Concreto Protendido - Notas de Aula PDF
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Rodrigues
CONCRETO PROTENDIDO
Captulo 1
INTRODUO
1.1 - Conceitos gerais
O Concreto Protendido pode ser definido como um concreto submetido a um estado
permanente de tenses internas, introduzidas por uma armadura previamente tracionada, que se
opem, at limites desejados, s tenses provocadas por cargas externas.
A protenso pode ser introduzida, por exemplo, com o objetivo de eliminar as tenses de
trao provocadas pelas cargas externas, evitando a fissurao. O concreto pode, portanto ser
tratado como um material elstico e linear desde que as tenses de compresso no atinjam valores
elevados (< 0,5 fck ). Neste caso, a anlise das tenses e deformaes pode ser feita facilmente
empregando conceitos bsicos da resistncia dos materiais. Seja, por exemplo, a viga abaixo,
protendida com um cabo reto localizado a uma distncia e (excentricidade) do eixo baricntrico da
seo transversal. Sendo:
P
M
I
A
= fora de protenso
= momento fletor causado pela carga q
= momento de inrcia da seo transversal de concreto
= rea da seo transversal de concreto
as tenses resultantes que atuam a uma distncia y do cg da seo sero dadas por
P Pey My
A
I
I
cg
e
-P/A
Pec/I
-Mc/I
-P/A
-Pec/I
Mc/I
Todavia, conforme ser visto adiante, a configurao mais adequada para o traado do
cabeamento de protenso, a parablica, conforme visto na figura abaixo. Esta configurao
responsvel pela variao do momento devido fora de protenso (Pe), devido variao da
excentricidade do cabo em cada uma das sees que constituem a viga.
P
cg
f
qb
Figura 1.2 Carga equivalente exercida por um cabo parablico numa viga protendida
Deve-se ressaltar que os conceitos apresentados acima s so vlidos para peas no estado
no fissurado e sujeitas a tenses de compresso no muito elevadas onde a relao tensodeformao do concreto ainda pode ser considerada linear.
1.2 - Classificao
a) Concreto protendido com aderncia inicial (Armadura de protenso pr-tracionada)
Aquele em que o estiramento da armadura de protenso feito utilizando-se apoios
independentes da pea, antes do lanamento do concreto, sendo a ligao da armadura de protenso
com os referidos apoios desfeita aps o endurecimento do concreto; a ancoragem realiza-se apenas
por aderncia.
b) Concreto protendido com aderncia posterior (Armadura de protenso ps-tracionada)
Aquele em que o estiramento da armadura de protenso feito aps o endurecimento do
concreto, utilizando-se como apoios partes da prpria pea, criando-se posteriormente aderncia
com o concreto de modo permanente.
c) Concreto protendido sem aderncia (Armadura de protenso ps-tracionada)
Aquele obtido como em (b), porm sem a aderncia com o concreto criada aps o
estiramento.
Cabo
Cabo
Barra de ao
Rosca
Material
termoplstico
Ao de alta
Concreto
resistncia
Flange tracionado
Leito de protenso
Desviador
Macaco
Barrilete
Fio ou cordoalha
Cunha
Bloco mvel
Bloco de ancoragem
Cordoalha ou fio
Placa de
ancoragem
Barra Dywidag
Porca
Cone
Placas de ao
Fios
Fio
(a)
Fio ou cordoalha
(b)
Figura 1.15 - Ancoragem morta (a) por aderncia (b) por meio de alas
Consiste na montagem das armaduras passivas e fixao das bainhas seguindo o traado
definido pelo projeto. As bainhas podem ser fixadas aos estribos, com ou sem as cordoalhas no seu
interior, dependendo do traado e da extenso do cabo.
1.4.2 Montagem das formas e concretagem
1.4.3 Protenso
10
1.5.2 Desvantagens:
11
Captulo 2
MATERIAIS
2.1 CONCRETO
Todas as propriedades do concreto, utilizadas nas estruturas de concreto armado, so
replicadas nas estruturas de concreto protendido. Entretanto, duas delas tm significado especial ao
serem computadas as perdas devidas protenso, que sero detalhadas diante. Trata-se de
Retrao e da Fluncia do concreto, descritas a seguir:
2.1.1 - Retrao do concreto
A quantidade de gua empregada na fabricao do concreto sempre maior do que a
quantidade necessria para as reaes qumicas com o cimento. A gua em excesso necessria
para dar trabalhabilidade ao concreto fresco. Em contato com o ar, o concreto perde parte da gua
no fixada quimicamente durante sua secagem ocorrendo assim uma diminuio do seu volume. Se
o concreto for imerso em gua, ocorre o fenmeno inverso denominado expanso (Fig.2.1). A
retrao , portanto, a deformao independente de carregamento provocada pela perda da gua livre
quando o concreto se encontra em contato com o ar. Parte da retrao irreversvel.
Expanso
(%o)
Retrao
12
16
20 (meses)
0.2
0
Na gua
-0.2
-0.4
-0.6
No ar
(umidade relativa 70%, 18 o C)
Na gua
No ar
-0.8
Figura 2.1 - Retrao e expanso de um concreto com teor de cimento de 300 kg/m3
12
2.1.2 - Fluncia
A fluncia pode ser definida como o aumento de deformao quando o material se encontra
sujeito a uma tenso constante. No concreto ela ocorre porque as camadas de gua adsorvida se
tornam mais finas entre as partculas de gel as quais transmitem as tenses.
A Figura 2.2 mostra a evoluo das deformaes ao longo do tempo quando o concreto se
encontra sujeito a uma tenso constante 1 aplicada no instante t1. As deformaes ci1 e ci2
so deformaes instantneas provocada pela aplicao e retirada da tenso 1 respectivamente. A
deformao cc representa a fluncia do concreto e composta de trs parcelas. A deformao cr
representa a fluncia recupervel e a deformao cf corresponde parcela irrecupervel da
fluncia.
ci 2
cc
cr
ci 1
cf
t1
t2
t1
t2
Tempo
Tempo
40
55
75
90
20
60
20
60
20
60
20
60
4,4
3,0
3,0
-0,44
-0,37
-0,32
3,9
2,9
2,6
-0,39
-0,38
-0,36
3,8
2,6
2,2
-0,37
-0,31
-0,27
3,3
2,5
2,2
-0,33
-0,31
-0,30
3,0
2,0
1,7
-0,23
-0,20
-0,17
2,6
2,0
1,8
-0,21
-0,20
-0,19
2,3
1,6
1,4
-0,10
-0,09
-0,08
2,1
1,6
1,4
-0,09
-0,09
-0,09
13
CP-160 RN 5
Dimetro
Relaxao normal
Limite de resistncia = 1600 MPa
Concreto protendido
2.2.2 Cordoalhas
Cordoalha de sete fios
Constituda de sete fios de mesmo dimetro nominal, encordoados, numa forma helicoidal, em torno
de um fio central
Cordoalha de dois e trs fios
Constituda de dois ou trs fios de mesmo dimetro nominal, encordoados numa forma helicoidal
Classificao (NBR 7482)
14
Relao tenso-deformao
p
f ptk
f pyk
f ptd
f pyd
Ep
yd
uk
uk = 50
pr (t , t o )
pi
Onde pr (t , t0 ) a perda de tenso por relaxao pura (com comprimento constante) desde o
instante t0 do estiramento da armadura at o instante t considerado, e pi a tenso na armadura
no instante de seu estiramento. Para pi variando entre 0,5 f ptk e 0,8 f ptk , pode-se adotar os valores
dados na Tabela 2.1.
15
pi
0,5 f ptk
0,6 f ptk
0,7 f ptk
0,8 f ptk
Cordoalhas
RN
0
3,5
7,0
12,0
Barras
Fios
RB
0
1,3
2,5
3,5
RN
0
2,5
5,0
8,5
RB
0
1,0
2,0
3,0
0
1,5
4,0
7,0
1000
0 ,15
A NBR 6118/2002 admite que para t = 18740 dias, tempo equivalente h um pouco mais
de 50 anos, que a relaxao atinja seu valor final, dado por:
( 450.000 ) =
450.000
= 1000
1000
0 ,15
16
REA APROX.
2
(mm )
REA MNIMA
2
(mm )
MASSA
APROX.
(kg/km)
CP 145RBL
9,0
63,6
62,9
500
1.450
145
1.310
131
6,0
CP 150RBL
8,0
50,3
49,6
394
1.500
150
1.350
135
6,0
CP 170RBE
7,0
38,5
37,9
302
1.700
170
1.530
153
5,0
CP 170RBL
7,0
38,5
37,9
302
1.700
170
1.530
153
5,0
CP 170RNE
7,0
38,5
37,9
302
1.700
170
1.450
145
5,0
CP 175RBE
CP 175RBE
CP 175RBE
4,0
5,0
6,0
12,6
19,6
28,3
12,3
19,2
27,8
99
154
222
1.750
1.750
1.750
175
175
175
1.580
1.580
1.580
158
158
158
5,0
5,0
5,0
CP 175RBL
CP 175RBL
5,0
6,0
19,6
28,3
19,2
27,8
154
222
1.750
1.750
175
175
1.580
1.580
158
158
5,0
5,0
CP 175RNE
CP 175RNE
CP 175RNE
4,0
5,0
6,0
12,6
19,6
28,3
12,3
19,2
27,8
99
154
222
1.750
1.750
1.750
175
175
175
1.490
1.490
1.490
149
149
149
5,0
5,0
5,0
FIOS
DIM REA
CORDOALHAS
REA
(MPa) ( kgf/mm2 )
(MPa)
( kgf/mm )
ALONG. APS
RUPTURA (%)
DIMETRO
NOMINAL (mm)
TENSO MNIMA
DE RUPTURA
MASSA
CARGA
TENSO MNIMA A
1% DE
ALONGAMENTO
2
MNIMA DE
1% DE
APS
RUPTURA
ALONGAMENTO
RUPT.
(mm)
(mm )
(mm )
(kg/km)
(kN)
(kgf)
(kN)
(kgf)
(%)
6,5
21,8
21,5
171
40,8
4.080
36,7
3.670
3,5
7,6
30,3
30,0
238
57,0
5.700
51,3
5.130
3,5
8,8
39,6
39,4
312
74,8
7.480
67,3
6.730
3,5
9,6
46,5
46,2
366
87,7
8.770
78,9
7.890
3,5
11,1
66,5
65,7
520
124,8 12.480
112,3
11.230
3,5
CORD CP 190 RB 7
6,4*
26,5
26,2
210
49,7
4.970
44,7
4.470
3,5
CORD CP 190 RB 7
7,9*
39,6
39,3
313
74,6
7.460
67,1
6.710
3,5
CORD CP 190 RB 7
9,5
55,5
54,8
441
104,3 10.430
93,9
9.390
3,5
CORD CP 190 RB 7
11,0
75,5
74,2
590
140,6 14.060
126,5
12.650
3,5
CORD CP 190 RB 7
12,7
101,4
98,7
792
187,3 18.730
168,6
16.860
3,5
CORD CP 190 RB 7
15,2
143,5
140,0
239,2
23.920
3,5
17
Captulo 3
HIPTESES BSICAS DE DIMENSIONAMENTO
3.1 Introduo
A anlise das tenses numa viga de concreto protendido feita admitindo-se as seguintes
hipteses:
1 - As sees planas permanecem planas
2 - A relao tenso-deformao dos materiais linear
3 - As propriedades das sees so baseadas na seo bruta de concreto
4 - As mudanas de tenses na armadura de protenso causadas por cargas
aplicadas so desprezveis
Conveno de sinais
Tenso: (+) trao; () compresso
Momento: (+) quando tracionar as fibras inferiores; () quando tracionar as fibras superiores
Distncia at o centro de gravidade da seo:
(+) abaixo da LN; () acima da LN
Fora de protenso: ()
Flexo reta
P Pey My
( y ) = +
+
A
I
I
Onde:
A = a seo bruta de concreto
I = momento de inrcia da seo bruta
P = fora de protenso
Flexo oblqua
P Pe x Pe y y M x y M y x
( x, y ) = + x +
+
+
A
Ix
Iy
Ix
Iy
Onde:
Mx e My so momentos causados por cargas aplicadas
Ix o momento de inrcia em torno do eixo x
Iy o momento de inrcia em torno do eixo y
cg
(y)
Ap
cg
ex
ey
Mx
Ap
y
My
EXEMPLO 3.1
Dada a viga abaixo, determinar as tenses na seo mais solicitada, nas seguintes situaes:
a) Considerando cabo reto centrado;
b) Considerando cabo reto excntrico;
c) Estimando em 15% as perdas de protenso;
18
q
h
b
C
max
= 15MPa(50% fck ) tenso mxima compresso permitida
I=
19
-7,5MPa
-13,75MPa
1,20m
6,25MPa
7,5MPa
13,75MPa
(q)
(g)
(total)
O objetivo protender a viga de modo a eliminar a tenso trativa no bordo inferior (limitada
em 3MPa).
a) 1 hiptese: considerando cabo reto centrado:
-13.75MPa
0.6m
0.6m
Para que se anulem as tenses de trao no bordo inferior, necessria uma tenso de
protenso (compressiva) de mesmo valor, que levar a uma fora de protenso P, calculada da
seguinte forma:
P
P = A P = 13750kN / m 2 1,2m 2 = 16500kN (1650t )
A
Combinao de tenses devidas g, q e P na seo mais solicitada:
P =
-6,25MPa
1 Fase
-13,75MPa
1,20m
6,25MPa
-13,75MPa
-20MPa
-7,5MPa
(parcial)
(parcial)
-7,5MPa
1,20m
-7,5MPa
(P)
(g)
2 Fase
-20MPa
-27,5MPa
7,5MPa
(q)
0
(total)
20
Nota-se que h excesso de tenso de compresso no bordo superior (27,5MPa), pois o limite
C
para tenses compressivas max
= 15MPa(50% fck ) , conforme dado no enunciado. Sugere-se
ento, baixar a posio do cabo, de modo a induzir uma excentricidade e em relao posio do
cg, na aplicao da fora de protenso P, calculada anteriormente.
b) 2 hiptese: considerando cabo reto excntrico:
0.6m
=
P
e=0.5m
P
M
0.1m
m
Onde:
M=momento que surge devido excentricidade e;
M=Pe
Conforme visto anteriormente, a tenso trativa no bordo inferior deve ser nula, portanto,
considerando-se o somatrio das tenses atuantes no bordo inferior, temos na seo mais solicitada:
i = 0
i = g +q +P +e
g +q + P +e = 0
1
424
3
i
P=
P Pe
+
=0
A Wi
1
e
+
A Wi
P =
1
0,5
+
1,20 0,24
compresso
Observa-se que a fora de protenso necessria, nesta hiptese (472t), bem menor que a
necessria na hiptese anterior (1650t), aproximadamente 29%.
Combinao de tenses devidas g, q e P na seo mais solicitada:
N Ne
4719 4719 0,5
+
=
+
= 5898,75kN / m 2 (5,9 MPa )
A W
1,20
0,24
N Ne
4719 4719 0,5
Pi =
=
= 13763,75kN / m 2 ( 13,8MPa )
A W
1,20
0,24
Ps =
21
O clculo das tenses feito em duas etapas: Na primeira etapa, denominada transferncia,
atuam g e P. Em seguida, na segunda etapa, atua q.
-6,25MPa
1 Fase
5,9MPa
1,20m
6,25MPa
-13,8MPa
-7,55MPa
(parcial)
(P)
(g)
-0,35MPa
2 Fase
-0,35MPa
-7,5MPa
-7,85MPa
1,20m
-7,55MPa
(parcial)
7,5MPa
(q)
-0,05MPa
(total)
C
max
= 15MPa(50% fck )
, foi respeitada, uma vez que
T
max
= 3MPa (10% fck ) , tambm foi
N Ne
4011 4011 0,5
+
=
+
= 5013,75kN / m 2 (5MPa )
A W
1,20
0,24
N Ne
4011 4011 0,5
Pi =
=
Ps =
22
-6,25MPa
1 Fase
5MPa
1,20m
6,25MPa
-11,7MPa
-5,45MPa
(parcial)
(P)
(g)
-1,25MPa
2 Fase
-1,25MPa
-7,5MPa
-8,75MPa
1,20m
-5,45MPa
(parcial)
7,5MPa
2,05MPa
(q)
(total)
Observamos que, mesmo estimando-se as perdas em 15% (valor adotado na prtica, maior
T
do que o que ocorrer na realidade), os limites de tenso trativa max = 3MPa (10% fck ) e
C
max
= 15MPa(50% fck )
compressiva
, foram respeitados pelas tenses finais atuantes,
respectivamente 2,05 MPa e 8,75MPa.
EXEMPLO 3.2
Dada a viga do exemplo anterior, determinar as tenses na seo do vo bem como na seo do
apoio, desprezando-se as perdas de protenso:
q=36kN/m
g=30kN/m
S
b
5,0m
R
20,0m
23
Rg =
1 Fase
5,9MPa
1,20m
4,7MPa
-13,8MPa
1,2MPa
-9,1MPa
(parcial)
(parcial)
-5,6MPa
1,20m
-9,1MPa
(P)
(g)
2 Fase
1,2MPa
-4,4MPa
5,6MPa
(q)
-3,5MPa
(total)
24
= 13763,75kN / m 2 ( 13,8MPa )
A W
1,20
0,24
Ps =
5,9MPa
1,20m
-13,8MPa
Observa-se que as sees de apoio ultrapassam os limites admissveis fixados para trao,
Sugere-se ento, subir o cabo nos apoios, de modo a reduzir a excentricidade e, principal
causa da tenso de trao.
De forma sistemtica, delimitado um nmero finito de sees, entende-se que o traado ideal
do cabo de protenso, aquele que apresenta a mxima excentricidade no meio do vo, e mnima ou
nula nos apoios.
A forma que melhor representa este princpio a forma parablica, conforme ser mostrado
no exemplo 4.3, a seguir.
Um resumo das tenses nas trs sees analisadas ( do vo, do vo e apoio),
desprezando-se as perdas, o seguinte:
Seo
do vo
do vo
apoio
Bordo
(MPa )
(MPa )
s
i
s
i
s
i
g+P
-0,35
-7,55
1,2
-9,1
5,9
-13,8
g+P+q
-7,85
-0,05
-4,4
-3,5
5,9
-13,8
25
EXEMPLO 3.3
Considere a viga em concreto protendido da Figura 1, de seo transversal trapezoidal bem como as
notas de tcnicas de projeto, e resolva as questes 1 a 7 a seguir:
Notas tcnicas:
Viga Bi-apoiada de 20m de vo livre, submetida a carregamento permanente g=12kN/m e
carga acidental q=24kN/m;
3
O concreto adotado possui fck=35MPa e =25kN/m ;
Utilizar cabos compostos por cordoalhas de 712,5mm;
Adotar cordoalha CP 190 RB 7 x 12,5 (a 1% de alongamento).
yi(cm)
80
60
-
Ai(cm2)
2(120*10/2)=120
0
20*120=2400
3600
yiAi(cm3)
96000
144000
240000
240000
= 67cm
3600
A = Ai = 3600cm 2 = 0,36m 2
yi =
26
10 120 3 10 120
20 120 3
I = 2
+
13 2 +
+ 2400 7 2 = 4160004cm 4
2
36
12
4
I = 0,0416m
0,0416
0,0416
= 0,062m 3 ;Ws =
= 0,078m 3
0,67
0,53
pp = 0,36 25 pp = 9kN / m
Wi =
Utilizando-se as frmulas dos anexos dos livros de Resistncia dos Materiais, para seo trapezoidal
temos:
A=
I=
h 3 a 2 + 4ab + b 2
1,2 3 0,2 2 + 4 0,2 0,4 + 0,4 2
=
= 0,0416m 4
36(a + b )
36(0,2 + 0,4 )
2
2
h(2a + b ) 1,2(2 0,2 + 0,4 )
ys =
=
= 0,53m
3(a + b )
3(0,2 + 0,4 )
Onde:
a = base menor do trapzio;
b = base maior do trapzio;
h = altura do trapzio.
b) Determine os momentos fletores mximos devidos a pp, g e q na seo 6;
ppL2 9 20 2
M pp =
=
= 450kNm
8
8
gL2 12 20 2
Mg =
=
= 600kNm
8
8
qL2 24 20 2
Mq =
=
= 1200kNm
8
8
c) Determine as tenses mximas devidas a pp, g e q na seo 6;
M pp 0,450
=
= 7,3MPa
ipp =
Wi
0,062
s
pp
=
M pp
Ws
0,450
= 5,8MPa
0,078
gi =
Mg
gs =
Mg
qi =
Mq
qs =
Mq
Wi
Ws
Wi
Ws
0,600
= 9,7 MPa
0,062
0,600
= 7,7 MPa
0,078
1,2
= 19,4 MPa
0,062
1,2
= 15,4 MPa
0,078
27
2 25 + 2 20
= 22,5cm
4
e = y i r = 0,667 0,225 = 0,442m
r=
36,4
P = 3,674MN = 3674kN (compresso )
1
e
1
0,442
+
+
A Wi
0,36 0,062
Determinao da quantidade mnima de cordoalhas necessria:
Nc = 0,82(168,6) = 138,25kN
o
N de cordoalhas necessrias = 3674 / 138 = 27,27 cordoalhas
Em quatro cabos, distribudas simetricamente, teremos, 28 cordoalhas.
Adotados 4 cabos com 7 cordoalhas CP 190 RB 7 x 12,5.
P=
P =
2
2
2
24 20((3 1) 2,00 ) 24((3 1) 2,00 )
S3
Mq =
M Sn =
28
f) Determine a tenso mxima de trao na face inferior na seo 2, devido exclusivamente ao pp;
2
ppL((S n 1)l ) pp ((S n 1)l )
M Sn =
2
2
2
9 20((2 1) 2,00 ) 9((2 1) 2,00 )
S2
M pp =
= 180 18 = 162kNm
2
2
S2
M pp
0,162
i ,2
pp =
=
= 2,6MPa
Wi
0,062
g) Sabendo-se que as excentricidades dos cabos de protenso na seo 4 so as mostradas na Figura
2, verifique se a mesma atende ou falha na 1 fase (pp+Protenso); Considerar 8% de perdas na
seo 4.
S4
M pp
=
ipp, 4
s,4
pp
=
S4
M pp
Ws
0,378
= 4,9MPa
0,078
Protenso:
50 + 46 + 39 + 26
emed =
= 40,25cm
4
92% P = 0,92 3674 = 3380kN
M P = 3380 0,4025 = 1360,5kNm
3380 1360,5
kN
Pi , 4 =
Ps , 4
s,4
pp
+ P = 4,9 + 8,1 = 3,2 MPa
29
30
Captulo 4
PROJETO DE UMA VIGA PROTENDIDA
Algumas consideraes so feitas levando-se a definio de questes de ordem prtica, tais como:
4.2 Pr Dimensionamento:
Conforme visto anteriormente, devido ao fato de a viga protendida possuir compresso tanto
no bordo inferior quanto no superior, a geometria mais adequada para absoro destas tenses,
com mesa de compresso tanto no bordo superior, quanto no bordo inferior (porm, no to grande
quanto no bordo superior), com seo em I.
4.2.1 Mdulo resistente elstico necessrio
Como critrio de Pr-dimensionamento, pode-se adotar a seguinte expresso:
M
nec
Wi
, onde:
2
fck Perdas
3
Wi nec Mdulo resistente elstico necessrio da seo, na regio abaixo da linha neutra;
M Soma dos momentos devidos a sobrecargas.
fck
Resistncia caracterstica a compresso do concreto a ser utilizado;
Perdas Valor estimado para perdas de tenso de protenso (estimadas inicialmente em 2MPa).
qL2 (8 + 20 )26,0 2
=
= 2366kNm(2,366 MNm )
8
8
M
2,366
=
2
2
fck Perdas
26 2
3
3
0,15m 3
M =
Wi
nec
Wi
nec
Neste exemplo, ser adotada inicialmente, a seo I padro, com as seguintes caractersticas:
Esta seo dever ter as todas as suas propriedades geomtricas determinadas, a saber:
4.2.2 Determinao das propriedades geomtricas da seo transversal:
yn (cm)
117.5
108.3
65.0
23.3
10.0
1
2
3
4
5
yi =
An (cm2)
1650.0
237.5
1350.0
225.0
1200.0
4662.50
y A
A
n
ynAn (cm3)
193875.0
25729.2
87750.0
5250.0
12000.0
324604.17
324604,17
= 70cm
4662,50
31
32
110 15 3
47,5 5 3
15 90 3
2
2
2
I =
+ 1650(47,5) + 2
+ 118,75(38,33) +
+ 1350(5) +
12
36
12
22,5 10 3
60 20 3
2
2
+ 2
+ 112,5(46,67 ) +
+ 1200(60 ) = 9899332,22cm 4 0,10m 4
36
12
9899332,22
= 141419,03m 3 0,14m 3
70
9899332,22
Ws =
= 179987,86m 3 0,18m 3
55
Wi =
yn (cm)
115.0
103.3
67.5
35.0
15.0
A (m2)
yi (m)
ys (m)
I (m4)
Wi (m3)
Ws (m3)
0.61
0.66
0.59
0.12
0.19
0.21
An (cm2)
2200.0
237.5
1125.0
412.5
2100.0
6075.00
ynAn (cm3)
253000.0
24541.7
75937.5
14437.5
31500.0
399416.67
33
i =
M
M
; s =
Wi
Ws
ipp =
gi =
qi =
M pp
Wi
Mg
Wi
Mq
Wi
1,283
= 6,89 MPa
0,19
s
pp
=
0,676
= 3,63MPa
0,19
gs =
1,690
= 9,07 MPa
0,19
qs =
M pp
Ws
Mg
Ws
Mq
Ws
1,283
= 6,21MPa
0,21
0,676
= 3,27 MPa
0,21
1,690
= 8,18MPa
0,21
pp
g
q
Tenses (MPa)
i
s
6.89
6.21
3.63
3.27
9.07
8.18
19.59
17.65
P=
1
e
+
A Wi
P =
19,59
P = 4,223MN = 4223kN (compresso )
1
0,56
+
0,61 0,19
34
r=
3 8 + 2 13
= 10cm
5
4.3.5 Determinao dos momentos solicitantes e tenses mximas nos bordos extremos de
cada seo:
Para que se possa fazer a anlise de tenses, necessrio que se subdivida a viga em sees,
de modo a se determinar o momento mximo devido a cada tipo de carregamento isolado, em
cada seo.
Assim sendo, dividindo-se o vo da viga em 10 (dez) partes iguais, e tirando proveito da
simetria da viga, temos a seguinte distribuio por seo:
l=
L 26,0
=
= 2,60m
n
10
qL
x
x qx
2
2
2
qLx qx
MS =
2
2
MS =
35
2
2
Assim sendo, o momento na seo 4, devido g (8kN/m), ser:
2
Sn
M gS4 =
1
0
0
0
0
2
2.6
462
243
608
3
4
5
6
5.2
7.8 10.4
13
821 1078 1232 1283
433 568 649 676
1082 1420 1622 1690
1400
M (kNm)
1690
1622
1600
1200
1082
1000
1232
1283
649
676
1078
821
800
400
608
462
200
243
600
568
433
0
0
2.6
5.2
7.8
10.4
13
L (m)
pp
Como conseqncia, pode-se determinar as tenses nos bordos superior e inferior de cada
seo, para cada solicitao.
Por exemplo, consideremos a determinao da tenso no bordo superior da seo 4 devido
g:
M gS 4 0,568
gs , 4 =
=
= 2,70 MPa
Ws
0,21
Automatizando o processo, pode-se facilmente preencher a tabela a seguir, com o valor das
tenses em ambas as extremidades, para cada seo, devido a todos os carregamentos atuantes
possveis:
pp
g
Q
1
i
0.0
0.0
0.0
s
0.0
0.0
0.0
2
i
2.5
1.3
3.3
s
-2.2
-1.2
-2.9
3
i
4.4
2.3
5.8
s
-4.0
-2.1
-5.2
4
i
5.8
3.0
7.6
s
-5.2
-2.7
-6.9
5
i
6.6
3.5
8.7
s
-6.0
-3.1
-7.8
6
i
6.9
3.6
9.1
s
-6.2
-3.3
-8.2
36
37
Onde:
x
0
38
Seo/Cabo
1
2
3
4
5
c1
20+25+25+20+14=104
16+19+21+18+34=108
13+17+15+14+56=115
5+9+14+11+76=115
3+8+8+98=117
c2
25+25+20+14=84
19+21+18+34=92
17+15+14+56=102
9+14+11+76=110
3+8+8+98=117
c3
25+20+14=59
21+18+34=73
15+14+56=85
14+11+76=101
8+8+98=114
c4
20+14=34
18+34=52
14+56=70
11+76=87
8+98=106
c5
14
34
56
76
98
e Mdia
59
72
86
98
110
5+112=117
5+112=117
5+112=117
112
112
115
39
Por exemplo, vamos calcular o ngulo de inclinao do cabo equivalente em todas as sees:
e2 e1 72 59
=
= 0,050 1 = a tan 1 = 2,86 0
260
260
e3 e2 86 72
=
=
= 0,054 2 = a tan 2 = 3,08 0
260
260
e4 e3 98 86
=
=
= 0,046 3 = a tan 3 = 2,64 0
260
260
e5 e4 110 98
=
=
= 0,046 4 = a tan 4 = 2,64 0
260
260
e6 e5 115 110
=
=
= 0,019 5 = a tan 5 = 1,10 0
260
260
= 0 (seo de simetria)
tg 1 =
tg 2
tg 3
tg 4
tg 5
tg 6
Equivalem mdia entre a inclinao do cabo na chegada e na sada de uma determinada seo:
med1 = 2,86 0 ;
3,08 0 + 2,64 0
= 2,86 0 ;
2
2,64 0 + 1,10 0
=
= 1,87 0 ;
2
2,86 0 + 3,08 0
= 2,96 0 ;
2
0
2,64 + 2,64 0
=
= 2,64 0 ;
2
med 2 =
med 3 =
med 4
med 5
40
em cada seo:
= 2,86 2,86 = 0
= 2,86 2,86 = 0
= med 1 medn
2
4
6
e md.
(cm)
59
72
86
98
110
115
(o)
2.86
3.08
2.64
2.64
1.10
-1.10
md.
(o)
2.86
2.97
2.86
2.64
1.87
0.00
L (m)
(o)
0.0
2.6
5.2
7.8
10.4
13.0
0.00
0.11
0.00
0.22
0.99
2.86
(+l)
rad
0.000
0.007
0.014
0.021
0.032
0.047
x (MPa)
1475
1464
1455
1444
1429
1408
41
= 7mm
= 12,5mm
Fio
Cordoalha
= 5mm
= 6mm ou = 5mm (cunha cravada com macaco)
As perdas por cravao podem ser quantificadas igualando-se a energia de retorno das
cordoalhas at serem bloqueadas pelas cunhas ( E a ) com a energia de atrito atuante em sentido
contrrio no interior do cabo, devido acomodao.
U=
Ea
, onde E a o mdulo de elasticidade da cordoalha (195GPa)
2
No exemplo em questo, temos o seguinte grfico, para perda de tenso por unidade de
comprimento, devida ao atrito:
Energia consumida nas perdas por atrito
x (MPa)
1500
1480
1460
1440
1420
1400
1380
1360
1475
1464
1408
0,0
1455
1408
2,6
Tenso S6
1444
1408
1408
5,2
7,8
1429
1408
10,4
1408
13,0
L (m)
Observa-se que a funo que descreve a perda de energia em cada seo devida ao atrito,
uma funo aproximadamente linear da posio da seo ao longo do vo da viga (comprimento).
Pode-se, portanto, calculando as reas acumuladas para cada trecho, obter-se o valor da perda de
energia por unidade de comprimento ( n ) para cada trecho, da seguinte forma:
n = n 1 +
42
( ) (
E a 195 10 6 5 10 3
=
= 4875000kN / m
2
2
U 5 487500 513500
=
=
= 2000kPa( 2 MPa )
5l
5 2,60
= x 6 = 1406 2 = 1404 MPa
U=
A perda por cravao dada ento por: n = ( xn ) . Para cada seo temos:
(kN/m)
Seo
S1-S2
S1-S3
S1-S4
S1-S5
S1-S6
13955
50079
123411
256562
505392
1
2
3
4
5
6
P.Crav.
(MPa)
1343
1354
1363
1375
1389
1411
43
P.Crav. (MPa)
1475
1464
1455
1409
1409
1409
1354
1363
1343
1444
1409
1375
1429
1409
1389
1408
1300
1250
0,0
2,6
5,2
7,8
10,4
13,0
L (m)
n 1
, onde c = c , a n = n an , e ainda:
2n
Ec
(1,27 )2
4
de cada cordoalha devido sua forma irregular. A seguir, temos a obteno da perda de protenso
devida deformao imediata do concreto, para cada seo.
Para facilitar a visualizao, foram recuperados valores j determinados anteriormente, tais
como, os momentos fletores seccionais devidos carga de peso prprio, as excentricidades mdias
44
1
0
2
462
3
821
Seo
e md.
(cm)
59
72
86
98
110
115
1
2
3
4
5
6
A (m2)
yi (m)
ys (m)
I (m4)
Wi (m3)
Ws (m3)
4
5
6
1078 1232 1283
0.61
0.66
0.59
0.12
0.19
0.21
Considerando-se que o fck do concreto pode ainda no ter sido alcanado em sua plenitude
aos 28 dias, devido infinita gama de tipos de cimentos utilizados, considerar-se-, de forma
conservadora um fck de 24MPa. Portanto,
E c 28 = 5600 f ck (MPa ) = 5600 24 = 27434 MPa ;
Seo 1:
M 1pp = 0
1
1
M Total
= M 1pp N 1e1 M Total
= 0 + 4666 0 = 0
1
N 1 M pp
4666
0
c =
+
e1 =
7,7
= 2,80 10 4 (encurtamento )
c = c =
Ec 27434
n 1
5 1
a1 = c E a
= 2,80 10 4 195000
= 21,9 MPa
2n
25
a 1 = 1 a1 = 1333 21,9 = 1311,1MPa
Seo 2:
e2 = emed 2 y s = 72 59 = 13cm
2
M pp
= 462kNm
2
2
2
M Total
= M pp
N 2 e2 M Total
= 462 4704 0,13 = 150kNm
2
N 2 M pp
4704 150
+
e2 =
7,9
= 2,88 10 4 (encurtamento )
c = c =
Ec 27434
n 1
5 1
a1 = c E a
= 2,88 10 4 195000
= 22,5MPa
2n
25
a 2 = 2 a 2 = 1344 23,3 = 1320,7 MPa
c =
Seo 3:
M 3pp = 821kNm
3
3
M Total
= M 3pp N 3 e3 M Total
= 821 4739 0,27 = 459kNm
3
N 3 M Total
4739 459
c =
+
e4 =
8,8
= 3,20 10 4 (encurtamento )
c = c =
Ec 27434
n 1
5 1
a 3 = c E a
= 3,20(10 4 )195000
= 25,0 MPa
2n
25
a 3 = 3 a 3 = 1354 25,0 = 1329,0MPa
Seo 4:
10,4
= 3,79 10 4 (encurtamento )
c = c =
Ec 27434
45
46
n 1
5 1
= 3,79 10 4 195000
= 29,6 MPa
2n
25
= 4 a 4 = 1366 29,6 = 1336,4 MPa
a 4 = c E a
a4
Seo 5:
M 5pp = 1232kNm
5
5
M Total
= M 5pp N 5 e5 M Total
= 1232 4834 0,51 = 1233kNm
5
N 5 M Total
4834 1233
c =
+
e5 =
13,16
= 4,80 10 4 (encurtamento )
c = c =
Ec
27434
n 1
5 1
a 5 = c E a
= 4,80(10 4 )195000
= 37,4 MPa
2n
25
a 5 = 5 a 5 = 1381 37,4 = 1343,6MPa
Seo 6:
14,88
= 5,42 10 4 (encurtamento )
c = c =
Ec
27434
n 1
5 1
a 6 = c E a
= 5,42(10 4 )195000
= 42,3MPa
2n
25
a 6 = 6 a 6 = 1402 42,3 = 1359,7 MPa
N (kN)
4743
4772
4796
4828
4871
4938
e (cm)
0
13
27
39
51
56
M pp
0
462
821
1078
1232
1283
M (kNm)
12
-146
-462
-793
-1240
-1469
c (MPa)
-8
-8
-9
-10
-13
-15
a (MPa)
-22
-23
-25
-30
-37
-42
a (MPa)
1333
1341
1345
1350
1354
1369
Calc. Man.
1311
1321
1329
1336
1344
1360
47
f =
c
Ec 28
(t ,t 0 )
bn = fn E a
Onde:
E c 28 Mdulo de elasticidade na idade de 28 dias (Ec 28 = 27434 MPa ) , conforme caso anterior;
(t ,t 0 ) Coeficiente de fluncia.
(t , t 0 ) = K c K d K b K e K t
Onde:
Kc
Kd
Kb
Ke
Kt
Entretanto, em casos onde no necessria grande preciso, podem-se obter os valores finais
do coeficiente de fluncia, a partir da tabela 8.1 da NBR 6118:2003, como funo da umidade
2A
ambiente (considerada 75% neste exemplo) e da espessura fictcia da viga
, onde A, a rea
u
da seo transversal e u o permetro da seo em contato com o ar. No exemplo em questo,
temos:
2 A 2 0,61
= 0,22m = 22,26cm . Entrando-se com estes valores na tabela 8.1, obtemos os
=
u 5,48
seguintes valores, para 30 dias:
(t , t 0 ) = 2,0
cs (t , t 0 ) = 0,20 0 00 = 0,00020 (deformao especfica de retrao)
A deformao especfica de retrao ser utilizada para clculo das perdas por retrao
conforme ser visto a diante.
Incentiva-se tambm, a utilizao do programa Reolog para obteno precisa das
informaes anteriormente descritas, como por exemplo, mostrado a seguir:
48
(t , t 0 ) = 2,012
cs (t , t 0 ) = 1,83651(10 4 ) = 0,000183651 = 0,18 0 00 (deformao especfica devida retrao do
concreto)
Observa-se que os valores obtidos a partir da utilizao da tabela 8.1 da NBR6118: 2003
apresentam-se como uma boa aproximao dos valores analticos obtidos pela utilizao do
programa Reolog.
Desta forma tem-se, para a determinao das tenses devidas deformao lenta do concreto
em cada seo, um clculo semelhante ao da determino das tenses devidas deformao
imediata do mesmo. Entretanto, deve-se ressaltar que, quando da deformao imediata, os nicos
carregamentos que flexionam as sees so o peso prprio da viga e, obviamente a protenso e sua
n
n
excentricidade ( M Total
= M pp
N n en ). Quando da considerao da perda devida retrao,
devemos prever que os demais carregamentos (g e q) j estejam atuantes, e ainda, por se opor
protenso, o carregamento acidental (q) deve ser desconsiderado, uma vez que, devido sua prpria
natureza, pode no estar ocorrendo. Esta condio pode ser considerada portanto, favorvel
segurana.
Nestes termos, quado da considerao das perdas por deformao lenta do concreto, temos o
momento fletor total calculado da seguinte forma:
n
n
M Total
= M pp
+ M gn N n en
E ainda, poderemos considerar que, certamente o concreto j ter atingido a sua resistncia
final, podendo seu mdulo de elasticidade ser obtido conforme preconiza a NBR 6118:2003, ou
seja:
E c 28 = 5600 f ck (MPa ) = 5600 26 = 28555MPa
Seo 1:
1
Total
= M
1
pp
+M
1
g
) N e M
1 1
1
Total
= (0 + 0) 4589 0 = 0
1
N 1 M Total
4589 (0 + 0)
+
e1 =
+
0 = 7522kPa = 7,5MPa
A
I
0,61
0,12
7,5
f = c (t , t 0 ) =
2,012 = 5,52 10 4 (encurtamento )
Ec
28555
c =
Seo 2:
N 2 = a 2 nAa = 1320,7 5 7(10 4 ) = 4,6 MN = 4623kN
2
2
2
M Total
= M pp
+ M g2 N 2 e2 M Total
= (462 + 243) 4623 0,13 = 104,01
2
N 2 M Total
4623 104,01
+
e2 =
+
0,13 = 7466kPa = 7,5MPa
A
I
0,61
0,12
7,5
f = c (t , t 0 ) =
2,012 = 5,28 10 4 (encurtamento )
Ec
28555
c =
Seo 3:
N 3 = a 3 nAa = 1 329,0 5 7(10 4 ) = 4,6 MN = 4652kN
3
3
3
M Total
= M pp
+ M g3 N 3 e3 M Total
= (821 + 433) 4652 0,27 = 2,04
3
3
N 3 M pp + M g
4652 2,04
c =
+
e3 =
7,6
f = c (t , t 0 ) =
2,012 = 5,37 10 4 (encurtamento )
Ec
28555
49
50
Seo 4:
4
Total
= M
4
pp
+M
4
g
) N e
4 4
4
Total
4
N 4 M Total
4677 178,03
+
e4 =
8,2
f = c (t , t 0 ) =
2,012 = 5,81 10 4 (encurtamento )
Ec
28555
c =
Seo 5:
N 5 = a 5 nAa = 1343,6 5 7(10 4 ) = 4,7 MN = 4703kN
5
5
5
M Total
= M pp
+ M g5 N 5 e5 M Total
= (1232 + 649) 4703 0,51 = 517,53
5
N 5 M Total
4703 517,53
+
e5 =
9,9
f = c (t , t 0 ) =
2,012 = 6,98 10 4 (encurtamento )
Ec
28555
c =
Seo 6:
N 6 = a 6 nAa = 1359,7 5 7(10 4 ) = 4,8MN = 4759kN
6
6
6
M Total
= M pp
+ M g6 N 6 e6 M Total
= (1283 + 676) 4759 0,56 = 706,04
6
N 6 M Total
4759 706,04
+
e6 =
11,1
f = c (t , t 0 ) =
2,012 = 7,82 10 4 (encurtamento )
Ec
28555
c =
51
Seo
1
2
3
4
5
6
Mpp+g
(kNm)
0
705
1254
1646
1881
1959
N (kN)
4665
4692
4707
4723
4740
4790
e (m)
0,00
0,13
0,27
0,39
0,51
0,56
M
(kNm)
12
107
-5
-184
-524
-711
c
(MPa)
-7,7
-7,6
-7,8
-8,4
-10,0
-11,1
(%o)
-0,000564
-0,000559
-0,000570
-0,000614
-0,000733
-0,000817
b
(MPa)
-110
-109
-111
-120
-143
-159
b
(MPa)
1223
1232
1234
1230
1211
1209
Calc.
Man.
1204
1218
1224
1223
1207
1207
52
Total de
perdas
lentas de
tenso
(MPa)
203,4
198,8
200,5
209,1
232,0
248,3
Total de
Perdas de
tenso
(MPa)
1107,7
1121,9
1128,5
1127,3
1111,6
1111,4
Obtido o total de perdas de tenso em cada seo, podem-se obter os valores das foras de
protenso reais necessrias em cada seo. Para tanto, basta multiplicar a tenso em cada seo aps
as perdas imediatas, pela rea total da seo dos cabos.
Conforme visto anteriormente, a rea de um cabo com 7 cordoalhas de :
(1,27 )2
Aa = 0,8 7
= 7cm 2 .
4
Portanto, para 5 cabos a rea de 5 7 = 35cm 2 . Pode-se ento, apresentar a tabela de
perdas de tenso obtida automaticamente pela planilha eletrnica, contabilizando-se a fora de
protenso necessria em cada seo, considerando-se o somatrio das perdas. Pode-se observar
ainda, o percentual de perdas de protenso em cada seo, lembrando-se que a fora de protenso
aplicada, foi de 4223kN:
Seo
1
2
3
4
5
6
(MPa)
per.imed.
1333
1341
1345
1350
1354
1369
(MPa)
per.lent.
-206
-205
-207
-216
-239
-255
(MPa)
per. final
1127
1136
1138
1134
1116
1113
N (kN)
per.imed.
4665
4692
4707
4723
4740
4790
N (kN)
per.lent.
-720
-717
-724
-754
-835
-893
N (kN)
final
3945
3975
3983
3969
3904
3897
Perdas
(%)
6,6
5,9
5,7
6,0
7,6
7,7
Os valores das tenses devidas ao da protenso podem ser obtidos atravs da frmula de
determinao de tenses normais, devidas flexo composta (flexo compresso ou flexo trao,
conforme o caso), apresentada anteriormente.
i =
N Ne
A Wi
N Ne
= +
A Ws
s
Onde:
i = +
N Ne
+
A Wi
s = +
N Ne
A Ws
53
0.61
0.66
0.59
0.12
0.19
0.21
i
(MPa)
-7,6
-10,9
-14,5
-17,6
-20,7
-22,2
e (m)
0,00
0,13
0,27
0,39
0,51
0,56
s
(MPa)
-7,7
-4,8
-1,7
1,1
3,8
5,0
i
(MPa)
1,2
1,7
2,2
2,8
3,7
4,1
s
(MPa)
1,2
0,7
0,3
-0,2
-0,7
-0,9
Finalmente, pode-se observar o quadro final de tenses, no qual devemos observar sempre as
seguintes condies:
Bordo inferior de cada seo:
C
max
= 17,3MPa(2 / 3 fck )
T
max
= 2,6 MPa(10% fck )
Seo
1
Tenso
(MPa)
p
i
p
s
p
i
p
s
p
i
p
s
p
i
p
s
p
i
p
s
p
i
p
s
T
max
= 2,6 MPa(10% fck )
pp
0,0
0,0
2,5
-2,2
4,4
-4,0
5,8
-5,2
6,6
-6,0
6,9
-6,2
-
prot i
-7,6
-7,6
-7,7
-7,7
-10,9
-8,5
-4,8
-7,1
-14,5
-10,1
-1,7
-5,6
-17,6
-11,8
1,1
-4,1
-20,7
-14,1
3,8
-2,1
-22,2
-15,3
5,0
-1,2
g
0,0
-7,6
0,0
-7,7
1,3
-7,1
-1,2
-8,2
2,3
-7,8
-2,1
-7,7
3,0
-8,8
-2,7
-6,9
3,5
-10,6
-3,1
-5,3
3,6
-11,7
-3,3
-4,4
perdas
1,2
-6,4
1,2
-6,5
1,7
-5,5
0,7
-7,5
2,2
-5,5
0,3
-7,5
2,8
-6,0
-0,2
-7,1
3,7
-7,0
-0,7
-5,9
4,1
-7,6
-0,9
-5,4
q
0,0
-6,4
0,0
-6,5
3,3
-2,2
-2,9
-10,4
5,8
0,3
-5,2
-12,7
7,6
1,7
-6,9
-13,9
8,7
1,7
-7,8
-13,8
9,1
1,5
-8,2
-13,6
54
Nas clulas em amarelo, observamos as tenses finais no bordo inferior de cada seo, cuja
etapa crtica o fim da primeira fase, quando j atuaram as tenses devidas ao peso prprio (pp) e
tenses devidas a protenso j computadas as perdas imediatas inerentes mesma (prot i). Esta
observao deve ser direcionada para o critrio que no venha a permitir tenses superiores 2/3 do
fck (18,7MPa), aps a superposio dos efeitos dos dois carregamentos. Podemos observar que este
limite no foi excedido (a compresso mxima ocorreu no bordo inferior da S6, 15,3MPa), bem
como no houve trao em nenhum bordo de qualquer uma das sees analisadas.
Nas clulas em verde, observamos as tenses finais no bordo superior de cada seo aps a
atuao, nesta ordem, da sobrecarga permanente (g), perdas lentas de protenso (perdas) e
sobrecarga acidental (q). Nesta etapa (que representa a etapa final do somatrio de tenses), no
devem ser permitidas tenses de compresso superiores do fck (ou 50% do fck), nem tampouco
trao superior a 10% do fck. Pode-se observar, que as maiores tenses de trao apresentaram o
valor de 1,7MPa nos bordos inferiores das sees 4 e 5, portanto, inferiores a 10% do fck (2,6MPa).
No entanto os bordos superiores das sees 4, 5 e 6, ultrapassaram (mesmo que por pouco) o limite
de 50% do fck para tenses compressivas (13MPa). Isto siginifica que deve haver o
redimensionamento da viga.
Devido ao fato do valor limite ter sido superado por muito pouco, resolve-se este problema,
aumentado estes limites. Para tanto, basta aumentar-se o valor do fck do concreto da viga de 26 para
28MPa. A planilha Excel Protendido.xls formatada condicionalmente para chamar a ateno dos
limites ultrapassados, plotando os valores das tenses excessivas em vermelho.
Caso os valores limite tenham sido ultrapassados em muito de modo a ter-se que aumentar o
fck em mais de 20% do seu valor para a soluo do problema, recomendado que:
1. As dimenses da seo sejam revisadas, inicialmente tentando preservar a altura total
de modo a se aproveitar o traado dos cabos;
2. Caso a alternativa proposta em (1), no surta efeitos significativos, deve-se aumentar
as dimenses verticais da viga (que implicam na mudana das excentricidades e
portanto em um novo traado de cabos), ou simplesmente, alterar os traado do
cabeamento de protenso com a determinao de novas excentricidades individuais
e, consequentemente, de novas excentricidades para o cabo equivalente.
Entretanto, em um caso prtico, todas alternativas anteriormente descritas devem ser
discutidas com o cliente e com o executor da protenso.
55
T
max
= 2,8MPa(10% fck )
Seo
1
T
max
= 2,8MPa(10% fck )
Tenso
(MPa)
p
i
p
s
p
i
p
s
p
i
p
s
p
i
p
s
p
i
p
s
p
i
p
s
pp
0,0
0,0
2,5
-2,2
4,4
-4,0
5,8
-5,2
6,6
-6,0
6,9
-6,2
-
prot i
-7,6
-7,6
-7,7
-7,7
-10,9
-8,5
-4,8
-7,1
-14,5
-10,1
-1,7
-5,6
-17,6
-11,8
1,1
-4,1
-20,7
-14,1
3,8
-2,1
-22,2
-15,4
5,0
-1,2
g
0,0
-7,6
0,0
-7,7
1,3
-7,2
-1,2
-8,2
2,3
-7,8
-2,1
-7,7
3,0
-8,8
-2,7
-6,9
3,5
-10,6
-3,1
-5,3
3,6
-11,7
-3,3
-4,4
perdas
1,2
-6,5
1,2
-6,6
1,6
-5,5
0,7
-7,5
2,2
-5,6
0,3
-7,5
2,8
-6,0
-0,2
-7,1
3,6
-7,1
-0,7
-5,9
4,1
-7,7
-0,9
-5,4
q
0,0
-6,5
0,0
-6,6
3,3
-2,2
-2,9
-10,5
5,8
0,2
-5,2
-12,7
7,6
1,6
-6,9
-13,9
8,7
1,6
-7,8
-13,8
9,1
1,4
-8,2
-13,5
56
Q
pp
g
q
Total
Vmax (kN)
197
104
260
561
Observando o desenho, podemos obter (ou calcular analiticamente), os ngulos de sada dos
cabos na seo do apoio, onde ocorrem estes momentos mximos, conforme mostrado na figura a
seguir:
med =
(4,4
Fora de trao mdia nos cabos na S1, aps todas as perdas: NP = 3908kN
Cortante de protenso:
V P = N P sen med = 3908 sen 2,8 0 = 193,6
Cortante para clculo da armao de estribos:
V = Vmx V P = 561 193,6 = 368kN (34% de reduo)
O clculo da armadura de estribos feito exatamente como em uma viga de concreto armado.