A Conquista Divina
A Conquista Divina
A Conquista Divina
Eternidade cuja
desconfiana com
respeito terra os h
constrangido a procurar
em Deus uma mais
permanente realidade,
ofereo-lhes esta
pequena obra em
humilde dedicatria.
A. W TOZER
A CONQUISTA DIVINA
^Z 3 Z^
Livros CLIE Galvani, 113
08224 TERRASSA (Barcelona)
A CONQUISTA DIVINA
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.
O Contnuo Eterno
Em palavra ou em poder
O mistrio da chamada
Vitria atravs da derrota
O Esquecido
A iluminao do Esprito
O Esprito como poder
O Esprito Santo como fogo
por que o mundo no pode receber
A vida cheia do Esprito
INTRODUO
WILLIAM CULBERTSON,
Presidente Instituto Bblico Moody
PREFCIO
como se no, tem, entretanto, que ser escrito, embora no seja por outra razo
a no ser para dar alvio a um peso insuportvel em meu corao.
Junto com esta franca explicao de sua gnese espiritual, permita-me
acrescentar (e recuso a aparente contradio) que no reivindico para este
livro nem originalidade nem nenhum grau de inspirao superior ao qual possa
pertencer a qualquer servo de Cristo. A presso a que me refiro pode resultar
no ser outra coisa que os apertos e a tenso que resultam do esforo de ser
bom em um mundo mau e de honrar a Deus em meio a uma gerao de
cristos que parecem dedicados a dar glria a todos menos a Ele.
Quanto a originalidade, j no observou algum que ningum desde Ado
foi totalmente original? Todo homem, disse Emerson, uma verso de seus
antepassados. Tudo o que posso esperar que este livro possa ser uma
nfase correta no momento oportuno. Se o leitor descobrir aqui alguma
novidade, deve em boa conscincia recus-la, porque em religio tudo o que
novidade por isso mesmo falso.
Sem dvida, o leitor detectar nestas pginas rastros de outros coraes
alm do meu. Queria ser o primeiro em assinalar que a influncia de muitas
mentes se encontra por toda parte nelas. Aqui esto os professores da vida
interior (por muito imperfeitamente representados que estejam), os piedosos
professores a cujos ps me sentei por longo tempo e de bom gosto, e de cujos
poos tirei gua com reverncia e gratido. Levanto meus olhos com gratido a
Deus pelos homens que me levaram a desejar o melhor caminho: Nicols
Hermn e aquele outro Nicols da Cusa, Meister Eckhart, Feneln e Faber. A
estes os designo por seu nome porque so os que de mais ajuda me foram,
mas h tambm outros muitos, entre eles o gentil velho John Smith, M.A.,
cujo nome o faz quase annimo, e sobre o qual nada sei exceto que seu estilo
como o do lorde Francis Bacon e seu esprito como o de Joo, o quarto
evangelista, e que uma vez publicou muito atento, uns poucos de seus
sermes, um dos quais, em um momento feliz, um veterano missionrio ps
em minhas mos.
No tenho pretenso para nada parecido a uma erudio irrepreensvel. No
sou uma autoridade quanto ao ensinamento de ningum. Nunca pretendi s-lo.
Tomo minha ajuda onde a encontro, e me ponho de corao a pastar ali onde a
erva mais verde. S ponho uma condio: meu professor tem que conhecer
Deus, como disse Carlyle, mais que de ouvidas, e Cristo deve ser tudo em
tudo para ele. Se algum s pode me oferecer uma doutrina correta, com toda
segurana me escaparei na primeira oportunidade para procurar a companhia
de algum que tenha visto por si mesmo a formosura do rosto daquele que a
rosa do Sarom e o lrio dos vales. Este homem poder me ajudar, e ningum
mais.
O argumento deste livro a interioridade essencial da verdadeira religio.
Espero mostrar que se conhecssemos o poder da mensagem crist, nossa
natureza deveria ser invadida por um Objeto alm dela mesma; que Aquilo que
externo tem o dever de ser interno; que a Realidade objetiva que Deus tem
que transpassar a soleira de nossa personalidade e tomar sua residncia
dentro.
Ao arguir assim, poder se dizer que estou errado, mas como Blake
escreveu em certa ocasio, se estou errado, o estou em boa companhia,
porque acaso no outra forma de dizer: O esprito o que d vida; a carne
no aproveita para nada? O essencial de uma vida Interior correta era o peso
do ensinamento de Cristo, e indubitavelmente foi uma das principais causa de
sua rejeio por parte daqueles notrios externalistas, os fariseus. Paulo
pregou tambm continuamente a doutrina de Cristo morando no crente, e a
histria revelar que a Igreja ganhou ou perdeu poder exatamente assim que
se moveu para ou se afastou da interioridade de sua f.
Possivelmente no estar de mais aqui uma palavra de advertncia. a de
nos guardar de pr nossa confiana nos livros como tais. necessrio de um
decidido esforo da mente para se livrar do engano de fazer dos livros e dos
professores um fim em si mesmo. O pior que um livro pode fazer a um cristo
lhe deixar com a impresso de que recebeu dele algo realmente bom. O melhor
que pode fazer indicar-lhe o caminho para o Bem que est procurando. A
funo de um bom livro a de levantar-se como um sinal que dirige o leitor
para a Verdade e a Vida. O melhor livro o que mais logo se faz
desnecessrio, assim como o poste de sinalizao serve melhor depois que foi
esquecido, depois que o viajante chegou so e salvo ao lugar desejado. A obra
de um bom livro incitar o leitor ao moral, a voltar seu olhar para Deus e a
lhe apressar a avanar. Mas no pode fazer nada mais que isto.
Devo dizer algo sobre o uso que dei da palavra religio nestas pginas. Sei
o quanto descuidadamente foi empregada por parte de muitos, e quantas
definies esta palavra recebeu das mos de filsofos e psiclogos. A fim de
clarificar seu sentido tanto quanto me seja possvel, permita-me dizer que a
palavra religio, tal como a emprego aqui, significa a totalidade da obra de
Deus no homem e a totalidade da resposta do homem a esta obra interior.
Refiro-me ao poder de Deus operando na alma tal como o indivduo o conhece
e experimenta. Mas esta palavra tem tambm outras reas de significado. Em
algumas ocasies significar doutrina, em outras a f crist ou o cristianismo
em sua acepo mais ampla. uma boa palavra, e escritural. Tentarei
empreg-la com cuidado, mas invoco a complacncia do leitor para perdoar a
falta se a encontrar com uma maior frequncia do que gostaria.
impossvel viajar para o sul sem dar as costas ao norte. No se pode
plantar sem ter arado, nem prosseguir adiante at que se eliminaram os
obstculos que impedem o caminhar. Por isso, de esperar que se encontre
aqui algo de gentil crtica. Considerei meu dever me opor a tudo o que se
levanta no caminho do progresso espiritual, e apenas se for possvel opor-se
sem ferir os sentimentos de algum. Quanto mais acariciado for o engano,
quanto mais perigoso e mais difcil sempre de corrigi-lo.
Mas queria trazer tudo prova da Palavra e do Esprito. No s da Palavra,
mas tambm da Palavra e do Esprito. Deus Esprito, disse nosso Senhor,
e os que o adoram, necessrio que o adorem em esprito e em verdade.
Ainda que nunca possvel ter o Esprito sem ao menos uma medida de
verdade, infortunadamente possvel ter uma casca de verdade sem o
Esprito. Nossa esperana que possamos ter tanto o Esprito como a verdade
na mais plena medida.
1
O Contnuo Eterno
Como estive com o Moiss, estarei contigo. Josu 1:5
Faber viu isto quando escreveu seu grande hino celebrando a eternidade de
Deus:
Grande Deus, Voc no tem Juventude,
Um Fim sem princpio Voc;
Sua glria em si mesmo habitou
E morando segue em seu sereno corao;
Nenhuma idade pode em Ti seus externos anos acumular;
Amado Deus! Voc mesmo sua mesma eternidade.
No deixe isto de lado como mais outro mero poema. A diferena entre uma
grande vida crist e uma vida de qualquer outro tipo reside na qualidade de
nossos conceitos religiosos, e as ideias expressas nestas seis linhas podem
ser como se estivssemos na escada de Jac nos levando a uma ideia mais
sadia e satisfatria de Deus.
No podemos pensar retamente a respeito de Deus at que comecemos a
pensar nele como estando sempre presente. E presente primeiro. Josu teve
que aprender isto. Tinha sido durante tanto tempo servo de Moiss, e tinha
recebido com tanta certeza a palavra de Deus da boca dele, que Moiss e o
Deus de Moiss tinham chegado a ficar mesclados em sua mente, to
mesclados que apenas se podia separar ambos os pensamentos; por
associao, sempre apareciam juntos em sua mente. Agora Moiss morreu, e
para que o jovem Josu no se sentisse golpeado pelo desespero. Deus fala
para afirm-lo: Como estive com Moiss, estarei contigo. Moiss tinha
morrido, mas o Deus de Moiss seguia vivendo. Nada tinha mudado, e nada se
perdeu. Nada de Deus morre quando morre um homem de Deus.
Como estive..., estarei. S Deus podia dizer isto. S o Eterno pode
pronunciar-se como o eterno EU SOU e dizer: Estive e estarei. Fui e
serei.
Aqui reconhecemos (e h temor e maravilha neste pensamento) a unidade
essencial da natureza de Deus, a persistncia atemporal de seu Ser Imutvel
em muitas ocasies procuramos Deus neles, onde Sua verdade est, muitas
vezes, no somente encerrada como enterrada. Ele discernido muito melhor
por um toque intelectual proveniente Dele. Devemos ver com nossos olhos, e
ouvir com nossos ouvidos, e nossas mos tm que tocar o verbo da vida.
Nada pode suplantar a experincia do toque de Deus na alma e a sensao de
Algum presente. A verdadeira f, na verdade, contm esta conscincia,
porque a verdadeira f no nunca a operao da razo sobre os textos. Onde
h verdadeira f, o conhecimento de Deus ser dado como um ato da
conscincia totalmente alm das concluses da lgica.
Se um homem for despertado na negra escurido da meia-noite e ouvir
algum movendo-se por seu dormitrio, sabendo que a presena que ele no
pode ver era de um membro amado de sua famlia que tinha todo o direito de
estar ali, seu corao se poderia encher com uma sensao de quieto prazer;
mas se tivesse razes para acreditar que se tratava da presena de um
estranho, possivelmente para roubar ou matar, ficaria aterrorizado olhando para
a escurido, sem saber de qual direo poderia vir a esperada agresso. Mas a
diferena entre experincia e no experincia seria aquela aguda sensao da
presena de algum presente. No certo que para a maior parte de ns que
nos chamamos cristos no h uma verdadeira experincia? Colocamos ideias
teolgicas no lugar de um encontro no qual nos vimos presos; estamos cheios
de conceitos religiosos, mas nossa grande debilidade que para nossos
coraes no h ningum presente.
Seja o que for que v alm disso, a verdadeira experincia crist tem
sempre que incluir um encontro genuno com Deus. Sem isto, a religio s
uma sombra, um reflexo da realidade, uma cpia modificada de um original que
uma vez algum desfrutou e de quem ouvimos. No pode ser outra coisa a no
ser uma grande tragdia na vida de qualquer pessoa viver em uma igreja da
infncia at a velhice e no conhecer nada mais real que algum Deus sinttico
composto de teologia e de lgica, mas sem olhos para ver, nem ouvidos para
ouvir, nem corao para amar.
Os gigantes espirituais do passado eram homens que em certa ocasio se
fizeram conscientes da verdadeira Presena de Deus e mantiveram aquela
conscincia durante o resto de suas vidas. O primeiro encontro pode ter sido
Ao salvar aos homens Deus est simplesmente voltando a fazer (ou melhor
continuando) a mesma obra criadora tal qual no comeo do mundo. Para Ele,
cada alma redimida um mundo ao qual volta a levar a cabo sua prazerosa
obra de antigamente.
Ns, os que experimentamos a Deus hoje em dia, podemos nos alegrar de
que temos Nele tudo o que poderia ter Abrao, Davi ou Paulo; e, certamente,
os mesmos anjos diante do trono no podem ter mais que ns, porque no
podem ter nada mais que Deus, e no podem desejar nada alm Dele. E tudo
o que Ele , e tudo o que Ele tem feito, para ns e para todos os que
compartilhamos a comum salvao. Com uma total conscincia de nossa
prpria ausncia de mrito, podemos, entretanto, tomar nossa posio no amor
de Deus, e os mais pobres e fracos dentre ns podem, com toda liberdade,
reivindicar para si todas as riquezas da Deidade que em graa nos so dadas.
Sim, tenho todo direito a reivindicar tudo para mim, sabendo que um Deus
infinito pode dar tudo de si mesmo a cada um de seus filhos. Ele no se
distribui a si mesmo de modo que cada um possa ter uma parte, mas sim a
2
Em palavra ou em poder
Pois nosso evangelho no chegou a vs somente em palavras, mas
tambm em poder, no Esprito Santo.
1 Tessalonicenses 1:5
De modo que se algum est em Cristo, nova criatura .
2 Corntios 5:17
Tem nome de que vive, e est morto.
Apocalipse 3:1
jogador abandonar uma equipe para unir-se a outra, e jogar ao cabo de poucos
dias contra seus antigos companheiros com tanto mpeto como antes o fazia
com eles. Tudo arbitrrio. Consiste em resolver problemas artificiais e atacar
dificuldades que foram criadas deliberadamente por amor ao jogo. No tem
razes morais, nem se supe que as tenha. Ningum melhora por todo este
auto-imposto af. Trata-se s de uma prazerosa atividade que nada muda e
que ao final das contas nada acerta.
Se as condies que descrevermos se limitassem ao campo do jogo,
poderamos pass-lo por alto sem pens-lo duas vezes, mas o que vamos
dizer quando este mesmo esprito entra no santurio e decide a atitude dos
homens para com Deus e a religio? Porque a Igreja tem deste modo seus
campos de jogo e suas normas, e sua equipe para jogar o jogo das palavras
piedosas. Tem seus devotos, tanto laicos como profissionais, que sustentam o
jogo com seu dinheiro e que o animam com sua presena, mas que no so
diferentes em vida e carter com respeito a muitos que no tm interesse
algum em religio.
Assim como um atleta emprega a bola, da mesma maneira outros
empregam as palavras: palavras faladas e palavras cantadas, palavras escritas
e palavras pronunciadas em orao. Jogamo-las rapidamente atravs do
campo; aprendemos dirigi-las com destreza e graa: construmos reputaes
sobre nossa habilidade com elas, e obtemos como nossa recompensa o
aplauso dos que desfrutaram com o jogo. Mas a tolice de tudo isso evidente
no fato de que depois do prazeroso jogo religioso ningum basicamente
diferente absolutamente do que tinha sido antes. As bases da vida
permanecem sem mutao, regem os mesmos antigos princpios, as mesmas
antigas normas do velho Ado.
No digo que a religio sem poder no cause mudana alguma na vida das
pessoas; s que no faz nenhuma diferena fundamental. A gua pode mudar
de lquido a vapor, de vapor a neve, e voltar a ser lquida, e seguir sendo
fundamentalmente a mesma. Assim, a religio impotente pode levar a homem
atravs de muitas mudanas superficiais, e deix-lo exatamente como era
antes. A precisamente onde est o lao. As mudanas so s de forma, e
no de natureza. Por trs das atividades do homem irreligioso e do homem que
culpado pronunciado pelo Pai Celestial sobre aquele pecador que possa
apresentar a mgica moeda da f com o maravilhoso abre-te ssamo
embalado sobre ela. Se no se disser de uma maneira to clara, pelo menos
se apresenta a mensagem de modo que cria esta impresso. E tudo isto
resultado de ouvir a pregao da Palavra sem poder, e de receb-la da mesma
maneira.
Agora bem, a f , certamente, o abre-te ssamo bem-aventurana
eterna. Sem f impossvel agradar a Deus, e tampouco pode ningum ser
salvo alm da f no Salvador ressuscitado. Mas a verdadeira qualidade da f
quase universalmente passada por cima, isto : sua qualidade moral. mais
que uma mera confiana na veracidade de uma declarao feita nas Sagradas
Escrituras. uma coisa extremamente moral e de essncia espiritual. Sem
exceo alguma efetua uma transformao radical na vida do que a exercita.
Passa o olhar do interior do eu para Deus. Introduz a seu possuidor na vida do
cu sobre a terra.
No meu desejo minimizar o efeito justificador da f. Ningum que
conhea a profundidade de sua prpria maldade ousar apresentar-se diante
da inefvel Presena sem nada que lhe recomende alm de seu prprio
carter, nem tampouco nenhum cristo, tendo adquirido sabedoria depois da
disciplina de seus fracassos e imperfeies, quereria que sua aceitao diante
de Deus dependesse em nenhum grau da santidade a que pudesse ter
chegado mediante as operaes da graa interior. Todos os que conhecem
seus coraes e as provises do evangelho se uniro na orao do homem de
Deus:
Quando vier com som de trombetas.
, que ento seja Nele achado;
Vestido somente de sua Justia.
Sem falta para poder diante do trono estar.
angustiante que uma verdade to formosa tenha sido pervertida at tal
ponto. Mas a perverso o preo que pagamos pelo descuido em enfatizar o
contedo moral da verdade: a maldio que segue ortodoxia racional,
quando apagou ou recusou ao Esprito da Verdade.
3
O mistrio da chamada
Chamado para ser apstolo... chamados para serem Santos.
1 Corintios 1:1-2
Paulo foi feito apstolo pelo chamado direto de Deus. Ningum toma para
si mesmo esta honra. Entre os homens veem que em ocasies uns artistas
clebres aparecem diante a realeza, e que seu comparecimento se chama uma
atuao por madato. Por muito dotados que estejam, ou por famosos que
sejam, no ousaro irromper na presena do rei, exceto por um chamado real,
um chamado que deve ser uma ordem. Este chamado no lhes deixa espao
para recusar exceto com o risco de afrontar a majestade. E no caso de Paulo
no foi diferente. A chamada de Deus foi tambm sua ordem. Se Paulo tivesse
estado na carreira poltica, aqueles que votam teriam podido determinar o
resultado. Se tivesse tratando de estabelecer um espao no mundo literrio,
sua prpria capacidade teria decidido seu posto. Se tivesse estado competindo
em uma luta, sua prpria fora e habilidade lhe teriam dado ou feito perder a
vitria. Mas seu apostolado no foi determinado desta maneira.
Quo deleitosos so os caminhos de Deus e a manifestao de sua
vontade! No por fora nem por poder, nem por capacidade original nem pela
instruo, que os homens so feitos apstolos, mas sim pelo chamado eficaz
de Deus. Assim com todas as funes dentro da Igreja. Aos homens lhes
permite reconhecer este chamado, e reconhec-lo publicamente diante da
congregao, mas nunca lhes permitido que eles o faam por eleio. Mas ali
onde se mesclam e combinam os caminhos de Deus e os dos homens, h
confuso e fracasso continuamente. Homens bons, mas no chamados por
Deus, podem assumir, e o fazem frequentemente, a obra sagrada do ministrio.
Ainda pior quando homens que pertencem ainda ao velho mundo, e que no
foram transformados pelo milagre da regenerao, tentam levar a cabo a Santa
obra de Deus. Que triste espetculo, e que trgicas so as consequncias!
Porque os caminhos do homem e os caminhos de Deus esto em perptua
contradio. Ser esta uma das razes por trs de nosso atual estado de
debilidade espiritual? Como pode a carne servir ao Esprito? Ou como podem
homens de outra tribo, que no a de Levi, ministrar diante do altar? Quantos
vo tentar servir no novo segundo os caminhos do velho! Disto surge o
desenfreado crescimento dos mundanos mtodos que caracteriza igreja hoje
em dia. Os atrevidos e autoritrios empurram adiante, e os fracos seguem sem
Deus nos tem feito sua semelhana, e uma marca desta semelhana
nosso livre arbtrio. Ouvimos Deus dizer O que queira, venha. Sabemos por
amarga experincia o mal de uma vontade no rendida e a bem-aventurana
ou o terror que pendem da eleio humana. Mas por trs de tudo isto e
precedendo-o temos o direito soberano de Deus de chamar os Santos e de
determinar os destinos humanos. A eleio mestre Dele, e a eleio
secundria a nossa. A salvao deste nosso lado uma eleio, e do lado
divino um afeto, um aprisionamento, uma conquista da parte do Deus
Altssimo. Nossa "aceitao" ou "deciso" so reaes e no aes. O direito
da determinao deve sempre permanecer em Deus.
Deus deu, certamente, a cada homem a capacidade de fechar seu corao e
de lanar-se deriva sombriamente noite por eles mesmos escolhida, como
deu a cada homem a capacidade de responder aos seus chamados de graa,
mas ainda que a eleio do no pode ser nossa, a eleio do sim
sempre de Deus. Ele o Autor de nossa f, como deve ser seu Consumador.
S pela graa podemos continuar crendo; podemos persistir em querer a
vontade de Deus s enquanto somos presos por um poder benigno que vena
nossa tendncia natural incredulidade.
de maneira to plena que os homens desfrutam de dominar, que ns
gostamos de pensar que temos em nossas prprias mos o poder da vida e da
morte. Ns adoramos pensar que o inferno ser mais fcil de aguentar pelo
fato de se ter ido ali desafiando um poder que tratava de nos controlar. Bem
sabia o que ps na boca de Satans este discurso de orgulhoso desafio:
E o que se o campo se perder?
Nem tudo perdido fica: a vontade inconquistvel,
A dedicao vingana, eterno dio,
E valor para jamais submeter-se nem ceder.
E que mais ter que vencido ser no possa?
Que glorificao jamais de ns forar,
Nem por ira nem poder.
4
Vitria atravs da derrota
encaixe da coxa e obteve a vitria sobre ele. Foi s depois de ter descido a
uma humilhante derrota que comeou a sentir o gozo de ser liberto de sua
prpria maligna fora, o deleite da conquista que Deus tinha feito dele. Ento
pediu clamorosamente a bno, e recusou soltar o anjo at que foi dada.
Tinha sido uma longa luta, mas para Deus (e isso por razes s por Ele
conhecidas) Jac havia valido a pena. Agora se tinha convertido em outro
homem; o teimoso e voluntarioso rebelde se transformou em um digno e
manso amigo de Deus. Havia certamente prevalecido, mas por meio de
debilidade, no de fortaleza.
S os vencidos podem conhecer a verdadeira bem-aventurana. Esta uma
filosofia sadia, apoiada na vida, e necessria pela constituio mesma das
coisas. No temos necessidade de aceitar esta verdade s cegas: as razes
disso so facilmente discernidas, e entre elas podemos dar as que seguem:
Somos seres criados, e como tais somos derivados, e no autoexistentes. No
a ns que nos foi dado ter vida em ns mesmos. Para a vida dependemos
continuamente de Deus, o Manancial e a Fonte da vida. S dependendo
plenamente Dele se exercem as ocultas potencialidades de nossas vidas. Alm
disto somos s meio homens, malformados e nada formosos membros de uma
raa nobre que foi uma vez feita para levar a Imagem de seu Criador.
Uma vez no passado o Senhor disse que tinha chegado diante Dele o fim de
toda carne, e os anos no trouxeram mitigao alguma a aquela sentena. Os
que esto na carne no podem agradar a Deus... O nimo carnal inimizade
contra Deus; porque no est sujeito lei de Deus, nem verdade o pode
estar... porque o nimo camal morte (Romanos 8. V.M.). Com palavras
assim Deus perpetuou a antiga sentena de condenao. Seja que o
admitamos ou no, o aoite da morte est sobre ns, e ser uma sabedoria
salvadora aprender a confiar no em ns mesmos, a no ser naquele que
levanta os mortos. Porque icmo ousamos pr a confiana em um pouco to
fugaz, to passageiro, como a vida humana?
Foi salvar ao Jac de uma esperana enganosa que Deus se enfrentou com
ele aquela noite nas ribeiras daquele Rio. Para salvar o de sua confiana em si
mesmo, foi necessrio a Deus conquist-lo, lutar para lhe arrebatar o controle
de si mesmo, tomar em sua mo seu grande poder, e reger com um cetro de
amor. Charles Wesley, o doce cantor da Inglaterra, e com uma percepo
espiritual estranha inclusive entre cristos acostumados, ps em boca do Jac
o que concebeu como sua orao ao lutar com Deus no vau do Jaboc:
Bem poderamos orar a Deus que nos invada e nos conquiste, porque at
que assim no seja permanecemos em perigo de mil inimigos. Levamos dentro
de ns a semente de nossa prpria desintegrao. Nossa imprudncia moral
nos pe sempre em perigo de uma autodestruio acidental ou insensata. A
fortaleza de nossa carne um perigo sempre presente para nossas almas. A
liberao nos pode vir s por meio da derrota de nossa vida antiga. A
segurana e a paz vm s detrs ter sido levados a fora sobre nossos joelhos.
Deus nos resgata nos quebrantando, rompendo nossa fora e varrendo nossa
resistncia. Logo invade nossas naturezas com aquela antiga vida eterna que
desde o comeo. Assim que nos conquista, e mediante esta conquista
benigna nos salva para se.
Com este segredo aberto que espera um fcil descobrimento, ipor que
quase em todas nossas atividades trabalhamos em uma direo oposta a isto?
<LPor o que edificamos nosso Igrejas sobre carne humana? <LPor o que
pomos tantas esperanas no qual o Senhor j faz muito repudiou, e
menosprezamos aquelas coisas que o Senhor tem em tanta estima? Porque
ensenamos aos homens a que no morram em Cristo, mas sim vivam na fora
de sua moribunda dignidade. Gabamo-nos no em nossas debilidades a no
ser em nossa fortaleza. Valores que Cristo declarou falsos so gastos de volta
ao favor evanglico e promovidos como a mesma vida e substncia do
caminho cristo. iCun anhelantemente procuramos a aprovao deste ou
aquele homem de reputao no mundo! iCuan vergonhosamente exploramos
celebridade convertida! Tudo serve para tirar o vituperio da escurido de
nossas lderes famintos de publicidade: atletas famosos, congressistas,
viajantes trotamundos, ricos industriais; diante dos tais nos inclinamos com
obsequiosos sorrisos e os honramos em nossas reunies pblicas e na
imprensa religiosa. Assim glorificamos a homens para melhorar a posio da
Igreja de Deus, e se faz depender a glria do Prncipe da Vida da fama fugaz
de um homem que morrer.
Estate voc ali em p. ou sente-se aqui sob meu estrado; <Lno fazem
distines entre vs mesmos, e deveis so Juizes com maus pensamentos?
Irmos amados, ouam: <LNo escolheu Deus aos pobres deste mundo, para
que sejam ricos em f, e herdeiros do reino que prometeu aos que lhe amam?
Paulo viu estas coisas sob uma luz 'diferente que a daqueles dos que se
queixa Jaco. A cruz... pela qual o mundo est crucificado para mim, e eu
para o mundo, dizia ele. A cruz onde Jesus morreu converteu tambm na cruz
onde seu apstolo morreu. A perda, o recuso, a vergonha, pertencem tanto a
Cristo como aos que seriamente so Dele. A cruz que os salva tambm lhes d
morte, e tudo o que no chegue a isto uma falsa f, no absolutamente uma
f genuna. Mas iqu vamos dizer quando a grande maioria de nossas lderes
evanglicos no caminham como homens crucificados, mas sim como aqueles
que aceitam o mundo em todo seu valor, rechaando s seus elementos mais
speros? iCmo vamos vemos diante Daquele que foi crucificado e morto
quando vemos seus seguidores aceitos e elogiados? E entretanto pregam a
cruz e protestam veementemente que so verdadeiros crentes. <LHay acaso
duas cruzes? <LY se referia Paulo a uma coisa, e eles a outra? Temo-me que
seja assim, que haja duas cruzes, a velha e a nova.
inclina e senala com uma gesticulao bem ensaiada. Mas no quer morrer
sobre aquela cruz, e rehsa tercamente levar o vituperio daquela cruz.
no seguiro mais a Cristo. Mas, IA quem iremos? Voc tem palavras de vida
eterna.
Pode que haja alguns bem dispostos seguidores que se tornem atrs porque
no podem aceitar a morbidez que a ideia da cruz parece conotar. Amam o sol
e encontram muito duro pensar em viver sempre nas sombras. No querem
morar com a morte nem viver para sempre em uma atmosfera de morte. E seu
instinto so. A Igreja tem feito muito das cenas de leito de morte, de claustros
e de funerais. O murcho aroma das Igrejas, o passo lento e solene do ministro,
a quietude apagada dos adoradores e o fato de que muitos entram em uma
igreja s para apresentar seus ltimos respeitos aos mortos, tudo isso anade
ao conceito de que a religio algo que deve ser temido, e, como uma
operao de alta cirurgia, suportada s porque estamos apanhados em uma
crise e no ousamos evit-la. Tudo isto no a religio da cruz; trata-se mas
bem de uma spera pardia dela. cristandade de claustro, embora no est
nem de longe relacionada com a doutrina da cruz, lhe pode entretanto atribuirse o em parte a apario da nova e alegre cruz de hoje. Os homens desejam a
vida, mas quando lhes diz que a vida vem por meio da cruz no podem
compreender como pode ser, porque aprenderam a associar com a cruz
imagens familiares como lpides, corredores pouco iluminados e hera. Por isso
rechaam a verdadeira mensagem da cruz, e com aquela mensagem
rechaam a nica esperana de vida que conhecem os filhos dos homens.
A verdade que Deus nunca teve a inteno de que seus filhos vivam
sempre tendidos sobre uma cruz. Cristo mesmo suportou a cruz por s seis
horas. Quando a cruz teve feito sua obra, entrou a vida e exerceu seu domnio.
Pelo qual Deus tambm lhe exaltou at o supremo, e lhe outorgou o nome
que sobre tudo nome. Seu gozosa ressurreio seguiu de perto a sua
penosa crucificao. Mas a primeira tinha que vir antes da segunda. A vida que
se detm e no chega cruz algo s fugaz e condenado, sentenciada a que
ao final seja irrecupervel. Aquela vida que vai cruz e se perde ali para
levantar-se de novo com Cristo up tesouro divino e imortal. Sobre ela a morte
j no tem mais poder. Tudo o que rehse trazer sua velha vida cruz est s
tentando enganar morte, e no importa o muito que lute contra ela, est,
contudo, sentenciado a perder sua vida ao final. O homem que toma sua cruz e
segue a Cristo logo ver que sua direo o leva a apartar do sepulcro. A morte
est detrs dele. e
diante seu se estende uma vida gozosa e crescente. Seus dias estaro
marcados, em adiante, no por uma lobreguez eclesistica, nem pelo claustro,
ou os tons ocos, as roupagens negras (que so to somente as mortalhas de
uma igreja morta), mas sim por um gozo inefvel e glorificado.
A verdadeira f tem que significar sempre mais que uma aceitao passiva.
No ousar significar nada menos que a rendio de nossa vida no Ado, j
condenada, a um misericordioso fim na cruz. Isto , aceitamos a Justa
sentena de Deus contra nossa malvada carne, e admitimos seu direito a lhe
pr fim a sua odiosa carreira. Consideramo-nos como tendo sido crucificados
com Cristo e como tendo sido ressuscitados a uma vida nova. Ali onde existe
esta f. Deus sempre obrar em linha com nossa aceitao. Logo comea a
conquista divina de nossas vidas. E Deus a leva a cabo mediante uma eficaz
apreenso, uma penetrante invaso de nossas naturezas, mas conduzida em
amor. Quando Ele afligiu nossa resistncia, ata-nos com cordas de amor e atrai
a se. Ali, desfalecidos diante seu encanto, jazemos conquistados e damos a
Deus as obrigado uma e outra vez pela bendita conquista. Ali, com nossa
prudncia moral recuperada, levantamos os olhos e benzemos ao Deus Muito
alto. Logo samos em f a alcanar aquilo para o qual fomos primeiro
alcanados Por Deus.
O Esquecido
Agora bem, icmo deveramos pensar sobre o Esprito? Uma resposta plena
bem poderia ocupar uma dzia de volmenes. Como muito s podemos
senalar uno cheia de graa do alto e esperar que o mesmo desejo do
leitor lhe proveja o necessrio estmulo que o apresse a conhecer a terceira
bem-aventurada Pessoa por si mesmo.
Se leo corretamente o registro da experincia crist atravs dos anos, os
que mais gozaram do poder do Esprito so os que menos tiveram que dizer a
respeito Dele por via de um Intento de definio. Os Santos da Bblia que
andaram no Esprito nunca trataram de explic-lo. Nos tempos postbblicos
muitos dos que foram cheios e posedos pelo Esprito se viram impedidos,
pelas limitaes de seus dotes literrias, de nos dizer muito a respeito Dele.
No tinham dotes para a anlise do eu, mas sim viviam do interior em uma
acrtica simplicidade. Para eles o Esprito era Um que devia ser amado e com
quem deviam ter comunho como com o mesmo Senhor Jesus. viram-se
totalmente perdidos em uma discusso metafsica a respeito da natureza do
Esprito, mas no tinham problemas em acolher-se ao poder do Esprito para a
dem de vida e para um servio frutfero.
Esta a vida eterna: que lhe conheam ti, o nico Deus verdadeiro, e ao
Jesucristo, a quem enviaste. S temos que introduzir um pequeno troco neste
versculo para poder ver quo imensa a diferena respeito a conhecer a
respeito de, e conhecer: Esta a vida eterna: que conheam a respeito de ti,
o nico Deus verdadeiro, e ao Jesucristo, a quem enviaste. Este pequeno
troco causa da grande diferencia entre a vida e a morte, porque alcana
mesma raiz do versculo, e troca sua teologia de uma maneira radical e vital.
iCmo pensaremos sobre o Esprito Santo? A Bblia declara que Ele Deus.
Toda qualidade que lhe pertence ao Deus Onipotente lhe livremente
atribuda. Tudo o que Deus se declara do Esprito. O Esprito de Deus um
con/ e igual a Deus, assim como o Esprito do homem igual a/ e um com o
homem. Isto to plenamente ensenado nas Escrituras que podemos, sem
prejudicar o argumento, omitir a formalidade de dar os textos de prova. O leitor
mais casual das Escrituras o ter descoberto por si mesmo.
perder de vista seu verdadeiro sentido pela mesma circunstncia de que nos
so to familiares. Um hino assim o maravilhoso Santo Esprito, com Luz
Divina; outro o mais recente Sobre mim sopra, OH Hlito Divino; e h
muitos outros. foram cantados to frequentemente por pessoas que no tm
conhecimento
IDE Amor a Fonte! iVerdadero Deus, Voc, Quem atravs de eternos deus
Do Pai e do Filho procedeste Em seu increado Ser!
iOh Luz! iOh Amor! Seu IOh o mesmo Deus! No ouso meus olhos mais fixar
Em seus atributos maravilhosos
E seus misteriosos conselhos.
Estas linhas tm todo aquilo que constitui um grande hino: uma s teologia,
estrutura plaina, formosura poesia lrica, uma alta compreenso de ideias
profundas e uma grande carrega de sublime sentimento religioso. E entretanto
sofrem um total descuido. Acredito que um grande ressurgir do poder do
Esprito entre ns voltar a abrir poos de himnologa durante muito tempo
esquecida. Porque os cnticos no podem jamais nos trazer o Esprito Santo,
mas o Esprito Santo, invariavelmente, traz consigo o cntico.
e volte-se para o Jehov, o qual ter compaixo dele, e a nosso Deus, o qual
ser amplo em perdoar.
A iluminacion do Espiritu
Possivelmente isto no tivesse significado para seus leitores nada mais que
o fato de que os pensamentos de Deus, embora similares aos nossos, eram
mais sublimes, e que seus caminhos muito sublime por cima dos nossos, como
corresponde aos caminhos daquele cuja sabedoria infinita e cujo poder no
conhece limites. Agora Joo nos diz claramente que os pensamentos de Deus
no s so quantitativamente maiores, mas tambm qualitativamente so
totalmente diferentes dos nossos. Os pensamentos de Deus pertencem ao
mundo do esprito, os do homem ao mundo do intelecto, e enquanto que o
esprito pode incluir o intelecto, o Intelecto humano Jamais pode abranger ao
esprito. Os pensamentos do homem no podem
Deus fez ao homem a sua imagem, e ps nele um rgo por meio do qual
poderia conhecer coisas espirituais. Quando o homem pecou, aquele rgo
morreu. Mortos em pecado uma descrio no do corpo nem tampouco do
intelecto, mas sim do rgo conhecedor de Deus na alma humana. Agora os
homens se vem obrigados a depender de um rgo distinto e inferior, e que
Este velho telogo sustentava que era absolutamente necessria uma vida
pura para um verdadeiro entendimento da verdade espiritual. H, diz ele,
uma doura interior e uma delcia na verdade divina, que nenhuma mente
sensual pode saborear nem
questo por todos os sculos. Mas to pouco confia na mente humana para
abranger os mistrios divinos que conclui seu grande obra com uma solene
advertncia contra uma compreenso meramente intelectual da verdade
espiritual. Suas palavras deveriam ser impressas em tipo grande e pegas no
escritrio de cada pastor e estudante de teologia de todo o mundo:
Os velhos crentes judeus dos tempos precristianos que nos deram os livros
(pouco conhecidos pelos modernos protestantes) da Sabedoria do Salomn e
de Eclesistico, acreditavam que impossvel para um corao impuro
conhecer a verdade divina. Porque em uma alma maliciosa no entrar a
sabedoria; nem morar no corpo sujeito a pecado. Porque o santo esprito de
disciplina fugir do engano, e se separar de pensamentos carentes de
entendimento, e no permanecer quando entre a injustia.
Estes livros, junto com nosso bem conhecido livro de Provrbios, ensinam
que o verdadeiro conhecimento espiritual resultado
ALGUNS BONS CRISTOS tm lido mal este texto e deram obvio que
Cristo disse a seus discpulos que foram receber o Esprito Santo e poder, e
que o poder viria depois da chegada do Esprito. Uma leitura superficial do
texto da traduo de Reina-valera poderia conduzir a esta concluso, mas a
verdade que Cristo no ensen a respeito da vinda do Esprito Santo e poder,
mas sim da vinda do Esprito Santo como poder. O poder e o Esprito so o
mesmo.
Aquele poder, ainda ativo na Igreja, capacitou-a para existir por quase vinte
sculos, embora durante todo este tempo permaneceu como uma minoria
extremamente Impopular entre as naes da humanidade e se viu sempre
rodeada de inimigos que gostosamente tivessem posto fim a sua existncia se
tivessem podido.
Exposta diante tal e poderosa proviso como a que vimos, v-se que o
cristianismo tico (se que me permite empregar este trmino) no
cristianismo absolutamente. iUna copia infantil dos Ideais de Cristo, um
lastimoso esforo para levar a cabo as ensenanzas do Sermo do Monte! Tudo
isto um mero escarcu infantil e no a f de Cristo e do Novo Testamento.
Agora bem, icmo opera este poder? Em seu aspecto mais puro uma fora
no mediada aplicada diretamente pelo Esprito de Deus ao esprito do homem.
O lutador obtm seus fins mediante a presso de seu corpo fsico sobre o
corpo fsico de seu oponente, o professor mediante a presso de suas ideias
sobre a mente do estudante, o moralista mediante a presso do dever sobre a
De uma coisa podemos estar seguros: de que para nosso profundo apuro
no h padre alm de uma visitao, melhor ainda, de uma invaso de poder
do alto. S o mesmo Esprito nos pode mostrar o que est mal conosco, e s o
Esprito pode prescrever a cura. S o Esprito nos pode salvar da irrealidade
entumecedora de uma cristandade sem o Esprito. S o Esprito nos pode
apresentar ao Pai e ao Filho. S a operao Interna do poder do
Esprito pode
Precisamente porque Deus no nos pode dizer o que Ele nos diz muito
frequentemente a que se assemelha. Mediante estas figuras de semelhana
Ele conduz nossas vacilantes mentes to perto como possvel a aquela Luz
inacessvel. Atravs do mais confuso uso do meio do intelecto, a alma
preparada para o momento em que possa, por meio da operao do Esprito
Santo, conhecer deus tal como Ele em si mesmo. Deus empregou um
nmero destas similaridades para insinuar seu ser incompreensvel, e a julgar
pelas Escrituras, a gente pensaria que sua semelhana favorita a do fogo.
Em uma passagem o Esprito diz expressamente: Porque nosso Deus um
fogo consumidor. Isto concorda com sua revelao de si mesmo tal como fica
registrada por toda a
Aquilo que descendeu sobre os discpulos naquele aposento alto era nada
menos que o mesmo Deus. diante os olhos mortais deles Ele se apareceu
como fogo, e <Lno podemos concluir com certeza que aqueles crentes
ensenados pelas Escrituras souberam no ato do que se tratava? O Deus que
lhes tinha aparecido como fogo ao longo de sua larga histria estava agora
morando neles como fogo. moveu-se desde fora para o interior de suas vidas.
A Shekin que tinha ardido sobre o propiciatorio agora ardia sobre suas frentes
como emblema externo do fogo que tinha invadido suas naturezas. Aqui temos
Deidade dando-se a si mesmo a homens redimidos. Chama-a foi o selo de
uma nova unio. Agora eram homens e mulheres do Fogo.
a f crist at que tenha conhecido isto por si mesmo como uma realidade
viva. Todo o resto preliminar a isto. A encarnao, a expiao, a Justificao,
a regenerao: iqu so todas estas coisas a no ser aes divinas
preparatrias da obra de invadir e do ato de habitar na alma humana redimida?
O homem, que saiu do corao de Deus pelo pecado, volta agora para corao
de Deus pela redeno. Deus, que saiu do corao do homem por causa do
pecado, entra outra vez em sua antiga morada para expulsar a seus inimigos e
para voltar a fazer glorioso de novo o estrado de seus ps.
Um dos golpes mais senalados que o inimigo jamais deu contra a vida da
Igreja foi criar nela um temor ao Esprito Santo. Ningum que se mescle com
os cristos em nossos tempos negar que exista este temor. Poucos so os
que abram sem freio todo seu corao ao bendito Consolador. foi e to mal
compreendido que a mera meno de seu Nome em alguns crculos
suficiente para atemorizar a mu-chos e conduzi-los a uma atitude de
resistncia. A fonte deste temor irrazonable pode ser identificada com
facilidade, mas seria uma tarefa infrutfera faz-lo aqui. Possivelmente
possamos ajudar a destruir o poder deste temor sobre ns se examinarmos
este fogo que o smbolo da Pessoa e Presena do Esprito.
O Esprito Santo acima de tudo uma chama moral. No um acidente da
linguagem que seja chamado o Esprito Santo, porque seja o que seja que a
palavra santo possa significar alm disso, suporta indubitavelmente a ideia de
pureza moral. E o Esprito, sendo Deus, tem que ser absoluta e imensamente
puro. Nele no h (como nos homens sim) graus e etapas de santidade. Ele
O Esprito Santo deste modo uma chama espiritual. S Ele pode elevar
nossa adorao a nveis verdadeiramente espirituais. Porque mais valer que
saibamos de uma vez por todas que nem a moralidade nem a tica, por
sublime que sejam, chegam a ser cristianismo. A f de Cristo empreende o
levantar a alma a uma comunho real com Deus, a introduzir em nossas
crena religiosa. O gozo dos primeiros cristos no era o gozo da lgica que
parte de feitos. No raciocinaram: Cristo ressuscitou que os mortos; por isso
devemos estar contentes. O gozo deles foi um milagre to grande como a
mesma resu-rreccin. Na verdade ambas as coisas estavam e esto
relacionadas organicamente. A sorte moral do Criador tinha vindo a residir nos
peitos de criaturas redimidas, e no podiam deixar de ser felizes.
A mortfera praga no corao do fariseu nos tempos antigos foi doutrina sem
amor. Cristo tinha poucas coisas contra as ensenanzas dos fariseus, mas
contra o esprito farisaico liberou uma incessante guerra at o fim. Foi a religio
o que ps a Cristo naquela cruz, a religio sem o Esprito habitando nela. De
nada vale negar que Cristo foi crucificado por pessoas que hoje em dia seriam
chamadas fundamenta-listas. Isto devesse resultar do mais inquietante, se no
totalmente angustiante, para os que nos apreciamos de nossa ortodoxia. Uma
alma no benta cheia da letra da verdade pode chegar a ser realmente pior que
um pago ajoelhado diante um fetiche. S estamos a salvo quando o amor de
Deus est derramado em nossos coraes pelo Esprito Santo, s quando
nossos intelectos esto ocupados pelo amante Fogo que veio no Pentecosts.
Porque o Esprito Santo no um luxo, no algo anadido uma e outra vez
para produzir um tipo luxuoso de cristo uma vez por gerao. No, Ele uma
necessidade vital para cada filho de Deus, e que Ele encha e habite em seu
povo algo mais que uma lnguida esperana: trata-se mas bem de um
imperativo ao que no podemos escapar.
O Esprito deste modo uma chama volitiva. Aqui, como em todas partes, a
Imaginria inadequada para expressar toda a verdade, e a no ser que
tomemos cuidado podemos facilmente
ter uma impresso errnea em apie a seu emprego. Porque o fogo, tal
como o vemos e conhecemos cada dia, uma coisa, no uma pessoa, e por
esta razo no tem vontade prpria. Mas o Esprito Santo uma Pessoa,
possuindo os atributos de personalidade dos que a volio um. Ele, ao entrar
na alma humana, no se vazia de nenhum de seus atributos, nem os rende em
parte nem em tudo alma em que entra. Recordemos que o Esprito Santo
Senhor. Agora bem, o Senhor o Esprito, disse Mugiu aos corintios. O
Credo Niceno diz: E acredito no Esprito Santo, o Senhor e Doador da vida: e
o Credo Atanasiano declara: Desta mesma maneira o Pai Senhor, o Filho
Senhor, e o Esprito Santo Senhor. E entretanto no so trs Senhores, a no
ser um Senhor. Sejam quais sejam os problemas que isto constitua para o
entendimento, nossa f deve aceit-lo e fazer disso parte de nossa crena
inteira a respeito de Deus e do Esprito. Agora bem, logo que ser necessrio
dizer que o Senhor Soberano Jamais abandonar as prerrogativas de sua
Deidade. Esteja onde esteja. Ele deve prosseguir atuando como Ele . Quando
entra no CO-razo humano, ser ali o que sempre foi: Senhor por seu prprio
direito.
Outra qualidade do Fogo que amora dentro a emoo. Isto tem que
entender-se luz do que se h dito antes a respeito da inescrutabilidad divina.
O que Deus em sua essncia singular no pode ser descoberto pela mente
nem pronunciado pelos lbios, mas aquelas qualidades em Deus que podem
ser denominadas racionais, e por isso recebidas pelo intelecto, foram
abertamente expostas nas Sagradas Escrituras. No nos dizem o que Deus ,
mas nos dizem como , e a soma destas qualidades constitui uma imagem
mental do Ser Divino visto como de longe e atravs de um espelho,
oscuramente.
Agora bem, a Bblia nos ensena que h algo em Deus como a emoo. Ele
experimenta algo que como nosso amor, algo que como nossa dor, algo
que como nosso gozo. E no temos por que temer em seguir com esta
concepo de como Deus. A f azeitaria facilmente a inferncia de que por
quanto fomos feitos a sua imagem. Ele deve ter qualidades como as nossas.
Mas esta inferncia, embora satisfatria para a mente, no a base de nossa
crena. Deus h dito certas coisas a respeito de si mesmo, e estas nos so
toda a base que necessitamos. Jehov est em meio de ti, como capitalista
salvador; gozar-se sobre ti com alegria, calar de amor, regozijar-se sobre ti
com cnticos (Sofonas 3:17). Este somente um versculo entre milhares
que servem para formar nossa Imagem racional de como Deus, e nos dizem
claramente que Deus sente algo como nosso amor, como
nosso gozo, e o que Ele sente lhe Neva a atuar de uma maneira muito
semelhante nossa em uma situao similar: Ele se regozija sobre seus
amado com alegria e cntico.
Jamais pode ser convertida em esprito, por muitos que sejam os dignatarios
eclesisticos dedicados a isso. A confirmao, o batismo, a Santa comunho, a
confisso de f: nenhuma destas coisas, nem todas elas Juntas, podem
transformar a carne em esprito nem fazer de um filho do Ado um filho de
Deus. Por quanto so filhos, escreveu Paulo aos glatas. Deus enviou a
seus coraes o Esprito de seu Filho, o qual clama: iAbba, Pai! E aos
corintios escreveu: lhes examine a vs mesmos para ver se estiverem na f:
lhes prove a vs mesmos. <O no lhes conhecem bem a vs mesmos, que
Jesucristo est em vs? A menos que estejam reprovados. E aos romanos:
Mas vs no esto na carne, a no ser no esprito, se que o Esprito de
Deus mora em vs. E se algum no tem o Esprito de Deus, o tal no dele
(RV).
lhes escolhi do mundo, por isso o mundo lhes aborrece. Paulo explicou aos
glatas a
diferencia entre o servo e o bere: Mas assim como ento o que tinha
nascido segundo a carne perseguia ao que tinha nascido segundo o Esprito,
assim tambm agora (Glatas 4:29).
Assim por todo o Novo Testamento est marcada uma linha de separao
entre a Igreja e o mundo. No h terreno neutro. O Senhor no reconhece
nenhum acordo de estar em desacordo de modo que os seguidores do
Cordeiro possam adotar as maneiras do mundo e caminhar pelo caminho do
mundo. A sima estabelecida entre o cristo e o mundo to grande como a
que separava ao rico e ao Lzaro. Y. alm disso, trata-se da mesma sima,
aquela que divide entre o mundo dos redimidos e o mundo dos cansados.
Sei muito bem -e sou profundamente consciente- o ofensiva que deve ser
uma ensenanza assim para a grande grei de mundanos que d voltas pelo redil
tradicional. No tenho esperanas de escapar da acusao de fanatismo e
intolerncia que indubitavelmente faro recair sobre mim os confusos
religioistas que tentam fazer-se ovelhas por associao. Mas mais valer que
confrontemos a dura realidade de que ningum se converte em cristo por
Juntar-se com pessoas da igreja, nem por contato religioso, nem por educao
religiosa; voltam-se cristos s pela invaso de sua natureza pelo Esprito de
Deus no Novo Nascimento. E quando assim se voltam cristos so feitos
imediatamente membros de uma nova raa, linhagem escolhida, real
sacerdcio, nao Santa, povo adquirido para posse de Deus... os que em
outro tempo no foram povo, mas que agora so povo de Deus: que em outro
tempo no tinham alcanado misericrdia, mas agora alcanastes misericrdia*
(1 Pedro 2:9-10).
mundo (que sempre seu verdadeiro porta-voz) poucas vezes lhe dar ao filho
de Deus um trato Justo. Se os fatos obrigarem a uma reportagem favorvel, o
tom ser geralmente condescendente e irnico. A nota de menosprezo se
mantm em todo momento.
Tanto os filhos deste mundo como os filhos de Deus foram batizados em um
esprito, mas o esprito deste mundo e o Esprito que mora nos coraes dos
que receberam o segundo nascimento esto to separados como o cu e o
inferno. No s so totalmente opostos entre si, mas tambm tambm so
encarnizadamente antagnicos o um ao outro. Para um filho da terra as coisas
do Esprito so ou ridculas, em cujo caso se sente divertido, ou carentes de
significado, em Cujo caso se aborrece. Mas o homem natural no capta as
coisas que so do Esprito de Deus, porque para ele so loucura, e no as
pode conhecer, porque se tm que discernir espiritualmente.
salvos dos perdidos, aos que se levantaro para receber recompensa eterna
dos que se afundaro em uma desesperana final. A um lado esto eles, os
que no conhecem deus; ao outro esto vs (ou, com uma mudana de
pessoa, ns), e entre ambos est posta uma sima muito larga para que
ningum a possa cruzar.
um botequim, seja em uma igreja. Tudo o que dela surja, erija-se sobre ela ou
receba seu apoio da natureza humana queda o mundo, seja que se trate de
um pouco moralmente repreensvel ou moralmente respeitvel. Os antigos
fariseus, apesar de seu zelo devoto pela religio, eram da mesma essncia do
mundo. Os princpios espirituais sobre os que erigiram seu sistema foram
tomados no de acima mas sim de abaixo. Empregaram contra Jesus as
tticas dos homens. Subornaram a homens para que contassem mentiras em
defesa da verdade. Para defender a Deus atuaram como demnios. Para
apoiar a Bblia desafiaram as ensenanzas da Bblia. Desfondaron a religio
para salvar a religio. Deram rdea solta a um dio cego em nome da religio
do amor. A vemos o mundo em todo seu spero desafio contra Deus. To
feroz era este esprito que no achou repouso at ter dado morte ao mesmo
Filho de Deus. O esprito dos fariseus era ativa e maliciosamente oposto ao
Esprito do Jesus, sendo cada um uma espcie de destilado dos dois mundos
dos que procediam.
Os atuais professores que situam ao Sermo do Monte em alguma outra
dispensa que esta, e que com isso liberam Igreja de seus ensenanzas, dose pouca conta do mal que fazem. Porque o Sermo do Monte d
sumariamente as caractersticas do Reino de homens renovados. Os bemaventurados pobres que lamentam seus pecados e que esto sedentos de
justia so verdadeiros filhos do Reino. Em mansido mostram misericrdia a
seus inimigos: com uma candura sem malcia olham a Deus; rodeados de
perseguidores, benzem e no amaldioam. Em sua modstia ocultam suas
boas obras. esforam-se alm de suas foras em concordar com seus
adversrios e em perdoar aos que pecam contra eles. Servem a Deus em
segredo no mais fundo de seus coraes e
Se esta for uma perspectiva exata das coisas, <Lqu diremos quando os
cristos lutam entre si por um posto e uma posio? <LQu podemos
responder quando os vemos procurar ofegantes o elogio e a honra? iCmo
podemos desculpar aquela paixo pela publicidade que to claramente
evidente entre os lderes cristos? <LQu da ambio poltica nos crculos
eclesisticos? <LQu da enfebrecida palma que se estende pedindo mais e
maiores oferenda de amor? <LQu do desavergonhado egocentrismo entre
os cristos? iCmo podemos explicar o spero culto ao homem que geralmente
torcedor a um ou a outro lder popular at o tamano de um colosso? <LQu do
obsequioso beija-mo de que se faz objeto aos ricos por parte daqueles que
pretendem ser ss pregadores do evangelho?
Por isso a mim respeita, temo a qualquer tipo de movimento religioso entre
quo cristos no leve a arrependimento e que resulte em uma definida
separao do crente do mundo. Sinto suspeitas a respeito de qualquer esforo
organizado de avivamiento que se veja obrigado a diluir as estritas condies
do Reino. No importa quo atrativo possa parecer o movimento: se no se
apoiar na retido e se alimenta na humildade, no de Deus. Se explorar a
carne, uma fraude religiosa, e no devesse ter apoio algum por parte de
nenhum cristo temeroso de Deus. S de Deus aquilo que honra ao Esprito
e que prospera a gastos do ego humano. Para que, tal como est escrito: que
se glorifica, glorifique-se no Senhor.
Quero aqui declarar osadamente que minha feliz crena que cada cristo
pode ter um copioso derramamento do Esprito Santo em uma medida muito
alm da recebida na converso, e poderia dizer tambm que muito alm da
recebida pelo comum dos crentes ortodoxos na atualidade. importante que
esclareamos isto, porque a f impossvel at que as dvidas sejam
eliminadas. A um corao que dvida, Deus no o surpreender com uma
efuso do Esprito Santo, nem encher a ningum que ponha em tecido de
julgamento a possibilidade de ser cheio.
Antes que algum possa ser cheio pelo Esprito deve estar seguro que quer
est-lo. E isto se deve tomar a srio. Muitos cristos querem ser cheios, mas o
desejo deles de um tipo vago e romntico que apenas se merece ser
chamado desejo. Quase no tm nenhum conhecimento do que lhes custar o
obt-lo.
maravilhoso, que suas mesmas perdas lhe parecero lucros, e seus nos
peque dores como prazeres. Mas a carne gemer sob seu jugo e clamar
contra isso como uma carga muito pesada para ser levada. E te permitir gozar
do solene privilgio do sofrimento para completar o que falta das aflies de
Cristo em sua carne por causa de seu corpo, que a Igreja. Agora bem, com
estas condies diante ti, isigues querendo estar cheio do Esprito Santo?
perda. Ningum Jamais gozou uma cruz, assim como ningum Jamais
gozou uma forca.
nem mudar o que saiu que sua boca. Ele nos guardar como a Nina de seu
olho e vigiar sobre ns como uma me vigia sobre seu filho. Seu amor no
falhar nem sequer quando nos levar atravs desta experincia de
autocrucifixin, to real e to terrvel, que s possamos express-la clamando:
meu iDios. meu deus!, ipor o que me abandonaste?
Agora bem, ponhamos em claro nossa teologia a respeito de tudo isto. No
h em todo este penoso desnudamiento nem o mais remoto conceito de mrito
humano. A escura noite da alma no conhece nem um solo tnue raio da
traioeira luz da pretenso de Justia prpria. No mediante o sofrimento que
ganhamos a uno que desejamos, nem nos faz mais queridos para Deus esta
devastao da alma, nem nos d favor adicional
O Esprito Santo uma Pessoa vivente e deveria ser tratado como tal
Pessoa. Jamais devemos pensar nele como uma energia cega nem como uma
fora impessoal. Ele escuta e v e sente quo mesmo qualquer outra pessoa.
Fala e nos oua falar. Podemos lhe agradar ou lhe ofender ou lhe silenciar
quo mesmo a outra pessoa. Ele responder a nosso tmido esforo por lhe
conhecer e sempre encontrar a metade do caminho.
Por maravilhosa que seja a experincia de crise de ser cheio com o Esprito,
devssemos lembrar que se trata s de um meio para algo major: esta coisa
maior o caminhar toda a vida no Esprito, habitados, dirigidos, ensenados e
energizados por sua poderosa Pessoa. E a continuidade deste andar no
Esprito demanda o cumprimento de certas condies. Estas nos so
estabelecidas nas Sagradas Escrituras, e esto a para que as vejamos todos.
que tinha estado oculto dos sculos e geraes passadas, mas que agora foi
manifestado a seu Santos, a quem Deus quis dar a conhecer quais so as
riquezas da glria deste mistrio entre os gentis; que Cristo em vs, a
esperana da glria (Colosenses 1:26). Faber, em um de seus doces e
reverentes hinos, dirigiu esta doce palavra ao Esprito Santo:
Voc um mar sem borda : terrvel, de grande extension; Mar que pode a
si mesmo contrair-se dentro de mim pequeno corao.