Nem Uma Hora PDF
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Mudana Radical
J se passaram quase duas dcadas desde o dia em que, de joelhos,
chorando, numa ala psiquitrica de hospital, busquei a presena de
Cristo e sua paz inundou todo o meu ser. Agora sei o que operou minha
cura. Era a primeira vez na vida que tinha conscincia de que Deus
estava-me vendo ah, onde me encontrava, e de que ele me conhecia,
precisava de mim e tinha um objetivo para minha vida, e de que eu
tambm precisava dele.
Todos os seres humanos, inclusive voc que me l, tm essas mesmas
necessidades bsicas. Todos precisamos de que algum nos veja;
precisamos de que algum precise de ns; precisamos ter um objetivo
para a vida. Dar vida a outro ser humano no basta. Dedicar-se a uma
carreira profissional ou viver uma existncia de consumismo tambm no
suprem a carncia espiritual que todos temos. E enquanto ela no for
preenchida haver sempre em nosso corao uma plaqueta com os
dizeres: "H vagas."
Quando encontrei Jesus, parece que minha vida passou a pulsar num
novo compasso; agora tinha sentido e propsito definidos. No conseguia
ficar calado; tinha que contar o fato a outros. Mas o problema que os
pastores no permitiam que eu falasse em suas igrejas porque me
consideravam "fantico". Ento pregava na sorveteria, ou em qualquer
outro lugar onde encontrasse algum para me escutar. Afinal tive uma
oportunidade. Deram-me permisso para pregar uma vez s na Primeira
Igreja Batista de Kilgore, Texas, minha cidade natal.
Do plpito, notei que havia ali um hippie, ouvindo a pregao. Mas
como tinha o olhar vago, conclu que devia estar completamente dopado
ou ento muito embriagado. Instantes depois reconheci-o: era
JerryHowell, tecladista de um grupo de rock denominado The Mouse and
the Traps (O rato e as ratoeiras). Jerry era um dos "ratoeiras". Naquela
ocasio, uma das msicas do grupo estava em primeiro lugar nas
paradas, em Dallas. Os jovens da cidade adoravam Jerry, mas aos olhos
dos pais, claro, no passava da escria da raa humana.
Ao final do culto, ele veio falar comigo.
Eu me identifiquei muito com tudo que voc disse, comentou com
naturalidade.
E por que veio igreja, Jerry? indaguei apertando a mo que me
estendia.
Deu um suspiro.
que h seis meses, quando meu pai morreu, prometi-lhe que
levaria meu irmo igreja todos os domingos. Estou s cumprindo a
promessa que fiz a ele.
Aqui abaixou a voz e continuou:
E nesses seis meses sua mensagem foi a primeira que teve algum
sentido para mim.
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Depois daquilo no consegui mais tirar aquele rapaz da cabea. Senti
que ele estava procura de algum que o ajudasse. Resolvi ligar para ele
e convid-lo para ir igreja comigo.
Jerry, principiei meio hesitante, aqui o Larry Lea.
Do outro lado da linha um profundo silncio.
Agora sou conselheiro dos jovens da Primeira Igreja Batista de
New London, expliquei, sem acrescentar, porm, que era a nica igreja
batista dessa cidadezinha. Jerry, continuei um pouco mais confiante,
queria que um dia desses voc fosse comigo l para tocar rgo. Voc
conhece aquele hino "A Graa Eterna de Jesus", no conhece? Ento voc
toca e eu canto. E assim dirigimos a reunio dos jovens.
Eu? indagou ele. Est querendo que eu toque rgo numa igreja?
Naquele instante eu ainda no sabia que nos ltimos quatro anos ele
se drogava todos os dias. E mais tarde fiquei sabendo tambm que, no
momento em que eu ligara, ele se encontrava no quintal de sua casa
aparando a grama apenas para manter a cabea lcida.
Estou precisando muito de sua ajuda, Jerry, afirmei. Voc tem
muito talento, cara, e Deus pode us-lo de maneira extraordinria em
sua obra. Deus o ama e tem um plano definido para sua vida. Vou passar
em sua casa noite para apanh-lo, e, quem sabe, talvez possa at
arranjar uma namorada para voc, conclu, e fiquei esperando a
resposta.
Uma namorada? indagou espantado. Uma moa de igreja?
As sete da noite passei pela casa dele para lev-lo ao culto. Vestia
uma cala jeans desbotada e camiseta. Seu cabelo louro estava muito
comprido, dando-lhe pela cintura; mas no alto da cabea era
acentuadamente calvo. Seu velho furgo estava na rampa da entrada. O
veculo tinha cortinas na janela e um sofisticado aparelho de som
estereofnico, tocando msicas de Jimi Hendrix e Led Zeppelin no ltimo
volume. E ali estava eu, com o cabelo cortado direitinho, minha fita de
Jim Nabors cantando o "Pai Nosso", e uma Bblia grande sobre o painel do
carro. Quando ele entrou, olhou para mim e em seguida para a Bblia e
depois para mim, e para a Bblia de novo, e s ento virou-se para a
frente. E como ficou calado! Dali fomos s casas das moas para apanh-
las, e Jerry sem dizer uma palavra.
Assim que entramos na igreja, fiz um gesto com a cabea indicando a
plataforma, e disse:
O rgo fica ali, Jerry. s tocar.
E ele tocou "A Graa Eterna de Jesus", de um modo como aquela
msica nunca tinha sido tocada antes numa igreja. Eu cantei e preguei, e
foi assim que dirigimos a reunio.
J eram mais ou menos 11:30 da noite quando chegamos de volta
residncia dele, aps ter deixado as moas em casa. Foi a que ele abriu
a boca, praticamente pela primeira vez.
Larry, esse Jesus tem mesmo alguma coisa para a gente?
perguntou com certa ansiedade.
Eu nem soube o que responder, pois ele estava muito confuso, muito
drogado, e, ainda por cima, sofria um esgotamento nervoso. Mas fiz uma
orao rpida, pedindo orientao de Deus. No incio da conversa, ele j
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fizera uma poro de perguntas que eu no soubera responder. E a
algumas delas replicara com sinceridade: "No sei, Jerry." Mas, nesse
instante. Deus como que encheu minha boca de palavras e fiquei a falar
de Jesus com ele por algum tempo.
Quando acabamos de conversar eram cerca de 3:30 da madrugada.
Ele fixou os olhos diretamente sua frente, deu um suspiro profundo, e
indagou:
Como que consigo isso?
Ento eu (com minha "larga" experincia de ganhador de almas)
respondi:
Faa o seguinte: abra a Bblia em Mateus 5, 6 e 7 (os nicos textos
que eu conhecia), ajoelhe-se e comece a clamar: "Jesus! Jesus! Jesus!"
A voc sente uma coisa, e assim fica sabendo que conseguiu.
E Jerry entrou em casa e fez exatamente o que eu dissera. Mas,
antes mesmo que se ajoelhasse, Deus j salvara sua alma, libertara-o do
vcio de drogas que o dominava havia quatro anos e o chamara para
pregar o evangelho. Quando tudo terminou, foi casa de seu melhor
amigo, Max, o baterista do conjunto. Eram seis horas da manh, do dia 4
de julho. Max encontrava-se no fundo do quintal dando comida para seus
coelhos. (Esses caras eram todos meio estranhos. Cada um tinha uma
mania.) Assim que Jerry deu a volta pelo canto da casa o o outro o
avistou, soltou uma exclamao de espanto:
Cara, o que foi que lhe aconteceu?
Conheci um sujeito esquisito chamado Larry Lea, e 1'icamos a
noite inteira conversando sobre Jesus.
cara, como posso conseguir isso?
E Jerry lhe ensinou direitinho.
Pegue a Bblia, leia Mateus 5, 6 e 7, depois ajoelhe-se e ...
As 7:30 da manh meu telefone tocou. Era Jerry.
Larry, aconteceu comigo! Depois vim para a casa do Max, falei-lhe
de Jesus, e aconteceu com ele tambm.
Mas voc sabe como o Max diferente, no sabe? Acho melhor dar uma
chegadinha aqui para ver se est tudo certo.
Mas esse no foi o nico telefonema que Jerry deu nesse dia. O
seguinte foi para o barbeiro. Como a barbearia de seu bairro estivesse
fechada devido ao feriado1, ligou para o prprio barbeiro.
Sr. Buck, principiou meio hesitante, aqui o Jerry Howell. Ser
que poderia cortar meu cabelo hoje?
Buck nem pestanejou.
Claro, rapaz, respondeu rpido como um relmpago. Venha c.
E em seguida no resistiu tentao de comentar:
H muito tempo estou querendo cortar seu cabelo.
Um ms depois, Jerry Howell, bem barbeado e de
cabelo cortado, entrou para uma escola bblica, acompanhado de um
"sujeito esquisito" chamado Larry Lea. Certo dia ele comentou comigo o
seguinte:
Larry, Deus me chamou para pregar o evangelho, e estou sentindo
que devo realizar uma campanha evan- gelstica.
CAPTULO TRS
CAPTULO QUATRO
CAPTULO CINCO
Progresso Espiritual
No passado, o povo de Deus ouvia a voz dele diretamente, o que era
timo. Mas ns tambm precisamos escut-la. "Hoje, se ouvirdes a sua
voz..." (Hb 3.7 grifo nosso.) O Esprito Santo est entregando uma
mensagem Igreja nestes dias. Deus est convocando seu povo para
orar, e essencial que demos ouvido a esse chamado, pois a base sobre
a qual se assentam todas as coisas que devem acontecer daqui por
diante : "No por fora nem por poder, mas pelo meu Esprito, diz o
Senhor dos Exrcitos." (Zc 4.6.)
Precisamos entender que no por ns mesmos, pelo nosso esforo
prprio, que cultivamos o desejo de orar. Ele despertado em ns pelo
Esprito Santo. Se voc est ciente de que ele j colocou esse desejo em
seu corao, faa uma pausa agora e d graas a Deus por isso. Mas, se
ainda no o possui, pea ao Senhor que o desperte em seu corao.
Depois pea-lhe que o ajude a coloc-lo em prtica. E medida que for
adquirindo o hbito de orar, ele mesmo operar a "mudana de marcha",
e voc ver a orao deixar de ser uma atividade penosa e cansativa, e
se transformar num santo deleite!
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Deus est ansioso para ver nosso corao transfor- iiiado numa casa de
orao. Por qu? Porque ele tem muitas bnos para nos dar, e dar a
outros por nosso intermdio. E assim que comeamos a orar, desenca-
(leia-se em ns uma progresso espiritual. Deixe-me explicar melhor.
Corria um dia como outro qualquer no templo de lorusalm, com os
negcios de sempre, at o momento em que Jesus entrou. Naquele
instante, seu desprazer deu as mos a uma ira santa. Ele improvisou um
chicote de cordas, encaminhou-se diretamente para os cambistas e para
os que vendiam e compravam bois, ovelhas e pombas, e os expulsou dali,
bem como aos seus artigos comerciais. E antes que os que assistiam
cena se refizessem do susto, ele j estava de volta, agora para derrubar
as mesas e cadeiras dos cambistas e vendedores de pombas. As moedas
rolaram pelo cho e ainda deslizavam por ali quando ele gritou para
eles: "A minha casa ser chamada casa de orao, vs, porm, a trans-
formais em covil de salteadores."
Em seguida, os cegos e aleijados entraram pelo templo, cientes de
que, no sendo culpados de nada, no tinham nada a temer. E Jesus os
curou, em meio a risos e vozes de crianas que entoavam hosanas ao
Senhor. Mas os principais sacerdotes e os escribas, irritados, exigiam que
Jesus mandasse que os meninos se calassem. Mas ele replicou
calmamente: "Sim; nunca lestes: Da boca de pequeninos e crianas de
peito tiraste perfeito louvor?" (Ver Mt 21.12-16.)
Vamos analisar esse texto para descobrir a bela progresso espiritual
que h nele. Primeiramente, Jesus limpou o templo, tornando-o uma
casa pura (v. 12). Em seguida, fez a declarao de que ele seria
chamado casa de orao (v. 13). Feito isso, o templo se tornou uma casa
de poder, pois cegos e aleijados foram curados por Jesus ali (v. 14). Por
ltimo, tornou-se a casa do perfeito louvor (v. 16).
Ser que no devia haver essa mesma progresso na vida do crente e
da Igreja? Lembremos que Paulo disse: "No sabeis que sois santurio de
Deus, e que o Esprito de Deus habita em vs?" (1 Co 3.16.) Eu e voc
somos parte da Igreja, que a habitao de Deus por inter- mdio do
Esprito (Ef 2.20-22). Mas, infelizmente, muitas vezes nosso templo
tambm se encontra impuro, dominado por ganncia, intenes indignas
e atos egosticos.
Quantos crentes h que falam uma coisa e vivem outra; isso um
deboche. Deus no abenoa uma igreja impura. Enquanto a Igreja de
Cristo no permitir que o Esprito venha purificar-lhe a alma, removendo
a falsa religiosidade e transformando-a numa casa de orao, ela no
ser a casa de poder e do perfeito louvor.
Ouamos a solene advertncia de Deus sua Igreja: "Hoje, se
ouvirdes a sua voz, no endureais os vossos coraes como foi na
provocao, no dia da tentao no deserto..." (Hb 3.7,8.) Esse verso d a
entender que os filhos de Israel viram frustrada sua misso de ocupar a
terra de Cana porque no deram ateno voz de Deus.
O Senhor havia prometido que lhes daria aquela terra. Mas como dez
dos doze espias que Moiss tinha enviado terra retornaram
acovardados, cheios de temores, pois a terra lhes parecera
inconquistvel, toda aquela gerao pereceu no deserto. verdade que
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dois deles, Josu e Calebe, tinham f e afirmaram: "Eia! subamos e
possuamos a terra, porque certamente prevaleceremos contra ela." (Nm
13.30.) Mas quando se fez a votao, a opinio dos outros dez superou a
desses dois.
Deus no opera de acordo com os nossos planos. Ele estava disposto a
faz-los atravessar o rio Jordo, mas o povo se deixou prender em
insignificantes questes de rotina diria. Um membro da liderana, que
estava desejoso de "subir" mais, comentaria com ar de orgulho:
"J observou que Moiss parece que no mais ungido?"
E uma esposa meio frustrada comentaria com o marido:
"Veja se consegue trazer mais man para seus filhos!"
E um ancio, at bem intencionado, poderia dizer em tom de
advertncia:
"Josu e Calebe esto com uma confiana excessiva. Como que
podem ficar dizendo por a: "Ns conseguiremos conquistar a terra",
quando todo mundo sabe que eles so mais fortes que ns?"
Eles temeram os gigantes e no a Deus. Ficaram a olhar apenas para
os problemas e no para as promessas. Viram apenas as cidades
muradas, em vez da vontade de Deus. E como no deram ouvidos ao que
o Esprito estava dizendo, ficaram a vagar pelo deserto 40 anos. E ali
morreram, e seus ossos ali ficaram e se ressecaram.
E hoje a situao do crente no diferente da deles. Estamos aqui
para possuir a terra, irmos. Mas, em vez disso, ocupamo-nos em
melhorar mais e mais nossas residncias, em assistir a nossos programas
de televiso, em pagar as prestaes de nossos eletrodomsticos,
preocupados em ter "coisas". Em meio a tudo isso, o Esprito Santo est-
nos chamando orao, mas ns no estamos ouvindo.
A Igreja de hoje est muito distanciada do cristianismo bblico. A
mediocridade tomou conta do Corpo de Cristo, e ns a estamos
aceitando como coisa normal. Neste final dos tempos, Deus est
acelerando o ritmo dos acontecimentos, e no entanto 99% do nosso povo
est ficando para trs. Desejamos ardentemente ver a operao do
poder de Deus, mas para que isso se d necessrio que cultivemos a
disciplina da orao.
No sei se voc j fez uma orao do tipo dessa que eu fiz: "Senhor,
peo-te que retires de minha vida tudo que no tem nada a ver com
Jesus. Quero que permanea em mim apenas aquilo que sirva para
glorificar e engrandecer a Jesus Cristo, o Senhor." Para que essa petio
se torne realidade em ns, preciso que as coisas que podem ser
abaladas, sejam abaladas, para que "as cousas que no so abaladas
permaneam" (Hb 12.27).
Certa vez preguei um sermo nesses termos, e depois uma jovem
comentou o seguinte:
Parece que o senhor est falando que preciso haver um grande
abalo.
E ela tinha razo. Vai haver muito abalo por a.
Ser que voc, leitor, se pudesse conversar comigo, diria assim:
"Larry, nestes ltimos anos minha vida tem experimentado fortes
abalos"? E alguns talvez afirmem isso a respeito da igreja que
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freqentam. Esto ocorrendo muitos abalos, muita agitao, muitas
mudanas. Por qu? Para que possamos subir o prximo degrau dessa
progresso espiritual.
E hoje, se voc ouvir a voz de Deus conclamando-o a orar, no
endurea seu corao. Pea ao Esprito que no lhe d descanso
enquanto sua prtica de orao no sair do plano do simples desejo e
no passar a ser um hbito dirio, e depois um santo prazer. Deixe que
Jesus expulse de sua vida tudo que est impedindo que seu templo se
torne uma casa de orao. Esses bois malcheirosos, essas ovelhas a balir,
essas pombas que arrulham e moedas enferrujadas no merecem tomar
o lugar da santa presena de Deus.
Vamos encarar os fatos. Se no comearmos a orar logo, no ano que
vem no teremos crescido espiritualmente; estaremos no mesmo ponto
em que nos encontramos agora. Mas para que se cumpra a promessa de
transformao temos que enfrentar a agonia da deciso. Ento o que
decidiremos: continuaremos a tocar a vida como de costume, ou estamos
prontos para dar o prximo passo com Deus?
Jesus est esperando que faamos a orao: "Senhor, faz de meu
templo uma casa pura, uma casa de orao, de poder e de perfeito
louvor, para tua glria." E ele deseja comear a operar essa progresso
espiritual em seu templo neste exato momento. E voc, deseja o mes-
mo?
CAPTULO SEIS
Senhor, Ensina-nos a Orar!
Depois que o pai de meu amigo Bob Tyndall faleceu, este pegou certo
dia a Bblia que fora dele, e ps-se a folhe-la. Era uma Bblia bem
manuseada, que o Sr. Tyndall sempre carregava consigo. Numa das
pginas, meu amigo descobriu um comentrio escrito mo, na margem:
"Jesus no nos ensinou a pregar; nem nos ensinou a cantar. Ele nos
ensinou a orar."
O Sr. Tyndall tinha razo. Para Jesus, a orao era uma prtica
prioritria. Relatando o incio do ministrio de Cristo, o evangelista
Marcos diz o seguinte: "Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi
para um lugar deserto, e ali orava." (1.35.J Mais tarde, j pelo meio de
seu ministrio, ele subiu ao monte, a fim de orar sozinho, depois de
haver feito a multiplicao dos pes para ulimentar 5.000 pessoas, como
vemos em Mateus 14.23. E j no final de seu ministrio Lucas faz
meno do fato de que ele saiu para orar, como era seu costume (Lc
22.39-41).
Jesus tinha o hbito de orar, e ensinou isso a outros, no apenas por
meio de palavras mas tambm pelo exemplo. Pelos evangelhos
percebemos que a orao era a atividade em que Jesus mais se
empenhava. Depois,
ento, transbordando de uno e compaixo, ele saa do local da
intercesso para ir colher os frutos das vitrias obtidas em orao:
milagres grandiosos, revelaes cheias de autoridade, curas maravilhosas
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e poderosas libertaes. A orao era uma prtica to arraigada nele,
que mesmo no momento em que se encontrava na cruz, enfrentando a
zombaria e o deboche dos que se achavam ali, as primeiras palavras que
pronunciou foram uma orao, o que no nos espanta nem um pouco (Lc
23.34).
Ele encarou a morte do mesmo modo como havia passado pela vida:
sem temor. E ao morrer confiou seu esprito aos cuidados do Pai,
dizendo: "Est consumado." (Jo 19.30.) Mas no devemos pensar que a
morte dele representou o fim de seu ministrio de orao. O autor de
Hebreus afirma que o ministrio dele no cu, hoje, a intercesso: "Por
isso tambm pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus,
vivendo sempre para interceder por eles." (7.25.) Seu ministrio
constante no cu orao. Ele ora por mim, e por voc tambm.
Jesus nunca faria algo que no tivesse valor, ou que fosse enfadonho,
sem vida; e tampouco nos pediria que o fizssemos. E nesse momento
ele dirige a todos ns o chamado mais importante que existe. Repete
para ns as mesmas palavras que disse aos discpulos no jardim do
Getsmani: "Ento, nem uma hora pudestes vs vigiar comigo? Vigiai e
orai, para que no entreis em tentao; o esprito, na verdade, est
pronto, mas a carne fraca." (Mt 26.40,41.) Jesus quer que aprendamos
a passar momentos de comunho com ele, a permanecer com ele uma
hora em orao.
E acho que sei como cada um se sente. Eu j kavia-lhe respondido
que "sim" muitas vezes; tinha o desejo de orar, mas no tinha disciplina
para coloc-lo em prtica.
Lembro-me de uma ocasio em que preguei no Boliche Bronco, ainda
em Dallas. (A Igreja Batista de Beverly Hills se mudara para essa antiga
pista de boliche, pois o templo ficara pequeno para a congregao.)
Havia cerca de trs mil jovens naquela noite no salo, e quando fiz o
apelo uns quinhentos deles vieram frente. Nunca me osqueci daquele
momento. Na hora em que olhei para todos aqueles rostos e disse:
"Acertem a vida com Deus", no meu interior uma voz indagou: "E quando
que voc vai se acertar com Deus?" Quando sa do plpito, muitos
devem ter pensado que eu ia conversar com os decididos. Na verdade,
dirigia-me para uma sala dos fundos, onde me prostrei diante do Senhor.
Sentia-me profundamente frustrado com essa questo da orao.
Relembrando isso hoje, acredito que era uma santa frustrao. O
Esprito de Deus simplesmente no me deixava contentar com menos,
tinha que assumir o ministrio da orao.
Mas no quero dar aqui uma impresso errada. Todos ns orvamos
muito naquela igreja. Vrias vezes tivemos viglias. Oramos pedindo a
Deus uma grande colheita de almas. E em quatro anos a igreja passou,
dos 400 membros iniciais, para mais de 3.000. Mas Deus estava instando
comigo para que adotasse a prtica de me levantar bem cedo pela
manh, e orar at obter a vitria, e que possusse sempre a autoridade e
a uno de Deus. Era preciso que assumisse a orao como uma prtica
diria, em vez de orar s pressas, por ocasio de eventos especiais, para
ficar "abenoado".
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Naquela poca, quando estava trabalhando como lder dos jovens da
igreja, fui convidado para realizar uma campanha avivalista para a
mocidade de Hereford, Texas (uma cidade prxima a Amarilo, na regio
oeste do Estado). Desde que me convertera, abrigava o anseio de ser
evangelista, e por isso fiquei muito satisfeito com o convite que me
tinham feito. O trabalho estava sendo realizado por igrejas de todas as
denominaes, com exceo de uma. Ento cada dia o culto seria numa
delas.
O incio da campanha no foi muito promissor. Na primeira noite, o
culto foi na Igreja de Deus. Fazia muito frio, e l dentro o ambiente
estava frio tambm. Preguei da melhor maneira que pude, e em seguida
fiz o apelo, mas ningum foi frente.
No dia seguinte, a reunio foi na Igreja da Assemblia de Deus. A
parte do louvor e orao foi muito boa, mas a pregao e apelo foram
uma cpia fiel do que se passara na noite anterior. Eu tinha a impresso
de que todo mundo estava pensando: "Quando que ele vai fazer
alguma coisa? Quando que vai comear a acontecer o que estamos
esperando?" Ou pelo menos era o que eu prprio estava indagando.
No terceiro dia, fomos para a Igreja Metodista. Fiz questo de chegar
um pouco mais cedo, para passar alguns momentos em comunho com
Deus. Mas quando estava procurando um bom lugar para orar,
apareceram duas freiras catlicas trazendo um violo. Vieram dire-
tamente para mim e disseram:
"Pastor Lea, ser que poderia afinar este violo para ns?"
Espantado com o estranho pedido, fiquei a olhar para elas alguns
instantes, e depois disse:
Bom... eu... ah, afino, sim.
(Como que se pode negar um pedido de duas freiras convertidas?) E
fomos para uma sala onde afinei o instrumento.
Percebendo que eu estava nervoso, por ver que o tempo em que
devia estar-me preparando se escoava rapidamente, uma delas ps a
mo em meu brao, tranqilizando-me, e disse:
No se preocupe, irmo. J oramos pelo senhor hoje durante oito
horas.
Quase nem acreditei no que ela dizia, mas mesmo assim me senti
grato a elas, e um pouco aliviado. Em seguida, ela imps as mos sobre
mim e se ps a falar em lnguas, enquanto a outra cantava tambm em
lnguas. Instantes depois eu no sabia mais se estava no cu ou na terra,
mas tive de reconhecer que estava em companhia de duas mulheres que
realmente conheciam a Deus.
Quando terminaram, uma delas indagou:
Irmo, a expresso "Est consumado" significa alguma coisa para
o senhor?
Senti arrepios. Aquela expresso era o texto que escolhera como
tema do sermo.
Comeou o culto, e preguei num daqueles plpitos metodistas,
colocado ao lado direito da plataforma, bem no alto. Ao fim do sermo,
fiz o apelo, e cerca de 100 jovens foram frente.
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No dia seguinte, iria pregar na Igreja Catlica. Che- i!i h i l bem cedo, e
dei um suspiro de alvio quando vi as ihiMS irms com seu violo. Dessa
vez fui eu que me dirigi lii^o a elas, e disse:
Deixe-me afinar o violo para as irms.
No dia anterior, no fizera isso com o corao; mas misse foi
diferente. Ento passamos pelo pequeno ritual iln afinar o instrumento e
assim que terminei passei ao ponto importante. Sem perda de tempo,
indaguei:
Vamos orar novamente? Sabem, no ? Como liy.omos ontem.
E elas impuseram as mos em mim, e a experincia se repetiu.
Depois, a irm que ainda no falara nada a no ruir orar em lnguas
indagou:
Pastor Lea, lembra-se do episdio da mulher que linha um fluxo
de sangue, e tocou na orla da veste de losus?
(E vocs j devem ter adivinhado: aquele era o texto do sermo da
noite.)
Preguei, e naquela oportunidade mais umas 100 pessoas tiveram um
encontro com Deus. Ao final da semana, tinha havido cerca de 500
converses na cidadezinha.
No avio, de volta para Dallas, comecei a pensar como iria relatar
aos obreiros da igreja, da maneira mais humilde possvel, tudo que Deus
operara em minha vida. "Ah, como foi a campanha evangelstica? Nada
mal. Tivemos umas 500 converses. Foi uma semana muito abenoada."
Eu sempre quisera ser evangelista. Agora sabia que j o era. A
sensao era tima. Estava exultando com o nmero de convertidos na
campanha, e pensando como faria para relatar tudo com muita
humildade, quando, de repente, o Esprito Santo interrompeu meus
devaneios.
"Filho", disse ele, "vamos deixar bem claro um ponto a. Voc no
teve nada a ver com o sucesso da campanha."
Abri a boca de espanto, mas logo a fechei de novo. E a voz interior
prosseguiu:
"O que aconteceu foi que algum simplesmente pagou o preo da
orao."
E durante muitos anos aquelas palavras continuaram a ecoar em meu
pensamento: "Algum pagou o preo da orao... pagou o preo da
orao."
Ento, quando o Pastor Conatser faleceu em 1978 e fui convidado
para assumir o pastorado da Igreja Batista de Beverly Hills, minha "santa
frustrao" tinha atingido o auge. Estava de um jeito que nada mais
importava para mim, a no ser o chamado para orar. Tinha que atender
a esse chamado, que to mais importante que o chamado para ser
pregador. Foi ento que reuni minha famlia e parti para Kilgore. L tive
aquele contato com o pastor B. J. Willhite, e meu ansioso desejo de orar
passou a ser a santa disciplina da orao.
Foi nessa ocasio quando eu estava buscando sabedoria como
quem procura ouro que Deus comeou a revelar-me novos conceitos
sobre a orao, verdades escondidas que eu nunca conhecera. E como eu
perseverasse em busc-lo, ele me deu outras revelaes. E quando ele
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me ordenou que fosse para Rockwall e fortalecesse sua igreja ali, j me
encontrava liberto da idia de que "quanto maior, melhor". Fui para
Rockwall com um nico pensamento: orientar os crentes e ensin-los a
orar. No sabia, porm, que estava tocando no dispositivo espiritual que
provocara o grande derramamento do poder de Deus no primeiro sculo.
S sabia que tinha que orar, e levar outros a faz-lo tambm.
Em 1981, quando nossa igreja j estava com um ano de existncia,
fui a Nova Orles, para ouvir o Rev. Paul Yonggi Cho, pastor da Igreja do
Evangelho Pleno de Yoido, na Coria, a maior igreja do mundo. Com a
ajuda de Deus, consegui marcar uma entrevista com ele, e fomos
conversar em uma saleta dos fundos, da igreja onde ele estava dando um
seminrio. Assim que fitei seus olhos, tive a impresso de estar
enxergando a alma dele. Sabia que dispunha de pouco tempo e teria que
aproveit-lo ao mximo, fazendo uma pergunta bem significativa.
Dr. Cho, disse, como conseguiu ter uma igreja to grande?
Ele sorriu para mim, e sem qualquer hesitao respondeu:
Oro e obedeo, disse, e em seguida riu.
Ri tambm, mas interiormente repensava no que ele dissera. esse o
segredo, murmurei comigo mesmo. exatamente isso. Orar e obedecer
Larry. Orar e obedecer.
Nunca mais esqueci essas palavras. Sabe, existe muita gente por a
que quer obedecer; mas no ora. Mas, se quisermos entrar na esfera de
poder e uno do Esprito Santo, essas duas coisas tero que andar de
mos dadas.
Estou convencido de que os discpulos de Jesus no eram muito
diferentes de ns. Como acontece conosco, primeiro eles tiveram que
quebrar a cabea para depois ir procurar Jesus e lhe dizer: "Senhor,
ensina-nos a orar."
Foi assim que aconteceu comigo. Tentei orar por minha prpria
iniciativa, mas percebi que estava faltando alguma coisa. Ento
continuei clamando a Deus: "Senhor, ensina-me a orar; ensina-me a
orar." E certo dia, mal eu acabara de fazer-lhe esse pedido, as aulas
comearam.
CAPTULO SETE
CAPTULO OITO
1. Brad Young, The Jewish Background to the Lord's Prayer (Austin, Texas: Center for Judaic-Christian Studies, 1984).
CAPTULO NOVE 32
Apropriando-nos das Promessas de Deus
Mas no me entendam mal. A orao no um passe de mgica. Tampouco tarefa fcil. Mas
ela opera realmente. A medida que reconhecemos Deus em todos os nossos caminhos, ele nos
concede os desejos de nosso corao.
Certo dia, pouco tempo depois que me converti, minha me me disse
que estava pensando em se separar de meu pai.
Larry, disse ela, eu e seu pai estamos casados todos esses anos,
mas nossa vida em comum tem sido terrvel. No agento mais as
bebedeiras dele. No posso continuar vivendo assim.
Senti-me arrasado, e supliquei:
Mame, por favor, no se separe dele.
Mas ela replicou:
Voc agora j saiu de casa. Sua irm tambm j foi embora. No
tenho mais motivo para ficar aqui; por que deveria ficar?
Mame, retruquei, tenho lido os textos em vermelho da Bblia.
E da? O que isso tem a ver? indagou ela desalentada, com um
certo tom de irritao na voz.
Tem a ver que Jesus diz, em Mateus 18.19, que "se dois dentre
vs, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer cousa que
porventura pedirem, ser-lhes- concedida por meu Pai que est nos
cus". Eu sou um, e com a senhora, me, somos dois. Ns poderemos
concordar, e assim a coisa acontece."
Mas ela no sentia o mesmo entusiasmo que eu. Deu um suspiro
fundo e confessou:
No tenho f suficiente para crer, Larry.
Est bem, respondi. A no diz "se dois concordarem e crerem".
Diz apenas "se dois concordarem". Se preciso f, ento eu crerei por
ns dois.
Passei o brao pelos ombros dela, e oramos, fazendo um acordo
entre ns, a respeito do problema.
Sabe o que aconteceu depois disso? As coisas pioraram. Isso j lhe
aconteceu? J aconteceu de voc orar fervorosamente por um problema,
e, em vez de a situao melhorar, ela piorar?
Certo dia, meu pai bebeu tanto que bateu o carro. Ajoelhei-me ao
lado da cama e tentei conversar com ele a respeito de Deus. Mas ele me
empurrou, e resmungou irado:
No me venha com esse negcio de Jesus.
Naquela noite orei e chorei em meu quarto a ponto de
o assoalho ficar molhado de lgrimas. O Senhor colocara em meu
corao um forte desejo de ver meu pai salvo, e eu no iria desistir
agora. Ele me fizera uma promessa: "Agrada-te do Senhor, e ele satisfar
aos desejos do teu corao." (SI 37.4.)
Isso no quer dizer, porm, que posso ter um "cadil- lac" hoje, um
"mercedes" na semana que vem, e uma casa nova no prximo ano; no
estou falando de loucuras da carne. Falo de estarmos em unio com
Cristo, permitindo que ele coloque em nosso corao os seus prprios
desejos.
33
Na semana seguinte, entrei na cozinha e vi mame sentada mesa,
chorando. Meu primeiro pensamento foi de que havia acontecido algo de
muito terrvel.
O que aconteceu, me? indaguei alarmado.
Ela enxugou as lgrimas e explicou:
No sei com certeza. S sei que hoje seu pai parou o carro no
acostamento, saiu e se ps a orar: "Jesus, se o Senhor pode fazer alguma
coisa por um velho bbedo como eu, entregarei minha vida a ti."
Poucos dias depois, recebi um telefonema de meu pai, que se achava
internado em um hospital, pois seu organismo estava totalmente
devastado pelo lcool.
Filho, traga uma Bblia para mim, disse com aquela sua voz to
inconfundvel.
Abismado com o pedido dele, indaguei:
Papai, o que foi que lhe aconteceu?
Voc sabe o que me aconteceu, respondeu meio acanhado mas
visivelmente orgulhoso do passo que dera, e num tom de voz srio. Mas
logo depois seu tom se abrandou, quando repetiu:
Traga uma Bblia para mim.
Encaminhei-me para l com uma Bblia debaixo do brao. E assim
que entrei ele me deu um abrao. As primeiras palavras que pronunciou
foram:
Quer fazer uma orao por mim?
Naquele instante, camos prostrados, os dois, oramos e choramos.
Isso ocorreu h mais de quinze anos. Desde ento, meu pai nunca mais
se embriagou, e o melhor amigo que tenho. Ele e mame so membros
de minha igreja, embora tenham que fazer um percurso de cerca de 150
quilmetros para vir e 150 quilmetros para voltar, dominicalmente. E
tudo isso porque meu fiel Senhor colocou em meu corao o santo
desejo de ver meu pai curado, e restaurado no esprito, corpo e alma.
Esta a terceira bno que recebemos na Nova Aliana: sade e cura.
Sade e Cura
Outro nome composto de Deus feov-raf, que significa "Jeov
cura". O termo raf quer dizer restaurar, curar ou sarar, no apenas no
sentido fsico, mas tambm no espiritual e moral. Foi o que Deus operou
em meu pai.
Lembro-me de que nas aulas de teologia sistemtica do seminrio os
professores tentavam convencer-nos de que Jesus no realiza mais curas
em nossos dias. E ainda assim afirmavam que a Nova Aliana era melhor
do que a velha. No concordei, e voc tambm no deve concordar. Ele
ainda "o Senhor que te sara".
Voc est doente, ou conhece algum que est? Ento comece a
agradecer ao Senhor pelo fato de que por suas pisaduras fomos sarados.
(Ver Is 53.5; Mt 8.16,17.) Na mente de Deus, a cura j est realizada (1
Pe 2.24). Faa essa declarao de f. Pense no sangue de Cristo, no em
si mesmo e nem no que sente. Pense em como Jesus e naquilo que,
com seu sangue, ele conquistou para ns. E quando o louvamos, ele
realiza aquilo de que precisamos ele o Jeov-raf, o "Senhor que te
sara". 34
Coloque-se em posio de f diante de Deus. Lembre que a palavra
de f mais importante que se pode dizer "obrigado". Portanto, comece
logo a agradecer ao Senhor pelas chicotadas que ele levou nas costas,
para que fssemos curados. Santifique este nome, Jeov-raf, e
agradea-lhe pela sade e a cura que voc pode ter por intermdio de
Jesus Cristo.
Libertao da Maldio da Lei
A quarta bno que temos em conexo com o relacionamento nosso
com o Deus Pai libertao da maldio da lei.
Quando eu era adolescente, a expectativa de minha famlia no era
muito positiva. Lembro-me de que s vezes meu pai olhava para mim
abanando a cabea desalentado e mumurava:
"Acho que vou ter de sustent-lo pelo resto da vida."
E at certo ponto eu concordava com ele. Sentia-me condenado a ser
um fracassado. Na verdade no tinha esperanas de vencer na vida. O
verdadeiro Larry Lea parecia no estar altura das expectativas de
ningum. E pensava que s eu era assim. No sabia que Paulo havia dito
o seguinte em Romanos 3.23: "Pois todos pecaram e carecem da glria
de Deus." Nossos pecados nos condenam ao fracasso. Todas as pessoas,
homens e mulheres, esto constantemente errando, em todas as reas
da vida: moral, emocional, financeira, social, espiritual e fisicamente.
Nenhum ser humano, nenhum dos mortais conseguiu cumprir todos os
requisitos da lei.
O apstolo Paulo diz o seguinte em Glatas 3.10: "Maldito todo aquele
que no permanece em todas as cousas escritas no livro da lei, para
pratic-las." Mas j em Romanos 8.2 encontramos: "Porque a lei do
Esprito e da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte."
E em Glatas 3.13 Paulo declara: "Cristo nos resgatou da maldio da lei,
fazendo-se ele prprio maldio em nosso lugar, porque est escrito:
Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro." O que seria essa
maldio da lei, da qual Cristo nos resgatou? Para responder a essa
pergunta, temos que voltar ao livro de Gnesis e narrativa da queda do
homem.
A deciso tomada por Ado e Eva no sentido de desobedecer a Deus,
que resultou na queda de nossos primeiros pais, teve efeitos muito
profundos. Foi atravs de sua desobedincia que o pecado com todas as
suas terrveis conseqncias entraram no mundo. A imagem de Deus que
havia no homem ficou maculada, distorcida; os seres humanos ficaram
distanciados do seu Criador, e Ioda a humanidade ficou sujeita pena de
morte.
Por intermdio de Moiss, Deus deu ao homem a sua lei pela qual lhe
era apresentado o nico padro de justia que Deus aceitaria. A lei de
Moiss, uma aliana baseada em obras, constitua um modelo para a
conduta diria do homem. Mas como a humanidade no tinha capacidade
de satisfazer esse padro perfeito, ficava sempre muito aqum do que
Deus queria. Estvamos fadados a levar uma vida de falhas, cercada de
frustraes e desalento.
Mas, quando o homem caiu em pecado, caiu tambm nos braos da
misericrdia divina. Jesus Cristo, o Filho unignito de Deus,35 o nico
varo perfeito, apresentou-se voluntariamente para morrer na cruz,
quando ento levou sobre si a pena de morte vinculada maldio, que
a ns era devida, e satisfez todas as exigncias da lei, estabelecendo
conosco uma nova aliana, uma aliana superior. Agora, os crentes da
Nova Aliana acham-se libertos da condenao da lei porque a justia de
Cristo lhes foi imputada. Alm disso, em decorrncia da expiao
operada por ele, os mandamentos da lei no so mais padres
inatingveis, mas agradveis deveres e privilgios, que as pessoas
remidas e cheias do poder do
Esprito Santo so capazes de praticar com eficincia e de bom grado.
Mas no foi s isso que Jesus Cristo fez por ns quando removeu a
maldio da lei. Por meio dele, todas as riquezas de Deus pertencem
queles que entram nessa aliana, riquezas essas que suprem todas as
necessidades imaginveis nesta vida. Pelo que lemos em Glatas 3.14,
Cristo nos remiu da maldio da lei para que pudssemos receber as
bnos de Abrao. E qual era a bno de Abrao? Vemos em Gnesis
24.1 que Deus abenoou Abrao em todas as coisas. E Paulo apresenta o
seguinte argumento: "Aquele que no poupou a seu prprio Filho, antes,
por todos ns o entregou, porventura no nos dar graciosamente com
ele todas as cousas?" (Rm 8.32.J
Em Deuteronmio 28 encontramos a enumerao das bnos que
Deus derrama sobre os que lhe obedecem, e que podemos receber por
intermdio de Jesus Cristo. Vamos citar algumas delas. Deus abenoar
nossos filhos e bens materiais (v. 4); far com que sejam derrotados
nossos inimigos (v. 7); determinar que nossos celeiros sejam
abenoados bem como tudo que fizermos (v. 8). Ele abrir seu bom
tesouro para ns de modo que sempre tenhamos para emprestar a outros
e nunca precisemos tomar emprestado (v. 12). Seremos bem- sucedidos
em tudo, pois Deus nos por por cabea e no por cauda; estaremos por
cima, e no por baixo (v. 13).
Contudo se o povo que se acha em aliana com ele no lhe obedecer
e no andar em seus caminhos, ele afirma que repreender tudo aquilo
em que puserem as mos, e permitir que sejam assolados por
maldies, confuso, pobreza, fracasso e pestes (Dt 28.15-45).
Como vimos, ento, Jesus levou sobre si a maldio de nosso
fracasso e incapacidade, e se tornou fonte de sucesso e bnos para
ns; ele o nosso Jeov-jir. Este nome, Jeov-jir, significa "o Senhor
que v", ou "o Senhor prover". (Ver Gn 22, e em particular o verso 14.)
Deus, o nosso Pai, v nossas necessidades antes que elas surjam, e faz
sua proviso para elas. Seu nome Jeov-jir revela sua disposio e
capacidade de fazer a proviso necessria para nossos pecados e
necessida- des. E como Jesus removeu a maldio, achamo-nos livres de
fracassos morais, financeiros, emocionais, sociais ou espirituais, pois
Deus determinou que tenhamos sucesso. Podemos tudo, por meio
daquele que nos fortalece. (Ver Fp 4.13.)
Portanto, quando santificarmos este nome, Jeov-jir, demos graas
a Deus por estarmos libertos da maldio. Em atitude de adorao,
declaremos que Jesus, que foi feito maldio por ns, j nos libertou, e
no temos mais de viver debaixo da maldio da lei. Um poeta cristo
36
fez essa declarao, ao escrever um hino, um velho hino: "Mesmo que a
terra o impea e o inferno esbraveje, tudo coopera para o nosso bem."
Cante isso; afirme isso; creia nisso.
2. Faa uma linha ligando cada um dos nomes hebraicos de Deus ao seu
correspondente em nossa lngua:
38
meu Pastor, est ali.
Jeov- tsidkenu que vos santifico, paz.
Jeov-shalom Jeov- prover.
sam Jeov-m'kadesh minha bandeira, que te
Jeov-ji r - Jeov- sara. Justia Nossa.
ro Jeov-nissi Jeov-
raf
ESBOO DE ORAO
I. Pai nosso, que ests nos
O Senhor cus.
O Senhor A. Faa uma imagem mental
do sangue de Jesus O Senhor sendo vertido na cruz.
B. Agradea a Deus O Senhor porque voc pode cham-
lo de "Pai" com O Senhor base nesse sangue.
II. Santificado seja o teu O Senhor nome.
A. Primeira bno: O Senhor perdo e libertao do
domnio do O Senhor pecado.
1. Santifique seu nome:
a. feov- tsidkenu: Senhor Justia
Nossa
b. Jeov-m'kadesh: o Senhor que vos santifico
2. Faa declaraes de f.
B. Segunda bno: a plenitude do Esprito Santo.
1. Santifique seu nome:
a. /eov-sholom: o Senhor paz.
b. Jeov-sam: o Senhor est ali.
2. Faa declaraes de f.
C. Terceira bno: sade e cura.
39
1. Santifique seu nome: feov-raf: o Senhor
que te sara.
2. Faa afirmaes de f.
D. Quarta bno: libertao da maldio.
1. Santifique seu nome: Jeov-jir: o Senhor
prover.
2. Faa afirmaes de f.
E. Quinta bno: libertao do temor da morte e do inferno.
1. Santifique seu nome:
a. Jeov-ro: o Senhor meu Pastor.
b. Jeov-nissi: o Senhor minha bandeira.
2. Faa afirmaes de f.
III. Ser que estou tomando o nome de Deus em vo?
A. Pea ao Esprito Santo que lhe revele se em alguma rea de sua
vida voc est tomando o nome do Senhor em vo.
B. Submeta-se ao senhorio de Cristo.
IV. Ore no Esprito, adorando ao Senhor e entoando hinos a ele.
CAPTULO DEZ
43
Nossa famlia tem que vir em primeiro lugar. Os indivduos mais
cheios de remorso que conheo so homens que, enquanto estavam
empenhados em ganhar o mundo para Deus, perderam a prpria famlia.
Como vamos orar por nossa famlia? Quem tem filhos deve afirmar:
"Venha o teu reino, faa-se a tua vontade", na vida de cada um deles.
Mas deve tambm fazer pedidos especficos, e procurar ouvir o que o
Esprito Santo tem a dizer-lhe com relao a seus filhos.
Deus comeou a falar comigo a respeito de meu filho John Aaron
quando ele ainda estava no ventre da me. E tudo que o Esprito de Deus
me disse est comeando a realizar-se.
Certo dia, quando estava com 11 anos, ele comentou:
Papai, o senhor lembra do Mikey, aquele meu cole- guinha da
escola que doente e que ningum gosta? Ele no sabe ler, e todo
mundo fala que ele retardado. Pois hoje eu o ganhei para Jesus.
Sabe por que isso aconteceu? Porque oro diariamente em favor de
John Aaron dizendo: "Venha o teu reino na vida dele! Vontade de Deus,
faa-se nele!" Oro diariamente por meu filho e por minhas duas filhas,
Joanna e Joy Elizabeth, e fao essas afirmaes com relao a todos
eles. '
Oro tambm pelas pessoas com quem eles um dia iro casar-se, e
peo que nunca se afastem da perfeita vontade de Deus para sua vida.
Por qu? Porque estou convencido de que vale a pena orar assim. O
melhor exemplo que conheo a respeito disso o caso de minha prpria
esposa.
Melva Jo tem ttulo de mestrado em msica; soprano operstico
possui uma voz maravilhosa tendo j cantado em diversas partes do
mundo. Conhecemo-nos quando estvamos na faculdade. Ela era a "miss"
da faculdade batista de Dallas, e eu um rapaz retrado. (Na poca eu
estava preocupado apenas em ler os textos em vermelho e buscar o
poder, lembra?) Pois bem, ela era a "estrela" da escola, que j cantara
at numa reunio onde estava presente o presidente da Conveno
Batista do Sul, e eu um rapaz simples, que no sabia nem combinar as
meias com o terno. Ambos cantvamos no coro da escola, e,
logicamente, ela chamou minha ateno. Mas nessa ocasio estava
namorando uma moa de minha cidade e ela era noiva de um rapaz de
Mississippi.
Naquele ano, nosso coro viajou a diversas partes do mundo, e ns nos
tornamos amigos. Uma noite estvamos indo para um concerto quando
ela disse em tom casual:
Sabe de uma coisa? Vou-me casar.
Dei um leve sorriso e comentei:
Melva, voc tem que casar mesmo com aquele coitado; j esto
noivos h trs anos.
Ela ficou em silncio uns instantes, e depois disse em tom suave:
; mas no com ele que vou-me casar.
Houve alguma coisa na maneira como ela disse aquilo que mexeu
muito comigo, interiormente. No disse uma palavra, e nem ela falou
nada. Mas aquilo deve t-la tocado tambm, pois recusou minha carona
44
para voltar para a escola. Alis, ela fez uma grande criancice: escondeu-
se num banheiro para que eu no a encontrasse.
E no dia seguinte faltou s aulas para no se encontrar comigo. Mas
eu sabia onde ela trabalhava, e a foi minha vez de fazer uma criancice:
escondi-me atrs de uma rvore. Quando ela saiu do servio, apareci
subitamente sua frente e falei:
Melva Jo, pare de fugir!
Ela deu um sorriso, abaixou a cabea e replicou:
No vou fugir.
Ento fomos conversar em um lugar tranqilo. O sol estava-se pondo;
o cenrio era muito romntico. Fiz como
Simo Pedro, 110 monte da transfigurao. No sabendo o que dizer,
soltei de chofre:
J pensou que a gente podia se casar?
(Foi uma das primeiras conversas srias que tive com ela.)
Olhando-me diretamente nos olhos, respondeu pensativamente:
; acho que poderamos, sim. Larry, se essa for mesmo a vontade
de Deus, quero que meu noivo ligue para mim terminando tudo.
E voc j deve ter adivinhado o que aconteceu. Trs dias depois, ele
ligou para ela.
Melva, disse, faz muitas semanas que estou querendo telefonar
para voc. Mas no queria faz-la sofrer. Sabe o que , estou namorando
uma moa aqui em Mississippi, e quero terminar meu noivado com voc.
Acho que ns dois no devemos nos casar.
Ele deve ter levado um grande susto com a reao dela.
timo, disse ela, fazendo uma curta orao de agradecimento a
Deus. timo!
Em seguida, ela me procurou e me relatou o que acontecera, e
concluiu num tom firme:
Ento, essa a vontade de Deus.
Mas sou to novo para me enforcar! pensei.
Depois Melva me disse:
Temos que ir conversar com meu pai.
Com seu pai? exclamei, quase me engasgando.
Fomos ento para a casa dos pais dela, em Arkansas,
onde ela se criara. Chegamos j bem tarde da noite, e eles vieram
receber-nos porta. Ela fez as apresentaes e depois orgulhosamente
comunicou-lhes:
Papai, este o moo com quem vou me casar.
O Sr. Bryant me olhou fixamente e depois murmurou:
Esse? Isso? Mas isso a a resposta da orao que fao h quarenta
anos? (No foi exatamente assim, mas foi mais ou menos.)
Ento fomo-nos sentar mesa da sala de jantar, e ele me narrou
uma histria inesquecvel.
Meu rapaz, principiou ele em voz carinhosa, os mdicos tinham-
nos dito que era impossvel que minha esposa tivesse filhos. Mas ns
clamamos a Deus, como Ana clamara a respeito de Samuel. Oramos
durante vinte anos: "Senhor, d-nos um filho. E faa-se a tua vontade na
vida de nosso filho." Passados vinte anos de casados fizemos um voto a
45
Deus. Dissemos: "Senhor, se tu nos deres um filho do sexo masculino, ns
o dedicaremos ao teu ministrio. Se for uma menina, ser esposa de
pastor."
Aqui ele fez uma pausa e eu pensei:
, ento eu no tinha mesmo es cape!
E o pai de Melva prosseguiu.
Quando minha esposa estava com quarenta anos, ficou grvida
pela primeira vez, e teve que ficar sete meses na cama. Mas quando a
menina nasceu, e vimos que era uma criana sadia, erguemos a pequena
diante de Deus e fizemos um voto ao Senhor: "Jesus, todos os dias
iremos afirmar que a tua vontade seja feita na vida dela."
Est vendo? A deciso tomada por Melva quando disse: "No vou me
casar com ele", foi resultado da soma das oraes dos pais dela naqueles
quarenta anos, quando bateram o p no cho afirmando: "Faa-se a tua
vontade na vida de minha filha, Senhor!"
por isso que insisto em que devemos orar por nossos filhos, e pedir
a Deus que eles sempre realizem a vontade divina em sua vida. Pea a
Deus que lhe revele seus planos para o futuro de seus filhos, enquanto
ainda so pequenos, para que possa ensin-los no caminho em que
devem andar. Guarde ciosamente no corao os fatos que Deus lhe
revelar acerca de cada filho, e aproprie-se da sabedoria dele,
diariamente, para instru-los e cri- los.
Vamos pedir a Deus tambm que coloque em nosso corao outras
pessoas da famlia; devemos alargar nosso crculo de interesse e de
intercesso.
H dias em que nos sentimos presos a determinado pedido, e no
conseguimos deixar de mencionar certa pessoa. Quando isso acontecer,
bom obedecer ao lsprito Santo, pois ele sabe que aquele indivduo
precisa do orao nesse dia. Tenhamos cuidado para no nos limitarmos
a fazer uma oraozinha rpida apenas, Simo Pedro, no monte da
transfigurao. No sabendo o que dizer, soltei de chofre:
J pensou que a gente podia se casar?
(Foi uma das primeiras conversas srias que tive com ela.)
Olhando-me diretamente nos olhos, respondeu pensativamente:
; acho que poderamos, sim. Larry, se essa for mesmo a vontade
de Deus, quero que meu noivo ligue para mim terminando tudo.
E voc j deve ter adivinhado o que aconteceu. Trs dias depois, ele
ligou para ela.
Melva, disse, faz muitas semanas que estou querendo telefonar
para voc. Mas no queria faz-la sofrer. Sabe o que , estou namorando
uma moa aqui em Mississippi, e quero terminar meu noivado com voc.
Acho que ns dois no devemos nos casar.
Ele deve ter levado um grande susto com a reao dela.
timo, disse ela, fazendo uma curta orao de agradecimento a
Deus. timo!
Em seguida, ela me procurou e me relatou o que acontecera, e
concluiu num tom firme:
Ento, essa a vontade de Deus.
Mas sou to novo para me enforcar! pensei.
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Depois Melva me disse:
Temos que ir conversar com meu pai.
Com seu pai? exclamei, quase me engasgando.
Fomos ento para a casa dos pais dela, em Arkansas,
onde ela se criara. Chegamos j bem tarde da noite, e eles vieram
receber-nos porta. Ela fez as apresentaes e depois orgulhosamente
comunicou-lhes:
Papai, este o moo com quem vou me casar.
O Sr. Bryant me olhou fixamente e depois murmurou:
Esse? Isso? Mas isso a a resposta da orao que fao h quarenta
anos? (No foi exatamente assim, mas foi mais ou menos.)
Ento fomo-nos sentar mesa da sala de jantar, e ele me narrou
uma histria inesquecvel.
48
mas permanecermos em intercesso at que o Esprito Santo nos libere.
Se esgotarmos o tempo que temos para orar sem conseguir passar por
todos os itens do Pai Nosso, devemos parar ali. Mais tarde, quando
tivermos oportunidade seja ao volante do carro, ou fazendo a
arrumao da casa, ou antes de dormir podemos reiniciar do ponto
onde paramos. Faa de sua vida uma orao constante. Aprenda a pagar
o preo da orao, para obter as bnos de que necessita.
E lembremos que todos os dias Deus nos pergunta:
Posso ser seu rei?
Respondamos ento com alegria:
Sim, pode! Venha o teu reino, Senhor! Faa-se a tua vontade.
Peo-te que realizes tua vontade em mim, em minha esposa (esposo),
meus filhos, meus entes queridos. Tua vontade vem antes de meus
anseios pessoais.
Existem outros temas importantes cuja prioridade ainda vamos
definir e aplicar. Vamos analis-las a seguir. Mas continuemos a orar com
desejo intenso, apresentando a Deus essa poderosa petio: "Venha o
teu reino; faa-se a tua vontade."
1. Brad Young, The Jewish Background to the Lord's Prayer (Austin, Texas: Center for Judaic-Christian Studies, 1984).
CAPTULO ONZE
ESBOO DE ORAO
I. Faa a declarao de f: "Venha o teu reino, faa-se a tua vontade.
Que ela no exista, simplesmente, mas que seja feita."
II. Quatro setores onde o reino de Deus deve ser estabelecido:
A. Sua prpria vida
1. Certifique-se de que justo diante de Deus.
2. Pea a Jesus para que se assente no trono de sua vida e
governe sobre todos os aspectos dela.
3. Permanea na presena de Deus at que ele defina os rumos
de sua vida para este dia, e seu Esprito esteja operando em
voc.
B. Sua famlia
1. Esposo/esposa
2. Filhos
3. Familiares
C. Sua igreja
1. O pastor
2. A liderana
3. A fidelidade dos membros
4. Colheita de almas
D. A ptria
1. Cidade, Estado, dirigentes da nao
2. Lderes espirituais
3. Avivamento
III. Pea ao Esprito Santo:
A. Para implementar essas prioridades.
B. Para ajud-lo a coloc-las em prtica.
1. Donald Gee, Concerning the Spiritual Gifts (Springfield. Mo.: Gospel Publishing House,
1972).
CAPTULO DOZE
Alinhado com a Vontade de Deus
Dificilmente um aluno de seminrio iria jantar no restaurante do
Petroleum Club, de Fort Worth, Texas. Mas l estava eu, naquele
ambiente elegante, a convite de um senhor muito rico, que estava
sentado minha frente. Depois de orar, estendi a mo para pegar o
garfo, mas suspendi o gesto, surpreso. O velho milionrio, um distinto
senhor de sessenta anos, tinha a cabea inclinada, e pelo rosto lhe
escorriam lgrimas quentes que pingavam do queixo, molhando a cara
gravata de seda.
Senhor, disse brandamente, o que h? Posso fazer alguma coisa?
Passaram-se alguns segundos sem que respondesse, tentando
recuperar o controle. Mas da a pouco, depois de respirar
profundamente, ele se explicou:
Quando eu tinha dezenove anos, Deus me chamou para ser
pregador, mas no atendi. Queria fazer minha prpria vontade; queria
ganhar muito dinheiro. Ento me recusei soltar as rdeas de minha vida.
Aqui sua voz falhou, e mais lgrimas lhe rolaram pelo rosto.
Mas no tenho paz, disse soluando, porque no realizei o plano
de Deus para minha vida.
No posso deixar de imaginar que essa cena que testemunhei naquele
dia fosse bem semelhante a uma outra que pode ter sido vivida por um
outro rico aristocrata, j no fim da vida: o homem que nos acostumamos
a chamar de "o jovem rico".
Todos se lembram bem da histria. Jesus se encontrava a caminho de
Jerusalm, quando um jovem bem vestido se aproximou dele correndo e
se atirou aos seus ps.
"Bom Mestre", disse ele, "que devo fazer para herdar a vida eterna?"
O Evangelho de Marcos registra a importante deciso que esse jovem
tomou naquele instante.
"E, pondo-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu
encontro e, ajoelhando-se, perguntou-lhe: Bom Mestre, que
/arei para herdar a vida eterna?
"Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ningum
bom seno um s, que Deus.
"Sabes os mandamentos: No matars, no adulterars, no
furtars, no dirs falso testemunho, no defraudars ningum,
honra a teu pai e a tua me.
"Ento ele respondeu: Mestre, tudo isso tenho observado
desde a minha juventude.
"Mas Jesus, fitando-o, o amou e disse: S uma cousa te
falta: Vai, vende tudo o que tens, d-o aos pobres, e ters um
tesouro no cu; ento vem, e segue-me.
"Ele, porm, contrariado com esta palavra, reti- rou-se
triste, porqu era dono de muitas propriedades." (Mc 10.17-22.
J56
O jovem rico era um bom homem, profundamente religioso, mas
havia algo errado com ele. Jesus sabia o que era e colocou o dedo bem
na ferida: seu amor ao dinheiro. E quando disse ao rapaz que vendesse
tudo e o seguisse, sua inteno no era empobrec-lo. Seu objetivo era
fazer com que parasse de confiar em suas riquezas. Estava dando quele
homem a mais sbia orientao financeira que algum poderia oferecer-
lhe. Mas o rapaz recusou-a e foi-se embora.
Os princpios divinos acham-se em posio diametralmente oposta aos do
mundo. Deus diz: "Dai, e ser- vos- dado." Mas o mundo adverte: "Pegue
tudo que puder, e guarde tudo que pegar." Mas os caminhos dos homens
no so os de Deus.
J observou como belamente equilibrado o "Pai Nosso"? O primeiro
aspecto em que devemos nos ocupar seu nome; o segundo seu reino e
suo vontade. Depois ele nos diz para orarmos por ns: "O po nosso de
cada dia nos d hoje." Se buscarmos em primeiro lugar o seu reino e a
sua justia, as outras coisas nos sero acrescentadas. Precisamos
entender que quando Jesus deu aquela resposta ao jovem rico no
estava querendo fazer dele um mendigo; estava tentando romper o
poder da ganncia e o medo da pobreza que acorrentavam a alma dele.
A razo de viver daquele jovem rico era contar seu dinheiro noite.
Ele edificara sua vida em torno da riqueza. E h muita gente assim.
Muitos associam sua sensao de segurana a coisas. Mas a verdade que
no conseguem dormir direito, nem saborear em paz seus churrascos.
Deus quer libertar seus filhos desse tipo de mentalidade asfixiante.
Por tudo isso, no ficamos surpresos de saber que os quatro requisitos
bsicos de Deus para orarmos e obtermos as coisas de que precisamos
no so aqueles que o homem natural citaria prontamente. Quais so
esses requisitos? Em primeiro lugar, temos que estar alinhados com a
vontade de Deus. Segundo, temos que crer que a vontade dele fazer-
nos prosperar. Em terceiro lugar, ao orarmos diariamente pelas nossas
necessidades, temos que fazer peties especficas. E quarto, temos que
ser perseverantes.
ALINHADOS COM A VONTADE DE DEUS
Para estarmos alinhados com a vontade de Deus temos de observar
quatro requisitos: 1) ter comunho com Jesus por meio da orao e da
leitura da Palavra de Deus; 2) ter comunho com a igreja de Deus; 3) ter
o hbito de trabalhar, e faz-lo de forma diligente e equilibrada; 4)
obedecer a Deus no que tange a ofertar e contribuir.
Comunho com Jesus. Para estarmos em harmonia com a vontade de
Deus essencial que mantenhamos comunho com Cristo diariamente,
por meio da Palavra e da orao. Se, semelhana do jovem rico, uma
pessoa tem uma religio mas no um relacionamento com ele, no
gozar da paz de Deus, nem conhecer seu poder e seu propsito para
sua vida. Mas, se vive em comunho com Jesus, o Esprito Santo a prov
de poder, eficincia na vida crist e foras para realizar a vontade dele.
(Ver At 1.8.)
Comunho com outros crentes. Conta-se que certa senhora foi falar
com D. L. Moody aps um culto, e lhe disse:
Pastor, quero cantar no coro de sua igreja.
De que igreja voc ? Quem seu pastor? Indagou ele.
A mulher se aprumou bem, ergueu a cabea e replicou:
No sou de igreja nenhuma, nem tenho pastor. Sou membro da
grande igreja universal de Cristo.
Moody pensou uns instantes e depois respondeu:
Ento v falar com o pastor da grande igreja universal e cante no
coro dele.
Agindo assim, ele no estava querendo ser mal-edu- cado com ela;
apenas realista, pois a Palavra de Deus diz:
"Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de
Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a f que
tiveram." (Hb 13.7.)
60
Mas eu j tinha tomado a deciso. Estava cansado de resistir quela
ordem que Jesus me dera. Melva chorou um pouco, enquanto me
ajudava a arrumar as coisas bendita seja! mas obedecemos.
No foi fcil. Durante alguns dias, eu, minha esposa e filho dormimos
no cho. Mas, antes que algum comece a abanar a cabea e a
resmungar: "Que fanatismo!",, espere que eu lhe conte o resto da
histria.
Dois anos depois, quando ainda estvamos trabalhando no ministrio
daquela mesma igreja, fizemos o ltimo pagamento de uma casa grande
e bela. E isso aconteceu de modo sobrenatural. Por qu? Porque Deus
diz: "Dai, e dar-se-vos-; boa medida, recalcada, sacudida,
transbordante, generosamente vos daro." (Lc 6.38.) E essas palavras
constituem a melhor descrio da maneira como Deus tem provido
abundantemente a mim e a minha famlia em todos esses anos.
E se algum estiver com dvidas a respeito de meu relacionamento
com meu sogro, devo esclarecer que temos grande amor e respeito um
pelo outro. Ele e a esposa mudaram-se para Rockwall, para ficarem mais
prximos de ns e de seus netos, e os dois conquistaram um lugar
especial no corao dos membros de nossa Igreja Sobre a Rocha.
Tudo muito simples. Na verdade, esses requisitos para se estar
alinhado com a vontade de Deus podem ser resumidos em um s
elemento: o senhorio de Jesus Cristo em nossa vida. Quando Jesus o
nosso Senhor, temos comunho com ele pela Palavra e pela prtica da
orao. Tambm temos comunho com sua igreja. Teremos o hbito de
trabalhar diligente e equilibradamente, e seremos fiis na contribuio.
Quem j se props cumprir esses requisitos bsicos pode confiar em que
Deus suprir todas as suas necessidades.
Essa a primeira condio para orarmos solicitando a proviso
divina. Existem mais trs. E enquanto as analisamos aqui, sugiro ao
leitor que v fazendo uma auto-anlise, e tentando descobrir possveis
pontos fracos relacionados com essa questo, para que possa fortalec-
los e estar em condies de orar com mais eficcia: "O po nosso de
cada dia d-nos hoje."
CAPTULO TREZE
ESBOO DE ORAO
I. Estar alinhado com a vontade de Deus.
A. Pea ao Esprito Santo que o ajude a cultivar a comunho com
Cristo atravs da prtica diria da orao e do estudo da Palavra.
B. Ore a Deus pedindo-lhe que o integre a uma igreja, tornando-o
membro ativo, contribuinte e saudvel desse corpo.
C. Examine a forma como trabalha. Ser que preguioso, ou
"viciado" em trabalho? Pea a Deus que lhe d capacidade,
eficincia, fora e equilbrio nessa rea.
D. Examine a forma como contribui. Est obedecendo a Deus e
entregando casa do tesouro os dzimos e ofertas? Ou quem sabe
mesquinho, avarento, e no sabe administrar corretamente seu
dinheiro? Sempre paga suas contas, e tem a reputao de ser
uma pessoa honesta, que cumpre seus compromissos? Ore a
respeito dessas coisas.
II. Creia que vontade de Deus faz-lo prosperar.
A. Memorize textos bblicos tais como Lucas 6.38 e Fili- penses 4.19
e transforme-os em declarao de f, ao orar pela proviso
material.
B. Medite na Palavra de Deus at que esteja plenamente convencido
de que da vontade de Deus abeno-lo.
III. Faa peties especficas.
A. Apresente diariamente ao Senhor suas necessidades.
B. Substitua a preocupao pela orao.
IV. Seja persistente.
A. Recupere o terreno perdido que o diabo lhe roubou. A
incredulidade e o desnimo tm-lhe subtrado respostas de
orao. Faa novamente essas peties a Deus, e continue a
pedir at receber a resposta.
B. D graas a Deus porque ele feov-jir: ele v aquilo de que
voc necessita bem antes da hora, e faz proviso para a soluo
do problema.
66
of Intercession (Tulsa, Okla.: Kenneth Hagin Ministries, 1980).
Quinta Parte PESSOAS
1. Kenneth Hagin, The Art
72
ESBOO DE ORAO
I. Pea a Deus que o perdoe.
A. Resolva a questo dos seus pecados: reconhea-os, confesse-os.
Pea ao Esprito Santo que lhe revele os aspectos de sua vida que
no esto agradando a Deus.
B. Confesse seu pecado. Concorde com o que Deus afirma a respeito
deles. Pea-lhe que o ajude a odiar seus pecados, mas odiar
mesmo, e que o liberte do domnio deles. Louve seu nome,
Jeov-m'kadesh, "o Senhor que vos santifico".
C. No permita que se alojem em seu corao sentimentos de
autocondenao. Lembre-se de que voc a justia de Deus em
Cristo. Nele voc aperfeioado.
II. Perdoe os outros tantas vezes quantas voc deseja ser
perdoado.
A. Pense na grande dvida de pecados que tinha para com Deus, e
que ele perdoou.
B. Visualize seu pecado como sendo o causador dos sofrimentos que
Jesus recebeu na cruz. Imagine o sangue dele a escorrer, para
que voc fosse perdoado.
C. Faa um esforo da vontade, e perdoe aqueles que o ofenderam,
entregando-os a Deus. Ore por aqueles que j o prejudicaram de
alguma forma.
III. Tome a deciso de perdoar qualquer um que peque contra
voc hoje.
A. Tome a deciso de retribuir o mal com o bem, pela graa e pelo
poder do Esprito que habita em voc.
B. Faa a seguinte declarao de f: "Amarei meus inimigos.
Abenoarei aqueles que me amaldioarem, e farei o bem queles
que me maltratarem. Orarei por aqueles que me perseguirem ou
tirarem proveito de mim." (Ver Mt 5.44.)
C. Ore a Deus pedindo-lhe que lhe d a graa de experimentar o
fruto do Esprito em maior medida: amor, paz, gozo,
longanimidade, mansido, bondade, benignidade, fidelidade e
domnio prprio. (G1 5.22,23.)
Sexta Parte
PODER
"E no nos deixes cair em tentao; mas livra-nos
do mal."
CAPTULO QUINZE
Revestindo-nos da
Armadura de Deus
Que hora mais imprpria para se ter um ataque car- aco! Mas
infelizmente o pastor Conatser no poderia esmo ter feito nada para
impedi-lo. E embora a Igreja latista de Beverly Hills estivesse se
desenvolvendo ma- avilhosamente, e o outro pregador que restava era
um apaz de 22 anos, que mal se graduara na faculdade, o astor recebeu
ordens expressas para ficar de repouso elo menos um ms e meio,
deixando que outra pessoa se ncarregasse do plpito. E aconteceu que
aquela outra essoa era eu o pastorzinho de 22 anos.
E quando a junta diretora da igreja me disse: "Larry, deciso sua",
senti um tremendo peso em meus mbros. Da noite para o dia minhas
responsabilidades obraram, e junto com elas minhas ansiedades e frus- ?
aes. No demorou muito e uma escura nuvem de epresso se fez
sentir, acompanhando-me a toda parte, nvolvendo em tristeza e
melancolia meu esprito perple- o.
Certo dia, recebi em meu gabinete a visita de um astor luterano, que
no demorou a identificar o proble- ia.
Voc se reveste diariamente da armadura de
Deus? indagou, acertando em cheio o problema.
Ora, eu acabara de me formar pela faculdade teolgica, onde
estudara grego nos trs anos do curso, e isso estava registrado em meu
histrico escolar; ento resolvi impressionar aquele homem para que
entendesse que eu no era nenhum ignorante.
Ah, claro, exclamei recostando-me na poltrona e cruzando os
braos no peito. Refere-se quela belssima metfora paulina, do
captulo 6 de Efsios, no ? Sim, conheo bem todos os verbos,
substantivos e particpios da passagem. J fiz a exegese do texto todo,
no grego.
Mas logo percebi que ele no ficara nem um pouco impressionado.
No estou perguntando se voc tem conhecimento a respeito da
armadura de Deus, explicou paciente. Quero saber se voc se reveste
diariamente dela.
Abanei a cabea, entregando os pontos, e confessei humildemente:
No, senhor. No me revisto, no.
E o comentrio que aquele pastor fez a seguir me deixou espantado:
Ento talvez seja por isso que est sempre deprimido.
TODA A ARMADURA DE DEUS
Assim que ele saiu, peguei a Bblia e fiz outra leitura do texto de
Efsios 6.10-18, estudando esses nove versos, frase por frase, assunto
por assunto, procurando descobrir se ele se aplicava tambm ao crente
do sculo XX. Gostaria de ver o que descobri? Ento acompanhe-me na
anlise que dele vou fazer, linha por linha.
"Sede fortalecidos no Senhor e na fora do seu poder." O crente que
est-se
74 preparando para enfrentar uma batalha precisa de fora. Mesmo
quem j est completamente revestido da armadura que Paulo descreve
nos versos que se seguem a esse, primeiro precisa da fora, seno a
armadura no lhe valer de muita coisa. E como que obtemos essa
fora? Orando ao Senhor; pedindo-lhe isso em orao.
"Revesti-vos de toda a armadura de Deus." O guerreiro cristo precisa
revestir-se do equipamento completo, procurando no omitir nada, nem
achar que uma ou outra pea de menor valor. Pois no sabemos em
que ponto o inimigo vai nos atacar, e poder atingir-nos exatamente
onde estamos vulnerveis.
"Para podermos ficar firmes." Paulo explica que a finalidade de nos
revestirmos ficar firmes. Trata-se de uma expresso de origem militar,
uma referncia "atitude firme de um bom soldado que se acha
preparado para enfrentar o inimigo."
"Contra as ciladas do diabo." Contra que o guerreiro tem de estar
firme? Contra as ciladas, as armadilhas do diabo os mtodos sutis e
perigosos que ele emprega para nos atacar.
"Porque a nossa luta no contra o sangue e a carne, e, sim, contra
os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo
tenebroso, contra as foras espirituais do mal, nas regies celestes."
Nossa luta no contra adversrios visveis, mas contra principados,
contra as foras organizadas dos poderes malignos. Lutamos contra
potestades, cujo domnio sobre as trevas morais que envolvem a
humanidade de alcance mundial. Lutamos contra os exrcitos
espirituais do mal a cavalaria infernal, as hostes de salteadores que
atuam em todos os crculos e reas de nossos relacionamentos.
"Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir
no dia mau." No podemos nos fiar apenas em nossas precaues e
defesas humanas, mas temos que tomar toda a armadura de Deus, para
que fiquemos firmes no dia da tentao ocasies ou circunstncias de
maior provao moral ou espiritual, que podem sobrevir-nos a qualquer
momento, e para os quais precisamos estar sempre prevenidos.
"E, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabalveis. Estai,
pois, firmes..." Depois de nos colocarmos em condies de enfrentar
bem a luta depois de termos feito tudo temos que ficar firmes, com
o propsito de vencer.
"Cingindo-vos com a verdade." A idia a de um cinto largo que
protege a parte do corpo que vai da base das costelas at os quadris.
Nessa regio encontram-se o aparelho digestivo, os rgos reprodutores
e os intestinos (que eliminam os rejeitos do organismo). Esse cinto de
couro que o soldado romano colocava era a primeira e mais importante
pea de seu equipamento. Servia no apenas para manter o resto da
armadura no lugar certo, mas tambm para prender nele a espada.
Paulo ensina que essa regio de nosso corpo deve estar cingida com a
verdade verdade no ntimo, autenticidade e firme objetivo. O salmista
afirma: "Eis que te comprazes na verdade no ntimo, e no recndito me
fazes conhecer a sabedoria." (SI 51.6.)
O crente deve estar sempre cheio da verdade de Deus. Temos que
ser pessoas totalmente ntegras, com uma vida de retido moral.
Precisamos estar convictos de nossa posio em Deus e do que ele
representa para ns. Cingimo-nos com a verdade quando reafirmamos
aquilo que somos, o que Deus , e procuramos viver com base nessas
verdades, e no em nossas emoes.
"E vestindo-vos da couraa da justia." A couraa era uma pea da
armadura que se usava sobre o peito. O objetivo era proteger os rgos
vitais: o esfago (o canal que conduz o alimento da boca para o
estmago), os brnquios, o corao e os pulmes.
O que seria para o crente a couraa da justia? a justia de Deus,
que recebemos pela f. a justificao que temos atravs do sangue de
Cristo. A justia o resultado da renovao do corao, operada pelo
Esprito Santo.
A couraa uma importante pea defensiva da armadura. O novo
homem que habita em seu interior, agora justo, resiste s insinuaes do
maligno, rejeitando-as e defendendo-se contra elas. A couraa da justia
guarda diligentemente o corao do crente, pois dele procedem as
fontes da vida.
"Calai os ps com a preparao do evangelho da paz." Numa luta
corpo a corpo, era essencial que o soldado pudesse manter-se sempre
firme, ou que conseguisse deslocar-se facilmente para os lados, ou ento
caminhar ou correr. E era esse tipo de luta que o soldado romano
encontrava na maior parte das batalhas, e por causa disso era muito
importante que pudesse manter-se firme, de p. Para tal, usava
calados que no apenas davam firmeza aos ps e tornozelos, mas cujas
solas eram providas de travas ponteagudas para que ele no
escorregasse.
E ns tambm, que estamos empenhados numa luta espiritual, temos
que calar os ps com a preparao isto , com a estabilidade, a
prontido encontrada no evangelho da paz. E medida que vamos
vivendo diariamente segundo a vontade de Deus, e conduzindo nossa
conversa e nosso proceder de acordo com sua Palavra, vamos
experimentando um forte senso de unio com ele, uma conscincia do
socorro divino, que pode solucionar qualquer problema nosso.
Ns, os crentes, temos que viver alinhados com a vontade de Deus, e
tambm, como diz minha amiga Alice Huff, missionria da Wycliffe,
deixar "pegadas de paz" onde quer que andemos.
"Embraando sempre o escudo da f." O escudo era uma pea que o
soldado segurava na mo ou empunhava no brao, e com o qual protegia
todo o corpo, durante a batalha. Alm disso, o escudo da f, embora no
fosse o item mais importante da armadura, devia ser manejado com
habilidade para aparar no ar os dardos do inimigo, protegendo a parte do
corpo contra a qual viesse o ataque.
No nosso caso, a f para ns o mesmo que ele devia ser para o
soldado; mas como que obtemos f? Lemos em Efsios 2.8 que a f
um dom de Deus. E em Romanos 10.17 encontramos a seguinte
informao: "E assim, a f vem pela pregao e a pregao pela palavra
(rhema) de Cristo." Em Glatas 5.22, Paulo diz que a f um fruto do
Espirito Santo, e em Glatas 2.20 que vivemos pela f do Filho de Deus,
que nos amou e se deu por ns. E essa f constitui o escudo do crente.
(Rev. e Corr.)
76
"Com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do
maligno." Esse termo "o maligno" no designa uma fora impessoal, mas,
sim, Satans, e os inimigos malignos descritos no versculo 12.
Os imensos escudos dos soldados da antigidade eram feitos de madeira
(para que fossem leves) e revestidos de couro. O couro era sempre
molhado, para que no se queimasse com os dardos em chamas lanados
pelos inimigos, e que eram sua arma mais perigosa para destruir ou ferir
mortalmente o oponente. E Paulo nos assegura que "o escudo da f"
sempre resistir s piores formas de ataque utilizadas por Satans.
Assim sendo, o crente deve tomar o escudo da f e declarar:
"Senhor, estou confiando em ti para me protegeres. E como estou-me
abrigando em ti, nada ir atingir-me, a no ser que o permitas."
"Tomai tambm o capacete da salvao." O capacete era a pea mais
cara da armadura, e tinha por finalidade proteger a cabea do soldado.
Assim tambm o capacete da salvao protege a mente e os
pensamentos do crente.
A palavra, que neste verso traduzida por "tomai", ao p da letra
significa "recebei" tomar nas mos o capacete da salvao que "o
dom de Deus". Isso quer dizer que o crente deve pedir conscientemente
e receber a mente de Cristo e a paz de Deus que cerca, que monta
guarda aos seus pensamentos. (Ver Fp 4.7.)
"E a es pada do Esprito que a palavra de Deus." A espada era uma
arma de ataque, que consistia de uma lmina afiada fixa a um cabo. Era
utilizada para ferir ou matar o adversrio, sendo tambm um smbolo de
poder ou autoridade, principalmente de quem julga e sentencia.
O poder e a autoridade do crente provm da Palavra de Deus. Nesse
texto, a espada do Esprito ou Palavra de Deus no designada pelo
termo Jogos, ou toda a Bblia, mas por rhema, que indica um
pensamento isolado, uma afirmao, mandamento ou instruo que o
Esprito comunica ao nosso esprito ou nos traz lembrana num
momento em que necessitamos dessa mensagem. Mas para que nos
tornemos hbeis no manejo dessa espada do Esprito, precisamos saturar
nossa mente de textos bblicos.
O texto grego d a entender que o crente dever receber essa
comunicao especfica de Deus em situaes especficas. Ser uma
revelao especial que pode ser utilizada como uma espada afiada
contra os ataques do inimigo.
"Com toda orao e splica, orando em todo tempo no Esprito." A
ltima e poderosa pea da armadura de Deus orando em todo tempo
no Esprito. Isso significa fazer orao em lnguas, ou orar com o esprito
utilizando a linguagem pessoal que o Esprito Santo d a cada um (At
2.4; 1 Co 14.2,14,15; Jd 20],
Como nesse caso no estamos orando com a mente, podemos
obedecer ao mandamento de Paulo de orar "em todo o tempo" (Ef 6.18).
A nica maneira pela qual podemos orar em todo tempo, ou orar sem
cessar (1 Ts 5.17) faz-lo no esprito. Nossa mente possui muitas
limitaes, que nos impedem de orar como devemos. Mas nosso esprito,
remido pelo sangue de Cristo e cheio do Esprito Santo de Deus,
ilimitado. Ento, quando oramos, o Esprito Santo vem ao nosso auxlio,
une suas fortes splicas nossa e intercede diante de Deus por ns e por
outros crentes. E quando ele nos capacita a orar de acordo com a
perfeita vontade de Deus, nossas oraes chegam ao seu destino (Rm
8.26,27).
Consideremos o seguinte: nosso esprito tem acesso s nossas cordas
vocais da mesma forma que nossa mente tem. Assim, por um ato da
vontade, podemos fazer uma orao em lnguas, que parte de nosso
esprito e, sem passar por nossa mente, chega lngua, indo diretamen-
te para Deus. A resposta dele pode ser comunicada nossa mente,
capacitando-nos a orar com o entendimento (1 Co 14.13-15).
J lhe aconteceu de desejar orar, derramar seu corao diante de
Deus, mas faltarem-lhe palavras, e sentir a imperfeio e as limitaes
de sua mente? J se viu de repente numa situao difcil, numa
emergncia, sem possibilidade de se afastar para um lugar silencioso
para orar? Eu j. por isso que essa stima pea da armadura espiritual
me to cara. Utilizo-a como um raio laser, para atravessar o territrio
inimigo, chegar a Deus, e receber imediatamente sua resposta. Posso
viver numa constante atitude de orao, no importa onde esteja ou o
que esteja fazendo. Posso orar em voz alta, ou silenciosamente; posso
orar sozinho, ou no meio de uma multido. Deus v; ouve e responde. E
assim que o crente que se reveste da armadura pode estar sempre
numa atitude de orao, orando em todo o tempo, a qualquer momento.
"E para isto vigiando. " Vigiar significa ter o cuidado de no
negligenciar a orao que to vital para nossa vitria nos conflitos
espirituais.
"Com toda perseverana e splica por todos os santos. " O soldado
no pode orar apenas por si mesmo, mas por todos os seus
companheiros, pois constituem um exrcito. A vitria de um a vitria
de todos.
Quando Jesus nos instrui para orarmos assim: "No nos deixes cair em
tentao" est-nos dizendo para pedirmos que no sejamos submetidos a
provaes por foras que se acham fora de nosso controle. Est-nos
ordenando que vigiemos e oremos para que no caiamos em tentao
por causa de nossa prpria desobedincia e descuido.
A petio "Mas livra-nos do mal" no se aplica apenas a uma provao
ou tentao relacionada com nossa inclinao para pecar. uma splica
para sermos salvos do forte e avassalador poder do mal que procura
influenciar-nos, dominar-nos, escravizar-nos e nos desviar para o mal. O
sentido pleno dessa frase no expressa apenas o desejo de vencer o
anseio de pecar; mais que isso. Expressa tambm a vontade de
derrotar as poderosas foras do mal que procuram destruir ou estorvar a
realizao do plano de Deus para ns.
por isso que em Efsios 6.11,13 Paulo ensina que temos de nos
revestir de toda a armadura de Deus, para que possamos resistir s
ciladas do diabo.
Qual seria ento a reciproca? bvio que, se no orarmos dessa
maneira: "No nos deixes cair em tentao", se no nos revestirmos de
toda a armadura de Deus, no iremos resistir s ciladas do diabo. No
conseguiremos
78 ficar firmes!
Paulo menciona a armadura tambm em Romanos. Nessa carta, ele
nos diz para nos revestirmos das "armas da luz" e do "Senhor Jesus Cristo"
(Rm 13.12,14).
Na verdade, essa armadura que o apstolo descreve e de que, segundo
ele, devemos revestir-nos o Senhor Jesus Cristo. Jesus quer ser nossa
defesa e nossa vestimenta espiritual.
132
depois faa-o diariamente. No deixe que Satans retarde ou impea a
concretizao do plano que Deus tem para sua vida. Construa pela
orao uma cerca de proteo em torno de si e de seus entes queridos.
disso que vamos tratar em seguida.
CAPTULO DEZESSEIS
ESBOO DA ORAO
I. Revista-se de toda a armadura de Deus.
A. Cingindo-se com a verdade.
B. Vestindo-se da couraa da justia.
C. Calando os ps com a preparao do evangelho da paz.
D. Embraando o escudo da f.
E. Tomando o capacete da salvao.
F. Empunhando a espada do Esprito, que a Palavra de Deus.
G. Orando em todo o tempo no Esprito.
136
II. Erga a cerca de proteo.
A. Tomando por base estas trs razes:
1. Porque fizemos do Altssimo a nossa morada.
2. Porque a ele nos apegamos com amor.
3. Porque conhecemos o seu nome.
B. Fazendo esta afirmao: "Ele o meu refgio e meu baluarte;
Deus meu em quem confio."
Stima Parte LOUVOR
"Pois teu o reino, o poder e a glria para
sempre. Amm."
CAPTULO DEZESSETE
138
No precisamos ter medo de deixar que o Esprito Santo nos inspire;
permitamos que ele nos ensine a usar os lbios, os movimentos
corporais, e a msica para ador-lo.
Ento, depois de elevarmos nossas peties a Deus o Pai, devemos
passar ao louvor. Para muitas pessoas, a frase "Pois teu o reino, o
poder e a glria para sempre" no passa de mero palavreado. H muitos
crentes que ainda no entenderam que a Deus est-nos convidando,
carinhosamente, a que nos tornemos participantes do seu reino, seu
poder e sua glria.
O REINO
"Pois do Senhor o reino", afirma o salmista. E Jesus diz "Pois teu o
reino" (SI 22.28 e Mt 6.13). Mas Cristo disse tambm o seguinte: "No
temais, pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o
seu reino." (Lc 12.32.)
Paulo tambm ensina que somos participantes do reino de Deus. Diz
ele: "Dando graas ao Pai... Ele nos libertou do imprio das trevas e nos
transportou para o reino do Filho do seu amor." (Cl 1.12,13.) E para
Timteo escreve: "O Senhor me livrar tambm de toda obra maligna, e
me levar salvo para o seu reino celestial. A ele, glria pelos sculos dos
sculos. Amm." (2 Tm 4.18.)
Portanto, quando orarmos "Pois teu o reino", vamos dar glrias a
Deus Pai, que nos livrou do poder das trevas e nos transportou para o seu
reino de amor e luz. Faamos a afirmao de f: "O Senhor me livrar de
toda obra maligna e me preservar para conduzir-me ao seu reino
celeste." D graas a Deus, pois ele o convida para participar do seu
reino.
O PODER
Davi escreveu o seguinte: "Na tua mo h fora e poder" (1 Cr 29.12),
e afirmou tambm: "Exalta-te, Senhor, na tua fora! Ns cantaremos e
louvaremos o teu poder." (SI 21.13.) Deus criou a terra pelo seu poder
(Jr 10.12) e reinar para sempre tambm pelo seu poder (SI 66.7).
E, no entanto, o Deus Pai nos torna participantes de seu poder. Ele
d fora e poder ao seu povo (SI 68.35), e nos d fora para adquirirmos
riquezas (Dt 8.18). Faz forte ao cansado (Is 40.29), e nos guarda pelo seu
poder (1 Pe 1.5). E Deus Pai, que ressuscitou a Jesus, tambm nos
ressuscitar pelo seu poder (1 Co 6.14).
Jesus fez a seguinte declarao: "Eis a vos dei autoridade para
pisardes serpentes e escorpies, e sobre todo o poder do inimigo, e nada
absolutamente vos causar dano." (Lc 10.19.J E pouco antes de sua
ascenso deu a seguinte instruo aos discpulos: "Eis que envio sobre
vs a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, at que do alto
sejais revestidos de poder." (Lc 24.49.) E em Atos 1.8 encontramos o
seguinte: "Mas recebereis poder, ao descer sobre vs o Esprito Santo, e
sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalm, como em toda a Judia
e Samaria, e at aos confins da terra."
139
Outra instruo que Paulo nos d "Sede fortalecidos no Senhor e na
fora do seu poder" (Ef 6.10). E em 1 Corntios 4.20 diz: "Porque o reino
de Deus consiste, no em palavra, mas em poder."
Demos glrias a Deus Pai pois ele nos convida para sermos
participantes de seu poder, e torna esse poder acessvel a ns.
A GLRIA
O salmista lana a pergunta: "Quem o Rei da Glria?" e responde:
"O Senhor, forte e poderoso, o Senhor, poderoso nas batalhas." (SI 24.8.)
"Glria e majestade esto diante dele." (1 Cr 16.27.) E o prprio Deus
declara: "Eu sou o Senhor, este o meu nome; a minha glria, pois, no
a darei a outrem, nem a minha honra s imagens de escultura." (Is 42.8.)
O que a glria de Deus? a perfeio manifesta de seu carter,
principalmente sua justia. Sabemos que todas as pessoas esto
destitudas da glria de Deus (Rm 3.23 I. B. B.), contudo ele convida
os crentes para serem participantes de sua glria. E, como vemos em
Hebreus 2.9,10, isso se torna possvel por intermdio de Jesus. Quando
ele sofreu pelos pecados da humanidade, conduziu muitos filhos
glria. E Paulo assegura aos crentes que, se sofrermos com ele, com ele
tambm seremos glorificados (Rm 8.17). O apstolo no se preocupava
com o sofrimento, pois sabia que os sofrimentos do tempo presente no
so para se comparar com a glria que h de ser revelada em ns (Rm
8.18).
E quando contemplamos a glria do Senhor isto , seu carter e
sua maneira de ser manifestos por intermdio de Cristo vamos
lentamente sendo transformados na sua prpria imagem pelo Esprito de
Deus (2 Co 3.18), e assim o carter e a maneira de ser do Pai e do Filho
se reproduzem em nosso interior. Tornando-nos semelhantes a Cristo,
entraremos na bem-aventurana eterna, pois o Deus Pai nos chamou
sua eterna glria. (1 Pe 5.10.)
Portanto, no de se estranhar que Paulo conclame o crente a viver
"por modo digno de Deus, que vos chama para o seu reino e glria" (1 Ts
2.12). Demos glrias a Deus pelo chamado que nos faz para sermos
participantes de sua glria.
Davi insta com o crente para que d testemunho a outros a respeito
do reino, poder e glria de Deus.
"Todas as tuas obras te rendero graas, Senhor; e os teus
santos te bendiro.
"Falaro da glria do teu reino, e confessaro o teu poder,
para que aos /ilhos dos homens se faam notrios os teus
poderosos feitos, e a glria da majestade do teu reino.
"O teu reino o de todos os sculos, o teu domnio subsiste
por todas as geraes.
''O Senhor fiel em todas as suas palavras, e santo em todas
as suas obras." (SI 145.10-13.)
"Ns te louvamos, Pai, pois teu o reino, o poder e a glria para
sempre,
140 mas tu nos convidas para sermos participantes deles. Que nunca
entremos ou saiamos de tua presena sem nos inclinar humildemente
diante de ti, e oferecer-te sacrifcio de louvor. Possamos ns proclamar
como Davi:"
"Pelo que Davi louvou ao Senhor perante a congregao toda,
e disse: Bendito s tu, Senhor, Deus de nosso pai Israel, de
eternidade em eternidade.
"Tua, Senhor, a grandeza, o poder, a honra, a vitria e a
majestade; porque teu tudo quanto h nos cus e na terra;
teu, Senhor, o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos.
"Riquezas e glria vm de ti, tu dominas sobre tudo, na tua
mo h fora e poder; contigo est o engrandecer e a tudo dar
fora.
"Agora, pois, nosso Deus, graas te damos, e louvamos o
teu glorioso nome." (1 Cr 29.10-13.)
Louvor: "Pois teu o reino, o poder e a glria para sempre."
QUESTES PARA REVISO
1. O mais dinmico mandamento da Palavra de Deus
2. No texto de Hebreus 13.15, lemos o seguinte: "Por meio
de Jesus, pois, ofereamos a Deus, sempre.................
de louvor, que o fruto de lbios que confessam o seu nome."
3. O Pai Nosso se inicia e se encerra com........................
4. Deus instituiu um meio pelo qual podemos participar do seu reino,
seu poder e sua glria. Esse meio ...........................
5. Agora que voc j sabe como se deve orar, deseja pedir ao Esprito
Santo que transforme seu corao numa casa de orao? Ento faa-o
agora registrando aqui seu pedido: ESBOO DE ORAO
I. O reino
A. D glria a Deus porque ele o tirou do reino das trevas e o
transportou para o reino do Filho do seu amor, reino de luz e
amor.
B. Faa a seguinte afirmao de f: "O Senhor me proteger de toda
obra maligna, e me levar salvo para o seu reino celestial."
C. D glria a Deus pelo convite que ele lhe faz para participar de
seu reino.
141
II. O poder
A. D glria a Deus pelo convite para participar de seu poder.
B. Medite sobre o poder de Deus, seu Pai. Compare seus problemas
pessoais com as poderosas e miraculosas obras por ele realizadas
e com seu grande amor por voc.
C. Faa a seguinte afirmao de f: "Sou fortalecido no Senhor e na
fora do seu poder. Fui revestido com poder do alto. Maior o
que est em mim do que o que est no mundo. Meu Pai me d
fora e poder para adquirir riquezas. Ele faz forte ao cansado.
Conforme forem minhas necessidades dirias, assim sero minhas
foras. Ele me guarda pelo seu poder. Ele me deu autoridade
para pisar serpentes e escorpies, e sobre todo o poder do
inimigo. Nada, de maneira nenhuma, me causar dano."
III. A glria
A. Contemple a glria do Senhor seu carter e sua maneira de ser
manifestos em Cristo. Pea ao Esprito Santo que o transforme,
nessa mesma imagem, reproduzindo Cristo em seu interior. Pea-
lhe que o transforme pela renovao da sua mente.
B. Pea ao Senhor para ajud-lo a viver de modo digno dele, e a
servi-lo como ele merece.
C. Louve a Deus: d glrias a ele.
142
Oitava Parte
PR-REQUISITOS EXEMPLOS A SEREM
SEGUIDOS PARTICIPAO
CAPTULO DEZOITO
Os anos de 1972 a 1978 foram de muita luta para mim e para minha
esposa, pois estvamos sobrecarregados e s vezes quase ficvamos
loucos tentando equilibrar nossas tarefas prioritrias. Como se no
bastasse o trabalho de liderana que exercamos na Igreja Batista de
Beverly Hills, com cerca de mil jovens, Melva estava fazendo seu
mestrado na Universidade Estadual do Texas, em Denton, que ficava a
cerca de 60 quilmetros; e eu fazia o meu no Seminrio Teolgico
Batista de Fort Worth, que tambm fica a quase 60 quilmetros. Foi
tambm nesse perodo que nasceram nossos filhos, um atrs do outro.
provvel que nossos amigos se referissem a Melva como "aquela santa".
Ela foi simplesmente extraordinria. Quanto a mim, no era aquele
homem de Deus, que ele queria que eu fosse.
Qual o problema? Parecia que a presena ungida de Deus estava-se
afastando de minha vida. Por qu? Porque no estava-me levantando
cedo diariamente para adorar meu Pai, para orar e receber dele tudo de
que precisava.
No costumava iniciar os dias entrando na presena dele com aes
de graa e nos seus trios com hinos de louvor. Displicentemente,
negligenciava as suas preciosas e mui grandes promessas pelas quais
somos co-par- ticipantes da natureza divina (2 Pe 1.4). No estava-lhe
dando lugar para que fosse minha justia, minha paz, meu provedor,
minha bandeira, meu pastor, nem que fosse aquele que me cura e
santifica, nem que sua presena estivesse comigo. Por isso, vrias vezes
tomei seu santo nome em vo.
E como no usava o leme de minha vida (a lngua) para direcionar as
atividades prioritrias estabelecidas por Deus para mim, afirmando:
"Venha o teu reino, faa-se a tua vontade em mim, em minha famlia,
minha igreja e minha ptria", parecia que minha ordem de prioridades
estava quase sempre invertida. O dinheiro andava meio escasso e ao fim
do ms mal tnhamos o suficiente para as despesas. verdade que
dvamos o dzimo e outras ofertas, mas como no estava sendo fiel em
orar "O po nosso de cada dia d-nos hoje", passvamos dificuldades em
algumas reas.
Alm disso, por causa de minhas fraquezas e falhas, vez por outra
tinha a sensao de no estar agradando a Deus "no amado" (Ef 1.6).
Constantemente ficava a pedir perdo ao Senhor por erros que cometera
havia muito tempo, e dos quais j me arrependera, esquecendo-me de
que me encontrava purificado dos pecados do passado (1 Pe 1.9). Tinha
a impresso de que me achava numa espcie de "liberdade condicional",
e de que se algum dia me tornasse um homem muito bom, Deus me
aceitaria.
Durante anos, pratiquei a "penitncia dos protestantes". Na Igreja
Catlica, existe o costume de se fazer penitncia, que consiste de
repetir-se um determinado ato de contrio certo nmero de vezes, para
demonstrar arrependimento pelos pecados, e pelo qual o penitente se
sentir perdoado. Mas ns, os protestantes, no temos tal prtica. (
que ns somos muito mais espirituais, sabe?) Ento, sempre que
cometemos algum pecado, ficamos duas semanas ou duas dcadas nos
recriminando por ele. No verdade? a "penitncia dos protestantes".
Na realidade, Deus nos perdoa no instante em que lhe confessamos o
erro.
A orao que fazia ao me levantar era meio vaga. No chegava a
ponto de dizer: "Senhor, confesso a ti todos os pecados de que tenho
conscincia e at os de que no tenho. Aceito teu perdo, e temo a
deciso tambm de perdoar aqueles que pecam contra mim." Mas, como
no definia bem os termos da orao, demorei a me dar conta do que se
passava: ao confessar repetidamente meus pecados, estava relembrando
a Deus fatos dos quais ele j se esquecera.
Nessa ocasio, lutei muito com problemas de temor e depresso, e
na maioria das vezes perdi a luta. Como poderia vencer se lutava contra
um inimigo astuto e bem armado, e se eu no tinha armadura, no sabia
manejar bem a espada do Esprito, nem empregar o escudo da f para
apagar seus impiedosos dardos?
Como poderia empenhar-me no bom combate da f se no orava
diariamente em minha lngua especial para a orao, e no vivia em
atitude de comunho com Deus?
Ademais, no estava deixando o louvor fluir continuamente de meus
lbios. No sabia que poderia re- vestir-me das vestes de louvor
(tehillah) em vez de esprito angustiado, entoando hinos de louvor a
Deus (Is 61.3).
Ainda no me achava espiritualmente consciente de que Deus Pai me
fizera participante de seu reino, poder e glria.
Mas de 1978 para c quando o Esprito Santo me revelou que o Pai
Nosso um esboo de orao tenho entrado na presena de Jesus
todos os dias. E o que tenho recebido em troca?
PROMESSAS
Diariamente dou graas a Deus porque posso cham- lo de Pai, pela
virtude do sangue de Jesus. Glorifico seus gloriosos nomes, aproprio-me
de suas poderosas promessas e procuro santificar seu nome em meu
viver.
PRIORIDADES
Embora hoje eu me encontre ainda mais atarefado que nunca, gozo
imensa paz interior, bem como em meu lar e em minha igreja. Por qu?
Porque oro por mim inosmo, por minha famlia, igreja e ptria, no
sentido de que a ordem de prioridades de Deus seja estabelecida em
todas essas esferas do meu viver. Tambm afirmo ousadamente que a
vontade de Deus seja feita e que venham sua justia, gozo e paz.
PROVISO MATERIAL
Hoje no sou mais um joguete das ansiedades provocadas por
situaes imprevistas ou mutveis. Estou aprendendo a viver com a
proviso abundante do meu Jeov-jir, aquele que v nossa necessidade
antecipadamente, e cuida dela. No deixo as bnos de Deus ao acaso,
no. Todos os dias, ao orar, tomo a determinao de colocar o reino de
Deus em primeiro lugar, e depois oro a respeito de minhas necessidades.
Peo a prometida proviso divina e a recebo. Ele me concede
diariamente o meu po.
E voc tambm, leitor, pode vir a sentir-se cada vez mais livre dessas
frustraes, se ordenar corretamente suas prioridades. Se a luta pelo
po de cada dia est difcil, no fique ansioso, nem preocupado com
isso. Deus me deu uma promessa que, acredito, voc tambm poder
reivindicar para si: "No dia que voc atender o meu chamado orao,
comearei a suprir as suas necessidades."
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Ele conhecia a natureza compassiva e longnima do Senhor, e por isso
permaneceu em sua presena, e fez uma ltima petio para que ele
tivesse misericrdia. "Se, porventura, houver ali dez? Respondeu o
Senhor: No a destruirei por amor dos dez." (Gn 18.32.)
provvel que os pecaminosos e ingratos habitantes de Sodoma
ficassem muito admirados ao descobrir o valor que Deus d a um justo.
Toda a cidade poderia ter sido poupada se ali, no interior de suas
muralhas, fossem encontrados dez justos. E na verdade somente L, o
nico homem justo que havia em Sodoma, e seus familiares foram salvos
(Gn 19.16).
E se os habitantes daquela cidade tivessem ouvido Deus assegurar a
Abrao que, se encontrasse cinqenta, quarenta, trinta, vinte, ou at
mesmo dez justos, ele no destruiria a cidade, certamente teriam ficado
estarrecidos ao constatar um fato impressionante: no a presena do
mal entre os homens que esgota a misericrdia e a longanimidade de
Deus, mas, sim, a ausncia do bem.
156
O FORTE IMPACTO DA PRESENA DO JUSTO
Deus tem para seu povo uma promessa inaltervel:
"Se o meu povo, que se chamo pelo meu nome, se humilhar,
orar e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, ento
eu ouvirei dos cus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua
terra." (2 Cr 7.14.)
Mas mostra tambm uma alternativa que d o que pensar.
"Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se
colocasse na brecha perante mim a favor desta terra, para que
eu no a destrusse; mas a ningum achei.
"Por isso eu derramei sobre eles a minha indignao, com o
fogo do meu furor os consumi; fiz cair-lhes sobre a cabea o
castigo do seu procedimento, diz o Senhor Deus." (Ez 22.30,31.)
s vezes a igreja tem a tendncia de avaliar a influncia de algum
em termos de cifras ou cifres. Mas no pela matemtica que se mede
o impacto que um justo causa na sociedade. Deus salva com muitos ou
com poucos. No me acanho de confessar que Deus me instruiu para que
chamasse, orientasse, incentivasse e inspirasse 300.000 crentes,
mobilizando-os para orar. Visto por um prisma, isso representa bem mais
que os dez justos de Sodoma; mas por outro, no. Esse nmero
exatamente um dcimo de um por cento da populao dos Estados
Unidos. Se o povo de Deus se arrepender dos pecados da nao e buscar
a face dele, o Senhor no deixar que ela seja destruda. Se ns
orarmos, a destruio poder ser evitada, e o castigo suspenso.
Ento a pergunta que lhe dirijo agora : quer fazer o pacto de orar
uma hora por dia, intercedendo por si mesmo, por seus entes queridos,
pelos incrdulos e pelos que desconhecem a Deus? Estaria disposto a orar
pela Igreja de Deus, hoje to cheia de mcula e ruga? Acredite-me,
nossa nica esperana.
Deus est marcando com um sinal a testa de todos aqueles que suspiram
e gemem por causa de todas as abominaes que se cometem na terra
(Ez 9.4-6). E, como aconteceu nos dias do profeta Ezequiel, aqueles que
possuem essa marca sero poupados do extermnio.
E que hoje possa ecoar em nossos ouvidos o velho juramento divino:
"No a destruirei por amor dos dez", e nos faa cair de joelhos em
orao.
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1. Samuel Shoemaker, Extraordinary Living for Ordinary Men, (Grand Rapids, Mich.:
Zondervan, 1965).
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Plano de Orao
I. "Pai nosso que ests no cu, santificado seja o teu nome."
A. Procure visualizar mentalmente o Calvrio, e d graas a Deus
por poder cham-lo de Pai, pelos mritos do sangue de Jesus.
B. Santifique os nomes de Deus que correspondem s cinco
bnos da Nova Aliana, fazendo as declaraes de f.
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