Educação Especial e Inclusiva
Educação Especial e Inclusiva
Educação Especial e Inclusiva
ESPECIAL
E INCLUSIVA
ORGANIZADORAS
APRESENTAO
Prezado aluno,
A Faculdade Integrada do Brasil FAIBRA nasce, no incio da dcada de 2000, com a misso
de integrar o Brasil na formao de professores para a Educao Bsica. O cenrio, quela
poca, era desesperador: milhares de pessoas atuando na Educao Bsica sem a formao
superior exigida por lei, no contexto da Dcada da Educao, objetivo maior do Governo
Federal poca, preconizada pela LDB, na sua promulgao, em 1996.
Passada a dcada de 2000-2010, tais objetivos no foram atingidos. A Dcada da Educao
foi prorrogada, o Brasil conta hoje, segundo dados do INEP, de 2010, 623.825 professores
sem formao superior, ou com formao diferente da rea que atuam, atuando na Educao
Bsica. Na Regio Norte, este nmero de 74.821 mil docentes, no Nordeste, 295.345 mil.
Metade deles, com toda a certeza, atuam na rea da Pedagogia.
A partir de uma viso educacional contempornea, empreendedora, que alia princpios tericos
fundantes da Pedagogia, a observao extrema da legalidade da educao superior e bsica,
a um processo de gesto educacional dinmico e criativo, baseado na responsabilidade e
na incluso social, a FAIBRA d incio a um processo que tem possibilitado a um grande
nmero de professores em exerccio na educao bsica, o aperfeioamento e a concluso
de estudos na rea da Pedagogia.
O Programa de Educao Continuada PROEC, que oferece cursos ao nvel do
aperfeioamento e da ps-graduao, utiliza, experimentalmente ao nvel do aperfeioamento,
mtodo de ensino semi-presencial.
Para seus processos de ensino-aprendizagem, ao nvel da graduao, da ps-graduao e
do aperfeioamento, a FAIBRA produz este material que voc tem em mos. Ele fruto do
trabalho da equipe que coordena o Ncleo de Educao Distncia NEAD/FAIBRA e que
visa dar qualidade e mobilidade aos cursos oferecidos nos diferentes nveis de ensino e que
j so base para o Credenciamento da FAIBRA no MEC, para a Educao Distncia, assim
que o processo seja totalmente homologado internamente.
A FAIBRA, nunca demais ressaltar, tem a responsabilidade e executa todo o seu processo
de ensino aprendizagem, mesmo que este aluno esteja longe de sua sede, no caso dos
cursos de aperfeioamento e de ps-graduao.
Para que possamos atuar em diferentes locais e possibilitar a incluso social de todos
aqueles que nos procuram, contamos com parceiros que do suporte s atividades-meio dos
nossos Ncleos de Educao Continuada. Assim, nossos alunos e professores contam com
apoio administrativo local para desenvolverem seus processos de ensino, atividade-fim da
Instituio. A Faculdade Integrada do Brasil FAIBRA cumpre sua misso de integrar o Brasil
para a formao dos profissionais da Educao Bsica. Sentimo-nos honrados em ter voc
como nosso aluno e contamos com seu empenho e dedicao para que este Curso seja um
referencial na sua formao e atuao profissional.
Conte com a FAIBRA atravs de cada um de seus colaboradores: tcnicos, docentes e
parceiros. Eles esto sua inteira disposio.
Endereos eletrnicos
Pgina na Internet: www.faibra.edu.br
E-mail: faibra@faibra.edu.br
Projeto grfico
Andr Brito
Revisor
Victor Melo Matos da Costa
Ficha Catalogrfica
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
REALIZAO
SUMRIO
APRESENTAO....................................................................................................03
INTRODUO ...........................................................................................................06
OBJETIVOS...............................................................................................................06
REFERNCIAS..........................................................................................................58
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
INTRODUO
Prezado(a) estudante:
Estamos iniciando mais uma disciplina. Espero que voc goste do tema e da
forma como vamos trat-lo. Tomara que possamos aproveitar para aprender juntos,
sobre a educao especial e inclusiva.
OBJETIVOS
Objetivo geral
Objetivos especficos
QUESTES NORTEADORAS
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
REALIZAO
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
em 1854, atual Instituto Benjamin Constant IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos,
em 1857, atual Instituto Nacional da Educao dos Surdos INES, ambos no Rio de
Janeiro. No incio do sculo XX, fundado o Instituto Pestalozzi (1926) instituio
especializada no atendimento s pessoas com deficincia mental; em 1954 fundada
a primeira Associao de Pais e Amigos dos Excepcionais APAE e; em 1945, criado
o primeiro atendimento educacional especializado s pessoas com superdotao na
Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff.
Em 1961, o atendimento educacional s pessoas com deficincia passa ser
fundamentado pelas disposies da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional,
Lei n. 4.024/61, que aponta o direito dos excepcionais educao, preferencialmente
dentro do sistema geral de ensino.
A Lei n. 5.692/71, que altera a LDBEN de 1961, ao definir tratamento especial
para os alunos com deficincias fsicas, mentais, os que se encontrem em atraso
considervel quanto idade regular de matrcula e os superdotados, no promove a
organizao de um sistema de ensino capaz de atender as necessidades educacionais
especiais e acaba reforando o encaminhamento dos alunos para as classes e escolas
especiais.
Em 1973, criado no MEC o Centro Nacional de Educao Especial
CENESP, responsvel pela gerncia da educao especial no Brasil, que, sob a gide
integracionista, impulsionou aes educacionais voltadas s pessoas com deficincia
e s pessoas com superdotao; ainda configuradas por campanhas assistenciais e
aes isoladas do Estado.
Nesse perodo, no se efetiva uma poltica pblica de acesso universal
educao, permanecendo a concepo de polticas especiais para tratar da
temtica da educao de alunos com deficincia e, no que se refere aos alunos com
superdotao, apesar do acesso ao ensino regular, no organizado um atendimento
especializado que considere as singularidades de aprendizagem desses alunos.
A Constituio Federal de 1988 traz como um dos seus objetivos fundamentais,
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminao (art.3 inciso IV). Define, no artigo 205, a
educao como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa,
o exerccio da cidadania e a qualificao para o trabalho. No seu artigo 206, inciso I,
estabelece a igualdade de condies de acesso e permanncia na escola, como um
dos princpios para o ensino e, garante, como dever do Estado, a oferta do atendimento
educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208).
O Estatuto da Criana e do Adolescente Lei n. 8.069/90, artigo 55, refora
os dispositivos legais supracitados, ao determinar que os pais ou responsveis tm
a obrigao de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. Tambm,
nessa dcada, documentos como a Declarao Mundial de Educao para Todos
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
REALIZAO
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
uma poltica de educao inclusiva na rede pblica de ensino prevista no seu artigo 2.
O Plano Nacional de Educao - PNE, Lei n 10.172/2001, destaca que o grande
avano que a dcada da educao deveria produzir seria a construo de uma escola
inclusiva que garanta o atendimento diversidade humana. Ao estabelecer objetivos
e metas para que os sistemas de ensino favoream o atendimento s necessidades
educacionais especiais dos alunos, aponta um dficit referente oferta de matrculas
para alunos com deficincia nas classes comuns do ensino regular, formao
docente, acessibilidade fsica e ao atendimento educacional especializado.
A Conveno da Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto n
3.956/2001, afirma que as pessoas com deficincia tm os mesmos direitos humanos
e liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo como discriminao
com base na deficincia, toda diferenciao ou excluso que possa impedir ou anular
o exerccio dos direitos humanos e de suas liberdades fundamentais. Esse Decreto
tem importante repercusso na educao, exigindo uma reinterpretao da educao
especial, compreendida no contexto da diferenciao adotada para promover a
eliminao das barreiras que impedem o acesso escolarizao.
Na perspectiva da educao inclusiva, a Resoluo CNE/CP n1/2002, que
estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formao de Professores da
Educao Bsica, define que as instituies de ensino superior devem prever em sua
organizao curricular formao docente voltada para a ateno diversidade e que
contemple conhecimentos sobre as especificidades dos alunos com necessidades
educacionais especiais.
A Lei n 10.436/02 reconhece a Lngua Brasileira de Sinais como meio
legal de comunicao e expresso, determinando que sejam garantidas formas
institucionalizadas de apoiar seu uso e difuso, bem como a incluso da disciplina de
Libras como parte integrante do currculo nos cursos de formao de professores e de
fonoaudiloga.
A Portaria n 2.678/02 aprova diretriz e normas para o uso, o ensino, a produo
e a difuso do Sistema Braille em todas as modalidades de ensino, compreendendo o
projeto da Grafia Braile para a Lngua Portuguesa e a recomendao para o seu uso
em todo o territrio nacional.
Em 2003, o Ministrio da Educao cria o Programa Educao Inclusiva: direito
diversidade, com o objetivo de transformar os sistemas de ensino em sistemas
educacionais inclusivos, que promove um amplo processo de formao de gestores e
educadores nos municpios brasileiros para a garantia do direito de acesso de todos
escolarizao, a organizao do atendimento educacional especializado e promoo
da acessibilidade.
Em 2004, o Ministrio Pblico Federal divulga o documento O Acesso de Alunos
com Deficincia s Escolas e Classes Comuns da Rede Regular, com o objetivo de
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
arquitetnica dos prdios escolares, a implantao de salas de recursos e a formao
docente para o atendimento educacional especializado.
No documento Plano de Desenvolvimento da Educao: razes, princpios e
programas, publicado pelo Ministrio da Educao, reafirmada a viso sistmica da
educao que busca superar a oposio entre educao regular e educao especial.
Educao especial
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
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Educao inclusiva
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Extrado e adaptado de: BRASIL. Ministrio da Educao/Secretaria de Educao Especial.
Poltica Nacional de Educao Especial na Perspectiva da Educao Inclusiva. Braslia - Janeiro
de 2008. Disponvel em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf
Dicas de vdeos!
Documentrio Educao Inclusiva - 2009
Disponvel em: http://www.videolog.tv/video.php?id=502531
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
REALIZAO
ATIVIDADES
Em grupo:
Faa um paralelo entre as Leis de Diretrizes e Bases da Educao Nacional,
Lei n. 4.024/61, Lei n. 5.692/71 e Lei n 9.394/96. Descreva as caractersticas em
relao educao especial em cada uma delas.
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
2. QUEM SO AS PESSOAS COM DEFICINCIA?
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Deficincia visual: abrange desde a cegueira at a viso subnormal (ou baixa viso),
que uma diminuio significativa da capacidade de enxergar, com reduo importante
do campo visual e da sensibilidade aos contrastes e limitao de outras capacidades.
Logo que a deficincia constatada, existem tcnicas para trabalhar o resduo visual
nas atividades educacionais, na vida cotidiana e no lazer. Usando auxlios pticos
(como culos, lupas etc) as pessoas com baixa viso distinguem vultos, a claridade,
ou objetos a pouca distncia. A viso se apresenta embaada, diminuda, restrita em
seu campo visual ou prejudicada de algum modo.
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
com limitaes relativas a duas ou mais das seguintes reas de habilidades
adaptativas: comunicao, auto-cuidado, habilidades sociais, participao familiar e
comunitria, autonomia, sade e segurana, funcionalidade acadmica, de lazer e
trabalho. Manifesta-se antes dos dezoito anos de idade.
O aluno com deficincia mental tem um potencial que pode ser estimulado na
sala de aula e atravs do convvio com outros alunos. Muitas pessoas confundem a
deficincia mental com a doena mental (esquizofrenia, paranias e outras), o que
no correto. So fenmenos completamente diferentes. A pessoa com deficincia
mental no tem surtos, no tem ataques e no tem convulses.
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
REALIZAO
At os anos setenta do sculo passado, a escola seguia o modelo da Integrao,
ou seja, aceitava somente os alunos que tivessem condies de acompanhar os
mtodos de ensino e o ritmo de aprendizagem da maioria dos alunos.
Considerava-se que a deficincia era um problema que estava na pessoa e,
portanto, era a pessoa que precisava ser modificada (habilitada, reabilitada, educada)
para tornar-se apta a satisfazer os padres aceitos no meio social (famlia, escola,
emprego, ambiente). Quem no estivesse pronto para ingressar imediatamente na
escola, precisava ser preparado, por uma classe especial ou Escola Especial, at
ser considerado aceitvel.
A partir dos anos oitenta, esse modelo comeou a ser questionado. J nos anos
noventa, estava consolidado o novo conceito proposto: o da Incluso.
Por esse modelo, a deficincia no um problema da pessoa, mas, sim, o resultado
da incapacidade da sociedade em atender s necessidades dessa mesma pessoa.
Portanto, pelo modelo da incluso, a sociedade (escolas, empresas,
programas, servios, ambientes fsicos etc.) que precisa se tornar capaz de acolher
todas as pessoas.
Voc deve ter ouvido muita gente falar que a Educao Inclusiva uma iluso
e que ela nunca vai funcionar. Voc deve ter ouvido muitos professores dizendo que
uma boa classe especial ou Escola Especial melhor para as pessoas com deficincia
do que uma Escola Inclusiva ruim.
O que voc pode dizer a essas pessoas que esse um falso dilema. As
pessoas com deficincia tm direito a uma educao de qualidade e inclusiva. As
duas coisas no so e no podem ser consideradas excludentes. Esse um direito
intransfervel de todas as crianas e ningum pode negar isso a elas.
A Sociedade para Todos est em processo de construo. Hoje, vivemos um
momento de transio entre modelos e ideias, por isso ainda estamos convivendo com
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
classes especiais e Escolas Especiais. Mas, a Escola Inclusiva e o modelo da Incluso
vieram para ficar porque se baseiam em conceitos tericos e prticos desenvolvidos
pelos melhores educadores em todo o mundo e refletem o nosso momento histrico.
Esse momento de transio inevitvel porque adotar um novo modelo nunca
fcil. Um modelo de pensamento uma espcie de filtro atravs do qual o mundo
pode ser interpretado. Isto significa que, ao analisarmos um modelo, no o fazemos
apenas racionalmente mas, tambm, e sobretudo, o fazemos emocionalmente. O
modelo da Incluso exige que abandonemos preconceitos e esteretipos em relao
Educao e s pessoas com deficincia.
difcil mudar nossas opinies, ideias e valores. Temos dvidas e perguntas, e
muitas vezes no sabemos como fazer de forma diferente.
Deficincia visual
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
REALIZAO
Se a pessoa cega no estiver prestando ateno em voc, toque em seu brao para
indicar que voc est falando com ela. Avise quando for embora, para que ela no
fique falando sozinha;
Se sua ajuda for aceita, nunca puxe a pessoa cega pelo brao. Oferea seu cotovelo
ou o ombro (caso voc seja muito mais baixo do que ela). Geralmente, apenas com
um leve toque a pessoa cega poder seguir voc com segurana e conforto;
Num local estreito, como uma porta ou corredor por onde s passe uma pessoa
por vez, coloque o seu brao para trs ou oferea o ombro, para que a pessoa cega
continue a seguir voc;
Algumas pessoas, sem perceber, aumentam o tom de voz para falar com pessoas
cegas. Use tom normal de voz; No modifique a posio dos mveis sem avisar
a pessoa cega e cuide para objetos no fiquem no seu caminho. Avise se houver
objetos cortantes ou cinzeiros perto dela;
Conserve as portas fechadas ou encostadas parede;
Para indicar uma cadeira, coloque a mo da pessoa cega sobre o encosto e informe
se a cadeira tem brao ou no. Deixe que a pessoa se sente sozinha;
Seja preciso ao indicar direes. Informe as distncias em metros ou passos.
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
Se houver alunos com deficincia visual na sua sala
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
REALIZAO
O cdigo foi criado pelo francs Louis Braille (1809 - 1852), que perdeu
a viso aos 3 anos e criou o sistema aos 16. Ele teve o olho perfurado por uma
ferramenta na oficina do pai, que trabalhava com couro. Aps o incidente, o
menino teve uma infeco grave, resultando em cegueira nos dois olhos.
Ele tem as mesmas condies para aprender matemtica que uma criana
no deficiente. Porm, preciso que voc adapte as representaes grficas e os
recursos didticos que vai utilizar.
Para ensinar matemtica, o instrumento mais utilizado o baco (ou soroban)
que de origem japonesa. Seu manuseio fcil e pode ajudar tambm os alunos que
enxergam, pois ele concretiza as operaes matemticas.
Outra tcnica complementar que pode ser utilizada com bons resultados o
clculo mental, que deve ser estimulado desde o incio da aprendizagem e que ser
til, posteriormente, quando o aluno estudar lgebra.
importante ressaltar que, ao adaptar recursos didticos para facilitar o
aprendizado de alunos com deficincia, o professor acaba beneficiando todos os
alunos, pois recorre a materiais concretos, que facilitam a compreenso dos conceitos.
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
Deficincia auditiva
Quando quiser falar com uma pessoa surda, se ela no estiver prestando ateno
em voc, acene para ela ou toque levemente em seu brao;
Se ela fizer leitura labial, fale de frente para ela e no cubra sua boca com gestos
e objetos. Usar bigode tambm atrapalha;
Quando estiver conversando com uma pessoa surda, pronuncie bem as palavras,
mas no exagere. Use a sua velocidade normal, a no ser que lhe peam para
falar mais devagar;
No adianta gritar;
Se souber algumas palavras na lngua brasileira de sinais, tente us-las. De modo
geral, suas tentativas sero apreciadas e estimuladas;
Seja expressivo. As expresses faciais, os gestos e o movimento do seu corpo
sero boas indicaes do que voc quer dizer, em substituio ao tom de voz;
Mantenha sempre contato visual; se voc desviar o olhar, a pessoa surda pode
achar que a conversa terminou;
A pessoa surda que oralizada (ou seja, que aprendeu a falar) pode no ter um
vocabulrio extenso. Fale normalmente e, se perceber que ela no entendeu, use
um sinnimo (carro em vez de automvel, por exemplo);
Nem sempre a pessoa surda que fala tem boa dico. Se no compreender o
que ela est dizendo, pea que repita. Isso demonstra que voc realmente est
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REALIZAO
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
Sugestes de apoio ao aluno com deficincia auditiva:
Os alunos com deficincias auditivas devem ficar sempre na primeira fila na sala de
aulas. Dependendo da condio scio-econmica da famlia e do tipo de surdez,
o aluno pode utilizar um recurso acstico (Aparelho Auditiva e/ou Sistema de FM),
para amplificar o som da sala;
H alunos que conseguem ler os movimentos dos lbios. Assim, o professor e
os colegas devem falar o mais claramente possvel, evitando voltar-se de costas
enquanto fala. extremamente difcil para estes alunos anotarem nas aulas,
durante a exposio oral da matria, principalmente aqueles que fazem leitura
labial enquanto o professor fala;
sempre til fornecer uma cpia dos textos com antecedncia, assim como uma
lista da terminologia tcnica utilizada na disciplina, para o aluno tomar conhecimento
das palavras e do contedo da aula a ser lecionada. Pode tambm justificar-se a
utilizao de um intrprete que use a lngua brasileira de sinais;
Este estudante pode necessitar de tempo extra para responder aos testes;
Fale com naturalidade e clareza, no exagerando no tom de voz;
Evite estar em frente janela ou outras fontes de luz, pois o reflexo pode obstruir
a viso;
Quando falar, no ponha a mo na frente da boca;
Quando utilizar o quadro ou outros materiais de apoio audiovisual, primeiro exponha
os materiais e s depois explique ou vice-versa (ex.: escreva o exerccio no quadro
ou no caderno e explique depois e no simultaneamente);
Repita as questes ou comentrios durante as discusses ou conversas e indique
(por gestos) quem est a falar, para uma melhor compreenso por parte do aluno;
Escreva no quadro ou no caderno do aluno datas e informaes importantes, para
assegurar que foram entendidas;
Durante os exames, o aluno dever ocupar um lugar na fila da frente. Um pequeno
toque no ombro dele poder ser um bom sistema para chamar-lhe a ateno,
antes de fazer um esclarecimento.
Deficincia fsica
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REALIZAO
Quando estiver empurrando uma pessoa sentada numa cadeira de rodas e parar
para conversar com algum, lembre-se de virar a cadeira de frente, para que a
pessoa tambm participe da conversa;
Empurre a cadeira com cuidado para evitar acidentes e preste ateno s pessoas
que caminham frente;
Para uma pessoa sentada em cadeira de rodas, incmodo ficar olhando para
cima por muito tempo. Portanto, se a conversa for demorar mais, sente-se ou
abaixe-se para que voc e ela fiquem com os olhos no mesmo nvel;
Respeite o espao corporal. A cadeira de rodas (assim como as bengalas e muletas)
quase uma extenso do corpo. Agarrar ou apoiar-se nesses equipamentos no
como se encostar a uma cadeira comum;
Nunca movimente a cadeira de rodas sem antes pedir permisso para a pessoa
que a utiliza;
mais seguro subir rampas ou degraus de frente. Para descer, mais seguro de
costas;
Para subir um degrau, incline a cadeira para trs, levante as rodinhas da frente
para apoi-las sobre o degrau;
Para descer um degrau, mais seguro faz-lo de marcha a r, sempre apoiando a
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
cadeira, para que a descida seja sem solavancos;
Para subir ou descer mais de um degrau em sequncia, mais seguro pedir a
ajuda de outra pessoa;
Se voc estiver acompanhando uma pessoa com deficincia que anda devagar,
procure acompanhar o passo dela;
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Deficincia mltipla
Sinais de surdocegueira:
Deficincia mental
Sinais de deficincia mental:
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atravs do estudo e diagnstico familiar (dinmica de relaes, situao da pessoa
com deficincia na famlia, aspectos de aceitao ou no das dificuldades da pessoa,
etc.) analisar os aspectos scio-culturais; o mdico atravs de entrevista detalhada
e exame fsico (recorrendo a avaliaes laboratoriais ou de outras especialidades,
sempre que necessrio)
analisar os aspectos biolgicos e finalmente o psiclogo que, atravs da entrevista,
observao e aplicao de testes, provas e escalas avaliativas especficas, avaliar
os aspectos psicolgicos e nvel de deficincia mental.
Dicas de convivncia
Mitos sobre deficincia mental:
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qualquer pessoa;
D ateno a ela, converse e vai ver como pode ser agradvel;
No subestime sua inteligncia. As pessoas com deficincia mental levam mais
tempo para aprender, mas podem adquirir muitas habilidades intelectuais e sociais.
Sndrome de Asperger
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Como lidar com a Sndrome de Asperger na escola?
Sndrome de Williams
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REALIZAO
Sndrome de Down
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desempenho melhora quando as instrues so visuais. Por isso, importante
reforar comandos e solicitaes com modelos que ele possa ver, de preferncia com
ilustraes grandes e chamativas, com cores e smbolos de fcil compreenso.
A linguagem verbal, por sua vez, deve ser simples. Uma dificuldade de quem
tem a sndrome, em geral, cumprir regras. Muitas famlias no repreendem o filho
quando ele faz algo errado, como morder e pegar objetos que no lhe pertencem. No
faa isso. O ideal adotar o mesmo tratamento dispensado aos demais. Eles tm de
cumprir regras e fazer o que os outros fazem. Se no conseguem ficar o tempo todo
em sala, estabelea combinados, mas no seja permissivo.
Mantenha as atividades no nvel das capacidades da criana, com desafios
gradativos. Isso aumenta o sucesso na realizao dos trabalhos. Planeje pausas
entre as atividades. O esforo para desenvolver atividades que envolvam funes
cognitivas muito grande. s vezes, o cansao da criana faz com que as atividades
paream misses impossveis. Valorize sempre o empenho e a produo. Quando se
sente isolada do grupo e com pouca importncia no trabalho e na rotina escolares,
a criana adota atitudes reativas, como desinteresse, descumprimento de regras e
provocaes.
Sndrome de Rett
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preciso criar estratgias para que as meninas com Sndrome de Rett possam
aprender. O principal estabelecer sistemas de comunicao que ajudem a criana
- como placas com desenhos e palavras, para que ela possa indicar o que deseja.
A escola deve ser um espao acessvel, j que muitas crianas com essa
sndrome necessitam de equipamentos para caminhar. Respeite o tempo de
aprendizagem de cada criana e conte com a ajuda do Atendimento Educacional
Especializado (AEE). Faa ajustes nas atividades sempre que necessrio e procure
apresentar os contedos de maneira bem visual, para facilitar a compreenso.
O Autismo
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relacionamento com o autista - j que o mundo, para ele, parece ameaador. Insistir
neste tipo de contato ou promover mudanas bruscas na rotina dessas crianas pode
desencadear crises de agressividade.
Extrado e adaptado de: GIL, Marta(org.). Educao Inclusiva: O que o professor tem
a ver com isso? USP Universidade de So Paulo. So Paulo, 2005.
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
ATIVIDADES
Complete o quadro:
Deficincia Caractersticas
Deficincia fsica
Deficincia auditiva
Deficincia visual
Deficincia mental
Deficincia mltipla
Em grupo:
A partir do que foi lido no item 2.1 Aluno com sinais de deficincia dessa
unidade de estudo. Faa uma sntese destacando a postura do professor diante de
cada uma das deficincias apresentadas.
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tipologia de escola, todos os alunos frequentam turmas adequadas ao seu nvel etrio.
Aprender um processo dependente de uma grande variedade de estratgias
instrucionais usadas pelos docentes, a fim de facilitar a aprendizagem dos seus alunos.
Incluso uma conscincia de comunidade, uma aceitao das diferenas e uma
co-resposabilizao para obviar as necessidades de outros. O processo de incluso
refere-se a um processo educacional que visa a estender o mximo a capacidade da
criana portadora de deficincia na escola e na classe regular. Envolve fornecer o
suporte de servios da rea de Educao Especial atravs dos seus profissionais.
um processo constante que precisa ser continuamente revisto.
Percebe-se, todavia, que a partir da dcada de 90, as discusses referentes
educao das pessoas com necessidades especiais, tomam uma dimenso maior.
No Brasil, mais recentemente, podemos evidenciar a ltima LDB 9.394/96
que, em seu Captulo V, aponta que a educao dos portadores de necessidades
especiais deve acontecer, preferencialmente, na rede regular de ensino, o que
significa uma nova forma de entender a educao de integrao destas pessoas.
Entretanto primordial que todas as aes que apontem para a incluso da pessoa
com necessidades especiais sejam bem planejadas e estruturadas, para que seus
direitos sejam respeitados. preciso que procedamos a uma avaliao responsvel,
quando levantamos a bandeira da incluso de pessoas que, historicamente, foram
e ainda so excludas da sociedade. Neste sentido, fica claro a urgncia de os
educadores e pesquisadores ligados, principalmente, educao, juntarem esforos
para pesquisarem e discutirem esta temtica, em todos os nveis e modalidades de
ensino.
Entendemos Educao dentro de um amplo painel, onde pessoas, com perfil
prprio, com suas competncias e incompetncias, precisam se enfrentar, dispor-se a
conviver e a extrair desse processo o melhor resultado possvel.
Antes de falarmos sobre a deficincia do indivduo, caso queiramos realmente
trabalhar a ideia de incluso, ser preciso enfrentar as nossas prprias deficincias
enquanto sistema escolar. Para tanto, far-se- necessrio preparar essa escola para
exercer o seu verdadeiro papel: o de propagar a cidadania, o respeito mtuo, falando
de equilbrio e entendendo esse processo como uma grande cadeia com a qual todos
podem sempre ganhar, se funcionarem harmonicamente.
Aps esse primeiro passo, caber ao educador envolvido nessa empreitada
estar consciente de que ter amor, muito amor e boa vontade, apenas constituiro o
segundo passo. Para que a incluso possa realmente funcionar, preciso profundo
trabalho de aproveitamento de recursos, utilizao de conhecimento da esfera clnica
e escolar nas reas de aprendizagem e um intenso trabalho com a famlia, pois criar
no indivduo a
predisposio de partilhar fruto de um esquema de aceitao e de crdito, que
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e de participao. So necessrias mudanas de concepes e atitudes, onde haja
valorizao da diversidade com o enriquecimento do desenvolvimento pessoal e social;
mudanas das polticas e dos sistemas educacionais, porm isto implica um conjunto
de transformao da educao. Assim, requer maior flexibilidade e diversificao
da oferta educativa e um currculo amplo e flexvel, disponibilidade de recursos de
apoio; formao docente, mudanas na prtica educacional, bem como critrios e
procedimentos flexveis de avaliao e promoo etc.
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REALIZAO
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Para que alunos com necessidades educacionais especiais possam participar
integralmente de um ambiente rico de oportunidades educacionais com resultados
favorveis, alguns aspectos precisam ser considerados, destacando-se entre eles:
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da coordenao;
a organizao do espao e dos aspectos fsicos da sala de aula considera a
funcionalidade, a boa utilizao e a otimizao desses recursos;
a seleo, a adaptao e a utilizao dos recursos materiais, equipamentos e
mobilirios realizam-se de modo que favorea a aprendizagem de todos os alunos;
a organizao do tempo feita considerando os servios de apoio ao aluno e o
respeito ao ritmo prprio de aprendizagem e desempenho de cada um;
a avaliao flexvel, a fim de considerar a diversificao de critrios, de
instrumentos, procedimentos e de levar em conta diferentes situaes de ensino e
aprendizagem e condies individuais dos alunos;
as metodologias, as atividades e procedimentos de ensino so organizados
e realizados levando-se em conta o nvel de compreenso e a motivao dos
alunos; os sistemas de comunicao que os mesmos utilizam, favorecendo-lhes a
experincia, a participao e o estmulo expresso;
o planejamento organizado de modo que contenha atividades amplas com
diferentes nveis de dificuldades e de realizao;
as atividades so realizadas de vrias formas, com diferentes tipos de execuo,
envolvendo situaes individuais e grupais, cooperativamente, favorecendo aos
alunos comportamentos de ajuda mtua;
os objetivos so acrescentados, eliminados ou adaptados para que atenda s
peculiaridades individuais e grupais na sala de aula.
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sociedade em geral acreditem que a Escola Inclusiva uma realidade possvel por
que vale a pena lutar.
O desafio colocado aos educadores grande e parte significativa desses
professores continua despreparada para desenvolver estratgias de ensino
diversificadas.
Implica, inevitavelmente, mudanas nas atitudes, na prtica pedaggica dos
docentes, na organizao e gesto da sala de aula e da prpria escola como instituio.
O receio de mudanas o maior entrave encontrado pelos educadores, pois tal
como refere Bnard da Costa (2002, p. 239), a mudana em educao , de entre as
mudanas no tecido social, das mais lentas, das mais penosas e difceis.
Parece desnecessrio referenciar a importncia da formao contnua dos
docentes e do desenvolvimento profissional para a construo da Escola Inclusiva.
Teresa Rego (1995, p.3) afirma que a escola deve ser um espao para as transformaes,
as diferenas, o erro, as contradies, a colaborao mtua para a criatividade. Desta
forma, precisamos de uma escola que no tenha medo de arriscar, mas que tenha
muita coragem e ousadia de criar e questionar o que est estabelecido, em busca de
rumos inovadores, necessrios incluso.
Oesterreich, Sandra Brenner. Educao Especial na Escola Inclusiva. Cincia e
Conhecimento Revista Eletrnica Da Ulbra So Jernimo Vol. 02, 2007, Pedagogia, A.4
http://www.cienciaeconhecimento.com.br/pdf/vol002_PeA4.pdf
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ATIVIDADES
Em grupo:
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Segundo Pinto (2002, p.20), existem alguns pontos que se referem mudana
na histria da educao para a formao de professores em servio. Porm, essas
mudanas tm se situado mais no campo da terminologia, sendo que somente poucas
so realmente efetivadas e nem sempre se mostram preocupadas com as mudanas
conceituais. Algumas propostas hoje de carter centralizador contm o rtulo de
formao continuada.
Assim, mediante a realidade, a formao do profissional de educao, tanto
inicial quanto continuada, no tem se mostrado como um modelo que venha garantir
as reais necessidades da escola, uma vez que se espera que nesse modelo contenha
um currculo capaz de dar conta da formao profissional da educao. E nem sequer
preocupao acerca de estudos com
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
relao prtica pedaggica ou alguns direcionamentos para que este profissional
torne- se crtico e consciente com relao a sua ao.
Pensando neste sentido, eles pouco tem contribudo para formar um excelente
profissional, que segundo Perrenoud (1993, p.137), aquele que, diante de problemas
complexos, utiliza-se de um repertrio variado para construir solues para o problema
em questo. preciso lembrar que o perfil apresentado em questo cabe, no
exclusivamente, mas tambm ao professor.
Quando nos referimos formao de professor, indispensvel que a questo
de sua identidade esteja presente, uma vez que ela vai se formando a partir das
necessidades educacionais apresentadas em cada momento de sua histria e nos
contextos sociais pelos quais ele passar.
As propostas atuais de formao de professores no Brasil tem se apoiado na
rea de formao continuada, por ser esta uma opo de estudos
e/ou investigao de implementao de propostas que buscam causar impacto, no
processo educacional. Em contrapartida, esta opo acaba favorecendo na melhoria
da prtica educacional em sala de aula, que passa a
ser objeto de interesse das transformaes de polticas pblicas em educao.
Apesar de termos conhecimento sobre o inciso III do Art. 208 da Constituio
Brasileira, que nos remete ao atendimento educacional especializado, e na sua Poltica
Nacional de Educao Especial (MEC/SEEP, 1994), no basta que uma proposta se
torne lei, para que ela seja aplicada.
Existem muitos obstculos que impedem que a poltica de incluso acontea
plenamente em nosso cotidiano. Entre estas, a principal, sem dvida, o despreparo
dos professores do ensino regular para receber em suas salas de aulas, geralmente
repletas de alunos com os mais variados problemas sociais, disciplinares e
aprendizagens.
Bueno (1999) nos fala que para que o ensino seja de qualidade para os
portadores de necessidades educativas especiais, na perspectiva de uma educao
inclusiva, envolvem muitos aspectos, entre eles os dois tipos de docentes: professores
generalistas do ensino regular, com o mnimo de conhecimento e prtica sobre os
mais variados alunos, e professores especialistas nas diferentes necessidades
educativas especiais, seja ele pra trabalhar direto com os alunos ou dar apoio ao
trabalhado realizado por professores de classes regulares que integrem esses alunos.
A formao clssica do professor, ao privilegiar uma concepo esttica do
processo de ensino e aprendizagem, trouxe como enfoque a existncia de uma
metodologia de ensino universal, que seria comum a todos. Assim, por muito tempo
acreditou-se que havia um processo de ensino-aprendizagem normal e saudvel
para todos os sujeitos, e aqueles que apresentassem algum tipo de dificuldade,
distrbio ou deficincia eram considerados anormais
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entrar em contato com o mundo, respeitando sempre suas possibilidades e limites. Para
Sassaki (1997, p.41), incluso um processo pelo qual a sociedade se adapta para
poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais
e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papis na sociedade. O
ensino, revendo esta frase, deve se adaptar s necessidades dos alunos, ao invs
de ser ao contrrio, ou seja, o aluno adaptar-se aos paradigmas preconcebidos a
respeito do ritmo e da natureza e dos processos de aprendizagens.
Como j dissemos, o ensino regular tem excludo, sistematicamente, larga
escalada da populao escolar sob a justificativa de que esse alunado no rene
condies para usufruir o processo de escolarizao por apresentarem problemas
de diversas ordens, ou como podemos nos orientar pelas palavras de Coll, Palcios
& Marchesi (1995, p.11), por apresentarem algum tipo de aprendizagem ao longo
de sua escolarizao, que exige uma ateno mais especfica e maiores recursos
educacionais do que os necessrios para os colegas de sua idade.
Fonseca (1995, p.25) acredita que preciso preparar todos os professores,
com urgncia, para se obter sucesso na incluso, atravs de um processo de
insero progressiva. Porm os professores s podero adotar esta postura se forem
adequadamente equipados, se sua formao for melhorada, se lhes forem dados
meios de avaliar seus alunos e elaborar objetivos pedaggicos, e podendo contar com
uma orientao eficiente nesta mudana de postura para buscar novas aquisies e
competncias.
Olhando para os cursos que formam professores que iro atuar com a educao
infantil e com as sries iniciais, no h muita preocupao com relao construo
do conhecimento com relao educao e ensino. Falta o costume de se pesquisar
sobre o trabalho escolar.
Esses cursos em sua maioria priorizam a viso sobre o ensino regular, voltado
para as crianas ditas normais, deixando de lado outros tipos de educao, tais como:
educao de jovens e adultos, educao de portadores de necessidades especiais
e educao indgena to importante quanto a mencionada acima. Os docentes que
esto sendo formados no esto sendo preparados pra lidar com as diferenas sejam
elas culturais ou ticas, situao essa que tem preocupado algumas entidades, ONGs
e familiares.
A fragmentao est presente com relao articulao entre as disciplinas
contempladas no currculo tradicional. Esta fragmentao acompanha os cursos de
formao no que diz respeito formao geral e especfica, teoria e prtica e
formao permanente do professor, durante sua vida profissional.
A postura no qual deve se enquadrar o professor que ir atuar tanto em classe
comum quanto com alunos com deficincia dever ser alicerado em princpios que
lhes permitam exercer o magistrio de forma crtica e criativa, tendo o compromisso
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REALIZAO
tanto com toda sociedade, como com as crianas que iro ensinar.
Um dos fatores de atraso na qualificao relacionados formao de
professores de portadores de necessidades especiais estaria relacionado a ausncia
de conhecimento na rea de experimentao e pesquisas.
Em geral, os profissionais tm esperana que os professores de educao
especial primeiro se familiarizem tanto teoricamente quanto em termos de experincia
com a criana e o jovem fsica e intelectualmente normal. difcil, seno impossvel,
compreender a criana excepcional, sem ter uma boa perspectiva da criana normal.
Os graus de conhecimento que dever se exigir do professor variam de acordo
com o tipo de pblico que ele ir trabalhar. Alm disso, alguns especialistas recomendam
que estes profissionais especializados no entendam s da rea que iro atuar, mas
saibam pelo menos um pouco das demais reas tambm. Exemplo: para o professor
especialista em cegos, interessante que ele saiba tambm de deficincia auditiva,
deficincia mental, e assim sucessivamente.
O docente que procura este tipo de rea deve estar muito convicto do que ir
fazer e consequentemente motivado, o que ir ajud-lo muito. O estudo
de Jerome Rothstein (1960, apud, Capellini, 2001) nos fala: pode parecer cruel, mas a
verdade que um professor incompetente ou mal preparado para a tarefa, acarretar
criana retardada mental maior mal que a
ausncia de recursos de educao especial. Ainda defende a necessidade de
formao de professores para alunos com necessidades educativas especiais e aps
alguns estudos realizados, concretizou que:
A no ser que seja localizado em uma regio onde existam classes especiais em
nmero suficiente para oferecer oportunidades de observao, facilidades clnicas e
outros recursos, os estudantes no tero as experincias necessrias ao seu preparo
para um bom trabalho prtico.
Aps conhecermos as principais dificuldades levantadas pelo autor em questo,
o mesmo nos diz que algumas solues dependem de tais fatores:
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EDUCAO ESPECIAL E INCLUSIVA
Os professores especializados em necessidades educativas especiais devem
receber preparo e formao bsica em quatro anos, afim que sejam autorizados a
trabalhar numa sala de aula.
Em quatro anos, os professores no so totalmente preparados. Somente a
preparao bsica pode ser obtida em to pouco tempo. A eficcia dos programas
para os deficientes mentais educveis pode estar mais relacionada s caractersticas
pessoais, flexibilidade e criatividade do professor do que a um mtodo especfico de
ensino.
Existem trs elementos fundamentais para o professor de crianas que possuem
necessidades especiais: iniciativa, engenho e imaginao. Podemos definir:
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REALIZAO
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A) Somente as afirmativas II, III e IV esto corretas.
B) Somente as afirmativas I e III esto corretas.
C) Somente as afirmativas I, IV e V esto corretas.
D) Nenhuma das afirmativas est correta.
E) Todas as afirmativas esto corretas.
Em grupo:
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REFERNCIAS
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Plano Nacional de Educao e d outras providncias.
MORIN, Edgar. A cabea bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 8.ed.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
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WERNECK, Claudia. Ningum mais vai ser bonzinho, na sociedade inclusiva. Rio de
Janeiro: WVA, 1997.
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