TGI2 - Final (Ajustado)
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So Paulo
2015
So Paulo
2015
Resumo
Abstract
The participation of innovative companies in international markets appears as an
alternative for business expansion, but has major challenges requiring the development of
appropriate strategies from the entrepreneurs for successful internationalization. Considering
this, the thesis seeks to identify the main elements that guide startups seeking investment for
the internationalization of the company. The research was conducted with a sample of 13
innovative companies, in which the large majority was member of the 100 Startups Open
event. The methodology of this research includes qualitative exploratory research model
through semi-structured interviews, whose script was developed with five guiding questions
to obtain statements. Analysis and discussion of the data were drawn from the transcriptions
of the companies' interviews chosen for the research. The results showed that the economic
scenario of the country can influence the decision of investors when performing any
contribution, both nationally and internationally. As main contribution can identify the main
strategies adopted by innovative companies to deal with the new challenges in different
situations, they are: the presentation of coherent and transparent information to investors, the
use of networking to expand the network of contacts, the customer profile identification and
the country's culture that the company intends to achieve and adapt to the laws and
regulations of the foreign country. It also concludes that there is room for further exploration
of the concepts and assumptions about the intention of internationalization by startups.
Keywords: startup; types of investments; internationalization; difficulties; strategies.
1. INTRODUO
O empreendedorismo tem provocado diversas discusses por se tratar de um assunto
que envolve o desenvolvimento econmico dos pases tanto desenvolvidos quanto
emergentes.
A busca por ideias inovadoras deu origem ao empreendedorismo startup, que se
popularizou a partir da dcada de 90 com o surgimento da bolha da internet nos Estados
Unidos. No Brasil, passou a ser conhecido e executado pelos empreendedores brasileiros
somente nos anos 2000 (GITAHY, 2010).
Startups so empresas projetadas para criar novos produtos e servios em um cenrio
envolvido por riscos e incertezas (RIES, 2012). A caracterstica fundamental de uma startup
o potencial que a empresa tem de crescimento versus o seu investimento inicial mnimo. No
geral, os investimentos esto voltados a tecnologia que o exemplo de sucesso para um
desenvolvimento gil. Mas, alm disso, a troca de experincias e conhecimentos entre os
empreendedores tambm se torna algo essencial para o desenvolvimento das empresas.
Segundo Senssfelder (2005), a falta de garantia de sucesso do projeto junto ao alto
risco inviabiliza o financiamento da dvida atravs de bancos e de outros tipos de instituies
de crdito.
O investimento inicial pode ser adquirido de diferentes maneiras. De acordo com
Gitahy (2010), o principal e o mais importante o investimento atravs do investidor anjo,
pois este possui experincias e networking que podem contribuir com opinies em relao ao
novo negcio. Alm de dar um norte para a startup, exerce um papel fundamental de agregar
capital experincia.
Outro tipo de investimento o corporate venture capital, investimento de risco feito
por grandes empresas com a finalidade de utiliz-la como vantagem competitiva para o
crescimento das startups.
A relao direta com as grandes empresas possibilita aos empreendedores discutir um
novo mercado para as startups, o mercado global, criando oportunidades para a
internacionalizao dos seus produtos e ideias. Segundo a Associao Nacional de Pesquisa e
Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (ANPEI), pases como o Reino Unido realizam
eventos em parceria com o Brasil com propsito de incentivar a internacionalizao das
empresas, como exemplo o UK Government Global Entrepreneur Programme (GEP), que
ajuda empreendedores a ingressarem no mercado global, fornecendo acesso a redes,
financiamentos e investimentos, alm do acesso a clientes e outras facilidades fornecidas pelo
governo.
Segundo Avdasheva (2007 apud MACLENNAN et al., 2014), os estudos sobre cadeia
global comearam no incio da dcada de 90 em Sussex, no Reino Unido, com grupos de
estudos e conferncias. Mas foi no ano de 2000, que um grupo de pesquisadores com extensa
experincia em observao e pesquisas de campo sobre a indstria internacional de diversos
setores iniciou sries de encontros e workshops para o desenvolvimento da teoria da
governana, hoje chamada de Global Value Chain (GVC) ou Cadeia Global de Valor
(STURGEON, 2009 apud MACLENNAN et al., 2014).
O estudo da GVC busca conhecer todos os processos de produo de um bem ou
servio, incluindo desde a concepo, etapas da produo, os materiais e os componentes que
sero utilizados, a montagem do produto acabado, at a entrega ao consumidor final, alm do
descarte aps a utilizao (MCCORMICK, 1998; CATTANEO et al., 2010 apud
MACLENNAN et al., 2014). Este estudo ajuda a identificar quais atividades devem ser
internalizadas pela empresa, por agregarem valor, e quais devem ser terceirizadas.
Souza (2005) ressalta ainda que o produto que chega ao consumidor final a soma dos
valores adicionados por cada um dos elos ao longo da cadeia produtiva, resultado da ao dos
agentes e da coordenao entre eles.
Sendo assim, as condies em que o produto chega ao consumidor final depende tanto
das atividades internas organizao quanto da sua coordenao com os outros elos da cadeia
produtiva da qual faz parte. Vale ressaltar que as relaes entre os diferentes elos de uma
cadeia produtiva geralmente so desiguais, o que revela a presena de agentes que capturam
maior valor do que outros ao longo da cadeia (BESANKO et al., 2004 apud SOUZA, 2005).
vista das colocaes apresentadas, este trabalho pretende estudar, sob o enfoque da
cadeia global, a importncia dos investimentos de capital de risco para o desenvolvimento de
uma startup. Dessa forma, este estudo tem como principal objetivo responder a seguinte
questo: quais os principais elementos que norteiam as startups na busca de investimentos
para a internacionalizao da empresa. Para responder ao problema de pesquisa proposto,
elaboraram-se os seguintes objetivos especficos: 1. Levantar as principais dificuldades
encontradas pelos empreendedores na busca pelos diferentes tipos de investimentos; 2.
Identificar as principais estratgias desenvolvidas pelas startups na captao dos
investimentos; 3. Verificar as dificuldades encontradas no processo de internacionalizao.
Por fim, interligar a expectativa em mbito global, identificando a inteno de uma startup em
buscar internacionalizao de seus produtos, utilizando o fundo de investimento escolhido. A
abordagem metodolgica ser qualitativa realizando entrevistas com empreendedores de
empresas de startups que buscam por investidores a fim de promover seus produtos e o
mercado com novas ideias.
2. REFERENCIAL TERICO
2.1.
O EMPREENDEDORISMO
empreendedorismo (23% em 2004 para 34,5% em 2014). Isso mostra a tendncia da mudana
da cultura de busca por emprego para busca do negcio prprio. Este posicionamento
revelado atravs da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) feita no Brasil pelo
Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e pelo Instituto
Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) em 2014. Foram estudados 70 pases e o
principal objetivo foi compreender o papel do empreendedorismo no desenvolvimento
econmico dos pases.
Na publicao da Revista Exame, Zuini (2012), revela as principais nacionalidades
que tm mais capacidade de ver oportunidades em funo de acreditar em seu potencial, so
eles: os brasileiros, chineses e chilenos. A publicao informa tambm que o Brasil est em
28 posio entre os pases mais criativos do mundo.
Em vista de um pas to criativo, no seria possvel falar de empreendedorismo, sem
mencionar a inovao, os empreendedores inovam. Para Drucker (1968), a inovao o
instrumento especfico do empreendedor. Segundo Ries (2012), a inovao a essncia para o
sucesso de uma empresa. Bessant e Tidd (2009) afirmam que o sucesso est relacionado a
todo o processo de inovao e sua capacidade de contribuir consistentemente para o
crescimento. No dicionrio Michaelis (1998) a palavra inovao, deriva dos termos latinos in
e novare e significa fazer algo novo ou renovar.
Tidd, Bessant e Pavitt (2008), definem que a inovao um processo, no um evento
isolado, e que precisa ser gerenciado em conjunto, ou seja, a inovao precisa ser gerenciada
de forma integrada.
Entender esta definio de Tidd til para a compreenso da ideia de Ries sobre o
empreendedorismo. O empreendedorismo requer uma disciplina gerencial para aproveitar as
oportunidades que surge, conclui-se assim que empreender gerenciar.
2.2.
O EMPREENDEDORISMO STARTUP
RECURSO FINANCEIRO
De acordo com esse mesmo autor os investidores anjos vm para preencher os espaos
provenientes de um mercado que se encontra em fase de ascenso, possibilitando alocao de
recursos e de conhecimento gerencial.
Crispim e Baldassi (2009) resumem o investidor anjo como sendo o indivduo que
investe em empresas no seu primeiro estgio de desenvolvimento (seed), usualmente na fase
de concepo do negcio ou no desenvolvimento do produto.
Segundo Spina (2013) o investidor anjo recebe, por seu investimento, uma
participao societria minoritria no negcio, e no assume posio executiva na empresa,
mas atua como um conselheiro orientando os empreendedores e participando das decises
estratgicas da empresa, aumentando dessa forma as chances de sucesso do empreendimento,
bem como acelerando seu desenvolvimento.
O investimento anjo em uma empresa realizado geralmente por um grupo de 2 a 5
investidores, tanto para diluio de riscos como para o compartilhamento da dedicao. Esse
mesmo autor observa que a tendncia mais atual e eficiente para o investimento anjo a
designao de um investidor lder (Lead Investor ou, se o seu investimento for apenas com
trabalho, como Deal Leader) que faa a pr-avaliao do projeto e a negociao com o
empreendedor, para que este seja ento apresentado a outros investidores anjo (neste caso
chamados seguidores ou followers). Desta forma, o processo de investimento mais rpido e
eficiente (SPINA, 2013).
No Brasil, o termo investidor anjo ainda passa por um processo de amadurecimento
e vem conquistando cada vez mais espao, devido aos novos investimentos, que esto
atraindo um grande nmero de investidores. Os investidores anjo brasileiros possuem uma
peculiaridade em seu perfil que os diferenciam dos outros, pois no possuem uma
significativa base tecnolgica, porm, possuem grande conhecimento nas reas gerenciais,
administrativas e jurdicas; alm de ter uma cultura individualista na forma de investir, so
conservadores, devido vasta experincia nos negcios e, com isso, so receosos quando o
assunto compromete o controle dos seus negcios (MORAES et al., 2012).
Segundo o SEBRAE o investidor anjo normalmente um ex-empresrio ou executivo
que tem experincia acumulada de uma carreira de sucesso e que esteja disposto a investir
entre 5% e 10% de seu patrimnio e aplicar essa experincia apoiando a empresa. O
investimento anjo traz retorno no apenas para quem est investindo, mas tambm beneficia a
economia, com a gerao de emprego e renda. Uma vez que o termo "anjo" utilizado pelo
fato de no ser um investidor puramente financeiro que fornece apenas o capital necessrio
para o negcio, mas por apoiar o empreendedor, aplicando seus conhecimentos, experincia e
rede de relacionamento para orient-lo e aumentar suas chances de sucesso. Em geral,
negcios locais, como lojas, prestadores de servios ou negcios tradicionais esto fora do
escopo de investidores anjo. O investimento anjo se destina a criao e desenvolvimento de
negcios inovadores.
De acordo com o SEBRAE h alguns requisitos para o apoio do investidor anjo como:
Negcios inovadores;
Mercado com potencial significativo;
Negcio com potencial de crescimento e alta rentabilidade;
Valor do investimento abaixo de R$ 1 milho.
O estudo realizado por Moraes et al. (2012), demonstra a pesquisa realizada pelo
projeto NVF (New Venture Financing Project ou Projeto de Financiamento Novo
Empreendimento), no qual observou-se que em mdia a idade dos investidores anjo varia
entre 22 e 62 anos, a idade mdia de 43 anos e a faixa etria predominante de 30 a 50
anos, 94% so do sexo masculino, 46% possuem o nvel mximo de educao formal alado
de ps-graduao, seguido de graduados 43%, apenas 6% so do sexo feminino, fazendo com
que os homens sejam responsveis pelos maiores ndices de patentes lideradas nas empresas.
Segundo a pesquisa do projeto NVF, 73% dos investidores anjo preferem investir no
mximo R$ 100 mil. No entanto segundo Spina (2013), geralmente o valor total de
investimento anjo varia entre R$ 50 mil at R$ 1 milho, ficando na mdia de R$ 250 mil a
R$ 500 mil, que o capital mdio para iniciar um negcio.
O retorno mnimo esperado do investimento de 18% por ano e o perodo esperado
para obteno do retorno varia entre 4 e 6 anos. Com o intuito de gerar um aumento nos seus
investimentos, a maioria dos investidores anjo preferem ter uma pequena participao nas
aes; que segundo o projeto NVF representa de 10 30%.
Um dos fatores determinantes que motivam um investidor a aplicar recursos em
empresas emergentes a possibilidade de obter maior ganho, a confiana no empreendedor e
a satisfao pessoal do investidor (MORAES et al., 2012).
2.3.2. VENTURE CAPITAL E EQUITY
A expresso venture capital, da lngua inglesa, na maioria das vezes traduzida para a
lngua portuguesa como capital de risco. Outra traduo utilizada capital empreendedor. De
acordo com o SEBRAE, o venture capital consiste em recursos aportados em contrapartida a
uma participao em negcios com alto potencial de crescimento. Por envolverem um elevado
grau de risco e um tempo de recuperao do capital investido de difcil estimao, muitos
projetos tm na indstria de venture capital uma alternativa de soluo para seus problemas
de captao de recursos.
O Investimento de private equity corresponde a uma das fases do mercado de capital
de risco. De acordo com Junior (2002) esse investimento realizado em ttulos mobilirios de
risco da empresa (aes ou debntures conversveis, no garantidas), igualmente orientandose pela transitoriedade temporal e pela busca de elevada taxa de retorno.
O que o diferencia do venture capital que no private equity o canal de financiamento
voltado para projetos de qualquer ordem, ou seja, no necessariamente inovadores, uma vez
que normalmente so orientados a consolidao de posies de crescimento em mercados
consagrados. Nesse tipo de investimento o foco em uma empresa consolidada, com
reputao e histrico empresarial e produtos j comprovados pelo mercado. Os volumes
mdios investidos so muito superiores aos volumes mdios investidos nas fases early-stage
ou later-stage. Portanto dessa forma os investidores de private equity absorvem, em outro
nvel, nveis de assimetria de informao elevados.
Venture capital e private equity so segmentos do mercado financeiro que consistem
fundamentalmente em aporte temporrio de capital, efetivado por um fundo de venture
capital e private equity, por meio de participao no capital de empresas com potencial de
crescimento e expectativa de grande valorizao. Essa valorizao da empresa consentir ao
fundo de venture capital e private equity obter retorno com a venda da participao
(desinvestimento) a mdio ou longo prazo (MEIRELLES; JUNIOR; REBELATTO, 2008).
Segundo Meirelles, Junior e Rebelatto (2008) o que torna venture capital uma classe
de investimento diferente de private equity o estgio de desenvolvimento das empresas que
recebem o aporte de capital. Uma vez que os investimentos do tipo venture capital so
direcionados para empresas em estgios iniciais de seu desenvolvimento, alm de
apresentarem uma participao mais ativa dos gestores do fundo de venture capital nas
empresas investidas (RIBEIRO, 2005 apud MEIRELLES; JUNIOR; REBELATTO, 2008). J
o termo private equity normalmente utilizado como sinnimo de investimentos em empresas
consolidadas, sem que isso necessariamente implique em menor envolvimento do gestor
(CARVALHO et al., 2006 apud MEIRELLES; JUNIOR; REBELATTO, 2008).
Segundo Carvalho, Ribeiro e Furtado (2006), os estgios de desenvolvimento das
empresas que recebem aporte de capital do tipo venture capital so:
Capital semente (seed capital): geralmente representa um pequeno aporte, realizado
em fase pr-operacional, para o desenvolvimento de um produto, ou ainda para testes de
mercado ou registro de patentes;
10
investimento. Alm de ser incipiente, poucas empresas o adotam, e quando o fazem o mantm
por um perodo inferior a cinco anos (RIECHE; FARIA, 2014)
Uma pesquisa realizada em 2008, pela Fundao Getlio Vargas (FGV) mostra que de
134 empresas gestoras de private equity e venture capital no Brasil, apenas duas estavam
ligadas a grupos industriais de capital de risco corporativo. (VIEGAS; JARDIM;
SCHECHTMANN, 2010).
A principal diferena entre o venture capital e o corporate venture capital o motivo
ou a natureza da utilizao dos fundos de investidores. Pois ao contrrio de empresas de
capital de risco tradicionais que raramente intervm no dia a dia ou processo decisrio da
empresa, o corporate venture capital vai muito alm de uma simples alavancagem ou aporte
financeiro (LANTZ; SAHUT; TEULON, 2011).
De acordo com o mesmo autor, o incentivo para o envolvimento de grandes grupos
com o corporate venture capital se resume em cinco pontos:
1- Interesse tecnolgico - atravs do investimento em empresas altamente inovadoras
na mesma linha de negcios, as empresas podem acompanhar de perto as inovaes sem que
haja despesas em processos e desenvolvimento (P&D). Desta forma pode resultar em avanos
tecnolgicos atravs do desenvolvimento em conjunto de projetos, transferncia de licena ou
a aquisio da empresa integrando a startup ao grupo.
2- Adicionando valor ao Processo e desenvolvimento interno - atravs do apoio
criao de uma startup por spinoff. As empresas desenvolvem sua carteira de patentes, muitas
vezes inexploradas atravs de acordos de licenciamentos.
3- Acompanhamento do mercado Financiando startups em novos mercados pode
fornecer informaes aos investidores como o comportamento de clientes em relao novos
produtos e servios que podem ser desenvolvidos dentro da empresa investidora.
4- Implementao de novas prticas - As startups em que as empresas investem, se
tornam uma espcie de laboratrio para testar novas prticas de gesto externa (clientes e
fornecedores) ou internas (funcionrios) que podem ser adotadas pela empresa caso tenha
sucesso.
5- Interesse financeiro Assim como outros tipos de investimento em capital de risco,
as empresas esperam obter ganho de capital no momento de sada ou um retorno atravs de
dividendos.
Muitas vezes a empresa adquirente da participao busca no somente o retorno
financeiro, mas tambm objetivos estratgicos de diversificao e obteno de novas
capacitaes (GARCEZ; ANSELMO, 2005).
Por outro lado, o processo de investimento em empresas inovadoras pode exigir um
custo mais alto do que um investimento em recurso prprio, mas Dushnitsky e Lenox (2006
apud RIECHE; FARIA, 2014) confirmam que as empresas que investiram em corporate
venture capital conseguiram obter resultados superiores em inovao, alm de diversos
benefcios para a empresa.
Dentre os benefcios podemos citar: a antecipao s ameaas, ajudando as empresas a
se protegerem de competidores emergentes; o desapego, onde as empresas tm maior
facilidade e custo baixo em desistir de seus investimentos; a alavancagem, onde a combinao
de todos os investidores potencializa os investimentos; o aumento da demanda, com a procura
de novos produtos da prpria empresa; e altos retornos, o retorno financeiro do investimento
(LENER, 2013 apud RIECHE; FARIA, 2014)
Lener (2013 apud RIECHE; FARIA, 2014) complementa ainda que as empresas
inovadoras que receberam investimento por meio de corporate venture capital conseguiram
obter maior crescimento anual de faturamento bruto e maior retorno ajustado ao risco em
comparao com as outras empresas.
possvel notar a importncia do corporate venture capital como um auxlio para as
empresas crescerem no mercado, criando estratgias e gerando novas oportunidades, como o
acesso a diferentes mercados e na ampliao da sua cadeia de valor.
11
Segundo Shank e Govindarajan (1993 apud TORRES et al., 2013, p. 9), a cadeia de
valor para qualquer empresa definida como o conjunto interligado de todas as atividades
que criam valor para a empresa.
Na Carta n. 578 do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) em
2013, uma cadeia de valor definida como uma inter-relao entre todas as partes da empresa
e pessoas envolvidas na produo de um bem ou servio, desde a sua concepo at a entrega
ao consumidor final. J o termo GVC definido como a distribuio das cadeias de valor para
diversos pases do mundo, realizado pela prpria empresa ou atravs da terceirizao de parte
da cadeia de valor da empresa para os outros pases.
Portanto, atravs de investimentos como o corporate venture capital, as empresas
ampliam a sua cadeia de valor, podendo alcanar a competitividade numa escala global.
Em uma notcia publicada no Portal da Indstria, em 2013, o diretor de
Desenvolvimento Industrial da Confederao Nacional da Indstria (CNI), Carlos Abijaodi,
avalia a situao do Brasil como: [...] muito atrs do mundo no processo de
internacionalizao de suas empresas e no figura entre os maiores investidores.
A internacionalizao permite maior competitividade para as empresas, tanto no
mercado interno e externo, pois ampliam os seus conhecimentos e agregam aprendizagem que
propiciam maior vantagem competitiva. Porm, para atingir o objetivo de ampliar a atuao
em mercados internacionais as empresas devem planejar e conduzir a organizao de forma
eficiente, garantindo a sua manuteno e o crescimento no exterior.
2.4.
CADEIA GLOBAL
12
Ambos mostram que a questo da governana nas cadeias de valor importante pelas
seguintes razes:
Acesso ao mercado: Mesmo com os pases desenvolvidos desmantelando barreiras
comerciais, os produtores de pases em desenvolvimento no ganha automaticamente acesso
ao mercado, porque as cadeias que os produtores alimentam muitas vezes so regidas por um
nmero limitado de compradores. Para participar na fabricao de exportao para a Amrica
do Norte e Europa Ocidental, os produtores dos pases em desenvolvimento necessitam de
acesso s empresas lideres destas cadeias.
Caminho mais rpido para aquisio de capacidades de produo: Aqueles produtores que
ganham acesso s cadeias das empresas lderes tendem a encontrar-se em uma curva de
aprendizagem. As empresas lderes so muito exigentes com relao reduo de custos,
melhoria da qualidade e aumento da velocidade. Mas eles tambm transmitem as melhores
prticas e fornecem conselhos prticos. Sobre como melhorar o layout, fluxos de produo e
aumentar as competncias. esta combinao de alto desafio e suporte de alta que
frequentemente encontrado nas cadeias altamente reguladas e que explica como regies
relativamente subdesenvolvidas tornam-se grandes produtores de exportao em um curto
perodo de tempo.
Distribuio de ganhos: Compreender a governana de uma cadeia ajuda a entender a
distribuio dos ganhos ao longo da cadeia. A capacidade de governar freqentemente repousa
em competncias intangveis (P&D, design, branding, marketing) que so caracterizadas por
elevadas barreiras de entrada e de comandar altos retornos - usualmente colhida pelas
empresas de pases desenvolvidos. Em contrapartida, as empresas de pases em
desenvolvimento tendem a ser bloqueadas nas atividades (produo) tangveis, produzindo
com os parmetros definidos pelos governadores ', sofrendo de baixas barreiras de entrada e
colhendo baixos retornos. Enquanto na necessidade de verificao emprica sistemtica, estas
questes de distribuio de governana relacionados so fundamentais para o debate sobre se
h uma disseminao dos ganhos da globalizao.
Pontos de alavancagem para iniciativas polticas: Precisamente porque muitas cadeias de
valor global no so apenas cadeias de relacionamentos baseados no mercado que podem
prejudicar tanto a poltica do governo, mas tambm oferecer novos pontos de alavancagem
para iniciativas do governo. O fato de que algumas cadeias so regidas por empresas lderes
dos pases desenvolvidos fornece alavancagem para influenciar o que acontece em empresas
fornecedoras de pases em desenvolvimento. Este ponto de alavancagem tem sido reconhecida
por rgos governamentais e no-governamentais envolvidas com a criao de normas
trabalhistas e ambientais.
Funil para a assistncia tcnica: Agncias multilaterais e bilaterais procuraram por dcadas
encontrar formas de prestao de assistncia tcnica eficaz para desenvolver os produtores
dos pases. O progresso foi modesto na melhor das hipteses. A idia central combinar
assistncia tcnica com conectividade. As empresas lderes de cadeias se tornaram o ponto de
entrada para alcanar um grande nmero de pequenas e mdios fornecedores distantes.
Reconhece-se, no entanto, que alguns compradores podem exigir 'mentoring', a fim de
cumprir esta funo funil e transmisso.
No texto de Gereffi et al. (2001), apontado que em Setembro de 2000 um grupo de
pesquisadores que trabalhavam com cadeias de valor se reuniram durante uma semana no
centro de conferncias em Bellagio, Itlia. No encontro compareceram 14 pesquisadores de 11
instituies diferentes de 9 pases, espalhadas pelos 5 continentes. Enquanto todos tinham
pesquisado e publicado trabalhos sobre cadeias de valor na economia global, todos
empregaram diversas terminologias distintas. A iniciativa de organizar esta reunio surgiu
diretamente a partir de um workshop sobre "Espalhando os ganhos da Globalizao",
organizado pelo Instituto de Estudos de Desenvolvimento da Universidade de Sussex, em
setembro de 1999. Uma das principais premissas deste workshop, que foi transportada para o
13
reunio Bellagio, era que a integrao em sistemas de comrcio global poderia ter efeitos
positivos e negativos para as pessoas nos pases em desenvolvimento.
Os pesquisadores que se reuniram em Bellagio reconheceram que ocorreram
progressos no desenvolvimento de anlise da cadeia de valor, mas tambm concordaram que
havia uma necessidade de levar ainda mais adiante a perspectiva de cadeia de valor. O
encontro em Bellagio abordados vrios desafios bsicos confrontando pesquisadores da
cadeia de valor:
Dentro anlise da cadeia de valor h uma proliferao de sobreposio de nomes e conceitos.
Diferentes pesquisadores usam terminologias diferentes para discutir idias muito
semelhantes. Cadeias de commodities globais, cadeias de valor, sistemas de valores, as redes
de produo e redes de valor so apenas alguns dos termos utilizados por pesquisadores cuja
terra comum muito maior do que suas divises.
Os estudos de caso tm-se multiplicado, mas isso no levou a uma operacionalizao clara
dos conceitos. Embora seja fcil apontar ilustraes empricas de conceitos como governana
da cadeia de valor, a modernizao industrial, ou cadeias de valor orientadas por produtores, o
significado preciso desses termos geralmente no bem definido, e o alcance das
generalizaes pode ser ambguo. Foi, frequentemente, pouco claro se os resultados das
anlises empricas particulares podem ser aplicadas as cadeias de valor em geral, ou s
aplicado a tipos particulares ou partes de cadeias.
H uma variedade de sobreposio termos que foram usados para descrever as
relaes de rede complexos que compem a economia global. O conceito de "cadeia de valor"
foi adotada ao longo de vrias alternativas amplamente utilizado porque foi percebido como
sendo o mais abrangente de toda a gama de possveis atividades da cadeia e produtos finais.
Cada um dos conceitos em disputa, no entanto, tem especial destaque, que so importantes
para reconhecer para uma anlise da cadeia da economia global:
As cadeias de suprimentos - Um rtulo genrico para uma estrutura de atividades de
agregao de valor de entrada e sada, comeando com matrias-primas e terminando com o
produto acabado.
Redes de produo internacionais - Um foco nas redes de produo internacionais em que as
empresas multinacionais agem como carros-chefe da rede mundial. (BORRUS et al., 2000
apud GEREFFI et al., 2001).
Cadeias de commodities globais - Uma nfase na estrutura de governana interna das cadeias
de abastecimento (distino dirigido pelo produtor versus dirigido pelo comprador) e sobre o
papel das diversas empresas de chumbo na criao de produo e de fornecimento de redes
globais (GEREFFI; KORZENIEWICS, 1994 apud GEREFFI et al., 2001).
3. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
3.1. MODELO DE PESQUISA
Existem dois tipos de modelo de pesquisa, o modelo exploratrio e o modelo
conclusivo. O modelo conclusivo pode ser descritivo ou casual.
Segundo Malhotra (2006), a diferena entre ambos que a pesquisa exploratria
especificamente direcionada para explorar a situao de um problema e utilizada quando se
percebe um problema, mas no possvel identificar o porqu. Suas principais caractersticas
so: a flexibilidade da pesquisa por ser semi estruturada; a amostra pequena e no
representativa, o que proporciona um maior esclarecimento e compreenso; os resultados so
experimentais e a anlise de dados qualitativa.
J o mtodo conclusivo segundo o Malhotra (2006) geralmente mais formal onde
permite o gerenciador da pesquisa estipular, avaliar e escolher a melhor ao a ser tomada.
Suas principais caractersticas so: pesquisa de processo formal e estruturada; a amostra
14
Segundo Flick (2011) existem dois tipos de coletas de dados, um deles a coleta de
dados verbais que consiste em entrevistas pessoais baseados na comunicao verbal, ou seja,
na palavra falada. Este tipo de coleta que ser utilizada neste trabalho, pois tem como
vantagem a riqueza de detalhes facilitando a interpretao e possibilitando uma anlise mais
profunda dos dados. A entrevista um dos mtodos mais utilizados na pesquisa qualitativa
(Flick, 2011).
Entretanto Cervo, Brevian e Silva (2007) afirmam: A entrevista no uma simples
conversa. uma conversa orientada para um objetivo definido: recolher, por meio de
interrogatrio do informante, dados para pesquisa. O autor identifica ainda alguns passos
necessrios para desenvolver uma entrevista de qualidade:
A entrevista ser planejada a fim de atingir um determinado objetivo.
Antes da entrevista necessrio pesquisar sobre o entrevistado para ter um conhecimento
prvio acerca do mesmo.
15
3.4. METODOLOGIA
Neste trabalho buscou-se identificar os principais elementos que norteiam as startups
na busca de investimentos para a internacionalizao da empresa. Para que tal pesquisa fosse
realizada, foram traados os seguintes objetivos especficos: 1. Levantar as principais
dificuldades encontradas pelos empreendedores na busca pelos diferentes tipos de
investimentos; 2. Identificar as principais estratgias desenvolvidas pelas startups na captao
dos investimentos; 3. Verificar as dificuldades encontradas no processo de
internacionalizao.
Aps a reviso da literatura e elaborao do roteiro de entrevistas para a coleta de
dados foi realizado uma busca por startups que tinham interesse em internacionalizar seus
negcios, e nessa busca encontrou-se o evento 100 Open Startups, que ocorreu no ms de
fevereiro de 2016. A 8 edio do Open Innovation Week, visa conectar pessoas, instituies e
comunidades em torno da prtica da inovao aberta no pas e no mundo. O evento promove o
encontro entre startups e grandes empresas de forma massiva, no caso, foram escolhidas 100
empresas entre 1600 que foram indicadas por parceiros para apresentarem seus projetos em
busca de parcerias e investimentos.
Ao longo dos 3 dias do evento foram realizadas 11 entrevistas com donos de startups
dentro do prprio evento onde foi questionado aos mesmos em qual segmento as startups
esto atuando, se elas esto buscando a internacionalizao, e se j possuem, ou esto
buscando, algum tipo de investimento e quais foram as possveis dificuldades, ou desafios,
encontrados durante o processo de internacionalizao.
A recepo dos entrevistados foi bastante positiva, alm de responderem todas as
perguntas, estavam dispostos a explicar detalhadamente do que se trata o trabalho que esto
desenvolvendo, o motivo da criao e o que visam alcanar. Ao final da entrevista, os
empreendedores ofereceram os seus contatos pessoais caso fosse necessrio entrar em contato
futuramente.
Aps a anlise das respostas dos entrevistados, as perguntas do roteiro de entrevista
foram reestruturadas e novas entrevistas, com algumas das startups, foram novamente
agendadas e realizadas via aplicativo Skype, pois j no era mais possvel a realizao da
entrevista presencial pois algumas das empresas no se localizavam dentro da cidade de So
Paulo.
A pesquisa foi feita utilizando o mtodo de pesquisa exploratria, segundo Malhotra
(2006), desenvolvida para explorar a situao de um problema e utilizada quando se
percebe um problema, mas no possvel identificar o porqu. E segundo Flick (2011), na
16
Inovao
Aplicativo localizador de medicamentos em
tempo real no mundo.
O usurio poder consultar atravs do
aplicativo qual farmcia mais prxima possui o
medicamento que precisa, alm de oferecer
tambm uma pesquisa das farmcias com os
preos mais baixos.
Gesto para pequenas e mdias empresas.
A startup empacota diversos aplicativos
gerenciadores de tarefas em um nico
ambiente, o usurio ento, seleciona aqueles
que fazem mais sentido para sua
gesto.
Equipamento de telemetria para
esportes com foco principal no
mercado de surf. Ao instalar o
dispositivo na prancha o usurio
consegue todas as informaes do
movimento da prancha, distncia
percorrida, as manobras, velocidade,
fora G, entre outros. O principal
objetivo de entregar informaes
precisas para o praticante de surf.
Segurana da informao.
O principal foco so as pequenas e as mdias
empresas, que atualmente tm medo de migrar
os dados para a nuvem por questes de
privacidade, segurana, disponibilidade, entre
outros. A plataforma armazena os dados com
segurana utilizando criptografia e alguns
Principais elementos
que est buscando no
momento
Investimento
forma
networking
fundo
investimentos.
na
de
e
de
Aumentar
o
networking
e
novas parcerias.
Investimento seed
e investidor anjo.
17
Crescimento
empresa e
validar
modelo
negcio.
da
de
Investidor
anjo,
parcerias e outros tipos
de investimento.
Networking, fundo
de investimentos,
investidor anjo e
outros tipos de
investimentos.
Presena no mercado
nacional e se tornar
uma
marca
de
referncia.
Objetivo Especfico
18
Dificuldades
busca
investimentos
Dados
coerentes
/
credibilidade / plano de
Identificar as principais
Estratgias na busca negcios / projees ao
estratgias na busca de
de investimentos
longo prazo / resultados
investimentos.
favorveis / eventos /
networking
Identificar os principais
Burocracia/
idioma/
fatores e dificuldades que
concorrncia/
cultura
e
Internacionalizao
levam
as
empresas
comportamento do consumidor/
buscarem ou no a
legalizao e regulamentao
internacionalizao.
Fonte: Elaborado pelos autores
A partir da categorizao, apresentado no Quadro 1, realizou-se a anlise de
cada uma das categorias, com o intuito de atingir o objetivo geral desta pesquisa e
que ser apresentado nas consideraes finais.
19
20
mais precisas possveis. Gorgulho (1996) ainda ressalta que os investidores iro investir
somente se tiverem instrumentos que lhes permitam resultados favorveis.
Ainda em relao as estratgias, destaca-se tambm a participao em eventos de
empreendedorismo e inovao como uma ferramenta para captao de recursos. Grande parte
dos entrevistados afirmaram que atravs dos eventos possvel identificar know-how
disponvel, encontrar parceiros e fornecedores, mas principalmente identificar novos
investidores.
O entrevistado da startup C revelou que vem buscando participar do maior nmero de
eventos possvel para conseguir uma rede de investimentos, relata ainda que durante a semana
do evento 100 Open Startups conseguiu agendar uma reunio com uma das maiores empresas
brasileiras de linhas areas, que alm de ser um potencial investidor abrir portas para o
mercado internacional. J o entrevistado da startup F revelou que grandes empresas estavam
presentes na 100 Open Startups e mais da metade delas no eram empresas brasileiras, mas
sim, empresas internacionais, relatou ainda a presena de uma grande fabricante de EPIs
(equipamentos de proteo individual) que poderia ser um grande apoio para a startup
fornecendo os aparelhos. No caso da startup D, o entrevistado conseguiu a participao em
uma aceleradora de Londres atravs de um evento internacional em Tel Aviv, Israel.
Outra maneira destacada pelos entrevistados para obter novas parcerias so as aes
de networking e o uso de redes sociais. Observa-se que a maior parte dos entrevistados
consideram o networking como um meio facilitador para conseguir recursos, pois o aumento
da rede de contatos possibilita um nmero maior de oportunidades para conhecer novos
investidores, alm de ganhar conhecimento que pode ajudar no crescimento da empresa. [...]
a gente percebeu que na verdade a gente precisava de um conhecimento melhor do mercado,
sobre finanas, ter uns contatos melhores, ento a gente foi buscar um scio que ajudasse a
gente com isso e nessa busca de scio a gente encontrou uma aceleradora. Entrevistado da
startup H.
Outras estratgias foram destacadas pelos entrevistados na busca por novos tipos de
investimentos, tais como: pesquisa de mercado tanto naquele em que atua quanto no exterior e
programas de incentivo a pesquisa de desenvolvimento. Sendo assim, identifica-se que as
estratgias adotadas pelos empreendedores na captao de novos recursos so bastante
semelhantes, ressaltando a importncia em relatar ao investidor dados transparentes e
coerentes garantindo a credibilidade da empresa e na busca por eventos e aes que possam
cultivar e ampliar as conexes e redes de contatos. E a partir disso ter flexibilidade para
adaptar-se s diferentes exigncias verificadas em potenciais investidores.
Internacionalizao.
Esta categoria foi a mais bem explorada nas entrevistas, uma vez que os entrevistados
deixaram bem claro os motivos pelos quais houve a inteno de internacionalizar a startup.
Mais da metade dos entrevistados, esto buscando a internacionalizao, as outras j
fazem parte do mercado internacional. No pode-se deixar de mencionar que as startups que
participam do mercado internacional tiveram participao atravs de exportao de produtos e
servios e ainda no possuem operao fixa no exterior, exceto a startup D que j possui
escritrio e atua em Londres. Conforme apresentado por Prozczinski e Steinbruch (2014) so
empresas que esto inseridas no primeiro estgio da internacionalizao, na qual a empresa
explora seus ativos no mercado internacional da mesma forma que em seu mercado interno.
No estudo realizado, apenas uma das startups entrevistadas nasceu internacionalizada,
ou seja, uma Global Born, que a startup D. O entrevistado desta startup explica em poucas
palavras o motivo de iniciar seus negcios na Europa, explica que a empresa foi criada a fim
de atender o mercado externo e justifica que o Brasil ainda muito imaturo para receber a
tecnologia que eles esto oferecendo.
21
22
5. CONSIDERAES FINAIS
Como mencionado nos primeiros captulos, este trabalho tem como objetivo
identificar os principais elementos que norteiam as startups na busca de
investimentos para a internacionalizao da empresa. Este objetivo foi alcanado
por meio da anlise dos resultados obtidos nas entrevistas com o cruzamento de
informaes tericas, permitindo comprovar elementos citados ao longo do trabalho.
De forma geral, os elementos como as dificuldades encontradas na busca de
investimentos, as estratgias desenvolvidas para a captao dos diferentes tipos de
investimentos e as dificuldades no processo de internacionalizao puderam ser
percebidos e esclarecidos nas entrevistas concedidas pelos empreendedores
entrevistados.
Na categoria sobre as dificuldades na busca de investimento, foi possvel
observar as seguintes questes:
1. Dificuldade em encontrar um investidor que queira assumir risco em meio a
uma crise. Fica explcito que o cenrio econmico atual uma das maiores
dificuldades para a busca de investimentos, com poucos investidores querendo
correr este risco.
2. Dificuldade em encontrar um investidor que esteja disposto a investir em
um projeto o qual ainda no possui um prottipo. Atravs dos resultados obtidos foi
possvel perceber que os investidores buscam pelas empresas que j possuem o
prottipo pronto para lanar no mercado.
Em relao s principais estratgias desenvolvidas pelos empreendedores
para a captao dos investimentos foi observado que:
1. Credibilidade e transparncia na apresentao de dados so fundamentais
para a captao de investimentos.
2. A participao em eventos de empreendedorismo e o uso de networking
so meios facilitadores para se ter novos contatos de parceiros, fornecedores e
investidores, ampliando o alcance dos negcios.
Por fim, as principais dificuldades citadas no processo de internacionalizao
foram:
1. O idioma, o visto de trabalho, entender diferentes culturas para ajustar o
modo como as negociaes devem ser realizadas, a identificao do perfil do cliente
estrangeiro para uma anlise de um novo produto em um novo mercado e
principalmente a adaptao legislao e regulamentao do pas estrangeiro.
Alm disso, vale ressaltar que, na busca por investimento, de acordo com um
dos entrevistados, possvel que a startup se desenvolva sem que necessite de
investimentos de terceiros se elas apenas se dedicassem em fazer seu trabalho de
casa, ou seja, validando o produto em territrio nacional e assim expandir seu
produto para o exterior.
O presente trabalho buscou contribuir para um campo de estudos ainda
icipiente com fontes de referncias escassas, mas com um um grande potencial a
ser explorado. Conclui-se que h ainda lacunas a serem preenchidas e muitas
dificuldades e estratgias a serem identificadas. A tendncia em empreender e
buscar ideias inovadoras e
a interao econmica atual incentivam os
empreendedores a expandir seus negcios, neste contexto que se faz necessrio
23
24
25
empresarial
e
meio
ambiente,
2014.
Disponvel
<http://www.engema.org.br/XVIENGEMA/370.pdf>. Acesso em: 08 set. 2015.
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27
7. APNDICE 1
PRIMEIRO ROTEIRO DE ENTREVISTA
1 Pode explicar um pouco sobre voc e a sua startup?
2 - Qual tipo de investimento que voc tem buscado?
3 Qual a maior dificuldade na busca deste investimento?
4 Qual foi a estratgia utilizada para conseguir este investimento?
5- Voc j internacionalizada? Quais foram as dificuldades encontradas?
8. APNDICE 2
28