Marketing
Marketing
Marketing
FUNDAMENTOS DE MARKETING
EDITORA IBPEX
CURITIBA PR
2009
APRESENTAO
Prezados alunos, com satisfao que apresento a vocs a obra que desenvolvi com bastante
afinco, com o objetivo de apresentar-lhes os principais Fundamentos de Marketing. A rea de
Marketing ocupa atualmente no mundo dos negcios posio de destaque, pois esta a rea
encarregada de atrair e reter clientes nas organizaes. E como todos ns sabemos, nenhuma
empresa sobrevive sem clientes! Diante desta realidade, ressaltada pela ampla competio entre
empresas e pelo crescente nmero de opes disponveis aos consumidores no mercado, a rea de
Marketing apresenta relevncia crescente tanto no mundo empresarial, quanto nos estudos de
Administrao.
Pensando nisso, este livro foi escrito com o propsito de apresentar uma viso abrangente do
Marketing, perspassando os principais temas que norteiam a disciplina, e preparando o estudante a
seguir nos estudos sobre o tema, nas disciplinas que daro seqncia ao assunto. Para isso, iniciouse o livro com um captulo (captulo 1) que aborda os conceitos fundamentais de Marketing, termos
que precisam ser conhecidos de quem quer aprender mais sobre o assunto. Em seguida, no captulo
2, so abordadas as orientaes da empresa para o mercado, o que demonstra de certa forma a
evoluo histrica do conceito de Marketing.
O captulo 3 fala de um assunto que extremamente relevante em Marketing, que o estudo
do comportamento do consumidor. Ressalta-se que, sob a tica do Marketing, o consumidor est no
centro das atenes, e deve nortear as decises tomadas pelas empresas. Falando em decises, os
captulos 4, 5 e 6 abordam as decises estratgicas que devem ser tomadas para o desenvolvimento
de uma boa estratgia de Marketing.
Atualmente, a grande preocupao das empresas est em manter seus clientes, conquistando
sua fidelidade. Uma das formas de atingir este objetivo atravs da adoo de ferramentas de
Marketing de Relacionamento, que so abordadas nos captulos 7 e 8 deste livro.
Por fim, os captulos 9 e 10 tratam da obteno de informaes do mercado, atravs dos
processos do Sistema de Informaes de Marketing SIM, e da pesquisa mercadolgica.
importante ressaltar que sem pesquisa no se faz Marketing, pois a obteno de informaes de
mercado de suma importncia para as decises estratgicas e mercadolgicas.
Assim, espero ter conseguido sanar as principais dvidas de vocs alunos sobre este tema to
atual e instigante que o Marketing. O tempo e espao limitados nos impedem de exaurir o tema,
mas esperamos sinceramente que este seja o ponto de partida para muito mais estudos e pesquisas
sobre o assunto.
Boa leitura!
SUMRIO
Este captulo tem como objetivo explicitar ao aluno qual o conceito de Marketing, bem como
familiariz-lo com os principais termos e conceitos considerados importantes na disciplina de
Marketing. Entre estes conceitos considerados fundamentais esto a troca, satisfao, produtos,
valor, necessidades e desejos, entre outros.
Experimente fazer uma pesquisa, na Internet ou em outras fontes, para saber o que
Marketing. Seguramente voc encontrar uma variedade muito grande de respostas. Isso ocorre
porque o termo Marketing est sendo amplamente utilizado, podemos dizer que um termo que est
na moda. Alguns confundem Marketing com propaganda, mas o termo Marketing significa mais do
que isso, apesar da propaganda ser uma das ferramentas de Marketing. Outros ainda confundem
Marketing com tentar enganar o cliente, tentar vender algo que o cliente no quer ou no precisa,
usando promessas falsas, por exemplo.
Pelo contrrio, o objetivo do marketing atender as necessidades e desejos do consumidor,
de forma lucrativa para a empresa. Para que isso seja possvel, o principal desafio compreender
estas necessidades, por isso podemos dizer que uma das funes do Marketing entender para
atender. Isso significa que pesquisar o consumidor, seus hbitos, crenas e preferncias, assim
como entender o seu cotidiano e as necessidades que esta vida atribulada trazem, uma tarefa
indispensvel para a tomada de decises em Marketing.
De uma maneira bem simplificada e resumida, possvel dizer que marketing so todas as
aes realizadas por uma organizao, que tenham a finalidade de atrair e reter clientes. O
marketing se ocupa com produtos, distribuio, promoo e preos. Ele busca desenvolver e
gerenciar produtos que satisfaam s necessidades dos clientes. Sua principal responsabilidade
fazer com que o produto esteja disponvel no lugar certo, no tempo certo e a um preo aceitvel
pelo comprador. Alm disso, de sua inteira responsabilidade o sistema de comunicao para o
cliente, ou seja, dar as informaes necessrias para que o cliente possa determinar se os produtos
ou servios satisfaro s suas necessidades. Todas essas atividades devem ser planejadas,
organizadas, implementadas e controladas tendo em vista sempre atender s necessidades dos
Esse captulo foi fundamentado em: Ferrel; Hartline (2005); Kotler (2005); Kotler; Keller (2006); Hooley
(2006); Richers (2006).
1.2 Mercado
a) Mercado consumidor: formado por pessoas que compram para uso prprio, sem
interesse em revender ou utilizar o produto ou servio com alguma finalidade comercial.
As empresas que buscam este mercado geralmente investem em desenvolvimento de
marcas fortes, como no caso dos refrigerantes e cosmticos.
b) Mercado organizacional: formado por organizaes, que necessitam comprar insumos e
outros produtos ou servios que permitam o seu funcionamento. As compras so
realizadas por profissionais bem treinados e informados, capazes de analisar as propostas
de diversos concorrentes atravs de tcnicas especficas.
c) Mercado global: constitudo fora do Brasil, por consumidores ou organizaes
estrangeiras. As empresas que atuam no mercado global precisam tomar decises como
escolher em que pases ingressar, de que forma, como adaptar as caractersticas de seus
produtos e servios a cada um deles, como determinar preos para seus produtos em
pases diferentes e como adaptar suas comunicaes em diferentes culturas.
d) Mercado sem fins lucrativos: constitudo por organizaes do terceiro setor ou
governamentais, como igrejas, universidades, instituies de caridade ou rgos pblicos,
entre outras.
A idia principal inerente ao conceito de troca que as partes ficaro em melhor situao
aps a troca, ou seja, este um processo de criao de valor.Alm disso, existem outros elementos
que esto sendo trocados de forma secundria entre as organizaes e seus clientes, como
informao, confiana, status, etc.
Outro conceito muito relevante para o estudo e prtica do Marketing a satisfao, que est
descrita no tpico seguinte.
1.4 Satisfao
1.5 Produtos
Uma boa definio de produto : produto qualquer coisa que uma empresa pode oferecer
aos seus consumidores, para atender suas necessidades. Desta definio, conclumos que no
existem produtos que no atendam a alguma necessidade do consumidor, esta uma condio para
o sucesso do lanamento de um produto.
Outra concluso importante que, se produto qualquer coisa oferecida no mercado, ele
no precisa necessariamente ser um bem tangvel. Na realidade, existem quatro tipos de produtos
diferentes: os bens tangveis, os servios, as idias e as experincias. Os bens tangveis so o que
tradicionalmente costumamos chamar de produto, aqueles que podemos tocar, enxergar, levar para
nossa casa. So exemplos de bens tangveis os mveis, cadernos, carros, alimentos e muitos outros.
Os servios acontecem quando contratamos algum para fazer algo por ns, como um cabeleireiro,
mdico, o banco onde temos nossa conta corrente, ou mesmo uma instituio de ensino. J as idias
esto intrnsecas a alguns produtos, que desejam transmitir uma idia especfica, como um livro,
uma palestra ou os servios prestados por uma Organizao No Governamental ONG. As
experincias, por sua vez, aparecem nos casos em que o consumidor adquire o direito de passar por
determinada sensao ou emoo, como andar de montanha russa ou fazer uma viagem turstica.
Atualmente acredita-se que os produtos so em geral uma combinao destes diversos
elementos, no precisando necessariamente se enquadrar em apenas uma das categorias. Pelo
contrrio, quanto mais ele atender a diversas destas categorias, maior a probabilidade de encantar o
consumidor! Por exemplo: uma jaqueta do Greenpeace um bem tangvel, com a funo de nos
aquecer. Simultaneamente ela tambm tem uma idia implcita, que est relacionada com a proteo
ambiental. Por fim, podemos dizer que ao comprar a jaqueta e encaminhar o dinheiro para o
Greenpeace, estamos contratando os servios desta instituio, ou seja, esperamos que o dinheiro
seja utilizado para aes voltadas ao meio ambiente.
No captulo 4 voltaremos a falar mais detalhadamente sobre produtos, pois este um dos 4
Ps de Marketing. Tambm detalharemos melhor os servios e sua gesto, nos captulos 7, 8 e 9.
a)
uma comida adorada por determinada pessoa pode ser considerada ruim por outra;
b)
um banho com temperatura ideal para algum pode ser muito quente para outra pessoa;
c)
uma msica agradvel para os jovens pode ser considerada barulhenta e incmoda para
algum mais velho.
Estes so apenas alguns exemplos de como a percepo atua no nosso dia a dia e nas nossas
escolhas. Um ditado popular diz: O que seria do vermelho se todos gostassem do amarelo? O
processo perceptivo explica estas escolhas. E por isso dizemos que o valor percebido, pois ele
tambm varia de um consumidor para outro. A frmula do valor percebido (VP) a seguinte:
de um consumidor para outro por exemplo, o benefcio real de um carro o transporte. Ou podem
ser percebidos, que so benefcios que variam conforme a percepo de determinado consumidor
no carro, o status poderia ser um benefcio percebido.
Em termos de custos, importante ressaltar que o custo monetrio (preo e demais custos de
obteno, manuseio e uso do produto) no o nico custo envolvido na aquisio de um bem.
Existem outros custos relevantes, como:
a) Tempo: o tempo que o consumidor precisa despender para adquirir um produto, como
quando as empresas entregam as encomendas rapidamente, ou uma farmcia fica aberta
24 horas. Estes so exemplos de como possvel reduzir o custo de tempo.
b) Energia: a energia envolvida na aquisio, como por exemplo para ir a um show de rock
preciso envolver muita energia, ficar no meio da multido, passar muitas horas de p e ter
que enfrentar filas nos banheiros. Comprar um DVD do show, neste caso, estaria
reduzindo o custo de energia (mas logicamente alguns consumidores consideram
importante a emoo envolvida em estar presente no momento do show, o que seria um
benefcio percebido e, para alguns, compensaria os custos de energia).
c) Psicolgicos: so custos mais emocionais, como o medo, a insegurana e a vergonha.
Alguns consumidores no admitem fazer compras atravs da internet, pelo comrcio
eletrnico, pois se apavoram com a possibilidade de ter seu carto clonado. Para eles, este
um custo psicolgico muito alto para ser assumido.
Portanto, podemos dizer que o valor percebido envolve a conhecida relao custo-benefcio.
Portanto, as necessidades humanas podem ser tanto fisiolgicas, como de segurana ou autoestima. E diferentes produtos atendem a estas diferentes necessidades, havendo casos em que um
mesmo produto atende a necessidades diversas. Por exemplo, um celular atende a necessidade de
comunicao, que est diretamente relacionada com as necessidades sociais da pirmide do
Maslow. Por outro lado, quando um consumidor compra um celular que poder fazer com que ele
se destaque no seu grupo e seja mais admirado por outras pessoas, este pode estar atendendo
tambm a uma necessidade de auto-estima ou status.
Os desejos, por sua vez, so formas especficas de atender a uma necessidade. Uma pessoa
que est com sede pode suprir esta necessidade de diversas formas: tomando um suco, gua, ch,
cerveja ou qualquer outro lquido. Porm, quando este consumidor opta por tomar uma Coca-cola,
esta representa o seu desejo. Ou seja, a sede a necessidade, e a Coca-cola o desejo.
importante salientar que o Marketing no capaz de criar necessidades, pois estas so
intrnsecas do ser humano e no podem ser criadas. O que o Marketing pode fazer estudar e
procurar conhecer mais as necessidades humanas, criando assim produtos e servios que atendam
de forma conveniente e interessante para o consumidor estas necessidades. Desta forma, estes
produtos e servios podero se tornar desejos e serem consumidos por muitos consumidores.
ATIVIDADES
1) O processo de comprar um computador pela primeira vez muito complicado e perturbador para
muita gente. O mesmo ocorre em compras atravs de comrcio eletrnico, onde preciso dar
informaes como o nmero do carto de crdito. Estas caractersticas ilustram um tipo de custo
para o consumidor, chamado:
a) preo.
b) custo de tempo.
c) custo de energia.
d) custos psicolgicos.
e) custo monetrio.
2) Assinale a alternativa que no representa uma das condies essenciais de troca, dentro do
conceito de marketing:
a) Que existam pelo menos duas partes.
b) Que uma das partes tenha vantagem sobre a(s) outra(s).
c) Que todas as partes possuam algo que possa ter valor para as outras partes.
d) Que todas as partes acreditem ser adequado participar da negociao.
e) Todas as alternativas anteriores.
Nem todas as empresas possuem viso de marketing, algumas tem foco em outros tipos de
atividades. Por isso, este captulo aborda as orientaes das empresas para o mercado,
demonstrando que as empresas podem ser orientadas para produo, para produto, para vendas, ou
ainda para Marketing. Numa viso ainda mais atualizada sobre essa questo, o autor Philip Kotler 7
aponta ainda que hoje em dia existem empresas com orientao para Marketing holstico, com uma
viso ainda mais abrangente de marketing.
Quando dizemos que uma empresa tem foco em produo no quer dizer que ela no tenha
departamentos e colaboradores que atuem nas outras reas, ou mesmo que no pratique Vendas ou
Marketing. As orientaes para o mercado significam que a empresa d mais nfase e importncia a
esta atividade do que s demais, e que as demais atividades seguem e se adaptam s decises
tomadas na rea que a empresa enfatiza. O quadro a seguir demonstra como estas orientaes se
dividem ao longo do tempo.
poca
Atitude
Produo (e Produto)
At 1920
Vendas
At 1950
Marketing
Marketing Holstico
ltima
metade
do
O consumidor o rei!
sculo XX
Sculo XXI
A primeira orientao de negcios que surgiu e que foi preponderante at 1920 foi a
orientao para produo ou para produto, na qual acreditava-se que um bom produto vende por si
s, sem necessidades de um maior esforo mercadolgico. A esta fase seguiu-se a era onde a
orientao principal era para vendas, que perdurou at meados da dcada de 1950. Nesta fase a
palavra de ordem era empurrar para o consumidor, pois acreditava-se que sem uma propaganda
criativa e um esforo de vendas consistente seria impossvel reverter as resistncias naturais dos
consumidores s compras. A partir da metade do sculo XIX, entretanto, surgiu o que chamamos de
Esse captulo foi fundamentado em: Kotler (2006); Lamb; Hair; McDaniel (2004).
orientao para Marketing, onde o foco estratgico est em descobrir as necessidades dos
consumidores e atend-las, lucrativamente. Recentemente, na ltima dcada, surgiu a chamada
orientao para Marketing holstico, que pressupe que o marketing deve envolver diversos
aspectos organizacionais, e que a empresa como um todo deve estar voltada e com foco no cliente.
Apesar de as orientaes estarem localizadas e terem tido sua era mais forte em pocas
determinadas, muitas empresas continuam com foco em determinadas orientaes de pocas
passadas, e no se atualizaram neste sentido.
2.1
Esta orientao teve seu auge por volta da dcada de 20, e concentrava grande nfase nos
processos fabris. Ou seja, o ponto de partida das estratgias organizacionais era a fbrica, a
capacidade produtiva, a preocupao maior era em como produzir mais com um menor custo, com
menos pessoas, em menor tempo. So expoentes deste perodo e desta orientao para o mercado os
autores Henry Ford e Taylor.
Taylor teve sua obra voltada para a chamada Administrao Cientfica, tendo estudado com
afinco os tempos e movimentos dos operrios nas fbricas. Henry Ford, por sua vez, tambm
perseguia a eficincia das fbricas. Na busca por atender os consumidores de forma mais rpida e
mais barata, deixou de fabricar o clebre modelo T em 4 cores e passou a oferec-lo no mercado
apenas na cor preta.
O carro se popularizou em todo o mercado americano e mesmo em outros pases, e uma frase
do seu criador ficou muito famosa e lembrada at os dias de hoje. Sobre a questo da cor, Ford
dizia: Voc pode ter um Ford T de qualquer cor, desde que seja preto. A escolha desta cor foi a
partir da descoberta de que a tinta preta secava mais rapidamente do que as outras.
Bem, isso era perfeitamente possvel e aceitvel em uma poca em que o consumidor tinha
pouqussimas opes de escolha, e se tornava praticamente prisioneiro de seus fornecedores. Seria
inadmissvel tanta nfase na fbrica e na sua capacidade produtiva nos dias de hoje, onde os
consumidores contam com fornecedores diversos em praticamente todos os segmentos. Ainda
assim, algumas empresas continuam voltadas apenas para a produo, com enfoque na fbrica e na
sua capacidade produtiva, ao invs de voltarem sua ateno para o mercado consumidor.
2.2
Uma decorrncia da orientao para produo a orientao para produto. Neste caso, as
empresas ficam extremamente focadas no produto que produzem, e no no negcio do qual fazem
parte. Elas acreditam que seu produto insubstituvel e indispensvel para o consumidor, e que os
consumidores sempre daro preferncia aos produtos que ofeream a melhor qualidade,
desempenho e benefcios. Os administradores que utilizam esta lgica enfatizam a fabricao de
bons produtos e sua melhoria no longo prazo. Um exemplo clssico foram as mquinas de escrever:
as empresas que produziam este produto nunca imaginaram que ele pudesse ser substitudo por
nenhum outro. Ento, mesmo quando comearam a aparecer os computadores de pequeno porte e
PCs, elas continuaram produzindo mquinas de escrever. Naquela poca, elas no imaginaram que
algo pudesse substituir as mquinas de escrever nas residncias e escritrios. Ento, o mximo que
fizeram foi adaptar a mquina tornando-a eltrica ou mesmo eletrnica. Estas empresas acabaram
falindo, pois no conseguiram deixar a nfase no produto e concentrar-se na necessidade do
consumidor.
2.3
Esta preocupao to grande com a produo e o produto geravam imensos estoques, que
precisavam ser desovados, ou seja, era preciso utilizar um esforo de vendas mais intensos, e
campanhas de propaganda bastante criativas para vencer as resistncias naturais dos consumidores.
Portanto, como uma decorrncia do foco em produo, surgiu em meados de 1950 a orientao para
vendas.
A lgica da orientao para vendas preconizava que: os consumidores, se depender deles,
simplesmente no iro comprar os suficientes dos produtos da empresa, a qual deve, portanto,
adotar um agressivo esforo de vendas e promoo.
A figura indica que o ponto de partida da orientao para vendas a prpria fbrica da
empresa, que produz produtos em excesso que ficam depositados em estoques. Os meios utilizados
para acabar com os estoques so as vendas e promoes agressivas, muitas vezes prejudicando as
margens de lucratividade da empresa, e muitas vezes criando consumidores insatisfeitos que no
estaro mais dispostos a comprar outros produtos oferecidos com a marca. A finalidade deste
processo de orientao para vendas so os lucros atravs do volume de vendas, pois em geral as
margens de lucratividade so pequenas quando a empresa adota esta orientao.
Muitas empresas atualmente ainda esto estacionadas na era de vendas, e tentam empurrar
para os consumidores os mais diversos produtos e servios.
As trs orientaes empresariais apresentadas (orientao para produo, para produto e para
vendas) so consideradas mopes. O termo miopia de Marketing, que foi criado na dcada de 70 por
Theodore Levitt explica bem a atuao destas empresas. Isso quer dizer que elas so orientaes de
empresas que s enxergam o curto prazo, pensando que sua situao atual vai perdurar para sempre.
Alm disso, acreditam que seu produto insubstituvel e indispensvel, por isso os consumidores
nunca deixaro de compr-lo. As empresas mopes s olham para dentro de si mesmas, pois assim
como uma pessoa mope, elas no conseguem enxergar longe. O foco delas est no produto, e no
no negcio.
2.4
2.5
Em 2006 o autor Philip Kotler lanou no Brasil o conceito de Marketing Holstico. Holstico
uma palavra que representa a viso de que tudo se integra e importante. Sendo assim, o termo
holstico consiste na interao harmoniosa dos elementos que constituem o todo. O Marketing
holstico procura transmitir a idia de que para o sucesso de marketing de uma organizao, tudo
importante! Vejam na figura a seguir uma representao do Marketing Holstico.
O Marketing holstico sustentado por quatro pontos essenciais, que so o Endomarketing, o
Marketing Integrado, o Marketing de Relacionamento e o Marketing Societal.
Endo
marketin
g
MKT
MKT
Integrad
o
Holsti
MKT
Societal
MKT de
Relacion
a-
empresa, que o prprio bem-estar do ser humano. A lgica do marketing societal que a empresa
deve devolver ao mercado, de alguma forma, tudo que os consumidores e a sociedade em geral
concedem a ela, com foco na sustentabilidade em todas as suas formas: cultura, filantropia,
preservao ambiental, entre outras...
Por fim, o ltimo elemento que forma o Marketing holstico o Marketing de
Relacionamento. Este conceito de Marketing concentra sua ateno na reteno e fidelidade de
clientes. O Marketing de Relacionamento um contra-ponto ao chamado marketing transacional,
onde o foco est em uma nica transao. No marketing de relacionamento o foco est no possvel
relacionamento de longo prazo que pode ser estabelecido com o cliente, a partir de relaes do tipo
ganha-ganha, onde os dois lados saem ganhando, tanto a empresa, quanto o cliente. O conceito de
Marketing de Relacionamento e Fidelizao de clientes ser aprofundado nos captulo 7 e 8.
ATIVIDADES
1) A empresa deve buscar, em suas atividades, equilibrar trs aspectos essenciais: os lucros, a
satisfao das necessidades e desejos dos consumidores e o interesse pblico. Essa afirmao
descreve:
a) miopia em Marketing
b) marketing de relacionamento
c) marketing societal
d) orientao para vendas
e) todas as alternativas anteriores.
Neste captulo falaremos sobre como o consumidor se comporta. Devemos ter conscincia de
que um consumidor um ser humano, portanto quando falamos de comportamento do consumidor,
estamos nos referindo ao comportamento humano, que cheio de detalhes e implicaes
psicolgicas e inconscientes, alm de sofrer influncias das mais variadas. O objetivo deste captulo
procurar entender de forma estruturada este comportamento, bem como as influncias sofridas
pelo consumidor para a tomada de decises quanto a que produtos ou marcas consumir. Alm disso,
sero abordados tambm os papis de compra e o processo de tomada de deciso de compra.
3.1
Esse captulo foi fundamentado em: Engel; Blackwell; Minard (2000); Giglio (2002); Karsaklian (1999);
Mowen (2003).
Agora focaremos nossa ateno nos diversos aspectos que influenciam o comportamento do
consumidor.
3.2
estudo das unidades compradoras (indivduos, empresas ou grupos) e dos processos de troca
envolvidos na aquisio, no consumo e na disposio de mercadorias, servios, experincias e
idias. Muitos e diferentes aspectos influenciam o comportamento do consumidor, explicando
porque determinadas compras so realizadas ou no. Estes aspectos envolvem principalmente os
fatores culturais, sociais, pessoais e psicolgicos, que esto organizados na figura seguir conforme
sua ordem de influncia.
Principais Fatores de
Influncia do Consumidor
Cultural
Cultura
Subcultura
Classe
Social
Social
Pessoal
Grupos de
Referncia
Famlia
Papis e
posies
sociais
Idade e CV
Ocupao
Condies
Econmicas
Estilo de Vida
Personalidade
Auto conceito
Psicolgico
Motivao
Percepo
Aprendizado
Crenas e
Atitudes
Pela figura, podemos perceber que os fatores que mais influenciam o consumidor so os
fatores culturais. Em segundo lugar em termos de influncia, temos os fatores sociais, seguidos dos
pessoais e posteriormente dos psicolgicos. Falaremos a seguir de cada um destes fatores.
3.2.1
Aspectos Culturais
das
regies
metropolitanas
A1
1%
9.733,47
A2
4%
6.563,73
B1
9%
3.479,36
B2
15%
2.012,67
C1
21%
1.194,53
C2
22%
726,26
25%
484,97
3%
276,70
3.2.2
Aspectos Sociais
Os papis sociais so as atividades que as outras pessoas esperam que um indivduo exera,
de acordo com a posio que ocupa em diferentes grupos sociais. Por exemplo, uma mesma pessoa
diretor de uma empresa, em outro momento pai, e em outro freqentador de determinada
comunidade religiosa. Em cada um destes momentos, esta mesma pessoa assume papis e posies
sociais diferenciadas.
As famlias e lares tambm so um fator que influencia o consumidor. Lares so compostos
de todas aquelas pessoas que ocupam uma unidade de moradia. Sabe-se que os pais influenciam os
seus filhos em suas compras, e vice-versa. Esta influncia tambm pode ocorrer entre irmos e em
outros nveis de parentesco.
3.2.3
Aspectos Pessoais
a) a idade e ciclo de vida - as pessoas possuem diferentes necessidades conforme sua idade, e
suas necessidades tambm variam de acordo com o ciclo de vida. Duas pessoas da mesma
idade podem estar em fases diferentes do ciclo de vida. Algumas fases do ciclo de vida so:
adulto morando sozinho, casal sem filhos, casal com filhos pequenos, casal com filhos
adolescentes, casal novamente sem filhos (pois j saram de casa), etc;
b) ocupao: o que a pessoa faz na maior parte de seu tempo. Exemplos: dona-de-casa,
estudante, mdico, etc. A ocupao afeta os produtos e servios adquiridos;
c) condies econmicas: esto ligadas s condies financeiras do indivduo. Diferem da
classe social, que est vinculada famlia;
d) estilo de vida: padro de vida expresso em atitudes, delineia um padro de ao e de
integrao com o mundo;
e) personalidade: descrita em termos de traos como: sociabilidade, autoconfiana,respeito,
realizao, ordem, criatividade, etc;
f) auto-conceito: como a prpria pessoa se v.
A partir da anlise destes aspectos pessoais, possvel verificar as diferenas peculiares de cada
indivduo que influenciam no seu comportamento de consumo, determinando suas escolhas.
3.2.4
Aspectos Psicolgicos
Temos tambm as crenas e atitudes. Crena um pensamento descritivo que uma pessoa
tem sobre algo. Inclui juzo de valor e pode ser alimentada por conhecimento, opinio ou
simplesmente f. A atitude descreve as avaliaes cognitivas e emocionais de uma pessoa para um
objeto ou idia, gerando sentimentos e tendncias de ao duradouras. As atitudes so difceis de
mudar; as empresas deveriam tentar ajustar-se s atitudes existentes e no tentar mud-las.
3.3
Papis de Compra
Existem cinco diferentes papis de compra que podem ser exercidos pelos consumidores ao
longo de um processo de deciso de compra. So eles:
importante para uma empresa conhecer estes papis de compra, pois muitas vezes os
esforos de marketing devem ser direcionados para o influenciador ou para o decisor, por exemplo,
e no apenas para o comprador.
3.4
Este um processo de cinco estgios pelos quais os consumidores passam ao realizar suas
compras. O primeiro passo o reconhecimento da necessidade, que o momento em que o
consumidor percebe uma diferena entre seu estado real e o desejado. Este reconhecimento pode
ocorrer tanto por estmulos internos quanto externos como, por exemplo, a recomendao de
algum.
O segundo passo a busca de informaes, que quando o consumidor comea a procurar
saber mais sobre o produto que pretende comprar. A busca de informaes pode se dar atravs da
ateno elevada, quando o consumidor est atento a informaes sobre o produto porm no as
procura ativamente, ou da busca ativa de informaes.
O passo seguinte a avaliao de alternativas. No passo anterior o consumidor j
selecionou algumas opes de produtos, e neste passo cabe a ele optar por algum deles. Os produtos
so vistos como agrupamentos de atributos com capacidade variada de determinar satisfao e cada
consumidor possui um conjunto de crenas sobre as marcas destes produtos (imagem de marca) e
sobre seus atributos, que tambm possuem diferentes graus de importncia, conforme as
preferncias pessoais do consumidor. Algumas dimenses ou atributos utilizados como parmetros
na avaliao das alternativas so: preo, marca, pas de origem, design, entre outros.
Em seguida vem o quarto passo, que consiste na deciso de compra. Esta deciso
influenciada pela atitude dos outros (que pode ser positiva ou negativa em relao escolha
realizada), fatores situacionais imprevistos (eventos que podem acontecer inadvertidamente, como a
falta do produto escolhido ou uma mudana de preo) e risco percebido.
Por fim, o quinto e ltimo passo do processo de deciso de compra o ps-compra. Aps
adquirir e utilizar o produto ou servio, o consumidor determinar se ficou ou no satisfeito com a
compra realizada. Ou seja, ele compara o desempenho do produto ou servio com as suas
expectativas anteriores compra, e ento decide sobre a sua satisfao. Outro processo que pode
acontecer no ps-compra a dissonncia cognitiva, que se revela atravs de dvidas aps a deciso
quanto a ter escolhido ou no a alternativa correta. A dissonncia cognitiva ocorre geralmente em
compras grandes, que envolvem altas quantias monetrias e so difceis de selecionar e de desfazer.
ATIVIDADES
como a falta de informao dos consumidores sobre o produto, a existncia de produtos pseudosimilares e o preo do gel. No complexo processo decisrio do consumidor, haver cinco etapas,
nas quais o fabricante poder deparar-se com inmeros problemas. Dentre as opes a seguir, qual
a nica em que o problema descrito corresponde etapa apresentada?
a) Reconhecimento do problema: o consumidor no percebe a necessidade do produto.
b) Busca de informao: o consumidor no valoriza novas marcas.
c) Seleo de alternativas: o consumidor no d importncia s recomendaes dos balconistas
da farmcia.
d) Compra: O consumidor no sabe como usar o produto.
e) Ps-compra: h insuficiente propaganda persuasiva.
O objetivo deste captulo discorrer sobre o processo estratgico de Marketing adotado nas
empresas. Este processo contnuo e deve estar sempre sendo reavaliado, sendo formado
principalmente por quatro passos: a anlise dos mercados, o planejamento estratgico, a
implementao da estratgia e as aes de controle do processo.
4.1
Como vimos, o marketing tem uma funo social muita importante, mas no deixa de ser
tambm um processo gerencial que precisa ser constantemente monitorado pelas organizaes.
Sendo assim, importante que a gesto de Marketing se utilize de mtodos e processos, que
contribuam para que os resultados sejam obtidos da melhor forma possvel.
As etapas do que costumamos chamar de processo de Marketing so:
Anlise
Planejamento
Implementao
Contole
Como podemos ver na Figura 4.1, o processo de Marketing contnuo, ou seja, ele nunca
termina, est sempre se retroalimentando e iniciando novamente. Isso ocorre porque os mercados
Esse captulo foi fundamentado em: Porter (1999); Stevens (2001); Neves (2005); Magalhes; Sampaio
(2007).
esto sempre em constante mutao, so dinmicos e isso exige que a organizao reavalie
constantemente os seus procedimentos estratgicos. Abordaremos na seqncia cada um destes
passos do processo de Marketing.
4.2
Sendo assim, no possvel definir as estratgias de Marketing sem antes fazer uma anlise
detalhada do que chamamos de ambiente de Marketing. O ambiente de Marketing inclui diversos
fatores do cenrio onde a organizao est inserida, que se dividem em aspectos do macroambiente
de Marketing ou do Microambiente de Marketing. A principal diferena entre os aspectos do
macroembiente e os do microambiente que no macroambiente esto fatores e situaes s quais a
empresa deve conhecer, estudar e se adaptar a eles, pois no exerce nenhuma influncia sobre eles,
no podendo portanto alter-los. Por outro lado, os aspectos do microambiente esto mais prximos
organizao, no sentido de que ela poder exercer influncia sobre estes aspectos. Isso no
significa, entretanto, que ela poder control-los, mas sim realizar aes que permitam que o
ambiente se torne mais favorvel aos objetivos da organizao. A seguir detalharemos os aspectos
envolvidos tanto no macro quanto no microambiente de Marketing.
4.2.1
Macroambiente de Marketing
Como foi dito antes, o macroambiente envolve aspectos que a empresa no poder
influenciar. Portanto, o objetivo de analisar os aspectos do macroambiente de Marketing prever
Microambiente de Marketing
O microambiente de marketing, por sua vez, envolve aspectos do ambiente que esto mais
prximos da empresa, no sentido de que ela pode exercer alguma influncia sobre eles (embora no
possa control-los). Os principais fatores do microambiente de marketing em uma empresa so:
a) intermedirios de marketing: inclui os atacadistas, varejistas, representantes, distribuidores
e outros envolvidos no processo de distribuio dos produtos e servios da empresa;
b) pblicos: clientes, sindicatos, mdia e comunidade em geral;
c) fornecedores: organizaes que fornecem produtos e servios para a empresa;
d) concorrentes: podem ser diretos (comercializam exatamente o mesmo produto ou servios
da empresa) ou indiretos (vendem produtos ou servios que substituem o da empresa).
Este conjunto de aspectos do microambiente influenciam o dia-a-dia da empresa, e precisam ser
monitorados constantemente.
Segundo Magalhes e Sampaio13, podemos dizer que marketing conhecer, decidir e agir.
Sob este ponto de vista, a etapa de anlise que vimos anteriormente equivale a conhecer, e a etapa
de planejamento equivale a decidir a. Veja o que dizem os autores14: Se marketing conhecer,
decidir e agir, o leitor-planejador deve levar em conta que, to importante quanto compreender o
mercado nele incluindo consumidores, prospects e concorrentes diretos e indiretos saber
decidir de modo inteligente a respeito do que deve ser feito e de como fazer, de modo a chegar
etapa da ao ciente de estar fazendo exatamente o que deve ser feito e da maneira mais adequada.
Para a etapa de planejamento de marketing, portanto, so importantes os seguintes itens:
4.3.1
Esses aspectos so importantes para que a organizao construa uma identidade do seu
negcio, estabelecendo o clima organizacional, os padres de conduta que devem ser seguidos, o
que est realmente sendo perseguido nesta nova empresa.
A misso importante como referncia e determinao de foco. Em geral, deve-se determinar
na misso uma espcie de objetivo de longo prazo, onde a empresa quer chegar, qual a razo de sua
existncia. Por isso mesmo, ela deve ser mantida por um longo perodo de tempo, no devendo ser
modificada constantemente, em curtos intervalos, para evitar a perda de foco e de referncia da
organizao. Isso no quer dizer de forma alguma que ela esttica e que jamais poder ser
alterada, mas as alteraes devem ocorrer apenas em intervalos longos, na forma de ajustes de
direo.
O que os autores Magalhes e Sampaio (2007) chamam de agir equivale aos passos implementao e
controle do processo de Marketing, ou seja, o terceiro e quarto passos.
Miopia em Marketing um termo criado por Theodore Levitt na dcada de 70, mas atual at hoje.
Representa as empresas com foco no seu produto, e no no negcio, alm de viso de curto prazo, ao invs de
focar no longo prazo.
b
Todos os players que interagem com a empresa, entre eles clientes, funcionrios, comunidade em geral,
mdia, fornecedores, concorrentes, etc.
Vejamos como poderia ser uma viso e misso bem formuladas, para uma empresa no ramo
de alimentao, como um restaurante por exemplo:
Misso: Oferecer alimentao de qualidade aos nossos clientes, proporcionando a eles lazer e
sade, de forma a maximizar o valor aos nossos acionistas e clientes.
Viso: Ser o melhor fornecedor de alimentao com sade e lazer na regio sul do Brasil, at
o ano de 2012.
4.3.2
conjunto de aes voltadas a dirigir foras militares durante uma guerra ou batalha. Foi incorporado
ao palavreado dos negcios por volta da dcada de 60.
Em termos organizacionais, a estratgia significa perseguir um plano de ao, capaz de trazer
(ou manter) vantagens competitivas para a empresa. Trata-se de escolhas que definem o rumo da
organizao, sempre condicionadas situao ambiental (macro e micro ambiente) e organizacional
(recursos, know-how, etc). Alm disso, devem ser levadas em considerao tambm a viso e
misso da empresa, o tempo disponvel, os riscos envolvidos, entre outros elementos importantes.
Para uma boa definio estratgica, propomos o mesmo conselho: saiba onde quer chegar, e ento
escolha o melhor caminho para isso. Deve-se visualizar um diferencial significativo para a empresa,
para que ela possa fazer frente concorrncia.
Porter17 prope trs estratgias genricas que podem ser adotadas por uma empresa, no
necessariamente de forma excludente. So elas: diferenciao, custos e enfoque.
a) Diferenciao: Essa estratgia se caracteriza pela criao de algo de valor, que seja
reconhecido como exclusivo pelo mercado. Assim, a oferta da empresa ser diferenciada
da oferta dos concorrentes. Alguns itens que podem ser utilizados para gerar diferenciao
so o estilo, o design, a performance do produto ou servio, o atendimento, a imagem, etc.
A maior vantagem da utilizao da diferenciao que, se as diferenas utilizadas forem
realmente valorizadas pelos clientes, a empresa poder praticar preos e margens mais
elevadas. Um exemplo so as marcas de luxo: um produto da marca Channel, por
exemplo, vendido por valores elevados, mas considerados justos por consumidores que
valorizam esta marca.
b) Custos: A estratgia conhecida como liderana em custos consiste em obter uma estrutura
de custos inferior da concorrncia, com o objetivo de obter retornos maiores. Para isso,
as empresas que adotam esta estratgia utilizam tcnicas que viabilizem a sua reduo de
custos, tais como: economias de escala, controle rgido de gastos administrativos e outros,
enxugamento de pessoal, servios limitados aos clientes, integrao para trs, etc. Em
geral, as empresas que optam pela estratgia de liderana em custos necessitam de grande
participao de mercado para se tornar rentveis. Ela mais amplamente adotada no
mercado de commodities, onde os produtos no apresentam diferenciao entre si. Por
exemplo: produtos agrcolas, minrios, combustveis, entre outros. Para os outros setores,
a estratgia de liderana em custos apresenta a desvantagem de no criar uma razo pela
qual o cliente deva comprar da empresa.
Veja que, para um mesmo negcio, possvel adotar qualquer uma das trs estratgias, basta
direcionar a estrutura da empresa e suas aes para isso. Por exemplo, uma fbrica de calados
poder utilizar a estratgia de liderana em custos, oferecendo calados muito baratos. Ou a
estratgia de liderana em diferenciao, diferenciando seus calados pela qualidade, pelo material
utilizado ou at pela marca desenvolvida. Por fim, a mesma fbrica poder utilizar a estratgia de
enfoque, concentrando-se no segmento de jovens senhoras que buscam calados confortveis para o
trabalho, por exemplo.
4.3.3
Definindo um Plano de Ao
O prximo passo do seu plano de negcios definir um plano de ao, condizente com a
estratgia genrica escolhida, que dever incluir.
Consiste em definir manobras estratgicas que possam influenciar no equilbrio das foras
competitivas, melhorando a posio da empresa. Neste caso, a empresa assumiria uma postura mais
ativa, assumindo a ofensiva e combatendo a ao das prprias foras competitivas. Por exemplo: ao
criar preferncia de marca junto aos consumidores, a empresa ganha maior poder de mercado
tambm junto aos concorrentes e substitutos.
4.3.3.3
Analisando o cenrio onde as foras competitivas esto inseridas, a empresa pode prever
aes estratgicas, se tornando capaz de se antecipar s possveis aes da concorrncia. Por
exemplo: a medida que as inovaes avanam no ciclo de vida dos produtos, a diferenciao entre
os produtos declina e as empresas tendem a adotar a integrao vertical. Isso faz com que pequenos
concorrentes acabem por ser eliminados do setor. Este referencial de antecipao de cenrio
tambm poder ser utilizado para prever a rentabilidade final do setor. Porter18 diz que, O potencial
do setor depender, sobretudo, da configurao das futuras barreiras de entrada, da melhoria da
posio do setor em relao aos substitutos, da intensidade final da competio e do poder
conquistado pelos compradores e fornecedores.
Portanto, a opo competitiva escolhida no deve de forma alguma ser esttica. A anlise das
foras competitivas e a reformulao da estratgia devem ser constantes, especialmente diante do
cenrio altamente mutante que temos atualmente, com mercados dinmicos e transformaes
tecnolgicas constantes. Os rivais so capazes de copiar com rapidez qualquer posio de mercado.
A vantagem competitiva temporria, por isso deve ser sempre perseguida.
A estratgia de Marketing de uma organizao deve contemplar quatro elementos principais,
conhecidos como composto de marketing, mix de marketing ou 4 Ps de Marketing. So eles:
produto, preo, praa e promoo. Estes quatro elementos sero apresentados e discutidos mais
detalhadamente no captulo 4.
4.4
Aps as definies descritas no item 3.3, que esto no nvel de decises estratgicas da
organizao, passamos para a etapa de implantao, no nvel ttico e operacional. Isso equivale a
dizer que na etapa de planejamento as decises esto sendo acertadas e registradas, ou colocadas
4.5
ATIVIDADES
2) Suponha que o atual presidente do pas decida incentivar as exportaes, atravs de novas taxas
alfandegrias e outros incentivos. Ao mesmo tempo, percebe-se um aumento significativo na renda
per capita de alguns pases parceiros do Brasil. As informaes acima demonstram mudanas nos
seguintes ambientes de marketing, respectivamente:
a) econmico e tecnolgico
b) poltico-legal e sociocultural
c) demogrfico e natural
d) poltico-legal e demogrfico
e) econmico e demogrfico
COMPOSTO DE MARKETINGa
5.1
Composto de Marketing: os 4 Ps
Esse captulo foi fundamentado em: Zenone; Buairide (2005); Cobra (2005); Kotler (2006).
5.2
Produto
Produto uma mistura de tangvel e intangvel comprado para resolver problemas. Ou, como
j vimos, um conjunto de atributos tangveis e intangveis e benefcios reais ou percebidos, com a
finalidade de satisfazer as necessidades ou desejos do consumidor.
Dizemos que existem cinco nveis de produto, conforme os atributos e benefcios oferecidos
ao consumidor. Os nveis de produto so o produto ncleo, o bsico, o esperado, o ampliado e o
potencial. Estes nveis esto representados na figura a seguir:
O produto ncleo o nico nvel de produto formado exclusivamente por benefcio, ou seja,
ele o que o cliente efetivamente procura ao comprar este produto, sua funcionalidade ou utilidade.
Por exemplo, o benefcio de um carro o transporte, e este tambm o seu ncleo, em termos de
nveis de produto.
O segundo nvel o produto bsico, que seria o mnimo de atributos em um produto, mas que
j constitui uma oferta ao mercado. Por exemplo, um carro com rodas, direo e freios atenderia ao
produto ncleo, ou seja, ofereceria transporte ao consumidor. Porm sabemos que os consumidores
esperam um pouco mais de um carro...
O que as pessoas esperam de um produto constitui o nvel chamado produto esperado. A
expectativa de um produto formada a partir de experincias anteriores, comunicao boca a boca
ou at pelas propagandas realizadas pelas empresas. Assim, como j andamos de carro, j ouvimos
falar e vimos propagandas, esperamos que um carro tenha alguns itens, como retrovisor, limpador
de parabrisas, porta luvas, etc. Se um destes itens no for oferecido, o produto ser considerado
estranho e sua compra pode ser descartada pelo consumidor.
Para se diferenciar dos concorrentes, as empresas procuram aumentar o nvel de seus
produtos, gerando o nvel ampliado. Aqui so atribudos ao produto itens diferenciados, capazes de
fazer com que o produto tenha destaque em relao s ofertas da concorrncia. No caso do carro,
seriam itens como sensor de estacionamento, direo hidrulica, freios ABS, air bag, etc. Vejam
que, medida que uma empresa cria itens de diferenciao para o seu produto e o posiciona no
nvel ampliado, as demais tendem a copiar esta diferenciao, e em seguida ela se tornar algo
esperado pelo consumidor. Foi o que aconteceu, por exemplo, com os celulares: algumas empresas
passaram a oferecer celulares que tiravam fotos (um item diferenciado) e atualmente todas as
marcas oferecem modelos de celular com cmera fotogrfica. Isso faz com que o produto acabe
perdendo seu diferencial, e a empresa precisa estar sempre pronta a realizar outras inovaes de
produto.
O nvel potencial existe exatamente para isso. Neste nvel esto as inovaes de produto
ainda no lanadas no mercado, que esto em fase de testes, sejam prottipos ou simplesmente
projetos. No momento em que um produto potencial lanado no mercado, ele se torna um produto
ampliado, e assim por diante. Por exemplo, quando o carro anfbioa for disponibilizado no
mercado consumidor, ele se tornar um produto ampliado. Atualmente, ele um produto potencial.
Experimente fazer esta mesma anlise de nveis de produto com algum servio que voc
conhece, como por exemplo hotelaria. Voc ver que, tambm para os servios, possvel
estabelecer os cinco nveis de produto (lembre-se que um servio nada mais do que um produto
intangvel). Portanto, no importa se a organizao em anlise administra produtos ou servios (ou
at mesmo ambos), ela deve preocupar-se em manter seus produtos sempre no nvel ampliado, para
que eles possam se diferenciar dos concorrentes, e assim obter a preferncia dos consumidores.
Porm, preciso lembrar que a vantagem competitiva obtida no nvel de produto ampliado
momentnea, pois os diferenciais geralmente so copiados pela concorrncia aps algum tempo.
Por isso, a empresa deve estar sempre pronta para inovar e acrescentar novos atributos e benefcios
aos seus produtos.
5.3
Preo
Tradicionalmente, a formao de preo pelos empresrios era realizada sempre pela frmula:
P = C + L.
Onde P o preo de venda do produto, C o custo do produto (considerando-se custos fixos
e variveis) e L a margem de lucro desejada pela empresa. Este mtodo de formao de preo
chamado de Mark up, sendo que este termo designa o percentual de lucro acrescido sobre o produto.
Este mtodo de formao de preo tem sido considerado mope atualmente, pois ele s
considera itens que esto dentro da empresa, no preocupando-se com o mercado, especialmente
clientes e concorrentes. Atualmente, para a formao de preos preciso levar em considerao os
3 Cs, ou seja: custos, clientes e concorrentes. Os custos so o piso do preo, ou seja, o mnimo
que a empresa pode cobrar pelo produto para no incorrer em prejuzo. O cliente determina o teto,
ou seja, o preo mximo que um produto pode custar, de acordo com a percepo de valor dos
clientes. E os concorrentes determinam vrios nveis de preo intermedirios.
a
Carro anfbio a denominao que se d a veculos que podem trafegar tanto na terra quanto na gua.
Sendo assim, podemos dizer que o preo atualmente uma funo de concorrncia e de
posicionamento desejado, e no mais de custos. Isso no quer dizer que os custos no sejam
importantes, mas eles so apenas mais um elemento na formao do preo, e no o principal deles.
A empresa deve adaptar seus custos para se manter competitiva no mercado.
Em um mercado sadio e maduro, podemos ter vrios nveis diferentes de preos convivendo
harmonicamente, cada um deles atendendo a um nicho diferente de clientes. O nvel de preo
adotado por uma organizao depende do posicionamento desejado e da qualidade do produto. Veja
no quadro a seguir os nveis de preo, no exemplo do produto chocolate.
Marca de Chocolate
Mximo
Godiva
Alto Padro
Kopenhagen
Luxo
Lindt
Necessidades Especiais
Mdio
Nestl
Facilidade/convenincia
Dori
Unicamente Preo
Pan
O mesmo tipo de anlise em termos de nveis de preo poderia ser aplicada a diversos outros
produtos, como cerveja, vinhos, roupas, carros, etc. Para uma marca, o importante ter uma
estratgia de preo bem definida e percebida pelo consumidor...
Kotler e Keller 20 determinam que para uma boa determinao de preos, a empresa precisa
seguir alguns passos:
5.4
Praa
5.5
Promoo
Mensagem
Decodificao
Codificao
Mdia
Rudo
RECEPTOR
EMISSOR
Resposta
Feedback
ATIVIDADES
1) Revistas, colas do tipo Superbonder e certas guloseimas so encontradas, muitas vezes, prximas
aos caixas de supermercados, padarias e demais estabelecimentos. Supondo que estes fabricantes
decidiram e se esforaram para obter esta localizao nos pontos de venda, podemos dizer que eles
esto colocando em prtica a seguinte ferramenta de promoo:
a) promoo de vendas.
b) propaganda.
c) publicidade.
d) praa.
e) merchandising.
2) Qual dos seguintes elementos no faz parte do composto tradicional de marketing, tambm
chamado de mix de Marketing ou Marketing Mix?
a) pessoas.
b) distribuio.
c) produto.
d) preo.
e) promoo.
MERCADOa
Para realizar a segmentao de mercado, a empresa deve identificar os fatores que afetam as
decises de compra dos consumidores, ajustando o composto de marketing (ou seja, os 4 Ps) para
as necessidades de cada segmento. possvel utilizar quatro bases diferentes de segmentao, que
esto descritas a seguir.
Esse captulo foi fundamentado em: Hooley (2006); Kotler; Keller (2006); Ferrel; Hartline (2005); Keller;
Machado (2006).
so mais suscetveis aos pedidos das crianas. Em termos de gnero, outro segmento que
apresentou grande crescimento foi o GLS.
b) Idade: medida que as pessoas vo envelhecendo, elas necessitam de ofertas diferentes de
produtos e servios. Seus hbitos, costumes e preferncias tambm se modificam.
Logicamente, um adolescente dever ser abordado de maneira diferente do que uma
pessoa da terceira idade.
c) Ciclo de vida familiar: o ciclo da vida (CV) diferencia as pessoas que podem ter a mesma
idade, porm esto em fases diferentes da vida. As principais etapas do ciclo da vida so:
jovens solteiros, casais jovens sem filhos, casais com filhos pequenos, casais com filhos
adolescentes, casais com filhos adultos, casais novamente sem filhos (pois os filhos j
deixaram a residncia familiar). Porm, paralelamente a essas etapas, existe a tendncia de
novos processos de formao e dissoluo familiar, com o aumento dos ndices de
divrcio, por exemplo.
d) A quantidade de pessoas que reside em um mesmo domiclio tambm pode ser utilizada
como critrio de segmentao demogrfica: Muitos eletrodomsticos, como televisores e
refrigeradores, so oferecidos em tamanhos diversos, conforme a quantidade de pessoas
na casa. O mesmo acontece com os imveis residenciais, que podem ser comprados com
diferente quantidade de quartos e outras opes que consideram a quantidade de pessoas
no domiclio, a existncia de crianas ou no, entre outros aspectos demogrficos.
e) Renda ou padres de gastos: este um dos critrios mais utilizados para a segmentao
demogrfica. Considera-se que pessoas pertencentes mesma classe social tenham
comportamentos de compra e consumo semelhantes. Conforme comentamos no captulo
de Comportamento do Consumidor, recentemente no Brasil a Associao Nacional das
Empresas de Pesquisa (ANEP) considerou adequado dividir a classe C em duas (C1 e C2),
devido ao grande contingente de brasileiros que se inserem nessa classe social.
Existem diversos outros critrios de segmentao demogrfica, como raa, tipo fsico,
escolaridade, estado civil e outros. A Revista Exame21 apontou cinco tendncias demogrficas:
Benefcios
Status do usurio
ndice de utilizao
Status de fidelidade
Estgio de prontido
a)
Volkswagen: a empresa adota o slogan Perfeito para a sua vida. Este slogan
6.2.1 Diferenciao
Cada vez mais os produtos e servios sofrem com o processo chamado de comoditizao,
que significa uma aproximao com as chamadas commodities, que so produtos sem
diferenciao. Os aparelhos de celular, por exemplo, ficam cada vez mais parecidos entre si, e
quando uma empresa lana alguma inovao, como os celulares com cmeras que tiram fotos,
rapidamente as empresas concorrentes copiam a oferta. Para evitar esta armadilha, as empresas
devem preocupar-se constantemente com a diferenciao, que o ato de desenvolver um conjunto
de diferenas significativas para distinguir a oferta da empresa da oferta dos concorrentes.
A diferenciao pode estar baseada em diferentes aspectos da oferta da empresa. Pode ser
baseada em aspectos do produto, como desempenho, design, estilo e outras caractersticas (como
no exemplo dos celulares que comentamos acima). Tambm pode estar focada em servios, como
instalao, entrega, manuteno e treinamento. A diferenciao por pessoal se concentra nos
colaboradores da empresa, que podem ser mais competentes, ou oferecer maior cortesia e
credibilidade. O canal de distribuio tambm pode diferenciar a oferta, com uma melhor cobertura
ou desempenho.
Porm, a principal estratgia de diferenciao, que garante um diferencial sustentvel para a
empresa no longo prazo a diferenciao baseada na imagem da marca.
Algumas das estratgias de posicionamento que podem ser adotadas pelas organizaes para
suas marcas e produtos esto destacadas no quadro a seguir, acompanhadas de exemplos.
Exemplo
Por atributo
A maior, a pioneira
Por benefcio
Por utilizao
Por usurio
Por concorrente
a) VVF;
b) VFV;
c) FFF;
d) VVV.
7.1 Conceito
a)
Esse captulo foi fundamentado em: Levitt (1995); Gale (1996); Albrecht (1999); Silva; Zambon (2006).
b)
potenciais;
c)
d)
e)
f)
g)
h)
Portanto, podemos afirmar que o uso do Marketing de Relacionamento como uma ferramenta
de marketing visa intensificar o relacionamento com o cliente, buscando a fidelidade dele.
7.2
uma empresa pode praticar, dependendo do tipo e do nmero de elos que ela utilize para promover a
lealdade de seus clientes.
1.
modelo de valor agregado podem atuar isoladamente ou podem ser combinados com os benefcios
"consistentes" (descontos e concesso de prmios) do Modelo de Recompensas.
4.
Desde o incio dos tempos, proprietrios de estabelecimentos comerciais como armazns, por
exemplo, praticavam, a seu modo, Marketing de Relacionamento com seus clientes. Estes
comerciantes buscavam conhecer as necessidades e desejos de seus clientes, e faziam ofertas
personalizadas. Atualmente, entretanto, impossvel conhecer todos os clientes de uma grande
organizao sem o uso da tecnologia da informao.
O banco de dados o que garante uma memria precisa das necessidades individualmente
diferenciadas dos clientes. Os cuidados com a atualizao dos dados so fundamentais e garantem a
funo utilidade da tecnologia.
Outro fato importante que a velocidade da tecnologia da informao no faz apenas com
que a informao seja imediatamente acessvel a qualquer momento, mas tambm torna as pessoas
mais acessveis informao. Todos esto na maioria do tempo conectados, levando os prprios
telefones ou palm tops, conectando-se seguidamente internet, viabilizando que sejam facilmente
encontrados.
Nas companhias areas, por exemplo, a identificao dos consumidores se d na prpria
compra da passagem, visto que esta nominal. Os bancos de dados permitem que seja feito um
controle de freqncia de viagens, o que facilita a categorizao dos clientes. Esta categorizao
implica em tratamentos diferenciados para os diferentes nveis de valor dos clientes. Os programas
de fidelizao so a forma como estas empresas operacionalizam seu relacionamento com os
consumidores. Segundo o valor do cliente, determinado pela sua freqncia de viagens, a empresa
oferece diferentes nveis de servio. Os clientes de maior valor (aqueles que viajam mais) so
agraciados com tratamento diferenciado e premiados com trechos gratuitos.
escolha denota que o consumidor preferiu ser fiel. Isso equivale a dizer que, ao decidir ser fiel a
determinada marca, o consumidor em geral est agindo movido por motivaes emocionais de
compra.
Um obstculo que pode surgir lealdade so as idiossincrasias do consumidor, como por
exemplo o comportamento de busca pela variedade. Este tipo de comportamento no permite que a
fidelidade se desenvolva at que no haja mais variedade para experimentar, principalmente nos
estgios cognitivo e conotativo. At que o consumidor atinja o estgio inercial, o desejo por novas
experincias poder ser muito forte para ser ignorado.
Outros obstculos fidelizao so a fidelidade mais de uma marca, desistncia do
consumo do produto (ex.: parar de fumar) e mudanas de necessidade. As mudanas de necessidade
podem ocorrer de duas formas. Na primeira, o consumidor amadurece, e novas necessidades
suplementam as antigas, como a criana que se transforma em adolescente. A segunda forma de
mudana de necessidade a racionalidade, ou quando uma inovao competitiva preenche mais
eficientemente as necessidades do consumidor.
A medida que a satisfao e a lealdade do cliente esto crescendo, faz sentido pensar nele
como um ativo da empresa. Um ativo cujo valor aumenta com o passar do tempo. Por isso,
importante para as organizaes a criao de clientes verdadeiros, fidelizados, que dificilmente
deixaro a empresa pela concorrncia.
Empresas que possuem clientes fidelizados no precisam gastar grandes somas na reteno
dos clientes, pois estes so motivados por recompra inercial. A no ser por deteriorao da
performance (o que um potencial indutor do comportamento de mudana em qualquer um dos
estgios de fidelizao), s a no disponibilidade poderia levar o consumidor a experimentar outra
marca.
Alm disso, as empresas que possuem um grande nmero de clientes verdadeiros tendem a
ter custos mais baixos do que as que possuem uma maior rotatividade de clientes. A rotatividade
resulta em custos devido a necessidade de:
Portanto, costuma-se dizer que mais vantajoso, em termos de custos, manter os atuais
clientes do que conquistar novos.
7.7 Programas de Fidelizao
A finalidade dos programas se concentrar nos clientes individuais, fazer com que eles se
identifiquem e recompens-los pela sua fidelidade e freqncia de uso do servio. A inteno dos
programas de fidelizao criar um senso de participao no consumidor, e recompens-lo com
produtos ou servios extras (ex.: vos) ou bens e servios suplementares. Estes programas so
comuns atualmente e oferecidos por companhias de carto de crdito, varejistas e at fabricantes de
automveis (ex.: General Motors).
necessrio fazer uma diferenciao entre programas de fidelizao e promoes. Apesar de
os programas de fidelizao utilizarem ferramentas promocionais, percebem-se as seguintes
diferenas entre estas duas ferramentas:
criar
um
Promoes
relacionamento Objetivam apenas compras e recompras, em
os
consumidores
oportunidades momentneas.
mais Recompensam
os
que
participam
da
Ao contnua.
ATIVIDADES
b)
baseado em tecnologia.
c)
d)
e)
2) O banco de dados de clientes (Database Marketing) possibilita que as empresas utilizem uma
estratgia de Marketing Customizado, como uma alternativa ao tradicional marketing de massa.
Uma caracterstica que no representa o Marketing Customizado :
a)
Mensagem personalizada.
b)
c)
Produto- padro.
d)
e)
Alternativas c e d.
Este captulo tem como objetivo discutir o processo de implantao de dois importantes
elementos de marketing em empresas de servios: o Marketing de Relacionamento e o
Endomarketing. No marketing de relacionamento, so apresentados quatro passos que permeiam o
processo de implantao, alm de aspectos como a tecnologia e a comunicao com os clientes. No
Endomarketing, salienta-se a importncia do envolvimento dos colaboradores para o sucesso das
atividades de Marketing em uma empresa de servios.
Esse captulo foi fundamentado em: Levitt (1995); Bekin (2004); Lovelock; Wirtz (2006); Lupetti (2007).
recursos e esforos tentando, em vo, convenc-los38. Isto implica em estabelecer algum tipo de
critrio de estratificao, modelo de lucratividade ou medida de valor dos clientes.
O objetivo da diferenciao de clientes encontrar os clientes de maior valor (CMV) e os
clientes de maior potencial (CMP), considerando como valor o valor vitalcio, ou Lifetime Value
(LTV), que o valor que o cliente tem em toda a sua histria transacional com a empresa, as
referncias que ele fez e que se transformaram em vendas, etc. Sempre pensando em LTV, o valor
do cliente pode ser medido em termos reais,ou seja, toda a lucratividade do cliente ao longo de sua
relao com a empresa, e em termos potenciais, ou seja, a lucratividade dos negcios futuros que o
cliente pode realizar com a empresa. O valor real dividido pelo valor potencial equivale
participao do cliente. 39
Recomenda-se portanto a implementao de iniciativas distintas para os diferentes extratos de
clientes. Para os CMVs, implementar programas de reteno. Os CMPs necessitam de tratamento
distinto, sendo necessrio desenvolver esses clientes atravs de incentivos, como concesso
prematura de privilgios. Segundo Peppers e Rogers40, em relao aos BZs (below zeros), os que
do prejuzo, deve ser cobrado o valor real dos servios prestados e tambm suprimir seus nomes
das listas de mala direta e outras iniciativas de contatos, sem entretanto eliminar seus nomes da base
de dados da empresa. Estes tm seu valor real e estratgico abaixo do custo de atendimento,ou seja,
no h expectativa de lucratividade.
de aprendizado, onde cada vez mais personalizamos servios e produtos para que eles vejam
convenincia em continuar com a empresa. Quando a interao iniciada pela empresa, ela deve
obedecer a duas regras bsicas: deve utilizar o canal de comunicao preferido do cliente e deve ter
a permisso do cliente para utilizar este canal, devendo as mensagens ter algo de valor para o
cliente.
Seguem algumas sugestes importantes, segundo Peppers e Rogers42, para a interao:
Incentivar o dilogo atravs de nmeros 0800, pginas na Web, caixas de sugesto, etc;
Desta forma, a empresa evita que o cliente se aborrea a cada tentativa de interao, e tambm
permite que o relacionamento entre empresa e cliente se solidifique.
8.1.4 Customizao
Levitt44 usa o termo miopia para caracterizar a falta de flexibilidade ou inventividade de uma
empresa. Segundo ele, as empresas precisam esquecer o produto ou servio em si e passar a pensar
nas necessidades do consumidor, buscando atend-las da melhor forma possvel. No reconhecer
isto tende a levar uma empresa ao fracasso quando adota o Marketing de Relacionamento, pois a
capacidade de atendimento de necessidades especficas de consumidores exige uma viso ampliada
do negcio da empresa, bem como flexibilidade.
Portanto, a customizao deve se dar no simplesmente no sentido de adaptar as
caractersticas do produto, mas principalmente de atender s necessidades individuais dos
consumidores de diferentes maneiras.
A sobrevivncia das empresas depende de sua capacidade de adaptao. A filosofia do
Marketing de Relacionamento pressupe que a empresa como um todo seja uma organizao
flexvel, voltada para atender s necessidades de cada consumidor de maneira individualizada e
especfica. Esta flexibilidade deve se refletir nos mais diversos aspectos da empresa, como a tomada
de decises, as operaes em geral, os processos produtivos, a logstica e distribuio. A
flexibilidade se torna imprescindvel uma vez que se assume que as necessidades do consumidor
esto em processo contnuo de mudana.
a)
b)
c)
e)
a) apatia: pouco caso ou falta de interesse por parte do funcionrio que recebe a
reclamao;
b) dispensa: desprezo em relao ao problema ou necessidade apresentado pelo
cliente, dispensando o cliente;
c) frieza: hostilidade e impacincia com o cliente que apresenta a reclamao;
d) condescendncia: tratar o cliente com atitude paternalista;
e) automatismo: atendimento informatizado e funcionrio mecanizado;
f) livro de regras: as normas da organizao so seguidas a risca, e o funcionrio no
possui flexibilidade ou autonomia para resolver o problema do cliente.
Evitar estas falhas primordial para que o cliente que faz uma reclamao sinta-se acolhido pela
empresa, de maneira sria e com solues eficazes.
8.4 Envolvimento dos funcionrios e Endomarketing
Para uma estratgia de servios ser bem-sucedida, ela precisa estar inserida na cultura da
organizao. Por isso, o treinamento contnuo dos funcionrios importante: ele proporciona a
cultura e as habilidades necessrias para que todos os esforos da organizao estejam focalizados
nos clientes. O treinamento deve ocorrer em todos os nveis e para todas as funes da empresa.
Por esta razo, h a necessidade de treinamento constante dos funcionrios da empresa, para
que eles se tornem mais sensveis aos diversos momentos de interao com os clientes. Sobre isso,
Levitt49 afirma que nada deteriora to facilmente quanto as prticas e rotinas comportamentais que
so e precisam ser institucionalizadas.
A funo de marketing ampla e atinge todas as pessoas da organizao. Os profissionais
que trabalham nas reas de marketing e vendas so full-time marketers, ou seja, profissionais de
marketing em tempo integral. Os demais profissionais trabalhando na empresa so part-time
marketers, ou seja, profissionais de marketing em tempo parcial. Fazem parte deste grupo o
presidente da empresa, projetistas, programadores, pessoal de finanas e recursos humanos,
telefonistas e recepcionistas, entre outros. Muitas vezes, especialmente quando se trata de servios,
os part-time marketers so os que esto mais prximos dos clientes, e acabam influenciando os
relacionamentos com os consumidores em parte de seu tempo.
As atividades de treinamento e envolvimento dos funcionrios, tambm chamadas de
marketing interno ou Endomarketing, apresentam sete pontos essenciais, conforme apresentado na
figura abaixo.
ATIVIDADES
a) Instrumento de cooperao.
b) So incentivadas e encaradas como oportunidade.
c) Oferecem possibilidade de soluo de problemas ou melhorias.
d) So utilizadas como fonte de pesquisa.
e) Todas as alternativas anteriores.
Esse captulo foi fundamentado em: Gomes; Braga (2001); Zickmund (2006); Fuld (2007).
de decises, devem ser informaes precisas e confiveis, e devem chegar no tempo certo. Por
exemplo, no adianta nada uma informao sobre a mudana do comportamento do consumidor
chegar depois que a concorrncia j lanou um produto para atend-la, o SIM deve ser capaz de
identificar tendncias de mercado que possam se revelar como oportunidades a serem aproveitadas
pela empresa. Por fim, os prprios gestores de marketing devem constantemente alimentar os
responsveis pelo SIM com as avaliaes sobre as informaes obtidas, bem como sobre as suas
necessidades de informaes propriamente ditas.
Esta avaliao das necessidades dos gestores deve prever o cruzamento entre o que eles
pensam que precisam, o que eles realmente necessitam, e o que realmente vivel. Algumas
informaes so muito custosas para a empresa, neste caso o gestor deve fazer uma reflexo sobre a
real necessidade desta informao, e sobre se ela realmente importante para o processo de tomada
de deciso.
Os profissionais de Marketing precisam de muito mais informaes e anlises do que eles
tm disponveis atualmente. E sem informaes, a tomada de decises de Marketing fica
extremamente prejudicada, sendo que decises erradas podem trazer prejuzos enormes empresa.
As reclamaes mais freqentes dos gestores de marketing em relao a esse assunto so que:
preciso ressaltar, entretanto que uma boa quantidade de informaes em mos no elimina
o julgamento do profissional de marketing, que sempre dever pensar em como transformar essas
informaes em uma ao de marketing bem sucedida, partindo do seu julgamento pessoal e
feeling. Mas consenso entre os profissionais de marketing que quanto maior o grau de pesquisa,
menor o risco no processo de tomada de deciso. Por outro lado, uma deciso tomada sem nenhum
grau de pesquisa extremamente arriscada. Esse processo de minimizao do risco a medida que
aumenta o grau de pesquisa vlido para todas as fases do processo de marketing, ou seja, para as
etapas de anlise, planejamento, implementao e controle.
- So dados de eventos
Ambiente de
Marketing
procedimentos
fontes
Informaes
dirias sobre
eventos
Livros, jornais,
publicaes setoriais
Prof. Valesca Reichelt
Para que uma iniciativa de SIM d certo, entretanto, muito importante conscientizar todas
as pessoas da organizao, sobre a importncia da observao, coleta e transmisso de dados
existentes nas interfaces com os clientes. Os sistemas e programas de computador no fazem nada
sozinhos, eles precisam de pessoas para aliment-los e fazer bom uso deles.
ATIVIDADES
1) Qual dos seguintes casos uma queixa dos profissionais de marketing sobre as informaes que
passam por suas mesas?
a) informaes vitais so disponveis.
b) as informaes chegam a tempo para a tomada de deciso.
c) as informaes se encontram em um local centralizado para o fcil acesso
d) h demasiada informao do tipo errado e no h informao suficiente do tipo certo.
e) fcil determinar quando a informao acurada.
2) Jos tem um sistema em seu computador que lhe permite registrar diariamente os recibos de
vendas, a quantidade de clientes que entrou na loja, por sexo e idade, o nmero de funcionrios que
trabalhava a cada hora, os produtos comprados por nmero de estoque, condies climticas e
entregas de fornecedores. O sistema tambm lhe permite manipular esses dados para construir
modelos e emitir relatrios para a matriz quando solicitados. Qual das seguintes decises o sistema
de Jos no o ajudaria a tomar?
a) decises sobre novas encomendas
b) decises de programao do ptio de carga
c) decises de horrio dos funcionrios
d) previso de exigncias de aquecimento e refrigerao da loja
e) onde colocar um novo produto na loja para maximizar o apelo de vendas.
10 PESQUISA DE MARKETINGa
Neste captulo falaremos sobre um tema que est sempre presente quando se fala em
Marketing, que a pesquisa de Mercado. Podemos dizer que no existe marketing sem pesquisa,
pois muito importante conhecer os mais diversos fatores do ambiente de marketing, seja o
comportamento do consumidor, a concorrncia e muitos outros elementos. As coisas mudam
constantemente e preciso eternamente se adaptar a elas. Esta a tica da pesquisa de mercado,
que parte do pressuposto de que em time que est ganhando se mexe sim! Pois se a empresa no for
rpida nas suas decises ela pode abrir precedentes para que outras empresas lancem suas inovaes
ou atendam a uma nova necessidade do consumidor mais rapidamente.
importante ver e participar da vida como ela , ir at onde os consumidores esto e
participar mais ativamente do processo. Podemos dizer que a pesquisa de Marketing a funo que
liga o consumidor, o cliente e o pblico ao profissional de marketing por meio de informaes
estas usadas para identificar e definir oportunidades e problemas de Marketing; gerar, refinar e
avaliar aes de Marketing; monitorar o desempenho de Marketing; e melhorar o entendimento do
Marketing como um processo.
Existe uma necessidade crescente de entender o consumidor, seus hbitos, atitudes e
percepes. Mudanas muito diversas tem ocorrido e novas tendncias demogrficas surgem a todo
instante. Estes novos hbitos e estilos tem influncia direta na forma como os consumidores
escolhem as solues que precisam, e logicamente na compra de produtos e servios.
O consumidor est em constante mutao, sendo influenciado por diversos fatores externos e
tambm internos. A pesquisa de mercado tambm est evoluindo para acompanhar estas mudanas
do consumidor, se tornando mais segmentada e voltada para definio e descrio de perfis
psicogrficos no apenas voltados para as caractersticas demogrficas dos consumidores. Por
exemplo, a tendncia atual em pesquisa de mercado que no basta apenas saber que uma mulher
casada, se chama Maria, tem 35 anos, tem dois filhos e pertence classe A. Hoje em dia estas
informaes so bsicas e acabam ajudando pouco o profissional de Marketing a tomar decises.
Isso ocorre tambm porque os indivduos so na realidade multi-vduos, o que significa que eles
assumem diversos papis sociais ao longo do seu cotidiano. Ou seja, a Maria, alm de tudo que
falamos, tambm uma boa amiga, uma profissional da rea da sade, voluntria em projetos
sociais, estudante de ingls, pratica yoga regularmente, filha de pais da terceira idade que gostam
Esse captulo foi fundamentado em: Mattar (2000); Malhotra (2005); Smara (2006).
muito de viajar e ainda esposa de um advogado bem-sucedido. Com estas informaes, possvel
desenvolver produtos e servios mais adequados para cada perfil de consumidor.
Portanto, a pesquisa de mercado deve ir alm dos dados demogrficos, e descobrir como
pensam seus consumidores, quais so suas aspiraes, necessidades, o que eles fazem, ou seja,
quais seus comportamentos e atitudes, em que eles acreditam quais suas crenas e percepes e
onde eles esto quais os pontos de contato atravs dos quais possvel interagir com estes
consumidores. Alm disso, a pesquisa de mercado deve contemplar diferentes momentos do
processo de compra do consumidor, como vemos na figura a seguir.
A pesquisa de marketing surge de uma situao na empresa que precisa ser resolvida, um
questionamento. Por exemplo, o questionamento poderia ser: devo lanar um novo produto no
mercado neste momento? Ou: para qual pblico-alvo devo destinar o produto que desenvolvemos?
A situao deve ser justificvel, ou seja a questo a ser respondida deve ser suficientemente
importante para justificar a realizao de uma pesquisa. A partir deste ponto, deve ser avaliada a
viabilidade de realizao da pesquisa, em termos tanto de tempo como de recursos financeiros.
Temos tempo hbil para realizar a pesquisa? A empresa no pode correr o risco de adiar demais a
tomada de uma deciso importante, por estar aguardando o resultado de uma pesquisa de mercado.
Da mesma forma, preciso verificar se existem recursos financeiros disponveis para o
investimento em pesquisa, e se a deciso a ser tomada a partir das informaes obtidas na pesquisa
suficientemente importante para justificar a utilizao destes recursos financeiros. Outra questo
que se refere viabilidade a possibilidade de obter as informaes que se quer com a pesquisa.
Por exemplo, dificilmente uma pesquisa ser capaz de descobrir as intenes estratgicas do
concorrente para o prximo ano. Algumas informaes, por serem sigilosas ou constrangedoras, so
muito difceis de serem obtidas atravs de pesquisa. Feitas estas consideraes, possvel ento
passar para a etapa de definies dos objetivos de pesquisa.
Algumas empresas possuem departamentos particulares de pesquisa. Em geral so empresas
de grande porte e com uma constante necessidade de obter informaes de mercado, o que justifica
os recursos investidos na manuteno de um departamento de pesquisa de mercado dentro da
prpria empresa. As empresas que no possuem departamento de pesquisa podem realizar as suas
pesquisas de marketing atravs da contratao de alguns fornecedores. Alguns possveis
fornecedores de pesquisa so:
Na primeira etapa, que envolve a definio dos objetivos, h dois cuidados que devem ser
tomados: estabelecer de forma bastante clara o que dever ser pesquisado, para que a pesquisa traga
efetivamente auxlio para a tomada de deciso. O outro cuidado que o objetivo da pesquisa no
o objetivo organizacional. Ele pode at contribuir para este objetivo organizacional, mas o objetivo
da pesquisa est sempre ligado busca de alguma informao. Por exemplo, uma empresa pode ter
o objetivo de aumentar as vendas, mas este no o seu objetivo de pesquisa. O objetivo de pesquisa
poderia ser, por exemplo, descobrir as causas da recente reduo das vendas da empresa, a partir de
uma anlise do mercado.
A partir dos objetivos da pesquisa, ser possvel definir se esta ser uma pesquisa
exploratria, descritiva, ou causal. A pesquisa exploratria tem a funo de ajudar a definir
melhor a real natureza do problema, descobrir novas idias e percepes e gerar hipteses. Este tipo
de pesquisa se preocupa mais com a qualidade das informaes do que com a quantidade. A
pesquisa descritiva, por sua vez, define dimenses e quantidades, estudando com que freqncia
algo ocorre e estabelecendo relaes entre variveis. O ltimo tipo de pesquisa a causal, onde
procura-se esclarecer relaes do tipo causa-efeito, atravs de comparaes e de experimentos de
campo. Um exemplo de pesquisa causal so os lanamentos de produtos novos que algumas
empresas fazem apenas em determinadas cidades, para testar o produto antes de lan-lo no
mercado nacional.
Assim, uma pesquisa de mercado pode ter carter quantitativo ou qualitativo. Uma pesquisa
qualitativa, ou quali, faz uma anlise mais profunda, porm sem mensuraes e portanto com menor
possibilidade de generalizaes. Isso significa que atravs de uma pesquisa qualitativa podemos
descobrir muitas novas informaes dos consumidores, mas teremos dificuldades em estabelecer
que todos os consumidores pensam de uma mesma forma.
As pesquisas de carter quantitativo (pesquisa quantitativa), tambm chamadas de quanti,
por sua vez, utilizam amostras maiores, porm so mais superficiais nas informaes obtidas. Os
resultados podem receber tratamento estatstico, e conforme os ndices de erro amostral, possvel
generalizar os resultados: o chamado processo de inferncia estatstica. Ou seja, podemos dizer,
com certa margem de erro, como as pessoas da populao se comportaro, a partir dos dados
obtidos em uma amostra. Um exemplo so as pesquisas de inteno de voto, que so tpicas
pesquisas quantitativas.
Depois de definido o objetivo da pesquisa e o tipo de pesquisa que ser realizada, podemos
ento partir para a segunda etapa, que o planejamento da pesquisa. O planejamento envolve as
seguintes atividades:
A definio da fonte dos dados define se sero utilizados dados primrios ou secundrios. Os
dados primrios so aqueles coletados especificamente para uma investigao. J os dados
secundrios so dados coletados para outro propsito que no o estudo em questo, mas que podem
ser aproveitados para este estudo. A abordagem de pesquisa diz respeito a tcnica que ser
utilizada para a coleta dos dados. Uma abordagem de pesquisa muito utilizada o levantamento,
que consiste na aplicao de questionrios. Existe ainda a observao, os dados comportamentais,
os grupos focais e a pesquisa experimental.
O instrumento de coleta de dados a forma de registro que ser utilizada para coletar as
informaes necessrias para a pesquisa. O instrumento mais utilizado o questionrio, mas
existem tambm instrumentos mecnicos para este fim, como cmeras oculares e outros tipos de
medidores. O plano de amostragem define quem ser pesquisado, ou seja, qual o perfil da amostra
pesquisada, e ainda a quantidade de pessoas que devem fazer parte da amostra. Os mtodos de
contato podem ser: pessoal, por telefone, por correio, via internet, etc.
Terminado o planejamento da pesquisa, pode-se dar incio a sua execuo, que consiste na
terceira etapa. A execuo compreende a coleta de dados em si, que corresponde obteno efetiva
dos dados juntos aos pesquisados. Estes dados devem ser tabulados e organizados de forma que
possam ser interpretados. No caso das pesquisas qualitativas, esta interpretao se d a partir da
anlise de contedo da transcrio das entrevistas ou grupos focais. No caso das pesquisas
quantitativas, so utilizadas tcnicas estatsticas univariadas e multivariadas para ajudar na
compreenso dos dados pesquisados.
Por fim, chegamos na ltima etapa da pesquisa, que a apresentao das concluses. O maior
desafio nesta etapa transformar todos os dados obtidos em informaes que possam ser claras e
apoiar a deciso dos gestores de marketing. Para isso, podem ser usados recursos visuais, como
grficos e tabelas coloridos.
ATIVIDADE
1. Assinale se as alternativas abaixo se so verdadeiras ou falsas:
( ) Haroldo se posicionou na frente de sua loja para ver se os compradores trazem crianas consigo
ao fazer compras. Ele est pensando em acrescentar uma vitrine de brinquedos loja. Haroldo est
realizando uma forma de pesquisa descritiva.
( ) Ao realizar pesquisas em outros pases, os profissionais de marketing freqentemente saltam
diretamente para a coleta de dados primrios porque a pesquisa de dados secundrios mais cara e
demorada.
( ) O processo da pesquisa de marketing comea quando algum na organizao tem um problema
que exige informaes para ser resolvido.
a) VVF;
b) VFV;
c) FFV;
d) VVF.
REFERNCIAS NUMRICAS
1
KOTLER, 2006.
10
11
12
13
14
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PORTER, 1999.
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FENABRAVE, 2007.
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KOTLER, 2000.
25
KOTLER, 2000.
26
27
28
29
30
31
32
33
34
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ROCHA, 1998.
36
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GABARITO
Captulo 1
1. d
2. b
Captulo 2
1. c
2. a
Captulo 3
1. a
2. a) F
b) F
c) V
Captulo 4
1. e
2. d
Captulo 5
1. e
2. a
Captulo 6
1. a
Captulo 7
1. d
2. c
Captulo 8
1. e
2. d
Captulo 9
1. d
2. e
Captulo 10
1.b