Licenciatura em Matemática - Matemática Elementar III
Licenciatura em Matemática - Matemática Elementar III
Licenciatura em Matemática - Matemática Elementar III
Matemática
Elementar III
Manaus 2006
FICHA TÉCNICA
Governador
Eduardo Braga
Vice−Governador
Omar Aziz
Reitor
Lourenço dos Santos Pereira Braga
Vice−Reitor
Carlos Eduardo S. Gonçalves
Pró−Reitor de Planej. e Administração
Antônio Dias Couto
Pró−Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários
Ademar R. M. Teixeira
Pró−Reitor de Ensino de Graduação
Carlos Eduardo S. Gonçalves
Pró−Reitor de Pós−Graduação e Pesquisa
Walmir de Albuquerque Barbosa
Coordenador Geral do Curso de Matemática (Sistema Presencial Mediado)
Carlos Alberto Farias Jennings
NUPROM
Núcleo de Produção de Material
Coordenador Geral
João Batista Gomes
Projeto Gráfico
Mário Lima
Editoração Eletrônica
Helcio Ferreira Junior
Revisão Técnico−gramatical
João Batista Gomes
Inclui bibliografia
CDU (1997): 51
CDD (19.ed.): 510
SUMÁRIO
Palavra do Reitor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07
UNIDADE I – Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
TEMA 01 – A função e o cotidiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
TEMA 02 – Funções injetivas e sobrejetivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
TEMA 03 – Funções inversíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
PERFIL DOS AUTORES
A realidade amazônica, por si só, é um desafio à educação tradicional, aquela que teima em ficar arraigada
à sala de aula, na dependência única dos métodos triviais de ensino. A Universidade do Estado do
Amazonas já nasceu consciente de que o ensino presencial mediado é a única estratégia capaz de respon-
der aos anseios de um público que, por estar disperso, tem de ser atendido por projetos escudados em
dinamismo técnico−científico.
Assim, a Licenciatura Plena em Matemática, ancorada no Sistema Presencial Mediado, nasceu para ofere-
cer aos discentes as habilidades necessárias para que eles venham a construir seus próprios objetivos exis-
tenciais, estimulando−lhes a ousadia de aceitar o novo e de criar novas possibilidades de futuro, dando−
lhes uma visão multifacetada das maneiras de educar.
Os livros−textos em que o curso se apóia são produzidos com o rigor didático de quem sabe que a história
da educação, no nosso Estado, está sendo reescrita. Os agentes desse processo têm visão crítica e apos-
tam na formação de novos professores que saberão aliar inteligência e memória, não permitindo que o ensi-
no em base tecnológica ganhe a conotação de “um distanciado do outro”.
A autonomia de agir que cada um está aprendendo a conquistar virá, em breve, como resposta aos desafios
que se impõem hoje.
11
UEA – Licenciatura em Matemática
F = n + 40, temos: C x 1,8 + 32 = n + 40, ou A seguir, vamos tratar de alguns conceitos so-
C x 1,8 = n + 40 − 32 = n + 8, ou ainda: bre funções. Para facilitar nossa comunicação,
C = 0,6n + 4 (*) vamos introduzir alguma notação e vocabu-
lário.
Para escrever a tabela dessa função, escolhe-
mos alguns números n: 0, 10, 20, 30, 40 e Seja f uma função de um conjunto S para T.
substituímos então esses números na fórmu- Podemos denotar esse fato com a notação:
la(*) para encontrar os correspondentes nú-
f:S→T
meros de segunda linha.
Se s é um elemento de S e t ∈ T é o elemento
Substituindo n = 0, obtemos C = 0,6 x 0 + 4 = 4
que está associado pela função f a s, denota-
Substituindo n = 10, obtemos C = 0,6 x 10 + mos este fato por: t = f(s). Chamamos t como
14 = 10 sendo a imagem de s pela função f. Algumas
Substituindo n = 20, obtemos C = 0,6 x 20 + vezes, dizemos que t é o valor que f assume em
14 = 16 s, ou que f leva s em t. Chamamos o conjunto
12
Matemática Elementar III – Funções
TEMA 02
Assim, h : S → T é injetiva (ou injetora) se, e Sejam N conjunto dos inteiros positivos e T con-
somente se, para todo par juntos dos inteiros positivos ímpares. Definimos
13
UEA – Licenciatura em Matemática
Exemplo 4: Exemplo 8:
A função f:IR → IR definida por f(x) = 3x + 2 é A função f:IR → IR definida por f(x) = 2x não é
injetora, pois sempre que tomamos dois va- sobrejetora, pois o número −1 é elemento do
lores diferentes para x, obtemos dois valores contradomínio IR e não é imagem de nenhum
diferentes para f(x) (Veja o exemplo 2). elemento do domínio.
Exemplo 5:
Exemplo 9:
A função f:IR → IR definida por f(x) = x² + 5
Para qualquer conjunto não vazio podemos
não é injetora, pois para x = 1, temos f(1) = 6
definir i : S → S por i(s) = s, para cada s ∈ S.
e para x = −1, temos f(−1) = 6.
Esta função aplica cada elemento de S sobre
Mostraremos, a seguir, que a função f do ele próprio. A função i é chamada função iden-
exemplo 3 possui uma propriedade que a fun- tidade. Algumas vezes, notamos a função iden-
ção do Exemplo 1 não possui. De fato, seja x tidade por id.
qualquer inteiro positivo ímpar; podemos es-
crever x como sendo É fácil ver que a função identidade é injetiva e
sobrejetiva.
x = 2r – 1
para algum inteiro positivo r. Agora, f(r) = 2r − Para refletir
1 = x. Isso significa dizer que qualquer elemen- Definimos f : Z → N por:
to de T aparece como imagem de um elemen-
to de N. Esta propriedade de f é muito impor- (i) f(n) = 1, se n é para todo inteiro negativo.
tante, e dizemos que f é uma função sobrejeti- (ii) f(0) = 101
va (ou sobrejetora).
(iii) f(n) = n, se n é inteiro positivo.
Então, uma função f :S → T é sobrejetiva (ou
A função f é injetiva? É sobrejetiva?
sobrejetora ) se, para qualquer t ∈ T, existe um
elemento s ∈ S tal que, f (s) = t.
Reforçando:
Equivalentimente,dizemos que f é sobrejetiva
Dizemos que uma função é sobrejetora (ou
se, e somente se, o conjunto imagem da fun-
sobrejetiva) se, para qualquer t ∈ T, existe um
ção f é igual ao contradomínio da função f.
elemento s ∈ S tal que, f (s) = t, equivalente-
Exemplo 6: mente, se o conjunto imagem for igual ao con-
A função f:IR → IR definida por f(x) = 3x + 2 é junto C(f), ou seja, Im(f) = C(f).
sobrejetora, pois todo elemento de IR é ima-
gem de um elemento de IR pela função, ou
seja, ∀ y ∈ IR existe ∈ IR tal que
f(x) = f( ) = y.
Exemplo 7:
Mostre que a função f: IR → IR+ definida por
f(x) = x2 é sobrejetiva.
Solução:
Basta mostrar que ∀ b ∈ IR+, ∃ a ∈ IR tal que
f(a) = b.
Tome a = . Sendo assim f(a) = a2 = ( )2 = b,
para qualquer b ∈ IR+.
Então, concluímos que f é sobrejetiva.
14
Matemática Elementar III – Funções
Solução:
De fato, como f é bijetiva, em particular f é Assim, para que a fórmula possa repre-
sobrejetiva. Logo, dado qualquer elemento t de
sentar uma função, teríamos de eliminar a pos-
T, existe algum s de S tal que f(s) = t. Como f é
sibilidade de x vir a ser 2. Desse modo, pode
também injetiva, s é único; isto é, s é o único
ser definida f : IR – {2} → IR, tal que
elemento de S com a propriedade de que f(s)
= t. Ou seja, não existe ambigüidade em levar- f(x) = é uma função bem definida. Nesse
mos t naquele elemento s tal que t = f(s). Esse caso, IR – {2} é o domínio da função, e IR é o
elemento s será chamado g(t). Essa regra contradomínio.
associa cada elemento de T num único ele-
mento de S, em outras palavras, define uma A função f definida acima é injetiva?
função g: T → S. Esta função é chamada a Sim. De fato, para cada x, y ∈ IR – {2}, com
inversa de f e é comumente denotada por f−1. x ≠ y, suponha por absurdo que f(x) = f(y), isto
Exemplos significa que = , ou seja,
15
UEA – Licenciatura em Matemática
y(x − 2) = x + 1 ⇒ yx − 2 = x + 1 ⇒
yx − x = 1 + 2y ⇒ x(y − 1) = 1 + 2y ⇒ x =
Portanto g−1(y) =
Para refletir
Quando podemos dizer que duas funções f e g
são iguais?
Duas funções f e g são iguais se, e somente
se, f(x) = g(x), para todo x ∈ D(f), D(f) = D(g)
e C(f) = C(g).
Para refletir
Sejam IR+ o conjunto dos números reais posi-
tivos e
f : IR+ → IR+uma função, tal que f(x) =1/x,
para cada x ∈ IR+. A função f é injetiva? É
sobrejetiva?
16
UNIDADE II
Funções Compostas
Matemática Elementar III – Funções Compostas
TEMA 04 TEMA 05
Exemplos
Exemplo 1:
gof.
Solução:
Sendo assim, temos:
(f o g) (s) = f(g(s)) = f( ) = 5( )+ 6 =
= e (gof)(x) =
19
UEA – Licenciatura em Matemática
IMPORTANTE:
=
Sendo f : S → T uma aplicação bijetiva de S
d) Vamos determinar f o f: sobre T, podemos definir a inversa de f, a
(fof)(x) = f(f(x))= f(x+2) = (x+2) + 2 = x+4 qual vamos denotar por f−1, onde f−1 é uma
aplicação de T em S (f−1 : T → S), ou seja,
Exemplo 3: f(s) = t ⇔ f−1(t) = s ∀ s ∈ S e ∀ t ∈ T
Seja f: IR → IR uma função real.
Exemplo 6:
Se f (x – 3) = x2 – 4x + 1, determine f(x).
Sejam IR+ o conjunto dos números reais posi-
Solução:
tivos e f : IR+ → IR+, tal que f(x) = , para
Sendo f (x – 3) = x2 – 4x + 1, faça
x – 3 = u → x= u + 3, logo cada x ∈ IR+. Temos que f é injetiva e sobreje-
tiva. Quem é f−1?
f(u) = (u + 3)2 – 4. (u + 3) +1
Solução:
= u2 + 6u + 9 – 4u – 12+1
Vamos mostrar um fato surpreendente :
= u2 +2u – 2
Assim, concluímos que f(x) = x2 + 2x – 2 f(x) = f−1(x) para cada x de IR+, ou seja,
f = f−1. De fato, f−1(x) = s ⇔ f(s) = x. Sendo
Exemplo 4:
f(s) = = x, concluímos que S = .
Sejam f e g duas funções reais, tais que
Imf ⊂ Dg. Se g (f(x))= x2 – x + 1 e g(x) = , Logo, f−1(x) = S = = f(x)
20
Matemática Elementar III – Funções Compostas
Ou seja: (f−1of)(s) = s, para todo s ∈ S. Isso sig- (i) Se f e g são injetiva, fog é injetiva?
nifica dizer que (f−1of) =ids, que é a aplicação
(ii) Se f e g são sobrejetiva, fog e sobrejetiva?
identidade de S sobre ele próprio.
Demonstração:
De modo análogo, para cada t ∈ T, (fof−1) (t) = t.
Ou seja, f o f−1 = idT, que é a identidade de T A resposta é afirmativa para ambas as questões:
sobre T. (i) Suponha que as funções g : S → T e f: T → W
−1 −1
Essas duas relações, fof = idT e f of = ids são injetivas. Sejam s1, s2 ∈ S tais que:
facilitam o entendimento de que f−1: T → S é
(fog) (s1) = (fog) (s2).
uma aplicação bijetiva.
Queremos saber se s1 = s2.
De fato, suponha que f−1(t1) = f−1(t2), com t1, t2
Para isso, (fog) (s1) = (fog) (s2) ⇒
∈ T. Aplicando f em cada lado da igualdade,
f(g (s1)) = f(g (s2)).
obtemos:
Como f é injetiva, temos que g (s1) = g(s2).
f (f−1( t1)) = f (f−1( t2)), que é a mesma coisa de: Como g é injetiva, s1 = s2. Logo, fog é in-
(fof−1) (t1) = t1 = (fof−1) (t2) = t2 ⇒ t1 = t2 jetiva.
Portanto f−1 é, de fato, injetiva.
(ii) Suponha que ambas as funções g : S → T
Por que f−1 é sobrejetiva?
e f: T → W são sobrejetivas.
Seja s ∈ S, queremos exibir algum elemento t
Queremos mostrar que dado w ∈ W, existe
∈ T tal que s = f−1(t). Para isso, seja t = f(s),
então f−1(t) = f−1(f(s)) = (f−1of) (s) = idS(s) = s. so ∈ S tal que (fog) (so) = w.
De fato, como f é sobrejetiva, existe to ∈ T
Logo, f−1 é sobrejetiva.
tal que f(to) = w.
PARA REFLETIR Agora, como g: S → T é sobre, existe so ∈
S tal que g(so) = to .
Sejam f e f−1 duas funções, tais que f−1 seja a
inversa de f. Mostre que f é bijetiva se, e Mas, então:
somente se, f−1 é bijetiva. (fog) (so) = f(g(so)) = f(to) = W.
Portanto, f o g é sobrejetiva.
PROPRIEDADES IMPORTANTES
As aplicações identidades idS, idT têm algumas PARA REFLETIR
propriedades algébricas importantes, que Se g: S → T e f: T → W são ambas bijetivas,
comentaremos a seguir.
então f o g : S → W é bijetiva
Propriedade 1:
Seja f : S → T uma função e seja idT: T → T a
aplicação identidade de T. Pelas definições de
f e idT, mostre idTof = f
Demonstração:
Se s ∈ S, então (idTof ) (s) = idT (f (s) ) = f (s).
Ou seja, (idTof ) (s) = f(s), para todo s ∈ S. Isto
significa que idTof = f.
Propriedade 2:
Sejam g: S → T e f : T → W duas funções. Nessas
condições, podemos definir: fog : S → W.
Sendo assim, temos que duas questões po-
dem ocorrer naturalmente:
21
UEA – Licenciatura em Matemática
]
a enfatizar a importância da matemática e do
método experimental para o desenvolvimento
da ciência. Ele previu, entre outros inventos, o
OS PRIMEIROS GRÁFICOS
automóvel, o submarino e o avião. Contudo,
devido a interesses pessoais e à ignorância, a
Em 476, com a queda do último imperador visão científica de Aristóteles manteve-se pre-
romano do Ocidente frente aos bárbaros, tem ponderante até por volta do século XVII.
início, na Europa, o período histórico deno- No fim da Idade Média, porém, verificou−se
minado Idade Média. Nessa reviravolta, a certa efervescência positiva nas universida-
Igreja Católica foi a única instituição ocidental des européias representada, por exemplo,
a permanecer razoavelmente bem-estruturada. pelas tentativas de transformar as idéias de
Precisando de pessoal para suas fileiras a fim Aristóteles sobre movimento em resultados
de perpetuar-se, teve de fundar escolas em quantitativos.
seus mosteiros, já que o ensino também se Um fruto dessa linha de investigação é a cha-
desintegrara. Até por volta da metade do sé- mada Lei da Velocidade Média, enunciada
culo XI, as escolas dos mosteiros foram as pela primeira vez por William de Hentisbery,
únicas da Europa. O ensino ministrado ali era
do Merton College, de Oxford, no início do sé-
bastante precário, especialmente nos primei-
culo XIV. Em linguagem moderna, essa lei es-
ros séculos do período medieval.
tabelece que, ao fim de um intervalo de tem-
No caso da matemática, por exemplo, apenas po t, a velocidade de um corpo que sai do
alguns rudimentos da Aritmética e Geometria repouso em movimento uniformemente ace-
eram estudados. Mas, a partir do século XII, o lerado, com aceleração a, é dada por v = at.
saber clássico, especialmente o grego, já ha-
Paralelamente, outros intelectuais do Merton
via sido resgatado substancialmente, e a se-
College começaram a explorar a idéia de re-
de de conhecimento, gerada em circunstân-
presentar a velocidade, bem como outras
cias mais favoráveis, era muito grande. Isso
quantidades variáveis, por meio da Geometria.
levou à fundação das primeiras universidades
– a primeira foi a de Bolonha, em 1088, com O mais bem-sucedido nesse intento foi o fran-
uma faculdade de Direito. cês Nicole Orêsme (1325−1382). Formado em
Várias outras universidades foram fundadas teologia pela universidade de Paris, Oresme
nas décadas seguintes, mas os cursos ofere- revelar-se-ia um intelectual versátil e profundo,
cidos não passavam de quatro: Artes Liberais tendo sido considerado o maior matemático
(básico), Direito, Medicina e Teologia. do século XIV e o maior economista do perío-
do medieval. Antecipose a Copérnico no que
De modo geral, os primeiros mestres dessas
se refere à teoria do movimento da Terra, con-
universidades escolheram Aristóteles como
guia científico infalível. Afinal, ele escrevera trariando, assim, os ensinamentos de Aristó-
sobre quase tudo de maneira bastante con- teles sobre essa questão.
vincente para os intelectuais da época, ainda Oresme expôs seu método para representar
não habituados ao método experimental. geometricamente fenômenos de uma variável
Mas a obra de Aristóteles não considerava numa obra publicada em 1350. Sua idéia con-
certos aspectos, o que acabou prejudicando sistia em construir o que ele chamava de con-
o desenvolvimento da ciência. figuração, ou seja, uma figura geométrica for-
Aristóteles negava, por exemplo, a velocidade mada de um eixo sobre o qual marcava va-
instantânea, e isso se tornou um obstáculo à lores da variável, que ele chamava de longi-
representação matemática dos fenômenos tudes, e uma sucessão de segmentos cons-
do movimento. truídos verticalmente sobre o eixo, cujas medi-
É claro que nem todos os intelectuais da épo- das eram chamadas de latitudes, para marcar
ca aceitavam os ensinamentos de Aristóteles os valores correspondentes às longitudes.
cegamente. Entre os que se opunham a eles, A figura era construída respeitando-se a pro-
porcionalidade dos valores envolvidos. Como
o mais eloqüente foi Roger Bacon (1214-
1292), um homem cuja vasta cultura o levava se nota, as coordenadas atuais, abscissas e
22
Matemática Elementar III – Funções Compostas
c) 4x2 + 1
ordenadas, têm como antecessores as latitudes
e as longitudes de Oresme. d) 4x2 − 1
Oresme estudou o caso em que a velocidade de e) 4x2 − 4x + 1
um corpo cresce uniformemente com o tempo a 4. (FEI−SP) Se g(1 + x) = , então g(3) vale:
partir de um valor AO. Numa situação como
essa, as latitudes correspondem aos instantes a) 0
de tempo, e as longitudes às velocidades. b) 3
A constatação a que chegou Oresme nesse c) 1/2
caso é que as extremidades das latitudes situ-
d) 3/10
am-se sobre o segmento AB, em que B é a
longitude correspondente ao repouso. Isso e) 2/5
significa, em linguagem moderna, que o grá- 5. (UNIFENAS) Sendo f(x) = então f(f(x)) vale
fico é uma linha reta.
Oresme chegou a sugerir a extensão de suas a) −1
idéias para a terceira dimensão. Nesse caso, b) 1
os gráficos seriam superfícies em vez de retas
ou curvas. O mais notável, entretanto, é que c)
ele foi além, insinuando a quarta dimensão,
possivelmente pela primeira vez na história da d)
matemática.
e) x
23
UEA – Licenciatura em Matemática
24
UNIDADE III
Equações Exponenciais
Matemática Elementar III – Equações exponenciais
TEMA 06 TEMA 07
27
UEA – Licenciatura em Matemática
⇒ 3x2 − 3x − 2x − 2 = 0 ⇒ 3x2 − 5x − 2 = 0
TEMA 08 Resolvendo a equação do segundo grau, vem:
EQUAÇÕES EXPONENCIAIS
Equações exponenciais são, simplesmente,
equações com incógnita no expoente.
Exemplos: 3. 3x − 1 − 3x + 3x + 1 + 3x + 2 = 306
Colocando 3x − 1 em evidência, teremos
1) 3x = 81 (a solução é x = 4)
3x − 1(1 − 3 + 32 + 33) = 306 ⇒
x−5
2) 2 = 16 (a solução é x = 9)
3x − 1. 34 = 306 ⇒
3) 16x − 42x − 1 − 10 = 22x − 1 (a solução é x = 1)
4) 32x − 1 − 3x − 3x − 1 + 1 = 0 (as soluções são
⇒ 3x − 1 = 9 ⇒ 3x − 1 = 32 ⇒
x’ = 0 e x’’ = 1)
x−1=2⇒x=3
Os dois métodos fundamentais utilizados na
resolução de equações exponenciais são: 4. 4x − 20 . 2x + 64 = 0
• Método de redução a uma base comum. ⇒ (22)x − 20 . 2x + 64 = 0
• Método que utiliza o conceito e as pro- ⇒ (2x)2 − 20 . 2x + 64 = 0
priedades de logaritmos. Fazendo y = 2x obtemos:
Trataremos aqui apenas do primeiro método.
Resolva as equações.
1.
Fazendo , vem:
y2 + 2y − 3 = 0 ⇒ y1 = 1 e y2 = −3 (não con-
2−1 vém. Por quê?)
2. 8x = 4x + 1
⇒ (23)x
2−x 2 − x)
= (22)x + 1 ⇒ 23(x = 22(x + 1) =1⇒x=0
28
Matemática Elementar III – Equações exponenciais
6. 3x = 81
5. Determinar o valor de x para o qual .
Como 3x = 81, podemos escrever 3x = 34 ⇒
x = 4.
6. Determinar o valor de x para o qual
7. 9x = 1
9x = 1 ⇒ 9x = 90 ⇒ x = 0.
7. Qual é o conjunto-solução da equação expo-
nencial 5x + 2 = 125x?
8. 23x − 1 = 322x
23x − 1 = 322x ⇒ 23x − 1 = (25)2x ⇒ 23x − 1 = 210x ⇒ 8. Determinar o conjunto-solução de 2x = 5x.
3x − 1 = 10x ⇒ 7x − 1 ⇒ x =
9. Qual é o conjunto-solução de 73x − 9 − 49 = 0?
10. 3x − 1 = 81
16. Determine o conjunto-solução do sistema de
Vamos transformar a equação dada numa igual- equações:
dade de porências de mesma base: 32x + y = 4 e 2x + y
3x − 1 = 81 ⇒ 3x − 1 = 34
17. Resolver o sistema de equações:
Igualando as expoentes, temos:
x−1=4⇒x=5
Logo, a soloção x igual a 5.
18. Determinar o conjunto-solução para a equação
5x = 625.
29
UEA – Licenciatura em Matemática
30
Matemática Elementar III – Equações exponenciais
28. (UFRN) Se 2x = 2048, então, x vale : 33. (UFMG) A soma das raízes da equação
a) 7 é:
b) 11
c) 13 a) 0
d) 17 b) −1
e) 19 c) 1
são: e) 8
c) 2 < x < 3 a) 16
d) x > 3 b) 15
e) x < 0 c) 14
d) 11
3 −x + 2 1/2
31. (CEFET−PR) Se (7 ) = ,x valerá: e) 6
31
UEA – Licenciatura em Matemática
a) 2x
b) 2−x
c) 2−3
d) 7
e) 8
32
UNIDADE IV
Funções Exponenciais
Matemática Elementar III – Funções exponenciais
Definição: A função f:IR → IR+ definida por Como a base a é maior que zero, temos que
f(x)=ax, com a IR+ e a1, é chamada função ax > 0 para todo x real. Daqui segue que o
exponencial de base a. O domínio dessa fun- conjunto-imagem da função exponencial é o
ção é o conjunto IR (reais) e o contradomínio é conjunto dos números reais positivos,sendo
IR+ (reais, maiores que zero). assim temos que a função exponencial é
sobrejetiva. E portanto a função exponencial e
Observações e propriedades bijetiva, logo, admite inversa.
A função exponencial é definida somente para Sendo o conjunto imagem IR+, conclui-se que
base a positiva, uma vez que se a é negativo, a curva representativa (gráfico) da função está
teremos valores da imagem ax não pertencente toda acima do eixo dos x.
ao conjunto dos números reais. Por exemplo,
para a = −2 e x = 1/2, ax é igual à raiz quadra- Gráfico da Função Exponencial
da de −2, que pertence ao conjunto dos nú-
meros complexos, contradizendo a definição A função exponencial f:IR → IR+ definida por
da função exponencial. f(x)=ax, com a∈IR+ e a ≠ 1 tem como represen-
tação gráfica as seguintes curvas:
A base também tem de ser diferente de 1
porque para todo x real teríamos como ima- Exponencial crescente: base a > 1
gem, sempre, o valor 1, uma vez que 1 eleva-
do a x é igual a 1 para qualquer que seja o x.
Em outras palavras, a imagem seria o conjunto
unitário {1}, o que também contradiz a defi-
nição. E a não pode ser zero, pois teríamos
uma indeterminação para x = 0.
35
UEA – Licenciatura em Matemática
TEMA 10
TEOREMAS
Principais Teoremas sobre as Funções
Exponenciais.
Teorema 1. Dados a e x pertencentes ao con- Para refletir
junto dos reais, a > 1, então: 1. Observe o gráfico das funções f(x) = 2x,
ax > 1 ⇔ x > 0 f1(x) = 2x + 1, f2(x) = 2x + 2 e f3(x) = 2x+3. O
que ocorre com f1(x), f2(x), f3(x) em relação a
Não será apresentada a demonstração que f(x) = 2x?
depende de outros fatos não tratados aqui.
36
Matemática Elementar III – Funções exponenciais
1) 3x > 81 (a solução é x > 4). A inequação 25x − 7 > 8 pode ser escrita como
2) 22x − 2 ≤ 2x
2 − 1
(que é satisfeita para todo x 25x − 7 > 23 ⇒ 5x − 7 > 3 ⇒ 5x > 10
real).
Resolvendo Inequações
Para resolver inequações exponenciais, deve-
mos realizar dois passos importantes: 1. (UFCE) Se f(x) = 161+1/x, então f(−1) + f(−2) +
1.o redução dos dois membros da inequação a f(−4) é igual a:
potências de mesma base; a) 11;
2.o aplicação da propriedade: b) 13;
a>1 c) 15;
a > a ⇒ m > n(a ≥ a ⇒ m ≥ n)
m n m n d) 17;
(as desigualdades têm mesmo sentido). e) n.d.a.
0<a<1
2. (UFMG) Se , então
am > an m < n(am ≥ an ⇒ m ≤ n)
(as desigualdades têm sentidos diferentes).
f(0) − f (3/2) é igual a:
a) 5/2;
b) 5/3;
c) 1/3;
d) −1/2;
1. 4x−1
+4 −4
x x+1
> e) −2/3.
Resolução:
3. (PUC−SP) Se y = 10x é um número entre 1000
A inequação pode ser escrita assim: e 100 000, então x está entre:
a) −1 e 0;
b) 2 e 3;
Multiplicando ambos os lados por 4, temos:
c) 3 e 5;
4x + 4 . 4x − 16 . 4x > −11, ou seja:
d) 5 e 10;
(1 + 4 − 16) . 4x > −11 ⇒ −11 . 4x > −11 e daí, e) 10 e 100.
4x < 1.
37
UEA – Licenciatura em Matemática
4. (PUC−MG) Seja a função f(x) = ax. É correto 9. (FATEC−SP) Seja f IR → IR onde f(x)=2x/2. O
afirmar que : conjunto de valores de x para os quais f(x) <
1/8 é:
a) ela é crescente se x > 0;
a) (3, 8);
b) ela é crescente se a > 0;
b) (∞, −1/3 );
c) ela é crescente se a > 1;
c) (∞, −6);
d) ela é decrescente se a ≠ 1;
d) (−1/3, 0);
e) ela é decrescente se 0 < x < 1.
e) IR − { 0, 8 }.
5. (FGV−SP) Assinale a afirmação correta:
10. (PUC−MG) Se f(x) = 4x + 1 e g(x) = 4x, a solução
a) (0,57)2 > (0,57)3
da inequação f(x) > g(2 − x) é:
b) (0,57)7 < (0,57)8
a) x > 0;
c) (0,57)4 > (0,57)3
b) x > 0,5;
d) (0,57)0,57 > (0,57)0,50
c) x > 1;
e) (0,57)−2 < 1
d) x > 1,5;
e) x > 2
6. (UEL − PR) Os números reais x são soluções
da inequações 251 − x < 1/5 se, e somente se:
11. (FGV−SP) A solução da inequação
a) x > −3/2; é:
b) x > 3/2; a) x ≤ 0
c) −3/2 < x < 3/2; b) −5 ≤ x ≤ 0
d) x < 3/2; c) 0 ≤ x
e) x < −3/2. d) x ≤ −5 ou 0 ≤ x
e) n.d.a.
7. (PUC−RS) Seja a função f: IR → IR definida por
f(x) = 2x . Então, f(a+1) − f (a) é igual a:
12. (MACK−SP) Assinale a única afirmação corre-
a) 2; ta:
b) 1; a) 0,212 > 0,213
c) f(a); b) 0,210,21 > 0,210,20
d) f(1); c) 0,217 < 0,218
e) 2 f(a). d) 0,214 > 0,213
e) 0,21−2 < 1
8. (PUC−MG) Os valores de a IR que tornam a
função exponencial f(x) = (a − 3)x decrescente
são:
a) 0 < a < 3;
b) 3 < a < 4;
c) a < 3 e a ≠ 0;
d) a > 3 e a ≠ 4;
e) a < 3.
38
UNIDADE V
Funções Logarítmicas
Matemática Elementar III – Funções Logarítmicas
TEMA 12 TEMA 13
INTRODUÇÃO LOGARITMO
4. Determine log3 90
Resolução:
Faça
log3 9 = x ⇒ 9 = 3x ⇒ 32 = 3x ⇒ x = 2
41
UEA – Licenciatura em Matemática
loge b = ln b.
5. b elevado ao logaritmo m na base b é igual
a m, ou seja, blogb m = m.
42
Matemática Elementar III – Funções Logarítmicas
TEMA 15 TEMA 16
Em algumas situações, podemos encontrar no Foi dito, no início deste texto, que os logarit-
mos permitem transformar multiplicações em
cálculo vários logaritmos em bases diferentes.
somas e subtrações em divisões, entre outras
Como as propriedades logarítmicas só valem alterações que visam facilitar o trato dos
para logaritmos numa mesma base, é neces- números.
sário fazer, antes, a conversão dos logaritmos
Essas transformações são possíveis com a uti-
de bases diferentes para uma única base con- lização das propriedades dos logaritmos, as
veniente. Essa conversão chama-se mudança quais veremos a seguir.
de base. Para fazer a mudança de uma base a
1. Logaritmo do produto:
para uma outra base b,usa−se: (a > 0, a ≠ 1, x > 0 e y>0)
Loga (x . y) = loga x + loga y
2. Logaritmo do quociente:
(a > 0, a ≠ 1, x > 0 e y > 0)
onde a, b, x ∈IR*+ com a ≠ 1, b ≠ 1.
Exemplo:
43
UEA – Licenciatura em Matemática
• quando a > 1;
• quando 0 < a < 1.
Resolução:
Caso 1: a > 1
Condições de existência: x > 0 e y > 0
Da primeira equação, temos:
log x + log y = 7 ⇒ log y = 7 − log x
Substituindo log y na segunda equação,
temos:
3.log x − 2.(7 − log x) = 1 ⇒ 3.log x −14 +
2.log x = 1 ⇒ 5.log x = 15 ⇒ log x = 3
⇒ x = 103
Substituindo x = 103 em log y = 7 − log x
temos:
log y = 7 − log 103 ⇒ log y = 7 − 3 ⇒ ƒ é crescente, pois, para quaisquer
log y = 4 ⇒ y=10 . 4
x1, x2 com x1 < x2 ⇒ ƒ(x1) < ƒ(x2).
Como essas raízes satisfazem as condições
Caso 2: 0 < a < 1
de existência, então o conjunto-solução é
S ={(103; 104)}.
log x = 3 ⇒ x = 103
substituindo log x = 3 e, log x + log y = 7,
temos que 3 + log y = 7 ⇒ log y = 4 ⇒ ƒ é decrescente, pois, para quaisquer
y=10 4 x1, x2 com x1 < x2 ⇒ ƒ(x1) > ƒ(x2).
44
Matemática Elementar III – Funções Logarítmicas
Exemplos:
1. Esboce o gráfico das funções abaixo:
f(x) = log2 x
45
UEA – Licenciatura em Matemática
De fato temos que (g o f)(x) = g(f(x)) = g(ax) = 5. (FV–RJ) O valor de log9 27 é igual a:
loga ax = x
a) 2/3; b) 3/2;
Portanto g o f = idIR. c) 2; d) 3.
Sendo o contradomínio da função logarítmica e) 4.
igual ao domínio da função exponencial, então
a função composta f o g = idIR+. 6. (PUC–SP) Se , então x + y é igual a:
De fato, temos que (f o g)(x) = f(g(x)) = f(loga x)
= aloga x = x a) 5/3;; b) 10/9;
Portanto f o g = idIR+. c) 8/9; d) 2/3;
é:
a) −5; b) 4;
c) 5; d) 8;
e) impossível.
LOGARITMOS – INTRODUÇÃO
8. (ULBRA) Se log16 N = −1/2, o valor de 4N é:
1. (MACK–SP) Se log3 1/27 = x, então o valor de
x é: a) 1; b) 4;
e) 3.
9. (FEMPAR–PR) Se 2x − y = 1 e x − 3y = −7, log4
2. (UDESCO–SC) Na base decimal, log 1000, log (xy+8y) é igual a:
10 e log 0,01 valem respectivamente: a) 0,5; b) 2,5;
a) 2, 1 e −3 b) 1, 0 e −2 c) 2,0; d) 1,5;
c) 3, 1 e −2 d) 4, −2 e −3 e) 1,0.
e) 3, 0 e −2
10. (UNESP–SP) Em que base o logaritmo de um
número natural n, n > 1 coincide com o pró-
3. (UFPA) A expressão mais simples para alogax é: prio número n?
a) a b) x (x > 0) a) nn b) 1/n
2
c) logax d) logxa c) n d) n
1/n
e) ax
e) n
4. (CESGRANRIO–RJ) Se log (2x − 5) = 0, então 11. (UFSM–RS) Seja K a solução da equação log4
x vale: ( log2 x ) = −1. O valor de k4 é:
a) 5; b) 4; a) 1/8; b) 1/2;
c) 3; d) 7/3; c) 1; d) 4;
e) 5/2. e) 2.
46
Matemática Elementar III – Funções Logarítmicas
47
UEA – Licenciatura em Matemática
5. (PUC−SP) Se log 2 = 0,3010, então log 5 é 12. (FCMSC–SP) Usando a tabela, o valor de log
igual a: 75 é:
e log t = 0,10448.
14. (UFCE) Utilizando-se a tabela abaixo, conclui-
a) m = 100; b) m = 10; se que o valor de log é:
c) m = −20; d) m = − 10; N log N
e) m = 1000. 1,26 0,1
1,58 0,2
8. (FAAP−SP) Sabendo-se que log2 y = log2 3 +
log2 6 − 3log2 4, o valor de y real é: 1,99 0,3
2,51 0,4
a) −3; b) 9/8;
3,16 0,5
c) 3/2; d) 9/32;
e) 9/16. a) 0,3 b) 1,26
c) 1,58 d) 1,99
9. (ACAFE−SC) Dado o sistema e) 2,51
e) 4. c) 3,633; d) 4,398;
e) 5,097.
10. (UM–SP) Sendo log3 ( −2) = a, então o valor
de log3 ( + 2 ) é igual a: 16. (PUCCAMP–SP) Se log 5 = 3n, log 3 = m e
, então x vale:
a) 2 − a; b) 2 + a;
a) m + n
c) 1 − a; d) 1 + a;
e) 3 − a. b)
a) 0,62; b) 0,31;
d)
c) −0,48; d) 0,15;
e) 0,14. e) 3n + m
48
Matemática Elementar III – Funções Logarítmicas
17. (UFRS) O valor de log (217,2) − log (21,72) é: 24. (UEPG–PR) A expressão log1/381 + log 0,001 +
a) −1; log vale:
b) 0; a) −4/3; b) 4/3;
a) x = 104 . y b) x = 4y a) 2; b) 3;
c) x = d) x2 = y c) 2/3; d) 1/2;
e) x = 104 + y e) 3/2.
49
UEA – Licenciatura em Matemática
e) 11. a) ; b) ;
c) ; d) ;
10. (UFSC) Indica-se por log x o logaritmo decimal e) n.d.a.
do número x. Se 4 + log x = 4 . log 4, então x
é igual a: 17. (MACK–SP) Se loga (a2 . x) = 1, a > 0, a 1,
então o valor de x é:
a) 16; b) 2,56;
a) a b) 1/a
c) 0,4; d) 0,256; c) a2 d) 1/a2
e) 0,0256. e)
50
Matemática Elementar III – Funções Logarítmicas
d) x = log12/5 2
4. (FGV–SP) A solução da inequação
e) x = log12 5 log1/3(x2 − 9) > 0 é:
a) x < − 3 ou x > 3;
19. (CEFETR–PR) Se log2 x − log4 x = −1/2, então
xx é igual a: b) −2 < x < 2;
e) . e) x < −2 ou x > 2.
51
UEA – Licenciatura em Matemática
9. (CESCEA–SP) O domínio de definição da fun- 5. (UEPG–PR) Sendo log 7 = b, então log100 343
ção log(x2 + 2) é: é igual a:
c) x −2 ou x 5; e) 3b/2.
d) −2 x < −1 ou 1 < x 5;
6. (MACK–SP) Se x = log27169 e y = log313,
e) IR.
então:
e) 0,7525. e) 6.
52
UNIDADE VI
Equações e inequações modulares
Matemática Elementar III – Equações e inequações modulares
TEMA 18 TEMA 19
Então:
• Se x é positivo ou zero, |x| é igual ao pró-
prio x.
Exemplo:
1. Resolver a equação |3x − 1| = 2.
|2| = 2; ; |37| = 37
Resolução:
• Se x é negativo, |x| é igual a −x. Temos que analisar dois casos:
Exemplo: Caso 1: 3x − 1 = 2
|−7| = −(−7) = 7; Caso 2: 3x − 1 = −2
Resolvendo o caso 1:
Propriedades envolvendo módulo 3x − 1 = 2
Resposta:
55
UEA – Licenciatura em Matemática
Resolução: −x = 3 ⇔ x = −3
Temos que analisar dois casos: Resposta: S = {−1, 2, 3, 6}
Caso 1: x2 − 5x = 6
PARA EXERCITAR
Caso 2: x2 − 5x = −6
Resolvendo o caso 1: 1. Resolva as equações modulares que seguem.
x − 5x = 6
2
a) |2 − 3x| = 4
x2 − 5x − 6 = 0
Δ = (−5)2 − 4 . 1 . (−6)
b)
Δ = 49
c) |3x − 4| = x + 1
d) |5x − 4|=|2 − x|
. e) |x2 − 7x + 8| = 2
x2 − 5x = − 6
x2 − 5x + 6 = 0
Δ = (−5)2 − 4.1.6
Δ=1
Resposta: S = {−1, 2, 3, 6}
Resolução:
Temos que analisar dois casos:
Caso 1: x − 6 = 3 − 2x
Caso 2: x − 6 = −(3 − 2x)
Resolvendo o caso 1:
x − 6 = 3 − 2x
x + 2x = 3 + 6
3x = 9 ⇔ ⇔x=3
Resolvendo o caso 2:
x − 6 = −(3 − 2x)
x − 6 = −3 + 2x
56
Matemática Elementar III – Equações e inequações modulares
TEMA 20
INEQUAÇÕES MODULARES
Chamamos de inequações modulares as
inequações em que aparecem módulos de ex-
pressões que contém a incógnita.
Representando geometricamente, o módulo de
um número real x é igual à distância do ponto
que representa, na reta real, o número x ao Resposta: S = {x∈IR|2 < x < 4}
ponto de origem, como sabemos. Assim:
• Se |x| < a (com a > 0), significa que a dis- 2. Dê o conjunto-solução da inequação
tância entre x e a origem é menor que a, isto |x2 − 2x + 3| ≤ 4.
é, x deve estar entre −a e a, ou seja, Resolução:
|x| < a ⇔ −a < x < a. |x2 − 2x + 3| ≤ 4 ⇔ −4 ≤ x2 − 2x + 3 ≤ 4.
Então, temos duas inequações (que devem ser
satisfeitas ao mesmo tempo):
• Se |x| > a (com a > 0), significa que a dis-
tância entre x e a origem é maior que a, isto
é, deve estar à direita de a ou à esquerda de
−a na reta real, ou seja:
Resolvendo a inequação 1:
|x| > a ⇔ x < −a ou x > a.
x2 − 2x + 3 ≤ −4
x2 − 2x + 3 + 4 ≥ 0
x2 − 2x + 7 ≥ 0
Δ = (−2)2 − 4.1.7
Δ = 4 − 28 = −26
Como Δ < 0, ou seja, x2 − 2x + 7 = 0 não pos-
sui raízes reais e o coeficiente do termo x2 é 1
1. Resolver a inequação |2x − 6| < 2. (que é maior que zero) a solução da inequação
x2 − 2x + 7 ≥ 0 é S1 = IR.
Para resolver essa equação, apresentamos
dois métodos diferentes: Resolvendo a inequação 2:
Resolução: x2 − 2x + 3 ≤ 4
Método 1: x2 − 2x + 3 − 4 ≤ 0
|2x − 6| < 2 ⇔ −2 < 2x − 6 < 2 x2 − 2x − 1 ≤ 0
−2 + 6 < 2x < 2 + 6 Δ = (−2)2 − 4.1.(−1)
4 < 2x < 8 Δ = 4+ 4 = 8
2<x<4
Método 2:
|2x − 6| < 2 ⇔ −2 < 2x − 6 < 2 ⇔
57
UEA – Licenciatura em Matemática
4x − 10 ≥ 6 b)
4x ≥ 6 + 10
⇔x≥4 c)
58
UNIDADE VII
Funções modulares
Matemática Elementar III – Funções Modulares
|x| − 3 ≠ 0.
Seja g: A→IR, com A ⊂ IR, uma função. Então |x| − 3 ≠ 0 ⇔ |x| ≠ 3 ⇔ x ≠ 3 ou x ≠ −3
Chamamos de função modular a função Resposta: Df ={x∈IR| x ≠ −3 ou x ≠ 3}
f: A → IR, com A ⊂ IR, definida por
f(x) = |g(x)|, ou seja: 2. Determinar o domínio da função
Resolução:
Sabemos que só é possível em IR se
Observe, então, que a função modular é uma 2 − |x − 1| ≥ 0. Então:
função definida por duas sentenças.
−|x − 1| ≥ −2
Exemplos: |x − 1| ≤ 2
. Resposta: Df ={x∈IR| −1 ≤ x ≤ 3}
3. A função f: IR* → IR, tal que
CONSTRUINDO GRÁFICOS
Determinação do domínio
Vamos determinar o domínio de algumas fun- Observando o gráfico, concluímos que o con-
ções utilizando inequações modulares: junto Imf = IR+
61
UEA – Licenciatura em Matemática
Formando Letras
62
Matemática Elementar III – Funções Modulares
Se:
• 0 ≤ t ≤ 2, então V = 10 − 4 + 2t − 6 + 2t
V = 4t
• t ≥ 3, então V = 10 − 2t + 4 − 2t + 6
Figura 1 V = 20 − 4t
V=8
2<t<3
Figura 2
2+8<t<3+8
a) Construa o gráfico da função abaixo, verifi- Resposta: O volume permanece constante das
cando a letra formada pelo seu traçado. 10h às 11h da manhã.
Resolução:
a) f(g(x)) = |(x2 + 4x − 4) − 1|
1. O volume de água em um tanque varia com o
tempo de acordo com a seguinte equação: f(g(x)) = |x2 + 4x − 5|
63
UEA – Licenciatura em Matemática
a) 4 d) −48
b) –4 e) 48
c) –8 I. A área da figura limitada pelo gráfico de f e
o eixo das abscissas é:
Resolução:
|x2 − 8| − 4 = 0 ⇔ |x2 − 8| = 4
Assim: (VERDADEIRA)
II. O contradomínio de f é [0,1].
• x2 − 8 = 4 ⇔ x2 = 12 ⇔
O conjunto imagem de f é [0,1]. Logo, trata-
se de uma função sobrejetora.
• x2 − 8 = −4 ⇔ x2 = 4 ⇔
(VERDADEIRA)
64
Matemática Elementar III – Funções Modulares
c) f(x) = |x − 3|
d) f(x) = |x| − 3
12. Dada a função , quais valores que 18. (CESGRANRIO) Seja f a função definida no
intervalo aberto (−1, 1) por . Então
ela assume para x ≠ 0?
é:
13. Construa o gráfico e dê o conjunto imagem de
cada uma das funções. a) 1/2; b) 1/4;
a) f(x) = |x + 3| c) −1/2; d) −1;
b) f(x) = |x| + 3 e) −2.
65
UEA – Licenciatura em Matemática
66
Matemática Elementar III – Funções Modulares
x → y = x2 − 2x − 8
Faça um esboço gráfico da função fog.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
SÉRIE FINAL
(UFSC) Na questão a seguir escreva nos pa-
1. (UFRJ) Seja f a função real dada por rênteses a soma dos itens corretos.
f(x) = ax2 + bx + c, com a > 0. Determine a, b
6. Considere a função f: IR → IR dada por
e c sabendo que as raízes da equação
f(x)=|2x + 5|.
|f(x)| = 12 são −2, 1, 2 e 5. Justifique.
Determine a soma dos números associados às
2. (FUVEST) proposições CORRETAS.
a) Esboce, para x real, o gráfico da função 01. f é injetora.
f(x)=|x − 2|+|2x + 1|− x − 6. O símbolo
|a| indica o valor absoluto de um número 02. O valor mínimo assumido por f é zero.
real a e é definido por |a|=a, se a ≥ 0 e 04. O gráfico de f intercepta o eixo y no ponto
|a|= −a, se a < 0. de coordenadas (0,5).
b) Para que valores reais de x, f(x) > 2x + 2? 08. O gráfico de f é uma reta.
16. f é uma função par.
3. ( FUVEST) Seja m ≥ 0 um número real e sejam f
Soma ( )
e g funções reais definidas por
f(x) = x2 − 2|x| + 1 e g(x) = mx + 2m.
7. No gráfico a seguir, está representada a função
a) Esboçar, no plano cartesiano representado do 1.o grau f(x). O gráfico que melhor represen-
a seguir, os gráficos de f e de g quando ta g(x)=|f(x)| − 1 é:
m = 1/4 e m = 1.
a) b)
67
UEA – Licenciatura em Matemática
c) d) c) d)
e) e)
a) b)
a) b)
c) d)
c) d)
e)
e)
10. ( MACKENZIE) Se y = x − 2 + |x − 2| x ||, x ∈
14. (PUC–MG) O gráfico da função f(x) = |x| + 2
IR, então o menor valor que y pode assumir é:
é constituído por:
a) −2; b) −1;
a) duas semi-retas de mesma origem;
c) 0; d) 1; b) duas retas concorrentes;
e) 2. c) duas retas paralelas;
d) uma única reta que passa pelo ponto (0, 2).
11. ( MACKENZIE) O número de soluções reais da
equação é: 15. (PUC–RS) Considerando a função f definida por
f(x) = x2 − 1, a representação gráfica da função
a) 0; b) 1; g dada por g(x) = |−f( x )| − 2 é:
c) 2; d) 3;
e) maior que 3.
c) d)
a) b) e)
68
Matemática Elementar III – Funções Modulares
16. (UEL) Seja f: R → R dada por f(x) = |x2| + |x|. 18. (UFES)
O gráfico da função g: R → R, definida por
g(x) = −f(x+1), é:
a) b)
e)
e)
b) c)
a) O ponto (−4, −2) pertence ao gráfico de g.
b) O gráfico de g é simétrico com relação ao
eixo 0y das ordenadas.
c) g(x) se anula para x igual a −3, −1, 1 e 3.
d) g(−x) = g(x) para todo x no intervalo [−4, 4].
d) e) e) g(x) ≥ 0 para todo x no intervalo [−4, 4].
69
UEA – Licenciatura em Matemática
23. (UFRS) Identifique os gráficos que correspon- Quando Augustin-Louis Cauchy era uma cri-
dem a y = logx e y = |logx|, nessa ordem. ança, Paris era um lugar difícil de se viver de-
vido aos eventos relativos à Revolução Fran-
cesa. Quando Cauchy completou quatro
anos, o pai dele, receoso de ser morto em
Paris, mudou-se com a família para Arcueil.
Logo eles voltaram a Paris, e o pai de Cau-
chy era participante ativo em sua educação.
Laplace e Lagrange visitavam regularmente a
casa da família Cauchy, e Lagrange em parti-
cular parecia ter um interesse maior na edu-
a) I e II b) I e III cação matemática do jovem Cauchy. Lagran-
c) I e IV d) II e III ge aconselhou ao pai de Cauchy a primeiro
dar uma boa base em línguas para depois
e) V e IV
começar os estudos de Matemática. Em
1802, Augustin-Louis entrou na École Cen-
24. (UFRS) Para −1 < x < 1/2, o gráfico da função
trale du Panthéon, onde passou dois anos
y=|x + 1|+|2x − 1| coincide com o gráfico da
estudando línguas clássicas.
função y= ax + b. Os valores de a e b são,
respectivamente, Em 1804, Cauchy tomou aulas de Matemática
a) −1 e −1 b) 2 e −1 e fez o exame de admissão para a École
Polytechnique em 1805. Ele foi examinado por
c) −1 e 2 d) 1/2 e −1
Biot e ficou em segundo lugar. Lá teve aulas
e) −1/2 e 1 com Lacroix, de Prony e Hachette, sendo
tutorado em Análise por Ampère. Em 1807,
graduou-se e entrou na escola de engenharia
École des Ponts et Chaussées. Ele era um estu-
dante excepcional e, por seu trabalho prático,
foi designado para trabalhar sob as vistas de
Pierre Girard, no projeto do Canal Ourcq.
70
Matemática Elementar III – Funções Modulares
Em 1810, Cauchy arrumou seu primeiro que, mas foi apontado como professor assis-
emprego em Cherbourg: foi trabalhar no porto tente de Análise. Ele era responsável pelo
para a frota de invasão Inglesa de Napoleão. segundo ano de curso. Em 1816, ele ganhou
Ele levou consigo uma cópia de Méchanique o Grand Prix of the French Academy of Sci-
Céleste, de Laplace e de Thèorie des Fonc- ence por um trabalho em ondas. Ele só
tions. Apesar da carga intensa de trabalho no atingiu realmente a fama quando submeteu
porto, Cauchy dedicou-se intensamente à pes- um trabalho ao Institute, resolvendo uma das
quisa matemática e provou, em 1811, que os afirmações de acerca de números poligonais
ângulos de um poliedro convexo são determi- feita a Mersenne. Graças à ajuda política,
nados por suas faces. Ele submeteu seu pri- Cauchy agora ocupava um posto na Acade-
meiro trabalho neste tópico e, então, encoraja- my of Sciences.
do por Legendre e Malus, submeteu outro
Em 1817, Cauchy substituiu Biot – que saíra
sobre polígonos e poliedros em 1812. Cauchy
em expedição – em seu posto no Collège de
sentia que deveria retornar a Paris se quisesse
France. Lá deu aulas sobre métodos de inte-
deixar sua marca na pesquisa. Infelizmente,
gração desenvolvidos por ele, mas ainda não
Cauchy voltou pelos motivos errados: prova-
publicados. Cauchy foi o primeiro a fazer um
velmente uma severa depressão.
estudo rigoroso das condições de conver-
De volta a Paris, Cauchy investigou funções gência de séries infinitas, além de sua rigo-
simétricas e submeteu um artigo sobre este rosa definição de integral. Seu texto Cours
tópico em novembro de 1812, que foi publica- d’analyse, de 1821, foi escrito para estudan-
do no Journal of the École Polytechnique, em tes da École Polytechnique e tratava do de-
1815. Contudo ele deveria voltar a Cherbourg senvolvimento dos teoremas básicos do
em fevereiro de 1813, quando tivesse reco- Cálculo, tão rigorosamente quanto possível.
brado sua saúde, mas isso não se encaixava
Em 1826, começou um estudo do cálculo de
nas suas ambições matemáticas. Seu pedido
resíduos em Sur un nouveau genre de calcul
a de Prony para ser um professor associado
analogue au calcul infinétesimal enquanto
na École des Ponts et Chaussées foi recusa-
que em 1829, em Leçons sur le Calcul
do, mas foi-lhe permitido continuar como en-
Différential, ele define pela primeira vez uma
genheiro no projeto do Canal Ourcq, em vez
função e uma variável complexas.
de voltar a Cherbourg.
Em 1830, os eventos políticos em Paris e os
O que realmente Cauchy desejava era uma
anos de trabalho intenso começaram a co-
carreira acadêmica. Então, inscreveu-se para
brar seu preço, e Cauchy decidiu tirar umas
um posto no Bureau des Longitudes. Legen-
férias. Ele deixou Paris em setembro de 1830,
dre ficou com a vaga. Também falhou ao se
antes da revolução de Julho, e passou algum
inscrever para a seção de geometria do Ins-
tempo na Suíça. Lá ele foi um ajudante en-
titute, indo a vaga para Poinsot.
tusiástico na organização da Académie
Outros postos ficaram vagos; um, em 1814, Helvétique, mas este projeto colapsou, pois
foi a Ampère, e uma vaga em Mecânica no ele foi flagrado em eventos políticos.
Institute, que era de Napoleão Bonaparte, foi
Eventos políticos na França significavam que
para Molard. Na última eleição, Cauchy não
Cauchy deveria jurar lealdade ao novo regime,
recebeu um único voto! Contudo sua produ-
mas tendo falhado em retornar a Paris, ele per-
ção matemática continuava grande. Em 1814,
deu todas as suas posições. Em 1831,
publicou um trabalho sobre integrais defini-
Cauchy foi a Turim e, durante algum tempo,
das que, posteriormente, viria a se tornar a
por oferecimento do Rei de Piemonte, ocupou
base da teoria de funções complexas.
uma cadeira de Física teórica. Ele ensinou em
Em 1815, Cauchy perdeu para Binet um Turim em 1832. Menabrea assistiu a essas
cadeira em Mecânica na École Polytechni- aulas em Turim e escreveu que os cursos
71
UEA – Licenciatura em Matemática
eram muito confusos, passando repentina- mente disputada por Liouville e Cauchy. Liouville
mente de uma idéia à outra, de uma fórmu- ganhou, azedando a relação entre os dois.
la à próxima, sem nenhum esforço de dar
Os últimos anos da vida de Cauchy foram par-
uma conexão entre elas. Suas apresen-
ticularmente amargos, por ter-se envolvido com
tações eram nuvens obscuras, iluminadas
Duhamel a respeito de um resultado sobre cho-
de tempos em tempos por um brilho de
ques inelásticos. Foi provado que Cauchy esta-
pura genialidade. ... dos trinta colegas
va errado, mas ele nunca admitiu isso.
comigo, eu era o único a perceber isso.
Inúmeros termos em Matemática levam o
Cauchy voltou a Paris em 1838 e recuperou
nome de Cauchy: o teorema da integral de
sua posição na Academia, mas não suas
Cauchy, a teoria de funções complexas, o
posições como professor por ter recusado
teorema de existência de Cauchy-
jurar lealdade. De Prony morreu em 1839 e
Kovalevskaya, as equações de Cauchy-
sua posição no Bureau des Longitudes
Riemman e as seqüências de Cauchy. Ele
tornou-se vaga. Cauchy era fortemente apoia-
produziu 789 trabalhos em Matemática, um
do por Biot e Arago, mas Poisson opunha-se
feito extraordinário.
radicalmente a ele. Cauchy foi eleito, mas,
tendo-se recusado a jurar lealdade, não foi Uma coleção com seus trabalhos, Oeuvres
indicado e não poderia participar de reuniões complètes d’Augustin Cauchy (1882-1970), foi
ou receber um salário. publicada em 27 volumes.
72
UNIDADE VIII
Seqüências
Matemática Elementar III – Seqüências
75
UEA – Licenciatura em Matemática
76
Matemática Elementar III – Seqüências
TEMA 23
77
UEA – Licenciatura em Matemática
Seqüência alternada
Seqüência de números ímpares Uma seqüência alternada f: N → R pode ser
definida por f(n) = (−1)nn. Essa seqüência de
A função f: N → R definida por f(n) = 2n − 1,
números fica alternando o sinal de cada termo,
está representada abaixo, e a sua imagem é
sendo um negativo e o seguinte positivo, e
Im(f) = {1,3,5,.....}. assim por diante. A imagem é o conjunto:
Im(f) = {−1,+2,−3,+4,−5,+6}
Seqüência aritmética
A seqüência aritmética f: N → R é definida por:
f(n) = a1 + (n − 1)r e pode ser vista como nos
gráficos abaixo:
Seqüência dos recíprocos
A seqüência dos recíprocos (ou inversos) dos
números naturais
Neste caso:
.
Im(f) = {a1,a1 + r, a1 + 2r, a1 + (n − 1)r, ....}.
Seqüência geométrica
Uma sequência geométrica é uma função f: N
→ R definida por: f(n) = a1.qn − 1 que pode ser
esboçada graficamente por:
Seqüência constante
78
Matemática Elementar III – Seqüências
Im(f) = {a1,a1,q,a1 . q2,....,a1 . qn − 1,....}. Toda vez que nos referirmos a uma seqüência
f: N → R tal que f(n) = an, simplesmente usare-
Sequência recursiva mos (a1,a2,a3,...,an − 1,an,...)
Uma sequência é recursiva se o termo de or-
Seqüências finitas e infinitas
dem n é obtido em função dos termos das
posições anteriores. Quanto ao número de elementos da imagem,
uma seqüência poderá ser finita ou infinita.
Exemplo: A importante sequência de Fibo-
nacci, definida por f: N → R tal que f(1) = 1 e
Seqüência Finita: Uma seqüência é finita se o
f(2) = 1 com f(n + 2) = f(n) + f(n + 1) para n seu conjunto imagem é um conjunto finito.
≥ 1, é uma sequência recursiva.
Exemplos:
O conjunto imagem é
As sequências f: N → R definidas por
Im(f) = {1,1,2,3,5,8,13,21,34,....}.
são finitas e
f(1) = 1
f(2) = 1 as suas imagens são, respectivamente:
f(3) = f(1)+ f(2) = 1 + 1 = 2
f(4) = f(2)+ f(3) = 1 + 2 = 3
f(5) = f(3)+ f(4) = 2 + 3 = 5
Seqüência Infinita: Uma seqüência é infinita
f(6) = f(4)+ f(5) = 3 + 5 = 8 se o seu conjunto imagem é um conjunto infi-
f(7) = f(5)+ f(6) = 5 + 8 = 13 nito.
f(8) = f(6)+ f(7) = 8 + 13 = 21
Exemplos:
f(9) = f(7)+ f(8) =13 + 21 = 34
Exemplo 1: As seqüências f: N → R definidas
.... .... ....
por
f(n) = 2n,g(n) = (−1)nn,
h(n) = sin(n),k(n) = cos(3n)
são infinitas, pois suas imagens possuem infi-
nitos termos.
79
UNIDADE IX
Progressões Aritméticas
Matemática Elementar III – Progressões Aritméticas
83
UEA – Licenciatura em Matemática
Progressão Aritmética finita – Surge aqui o 1. A PA definida por C = (2,5,8,11,14) possui ra-
conceito de Progressão Aritmética finita: é uma zão r = 3, pois:
coleção finita de números reais com as mes-
2 + 3 = 5, 5 + 3 = 8, 8 + 3 = 11, 11 + 3 = 14
mas características que uma da Progressão
Aritmética.
2. A PA definida por M = (1,2,3,4,5) possui razão
Tal progressão pode ser demonstrada por: r = 1, pois:
C = (a1,a2,a3,....,an,....,am − 1,am) 1 + 1 = 2, 2 + 1 = 3, 3 + 1 = 4, 4 + 1 = 5
ou
3. A PA definida por M) = (3,6,9,12,15,18) possui
(a1,a2,a3,....,an,....,am − 1,am)
razão r = 3, pois:
Na seqüência, apresentamos os elementos
6 − 3 = 9 − 6 = 12 − 9 = 15 − 12 = 3
básicos de uma Progressão Aritmética da
forma:
4. A PA definida por M = (0,4,8,12,16) possui
C = (a1,a2,a3,....,an,....,am − 1,am) razão r = 4, pois:
1. m é o número de termos da PA. 4 − 0 = 8 − 4 = 12 − 8 = 16 − 12 = 4
2. n indica uma posição na sequência. n é o
índice para a ordem do termo geral an no
PARA EXERCITAR
conjunto C.
3. an é o n-ésimo termo da PA, que se lê a
índice n. 1. Qual a razão em cada uma das progressões
aritméticas abaixo?
4. a1 é o primeiro termo da PA, que se lê a
índice 1. a) (1, 2, 3, 4, ... )
84
Matemática Elementar III – Progressões Aritméticas
TEMA 25
PARA EXERCITAR
b)
2. Sendo a7 = 21 e a9 = 27 termos de PA, deter-
mine sua razão:
Solução:
Sendo
a7 = a1 + (7 − 1)r ⇒ 21 = a1 + 6r
a9 = a1 + (9 − 1)r ⇒ 27 = a1 + 8r
85
UEA – Licenciatura em Matemática
3. Determinar o quinto termo da PA definida por 5. Para inserir todos os múltiplos de 5, que estão
entre 21 e 623, montaremos uma tabela.
C={a + b, 3a − 2b,...}.
Solução: 21 25 30 ... 615 620 623
86
Matemática Elementar III – Progressões Aritméticas
e) 5k. e) 7/6 e 6.
6. O número de termos n de uma PA finita, cujo 12. (PUC–PR) Calculando o número de termos de
primeiro termo é 1, o último 17 e cuja razão é r uma PA, onde o primeiro termo é 0,5 , o último
= n − 1, vale: termo é 45,5 e a razão é 1,5, obtém-se:
a) 4; b) 5; a) 45; b) 38;
c) 7; d) 8; c) 43; d) 31;
e) 12. e) 57.
87
UEA – Licenciatura em Matemática
Exemplos:
Exemplo 1:
A PA definida por C = (2,4,6,8,10,12) é cres-
cente, pois r = 2 e, além disso, a1 < a2 < ... <
a5 < a6.
Exemplo 2:
A PA finita G=(2,2,2,2,2) é constante.
Exemplo 3:
A PA definida por (2,0,−2,−4,−6) é decrescente
com razão r = −2 e a1 > a2 > ... > a4 > a5.
88
Matemática Elementar III – Progressões Aritméticas
TEMA 27
dos extremos.
Exemplos:
Exemplo 1:
a2 + a5 = 8 + 20 = 28 = a1 + a6
a3 + a4 = 12 + 16 = 28 = a1 + a6
a4 + a3 = 16 + 12 = 28 = a1 + a6
a5 + a2 = 20 + 8 = 28 = a1 + a6
89
UEA – Licenciatura em Matemática
Exemplo 2:
Na PA C = (1,3,5,7,9) os números 1 e 9 são os TEMA 28
extremos da PA, e os números 3, 5 e 7 são os
meios da PA. O par de termos eqüidistantes
dos extremos é formado por 3 e 7, e, além REPRESENTAÇÃO PRÁTICA DOS TERMOS
disso, o número 5 que ficou isolado também é DE UMA PA
eqüidistante dos extremos. Para facilitar a resolução de alguns problemas
Exemplo 3: em PA, utilizaremos as seguintes notações :
90
Matemática Elementar III – Progressões Aritméticas
⇒ 32 − 4r2 = 15 ⇒ 9 − 4r2 = 15 ⇒
r2 = 1 ⇒ r = ± 1
PA (1,2,3,4,5)
PARA EXERCITAR
91
UEA – Licenciatura em Matemática
an = a1 + (n − 1)r
TEMA 29 250 = 112 + (n − 1)23
250 − 112 = 23n − 23
138 + 23 = 23n
INTERPOLAÇÃO ARITMÉTICA
161 = 23n ⇒ n = ⇒n=7
Interpolar k meios aritméticos entre os núme-
ros a e b significa obter uma PA com k+2 ter-
Sendo assim, devemos interpolar 7 meios arit-
mos cujos extremos são a e b, sendo que a é
méticos.
o primeiro termo, e b é o (último) termo de
ordem k+2. Para realizar a interpolação, basta
determinar a razão da PA.
Solução:
3 A quantidade de meios aritméticos que se po-
Para interpolar 10 números entre 5 e 38, teremos: de inserir ente 15 e 30, tal que a razão tenha
5 __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ 38 valor 3, é:
92
Matemática Elementar III – Progressões Aritméticas
93
UEA – Licenciatura em Matemática
O que devemos fazer é substituir primeiro “n” 30 minutos atrasado ao seu posto.
por 1; isso dá
Portanto, se olharmos os minutos como ter-
2
S1 = 1 + 2 . 1 mos de uma seqüência finita de números e
identificarmos por an o número total de
S1 = 3.
peças produzidas até o termo n (an = 10n),
Como S1 significa a soma de todos os termos teremos que a produção das peças está em
até a1, e como não existe nenhum antes de a1, função dos termos ou que depende dos ter-
o resultado encontrado é o próprio valor dele mos da seqüência.
(a1 = 3).
Assim, teremos que:
Se substituirmos “n” por 2, temos:
para n = 1, a1 = 10,
S2 = 22 + 2 . 2
para n = 2, a2 = 100 e
S2 = 8
para n = 3, a3 = 1000.
S2 significa a soma de todos os termos até a2,
Observamos também que
então é igual a a1 + a2. Como já sabemos o
valor de a1, vem:
S2 = a1 + a2 = 8
Desse modo, temos uma seqüência de nú-
3 + a2 = 8
meros em Progressão Geométrica de razão
a2 = 5 10.
Se a1 = 3 e a2 = 5, a razão só pode ser 2. Portanto, para obter o total de peças pro-
Agora, podemos achar o 13.o termo: é só subs- duzidas até a chegada do operador, basta
tituir na fórmula do termo geral: aplicar os dados acima na fórmula da Soma
an = a1 + (n − 1)r de uma PG finita.
94
Matemática Elementar III – Progressões Aritméticas
95
UEA – Licenciatura em Matemática
96
Matemática Elementar III – Progressões Aritméticas
97
UEA – Licenciatura em Matemática
temente clara, algumas nunca publicadas, sido precedido por sua fama, hospedou-se
disse ele, por considerar seus trabalhos cien- na casa do professor de Matemática Johann
tíficos apenas como resultado de profunda Friedrick Pfaff (1765-1825).
compulsão de sua natureza. Publicá-los para
No outono europeu de 1798, aos 21 anos,
o conhecimento de outros lhe era inteira-
finalizou a Disquisitiones. O livro só foi publi-
mente indiferente. Disse também que um tal
cado em setembro de 1801. Em agradeci-
volume de novas idéias trovejaram em sua mento por tudo que Ferdinand lhe havia
mente, antes de ter completado vinte anos , feito, Gauss dedicou seu livro ao Duque –
que, dificilmente, poderia controlá-las, só ha- Sereníssimo Pricipi ac Domino Carolo
vendo tempo de registrar uma pequena Guiliermo Ferdinando. Foi uma justa home-
fração delas. nagem àquele que o salvara tantas vezes
Gauss apresentava provas sintéticas e con- (arranjando alunos, pagando pela impres-
clusões indestrutíveis de suas descobertas às são de sua dissertação do dutorado (Uni-
quais nada poderia ser acrescentando ou reti- versidade de Helmstedt, 1799), assegurou
rado. Uma catedral não é uma catedral – uma modesta pensão que lhe permitiria con-
disse – até que o último andaime tenha sido tinuar seu trabalho científico livre dos obs-
retirado. Com este ideal diante de si, Gauss táculos da pobreza...) Gauss escreveu em
preferia polir sua obra muitas vezes, em vez sua dedicatória “Sua bondade libertou-me
de publicar um grosseiro esboço. Seu princí- de outras responsabilidades e permitiu que
pio era: uma árvore com poucos frutos madu- eu me dedicasse exclusivamente a este tra-
ros (Pauca sed matura). Os frutos deste es- balho.”
forço em busca da perfeição estavam, na ver- Disquisitiones representou seu adeus à
dade, maduros, mas nem sempre facilmente matemática pura, como seu interesse exclusi-
digeríveis. Todos os passos pelos quais o gol vo. O livro é de difícil leitura, até mesmo para
tinha sido atingido tinham sido omitidos, não especialistas, mas os tesouros que contém
era fácil para seus seguidores redescobrir a estão agora disponíveis graças ao trabalho
estrada pela qual ele tinha caminhado. Con- do amigo e discípulo de Gauss, Peter Gustav
seqüentemente, alguns de seus trabalhos Lejeune Dirichlet (1804-1859).
tiveram que esperar por intérpretes altamente
Expandiu sua atividade para incluir os aspec-
qualificados antes que o mundo da matemáti-
tos matemáticos e práticos na astronomia,
ca pudesse entendê-los.
geodésica e eletromagnetismo. O segundo
Só os matemáticos do século XIX conscienti- grande estágio da carreira de Gauss
zaram-se quanto Gauss tinha previsto antes começou no primeiro dia do século deze-
de 1800. Caso ele tivesse divulgado o que nove, também um grande marco na história
sabia, é possível que a matemática estaria da filosofia e astronomia quando Giuseppe
meio século mais adiantada do que se Piazzi (1746-1826) de Palermo, no dia da
encontra. Niels Henrik Abel e Jacobi poderi- abertura do século dezenove, reconheceu o
am ter começado de onde Gauss terminou, que tinha sido inicialmente tomado por um
ao invés de terem que redescobrir o que pequeno cometa aproximando-se como um
Gauss já sabia antes que eles tivessem novo planeta – mais tarde denominado o
nascido. Os três anos (outubro de 1795 a primeiro do fervilhante número de menores
setembro de 1798) na Universidade de planetas hoje conhecidos. A descoberta
Göttingen foram os mais prolíficos da vida de deste novo planeta originou um sarcástico
Gauss. Graças a generosidade do Duque ataque aos astrônomos que presumiam a
Ferdinand, o jovem não teve que se preocu- existência de um oitavo planeta. Disse Hegel:
par com finanças. Em, setembro de 1798, foi “Poderiam eles dar alguma atenção à
para a Universidade de Helmstedt, tendo filosofia? Se o fizessem, reconheceriam ime-
98
Matemática Elementar III – Progressões Aritméticas
diatamente que só podem existir sete plane- Johanne Osthof de Brunswick, transformando
tas, nem mais nem menos. Sua busca, por- sua vida, como ele próprio disse a um amigo,
tanto, é uma estúpida perda de tempo”. numa eterna primavera com novas e bri-
lhantes cores.
Gauss desprezava os filósofos que se ocu-
pavam de assuntos científicos, por eles não A morte do Duque Brunswick obrigou-o a
compreendidos. E levou a sério a existência encontrar algum forma de sobrevivência para
de Ceres. Seus amigos e seu pai estavam sustentar sua família. Não foi difícil. Em 1807,
impacientes para que o jovem Gauss encon- ele foi designado diretor do Observatório de
trasse algum trabalho lucrativo, agora que o Göttingen com o privilégio – e dever, quando
Duque já dera por terminada sua ajuda. Este necessário – de ensinar matemática aos
novo planeta descoberto encontrava-se numa alunos. O salário era modesto, mas sufi-
posição que tornava extremamente difícil sua ciente para suas necessidades e as de sua
observação. Calcular sua órbita com tão es- família. O luxo nunca o atraiu, e sua vida não
cassos detalhes disponíveis poderia ser se mo-dificara nos últimos vinte anos, tendo
quase impossível. Mas para o jovem cuja me- assim permanecido até a sua morte: em seu
mória inumana capacitava-o a dispensar uma estúdio, uma pequena mesa com cobertura
tábua de logaritmos quando ele estava apres- verde, uma mesa alta pintada de branco, um
sado toda esta aritmética infinda – logística, sofá estreito e, depois do seu septuagésimo
não aritmética – não assustava. Era, ao con- aniversário, uma cadeira de braços com
trário, um desafio tentador, que lhe daria fama uma capa de veludo. Isso era tudo de que
e dinheiro. Após vinte anos de trabalho, Ceres ele precisava.
foi redescoberta, precisamente onde os en- A péssima situação da Alemanha sob a pi-
genhosos e detalhados cálculos de Gauss lhagem dos franceses e a perda de sua pri-
tinham predito que ela seria encontrada. meira mulher arruinaram a saúde de Gauss.
Pallas, Vesta e Juno, planetas insignificantes Sua predisposição para hipocondria, agrava-
foram rapidamente captados pelos telescó- da pelo trabalho incessante, piorou seu esta-
pios. Cálculos que haviam tomado três dias do. Sua infelicidade nunca foi dividida com
de trabalho a Leonhard Euler (tendo sido dito seus amigos. Para seu diário matemático, ele
que um deles o teria levado à cegueira) eram confidenciou: “a morte seria mais querida do
agora simples exercícios de algumas labo- que tal vida”.
riosas horas. Gauss prescreveu o método e a
Então, quase exatamente após seu segundo
rotina. Em 1809, ele publicou sua segunda
casamento, o grande cometa de 1811, o
obra-prima Teoria do Movimento dos Corpos
primeiro observado por Gauss, no crepús-
Celestiais Girando a volta do Sol, na qual se
culo do dia 22 de Agosto, brilhou sem se
encontra uma exaustiva explanação da deter-
fazer anunciar. Foi a oportunidade de testar
minação das órbitas dos planetas e cometas.
os instrumentos que Gauss tinha inventado
Gauss não estava isento de inimigos. Foi para dominar os planetas menores.
ridicularizado por aqueles que consideravam
Seus instrumentos provaram ser adequados.
um desperdício de tempo computar a órbita
Enquanto o povo supersticioso da Europa,
de um planeta insignificante. Trinta anos
com olhos apavorados, seguia o espetáculo
depois, quando Gauss assentou os funda-
quando o cometa arrastava sua cimitarra de
mentos da teoria matemática de eletromag-
fogo na sua aproximação do Sol, vendo na
netismo e inventou o telégrafo elétrico foi,
brilhante lâmina um aviso do céu de que o Rei
mais uma vez, ridicularizado.
dos Reis estava irado com Napoleão e cansa-
O Duque de Bruswick aumentou a pensão, do da crueldade do tirano, Gauss teve a sa-
possibilitando seu casamento em outubro de tisfação de ver o cometa seguir a rota por ele
1905, com a idade de vinte e seis anos, com calculada até o ultimo centímetro. Por seu
99
UEA – Licenciatura em Matemática
lado, o crédulo povo viu comprovada sua ca política teriam feito dele um bom ministro
predição, quando o Grande Exército de de finanças.
Napoleão Bonaparte foi destruído nas planí-
Até sua última doença, ele encontrou comple-
cies geladas da Rússia. Este foi um dos raros
ta satisfação na ciência como simples re-
momentos em que a explicação popular cabe
creação. Tinha também grande interesse pela
nos fatos dos quais resultam conseqüências
literatura européia, que lia nos originais, já
mais importantes do que a científica.
que dominava muitas línguas. O estudo de
Gauss obteve avanços significativos em línguas estrangeiras e de novas ciências
geometria e na aplicação da matemática para (inclusive botânica e mineralogia) era seu
a teoria Newtoniana da atração e eletromag- passatempo. Com a idade de sessenta e dois
netismo. Como foi possível a um único ho- anos, ele começou um intensivo estudo de
mem realizar tão colossal massa de trabalho Russo sem a orientação de ninguém. Em dois
da mais alta categoria? Com sua modéstia anos, ele estava mantendo correspondência
característica, Gauss declarou que “se outros com amigos cientistas de São Petersburgo
tivessem pensado nas verdades matemáticas inteiramente em russo. Na opinião dos russos
tão profunda e continuamente quanto eu, eles que o visitavam em Göttingen, ele também
poderiam, ter feito minhas descobertas”. falava perfeitamente. Ele também tentou o
Ele disse que, durante quatro anos, rara- Sânscrito, mas não gostou. Atraia-o especial-
mente se passava uma semana sem que ele mente a literatura inglesa, embora seu aspec-
não despendesse algum tempo para fazer to mais sóbrio nas tragédias de William
alguma descoberta. A solução finalmente Shakespeare fosse demais para a aguda sen-
vinha por si mesma como um relâmpago. sitividade do grande matemático para todas
Não se pode imaginar, entretanto, que a as formas de sofrimento. Ele buscava livros
resposta tivesse surgido por si mesma como mais felizes. Os livros de Sir Walter Scott (seu
uma nova estrela, sem as horas despendidas contemporâneo) eram devorados tão logo
em sua busca. Algumas vezes, depois de publicados. Uma grande gargalhada do as-
passar dias ou semanas sem qualquer resul- trônomo matemático saudou o escorregão de
tado em alguma pesquisa, depois de uma Sir Walter quando escreveu “a lua cheia le-
noite de insônia, o resultado surgia inteiro, vanta-se a noroeste” ´e ele levou dias cor-
brilhando em sua mente. A capacidade para rigindo todas as cópias que encontrava.
intensa e prolongada concentração era parte
Seu terceiro hobby, política mundial, tomava-
do seu segredo.
lhe uma ou duas horas por dia. Visitando o
A Geodesia deve a Gauss a invenção do museu literário regularmente, ele se mantinha
heliótropo, um engenhoso aparelho pelo qual informado de todos os eventos, lendo os jor-
poderiam ser transmitidos sinais pratica- nais que o museu assinava. A maior fonte da
mente instantâneos através da luz refletida. força de Gauss era sua serenidade científica,
Os instrumentos astronômicos também rece- livre de ambição pessoal. Toda o seu inter-
beram notável avanço por meio de suas nas esse estava voltado para o avanço da
mãos. E, como último exemplo da engenhosi- matemática. Rivais duvidavam de sua declar-
dade de Gauss, em 1833 ele inventou o telé- ação de que os tinha antecipado na
grafo elétrico, que ele e seu companheiro de descoberta que faziam. Não dizia isso com
trabalho Wilhem Weber (1804-1891) usavam jactância, mas como um fato real e não se
para trocar mensagens. preocupava em comprovar a prioridade por
Dava pouca importância ao uso prático de meio da apresentação de seu diário. Apenas
suas invenções. Gauss nunca foi atraído pelo declarava, apoiando-se em seus próprios
reconhecimento público oficial, embora sua méritos. Seus últimos anos foram cheios de
competência em estatística, seguro e aritméti- honrarias, mas não da felicidade que ele teria
100
Matemática Elementar III – Progressões Aritméticas
merecido. Pela primeira vez, em mais de vinte ótica, mecânica, física e geometria, Gauss tra-
anos, ele deixou Göttingen no dia 16 de balhou na Geodésia, desenvolvendo as fór-
junho, para ver a estrada de ferro que estava mulas básicas da teoria de potencial e da
sendo construída entre sua cidade e Cassel. geometria diferencial de superficies curvas,
Gauss sempre tivera agudo interesse pela publicado em 1827, na sua Disquisitiones cria
construção e operação de estradas de ferro; superficies curvas, que foi o fundamento para
agora, ele veria uma sendo construída. No as formulas do cálculo de ângulos e distân-
caminho, os cavalos dispararam; ele foi atira- cias na superfície do elipsóide terrestre.
do para fora da carruagem. Não ficou ferido,
mas muito chocado. Recuperando-se, ainda
teve o pra-zer de assistir à abertura das cer-
imônias quando a estrada de ferro chegou a
Göttingen, em 31 de julho de 1854.
No começo do ano seguinte, surgiram os sin-
tomas de gota. Inteiramente consciente, prati-
camente até o fim, morreu pacificamente na
manhã de 23 de fevereiro de 1855.
Gauss é um dos matemáticos mais impor-
tantes da história, intitulado Princeps mathe-
maticorum, deixou trabalhos importantes em
várias disciplinas matemáticas e em outras
ciências, com uma grande preocupação com
a utilidade prática das teorias desenvolvidas.
Gauss formou-se em 1795-98 na Universi-
dade de Göttingen com uma bolsa de estu-
dos do Duque de Braunschweig; em 1801,
Gauss publicou sua Disquisitiones arithmeti-
cae, que é considerado como o maior avanço
progressivo na matemática desde a época da
Grécia antiga. A publicação mais importante
entre os trabalhos astronômicos foi a Theoria
motus corporum coelestium de 1809, em que
Gauss desenvolveu também o ‘Método dos
Mínimos Quadrados’ para o ajustamento de
erros de observações. A partir de 1816,
Gauss trabalhou também em levantamentos
topográficos e trigonométricos do reinado de
Hannover, inventou o heliotropo, um espelho
solar para marcar pontos de triangulação, e
aplicou seu método dos mínimos quadrados
para a compensação dos erros de medição
dos cálculos das redes de triangulação, e
desenvolveu métodos para o cálculo de pro-
jeções cartográficas, Projeção Gauss-Krüger.
Para o cálculo simples de áreas, usando as
coordenadas dos pontos limites, Gauss
desenvolveu a Fórmula de área de Gauss.
Além de outros trabalhos fundamentais na
101
UNIDADE X
Progressões Geométricas
Matemática Elementar III – Progressões Geométricas
105
UEA – Licenciatura em Matemática
(a1,a2,a3,a4,...,an−1,an,...) for uma PG, temos Para achar a razão, basta dividir um termo, a
que: partir do segundo, por seu antecessor. Assim:
d)
Solução:
2. Para a PG definida por , a
Para determinar cada termo da PG, basta mul-
tiplicar o termo anterior pela razão q. Portanto:
divisão de cada termo posterior pelo anterior é
a) (4,12,36,108,324)
, pois:
b) (20,-40,80,-160,320)
c)
PARA EXERCITAR
106
Matemática Elementar III – Progressões Geométricas
d)
TEMA 32
2. As sequências são PG. Determine a razão de
cada uma delas:
FÓRMULA DO TERMO GERAL DA PG
a) (2,8,....)
Sendo a seqüência (a1,a2,a3,a4,...,an−1,an,...)
uma PG, observe que:
b)
a1 = a1 = a1.q0
c) (−10,30,.....) a2 = a1.q = a1.q1
a3 = a2.q = a1.q2
d)
a4 = a3.q = a1.q3
.................
Média geométrica an = an − 1 . q = a1.qn − 1
Dados n números reais positivos x1, x2, x3, ..., .................
xn, definimos a média geométrica entre esses
A partir disso, obtemos uma fórmula para o
números, denotada pela letra g, como a raiz n-
termo geral da PG, dada por:
ésima do produto entre os números, isto é:
an = a1qn − 1
107
UEA – Licenciatura em Matemática
a8 = 32 × 27
5. Determinar o 10.o termo da P.G. .
a8 = 32 × 128
Solução:
a8 = 4096
Solução:
Temos, que:
a4 = a1q3
(q2 − 9) (1 + q) = 0 Solução:
q2 − 9 = 0 ∴ q = 3 ou q = −3
Calculamos a razão:
Como o problema diz que os termos desta PG
são positivos, temos que a razão é positiva; Sendo o último termo o próprio an, vamos
logo, o valor da razão é 3. aplicar a fórmula do termo geral an = a1qn − 1:
108
Matemática Elementar III – Progressões Geométricas
a) −1/8; b) −8;
c) −1; d) 8;
e) 1/8.
a) −4; b) −1/5;
c) 2/3; d) 1;
e) 4.
a) x − 3; b) −81/4;
c) −27/4; d) 9/4;
e) 27/4.
109
UEA – Licenciatura em Matemática
Exemplo 2:
TEMA 33 A PG definida por O = (3,3,3,3) é constante,
pois a1 = a2 = a3 = a4 = 3.
b) (−4,−12,−36,−108,...)em que q = 3
110
Matemática Elementar III – Progressões Geométricas
, teremos 1, 5 e 25.
TEMA 34
Do enunciado, vem:
vale:
a) 4/9; b) 2/3;
c) 1; d) 3/2;
e) 9/4.
a) 36 b) 18
Devemos considerar somente a solução q = 5,
pois a PG, é crescente. c) 24 d) 12
111
UEA – Licenciatura em Matemática
486.
Solução:
Devemos formar uma PG de sete termos na
qual a1 = e a7 = 486:
Temos:
• Para q = 3, a PG é
• Para q = −3, a PG é
112
Matemática Elementar III – Progressões Geométricas
TEMA 36
113
UEA – Licenciatura em Matemática
4. Se S3 = 21 e S4 = 45 são respectivamente, as
2. Vamos calcular o valor de x na igualdade 10x + somas dos três e quatro primeiros termos de
20x + .... + 1280x = 7650 sabendo que os termos uma PG, cujo termo inicial é 3, então a soma
do primeiro membro formam uma PG, e x ≠ 0. dos 5 primeiros termos da progressão é:
Nesse caso, a) 66;
a1 = 10x, q = 2, an = 1280x e Sn = 7650 b) 69;
Inicialmente, vamos determinar o valor de n: c) 93;
an = a1q n−1
⇒ 1280x = 10x . 2 n−1
⇒ 128 = 2
n−1
d) 96;
7
2 =2 n−1
⇒n−1=7⇒n=8 e) 105.
da PG é:
a) 12/33; b) 15/32;
c) 21/33; d) 21/32;
e) 2/3.
a) 24 b) 27
c) 210 d) 213
e) 215
114
Matemática Elementar III – Progressões Geométricas
TEMA 37
Considere a seqüência
Solução:
com n∈ IN . *
Observe que a seqüência
Observe que, à medida que o valor de n cresce é uma PG de razão e a1 = 1; sendo
indefinidamente (tendendo para o infinito), o
assim, temos que
termo tende a zero. Indicamos assim:
Portanto x = 512
que lemos: limite de quando n tende a infini-
to é igual a zero.
Nas progressões geométricas em que
0<|q|<1, a soma dos n primeiros termos tem
um limite finito quando n dende a infinito.
Nesse caso, qn aproximama-se de zero para n 1. (CEFET–PR) A soma dos termos da PG (2, 6,
suficientemente grande, ou seja, 18,..., 486,...) é:
a) 278; b) 287;
c) 728; d) 782;
Sabemos que ,q≠1
d) 827.
Logo, , isto é,
2. (PUC–PR) A soma dos termos da PG (1, 1/2,
1/4, 1/8, ... ) é:
, 0<|q|<1 a) 2; b. 0;
c) 1,75; d. 3;
e) n.d.a.
115
UEA – Licenciatura em Matemática
é:
a) 1 b) 3/5
c) 4/3 d) 5/2
e) 45/8
116
Matemática Elementar III – Progressões Geométricas
Pelo resto de sua vida, ele viveu em Tou- seus resultados em queda livre, ele estava
louse; além de trabalhar lá, também trabalhou muito mais interessado em provar teoremas
em sua cidade natal e em Castres. Sua car- sobre Geometria do que em sua relação com
reira foi meteórica, em parte por tempo de o mundo real. Nesta primeira carta, contudo,
serviço e idade, em parte porque a praga havia dois problemas sobre máximos que
levou a maioria dos mais velhos. Ele mesmo Fermat pediu a Mersenne que fossem passa-
foi atingido pela doença e ficou tão mal que dos aos matemáticos de Paris. Aliás, este era
sua morte foi prematuramente anunciada. o estilo de Fermat: desafiar outros a obter
Naturalmente, Fermat estava preocupado resultados que ele já havia obtido.
com Matemática, senão não estaria nesta Roberval e Mersenne acharam que os pro-
página! Ele manteve sua amizade com Be- blemas propostos por Fermat nesta primeira
augrand mesmo depois de mudar-se para (e em outras subseqüentes) carta eram extre-
Toulouse, mas lá ele encontrou um novo ami- mamente difíceis e usualmente insolúveis
go em Matemática, Carcavi. Fermat conheceu usando as técnicas correntes. Eles pediram a
Carcavi por força de profissão, pois eram Fermat para divulgar seus métodos, e Fermat
colegas como advogados em Toulouse. Mas mandou seu Método para determinar
também compartilhavam o amor pela Mate- Máximos e Mínimos e Tangentes a Linhas
mática, e Fermat contou a Carcavi sobre suas Curvas, sua restauração de Planos e sua
descobertas. aproximação algébrica à Geometria Intro-
Em 1636, Carcavi foi a Paris na condição de dução aos Planos e Sólidos aos matemáticos
de Paris.
bibliotecário real e fez contato com Mersenne
e seu grupo. O interesse de Mersenne foi culti- Sua reputação como um dos maiores mate-
vado pelas descrições de Carcavi sobre o tra- máticos do mundo veio rapidamente, mas ten-
balho de Fermat acerca de corpos em queda. tativas de publicar seus trabalhos falhavam,
Carcavi escreveu a Fermat, que respondeu em principalmente porque Fermat de fato nunca
26 de abril de 1636, e, além de contar a quis por seus trabalhos em uma forma apre-
Messenne sobre erros que ele acreditava ter sentável. Contudo alguns de seus métodos
encontrado nos trabalhos de Galileu sobre foram publicados, como, por exemplo, no tra-
queda livre, ele também contou a Mersenne balho de Hérigone, Cursus mathematicus, que
sobre seus trabalhos em espirais e sobre a continha um suplemento com os métodos de
restauração do Planos. Seu trabalho em espi- Fermat para encontrar máximos e mínimos.
rais foi motivado pela consideração do cami- Esta sua maneira de desafiar outros
nho descrito por corpos em queda livre, e ele matemáticos logo contribuiu para o acúmulo
usou métodos generalisados a partir de Sobre de inimizades. Uma dessas controvérsias
espirais, de Arquimedes. Fermat escreveu: envolveu Descartes. Beaugrand enviou para
Eu também encontrei diversos tipos de análi- Fermat o trabalho de Descartes intitulado La
ses para problemas vários, tanto numéricos Dioptrique para avaliação, mas Fermat deu
como geométricos, nos quais a análise de pouca atenção, dado que estava no meio de
Viète não seria suficiente. Eu repartirei tudo uma correspondência com Roberval e Pascal
com você quando você o desejar e o faço sem sobre métodos de integração e centros de
ambição, da qual eu sou mais livre e estou massa. Diante da insistência de Mersenne,
mais distante do que qualquer homem no Fermat emitiu a seguinte opinião sobre La
mundo. Dioptrique: “tateando nas sombras”.
É irônico que este contato inicial entre Ele afirmava que Descartes não deduziu
Fermat e a comunidade científica tenha sido corretamente sua lei de refração, já que era
em função do estudo dele sobre queda livre, inerente às suas hipóteses. Dizer que Des-
já que Fermat tinha pouco interesse em apli- cartes ficou desagradado é um eufemismo.
cações físicas da Matemática. Mesmo com Rapidamente, Descartes encontrou uma
117
UEA – Licenciatura em Matemática
razão para ficar ainda mais furioso, ao perce- teorema, nos últimos 300 anos, levaram a
ber que o trabalho de Fermat sobre máximos, várias descobertas matemáticas, como, por
mínimos e tangentes poderia ofuscar aquele exem-plo, a teoria dos anéis comutativos.
que considerava seu trabalho mais impor- Fermat voltou a se corresponder com os
tante, La Geómétrie. matemáticos franceses em 1654, quanto
Descartes atacou os métodos de Fermat Blaise Pascal – filho de Etienne Pascal –
pa-ra máximos, mínimos e tangentes. escreveu-lhe para confirmar suas idéias sobre
Roberval e Etienne Pascal envolveram-se na probabilidade. A curta correspondência entre
discussão e, eventualmente, também os dois serviu de fundação para a teoria das
Desargues, a quem Descartes indicou como probabilidades e, por causa disso, eles são
árbitro. Fermat mostrou-se correto e eventual- atualmente considerados fundadores do
mente Descar-tes admitiu isso escrevendo: assunto.
... vendo o último método que você usa para Neste mesmo período, um dos alunos de
encontrar tangentes a linhas curvas, posso Descartes estava organizando sua corres-
avaliá-lo de uma única maneira, afirmando que pondência para publicação e pediu ajuda a
é de fato muito bom e que, se você o tivesse Fermat a respeito de sua correspondência
explicado deste jeito no princípio, eu não teria
com Descartes. Isso fez que Fermat repen-
contradito em hipótese alguma.
sasse os argumentos por ele usados 20 anos
Várias razões contribuíram para que, entre antes, sobre suas objeções à óptica de Des-
1643 e 1654, Fermat ficasse fora de contato cartes. Em particular, ele estava insatisfeito
com seus colegas em Paris. Primeiramente, a com as descrições de Descartes para a
pressão do trabalho, que o impedia de dedi- refração da luz e, então, aproveitou a deixa e
car tempo à Matemática. Segundo, uma guer- estabeleceu um princípio que de fato resultou
ra civil em 1648 que afetou Toulouse. Final- na lei dos senos para a refração que Snell e
mente, a praga em 1651, que quase levou Descartes propuseram. Fermat deduziu esta
Fermat à morte. Contudo foi neste período lei a partir de um princípio fundamental por
que Fermat trabalhou em teoria dos números. ele proposto, o de que a luz sempre percorre
Fermat é melhor lembrado quando associ- o menor caminho possível. O princípio de
ado a seu trabalho em teoria dos números, Fermat, hoje uma das mais básicas leis da
em particular pelo Último Teorema de Fermat. óptica, não foi muito bem recebido pelos ma-
Este teorema diz que temáticos da época.
x n + y n = zn Fermat também deixou grandes contri-
buições em Teoria dos Números, que na
não tem solução inteira não-nula para x, y e
época não era muito bem vista. Por causa
z quando n > 2. Fermat escreveu, na mar-
disso, e também por sua desorganização
gem da tradução de Bachet para Aritmética
com os escritos, suas idéias sobre Teoria de
Diofantina:
Números acabaram não sendo discutidas
Descobri uma demonstração realmente memo- com outros matemáticos da época.
rável, mas esta margem é muito pequena para
contê-la.
118
Respostas de Exercícios
Matemática Elementar III – Respostas de Exercícios
TEMA 8
1. x = 5
2. x = 0
TEMA 11
3. x = 5/3
4. x = 1/2−
5. x = −3 INEQUAÇÕES EXPONENCIAIS
6. x = −2
7. {1} 1. B 2. C
8. {0} 3. C 4. C
9. {11/3} 5. A 6. B
10. {1} 7. C 8. B
11. {1}
9. D 10. B
12. {9}
11. B 12. A
13. {1/8}
14. {3}
15. {(2,2)}
16. {(3/2,−1)}
UNIDADE V – Funções Logarítmicas
17. {(12/7, 5/14)}
18. {4 }
19. {−4}
20. {1/2} TEMA 17
21. x = 2 ou x = 3
22. 2, −2, 3, −3 FUNÇÃO LOGARÍTMICA
23. B
24. E 1. B 2. C
25. E 3. B 4. C
121
UEA – Licenciatura em Matemática
5. B 6. B 3. A 4. A
7. B 8. A 5. E 6. A
9. B 10. E 7. C 8. C
11. E 12. A 9. E 10. D
13. A 14. D 11. A
15. A 16. B
17. A 18. E
19. C 20. A
UNIDADE VI – Inequações Modulares
LOG-PROPRIEDADES
1. A 2. D
TEMA 20
3. E 4. A
5. C 6. C
INEQUAÇÕES MODULARES
7. A 8. D
9. E 10. C
1. a) −7< x < −3
11. A 12. E
b) −1/2 ≤ x ≤ 3/2
13. B 14. C
c) x < −11 ou x > 13
15. B 16. D
d) −4< x < −1
17. C 18. D
e) −3 ≤ x ≤ 5 ou −15 ≤ x ≤ −7
19. E 20. E
21. D 22. D
23. A 24. C
25E
UNIDADE VII – Funções Modulares
LOG-EQUAÇÕES
1. C 2. C TEMA 21
3. D 4. D
5. D 6. E FUNÇÃO MODULAR
7. D 8. E
9. D 10. E 1. {x ∈ IR/ x ≥ 0}
11. A 12. A 2. {x ∈ IR/x ≥ 0}
13. A 14. A 3. {x ∈ IR/ x ≥ −2}
15. E 16. A 4. {−2, 5 }
17. A 18. C 5. ¢
19. C 20. E 6. {0,1,2}
21. E 7. {x ∈ IR/ −1< x < 0 ou 0 < x < 1}
8. −1, 0, 3, 4
LOG-INEQUAÇÕES 9. a) IR
b) para todo x real
1. D 2. D 10. b) não
3. C 4. D c) IR
5. B 6. E d) {−3,3}
7. E 8. A 11. 1 e −1
9. E 10. C 12. 0e2
13. a) [0, +∞]
LOG-MUDANÇA DE BASE b) [3, +∞]
c) [0, +∞]
1. C 2. A d) [−3, +∞]
122
Matemática Elementar III – Respostas de Exercícios
14. A 3. C 4. C
15. D 5. C
16. D
17. C
18. D
TEMA 30
19. A
20. D
21. D SOMA DOS N PRIMEIROS
22. E TERMOS DE UMA PA
23. A
24. D 1. C 2. C
25. D 3. B 4. E
5. C 6. B
7. E 8. D
9. C 10. A
UNIDADE IX – Progressões Aritméticas
11. A
TEMA 25
1. C 2. C
3. C 4. C TEMA 31
5. D 6. B
7. A 8. B PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS
9. A 10. C
11. C 12. D 1. a) 3
13. D 14. B c) −2
2. a) 4
b)2/3
TEMA 28 c) −3
d) −3/4
REPRESENTAÇÃO PRÁTICA DOS
TERMOS DE UMA PA
TEMA 32
1. (1, 4, 7) ou (7, 4, 1)
FÓRMULA DO TERMO GERAL DA PG
2. (−8,?6, −4) ou (4,6,8)
3. (3,9/2,6,15/2,9)
4. (−1, 4, 9, 14, 19) ou (19,14,9,4,−1) 1. A
5. 15 2. A
6. R$ 1.500,00 3. C
4. D
5. a) 625
TEMA 29 b) 311
6. n= 6
INTERPOLAÇÃO ARITMÉTICA 7. a6 = 256
8. a) 2
1. B 2. E b) 10−2
123
UEA – Licenciatura em Matemática
TEMA 34
REPRESENTAÇÃO PRÁTICA
DE TRÊS TERMOS EM PG
1. C
2. D
3. (1, 5,25)
4. (2,10,50)
TEMA 35
INTERPOLAÇÃO GEOMÉTRICA
1. (6,12,24,48,96,192 )
2. 486
3. 3 ou −3
4. 2
5. D
6. A
TEMA 36
1. D 2. D
3. D 4. C
TEMA 37
1. C
2. A
3. C
4. D
5. A
6. C
124
REFERÊNCIAS
Ávila, G. Cálculo 1; funções de uma variável. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científico, 1982
125