Este documento fornece instruções sobre como construir bons argumentos filosóficos. Primeiro, explica que um argumento deve ter uma conclusão clara e premissas que a sustentam. Em seguida, discute como organizar argumentos curtos de forma clara e como avaliar a validade de um argumento considerando a verdade de suas premissas e se a conclusão realmente se segue delas. Por fim, diferencia entre argumentos dedutivos, indutivos e por analogia.
Este documento fornece instruções sobre como construir bons argumentos filosóficos. Primeiro, explica que um argumento deve ter uma conclusão clara e premissas que a sustentam. Em seguida, discute como organizar argumentos curtos de forma clara e como avaliar a validade de um argumento considerando a verdade de suas premissas e se a conclusão realmente se segue delas. Por fim, diferencia entre argumentos dedutivos, indutivos e por analogia.
Este documento fornece instruções sobre como construir bons argumentos filosóficos. Primeiro, explica que um argumento deve ter uma conclusão clara e premissas que a sustentam. Em seguida, discute como organizar argumentos curtos de forma clara e como avaliar a validade de um argumento considerando a verdade de suas premissas e se a conclusão realmente se segue delas. Por fim, diferencia entre argumentos dedutivos, indutivos e por analogia.
Este documento fornece instruções sobre como construir bons argumentos filosóficos. Primeiro, explica que um argumento deve ter uma conclusão clara e premissas que a sustentam. Em seguida, discute como organizar argumentos curtos de forma clara e como avaliar a validade de um argumento considerando a verdade de suas premissas e se a conclusão realmente se segue delas. Por fim, diferencia entre argumentos dedutivos, indutivos e por analogia.
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Filosofia 10
Doc.08
Como construir bons argumentos?
1 regra: o primeiro passo para redigirmos um argumento perguntarmos: o que desejamos provar? Qual a concluso? preciso no esquecer que a concluso a afirmao para a qual estamos a fornecer razes. As afirmaes que fornecem razes chamam-se premissas. Estas reconhecem- se num texto, a partir de expresses como: pois, dado que, visto que, j que, porque, entre outras. No entanto, nem sempre estes indicadores podem estar presentes de uma forma explcita, pelo que, o trabalho interpretativo no de forma alguma simples. 2 regra: Os argumentos curtos escrevem-se normalmente em um ou dois pargrafos. Coloque a concluso primeiro, seguida das suas razes, ou apresente as suas premissas primeiro e retire a concluso no fim. Em qualquer dos casos, apresente as suas ideias pela ordem que mais naturalmente revele o seu raciocnio. De forma a identificarmos mais facilmente a concluso, utilizam-se expresses como: logo, assim, assim sendo, deste modo, portanto, consequentemente, por isso, etc. Adaptado de Anthony Weston, A Arte de Argumentar, Ed. Gradiva, Lx, 1996, pp.19-21.
Agora que j sabemos no que que consiste a argumentao vamos passar ao trabalho filosfico. Assim, se queremos de facto aprender a fazer filosofia, no s temos que argumentar, como tambm temos que saber avaliar/interpretar os argumentos de outros filsofos. Ora, isso passa, inevitavelmente, pela interpretao de textos filosficos. Para que possamos compreender um
texto temos que proceder de uma forma
metodolgica, temos que saber identificar o assunto, perceber a tese principal do texto, identificar os argumentos que sustentam a tese, identificar os contra-argumentos, verificar a coerncia ou no dos argumentos e saber identificar a concluso.
O Tema (Assunto) Depois de uma leitura atenta do texto h que identificar de que fala o texto, qual o tema que nele tratado?
A Tese/Teoria Este o momento em que o filsofo se pronuncia sobre qual das hipteses de resposta ao problema lhe parece a verdadeira ou, pelo menos, a mais coerente e provvel. Com efeito, em Filosofia no existem verdades absolutas, pois o seu domnio no se restringe pura demonstrao, onde a partir de premissas, segundo regras puramente formais, se deduzem concluses. A Filosofia assenta fundamentalmente na argumentao no formal, isto , na apresentao de razes a favor ou contra uma determinada tese.
Argumento/Argumentao Depois de colocado de forma clara e rigorosa o problema a abordar e de ser apresentada a tese sobre esse problema, segue-se a tarefa mais especificamente filosfica, a exposio de argumentos. A argumentao consiste na apresentao de razes estruturadas e coerentes que apoiem as nossas teses sobre determinado problema filosfico.
certo que toda a gente tem opinies, mas relativamente poucas se do ao trabalho de
analisar cuidadosamente o problema, conhecer os
termos em que se pe, as diferentes teorias propostas como resposta a ele e, acima de tudo, de conhecer e compreender os argumentos que esto subjacentes a essas teorias; de ser capaz de os discutir, de lhes contrapor objees, enfim, de refletir de uma maneira realmente filosfica, indo ao fundo das questes, explorando as razes de cada parte e formando, com base nisso, uma posio independente e informada.
Distino entre validade/forma e verdade/contedo
Para analisarmos cuidadosamente um argumento, isto , para verificarmos se o mesmo ou no coerente, bom ou mau, uma vez que no existem verdades absolutas na filosofia, temos que saber analis-lo. Assim, dado um determinado argumento temos que o avaliar. Como que avaliamos a validade/ valor de um argumento? 1 Verificamos se as suas premissas/proposies so verdadeiras verificamos o contedo das premissas.
Por exemplo: Bucareste a capital da Romnia. Os ces so mamferos. Logo, A Filosofia uma disciplina interessante.
2 Verificamos se a concluso se segue necessariamente das premissas.
Por exemplo: Todos os estudantes do ensino secundrio tm educao fsica O Hugo Montes estudante do ensino secundrio
Logo, o Hugo Montes tem educao fsica
Se o argumento responder afirmativamente a estes dois pressupostos, estamos diante de um argumento vlido e slido. Contudo, no podemos esquecer que existem argumentos vlidos com uma das premissas falsas:
Exemplo: Os gatos gostam de leite Mia Couto um gato Logo, Mia Couto gosta de leite (supondo que o escritor gosta de leite)
ou at mesmo com premissas e concluso falsas:
Exemplo: Todos os filsofos so atores de telenovela Boss Ac filsofo Logo, Boss Ac ator de telenovela,
pois na lgica o que garante a validade formal de um argumento a estrutura/forma e no a verdade/contedo. No entanto, no podemos esquecer que um argumento dedutivo vlido com ambas as premissas verdadeiras, jamais poder ter uma concluso falsa, pois a verdade das premissas deve ser preservada na concluso. No caso dos argumentos indutivos, se as premissas forem verdadeiras, provvel que a concluso possa ser verdadeira (embora, nesse caso, no se possa concluir de forma necessria a verdade da concluso a partir da verdade das premissas). Todavia, no podemos esquecer que no domnio argumentativo, no exerccio filosfico, no recorremos lgica formal, ao domnio da demonstrao, mas sim ao domnio da discusso argumentativa e, aqui a maior parte das vezes os
argumentos que utilizamos so verosmeis, isto ,
aproximam-se da verdade. Se assim , que tipo de argumentos podemos encontrar num discurso argumentativo para alm dos argumentos dedutivos (que pertencem ao domnio da lgica formal)? Argumentos indutivos so argumentos que partem de premissas/proposies particulares e inferem concluses gerais, como por exemplo: Se todos os cisnes observados at agora so brancos, ento todos os cisnes so brancos. Todos os alunos da escola Secundria Cailhas- Tejo gostam de Filosofia, logo todos os alunos gostam de Filosofia. Neste tipo de argumento, d-se um salto (lgico) do conhecido para o desconhecido, o que no permite conferir concluso um carter de verdade necessria, mas apenas de probabilidade, maior ou menor, consoante o nmero de casos observados. Estes argumentos so fortes ou fracos, consoante o grau de probabilidade. Argumentos por analogia so argumentos bastante utilizados na argumentao. Consistem numa comparao entre objetos diferentes e inferem de certas semelhanas outras semelhanas. Partem do pressuposto de que se diferentes coisas so semelhantes em determinados aspetos, ento tambm sero noutros. Este tipo de argumento pode ser classificado de forte ou fraco consoante a comparao. Exemplo: Os soldados de um batalho so decididos, corajosos e cooperantes. Uma equipa de futebol como um batalho. Um batalho tem de obedecer ao comandante. Logo, os jogadores de uma equipa de futebol tm de obedecer s decises do treinador para poderem atingir os seus objetivos.
Argumentos de autoridade so argumentos
nos quais se recorre opinio de uma autoridade qualificada para justificar a tese que pretendemos defender
Contra-argumentao O trabalho filosfico no se reduz a argumentar a favor das nossas teses. Mesmo quando fazemos isso, faz parte de uma boa argumentao antecipar as crticas aos nossos argumentos, prever possveis objees e, se possvel, responder-lhes. Assim, o termo argumentao inclui no s a defesa das nossas ideias, mas tambm, a contestao de posies alternativas ou contrrias.
A Concluso Depois de especificarmos a posio que defendemos e argumentarmos favoravelmente mesma, chegou o momento de apresentarmos a nossa concluso. A concluso pode ser um reforo da nossa tese ou um aprofundamento da mesma.
Baseado no Manual de Filosofia 10, tica, p.p.30 36. http://ideias-em-movimento.blogs.sapo.pt/5983.html