sua degradao qumica, bacteriana ou por cisalhamento. As solues de polissacardeos e poliacrilamidas so afetadas diretamente por esses
fatores. As poliacrilamidas so afetadas adversamente pelo cisalhamento. Cuidado especial deve ser
empregado no manuseio na superfcie da soluo de poliacrilamida para reduzir o cisalhamento
excessivo nas bombas, chokes, vlvulas e equipamento de cabea de poo. Testes mostraram que
essas solues de polmeros podem ser injetadas at os canhoneados do poo sem degradao por
cisalhamento, mas que vazes de fluxo elevadas atravs dos canhoneados e na formao em volta do
poo provocam uma perda do controle da mobilidade. As poliacrilamidas devem ser misturadas em
gua livre de oxignio e doce, j que pequenas concentraes de sal reduzem drasticamente a
viscosidade da soluo. Se o reservatrio onde ser feita a injeo contiver gua salgada tambm
poder haver problemas de degradao da viscosidade da soluo, com reduo acentuada do
controle de mobilidade almejado.
O biopolmero polissacardeo no adversamente afetado pelo cisalhamento. Na verdade,
um alto grau de cisalhamento desejvel para solubilizar adequadamente o polmero. As principais
desvantagens deste polmero so o tamponamento da formao nas imediaes do poo e a suscetibilidade ao ataque bacteriano. A filtrao da soluo de biopolmero requerida para manter a
injetividade. possvel remover biopolmero no hidratado e detritos bacterianos na filtrao com
terra diatomcea. A soluo de biopolmero deve ser tratada com um biocida, tal como o formaldeido, para controlar a degradao bacteriana.
Consideraes econmicas
O custo de um projeto de injeo de polmero suficientemente alto para exigir extensivo
estudo geolgico e de engenharia. A avaliao em laboratrio deve ser feita para se determinar o
polmero adequado ao reservatrio em questo. Testes de laboratrio usando amostras de testemunhos e fluidos do reservatrio podem dar uma indicao do controle de mobilidade, das perdas por
adsoro e das tendncias de tamponamento.
Uma boa fonte de gua doce, livre de oxignio, desejvel para se captar a gua a ser misturada com o polmero. Essa mistura deve ser feita sob as condies de mxima limpeza porque
alguns contaminantes podem reduzir drasticamente a viscosidade. Os equipamentos de superfcie
para manuseio de poliacrilamidas devem ser projetados de tal maneira a apresentarem restries
mnimas, evitando-se assim a degradao por cisalhamento. Os polissacardeos devem ser filtrados e
tratados com biocidas.
As concentraes de polmero situam-se usualmente entre 250 e 1.500 ppm e os bancos de
polmeros so geralmente da ordem de 20% do volume poroso. A injeo de polmeros deve
produzir um incremento na recuperao de leo, em relao que seria obtida com a injeo comum
de gua, para apresentar sucesso econmico.
E R = E A Evv E D .
(15.15)
15-50
Como o produto das duas primeiras (eficincias de varrido horizontal e vertical) definido como
sendo a eficincia volumtrica (Ev), a Eq. (15.15) pode ser simplificada para:
E R = Ev E D .
(15.16)
E D = S o S or ,
(15.17)
a eficincia de recuperao pode ser usada para se estimar o volume de leo a ser recuperado devido
ao projeto de injeo. Considere por exemplo um reservatrio ainda subsaturado submetido a um
projeto de injeo de um fluido qualquer. O volume de leo a ser recuperado durante a injeo pode
ser estimado pela expresso:
N p =V p E R / Bo ,
(15.18)
15-51
15-52
gua a solues gua-externa com alto teor de gua. O intervalo de composio pode ser o mostrado
na Tabela 15.2.
Tabela 15.2 Composio tpica de uma soluo micelar (Herbeck, Heintz & Hastings, June 1976)
Substncia
Porcentagem (%)
Surfactante
Hidrocarbonetos
Co-surfactante
Eletrlito
gua
4 a 10
4 a 80
cerca de 4
cerca de 1
10 a 92
O processo aplicado pela injeo de um volume de soluo micelar para formar um banco micelar no reservatrio. Esse banco se move atravs do reservatrio deslocando todo o leo e a
gua adiante dele em direo ao poo produtor. O banco micelar seguido por um banco de
polmero para controle da mobilidade. Depois que um volume suficiente de polmero injetado,
uma injeo de gua usada como em qualquer processo de injeo de gua.
Freqentemente a composio da gua salgada do reservatrio tem um efeito adverso sobre
a soluo micelar. Para tentar corrigir esse problema o processo iniciado com a injeo de um
banco de pr-fluxo de gua adiante da soluo micelar. Essa gua do pr-fluxo, que compatvel
com a soluo micelar, tem a finalidade de deslocar a gua salgada para fora do reservatrio. No
entanto, pouco provvel que o problema da degradao da soluo devida salinidade da gua da
formao possa ser totalmente resolvido com a injeo do pr-fluxo, j que dificilmente ser
deslocada do reservatrio toda a gua salgada nele contida.
A Figura 15.30 mostra a aplicao do mtodo de injeo de soluo micelar em uma operao de recuperao terciria.
leo e gua
fluindo neste banco
Somente gua
fluindo
neste banco
100
gua
injetada
Banco de
polmero
80
60
Banco
micelar
gua proveniente da
injeo e gua conata
40
Saturao (%)
leo
leo
residual
20
0
Figura 15.30 Processo de injeo de soluo micelar usado para recuperao terciria. Reproduzida de
Herbeck, E. F., Heintz, R. C. & Hastings, J. R., Fundamentals of Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, June
1976, Copyright 1976, com permisso de SPE-AIME.
Antes dessa aplicao a injeo de gua j havia deslocado o leo at uma saturao residual de
imobilidade. Somente gua produzida at que o banco de leo-gua atinja o poo produtor. Um
fator econmico a ser considerado em uma operao terciria o manuseio da gua produzida. As
15-53
solues micelares e de polmero devem ser misturadas com gua doce, de modo que boa parte da
gua produzida, quando no puder ser utilizada na injeo de soluo micelar, dever ser descartada.
Embora normalmente o interesse no uso do processo seja para recuperao terciria, ele
tambm aplicvel como mecanismo de recuperao secundria. H entretanto uma pequena
diferena no modo de funcionamento para cada aplicao. A Figura 15.31 mostra o processo de
injeo de soluo micelar como operao de recuperao secundria.
leo e gua
fluindo neste
banco
Somente leo
fluindo
neste banco
100
gua
injetada
Banco de
polmero
Banco
micelar
Banco de leo
e gua
Banco
de leo
60
40
gua
gua
conata
Saturao (%)
80
leo
20
0
Figura 15.31 Processo de injeo de soluo micelar usado para recuperao secundria. Reproduzida de
Herbeck, E. F., Heintz, R. C. & Hastings, J. R., Fundamentals of Tertiary Oil Recovery, Pet. Engineer, June
1976, Copyright 1976, com permisso de SPE-AIME.
Um banco de leo se formou e mostrado direita, sendo deslocado e produzido como em qualquer
injeo de gua. A saturao de gua no banco de leo a gua conata imvel. Atrs do banco de
leo se forma um banco de leo-gua pela ao da soluo micelar medida que ela desloca todo o
leo e a gua. O leo e a gua fluem juntos numa certa proporo, determinada pelas caractersticas
de permeabilidade relativa da rocha-reservatrio. Essa proporo em fluxo no banco de leo-gua
a mesma tanto sob as condies de recuperao secundria como terciria.
O tamanho do banco de soluo micelar projetado para ser de 5% a 10% do volume poroso do reservatrio. Testes de laboratrio mostram que um mnimo de 5% do volume poroso
requerido para o banco realizar uma recuperao efetiva. A adsoro do surfactante pela rochareservatrio e a disperso do material micelar tende a destruir o banco. Um banco com tamanho
equivalente a cerca de 10% do volume poroso geralmente o mximo economicamente vivel.
proporo que o banco varre atravs da formao, ele desloca 100% do leo contatado
atravs de um deslocamento miscvel. Conforme foi discutido anteriormente, a eficincia de varrido
horizontal de um processo de deslocamento controlada pela razo de mobilidades. Uma das
caractersticas no uso de solues micelares a habilidade para ajustar a sua viscosidade. Isso pode
ser feito economicamente pela alterao da composio micelar, variando portanto a sua mobilidade. A mobilidade do banco micelar reduzida at que se iguale ou seja menor que a mobilidade
total do banco de leo-gua, sendo que esta a soma das mobilidades do leo e da gua que fluem,
isto ,
k
k
M t o+ w = o + w .
(15.21)
o w
15-54
Aplicao
A injeo de soluo micelar provavelmente aplicvel a muitos reservatrios onde tem
sido usada com sucesso a injeo de gua. aplicvel a reservatrios de arenitos mas sua aplicao
limitada em reservatrios de carbonato ou onde a gua do reservatrio contenha ions de clcio ou
magnsio em excesso, pois a adsoro de surfactante alta nesse tipo de reservatrio.
O processo de injeo de soluo micelar melhor aplicado a reservatrios com leos de
o
API mdio. Reservatrios com leo de baixo oAPI provavelmente resultariam em projetos antieconmicos, j que um leo de oAPI baixo, de alta viscosidade, exigiria um aumento considervel da
viscosidade do banco de polmero e da soluo micelar para se obter uma razo de mobilidades
favorvel, provocando portanto um aumento de custos.
O processo micelar tecnicamente aplicvel para recuperao secundria ou terciria. Se
usado para recuperao secundria, ele elimina um conjunto de custos operacionais. No entanto, ele
deve ainda ser justificado economicamente em funo do incremento de leo que ser recuperado
em relao injeo de gua.
Vantagens
A soluo micelar seguida por um banco de polmeros um fluido deslocante ideal. Ela
proporciona a alta eficincia de deslocamento dos mtodos miscveis e a boa eficincia de varrido
da injeo de gua. O controle de mobilidade, quando se usa esse processo, permite a otimizao do
varrido areal. A operao de campo pouco diferente de uma injeo de gua, exceto pela adio do
equipamento de mistura e filtrao. Nas primeiras experincias de injeo de soluo micelar a
adsoro de surfactante rocha-reservatrio reduziu o processo a uma injeo de gua convencional. Solues micelares com surfactantes e eletrlitos adequados limitam o problema da adsoro.
Desvantagens
A principal desvantagem so as grandes quantidades necessrias de produtos qumicos de
alto custo. Grandes gastos devem ser feitos muito cedo na vida do projeto, a maioria no seu primeiro
ano, para compra dos produtos qumicos e, principalmente, da planta de injeo da soluo. O
investimento em produtos qumicos uma funo do volume poroso, portanto as grandes despesas
so fixas. A receita baseada em dois parmetros difceis de determinar: a saturao de leo no
reservatrio e a quantidade de leo que a soluo micelar ir recuperar.
15-55
Quando a injeo de soluo micelar segue uma injeo de gua bastante avanada, s gua produzida durante 1,5 a 2 anos, dependendo da saturao residual de leo e do tamanho da
malha do projeto. Se a qualidade dessa gua probe o seu uso na mistura com solues micelares e
de polmero, a gua deve ser descartada durante o perodo de mistura.
Consideraes econmicas
Nas primeiras aplicaes foram freqentemente usadas solues leo-externa com alto teor
de hidrocarbonetos. Posteriormente a tendncia passou a ser a preparao de solues com muito
menos leo para reduzir seus custos. O lucro de um projeto varia com a saturao residual de leo, o
preo do leo, o custo das micelas e a recuperao esperada. Uma recuperao de 60% pode ser
atingida em um reservatrio de arenito uniforme com boas caractersticas, enquanto uma recuperao de 40% pode ser obtida em arenitos razoavelmente heterogneos.
Quanto ao tamanho das malhas, h algumas vantagens para malhas menores, j que elas reduzem o risco de disperso dos bancos de micelas e polmeros, e encurta o tempo requerido para
haver resposta de leo. Em reservatrios rasos a perfurao de novos poos pode melhorar o lucro
mas proporo que a profundidade aumenta o infill drilling torna-se antieconmico.
Na maioria dos projetos a saturao residual de leo aps a injeo de gua ter que estar
ao menos entre 25% e 30% do volume poroso para tornar um projeto de injeo de soluo micelar
economicamente atrativo.
Aplicao
Os reservatrios candidatos aplicao do processo ASP devem, preferencialmente, atender aos seguintes requisitos:
15-56
Litologia: arenito;
Injetividade adequada;
Vantagens e desvantagens
Em termos tcnicos este mtodo apresenta as mesmas vantagens e desvantagens da injeo
de soluo micelar.
15-57
15.6. Problemas
Problema 15.1 Com referncia Figura 15.9, provar que a composio final (Z) da mistura de
duas outras substncias (X e Y) est sobre o segmento de reta que une os pontos X e Y.
15-58
Problema 15.2 Os pontos R1, R2 e R3 da Figura 15.32 representam as composies dos fluidos
contidos em trs reservatrios diferentes. Que mtodo de deslocamento miscvel seria mais econmico para cada um desses reservatrios, do ponto de vista do custo do fluido injetado?
Reservatrio
R1 (
R2 (
R3 (
Mtodo
(1) GLP
(2) Gs seco a alta presso
(3) Gs enriquecido
(4) gua
(5) Nenhum
)
)
)
C1
R3
R2
R1
C2 C6
C7+
Figura 15.32 Diagrama ternrio - Problema 15.2.
Respostas:
Reservatrio
R1 ( 2 )
R2 ( 3 )
R3 ( 5 )
Problema 15.3 Considere a Figura 15.32 do Problema 15.2. Caso se desejasse conseguir miscibilidade condicional injetando gs enriquecido no reservatrio R2, qual deveria ser a faixa de variao
do teor de C2C6 no gs injetado?
Resposta: entre 40 e 55%
15-59
Fluido total
Fase lquida
Fase gasosa
C1
C2C6
C7+
C1
C2C6
C7+
C1
C2C6
C7+
50
36
58
55
40
58
35
43
0
4
12
20
32,5
32
45
42
50
60
30
25
27,5
10
20
15
26
24
22,5
21
23,5
27,5
35
43
0
4
12,5
26
37,5
44
45
42
74
72
65
53
39
28,5
20
15
93
89
83
77
69
60
52
43
0
4
10
16
23
31,5
37
42
7
7
7
7
8
8,5
11
15
15-60
(c)
Item
Processo
Deslocamento
c1
Vaporizao
Imiscvel
c2
Condensao
Imiscvel
c3
Condensao
Miscvel
C2C6
C7+
76,3
Gs
16,7
7,0
26,2
Lquido
42,7
31,1
43,0
Lquido
42,0
15,0
(d)
(d1) nL = 127 mol-kg
(d2) nL = 110 mol-kg
(d3) nL = 0
Problema 15.5 Considere os reservatrios cujas caractersticas esto mostradas na Tabela 15.4.
Qual o mtodo especial de recuperao secundria mais indicado para cada um desses reservatrios?
Reservatrio
(
(
(
(
)
)
)
)
Mtodo
Injeo de gs seco a alta presso
Injeo de gs enriquecido
Combusto in-situ direta
Injeo de polmeros
Reservatrios
Caractersticas
Grau API do leo
Profundidade (m)
Espessura (m)
Mergulho da camada (grau)
Permeabilidade (md)
Coeficiente de variao da permeabilidade
Razo de mobilidades gua/leo
Presso do reservatrio (kgf/cm2)
16
122
122
1
100
0,2
20
21
42
915
122
8
20
0,2
0,1
246
16
122
61
1
200
0,8
20
21
35
762
12
5
50
0,2
0,8
141
15-61
Respostas:
Reservatrio
(
(
(
(
B
D
A
C
Mtodo
Injeo de gs seco a alta presso
Injeo de gs enriquecido
Combusto in-situ direta
Injeo de polmeros
)
)
)
)
(b) maior
(c) maior
(d) reversa
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Artigo tcnico
Figura
Pgina
40
42
58
84
66
10
68
11
71
12
114
20
24
24
46
25
49
19
54
14
44
15
46
0-65
Apndice A
P ROPRIEDADES F SICAS DE H IDROCARBONETOS
1
E O UTRAS S UBSTNCIAS
Densidade do lquido
(60oF/60oF)
Densidade do gs
a 60 oF e 14,7 psia (ar = 1)
Fator de compressibilidade
crtico (Zc)
Metano
CH4
Etano
C2H6
Propano
C3H8
n-Butano C4H10
i-Butano
C4H10
n-Pentano C5H12
i-Pentano C5H12
n-Hexano C6H14
n-Heptano C7H16
n-Octano C8H18
n-Nonano C9H20
n-Decano C10H22
Hidrognio
H2
Nitrognio
N2
Oxignio
O2
Ar
N2O2
Sulfeto de
H2S
Hidrognio
Dixido de
CO2
Carbono
gua
H2O
Massa molecular
Frmula
Substncia
16,042
30,068
44,094
58,120
58,120
72,146
72,146
86,172
100,198
114,224
128,250
142,276
2,016
28,016
32,000
28,966
673,1
708,3
617,4
550,7
529,1
489,5
483,0
439,7
396,9
362,1
345,0
320,0
188,0
492,0
730,0
547,0
116,5
90,09
206,26
305,62
274,96
385,92
370,00
454,50
512,62
565,2
613,0
655,0
399,8
232,8
181,8
221,3
0,0993
0,0787
0,0730
0,0704
0,0725
0,0690
0,0685
0,0685
0,0682
0,0682
0,0673
0,0671
0,5168
0,0515
0,0373
0,0517
0,25
0,40
0,5077
0,5844
0,5631
0,63116
0,62476
0,66405
0,68819
0,70677
0,72171
0,73413
2,5
2,9696
4,224
4,863
4,685
5,2528
5,1995
5,5271
5,7284
5,8833
6,0079
6,1140
6,7481
18,701
22,214
31,600
36,378
35,046
39,294
38,895
41,346
42,851
44,010
44,942
45,736
50,479
0,555
1,046
1,547
2,071
2,067
2,4906
2,4906
2,9749
3,4591
3,9432
4,4275
4,9118
0,0696
0,9672
1,1047
1,0000
0,289
0,285
0,276
0,274
0,283
0,268
0,268
0,264
0,259
0,258
34,076
1.306,0
212,7
0,0461
0,79
6,58
49,222
1,1764
44,010
1.073,0
88,0
0,0348
0,8159
6,802
50,882
1,5194
18,016
3.206,0
705,4
0,0400
1,000
8,337
62,365
0,6220
Fonte: Katz, D. L.; Cornell, D.; Kobayashi, R.; Poettmann, F. H.; Vary, J. A.; Elenbaas, J. R. & Weinaug, C. F. Handbook
of Natural Gas Engineering. New York, McGraw-Hill Book Company, 1959.
Apndices
Apndice B
F ATOR DE C OMPRESSIBILIDADE Z DO G S
N ATURAL
Introduo
Em muitas solues de problemas da engenharia de petrleo usada a equao de comportamento dos gases, como, por exemplo, nas estimativas de reservas de gs, nos estudos de comportamento de reservatrios, nos clculos de gradientes de presso de gs em poos e nos clculos de
vazes de gs na superfcie. A equao bsica que expressa o comportamento ideal dos gases dada
por:
pV = nRT .
(B.1)
(B.2)
Mtodo de Obteno de Z
O aparecimento do teorema dos estados correspondentes, que foi proposto por van der
Waals (1873), possibilitou a criao de bacos universais para a obteno do fator de compressibilidade Z. Segundo esse teorema, todos os gases exibem o mesmo comportamento quando submetidos
s mesmas condies de presso, temperatura e volume reduzidos. O termo reduzido traduz a razo
entre a varivel e o seu valor crtico:
p
pr =
,
(B.3)
pc
T
Tr =
(B.4)
Tc
Vr =
V
,
Vc
(B.5)
onde pr, Tr e Vr so, respectivamente, a presso, a temperatura e o volume reduzidos, enquanto pc, Tc
e Vc so a presso, a temperatura e o volume crticos.
Para o caso de misturas, ao invs das coordenadas reduzidas definem-se as chamadas coordenadas pseudoreduzidas:
p
,
p pr =
(B.6)
p pc
T pr =
T
T pc
(B.7)
V pr =
V
,
V pc
(B.8)
Apndices
Figura B.1 Fator de compressibilidade Z para gases naturais (Standing & Katz, 1942). Reproduzida de
Theory and Practice of the Testing of Gas Wells, Copyright 1978, com permisso de Energy Resources
Conservation Board (Canad).
Coordenadas Pseudocrticas
Para a determinao das coordenadas pseudoreduzidas do gs natural (ppr, Tpr e Vpr), ao invs das coordenadas crticas reais, que so de difcil obteno no caso de misturas, geralmente so
usadas as coordenadas pseudocrticas. Estas podem ser calculadas atravs da mdia ponderada das
coordenadas crticas de cada componente com sua frao molar na mistura:
nc
p pc = yi pci
(B.9)
i =1
e
nc
T pc = yi Tci ,
(B.10)
i =1
onde ppc e Tpc so, respectivamente, a presso e a temperatura pseudocrticas, yi a frao molar do
componente i na mistura e nc o nmero de componentes.
As Eqs. (B.9) e (B.10) fornecem valores aceitveis para as coordenadas pseudocrticas (erro da ordem de 2 a 3%) quando as misturas so formadas por gases com estruturas qumicas
similares e baixos pesos moleculares. No entanto, quando os componentes diferem muito em termos
de pesos moleculares e naturezas qumicas, os valores das coordenadas pseudocrticas obtidos das
Eqs. (B.9) e (B.10) podem conter erros significativos. Vrios mtodos empricos foram desenvolvidos na tentativa de obter valores mais representativos para as coordenadas pseudocrticas. Satter &
Campbell (1963) publicaram um artigo onde apresentaram muitos desses mtodos. Dentre eles, o
mtodo SBV desenvolvido por Stewart, Burkhardt & Voo (1959), apesar de ser mais simples que
muitos outros mtodos, foi o que apresentou melhores resultados. Nesse mtodo, as coordenadas
pseudocrticas so determinadas pelas equaes:
J=
1 nc
2 nc
yi (Tc / pc )i + yi
3 i =1
3 i =1
nc
K = yi Tc / pc
i =1
T pc ( o R) =
K2
J
(Tc / pc )i
),
i
(B.11)
(B.12)
(B.13)
T pc
(B.14)
,
J
onde as temperaturas so usadas em oR e as presses em psia.
Infelizmente, nem sempre a composio do gs est disponvel para a determinao das
coordenadas pseudocrticas. Neste caso podem ser correlacionadas a presso e a temperatura
pseudocrticas da mistura gasosa com a sua densidade, dg, medida em relao ao ar. Brown et alii
(1948) apresentaram uma carta, mostrada na Figura B.2, que fornece as coordenadas pseudocrticas
para gs natural em funo da densidade.
Na Figura B.2 as curvas superiores referem-se a reservatrios que produzem basicamente
gases pobres, enquanto as curvas inferiores so aplicveis aos casos em que alguma quantidade de
condensado produzida na superfcie.
p pc ( psia) =
Apndices
Figura B.2 Correlaes para as coordenadas pseudocrticas dos gases naturais. Figura de Brown, G. G; Katz,
D. L; Oberfell, G. G. & Alden, R. C.: Natural Gasoline and the Volatile Hydrocarbons. Tulsa, Oklahoma,
USA, Copyright 1948, Natural Gas Association of America. Reproduzida de Fundamentals of Reservoir
Engineering, Dake, L. P., page 18, Copyright 1978, Elsevier Scientific Publishing Company. Reproduzida
com permisso de Gas Processors Suppliers Association e de Elsevier Scientific Publishing Company.
As curvas da Figura B.2 podem tambm ser expressas pelas equaes apresentadas por
Standing (1951):
(B.15)
(B.16)
(B.17)
(B.18)
(B.19)
(B.20)
d HC =
(B.21)
(B.22)
(B.23)
onde a presso ppcHC usada em psia e a temperatura TpcHC em oR. Finalmente, as coordenadas
pseudocrticas calculadas pelas Eqs. (B.22) e (B.23) so ajustadas pelas equaes:
( o R) = T pcM
T pc
(B.24)
ppc ( psia ) =
onde:
p pcM (T pcM )
T pcM + y H 2 S (1 y H 2 S )
(B.25)
Apndices
(B.26)
Figura B.3 Propriedades pseudocrticas dos gases naturais (Brown et alii, 1948 Correes propostas por
Carr et alii, 1954). Extrada de Theory and Practice of the Testing of Gas Wells, Copyright 1978, ERCB.
Reproduzida com permisso de Gas Processors Suppliers Association e de Energy Resources Conservation
Board (Canad).
10
Apndices
O fator de compressibilidade Z da mistura gasosa obtido da carta de Standing & Katz (Figura B.1) em funo das coordenadas pseudoreduzidas, ou sejam:
p
p pr =
(B.27)
p pc
e
T pr =
T
T pc
(B.28)
p pr =
p
ppc
(B.29)
T pr =
T
.
T pc
(B.30)
Z = A+
1 A
+ Cp D
pr ,
exp B
(B.31)
onde:
(B.32)
0,066
0,32
B = (0,62 0,23T pr ) p pr +
0,037 p 2pr + 9(T 1) p 6pr
T pr 0,86
10 pr
(B.33)
(B.34)
(B.35)
Os intervalos de aplicabilidade da Eq. (B.31) so 1,2 < Tpr < 2,4 e 0 < ppr < 13, com erro
mximo de 3,93% em relao aos valores de Z obtidos da carta de Standing & Katz (Figura B.1).
11
1+ y + y 2 y3
(1 y ) 3
(B.36)
y + y2 + y3 y4
(1 y ) 3
(B.37)
A Eq. (B.37) uma equao no-linear e pode ser resolvida pelo mtodo iterativo de Newton-Raphson. Inicialmente arbitra-se um valor para y, denominado y0. Substituindo-se este valor na
Eq. (B.37) determina-se F0. O novo valor de y estimado por:
F
y = y0 0 ,
(B.38)
F0
onde F' a derivada de F em relao a y, isto ,
dF
.
dy
(B.39)
Utilizando-se a Eq. (B.38) o processo repetido at que seja aceitvel a diferena entre dois valores
consecutivos de y. O valor de F' pode ser obtido derivando-se a Eq. (B.37), resultando em:
1+ 4 y + 4 y 2 4 y3 + y 4
F
(29,4t 19,52t 2 + 9,16t 3 ) y +
(1 y ) 4
(B.40)
A
A
A
A
A
A
A
A
Z = 1 + A1 + 2 + 33 + 44 + 55 r + A6 + 7 + 82 2r A9 7 + 82 5r +
Tr Tr Tr
Tr Tr
Tr
Tr Tr
(B.41)
2
2 r
2
+ A10 (1 + A11 r ) 3 exp( A11 r ),
Tr
onde a massa especfica, r a massa especfica reduzida, obtida da equao de estado dos gases
reais:
12
Apndices
r =
Z c pr
,
ZTr
(B.42)
e
A1 = 0,3265
A2 = 1,0700
A3 = 0,5339
A4 = 0,01569
A5 = 0,05165
A6 = 0,5475
A7 = 0,7361
A9 = 0,1056
A11 = 0,7210.
A8 = 0,1844
A10 = 0,6134
Substituindo-se a Eq. (B.42) na Eq. (B.41) obtm-se uma equao implcita em Z, que pode
ser resolvida pelo mtodo de Newton-Raphson. H, entretanto, problemas de convergncia na
soluo, que foram contornados pelos autores do mtodo e so descritos no artigo original.
Os intervalos de aplicabilidade so de 1,0 < Tr < 3,0 e 0,2 < pr < 30 ou 0,7 < Tr < 1,0 e
pr < 1,0, com erro absoluto mdio de 0,6%. Para gases naturais, a temperatura e a presso reduzidas
devem ser substitudas pelas correspondentes coordenadas pseudoreduzidas.
Bibliografia
Brill, J. P. & Beggs, H. D.: Two-Phase Flow in Pipes. INTERCOMP Course, The Hague, 1974.
Brown, G. G; Katz, D. L; Oberfell, G. G. & Alden, R. C.: Natural Gasoline and the Volatile Hydrocarbons. Tulsa, Oklahoma, USA, Natural Gas Association of America, 1948.
Carnahan, N. F. & Starling, K. E.: J. Chem. Phys., 51: 635, 1969.
Carr, N. L.; Kobayashi, R. & Burrows, D. B.: Viscosity of Hydrocarbon Gases Under Pressure. Trans.
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Energy Resources Conservation Board.: Theory and Practice of the Testing of Gas Wells. Calgary,
Alberta, Canada, 1978. (Third edition, Second printing.)
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Kay, W. B.: Density of Hydrocarbon Gases and Vapors at High Temperature and Pressure. Ind. Eng.
Chem., 1014-1019, Sept. 1936.
Satter, A. & Campbell, J. M.: Non-Ideal Behavior of Gases and their Mixtures. SPEJ, 333-347, Dec.
1963.
13
Standing, M. B.: Volumetric and Phase Behavior of Oil Field Hydrocarbon Systems. Dallas, TX, USA,
SPE of AIME, 1951. (9th printing, 1981.)
Standing, M. B. & Katz, D. L.: Density of Natural Gases. Trans. AIME, 146: 140-149, 1942.
Stewart, W. F.; Burkhardt, S. F. & Voo, D.: Prediction of Pseudocritical Parameters for Mixtures. In:
AIChE Meeting. Kansas City, MO, USA, May 18, 1959.
Takacs, G.: Comparisons Made for Computer Z-Factor Calculations. Oil and Gas J., 62, Dec. 1976.
Nardelli, T.: Fator de Compressibilidade Z do Gs Natural. Salvador, Bahia, Brasil,
PETROBRAS/SEREC/CEN-NOR. (Apostila.)
van der Waals, J. D.: Continuity of the Gaseous and Liquid State of Matter. Leiden, 1873. (Thesis.)
Wichert, E. & Aziz, K.: Calculate Zs for Sour Gases. Hyd. Proc., 119-112, May 1972.
Yarborough, L. & Hall, K. R.: How to Solve Equation of State for Z-Factor Calculations. Oil and Gas
J., 86-88, Feb. 1974.
14
Apndices
Apndice C
F ATOR DE C OMPRESSIBILIDADE Z PARA R ESERVATRIO DE G S C ONDENSADO R ETRGRADO
Introduo
A correlao de Standing & Katz (1942) para o fator de compressibilidade Z s vlida
para reservatrios de gs seco. Experincias com reservatrios de gs condensado retrgrado
mostraram que h desvio de comportamento abaixo da presso de orvalho do gs. Nesse caso deve
ser utilizado um fator de compressibilidade que leve em conta a presena das duas fases.
O fator de compressibilidade Z usado na equao de balano de materiais para estimar o
volume original de reservatrios de gs. Esta prtica s aceitvel para reservatrios de condensado
retrgrado se o gs for pobre (pequena quantidade de lquido formada no reservatrio). Se o gs for
rico, a reserva poder ser subestimada caso no seja utilizado o fator de compressibilidade para duas
fases (Moses, 1986).
A1 = 0,0375281
A2 = 3,56539
A3 = 0,000829231
A4 = 1,53428
A5 = 0,131987.
A soma dos coeficientes da Eq. (C.1) 0,308 e pode ser interpretada como sendo o fator de
compressibilidade crtico. Os coeficientes foram obtidos utilizando, para ajuste, 67 amostras com
frao de C7+ superior a 4% e percentagem de impurezas, H2S e CO2, menor que 5% em mol, com
um total de 478 pontos de anlise, que apresentaram um erro absoluto mdio de 3,38%. Mesmo para
percentagem de impurezas maior que 5% a correlao mostrou ser vlida.
15
Portanto, para se determinar o fator de compressibilidade duas fases Z2f deve ser seguido o
seguinte procedimento:
Se a concentrao de C7+ for superior a 4% ou a densidade do fluido produzido for maior que
0,911 utilizar a Eq. (C.1) para determinar Z2f.
Coordenadas Pseudocrticas do C 7 +
As coordenadas crticas (pc e Tc) dos componentes puros do gs natural so facilmente encontradas na literatura. Para a frao C7+, no entanto, essas propriedades devem ser estimadas. As
equaes de Kesler & Lee (1976) podem ser usadas para a estimativa das coordenadas pseudocrticas da frao C7+. A presso pseudocrtica dada pela expresso:
A
A
A
A
A
(C.2)
A9 3
10
10 A8 + 2 Tb ,
d
onde d a densidade da frao C7+ em relao gua, Tb a temperatura normal de ebulio (R) da
frao C7+ e os coeficientes da equao so:
A0 = 8,3634
A1 = 0,0566
A2 = 0,24244
A3 = 2,2898
A4 = 0,11857
A5 = 1,4685
A6 = 3,648
A7 = 0,47227
A8 = 0,42019
A9 = 1,6977.
A temperatura pseudocrtica estimada pela equao:
T pc ( o R) = 341,7 + 811d + (0,4244 + 0,1174d )Tb + (0,4669 3,2623d )10 5 / Tb .
(C.3)
(C.4)
16
Apndices
(C.5)
(C.6)
1 nc
2 nc
J = yi (Tc / pc )i + yi
3 i =1
3 i =1
nc
K = yi Tc / pc
i =1
T pc ( o R) =
(Tc / pc )i ,
),
(C.7)
(C.8)
K2
J
(C.9)
T pc
(C.10)
,
J
onde yi representa a frao molar do componente i na mistura, a temperatura usada em oR e a
presso em psia. Em avaliaes posteriores este mtodo tem mostrado resultados mais satisfatrios
do que outros que incluem at regras mais complicadas. Alm dos prprios autores, Satter &
Campbell (1963) observaram, no entanto, que a preciso do mtodo SBV decresce com as presenas
de gs carbnico e de gs sulfdrico na mistura.
Apesar do mtodo SBV apresentar resultados satisfatrios, para concentraes mais elevadas da frao C7+ h uma tendncia de desvio. Melhoras significativas podem ser obtidas no clculo
do fator Z se esses desvios forem minimizados. Para isso aconselham-se os seguintes ajustes para os
termos J e K das Eqs. (C.7) e (C.8):
p pc ( psia ) =
J = J J
(C.11)
K = K K .
(C.12)
Os termos J e K foram obtidos utilizando-se regresso mltipla em dados de misturas contendo at 14,27% da frao C7+, e so determinados pelas equaes:
FJ =
1
[y(Tc / pc )] C7+ + 2 y (Tc / pc )
3
3
2
C7 +
(C.13)
(C.14)
17
] (T /
c
pc
C7 +
(C.15)
( o R) = T pc
T pc
(C.16)
ppc ( psia ) =
p pc (T pc )
(C.17)
T pc + y H 2 S (1 y H 2S )
onde:
(C.18)
(C.20)
(C.21)
Bibliografia
Kesler, M. G. & Lee, B. I.: Improve Prediction of Enthalpy of Fractions. Hyd. Proc., 153-158,
March 1976.
18
Apndices
Moses, P. L.: Engineering Applications of Phase Behavior of Crude Oil and Condensate Systems.
JPT, 715-723, July 1986.
Rayes, D. G.; Piper, L. D.; MacCain, W. D., Jr. & Poston, S. W.: Two-Phase Compressibility
Factors for Retrograde Gases. SPE Formation Evaluation, 87-92, March 1992.
Satter, A. & Campbell, J. M.: Non-Ideal Behavior of Gases and their Mixtures. SPEJ, 333-347, Dec.
1963.
Standing, M. B. & Katz, D. L.: Density of Crude Oils Saturated with Natural Gases. Trans. AIME,
146: 159, 1942.
Stewart, W. F.; Burkhardt, S. F. & Voo, D.: Prediction of Pseudocritical Parameters for Mixtures.
In: AIChE Meeting. Kansas City, MO, USA, May 18, 1959.
Sutton, R. P.: Compressibility Factors for High-Molecular-Weight Reservoir Gases. In: SPE Annual
Technical Conference and Exhibition, 60. Las Vegas, NV, USA, Sept. 22-25, 1985. (SPE
14265.)
Nardelli, T.: Fator de Compressibilidade Z para Reservatrio de Condensado Retrgrado.
Salvador, Bahia, Brasil, PETROBRAS/SEREC/CEN-NOR. (Apostila.)
Whitson, C. H.: Effect of Physical Properties Estimation on Equation-of-State Predictions. In: SPE
Annual Technical Conference and Exhibition, 57. New Orleans, LA, USA, Sept. 26-29, 1982.
(SPE 11200.)
Wichert, E. & Aziz, K.: Calculate Zs for Sour Gases. Hyd. Proc., 119-112, May 1972.
19
Apndice D
P RESSO DE O RVALHO PARA G S N ATURAL
A presso de orvalho para gs natural condensado, como uma funo da composio e da
temperatura, pode ser estimada pela correlao de Nemeth & Kennedy (1967):
z C1
+ A4T + x C A5 + A6 xC + A7 x C2 +
+ A2 d C7 + + A3
7+
7+
7+
z C + 0,002
7+
(D.1)
+ y C7 + A8 + A9 y C7 + + A10 y C2 7 + + A11 ,
(D.2)
M C7+
(D.3)
d C7+ + 10 4
e:
A1 = 2,0623054
A2 = 6,6259728
A3 = 4,467055910
A4 = 1,0448346104
A6 = 3,6453277103
A5 = 0,032673714
A7 = 7,4299951105
A9 = 6,247649710
A11 = 10,746622.
A8 = 0,11381195
A10 = 1,0716866106
Bibliografia
Nardelli, T.: Presso de Orvalho para Gs Natural. Salvador, Bahia, Brasil, PETROBRAS/
SEREC/CEN-NOR. (Apostila.)
Nemeth, L. K. & Kennedy, H. J.: A Correlation of Dew Point Pressure with Fluid Composition and
Temperature. SPEJ, 99-104, June 1967.
20
Apndices
Apndice E
S OLUES C LSSICAS DA E QUAO DA
D IFUSIVIDADE F LUXO L INEAR
Regime Permanente
A equao da difusividade para fluxo linear permanente foi deduzida no Captulo 3 (Eq.
3.118) e representada pela expresso:
d2 p
d x2
=0 ,
(E.1)
d2p d d p
=0 ,
=
d x 2 d x d x
(E.2)
cuja soluo :
dp
= C1 ,
dx
onde C1 uma constante. Da integrao desta equao resulta:
p( x) = C1 x + C2 ,
(E.3)
(E.4)
x = L p ( x ) = pe ,
obtm-se:
pw = C10 + C2 C2 = pw
(E.6)
pe p w
(E.7)
.
L
Portanto, a soluo da equao da difusividade para fluxo linear permanente, Eq. (E.4), dada por:
p pw
(E.8)
p( x) = p w + e
x.
L
pe = C1 L + pw C1 =
21
Regime Pseudopermanente
A equao da difusividade para fluxo linear pseudopermanente representada pela expresso (Eq. 3.138):
q
2 p
= w ,
k LA
x2
(E.9)
q
2 p p
= w .
=
kL A
x 2 x x
(E.10)
ou ainda:
=
= w ,
x x x
k LA
(E.11)
p
q
= w x + C1 .
x
kL A
Y=
x = L x = 0.
(E.12)
(E.13)
x=L
p
=0 ,
x
(E.14)
obtm-se:
qw
q
L + C1 = 0 C1 = w .
kLA
kA
(E.15)
Ento,
p
q
q
= w x+ w ,
x
k LA
kA
(E.16)
p( x) =
q w x 2 q w
+
x + C2 .
k LA 2
kA
(E.17)
x = 0 p( x) = pw C2 = pw .
(E.18)
Desse modo:
p( x) = pw
ou
q w x 2 q w
+
x
kLA 2
kA
(E.19)
22
Apndices
p ( x) = p w
2
q wL 1 x x
.
kA 2 L L
(E.20)
Regime Transiente
A equao da difusividade para fluxo linear transiente e as condies inicial e de contorno
so dadas pelas Eqs. (3.147) a (3.150):
2 p ct p 1 p
.
=
=
k t
t
x2
(E.21)
p( x,0) = pi , x > 0.
(E.22)
p
q
= w , t > 0.
x x=0 kA
(E.23)
lim p( x,t ) = pi .
(E.24)
Condio inicial:
Condio de contorno interna:
A soluo para fluxo linear, regime transiente, uma equao do tipo p(x,t), para a qual define-se uma funo f() de tal modo que:
q
p( x,t ) = pi w xf ( ) ,
(E.25)
kA
onde dada pela seguinte transformao:
( x,t ) =
x
4t
2 p
x
q w d
df
f +
kA d x
d
(E.26)
q d df
d2f
= w
2
+
kA d x d
d2
(E.27)
(E.28)
q d f
p
= w x
.
t
kA d t
Os termos /x e /t so obtidos a partir da Eq. (E.26):
=
=
x
4t x
e
(E.29)
(E.30)
1
=
t
2t
23
.
2t
(E.31)
q
p
df
,
= w f +
x
kA
d
(E.32)
x
4t
Ento,
q df
2 p
d2 f
2
= w
+
2
k A x d
x
d2
(E.33)
p qw x d f
=
.
t
k A 2t d
Substituindo as Eqs. (E.33) e (E.34) na equao da difusividade, Eq. (E.21), resulta em:
q df
d 2 f 1 qw x d f
2
=
w
+
kA x d
d 2 kA 2t d
ou, aps simplificao:
df
d2 f 2
+ + 2
=0 .
2
(E.34)
(E.35)
(E.36)
df
= + 2 d ,
(E.37)
ln f = 2 ln 2 + C1 ,
(E.38)
cujo resultado :
ou ainda:
2
e
f = C2 2 ,
(E.39)
onde C 2 = e C1 .
Para que se possa integrar a Eq. (E.39), obtendo-se assim a funo f que vai compor a soluo, necessrio que os limites de integrao sejam definidos. Deve-se portanto retornar s condies inicial e de contorno para uma anlise. Tanto a condio inicial como a condio de contorno
externa so satisfeitas quando f() igual a zero. Observando a Eq. (E.26) verifica-se que tanto no
caso de t = 0, que a condio inicial, como no caso de x , condio de contorno externa,
. Dessa forma, as duas condies se reduzem a f() = 0.
Substituindo na condio de contorno interna o termo p/x pelo seu equivalente encontrado na Eq. (E.27) e lembrando que de acordo com a Eq. (E.26), para x = 0, = 0, obtm-se:
q
q
w [ f () + f () ]=0 = w .
(E.40)
kA
kA
Dessa forma a condio de contorno interna se transforma em:
[ f () + f () ]=0 = 1 .
(E.41)
24
Apndices
ez
f () = C 2 2 dz ,
z
(E.42)
onde z apenas uma varivel muda de integrao. O limite inferior escolhido de modo que f()
seja igual a zero. A integrao por partes da Eq. (E.42) produz:
2
2
f () = C 2 e 2 e z dz .
(E.43)
2
1 2
e
2 e z dz + C 2 2
= 1 ,
C2 e
14
444244443 1
424
3
()
f
f
(
=0
(E.44)
de onde se obtm:
0
2C 2 e z d z = 1 .
(E.45)
Porm,
z2
dz =
.
2
(E.46)
(E.47)
Ento:
C2 =
Logo:
2
2
1 e
2
f ( ) =
ez d z .
(E.48)
erfc() =
z2
dz .
(E.49)
f ( ) =
1 e
erfc( ) .
(E.50)
Desse modo, a soluo da equao da difusividade para fluxo linear, regime transiente, dada por:
x
q 4 t
p( x,t ) = pi w
exp x 2 /(4t ) x erfc
(E.51)
4t
kA
ou ainda:
25
p( x,t ) = pi
q w L
kA
4 t
x
exp x 2 /(4t ) erfc
L
L
,
4 t
x
(E.52)
erfc() = 1 erf () ,
(E.53)
onde erf() a funo erro do argumento , a qual pode ser encontrada em manuais de tabelas e
frmulas matemticas.
26
Apndices
Apndice F
S OLUES C LSSICAS DA E QUAO DA
D IFUSIVIDADE F LUXO R ADIAL
Regime Permanente
A equao da difusividade para fluxo radial permanente dada pela expresso (Eq. 3.171):
1 d dp
r
=0,
(F.1)
r d r d r
que pode ser simplificada para:
d dp
r
= 0 .
d r dr
(F.2)
dp
= C1 ,
dr
(F.3)
r
de onde se escreve que:
dr
.
r
Integrando-se a Eq. (F.4) chega-se a uma expresso da presso como uma funo de r:
d p = C1
p(r ) = C1 lnr + C2 .
(F.4)
(F.5)
A substituio das condies de contorno, dadas pela Eq. (3.172), na Eq. (F.5) resulta no
sistema a seguir:
pw = C1 lnrw + C2
,
(F.6)
pe = C1 lnre + C2
de onde podem ser determinadas as constantes C1 e C2:
p p
C1 = e w
ln(re / rw )
e
p +p
pe p w
C2 = e w
ln (re rw ) .
2
2 ln(re / rw )
(F.7)
(F.8)
27
p(r ) =
pe p w
p +p
pe p w
ln r + e w
ln (re rw ) .
ln(re / rw )
2
2 ln(re / rw )
(F.9)
Aps manipulaes algbricas a Eq. (F.9) tambm pode ser escrita como:
pe p w
ln(r / rw ) .
ln(re / rw )
p(r ) = pw +
(F.10)
Regime Pseudopermanente
A equao da difusividade para fluxo radial pseudopermanente dada por (Eq. 3.194):
q
p
r
= w 2 r .
(F.11)
r r
kre h
Definindo-se:
p
=Y ,
r
(F.12)
q
Y
= w2 r ,
r
k re h
(F.13)
r
tem-se:
Y=
qw
2kre2 h
r2 +C .
(F.14)
(F.15)
(F.16)
(F.17)
(F.18)
Integrando-se a Eq. (F.18) entre o poo e um ponto qualquer do meio poroso obtm-se a expresso:
p
q w r
p = 2k r 2 h r r + 2k h r ,
e
p
r
w
qw
(F.19)
rw
cujo resultado :
p pw =
r
qw r 2
rw2
2 2 ln .
2k h 2re
2re
rw
(F.20)
28
Apndices
Como o raio do poo muito menor que o raio do reservatrio, pode-se fazer a simplificao:
rw2
2re2
0,
(F.21)
p(r ) = pw +
qw r
ln
2k h rw
r2
2 .
2re
(F.22)
Pode-se obter uma equao que relacione a presso no poo e o tempo de produo. O
meio poroso, que inicialmente tinha uma presso pi, ao produzir durante um perodo de tempo t tem
a sua presso mdia reduzida para um valor p , que pode ser calculada por meio da equao da
compressibilidade:
1 V
,
ct =
(F.23)
V p
onde:
V = qw t
(F.24)
V = V p = re2 h
(F.25)
p = p pi
a variao da presso mdia decorrente da produo. Assim,
qw t
p = pi
.
ct re2 h
(F.27)
A presso mdia pode ser calculada tambm a partir da equao da presso, atravs de uma
mdia ponderada:
p=
re
re
rw
rw
p dV
dV
onde dV = 2r(dr)h e a presso p dada pela Eq. (F.22). O resultado da Eq. (F.28) :
q r 3
p = pw + w ln e .
2k h rw 4
Igualando-se as equaes (F.27) e (F.29) e explicitando-se pw, tem-se:
r 3
q 2kt
pw (t ) = pi w
+ ln e
.
2
2kh ct r e
rw 4
(F.28)
(F.29)
(F.30)
Regime Transiente
A equao da difusividade para fluxo radial transiente dada pela Eq. (3.207):
1 p ct p
r
=
.
r r r
k t
(F.31)
29
Para a soluo da equao ser feita uma substituio de variveis utilizando a transformao de Boltzman. Para isso, ser definido um parmetro X:
ct r 2
.
4k t
Aplicando a regra da cadeia equao da difusividade:
ct p X
1 p X X
r
=
.
r X X r r
k X t
X=
(F.32)
(F.33)
Porm:
X ct r
=
r
2k t
(F.34)
X
ct r 2
=
.
t
4k t 2
(F.35)
Ento:
1 ct r 2 p ct r ct ct r 2
=
r X 2kt X 2k t
k
4k t 2
cuja simplificao produz:
ct r 2 p ct r 2 p
=
.
X 4k t X
4k t X
Entretanto:
ct r 2
=X ,
4kt
que, quando substitudo na Eq. (F.37), resulta em:
p
p
X
= X
,
X X
X
,
X
(F.36)
(F.37)
(F.38)
(F.39)
p
p
+
= X
.
(F.40)
Fazendo p/X = Y :
Y
+ Y = XY .
X
(F.41)
Como Y uma funo apenas de X, o termo Y X substitudo por dY / dX na Eq. (F.41), que
aps ser rearrumada resulta em:
dY
dX
=
dX ,
(F.42)
Y
X
cuja integrao produz:
dY
dX
=
d X + C1
(F.43)
Y
X
ou:
30
Apndices
lnY = ln X X + C1 ,
(F.44)
Y =C
eX
,
X
(F.45)
onde:
C = eC1 .
(F.46)
dp=C
e X
dX .
X
(F.47)
eX
d
p
=
C
X dX
(F.48)
resulta em:
eX
pi p = C
dX ,
X
(F.49)
onde:
eX
X d X = Ei ( X ) = Ei ( X ) .
(F.50)
A Eq. (F.50) chamada de funo integral exponencial e pode ser encontrada em manuais
de tabelas e frmulas matemticas e em livros e apostilas de engenharia de reservatrios. Assim:
pi p = CEi ( X ) .
A constante C pode ser obtida a partir da condio de contorno interna, Eq. (3.220):
p
p X q w
= lim r
=
lim r
.
X
r
r 0
X r 2k h
(F.51)
(F.52)
p X
p ct r 2
p
=
= 2X
.
X r
X 2k t
X
Mas, da Eq. (F.47) pode-se tirar que:
r
p
e X
=C
.
X
X
(F.53)
(F.54)
Ento, substituindo-se a Eq. (F.54) na Eq. (F.53) e o resultado dessa substituio na Eq. (F.52),
obtm-se:
p
q
= lim 2Ce X = 2C = w ,
lim r
r X 0
2k h
r 0
31
(F.55)
q w
.
4kh
Substituindo a Eq. (F.56) na Eq. (F.51) e explicitando p obtm-se:
q
p(r,t ) = pi + w Ei ( X )
4k h
ou
q 1
p(r ,t ) = pi + w Ei ( X ) ,
2k h 2
onde:
C=
ct r 2
.
4kt
A Eq. (F.57) pode tambm ser escrita como:
q r 2
p(r,t ) = pi + w Ei
4kh 4t
X=
(F.56)
(F.57)
(F.58)
(F.59)
(F.60)
ou ainda:
p(r ,t ) = pi +
q w
2kh
1 r 2
,
Ei
2 4t
(F.61)
onde:
k
ct
(F.62)
32
Apndices
Apndice G
S OLUES C LSSICAS PARA A QFERO R ADIAL
(P RESSO C ONSTANTE NO C ONTATO )
As solues dos problemas apresentados neste apndice foram obtidas utilizando o mtodo
de transformadas de Laplace. WD (u ) denota a transformada de Laplace de WD (t D ) e u a varivel
de Laplace.
As solues so escritas em termos das funes de Bessel modificadas de primeira espcie,
I0 e I1, e de segunda espcie, K0 e K1, de ordens zero e um, respectivamente.
2 pD
rD2
1 p D p D
=
rD rD
t D
(G.1)
C.I.: p D (rD ; t D = 0 ) = 0
(G.2)
C.C.I.: p D (rD = 1; t D ) = 1
(G.3)
C.C.E: p D (rD ; t D ) = 0
(G.4)
tD
D p
WD = q D (t D )dt D = rD D dt D .
0
0 rD rD =1
(G.5)
Soluo:
WD (t D ) = L1 WD (u )
(G.6)
WD (u ) =
K1 ( u )
u3 2K0 ( u )
33
2 pD
1 p D p D
+
=
rD rD
t D
rD2
(G.7)
C.I.: p D (rD ; t D = 0 ) = 0
(G.8)
C.C.I.: p D (rD = 1; t D ) = 1
(G.9)
C.C.E: pD (rD = re ro ; t D ) = 0
(G.10)
WD =
tD
D p
q D (t D )dt D = rD D dt D .
0 rD rD =1
(G.11)
Soluo:
WD (t D ) = L1 WD (u )
WD (u ) =
(G.12)
I 0 (reD u ) K1 ( u ) + I1 ( u ) K 0 (reD u )
u 3 2 I 0 (reD u ) K 0 ( u ) I 0 ( u ) K 0 (reD u )
34
Apndices
2 pD
rD2
1 p D p D
=
rD rD
t D
(G.13)
C.I.: p D (rD ; t D = 0 ) = 0
(G.14)
C.C.I.: p D (rD = 1; t D ) = 1
(G.15)
p
C.C.E: D
rD
(G.16)
rD =re
=0
ro
tD
D p
WD = q D (t D )dt D = rD D
dt D .
0
0 rD rD =1
(G.17)
Soluo:
WD (t D ) = L1 WD (u )
(G.18)
I1 (reD u ) K1 ( u ) I1 ( u ) K1 (reD u )
WD (u ) =
u
32
[I (
0
u ) K1 (reD u ) + I1 (reD u ) K 0 ( u )
35
Apndice H
S OLUES C LSSICAS PARA A QFERO L INEAR
(P RESSO C ONSTANTE NO C ONTATO )
As solues dos problemas apresentados neste apndice foram obtidas utilizando o mtodo
de transformadas de Laplace. WD (u ) denota a transformada de Laplace de WD (t D ) e u a varivel
de Laplace.
2 pD
x D2
p D
t D
C.I.: p D ( x D ; t D = 0) = 0
(H.2)
C.C.I.: pD ( xD = 0; t D ) = 1
(H.3)
C.C.E: p D (x D ; t D ) = 0
(H.4)
WD =
(H.1)
tD
D p
q D (t D )dt D = D
0 x D
dt D .
x D =0
(H.5)
Soluo:
W D (t D ) = 2
tD
.
(H.6)
2 pD
x D2
p D
t D
C.I.: p D ( x D ; t D = 0) = 0
(H.7)
(H.8)
36
Apndices
C.C.I.: p D (x D = 0; t D ) = 1
(H.9)
C.C.E: p D ( x D = 1; t D ) = 0
(H.10)
tD
D p
WD = q D (t D )dt D = D
0
0 x D
dt D .
x D =0
(H.11)
Soluo:
W D (t D ) = L 1 W D (u )
W D (u ) =
(H.12)
1 + exp(2 u )
u 3 2 1 exp(2 u )
2 p D p D
=
t D
x D2
(H.13)
C.I.: p D ( x D ; t D = 0) = 0
(H.14)
C.C.I.: p D (x D = 0; t D ) = 1
(H.15)
p
C.C.E: D
x D
=0
xD =1
t
tD
D p
WD = q D (t D )dt D = D
0
0 x D
(H.16)
dt D .
xD =0
(H.17)
Soluo:
WD (t D ) = L1 WD (u )
1 exp(2 u )
WD (u ) =
u
32
[1 + exp(2 u )]
(H.18)
37
Apndice I
A LGORITMO DE S TEHFEST
O algoritmo de Stehfest1 freqentemente utilizado para se efetuar a chamada inverso
numrica do campo de Laplace para o campo real.
Dada a funo F (u ) , transformada de Laplace de F (t ) em relao a t, o valor aproximado
de F (t 0 ) pode ser calculado com a seguinte expresso:
F (t 0 )
ln 2
ln 2 n
Vi F
i ,
t 0 i =1
t0
(I.1)
Vi = ( 1)i + n 2
min (i , n 2 )
k 1+ n 2 (2k )!
(n 2 k )! (k!)2 (i k )! (2k i )!
(I.2)
sendo n par. Como se observa, os valores dos coeficientes Vi dependem somente de n. Uma outra
n
Vi
Vi
1
2
3
4
5
0,08333...
32,08333...
1279
15623,666...
84244,1666...
6
7
236957,5
375911,666...
340071,666...
164062,5
32812,5
9
10
10
Obs.: Vi = 0
i =1
1
Stehfest, H. Algorithm 386, numerical inversion of Laplace Transforms - D5. Communications of the ACM, 13 (1): 47,
Jan. 1970.
38
Apndices
Apndice J
D EDUO DOS T ERMOS DA E QUAO DE B ALANO DE M ATERIAIS
Vo = Vo Voi ,
(J.1)
Vo = NBt NBti
(J.2)
Vo = N (Bt Bti ) .
(J.3)
ou ainda:
(J.4)
(J.5)
Mas:
mNBti
B gc .
B gic
(J.6)
V gc =
mNBti
Bgc mNBti
Bgic
(J.7)
V gc =
mNBti
B gc B gic .
B gic
(J.8)
Vgc = GB gc =
Portanto:
ou
39
(J.9)
(J.10)
onde:
e
Voi
NBti
,
=
S oi 1 S wio
(J.11)
NBti
S wio .
1 S wio
(J.12)
Vwio
NBti S wio
B tw =
Btw .
1 S wio Btwi
Btwi
(J.13)
NBti S wio
NBti
Btw
S wio
1 S wio Btwi
1 S wio
(J.14)
V pio =
ou seja:
Vwio =
Ainda:
Vwo =
Portanto:
Vw =
ou
Vw =
NBti S wio
1 S wio
Btw Btwi
Btwi
(J.15)
(J.16)
(J.17)
onde:
e
V pig =
V gic
S gic
GB gic
1 S wig
mNBoi
mNBti
.
=
1 S wig 1 S wig
(J.18)
Logo:
Vwig =
Tambm:
mNBti
S wig .
1 S wig
(J.19)
40
Apndices
Vwg =
Vwig
Btwi
B tw =
mNBti S wig
Btw .
1 S wig Btwi
(J.20)
Portanto:
Vwg =
mNBti S wig
mNBti
Btw
S wig
1 S wig Btwi
1 S wig
(J.21)
ou ento:
Vwg =
B Btwi
mNBti
S wig tw
1 S wig
Btwi
(J.22)
(J.23)
Mas:
cf =
1 V p
,
V pi p
(J.24)
V p = c f V pi p
e portanto:
NBti
mNBti
V p = c f
+
1 S wio 1 S wig
p .
(J.26)
(N p )res = N p Bo .
(J.27)
Bt = Bo + (Rsi Rs )Bg .
(J.28)
Bo = Bt (Rsi Rs )Bg
(J.29)
Mas:
Portanto:
41
(J.30)
importante ressaltar que, alm do leo produzido acumulado, esta equao inclui a parcela do gs produzido acumulado que entra em soluo no leo quando transportado para as condies
(p,T) do reservatrio.
(G p )res = N p R p Bg
(J.31)
(G p )s = N p Rs Bg
(J.32)
Como a parcela representada pela Eq. (J.32) est includa na varivel (Np)res, calculada atravs da
Eq. (J.27), deve ser descontada do volume total (Gp)res. Ento, o volume de gs que permaneceria
livre no reservatrio, nas condies atuais, obtido por:
(G p )l = (G p )res (G p )s
(J.33)
(G p )l = N p R p Bg N p Rs Bg
(J.34)
(G p )l = N p ( R p Rs ) Bg
(J.35)
ou seja:
ou ainda:
.
(W p )res = W p Bw
(J.36)
42
Apndices
Apndice K
T ABELAS
Tabela K.1 Valores da funo erro complementar do argumento z - erfc ( z )
erfc( z )
erfc( z )
erfc( z )
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
0,18
0,20
0,22
0,24
0,26
0,28
0,30
0,32
0,34
0,36
0,38
0,40
0,42
0,44
0,46
0,48
0,50
0,52
0,54
0,56
0,58
0,60
0,62
0,64
0,66
1
0,9774389
0,9548910
0,9323774
0,9099179
0,8875401
0,8652404
0,8430532
0,8209913
0,7990663
0,7772979
0,7557043
0,7343023
0,7130979
0,6921237
0,6713738
0,6508781
0,6306374
0,6106698
0,5909917
0,5716095
0,5525288
0,5337708
0,5153467
0,4972506
0,4794999
0,4623314
0,4450579
0,4283870
0,4120798
0,3961406
0,3805866
0,3654126
0,3506264
0,68
0,70
0,72
0,74
0,76
0,78
0,80
0,82
0,84
0,86
0,88
0,90
0,92
0,94
0,96
0,98
1,00
1,05
1,10
1,15
1,20
1,25
1,30
1,35
1,40
1,45
1,50
1,55
1,60
1,65
1,70
1,75
1,80
1,85
0,3362155
0,3221986
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1,95
2,00
2,05
2,10
2,15
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2,30
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2,40
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2,50
2,60
2,70
2,80
3,70
3,80
3,90
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43
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erfc( z )
erfc( z )
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1,0
1,1
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1,3
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1,6
1,7
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1,9
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2,8
2,9
3,0
3,1
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44
Apndices
X =Y
X=Y/10
X=Y/100
X=Y/1000
X=Y/10000
3,9
4,0
4,1
4,2
4,3
4,4
4,5
4,6
4,7
4,8
4,9
5,0
5,1
5,2
5,3
5,4
5,5
5,6
5,7
5,8
5,9
6,0
6,1
6,2
6,3
6,4
6,5
6,6
6,7
6,8
6,9
7,0
7,1
7,2
7,3
7,4
7,5
7,6
7,7
7,8
7,9
8,0
8,1
8,2
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0,5250E 00
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0,6606E 01
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0,6554E 01
0,6542E 01
0,6530E 01
45
X =Y
X=Y/10
X=Y/100
X=Y/1000
X=Y/10000
8,3
8,4
8,5
8,6
8,7
8,8
8,9
9,0
9,1
9,2
9,3
9,4
9,5
9,6
9,7
9,8
9,9
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0,2416E-04
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0,1936E-04
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0,7186E-05
0,6440E-05
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0,5174E-05
0,4638E-05
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0,2891E 00
0,2840E 00
0,2790E 00
0,2742E 00
0,2694E 00
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0,6362E 01
0,6352E 01
0,6342E 01
46
Apndices
Geometrias
(sistemas selados)
60
13
CA
PP (Pseudopermanente)
exato para tDA >
PP
com erro < 1%
para tDA >
Transiente com
erro < 1%
para tDA <
31,62
0,1
0,06
0,10
31,6
0,1
0,06
0,10
27,6
0,2
0,07
0,09
27,1
0,2
0,07
0,09
21,9
0,4
0,12
0,08
0,098
0,9
0,60
0,015
30,8828
0,1
0,95
0,09
12,9851
0,7
0,25
0,03
4,5132
0,6
0,30
0,025
47
Geometrias
(sistemas selados)
CA
PP (Pseudopermanente)
exato para tDA >
PP
com erro < 1%
para tDA >
Transiente com
erro < 1%
para tDA <
3,3351
0,7
0,25
0,01
21,8369
0,3
0,15
0,025
10,8374
0,4
0,15
0,025
4,5141
1,5
0,5
0,06
2,0769
1,7
0,50
0,02
3,1573
0,4
0,15
0,005
0,5813
2,0
0,60
0,02
0,1109
3,0
0,60
0,005
1
2
1
2
1
2
1
2
1
2
1
2
48
Apndices
Geometrias
(sistemas selados)
CA
PP (Pseudopermanente)
exato para tDA >
PP
com erro < 1%
para tDA >
Transiente com
erro < 1%
para tDA <
5,3790
0,8
0,30
0,01
2,6896
0,8
0,30
0,01
0,2318
4,0
2,00
0,03
0,1155
4,0
2,00
0,01
2,3606
1,0
0,40
0,025
4
1
4
1
4
1
4
1
5
Fonte: Earlougher, R. C., Jr. Advances in well test analysis. New York, SPE of AIME, 1977. (Monograph
5.)
49
tD
WD
tD
WD
tD
WD
tD
WD
1.00E02
5.00E02
1.00E01
1.50E01
2.00E01
2.50E01
3.00E01
4.00E01
5.00E01
6.00E01
7.00E01
8.00E01
9.00E01
1.00E+00
2.00E+00
3.00E+00
4.00E+00
5.00E+00
6.00E+00
7.00E+00
8.00E+00
9.00E+00
1.00E+01
1.10E+01
1.20E+01
1.30E+01
1.40E+01
1.50E+01
1.60E+01
1.70E+01
1.80E+01
1.90E+01
2.00E+01
2.10E+01
2.20E+01
2.30E+01
2.40E+01
2.50E+01
2.60E+01
2.70E+01
2.80E+01
2.90E+01
3.00E+01
3.10E+01
3.20E+01
3.30E+01
3.40E+01
3.50E+01
3.60E+01
3.70E+01
3.80E+01
3.90E+01
4.00E+01
4.10E+01
4.20E+01
4.30E+01
4.40E+01
4.50E+01
4.60E+01
4.70E+01
4.80E+01
4.90E+01
1.177E01
2.764E01
4.043E01
5.076E01
5.980E01
6.802E01
7.564E01
8.963E01
1.024E+00
1.144E+00
1.257E+00
1.365E+00
1.468E+00
1.568E+00
2.456E+00
3.200E+00
3.888E+00
4.534E+00
5.148E+00
5.737E+00
6.307E+00
6.861E+00
7.402E+00
7.930E+00
8.448E+00
8.956E+00
9.456E+00
9.949E+00
1.043E+01
1.091E+01
1.139E+01
1.186E+01
1.232E+01
1.278E+01
1.323E+01
1.368E+01
1.413E+01
1.457E+01
1.501E+01
1.545E+01
1.588E+01
1.631E+01
1.674E+01
1.717E+01
1.759E+01
1.801E+01
1.842E+01
1.884E+01
1.925E+01
1.966E+01
2.007E+01
2.048E+01
2.088E+01
2.129E+01
2.169E+01
2.209E+01
2.249E+01
2.288E+01
2.328E+01
2.367E+01
2.406E+01
2.445E+01
5.00E+01
5.10E+01
5.20E+01
5.30E+01
5.40E+01
5.50E+01
5.60E+01
5.70E+01
5.80E+01
5.90E+01
6.00E+01
6.10E+01
6.20E+01
6.30E+01
6.40E+01
6.50E+01
6.60E+01
6.70E+01
6.80E+01
6.90E+01
7.00E+01
7.10E+01
7.20E+01
7.30E+01
7.40E+01
7.50E+01
7.60E+01
7.70E+01
7.80E+01
7.90E+01
8.00E+01
8.10E+01
8.20E+01
8.30E+01
8.40E+01
8.50E+01
8.60E+01
8.70E+01
8.80E+01
8.90E+01
9.00E+01
9.10E+01
9.20E+01
9.30E+01
9.40E+01
9.50E+01
9.60E+01
9.70E+01
9.80E+01
9.90E+01
1.00E+02
1.05E+02
1.10E+02
1.15E+02
1.20E+02
1.25E+02
1.30E+02
1.35E+02
1.40E+02
1.45E+02
1.50E+02
1.55E+02
2.484E+01
2.523E+01
2.561E+01
2.600E+01
2.638E+01
2.677E+01
2.715E+01
2.753E+01
2.791E+01
2.828E+01
2.866E+01
2.904E+01
2.941E+01
2.978E+01
3.016E+01
3.053E+01
3.090E+01
3.127E+01
3.164E+01
3.200E+01
3.237E+01
3.274E+01
3.310E+01
3.347E+01
3.383E+01
3.419E+01
3.455E+01
3.491E+01
3.527E+01
3.563E+01
3.599E+01
3.635E+01
3.671E+01
3.706E+01
3.742E+01
3.778E+01
3.813E+01
3.848E+01
3.884E+01
3.919E+01
3.954E+01
3.989E+01
4.024E+01
4.059E+01
4.094E+01
4.129E+01
4.164E+01
4.199E+01
4.233E+01
4.268E+01
4.303E+01
4.475E+01
4.645E+01
4.815E+01
4.983E+01
5.151E+01
5.317E+01
5.482E+01
5.647E+01
5.810E+01
5.973E+01
6.135E+01
1.60E+02
1.65E+02
1.70E+02
1.75E+02
1.80E+02
1.85E+02
1.90E+02
1.95E+02
2.00E+02
2.05E+02
2.10E+02
2.15E+02
2.20E+02
2.25E+02
2.30E+02
2.35E+02
2.40E+02
2.45E+02
2.50E+02
2.55E+02
2.60E+02
2.65E+02
2.70E+02
2.75E+02
2.80E+02
2.85E+02
2.90E+02
2.95E+02
3.00E+02
3.05E+02
3.10E+02
3.15E+02
3.20E+02
3.25E+02
3.30E+02
3.35E+02
3.40E+02
3.45E+02
3.50E+02
3.55E+02
3.60E+02
3.65E+02
3.70E+02
3.75E+02
3.80E+02
3.85E+02
3.90E+02
3.95E+02
4.00E+02
4.05E+02
4.10E+02
4.15E+02
4.20E+02
4.25E+02
4.30E+02
4.35E+02
4.40E+02
4.45E+02
4.50E+02
4.55E+02
4.60E+02
4.65E+02
6.296E+01
6.456E+01
6.615E+01
6.774E+01
6.932E+01
7.090E+01
7.247E+01
7.403E+01
7.559E+01
7.714E+01
7.868E+01
8.022E+01
8.176E+01
8.329E+01
8.482E+01
8.634E+01
8.785E+01
8.936E+01
9.087E+01
9.237E+01
9.387E+01
9.537E+01
9.686E+01
9.834E+01
9.983E+01
1.013E+02
1.028E+02
1.043E+02
1.057E+02
1.072E+02
1.086E+02
1.101E+02
1.116E+02
1.130E+02
1.145E+02
1.159E+02
1.174E+02
1.188E+02
1.202E+02
1.217E+02
1.231E+02
1.245E+02
1.259E+02
1.274E+02
1.288E+02
1.302E+02
1.316E+02
1.330E+02
1.345E+02
1.359E+02
1.373E+02
1.387E+02
1.401E+02
1.415E+02
1.429E+02
1.443E+02
1.457E+02
1.471E+02
1.484E+02
1.498E+02
1.512E+02
1.526E+02
4.70E+02
4.75E+02
4.80E+02
4.85E+02
4.90E+02
4.95E+02
5.00E+02
5.10E+02
5.20E+02
5.30E+02
5.40E+02
5.50E+02
5.60E+02
5.70E+02
5.80E+02
5.90E+02
6.00E+02
6.10E+02
6.20E+02
6.30E+02
6.40E+02
6.50E+02
6.60E+02
6.70E+02
6.80E+02
6.90E+02
7.00E+02
7.10E+02
7.20E+02
7.30E+02
7.40E+02
7.50E+02
7.60E+02
7.70E+02
7.80E+02
7.90E+02
8.00E+02
8.10E+02
8.20E+02
8.30E+02
8.40E+02
8.50E+02
8.60E+02
8.70E+02
8.80E+02
8.90E+02
9.00E+02
9.10E+02
9.20E+02
9.30E+02
9.40E+02
9.50E+02
9.60E+02
9.70E+02
9.80E+02
9.90E+02
1.00E+03
1.01E+03
1.02E+03
1.03E+03
1.04E+03
1.05E+03
1.540E+02
1.554E+02
1.567E+02
1.581E+02
1.595E+02
1.609E+02
1.622E+02
1.650E+02
1.677E+02
1.704E+02
1.731E+02
1.758E+02
1.785E+02
1.812E+02
1.839E+02
1.866E+02
1.893E+02
1.919E+02
1.946E+02
1.973E+02
1.999E+02
2.026E+02
2.052E+02
2.079E+02
2.105E+02
2.131E+02
2.158E+02
2.184E+02
2.210E+02
2.236E+02
2.262E+02
2.288E+02
2.314E+02
2.340E+02
2.366E+02
2.392E+02
2.418E+02
2.443E+02
2.469E+02
2.495E+02
2.520E+02
2.546E+02
2.572E+02
2.597E+02
2.623E+02
2.648E+02
2.674E+02
2.699E+02
2.724E+02
2.750E+02
2.775E+02
2.800E+02
2.825E+02
2.851E+02
2.876E+02
2.901E+02
2.926E+02
2.951E+02
2.976E+02
3.001E+02
3.026E+02
3.051E+02
50
Apndices
Tabela K.4 Influxo adimensional para aqfero radial infinito (continuao)
tD
WD
tD
WD
tD
WD
tD
WD
1.06E+03
1.07E+03
1.08E+03
1.09E+03
1.10E+03
1.11E+03
1.12E+03
1.13E+03
1.14E+03
1.15E+03
1.16E+03
1.17E+03
1.18E+03
1.19E+03
1.20E+03
1.21E+03
1.22E+03
1.23E+03
1.24E+03
1.25E+03
1.26E+03
1.27E+03
1.28E+03
1.29E+03
1.30E+03
1.31E+03
1.32E+03
1.33E+03
1.34E+03
1.35E+03
1.36E+03
1.37E+03
1.38E+03
1.39E+03
1.40E+03
1.41E+03
1.42E+03
1.43E+03
1.44E+03
1.45E+03
1.46E+03
1.47E+03
1.48E+03
1.49E+03
1.50E+03
1.55E+03
1.60E+03
1.65E+03
1.70E+03
1.75E+03
1.80E+03
1.85E+03
1.90E+03
1.95E+03
2.00E+03
3.076E+02
3.101E+02
3.126E+02
3.151E+02
3.176E+02
3.200E+02
3.225E+02
3.250E+02
3.275E+02
3.299E+02
3.324E+02
3.349E+02
3.373E+02
3.398E+02
3.422E+02
3.447E+02
3.471E+02
3.496E+02
3.520E+02
3.545E+02
3.569E+02
3.594E+02
3.618E+02
3.642E+02
3.667E+02
3.691E+02
3.715E+02
3.740E+02
3.764E+02
3.788E+02
3.812E+02
3.837E+02
3.861E+02
3.885E+02
3.909E+02
3.933E+02
3.957E+02
3.981E+02
4.005E+02
4.029E+02
4.053E+02
4.077E+02
4.101E+02
4.125E+02
4.149E+02
4.269E+02
4.387E+02
4.506E+02
4.624E+02
4.742E+02
4.859E+02
4.976E+02
5.093E+02
5.209E+02
5.325E+02
2.05E+03
2.10E+03
2.15E+03
2.20E+03
2.25E+03
2.30E+03
2.35E+03
2.40E+03
2.45E+03
2.50E+03
2.55E+03
2.60E+03
2.65E+03
2.70E+03
2.75E+03
2.80E+03
2.85E+03
2.90E+03
2.95E+03
3.00E+03
3.05E+03
3.10E+03
3.15E+03
3.20E+03
3.25E+03
3.30E+03
3.35E+03
3.40E+03
3.45E+03
3.50E+03
3.55E+03
3.60E+03
3.65E+03
3.70E+03
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3.80E+03
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52
Apndices
reD = 3
reD = 3,5
tD
WD
Selado
WD
Realimentado
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Apndices
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WD
Selado
WD
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58
Apndices
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Selado
WD
Realimentado
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tD
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Selado
WD
Realimentado
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tD
WD
Selado
WD
Realimentado
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1.60E+04
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1.289E+06
1.450E+06
1.611E+06
1.933E+06
tD
W D Selado
W D Infinito
WD Realimentado
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1.10 E-02
1.25 E-02
1.40 E-02
1.60 E-02
1.12838 E-01
1.18345 E-01
1.26157 E-01
1.33512 E-01
1.42730 E-01
1.12838 E-01
1.18345 E-01
1.26157 E-01
1.33512 E-01
1.42730 E-01
1.12838 E-01
1.18345 E-01
1.26157 E-01
1.33512 E-01
1.42730 E-01
2.00 E-02
2.25 E-02
2.50 E-02
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17,980
17,980
17,980
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10,400
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15,830
16,290
16,660
16,930
17,170
17,340
17,480
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17,910
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17,980
17,980
17,980
74
Apndices
z D
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31,970
31,970
31,970
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24,290
26,010
27,330
28,370
29,180
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30,650
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31,790
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31,970
31,970
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5,836
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6,578
6,940
7,293
7,642
7,979
8,315
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10,490
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15,210
16,240
17,240
18,190
19,860
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26,900
27,990
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29,510
30,450
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75
z D
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0,7
0,9
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21,920
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23,700
24,820
26,100
27,470
28,710
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32,100
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47,110
47,610
48,030
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49,460
49,650
49,840
49,910
49,940
49,960
12,040
12,830
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15,130
15,870
16,590
17,290
17,990
18,680
19,330
19,990
20,620
21,250
21,870
22,470
23,640
24,770
26,120
27,410
28,550
29,820
30,950
32,030
32,960
33,850
35,460
36,900
38,190
39,370
40,420
42,150
43,550
44,720
45,670
46,440
47,060
47,580
48,000
48,640
49,140
49,450
49,640
49,840
49,910
49,940
49,960
11,740
12,520
13,290
14,040
14,770
15,490
16,200
16,890
17,570
18,240
18,890
19,530
20,150
20,760
21,360
21,950
23,090
24,190
25,500
26,750
27,940
29,080
30,170
31,200
32,140
33,030
34,650
36,110
37,440
38,640
39,710
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45,200
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46,700
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49,960
11,210
11,970
12,720
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18,140
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19,950
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21,100
22,200
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27,970
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30,000
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46,130
46,750
47,260
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48,740
49,170
49,450
49,740
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14,710
15,350
15,980
16,600
17,210
17,800
18,380
18,950
19,510
20,050
21,110
22,130
23,340
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25,600
26,650
27,650
28,600
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36,230
37,380
39,330
40,970
42,360
43,540
44,530
45,360
46,070
46,660
47,590
48,380
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49,260
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49,820
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49,940
9,865
10,550
11,240
11,900
12,550
13,180
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17,840
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37,890
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16,670
17,200
17,720
18,220
19,210
20,150
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26,250
27,100
27,980
29,620
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38,900
40,420
41,740
42,870
43,840
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45,410
46,570
47,600
48,310
48,820
49,410
49,690
49,830
49,930
76
Apndices
Apndice L
S ISTEMAS E C ONVERSES DE U NIDADES
SI
DARCY
PETROBRAS
AMERICANO
Comprimento
Massa
Temperatura absoluta
Tempo
Permeabilidade
Presso
Viscosidade
Vazo de leo
Vazo de gs
Volume
m
kg
K
s
m2
Pa
Pa s
cm
g
K
s
Darcy
atm
m
kg
K
h
md
kgf/cm2
ft
lb
o
R
h
md
psi
cp
cp
cp
ndice de produtividade
m /s
m3/s
m3
cm /s
cm3/s
cm3
m /d
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m3
bbl/d
103 ft3/d
bbl
m3 / s
Pa
cm 3 / s
atm
m3 / d
bbl / d
psi
kgf / cm
77
SI ou DARCY
PETROBRAS
AMERICANO
kt
0,0003484kt
ct r 2
0,00026374kt
ct r 2
0,0003484kt
0,00026374kt
ct r
kt
2
ct L
ct L
ct L2
pi p
pi p0
pi p
pi p0
pi p
pi p0
2kh
p
q
kh
p
19,03q
kh
p
141,2q
kA
p
qL
kA
p
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1,127 103 kA
p
qL
kA
L
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L
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L
2kh
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kA
L
8,361 10 6 kA
L
6,328 10 6 kA
L
2kh
52,549 10 6 kh
39,763 10 6 kh
2fct hro2
2fct hro2
wLhct
wLhct
wLhct
5,615
2kh
4 A
ln
2 C A ro2
0,05255kh
7,08 10 3 kh
2fkh
r
ln e
ro
3
4
4 A
ln
2 C A ro2
0,05255 fkh
r 3
ln e
ro 4
4 A
ln
2 C A ro2
7,08 10 3 fkh
r 3
ln e
ro 4
78
Apndices
SI ou DARCY
PETROBRAS
AMERICANO
2fkh
r
ln e
ro
0,05255 fkh
r
ln e
ro
3khw
L
khw
39,85L
3,38 10 3 khw
L
khw
L
khw
119,6L
SI ou DARCY
PETROBRAS
AMERICANO
C1
1,364492
0,011412
0,001538
C2
1,819618
0,015218
0,002051
C3
2,728983
0,022823
0,003076
Constantes Fsicas
Constante Universal dos Gases (R)
Unidade
psi ft 3
mol lbo R
lbf ft
mol lbo R
atm cm 3
mol g K
cal
mol g K
(kgf / cm 2 ) m 3
mol kg K
10,73
1.545
82,05
1,987
0,08478
79
API =
API
141,5
d (60 o F )
131,5
gua
Ponto triplo
Massa especfica @
15,56 oC (60 oF)
Gradiente @
15,56 oC (60 oF)
Massa
molecular
0,01 oC
32,018 oF
491,688 oR
273,16 K
999,014 kg/m3
62,4 lb/ft3
8,34 lb/gal
350 lb/bbl
0,0999 kgf/cm2/m
0,4331 psi/ft
18
Ar
Massa especfica @ 15,56 oC (60 oF)
1,2232 kg/m3
28,966
1,223210 g/cm
0,076362 lb/ft3
Valor
9,807 m/s2
2,718
3,142
1,78108
80
Apndices
Polegada (in)
P (ft)
Jarda (yard)
Milha americana
(U.S. mile)
Milmetro
(mm)
Metro (m)
0,08333333
0,02777778
1,578283105
25,4
0,0254
12
0,3333333
36
63.360
0,03937008
5.280
1.760
39,37008
3,28084010
3,280840
1,09361310
1,093613
1,89393910
304,8
0,3048
5,68181810
1
914,4
0,9144
6,21371210
1.609.344
1
1.609,344
0.001
1.000
6,213712104
rea
Polegada
quadrada (in2)
P quadrado
(ft2)
Acre (acre)
Milha quadrada
(U.S. square
mile)
1
144
6,944444103
1
7,716049104
0,1111111
1,594225107
2,4909771010
6,4516104
2,295684105
3,587006108
43.560
27.878.400
10,76391
4.840
3.097.600
1,195990
2,066116104
1
640
3,228306107
0,0015625
1
9,290304102
0,8361274
1.296
6.272.640
4.014.489.600
1.550,0031
2,471054104
3,861022107
4.046,856
2.589.988
1
Volume
Polegada
cbica (in3)
1
1.728
61,02374
61.023,74
231,0000
9.702,001
P cbico (ft3)
Litro (l)
Metro cbico
(m3)
1.000
3,785412
158,9873
Galo americano
(U.S. gallon)
4,329004103
7,480520
0,2641720
1
0,003785412
0,1589873
264,1720
1
42
Barril (bbl)
1,030715104
0,1781076
6,289810103
6,289810
0,02380952
1
Massa
Ona (ounce)
Libra (lb)
Quilograma (kg)
Tonelada (ton)
0,0625
0,02834952
2,834950105
81
16
0,4535924
35,27396
35.273,96
2,204623
2.204,623
1
1.000
4,535924104
0,001
1
Fora
Newton (N)
Quilograma-fora (kgf)
Libra-fora (lbf)
dina
1,020101
2,248101
1,000105
9,807
2,205
9,804105
4,446105
2,248106
4,448
4,53510
1,000105
1,020106
Presso
kgf/cm2
kPa
lbf/in2 (psi)
Atmosfera (atm)
dina/cm2
98,06650
14,22334
0,9678411
0,9806106
0,01019716
0,1450377
0,009869233
0,99995104
0,07030695
6,894757
0,06804596
6,8944104
1,033227
101,3250
14,69595
1,0132106
Energia
BTU
Caloria (Cal)
Erg =
dinacm
252,165
1,0551010
3,96610
9,47910
11
1,285103
9,478104
3,413
9,295103
1
2,39010
0,324
1,356107
9,999106
0,239
8,60610
2,344
4,18410
1
3,60110
13
9,8061010
ftlbf
Joule (J) =
Nm
Wh
778,171
1.055,060
0,293
3,086
7,37610
1
4,184
8
1,00010
1,356
0,738
2,65610
7,233
107,586
3
0,427
11
1,020108
0,138
1,16210
7
3,60110
9,807
2,77710
3,765104
1
3
kgfm
2,777104
1
2,723103
0,102
3,672102
1
Permeabilidade
Milidarcy (md)
Darcy
m2
cm2
1103
9,869231016
9,869231012
1.000
9,869231013
9,86923109
82
Apndices
101.3251010
101,3251010
104
101,325109
101,325106
104
Viscosidade
Centipoise (cp)
Pascal-segundo (Pas)
dinas/cm2
1103
1
0,1
1102
10
1
1.000
100
Temperatura
de
para
Fahrenheit
kelvin
TK = (TF + 459,67)/1,8
Rankine
kelvin
TK = TR/1,8
Fahrenheit
Rankine
TR = TF + 459,67
Fahrenheit
Celsius
kelvin
TC = (TF 32)/1,8
Celsius
TK = TC + 273,15
Livro
Figura
Pgina
Theory and Practice of the Testing of Gas Wells. Calgary, Alberta, Canada, Energy
Resources Conservation Board, Third Edition, 1978.
Dake, L. P. Fundamentals of Reservoir Engineering. Amsterdam, The Netherlands, Elsevier Scientific Publishing Company, 1978.
A-3
A-11
1.7
18
Theory and Practice of the Testing of Gas Wells. Calgary, Alberta, Canada, Energy
Resources Conservation Board, Third Edition, 1978.
A-2
A-8
83