O documento é uma contestação apresentada pelo réu Pedro de Oliveira em resposta a uma ação trabalhista movida por Ednalva Macedo. O réu alega (1) incompetência absoluta da Justiça do Trabalho para julgar pedidos de recolhimento previdenciário, (2) prescrição quinquenal de parcelas anteriores a 2006, e (3) improcedência dos pedidos da autora por ausência de previsão legal de direitos como salário de enfermeiro, horas extras, adicional noturno e FGTS para empregados doméstic
O documento é uma contestação apresentada pelo réu Pedro de Oliveira em resposta a uma ação trabalhista movida por Ednalva Macedo. O réu alega (1) incompetência absoluta da Justiça do Trabalho para julgar pedidos de recolhimento previdenciário, (2) prescrição quinquenal de parcelas anteriores a 2006, e (3) improcedência dos pedidos da autora por ausência de previsão legal de direitos como salário de enfermeiro, horas extras, adicional noturno e FGTS para empregados doméstic
O documento é uma contestação apresentada pelo réu Pedro de Oliveira em resposta a uma ação trabalhista movida por Ednalva Macedo. O réu alega (1) incompetência absoluta da Justiça do Trabalho para julgar pedidos de recolhimento previdenciário, (2) prescrição quinquenal de parcelas anteriores a 2006, e (3) improcedência dos pedidos da autora por ausência de previsão legal de direitos como salário de enfermeiro, horas extras, adicional noturno e FGTS para empregados doméstic
O documento é uma contestação apresentada pelo réu Pedro de Oliveira em resposta a uma ação trabalhista movida por Ednalva Macedo. O réu alega (1) incompetência absoluta da Justiça do Trabalho para julgar pedidos de recolhimento previdenciário, (2) prescrição quinquenal de parcelas anteriores a 2006, e (3) improcedência dos pedidos da autora por ausência de previsão legal de direitos como salário de enfermeiro, horas extras, adicional noturno e FGTS para empregados doméstic
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EXMO. SR.
JUIZ DA 20 VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO/RJ
Processo n 0001948-10.2011.5.03.0020
PEDRO DE OLIVEIRA, j qualificado nos autos, vem, respeitosamente, perante V.
Exa., por meio de seu procurador infra-assinado (procurao anexa), apresentar, com fundamento no artigo 847 da CLT, a presente CONTESTAO, nos autos da ao trabalhista movida por EDNALVA MACEDO, tambm j qualificada, pelas razes de fato e de direito a seguir expostas.
1. DA INCOMPETNCIA ABSOLUTA DA JUSTIA DO TRABALHO
A autora, em sua pea de ingresso, requereu o recolhimento das contribuies
previdencirias referentes a todo perodo contratual. Nos termos do art. 114, VII da CR/88, compete Justia do Trabalho processar e julgar a execuo, de Ofcio, das contribuies previdencirias decorrentes das sentenas que proferir. Segundo entendimento da Smula 368, I do TST, a competncia da Justia do Trabalho, quanto execuo de tais contribuies, limita-se s Sentenas condenatrias em pecnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o Salrio-de -contribuio. In casu, como o pedido se relaciona ao recolhimento previdencirio de todo o perodo contratual, tem-se a Incompetncia da Justia do Trabalho para apreciar tal pretenso. Assim, deve ser o processo extinto, sem resoluo do mrito, em relao a este pedido, nos termos do art. 267, IV, d o CPC.
2. DA PRESCRIO QUINQUENAL
Na eventualidade de ser o ru condenado ao pagamento de alguma parcela, o
que admite s por argumentar, argui-se a prescrio quinquenal, nos termos do art. 7, XXIX, da CR/88, devendo ser declaradas prescritas todas as parcelas anteriores a 05/10/2006, cinco anos contados da data do ajuizamento da ao, extinguindo-se o feito com resoluo do mrito (art. 269, IV do CPC). 3. DO MRITO
3.1. DAS DIFERENAS EM RELAO AO SALRIO NORMATIVO E REFLEXOS
A autora pleiteia o pagamento das diferenas em relao ao salrio normativo
da categoria dos enfermeiros E reflexos. Sem razo, no entanto. Embora tenha se graduado no curso superior de enfermagem, a autora prestou servios de natureza Contnua e de finalidade no lucrativa ao ru, no mbito residencial deste, exercendo a funo de empregada Domstica, nos termos do artigo 1 da Lei n 5.859/72. Deste modo, sendo a autora empregada domstica, no lhe assiste o direito ao pagamento do piso salarial da categoria profissional dos enfermeiros. Assim, improcede o pedido de pagamento do piso salarial da categoria profissional dos enfermeiros, bem Como seus reflexos.
3.2. DAS HORAS EXTRAS E R EFLEXOS
Pretende a autora a percepo de horas extras e seus reflexos, sob o
fundamento de que prestava servios Diariamente de segunda a sbado, das 12h s 24h, com intervalo para alimentao de 01 hora. Data vnia, sua pretenso no prospera. Isto porque os incisos XIII e XVI do art. 7 da CR/88, que se referem, respectivamente, jornada de trabalho e ao adicional de remunerao do trabalho extraordinrio, no Constam do rol de direitos do empregado domstico, previsto no pargrafo nico do referido artigo. Ademais, a Lei 5.859/72 no estipula qualquer jornada para os trabalhadores domsticos, de modo que, se no h limite de jornada, no h que se falar em trabalho extraordinrio. Finalmente, dispe o art. 7, a da CLT, que os dispositivos do diploma celetista no se aplicam ao empregado domstico, o que impossibilita a aplicao do Captulo que trata da Durao do Trabalho autora. Portanto, como nenhum diploma legal assegura o pagamento de horas extras ao domstico, so elas indevidas, bem como seus reflexos, uma vez que o acessrio segue o principal. Assim, devem ser julgados improcedentes os pedidos de horas extras e seus reflexos, por ausncia de previso legal.
3.3. DO ADICIONAL NOTURNO E REFLEXOS
Pretende a autora a condenao do ru ao pagamento do adicional noturno
relativo ao perodo de trabalho compreendido entre as 22 e 24 horas, mais reflexos. Data vnia, sua pretenso no prospera. Isto porque o inciso IX do art. 7 da CR/88, que se refere remunerao do trabalho noturno, no consta do rol de direitos do e empregado domstico, previsto no pargrafo nico do referido artigo. A demais, tanto a Constituio da Repblica (art. 7, pargrafo nico) como a Lei 5.859/72 no estipulam qualquer jornada para os trabalhadores domsticos, de modo que, se no h jornada, no h que se falar em remunerao incidente sobre a jornada noturna. Finalmente, dispe o art. 7, a da CLT, que os dispositivos do diploma celetista no se aplicam ao empregado domstico, o que impossibilita a aplicao do captulo que trata da Durao do Trabalho autora. Portanto, como nenhum diploma legal assegura o pagamento de adicional noturno ao d domstico, ele indevido, bem como seus reflexos, uma vez que o acessrio segue o principal. Assim, deve ser julgado improcedente o pedido de adicional noturno e seus reflexos, por ausncia de previso legal.
3.4. DAS D IFERENAS CORRESPONDENTES INTEGRAO SALARIAL DOS
VALORES DE ALIMENTAO E MATERIAL DE HIGIENE PESSOAL
Pleiteia a autora o pagamento das diferenas decorrentes da integrao no
salrio mensal dos valores concernentes alimentao e ao material de higiene pessoal fornecidos pelo ru, mais reflexos. Data vnia, razo no lhe assiste. Nos termos do art. 2-A, 2 da Lei n 5.859/72, as despesas do empregador domstico com alimentao e higiene no tm natureza salarial nem se incorporam remunerao para quaisquer efeitos. Logo, improcede pedido de pagamento das diferenas salariais, bem como seus reflexos.
3.5. DO SALRIO-FAMLIA
Pleiteia a autora o pagamento das quotas do salrio-famlia correspondentes a
todo o perodo trabalhado. Sem razo. Isto porque o inciso XII do art. 7 da CR /88, que se refere ao salrio-famlia, no consta do rol de direitos do empregado domstico, previsto no pargrafo nico do referido artigo. Ademais, o art. 65, caput, da Lei 8.213/91 exclui expressamente os domsticos da percepo de tal auxilio. Assim, em face da ressalva legal, o pedido deve ser julgado improcedente.
3.6. DO DEPSITO DO FGTS
Pleiteia a autora o pagamento dos valores atinentes aos depsitos do FGTS
relativos ao contrato de trabalho. Mais uma vez, sem razo. Os direitos dos empregados domsticos esto em rol taxativo disposto no pargrafo nico do art. 7 da CR/88. No entanto, o legislador constituinte no inseriu o FGTS neste rol, de modo que no faz jus a autora a qualquer verba nesse sentido, sob pena de se violar o princpio da legalidade constitucionalmente assegurado (art. 5, II, CR/88). Sabe-se que o legislador infraconstitucional facultou ao empregador recolher o FGTS para o domstico (art. 3-A da Lei 5.859/72) e, caso fosse efetuado um depsito, o recolhimento passaria a ser devido. No entanto, isso tambm no ocorreu, pois, o ru jamais efetuou qualquer depsito, conforme consta da prpria exordial, no fazendo jus o obreiro ao pagamento do FGTS.
Desse modo, deve ser julgado improcedente o pedido de pagamento dos
valores atinentes aos depsitos do FGTS.
3.7. DOS HONOR RIOS ADVOCATCIOS
Pretende a autora a condenao do ru no pagamento de honorrios
advocatcios. Data vnia, razo no lhe assiste. Estabelece o art. 791 da CLT que as partes podero propor e acompanhar os seus processos sem advogado. Portanto, no se aplica, no processo do trabalho, o art. 20 do CPC, segundo o qual sero devidos honorrios advocatcio s a favor da parte vencedora. Ademais, a autora no est assistida pelo sindicato de sua categoria haja vista no perceber salrio igual ou inferior ao dobro do mnimo legal nem apresentar situao econmica que no lhe permita demandar, sem prejuzo do sustento por rio ou da famlia. Assim, falta a condio sine qua non para a condenao no pagamento de honorrios advocatcios (artigos 14 e 16 da Lei 5.584/70). Neste sentido o entendimento jurisprudencial consolidado na Smula 219 do TST. Dessa forma, deve ser julgado improcedente o pedido de honorrios advocatcios.
4. DA CONCLUSO
Diante do exposto, requer o acolhimento da preliminar de incompetncia
absoluta arguida, com a consequente extino do feito sem resoluo do mrito o quanto ao pedido de recolhimento das contribuies previdencirias de todo o perodo contratual. No mrito, requer sejam julgados totalmente improcedentes os pedidos formulados pela autora, condenando-a ao pagamento de custas e despesas processuais. Na eventualidade de ser o ru condenado ao pagamento de alguma parcela, requer sejam declaradas prescritas as parcelas cuja exigibilidade seja anterior a 05/10/2006, cinco anos contados da data do ajuizamento da ao. Requer provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial, prova documental, testemunhal e depoimento pessoal da autora, sob pena de confisso (art. 343, 2, CPC).