Resumo de Obstetrícia - Parte I
Resumo de Obstetrícia - Parte I
Resumo de Obstetrícia - Parte I
Obstetrcia
Priscila Gapski
UFPR
2012
Priscila Gapski
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Resumo de Obstetrcia
para o 8 perodo
PARTE 1
SUMRIO
Ovulao, implantao e embriognese ........................................................... 2
Placenta e Lquido Amnitico ............................................................................ 6
Contratilidade Uterina....................................................................................... 9
Canal de parto, bacia obsttrica e esttica fetal ............................................. 11
Mecanismo de Parto ....................................................................................... 14
Assistncia Clnica ao parto ............................................................................. 15
Hemorragia do 1 trimestre ............................................................................ 18
Hemorragias do 3 trimestre........................................................................... 19
Priscila Gapski
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ESPERMATOGNESE
OVOGNESE
a sequncia de eventos que transformam as clulas germinativas primitivas
(oognias) em vulos maduros. Este processo de maturao comea antes do
nascimento e s completado na puberdade.
Sem entrar em detalhes, analisaremos brevemente tais eventos: antes do
nascimento, as oognias sofrem divises mitticas resultando em ocitos
primrios que, por sua vez, sofrem meiose at fase prfase I. Na puberdade,
notamos que o ocito primrio, no ovrio, envolto por clulas foliculares
epiteliais achatadas, compondo o folculo primordial; esse, por sua vez,
tornar-se- folculo primrio quando tais clulas epiteliais passarem a ser
cuboides e depois colunares; o folculo primrio completa a meiose I pouco
antes da ovulao, tornando-se ocito secundrio; o ocito secundrio
completa meiose II quando fecundado, s ento se transformando em
ocito maduro ou vulo.
Lembrete!!
Priscila Gapski
OVULAO
Ovulao o processo no ciclo menstrual no qual o folculo ovariano maduro
rompe e libera o ovo ou ocito, que participa na reproduo. O processo de
ovulao controlado pelo hipotlamo (GnRH) e atravs da liberao de
hormnio luteinizante e hormnio folculo estimulante (LH e FSH), secretados
no lbulo anterior da hipfise.
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Lembrete!
IMPLANTAO OU NIDAO
INSEMINAO
FERTILIZAO OU FECUNDAO
a entrada do espermatozide no ocito II. Ocorre em mdia 6-8 h aps o
coito, quando os espermatozides atingem o tero distal da tuba uterina.
O tempo de fecundao do ocito de 12 a 24 horas; caso isso no ocorra, os
clios das trompas movem-se em direo ao tero, levando o ocito.
Lembrete!
SEGMENTAO OU CLIVAGEM
So as divises sucessivas deste ovo que ocorrem aps a fecundao, isto ,
um rpido aumento no n de clulas (blastmeros) por repetidas divises
mitticas, que ocorrem ainda na tuba uterina.
O ovo ou zigoto se transformar em mrula e, posteriormente, blastocisto ou
blstula, enquanto migra da trompa at o tero. Seis dias ( 3-4 dias, segundo a
aula) aps fecundao ocorre a fixao do blastocisto no endomtrio.
Priscila Gapski
2. mnio
4. Saco vitelino primitivo
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laminar
5. Mesoderma
extraembrionrio
6. Endoderma
extraembrionrio
EMBRIOGNESE
Considera-se o perodo embrionrio sendo da 3 a 8 semana e o perodo fetal
da 9 ao nascimento. O rpido desenvolvimento do embrio caracterizado
pela formao da linha primitiva, da notocorda e de 3 camadas germinativas.
Gastrulao o processo que converte o disco embrionrio bi laminar em
trilaminar. ela que estabelece as 3 camadas germinativas (ectoderma,
mesoderma e endoderme); Neurulao o processo que envolve a formao
da placa neural, das pregas neurais e tubo neural. Completam-se no final da
4 semana.
1. Etapa pr vilosa:
a.
Pr lacunar (7 /8 dias): O trofoblasto em duas
camadas: uma camada interna estrutura celular
citotrofoblasto; e uma camada externa sincicial
sinciciotrofoblasto.
b. Lacunar (9 a 12 dias): Formam-se as lacunas
trofoblsticas entre as vilosidades do trofoblasto.
2. Etapa vilosa: Etapa de elaborao entre o 13 dia e o final do quarto
ms: As artrias espiraladas e as vnulas deciduais so destrudas
pelo citotrofoblasto o sangue materno entra nas lacunas
intervilositrias que transformam-se em fantas intervilositrias.
Aparecem as vilosidades primarias elas transformam-se em
vilosidades secundrias e tercirias e vilosidades de fixao.
DESENVOLVIMENTO FETAL
2 semana
4 semana
6 semana
8 semana
10 semana
12 semana
PLACENTA
Lembrete!
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Lembrete!
So consideradas placentas anormais: suscenturiadas, membranosas
ou membranceas, marginadas, circunvaladas.
CIRCULAO PLACENTRIA
Os vasos maternos e fetais no so anastomosados trmino-terminalmente
como se pensava antigamente. O sangue fetal, como sabemos, no entra em
contato com o materno. As trocas so feitas atravs da barreira placentria.
O sangue desoxigenado fetal flui para a placenta atravs de duas artrias
umbilicais. O sangue com um contedo significativamente maior de oxignio
retorna para o feto atravs de uma veia umbilical. A circulao fetoplacentria representada, ento, pelo sistema cardiovascular fetal, vasos
placentrio e pelo cordo umbilical e tem um dbito de 400ml/min. O dbito
sanguneo da circulao tero-placentria tambm gira em torno disso
(500ml/min).
Lembrete!
Tem a funo de proteo fetal e do cordo umbilical e apresenta
volume e caractersticas fsico-quimicas variveis com a idade
gestacional.
1- incolor ou em gua de rocha concepto pr termo
2- esbranquiado ou em gua de coco (arroz) concepto de
termo
3- esverdeado ou meconial sofrimento fetal
4- amarelado quase passando da IG
5- hemtico
6- achocolatado bito fetal
A cavidade amnitica forma-se entre o 7 8 dias de desenvolvimento
embrionrio.
Nas primeiras semanas a produo do LA ocorre principalmente pela
passagem passiva de lquidos atravs da membrana amnitica, seguindo um
gradiente osmtico. Entre 10-(17)20 semanas a composio do LA assemelhase ao plasma fetal e a sua quantidade semelhante ao peso do feto. A
homeostasia entre plasma fetal e LA se d atravs da pele sendo que entre
17-20 semanas inicia-se a queratinizao da pele fetal. Com a queratinizao
da pele, a diurese fetal e a deglutio fetal passam a ser de importncia
fundamental para a regulao dinmica do volume do LA. Outras estruturas
que participam desta dinmica so a face fetal da placenta, o aparelho
respiratrio, o trato gastro-intestinal e o cordo umbilical.
O turnover no terceiro trimestre ocorre em torno de 620 e 1200 mL nas 24
horas.
BIBLIOGRAFIA
Aula Dr. Renato Luiz Sbalqueiro
WILLIAMS OBSTETRCIA, 20 Ed.
TRATADO DE REPRODUO HUMANA, Paulo Canella e Nelson Vitiello
O cordo umbilical, como j dito, e formado por duas artrias que carregam
sangue venoso - , e uma veia que carrega sangue arterial - , a gelia de
Wharton e ainda mnio funicular.
SISTEMA AMNITICO
O mnio a termo uma membrana resistente e forte, mas flexvel. a
membrana mais interna da bolsa de gua, sendo contgua com o lquido
amnitico
Lembrete!
mnio: poro membranosa acoplada ao crion membranoso.
Subdivide-se em poro placentria recobre o crion placentrio e
poro funicular protege o cordo umbilical.
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FORMAO
dividida em dois perodos fundamentais: o pr-viloso (6 ao 13) e o viloso
(at o trmino da gestao).
Logo aps a adeso do blastocisto ao epitlio endometrial, os citotrofoblasto
proliferam rapidamente, e comea a invaso da decdua circundante.
medida que o blastocisto e seus trofoblasto circundantes, que so
completamentes circundados por decdua, crescem e se expandem, um polo
dessa massa estende-se em direo a cavidade endometrial e o outro polo
permanece sepultado no endomtrio/decdua. O polo mais interno entra na
formao da placenta, i.e., os citotrofoblasto de fixao e os trofoblasto
vilosos. O polo que se desenvolve em direo cavidade endometrial
coberto de crion frondoso, que nesse momento est coberto por decdua
capsular. Com o crescimento dos tecidos, o suprimento sanguneo dessa
regio restrito, e dessa forma, a natureza vilosa e o sue suprimento
sanguneo so perdidos. Esta poro do crion se tornar a membrana fetal
avascular que circunda a decdua parietal, isto , corion liso.
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PLACENTA A TERMO
A placenta a termo tem, em mdia, 18,5 cm de dimetro e 2,3 cm de
espessura, o volume mdio de 497ml, e pesa cerca de 508g, mas estas
medidas variam muito. H mltiplos formatos e formas de placenta humana e
vrios tipos de insero do cordo umbilical. Visto da superfcie materna, h
um numero varivel (10 a 38) de reas convexas ligeiramente elevadas
denominadas lobos. Esses lobos so separados, embora que
incompletamente, por sulcos de profundidade varivel, os septos
placentrios. Os lobos so frequentemente denominados cotildones.
ANORMALIDADES DA PLACENTAO
Placentas mltiplas com feto nico: ocasionalmente, a placenta pode ser
separada em lobos. Quando a diviso incompleta e os vasos de origem fetal
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LQUIDO AMNITICO
O volume amnitico no deve ser confundido com o volume da cavidade
amnitica, que o volume amnitico acrescido do volume fetal. . em mdia,
tem o liquido amnitico 30ml na 10 semana, aumenta para 350ml na 20
semana e, prximo ao termo, alcana 1000ml, para depois diminuir
150ml/semana.
CORDO UMBILICAL
O cordo umbilical um anexo exclusivo dos mamferos que permite a
comunicao entre o embrio e a placenta. um longo cordo constitudo por
duas artrias e uma veia alm de um material gelatinoso (substncia/geleia de
Wharton) - a veia umbilical transporta sangue rico em oxignio proveniente
da placenta e as artrias carregam sangue pobre em oxignio.
BIBLIOGRAFIA
Anotaes Thas Michie
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CONTRATILIDADE UTERINA
A contratilidade uterina o fenmeno mais importante do trabalho de parto,
indispensvel para fazer dilatar o colo e expulsar o concepto. A sua
mensurao (tocometria) pode ser registrada por mtodos invasivos, porem
mais precisos presso intramiometrial, presso amnitica, presso
placentria, presso de tero vazio ou externamente por transdutor
abdominal acoplado ao cardiotocgrafo e o seu registro grfico chama-se
tocografia.
Lembrete!!
O tero composto pelo corpo (segmento ou istmo e fundo), formado
principalmente por fibras musculares; colo, composto principalmente
por colgeno; e ligamentos (redondo, tero-sacro, largo e pubocervicais).
As camadas uterinas so a serosa, o miomtrio e o endomtrio.
MIOMTRIO
composto por fibras musculares semelhantes musculatura lisa, porm com
propriedades prprias ele. Promove contraes fora da gravidez e durante a
gestao, no trabalho de parto e tambm no puerprio.
Como caractersticas, o miomtrio tem sensibilidade, excitabilidade,
elasticidade, tonicidade e contratilidade. Essas caracteristicas nicas fazem
com que o miomtrio tenha vantagens sobre os msculos estriados
esquelticos:
1.
2.
3.
4.
5.
Lembrete!!
Trplice gradiente descendente: Contraes iniciadas no fundo
uterino, mais intensas nas partes superiores do tero, tm sentido
descendente, perduram por mais tempo em fundo uterino e h
relaxamento do tero uniformemente.
Lembrete!
Atividade uterina = intensidade X frequncia
Considerando que h uma correlao entre a intensidade e a durao
das contraes, uma maneira prtica, corriqueira e eficaz de analisar
a atividade uterina, j que na maioria dos servios no h
disponibilidade de aferir a intensidade das contraes (tocometria),
considerar a dinmica ou atividade uterina como sendo o produto da
frequncia pela durao das contraes.
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Lembrete!!
Contraes produzidas durante a gestao: (Braxton Hicks, 1872):
1- Tipo A: pequena Intensidade, (1-2mmHg) e grande frequncia
(30-60/h)
2- Tipo B ou de Braxton-Hicks: intensidade 10-20mHg,frequncia
aumentando progressivamente com a evoluo da gestao.
Lembrete!!!
Repercusses hemodinmicas das contraes:
Feto: Reduo do aporte de nutrientes e O2 durante as contraes
(temporrio)
Me: Durante as metrossstoles h um retorno de aproximadamente
300ml de sangue circulao materna. Pode tambm ocorrer
hipotenso supina (efeito Poseiro) por compresso da veia cava
inferior
Acomodao intra-tero do feto: a contratilidade uterina promove a
distenso do segmento inferior e dilatao do colo uterino, favorecendo a
acomodao intra-tero do concepto.
Lembrete!!
As prostaglandinas promovem o amadurecimento do colo. Pode ser
administrada prostaglandina exgena quando o colo desfavorvel
(25g de misoprostol a cada 3/6 horas).
Estmulo da crvice: A compresso do feto na crvix ou nas paredes vaginais
no parto,estimula um reflexo de liberao de ocitocina (Reflexo de Ferguson).
Lembrete!!
A ocitocina endgena ou a exgena, utilizada para induo de parto,
promove um aumento da intensidade e da frequncia das contraes.
Clinicamente, a resposta satisfatria ocitocina caracterizada pela
presena de contraes que duram 50 a 70 segundos, exibem
frequncia de 3-4 em 10min e mostram bom relaxamento uterino. A
contratilidade eficiente dilata o colo sem perturbar a homeostase
fetal
Lembrete!!
Braquiestase ou retrao as contraes do trabalho de parto
encurtam em milmetros o corpo uterino, empurrando o feto para o
canal de parto.
Descida e expulso do feto: as contraes dos ligamentos redondos e terosacros, sincrnicas com o tero, tracionam o fundo para adiante, colocando o
eixo longitudinal da matriz na direo do eixo da escavao plvica, facilitando
a progresso do feto. A contribuio mais expressiva, todavia, dada pelos
puxos. O desejo de esforar-se dado pela distenso da vagina e do perneo,
produzida pelo plo inferior do feto, impulsionado pela contrao uterina.
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PROGESTERONA
DISCENESIAS
Distcias dinmicas ou funcionais que alteram a evoluo do trabalho de
parto. Quanto a atividade: hipoatividade e hiperatividade
Hipoatividade
Hipossistolia
Bradissistolia
Hiperatividade
Hiperssistolia
Taquissistolia
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Hipertonia
Fraca
Mdia
Forte
BIBLIOGRAFIA
BACIA OBSTETRICA
Aula Prof. Renato Luiz Sbalqueiro UFPR -2012. Contratilidade Uterina.
REZAENDE OBSTETRICIA FUNDAMENTAL, Montenegro e Rezende Filho. 11
Ed. Guanabara Koogan.
TRAJETO DURO
A bacia formada
1.
2.
ESTREITO SUPERIOR
Dimetros ntero-posteriores
1.
2.
3.
Priscila Gapski
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Dimetros Transversos
1.
2.
Dimetros Oblquos
1.
2.
direito
esquerdo
Lembrete!!
Gestao: feto em flexo generalizada ovide fetal, que apresenta
ento 2 plos, o ceflico e o plvico.
Na apresentao plvica, a atitude da cabea mais varivel, de regra,
ligeiramente fletida, com o mento prximo ao manbrio. Pode, no entanto,
ficar em atitude indiferente ou em deflexo.
CAVIDADE PLVICA
Corresponde a regio da bacia compreendida entre abertura superior e
inferior, sendo percorrida durante a descida da apresentao do trabalho de
parto.
SITUAO
a relao entre os grandes eixos longitudinais fetal e uterino. Coincidentes
os dois, a situao ser longitudinal, quando perpendiculares, a situao
transversa, e se cruzados, a situao ser obliqua ou inclinada.
Dividida em 2 planos:
1.
2.
POSIO
a relao do dorso fetal com o lado esquerdo ou direito materno,
dificilmente podendo essa regio localizar-se francamente para diante ou para
trs (dorso anterior ou posterior), vista da lordose lombar materna. Assim
temos, posio a esquerda ou 1 posio, quando o dorso fetal se acha
voltado para o lado esquerdo materno, e posio a direita ou 2 posio,
quando o dorso se orienta para o lado direito.
Na situao transversa, apresentao crmica, o dorso pode estar inferior,
superior, anterior ou posteriormente.
ESTREITO INFERIOR
Esta abertura delimitada pela borda inferior da snfise pbica, ossos ilacos e
ponta do cccix. A ponta do cccix apenas um limite anatmica, sendo
rechaada posteriormente no perodo expulsivo, devido a sua mobilidade.
1.
2.
3.
FORMAS DE BACIAS
1.
2.
3.
4.
Ginecide
Androide
Antropoide
Platipeloide
TRAJETO MOLE
O primeiro estreito que o feto tem que passar o colo do tero. Depois disso,
chegar a vagina sustentada pelos msculos do assoalho plvico - , e na
vulva.
ESTTICA FETAL
a relao do feto com abacia e com o tero. O feto, para acomodar-se no
interior do tero, assume a atitude de ovide fetal.
APRESENTAO
a regio fetal que se loca na rea do estreito superior, ocupando-a em seu
todo.
situao transversa corresponde sempre a apresentao crmica. Duas
apresentaes podem ocorrer na situao longitudinal: a do plo ceflico
(apresentao ceflica) e a do plo plvico (apresentao plvica).
O polo ceflico pode apresentarse fletido, com o mento prximo
a face anterior do trax ou dele
se afastar em diversos graus de
extenso. No primeiro caso
teremos apresentaes ceflicas
fletidas, sendo o osso occipital o
ponto de referencia para
determina-la, e no segundo
apresentaes ceflicas
defletidas: de 1 ou bregmtica, de 2 ou de fronte e de 3 ou de face, seno
ponto de referencia dessa ultima o mento. Para determinar a grau de deflexo
do plo ceflico devemos conhecer e palpar as suturas e fontanelas na cabea
do feto (suturas sagital, lambdide e coronria; e fontanelas bregma
anterior -, e lambda - posterior).
As apresentaes plvicas, por sua vez, podem ser completas (coxas e pernas
fletidas) e incompletas (modo de ndegas a mais comum entre as plvicas
-, ps e joelhos).
Figura 1Situao longitudinal, dorso a
direita, apresentao plvica incompleta.
ATITUDE
a relao das diversas partes do feto entre si. Devido flexibilidade da
coluna vertebral e articulao occpito-vertebral, o feto se aloja na cavidade
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VARIEDADE DE POSIO
Relao entre os pontos de referncia fetais e maternos. Os pontos de
referncia maternos so o pube, o sacro e dimetro transverso mximo; os
fetais, conforme apresentao, so ceflicas fletidas Lmbda-, ceflicas
defletidas - 1 , 2 e 3 Grau -, plvicas sacro -, e crmicas acrmio.
ALTURA DA APRESENTAO
a comparao do plano fetal mais baixo com as espinhas isquiticas.
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Insinuao
o
Com flexo lateral da cabea fetal: Assinclitismo
o
Sem flexo: Sinclitismo
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DESPRENDIMENTO
MECANISMO DE PARTO
1 Insinuao
2 Descida que compreende a rotao interna da cabea e a
insinuao dos ombros.
3 Desprendimento compreende a rotao interna da cabea,
rotao interna dos ombros e o desprendimento dos ombros.
Desprendimento
INSINUAO
Insinuao ou encaixamento a
passagem da maior circunferncia
da apresentao atravs do anel do
estreito superior. Nestas condies
est o ponto mais baixo da
apresentao altura das espinhas
isquiticas, i.e., plano 0 de DeLee.
DESCIDA
A cabea migra ate as proximidades do assoalho plvico, preenchendo a
escavao. O movimento da cabea nesse tempo do mecanismo de parto
turbinal: medida que o polo ceflico roda, vai progredindo seu trajeto
descendente.
Desprendimento dos
ombros
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SINCLITISMO E ASSINCLITISMO
Nas apresentaes ceflicas, a insinuao pode se dar de diferentes maneiras.
A cabea fetal pode se insinuar com a sutura sagital no dimetro transverso
da pelve. Quando a sutura sagital est equidistante do pube e do
promontrio, ou seja, paralela aos planos da pelve, diz-se que h sinclitismo.
Quando este fato no acontece, h assinclitismo. O assinclitismo anterior
quando o parietal anterior desce adiante do posterior, fazendo com que a
sutura sagital fique mais prxima do promontrio. O assinclitismo posterior
quando o parietal posterior desce, adiante do anterior com a consequente
aproximao da sutura sagital do pube. Se for transitrio, o assinclitismo
considerado como acomodao da apresentao. Se for definitivo, demonstra
distcia.
1 perodo dilatao
2 perodo expulso
3 perodo secundamento ou dequitao
4 perodo puerprio imediato ou perodo de Greemberg (1
hora ps parto).
TRABALHO DE PARTO
O diagnstico do trabalho de parto se faz pela constatao da dinmica
uterina rtmica de pelo menos duas contraes com durao de 40``em 10`
(40 segundos em 10 minutos) ou mais, progressivamente mais fortes, que
provocam alteraes de posio, consistncia, esvaecimento e dilatao do
colo. Geralmente precedido de perda de tampo mucoso ("sinal") e queda
do ventre (reduo da altura uterina por insinuao da apresentao). Outro
dado de importncia a formao da "bolsa das guas". O diagnstico correto
imprescindvel para evitar internaes em falso trabalho de parto ou em
fases muito precoces de sua evoluo.
BIBLIOGRAFIA
DILATAO
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Lembrete!!
Nas primparas, o colo utero primeiro apaga e depois dilata; j nas
multparas, a dilatao e o esvaecimento ocorrem ao mesmo tempo.
Lembrete!!
A ausculta dos batimentos cardacos fetais deve ser realizada a cada
30`, antes, durante e aps as contraes; antes, durante e aps a
amniorrexe ou amniotmia.
Lembrar de abrir e preencher o partograma no perodo ativo do
trabalho de parto.
Algumas praticas, antigamente preconizadas, so hoje comprovadamente
inefetivas: enteroclisma de rotina no trabalho de parto, tricotomia de rotina
(muito desconfortvel, no h evidncias de sua eficcia em diminuir taxas de
infeco e pode ser fator de risco para infeco, principalmente se executada
2h antes do procedimento), posio supina no perodo expulsivo, posio de
litotomia no perodo expulsivo e episiotomia de rotina. A OMS considera
como prticas prejudiciais e ineficazes no 1 perodo a restrio hdrica ou
alimentar, enema, tricotomia, infuso intravenosa e cateterizao venosa
profiltica.
Quanto a amniotomia, lembrar que ela no deve ser rotina e sim apenas para
corrigir para corrigir distcias. O melhor momento quando h dilatao de 6
cm para multparas e 8 cm para nulparas, durante a contrao, com a cabea
encaixada e plano 0 de De Lee. Cuidar com o prolapso de cordo e lembrar de
sempre controlar o BCF antes, durante e depois. Estudos ulteriores
recomendam, com o fim de proteger a vitalidade do concepto, deve-se
esperar a ruptura espontnea das membranas, o que ocorrera em cerca de
80% dos casos , com dilatao cervical de 9-10cm ou em pleno perodo
expulsivo. Em aula, o professor falou que a bolsa amnitica protege a cabea
do bebe da formao de hematomas e bolsas sero-sanguineas.
PERIODO EXPULSIVO
ASSISTENCIA CLINICA NO 1 PERIODO
A internao s deve ser realizada se a paciente estiver na fase ativa do
trabalho de parto. Deve ser realizada anamnese bem detalhada, exame fsico
geral e especial, exame obsttrico, palpao uterina, para definir situao,
posio, apresentao e encaixe fetal; medida da altura uterina e ausculta de
batimentos cardacos fetais (BCF).
Quanto ao exame obsttrico, deve ser realizado exame de rgos genitais
externos, exame especular (se necessrio, como na suspeita de bolsa rota ou
casos de sangramento) e toque vaginal para avaliao de condies de
esvaecimento e dilatao de colo, integridade das membranas, confirmao
da apresentao e de sua altura no canal de parto, variedade de posio fetal,
avaliao do canal de parto (atravs da tentativa de atingir o promontrio
sacral, toque das espinhas citicas, avaliao do ngulo subpbico e de
distncia intertuberositria). O toque vaginal deve ser feito a cada 1 ou 2
horas e s na fase ativa, pois o excesso de toques vaginais predispe a
infeco puerperal.
Lembrete!!
Tcnica do toque vaginal: ser realizado no menor nmero possvel
de vezes, especialmente se houver bolsa rota, com rigorosa
antissepsia (atravs de luva estril e uso de vaselina). O exame dever
ser acompanhado por enfermagem, com respeito privacidade da
paciente colocando biombo ou cortina. Afastar grandes e pequenos
lbios com o dedos polegar e anular e introduzir delicadamente os
dedos indicador e mdio na vagina (ateno para no tocar genitais
externos com estes dedos).
A OMS recomenta no 1 perodo a avaliao contnua do risco obsttrico,
ausculta fetal intermitente(a cada 30 minutos no 1 perodo e a cada
5minutos no 2 perodo) , uso do partograma e indicao correta de ocitcico,
suporte emocional continuo, permitir a deambulao da paciente e a
presena de um acompanhante da escolha da paciente.
A dinmica uterina (DU) deve ser realizada por 10' , com a mo sobre o fundo
uterino, anotando-se a frequncia, durao e intensidade das contraes
uterinas. No trabalho de parto espontneo de evoluo normal, fazer a cada
Priscila Gapski
Figura 4 - Baudelocque-Duncan
Lembrete!!
A episiotomia de rotina no previne os traumas cerebrais da criana,
no previne a asfixia perinatal, mas diminui a segunda fase, no
previne as laceraes de 3 e 4 graus e no previne a incontinncia e
o prolapso uterino ou vaginal.
Lembrete!!!
Fazer o parto devagar! Evitar fazer fora constantemente, evitar
respirao curta e rpida, deter a cabea da criana e estimular o
parto entre as contraes.
No segundo perodo a OMS recomenda evitar a transferncia de sala a
gestante deve dar a luz no mesmo local onde esteve o pr parto e estar no
puerprio imediato - , posio de litotomia de rotina, puxos prolongados e
dirigidos, toques vaginais frequentes, manobra de kristeller (compresso do
fundo do tero) e episiotomia de rotina.
DEQUITAO DA PLACENTA
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HEMORRAGIA DO 1 TRIMESTRE
PUEPERIO IMEDIATO
Tambm chamado de perodo de Greengerg. Tem inicio no final do
secundamento e se estende ate 1h aps o parto. Este perodo demanda
observao cautelosa pelo risco de hemorragias e representa a hemostasia do
sitio de insero placentria pelos seguintes mecanismos:
Miotamponagem: a contrao da musculatura uterina propicia uma
consequente ligadura dos vasos uteroplacentrios (ligaduras vivas de Pinard).
Trombotamponagem: pela formao de trombos nos grandes vasos
uteroplacentrios e de hematoma intra-uterino.
Indiferena uterina: o tero de torna aptico e, do ponto de vista dinmico,
apresenta fases de contrao e relaxamento.
Contrao uterina fixa: depois de ocorrida uma hora, o tero adquire maior
tnus e a contrao se sobrepe ao relaxamento (o tero se mantem
contrado, constituindo o chamado globo de segurana de Pinard).
BIBIOGRAFIA
Aula Dr. Fernando Csar de Oliveira Jr. UFPR
REZENDE OBSTETRICIA FUNDAMENTAL. Montenegro e Rezende Filho. 11
Ed. Editora Guanabara Koogan
ABORTAMENTO
Conceitua-se abortamento a morte ovular ocorrida antes da 22 semanas de
gestao ou fetos que, ao nascimento tenham menos de 5000g. Pode-se ainda
se subdividir em precoce se at 13semana -, ou tardio se entre a 13 e a
22semana.
Aborto o processo de eliminao deste produto conceptual.
O abortamento precoce pode ser devido a cromossomopatias principal
causa -, idade materna avanada, insuficincia de corpo lteo, DM, nefro e
hepatopatias, doenas auto-imunes e infeces (pelviperitonite). J o
abortamento tardio pode ter como causas a incompetncia de istmocervical,
mal formaes uterinas, mal formaes fetais, leiomiomas (submucosos
principalmente) e infeces amniorrexe prematura.
A trade clssica do quadro de abortamento formada por dor abdominal em
clica, hemorragia genital e eliminao de tecidos embrionrios, queixas
referidas por uma mulher gravida ou com alteraes menstruais compatveis
com a possibilidade (atraso menstrual).
ABORTOS PRECOCES
Ameaa de aborto ou aborto evitvel uma condio transitria que, em
geral, dura pouco tempo, podendo progredir para abortamento em curso ou
seguir sua evoluo como gestao normal. Tem como causa principal a
insuficincia de corpo lteo e est bastante relacionado historia pregressa
de sndrome do ovrio policstico, abortos de repetio, idade materna maior
que 35 anos e gestaes por ovulaes induzidas artificialmente. Clinicamente
se apresenta com sangramento e pode ou no apresentar dor. Ao exame o
verifica-se que o orifcio cervical interno imprvio, e o diagnostico
confirmado pelo US transvaginal caracterstico na vigncia de uma dosagem
de hCG positiva.
Priscila Gapski
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ABORTO TARDIO
Incompetencia istmo cervical a incapacidade do colo uterino se manter
ocludo at o termo da gestao. Tem incidncia de 1:54 a 1:2000 na
populao. A historia pregressa se apresenta com relato de dilatao cervical
indolor com a expulso fetal. Pode decorrer de diversas causas, adquiridas
conizao, dilatao do colo e curetagem ou lacerao do colo em parto
anterior -, ou congnitas (maioria). Na ecografia transvaginal vemos um colo
curto (menor que 2,5cm), orifcio cervical interno dilatado e protruso da
bolsa em U ou em V. A avaliao ultrassonogrfica deve ser feita a partir com
13 a 14 semanas (melhor fase para avaliar a vitalidade fetal o tamanho do
colo) , com intervalos de 15 dias sendo que o diagnostico mais comumente
feito com 19 a 24 semanas. Aps fase de embriognese (maior risco de aborto
precoce), podemos fazer a circlagem que consiste em amarrar o colo do
tero com fio inabsorvvel para evitar sua dilatao precoce. O fio ser
retirado apenas com 37 semanas de gestao e, enquanto isso, a gestante
far repouso e abstinncia sexual (absolutos). Devemos dispor ainda do uso
de antibioticoprofilaxia e uterolticos.
GRAVIDEZ ECTPICA
a gestao que se instala e evolui fora da cavidade uterina, mais comumente
na ampola tubria. Tem incidncia de 0.6 a 3% na populao. Antecedentes
de DIP, gravidez aps falha do DIU, antecedentes de cirurgia tubria,
antecedentes de prenhez ectpica e gravidez aps reproduo assistida. O
diagnstico feito pela clnica (dor o sintoma mais comum), na vigncia de
gestao confirmada pelo hCG - dor abdominal (95-100%), atraso menstrual
(75-95%), sangramento vaginal (50-80%), massa anexial dolorosa (30-50%) e
dor a mobilizao do colo uterino (50-75%) -, e confirmado pela US tumor
anexial, liquido livre, cavidade uterina vazia ( se o hCG est maior que 1500
e a cavidade uterina est vazia, i.e., no h saco gestacional ento ele deve
estar e outro lugar) ou pela presena de sangue na puno de saco.
A conduta vai depender se a gestao ectpica rota ou ntegra. Se for
ectpica rota, laparotomia com salpingectomia. Caso seja ectpica ntegra
podemos adotar:
Lembrete!!
O -tamanho da massa anexial, o dimetro da trompa e CCN no tem
relao com desfecho da ectpica
BIBLIOGRAFIA
HEMORRAGIAS DO 3 TRIMESTRE
So decorrentes, principalmente, de descolamento prematuro de placenta
(DPP), placenta prvia, rotura uterina, rotura de vasa prvia e rotura de seio
marginal. Em aula, foram falados apenas dos 2 primeiros.
A hipertenso arterial gestacional leve (DHEG leve) sinnimo de preclmpsia e a hipertenso arterial grave (DHEG grave) sinnimo de
eclmpsia.
Lembrar que a diabetes melitus causa alteraes vasculares, sendo
esta a causa das suas diversas complicaes.
O quadro clinico clssico caracterizado por dor sbita + sangramento +
hipertonia uterina. A dor abdominal com sensibilidade aumentada, o
sangramento abundante, escuro e com cogulos, pode levar a ausncia de
BCF ou DIP II ou bradicardia fetal e a me pode ter taquicardia, sudorese e
taquipnia e aumento da PA.
Patologia
A hemorragia decidual gera um descolamento da placenta e um hematoma
retroplacentrio, que invade a placenta formando crateras (esse processo
aumenta a rea descolada, o que gera mais sangramento e aumenta o
cogulo, num circulo vicioso)
O sangue extravasado e contato com o tero exerce ao rritante nas fibras
musculares, gerando hipertonia (por taquissitoia ou hipertonia verdadeira
pela ao irritativa do sangue). Com a evoluo do processo, h infiltrao
sangunea miometrial, que gera um processo de desorganizao na
arquitetura muscular e culmina com hipotonia (tero de Couvalaire
apoplexia tero placentria de colorao azul placentria). Pode ocorrer
rotura alta das membranas com a passagem do sangue para a cavidade
uterina, formando o HEMOMNIO ( liquido amnitico vermelho
acastanhado).
Fisiologia:
DPP hemorragia e cogulo retroplacentrio leso tecidual libera
tromboplastina, que acarreta:
1 consumo fatores de coagulao hemorragia
2 invaso da circulao materna civd leso visceral e renal e
hemorragia
A conduta vai depender do comprometimento materno-fetal e da
intensidade do sangramento. importante:
Em caso de feto vivo, opta-se pela interrupo da gestao pela via mais
rpida. Se feto morto, parto via vaginal, se o estado clnico materno permitir.
Manter o controle com coagulograma e realizar amniotomia.
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A sondagem vesical tambm deve ser realizada e a diurese deve ser 30ml/h.
Conduta
Classificao
BIBLIOGRAFIA
Aula e texto dados pela Dra. Celeste
Priscila Gapski
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