TCC Sindrome Do Panico
TCC Sindrome Do Panico
TCC Sindrome Do Panico
pt
ISSN 1646-6977
Documento produzido em 29/11/2015
2015
E-mail de contato:
thaisbaerepsi@gmail.com
RESUMO
INTRODUO
pensamento, focar nele e avali-lo, como possvel identificar e refletir sobre uma sensao como
a dor" (Knapp e Beck, 2008).
Fundamentada nos modelos descritos por Barlow (1988) e Clark (1986, 1997) de que a
resposta do indivduo que sofre de TP o medo na presena de sensaes corporais, os tratamentos
com base na terapia cognitivo-comportamental (TCC) tem mostrado eficcia e evidncias de bons
resultados.
DESENVOLVIMENTO TERICO
A TCC tem como premissa bsica o descondicionamento das sensaes corporais e do medo,
utilizando os princpios de aprendizagem para enfraquecer comportamentos desadaptados (Y.
Yano et al, 2003).
Conforme Manfro, Heldt e Cordioli descrevem em seus estudos, a TCC empregada para
corrigir a hipervigilncia, as interpretaes e as crenas distorcidas e, sobretudo, a agorafobia, que
ocorre na maior parte dos portadores de TP e uma das complicaes comumente responsvel pela
incapacitao do indivduo.
As crenas so precoces, enraizadas e absolutistas em relao a si, aos outros e ao mundo.
Modelam o estilo de pensamento do indivduo a partir de experincias derivadas do mundo interno
e externo.
Antes de dar incio ao tratamento, seja farmacolgico ou psicoterpico, deve ser realizado
o diagnstico de TP e se h presena de comorbidades. Barlow e colaboradores acreditam que o
diagnstico pode ser de difcil deteco, pois pessoas com outros transtornos como fobias
especficas, fobia social, transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno obsessivo-
compulsivo (TOC) e transtorno de estresse ps-traumtico (TEPT) podem informar sofrer ataques
de pnico.
Bandura (1977), Rice e Blanchard (1982) acreditavam que o relaxamento produzia uma
sensao de controle ou domnio, por isso o medo e a ansiedade eram reduzidos.
Essa tcnica pode funcionar como uma preparao para exposio in vivo, outra tcnica
comportamental que considerada a mais eficaz para superar a evitao causada pela agorafobia.
Para a realizao da tcnica de exposio in vivo, o paciente deve elaborar uma lista citando
os lugares e situaes que evita por sentir medo, classificando o grau de ansiedade (sentimento) e
os pensamentos automticos que passam no momento da sensao de medo.
Essa tcnica utilizada com mais frequncia de maneira gradual, avanando das situaes
que menos provocam ansiedade s que mais provocam (Barlow, 2009). importante que o paciente
tenha papel ativo na escolha das exposies e as encare acreditando ser capaz de atingir os objetivos
pr determinados.
importante que a exposio seja delongada e ocorra diversas vezes, at que o paciente se
habitue com aquele ambiente ou situao e sua ansiedade desvanea por completo.
De acordo com Barlow, um elemento fundamental para a realizao dessa tcnica a retirada
de sinais e comportamentos de segurana, pois esses comportamentos auxiliam o indivduo a
buscar garantias ou encontrar sadas. Embora suavizem o desconforto no curto prazo, os sinais de
segurana sustentam a ansiedade a longo prazo (Siddle e Bond, 1998 apud Barlow, 2009).
Alm das tcnicas comportamentais mencionadas para o tratamento de TP, tambm so
empregadas tcnicas cognitivas com o objetivo de corrigir os pensamentos automticos
disfuncionais e crenas distorcidas.
No TP, a tcnica da seta descendente eficaz para a correo dos pensamentos e crenas
relacionadas aos sintomas fsicos. capaz de corrigir o pensamento catastrfico do paciente e os
clculos errados de probabilidades. A prtica dessa tcnica consiste no questionamento contnuo
sobre o real significado de um pensamento at alcanar seu significado mais central.
Por fim, aps aprender e usufruir de todas as tcnicas que a TCC proporciona para o paciente
que sofre de TP, ele pode corrigir distores utilizando probabilidades e descatastrofizar,
imaginando a pior situao possvel e reavali-la. Como exemplo possvel citar o medo mais
comum de pessoas que sofrem com TP, o medo de morrer. Uma forma de corrigir essa distoro
pensando nas possibilidades de morte. Quantas vezes o indivduo j teve essa sensao? Em
alguma vez ele morreu? Quais so as reais chances de morte? Essas perguntas fazem o paciente
refletir e mudar o rumo do pensamento.
H uma estratgia eficiente tanto para TP quanto para ansiedade desenvolvida por Bernard
Rang (1995) nomeada A.C.A.L.M.E.-S.E. Cada letra da palavra explicita um passo para que o
indivduo consiga lidar com situaes temveis. Deve ser lida em voz alta e o paciente sempre ter
uma cpia para ler caso sinta necessidade.
CONSIDERAES FINAIS
Segundo Rang e Reis de Sousa (2008), foi feito um estudo por DeRubeis e Crits-Cristoph
(1998) que debatia a eficcia dos tratamentos psicolgicos a partir de pesquisas que legitimassem
empiricamente os resultados. Esse estudo mostrou que a TCC alcana bons resultados para o
tratamento de TP com ou sem agorafobia.
H evidncias de eficcia para o tratamento de TP tanto pela TCC quanto pelo mtodo
medicamentoso, mas de acordo com estudos realizados por Whittal e colaboradores (2001), a TCC
mostra mais eficcia a longo prazo quando ocorre suspenso da medicao.
Esse tratamento pressupe a correo dos pensamentos catastrficos que pioram os sintomas
de ansiedade e medo, a ansiedade antecipatria e predispem a evitaes. Por meio de estratgias
para aliviar a ansiedade (respirao diafragmtica e relaxamento muscular), mudanas cognitivas
e exposies interoceptivas, os pacientes tm mais capacidade de serem expostos a situaes
evitadas e, portanto, melhorar sua qualidade de vida, superar a agorafobia e a dependncia dos
parentes, que so responsveis por grandes prejuzos nas atividades cotidianas e que
frequentemente alcanam nveis de incapacitao. (MANFRO, HELDT, CORDIOLI, OTTO,
2008).
Vale ressaltar que cada pessoa possui sua especificidade. Deve-se fazer uma boa anamnese
para analisar qual tcnica ser mais eficiente para a individualidade e o tipo de demanda de cada
paciente que busca o tratamento.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
3. Barlow DH. Manual clnico de transtornos psicolgicos. 4 ed. Porto Alegre: Artmed;
2009. p. 13-75.
8. Montiel JM, Bartholomeu D, Capito CG, Santos GC. Pensamentos negativos automticos
em pacientes com transtorno do pnico. Liberabit: Lima (Peru); 2014. p. 239-49.
11. Yano Y, Meyer S, Tung T. Modelos de tratamento para o transtorno do pnico. Rev.
Estudos de Psicologia, PUC-Campinas, v. 20, n. 3; 2003. p. 125-34.