Opções, Futuros e Derivativos
Opções, Futuros e Derivativos
Opções, Futuros e Derivativos
Braslia-DF.
Elaborao
Joo Lus Resende
Produo
Equipe Tcnica de Avaliao, Reviso Lingustica e Editorao
Sumrio
Apresentao................................................................................................................................... 4
Organizao do Caderno de Estudos e Pesquisa...................................................................... 5
Introduo...................................................................................................................................... 7
Unidade i
Conceitos Bsicos de Economia................................................................................................... 9
CAPTULO 1
Introduo aos Mercados Futuro e de Opes............................................................. 9
Captulo 2
Operacionalizao e Precificao nos Mercados Futuro e a Termo....................... 16
Captulo 3
Estratgias de Hedge com Contratos Futuro................................................................ 25
Captulo 4
Swaps................................................................................................................................... 31
Unidade iI
Mercado de Opes e Derivativos................................................................................................ 39
Captulo 1
Operacionalizao do Mercado de Opes................................................................ 39
Captulo 2
Propriedades e Estratgias de Negociao Envolvendo Opes de Aes.............. 47
Captulo 3
Estratgias de Negociao Usando Opes................................................................. 52
Captulo 4
Outros Tipos de Opes e Derivativos de Crdito.......................................................... 61
Para (no) finalizar....................................................................................................................... 65
Referncias..................................................................................................................................... 66
Apresentao
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa rene elementos que se entendem
necessrios para o desenvolvimento do estudo com segurana e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinmica e pertinncia de seu contedo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas metodologia da Educao a Distncia EaD.
Pretende-se, com este material, lev-lo reflexo e compreenso da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos especficos da rea e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convm ao profissional que busca a formao continuada para
vencer os desafios que a evoluo cientfico-tecnolgica impe ao mundo contemporneo.
Elaborou-se a presente publicao com a inteno de torn-la subsdio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetria a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
Organizao do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os contedos so organizados em unidades, subdivididas em captulos, de
forma didtica, objetiva e coerente. Eles sero abordados por meio de textos bsicos, com questes
para reflexo, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradvel. Ao
final, sero indicadas, tambm, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrio dos cones utilizados na organizao dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocao
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou aps algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questes inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faa uma pausa e reflita
sobre o contedo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocnio. importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experincias e seus sentimentos. As
reflexes so o ponto de partida para a construo de suas concluses.
Praticando
Sugesto de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didtico de fortalecer
o processo de aprendizagem do aluno.
Ateno
Chamadas para alertar detalhes/tpicos importantes que contribuam para a
sntese/concluso do assunto abordado.
Saiba mais
Informaes complementares para elucidar a construo das snteses/concluses
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informaes relevantes do contedo, facilitando o
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exerccio de fixao
Atividades que buscam reforar a assimilao e fixao dos perodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relao a aprendizagem de seu mdulo (no
h registro de meno).
Avaliao Final
Questionrio com 10 questes objetivas, baseadas nos objetivos do curso,
que visam verificar a aprendizagem do curso (h registro de meno). a nica
atividade do curso que vale nota, ou seja, a atividade que o aluno far para saber
se pode ou no receber a certificao.
Para (no) finalizar
Texto integrador, ao final do mdulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem
ou estimula ponderaes complementares sobre o mdulo estudado.
Introduo
A disciplina opes, futuros e derivativos visa a prover contedos e ferramentas para a anlise dos
instrumentos financeiros cujo valor deriva de ativos negociados no mercado vista.
D-se o nome de derivativo financeiro aos instrumentos financeiros cujo valor depende do valor de
ativos negociados no mercado vista, sejam eles aes, moedas, juros, commodities etc. Geralmente,
os derivativos so contratos com vencimento em data futura com significativa volatilidade de preos,
podendo ser negociados em mercados de bolsa ou de balco.
O mercado de bolsa tem como caracterstica o fato de se tratar de produtos padronizados, com registro
e trnsito em cmaras de liquidao e de compensao. O mercado de balco tem a caracterstica de
possuir produtos customizados de acordo com as necessidades das partes envolvidas, sem registro em
cmaras, possuindo um risco de crdito superior ao mercado de bolsa.
Sero apresentados conceitos que permitiro aos alunos a futura comparao entre diferentes
alternativas de investimento, dependendo dos objetivos definidos, o papel a ser desempenhado pelo
ativo financeiro e o limite de exposio desejado.
Com o conhecimento desses instrumentos, os estudantes tero a possibilidade de ampliar seus
horizontes de observao e de desenvolver pensamento crtico para identificar o objetivo e o
horizonte do investimento e qual tipo de ativo a ser utilizado.
Objetivos
Conhecer os instrumentos financeiros dos mercados futuro, de opes e de
derivativos.
Analisar o funcionamento dos mercados.
Apresentar estratgias de investimento.
Conceitos Bsicos
de Economia
Unidade i
CAPTULO 1
Introduo aos mercados futuro e
de opes
Com o desenvolvimento do sistema financeiro, a importncia dos mercados derivativos
cresceu progressivamente. Atualmente, de fundamental importncia o conhecimento sobre o
funcionamento de cada um dos mercados envolvidos e suas peculiaridades.
Os mercados de derivativos so divididos basicamente em trs: futuro, a termo e de opes. Diz-se
mercado derivativo, porque o valor dos instrumentos financeiros est diretamente ligado dinmica
de preos de um ativo qualquer no mercado vista, seja ele ao, moedas, juros, commodities etc.
A seguir, sero apresentadas as histrias de cada um desses mercados e o comportamento dos
agentes envolvidos.
Contratos futuro
Um contrato futuro um acordo de compra e venda de um ativo em uma certa data no futuro a um
preo predeterminado. A bolsa de mercadorias e futuro brasileira, BMFBovespa1 (www.bmfbovespa.
com.br), e a Chicago Mercantile Exchange (www.cme.com) esto entre as maiores bolsas de futuros
do mundo e comercializam os mais diversos tipos de mercadorias existentes.
O mercado futuro permite que as pessoas que querem comprar ou vender algo no futuro o faam
hoje para garantir determinado preo e receita futura, no caso do vendedor, ou um especfico volume
de gastos, no caso do comprador.
Imagine que, em maro, um investidor de So Paulo ligue para sua corretora e solicite a compra de
5.000 sacas2 de milho para entrega em julho. Imediatamente, a corretora comunica BMFBovespa
a inteno de compra do cliente a um determinado preo de compra. Se um outro investidor solicitar
sua corretora a venda de 5.000 sacas de milho para julho a um preo menor ou igual ao solicitado
pelo comprador a transao concretizada.
A BMFBovespa fruto da fuso da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) e da Bolsa de Valores do Estado de So Paulo
(Bovespa).
2
O padro de mtrica de milho no Brasil em sacas de 60 quilos, enquanto nos Estados Unidos a mtrica padro de milho em
bushels (1 bushel = 25,401 Kg = 56 libras-peso). A cotao do contrato futuro de milho para entrega de 450 sacas em setembro
de 2010 de R$19,81 por saca de 60 quilos.
1
10
UNIDADE I
Imagine um fazendeiro que, em abril de um determinado ano, plante gros para colher em julho do
mesmo ano. Ele no sabe qual o preo que receber em julho, poca da colheita. Caso haja menor
produo no mercado, ele poder receber um preo maior que o esperado, ao passo que, se houver
excesso de produo, o preo pode cair e ele receber menos que o necessrio para continuar as
atividades, incorrendo em grande risco.
Os compradores dos gros que precisam dessa matria-prima para a produo de outros bens, por
sua vez, tambm esto expostos ao risco da variao dos preos, pois, em ano de excesso de oferta, o
preo pode ser favorvel, mas, em anos de baixa produo, os preos podem ser exagerados.
Por isso, faz sentido os produtores e os compradores acordarem um preo para o gro para entrega
em julho. Os compradores podem estocar o gro depois da colheita para eliminar a exposio ao
risco de preo no restante do ano, mas h um custo de estocagem e o custo de oportunidade de
utilizar esses recursos para outros fins. Se quem possui e estoca os gros for outra pessoa que no a
empresa, o risco de variao de preos existe e haver espao para celebrao de contratos futuro.
Os contratos futuro existem para mitigar o risco de preo a que produtores e compradores esto
expostos e para permitir um melhor planejamento de receitas e de despesas futuras.
As primeiras bolsas de futuros surgiram no sculo XIX, nos Estados Unidos, e, atualmente,
comercializam contratos futuro dos mais diversos ativos, indo desde o milho, passando por aveia,
soja, trigo, ttulos pblicos, moedas, toucinho, animais vivos etc.
Inicialmente, as transaes davam-se com a presena fsica dos representantes dos investidores no
recinto da troca usando um cdigo de sinais para indicar as transaes que desejavam realizar. Com
o passar do tempo, esse mtodo foi progressivamente substitudo por outros mais geis, chegando
ao estgio atual, em que os negcios so feitos com o uso de computadores por meio eletrnico.
Os investidores enviam pela Internet a ordem de compra/venda sua corretora, que repassa bolsa.
As ordens de compra tendem a fechar negcio com as ordens de venda sem que os investidores
envolvidos se conheam.
Imagine que o investidor A tenha dado uma ordem de compra futura de 5.000 sacas
de milho a R$10,00 por saca e o investidor B tenha dado outra ordem de compra
futura de 10.000 sacas a R$9,90 por saca. Ao mesmo tempo, um investidor C tenha
dado uma oferta de venda futura de 5.000 sacas a R$10,50 e o investidor D tenha
dado oferta de venda de R$10.000 sacas a R$10,00.
As ordens ficaram assim:
Melhores ofertas de compra: Investidor A: 5.000 por R$10,00 a saca
Investidor B: 10.000 por R$9,90 a saca
Melhores ofertas de venda: Investidor D: 10.000 por R$10,00 a saca
Investidor C: 5.000 por R$10,50 a saca
11
Contratos a termo
Os contratos a termo so semelhantes aos contratos futuro, pois representam um acordo de compra
ou venda de um ativo em uma data futura por um determinado preo. No entanto, os contratos a
termo so negociados no mercado de balco em vez de bolsas de futuros e no so padronizados. Os
contratos a termo so muito comuns para as transaes com moedas internacionais.
Contratos de opes
H dois tipos de opes: as opes de compra (call) e as opes de venda (put).
As opes de compra do ao comprador o direito de comprar o ativo por um preo pr-determinado
at determinada data futura. importante frisar que o comprador tem o direito, mas pode optar
por no exerc-lo.
12
UNIDADE I
Junho
Julho
32
1,51
2,29
2,64
34
0,40
1,17
1,70
36
0,10
0,48
0,80
38
0,05
0,21
0,41
Ao se observar o preo da opo de compra, observa-se que ele se reduz com o aumento do preo de
exerccio e o preo da opo de venda se eleva com o aumento do preo de exerccio.
Tanto a opo de compra quanto a de venda tm os preos elevados com o aumento do vencimento.
Suponha que um investidor solicite sua corretora a compra de uma opo de
compra da Vale com vencimento em maio e preo de exerccio R$58,00. A corretora
encontrar outro agente disposto a vender uma opo de compra com mesmo
preo de exerccio e vencimento.
O prmio da opo de compra de R$1,00 e como uma opo d o direito de
comprar uma ao, ele vai desembolsar R$100,00, pois as opes, no Brasil, referemse a lotes de aes e o lote da Vale composto de 100 aes.
13
Tipos de investidores
Os mercados de futuros, a termo e de opes atraram muitos investidores dos mais diferentes tipos
e com os mais diversos propsitos. Trs grandes categorias podem ser identificadas:
os hedgers, que buscam proteo e utilizam os contratos, para reduzir o risco de
possveis movimentos futuros de uma varivel de mercado;
14
UNIDADE I
15
Captulo 2
Operacionalizao e precificao nos
mercados futuro e a termo
Anteriormente, foi dito que os contratos futuro e a termo so acordos para comprar ou vender
um ativo em uma data no futuro a determinado preo. Os contratos futuro so padronizados e
seus termos so especificados pela bolsa de valores. Os contratos a termo, por sua vez, so acordos
privados entre duas instituies financeiras ou entre uma instituio e seu cliente sem padronizao
e com negociao em balco.
O propsito deste captulo apresentar o funcionamento do mercado de futuros, mostrando a
especificao dos contratos, as contas margem, a organizao das bolsas e a regulao dos mercados,
tanto para contratos futuro quanto a termo.
16
UNIDADE I
So determinados os possveis locais de entrega, bem como o intervalo de tempo possvel (geralmente
1 ms), mas a deciso final de onde e de quando entregar do vendedor do contrato. Os limites
tambm so importantes, pois estabelecem a variao diria mxima para mais ou para menos do
preo de contrato, para evitar que um comportamento especulativo distora os preos. O mesmo
objetivo compartilhado pelo limite de posio, que estabelece o nmero mximo de contratos que
um agente pode deter.
As margens de garantia
Quando dois investidores acordam negociar um ativo no futuro, existe a possibilidade de algum se
arrepender e tentar sair do acordo. Ele pode faz-lo por no ter recursos ou, simplesmente, porque
est tendo prejuzo. Para evitar o descumprimento do contrato, a bolsa criou o mecanismo das
margens de garantia.
Para tornar a explicao mais didtica, imagine um investidor que solicitou corretora a compra,
em 10 de julho, de 2 contratos futuro de ouro. Cada contrato de ouro envolve 100 onas (1 ona =
28,3495 gramas) e o preo futuro da ona de ouro foi de R$600,00.
A corretora do comprador solicitar o depsito de um percentual do valor da transao em uma
conta margem. Essa quantia solicitada chamada de margem inicial e serve para cobrir eventuais
perdas do contrato, caso o preo futuro do ativo se altere.
A margem inicial por contrato de R$2.000,00, logo a margem inicial total ser de R$4.000,00. Se
o preo futuro do ativo subir, o investidor ganhar e, se ele cair, o comprador perder.
17
Preo Futuro
Ganho/Perda
Diria
Ganho/Perda
Acumulado
600,00
Saldo Conta
Margem
Chamada de
Margem
4000,00
10/jul
597,00
-600,00
-600,00
3400,00
0,00
11/jul
596,00
-200,00
-800,00
3200,00
0,00
12/jul
601,00
1000,00
200,00
4200,00
0,00
13/jul
593,00
-1600,00
-1400,00
2600,00
1400,00
14/jul
592,00
-200,00
-1600,00
3800,00
0,00
17/jul
594,00
400,00
-1200,00
4200,00
0,00
As margens solicitadas no so somente depositadas em dinheiro. Em determinados casos, aceitamse ttulos do governo e aes. As corretoras podem requerer margens superiores s solicitadas pela
bolsa, mas nunca inferiores s definidas. Para garantir o correto funcionamento do sistema de
margens, existe a casa de liquidao (clearing house), associada bolsa.
18
UNIDADE I
19
A termo
Futuro
Mercado
Balco
Bolsa
Padronizao
No
Sim
Entrega
Intervalo de tempo
Liquidao
Fim do contrato
Entrega
Risco de Crdito
Possui
No possui
20
UNIDADE I
21
22
UNIDADE I
Generalizando, para que no haja arbitragem, o preo a termo deve ser igual ao valor
futuro do preo da ao.
Fo = Soert,
(2.1)
(2.2)
(2.3)
onde q = retorno mdio por ano de um ativo durante a durao do contrato a termo
com capitalizao contnua.
23
(2.4)
(2.5)
(2.6)
(2.7)
O mais interessante que, quando a taxa de juros livre de risco constante e a mesma para todos
os vencimentos, o preo a termo do ativo e o preo futuro so os mesmos para uma certa data de
entrega futura.
24
Captulo 3
Estratgias de Hedge com
contratos futuro
Muitos dos investidores no mercado de futuros esto em busca de proteo. Proteo contra o
preo de uma commodity, a taxa de cmbio, o nvel do mercado de aes ou alguma outra varivel
econmica. Esses agentes so chamados de hedgers e usam o mercado futuro para reduzir algum
risco em particular a que esto expostos.
Uma proteo (hedge) perfeita aquela que elimina completamente o risco e muito rara. Por
isso, sero apresentadas, a seguir, estratgias para reduo do risco ao menor valor possvel,
aproximando-se do hedge perfeito. Vai se definir quando a venda/compra de um contrato futuro
a mais adequada e qual o tipo de contrato mais adequado para a estratgia proposta.
A explanao assume como hiptese que o hedge assumido e no alterado at o seu fim, sem
ajustes intermedirios. Alm disso, os contratos futuro so tratados como contratos a termo, no
sentido de no possurem liquidao diria por meio da conta margem.
25
26
UNIDADE I
Risco de base
Apesar dos argumentos acima, fazer a proteo pode no ser to fcil, devido ao fato de no haver
contratos para todos os tipos de riscos, a impreciso quanto data e o volume necessrio de venda
ou de compra e a eventual necessidade de se encerrar os contratos futuros antes do vencimento.
Esses fatores deram origem ao risco de base, tambm chamado base.
Um exemplo de como no h contratos futuro para todos os riscos est no setor de aviao, em
que h dependncia do preo do querosene de aviao e o contrato mais adequado existente para
proteo o de petrleo. No entanto, a dinmica de preos do querosene de aviao e do petrleo
no so idnticas.
Resumidamente, o risco de base equivale diferena entre o preo vista do ativo a ser hedgeado e
o preo futuro do contrato utilizado.
Base = Pvista do ativo a ser hedgeado Pfuturo do contrato utilizado
Quando o preo vista sobe mais que o aumento do preo do contrato h o fortalecimento da base.
Quando o preo vista sobe menos que o aumento do preo do contrato h o enfraquecimento
da base.
Algebricamente,
bn = Sn Fn,
Onde b = Base;
Sn = Preo vista do ativo a ser hedgeado no momento n e;
Fn = Preo futuro do contrato utilizado no momento n.
Imagine que, no momento 1, o preo vista do ativo seja 2,5 e o preo futuro do contrato 2,2. No
momento 2, o preo vista seja 2 e o preo futuro 1,9.
b1 = S1 F1
b 2 = S2 F2
b1 = 2,5 2,2
b2 = 2 -1,9
b1= 0,3
b2 = 0,1
Houve um enfraquecimento da base e isso tem consequncias para quem faz hedge vendido e
hedge comprado.
Sabe-se que a receita lquida do hedge vendido o valor da venda do contrato futuro no momento
inicial compra do contrato futuro na data de vencimento + venda do ativo no mercado vista.
Rhv = F1 F2 + S2
27
28
UNIDADE I
A razo entre a exposio e a quantia protegida chamada de taxa de hedge e nem sempre o valor
igual a 1 timo.Dados os objetivos dessa disciplina no se apresenta os passos para o clculo do
nmero timo de contratos de hedge. Para maiores detalhes ver Hull (pp. 56-60).
29
30
Captulo 4
Swaps
Os swaps surgiram na dcada de 1980 e, desde ento, tm se desenvolvido significativamente,
ocupando uma importante funo nos negcios realizados no mercado de balco.
O swap um tipo de derivativo, negociado em balco, baseado no acordo entre duas empresas de
trocar os fluxos de caixa no futuro. O acordo define as datas quando os fluxos de caixa sero pagos e
a forma de clculo. Na maioria das vezes, o clculo do fluxo de caixa envolve o valor de algum ndice
no futuro, como taxa de juros, taxa de cmbio etc.
A seguir, ser apresentada a operacionalizao dos dois tipos de swaps mais comuns, o de juros e
o de cmbio.
31
5%
Vale
Microsoft
Libor
Figura 4.1 Swap de taxa de juros entre Microsoft e Vale
Tabela 4.1 Swap Microsoft e Vale
Montante
Microsoft Paga
Vale Paga
Libor de 6 meses
ao ano
Pagamento Lquido
2/4/07
100.000.000
5% ao ano
semestralmente
Libor de 6 meses
semestralmente
4,20%
2/10/07
100.000.000
2.500.000
2.100.000
4,80%
400.000
2/4/08
100.000.000
2.500.000
2.400.000
5,30%
100.000
2/10/08
100.000.000
2.500.000
2.650.000
5,50%
-150.000
2/4/09
100.000.000
2.500.000
2.750.000
5,60%
-250.000
2/10/09
100.000.000
2.500.000
2.800.000
5,90%
-300.000
2/4/10
100.000.000
2.500.000
2.950.000
-450.000
Observe que, devido elevao da Libor, a Microsoft passa a receber recursos da Vale de outubro de
2008 em diante, razo pela qual a transferncia de recursos da Microsoft para a Vale representada
com sinal negativo.
Os swaps so instrumentos financeiros muito versteis. Eles no existem por si s e seu objetivo
trocar (swap) a composio dos fluxos de caixa. As empresas s os realizam para neutralizar ou para
alterar algum tipo de exposio anteriormente existente.
4 Divide-se a taxa de juros por dois, pois os pagamentos so semestrais e as taxas ao ano.
32
UNIDADE I
Paga 5% Vale
Microsoft
Recebe Libor
Paga Libor +
0,1% ao banco
A Libor que a Microsoft receber da Vale no swap neutralizar a Libor que ela tem de pagar ao banco
e o resultado lquido para a Microsoft ser o pagamento de 5,1% ao ano, independentemente do
valor da Libor.
Microsoft
Paga 5,1%
Observe que a Microsoft trocou uma obrigao ps-fixada (emprstimo do banco) por uma obrigao
prefixada (5,1% ao ano).
O propsito do swap para a Microsoft era trocar uma obrigao ps-fixada por uma prefixada, se
livrando do risco de variao na taxa de juros.
Agora, suponha que a Vale tivesse um emprstimo bancrio, antes de celebrar o swap, de 3 anos no
valor de US$ 100 milhes, com juros prefixados de 5,2% ao ano. Aps o swap, o fluxo de caixa da
Vale ter 3 movimentos:
pagar 5,2% ao banco;
pagar Libor Microsoft, seguindo o swap;
receber 5% da Microsoft, seguindo o swap.
Esses trs movimentos fazem com que a obrigao lquida da Vale seja de Libor + 0,2% ao ano.
Paga Libor
Microsoft
Paga 5,2% ao
banco
Vale
Recebe 5% da
Microsoft
33
Paga Libor +
0,2%
Vale
Observe que a Vale transformou uma obrigao prefixada (5,2%) em uma ps-fixada (Libor +
0,2%). Provavelmente, ela acredita que a Libor vai cair bastante no futuro, reduzindo os custos com
pagamento de juros.
O propsito do swap para as empresas foi trocar as obrigaes de ps para pr (Microsoft) e de pr
para ps (Vale).
Paga 5% Vale
Recebe 4,7%
Microsoft
Recebe Libor
Recebe Libor
0,3%
Microsoft
A Microsoft trocou a remunerao de um ativo de prefixada (4,7% do ttulo) para ps-fixada (Libor
0,3%) com o swap.
A Vale tambm poderia efetuar a transformao. Imagine que, antes do swap, a Vale tivesse um
investimento de US$ 100 milhes que rendesse Libor + 0,2% ao ano. Aps o swap, o fluxo de caixa
dela seria:
receber Libor + 0,2% do investimento;
pagar Libor Microsoft, seguindo o swap;
receber 5% da Microsoft, seguindo o swap.
34
UNIDADE I
Esquematicamente:
Paga Libor
Microsoft
Recebe Libor
+ 0,2%
Vale
Recebe 5%
Aps o swap,
Recebe 5,2%
Vale
O resultado lquido para a Vale ser uma rentabilidade prefixada de 5,2% ao ano, independentemente
da taxa Libor. Ela transformou um rendimento ps-fixado (Libor + 0,2%) em pr-fixado (5,2%).
5,2%
4,985%
5,015%
Instituio
Financeira
Vale
Libor
Libor + 0,1%
Microsoft
Recebe Libor
+ 0,2%
35
4,985%
Instituio
Financeira
Vale
Libor + 0,2%
5,015%
Libor
Microsoft
Libor
4,7%
Observe que a instituio financeira distribui a cobrana de sua comisso entre as duas pontas
do swap. Ela recebe 0,015% a mais da Microsoft e repassa 0,015% a menos que 5% para
a Vale.
Swap de moedas
Um outro tipo muito popular o swap de moedas ou swap de cmbio. Ele envolve a troca do
principal e dos pagamentos de juros em uma moeda pelo principal e o pagamento de juros em uma
segunda moeda.
O swap de moedas exige que o principal seja calculado nas duas moedas. Geralmente, a troca do
principal acontece no comeo e no trmino do swap.
Considere uma situao hipottica de um acordo de swap de moedas de 5 anos entre a Dell
Computadores e a Petrobras que entra em prtica em 1 de fevereiro de 2007. Suponha que a Dell
pague uma taxa de juros prefixada de 5% em reais e receba uma taxa prefixada de 6% em dlares da
Petrobras. Os pagamentos de juros acontecem uma vez por ano e as quantias principais so US$ 18
milhes e R$10 milhes.
Esse exemplo chamado de swap de moeda fixo-fixo, porque a taxa de juros em ambas as moedas
fixa.
5% em R$
Petrobras
Dell
6% em US$
A princpio, o fluxo dos principais ocorre no sentido contrrio s setas da figura acima, porque a
Petrobras emprestou R$10 milhes Dell, que paga 5% em reais. Da mesma forma, a Dell emprestou
US$ 18 milhes Petrobras, que paga 6% em dlares.
Quando terminar o pagamento dos juros do swap, a Petrobras pagar o principal, enviando US$
18 milhes Dell e esta pagar os R$10 milhes Petrobras. A cada ano, durante a vigncia do
contrato, a Dell pagar R$500 mil Petrobras e receber US$ 1,08 milhes.
Apresenta-se, a seguir, o fluxo de caixa da Dell.
36
UNIDADE I
Tabela 4.2 Swap Dell e Petrobras - Fluxo de Caixa da Dell para a Petrobras
Data
Fluxo de Caixa em
US$ (milhes)
Fluxo de Caixa em
R$ (milhes)
1/2/07
-18,00
10,00
1/2/08
1,08
-0,50
1/2/09
1,08
-0,50
1/2/10
1,08
-0,50
1/2/11
1,08
-0,50
1/2/12
1,08
-0,50
Um swap como o apresentado pode ser utilizado para transformar emprstimos em uma moeda
para emprstimos em outra moeda. Suponha que a Dell possa captar US$ 18 milhes em ttulos,
denominados em dlar, a uma taxa de 6% de juros. Nesse caso, o swap ter o efeito de transformar
essa transao em um emprstimo de R$10 milhes, com juros de 5%.
A troca inicial dos principais transforma a captao de dlares advinda do lanamento de ttulos em
dlares em uma captao em libras. Os pagamentos subsequentes s tm o efeito de transformar os
pagamentos de juros e principal de dlares para reais.
De forma anloga ao swap de taxa de juros, o swap de moeda pode transformar, tambm, o fluxo
de um direito da empresa. Imagine-se que a Dell possa investir R$10 milhes no Brasil, com
rendimento de 5% ao ano, pelos prximos 5 anos, mas acredita que o dlar vai se depreciar contra
o real. Quando vier o pagamento dos juros e do principal, a Dell vai receber menos dlares e, por
isso, prefere um investimento denominado em dlares. O swap ter o efeito de transformar um
investimento em R$ em um investimento de US$ 18 milhes, com retorno em dlares de 6%.
Para maiores informaes sobre swaps de ndice de aes, de commodities e de
volatilidade, ver Hull, pp. 180-181.
37
38
Mercado de Opes
e Derivativos
Unidade iI
Captulo 1
Operacionalizao do mercado
de opes
O objetivo deste captulo explicar como organizado o mercado de opes, qual sua terminologia,
como os contratos so negociados, como so definidas as chamadas de margens e outras
caractersticas. frente, os demais captulos apresentaro as estratgias de negociao com opes
e a forma de precificao.
Tipos de opes
Antes de mais nada, bom recordar o conceito de opo. Conforme dito no incio dos estudos, as
opes constituem um derivativo que permite a comercializao de um direito/dever de compra ou
venda de um ativo em determinada data futura por um preo predeterminado.
Existem dois tipos de opes:
opes de compra (call options) e;
opes de venda (put options).
As opes de compra do o direito ao seu proprietrio de comprar determinado ativo5 em uma
data no futuro por um preo predefinido. A data especificada no contrato chamada de data de
vencimento e o preo predefinido chamado de preo de exerccio.
As opes de venda do o direito ao seu proprietrio de vender determinado ativo em uma data no
futuro por um preo predefinido.
Existem dois tipos de opes quanto forma de exerccio: americanas e europeias. As americanas
podem ser exercidas antes da data de vencimento, isto , o proprietrio pode desejar e obter o ativo
subjacente antes do vencimento. As opes europias s podem ser exercidas na data de vencimento
do contrato.
5 Durante o captulo, utilizar-se-o exemplos de opes de aes, mas existem opes de moeda estrangeira, de ndice de aes,
como o Ibovespa, de futuros, de ouro etc.
39
Opes de compra
Imagine um investidor que compra uma opo europeia de compra com um preo de exerccio de
R$100,00 para compra de 100 aes e vencimento em quatro meses. Ele ter o direito de comprar
daqui a 4 meses 100 aes por R$100,00 cada ao.
Lembre-se de que quem compra a opo de compra, o titular, sempre tem um direito de
compra de um ativo e, por isso, paga para ter o direito, que o preo da opo ou prmio.
Suponha que o preo da opo R$5,00 por ao. Ento, o investimento de quem comprou a opo
de compra (COC) de R$500 (5 x 100). Suponha, tambm, que o preo atual da ao, tambm
chamado preo vista (spot price), seja de R$98,00.
Preo de Exerccio = 100;
Preo vista = 98;
Preo da opo de compra = 5;
Investimento inicial = 500.
Se na data de exerccio o valor da ao for menor que R$100,00, no haver o exerccio da opo,
ou seja, ele no vai comprar por R$100,00. Observe que no faz sentido pagar R$100,00 por algo
que vale menos que R$100,00 no mercado vista. Caso a opo de compra no seja exercida, o
resultado lquido do agente ser um prejuzo de R$500 (5 x 100).
No entanto, se o preo da ao fosse R$115, a opo seria exercida no vencimento.
O agente gastaria R$10.000 para comprar 100 aes por R$100,00. Ele venderia imediatamente
por R$115,00 e lucraria R$15,00 por cada uma das 100 aes, o que totalizaria R$1.500, abstraindose dos impostos.
A figura a seguir ilustra o comportamento de um titular de opo de compra (COC). Quem compra
a opo chamado titular.
Figura 5.1 Compra de Opo de Compra
40
UNIDADE II
O detalhe curioso que a opo de compra sempre ser exercida, se o preo vista (Sp) for
maior que o preo de exerccio (Xp), mesmo que haja prejuzo. Imagine que Sp seja igual a 102.
O agente vai exercer a opo e comprar por R$100 cada ao. Vender, imediatamente, as aes
por R$102 e lucrar R$2,00 por ao. Entretanto, ele pagou R$5,00 por cada opo de compra
de ao. O agente ter um resultado lquido de -300, prejuzo lquido inferior ao gasto para
comprar a opo.
Se Sp =102, Resultado = (-5 + 2) x 100 = -300.
Quanto maior for o preo vista, maior o lucro de quem comprou a opo de compra, tornando,
portanto, ilimitado. A perda limitada ao preo da opo, mas o ganho ilimitado para
o comprador da opo de compra (COC).
Opo de venda
Enquanto na COC o titular (comprador) espera que o preo aumente, na compra da opo de venda
(COV) o titular espera que o preo do ativo se reduza e, por isso, paga para ter o direito de vender
no futuro por determinado preo.
Sempre paga quem compra o direito de vender ou de comprar algo.
Imagine um investidor que compra uma opo europeia6 de venda de 100 aes com preo de
exerccio de R$70, sendo que o preo atual R$65,00. A data de vencimento em trs meses e o
preo da opo de venda R$7,00.
Preo de Exerccio = 70;
Preo vista = 65;
Preo da opo de venda = 7;
Investimento inicial = 700.
Se em trs meses o preo da ao estiver acima do preo de exerccio, a opo no ser exercida,
pois mais vantajoso vender no mercado vista. Suponha que o preo da ao esteja em R$55 na
data de exerccio.
O titular da opo de venda vai exercer seu direito e vender as aes por R$70. Imediatamente, ele
comprar as aes por R$55 e ter um ganho de R$15 por ao.
Como ele havia pago R$7 para ter o direito de vender (COV), o lucro lquido ser de R$8 por ao,
R$800 no total.
A figura 5.2 ilustra a situao do comprador de uma opo de venda (COV).
6 Utilizam-se opes europeias porque elas tornam os exerccios mais didticos, mas a maior parte das opes comercializadas no
mundo so americanas. No Brasil, comercializam-se, apenas, opes americanas, que permitem exerccio antecipado.
41
Para todos os preos da ao maiores que R$70, a opo de venda no ser exercida e o prejuzo
lquido ser de R$7,00 por ao.
Posies de opes
Nos exemplos anteriores, foram apresentadas as compras de opes de compra (COC) e a compra de
opes de venda (COV). No entanto, todo contrato tem dois lados, um comprador e um vendedor. Os
compradores (titulares) compram um direito de compra/venda frente os vendedores (lanadores)
e pagam um prmio por isso.
O vendedor de uma opo sempre recebe uma quantia no comeo da negociao e ter uma obrigao
depois, que pode ser realizada ou no, dependendo da vontade do comprador.
O lucro do vendedor de uma opo ser o mesmo valor absoluto do prejuzo de quem comprou a
mesma opo, seja ela de venda ou de compra.
Por isso diz-se que o mercado de opes um jogo de soma zero, em que o ganho
de um agente , necessariamente, a perda de outro agente. A soma dos resultados
lquidos dos agentes ser sempre zero.
Observe abaixo os grficos para os vendedores de opes:
Figura 5.3 Venda de Opo de Compra (VOC)
42
UNIDADE II
No caso da VOC, o investidor recebe R$5 pela venda da opo. Se Sp > X, a opo ser exercida pelo
titular. Se Sp = 115, o vendedor ser obrigado a vender por R$100. Ele perde R$15,00, mas, como
havia recebido R$5, ter uma perda de R$10.
Figura 5.4 Venda de Opo de Venda (VOV)
No caso da VOV, o vendedor recebe R$7 pela venda da opo. Se Sp < X, a opo ser exercida pelo
comprador. Se Sp = 55, o vendedor ser obrigado a comprar por R$70 algo que vale R$55 e perder
R$15. Como havia recebido R$7 na venda da opo, o prejuzo lquido ser de R$8.
O ganho dos compradores sempre ilimitado e sua perda limitada ao preo da opo,
porque eles decidem se exercem ou no o direito.
O ganho dos vendedores sempre limitado ao preo da opo e suas perdas so
ilimitadas, porque eles no decidem se exercem ou no. O risco estar sempre com
os vendedores (perdas ilimitadas) e, por isso, sero chamadas margens somente
para eles.
Os manuais no apresentam, no entanto, h uma regra de bolso til para orientar o ganho dos
investidores que operam com opes.
Diante de letras iguais no incio e no fim, o ganho se d quando o preo sobe, na
alta. Ex: COC e VOV. Caso o preo da ao suba, vale a pena exercer a COC e o
ganho ilimitado. No caso da VOV, a opo no ser exercida e o vendedor ganhar
o prmio.
Diante de letras distintas no incio e fim, o ganho se d quando o preo cai, na
baixa. Ex: VOC e COV. Caso o preo da ao caia, a opo de compra no ser
exercida e o vendedor (VOC) ganhar o prmio. No caso da COV, vale a pena exercer
a opo de venda e o ganho ilimitado.
Como se trata de um jogo de soma zero, quando as letras so iguais a perda se d
na baixa e o ganho na alta. Quando as letras so diferentes, a perda se d na alta e
o ganho na baixa.
Resumindo, h quatro tipos de posies em opes:
compra de opo de compra (COC);
43
Calcule o ganho lquido para o comprador e para o vendedor das opes abaixo:
a. COC/VOC com X = 100, preo da opo de compra = 5, Sp1 = 80 e Sp2 = 120.
b. COV/VOV com X = 70, preo da opo de venda = 7, Sp1 = 40 e Sp2 = 100.
44
UNIDADE II
Datas de vencimento
Um dos itens utilizados para identificar uma opo seu ms de vencimento. No caso brasileiro, so
comercializadas no mercado de bolsa somente opes de compra e elas vencem em todos os meses,
sendo identificadas pelo cdigo da ao, por uma letra do alfabeto (representa o ms de vencimento)
e pelo preo de exerccio.
Os meses de exerccios so codificados da seguinte forma:
Tabela 5.1 Meses de vencimento de opes
Ms
Letra Correspondente
Ms
Letra Correspondente
Janeiro
Julho
Fevereiro
Agosto
Maro
Setembro
Abril
Outubro
Maio
Novembro
Junho
Dezembro
Imagine uma opo de ao da Petrobras com vencimento em junho e preo de exerccio de R$36,00.
Como o cdigo da ao PN da Petrobras Petr, teremos PetrF36.
As opes no Brasil sempre vencem na terceira segunda-feira do ms e, geralmente, o mercado de
aes movimenta muitos recursos nesse perodo, pois agentes tentam influenciar o preo das aes
para evitar ou estimular o exerccio de algumas opes.
Preos de exerccio
No mercado de bolsa brasileiro, os preos de exerccio so nmeros inteiros, com variao unitria
ou de dois em dois reais.
Terminologia
Suponha que uma mesma empresa possua opes de aes de compra e de venda e que, alm disso,
possua vrios meses e preos de exerccio.
Para simplificar, criou-se a diviso por classes em opes de compra e opes de venda e a diviso
por sries de acordo com o ms de vencimento e preo de exerccio.
45
Tributao
No Brasil, as opes so cobradas pela bolsa por meio de emolumentos e taxa de liquidao.
Alm disso, os ganhos com opes devem recolher imposto de renda sobre o valor do ganho de
capital lquido.
Margens
No mercado de bolsa brasileiro, os investidores, ao comprar aes, podem pagar com o saldo na
corretora ou utilizar uma conta margem disponibilizada pela corretora e sobre a qual incide juros.
Na verdade, a conta margem um crdito rotativo (cheque especial) disponibilizado pela corretora
a seus investidores.
Essa conta margem no tem nenhuma ligao com as chamadas de margem de garantia mencionadas
no captulo 2 sobre mercados futuros.
Quando o investidor vende a opo de compra de uma ao no Brasil, ele obrigado pela bolsa a
depositar uma garantia equivalente ao montante vendido em opes.
Se um investidor vende 100 opes de compra de Petrobras com X = 36, ele ter que depositar,
como garantia, 3.600 (36 x 100) ou fornecer 100 aes da Petrobras como garantia. Caso deposite
em dinheiro, ter que fazer aportes adicionais, caso o preo da ao aumente no mercado vista.
Apesar do mercado brasileiro de opes possuir um volume significativo de especuladores, as opes
tm um papel importante entre os instrumentos financeiros, pois, como ser visto a seguir, podem
atuar como mecanismos de proteo (hedge) e de diversificao de risco.
Esse captulo tratou, especificamente, de opes de bolsa, no entanto existe um mercado de balco
para esse instrumento financeiro. Conforme explicado em captulos anteriores, as transaes no
mercado de balco tm a desvantagem de no possuir uma contraparte central, o que permite o
descumprimento das obrigaes por parte do vendedor das opes. Para mitigar esse risco, os
agentes tm solicitado o depsito de um valor de garantia. As vantagens so permitir a criao de
contratos de tamanhos diferenciados, com datas e preos de exerccio especficos.
46
Captulo 2
Propriedades e estratgias de negociao
envolvendo opes de aes
Neste captulo, sero apresentadas as propriedades e os fatores que afetam os preos das opes de
aes e as estratgias mais comuns de utilizao de opes.
47
48
UNIDADE II
Volatilidade
A volatilidade do preo de uma ao uma medida de quo incerto so os movimentos dos preos
de uma ao. Quando a volatilidade aumenta, a chance do preo da ao aumentar muito ou cair
muito aumenta.
Para o titular de uma opo de compra, a elevao do preo da ao boa, no entanto a queda brusca
do preo da ao no gerar muito prejuzo, pois o mximo de perda do titular de uma opo de
compra o prmio.
Para o titular de uma opo de venda, a queda significativa do preo da ao benfica e aumenta
as chances da opo ser exercida. Se o preo da ao se elevar significativamente, no haver grande
perda, pois o mximo de perda do titular da opo de venda o prmio.
Por isso, o preo das opes de compra e de venda aumenta com o aumento da volatilidade.
49
Varivel
Opo de
Compra
Europeia
Opo
de Venda
Europeia
Opo de
Compra
Americana
Opo
de Venda
Americana
Preo da ao
Preo de exerccio
Volatilidade
Dividendos
O sinal de (+) significa que diretamente proporcional, ou seja, um aumento na varivel gera
aumento no preo da opo. O sinal (-) significa que inversamente proporcional, ou seja, um
aumento na varivel gera reduo no preo da opo. (?) significa que o efeito incerto.
50
UNIDADE II
(6.1)
Essa identidade chamada de paridade entre opes de compra e de venda. Ela mostra que o preo
de uma opo de compra com determinado preo e data de exerccio pode ser deduzido a partir do
preo de uma opo de venda com mesmo preo e data de exerccio e vice-versa.
Se o preo de uma ao hoje for R$31,00 e o preo de exerccio R$30, a taxa livre de
risco igual a 10% ao ano e o preo de uma opo de compra europeia de 3 meses for
igual a 3, o preo da opo de venda ser:
c + Xe-rt = So + P
3 + 30e-0,1 x 3/12 = 31 + P
32,26 = 31 + P
P = 1,26
Qualquer valor da put diferente de R$1,26 significar a presena de arbitragens,
significando a possibilidade de lucro livre de risco. Os agentes vo explorar essa
oportunidade e vo levar o preo da opo para o equilbrio.
51
Captulo 3
Estratgias de negociao
usando opes
Estratgias usando uma opo simples e
uma ao
As estratgias de negociao de opes abordadas neste captulo consideram como ativo subjacente
uma ao, ou seja, trata-se de opes de compra/venda de ao. A utilizao de qualquer outro bem
como ativo subjacente no altera os resultados obtidos.
Os ganhos das estratgias de negociao sero apresentados de forma grfica, sendo que as linhas
pontilhadas representam o retorno de um ativo financeiro especfico e as linhas contnuas o retorno
da combinao dos ativos, ou seja, do total da carteira.
A figura 7.1a apresenta uma carteira composta de posio comprada em uma ao (o investidor
dono de uma ao) mais uma venda de opo de compra (VOC). Essa estratgia conhecida como
lanamento de opo de compra coberta. Diz-se coberta, porque quem vendeu a opo de compra
possui o ativo subjacente, neutralizando a exposio.
Figura 7.1a
Quando o preo da ao sobe o investidor ganha com a valorizao da ao mas perde na VOC. Alm
do preo de exerccio, os dois ativos se neutralizam e o ganho constante.
Outra forma de combinao seria a venda a descoberto de ao (vender sem ter o ativo short
selling) aliada compra de uma opo de compra. Trata-se do inverso de lanar uma opo coberta.
Figura 7.1 b
52
UNIDADE II
Com o aumento do preo da ao, o investidor perde na ao e ganha na opo. Alm do preo de
exerccio, os montantes se equivalem e o retorno fica constante.
O investidor pode, tambm, comprar uma opo de venda (COV) e comprar a ao. Essa opo
conhecida como opo de venda protegida.
Figura 7.1c
Essa estratgia mais til para o investidor que acredita que a ao vai subir. semelhante a
comprar uma opo de compra.
Outra alternativa de investimento seria vender a ao a descoberto no mercado vista e vender uma
opo de venda (VOV). o inverso da venda protegida.
Figura 7.1d
Spread
A estratgia de spread envolve a tomada de posio em uma ou mais opes do mesmo tipo (duas
opes de compra ou duas opes de venda).
53
Ambas as opes devem ter a mesma data de vencimento. Como o preo da opo de compra
vendida (VOC) menor que o preo da opo de compra adquirida (COC), sempre haver
desembolso inicial.
O preo da COC maior, porque X1 menor, estando mais dentro do dinheiro. O quadro resumo
dessa estratgia apresentado abaixo.
Tabela 7.1 Retorno do spread de alta
Intervalo de
preo da ao
Retorno COC
Retorno VOC
Retorno Lquido
St X1
X1 < St < X2
St - X1
St - X1
X2 St
St - X1
X2 - St
X2 - X1
No momento inicial, o fluxo de caixa igual a C2 C1. Esse resultado negativo, por isso se diz que
o spread de alta requer um investimento inicial.
O spread de alta pode ser de 3 tipos:
com duas opes fora do dinheiro (S0 < X);
com uma opo dentro e outra fora do dinheiro, e
com ambas as opes dentro do dinheiro.
Represente graficamente os trs tipos de spread de alta com opes de compra.
A mais agressiva a do tipo 1 e a menos agressiva a do tipo 3. Spread de alta tambm pode ser
construda comprando uma opo de venda com baixo preo de exerccio X1 (COV) e vendendo
opo de venda (VOV) com preo de exerccio X2, tal que X2 > X1.
54
UNIDADE II
Ao contrrio do spread de alta com opo de compra, a estratgia com opes de venda tem uma
receita inicial, pois a VOV com X2 maior tem preo maior que a COV com X1 menor.
Como o preo da VOV menor (o preo de exerccio menor e a chance de ser exercido menor)
que o preo da COV, h investimento inicial.
Apresenta-se, abaixo, o retorno da estratgia spread de baixa.
Tabela 7.2 Retorno do spread de baixa
Intervalo de preo
da ao
Retorno COC
Retorno VOC
Retorno Lquido
St X1
X2 - St
St - X1
X2 - X1
X1 < St < X2
X2 - St
X2 - St
X2 St
9 Chama-se bear por referncia ao urso que ataca de cima para baixo. Quando h expectativa de que o mercado v cair, diz-se que
ele est bearish. Chama-se bull em referncia ao touro que ataca de baixo para cima. Quando h expectativa de que o mercado
v subir, diz-se que ele est bullish.
55
A spread de baixa tambm pode ser criada utilizando-se duas opes de compra. O investidor
compra uma opo de compra (COC) e vende uma opo de compra (VOC), sendo que XCOC > XVOC.
O spread de baixa com opes de compra tem uma receita inicial.
Figura 7.3b Spread de baixa com opo de compra
Como o X1 da VOC menor (X1 menor, maior chance de ser exercido), seu preo maior que o da
COC. Por isso, h receita inicial.
Como o X1 da VOC menor (X1 menor, maior chance de ser exercido), seu preo maior que o da
COC. Por isso, h receita inicial.
Spread borboleta
O spread borboleta envolve posies em opes com trs preos de exerccio distintos. Ele pode ser
criado pela COC com X1, COC com X3 e duas VOC com X2, sendo que X1 < X2 < X3 e X2 est prximo
do preo da ao hoje e na metade da distncia entre X1 e X3.
Essa estratgia d lucro, se o preo da ao se mantiver prximo ao preo atual, X2, e d pequeno
prejuzo, se o preo da ao se mover em qualquer direo. A estratgia requer um pequeno
investimento inicial e recomendvel para o investidor que no acredita em grandes alteraes no
preo da ao.
Suponha que o preo de uma ao seja R$61, atualmente, e que um investidor acredite ser improvvel
uma variao de preos nos prximos seis meses. Os preos de mercado para as opes de compra
com vencimento em seis meses so:
Tabela 7.3 Preos de Opes de Compra
56
Preo de Exerccio
55
10
60
65
UNIDADE II
O investidor pode criar o spread borboleta comprando uma opo de compra com preo de exerccio
igual a R$55, comprando outra opo de compra a R$65 e vendendo duas opes de compra com
preo de exerccio igual a R$60.
O custo dessa posio seria de R$1 = [10 + 5 (2 x 7)]. Se o preo da ao for maior que R$65 ou
menor que R$55, o resultado lquido zero e o investidor perde R$1 do investimento inicial. Se o
preo da ao ficar entre R$55 e 64, h lucro. O lucro mximo, R$4, ocorrer quando o preo da
ao for R$60.
O spread borboleta tambm pode ser criado utilizando opes de venda. O investidor pode comprar
uma opo de venda com um preo de exerccio baixo e outra com preo de exerccio alto e vender
duas opes de venda com preo de exerccio intermedirio.
Spreads calendrio
At o presente momento, a anlise concentrou-se em opes com mesma data de vencimento
e diferentes preos de exerccio. As spreads calendrio utilizam opes com mesmos preos de
exerccio, porm diferentes datas de vencimento.
Um spread calendrio pode ser criado pela venda de uma opo de compra com certo preo de exerccio
e compra de uma opo de compra com o mesmo preo de exerccio, mas maior data de vencimento.
Um spread calendrio pode ser criado pela venda de uma opo de compra com certo preo de exerccio
e compra de uma opo de compra com o mesmo preo de exerccio, mas maior data de vencimento.
Relembrando o captulo anterior, quanto maior o intervalo de tempo at o vencimento de uma
opo, mais cara ela , porque maior a possibilidade de ela vir a ser exercida. Por isso, a spread
calendrio exige um desembolso inicial.
Figura 7.5a Spread calendrio com opo de compra
57
Pode-se criar, tambm, uma Spread Calendrio Reverso, com resultado oposto ao das duas figuras
anteriores. Nesse caso, o ganho ocorre, se o preo da ao estiver distante do preo de exerccio das
opes. Deve-se comprar uma opo de vencimento menor e vender uma opo de vencimento maior.
Combinaes
Combinaes so estratgias de opes que envolvem a tomada de posio em opes de compra e
de venda da mesma ao. A seguir, sero apresentados o straddle, o strip, strap e o strangle.
Straddle
Uma combinao popular o straddle, que composto pela compra de uma opo de compra e
outra de venda com a mesma data de vencimento e o mesmo preo de exerccio.
Figura 7.6 Straddle
58
UNIDADE II
Intervalo de preo
da ao
Retorno COC
Retorno COV
Retorno Lquido
St X
X - St
X - St
X > St
St - X
St - X
A figura 7.6 conhecida como straddle de fundo ou straddle de compra. A posio reversa chamada
de straddle de topo ou traddle de venda, sendo criada pela venda de uma opo de compra e outra
de venda com o mesmo preo de exerccio e a mesma data de vencimento.
Strips e Straps
O strip consiste na compra de uma opo de compra e de duas opes de venda com a mesma data
de vencimento e o mesmo preo de exerccio.
Figura 7.7 Strip
SHAPE \* MERGEFORMAT
O strap consiste na compra de duas opes de compra e uma opo de venda com a mesma data de
vencimento e o mesmo preo de exerccio.
Figura 7.8 Strap
SHAPE \* MERGEFORMAT
Strangles
O strangle, tambm chamado de bottom vertical combination, composto quando o investidor
compra uma opo de compra e outra de venda com a mesma data de vencimento e preos de
exerccio diferentes, como demonstrado na figura a seguir.
59
O preo de exerccio da opo de compra, X2, maior que o preo de exerccio da opo de
venda, X1.
SHAPE \* MERGEFORMAT
A venda de um strangle, venda de uma opo de compra e de uma opo de venda, tambm
chamada de top vertical combination. A opo de compra tem de ter preo de exerccio maior que
o da opo de venda.
Figura 7.9b Strangle de venda
SHAPE \* MERGEFORMAT
60
Captulo 4
Outros tipos de opes e derivativos
de crdito
Ao longo da dissciplina, foram apresentados os produtos financeiros mais utilizados pelos
investidores para a proteo, a especulao, a alavancagem e a troca de fluxos de caixa. Nesta
seo, apresentam-se, de forma no exaustiva, produtos financeiros menos populares e alguns mais
recentes no mercado financeiro.
Opes exticas
Entre as opes exticas figuram as de incio futuro (forward start), opes compostas, chooser
options, opes com barreira, opes binrias e opes asiticas.
Opes compostas
As opes compostas, na verdade, so opes de opes. Essas opes tm dois preos de exerccio e
duas datas de vencimento. Imagine, por exemplo, uma compra de opo de compra de outra opo
de compra. Na primeira data de vencimento, T1, o titular pode pagar o primeiro preo de exerccio,
X1, e recebe uma opo de compra. A opo de compra recebida permite ao titular comprar o ativo
subjacente na segunda data de vencimento, T2, pelo preo de exerccio, X2. A opo composta s ser
exercida, se na data T1 o valor da segunda opo for maior que o preo de exerccio da primeira opo.
Chooser options
A chooser option tem a caracterstica de permitir ao seu titular, durante determinado intervalo de
tempo, escolher se a opo ser de compra ou de venda.
61
Opes binrias
As opes binrias so instrumentos com resultado financeiro descontnuo. Um exemplo simples a
opo de compra dinheiro ou nada. Nela no h pagamento, se o preo do ativo terminar abaixo do
preo de exerccio, e h pagamento de uma quantia fixa, se o preo do ativo ficar acima do preo de
exerccio. Opes asiticas so aquelas em que o resultado financeiro depende do preo mdio do ativo
subjacente durante pelo menos algum intervalo de tempo da vigncia da opo. As opes asiticas so
mais baratas que as opes comuns e podem ser mais adequadas para as necessidades das tesourarias
das empresas, especialmente quando se espera proteger fluxos financeiros de longa durao.
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UNIDADE II
O crdito imobilirio irrestrito, sem considerar a capacidade de pagamento dos devedores ou, at
mesmo, sem considerar se eles possuam emprego, renda ou patrimnio10, fez com que muitos
devedores no pudessem honrar seus compromissos, dando origem a crditos podres.
Outro fator que contribuiu para o crdito irrestrito foi a baixssima taxa de juros norte-americana
que vigorou aps o ano de 2001, quando a bolha ponto com estourou. Em 2001, o movimento
especulativo no preo das aes de empresas de tecnologia fez com que fosse criada uma bolha que
viria a eclodir em 2001. O crescimento econmico norte-americano foi muito prejudicado e, para
estimular a economia, taxas de juros muito baixas comearam a ser praticadas, estimulando um
crescimento desproporcional do crdito e do consumo.
O crdito fcil levou muitas pessoas a se endividar para comprar casas que presenciavam valorizao
instantnea como forma de investimento, criando uma espiral especulativa. Esse movimento acabou
por criar uma bolha no mercado imobilirio americano, que se rompeu em 2008 e criou a maior
crise financeira internacional dos ltimos setenta anos, porque muitos outros agentes financeiros de
outros pases possuam ativos empacotados do setor imobilirio americano.
Conclui-se que a crise foi resultado do crdito irrestrito, da especulao em busca de rendimento, da
ineficcia dos modelos de gesto de risco e da ineficincia da superviso financeira norte-americana.
10 Para os devedores que contraram emprstimos sem possuir renda, trabalho ou patrimnio, criou-se a sigla, em ingls, NINJA
(No income, no job or asset).
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A partir do final de 2009, o nvel da averso ao risco quanto dvida dos pases europeus, em
especial a Grcia, elevou-se rapidamente, fazendo com que o CDS grego saltasse de cerca de 150
pontos base para 400 em janeiro de 2010.
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Referncias
BRADDOCK, John. Derivatives Demystified: Using Structured Financial Products. Wiley, 1997.
GRUBER, Martin; ELTON, Edwin. Moderna Teoria de Carteira.
HULL, John. Fundamentals of Futures and Options Markets. 6. ed. Pearson, 2008.
RENDLEMAN JR, Richard. Applied Derivatives: Options, Futures and Swaps. Blackwell,
2002.
SMITH, Courtney. Option Strategies. 2. ed. Wiley, 1996.
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