Artigo Stakeholder PDF
Artigo Stakeholder PDF
Artigo Stakeholder PDF
sistema aberto com mltiplas relaes de influncias, porque as organizaes no so autoindependentes ou auto-suficientes, ficando condicionadas s demandas do ambiente para fornecer
recursos necessrios e absorver outros recursos.
As influncias mtuas nas relaes stakeholder-empresa vo atuar direta ou
indiretamente na escolha da estratgia a ser implementada na tomada de deciso
organizacional.
O termo stakeholder no tem
emprego por autores estrangeiros d-se com o sentido de identificar grupos que atuam
direta ou indiretamente sobre as organizaes, conforme pode ser verificado em Freeman
(1984), Goodpastor (1991), Campbell (1997), Rowley (1998) e Frooman (1999).
Segundo Freeman, (1984, p. 25), stakeholder "qualquer grupo ou indivduo que pode afetar
ou afetado pela realizao dos objetivos da empresa.
Se o que a empresa realiza determinado por seus stakeholders, ento se faz necessrio
conhec-los, a fim de ser implementada uma estratgia compatvel. Consequentemente, a teoria dos
stakeholders deve fornecer um mtodo de como os stakeholders tentam influenciar uma
organizao na tomada de deciso afetando assim o seu comportamento (Frooman, 1999).
Rowley (1998) afirma que os stakeholders so grupos ou pessoas que influenciam o
do
terminologia apresentada por Freeman (1984), visto que em cada conceito tem-
1/1
c:\paginas\conhecimento\arquivos\anais\dra. aline\stakeholders e as
organizaes.doc
2/2
clientes
sociedade
governo
sindicato
s
empres
a
empregad
os
concorrent
fornecedor
es
Fonte: FREEMAN, R. E. Strategices
management: A stakeholder
approach . 1984. Adaptao
1.1 Stakeholders-chave
Stakeholderschave so elementos diretos que afetam decididamente o processo
produtivo organizacional, de forma direta ou indireta, sendo ainda indispensveis para o
atingimento dos objetivos propostos (Ernest & Young et al, 1999).
A organizao deve saber identificar os seus stakeholders-chave e ter o mximo de
informaes para estabelecer um dilogo produtivo que venha a gerar novas
oportunidades e evitar conflitos potenciais (Ernest & Young et al, 1999).
Estes
3/3
4/4
Estado definindo juros, estabelecendo incentivos fiscais, normatizando as aes privadas, deve a
organizao ter um relacionamento bastante efetivo e utilizar estratgias adequadas para enfrentar
as influncias impostas por estes agentes.
Saber enfrentar a concorrncia, explorando os seus pontos fracos, fazendo
benchmarking com os melhores do segmento, faz com que a empresa melhore seus
produtos e servios, sua rentabilidade, sua performance. A conseqncia disso que a
organizao deve tornar-se competitiva internacionalmente, mesmo que opere a nvel
local ou regional (Drucker, 2000).
Note-se que os stakeholders no podem ser evitados, porque fazem parte do
processo de gesto, porm a empresa pode alavancar seus resultados sabendo lidar com
esses grupos de influncia e para isso necessitar de habilidades gerenciais capazes de
vislumbrar horizontes inusitados e de alta potencialidade.
Corroborando com esta afirmao, Campbell (1997) enfatiza que defensor da teoria
dos stakeholders pois acredita que seja fundamental para compreender como a
organizao deve ganhar dinheiro nos negcios sem perder de vista a sua
responsabilidade social.
5/5
de empresa
txica.
Para este autor, o relacionamento da empresa com seus empregados deve ser redimensionado,
uma vez que estes empregados devem ser tratados como ativos organizacionais e principalmente
como pessoas dotadas de conhecimentos, de experincias, de aptides e que interagem nos
relacionamentos com os clientes.
Ainda segundo este autor, o que distingue uma empresa da concorrente a capacidade, o
conhecimento e o comprometimento das pessoas e que o gerenciamento adequado dos funcionrios
leva a um desempenho 30% ou 40% superior ao das companhias que no fazem (Pfeffer, 1999).
Esse gerenciamento adequado, segundo o autor, o respeito pelo indivduo, o tratamento digno,
a valorizao do trabalho em equipe, a valorizao do conhecimento, o tratamento de indivduos
como pessoas e no como fator de produo.
Quando Pfeffer (1999) defende a viso organizacional do empregado como ativo, adentra no
conceito de ativos intangveis ou de capital intelectual, que segundo Stewart (1997), a soma do
conhecimento de todos indivduos de uma empresa e o que lhe proporciona vantagem competitiva,
ou seja, o conhecimento, a experincia, as informaes que agregam valor ao produto ou servio
com a utilizao do intelecto humano.
c:\paginas\conhecimento\arquivos\anais\dra. aline\stakeholders e as
organizaes.doc
6/6
gerenciados e motivados.
Nos enfoques apresentados por Argenti (1997) e Pfeffer (1999), a tomada de deciso levar em
conta a poltica, a cultura e o clima organizacional, dependendo ainda da habilidade gerencial para
contornar o problema e alcanar os objetivos da empresa. Segundo Campbell (1997) a definio dos
objetivos de uma empresa um instrumento de direcionamento das expectativas da empresa em
relao seus empregados.
Para este autor, os empregados vo querer trabalhar em uma empresa que procure desenvolver
seu pessoal e
7/7
receitas deve estar intimamente ligado com a satisfao dos interesses dos acionistas, tendo em vista
que estas polticas devem refletir em um ganho adicional.
A crena de Argenti (1997) na gerao de valor para os acionistas como principal
resultado a ser alcanado pelas organizaes, mereceu diversas crticas elaboradas por
Campbell (1997), visto que este autor acredita na fora interativa de todos os stakeholders
que atuam no ambiente organizacional e na gerao de valor para todos, em uma relao
de interdependncia mtua.
Essa fora interativa a capacidade de influncia dos stakeholders sobre a
organizao na busca de satisfao de suas necessidades. Como a organizao reage a
essa influncia, a agregao de valor depender da fora de influncia desses
stakeholders, conforme Campbell (1997) e Frooman (1999).
Os dividendos pagos com regularidade ou a perspectiva de receb-los um instrumento
motivador para os acionistas, os quais alavancam novos investimentos na atividade produtiva, uma
vez que aquela atividade deve ter uma capacidade de retorno alm do custo de oportunidade do
mercado, aumentando, portanto, a participao dos acionistas no negcio.
Contudo, essa relao entre os acionistas e os administradores da empresa, relao
de agency, carregada de conflitos motivada pelos objetivos diferentes destes
stakeholders, como afirma Ross, Westerfield, Jaffe (1995). Para esses autores, os
administradores esto preocupados com a riqueza da empresa sobre a qual tm controle
e no necessariamente com o aumento da riqueza dos acionistas. Para evitar ou reduzir
estes conflitos, os acionistas criam incentivos apropriados para os administradores e em
seguida acompanham o seu comportamento, gerando para empresa o custo de agency.
Os acionistas, em ltima anlise so os controladores da empresa e nas sociedade por aes
elegem o Conselho de Administrao, que por sua vez contrata e demite o quadro de
administradores (Ross, Westerfield, Jordan, 1997). Esse poder faz com que os administradores ajam
de acordo com os interesses dos acionistas.
c:\paginas\conhecimento\arquivos\anais\dra. aline\stakeholders e as
organizaes.doc
8/8
sendo esta a linha de estratgia da maioria das empresas, sem perder de vista tambm a criao de
valor para os acionistas (Nasser, 2000).
O processo de conquista, manuteno e satisfao dos clientes exige esforos organizacionais
que vo desde a concepo do produto at o atendimento ps-venda, dentro de uma concepo de
qualidade que venha diferenciar os produtos (Paladini, 1997).
Os clientes procuram produtos e servios que lhes agregue valor ou proporcione satisfao
individual, da buscarem qualidade, funcionalidade, preo, garantia, comodidade, segurana.
Esses fatores foram os custos das empresas para cima, todavia no podem ser
repassados aleatoriamente, pois no mercado globalizado a concorrncia exige
alternativas no ortodoxas. Segundo Cooper & Slagmulder (2000), as empresas devem
fixar um preo de venda pretendido e procurar reduzir seus custos, inclusive rateando
com seus fornecedores, no processo que chamam de custeio alvo (target costing).
Para o atendimento das necessidades de um stakeholder, a exemplo de clientes, a
organizao precisa interagir com outros stakeholders (fornecedores, acionistas,
empregados) tendo em vista a interligao da cadeia produtiva e das influncias desses
agentes nas decises organizacionais e na lucratividade.
Porter (2000) afirma que a organizao deve obter o mximo de informaes sobre os clientes e
que no se deve perder o foco, tendendo a ver todos os clientes como se tivessem o mesmo valor.
Para ele agir estrategicamente deixar alguns clientes insatisfeitos para que os clientes que
interessam efetivamente para a organizao sentirem-se atendidos, realizados e contentes com os
produtos ou servios oferecidos.
Como ilustrao da afirmao de Porter, podemos citar o caso dos bancos que atuam
no mercado de varejo do Brasil, que estabelecem estruturas diferenciadas para seus
clientes, em nveis de importncia. Assim, existem clientes vips atendidos pelos gerentes,
clientes medianos atendidos pelos caixas e recepcionistas e clientes atendidos nos
terminais eletrnicos, dando um idia da importncia e do valor do cliente para a
instituio.
A gesto financeira da empresa ser diretamente afetada pelos gastos dispendidos para atender
os gostos e as preferncias dos clientes,
devendo ser trabalhados aqueles que agregam valor para a empresa, sendo indispensvel para tanto
ter informaes de seu processo decisrio (Riesenbeck, 2000, p. 110).
Hayman & Schultz (1999) entendem que devem ser diferenciados os clientes de alto
valor para os de baixo valor com base na contribuio para o lucro da empresa e
apresentam um modelo para aferir o retorno do investimento no cliente (return on
customer investment ou ROCI).
c:\paginas\conhecimento\arquivos\anais\dra. aline\stakeholders e as
organizaes.doc
9/9
Todavia, a empresa antes de massificar seus investimentos em novos produtos, deve conhecer
seus clientes. Neste sentido, Drucker (2000a) enfatiza que necessrio observar os consumidores
em determinada realidade corporativa, a fim de perceber-se suas caractersticas, expectativas e
comportamentos e ainda estudar os mecanismos que leva uns a escolherem certa empresa e
ignorarem outras.
O foco no cliente tambm uma abordagem feita por Wiersema (2000). Nesse sentido ele
revela que a maioria das empresas bem sucedidas so aquelas que formam laos de intimidade com
o cliente, despertando uma relao de confiana entre compradores e fornecedores. Assim,
conforme aumenta a afinidade e o grau de confiana entre clientes e fornecedores, a distino entre
eles vai desaparecendo, como se pertencessem a setores de uma mesma organizao.
Tschohl & Franzmeier (1996) entendem que o servio prestado com qualidade conserva os
clientes que a empresa tem, atrai mais clientes, desenvolve a imagem organizacional e induz os
clientes potenciais a fazerem negcios com a empresa. Para estes autores, atender as necessidades
dos clientes com servios de qualidade no gera custos, pois os dispndios realizados retornam no
desenvolvimento e conservao de um relacionamento comercial positivo com os clientes,
ensejando em maiores vendas e lucros futuros.
devem ter
objetivos convergentes para que no entrem em atritos, visto que os conflitos levam a um processo
de perdas recprocas.
A ttulo ilustrativo, o fornecedor que vende a prazo contribui com o fluxo financeiro da
empresa, uma vez que reduz os dispndios iniciais no ciclo operacional. Por outro lado, fornecedor
que s vende vista, pressiona a empresa a possuir recursos financeiros imediatos e disponveis, os
quais originam-se do capital prprio ou de terceiros. Neste ltimo caso, obriga a empresa a adotar
c:\paginas\conhecimento\arquivos\anais\dra. aline\stakeholders e as
organizaes.doc
10/10
uma poltica de endividamento com agentes financeiros, que dependendo dos juros podem levar a
empresa a reduzir seus lucros de forma progressiva com o pagamento dos servios da dvida.
Dentro da perspectiva da teoria dos stakeholders, a escolha dos fornecedores
requisito fundamental para o contexto da responsabilidade social da empresa, uma vez
que afetaram diretamente o processo produtivo e a gesto financeira. Para Cooper &
Slagmulder (2000), a gesto de fornecedores tem dois aspectos primrios que so ligados
ao custeio -alvo dos componentes que integraro o processo produtivo: a seleo dos
fornecedores que concorrem com os melhores preos e prazos de atendimento e a
recompensa criatividade destes fornecedores que contriburem para reduo de custos
adicionais.
Riesenback (2000) considera que a escolha do fornecedor no baseada apenas no produto,
existindo outros critrios importantes para respaldar o relacionamento fornecedor-empresa ligado
marca, ao preo, assistncia tcnica, logstica, ao servio de entrega e reputao da empresa.
Contudo, em pesquisa realizada, Arkader (1999) verificou que no relacionamento compradorfornecedor na indstria automobilstica brasileira o fornecimento enxuto ainda est carregado por
muitos traos do contexto ganhar-perder, sendo preponderante ainda o preo e a barganha.
Naquele trabalho, os compradores apontavam avanos significativos nas relaes com
fornecedores, sendo destacado o apoio tcnico, a colaborao, a troca de informaes e a
comunicao e que a escolha do fornecedor era feita pela qualidade dos produtos e nos
relacionamentos firmados com
c:\paginas\conhecimento\arquivos\anais\dra. aline\stakeholders e as
organizaes.doc
11/11
4 FONTES BIBLIOGRFICAS
4.1 Obras Citadas
ARGANDONA, A. The stakeholder theory and the common good. Journal of Business
Ethics. Dordrecht, v. 17. jul. 1998. p. 1093-1102.
ARKADER, R. Avanos e barreiras ao Fornecimento Enxuto da Indstria Automobilstica
Brasileira: a Perspectiva dos Fornecedores. Revista de Administrao
Contempornea. Curitiba, v. 3, n. 1, jan/abr, 1999. p. 7-21.
ARGENTI, John. Stakeholders: the case against: brief case. Long Range Planning , London, v. 30,
n.3, June, 1997. p. 442-445.
BOISVERT, Hugues. Contabilidade por Atividades: Contabilidade de Gesto So
Paulo, Atlas, 1999. p. 17-50.
BORENSTEIN, Carlos R. Regulao e gesto competitiva em setores de infra-estrutura: a procura
de um equilbrio dinmico. Revista de Administrao Pblica. FGV. Rio de Janeiro, v. 33, n. 4,
1999. jul/ago. p. 47-61.
CAMPBELL, A. Stakeholders: the Case in Favour. Long Range Planning , London, v. 30, n.3,
June, 1997. p. 446-449
CARROLL, A. B. Business and society: Ethics and stakeholder management. Cincinnati: SouthWestern Publishing. 1989. p. 23-46.
COOPER, R.; SLAGMULDER, R. Definir preo com rentabilidade. HSM Management,
So Paulo, n.18, p. 86-94, jan/fev. 2000.
DRUCKER, P. Alm da Revoluo da Informao. HSM Management, So Paulo: n.18, p. 4855, jan/fev. 2000.
DRUCKER, P. E assim comea o milnio... HSM Management. So Paulo, edio
especial, p. 7-11. 2000a.
ERNEST & YOUNG et al. A management guide to stakeholders reporting. Third
international Conference on social and ethical accounting, auditing and reporting.
Copenhagen: 1999. Disponvel no site <http:/ www.stakeholder.dh/>
FREEMAN, R. E. Strategic management: A stakeholder approach. Boston, Pitman Publishing.
1984.
FROOMAN, J. Stakeholder influence strategies. Academy of Management Review.
April,
1999.
Disponvel
no
site
<http://www.findarticles.
com/cf_0/
m4025/2_24/54599956/print.jhtml>
GITMAN, L. J. Princpios de Administrao Financeira. So Paulo, Harbra. 7 ed. 1997.
p. 5-30.
c:\paginas\conhecimento\arquivos\anais\dra. aline\stakeholders e as
organizaes.doc
12/12
13/13
c:\paginas\conhecimento\arquivos\anais\dra. aline\stakeholders e as
organizaes.doc
14/14