Tratamento Físico de Minérios
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GEOLOGIA DE MINAS E
TCNICAS DE LAVRA A CU ABERTO
MDULO II:
LAVRA
PEGEO
2016
NDICE
1. INTRODUO A COMINUIO E CLASSIFICAO........................................03
2. OBJETIVOS DA COMINUIO..............................................................................04
3. MECANISMOS DE FRAGMENTAO..................................................................08
4. INTRODUO BRITAGEM.................................................................................13
4.1BRITADOR DE MANDIBULAS..............................................................................14
4.2 BRITADOR GIRATRIO........................................................................................19
4.3 BRITADOR DE IMPACTO.....................................................................................21
4.4 BRITADOR DE ROLO DENTADO........................................................................23
4.5 BRITADOR CNICO..............................................................................................25
4.2 BRITADOR VSI-BARMAC/SEMI AUTGENO...................................................27
5. INTRODUO MOAGEM ...................................................................................31
5.1 PRINCIPAIS TIPOS DE MOINHOS.......................................................................33
5.1.1 MOINHOS REVOLVENTES OU TUBULARES.................................................33
5.1.1.1 MOINHO DE BARRAS.....................................................................................33
5.1.1.2 MOINHO DE BOLAS........................................................................................34
5.1.1.3 MOINHO DE SEIXOS.......................................................................................37
5.1.1.4 MOINHO DE AUTGENOS E SEMI AUTGENOS......................................37
5.1.1 MOINHOS TIPO FIXED PATH........................................................................38
5.2 PROCESSOS DE MOAGEM...................................................................................39
6.3 EQUIPAMENTOS AUXILIARES COMINUIO............................................67
6.3.1 ALIMENTADORES..............................................................................................67
6.3.2 TRANSPORTADOR DE CORREIA.....................................................................70
7. PENEIRAMENTO E CLASSIFICAO..................................................................76
7.1 PENEIRAMENTO....................................................................................................76
7.1.1 INTRODUO A CLASSIFICAO GRANULOMTRICA...........................77
7.1.2 TIPOS DE PENEIRAS...........................................................................................78
7.1.3 DIMENSIONAMENTO DE PENEIRAS..............................................................82
7.1.4 NOVOS EQUIPAMENTOS..................................................................................91
7.1.5 SRIES DE PENEIRAS........................................................................................95
7.1.6 ANLISE GRANULOMTRICA.........................................................................97
7.2 CLASSIFICAO..................................................................................................104
7.2.1 CARACTERSTICAS DA CLASSIFICAO...................................................104
7.2.2 TIPOS DE CLASSIFICADORES........................................................................107
8. ENERGIA DE COMINUIO................................................................................121
9. CARGA CIRCULANTE...........................................................................................125
concentrado, tambm tem por objetivo reciclar parte da gua contida nos rejeitos para
uso na usina de beneficiamento.
Para um minrio ser concentrado necessrio que os minerais estejam
fisicamente liberados, ou seja, uma partcula deve apresentar idealmente uma nica
espcie mineralgica. Para se obter a liberao do mineral, o minrio submetido a uma
operao de reduo de tamanho, cominuio, isto , de britagem e/ou de moagem.
Alm das operaes citadas acima, tambm existem as operaes auxiliares de
transporte e manuseio de slidos. Essas so responsveis pela homogeneizao dos
slidos, a fim de minimizar as variaes qualitativas na alimentao das vrias
operaes unitrias, ou pelo transporte de slidos, estejam eles secos ou na forma de
polpas dentro da usina de processamento.
Abaixo a figura 01 mostra um fluxograma tpico de processamento mineral:
2. OBJETIVOS DA COMINUIO
A cominuio, palavra derivada do latim comminuere, consiste de mtodos
especficos para reduo de tamanho de partculas atravs da aplicao de presso
(compresso), criao de impacto cintico entre minrio e corpo moedor (impacto), ou
atravs de atrito da superfcie de partculas do minrio com a superfcie dos corpos
moedores (abraso).
No beneficiamento de minrios, a cominuio necessria para se obter uma
granulometria adequada ao processo de concentrao utilizado, assim como para a
consecuo de uma liberao adequada dos minerais a serem separados.
imprescindvel a obteno de elevado grau de liberao, para ser possvel a consecuo
de concentrados com teores adequados a uma taxa de recuperao razovel do mineral
til.
A seguir na figura 02, aspectos da cominuio e classificao em unidades de
britagem dos municpios de Parauapebas (A) e Cana dos Carajs (B), todos no estado
do Par:
3. MECANISMOS DE FRAGMENTAO:
A fragmentao ou reduo de tamanho uma tcnica de vital importncia no
processamento mineral. Um minrio deve ser fragmentado at que os minerais teis
contidos sejam fisicamente liberados dos minerais indesejveis. s vezes, a reduo de
tamanho visa apenas adequao s especificaes de granulometria estabelecidas pelo
mercado, como, por exemplo, a fragmentao de rochas como o granito ou calcrio para
a produo de brita.
Quando uma partcula submetida a esforos mecnicos superiores sua
resistncia ruptura, ocorre a propagao de trincas j existentes e a iniciao de novas
trincas em seu interior, o que causa a fragmentao da partcula. Os esforos mecnicos
aplicados podem ser normais (compresso ou trao) ou tangenciais (cisalhamento). A
resposta de qualquer slido aplicao de tais esforos se d na forma de deformaes,
as quais podem ser classificadas como elsticas e inelsticas.
Os materiais rochosos em sua maioria se deformam de forma elstica, at muito
prximo do instante de sua ruptura. Entretanto, em alguns casos, podem apresentar
comportamento inelstico, caracterizando-os como elasto-plsticos, caso em que o
resultado da aplicao de esforos a deformao permanente do material (CETEM Tratamento de Minrios 5 Edio).
Durante a fragmentao, as foras de contato deformam as partculas criando um
campo de tenses, e as partculas respondem criando trincas ou se deformando
inelasticamente. Conforme a Figura 5, esse processo pode ocorrer pelos mecanismos de
Onde:
EF1 - Moagem a seco: Para a moagem a seco utiliza-se um fator de 1,3 e para moagem
a mido um fator de 1. Isto acontece devido ao fato que a moagem a seco tem menor
eficincia que a moagem a mido.
EF2 - Circuito aberto em moinhos de bolas: A moagem em circuito fechado mais
eficiente do que a moagem em circuito aberto. Segundo Beraldo (1987), como as
curvas de distribuio granulomtrica em circuito aberto ou em circuito fechado so
distintas, a especificao dos produtos de circuito aberto deve ser feita em relao
porcentagem retida em uma determinada malha.
Figura 08 - Relao entre a energia fornecida e tamanho da partcula na cominuio
(Hukki, 1961).
4. INTRODUO BRITAGEM
A britagem consiste da quebra de partculas principalmente pela ao de
esforos compressivos ou de impacto. Os esforos compressivos so aplicados, em
geral, por meio do movimento peridico de aproximao e afastamento de uma
superfcie mvel contra outra fixa. Esse o caso dos britadores de mandbulas,
britadores giratrios e britadores cnicos.
Figura 09 Processo de Compresso (fonte Metso Minerals).
Tamanho Mximo de
Tamanho Mximo
Alimentao (mm).
Produo (mm).
de
Britagem Primria
Britagem Secundria
Britagem Terciria
Britagem Quaternria
1000
100,0
100
10,0
10
1,0
0,8
de 50% mais elevados que os de um eixo, sendo indicados para materiais mais abrasivos
e de difcil fragmentao.
Os britadores de mandbulas so classificados em dois tipos: de um e dois eixos.
Como o de um eixo o mais utilizado, vamos nos dedicar a ele.
Seu princpio de funcionamento relativamente simples: veja na figura x: o eixo
excntrico (3) provoca um movimento que aproxima a parte superior da mandbula
mvel (5) da fixa (6), ao mesmo tempo em que aquela se move para baixo, com uma
trajetria elptica. Esta operao esmaga o material e fora-o para baixo. No movimento
seguinte, a parte inferior da mandbula mvel que se aproxima da fixa, enquanto o
eixo excntrico completa o seu giro. A abanadura (7) serve de brao de alavanca para
esse movimento, O suporte da mandbula mvel, que est fixo no eixo excntrico,
denomina-se queixo (4).
ONDE APLICADO:
O consumo de pedra britada aumenta de ano para ano: o progresso exige novas
estradas, edifcios, barragens, etc. Virtualmente, toda construo depende de pedra para
ser britada (quebrada) para ser reduzida ao tamanho (granulomtrica) especificada.
Tambm a procura de minrio tem aumentado com o desenvolvimento
tecnolgico e industrial. Os processos metalrgicos e de concentrao de minrios
exigem reduo tamanho adequado sua utilizao.
Figura 11 Britador de mandbulas de um eixo.
MODELO
A (mm)
B (mm)
C (mm)
D (mm)
E (mm)
F (mm)
G (mm)
H (mm)
I (mm)
Peso britador Kg
C100
1000
760
2420
3670
2890
2490
1700
2965
775
23300
C160
1600
1200
3700
5900
4580
3750
2650
4280
1300
83300
mandbula, pois pode ser alimentado por qualquer lado, indistintamente, alm de
permitir uma pequena armazenagem no seu topo.
Figura 14 Britador giratrio.
Tem emprego limitado devido ao grande desgaste dos dentes, por ser sensvel
abraso. aconselhvel sua aplicao para rochas de fcil fragmentao e tambm para
britagens mveis, dada s pequenas dimenses do equipamento.
Possui alta tolerncia umidade da alimentao, sendo na britagem primria o
equipamento que produz menos finos.
Aplicaes potenciais do britador de rolos esto na preparao do material para a
moagem fina, substituio simultnea das operaes de britagem terciria, moagem em
moinho de barras e moagem primria de bolas, assim como na melhora da
lixiviabilidade de minrios.
Essa ltima vantagem se deve ao fato que ele seria capaz de induzir uma maior
proporo de fraturas intergranulares, facilitando, assim, a liberao do minrio
(Tavares, 2009).
4.5 BRITADOR CNICO
Esse tipo de britador normalmente empregado desde estgios de britagem
primria, secundria, terciria e quaternria, possuindo vrias especificaes de
tamanho, oferecendo tambm diversos tipos de revestimento.
Os equipamentos utilizados como primrios propriamente ditos so mquinas de
grande porte e alta robustez como exemplo podemos citar o equipamento utilizado na
Mina do Sossego (Vale) onde o mesmo trabalha com minrio de cobre de alta dureza e
com blocos que atingem grandes dimenses.
Figura 17 Representao do britador cnico e seus componentes.
- Variao da rotao.
- Escolha dos anis de cavidade da cmara de moagem.
- Dosagem da alimentao da cascata.
- Seleo de diferentes dimetros de rotor.
Projetado para baixa necessidade de manuteno e facilidade de operao, o
britador Barmac pode ser ajustado a qualquer planta de britagem j existente ou
planejada.
Caractersticas dos Britadores Barmac:
- Competitivo em termos de investimento de capital, especialmente quando comparado
com equipamentos de britagem convencionais, podemos citar alguns aspectos
importantes nessa abordagem:
- Exige pouco reparo e manuteno, alm de custos de operao e desgaste reduzidos.
- A tecnologia autgena rocha-contra-rocha minimiza o consumo de peas de desgaste.
- Instalao rpida e fcil. Os britadores exigem o mnimo em estrutura de apoio e
tambm so ideais para conjuntos mveis e semi-mveis.
- Capacidade de controlar a granulometria do produto, maximizando ou minimizando a
produo de finos de acordo com as necessidades.
- Gerao de um produto de formato cbico.
- Maior liberao de minerais e maiores taxas de alimentao.
- Ao de britagem preferencial.
- Maior tolerncia a condies de alimentao difceis comparados com as mquinas
convencionais.
- Rotor de balanceamento rpido, de fcil uso e manuteno.
- Sistema de lubrificao simples e confivel, sendo necessria apenas a utilizao de
graxa.
- Existncia de vrios modelos para atender a diversas capacidades em aplicaes
tercirias e quaternrias.
O caminho principal do material alimentado atravs do rotor, por meio do qual
o material acelerado a velocidades de at 80 m/s (262 ps/s) antes de ser transferido
para a cmara de Britagem. Alm disso, o material pode ser introduzido na cmara de
britagem atravs da cascata (Figura 18), passando assim externamente a rea do rotor,
proporcionando o choque dessas partculas com material projetado em grande
velocidade pelas trs sadas do rotor.
5. INTRODUO MOAGEM
A moagem o ltimo estgio do processo de fragmentao. Neste estgio as
partculas so reduzidas, pela combinao de impacto, compresso, abraso e atrito, a
um tamanho adequado liberao do mineral, geralmente, a ser concentrado nos
processos subsequentes. Cada minrio tem uma malha tima para ser modo,
dependendo de muitos fatores incluindo a distribuio do seguida.
A moagem a rea da fragmentao que requer maiores investimentos, maior
gasto de energia e considerada uma operao importante para o bom desempenho de
uma instalao de tratamento. A sub moagem do minrio resulta num produto grosso
com liberao parcial do mineral til, inviabilizando o processo de concentrao. Neste
caso, a recuperao parcial do mineral til e a baixa razo de enriquecimento respondem
pela inviabilidade do processo.
A sobre moagem tambm no desejada, pois ela reduz o tamanho das
partculas, desnecessariamente, o que acarretar maior consumo de energia e perdas no
processo de concentrao.
O impacto acontece quando a fora aplicada de forma rpida e em intensidade
muito superior resistncia da partcula. o tipo de fratura que acontece nos moinhos,
na zona de queda das bolas, e gera distribuio granulomtrica fina (figura 22).
Figura 22 Em (A) processo de impacto e (B) processo de abraso (fonte:
Metso Minerals, 2002).
Zona B: os corpos moedores rolam para baixo gerando moagem por choque.
- Moinhos de barras;
- Moinhos de bolas;
- Moinhos de cylpebs(tronco de cone);
- Moinhos de seixos;
- Moinhos autgenos e semi-autgenos.
Como este grupo contm os tipos de moinhos mais comuns, algumas definies
mais completas se fazem necessrias.
MOINHOS DE BARRAS so moinhos tubulares com relao comprimento / dimetro
maior que 1,25: 1, que utilizam barras cilndricas como corpos moedores. So usados
em circuito aberto para obteno de produto grosseiro ou para preparao de produto
para alimentao de um moinho de bolas. Raramente so utilizados em circuito fechado,
geralmente com hidrociclones ou com peneiras.
Figura 24 Moinho de barras com descarga por overflow (Fonte: Metso
Minerals, 2002).
b) MOINHO SEMI AUTGENO (SAG) Tipo de moinho que utiliza tambm bolas de
ao, em adio ao prprio minrio, como corpos moedores.
A adio de bolas (geralmente entre 6 e 12 % de volume e dimetro de 100 mm
ou 125 mm) aumenta a habilidade de um moinho autgeno de tratar minrios de dureza
varivel e com variao da quantidade de corpos moedores naturais.
Um moinho Semi-Autgeno pode tratar eficientemente uma grande variedade de
material de alimentao. Estes moinhos so ideais para a moagem grossa de minrios
midos para preparar a alimentao para uma moagem final em moinhos de bolas. So
tambm usados para moagem em estgio nico atingindo, nesta etapa, a granulometria
final desejada.
5.1.2 MOINHOS TIPO Fixed Path (Fixed Path Mills)
Afora os moinhos de martelo, os principais tipos de moinhos deste grupo so:
moinhos de rolos (roller mills);
moinhos tipo mesa giratria (bowl-mills);
moinhos tipo bola e capa ou tipo E (E-type-mills);
moinhos tipo torre.
Os principais circuitos de cominuio so os seguintes:
Britador - Moinho de barras - Moinho de bolas
Britador - Moinho de bolas - Moinho de bolas
Britador - Moinho de barras - Moinho de pebbles
Britador - Estgio nico de moagem de bolas
Moinho autgeno em estgio nico
Moinho autgeno - Moinho de bolas
Moinho autgeno - Moinho de pebbles
Moinho semi-autgeno em estgio nico
Moinho semi-autgeno - Moinho de bolas
Moinho autgeno - Moinho de bolas Britador
Estes so apenas alguns exemplos de circuitos existentes embora atualmente
diversos outros tipos de circuitos sejam utilizados.
Cada circuito tem suas vantagens e desvantagens, no entanto, para cada tipo de
minrio uma avaliao especial deve ser feita. Inmeros outros fatores devem ser