Arquitetura de Terra - Maria Manuel Ponte
Arquitetura de Terra - Maria Manuel Ponte
Arquitetura de Terra - Maria Manuel Ponte
-
!
74
8
("$
(7$
$:
;/;27
,
/ $
I
RESUMO
A sociedade encontra-se numa poca de mudana. Existe uma conscincia maior sobre os problemas
!" #$
% ! ### #!&
menos desperdiadora de recursos. neste contexto que a terra regressa como um material de
"
' (" #"
#&
)!%! !
" $-
cas e ecolgicas associada a processos mecanizados que permitam a sua insero no mercado. Em
&%$
* $"
" "# &
# +!
/3
% +&4
"
atuais aliadas s novas ambies arquitetnicas, fazem com que a terra seja vista como um material
limitado; no confronto com a gua e grandes esforos mecnicos que as construes manifestam
4
"
#!%"
&$!"# 5# #
6!
7
#
%
&
/#%!" ! " #!
"
8 %
#"
!" # $"
"/
feita uma anlise geral sobre as diferentes abordagens contemporneas, baseada em exemplos
III
ABSTRACT
" :"
&
&/9 && <
! # #
"
# !#
/=
#"
"
% ! " > "
"
# ! #" " # *
< " /=
"
+
&# '# < ! "" !
" ##
"
"&"!
" <# "
) !" <
&-
#? /=
*%&% "
&
# +!
/5< %
"
#
"#
<
<" "#
#?
#
# @
"
<<
&# "
" H "
"
< #
-
# < ?
/ # # %
&
"
"
"
"
# %" : <#
# % intelli-
&
"
/=# "
<" " "
:
&%?
&
""
!" #
"
/=#
<
"
#!:!!" %
+#!
:
*/
V
RIASSUNTO
#
#!X#
/W
"
"
"# # ")
'
\
Z"" X)
![&
)) "
" <%! !
) "% "&"
# "/=
*% &
&% "
"&&
#! !["#-
!/9X% &
) X"#
"
#)
" X
" %
!!
"#
# #%!XX!
& )
Z" &
)# ""
"/ #!%
&
" ("%
&
)
#! !" X %X
"
!"# ))" Z#
!)
#
%
& &
/
! !!%
Z
" "
"#!
"# Z" X!]
)) & ("%
"
costruzioni in <%
(" 6
*
)
/
VII
SUMRIO
1 INTRODUO
11 CAPTULO I
O MATERIAL_a terra
61 CAPTULO II
A TCNICA _a taipa
225 CONCLUSO
233 ANEXOS
269 BIBLIOGRAFIA
IX
X ARQ. TERRA_durabilidade
INTRODUO
~/
#
*
A sociedade encontra-se numa poca de mudana. A conscincia dos problemas resultantes do
"
% ! ) #
!" #$
% ! ###
arquitetura mais adaptada ao lugar e menos desperdiadora de recursos; ao mesmo tempo, que
"
&)
" "
% &
##$# ! ) "
/
neste contexto que a terra volta arquitetura, como um material capaz de responder s necessi-
dades contemporneas.
* #4#
&
# +!
'$$!%$"
""
formas que fogem cada vez mais tradio. Contudo, independentemente do local e dos processos,
&
# "
"/! "!8 > #
#
de metodologias complexas e que, muitas vezes, se mostram inadaptados sua natureza. Por outro
% 4
"$"#!! "
" %
6"
do tempo; o Homem era capaz de se adaptar s condies do local, recorrendo apenas aos nicos
#
6!
7#
%
&
/K "
" # #
#"
"#
"#
!# /#% !"! "
"##$"
"7!7 #! %
#"
+"
#!
%
&
ARQ. TERRA_durabilidade 1
2 ARQ. TERRA_durabilidade
2. Estado da arte e limitaes
"
#
#
%#! >
! "#
!
/+ ##
&(!"%# "
$"
=%
6!" #
$"
"/ "#
! -
# #
"!5&5
5
K9
K "
!!"
1 em Frana, e o manual do Eng.
? "
& +! #
2
#
/#
marco para a divulgao das obras contemporneas no pas, assim como da situao portuguesa ao
&
#
/K #
6!%" "
!
$"
"
#
% + # "#!
! $"
#
"!
% ?
K
K"
internacionais publicados sobre o assunto, grande parte deles baseados no recurso a metodologias
" "#
! / # )!
Rute Eires, pela ao da gua, Daniel Parreira e Maria Gomes, pela ao ssmica, assim como as atas
#
9 #&
&
-
& /3 ! $#$##!
!"
compreenso da qumica dos materiais. Por outro lado, encontram-se algumas limitaes no que diz
relao taipa ou a outra tcnica de construo em terra. Este aspeto deve-se com certeza, ao facto
#
"
# 4
" # "
#)!
" #
4
" "!
&
&
/K
K
~
=
&
!"
9 /#
"
&(7K9 %9
"
9 "
#
#
atualizada do manual original de 1989.
Q =
&
+! #
/#
""
9 'Q "## "
""
:!""
en la arquitectura actual.
ARQ. TERRA_durabilidade 3
4 ARQ. TERRA_durabilidade
!
#
/3 ) ! &% 4
"
!"#
-
+
/$#
#
! !
)%
#
"
"
"8 (""# &!
! #
%
# #
em taipa atual.
3. Metodologia
#
6"
#!
%
# #
*%
"# %"
)##!"#!
*
!(
+!
/
!%!
"
"
%##$#!
$"
"#)%
+! 4
"#
'!"!
9 #
"
!!" "%! ##"
"#"
"
9 #["#!(
%! # +! #
! !"
# %! #!
*
!(
+!
%
# #
"
)%
K9 % ## #"
! )
ARQ. TERRA_durabilidade 5
6 ARQ. TERRA_durabilidade
4
"*
"
"#
9 "
&# "#/"
Sanna, onde foram aprendidos conceitos de qumica e de interao entre os elementos, desde os
materiais naturais, como a terra e a cal, aos mais industriais, como o beto e os polmeros. Parte das
+! 4
"!"# )
!/
# &
*%"#* "
#
!
! -
rneas, em parte divulgadas na obra Arquitetura de Terra em Portugal. Para alm do importante
"
""#
) !%#"
"
!
)#!*
" "#
&#/
!(
%
/5
" "?% & !
(""#!
#
4. Organizao do texto
&
#4"!%"#
!#
-
! "("%! #
#!+#
#
# 6!" /
"
/$# #
#
& %
"!
"!!" %
&
"!793=7 " 6"#!
! "" "
-
secas, principalmente no que diz respeito s formas contemporneas de atuar. feita uma primeira
# !
%
#"
!"
& %
#"
!!
( /
ARQ. TERRA_durabilidade 7
8 ARQ. TERRA_durabilidade
*=> =
!
,,?@
'(
0$
9 #
Q : +$
ARQ. TERRA_durabilidade 9
10 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPITULO I O MATERIAL
ARQ. TERRA_durabilidade 11
1.atal Huyuk, Turquia
2. Muralha da China
12 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
1. A Terra
*
1
740
6
?
.+1
#
%
"# !
# "
dentarizou2%
" "
#& (
!/"#
terra que constri a sua casa, cria o seu alimento, delimita o seu terreno. D-se incio civilizao.3
"% !
! #
!)
&/+ # 4
"
" /
//%#
"
"# @5:? //
9#$# #* "(&/~%"#&
!#"#/
//@#
"## /
!
"
#
"#!"(&/%&
! #
! @9 #! K#$ #
&! //@9 #! 5:*
!
"
~
/ "
#!
#
(#! !#
" &"# /
!"
8
%##$#
"#&
(""#
ARQ. TERRA_durabilidade 13
3. Mapa de distribuio geografica de arquitetura de terra
14 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
Na Pennsula Ibrica, a introduo destas tcnicas relaciona-se com a entrada dos Fencios,
&
%K#
#
%
#!% #"
!
sua difuso e aperfeioamento.6 Em Portugal, foi a entrada dos Fencios que levou a um maior
#
)
"
/7!$"/===//
das paredes em taipa, adobe ou tabique, passa a ser generalizada. A predominncia da taipa no
!
>4
"
"
8 "
#!
/
& 8 %#"
"
!
#
"#
autores, entre os mapas de localizao das zonas de maior densidade de construo em terra,
com outros indicadores de zonas de maior pluviosidade, temperatura ou risco ssmico, concluem
1.2 Um Futuro
*
?"?"-
""$11
*C
ARQ. TERRA_durabilidade 15
16 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
D
C02
""/"
"
$*12
&
%& ""#"
#!
%&
("!"8
que resolvam as necessidades do mundo atual. A procura de solues mais ecolgicas uma
"
#
# "
%! " #
% ""-
% "!%#"
" ")%# "!"!/13 De
qualquer forma, existe uma conscincia mais alargada sobre os problemas da sociedade atual,
"&"%"# "
#" #
% #
! ! 6"
De uma maneira geral, sabe-se que a terra um material ecolgico, econmico, resistente ao fogo
prprio local, o material de construo com menor impacto ambiental que existe.19 No entanto, a
sua manipulao envolve muito para alm de questes meramente ambientais, principalmente as
zonas mais desfavorecidas: a revalorizao das tcnicas a nvel global, faz com que estas deixem
de ser desprezadas pelos povos, evitando a perda da diversidade cultural e do KLL de cada
construo com terra pode se tornar uma forma de contornar alguns problemas de precariedade
"
"##
%!
"#
%
#
ARQ. TERRA_durabilidade 17
18 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
6$"
""
%"
! *# ##
~% #
! "#
"!"
#
#"#
%$
! "#!!
%"
) ("4
"%#!* !#
" "
# #
!6"" "".23
No entanto, antagnico pensar que estas mesmas vantagens resultam da simplicidade da mat-
ria. O facto de ser um material dbil, disponvel, aliado a mtodos cada vez mais mecanizados e
inovadores, fazem da terra algo mais do que um simples material de construo. 24 Oferece uma
!
> #
# #" %"
#%
+ ##
!/"
# & "##
%
deve-se antes carncia de recursos naturais, de gua, de ar, de solos, e de uma vida mais justa
e equilibrada para todos. A terra apenas um material que se enquadra na vontade de revoluo
"
% "!) "#!
#
(-
tetura. esta conscincia de uma necessidade, a necessidade de mudana, que traz a terra de
~K%$'
=
+/
#
&!~~/
23FATHY, Hassan - Arquitectura para os Pobres.
KQ5%@%Q@K=K%
""7 " #9 ' # "/=
" 9 #&//~
25 M
$
!
"!#
" #"
"# / &
Q %"
# #
&" "
#"%
&
%!!!8 #! ! *
!
+/
com maior profundidade no captulo 2;
#!#$#! #
%! ! #
! &
/K33%79!
//@#$#
!
~
/93%79 K## 5 //~
~/ "
#
%!
%!!# " ! # "&"# &"##"
" # +!
%
&6"
"4
" "
(
/QK3%"=
8 #9 //~/
+
(## +4
" ## " #" 8 # "&"
%!! #&! "
-
# " #$ "
/9% +
7 ""
#!
*
/M Arquitectura de terra em
&//~@KQ5%@%Q@K=K%
""7 " #9 ' # "/=
" 9 #&//~/
9% +
7 ""
#!
*
/M " #&//~@9KQ%
@Q=Q=%7
de avaliao da durabilidade das construes em terra. P. 1
ARQ. TERRA_durabilidade 19
4. Cidade de Shibam, Imen
20 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
#%"
#)#%"
& # +!#"# &
-
"
8 %("#"
#
#
&
/
pobre, e que no resiste s agresses da Natureza, como foi possvel construir e manter at aos
dade Ait Benhaddou em"(&/ A sua durabilidade comprovada pela passagem dos
$"7 #!"
#! & 8
5# # #
"
"#
!
#
!
#
"## #
/
"%
%#%)#! !
#
/
" #%"
##
$"/=%$#
& #*
8 # #
/
!#
%$"#
densa e compacta que inspirou j arquitetos contemporneos como Foster, para o seu projeto
#/30
5??
%
" & #$" #
"
#
atravs da tcnica da terra compactada. As suas espessas paredes com poucas aberturas cons-
!!
&
! # + #!
!
&
!& #/!
" 7$"/
("4
" "&/31
! ! "
" %$
! #
"#
% #
%%
"
"# "# &
#
!&
#/ & "###-
Q95K%K& @J%9#@K5%
75K"//~~@ ##
& % + #! "
" "6)
"#
# "
%# #
!(
/#"
#"# %! " (" #
! !
!
/!
#
" &
% +
#&
" "!" "" "# /
39=3%Q @3K%K#
//~/K #J
4#
" "=$#
## "&"!
cidades do futuro.
~39=3%Q @3K%K#
//@Q% !
@K=%K
@%
&
&7
" &
#! #//@
ARQ. TERRA_durabilidade 21
22 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
"
&
%"!) "#&
! #!
/
# # #!%!4
" ("% + !"%" )#
%"##
%"
& #"
" ) &
/32 A ideia
Por outro lado, este preconceito prevalece em zonas mais pobres e subdesenvolvidas, onde a
aos materiais industriais, deixando os recursos locais para os mais desfavorecidos. Os povos
acabam por rejeitar a sua prpria cultura e adotar modelos e produtos ocidentais, muitas vezes
" % #
("#!!
"/9"# $*)%
*
" 6"
" !6 /33 *&
?
?/
N
"6
"?
/
N
@+ 34
& #! #" %!
"!#
#
contextos de subdesenvolvimento.35
As sociedades de consumo, apesar de responsveis por grande parte dos problemas que enfren-
volvidos36 mostrarem como as construes em terra podem ter uma imagem contempornea e
para assim conseguirmos um mundo que respeite o Homem, o ambiente e a cultura que os une.37
No entanto, para ser aceite enquanto material de construo, a terra dever alcanar muitas
outras vitrias.
+C"
44
/#
7O@P
"
(8
8" Q
R
4$S
?"
"
8"
5
&
K"
!
Africanos, entre muitos outros.
3Q%! 7 # " /
ARQ. TERRA_durabilidade 23
24 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
0
06
??$S
6
"/"$38
tcnicas.40"
"# "#
+!
$"
"!"!
"
#" &
#! ')# +
"%
("4
"%&&
$"
/#%"
"
terial42%"#(" *"%"#
"
! !(
%
(
"! !!!!
/43 Por outro lado, a terra no um material standard - a
"
"#!#
# "!"%#"## %
que depende do 3LL44 do construtor - logo o conjunto de fatores que contribui para a
(
!/45 No entanto, existem j alguns pases que possuem regulamentao,
sendo na maioria pases com bastantes recursos econmicos ou de grande tradio nas tcnicas,
/
!
#
% # #
#
#!# ! "
#%46 mas que apenas se tornaram
ARQ. TERRA_durabilidade 25
26 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
("! &
& #
, em 1951, com a escassez dos materiais de construo.
Este pas tem vindo a ser uma boa fonte de informao a nvel mundial, dispondo de uma vasta
&(%"#&
"
! /
&
?
J %
&8
Q"
& +! #
/47
Frana tambm, desde muito cedo, uma referncia importante a nvel mundial. Depois da
&
& #
%4 + "" ("#!"
#$
construo com terra estabilizada e em estado natural.48Atualmente, o pas possui algumas normas
das tcnicas.
! "#3
% %% &
! %! #*
&#
# &#
(" ! "
/!
%"%
#< !
##$#&# ! "("8 6 /50
Apesar do esforo cada vez maior na revalorizao deste material, existe ainda um longo pro-
" ! #)
%"## "
/#&%!
exemplo, a falta de regulamentao faz com que a terra seja considerada apenas como material
"#
# /51 Talvez este processo comece pela divulgao, modernizao
#
"
#"
$"
" %"##
!"% &! #-
samente.52$# (
%$
" # ! ""!) "
%
suas potencialidades.
2. O que a terra?
*&, "
=?-
<DT
<?4
8
T ? "$+53
Q =
&
+! #
@9KQ%/" "@=K%K //@Q=Q=%7
"# //@53%5&@
GUILLAUD, Hubert - CRATerre... P. 159.
53%5&@=QQ%5 7K9 ////~"
= Z %#" "" +! #
%"
#!
" !
&
"" )
! # /
49 Uma fundao de pesquisa e formao que procura desenvolver e divulgar o tema da construo com terra..
9KQ%/" "@=K%K //@Q=Q=%7
"# //~@53%5&@=QQ%5 7K9 /~~/
51 9KQ%/" "@=K%K //@Q=Q=%7
"# ///
3%& 7"6"
# 7
#!
/=
" #&//~~/9"#
3
Mxico, nos EUA, onde as normas surgiram dado o aumento da construo ilegal em terra. HOUBEN, Hugo; GUILLAUD, Hubert - CRATerre...
39=3%Q @3K%K#
//~/
% 69 % &
"
"#
"&"!
'
ARQ. TERRA_durabilidade 27
7. O ciclo natural da construo e os vrios horizontes
28 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
$##$!##
!
/! "
#
recurso no renovvel, os produtos secos ao sol podem ser naturalmente devolvidos terra,
+ !
#! %#
#
(
# %"#!! "-
# "
" (
##&
&# # " %"#
&
# %" !
#! )
%#$"
" ! "("%!4
"!! -
/~
$"
! #
#
"*"" " !
#"#!
#" #
&"" & #/"% +!6
"%#"
&"&
&
"%
%#%!
# & % "/
formam pequenos detritos que nem sempre permanecem no seu ponto de formao, muitas
vezes so transportados ao longo de cursos de gua, gelo e vento, podendo sofrer alteraes
das suas propriedades qumicas, mineralgicas e granulomtricas, tanto ao longo deste percurso
!
#!!" "
#.55 $#$#"
!
elementos gasosos, principalmente de ar, lquidos, na sua maioria gua, e slidos, a matria
mineral e orgnica.56
2.1.1 Horizontes
%
& # 4"#!
"! " !
#)
,57 camadas
#
"
&
%$" +(&//58
##
& %)
! %"
!##
#$-
&
"%#% # "#!
#
%
$ 6"
%!
!
"""
# %#$ ) ! +" 4
"%
"
#""& &" ##/9
/
54 M
$P. 107.
53%
@33%"7=
9 #" 9 //@33%"@=K=%7= Z)"
///
53%5&@=QQ%5 7K9 //
(
)
'"#)
! ! 6! " %"## & %#
"" " /KQ%
- Arquitectura de Terra em Portugal. P. 69.
39=3%Q @3K%K#
//~~/
!! #" "
! # #"
#
("
#
%#
& " &
/!
de matria orgnica e de um pH cido propenso formao de fungos e bactrias.
ARQ. TERRA_durabilidade 29
8. Fraes granulometricas da terra
30 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
#% !
! "
/!
#" "% +#
odor peculiar, estendendo-se cerca de 50 cm abaixo do solo.60 Abaixo desta camada encontra-se
)
%"
!
#
"#"" "#" " /
Estes, por sua vez, por terem sido sujeitos a longos e complexos fenmenos de adaptao ao
ambiente externo, so caracterizados por uma grande dureza e estabilidade. precisamente aqui
"
!"
%"###
"#/61)
%" !
)
"#
%
"
#" #
decomposio.62
2.1.2 Granulometria
## !" ! # &! &
#
-
8 / ##
& %
"
# #"
" #
! %&% %
&
# )
##
/63
"#!
&
#$"$#
!
$ #&("%
peneira, para os elementos com dimenso superior a 0.06 mm, e como o teste da sedimentao
&
#$"!
!!"" "%&%
-
"#!#
/#%"! " !
#
!"
/
& # !
"!! # %"*"" "!
"!
#
#! 4
" # &
"@ &%"#! #
" &
britas e uma aparncia rude de um beto pobre; a terra arenosa, com elevada presena de areia,
#
#&#@ "%"#! 4
" #%!""
39=3%Q @3K%K#
//~~@=3J%
7
""
9 ///
~39=3%Q @3K%K#
//~~/
62 M
.
63 M
P. 102.
53%5&@=QQ%5 7K9 //
! &
"
"!
"# "#""!/
ARQ. TERRA_durabilidade 31
10. A argila como ligante
32 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
de gua.66
=?DX
O termo beto69$
&
$"/! "## # ! "("%
%#
" !
! # *"#!!#
%
%$&
"
"# #
&
-
das fraes. 70
#
)@ !"! #! #
"
" & #"
cursos de gua, onde se mesclam com outros elementos qumicos, dando origem a argilas com
sulta na sobreposio de vrias lamelas que, combinadas de diversas formas, do origem a uma
que, tal como referido anteriormente, dependem do percurso que a formou. Contudo, tal como
qualquer beto, a terra no pode prescindir dos seus restantes elementos, os agregados. Estes
"#
"#!!&#
" # #
&%
& #!
### #
#
#" #
6"
ARQ. TERRA_durabilidade 33
11. Terra em estado plstico, material de altas performances
34 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
me, ao contrrio do que acontece com as argilas.76 Os siltes no so nada mais do que pequenas
&"#& !)
"
% "
-
lamelas da argila, provoca o aumento de volume. Quando a gua evapora, a distncia interla-
evapora totalmente do material, mantendo as lamelas unidas entre si. Assim, um muro de terra
" "#! #
"%
"" "&% # ! -
"
"## + /81
explorar as potencialidades da terra como se faz com o beto, agindo sobre as suas propriedades.
+ #!%
?!
% # " +! 4
"#!
)
# !"%"#"#
! #
" %84 atravs
"! )
"
"
#
%"#!#
%
muros em cofragem, lajes, podendo tambm ser reforada interiormente com ferro.85(&~~%
#
"%$%!"
#"#&###!"
/53%5&@=QQ%5 7
K9 /@!
"!"
&%
#
!
#
&#$#!
!!
"
/&%! + #!% ! # "
" /39=3%Q @3K%K#
//~~ ~~/
39=3%Q @3K%K#
//~/
33%"@=K=%7= Z)"
///
79 M
$ P. 14.
80 M
. P. 34.
~39=3%Q @3K%K#
//~/
=K%K 7
# /// #$
"!/
K93=3%=!\ &//~/ &
%!\"
!"#
#%#"*!!
& /
33%"@=K=%7= Z)"
///
39=3%Q @3K%K#
//~~/
ARQ. TERRA_durabilidade 35
12. Texturas de diversos tipos de terra
36 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
2.3 As propriedades
A terra um material complexo, cujo comportamento determinado por um conjunto de fatores
#
#!
(
/
# "
" + "6
-
#
% #
%
& #6!!
"%
"("! "#!#
# #
% * "#
%
2.3.1 Textura
+ #
"
"#&
# / !
6
"
-
&("$ ) /87 A textura um fator decisivo pois est diretamente
"
"#! #
" # "
"# 7! ! %
%
"#!"
7#"#
! (
%"
#!4
"#
&
%##! !/(&~
! +/
//"
relacionada com a gua e argila presentes. A terra pode apresentar quatro estados de consis-
tncia - estado %!"% # / " ! " ! !
"
4
"%
%"
"X &% (
"#! "
$ #
#
"#&
#
#
"! /88
%
" !" % "" ) !
/#
#
#
!"@# !" Q%" !
6
! "
& # &
#
!" #% #
$
39=3%Q @3K%K#
//~/
53%5&@=QQ%5 7K9 /~/
=3J%
7
""
9 //.
3%$// 7
#
"#9 //.
ARQ. TERRA_durabilidade 37
38 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
#
#
/
# ) !" #
"
!" =QQ7Q/90
Como acontece com todos os ligantes, a presena de gua em excesso pode penalizar o sistema.
#! $ #
"#!
#
Natureza da frao argilosa, tendo tambm em conta que a cada aplicao serve um estado de
consistncia.91
2.3.3 Coeso
&/"
# ! "#! ! -
#
" !" &/92
"
&#
! (
# /#* %$!
"/
!
% "
# # #(
/
8
! ("! # #
&93 e do origem a certas patolo-
##
& % !
&
(8
"
$##&#
%!
#&
&
%!&
!
#
QK$
# !# !
slido com retrao, para o estado slido sem retrao. A retrao de um material pode tambm
2.3.5 Compactao
A terra tem a capacidade de reduzir de volume, depois de sujeita a uma energia de compac-
ARQ. TERRA_durabilidade 39
13. Humidade tima de compactao
40 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
tao.96 Esta consiste na aplicao de uma fora mecnica, que age diretamente sobre a sua
!
%#
! #
" # "
"(
/97 Nem todas as tcnicas
de construo em terra recorrem a esta fora, sendo a taipa a tcnica de terra compactada
#)#
/
"
& "#!"
#+#% !
% + #
#
ensaio de Proctor, comparando diferentes provetes de terra compactada com variados nveis de
# /983(&~, atravs de uma tangente curva possvel perceber qual a densidade
#! #
%
! !
"%#
" ! %
2.3.6 Densidade
$! (
# "* #
"
!/# "
#
" ##
~~?&#/
~?&#%!
# #! "
#& &&/99
mas, ao mesmo tempo, leva diminuio da capacidade de reteno do calor, pela reduo dos
espaos vazios - quanto mais ligeiro o material, maior a sua capacidade isolante e quanto
##%#
$
.
2.3.7 Porosidade
!
# "" "!
&/!! #-
#
! #
+ "%!#
#
"
#
#! %# % "//100 Por outro lado, a porosidade
!
#
& #'! #
& !"
#%101
ARQ. TERRA_durabilidade 41
42 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
!"
# # "#%! # #
$! -
sena de variadas granulometrias. Assim, os espaos vazios criados entre as fraes maiores,
"#! !
"! !" #
#
%#
# ##
compacto, e logo com maior resistncia mecnica e s agresses externas. Esta precisamente
# #&""#
%
& &)
"
#&%
! #+#
/#%$! " &##
%
3. Materializao
*W6E6=<"
6
$+104
"# $# !
!!3 )/ )%"#(##
)
%#"
"#
105 e talvez por isso, de rpida compreenso. As tcnicas so
"#
!! ! "
# $
/
!"-
dade e a imaginao, tm dado origem s mais variadas formas. No entanto, apesar de envolver
"
" "% (
! # "#! +%!
xima entre o Homem e o material, e na compreenso das suas propriedades, que se encontram
3.1 Os Testes
"$"
" "
" !
#"
*
"" "##
/
~39=3%Q @3K%K#
//~~~~/
~39=3%Q @3K%K#
//~~~~/
~K93=3%7=!\ &///9"# ## %
#"#
%
# ! " "
!
6
mo-de-obra, quase uma perfeita imitao da natureza. Traduo livre.
~QK=%$!+ ///
ARQ. TERRA_durabilidade 43
44 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
#
! # !"%"
# ) ( "
#
/106 Estes
so apenas alguns dos fatores intervenientes. Assim, para saber se determinada terra adaptada
6"
% " +! % (
#!!
# !
/ !$! ! &"#/107
*M
7
"?
Q-
#87
/"
$+108
Designam-se testes de campo ou empricos, s provas que se fazem no local da extrao da terra,
)
!
7
% 7 "
#
#!#-
rios. A avaliao feita atravs de premissas simples que se lidam no dia-a-dia. Na primeira visita
+
%$*! ! " ! + % "
"
! #
" (
& &# !"
" !
#
! #"
(#!
&'
!
# !
Aps esta primeira anlise, fazem-se os testes de campo que se considerem necessrios para a
"
&# & ! "/111! "
"
&
#$"% " ! '
#
'$ !
#
$! !&
ARQ. TERRA_durabilidade 45
14. Teste da sedimantao - terra no sedimentada, Sardenha
46 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
dimenses112(&/~
#
' $
!
"
/
#" "
"
!
#&%#" %"
&% #(
! #
#"#/ !" $
% !
"
113(&/~ ~/
#
!
%
!
+
!
"#
#
)/114
"9 7
" %
" #/ "
#%"" "!
#%
6"
/
amostra rica em limo, mas se uma pelcula de terra permanecer agarrada, porque estamos
("
!
!! &
#/ + " # " "
#(%
$#& !!
6
"
ARQ. TERRA_durabilidade 47
16. Teste da resistncia a seco, Sardenha
48 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
("
&
$!!!"
/115 tambm realizado um teste muito se-
#
%
("
# # "#!"
$"
"!
,
#
" # " " ~#/116
&9 4
" "7 "
6 #(
%) # !"#
cerca de 1cm de espessura e 2 a 3 cm de dimetro. Depois de estas terem secado, tentar esmagar
9 7
("
&/#8 #(
%)-
-se um rolo com cerca de 20cm de comprimento e 2,5cm de dimetro. Desliza-se o cordo na
(&~/#
&#
$
"
&/117
Segundo Obede Faria, este teste muitas vezes usado para a construo em taipa: se o segmen-
$ @ #! !~"#% #& # +" /118
+! 4
"
"
!
! # %)
#
& # !$ @
!
" -
8 # "
"
&@"# (
$! &#
"
"8
4
"7# %!" "%
# "
"%"#!##
#
%"#!"# "
"#
&
!
7 #"! !
119(&/~/
#!
%
!" !4
"%!
4
"# %
+4
" ! +! 4
"/"/5
" "? "
#!
~~=3J%
7
""
9 //@
116 NEVES, Clia M. M. 7
#
"#9 ///$3 $Faz referncia a outro teste onde, em vez de deixar
"% ! #
!"# #/ !% # #!%$! #& # +" /
~~ &
/
%
$#$##!
#"# ! /
% (" %
##%!
# " #
# ##/= 6!
&/
~~=
#
#
&('3%$// 7
#
"#9 //~@
53%5&@=QQ%5 7K9 /@=3J%
7
""
9 //@ !" )! /
~~ $#! +! 4
"# "
#<?!/
~QJK%/@JQ%K/@K9=3%/@3=9==%/K## ///
ARQ. TERRA_durabilidade 49
19 e 20.Taipais de prova: Propriedades Horizontais e Adega de Cuba
50 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
* &")(&/9#$#"### # %$!
realizar um provete em taipa, que aps a secagem, pode fornecer alguma informao quanto
"
'! )"#! )%"##
%#
em muito bom estado de conservao. 123 Os provetes so tambm uteis para testar a ao do
$ %"
& #
%&"#! /
+ #!9
% #
%5# # #!"
% Q#
!
) ! !(
"
!
!
os resultados. No entanto, no anexo 2 apresentada uma tabela desenvolvida por Fabiana Abral,
"#
* !
/
" )
$
#
!(
/
arquitetos ou construtores, por opo ou falta de meios, recorrem apenas aos testes de campo
para viabilizar o material, enquanto outros realam a necessidade dos testes de laboratrio. No
%$ !
"## # "
" " " %
recorrendo aos testes empricos, podendo posteriormente recorrer ou no a outras cincias mais
("4
" "
/3 # #! ! )
~~=
#
"
#"# 6 #
/
~=
#
!"/3" % )# * " "
#% ! "
podem tambm ser testados ao nvel da eroso, queda, resistncia gua, etc.
~=
#
"
#"# /
~
#""
# % !"# ! 8 / #$
"!/
~KQ%
" 9 #&//~/
~# #)
&
"4
"%! 9 "
%!
% "/&
%"#5
" "?%" # ("
#
! "#!% *##"
"#
!
/
? (# %! "
##! %!% ! ) ("
#
+! #"#!
#
# " !#!"
! "("/
=3J%
7
""
9 //@ " $ "#!$! ! " +
"
) %
("% # "/#!
%
("
"" " %! -
# #
!! %!!
#!
! " "
#"/53%5&@=QQ%5 7K9 //
ARQ. TERRA_durabilidade 51
22. ADOBE - Box Box House no Texas
52 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
% $"
"4#
% *
"
"#
"#
CRATerre, existem doze tcnicas que se subdividem em trs famlias principais, de acordo com
$"
"#"
"
%" "#!#%! 128 (a tcnica
!
"! /
/
"
3 ##
"% $)"### !
! + "
#' "@ !"@ #!@ # @ !
%
)!"
" #!/129
# !"%"
##$"
" #!/$#!#
"
#&/(&#" # !
/
!"%"
"#
## #
#!"& #
# )
!%#"# # !" # " 6"#!"
/
""
#!#
!
!%
! #
# "% &
> + #
$"
"131(&/5
+4
" "
8 # %#$ "
&/"
#!# # /132
ARQ. TERRA_durabilidade 53
24. ADOBE - Bodega no Chile, 2002
54 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
B. Alvenaria
3
#
"#
##
"/+ #!
anterior, preferencialmente perto da zona de produo, onde os blocos so secos ao sol e poste-
riormente transportados: blocos apiloados; blocos prensados; blocos cortados; torres de terra;
9
(" "##!" ##
%! # #$
!
$ # ## "
""/$"
"$ #
"
regular134 (&//
)"
#
/
#! #&%-
/
"#
# !
sirvam de estrutura ou de suporte, e cuja unio deve ser pensada de forma a no surgirem
"#!
+!
$#"%! + #!/
+ '
"#
@ & &@ !@
"#
@ " /
"
# %
"
#
) #&/3% #
!"$"6!%"
# !$" % ! # #& & 6
~KQ%
" 9 #&//~/
~=39=35% # 7" "#!"9/M Arquitectura deterra em Portugal. P. 53.
~=Q=K%
& 7 "## "
/M Arquitectura deterra em Portugal. P. 81.
~9!"/KQ%
" 9 #&//~//
~KQ%K
7" " //~/
ARQ. TERRA_durabilidade 55
56 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO I A TERRA
isolamento trmico.138
Para alm destas tcnicas de construo, a terra tem vindo a ser tradicionalmente empregue no
!
"#
" %"
"#
%"# " !#
/
5* #%
#
!" ! # ) !
#
/ + #!%
K"
" #"
% " #!#
e durabilidade.1399#$#/5
" "?% " #
"
6
entre os saberes tradicionais e a evoluo dos mtodos, que se encontra uma oportunidade para
~=3J%
7
""
9 ///
~ 'Q95K%K& @J%9#@K5%
75K"/
~=
#
"
#"#/5
" "? 6/
ARQ. TERRA_durabilidade 57
58 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPITULO II A TCNICA
ARQ. TERRA_durabilidade 59
1. TAIPA - processo tradicional
60 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
1. A taipa
A Taipa uma tcnica de construo em terra crua, atravs da qual se constroem paredes mono-
"%
/ 1 Consiste na compactao ! #
# -
"%
#"& #"
! #
" !
%#
"
" #
4
"/ !
"
! # !&
#
"
! % ("#!
! # 2(&/~/
#
!
% ! #)
"##! "
& # )
de argila. Foi precisamente a economia de recursos, um dos principais fatores para a difuso da
$"
"/ ! ! !" "#!"
%"
# " #!
"!
"
! & % #!
% &
"# +!
-
3
=$"%!"# )
"
!$"//%
!
"!#
("8 # /#!
%!#
"
%
# #
$##! &#"!
##
!%
com uma torre de 45m de altura, uma das construes mais elevadas do mundo feitas em terra
crua.5
Q
"
#
%"
# ~$"%
ARQ. TERRA_durabilidade 61
2. Castelo de Alhambra em Granada, Espanha
62 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
Em Portugal existem vrios exemplares que comprovam a presena rabe no territrio e a apli-
cao das suas tcnicas. So exemplos o Castelo de Paderne, o Palcio da Almada da Alcova
%"
#$#
#% "
#
"! #
estado de conservao.9
!)
"
8 !#10,
#$"
"
!"%
&# #$")%
3!%!
"!#
#
#
%!$
#$"
"#!
-
#
!
" /#
%
&
K
! %"
-
truo em <
#
"4!!" &
&" " !#
("%
estando ainda muito presente em Lyon, na zona de Croix-Rousse. Na zona Norte de Isre, a
#
" )
"## ! # -
"
&
7!$"/==%#!
! #
"
+%#"
" #! "
!"
" +
/)
"&
"
da construo.149"#
#
% #! "#
%
#"%$"%5
&
3
+ # + #!
* ## "
%!
-
"!#
/3 #!%!"! &
) #
! "
%! #
&
"#! #
===//
39=3%Q/@3K%K/
//~/.
7 GOMES, Maria Idlia da Silva - Construo Sismo Resistente em Terra Crua. P.14..
K33%79!
//~/
=K%9 7* "
/M Arquitectura de terra em Portugal. P. 213.
~9!#"
"#
#"& # # "##&#%"
!#! " %""
! "%
"!
!&
! "/9KK%7# # /=
" #&//=
/
#
)
=$"!$"/ #$"/==
)
"
durante o domnio Muulmano. No entanto, a taipa j referenciada em textos rabes do sc. VIII, aplicadas com propsitos defensivos. Muito provavelmente por
>4
"$"
"!! "
%&#! "##
" # #%
!!
# "
"#
"##!
%
#
#"#! #
! ) "
/K33%79!
//~/
~~K3%"79!#/M Arquitectura de terra em Portugal. P. 39-40.
~
"4~~ "
#
$"
"/
~39=3%Q/@3K%K/
///
~K33%79!
// /
~K33%79!
//~~/
~
!
! #!&
#% ! % ! ""
8 /K33%79!
//
ARQ. TERRA_durabilidade 63
64 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
Em frica, no Mdio Oriente, na Amrica do Sul e no Brasil, a taipa um mtodo tradicional ainda
#)%!
"!#
#)
! " #!"
/"
a atualidade. Este aspeto bastante visvel em Marrocos, com um grande patrimnio construdo,
"
#!"
) #&
"/" ("
J
%$* #
5#
/17
Na Amrica do Norte encontram-se construes em terra compactada aps a entrada dos espa-
"
/3$"
"$"
" !
manuais de Cointeraux.18
"
!
#
!! 7 &
% -
lorizao da tcnica tem surgido sempre ligada a uma poca de crise, quando a falta de recursos
#
%#
#!
"# %##
(
$"/===%!# K
=
% $"
" "
#
"
7 & &
% # "
"#
G@:
T3
T"
"L
L
"
7
4""
T(" $+20
~K33%79!
//@39=3%Q/@3K%K/
///
~K33%79!
//.
~93%79 K## 5 //~.
93%79 K## 5 //~/##
///#!
)!! / &"$ "4
"%
ARQ. TERRA_durabilidade 65
5. PLANTA-complexo habitacional em La Sainte-Baume
66 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
! ##
%"# ) !!
&
&
* -
vo. Com a ajuda da Sociedade de Agricultura Rural, em 1788 funda a escola de Arquitetura Rural
"#&"7& " "## # "
8
duo em diversas lnguas levou difuso da tcnica pela Europa, Estados Unidos, Reino Unido
e Austrlia.23
+ + ##!
"/"
#!%"
%
# !"
"!" &/ "4?, mo-
("!
#
"
"4 &
! "8
#
4#
* /24
Em meados do Sc. XIX, a diminuio do custo de energia e o fcil acesso aos materiais de cons-
% 6!&
! *")%!
/
3
%&
&
~~%"###-
!"#! # " ) " "
#"%#
# !#&
&/#~% " #!
#
Q
%
"#$ $"
"!"
8
"!"&"% "
6$"
"! 9/3
%
! !
& !(#& /
#!*
% #
~%!!8 "
#"#! +"
# "#!"%")
#Q
# %
# &
#!+#6
5"
/3
% "
"" & "
25(&/ /
3
#$"%
+"
$"/=!
!$#$#!# ///" #!"
"#! "#$"> " /// #! & ! "
#
%! "4
"
%!!!# % $"#
" #"
8 %!
"4
%!
! & " +" %# # #!%!"
! & %!#* "% #!
listar. Traduo livre.
21 M
$
K93=3%7=$ K &//
93%79 K## 5 //~@K33%79!
//@QJK% /K## //.
K33%79!
//.
KQ%K
" " //~.
ARQ. TERRA_durabilidade 67
7. PERSPETIVA-Cooperativa Homesteads
8.PERSPETIVA INTERIOR-Cooperativa
4. Castelo Homesteads
de Paderne no Algarve, Portugal
68 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
?
26 ! #
!
?Q:&
$"//&!!"
8 #
5 &
"&
%!#&! "
"%
#
"" & "
!# + # /" #
todas erguidas em taipa, criando uma comunidade com bastante espao verde e ar livre, e com
!
!"
%! 5# 27(&/ /
! $"
" # "%
#
# ("#&
%
#$"#&
)
/9"#(#
Bertagnin, *M
!4
?
conceitos ecologistas dos anos 70, voltando pela sua simplicidade e ecologia de meios, capaz
Neste contexto, em 1979 Hugo Houben, Patrice Doat and Hubert Guillard criaram o grupo CRATerre
" " Z!!"
9 %#
! #
!"
desenvolver e divulgar o tema da construo com terra, e que demonstra a importncia do tra-
!
+/K9 !
#!&#"$#"
! ")
%
#
"#
&
#
/#~%
"
% "
$* #
#"#! #/31
!% $$ * /33 Na sua conceo, foi explorada uma
grande variedade de conceitos formais e espaciais mas tambm de mtodos, trazendo a taipa
para a modernidade. No centro, foi construda uma torre com 14m e 5 andares, que procurava
93%79 K## 5 //~~/ )%$8 "
!5
:5
K
%
baseava nos manuais de Cointeraux.
93%79 K## 5 //~@KQ%K
" " //~/
K93=3%7=$ K &///#
& #
+! "
#!%"#! & 6! "-
/9
/
93%79 K## 5 ///
30M
. 22.
~39=3%Q/@3K%K/
//@93%79 K## 5 //
#
& % !
3 "%"#
! #/QK3%
Patrcia Isabel Mendes - Construes em Terra. P. 11.
39=3%Q/@3K%K/
//@QK3%"=
8 #9 //~/
ARQ. TERRA_durabilidade 69
8. Domain de La Terre em Isle dAbeau
70 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
! "#
(#! !\/ +! #
! "8
("!
"
% ! !& #
$""
#~%!
## "
%
#"
#
+4
" #
%
"/35
Atualmente, a procura de solues mais ecolgicas tem levado adoo da taipa por parte de
)
#
"
$"
"/ 36 Pases como a Austrlia, a Sua, a ustria,
K
%3
37, demonstram uma grande evoluo nos mtodos
"
"
%"
(/38
#
"!# # &
79! #&%9! #!
%$ #
%K## #=
&4%#!> # # #
7#"#
+&
% "
#!
# /#
! %!
&"
/ 40&
#!
#
$"
"$%
sem dvida, a procura de mtodos de construo menos agressivos para o meio ambiente e mais
#
"#
& #/
*@
???
4
?"T
$W ?6
?
?
TT ?
<?$+41
39=3%Q/@3K%K/
// 93%79 K## 5 //
3
% (" &#
! ! 6
&/QK3%"=
8 #9 //~
K33%79!
//~.
#=
& %
%)
/
93%79 K## 5 //.
=3J%
7
""
9 //.
39=3%Q/@3K%K/
///
~39=3%Q/@3K%K/
///$"
"!! " #! "! ! "! #
# "
#-
!
"
# /
! )
# #!"
#"" #
&/) #
lembrar os estratos sedimentares e simbolizam o ciclo geolgico da matria mineral. Traduo livre.
ARQ. TERRA_durabilidade 71
9. Casa Schlins na ustria, 2008
72 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
"
/9"# Q
% $#!
"!"" "! "
! "
#!
/ "
#"&
) -
mentos granulares que formam a terra; recorre-se muitas vezes a pigmentos naturais42 que per-
mitem obter uma diversa gama de cores ao longo das paredes, reforando o efeito das camadas;
a textura pode ser mais ou menos rude, dependendo da granulometria da terra; a introduo de
K"$#!
&
#"
! +! #
"
da taipa e a sua consequente visibilidade para um mundo exterior. Desde 1990 que tem vindo a
""#"
"
"
! % 8 !$
"
"#
#""##!# "
%! ) #
%#" #
"
"#
#"
! /K""
& "
"
$" !!!
%!$## "&" "
a tratamentos manuais posteriores, realando cores e texturas.45 Neste mbito, entre as suas
"/
%:!"
8 "
em terra em zonas ridas, criando uma arquitetura totalmente adaptada ao local e, ao mesmo
#!%
# !"#
"
#!
/
# $
" #
!
do deserto. A textura das paredes ainda acentuada pela impresso deixada pelas cofragens,
#
##$"!".47
" # K 5
!&#
" !
# #
"##"#
6&%
! "/! # + #&
" '!
+ # """ "# # @#
&
#""
@"
#&
$
#""
"
&/=3J%
7
""
9 //@
K33%79!
//~.
Q95K%K& @J%9#@K5%
75K"//.
%/@3K==%/@9#//7 "# //.
=
#
'X!'<<</ #
/
#
".
39=3%Q/@3K%K/
///
ARQ. TERRA_durabilidade 73
12. Palmer Rose House no Arizona, 1998
74 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
(&/~%
#
!" %
# "#
s cores naturais da terra, confundindo-se com o prprio terreno. No interior, os jogos de luz e
#% #
# +!
! &
" (&/~/
!
#!4
"! "
%##%"#"
paisagem.48
#
%!
"!#
!&
!
&
"
#-
!
K" K"?:+ ## "
"#
$"
conceptuais da taipa, elevando as paredes quase ao nvel de uma obra de arte, fatores essenciais
2. As inovaes da taipa
!#"
""#K## %$* " ! !
)
"###
"
"!) !
6
" "
#!
%
"
! $"!"/
%) !#
#
#&
&
#
/ ""
!
#
&%"
# !)
#"
+"
#!
/
comeados por volta dos anos 50 tm contribudo para alterar esta viso, tornando o material
"!#!
! "
%"#! + #!
da Amrica. 50 Tal como referido anteriormente, a adoo de meios mecanizados foi um fator
39=3%Q/@3K%K/
///
=K%K 7
# //~.
QJK%/@JQ%K/@K9=3%/@3=9==%/K## ///
ARQ. TERRA_durabilidade 75
14. Misturadora de eixo horizontal, Sardenha
76 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
"#!"
7#
""6#
/5* #% ! *
"#!!
)@
#&
)
! # $ #-
!!(&/~@
! + #
(&/~#"#"#!"
@$
%
%K
%
!
&#)
4#
2.1.1 Cofragens
""&
#
"
"# (
!
/+ #
cofragens feitas em madeira, na sua forma tradicional; em ao ou alumnio, com mtodos mais
#! )
#
!"#!"
#"@# %
!&
cofragens inteiras, que criam blocos a todo o comprimento do muro. As cofragens podem ser
feitas de variadas formas, como por exemplo as circulares ou angulares, de modo a se adaptarem
6# "%
""
"
/58
!$ +6%!4
"(
! #
"
"#
&
# %##$#"#! "& #)/#! " #&%
blocos, caso exista, funcionando como juntas de retrao. 59 Muitas vezes estas so posteriormen-
51 M
$P. 19.
# #
)
"#
!
# #
%# #&
)/+ ##
#
#"#
%# +)
+ "/=3J%
7
""
9 //@
# ) )
mesmo em mtodos mais artesanais.
53 As trituradoras servem para eliminar as pedras maiores, evitando a seleo ou o desperdcio de material inerte. Existe uma mquina, a
4, que con-
segue separar as pedras maiores, misturar a terra, ajustar o nvel da gua e verter o material nas cofragens. 39=3%Q @3K%K#
//~.
=3J%
7
""
9 //@53%5&@=QQ%5 7K9 //~@QJK%/@JQ%K/@K9=3%/@-
3=9==%/K## //~.
93%79 K## 5 ///
53%5&@=QQ%5 7K9 //.
KK=%
79!
""
/=
" #&///
53%5&@=QQ%5 7K9 //
#"##
& & #
$"
" "
# %!
"!#
#)
%
ARQ. TERRA_durabilidade 77
17. Cofragem a tod o comprimento , muro em taipa na Sardenha
78 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
%"
"#
# /(&~ ~#
!
! "& #!
/
)
#
%"
*
! #"
!
&! *"6
parede.60%"&
!"#""
"%
! "#
()
% )#
""!
*
"
#"#!
*
!$
/3 #$%
*
"
! "& #/61
2.1.2 Compactadores
%"## !
%"
" #"
/#%# ! # "
"#" "
%##$#"#
! "("/62A terra era compactada
#
#
# ! %
#
#/3
%)
$"
" )"# ! ## "
"(&~/ -
&
# $"%
% #
#"#!"
!
#"/
# (")
#
#! %
63 e cerca de
!#
/64 Existe tambm um compactador eltrico por vibrao que se move
)
!" "#!"
%"#~~""!#
% # !
2.2 Estabilizao
A estabilizao da terra um processo cada vez mais comum e est muito relacionada com o
aumento da durabilidade das paredes, quer ao nvel da eroso ou das resistncias mecnicas.
) &
(" # # &%!"
# !-
um ponto a considerar.
=3J%
7
""
9 ///
61 M
$ P. 66-67
62Por exemplo, na tradio do Equador existe um compactador de duas cabeas, uma arredondada e outra em esquina, que se adapta s diversas zonas da cofragem.
Os instrumentos de base menor, permitem a aplicao de maior fora num determinado ponto e a compactao adequada das esquinas. !
! # #
)
&/=3J%
7
""
9 // @K )
!"
/
63M
. P.65.
39=3%Q @3K%K#
///
=3J%
7
""
9 ///
#&
&
"
# $! )##
#
!
# "
-
! /3
%$!(
" ! & #/ !#$! !!* 6 !
ARQ. TERRA_durabilidade 79
80 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
# "
"!
!
%! # % #!"& %#
)
"# &
#
#
! /!"
#
certo elemento.
&!" &
"##
"
#%
&#!
"!
agentes. 67
)
$#!"'
#
%! # #"
#
tratados com sangue de touro, tornando-os resistentes abraso68; o leo de 3? )
no oeste africano como impermeabilizante69; no Nepal, era adicionada uma pasta de sebo e cal
6!
+ "
#!4
" +
6&@70
%
!$"
#
)
"
/!"
"
#!
"!#
"#"
&
%6( #
-
# ## 76
% !
"-
%!
"" "#
"/ ! "
"
!
"!#
#)
"##!
"!#
%
exigidas pelas normas nacionais excedem em muito as recomendaes feitas pela CRATerre ou
#
# "
8 !) %!% ! ) &
&
$" "
%# # 6"8 !* /
#$#! #(""" " "! ! # !* /& #$ )
" )
/53%5&@=QQ%5 7K9 ///
67 M
$
=3J%
7
""
9 ///
=9KK~
"
" " ///
=3J%
7
""
9 //~~/
~
"!#
! ~/53%5&@=QQ%5 7K9 //
ARQ. TERRA_durabilidade 81
82 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
! %"
4
" #
/72 Apesar de menos
" #
#
! #
" " #
%"
!#
#% !
)/)
#!"&#
"
"#
#
8 ! # ! 8 #
#$
de diferentes materiais.
+ #
# &# !% *#
("/
%
&
+
!
"!#)
"
#!"
#!
/
!
"!#
#
#(
&%
!"#
#!6
!
% !" #
~!
##
#! # %!
%#
/75K #
6"!"
#
&
!" ! "("/76 A grande vantagem da cal em
#
"#! / #"$# !#
"
! /
%!"
#"
""
%
77
! #
#"
""#+ "
!
+&$
%!
"#
&/53%5&@=QQ%5 7K9 /@ &
? "
"##
&%&
"
$ #
!!"
/#
! #
4
"%
%
"
!"
/=3J%
7
""
9 //@
"
"
&
("#
! 4
"(
# /
93%79 K## 5 //~/
#!
! " """'! ""# #! % &
#
"#"/
% + ##
%"
&
#
#+ "" % "%
# #"!&/ )%"!-
&%
+!+ "
!
# %
" ###$"#"" " #
6! &
%
!" "
/! (
$#"#
&%#
#!/33%"@=K=%7= Z)"
e Moderna. P. 60-61.
ARQ. TERRA_durabilidade 83
84 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
! ("/
e resistncia, mas tem tambm um custo superior.78 Este ligante endurece mesmo em contacto
"#& $!"#
%&"!)
# "#
#
O cimento um dos materiais mais banais da construo moderna. Resulta de uma srie de rea-
8 #"
! "" &%#
#
# #! -
$#$#"
#&
"81%#!
"" " "
superiores.82
"
6 %"#
& 6!" &%"#"%
! ## " #&/83#& %
" " ~ "#
!
adio de cal, necessrio fazer os testes para perceber qual a percentagem de cimento ideal,85
#"
#! ""#
7#
# %$/86 Ao contrrio da
cal, este no permevel ao vapor, nem facilmente degradvel na sua devoluo Natureza.
"
("
###"#
%!
"!#
"
(
%
&!
"!#
!" # $"
"
##&
-
gila, como o adobe ou nos rebocos. Estas controlam a retrao, distribuindo as foras por toda a
78 Deriva da cozedura da pedra calcaria com substncias argilosas, sendo a unio dos seus componentes uma reao pozolnica.
33%"@=K=%7= Z)"
///
3 "%
!)
"
" "#"/53%5&@=QQ%5 7K9 /@33%"@=K=%7=
Z)"
///
~## "$"
!
82 O cimento mais utilizado nos dias de hoje o cimento Portland, criado pela primeira vez em 1750 por John Smeaton. A ideia era criar um ligante extremamente
!"# $ !%&' (
)
*
+/
(
+ : !';"<
=
>
? :
33%"@=K=%7= Z)"
///
53%5&@=QQ%5 7K9 /@=3J%
7
""
9 ///
53%5&@=QQ%5 7K9 /~
85 M
$
=3J%
7
""
9 //
ARQ. TERRA_durabilidade 85
86 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
#%#
!
(#"(
# ) "
"
#!
&
!
%#
&
/( ##
"
#!#
#
6
" %!"
#!%##$#"
!"/87 #
#
!
" %
!"##
da densidade e um aumento do isolamento trmico. Tcnicas como a taipa, com baixo nvel de
"#!
! #/3
%
#
""#
"
(
%$# "
& ## $"
/ 89 Desde que no
*#*
&! # %
& $#
!
"
#
K
" %
##
)
"#
! " %"
-
rindo ao material resistncia superior e, dependendo do produto, uma aparncia diversa. Estes
!
%$#$#
)!
#! # )
! " /
!
" %)"# )
*##! !
!!("/92
$"
%
! " /!"
! #!:$" )#
"##%!
"!#
!
$
) $": -
9 )!
? "
(### ("4
"!
"
/=3J%
7
""
9 //
("#! ! "#!"
("#&
#
/
53%5&@=QQ%5 7K9 /@QJK%/@JQ%K/@K9=3%/@3=9==%/K## ///
*%! #6
" ""
% "& #! * &
/53%5&@=QQ%5 7
K9 //
~53%5&@=QQ%5 7K9 /~/
92 53%5&@=QQ%5 7K9 /~/
ARQ. TERRA_durabilidade 87
88 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
"#!"
/ ##& %!"#(+!"#(
#
4
"6
!"! " !
/
! !% #
ser privilegiados os permeveis ao vapor da gua, que permitam a parede manter a sua respirao
de produtos impermeveis deve ser bem planeada, evitando futuros problemas de condensao.
necessrio ter em conta a sua possvel degradao pelo efeito dos raios violeta ou da gua. A
"#!
# "$#$#" /96
)
!)
$#"!"" 97, misturada com gua e cal, capaz de endurecer a
#! #
& #! #
$#!"
"%&
&
6
/ 983 %"
#!-
# &
""
"
%
*)! K#
!
comparadas s do cimento100%
%## ! #
"#! "#
+! 4
"
! &
#
%101 buscando uma
#
"#
7 "%! "!" # 6
#
* !" %"#&% % "%
8 %
&
"%
% "
! # #)
"##/
ARQ. TERRA_durabilidade 89
22. Distribuio geogrfica das tcnicas em Portugal
90 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
Apesar dos esforos na procura de tornar a terra um material mais resistente, na verdade, a es-
)
$&/! #
! "
#
"! !
-se tornar muito sedutora mas de facto, se no for feito de modo racional, pode ser penalizado
um sistema de forma irreversvel. Esta ocorre muitas vezes devido a uma m compreenso das
"" "
" #/%!# ) *# %
"
& (")/#% "
4##!!
#
-
3. A taipa em Portugal
&$#! ! "##
$"
""
# /
&
#
%!
"!#
%6
>4
"
" -
es trazidas pelas ocupaes rabes, e pela passagem de povos de Este, que se serviam deste
dos recursos disponveis em cada local, assim como do seu aperfeioamento ao longo das ge-
& %$! #&
+!
%!
"!#
)
*%
107
introduzindo novos modelos que aliam a tecnologia e a tradio. 108
$O@P&?
"
8"$!(
ARQ. TERRA_durabilidade 91
23. Antigos taipeiros do Alentejo
92 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
/ "
$!"
""$O@P&5
5
"
"
R
!+##
$%$"
"#)
& !/110 Segundo
=
$6 "!
%
)
& +
*"("
"#
% " $"
" &
)%
"
#-
cais.111 O clima quente, seco e fraca precipitao, o solo,112 "& # %113
"
## !
"!!"
% ! &
em gerao.1143
%
!
#$"
"%## !&
!
#"
"
""# #! %! "!
%#
!
%! %# %&")%& &(
% +! 4
" "
8
# # &
%
& # # "
/'!
#!!
#
@"
" #
# % ""#
# !$)! "
# "#$"
"/9"
#
%
compactada nas cofragens de madeira, os taipais, com o auxlio do pilo, objeto de madeira
do taipal no Alentejo, varia de regio para regio, assim como a nomenclatura dos elementos
"
#/3
%#$ #! # #'#
#
! !#
!#/! (+
!& #)
#
%$"#! #! # /118 Entre cada bloco de taipa,
antes de apoiar a cofragem e comear uma nova etapa, aplicava-se nas faces de apoio (lateral
~K5%& @39%
79"
*
///
~~$"
" )
*
& %#&# 4
"
"# +4
" &#
%
# #
#
" #/KK=%
79!
""
/M Arquitecturas de terra em Portugal. P. 27.
111ASSOCIAO DOS ARQUITECTOS PORTUGUESES - Arquitectura popular em Portugal.
~~"Q
&## &
* & "
(#
%
~ !$"
% !
#!
!"
/ ##& %
& !
#
' #" #&" &
& & #
" #&
% & #+ & &/
6"
#!
&"/QK3%"=
8
em Terra. P. 165-166.
113 Havia falta de recursos econmicos e materiais. Segundo a obra Arquitetura Popular em Portugal, a pedra e a madeira eram materiais escassos. Alm disso, a
!!
% 6 "#!
#!#
#/3
$"
" * + #
#
!
"
/K=K%
7 ! ///
114 M
$ P. 255
115 M
$ P. 255
116 CORREIA, Mariana - Taipa no Alentejo. P. 165.
~~KK=%
79!
""
/M Arquitecturas de terra em Portugal. P. 27.
~~K5%& 79!
""
'$"
""
/M Arquitectura de terra em Portugal. P. 25.
ARQ. TERRA_durabilidade 93
24. Juntas de cal - ruina no Alentejo, 2012
94 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
#"# &# " %
"
"#
*
"% &
!
"
&
(&//
! #$# "!# "##& "%! *
&#/!(
)!# "#! & "#"
%!
"& #
"
%#
*
#! "
!#" -
mento.119*
"! ##$#
"
!##
# (")
!
#
)
!*
#
/122 As aberturas eram evitadas
! !
## /%! ##
"
)
/1239"# & K"
"$
8"0
-
4
6"
$124 O
!#
##
# #* %# !
inclinao, era interiormente forrada a canio, com algumas propriedades isolantes, onde era
#&# " ! %
# # /
" #!
"#
"## "
+ " #
levava proteo apenas das paredes mais expostas ou viradas para a rua principal.126 A sua
resistncia ao tempo, devia-se ainda construo de uma alvernaria de pedra, sobre a qual se
!#! # %
"
"!"#&(&/127
~~K5%& 79!
""
'$"
""
/M Arquitectura de terra em Portugal. P. 25;
~KK=%
79!
""
/M Arquitecturas de terra em Portugal. P. 29.
~~"
#
)/ &
%
#" # "/"
8
!#
"
-
!# "##"
4
" + ##
# "/KK=%
79!
""
/M Arquitecturas de terra
em Portugal. P. 29.
~ )
##+"% #!&#
!" !"
'"!)@
+ !# @!
sapato para o cinzento.
123 Ver anexo 1.
~K5%& @39%
79"
*
//~ ~/
125 LOURENO, Patrcia Isabel Mendes - Construes em Terra. P. 166.
~=K%K 7
# //
~=K=99K97 "! #&//
ARQ. TERRA_durabilidade 95
26. Embasamento de pedra - ruina no Alentejo, 2012
96 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
&
% # "
)## + &%#
um material de grande resistncia. Para solos de frao mais arenosa, faziam-se muitas vezes duas
"#!!%
)#! * %#
resistncia do conjunto. Muitas vezes, era tambm introduzida uma pedra de maiores dimenses,
"" *
"
"&
#&#%
"
% #!"&
%!
"!#
#!
&
como os ngulos ou limites das aberturas. Os primeiros eram normalmente feitos em terra, com
!"
( "#* %! "#!"#+
barrotes de madeira que se ligavam internamente.131 As aberturas eram reforadas com vergas
##$#"#
"
&&
# "(&/% "
-
!
%$"
""
#!& #
!
# "
"
)"#
!& -
#
!!" # "
)%#"#&" !
/#
do poder de compra e diminuio do custo da energia no Sc. XXI, fez com que grande parte das
&
"
*%
$
%
!"#
$"$#"!
#"
& ")
&%!) ###
" ("/
" ! )
"
a exigncias arquitetnicas alcanveis apenas com os materiais industriais, por sua vez de fcil
ARQ. TERRA_durabilidade 97
98 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
"
4"
0
7
?$ee8
?$eeM"
-
""Q
Q
4Q0Q$"
7"8"?
?
$
7$2
0!R
60f
"$+135
9"# / +
% (" ##
#
"
conscincia global, principalmente no que diz respeito aos problemas derivados de um modelo
de desenvolvimento desmedido. Num contexto como o Alentejo, a taipa surge aliada ao desejo
## #
#!"
(#
! #
#
/136
#
#
"#"
! ## + "
/138 De
"%"
!"# %
! #
# %
dos preconceitos gerais, procuram as casas pelas suas propriedades.139 Os arquitetos, por sua
)%
"
#
#
# "
#"#"%
# $"!!
e que permite a renovao de uma tradio ancestral quase perdida. A terra pode tambm ser
#
%"# /9
%# " #!
"
##
%#! #
6&
! ! % (-
~9% +
7 ""
#!
*
/MArquitecturas de terra em Portugal!. P. 160.
~%$@53=Q%#79 #! #
"
#
#!""
#!: " "
&/=
#
=$"
Americano de Construo com Terra, 9, Coimbra, 2010. P. 233.
~ +
+ "
!
#~ ~%#!
"# &
# +!
/9% +
7 ""
#!
*
/MArquitecturas de terra em Portugal!. P. 156.
~ &
9&%#! *
$"
"
!
"/9KQ%/" "@=K%K //@Q=Q=%7
#9 / "/
~#!
!! /& +
+
" #&/
ARQ. TERRA_durabilidade 99
100 ARQ. TERRA_durabilidade
CAPTULO II A TAIPA
cultam a sua introduo em permetros urbanos. A sua aplicao cinge-se s paredes exteriores,
+ " #
*%"##""
"
/
"## #
" " + "#!" "
/140 K #
+%
#! ) %" #
)
/ +! 4
"
! $"#!
! %
# +#
#
%!
"
%"# +"
+
!+# "#
%"#
# )
#
&/"
lomtrica mais variada.142 As anlises laboratoriais so feitas com provetes iguais aos realizados
o maior nmero de opes. Assim, quando realizados, podem tambm funcionar como provas
Por vezes, por vontade do arquiteto ou por falta de possibilidades, estes testes no so feitos e a
"
# #!"%
!!
/=!
$! %"#
!(
# +!
&
"
"#
# / !
#$#
da Arq. Teresa Beiro referenciar as vantagens da unio entre as duas formas, j que quando so
nos cantos junto cofragem. Denota-se tambm algum desenvolvimento das tcnicas, com a
&
!" # "
)%"#"&
#("144 e compactado-
!4
" + %!
"!#
" # %!# $"%!$ +
~=K%9 79!
""
#!
/=
" #&///
141 M
$
142 M
$
143 M
$ P. 36.
~"&
)
% % ! # # )
#! # "#!#
#
#
".
~X!'<<</ !/!
!
%"
% (" #"
"
&("% )!"
#
#
#
"
/#%
#
6\ #
no assunto. Apesar de tudo, prevalece a grande obra Arquitetura de Terra em Portugal como
##"#!
&
&
!& #
&
("/&
)! &%! ## #
#&
("!!
#
+/
Tal como refere a Arq.Teresa Beiro, grande parte das novas construes situam-se em zonas ru-
&
%
# ) $)# # #!
!
8 %!"""
*%#
8
6+149 e que comeam a albergar outras funes, tais como restaurantes150 ou turismo
rural.151 Outras permanecem ao abandono - a presena de runas uma constante durante toda
"
" $+152
Entre o discurso dos arquitetos e as obras realizadas, denota-se uma grande vontade em trazer
a taipa para o contexto da arquitetura contempornea. Seja atravs de uma linguagem mais mo-
% ##
##&6
% "* "
!
#
*H@I
* +
.153 Procuram antes respon-
der s necessidades e vivncias exigidas pela modernidade, tanto ao nvel do conforto como da
)
$"
" $" / ##
& %"
"
#!
$#"!
# % # # (##
#!/
anlise seguinte, descreve de forma geral e bastante sucinta, alguns dos pontos comuns mais evi-
%
#"
# #
"
/
!""
*%)
"!
%!
##
interrompidos, criando volumetrias mais complexas, assim como a vivncia dos seus espaos,
!%
# " / &
# %"##!$
& #
# %! # #"
"
%")
#
%#
#$#"# "
&%$
&("#
/%! )%
!& #%"
! 4
"/+ #
%"
# ""#
do espao interior, uma sensao conseguida atravs de longos eixos visuais que atravessam a
casa, e que, ao mesmo tempo, jogam com as dimenses dos diferentes espaos comuns (anexo
~/
/5
" "?
&
+%!"#$#"##
)" 3 )
#
/ % $
um elemento de grande fora e deve ser respeitado para a casa funcionar. Assim, para alm de
#!
% & #! # %
" #
&!
!!"
# ! "
% !#" "
-
#
!& #/ "%! ! " #"#!"
# %$
~==35%/7
"
#!
/=
" 9 #&//~.
& # "#
! "% !!!
!
+~/
As aberturas so tambm pontos muito importantes nas relaes entre o ambiente interno e
to a Casa Isabel Almeida como a Habitao em Beja, por exemplo, apresentam vos de alguma
#
%!
"!#
#"/*
+#
"
%
questo de outra forma. Com os grandes panos de vidro, estende os espaos at ao exterior,
"
#
%##$#"%
!
&#
! #!%
dos contrafortes, ou da cobertura. Assim, d-se uma unio entre o espao interior, mais privado,
"#!
+ %# !"
#
!& #/
"
#
"6 " "
#"%* #%4
"
reboco quase que representa precisamente o oposto. Grande parte dos muros deixada vista,
"
%
# &6# /
#
/
3
(&/%/& +
%
"3)/5
" "?(&/
+%!
4
" " # #
!
%"# -
branca e lisa, contrasta com a rudez das terras xistosas, uma expresso forte e que permanece
eternizada pela compactao. muito comum encontrar parcelas de parede expostas e emol-
#!
"% "# # /3
%!
!
#
$"%!
" "
#$#"#!
&
!
#& "%"##
/# #*&"
"
=-
# %!
"!#
%
#
! "/
/ #
# ##"
!! +&
!
##
%
"
)
!!"
/
"
% + #
4
"" )#!
#
# 4#!
"!#
#
"
" %"# &
$%
&#
## ! /
# "
!
ao ou beto, deve-se tambm sua facilidade de aquisio.155 O efeito criado gera uma certa
"
*&#"#&
! " ! +!/
9K %
! /
%$# + #!# #
-
/!
"
#"# #
&
#&
! # "" %"
#
&& ##
"#
(&//&
!
! & + #
! #
)
%
terra parecem comportar todo o peso da cobertura metlica, um aspeto interessante e ambguo,
/5
" "?%!
#& #
/3
* #
%)
!
!
#
%#
"### !* /-
& #!
#"
"#
!
$"
" #
!
! #!
/9#$#
&
(&/%#) #
"
'#&
* %!-
#&
"
+ + %
% > #
!
%
marcando uma textura diversa. tambm comum o emprego de beto armado nos lintis, vergas
! %"
"
#!
#/)
$"
""
$
! #
" "#"#
"# # "
"
#!
/
# #"
"
+
%"#! + #!%
%
~!
#%"
!*")%#! & #"
8 /
155 Apesar da madeira se ter mostrado um elemento desvantajoso quando apoiado diretamente na terra.
"
#!
! (&/
!&
/ #
A unio da tradio com a modernidade, uma constante ao longo dos projetos, no entanto, esta
!
#"# "
"## (/ ("
# "
#
%)
+ % ! ## " 4
"
! "&"%$#" $"/!
#
#
"#%
%# 6* %6# 6 %!"# "
!"#
#
/# #!%$##
#
#!#
%
) #(
! # "
#
#! # " !* !
(&/~/
de altura e com 0,60m de espessura, que revestem na totalidade as grandes paredes de beto
#(&// &
#!
" &% #$#)!!!"
##
6!
+/
introduzida uma estrutura auxiliar metlica que suporta um segundo piso e a cobertura, e que
!
&!
"(&/
+/ %#$## "%
! #(
! # %#
#!/(#
$#$#
"
5 K &
&
%# "
/9
+
%
# + # ##
##
+/%
" #!/
!$#$"
"!
*"
% "#%
"
no pode ser negada. Apesar da inovao dos mtodos e dos materiais, a arquitetura contempor-
#! #
#
"!
&%! #
#
("
&
! #/
% !#
*H@I
45
R#/$+156 por outro, existe uma
!"" )#
#
%
"## "
-
"
"
/=
!
#
% # "
estruturais como nos acabamentos, a natureza da terra deve sempre ser respeitada, a sua respi-
#
! #
##"/ "
#!
#!% !
#"
6#
/
~==35%/7
"
#!
/=
" 9 #&//~/
=
(
A arquitetura , por excelncia, a arte da de conceo do espao.1 &
*O@P
# "% (
! !
%"# ! + %#!!
"
#)
!!/2 !
+
#
" !-
%
% (
!$"
&!!
% -
Recorrendo tcnica da taipa, estes planos acabam por no se cingir apenas delimitao do
!@
"
##$#"#!! " "
""# + /
"!
"#& %"#% #"#!
! "
"
"
# "
&%"#" )% ! "!8 7 +!
-
dois fatores decisivos para viabilidade do material mas, por sua vez, tambm os mais polmicos.
#"
("
!
!
###
#%5 sen-
!#
/& ) # ## !"#
~5KJ%5
7!
6 !
/=
" #&//~~@=%
"///
=%
"///
3 M
$
4 Na construo com terra a diferena entre estes dois ambientes fundamental, tal como ser explicado mais frente neste captulo.
QJK%/@JQ%K/@K9=3%/@3=9==%/K## //~/
6 M
$ P. 14.
*:
/
8#
F$&
#
"?
?
-
"O@P?
$O@P
&?
2?
:$O@P:
6H@I+7
/9"# %
& &
! " #
padecido das mesmas preocupaes, mostrando-se sobreviventes ao longo dos sculos. Por sua
nos primeiros anos de vida. De facto, talvez o problema no esteja na terra. A perda do saber
simples abrigo e outras questes de elevam na sua conceo. Assim, a fragilidade do material
apresenta-se como um possvel condicionador da sua aplicao. Resta saber de que forma pode
1. O conceito de durabilidade
## "
$"
%
&%!
"!-
" 4
"6# "
"%" #" & # %#
integridade estrutural. 8 Como j referido, a ao da gua e dos sismos que mais tem contribudo
+4
" "" ! " #!
#!@!%"
" #
KQ5%@K=K%
""@%Q7 " 9 //@3 &% ##$#"
" !
$#"("
%!
"!#
#)
/ #$
+~%!
) ! # /
9KQ%/" "@=K%K //@Q=Q=%7
#9 //~
9KQ%
@Q=Q=%7
"
8 # //
A terra s por si, no um material coeso: tal como referido anteriormente, a evaporao da
& !")
#
!" &%! #
"
"
/#%&8 #!
"
""
#
%
-
(
#
##$##" / ! $!
"# !
#
4
" #
# "
/10 Por
O mesmo acontece com o cimento, onde as reaes quimicas entre a argila e a cal derivam das
!"%
#" /13!(
# %
Fazendo a analogia entre o beto de cimento e o beto de argila, do ponto de vista das resistncias,
nente pensar na sua durabilidade ao longo do tempo e neste aspeto o comportamento da terra
%#
#!""# #!% "
"#!
%16
!+#
" )#! & #/17$#%!"%
por terem j sido sujeitas a longos e complexos fenmenos de adaptao ao ambiente externo,
## # +!"
$"
!"
& "#
19/ $ %"#(#/5
" "?%*H@I?
N"Q
6"6
+$20
"
+&6
("
"" "# % ! ## #
& #"
(
&
# "
/#%4#
'
# # ) ##
%" "#
de acelerao21 - que diminuem o tempo de espera dos resultados mas que negligenciam as con-
8
# )
/22 Mais recentemente, tem vindo a ser elaboradas experincias que
! # ##
)"#!#
"!
"
8 "#$" %
das consequncias dos agentes.24 No entanto, a observao deve ser feita baseada em casos reais.
construo em terra, tal como o adobe ou o cob.25 As suas propriedades devem-se aos fatores
!!!" "
#! ## '
~"#
"
## "
###!
#
4
"
& #!'"#
#
%! "& #
% + #! ## #
# ! #
"
!""
! #
#
/%"!
! #
&
#%"
!
&
#
%! #
##"
!"" "& #/#%
!"%"#"#
"
% "
"###
#
#%
##+# "
!
##
# & ! ##
!"#!+#! /"
#$# ""#!
#
!%
""#
" #
#
" /=K%K 7
# //~~
5KJ%5
7!
6 !
/=
" #&//~@Q
!# #!
'*W?
^?D?4
=<
$W
X?=
=
=?
?(,??=YZ
" $+39=3%Q @3K%K#
//~~/
~
#
"#
" % ##! "
8 #$"%
##
"
#" ! #!/
53%5&@=QQ%5 7K9 /~@9KQ%/" "@=K%K //@Q=Q=%7
#9 //~
=Q%9/
@KK%/"@333%/@3=%/7Q& #"# )#"
//~@
! /"
"
" %
!" #$
#"!"
"
#
/
##$ "## !" % #"
*
"#
%! #
"
"
! #
/
#
# % "
+! 4
"#8 ##/
X!' " " /&
+/!!" ~~? (
&9
5 /#@X!'
</"/"/?# "~~/#
9KQ%9/@Q=Q=%/
"
8 # /=
#
=$# "
"#9 %%#%~///
/~@ "#!#
&&4
" # % #! %
!
! +"("
# ' #~%
/Q//K/
?
"
" %
# 6&
#" ) "%!
#
##
("
# "!
+!
@K9
#$#" %! * !
#!"
# "
"#
#&%&"
)
"
%
# #* ! ##"
+
" #/53%
5&@=QQ%5 7K9 /~@
QJK%/@JQ%K/@K9=3%/@3=9==%/K## //~
26
+
# #
&%# "#!"-
O@P?imn
$M""
"66
6
,O@P;
+27
"
#
% ? (#*.
"T3
3$WTTT"T 6
$E
XL
T
3
+$28
%
##
"#
("
%!
"!#
) !
sua relao com os agentes climatricos.29 Para a durabilidade das construes so tambm
#!
%"
#
/30 No que diz respeito seleo do mate-
#
7&
# %&%# "
"% )
)7
&
+%!" %
%"#! %"
/32 Estes fatores no sero
%"
%
# &
! ##!
4##$#
! (
"
8 33:
=K%K 7
# //
27 BERTAGNIN, Mauro - Il pis e la regola. P. 19. Quando os muros em taipa so bem feitos, formando apenas uma pea, e externamente protegidos de um bom
"% ! #$"/#~
" & #
&" "
!"#" " ~
/#
#-
# ) #"
4
"&6! # %#&%!& )
%# !
cortante como aqueles usados para cortar a pedra. Traduo livre..
QJK%/@JQ%K/@K9=3%/@3=9==%/K## ///"
#!$# #
6"
" #
/
#!"#%!" #
!# #"# $!
"
##/
" #
!$ #!/9
/
=K%K 7
# //~~@QJK%/@JQ%K/@K9=3%/@3=9==%/K## //~@
QJK%/@JQ%K/@K9=3%/@3=9==%/K## //~@
~9 #&
"#
)! /
#!! !#
!
!%
# #
5
%? %
/
33 A importncia da granulometria nas opes de projeto ser explicada no desenvolvimento deste captulo.
9 +
&
# $#!
! 6
"
&
#$"/
importante dispor de uma granulometria variada, para que os espaos vazios, criados pelos
as argilas. Tal como j referido, um material de baixa porosidade ser mais resistente mecanica-
mente e aos agentes exteriores de degradao, visto que os poros so os defeitos do material. O
!"%
(
! +!
@35 por outro lado,
"
&"
!#
4
"# "
"
mistura.36 &
? %! "
& # "
!#%
&
' &7@ 7~@&7@37!"
de maior dimenso no devero exceder os 20mm, pois podem, eventualmente, criar defeitos
#!
#$#$ +6! " %!#! " &" !
#
# 4
"6
"/40
5#
&$ + ##
#!
! (
/3!%
!
" " ~~ #
,41 #
(""#!"
!"( ! '42 tal como todos os ligantes, a argila bastante sensvel presena
da gua respondendo, de uma forma geral, com grandes nveis de retrao; por outro lado, a ao
# "
"& *
)!
#
# &% ! ##
"#!"
("
/43 Desta forma, o material adquire densidade e no sofre grande retrao,
contribuindo para o aumento das resistncias e da permeabilidade.44 Por outro lado, durante a
"
$
" #
#! "
# !
"#
=3J%
7
""
9 //
QJK%/@JQ%K/@K9=3%/@3=9==%/K## //
K%/7"?
## !
&//~~
QJK%/@JQ%K/@K9=3%/@3=9==%/K## //
QJK%/@JQ%K/@K9=3%/@3=9==%/K## //@93%79 K## 5 /~@ + #!%< no Norte de
=\ "
$#! &
& #~"# &#!
/39=3%Q @3K%K#
//~~
QJK%/@JQ%K/@K9=3%/@3=9==%/K## //@# # ("
""
#!! /5
" "?/
=K%K 7
# //
~K%/7"?
## !
&//~/
42 M
$
=3J%
7
""
9 ///
44 &
'=K%K 7
# //@
"
(#
!
! !
'
!
!"
em dois; por outro lado, na construo do muro em taipa, a introduo de gua em excesso
!
%6! "!
#
*
#% )"# #
#
%"
&
( "(&// *% #(" %
"#!"
A compactao tem um efeito fundamental no sistema. Quando o pilo cai sobre a terra, este
#
!" ##
%
!
#
#
de gua, torna possvel argila formar uma estrutura mais ordenada conduzindo a uma maior
#$##!
#!
""
&
!"
gua acabam por ser desmedidas. Assim, o excesso de gua facilmente percebido durante a
"#!"
%
"! "
"#!"%("
!" /
)
6" "#
#
!! %! "! %
("%
#
##! # )
! " /! )
)% !
da matria-prima disposio, por exemplo, a uma terra argilosa corresponde a adio de cal,
#
$#
*
#!
"#
/49
3
%$! #
! ) #
!("%
("
/ &
K %# # "
! # "
! !6 # ! #% *#! &"%
"
!
6# #
%"
& #
& !
-
dida.503 )! % " #! 6 ) !"#"
#
~/ "
"# +!
#
#
+
#!
! (& /
~/
+ #!
A Histria tem vindo a demostrar as potencialidades da terra, seja pelas inmeras e grandiosas
%! "
"
"!) 6"
8 # -
/5# #
& #"
"#
##
+! -
4
"@# ! ##! !
63 ) 6#
8 %
recorrendo apenas aos materiais disponveis. Hoje em dia, perante os problemas da sociedade
"
8 #
&%! #
"
"%
# "
"#
"#(#5
%
!
#
# "%"!" -
brevivncia a grandes catstrofes tais como os terramotos, deve-se a uma correta manipulao
&
%
!" 8 !#
!!#
/
~//~5??95
5??95 ")#
!
" *
/&&
8
#
!
"%"
## + #! 4
"6&
""
#!
&
#&%! %# #
!
$ ! ! !"#!" (&//
altura, ente 2 a 5 pisos. Interiormente, uma estrutura independente de madeira suporta o peso
" %!#
! %#$#"
# /53 No rela-
trio apresentado por Ruifang Liang, as 5 construes estudadas apresentam-se ainda em boas
# & $"/==%"#
" K" %
sem grandes consequncias. No entanto, em 1693 aps um terramoto de intensidade 7.0 na es-
%
!
%
#
&
&#&
8 /55
%! (
! ! ! %
"#!-
9$"
"')
!
"
! + ! ### -
dade pela massa e pela compactao; por outro lado, a forma das paredes, com uma base mais
! !+/~/# #(
!!+/~/#%! ### 57(&/@
Estrutura geral: a estrutura de madeira e a de terra encontram-se separadas, fazendo com que
!
!! #
(&/ ; este um aspeto funda-
#
!! # "# "#!! 4
"7#"
"#
52 Q=3%K
&@59%
&73
"
"5??//
53 Q% !
@K=%K
@%
&
&7
" &
#! #// /
Q=3%K
&@59%
&73
"
"5??/~%%~
Q=3%K
&@59%
&73
"
"5??/~~
56 M
$ P. 21-21
!
!+#/Q% !
@K=%K
@%
&
&7
" &
#! #//
Q% !
@K=%K
@%
&
&7
" &
#! #//~@Q=3%K
&@59%
&73
" -
"5??/~
Q% !
@K=%K
@%
&
&7
" &
#! #//@Q=3%K
&@59%
&73
" -
"5??/~
" # %" +@"%! )%! ### 4
"# "
"
estruturas, 60!
"!#
"#
&%+
&9%"## ~
/
Liang, se deve a uma granulometria menos cuidada aliada a uma constante exposio.61 Segundo
fator determinante;62
Reforos bamboo: na maioria das construes, a taipa foi reforada internamente com bamboo
Fissura de Huanji Tulou: atravs de simulaes feitas por computador, os estudos concluram que
por outro lado, a introduo de um lintel mais forte tambm poderia ter evitado tal degradao.65
%#"
#!" " &
%
dada a sua diminuio com o passar dos anos; no entanto, (" #(# /66
"
"8 5??9 > #
* &
"
"#
#
&
!!8 % "
!
# !-
nveis, conseguiram construir abrigos realmente adaptados ao local. 67 De facto, tal como refere
!
Q*oT
"
"T
T$+68As construes modernas podem basear-se em exemplos como as Casas Tulou,
#$"
%!"
!#!
para o futuro.69
&
& ## #!
&
) ""
"
#&#! %!
" #/
~Q=3%K
&@59%
&73
"
"5??/
62 Q% !
@K=%K
@%
&
&7
" &
#! #//~/
'/# ~/#/Q=3%K
&@59%
&73
"
"5??/
& # #! )
! 4
"
/
Q=3%K
&@59%
&73
"
"5??/~
!"
"
"
%
& #!
#"(%"! &#!" " "-
" =$#
"
"! "#
"
-
#&#%# # #!%! ## + ! "!&"/3!
-
$ # !# "## %"
&
&# "%
#
#
@!-
redes so rebocadas com terra ou cal, assim como as suas longas fundaes.
!
/"#/ !"
" " "%!
"!#
#5# ("
#! "
("8 "
/
% "#
&"
&# #
(")%!"#
Z
%! ")
#
"71(&~/ )!
"# "
#
%!"
#
" /72 O estudo levantou
diversas questes:
Q"'
# !
&%
"
8 #"
&%&
!"##!
%# "
)# (")#
&%
"# #Z
@
Fundaes: tradicionalmente,
8 # "#! "%
## !-
!~#6! " @ #Z
%
8 !#~/# %
39=3%Q/@3K%K/
//~
~K%# 7 >'
"
" "
"!
5# : #
@"
#"?
&
# #
"# "
& /=
" #&//.
72 M
. P. 53-54
73 M
. P. 54
#
! "
&"
" / #
5#%
&
8 ! ! ""#"%"
)% %
4#
! "#
%"#&
!
#
"-
clpico, e que permite a ascenso de sais muito danosos para a estrutura.74(&~
'
)
# %
"
#
#(
& (&/
aspeto tambm muito importante para a qualidade dos adobes, no entanto, a mais resistente
K "'
#$"
%!$#" #"# &%
+
!4
!"@#
#
#
!
4
"7"# %&LXL7
T.76
Construo: em Wad a argamassa de assentamento tem uma espessura menor do que os ado-
bes e misturada com uma erva bastante grossa, que aumenta a qualidade e o reforo, tal como
#
@
)
#
& "*
("#@
devem ser construdos nos meses de inverno, de forma a evitar a retrao, e s um piso de cada
%
#!!" @
&#
! !&%
-
#
$!%#
"#/77 A mais recente
!
" #"#
#
"
%)"# &%
"
Tal como refere a autora, percebe-se que as construes em adobe no possam sair totalmente
74 M
. P. 54
75 M
. P. 54
76 M
. P. 55
K%# 7 >'
"
" "
"!
5# : #
@"
#"?
&
# #
"# "
& /=
" #&///# %"!
!# " # )
dez anos. Traduo livre.
78 M
$ P. 54.
"
"
#
/793
% ##
qualidade das novas construes, com fundaes inapropriadas, adobes de fraca qualidade e
ao 3LL ser uma das premissas mais importantes para a construo das novas estruturas,
!"
% ! !
# $
#!6"
8 ! "(" ""/82."
"#
!!
6"8
#!/83
"
"#
"
2. A gua e a arquitetura
A construo em terra sensvel presena da gua. Esta propriedade confere s construes
#
&
#/
% *
%&%$"-
paz de criar eroso ou degradao a nvel estrutural, podendo conduzir ruina. 84 Na sociedade
T4
$+85#%)
! " !"
/ "%# #
79 M
$
80 M
$ P. 55
81 CANCINO, Claudia (7#& #
"
?
/=
#
= # "
"#
9 %%#%~//
=K%K 7
# //
53%5&@=QQ%5 7K9 /~@Q=K=%&
Q # & Z" X
"//@
=K%K 7
# //@53%5&@=QQ%5 7K9 ////@33%"@=K=%7= Z)////~~@
=%//@KQ%//@K%///@5%/7:## /~/ #
"#!!# !"#
%
critrios de durabilidade aplicados na taipa so tambm mais rigorosos. Traduo livre.
53%5&@=QQ%5 7K9 //
"
"!" !6"
8 "% "
!
#
srio perceber os mecanismos de atuao da gua e de que forma pode a arquitetura contribuir
2.1 A ao da gua
&! #
&
"
$ 8 / &
5 " %
"#
""#
$!
"! !
! & ! +
#
!" #
#
#
&"
$"
to importante uma boa seleo da terra e manuteno das estruturas:88( !
#!
"#
#
& & % #! "
8
"#
/ 89 A gua ainda um aspeto mais preocupante em zonas de grande pluvio-
%
&! "! # "#!
!
8
%"#
=$#
% ! "
# /90
&
! #
"!"%"# % #
%
% "%"
! "/91 Entre todos, salientam-se os sais pela sua invisibilidade
"6! " %" %
! "!
" #
@
criando tenses no interior; estas foras provocam a perda de coeso do material envolvente
87 &
'=K%K 7
# //@5 " ~ !
!
###
%! *
"
"#!"
)
/9KQ%/" "@/%K //@Q=Q=%/7
#9 //~@
& %$
" *#"
""#&%"#! + #!'
" #
@!
#
! #
(
%"#*
(@+!
# *
%#"#!
"!
@
6& 6!!"! % "/53%5&@=QQ%5 7K9 ////@9KQ%/" "@/%K //@Q=Q=%/7
em Terra. P. 107
&!
!! "
& "# +!
! !! " %
(
/3=9==%
@QJK% 7K <K##
"
//@ KK=%
"//~@33%"@=K=%7=
Z)"
//~/
=K%K 7
# ///
~53%5&@=QQ%5 7K9 /@33%"@=K=%7= Z)////~~.
3" #
"#&% ! #- & &6"
& #&$6" #
%#
! #
"
#" /33%"@=K=%7= Z)"
///
9"# ##
% &%* % "% "/KK=%
"//~@("
"
# "9=9//
/~/~#
$#$#
6!
#
# 6&"!" /95
A terra um material bastante poroso e como tal tem a capacidade de armazenar e transportar
#$6)
"##
# %!!"
##
#
! &
!"
#
! !" & + /
Se o vapor de gua arrefece na parede, ocorre uma condensao, que pode ser perigosa, se o
#
! #!!& #!%
6
"!" #
! #
"
"
# %"# "
#! # )
# #
pela introduo de painis isolantes. 99#! ##! "& #
elementos, tais como uma m exposio solar devido a uma m orientao no terreno ou outro
# #
! "
#
#/100 Assim, a resistncia difuso do va-
por101 deve ser maior no interior do que no exterior, evitando o perigo de condensaes no seio
94 Os sais podem tambm estar presentes na terra por contaminao da mesma, como por exemplo, em terra com uma mistura de areia da costa mal lavada, que
"
# @ "# *
# "
#
%
# "
"#
% "/("
"
# "9=9///
=K%K 7
# ///
96 A capacidade de absoro da gua designa se capilaridade e o processo de transporte corresponde ao capilar.
=3J%
7
""
9 //~.
? (# ##
##
>4
"!
) "/## ! 6"
&! *"%!!"
&/"!"
&
# $##
&
/
&
"
"
! !
&! # %
6! "
/
=3J%
7
""
9 //.
~! #"
$ #! !"
"' !
+ "
! ! #&
! # @
##
"
!"
"#! !#
"
@#%! ! " !"#(
! #%"
& #
# 4
"@ \""&! + "
! %" +! & # +
%!!" 6""
# "! /K93=3%7=$ K &// @ ! ! "& # #
empurre o reboco e este acabe por sair. Atualmente, com as exigncias da construo, isto j no possvel, logo a parede deve ser deixada secar o mximo de tempo
! ' &
? % !" ! " "# #(" @
%& " #
#"
6##
#
4
"# "
" ! @ " #
!"% # *
)
! ##
"& # #
/QJK% K## //~.
~~ " "!" ## ! 6
!
!"!
#
+ %
que se faz atravs da difuso das paredes
~=3J%
7
""
9 //. As barreiras ao vapor podem ser perigosas especialmente na unio de diferentes materiais, onde podem
ocorrer condensaes, e caso entre gua no interior, ela permanece mais tempo l.
~
#
! %!
! *" "
## !/
"#
%#
colocados pelo exterior, uma soluo inadequada natureza do material e a sua respirao. Assim, as solues devem ser pensadas na sua globalidade, vendo o
""##%
#"
!" # /
#
8 !# 3 / ##
& %"## &
"Q
%!$! #
"#! "# $"
" "
#
!"+3"
+
*% "# #
)
respeito temperatura e precipitao.105 Como j referido, a maior parte das novas construes
em taipa concentram-se na zona sul, nomeadamente no Alentejo, uma zona caracterizada por
#"##
"
%"# #
+
!
##!
/1063
%"
"
"
#
# ) %"#
#
)
# /107"Q
#!
")
arquitetura;109
""
# % (
#/ #! #
questo central na construo vernacular, a grande diferena est no modo em como encarado:
&#
%
" "##!
&
%!"
! ###
! " @"! )6! "
&%#
"# #!@110 no Alentejo, por exemplo, as casas eram anual-
mente rebocadas e caiadas, protegendo a parede das intempries. No entanto, o contexto atual
"
#
#
! $
("
/112 A presena de algumas patologias nas novas construes do Alentejo, levantam
&# 8 !" #6 & ! ""
estruturas. Assim, procuram-se novas solues que permitam a viabilizao da terra no contexto
19. Habitao rural na zona de Rhnes em Frana, boas botas e bom chapu
*W
T5?"?
?
?
R$M= X
*"+O@P
%
#"
+"
#!
%
# "
6
&
9"
#
% + #4!
"!##
(
"
#
do savoir bien construire en terre. Estes procuram proteger os elementos em terra da ao das
?
45
"p/
8
"/
,HI,H?I,
Q
"
?
H"
I
$114 Tal como Faria Rodrigues, muitos autores referem a importncia de
"
"# #$!
%# #
"
#
"/
"#
$ $
9%
# + #!
!
'"
#&
"
# ! &! #
!#&
"%
"
"#
#! &!#
& #
# #
%"#
! *")116(&/~/
/#"!$
"
# !
"
#%
"
&!" #
#
%
6#
"
# "
-
quente desgaste. 117 Alm disso, a zona superior das paredes um dos pontos mais sensveis
7!##
#
("
" #
-
do,
("
#
!" &
/118 Segundo Rute Eires,
#)
#! %
#"
"
" #
!"
"/ 119 &
? % #)
+!
#%!
"@ #)
&
+!
% !"#+#!
%
! %#
#$#
+ #!/9"#
3
!&(&/
= # (&/~%
"
&
! %
!
&#"
#!
/3
%
#%!
"
#
"#
!!#
"#! #@!%
"
# "/(&! !
)
&%
#$#"
*&"# #
&
+
~/3 )
! &% +!
! # )
$*#
! "-
!
@
%
#
"
%
#
"
+ #!
frgeis ao nvel do topo das paredes: as coberturas so planas e, na maior parte das vezes, os
muros de terra122 encontram-se protegidos por materiais mais resistentes, como o ferro, o beto
"%#
#
! #" %##$##
("
/5-
tao em Beja demonstra uma abordagem totalmente contempornea, onde ao muro em terra
%#! "##!* / + #!%
9K (&/
Herdade do Rocim, a proteo minima das paredes providenciada por elementos metlicos.
B. As boas botas
!#
# ##
#! # % #
!"#
"
8 %&
!#
+ % "/!
&
cncias salinas.123 O embasamento permite ainda proteger as paredes do respingar das gotas de
"#
& !
"#!
%
elevavam-se a cerca de 30 a 50cm acima do nvel do solo.128 Hoje em dia, os materiais tradicionais
##& % #
! $ #! )/3
%#
8
+~% #
##! "!
! /5
" "?
&
"(&//%&
!#! +!
""
#
"#
"
% #
! #!
&
!
%
!
+!
!/
+ #!9K (&/5
#
+ ~/""! "
#!
6)
"
! %
"
# &" #)
"" !
-
5
" "?% #
#
! #/
C. A pele
! "#
% 132
"
"##! "
! $"#>!!&#
# "!#$# # "
"
4
" /135 J
?
%
"
"
%!
"%# *
# ! ) !
ensinar as prximas geraes. So usadas essencialmente terra de cores diferentes e uma tanina
"#
%"
! " $###
& !
137 - O
#
% # * )%!
# #
custo de aplicao.140!#
! " $ "#" # !
!%"#
"
% "
#$#!
$#)
"##
"
#!"
#!
% )!
! ##&
!! !
/
~"#
#
#!"8 #" !%!$# #)# #
""
"
%
## #!
" ! #
##> + / &
%#
+!
$"!) !! $"
"
"#!" "##
/&
("
"#$!#/#&
! %"#
% #
%
Itlia por exemplo, j possvel comprar a terra apropriada para a aplicao, estando disponvel numa enorme gama de cores. A expresso escultrica dos rebocos
$#
#
! &# #! /39=3%Q/@3K%K/
//~
~39=3%Q/@3K%K/
//
~=3J%
7
""
9 //~~
~
!"% (
%&%! ## %
6 ) /
~#!"% (
% +!
%"
)"
"
& ##
!)
%! !
" #/
~=K%K 7
# //
#
#6! " %! #
&
#! !/141
#
&"
% " " % ""#
$"!
/142 No Alentejo, por falta de recursos econmicos, os rebocos de cal eram
!
!"
"!
"! #)
# +!%"# ##
!"%$6 +!
!'
+ % (" ##
o recurso a argamassas de cal area, tal como no Cerro da Borrega ou na Habitao em Beja,144
"
!&#
@!%!
#!
%# )
" % ! # ##!"
%145 tal como na ETAR
de vora146
# + 5
#(&/@147 segundo Daniel Parreira,
permite uma maior resistncia s intempries, no entanto, a sua devoluo direta Natureza
)$#!
*#"#! # "
" #! #
4
"
! %#"
" 8 #"
# ""#! + #!%
" ("
+!
$#"
"#/150
3#"
+
"
% (" #!&
#$"
de proteo, por outros de menor expresso. Tal como demonstram as imagens 29 e 30, recorre-
"#"#
! "#! # "*)
$
" /%
&
!#!#(""
! 8 %
#
!
~~=3J%
7
""
9 //~~@=K%K 7
# //
~# " "" !
#"
"%#! " " !
"
%
#"#"#
#$
/+! 4
""#/
"
)
&
/
~=K%K 7
# //
144 PARREIRA, Daniel - Anlise Ssmica de uma Construo em Taipa. P. 12
~QJK% /K## //
146 http://www.culture-terra-incognita.org/best_label/
147 PARREIRA, Daniel - Anlise Ssmica de uma Construo em Taipa. P. 12
148 M
$ P. 11.
~=K%K 7
# //~~
~ #9 ' #
!/~@=3J%
7
""
9 //~~@
35. Eden Project Visitor Center no Reino Unido, 2000 36. Grandes protees
"
$
/#% "
6 #
%#$
38 "!
!* = Z %
construda uma leve cobertura em policarbonato e ao que protege as macias paredes de taipa, e
"
"#!! +!
%
#! " (&/~/"
$
!
# #
+ 6! %
)
& /
"# !""#"
$"
""
#
%#
um percurso interior entre a taipa e a pele exterior de madeira, protegendo a terra do contacto
"#&
/# !
(&% ! !-
redes contrasta com a delicadeza das ripas de madeira, criando um espao de transio entre o
+ 7"
/3 % " "#"" ""##
&& *% #%#)
#
#/!
!!"
#
# ""!
"" #/152
3 "
* "
K
%$
#&
" #
#
% ! & ! !
)
"153(&/ /
cobertura, por sua vez, suportada por uma estrutura em ao que permite a abertura de grandes
##
" & % #"
*
"# ! #
%"
# -
alterar o aspeto tradicional das construes, atravs de mtodos que nem sempre se mostram
("
#
!&/
"#
6
#!$ / ! ("% # 6 +" +!
%
# "
!&
"#! + "
"##
#
!
/
//
"#
5# #
" & &
!#!
superior e inferior, aliada a uma manuteno anual. A eroso era aceite como um processo na-
"
# ##"!$%
" #
%"#
sos naturais? A arquitetura vernacular tem vindo a demonstrar a sua capacidade de resistncia,
!
#
& &("% "
!
# "%
"
#!
/ ?
"
"! !4
"
!"#%
%# "
#&# ##!
$"/
A. Expresses vernaculares
\
(&/ "
#~~%$!"#
#!
por 20m de altura. A falta de recursos naturais, tais como a pedra e a madeira, impulsionou os
povos na procura de novas solues. #(& estabelece uma relao entre a
"
8 %!#!"# ! #6!!
@#%"-
das da Mesquita so construdas com vrias torres ogivais que evitam a estagnao de gua nos
(& #
# # #
/#%
)
% ##
!# "
!"# @155 a sua
#&
"
"
% &
& ! #
!" "##
!$!""@ " # (+
"-
#
# %
#
#!!" "%156 preparados pelas
# "
%#
!"!
#" #
" / $#
#
"
% #
# !+#
& &("
a concluir que estas geometrias derivam da mesma inteno. So exemplos a Porta Monumental
9##
&$~% J<< # Z= % #$&
"%
"
# 8 #! ("
!
%
$" #
7!
"!
!
&
"!%#"## 6!
/
No Camaro, as casas Obus de Musgum, apresentam uma forma ogival e uma expresso es-
"!
"% ! " #
"(&/~/3
%
*
#"#
# !#
!$!""%! # #
3
& #J%
)
%!
"$
155 Tal como todas as construes do Oeste de Africa, tambm aqui no so feitas fundaes.
~ &
% " #
"
! ) # #
%#"#!! &/=K%K 7
#
terra. P. 80.
~39=3%Q @3K%K#
//@=K%K 7
# //@X!' " /&!/!~~~~# -
*
#/#/
~95=K%
7 " " 9 //%%%
~39=3%Q @3K%K#
//
"
& ##
!"'"#(&%
!
)( !
"##!
"
%#
-
&"% ""#&
&
160 - esta uma zona caracterizada por
&
!" "#!"
"
## /161
%
# "%
# "/ ) % $
("
"#
"
"! ( %"#
" #! /9
%
?
%
(
"
#
$"
% # #"
*
!
&
/"
& #"#
" #
"##
"" "
&
!! +!
/ !
! &"
##
"/
B. Expresses contemporneas
*&L
-
E
T
T"L
"T L
$o3
L"
4
3$q
$&
T(
$&"-
~95=K%
7 " " 9 //@95=K%
///
~~X!'<<</>"?/"#!#:!#:!"~~
~J=3K%X@=3%+ 75K"//~~/ #
#8 %"#
! " %)! $&
&
&
"
# / $&#
% % "#!% # !///5* %
#
#
&#
! #
/"#%! + #!%!
"
! &/% #
& !
!
#
@
$ /
$
!
! #! % #!%! #$!
"
46. Efeito vertical/horizontal criado pelos elementos de argila cozida 47. Proteo superior e inferior impercetveis
K"$!&
"
#!
/9"#(#%
)
# $
%"
# !
#
%
K""#
"#
/3
%*&"#"" "
##
#&
"
"#
164; tal como refere Peter
? %
&#$##&
+! 4
" #" /165 A construo da
" #"
%#"! "#
&
%
&
#$
#
#!
/
#%
K" /K&
# "
# #"
%#
""#4
%#
&"# "% "
6!
"# #!
(&//166 Ao nvel formal, a casa apresenta-se como um paralelippedo
retangular interrompido por duas grandes incises que quebram a densidade do volume, criando
espaos exteriores. Dada a natureza do material, as janelas so escassas mas permitem criar uma
maior transparncia no todo.167 As suas paredes nascem do escavar da prpria encosta, trazendo
:
T
r+$1683
%$
(
+
"
# (/3 %""%"" "
$"
"!% "
##
$"
""# $"'169
(
&% !" #
#
%
& +" ! "
7
! @!% #
!#
@:
do volume;170 #
!" #
#
"
"%
#
! ##
@ ""!! " #
&
48. Elementos horizontais, terra granular 50. Elementos inclinados, terra de textura fina
#
$(&/. #"!$#! #
"
#!
#
# (&/%"#
# "
"#
$"
!
!""#
""% # ##
%
Contudo, esta soluo no parece nova. Voltando arquitetura vernacular, descobre-se uma re-
!+#
" #"
"/3
%
&!" '
+ #!#
&%")
""
#
& #
"
(&/%! #
! "#
&
"#@*K"%# ##
!
!"
(&/%"
! #
!
"/%
+ #
&
("%
! ! " + '$#&
%
)# &
# % # # )
6! "
(&/ /#
%"#" )% "
+ # "#
%"#! + #!"# # !
"%
K"%
"
! "("/
# !
!
"
&
#$"#/+!"# % #"
! #$ &-
##173% + ##
!" & #
os poros e aumentam a coeso. Desta forma, o material ser mais resistente entrada de gua
no sistema.174
3" #"
#
#
/K" ! "
com a granulometria das paredes exteriores, prevendo j a sua futura estabilizao: a terra
171 M
$/~
&
"
K" #
"
/ "
"#
#" #
"!)
"#"
(
#!!#
% #
* /9! ")#!
#
-
passar os 970C, e com materiais resultantes da extrao para a obra, diminuindo o impacto ambiental e econmico total.
~J=3K%X@=3%+ 75K"//~~
~#
&
! K9 /53%5&@=QQ%5 7K9 /.
174 &
'=K%K 7
# //
passada numa peneira com a mesma dimenso e misturada com as restantes fraes, o material
!" #
#
$ !" ##
"#! )
! " %
" )#
/176
B.%
~! " %"# #!%
"! !
&
"
#!"& &% #
#! " #
)%
! !
/9"#(#"
#
6"
)
"%! #!"
"
"@
%$#& #
$"
"%! "
)
"$
#& "#! #
" #
(
%
logo possvel que passe por este processo. Por outro lado, a introduo das pedras enviesadas
K #
6)
#
*03+179 #"
%&
-
turalmente uma dvida: at que ponto estas no representam zonas de acumulao de gua
Encontram-se alguns exemplos onde a introduo de elementos mais resistentes pode ter levado
"
8 #
&
"#
#! &! "(&/~/
Ao mesmo tempo, esta patologia pode resultar da exposio aliada a outros fatores, como por
#%
%$ !
! "!
!
~#$##!
+
# ! $"
".
~J=3K%X@=3%+ 75K"//~~
177 &
'=K%K 7
# //
~33%"@=K=%7= Z)"
//
~J=3K%X@=3%+ 75K"///
180 Na construo tradicional do Alentejo, as terras de fraca qualidade eram misturadas com elementos mais fortes, tal como se v na imagem.
de gua se esta facilmente evaporar? Neste caso, os fenmenos de gelo-degelo j seriam mais
! "!
/! 8
%
!K" # #
("
% )!
# &7 )
-
5%
#
("" #& '!
%!
(
#% +
&6! " %"#! /181 Alm disso, o facto de
*!
#
+! #
!K" /K
"
-
)!
~~ #/ &#&#
#&
(" !"
# "
> ##"
" #)-
7
# "
/ 182 No entanto, a unio de
4
""#
%"
)
!
"#"#
&/ (
"
!
$
#&
> +8 '
"#! # "
"#
4
" ! %""#! + #!%
" ("
+!
$#" #"
" 8 #"
# %183
rpida degradao. Tal como refere Ulrico Sanna, a argamassa deve ter sempre uma resistncia
inferior aos elementos que suporta, caso contrrio, a terra sofrer degradao enquanto a mas-
#&# "#
%"&
"! # ! %
! " "
!$#
/9"# % &
/
paredes sem qualquer funo estrutural, como parece ser o caso,185 as exigncias de durabilidade
no sero to elevadas; mesmo fragilizada, a estrutura pode permanecer exposta eroso. Alm
% &
~"# %
! "! )
#" !
%
"&
! #/3 "% ! "##
"
%& #
"
7"#"
%3#
"
+<
% ! ## ) +
/
Frgil;186#& #
#"
+#" $# /3
%
!
-
#
#"
"
!&#%
"#
/
"#
%#$#)
"
"%
#$# #//#&
& !"## #"
" %"
uma provocao ao ambiente ambguo que se vive na regio, onde o abandono e a pobreza co-
#
#"! #%"*
>4
"! $ * /
8
> #!
&
"#!%!
%(" #
"
" " #(#8 / "
-
#% $## #"#! +
8 %
"
"L"T$;"T(LT
(#K"%$
" !"
8 ! ###)
#"
(
~
"
#
/#%$!
% (" "
#!
paredes exteriores divisrias, logo sem grande funo estrutural. No entanto, no existem referncias conclusivas.
~
#"#//
+~/
187 Alis, como refere Ronal Rael, a construo tradicional em terra tornou-se alvo de um mercado to custoso, que os mais pobres j no podem suportar. RAEL,
Ronald - " " //~~~
~J=3K%X@=3%+ 75K"//~~/3
%$"
" "
#
# #" /##%"!*
" #! #! """7 #!% +! #
# !
#
%"*#! #
! #
a cada um aprender e criar inovaes para o futuro. Traduo livre.
~& # K"* ! !
% #
%
"
#"!
9"
#=/X!'<<</
" /#
~
# )" ~ ~~ "/#
tcnicas atravs da experimentao, seja pelos materiais ou pelas formas.190 necessrio passar
"#!#
"
( /
3. Os sismos e a arquitetura
!
# 4
"# "
" #
+/191 No entanto, na resposta
!
> +
"
## /#"-
!
###
)
&
+!
%"
8
#
"
& # "#
/192#%!
# & "##)
5??5 %*.
"4
'
6
"=LL
"L
$+
194
3 &#
%
# 8
!"
"
/# # #!% "
8 # "
& # ##%#-
bm possvel construir estruturas mais resistentes s foras de trao, caso sejam solicitadas.
Assim, torna-se necessrio perceber de que forma atuam as foras potencialmente danosas, e
como pode a arquitetura responder a este problema, aliando uma boa performance a um gosto
contemporneo.
~=
#
$ "
#"# /
~~"
## "#+ 4
"# "
" #"#!
"##$
%"#
* &%! + #!/
Como referido anteriormente, o processo de cozedura faz com que adquiram maior resistncia, contudo, perdem outras propriedades.
~QK3%7 #/M Arquitectura de terra em Portugal. P. 190; PARREIRA, Daniel - Anlise Ssmica de uma Construo
em Taipa. P. 9.
~K%"
7$&#&
#
M Seminrio Ibrico Americano de Construo com Terra, 9, Coimbra, 2010. P.
207; GOMES, Maria Idlia da Silva - Construo Sismo Resistente em Terra Crua. P. 147.
~Q=3%K
&@59%
&73
"
"5??## " //~/3
%$"
" "
#
# #" /##%"!*
" #! #! """7 #!% +! #
#
!
#
%"*#! #
! # "#!
"
8 !/9
/
#
(
! 4
" !
#!/3
!
"!%"#* %
$##
&%
(
!
#
"
#
%
3.1.1Compresso e trao
"
#
#6"#!
/197 Os valores variam entre os diversos autores,
variando entre os 2 e os 5Mpa.198 Por outro lado, denota-se uma dvida patente entre vrios
!(
%
" +&4
"#!! #
6! #
-
ces mecnicas, fomentada muitas vezes por um mercado pouco interessado, que avalia as suas
! #
" ""#!# )!# /199 De acordo com a
superior a 0.3 a 0.5Mpa.200#%"#$! $ * " &
(& ~
#
% ~ "#! %
#
inferiores aos estabelecidos, onde 0.1MPa apresentado como o valor mnimo indispensvel
#/ 202 Contudo, quando se fala dos impactos causados pelos sismos, com vetores
K #
6
% &
5# #% !
#"!" -
4
" !
!
204 6 4
"6"#!
@*K9
fala em valores na ordem dos 0,5 e 1MPa.205 Apesar das variaes, tratam-se sempre de nmeros
+
("
!
&
/ &
Q
%$! -
"#
"#!#
"
"("
# "#+ 4
"
foras de trao.207
3.1.2 Os sismos
#" ##
!" "
" "
#
!
##%6
# !
"#
$"%
estrutura e apresentam valores to mais elevados quanto mais pesados e macios forem os
"
"##
!" "
"/ &
? %# #
#
!"("%
$ %
>
"
#$#!
%3
$/)
""
&
equador. #&
! )
%! )"%8
! "
estruturas, que no esto preparadas para receber tais solicitaes.213 So muitos os exemplos
interpretao das solues ancestrais. Segundo Ronald Rael, a destruio da cidadela de Arg-e
QK3%7 #/M Arquitectura de terra em Portugal. P. 190; De acordo com Ulrico Sanna, um material considerado
&
& # !! #8 !!"%"#! %*%"#
%/33%"@=K=%7= Z-
dilizia Storica e Moderna. P. 4.
=3J%
7
""
9 //~
208M
. P. 163
209 GOMES, Maria Idlia da Silva - Construo Sismo Resistente em Terra Crua. P. 58; LOURENO, Patrcia Isabel Mendes - Construes em Terra. P. 120
~=3J%
7
"
""
!
#" //@
~~53%5&@=QQ%5 7K9 /~
~%=$
#K
#9 //@=3J%
7
"
""
!
#"
//@
~QK3%7 #/M Arquitectura de terra em Portugal. P. 189.
214 A cidadela considerada Patrimonio Mundial da Unesco. A sua origem data do sc. VI ao sc. IV a.C., no entanto, a maior parte do que existe da cidade foi
"
~~%"#
"# #~$ #/&
'KK=%
K K7
=
5 & //~
"215%"
&
("#
! "
(
& # /# ) #
##
!!
" " ("216(&// #
%
as observaes no local levaram a concluir que, grande parte dos danos sofridos ocorreram nas
zonas mais recentemente restauradas ou reconstruidas - Manapour refere ainda que a extensiva
Estes acontecimentos contribuem para a perda de credibilidade do material pois, para alm do
! "
" "%!"4#
#
& /218
Como j referido anteriormente, Portugal um pas com um considervel risco ssmico, princi-
palmente a zona sul e centro, pela proximidade com o limite entre duas placas tectnicas. Tal
"#",219 por sua vez, coincidente com a maior concentrao de edi-
""
# / 220 Aliado ao regresso das construes em taipa, nomeadamente no
*%##$#! "!8 6 &
#$!#"/
#&%
+ #
# &#
(
# 4
"
para a terra, um aspeto que se apresenta bastante limitador.221 " #
"
"#
!!
&
# " % #
"#$ * ##
"" !
)
#%
" )# /#% ""
#)
"#" #%
#
% #"
"#
! !/K "
" # #$
#" #&#"
8 #
&%"#
"" "
contrafortes da taipa alentejana, mas muitas vezes desconsiderados pela sua raiz tradicional. O
no necessitam de tal preocupao pois, tal como referido anteriormente, no devero ser su-
contemporneo, deve poder enquadrar-se nas formas contemporneas. Assim, tm vindo a ser
criadas metodologias prprias capazes de dotar as construes de uma maior performance me-
cnica, seja em zonas ssmicas ou, simplesmente, por uma vontade arquitetnica. A anlise dos
#$
#"! *
"
# !
6)
%
//~
#"
"
#"
#"
*
# !"#
# "
resistente s foras impostas por um sismo. Dada a complexidade dos seus efeitos, impossvel
criar um mtodo infalvel, capaz de proteger a totalidade das estruturas. Contudo, devem-se ter
#"
&
!
"!"'#" #
# "
!!"
massa do mesmo; 225 ao mesmo tempo, os esforos de trao provocados aumentam com a
altura ou com o comprimento livre das paredes; 226 as aberturas e os ngulos representam pon-
# ! "
/228
& %#$
#" #
##
#!8
7 )
$#7
&
% $##
&
!
&
*/KK=K%
#" #
em Taipa. P. 9
=3J%
7
""
9 //~.
226 Segundo Parreira, as foras aumentam tambm com o comprimento livre da parede. PARREIRA, Daniel - Anlise Ssmica de uma Construo em Taipa. P. 66
=3J%
7
""
9 //~/
=3J%
7
"
""
!
#" //~
#
7
# 7
## !
-
rizontais.229
A. Conceo estrutural
3"4
" ##%#! ! #
6 !
e sucessiva queda das lajes e cobertura que estas suportavam. Assim, devem ser promovidas
+ #4!
"!#$"
!
8
#"/!#
mais comum, consiste na construo de uma cobertura bem agarrada s paredes, de tal forma
%
"4
" #%
"
#"##*
" "!) 6-
#
" "
$"# !
!
!"
% " # + # ! #"
+
s paredes. Assim, durante o sismo, estes elementos podem vibrar de forma independente e em
diversas frequncias.233
(
&
#"! &!" "
%
%$"
*%
#
"
8 #
!&'!$
as paredes e as vigas superior e inferior, tal como a requerida pelos dois primeiros mtodos. As
! #
"
+~ ~. Ao nvel internacional, tambm no foram
% (" ##
!# "
/
!
# &
! 4#"!" 6"&)
#
"
! # #
'"## ~
%"
)
&
%
com dois pisos e paredes de 60 a 100cm de espessura, tm-se demonstrado sismo resistentes,
! "! "*"
%"
##
! #*"#
com uma base de quase 2m de largura que vai diminuindo at ao topo; Hoje em dia, no vivel
%"#(#& +
%*
6
Q
$+236 De facto, a robustez das paredes permite uma leitura mais
!#"
""
"
!
%#)
#" %"
# *!
4! "#!""
# + #!!" !
&
"!$ ! # + +!6"
8 #!%
8 #
# ! "%
!
alados, at aos tradicionais elementos de reforo, como os lintis e os ngulos. Estes devem ser
=3J%
7
"
""
!
#" //~.
235 M
$
==35%& 7
"
#!
/M Arquitectura de terra em Portugal. P. 146.
KQ%K
7" " ///
$
"!#
"
#
"
#!%! #
! !8 @$#$#
#!
!# #&
! &
@
Assim, quanto mais compacta for a planta, maior vai ser a sua resistncia s diversas foras ex-
as retangulares.239
!
#$# & #$"%""
$
vantajosa a separao entre os dois elementos atravs de juntas.240 Por exemplo, na conceo de
"##!"
#
/241
As Casas Fujian, por exemplo, conseguem obter estabilidade atravs de plantas circulares e
quadradas.242K #
6
"
8
*% ##
& %
& # "#
# %
%"## "
"%
a sua densidade; os exemplares mais regulares relacionam-se com reconstrues de casas tra-
"
&%
)"#!"@
!"
$! /" "?
&
"3)(&/ %
%#"##& #
#
'! #"
#" #
!
)
#
> +
/243 Assim, paredes com um considervel com-
!#
% # ! #
"# #
! ####
estabilidade. &
%"
"
#
"#&&
%"
#
###
& % 6)
"#!
"!
"
%"%%&
! % "/6
#"%
guido atravs da introduo de paredes ou de pequenas seces de paredes, obtendo uma ex-
presso totalmente diferente. Segundo Paulo Loureno, de uma maneira geral, nas construes
=3J%
7
""
9 //~@=3J%
7
"
""
!
#" //.
QK3%7 #/M " #&//~~@=3J%
7
"
""
!
#" //.
~QK3%7 #/M Arquitectura de terra em Portugal. P. 191.
Q% !
@K=%K
@%
&
&7
" &
#! #//.
243 PARREIRA, Daniel - Anlise Ssmica de uma Construo em Taipa.P. 66.
244 &
D PARREIRA, Daniel - Anlise Ssmica de uma Construo em Taipa./@
"
%$
" "
!
##$# 4
"
6
!"@ # #
6! !#@ # ##
% &
K &#
3$+"% #
! #
! %"## ! #
# "# # #! ! ~#~! /
#"! "
#
% *% !# # 4
""
espessura.245
% ""#K &#
3$+"% ""#!
"
* #" ""##
!
*
/ -
#8
"'
)"###
%"
*&
" -
"
! #"#"%!!"
# ! + &#
privacidade247(&//3 #
/ +
%!
"
#
!
#
$"#
(&/~/
#
"'"#* % > +
#
"#
# !"#*
%! #
#"
!
/249 O
dimensionamento das paredes deve ser feito de acordo com algumas regras de proporo entre
a altura, o comprimento e a espessura. Segundo Paulo Loureno, a altura no deve ser superior
a sete vezes a sua espessura, num mximo de 3.5m, assim como o seu comprimento no dever
ultrapassar 10 vezes a sua espessura, num mximo de 5m.250 Aps estas dimenses mximas,
3
*%"
8 !
# ##
)
%#"" "
74 e 75. Rauch House, acesso vertical 76. Estabilizao pelo acesso vertical
lares, criando espaos com diferentes alturas e zonas de transio entre o interior e o exterior.
9"#5
# *%
#
%
5
/5
" "?
+ ~% "! # # !$"
"%
#"
!
"
4
"/ ("
# &
#"
%
#
& "!* /
%K
K
"&#! "!
#"!! J :5" "%
"
K #
? #
#)
"#"
"#"'%
de forma a aumentar a resistncia aos sismos, a terra foi estabilizada com cimento e compactada
"### !
#"@!%$#&
! " -
o dos diversos elementos em pequenos ncleos de base compacta, o que pode indiciar algum
do passado.
%
"
#
"& # "#
# & #)
%
aparentemente, no apresentam grande risco. So exemplos a Capela de Berlim dos Arq. Reit-
#
,8 #= Z /
%
" #"
K" K& /3 #%"
# #
"""
"#! /# ! "#!
# "(&/
/$# (
#" "%! # #+! 4
!
&
("
" #
#!("
+ ""@"
#
material e da sua natureza, que se eterniza na compactao da terra. Representa acima de tudo
~KQ%K
7" " 7/3 % "
"
#$#"## 6! & #! !
!"7 )
$##$ "
/
Q95K%K& @J%9#@K5%
75K"//% ~~
253 M
. P. 62
diagonais no topo das aberturas e dos lintis por serem zonas de concentrao de esforos.
Assim, as portas e janelas devem ser reforadas com um suporte superior, capaz de carregar as
menos 30cm de cada lado. 254 Segundo a CRATerre, as aberturas no devero exceder entre 15
total do muro.255
"#
5 K &
&
%#
$##
. Ao nvel
das novas construes, a maioria feita em beto, com cerca de 20cm, criando uma expresso
#"
%"# "(&@"# "(&/"#
(&/
#
+/
$ #
)
"#
)6
""%"#
%#$#"
&
%#)
#"%$! # #
a eliminar este elemento exterior: em aberturas de pequenas dimenses podem-se ser introdu-
+!
"/256$"
""
)
& #9=%!"
diretamente em cima da cofragem que formar a janela. Assim, estes elementos sero apenas
evitar uma estrutura de suporte fazer as aberturas a toda a altura da parede.257 O manual escrito
QK3%7 #/M " #&//~~@ &
%!
(")% #
##
# #&6! %$ #
"#"## "%! + #!/KK=K%
#"
de uma Construo em Taipa.P. 68-69.
53%5&@=QQ%5 7K9 /~/
93%79 K## 5 //~.
QJK%/@JQ%K/@K9=3%/@3=9==%/K## //.
'&8
! &
"
# #! !
"
"
de esforos logo devem ser reforadas. 258 Tal como refere Patrcia Loureno, para uma boa cons-
#"% ! !
"
##%! #!
!
"
#! / $$ #
ligao entre estes elementos e a cobertura.259 Assim, os ngulos devem ser fortalecidos atravs
da geometria, da espessura260
#
# ! %*")%
&
/ 261 9"
#
% $ !"
(
# "#! *")/5
&
#
)
## # ! ###
&/3
%
posteriormente reforado com o reboco de cal dada a sua fragilidade. Outros arquitetos optam
por deixar os ngulos sem qualquer tratamento, como o caso do Arq. Alexandre Bastos na
/
5 K"#/5 #
)"#~"#
"/262 Um pormenor interessante foi encontrado na Herdade
K &
&
%
&$ "## #
#
%"#
#
& /
9
' #"
#
"
!8 *
"
! %
(+
$ ! ! "
+ # /263 Segundo Maria Gomes, funcionam
! /
!
"
" &#!
)-
#!)
#/ 264 O estudo da autora conclui ainda
#&
>4
"
#
8 %#"
#
!
"
%#
! # !(
/265
#
"
! #
#% "* + # %"#
&#
%! #&
##
#
/ #
#
"
! -
#%
"(&/
(&/ %
Viga de bordadura e viga de fundao: a viga de bordadura atua como um elemento de distri-
das paredes. 266 Alm disso, funciona como um interface importante entre a estrutura de madeira
# #%
* !
#/ &
%!
cumprir a sua funo, a viga deve estar bem amarrada parede e esquinas, atravs da criao
"#/268 Em zonas ssmicas, estas vigas podem ser tambm aplicadas
Parreira, necessrio promover uma boa ligao entre estes dois elementos, caso contrrio as
paredes sero sujeitas a esforos de toro e corte nesta zona e que facilmente vencem o atrito
!
/#%
)## " #
&
fundao.270
#!
*/3
%! + #!% #
"
"
)
"(&// &
%
&
#
"
8 %&!
#
#
("
4
" #
%
!
"##
"
# /271
(" !
##
&
&% 6!
K%"
7 &#&"
#
!"
""
"
#!
!
/=
#
=$"# -
"
"#9 %%#%~/~@KK=K%
#" #
#9!///
#
! #
! 6#
/#% " #
% ! #!
como um elemento de separao ou ter uma funo propriamente estrutural. Por outro lado, as estruturas dos pavimentos e das coberturas so preferencialmente
## !*
! #"!& ! /9KQ%/" "@=K%K //@Q=Q=%7
#9 /
/@35
#)#*
""
%
%!$ !# " #
#/
"#
"
! #
# " #
!%
) #"
! % &
K &#
3
% # #
/# !
"#/# #
! /#$&
#&
6!
!
)#
estruturalmente, no tendo qualquer expresso exterior. tambm possvel criar uma viga com atrito onde so introduzidos dentes de beto a todo o comprimento
e tambm nas esquinas. GOMES, Maria Idlia da Silva - Construo Sismo Resistente em Terra Crua. P. 75.
53%5&@=QQ%5 7K9 /~/
K%"
7 &#&"
#
!"
""
"
#!
!
/=
#
=$"
# "
"#9 %%#%~/~@KK=K%
#" #
#9!///
271 PARREIRA, Daniel - Anlise Ssmica de uma Construo em Taipa. P. 33.
91. NkMip Desert Center no Canad, 2006 92. Corte construtivo da fachada principal
(#
#
"/9#$#
#
"
4
"
#
! #&% ##& %
"
8 #!
&
"#"%"#
)
%
#
$
"!#$#
$ # #/3?Z!=
!
(&/~
$# "
+ #!("
4
""
#!
'$"
"
+~%$! ! " #
&%
%
K"#
"
& # % #"
*
"# %" -
# :<
&#"#"%
#&
!
"
%"
%
#!
)#
#! 8
!
/
9"#
#
% "") #)
#"#"%! ##-
8 "!
!* = Z ~%
"#"" !
#! +"#!% )! #
#
" # /#%! )"##!
Q95K%K& @J%9#@K5%
75K"//~~
#
&
("
)
#/3
%#
"
# K"#(
"# "#
% ##
"/KQ%K
" " ///
(
"# "#
%!$#
" #
)
%"
#
#6"/274#& #~!&/% #
#$##
!
#& %"#
&%
)
# !$" "
"#
/ 275
9#$#
$ #! " /
#8 )
""
#! #!"
"
/276
)
"
##
#
%
# #
&
!
! %#
" 4
"6
/ #
%
:
%"
%# #/
+~## # !"
&#!& "! '
"
!
# /
K #
)
%
? "
! # ##
"#!"
& # #6 %
! #" !
%
! "#
(
)
#@278 "%! )%
##
#! #
!
% # ##
6&!
"/ &
K9 % #8
#
"
# /# #
"##&#% #!#
"
*
"#& %# ""!" # &
intensidade.280
3
#
"
4
" )
% "-
)
%
!"
*
/3
%
9K ("
KQ%K
" " //
KQ%K
" " //
= #//~
53%5&@=QQ%5 7K9 //
!"%"# > + /X!' /<?! /&<?5
"
=3J%
7
"
""
!
=3J%
7
"
""
!
=3J%
7
"
""
!
#" //~/
#" //~/
19.
53%5&@=QQ%5 7K9 /~/
53%5&@=QQ%5 7K9 /~/
P. 314.
53%5&@=QQ%5 7K9 /~@=3J%
7
"
""
!
53%5&@=QQ%5 7K9 /~@=3J%
7
"
""
!
#" //~/
#" //~/
tal como o esquema A3 no anexo 14. No entanto, no foi possvel obter mais informao sobre
este assunto.
"
%)
$##$" )#"##%!
-
"!#
#)
&
"#"/ #
# (+#&%
)
"# " "#! "##
"* /9"#"
"
+ #!
3?Z!=
!
% ! # #"
!
#
4
" +
/3
% ""
#"!"! #
#&
"#! + "
'! "
"
##$
("7
## 7
"#
"+ %
(
! "#
#"##&
# "
+~/281 S assim
! "
#! #
%!
#
% # ! /
"#"(&//
)# # "
"%
3
&
%"
&
% #
referncias sobre esta inteno, o facto de se localizar no Equador, aliada introduo de reforos
" )
% "
)#
//#%
"
"#!"#
)"#)
" ## ! "
"#
%"
# # #
%
%#"#! (&//"-
#)
#!
&$ +
)"# #
%
"
# # )
%*&
"##
"!
(
#
"(&//283
F. Estrutura auxiliar
"
/#% + #
#
&
!(
liar.284 Este sistema permite cobertura manter-se estvel na ocorrncia de um sismo, enquanto as
paredes mais frgeis podem derrubar-se. Para esta funo, podem recorrer-se a materiais mais
resistentes trao, tal como o beto armado, o ferro ou a madeira, introduzidos no interior da
taipa ou totalmente independentes. No entanto, tal como nas restantes aplicaes, necessrio
#"
"#!
# 7! + #!%
a terra, ou entre a madeira e a terra. Pilares de 20 cm em beto, por exemplo, permitem uma
espessura restante de 0.40cm, vivel para executar a parede de taipa.285 Nestes casos, a terra
!
)"###
"#
# !
/
/9"##
(&~~~% ""
"#
#
beto foram introduzidas redes de interface que aumentam a aderncia entre os dois materiais;286
% ! #
( # " "#
argamassa.287 Segundo Maria Gomes, este sistema foi tambm adotado no Mercado de S. Lus
+ #
# #" %
%
"
-
# 4
"
/288
"
%!5 (&~
"
!
##
+ #!
!$# +/3#)
#"%
/
&5
&!!##$ "
"% "
6# 6
"
5??9/3
%
&! #!
$ @
)
uma estrutura independente em madeira, que suporta a cobertura e o peso de um outro andar
! (&/~/289
K%"
7 &#&"
#
!"
""
"
#!
!
/=
#
=$"
# "
"#9 %%#%~//
285 Tal como j referido, segundo Maria Gomes, os pilares, a viga superior e a fundao, devem estar bem ligados entre si e prpria taipa, formando um bloco
Por outro lado, a introduo de uma estrutura auxiliar pode tambm derivar de um conceito
" +*#
%#
!)8
#"!
!
? %
# +!
#
/
33
(&/~%! + #!%)# + #
! #"
#! ! " !" ! % "#!-
"
! # #!/290
" $
"#! +%
formado por lminas de madeira em meio arco e apoiados numa estrutura externa parede de
"!
# # "%! #
#"
"
*
(&/~/
!
! )
"
/#% #
" #
! #
# "!$" %6 %"
& #)
"
4
"6
"#!
+&
# "
)/3
"&!"
(&/~%)# # ""#
de ao, que permitem a elevao das paredes em / e outras de
.
!%
#"/292 Cortez consegue aliar as naturezas dos diferentes materiais, a terra, o ao e
o cimento, criando novas espacialidades; por outro lado, a sua associao permite abrir grandes
"
!
"
% #! #" &
#
/!
de menos resistentes, os materiais naturais podem ser integrados numa linguagem contempo-
rnea.293& #! " (# #*06Q
+.294
"
#"$# #
"#! +/"
"
"
+ -
"
"
&" "
""
/=
#
=$"# "
"#9 %%#%~//
39=3%Q @3K%K#
//
K9%"7=
"
"
&" "
""
/=
#
=$"# "
"#9 %%#%~/@
http://vimeo.com/32204260@X!'<<</#" " /"!: "!
lado, devem ser feitos ensaios que determinem o comportamento dos materiais ou das prprias
estruturas perante uma situao de risco.295 Assim, as novas construes devem ser pensadas de
#
" #
4
"% ""#
" ! "(" "!-
!
'"
"
# & %$! *&"#
CONSIDERAES FINAIS
"
"# ##"!
#"
%
!
#
saber quase inato; um material abundante e a perceo das suas propriedades faz-se atravs dos
@
#%"#"#
"%
"!#
%
)
seu estado natural, os processos so facilmente reversveis. At aqui, a terra parece um material fcil
Quando se observam as formas orgnicas, escultricas ou mesmo toscas das expresses vernacu-
#
&%"#
?
%8
#8 # #
!""
*
%"
"# ! " #! !
/3
%
&#
%3LL
&"#
+! 4
"%!#$
! &
#&
/ &" ! #"
$##
!"/
)%"#!
! +! -
ncia, pela observao do seu comportamento. fcil perceber que um material com uma textura
"
# 7# "! + #!%
&-
"
%#
8 (
&#"
@
"#!
#$#
&
&
>
" 4
"(
#
%
# #
(
"
8 @
%
!
+&4
"
#!. Compreender a relao entre o material, a tcnica e as
suas propriedades essencial para prever o comportamento dos elementos e agir na durabilidade das
/3
% "
"#
! "
!
'
$
" "#
%$"
"%
%"
! #
%"#
"
8 ! "(" ""%
&&
&
. Assim, a
terra torna-se um material cuja durabilidade depende de demasiadas variantes; um material simples
!$#$"
" "
"*"" "
" ! # # &
-
4
"/3
*%
&# !
#
"
% !
#
# # "
"#
/3
%"
#
"
&"' " * !" #
# "
) ! # #
#
#! + "
@&"
$!
%"#!"
!$"
# *!
)@#
-
apenas terra, mas uma mistura de produtos que promovam a sua durabilidade. Estes fatores foram
decisivos na aceitao das tcnicas, nomeadamente em pases como a Austrlia ou Canad em que
Hoje, talvez a tcnica de construo em terra mais valorizada na arquitetura. No entanto, neces-
$#"%&"!"%
% "*
&
#!!
)/ #-
terial foi o mesmo que possibilitou a construo das mais grandiosas obras, numa poca onde os
materiais disponveis eram bastante mais limitados. Tal como j referido, tornar a terra um material
# % )
*
" /3
% ("
4
"! )
%
obter maiores resistncias ao da gua e das foras mecnicas, ou seja, maior durabilidade;
#
(") %
@298 falam-se de pequenas percentagens e
sempre programadas de acordo com a necessidade. No entanto, a vulgarizao das tcnicas levou
297 Um material local, no processado, sem gastos de energia considerveis, fcil devoluo Natureza, etc.
3""% #$#
! #
63 )/3
%!
#
/
53%5&@=QQ%5 7K9 //
os problemas. Grande parte das construes na Austrlia e nos Estados Unidos da Amrica sofrem
uma estabilizao com cimento.300 Esta ao permite uma total exposio da taipa, valorizando a sua
)#(
%" )#("/ 301
=
! 3?Z! $# + #!-
&
(" !
%
"
! $#
%
perdendo-se todas as propriedades iniciais da terra.302A sua nica vantagem a expresso exterior
natural dos elementos estruturais em cimento que formam a abertura ou as protees superior
/9"# % # +
#
/# #
"
"
"& 5 )&
%
)
!
" %! "
#
!#
$" &
"
3
! )
3#"
+
"
"&"%"
%
" #
# & #/3
casos, a inteno ser outra. A terra apenas um material de construo como outro qualquer, ou
mesmo um beto de cimento com agregados coloridos, inerte nas suas propriedades fundamentais.
ou pelo menos, de uma forma que no comprometa as suas propriedades. Entre estes destaque-se
! ? %
K
K"%"#"
vrios projetos.303 De uma forma geral, a construo em taipa em Portugal ainda baseada em m-
!"
/! #
)
$"
"% (" #&
!
pela tradio local, seja ao nvel das formas como dos processos. Mais recentemente tm vindo a
& + #!#
"#
4
"
"
# "
)
!" %#
""#
% )
$
" &
&# #
"#
#
"
"
7
#!
# +& #/39=3%Q @3K%K#
///
~QJK%/@JQ%K/@K9=3%/@3=9==%/K## //~/3#! "
& #
~/
! #! #
"#
#$"
")! " #
"#
"#"+
/!
ainda com pequena expresso. Este aspeto no necessariamente bom ou mau. simplesmente
senvolve a comunidade; cria emprego e riqueza local; dissemina uma tradio prestes a perder-se.
No entanto, a mecanizao dos processos tem as suas vantagens, principalmente no que diz respeito
=
!
#
!" )%#
# "
"%"#
#
#
##"
"%
# (#/3 -
%!
"!* )
$#
# & # %
!"
!"#"#! )%#
%"("#
outras das suas vantagens. Tal como referido, quando se fala de construo em terra, a questo
da durabilidade perante a gua e as aes mecnicas so sempre postas em questo. Estes fatores
so ainda mais preocupantes quando provocam uma rpida degradao das estruturas, pondo em
"#
%"#$"#/#%!
!" %"
-
trues apresentam-se limitadas na sua forma e dimenso, mas tambm pela falta de regulamentos
interveno apropriada do Homem. Tendo em conta que o material base o mesmo, cabe ao arqui-
"! " # ! "
"# (%
6
8
"/ !"! " # ! "
CONCLUSO
&% *
%&%! &
&#
/
"#! #"&
/
" #
"
"#$
" ("
!!
&
&
/304 Sabe-se que a introduo de
304 Na verdade, em aspetos de durabilidade todas as fases da construo so importantes: desde a seleo do material, a preparao das misturas, a implantao no
%
%"
#
/3 #%#! 6
# %
%
"
#"
)
!"#$"
""
/
"/%
) ! 6 +&4
"# "
"%"
" # &
#$
#" #! #"
#
& /
+ #!
"
# "##
&
"#
"7
*/&
#
"
8 !
##
! %
! "#
+"!
#
@
#%
("&
& %#! "
-
entanto, para sua materializao recorre-se a materiais industriais como o ao e o beto. Por outro
!
& % % ##
"
#
"
"
! #
#
+!
@! $ + +!"##
&
# &
"/
#
$#"
#
ambas as abordagens, onde a terra, a madeira e a pedra coexistem com o ao e o beto, criando
#&
"
&/ (" # &6 +!
+
3
%$! "!
+4
" &#!& # ""#!"
/ (" +4
" &#
"
"#!
"
&%!
"!#
" # ! !
# +!/
+ #!5 -
dade do Rocim ou a Casa Isabel Almeida. Na Herdade, por exemplo, as patologias concentram-se na
zona superior das paredes, aparentemente em zonas onde a gua que rega os canteiros da cobertura
consegue aceder s paredes pelo exterior que no conseguem secar. O vento parece tambm ter um
&
#!"
&
%"#
%#! #
"
logias relacionadas com as debilidades mecnicas da terra, durante as visitas realizadas, no foram
("&
!&/
"
# !
&#!
( % &
)
/ &
"! #"
*
# %6$"
"%
% 6#!
"
#
3
%
% #"#!
"# " ## % !
-
almente degradadas representam apenas uma minoria. De uma maneira geral, relacionam-se com
a grande exposio dos elementos em terra, quer pela ausncia de reboco ou de proteo superior;
%
! "" "
##
%
#%
imposies do tempo. Como referido anteriormente, necessrio arriscar e passar por esta fase de
+! #
%!"
&
& !
/
" +! #
&
! ##%$
%" &#"
"#
#-
! #
"
# /3
$
" ! " $* %
"
% (" #!&
#$! !-
&
#! !
"+!# #%"#
lizaes atravs de plantas compactas ou densas; pelo contrrio, as aberturas so cada vez maiores
e os panos de terra em consola; ao nvel dos reforos recorre-se cada vez mais terra armada, seja
ao nvel dos lintis ou nas prprias paredes, formando uma estrutura auxiliar interna. Por vezes,
opta-se pela adoo de estruturas independentes, libertando a taipa da sua funo portante. Assim,
(" #
# ! " "
# ' $)"##
convencional, mostrando-se capaz de superar as suas fragilidades, pelo que aparentemente deixada
exposio das intempries; por outro lado, mostra-se tambm capaz de, s por si, suportar todas
as foras a que est sujeita. Sobre a durabilidade destas solues, os prximos anos daro a resposta.
3#"
+
"
"
" #
#
/+ #
& #
trazer a taipa para a modernidade; no entanto, esse desejo no deve necessariamente invalidar o
"
"#
" %"*#$
* ! ("4
"/
"###
%
#"# # /#$
que respeitam o material e, tal como prova a experincia, permitem a sua durabilidade ao longo dos
/#%! 8
+& #! %#
"
!
&/$#& # "
"
#
"
&%
#
8 #8
3 )% (
#
"
8 /% #
"
8
& #
#
"%*&
"#!! " "
8 % * !-
rente. Em ambos os casos foram criadas metodologias que defendem as construes da eroso mas
+! #!#
"
*
(
/&
)8 #
!!"" "# 6 #
&
7 -
dos elementos. Ou seja, a questo criar uma relao entre a arquitetura e o material, que se sabe,
no existe uma resposta certa para esta questo. Se por um lado a fragilidade perante a gua e as
foras mecnicas um fator determinante e, at certo ponto, limitador; por outro, estas mesmas
&
! #
##
%
#
!! +!
"/ ## % #! !"" "
%! $
+!
# ""
# %
!! -
dades so respeitadas, proporciona qualidades ao nvel sensorial que outro material de construo
"
"
"
& /"# $ (
!%# #
&
# +&4
"
@
$#
$#"%# #
6
$#
&
&
/3
% "
& #!
#!"
8
" # " ###/3# &
de valores, a terra uma soluo bastante vivel para o futuro. No entanto, a sua manipulao no
z
?
Q=?
Q?6
1_A TRMICA
"
# # #
(")
&#
#!
"%!
"!#
#"#
/3
% ""#!# "
"#
%
"
##
$#"/ 1 Na verdade, em termos de
"
#! # "
%"#
*/2 Ento, como ser que a terra tem vindo a proporcionar o conforto ao longo de geraes?
4
"$#"" !
6"!" 6!& #"/
#
4
"%#
"!" 6
#! + % #
$"
$#"/3 Ambos os conceitos esto relacionados com espessura do prprio
material4/
% ! $ #
+%!
"
##
isolante.
/ !
#
# ! "("# %
"%
$ #
5 a inrcia trmica da terra.
Um muro que apresente grande capacidade de armazenamento de calor, ou seja, grande massa tr-
#"%
#!
#
#! $#"/3#"#
com dias quente e noites frias, onde a temperatura ambiente confortvel se situa entre os 17 e os
# !
# $##!
! #
8 #! -
'# *
!# #
#!
!"
um bom isolamento trmico; quanto mais ligeiro o material, maior a sua capacidade isolante e
##%#
/
! &! ! ! #
seu armazenamento durante grandes ciclos anuais. esta outra das grandes vantagens da terra: no
%$##
$#"&
"!" 6!& #"/! #$
"# !! ) # ! ("
! ##
"
"#
%"
##!
" #! /
Q% !
@K=%K
@%
&
&7
" &
#! #//~ ~~/
6 MINKE, Gernot - Manual de Construccion en Tierra. P.39.
=
"## % )
#
%
$!"# ""#
-
&
%&
! #
!
!
baixas temperaturas.83
%$&
)%"
#&
"
!!"
! ! !'
=
)# # "-
#
("
! % "
#
/
%&
#
*%"#"
8 "#$" ! "("/
#
% + #
# ! 8 # ! #*"#
& /9"#
"%#
! !"
%
+
! /$#%$
" ! " ! #
#
" !"#"/Q&"#
%# "
#
# #
"
"#/5
" "?
%$@53=Q%#79 # #
"
#
=#!"
#!:" "
&/@53%
/75
" < ///
KQ%
Arquitectura de Terra em Portugal. P. 100.
3_TCNICAS DE CONSTRUO
KQ%
Arquitectura de Terra em Portugal. P. 100.
NOME:
DATA: ~
NOME:
5
" "? DATA: ~
ARQUITETO:
5
" "? LOCAL: # da visita
data ~~~
ARQUITETO:
LOCAL: # data da visita 2011
NOME:
DATA:
ARQUITETO:
& +
LOCAL: # da visita
data 2012
ARQUITETO:
LOCAL: da visita 2012
data
NOME:
5
DATA: "
ARQUITETO: Alexandre Bastos e Teresa Beiro LOCAL: Odemira data da visita 2011
NOME:
5 K &
&
DATA:
ARQUITETO:
& +
LOCAL: # data da visita 2012
NOME:
DATA:
ARQUITETO:
& +
LOCAL: # da visita 2012
data
ARQUITETO: 5
" "? LOCAL: Odemira data da visita ~~~
ARQUITETO:
5
" "? LOCAL: # data da visita 2011
K=99'5
" "? QQ' # ~~~
~~=3
12_CERRO DA BORREGA
13_HABITAO EM SALVADA
14_LINTEL
_REFOROS SSMICA
K%"
7 &#&"
#
!"
""
"
#!
!
/=
#
=$"
~3JZ==39KK9=39K
15_EMAIL REFERNCIA
MONOGRAFIAS
53%
@KK=%
%KK%#
-
. Lisboa: Argumentum, 2006. 159 p. ISBN 972-8479-41-7
53%
@33%"7!" # # $
% & Sardegna: Itaca, 2006. 126p. Disponvel em: http://www.sardegna-
EFFF&""G"&&H!G'G'&""""H
98555-0-1.
Edilstampa, 1992.
Q95K%K& @J%9#@K5%
7
4 "56 $
95=K%
7'
6
#/ / 7 & Paris : Centre
& #!%
$
=
%~/~!/=3~
ISBN 978-1-933392-37-0
39=3%Q @3K%K#
=>'
?/ &Grenoble:
$ "
" Z
%/=3~~
972-21-1276-7
GALDIERI, Eugenio - C / , . Bari: Laterza, 1982.
@E
. Lisboa: Universidade Lusada Editora, 2006. 203 p. ISBN 972-8883-69-2
\ %/!/=3~~
=3J%
7=
5
. Basel:
=3J%
7" $
# C
F
F . 2ed. Uruguay: Fin de Siglo, 2005. 223 p. ISBN 9974-49-347-1
QQ%
7#
5
G6
&
' :"-
978-1-56898-767-5
33%"@=K=%7!" /8H % " . 2011. Acessvel na Facul-
&
%&%
H&J Gruppo Editoriale Esselibri, 2001. 256 p. ISBN 88-513-0005-4
&
' :K?!%/~!/=3~~
=%
% / /
'
%~/!/=3
0541-2
ATAS DE SEMINRIOS
95=K%
6
5
@) &8 #
"8
:
/
?
%
$ )
#
=$"# "
"#9 %% %7M%6-
#
=$"# "
"#9 %%#%~7M!%6-
TESES E DISSERTAES
KQ%
6 # 9 M > . Porto: Faculdade
KK=%
K K7$
!8 6
-
=K%K 7$
@) '
@)Q
&
GUERREIRO, Vanessa - R# S@) 6 # . Coimbra: Faculdade de Arqui-
?
@)/Q'=
! 9$"
" Q%/~/ -
tao de Mestrado
Q
. Coimbra: Faculdade de Arquitetura da Universidade de
ARTIGOS
Q39%"@K=%:@K%
? 7
"
"
&'/#
/
/~ )/~/!
#'http://www.world-housing.
:
<
&/#
/
/~/~/!
#<<<'< !
/
#
/!
KQ5%@K=K%
""@%Q7 " 9 ' > +
"
#!
/
#
/
/&/~/!
#'X!'<<</!
/"# > +/!
/ #/~/!
#'http://planob.com/arruda.blogspot/Arruda_dos_Vinhos.
95%5
7" "
#
/#
/
/~ /~~/!
#
'X!'&/)
/ Q3
:/#
K33%79!
/#
/
/ /~/!
-
I)(U&TG(y{|k!q:YHWL'}~Q
%=7
"# #
#"
# ""#
:OFFQQQ
:FF
H&F)#&"'H
Q% !
@K=%K
@%
&
&7
" &
#! #' -
#
& *
## #
/
/&/~/
!
#<<<'< !
/#
/!
Q=3%K
&@59%
&73
"
"5??## "-
#
/
/~/~/!
#'X!'<<</" #/</
&
!! ~=3Q
&!! <?!/!
=
* " !
&K## J5
&#
/
//
~/!
#':OFF:=FQF:FQ
=3J%
7
"
""
!
#" /#
/
/
3/~~/!
#'X!'<<</"
/& !"
""
""
/!
/
/~3/~/!
#'X!'<<</& /
"#!/! &!
"
"# /!
==339K9KKK79=9%#~
KK=%
"'"
"
" #
/
9KQ%
@Q=Q=%7
"
8 # /
#
/
/~3/~/!
#'X!' !#/#/#
/! -
#~~~99&%(
/!
!
#'X!' /"/ /&"#
!
&"""
/!
WEBSITES
:OFFQQQ
http://culture-terra-incognita.org
http://www.eartharchitecture.org
http://poeticadaterra.blogspot.com
http://www.rammedearth.blogspot.com
X!'<<</""
/"#"& <)
)& #
http://www.archdaily.com/34375/entre-muros-house-al-borde/
http://www.marcelocortes.cl/2012/
:OFFF
X!'<<</":/"#
#
U$69!#:CV!
/39=3%Q @3K%K#
//~~/
3.http://www.earth-auroville.com/photos/0-map-earth.jpg
/39=3%Q @3K%K#
//~/
/39=3%Q @3K%K#
///
/39=3%Q @3K%K#
//~~~/
K9 //
~/39=3%Q @3K%K#
//~/
ii$M
$ P. 185.
i{$M
. P. 104.
i|$M
. P. 9.
~/&(
%<?!&%~~/
ij$M
$
i}$M
$
i~$M
$
{n$M
$
{i$M
$
22. http://eartharchitecture.org/uploads/tick2.jpg
/KQ%K
7" " //~/
26. http://www.marcelocortes.cl/proyectos/portada/images/pena_03.jpg
U$69W#:CV!!
~/39=3%Q @3K%K#
//
{$M
$ P. 41.
; :OFFQQQ
FQF:RE]T!HU]`*]T;Z!;UE
T
}
U)T![UyT
}
NN
!#&"U<
T&!;UE)
kTUE)
]TZ;
Z :OFFQQQ
FQF:RE]T!HU]`*]T;Z!;UE
T
}
U)T![UyT
}
NN
!#&"U<
T&!;UE)
kTUE)
]TZ;
8. http://www.eartharchitecture.org/uploads/coop_hmstd_03.jpg
G :OFFQQQ:
FF}Q%;"Fq:Ny:
NH"N"%N&""%N""[*
!" :OFFQQQ:
F
F*F*:R]WT![
~/KQ%K
7" " ///
i|$M
$
16. http://erden.at/img/projekt4_3.jpg
#&f:#&f
#&f`E#&f";H*
{n$M
$
21. http://www.betaoetaipa.pt/obras_detail.php?obra=herdade_do_rocim
"F!H&&[''"'H^;{W;'EZ&yK'*
{m$M
$
{k$M
$
{j$M
$
|l$M
$
|m$M
$
li$M
$
l{$M
$
l|$M
$
U$69W#:CV!!!
/Q% !
@K=%K
@%
&
&7
" &
#! #//
380.
/Q=3%K
&@59%
&73
"
"5??##
structers. P. 16.
10. M
$
jpg
5# : #
///
5# : #
///
16. http://www.earth-auroville.com/photos/0-map-earth.jpg
![ :OFF!&"""F
&"!'FFFFQ}
}
~/39=3%Q @3K%K#
//~
i~$M
$
{{$M
$
{|$M
$
/39=3%Q @3K%K#
///
{}$M
$
29. http://eartharchitecture.org/uploads/t_v_04_22944.jpg
30. http://www.dailytonic.com/wp-content/uploads/2009/08/oaxaca_1.jpg
|{$M
$P. 23.
/KQ%K
" " // 57.
|k$M
$P. 59.
/39=3%Q @3K%K#
///
|}$M
$
W*
q
'*
/39=3%Q @3K%K#
///
t99uo1_r1_1280.jpg
'Z :OFFQQQ:
FF}Q%;"Fq:Ny:
NH"N"%N&""%N"!!*
/Q95K%K& @J%9#@K5%
75K"//~/
;& :OFFQQQ:
F
F*F*:R]WT!H
;H :OFFQQQ:
F
F*F*:R]WT!H
!Z""FH*
/KQ%K
" " // 149.
mj$M
$P. 151.
;G :OFF"
FFEF!F"FF*F!FQ
61. http://users.swing.be/ecotopie/images/weilburg_coupe.jpg
/=3J%
7
"
""
!
#" ///
!Z""F(k(Y)`\qN&""'N(NNf
sism.jpg
/KQ%K
" " //~/
k}$M
$
ji$M
$
/KQ%K
" " // 93.
j|$M
$
$~l$
/Q95K%K& @J%9#@K5%
75K"///
jm$M
$
$~l$
jk$M
$
$il{il|$
jj$M
$
j}$M
$
j~$M
$
}n$M
$
}{$M
$
}|$M
$
}m$M
$
}k$M
$
}j$M
$
/KQ%K
" " ///
}~$M
$P. 33
~n$M
$P. 105
~i$M
$P. 106 e 107.
/KQ%K
" " //~/
~m$M
$
/KQ%K
" " //~ ~/
97. http://www.archdaily.com/34375/entre-muros-house-al-borde/1252418301-1251121067-d-exteri-
or-003/
98. http://www.archdaily.com/34375/entre-muros-house-al-borde/1252418023-1251120076-a-secuen-
cia-007/
inn$M
$
~~/KQ%K
" " ///
in{$M
$P. 66.
103. http://www.marcelocortes.cl/proyectos/portada/images/cea_06.jpg
~/KQ%K
" " ///
inm$M
$P. 55.
!J#4V':XYV 1
1. A terra 13
1.1
13
1.2 Um futuro 15
2. O que a terra? 27
2.1
27
2.3 As propriedades 37
3. Materializao 43
3.1 Os testes 43
$69W#:CV!!U6#7
1. A taipa 61
1.1 !
61
2. As inovaes da taipa
2.2 Estabilizao 79
3. A taipa em Portugal 91
=
( 117