Cálculo de Pontes de Madeira
Cálculo de Pontes de Madeira
Cálculo de Pontes de Madeira
CAMILLE STEFEL
DANIEL MORO
CURITIBA
2013
CAMILLE STEFEL
DANIEL MORO
Monografia
apresentada
ao
Departamento
de
CURITIBA
2013
Ministrio da Educao
FOLHA DE APROVAO
Por
__________________________________
___
Prof. Orientador Amacin Rodrigues Moreira, MSc.
UTFPR
__________________________________
Prof. Elisabeth Penner, Dra.
UTFPR
___________________________________
Prof. Jos Manoel Caron, MSc.
UTFPR
___
_____
RESUMO
O presente trabalho apresenta conceitos bsicos e um mtodo de
dimensionamento da superestrutura de uma ponte de madeira. So analisados
mtodos de tratamento da madeira e a escolha de espcies com resistncia adequada
construo de pontes. Para o dimensionamento das vigas principais da ponte foi
estudado a utilizao de sees compostas com uso de anis metlicos de ligao. O
dimensionamento foi feito com base nos critrios da norma de projeto de estruturas de
madeira NBR 7190 de 1997 comparados aos da NBR 7190 de 1982.
Palavras chave: Ponte de Madeira. Estrutura de Madeira. Dimensionamento. Anis
metlicos.
ABSTRACT
This dissertation presents a study of standard guidelines and the design of a
wooden bridge superstructure. Treatment methods are analyzed and also the choice of
wood species with adequate resistance to building bridges. For the design of the main
beams of the bridge it was studied the use of composite sections with metal rings
binding. The design was dimensioned according to the criteria of the standard design of
timber structures NBR 7190 1997 compared to the 7190 NBR 1982.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Disposio em planta das cargas mveis ..................................................... 17
Figura 2 - Veculos Tipo ................................................................................................ 18
Figura 3 Vista inferior Ponte Estrada Floresta Piracicaba/SP ................................. 22
Figura 4 - Ponte em vigas com peas rolias compostas ............................................. 23
Figura 5 - Seo transversal da ponte em vigas rolias ................................................ 24
Figura 6 - Vista superior da ponte ................................................................................. 24
Figura 7 - Vista lateral da ponte em vigas rolias .......................................................... 24
Figura 8 - Posicionamento transversal do veculo-tipo sobre o rodeiro ......................... 27
Figura 9 - Posicionamento transversal do veculo-tipo fora do rodeiro ......................... 27
Figura 10 - Posicionamento do veculo-tipo para momento fletor e deslocamento
vertical mximo ............................................................................................................. 28
Figura 11 - Posicionamento do veculo-tipo para reao de apoio ............................... 28
Figura 12 - Posicionamento do veculo-tipo para cortante ............................................ 29
Figura 13 - Posicionamento crtico de uma roda sobre o tabuleiro ............................... 29
Figura 14 - Tabuleiros transversal e longitudinal de pranchas de madeira serrada ...... 34
Figura 15 - Tabuleiros compostos de madeira e concreto. ........................................... 35
Figura 16 - Ponte com tabuleiro misto de madeira e concreto ..................................... 36
Figura 17 - Tabuleiros compostos de peas rolias de madeira e concreto .................. 36
Figura 18 - Espaamentos em ligaes com pinos ....................................................... 38
Figura 19 - Espaamentos em ligaes com Anis Metlicos ...................................... 40
Figura 20 Projeto de ponte de madeira sobre o Rio Itaqui - So Jos dos Pinhais,
Paran........................................................................................................................... 41
Figura 21 Projeto da ponte de madeira - planta ......................................................... 44
Figura 22 Projeto da ponte de madeira - elevao .................................................... 44
Figura 23 Projeto da ponte de madeira seo transversal ...................................... 45
Figura 24 Carregamento do veculo sobre o tabuleiro ............................................... 47
Figura 25 Envoltria de momentos fletores da carga do veculo sobre o tabuleiro .... 47
Figura 26 Rodeiro....................................................................................................... 48
Figura 27 Guarda-corpo ............................................................................................. 49
Figura 28 Linha de influncia das aes do veculo sobre o tabuleiro ....................... 50
Figura 29 Carregamento do peso prprio da longarina e reaes de apoio .............. 51
Figura 30 Posicionamento das cargas acidentais para clculo das reaes de apoio
...................................................................................................................................... 51
Figura 31 Momento fletor mximo devido s cargas permanentes sobre a longarina51
Figura 32 Posicionamento do trem tipo para clculo do momento fletor mximo ...... 52
Figura 33 Momento fletor mximo devido s cargas acidentais sobre a longarina .... 52
Figura 34 Esforo cortante mximo devido s cargas permanentes sobre a longarina
...................................................................................................................................... 52
Figura 35 Posicionamento do trem tipo para clculo do esforos cortantes .............. 53
Figura 36 Esforo cortante mximo devido s cargas acidentais sobre a longarina .. 53
Figura 37 Anel metlico............................................................................................. 56
Figura 38 Esquema de ligao dos anis metlicos ................................................. 57
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Carregamentos conforme as Classes de Veculos ...................................... 17
Tabela 2 - Caractersticas do Veculo Tipo ................................................................... 18
Tabela 3 - Fatores de Combinao e Utilizao ........................................................... 21
Tabela 4 Coeficientes de Aes ................................................................................. 21
Tabela 5 Altura do tabuleiro para pontes em vigas simples de peas rolias ............ 26
Tabela 6 Dimetro mdio das longarinas para pontes em vigas simples de peas
rolias ............................................................................................................................ 26
Tabela 7 Valores de
...................................................................................... 32
Tabela 8 Valores de
...................................................................................... 33
Tabela 9 Classe de resistncia das dicotiledneas .................................................... 33
Tabela 10 - Comparativo do dimensionamento feito nesse trabalho e do projeto de AAD
(1998). ........................................................................................................................... 58
ABNT
CCA
DNER
DNIT
ELS
ELU
NBR
Norma Brasileira
Sumrio
1.
INTRODUO ................................................................................................. 11
1.1.
OBJETIVO ....................................................................................................... 11
1.1.1.
1.1.2.
1.2.
2.
JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 12
FUNDAMENTAO TERICA ........................................................................ 12
2.1.
2.2.
2.4.1.
2.4.2.
2.4.3.
2.4.4.
2.4.5.
3.
4.
4.2.
4.3.
4.4.
4.4.1.
4.4.2.
4.4.3.
4.4.4.
4.4.5.
4.5.
10
4.5.1.
4.5.2.
5.
6.
CONCLUSES ................................................................................................ 59
7.
REFERNCIAS ............................................................................................................. 61
11
1.
INTRODUO
1.1.
1.1.1.
OBJETIVO
OBJETIVO GERAL
12
rpida, com base nos critrios da NBR 7190 de 1997 comparados aos da NBR 7190 de
1982.
1.1.2.
OBJETIVOS ESPECFICOS
1.2.
JUSTIFICATIVA
Dentro dos imensos limites de terra que formam o Brasil existem muitas regies,
principalmente no interior, em pequenos vilarejos, fazendas e reservas ambientais
onde necessrio passar por pequenos rios ou valas para se ter acesso a
determinados lugares. A soluo para essa passagem a construo de uma ponte
que corte esses pequenos rios ou valas e torne possvel a fcil transio de veculos,
pessoas e criaes. Na maioria dos casos, seja pela disponibilidade prxima de
materiais, de construtores com tcnica construtiva adequada ou de recursos
financeiros mais vivel a construo de uma ponte de madeira do que de outros
materiais. Como soluo para esses casos, ser desenvolvido neste trabalho o
dimensionamento da superestrutura de uma ponte em que a madeira pode ser utilizada
em seu estado rstico, apenas com um tratamento qumico, de modo a facilitar a
construo dentro dos pr-requisitos citados.
2.
FUNDAMENTAO TERICA
2.1.
13
14
2.2.
De acordo com Morais (2008), a madeira deve ser tratada para prevenir sua
deteriorao e ampliar seu tempo de vida til. O tratamento mais comum utilizado o
qumico, no qual ocorre a fixao de elementos preservativos na madeira para que
esta se torne mais resistente ao de fungos e insetos, principalmente se a madeira
a ser utilizada for ficar em contato com gua ou solo.
Segundo Florian (2011), os processos preservativos sem presso mais simples
e baratos so aqueles por pincelamento ou asperso, nos quais podem ser utilizados
preservativos hidrossolveis ou leossolveis de baixa viscosidade, que so aplicados
em madeiras secas em regies de baixa incidncia de ataque de organismos xilfagos.
Tambm pode ser feita uma imerso rpida, que varia de alguns segundos a minutos,
e protege um pouco mais que o mtodo anterior. Alm desses, ainda h o mtodo de
imerso prolongada, que, quando feito em madeira verde, utiliza um produto
hidrossolvel que penetra por difuso, e quando feito em madeira seca, utiliza um
leossolvel que penetra por capilaridade. Esse mtodo pode ser de at vrios dias
sendo que a absoro maior no princpio e diminui gradativamente com o tempo.
Morais (2008) diz que os mtodos sem presso so tratamentos superficiais,
que no resultam em penetrao profunda ou larga absoro do preservativo pela
madeira. Uma penetrao mais profunda pode ser atingida pela injeo do preservativo
nas clulas da madeira utilizando o mtodo com presso.
De acordo com Silva (2006), o tratamento com presso realizado a vcuo em
um autoclave, que um cilindro que suporta presso, onde se utiliza produtos
15
2.3.
16
2.4.
2.4.1.
E tambm pelo peso prprio de elementos no estruturais, como revestimento, guardacorpo, lastros e outros elementos.
17
Cargas acidentais
As cargas acidentais so foras variveis, elas atuam na construo em funo
do uso, como, por exemplo, pessoas, veculos e vento. Para as foras variveis
devemos considerar apenas as parcelas que possuem efeitos desfavorveis na
estrutura. No caso de aes variveis mveis, consideramos a pior situao para o
clculo. (ABNT NBR 7190:97)
Cargas Acidentais Verticais em Pontes:
De acordo com Calil Junior (2006) sero consideradas as cargas de pedestres e
veculos. Para passarela de pedestres, se considera uma classe nica com p=5kN/m,
sem impacto.
As pontes rodovirias so divididas em trs classes:
Classe
da Ponte
45
30
12
Veculo
Carga Uniformemente Distribuda
Peso Total
p
p'
Tipo
Disposio da Carga
kN
tf kN/m kgf/m kN/m kgf/m
45
450 45
5
500
3
300
Carga p em toda a pista
30
300 30
5
500
3
300
Carga p' nos passeios
12
120 12
4
400
4
400
18
Quantidade de eixos
Peso total do veculo
Peso de cada roda dianteira
Peso de cada roda traseira
Peso de cada roda intermediria
Largura de contato B1 de cada roda dianteira
Largura de contato B3 de cada roda traseira
Largura de contato B2 de cada roda intermediria
Comprimento de contato de cada roda
rea de contato de cada roda
Distncia entre eixos
Distncia entre os centros de roda de cada eixo
Unidade
Tipo 45
Tipo 30
Tipo 12
Eixo
kN - tf
kN - tf
kN - tf
kN - tf
m
m
m
m
m
m
m
3
450-45
75-7,5
75-7,5
75-7,5
0.5
0.5
0.5
0.2
0,2 x b
1.5
2
3
300-30
50-5
50-5
50-5
0.4
0.4
0.4
0.2
0,2 x b
1.5
2
2
120-12
20-2
40-2
0.2
0.3
0.2
0,2 x b
3
2
19
(1)
Onde:
Para ponte em viga: L = vo terico do tramo.
Para pontes rodovirias com revestimento de madeira: = 20
)
(
Ao do vento:
Fora no guarda-corpo:
20
2.4.2.
(2)
Onde:
= valor caracterstico das aes permanentes
= valor caracterstico da ao varivel considerada como principal
= valores reduzidos de combinao das demais aes variveis, determinados
de acordo com a tabela 3.
21
0.6
0.5
0.3
0.5
0.2
Pontes de pedestres
0.4
0.3
0.2
Pontes rodovirias
0.6
0.4
0.2
0.8
0.6
0.4
Para efeitos
Desfavorveis
Favorveis
Normais
g = 1,3
g = 1,0
Especiais ou de construo
g = 1,2
g = 1,0
Excepcionais
g = 1,1
g = 1,0
Para efeitos
Desfavorveis
Favorveis
Normais
g = 1,4
g = 0,9
Especiais ou de construo
g = 1,3
g = 0,9
Excepcionais
g = 1,2
g = 0,9
Aes Variveis
Aes variveis em geral
includas as cargas acidentais
mveis
Efeitos da
temperatura
Normais
g = 1,4
g = 1,2
Especiais ou de construo
g = 1,2
g = 1,0
g = 1,0
g = 0
Combinaes
Excepcionais
Fonte: Adaptado da ABNT NBR 7190 (1997 p. 12).
(3)
22
2.4.3.
PONTES EM VIGA
Quando
comprimento
excessivo,
pode-se
construir
apoios
23
De acordo com Calil Junior (2006), nas pontes de vigas simples de peas rolias
observa-se os seguintes elementos estruturais:
24
25
26
C50
C40
Classe 30
6 cm
7 cm
8 cm
Classe 45
8 cm
9 cm
10 cm
Tabela 6 Dimetro mdio das longarinas para pontes em vigas simples de peas rolias
Classe 30
Comprimento (m)
Classe 45
Vo (m)
C60
C50
C40
C60
C50
C40
48 cm
5,5
37 cm
39 cm
43 cm
43 cm
45 cm
6,5
40 cm
43 cm
46 cm
46 cm
49 cm
7,5
43 cm
46 cm
50 cm
50 cm
8,5
46 cm
49 cm
10
9,5
49 cm
27
Outra possibilidade de solicitao que pode ocorrer nas pontes em vigas rolias
quando o veculo-tipo sair fora do rodeiro. Esta a situao mais crtica para o
tabuleiro. Na figura 9 est ilustrado o posicionamento transversal crtico para o
dimensionamento do tabuleiro.
28
onde:
L = vo terico;
a = 1,5 m (Classes 30 e 45);
b = (L-2a)/2;
c = (L-4a)/2;
q = carga acidental;
g = carga permanente.
(5)
29
onde:
d = L-3a.
onde:
e = L-3a-2h;
h = 1 centmetro, espao suficiente para a fora no estar em cima do apoio e o
resultado do esforo cortante mximo no ser igual a zero.
onde:
=
30
(6)
(7)
31
(11)
Onde:
esp.- espessura do tabuleiro;
larg.- largura da roda (20cm para as Classes 30 e 45).
, para sees circulares
(12)
Onde:
(13)
onde:
b largura da seo
momento esttico
(15)
32
(16)
Onde:
obtido atravs da tabela 9:
(17)
Madeira recomposta
Permanente
0,6
0,3
Longa Durao
0,7
0,45
Mdia Durao
0,8
0,65
Curta Durao
0,9
0,9
Instantanea
1,1
Fonte: Adaptado da ABNT NBR 7190: 1997 (p. 18).
1,1
33
Tabela 8 Valores de
Classes de Umidade
(1) e (2)
Madeira recomposta
1
(3) e (4)
0,8
Fonte: Adaptado da ABNT NBR 7190: 1997 (p. 18).
J o
0,9
. Para segunda,
MPa MPa
MPa
kg/m
kg/m
C20
20
9500
500
650
C30
30
14500
650
800
C40
40
19500
750
950
C60
60
8
24500
Fonte: Adaptado de ABNT NBR 7190 (1997 p. 16).
800
1000
Deve-se conferir o peso prprio estimado no incio dos clculos com o obtido
das dimenses obtidas no 7 passo. Se a diferena entre o peso prprio estimado e o
real for maior que 10% deve-se refazer os clculos com o novo valor de peso-prprio.
Esse procedimento interativo deve continuar at que a diferena seja menor que 10%.
34
2.4.4.
35
36
2.4.5.
utilizada como pea sujeita trao axial. O ponto crtico para o dimensionamento fica
nas emendas ou ligaes de extremidade das peas. Os principais elementos de
ligao so pregos, pinos, parafusos, conectores metlicos, tarugos e entalhes.
(PFEIL, 1982)
37
conferas:
dicotiledneas:
onde:
= dimetro efetivo medido nos pregos a serem usados.
Os parafusos so instalados em furos ajustados, de modo a no ultrapassar
uma pequena folga. Aps a colocao dos parafusos, a porcas so apertadas,
comprimindo fortemente a madeira na direo transversal, sendo o esforo transferido
a madeira com o auxilio de arruelas. O esforo transversal favorece a ligao, pois
desenvolve atrito nas interfaces. Entretanto, devido retrao e deformao lenta da
madeira, o esforo transversal permanente aleatrio, o que obriga a dimensionar a
ligao admitindo que o parafuso trabalhe apenas como um pino. (PFEIL, 2006)
De acordo com a NBR 7190 (1997), para que as ligaes parafusadas sejam
consideradas rgidas, a pr-furao deve ser feita com dimetro
no maior que o
38
39
apoio desta na superfcie do entalhe. O corte no anel feito para facilitar para facilitar
sua colocao no entalhe da madeira.
A NBR 7190 (1997) sugere o emprego de anis metlicos estruturais apenas
com dimetros internos d de 64 mm e 102 mm. Entretanto, Calil Junior (2006) descreve
sobre o uso de anis com dimetros maiores no caso de estruturas de pontes. Os
anis devem ser fabricados com ao submetido s prescries da NBR 8800.
De acordo com a NBR 7190 (1997) a resistncia de um anel metlico
correspondente a uma dada seo de corte da ligao entre duas peas de madeira
determinada em funo das resistncias ao cisalhamento longitudinal
das duas
(18)
Onde:
t = profundidade de penetrao do anel em cada pea de madeira;
d = dimetro interno, como mostrado na figura 19;
= valor de clculo da resistncia compresso inclinada de
Nas ligaes em que forem usados anis metlicos, eles devem ser aplicados
em ranhuras previamente feitas nas peas de madeira, com ferramentas apropriadas.
Os espaamentos mnimos recomendados so os seguintes:
a) entre os centros de anis metlicos na direo das fibras: 1,5 d;
b) do centro de qualquer anel metlico extremidade da pea, no caso de esforo de
trao paralelo s fibras: 1,5 d;
c) do centro de qualquer anel metlico extremidade da pea, no caso de esforo de
compresso paralelo s fibras: 1,0 d;
d) do centro de qualquer anel metlico borda lateral: 0,75 d;
40
2.4.5.3 Entalhes
Os entalhes so ligaes em que a transmisso do esforo feita por apoio nas
interfaces. Eles devem ser executados com grande preciso, a fim de que as faces
transmissoras de esforos fiquem em contato antes do carregamento. Havendo folga, a
ligao se deformar at que as faces se apoiem efetivamente. As peas ligadas por
entalhe so mantidas na posio por meio de parafusos ou talas laterais pregadas.
Esses parafusos no so levados em considerao no clculo da capacidade de carga
da ligao. (PFEIL, 1982)
3.
PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
Para o desenvolvimento dos clculos desse trabalho ser utilizado como base o
dimensionamento de uma ponte de madeira, desenvolvido por AAD (1998), conforme a
norma de Clculo e Execuo de Estruturas de Madeira NBR 7190:1982. Ser
analisado o mtodo de dimensionamento do projeto existente e ento ser
dimensionado o projeto da ponte conforme a norma vigente de Projeto de Estruturas
de Madeira NBR 7190:1997.
41
3.1.
PROCEDIMENTOS
METODOLGICOS
UTILIZADOS
NO
PROJETO
Figura 20 Projeto de ponte de madeira sobre o Rio Itaqui - So Jos dos Pinhais, Paran
Fonte: Adaptado de AAD(1998).
42
3.2.
43
4.
DIMENSIONAMENTO DA PONTE
4.1.
figuras 21, 22 e 23, que so baseadas no projeto de AAD com pequenas alteraes.
44
45
Como a utilizao deve ser para vias rurais onde o volume de trfego baixo
ser dimensionada uma ponte Classe 30, pois como citado no item 2.4.3, a classe 12
no recomendada. Com isso se fez necessria a utilizao de trs longarinas em vez
de duas como no projeto de AAD (1998).
4.2.
Conforme descrito no item 2.1 deste trabalho as classes mais utilizadas para
pontes variam entre a C40 e a C60 das dicotiledneas. Como provavelmente a classe
mais fcil de ser encontrada a menos resistente, no dimensionamento ser
considerado peas da classe C40 para formao do tabuleiro. J para formao das
longarinas ser considerado peas da classe C60, pois, para classes menos
resistentes, seriam necessrias peas com dimetros muito elevados.
Nos clculos deste trabalho ser levada em considerao uma inclinao das
fibras da madeira de at 6 graus, que o admitido pela NBR 7190 sem ter que
46
4.3.
47
O momento fletor mximo positivo calculado pelo programa ilustrado na figura 25.
Da tem-se:
(
48
Esse resultado indica que o dimetro das peas deve ser de no mnimo 27 cm,
ento para o dimensionamento feito nesse trabalho ser considerado que as peas
tero um dimetro mdio de 30 cm.
4.4.
4.4.1.
Carga do rodeiro:
Figura 26 Rodeiro
Fonte: Os Autores.
49
II.
Figura 27 Guarda-corpo
Fonte: Os Autores.
III.
Carga do tabuleiro:
IV.
Admitindo uma suposio inicial que cada poste das longarinas ter dimetro
mdio de 35cm e considerando 3% do peso dos anis:
50
4.4.2.
51
4.4.3.
I.
Reaes de apoio
Figura 30 Posicionamento das cargas acidentais para clculo das reaes de apoio
Fonte: Os Autores.
II.
52
III.
53
4.4.4.
COMBINAES DE AES
I.
)
(
II.
54
4.4.5.
I.
Tenses Normais
Esse resultado indica que o dimetro mnimo dos postes da longarina deve ser
de no mnimo 29 cm para suportar a flexo devido aos carregamentos.
II.
Tenses Tangenciais
Os resultados tem uma diferena menor que 10% do valor final. Para este
dimensionamento ser utilizada a primeira opo, como se no fosse conhecida a
espcie da madeira.
55
Esse resultado indica que o dimetro mnimo dos postes da longarina deve ser
de no mnimo 35 cm para suportar ao cisalhamento mximo nas vigas.
III.
(23)
56
, podemos isolar o
dimetro:
)))
)))
Esse resultado indica que o dimetro dos elementos da longarina deve ser de no
mnimo 31 cm para que no haja deslocamentos verticais superiores aos previstos em
norma.
IV.
4.5.
4.5.1.
solidarizadas entre si e permitir o pleno desenvolvimento dos efeitos dos anis. No foi
considerada a influencia da rigidez do parafuso na transmisso de esforos.
57
Para posicionamento dos anis devem ser respeitados os critrios do item 2.4.5,
que tambm foram considerados no dimensionamento.
58
4.5.2.
5.
Fonte: Os Autores.
59
6.
CONCLUSES
peas do tabuleiro deve ser de 30 centmetros. Na ponte, de classe 30, devem ser
utilizadas trs longarinas, diferentemente do projeto de AAD (1998), que era uma ponte
classe 12 e precisava de apenas duas. Cada longarina deve ser composta de quatro
postes e o dimetro mdio necessrio para os postes para o vo de 10 metros de 35
centmetros.
60
7.
Fazer uma tabela relacionando diferentes vos com o dimetro necessrio dos
postes para formao da longarina;
61
REFERNCIAS
AAD, Projetos Consultoria e Engenharia. Projeto de Ponte em Estrutura de Madeira
sobre o Rio Itaqui: na Interseo com a Rua Deusulina Pozer Moiss - So Jos dos
Pinhais, Paran, 03/05/1998.
ABDALLA, Anna Cristina Pacheco Ballassini. Utilizao de madeira de Eucalyptus
em estruturas de pontes. Dissertao de mestrado. Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz. Piracicaba, 2002.
ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 7190: Projeto de
estruturas de madeira. Rio de Janeiro, 1997.
CALIL JUNIOR, Carlito et al. Manual de projeto e construo de pontes de madeira.
So Carlos: Suprema, 2006.
CALIL JUNIOR, Carlito. BRITO, Leandro Dussarrat. Manual de projeto e construo
de estruturas com peas rolias de madeira de reflorestamento. So Carlos:
Suprema, 2010.
DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. Manual de projetos
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DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Norma
121: Pontes e Viadutos Rodovirios Fundaes. Rio de Janeiro, 2009.
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