Manual de Panificação - Senai
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Manual de Panificação - Senai
Introduo
Enumeramos aqui os ingredientes que entram na fabricao do po, bem como a funo
de cada um.
Processos de panificao: Esta ltima parte mostra como po feito e como o produto
final avaliado.
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Forno
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Sistema de operao: pode ser esttico e contnuo; esttico quando o lastro fixo; e
contnuo quando o lastro uma esteira mvel; Construo: os fornos podem ser de
alvenaria ou de metal;
Masseira
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Esta masseira deve ter um painel de controle, com temporizadores para cada velocidade.
Vale lembrar, por fim, que o tempo de mistura varia de 10 a 15min.
Masseira rpida A masseira rpida tambm, dispensa o cilindro e possui apenas uma
velocidade ao redor de 380rpm. Esta masseira requer o uso de gua gelada, pois o atrito
aumenta a temperatura da massa. O tempo de mistura, nesse tipo de masseira mnimo.
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Divisora
Esta mquina conhecida tambm por cortadora de massa. Serve para dividir a massa
em pedaos de mesmo peso, sendo por isso extremamente til na produo em escala
industrial.
Divisora eltrica A divisora eltrica possui um prato colocado sobre um mbolo; neste
mbolo h navalhas que, ao serem movimentadas pelo motor, sobem e cortam a massa
em pedaos iguais.
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Modeladora
A modeladora usada logo aps a divisora. Serve para modelar os pedaos de massa
que saem da divisora, dando-lhes a forma de po.
A modeladora funciona da seguinte maneira: a massa colocada entre os rolos e
comprimida. Depois, enrolada (moldada) por um sistema de lonas que giram no
mesmo sentido.
Cmara de fermentao
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Em dias frios, por exemplo, as massas precisam de mais fermento e levam mais tempo
para fermentar do que em dias quentes. Com a cmara, a panificadora pode ter uma
fermentao constante com qualquer tipo de clima.
As principais vantagens que este equipamento oferece so: Fermentao mais rpida e
segura;
Padronizao do produto;
Utiliza-se a batedeira para preparar massas e cremes de confeiteira. Possui trs tipos de
velocidade: 60, 90 e 120rpm.
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Cilindro
uma mquina constituda de dois rolos que giram em sentido oposto. A distncia entre
um e outro pode ser regulada para permitir maior ou menor espao na passagem da
massa.
Observao O cilindro uma mquina perigosa que deve ser manuseada com muito
cuidado.
Fatiadora
Observao A fatiadora deve ser conservada sempre limpa e protegida contra poeira e
resduos, que so agentes provocadores de ferrugem e contaminaes. necessrio
tambm que suas lminas estejam sempre afiadas para facilitar a operao. Os pes no
devem ser cortados quentes, o que prejudica a tmpera do ao das lminas.
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Dosagem de ingredientes
Para obter pes de boa qualidade, necessrio pesar os ingredientes secos e medir os
lquidos que faro parte da massa.
Para registrar o peso correto, a balana mecnica precisa estar rigorosamente nivelada.
Desse modo, para pesar 500g de farinha de uma bacia de plstico, primeiramente
precisamos conhecer o peso da bacia. Supondo, por exemplo, que esta pese 200g, o
peso total da balana ser de 700g. Descontando a tara, ou seja, os 200g da bacia,
teremos o peso da farinha: 500g.
A conservao das balanas exige cuidados especiais: devem ser mantidas sempre no
mesmo lugar; a limpeza deve ser feita diariamente com pano umedecido em lcool.
Para medir lquidos, deve-se proceder da seguinte maneira: localizar a medida que se
quer atingir na proveta; em seguida, despejar o lquido at a medida e verificar, com a
proveta sobre a mesa, se o lquido coincide com o trao indicador do volume
pretendido.
Padeiro - Noes Tcnicas de panificao
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Cereais
Dentre os cereais, o nico que fornece farinha apropriada para a panificao o trigo.
Os outros podem entrar na composio da farinha, mas no devem ser usados sozinhos,
pois o po feito de apenas um tipo de cereal no considerado de boa qualidade.
Farinha de trigo
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Em seguida, lavado com gua e colocado para descansar durante 12 horas. Este
descanso torna o endosperma solvel, de modo a facilitar a sua extrao.
Tipo de farinha A farinha de trigo dividida em trs tipos: farinha especial, farinha
comum e farinha integral.
A farinha fraca, por sua vez, possui protenas de qualidade inferior e em quantidade
menos acentuada que a farinha forte. Produz massas pegajosas, sujeitas a abaixar fora
ou dentro do forno.
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O glten uma substncia fibrosa, elstica, formada por protenas existentes na farinha.
Retm grande parte da gua que permanece no po, mesmo depois de assado. Ele se
forma quando a farinha misturada com gua. Nesse momento, as protenas se
entrelaam e formam uma rede ou malha fibrosa. Dessa rede de fibras resulta uma
estrutura que representa para o po o que uma estrutura de ferro representaria para um
edifcio.
Amido
Amido um produto extrado das partes areas comestveis dos cereais. composto por
unidades de acares (glicose), ligadas entre si de modo a formar cadeias.
Pode ser extrado de vrios vegetais. Quando tirado da parte subterrnea dos
tubrculos e razes, leva o nome de fcula. Um exemplo de fcula o polvilho da
mandioca.
gua
Em se tratando de panificao, podemos dizer que a gua to importante quanto a
farinha, porque faz com que os ingredientes se distribuam de maneira uniforme na
massa.
A gua pode se apresentar nos seguintes estados fsicos: Slido: abaixo de 0C (gelo);
Lquido: de 0 a 100C;
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Permite a ao do fermento;
gua clorada: contm grande quantidade de cloro. O excesso de cloro poder influir
na fermentao e no sabor do po. Nesse caso, devemos aumentar a quantidade de
fermento.
gua destilada: no contm sais minerais, como o caso da gua da chuva. Esse tipo
de gua no serve para panificao.
Fermento
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O gs que o fermento produz formado por uma parte de carbono e duas partes de
oxignio. Esse gs chama-se dixido de carbono (CO2). responsvel pelo crescimento
e pela transformao ou amadurecimento da massa.
Assim o fermento fresco, cuja umidade de 70%, deve ser mantido no refrigerador,
numa temperatura de 2 a 50C, para que se conserve inalterado durante
aproximadamente 6 semanas.
Observao importante notar, porm, que o fermento fresco no deve ser congelado,
pois a temperatura abaixo de zero destri os organismos que o compem. Do mesmo
modo, a temperatura alta, acima de 60C, tambm lhe prejudicial.
Temperatura Durabilidade
2 a 5C 10C 27C
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O fermento seco mais fraco do que o fermento fresco porque, durante o processo de
secagem, parte dos microrganismos acaba morrendo. Portanto, este tipo de fermento
deve ser utilizado em quantidades indicadas na embalagem.
Para um melhor resultado, antes de ser empregado, o fermento seco deve ser diludo em
gua temperatura de 40C.
Este tipo de fermento no precisa ser diludo em gua, podendo ser adicionado massa
na forma original de pequenos gros.
O fermento instantneo deve ser usado em quantidades menores que o fermento fresco.
Na verdade, usa-se 1/4 da quantidade do fermento fresco. Assim, para uma receita que
pede 100g de fermento fresco, devemos usar 25g de fermento instantneo. Quando se
usa o fermento instantneo, necessrio acrescentar uma quantidade de gua igual do
fermento. Desse modo, para 100g de fermento instantneo, faz-se necessria uma
quantidade de 100ml de gua.
Fermentao
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Esta primeira fermentao conhecida como fermentao bsica; nessa etapa que
acontecem a oxidao da massa e a maturao do glten.
A temperatura da massa pode variar de 27C a 30C; aps misturada, coloca-se a massa
sobre a mesa para passar pelas outras operaes.
Mtodo indireto - esponja Este mtodo permite que a massa desenvolva o ciclo total
de fermentao.
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Descanso da massa
O tempo de descanso permite, por um lado, que a massa cresa e, por outro, que o
glten se torne mais consistente.
J que o gs retirado, o fermento faz a massa crescer com mais fora. Como o glten j
est fortalecido, o po ter maior volume.
Melhorador
Funes Age como fortalecedor do glten e faz com que este retenha o gs produzido
pelo fermento. Controla o tempo de fermentao.
Uso do sal O sal deve ser bem dosado na massa, pois tanto o excesso quanto a falta
pode prejudicar a panificao.
Po pesado e duro.
Tipos de gua
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Observaes O sal inibe a ao do fermento; portanto, esses dois ingredientes nunca
devem ser colocados ao mesmo tempo na massa. Como regra geral, a quantidade de
sal de 2%.
A falta ou excesso de sal na massa altera o sabor do po. Para corrigir esta falha,
devemos refazer a massa de acordo com o balanceamento da receita.
Acar
Uso O acar deve ser usado em propores adequadas ao peso total da farinha, como
procuramos mostrar no quadro a seguir.
O a 4% 5 a 15% 15 a 25%
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Gordura
A gordura uma substncia graxa que pode ser tanto de origem animal como de origem
vegetal. No primeiro caso, temos a banha de porco, a manteiga, etc; no segundo, azeites,
leos, gorduras hidrogenadas, gorduras emulsificadas. Temos tambm a chamada
gordura composta que pode conter at 80% de gordura vegetal e 20% de gordura
animal, como o caso da margarina.
A gordura pode ou no entrar na formao do po; porm, quando usada, oferece
algumas vantagens, como: Maior estabilidade;
Mais volume;
Melhor conservao;
Melhor textura;
A gordura adicionada massa serve para tornar o po macio tambm para mant-lo
fresco por mais tempo. Isto acontece porque a gordura preenche os poros da massa e
forma uma camada protetora que retm a umidade. Alm disso, por ser rica em calorias,
a gordura torna o po mais nutritivo.
Conservao Quanto conservao das gorduras, devemos levar em conta o que segue:
Armazen-las em ambientes limpos;
Evitar que as gorduras com mais tempo de armazenagem, procurando assim renovar o
estoque.
Como usar Seja qual for o processo de elaborao da massa, aconselha-se colocar a
gordura depois de ocorrer a hidratao total dos amidos e das protenas da farinha; vale
dizer, depois que a massa pega liga.
Tipos de produto;
Pes do tipo francs Pes de massa semi doce Pes doces especiais Massas folhadas
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Leite
Evaporado;
Em p.
Observao Em todas estas formas ele pode ser encontrado: integral ou desnatado.
O leite lquido, quando empregado, precisa ser fervido e estar frio. Se no for fervido e
j estiver ligeiramente cido, a fermentao da massa ser prejudicada e o po
produzido ter pouco volume e ficar avermelhado.
Quantidades Lquido: - pode ser usado at a total absoro da farinha, substituindo os
ingredientes lquidos. Evaporado: - em mdia 5%
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Ovos
O ovo um alimento de grande valor nutritivo, pois em sua composio h uma grande
variedade de nutrientes, como protenas, vitaminas e gorduras.
Lquidos resfriados;
Congelados;
Em p.
Mofo
Mofo so fungos que formam pequenas manchas coloridas, visveis a olho nu na casca e
tambm no interior do po.
Com o tempo o saco se rompe e os esporos ficam dispersos pelo ar. Quando encontram
local apropriado ali se fixam e se reproduzem.
Alta umidade;
Pouca luminosidade;
Ausncia de ventilao;
Providncias Para acabar de vez com o mofo, devemos tomar as seguintes precaues:
Manter a padaria sempre limpa, lavando o equipamento com a soluo: -hipocloreto de
sdio - 1 parte
Usar antimofo;
Embalar o po frio.
Essa soluo dever ser feita e usada rapidamente, para no perder sua ao. Devese
enxaguar o equipamento aps essa lavagem para no danific-lo.
Rope
O rope uma infeco causada por uma bactria chamada bacilo mesentrico que ataca
as protenas do po. chamado tambm de fermentao viscosa das massas.
Essa contaminao tem sua origem na lavoura do trigo e dali chega at o po atravs da
farinha. Ainda no h como preveni-la. A maior parte dessas bactrias destruda pelo
calor do forno; os esporos, contudo, que so mais resistentes, podem desenvolver-se no
po, mesmo depois de assado.
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O po atacado pelo rope traz o miolo escurecido, mole e viscoso, com cheiro
desagradvel.
Observao Continuar tomando essas providncias por mais algumas semanas, mesmo
que o po se apresente normal.
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Processos de panificao
Balanceamento
Ao formular uma receita, trs fatores devem ser considerados: A funo que cada
ingrediente exerce na massa e no produto final, bem como as porcentagens mximas e
mnimas tolerveis; As caractersticas internas e externas desejadas para o produto
final;
Solucionar imprevistos.
Po para cachorro-quente
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Clculo da porcentagem
Para calcular a quantidade dos ingredientes, basta multiplicar o peso da farinha pela
porcentagem do ingrediente e dividir por 100.
Exemplo Quanto devemos pesar de fermento, sendo 4% de fermento para cada 5.000g
de farinha? 5.0 x 4% =5.0 x 4 20.0
Clculo de rendimento
Para calcular o rendimento ou o nmero de pes que sero produzidos com uma receita,
basta dividir o peso total da massa pelo peso de cada po ainda cru.
Se o peso do po cru for igual a 65g, para saber o nmero de pes, basta dividir o peso
total (8.450g) pelo peso do po cru (65g):
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Observao Ao ser assado, o po perde peso devido evaporao de gua e gases. Essa
perda varia conforme o tipo de massa e o peso do po, mas pode-se dizer que fica em
torno de 20%.
Para fazer uma encomenda de pes, preciso definir a quantidade de farinha que ser
utilizada. Para tanto, necessrio saber a quantidade de pes a ser produzida e
multiplicar este nmero pelo peso do po cru.
Exemplo Quantidade de pes a produzir = 300 pes. Peso cru = 60 gramas Massa
necessria = 300 x 60 = 18.000g
Farinha 100% Sal 2% Acar 8% gua 4% Melhorador 60% Fermento 5% Total: 180%
X = 180
X = 10.0
Corte do po
Faz-se o corte momentos antes de enfornar e assar o po. Esta operao exige grande
delicadeza e preciso do padeiro, e deve ser feita com rapidez.
As pestanas influenciam o desenvolvimento da massa, pois cada inciso cria uma rea
menor resistncia e normaliza a ao do gs, de modo a aumentar o crescimento da
massa. Alm disso, melhoram e embelezam o aspecto exterior do po.
Os cortes precisam ser feitos quase horizontalmente e devem sobrepor-se e cobrir bem
todo o comprimento das peas. Observe a figura a seguir.
A ferramenta empregada para fazer o corte a lmina de barbear, que sempre deve estar
afiada. Por esse motivo, deve-se manuse-la com cuidado a fim de evitar acidentes.
Para fazer um corte correto, algumas regras precisam ser observadas: Golpe da lmina
deve atingir a poro de massa em toda a sua extenso;
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Acompanhamento do processo
Avaliao do produto
A avaliao final do produto deve ser feita com critrios que ajudem a determinar as
falhas ocorridas durante o processo. Esses critrios so os seguintes: modelagem,
volume, colorao, pestana, casca, lastro, textura, aroma e sabor.
Na modelagem de po redondo, o fecho deve ficar voltado para baixo, isto , em contato
com o tabuleiro ou assadeira.
Volume o tamanho do po assado. Seja qual for a forma do po, este deve estar
crescido e uniforme. Por exemplo, se estiver achatado, com aspecto pesado, sinal de
que houve problemas durante o processo.
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Pestana a casca que se desprende do po aps o corte. Esta pestana deve estar bem
aberta, e a profundidade do corte deve ser pequena.
Casca a parte externa lateral e superior do po. A casca varia de acordo com a
quantidade de acar existente. caracterstica do po com pouco acar a casca
rendilhada, fina, brilhante e crocante. J o po com bastante acar ter a casca macia,
como o caso do po de cachorro-quente.
Lastro a parte externa inferior do po. Deve ser dura e no pode estar queimada.