Apostila Fisica Experimental

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Universidade do Vale do Paraba

Metodologia Cientfica:
Fsica Experimental

So Jos dos Campos


2012

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NDICE

Tpico 1 Coerncia de Dimenses e Unidades


Coerncia Dimensional
Coerncia de Unidades
Tpico 2 Converso de Unidades e Notao Cientfica
Fatores de Converso de Comprimento
Fatores de Converso de Tempo
Fatores de Converso de Unidades Derivadas
Fatores de Converso de Temperatura
Notao Cientfica
Algarismos Significativos
Critrios de Arredondamento
Operaes com Algarismos Significativos
Tpico 3 Estudo de Erros em Medidas
Erros de uma Medida
Propagao de Incertezas
Erro Propagado nas Operaes Bsicas
Tpico 4 Como Elaborar um Relatrio e Apresentar os Resultados
Experimentais
Confeco de um Relatrio
Apresentao dos Resultados Experimentais
Tpico 5 Paqumetro e Micrmetro: Propagao de Incertezas -
Determinao Experimental do Volume de um Objeto
O Paqumetro (Definio, Uso e Leitura)
O Micrmetro (Definio, Uso e Leitura)
Prtica
Tpico 6 Medida do Tempo de Reao Humano (Queda Livre)
Teoria - Queda Livre
Prtica
Tpico 7 Noes de Cinemtica e Dinmica
Prtica e/ou Demonstraes
Tpico 8 Pndulo Simples
Teoria - Pndulo Simples
Prtica
Tpico 9 Sistema Massa-Mola (Papel Milimetrado)
Teoria - Sistema Massa-Mola na vertical
Prtica
Tpico 10 Empuxo
Teoria - Empuxo
Prtica
Tpico 11 O Mtodo dos Mnimos Quadrados e Linearizao de Funes
Teoria e Exerccios
Prtica

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Tpico 1. Coerncia Dimensional e de Unidades
de extrema importncia em engenharia e cincias fsicas que saibamos
obedecer a coerncia de unidades e dimenses de uma equao qualquer. Uma equao
deve sempre possuir coerncia dimensional. Voc no pode somar automvel com
maa, por exemplo; dois termos s podem ser somados caso eles possuam a mesma
unidade. Por isso, faz-se necessrio o aprendizado destes conceitos.

1.1. Coerncia Dimensional

Comeando com a equao do movimento retilneo uniforme:

x = x0+v.t (1)

onde x representa a posio de qualquer objeto no eixo x, x0 representa a posio inicial,


v a velocidade do mvel e t o tempo.
No lado esquerdo da equao 1 temos somente o termo referente a posio do
mvel, ou seja, um comprimento qualquer que pode estar em metros, quilmetros, etc.
Agora, no lado direito da equao temos a soma de dois termos, x0 e v.t. Para que ocorra
a soma de ambos os termos, h a necessidade de que ambos possuam a mesma
dimenso, ou seja, comprimento, caso contrrio, a equao acima estaria errada.
Portanto, somente possvel somar grandezas fsicas que tenham as mesmas dimenses.

Uma equao fsica no pode ser verdadeira se no for


dimensionalmente homognea!

Traduzindo a frase acima, notamos que as dimenses de um membro da equao


devem ser iguais s dimenses do outro membro. Seria completamente errada a
expresso:
80 quilogramas = 30 metros + x metros

Para facilitar a anlise das dimenses presentes em uma equao, adotaremos os


seguintes smbolos:

Comprimento [L]
Massa [M]
Tempo [T]

Aplicando a frmula dimensional na equao (1) teremos:

x posio = [ L ]
t tempo = [ T ]
v

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Note que finalmente a equao (1) uma equao que possui uma coerncia de
unidades.

Na mecnica, adotam-se a massa (M), o comprimento (L) e o tempo (T) como


grandezas fundamentais.

Grandeza fsica: tudo aquilo que pode ser medido.


So exemplos de grandezas fsicas: comprimento, massa, temperatura,
velocidade, acelerao, etc.

Esta anlise dimensional nos permite obter a dimenso de certas constantes em


equaes, como por exemplo, a seguinte equao da lei de Hooke:

F = k . x (2)

onde, no lado esquerdo da equao temos a fora F, enquanto que no lado direito temos
uma constante k (constante elstica da mola), que queremos determinar sua dimenso,
multiplicada pela posio x (elongamento da mola). Ento, realizando a anlise
dimensional:

1.

2. , logo

3.

Aplicando na equao (2) os resultados acima, teremos:

Note que a constante k tem que ter dimenso de massa ([M]) por tempo ao
quadrado, ou seja, g/ s2 ou kg/s2 .

Vejamos a seguir alguns exemplos de anlise dimensional:

1. Velocidade:
se
e

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2. Acelerao:

3. Fora: F = m.a

4. Trabalho:

5. Potncia:

6. Quantidade de Movimento:

EXERCCIOS PROPOSTOS:
1) Faa a anlise dimensional das equaes abaixo e verifique quais esto
dimensionalmente incorretas, onde:

v0 a velocidade inicial do objeto;


a a acelerao do corpo;
x0 a posio inicial do objeto;
x = xx0 o deslocamento;
g a acelerao da gravidade;
r o raio de uma circunferncia;
v a velocidade;
t o tempo;
W o trabalho realizado.

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a) x = x0+v0.t+1/2.a.t2
b) v = v0+a.t2
c) v = v02 + 2.a.x
d) t = (v0.sen ) / g
e) a = v / r
f) W = F.x.cos

2) Nas equaes abaixo, determine as dimenses das constantes G, , c e d:

a) F= G.(M.m)/r2
b) fa = .N , onde f a a fora de atrito e N a fora normal.
c) F = c.a3
d) F = d.v , onde v a velocidade.

1.2. Coerncia de Unidades

O Sistema Internacional de Unidades SI


Todo o conhecimento que no pode ser expresso por nmeros de qualidade pobre e
insatisfatria". (Lorde Kelvin, grande cientista britnico)

As informaes aqui apresentadas iro ajudar voc a compreender melhor e a


escrever corretamente as unidades de medida adotadas no Brasil. A necessidade de
medir muito antiga e remota origem das civilizaes. Por longo tempo cada pas,
cada regio, teve o seu prprio sistema de medidas, baseado em unidades arbitrrias e
imprecisas, como por exemplo, aquelas baseadas no corpo humano: palmo, p,
polegada, etc. Isso criava muitos problemas para o comrcio, porque as pessoas de uma
regio no estavam familiarizadas com o sistema de medida das outras regies. Imagine
a dificuldade em comprar ou vender produtos cujas quantidades eram expressas em
unidades de medida diferentes e que no tinham correspondncia entre si.
Em 1789, numa tentativa de resolver o problema, o Governo Republicano
Francs pediu Academia de Cincias da Frana que criasse um sistema de medidas
baseado numa "constante natural". Assim foi criado o Sistema Mtrico Decimal.
Posteriormente, muitos outros pases adotaram o sistema, inclusive o Brasil, aderindo
"Conveno do Metro". O Sistema Mtrico Decimal adotou, inicialmente, trs unidades
bsicas de medida: o metro, o litro e o quilograma.
Entretanto, o desenvolvimento cientfico e tecnolgico passou a exigir medies
cada vez mais precisas e diversificadas. Por isso, em 1960, o sistema mtrico decimal
foi substitudo pelo Sistema Internacional de Unidades - SI, mais complexo e
sofisticado, adotado tambm pelo Brasil em 1962 e ratificado pela Resoluo n 12 de
1988 do Conselho Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial -
Conmetro, tornando-se de uso obrigatrio em todo o Territrio Nacional.
As unidades SI podem ser escritas por seus nomes ou representadas por meio de
smbolos.

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Exemplos:

Unidade de comprimento Unidade de tempo Unidade de massa


nome: metro nome: segundo nome: quilograma
smbolo: m smbolo: s smbolo: kg

Os nomes das unidades SI so escritos sempre em letra minscula. Exemplos:


quilograma, newton, metro cbico. As excees ocorrem somente no incio da frase e
"grau Celsius".

O smbolo um sinal convencional e invarivel utilizado para facilitar e


universalizar a escrita e a leitura das unidades SI. Por isso mesmo no seguido de
ponto.

Certo Errado
segundo s s. ou seg.
metro m m. ou mtr.
kilograma kg kg. ou kgr.
hora h h. ou hr.

O smbolo no tem plural, invariavelmente no seguido de "s".


Certo Errado
cinco metros 5m 5 ms
dois kilogramas 2 kg 2 kgs
oito horas 8h 8 hs

Toda vez que voc se refere a um valor ligado a uma unidade de medir, significa
que, de algum modo, voc realizou uma medio. O que voc expressa , portanto, o
resultado da medio, que apresenta as seguintes caractersticas bsicas:

Ao escrever uma unidade composta, no misture nome com smbolo.

Certo Errado
quilmetro por hora quilmetro/h
km/h km/hora
metro por segundo metro/s
m/s m/segundo

O prefixo quilo (smbolo k) indica que a unidade est multiplicada por mil.
Portanto, no pode ser usado sozinho.

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Certo Errado
quilograma; kg quilo; k

Use o prefixo quilo da maneira correta.

Certo Errado
quilmetro kilmetro
quilograma kilograma
quilolitro kilolitro

O SI baseado em sete Unidades Padres Fundamentais:

Grandeza Nome Plural Smbolo


comprimento metro metros m
tempo segundo segundos s
massa quilograma quilogramas kg
corrente eltrica ampre ampres A
temperatura termodinmica kelvin kelvins K
quantidade de substncia mol mols mol
Intensidade luminosa candela candelas cd

As unidades de outras grandezas como velocidade, fora e energia so derivadas


das setes grandezas acima. Na tabela abaixo esto listadas algumas destas grandezas:

Grandeza Nome Plural Smbolo


rea metro quadrado metros quadrados m
volume metro cbico metros cbicos m
ngulo plano radiano radianos rad
velocidade metro por segundo metros por segundo m/s
acelerao metro por segundo metros por segundo m/s
quilograma por quilogramas por
massa especfica kg/m
metro cbico metro cbico
metro cbico por metros cbicos por
vazo m/s
segundo segundo
fora newton newtons N
presso pascal pascals Pa
trabalho, energia,
joule joules J
quantidade de calor
potncia, fluxo de
watt watts W
energia

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Tpico 2. Converso de Unidades e Notao Cientfica

Toda vez que voc se refere a um valor ligado a uma unidade de medir, significa
que, de algum modo, voc realizou uma medio. O que voc expressa , portanto, o
resultado da medio, que apresenta as seguintes caractersticas bsicas:

Nesta aula veremos como converter as unidades de uma dada grandeza fsica,
representar o valor numrico medido na forma de notao cientfica, bem como utilizar
mtodos de arredondamento em nmero com mais de uma casa decimal aps a vrgula.

2.1. Fatores de Converso de Comprimento

Tabela 1. Fatores de converso de unidades de comprimento.

Exemplos de converso de unidades.

Converter as seguintes medidas de reas para km2:

a) 100 m2 1 m = 0,001 km, ento 1 m2 = (0,001 km)2


1 m2 = 0,000001 km2

Logo: 100 m2 = 100 x 0,000001 km2


100 m2 = 0,0001 km2

b) 150 hm2 1 hm = 0,1 km, ento 1 hm2 = (0,1 km)2


1 hm2 = 0,01 km2

Logo: 150 hm2 = 150 x 0,01 km2


150 hm2 = 1,5 km2

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c) 100000 dm2 1 dm = 0,0001 km, ento 1 dm2 = (0,0001 km)2
1 dm2 = 0,00000001 km2

Logo: 100000 dm2 = 100000 x 0,00000001 km2


100000 dm2 = 0,001 km2

EXERCCIOS PROPOSTOS:
1) Converta as seguintes medidas de comprimento para cm:
a) 2,5 m b) 1,3 km
c) 200 dam d) 10500 mm

2) Converta as seguintes medidas de reas para m2:


a) 1 km2 b) 5 dam2
c) 2,5 mm2 d) 3 cm2

3) Converta as seguintes medidas de volume para m3


a) 1,85 cm3 b) 11,5 mm3
c) 3,2 dam3 d) 0,1 km3

2.2. Fatores de Converso de Tempo

Tabela 2. Fatores de converso de unidades de tempo.

EXERCCIOS PROPOSTOS:

4) Converta as seguintes medidas de tempo em segundos:


a) 1h 10min b) 1 semana
c) 48h d) 2h 26min

5) Converta:
a) 300 dias em segundos
b) 89000 segundos em dia, hora, minutos e segundos

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2.3. Fatores de Converso de Unidades Derivadas

Tabela 3. Fatores de converso de unidades de velocidade.


Converter de Para Multiplicar por

metros por segundo (m/s) ps por minuto (ft/min) 196,8

metros por segundo (m/s) milhas por hora (mi/h) 2,2369

metros por segundo (m/s) quilmetros por hora (km/h) 3,60

quilmetros por hora (km/h) metros por segundo (m/s) 0,2778

quilmetros por hora (km/h) milhas por hora (mi/h) 0,6214

Embora a tabela seja til, convm aprender a forma clssica de efetuar a


converso de unidades, conforme segue no exemplo:

Converter de km/h para m/s:

Tabela 4. Alguns outros exemplos de converso de unidades.

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EXERCCIOS PROPOSTOS:

6) Converta:

a) 35 km/h em m/s
b) 100 m/s em km/h
c) 600W em HP
d) 35 HP em cv
e) 3,5 cv em J/s
f) 500 mmHg em kgf/cm2
g) 1000 pol em km
h) 3500 ml em gales

2.4. Fatores de Converso de Temperatura

Tabela 5. Fatores/relaes de converso de unidades de temperatura.

EXERCCIOS PROPOSTOS:
7) Converta:
a) 109F em K
b) -50C em K
c) 300 K em C

2.5. Notao Cientfica

Como visto anteriormente, o trabalho em laboratrio exige que se trabalhe com


nmeros de diversas ordens de grandezas, ficando difcil o manuseio de nmeros muito
pequenos ou grandes. Para isso, a notao cientfica supre a necessidade do uso de
nmeros com tamanhos mais coerentes e fceis de trabalhar.

A notao cientfica possui algumas regras simples de serem utilizadas, so elas:

1. Utilizar apenas um algarismo significativo antes da vrgula;

2. Este nmero no pode ser menor do que 1 (um) e nem maior que 9 (nove).

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3. Escrever os algarismos aps a vrgula seguido do nmero 10n onde, a potncia n o
nmero de casas em que se andou com a vrgula at ficar apenas um nmero a esquerda
da vrgula.

Exemplos:

3563,2 m 3,5632103m

0,000001234 mm 1,234106 mm

0,02m 0,13m = 2,0102m 1,3101m = 2,01,31021 = 2,6103 m

(6,31105 m)3 = (6,31)3(105)3 m3 = 251,23961015 m3 = 2,5123961013 m3

A questo de poder arredondar os nmeros acima faz a necessidade de algumas


regras especiais que veremos no tpico seguinte.
Devido ao uso da notao cientfica, o Bureau Internacional de Pesos e Medidas
recomendou os seguintes prefixos:

Tabela 6. Prefixos utilizados no SI.

EXERCCIOS PROPOSTOS:
8) Escreva em notao cientfica as seguintes medidas:
a) 0,00005
b) 300,2
c) 0,00000000198
d) 230120,2

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2.6. Algarismos Significativos

Suponha que estejamos realizando a medida de alguma pea como mostrado na


figura 1. Pode-se observar que o comprimento da pea est entre 7 e 8 centmetros. Qual
seria o algarismo que viria aps o 7? Apesar da menor diviso da rgua ser 1 cm,
razovel fazer uma subdiviso mental do intervalo compreendido entre 7 e 8 cm. Desta
maneira, representa-se o comprimento da pea como sendo 7,3 cm. O algarismo 7 desta
medida foi lido com certeza, porm o 3 no. No se tem certeza do algarismo, por isso,
ele denominado como algarismo duvidoso.

Figura 1. Desenho esquemtico de medida de um objeto qualquer. Valores em cm.

A regra geral, portanto, que se deve apresentar a medida com apenas os


algarismos de que se tem certeza mais um nico algarismo duvidoso. Estes
algarismos so denominados algarismos significativos da medida.

importante salientar que, em uma medida, os zeros esquerda do nmero, isto


, que posicionam a vrgula, no so algarismos significativos. Exemplos:

1. a medida 0,023 cm tem somente dois algarismos significativos, o 2 e o 3;


2. a medida 0,348 cm tem trs algarismos significativos;
3. a medida 0,0040000 cm tem cinco algarismos significativos, o nmero 4 e os quatro
zeros a sua direita.

Observaes:

1. Os zeros que completam nmeros mltiplos de potncias de 10 so ambguos: a


notao no permite dizer se eles so ou no significativos.
Exemplo: 800 pode ter um algarismo significativo (8), dois algarismos
significativos (80) ou trs algarismos significativos (800). Esta ambiguidade
deve ser corrigida usando-se notao cientfica para representar estes nmeros,
8x102 ter um algarismo significativo, 8,0x102 ter dois algarismos
significativos e 8,00x102 ter trs algarismos significativos.
2. O nmero 100: No Determinado (ND), pois acaba com um zero direita do
ltimo dgito que no seja zero, sem a pontuao decimal; (necessita de
referncia).
Exemplo: 100 = 102 no possui algarismos significativos, no entanto, 100,0 =
1,0 102 possui 2 algarismos significativos.

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3. A posio da vrgula no influi no nmero de algarismos significativos, por
exemplo, o comprimento de 0,0240 m possui trs algarismos significativos e
pode ter a posio da vrgula alterado de vrias formas usando uma potncia de
dez adequada, e sem alterar o seu nmero de algarismos significativos. Veja
abaixo:

0,0240 m = 0,240x10-1 m = 0,240 dm


0,0240 m = 2,40x10-2 m = 2,40 cm
0,0240 m = 24,0x10-3 m = 24,0 mm

Observe que o nmero de algarismos significativos sempre trs,


independentemente da forma que o nmero foi escrito e da posio de sua
vrgula. Outro ponto importante que o valor da medida sempre a mesma,
visto que: 0,0240 m = 0,240 dm = 2,40 cm = 24,0 mm.

2.7. Critrios de Arredondamento

Quando se tem que trabalhar com vrias medidas com diferentes nmeros de
algarismos significativos, necessrio exprimir estas medidas segundo a norma de que
se deve ter apenas um algarismo duvidoso. Ento, os critrios (Portaria 36 de
06/07/1965 - INPM - Instituto Nacional de Pesos e Medidas) adotados so:

1. Se o primeiro algarismo aps aquele que formos arredondar for de 0 a 4,


conservamos o algarismo a ser arredondado e desprezamos os seguintes.
Ex.: 7,34856 7,3

2. Se o primeiro algarismo aps aquele que formos arredondar for de 6 a 9, acrescenta-


se uma unidade no algarismo a ser arredondado e desprezamos os seguintes.
Ex.: 1,2734 1,3

3. Se o primeiro algarismo aps aquele que formos arredondar for 5, seguido apenas de
zeros, conservamos o algarismo se ele for par ou aumentamos uma unidade se ele for
mpar desprezando os seguintes.
Ex.: 6,2500 6,2
12,350 12,4

4. Se o 5 for seguido de outros algarismos dos quais, pelo menos um diferente de


zero, aumentamos uma unidade no algarismo e desprezamos os seguintes.
Ex.: 8,2502 8,3
8,4503 8,5

2.8. Operaes com Algarismos Significativos

Este assunto de grande importncia devido ao fato de necessitar envolver em


uma equao matemtica, como a clculo do volume, vrias grandezas fsicas medidas
com diferentes algarismos diferentes, obtidas com aparelhos de classe de preciso
diferentes. Por isso, iremos aprender as quatro operaes bsicas com as medidas.

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Adio

O resultado da adio de vrias medidas obtido arredondando-se a soma na


casa decimal da parcela mais pobre em decimais, aps efetuar a operao.
Ex: 12,56 + 0,1236 = 12,6836 = 12,68

Subtrao

A subtrao um caso particular da adio, adotando-se, dessa forma o mesmo


critrio da adio.
Ex: 18,2476 16,72 = 1,5276 = 1,53

Multiplicao

O produto de duas ou mais medidas deve possuir, em geral, o mesmo nmero


de algarismos significativos da medida mais pobre em algarismos significativos.
Ex: 3,1415x180 = 5,65x102

Diviso

A diviso simplesmente um caso particular do produto, portanto aplica-se a


regra anterior.
Ex: 63,72/23,1 = 2,758441558 = 2,76

Logaritmo

Ao se trabalhar com logaritmos, observa-se o nmero de algarismos


significativos do argumento (ou logaritmando) e o total de casas depois da vrgula do
logaritmo igual a esse nmero.
Ex.: ln(5,0x103) = 8,52 2 significativos no argumento 2 casas decimais no
logartmo.
ln(45,0) = 3,807 3 significativos no argumento 3 casas decimais no
logartmo.

EXERCCIOS PROPOSTOS:
9) Efetue as operaes abaixo e represente o resultado em notao cientfica:
a) 3,45 m + 123,47 m 0,0354 m
b) 3,12105cm + 2,69cm
c) 50,7 m + 7200, cm
d) 5,24 mm 0,73 m
e) ln(1,20x102) m + ln(45,0) m

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Tpico 3. Estudo de Erros em Medidas

A medida de uma grandeza obtida, em geral, atravs de uma experincia, na


qual o grau de complexidade do processo de medir est relacionado com a grandeza em
questo e tambm com o processo de medio. Por isso, este tpico visa introduzir
conceitos importantes sobre erros de medidas.

3.1. Erros de uma Medida

Algumas grandezas possuem seus valores reais conhecidos e outras no. Quando
conhecemos o valor real de uma grandeza e experimentalmente encontramos um
resultado diferente, dizemos que o valor obtido est afetado de um erro.

ERRO a diferena entre um valor obtido ao se medir uma


grandeza e o valor real ou correto da mesma.

Matematicamente: erro = valor medido valor real

A determinao do erro de medida no simples, pois h na maioria dos casos


uma combinao de inmeros fatores que influem, de forma decisiva, no resultado da
medio. Portanto, o erro verdadeiro de uma medida sempre impossvel de ser
conhecido, sendo possvel apenas uma estimativa do erro mximo aceitvel. Nesta
seo irar-se- dar uma pequena introduo sobre tipos de erros e o clculo do erro
aleatrio provvel, dado pelo clculo do desvio padro.
Existem diversas classificaes de erros na literatura especializada, entretanto,
h trs principais que so:
1. Erro de escala: o erro associado ao limite de resoluo da escala do instrumento de
medida.
2. Erro sistemtico: o erro em que o medidor sofre, de maneira constante, em todo o
processo de medio. No momento da descoberta da sua origem, o erro sistemtico
possvel de ser minimizado ou at mesmo sanado;
3. Erro aleatrio: o erro que decorre de perturbaes estatsticas impossveis de
serem previstas, sendo assim, difcil de evit-los.
O erro aleatrio pode ser calculado utilizando-se os postulados de Gauss, que
por motivo de brevidade no ser citado aqui, entretanto, aos estudantes interessados
neste assunto consulte o livro Introduo ao Laboratrio de Fsica.

3.1.1 Valor mais provvel de uma grandeza

Sejam x1, x2, x3,..., xn as n medidas realizadas de uma mesma grandeza fsica X.
O valor mdio desta grandeza denotado por definido pela mdia aritmtica dos
valores medidos, ou seja,

(1)

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Deste modo, representa o valor mais provvel da grandeza medida. Ao se
realizar vrias medidas, os valores obtidos tendem a estarem mais prximos deste valor.
O valor mdio o que melhor representa o valor real da grandeza.

3.1.2 Desvio das medidas

No entanto, no se pode afirmar que o valor mais provvel seja o valor real da
grandeza. Assim, representando-se uma medida qualquer da grandeza X por Xi, no se
pode dizer que a diferena ( i - ) seja o erro da medida Xi. Neste caso quando
se conhece o valor mais provvel, no se fala em erro, mas sim em Desvio ou
Discrepncia da medida (ou Incerteza).

Desvio de uma medida, , a diferena entre um valor medido e o valor adotado


que mais se aproxima do valor real (em geral o valor mdio).

interessante saber de quanto as medidas individuais Xi se afastam do valor


mdio, ou seja, de que maneira as medidas Xi se distribuem em torno do valor mdio. A
esse fato denominamos disperso. Para medir a disperso so utilizadas algumas
propriedades da srie de medidas, tais como a Varincia e o Desvio Padro:

Varincia (s2): A varincia definida como a soma dos quadrados dos desvios de
todos os valores da grandeza dividida pelo nmero de medidas menos uma. A varincia
representada por s2, sendo calculada pela frmula:


(2)

O denominador n 1 da varincia determinado pelos graus de liberdade. O


principio dos graus de liberdade constantemente utilizado na estatstica. Considerando
um conjunto de n observaes (dados) e fixando uma mdia para esse grupo, existe a
liberdade de escolher os valores numricos de n 1 observaes, o valor da ltima
observao estar fixado para atender ao requisito de ser a soma dos desvios da mdia
igual a zero. No caso especifico do clculo da varincia, diz-se que os n graus de
liberdade originalmente disponveis no conjunto sofreram a reduo de uma unidade
porque numa estatstica, a mdia j foi calculada dos dados do grupo e aplicada na
determinao da varincia.

Desvio padro ( ): O desvio padro simplesmente a raiz quadrada da varincia e,


portanto, expresso na mesma unidade da grandeza medida (kg, cm, atm, etc.):


(3)

Para um conjunto com n medies, o desvio padro experimental representa uma


estimativa da disperso de Xi em torno do valor mdio . Isso significa que se os
resultados forem bastante prximos uns dos outros, ento o desvio padro ser
"pequeno", e se os resultados forem dispersos, o desvio padro ser "grande".

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3.1.2 Desvio padro final

At agora, ainda no informamos como deve ser relatado o valor de uma


grandeza submetida a medies. J sabemos, a princpio, que a grandeza pode ser
representada, de modo satisfatrio pelo seu valor mdio. Porm, quando efetuamos um
conjunto de medies devemos ser capazes de informar com qual qualidade a mdia
pode ser uma estimativa do valor verdadeiro. Ou seja, devemos sempre informar uma
incerteza associada mdia encontrada.
Poderamos pensar, num primeiro nvel, que a incerteza possa ser estimada pelo
desvio padro da mdia. Porm, devemos atentar que o clculo do desvio padro da
mdia leva em conta somente as contribuies dos erros aleatrios, e no considera os
erros sistemticos. Existe, pois, uma incerteza residual que ainda no foi considerada.
Essa incerteza residual ( ), no caso de instrumentos de medida, costuma vir
indicada pelo fabricante. Quando no indicada, podemos adotar, pelo bom senso, que
se trata da metade da menor diviso da escala.
Assim, o resultado de um conjunto de medies :

em que o desvio (ou incerteza) padro final e pode ser calculada por:

Como exemplo da teoria acima proposta, dada a seguinte tabela abaixo, com
valores de medidas de comprimento de um corpo de prova qualquer, iremos calcular o
seu valor mais provvel (mdia) e o seu desvio padro.

Tabela 3.1. Valores de medidas de comprimento de um corpo de prova qualquer. Note


que aqui no necessrio usar o desvio residual pois no foi fornecido.
Medida Comprimento (m)
1 1,42
2 1,40
3 1,38
4 1,41
5 1,43
6 1,42
7 1,39
8 1,40

Assim, o valor mais provvel da medida, , dado por:

O desvio padro ser dado por

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Portanto, o modo correto de representar o valor mais provvel do corpo de prova e o seu
respectivo erro o seguinte:

Note que o nmero de casas aps a vrgula para ambos os valores tm que ser
compatveis.

3.2. Propagao de Incertezas


Este assunto de grande relevncia em todas as reas de atividade onde so
realizadas medidas experimentais. O objetivo deste assunto justamente estudar a
propagao de incertezas associadas a cada medida em particular.
Imagine que queiramos fazer a soma de duas grandezas x1 e x2, para obter uma
grandeza y. Sabemos que para expressar corretamente o resultado de nossa operao
devemos relatar um valor mdio e uma incerteza associada a este valor. De maneira
geral, um resultado y deve ser expresso como:

(4)

Se y uma funo de outras variveis f(x1, x2), ento:

(5)

No caso da soma, por exemplo, y = x1 + x2, ento:

(6)

J o clculo de mais complicado. O processo rigoroso para o clculo das


incertezas envolve uma equao com derivadas parciais, tambm conhecida como lei
de propagao de incertezas o qual apresentada a seguir.

Lei de Propagao de Incertezas

Suponha que um certo experimento necessite de vrios instrumentos para ser


realizado. E que cada um destes instrumentos tm uma variabilidade diferente em suas
medies. Os resultados de cada instrumento so dados como: x1, x2, x3, ... . O resultado
final desejado y, de modo que y dependente de x1, x2, x3, ... . Ento, pode-se escrever
que y uma funo dessas variveis:

(7)

Pgina 20
Uma vez que cada medida tem uma incerteza sobre sua mdia, pode-se escrever
que a incerteza de dyi da i-sima medio de x depende da incerteza das i-simas
medies de x1, x2, x3, ... :

(8)

O desvio total de y ento obtido da derivada parcial de y com respeito a cada


uma das variveis:

( ) ( ) ( ) (9)

A relao entre os desvios padro de y e x1, x2, x3, ... dada em duas etapas: i)
pela quadratura da equao 9, e ii), tomando a soma total de i = 1 para i = n, onde n o
nmero total de medies. Logo:

( ) ( ) (10)

Dividindo ambos os lados por n-1:

( ) ( ) (11)

( )
Da equao 3 tem-se que: = , logo a equao onde pode ser
reescrita como:

( ) ( ) (12)

Assim, tendo a equao que expressa y em funo de suas componentes x1, x2, ...
, deve-se, primeiramente, obter as expresses das derivadas parciais da funo y em
relao a cada uma das componentes. Obtidas essas expresses, substituem-se os
valores apropriados e calcula-se o valor de cada derivada parcial em questo. A seguir,
deve-se multiplicar cada valor obtido pela incerteza da respectiva componente. Por fim,
procede-se a soma de todas as parcelas, sendo cada parcela relativa a uma determinada
componente da funo.

Exemplo: Calcule o volume de um cilindro de comprimento L = (4,00,1)mm e


dimetro D = (2,00,2)mm.

Resoluo:

O volume do cilindro dado por:

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Agora iremos utilizar as incertezas das medidas de comprimento e dimetro do cilindro,
para calcular a incerteza propagada para V:

( ) ( )

( ) ( )

( ) ( ) =

6,3164 + 0,0314 = 6,3478 mm6


O resultado final deve ser expresso da seguinte maneira:

V = (12.62.5) mm3

3.3 Propagao de Incertezas nas Operaes Bsicas

Abaixo esto listadas as equaes da incerteza propagada para as operaes mais


utilizadas.

1. Adio ou Subtrao: y = x1 + x2 ou y = x1 - x2

2. Multiplicao ou Diviso: y = x1.x2 ou y = x1/x2

( ) ( )

3. Potenciao: y = x1a

( )

No caso da funo do tipo y = x1a . x2b , tem-se:

( ) ( )

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4. Logaritmo: y = log(x1)

( )

EXERCCIOS PROPOSTOS

1) Mediram-se, experimentalmente, o perodo e o comprimento de um pndulo simples,


obtendo-se os seguintes resultados: L = (59,90 0,05) cm e T = (1,555 0,001) s .

Utilizando a equao do pndulo simples T = 2 , calcule o valor da acelerao da


gravidade (g).

2) Em uma mola de constante elstica k = (2,256 0,003).104 dyn/cm colocou-se a


oscilar uma massa m = (249,86 0,01)g . Calcule o perodo do oscilador para os valores
dados acima, sabendo que ele est relacionado com a massa e a constante elstica

atravs da equao T = 2 .

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Tpico 4. Como Elaborar um Relatrio e Apresentar
os Resultados Experimentais

4.1. Confeco de um Relatrio

4.1.1. Organizao do relatrio

Um relatrio uma descrio detalhada, clara e objetiva de um trabalho


realizado. Descrio detalhada significa que o relatrio deve apresentar todos os
detalhes que sejam relevantes. Clareza e objetividade reduzem o esforo de leitura do
relatrio sem prejuzo da perfeita compreenso.

O relatrio deve conter as seguintes partes:

Resumo
Introduo
Descrio experimental
Resultados das medies e clculos
Concluso
Referncias bibliogrficas

4.1.2. Resumo

O resumo poder ter de 5 a 10 linhas e deve indicar sucintamente os objetivos da


experincia, equipamento utilizado, principais resultados e concluses. Isto , o resumo
deve dar ao leitor uma idia preliminar sobre o contedo do relatrio e, portanto, deve
ser escrito depois de finalizado o trabalho. Grficos e frmulas no fazem parte do
resumo.

4.1.3. Introduo

A introduo deve conter os objetivos da experincia, discusso do tema da


experincia, apresentao das frmulas tericas, leis fsicas utilizadas, dedues tericas
mais relevantes e outros comentrios que parecerem importantes.

4.1.4. Descrio Experimental

Esta parte do relatrio deve conter uma descrio completa e objetiva dos seguintes
itens:

arranjo experimental;
procedimento experimental;
caractersticas de instrumentos, incertezas de leitura e de calibrao;
cuidados particulares e detalhes relevantes.

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A descrio do arranjo experimental deve incluir figuras mostrando caractersticas e
dimenses relevantes. Em procedimento experimental, deve-se dar uma descrio resumida
do procedimento utilizado e do mtodo de medio de cada grandeza. Devem tambm ser
apresentados nesta parte do relatrio, caractersticas dos instrumentos utilizados, discusso
de incertezas de leitura e cuidados particulares que tenham sido adotados na tomada de
dados.

4.1.5. Resultados das medies e anlise de dados

Os resultados das medies e clculos devem ser apresentados nesta parte do


relatrio, sendo obrigatrio o uso de tabelas no caso de serem feitas vrias observaes do
mesmo mensurando.
O texto deve explicar claramente os clculos realizados. As frmulas utilizadas
devem ser apresentadas explicitamente. Resultados de clculos que se repetem devem ser
apresentados em tabelas.
Os clculos para a estimativa das incertezas tambm devem ser explicados
claramente, inclusive com apresentao das expresses utilizadas, ou meno das mesmas
se estas j foram apresentadas na introduo.
Os grficos devem ser apresentados nesta parte do relatrio e seus resultados devem
ser explicitamente apresentados no texto.
Pensamos que importante citar aqui o texto abaixo:... quando se registra o
resultado de uma medio e a sua incerteza, prefervel errar, por excesso, no
fornecimento de informaes a fornec-las com escassez. Por exemplo, deve-se:

a) descrever claramente os mtodos utilizados para calcular o resultado da medio e


sua incerteza, a partir de observaes experimentais e dados de entrada;

b) listar todos os componentes da incerteza e documentar amplamente como foram


avaliados;

c) apresentar a anlise dos dados, de tal forma que cada um dos passos importantes
possa ser prontamente seguido e que os clculos do resultado relatado possam ser
independentemente repetidos, se necessrio;

d) fornecer todas as correes e constantes utilizadas na anlise e suas fontes.

Um modo de se verificar a lista acima perguntar-se a si prprio: Terei eu


fornecido suficiente informao de maneira suficientemente clara, de modo tal que meu
resultado possa ser atualizado no futuro, se novas informaes ou dados se tornarem
disponveis?.

4.1.6. Concluses

Os resultados devem ser discutidos e comentados na parte anterior do relatrio. Mas


geralmente existe esta parte final, na qual se deve discutir a experincia como um todo. As
concluses geralmente incluem a discusso dos seguintes pontos:

acordo entre resultados obtidos na experincia e valores tericos ou valores


experimentais obtidos de outras fontes;
crtica do mtodo de medio e do equipamento utilizado;

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sugestes e comentrios sobre a experincia.

4.1.7. Referncias bibliogrficas

Referncias bibliogrficas citadas no texto devem ser apresentadas no final, sob


o ttulo Referncias Bibliogrficas, seguem abaixo alguns exemplos de forma correta de
citar as referncias.

a) Referncia de livro:

Hunter, J. C. O Monge e o Executivo: uma Histria sobre a Essncia da Liderana,


Sextante, Rio de Janeiro, 2004.

Sendo Hunter, J. C. o autor do livro; O Monge e o Executivo: uma Histria sobre a


Essncia da Liderana; o ttulo do livro; Sextante; a editora, Rio de Janeiro; a cidade
onde o livro foi editado e 2004 o ano da edio.

b) Referncia de artigo de revista:

Marinho, R. M.; Noethers theorem in classical mechanics revisited. European


Journal of Physics, London, v. 28, p. 37-43, 2007.

Sendo Marinho, R. M o autor do artigo; Noethers theorem in clasical mechanics


revisited o titulo do artigo; European Journal of Physics a revista onde foi publicado;
London a cidade da editora; v. 28, p. 37-43 o volume e as paginas correspondentes ao
artigo e 2007 o ano da publicao.

c) Referncia de Internet:

Autor, ttulo http://www.univap.br. Acesso em 17 de julho de 2011

Sendo http o protocolo de comunicao (hipertexto) e www.univap.br o endereo da


pgina de acesso Univap, www (World Wide Web). Segue a data do acesso pgina.

Cabe destacar aqui que as referencias devem ser fornecidas no padro da


Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT) a qual para documentao a NBR-
6023 de 29/09/2002, disponvel na biblioteca da Univap ou pela internet no site
www.habitus.ifcs.ufrj.br/pdf/abntnbr6023.pdf.

Mais alguns detalhes que devem ser levados em conta durante a confeco do relatrio:
Unidades para cada grandeza;
Avaliao de erros nas suas medidas (e, se for o caso, propagar os erros nos
resultados finais);
Legendas das figuras;
Numerar as figuras e grficos e se referir neles no texto;
Mencionar a data da realizao da experincia;

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Se usar textos ou figuras de outras fontes (esta apostila, internet, livros, artigos,
relatrios de colegas...), deixe isto claro, colocando entre aspas", e d a
referncia!

4.2. Apresentao dos Resultados Experimentais

4.2.1. Tabelas

Para apresentar um conjunto de dados ou resultados de medies e de clculos


repetitivos se usam tabelas. Na tabela devero incluir-se todas as informaes
necessrias para se entender o que significam as quantidades tabeladas, de maneira
razoavelmente independente do texto do principal. Por exemplo, para medir o poder de
acelerao de um carro, medimos como a sua velocidade se modifica em funo do
tempo, conforme pode ser observado na tabela 1 abaixo.

Tabela 1. Variao da velocidade com o tempo em segundos.

No exemplo apresentado (Tabela 1) o contedo da tabela razoavelmente bem


definido pela legenda, cabealhos, e unidades. Algumas regras gerais para se elaborar uma
tabela so apresentadas a seguir.

Identificao: As tabelas devem ser numeradas e identificadas por um ttulo colocado


acima da mesma. Alm do ttulo pode ser colocada uma legenda a qual ter informaes
adicionais que ajudem a entender o contedo da tabela.

Cabealhos: O contedo de cada coluna (ou linha) deve ser identificado por meio do
smbolo que representa as quantidades dessa coluna. As quantidades devem ser escritas
incluindo somente os algarismos significativos, zeros esquerda devem ser evitados por
meio de mudanas de unidades ou fatores multiplicativos convenientes.

Unidades: As unidades e eventuais fatores multiplicativos devem ser explicitamente


indicados. Para expressar as unidades devem usar-se as convenes internacionais conforme
relatado no captulo 1.

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Incertezas: A incerteza deve ser sempre explicitamente indicada, na mesma coluna que as
quantidades, ou em coluna separada. As incertezas devem ser dadas com as mesmas
unidades e fatores multiplicativos das quantidades. Quando a incerteza a mesma para
todos os dados de uma coluna, pode-se indic-la no cabealho da tabela.

4.2.1. Construo e Interpretao de Grficos

O grfico dos dados apresentados na Tabela 1 (Figura 1) permite visualizar


imediatamente o comportamento da velocidade em relao ao tempo. Uma imagem vale mil
palavras, e um grfico uma maneira muito eficiente de resumir e apresentar os seus dados.
importante que o grfico se conforme a certas convenes ou regras que todo mundo
conhece. Assim outras pessoas podem interpretar os seus resultados imediatamente. Em
seguida vamos apresentar as regras para produzir grficos em um formato profissional.

Figura 1. Velocidade de um automvel acelerando em funo do tempo dado em segundos.

Regras prticas para construo de grficos

Conforme o exemplo da Figura 1, um grfico contm os seguintes elementos:

1. Eixos com nome da varivel representada, escala e unidade.


2. Os dados e, se apropriado, as barras de erro.
3. Legenda e ttulo.

Os eixos

Cada um dos eixos deve conter o nome (ou smbolo) da varivel representada, a
escala de leitura e a unidade correspondente. Escolha uma escala conveniente para a qual o
grfico represente bem o intervalo medido para cada varivel. A regra prtica para esta
definio dividir a faixa de variao de cada varivel pelo nmero de divises principais
disponveis. Toma-se ento um arredondamento a valor superior e de fcil leitura. Estes

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valores de fcil leitura so: 1, 2 ou 5 unidades ou qualquer mltiplo ou submltiplo de 10
delas. Por exemplo, no papel milimetrado, se a faixa de variao dos dados for de 35
unidades e o nmero de cm disponveis for de 10 cm, chegamos ao valor ideal de 5
unidades para cada diviso do grfico
No caso da Figura 1, a varivel tempo varia 35s e temos mais ou menos 10 divises
principais, o que daria 3,5 s por diviso, o que no conveniente. Portanto escolhemos 5s
por diviso. Da mesma maneira foi escolhido 20km/h por diviso no eixo y. As escalas dos
eixos no precisam comear na origem (zero, zero). Elas devem abranger a faixa de
variao que voc quer representar. conveniente que os limites da escala correspondam
a um nmero inteiro de divises principais. Indique os valores correspondentes as divises
principais abaixo do eixo-x e a esquerda do eixo-y usando nmeros grandes.
As unidades devem ser escolhidas de maneira a minimizar o nmero de dgitos nos
valores que indicam o valor da diviso principal. Uma regra prtica tentar usar no mximo
trs dgitos nestes valores, fazendo uso de potncias de 10 na expresso das unidades para
completar a informao. Ao traar os eixos no papel milimetrado, no use a escala marcada
no papel pelo fabricante. voc que define a sua escala, baseando-se nos seus dados.
Tambm no use os eixos nas margens do papel. Desenhe os seus prprios, porque voc
precisar de espao para a identificao das variveis e para a legenda. Por fim, abaixo ou
esquerda dos nmeros da escala, conforme o caso, escreva o nome (ou smbolo) da varivel
correspondente e a unidade para leitura entre parnteses (km, 105 N/cm2, etc.).

Os dados

Assinale no grfico a posio dos pontos experimentais: use marcas bem visveis
(em geral crculos pequenos). Nunca indique as coordenadas dos pontos graficados no eixo.
Coloque barras de erros nos pontos se for o caso. Se os erros so menores que o tamanho
dos pontos, indique isso na legenda. As vezes ajuda a visualizao traar a melhor curva
mdia dos pontos, ignorando alguns pontos que fogem demasiadamente do comportamento
mdio. Em outras palavras, pode-se dizer que a curva mdia deve ser traada de maneira a
minimizar os deslocamentos da curva em relao aos pontos experimentais ao longo do
traado. Use o seu juzo. No correto simplesmente ligar os pontos experimentais.

A legenda e o ttulo

Todo grfico deve ter um ttulo, pelo qual referido no texto (Figura 1, no nosso
exemplo). Geralmente, o ttulo do grfico colocado na legenda, abaixo do grfico. A
legenda deve conter tambm uma descrio sucinta do que apresentado no grfico. Note
que uma legenda tipo velocidade vs. tempo" redundante pois esta informao j est
contida nos rtulos dos eixos.
Na Figura 2, ilustramos os erros mais comuns, que devem ser evitados na
construo de um grfico.

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Figura 2. Ilustrao dos erros mais comuns que devem ser evitados na construo de
grficos.

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Tpico 5. Aula Prtica:
Paqumetro e Micrmetro: Propagao de Incertezas -
Determinao Experimental do Volume de um Objeto

1. INTRODUO

Ser calculado o volume de objetos como esferas, cilindros e cubos


metlicos e as respectivas incertezas do valor resultante. Para tal fim, sero
usados dois instrumentos para medir dimenses lineares: o paqumetro e o
micrmetro.

2. OBJETIVOS DA EXPERINCIA

A finalidade desta experincia familiarizar o aluno com algumas


tcnicas de medidas, cuidados experimentais no laboratrio, algarismos
significativos, desvios avaliados e propagao de erros, utilizando
instrumentos de medida muito simples como o paqumetro e o micrmetro.

3. TEORIA

A seguir, descreveremos o funcionamento dos instrumentos de


medio usados neste experimento.

3.1. PAQUMETRO

O paqumetro um instrumento de medida de comprimento muito


utilizado em laboratrios e em oficinas mecnicas onde tambm
conhecido como calibre. Entre seus principais usos podemos citar medidas
de dimetros de vergalhes, dimetros internos, profundidades, etc.
O paqumetro (Fig. 1) consta usualmente de uma haste metlica com
duas esperas fixas (1 e 7), um cursor mvel com esperas (2 e 10), nnio ou
vernier (11) e uma haste (14).

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Figura 1. Elementos do paqumetro. 1, 2, 7 e 10: esperas, 3: nnio ou
vernier superior (polegada), 4: trava, 5: corpo mvel, 6: escala superior
(graduada em polegadas), 8 e 9: esperas internas, 11: nnio ou vernier
inferior (cm), 12: posicionador do corpo mvel, 13: escala inferior
(graduada em centmetros), 14: haste de profundidade.

O corpo do paqumetro contm duas escalas principais graduadas


uma em polegadas e outra em milmetros. O cursor possui duas escalas
secundrias em correspondncia s escalas principais. A escala secundria
do cursor parte muito importante do instrumento, pois permite que se
faam leituras de fraes da unidade da escala principal, aumentando deste
modo a preciso da medida. As escalas auxiliares so conhecidas por nnio
ou vernier.
O funcionamento do nnio baseia-se no fato de que o seu
comprimento corresponde a um nmero inteiro de N divises da escala
principal. Seja n o nmero de divises e u o comprimento de cada diviso
do nnio. Ento se U o comprimento de cada diviso da escala principal,
resulta:

( )

Figura 2. Escalas do paqumetro.

Pgina 32
Na figura 2, 10 divises do nnio correspondem a 9 mm da escala
principal. Assim, cada diviso do nnio corresponde a 9/10 da diviso da
escala principal. Desta forma, ao fazermos medidas, o primeiro trao
esquerda do nnio serve de referncia para se contar os milmetros e o
prximo trao no nnio que coincidir com qualquer trao da escala
principal determinar a frao de milmetro.

Figura 3. Leitura de uma medio atravs do paqumetro.

Na figura 3 pode-se ver a correta leitura de uma medio com o uso


do paqumetro. Define-se como aproximao do nnio a diferena entre o
comprimento de uma diviso da escala principal e o comprimento de uma
diviso do nnio:

( )

Quando a escala auxiliar no dividida em 10 partes costuma-se


denomin-la vernier. No vernier n divises da escala auxiliar correspondem
a n 1 divises da escala principal. Cada diviso do vernier corresponde a

da escala principal. Portanto a diviso do vernier 1/n menor que a da


escala principal. A quantidade 1/n a menor leitura do vernier.
Aparelhos como o teodolito, aparelhos pticos como os
espectroscpios, apresentam escalas circulares, mas o princpio de seus
nnios o mesmo.

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APLICAES

Medidas de comprimento em geral so feitas com o objeto entre as


esperas 7 e 10 (Fig. 1).
As esperas 1 e 2 servem para medidas internas.
Medidas de profundidade se fazem entre o extremo do cursor 14 e a base
da haste.
Conversor de polegadas em milmetros e vice-versa.

CUIDADOS GERAIS

No deixe o paqumetro cair e principalmente no force nem raspe as


extremidades de medida 7 e 10, 1 e 2, e 14.
O objeto a ser medido deve ser tocado levemente pelas esperas, sob pena
de prejudicar a medida, e possivelmente danificar o aparelho.

3.2. MICRMETRO

O micrmetro (Fig. 4) ou Palmer um instrumento para medir


dimenses de objetos pequenos e tem aplicao na medida de dimetros de
fios, espessura de chapas, etc.
O micrmetro consta essencialmente de um parafuso micromtrico.
Num dos extremos do parafuso temos a espera mvel e esta, obviamente,
no dever pressionar fortemente o objeto medido. Portanto, no outro
extremo existe uma catraca que um dispositivo protetor e que tambm
permite reprodutibilidade nas presses aplicadas.
Sobre o tambor temos a manga que possui uma escala circular
normalmente gravada com traos correspondentes a 0,01 mm. Cada volta
completa da manga corresponde ao avano ou recuo de um passo do
parafuso micromtrico. Observe que no micrmetro fornecido o passo de
0,5 mm. Se o passo da rosca de 0,5 mm e o tambor tem 50 divises, a
resoluo ser

Assim, girando o tambor, cada diviso provocar um deslocamento de 0,01


mm no fuso (Fig. 5).
Em forma de arco temos uma pea com um dos extremos rosqueado
ao tambor e com o outro extremo constituindo a espera fixa.

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Figura 5. Elementos do micrmetro.

Figura 6. Passo do micrmetro.

CUIDADOS GERAIS

No permita que o micrmetro caia sobre a mesa e muito menos no cho.


Gire o parafuso micromtrico usando sempre a catraca para proteger tanto
o instrumento quanto o objeto medido.
Segure sempre o micrmetro pela pea que tem formato de arco.
Nunca guarde o micrmetro com as esperas em contato.

LEITURAS

O objeto a ser medido deve ser encostado inicialmente na espera fixa


e em seguida, girando a catraca, aproximando a espera mvel.

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Ao fazermos a leitura usamos como referncia para a escala
horizontal a borda da manga, e como referncia para a escala circular
usamos o risco horizontal que existe no tambor.

4. PARTE EXPERIMENTAL

MATERIAIS UTILIZADOS

1. Esferas, cilindros e cubo metlicos;


2. Paqumetro e Micrmetro.

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1. Realizar 10 medies, usando o paqumetro e micrmetro, para o


dimetro da esfera, a altura e o dimetro do cilindro, e a aresta do cubo;
2. Calcular o valor mais provvel e o erro padro da mdia, para cada uma
das medidas (para ambos os instrumentos);
3. Calcular o volume e o erro do volume para cada uma das peas, para
ambos os instrumentos.

CONCLUSES

Atravs das seguintes questes, monte suas concluses:


1. De quanto a diferena entre os volumes obtidos atravs do paqumetro
e micrmetro?
2. Como voc explicaria esta diferena encontrada?
3. Qual dos instrumentos voc utilizaria para outras medidas?

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Tpico 6. Aula Prtica:
Tempo de Reao Humana (Queda Livre)

1. INTRODUO

Ser calculado o tempo de reao humana atravs da teoria de queda


livre de um objeto. Para tal fim, ser usado o instrumento para medir
dimenses lineares: a rgua milimetrada.

2. OBJETIVOS DA EXPERINCIA

- Efetuar medidas estatsticas do tempo de reao humana;


- Efetuar medidas indiretas de tempo;
- Aprender a utilizar estatstica com medidas repetidas;
- Expressar corretamente estas medidas, erros e unidades.

3. TEORIA

O que o tempo de reao humana? Vamos defini-lo como o


tempo necessrio para que uma pessoa reaja a um determinado estmulo
externo (visual, sonoro, etc.). O tempo de reao muito importante para o
sucesso em atividades que exigem respostas rpidas, principalmente
atividades esportivas (goleiro de futebol, corredor, piloto de corrida, etc.).
Um exemplo: quando o corredor Donovan Bailey bateu o recorde dos
100m na Olimpada de 1996, atrasou 0,17s (tempo de reao) na largada, e
bateu o recorde por uma diferena de apenas 0,01s em relao ao recorde
anterior. No caso das corridas automobilsticas, uma diferena de alguns
centsimos de segundo no tempo de reao ao sinal de largada pode
significar uma diferena de duas ou trs posies na prova.
O tempo mdio de reao de uma pessoa jovem em bom estado de
sade varia entre 0,15 e 0,45s. Este praticamente o tempo que o crebro
necessita para processar as informaes que est recebendo e definir uma
ao.
A seguir ser proposta uma experincia para medir o tempo de
reao humana. Embora seja um experimento bastante simples, que no
fornece um resultado muito preciso, ele permite uma avaliao aproximada
do tempo de reao.

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A idia medir o tempo que uma pessoa leva para perceber que um
objeto est caindo e reagir a isso fechando a mo para interromper a queda
do objeto. O tempo de reao ser determinado a partir do quanto o objeto
andou, desde o momento em que foi largado pelo experimentador at o
instante em que a pessoa fechou os dedos e o segurou.
Um experimentador deve segurar o objeto pela extremidade superior,
deixando sua extremidade inferior exatamente entre os dedos (abertos) da
pessoa que ter o tempo de reao medido. Em um determinado instante,
sem avisar, o experimentador solta o objeto e a pessoa deve fechar os dedos
para segur-la.
Recomenda-se o uso de uma rgua de 30 cm ou maior, pois assim
pode-se medir quanto o objeto andou diretamente pela escala da rgua.
A converso desta distncia em tempo, para saber o tempo de reao,
pode ser feita partindo-se da equao horria da posio de um movimento
uniformemente variado. (a queda de um objeto um movimento
uniformemente variado, certo? Por qu?)
Equao do movimento uniformemente variado:

No caso da queda livre de um objeto, y a posio do corpo no


tempo t e y0 a posio inicial do corpo. A distncia que o objeto percorreu
na queda exatamente y y0, que chamaremos de y.
Em nosso caso, a velocidade inicial do corpo (v0) zero porque o
experimentador apenas soltou o objeto. O que faz o objeto cair a ao da
gravidade; assim, a acelerao a que o objeto tem durante a queda igual a
acelerao da gravidade (~ 9,807 m/s2).
Colocando estas informaes na equao 1, chega-se a expresso que
permite calcular o tempo de reao:

Exerccio: obtenha a equao acima.

4. PARTE EXPERIMENTAL

MATERIAIS UTILIZADOS

1. Rgua milimetrada.

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PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1) Caracterize a rgua milimetrada utilizada, anotando na folha de dados: a)


marca e modelo; b) unidade de medida; c) preciso de medida.
2) Escolher um dos componentes do grupo para ter o tempo de reao
medido.
3) O escolhido dever fazer um trao reto e fino, com caneta, no dedo
indicador, da ponta para dentro, conforme a figura 1a. Ele usar este dedo e
seu polegar como uma pina (veja figura 1b):

(a) (b)

Figura 1. (a) Detalhe do trao de caneta feito no dedo indicador. (b)


Posio dos dedos para realizar o experimento, estes no devem tocar a
rgua.

4) Posicionar o trao de caneta na posio zero da rgua, enquanto um


segundo membro do grupo (experimentador) a segura pelo outro extremo.
Estando tudo pronto, em um determinado instante, sem avisar, o
experimentador solta o objeto e a pessoa deve fechar os dedos para segur-
la.
5) Repita o experimento 10 vezes com cada pessoa, para chegar a uma
concluso mais confivel, pois os valores obtidos atravs deste
experimento apresentam uma impreciso natural (disperso). Tente mudar
de experimentador (quem solta a rgua) e verifique se isto tambm
influencia o resultado.
6) Esta forma de medir o tempo de reao mede na verdade o tempo de
reao ao estimulo visual, pois a pessoa detecta visualmente que o objeto
foi largado. Voc tambm pode medir o tempo de reao ao estimulo
sonoro com o mesmo experimento, bastando para isso falar J no
instante em que se solta o objeto. Neste caso, h diferena se a pessoa
estiver de olhos abertos ou fechados? E se estiver olhando para outro lado?
Por qu? Repita o experimento vrias vezes.

Pgina 39
CLCULOS

1) Monte a seguinte tabela durante o experimento:

Nome do experimentador:
Nome do coletor da rgua:
Nmero da
(m) (m2)
Medio, i (m)

10

2) Calcule o desvio padro de :

3) Escreva o resultado na forma ( ) , adequando se necessrio


na forma de notao cientfica. Onde com
(resoluo da rgua milimetrada).

Pgina 40
4) Calcule o tempo de reao humana com o respectivo desvio padro
propagado.

5) Responda as questes destacadas em vermelho ao longo do roteiro


experimental no tpico de concluso do relatrio.

REFERNCIAS

1. Notas de aula, Tempo de Reao Humana:


http://profgabrielhickel.webs.com/labfisica3.pdf, acessado em 11/09/2011.

Pgina 41
Tpico 7. Aula Prtica:
Trilho de ar: MRU e MRUV
A ser escrito...

Pgina 42
Tpico 8. Aula Prtica:
Pndulo Simples

1. INTRODUO

Um pndulo um sistema composto por uma massa acoplada a um


piv que permite sua movimentao livremente. A massa fica sujeita
fora restauradora causada pela gravidade. Existem inmeros pndulos
estudados por fsicos, j que estes o descrevem como um objeto de fcil
previso de movimentos e que possibilitou inmeros avanos tecnolgicos,
alguns deles so os pndulos fsicos, de toro, cnicos, de Foucalt, duplos,
espirais, de Karter e invertidos. Mas o modelo mais simples, e que tem
maior utilizao o Pndulo Simples.

2. OBJETIVOS DA EXPERINCIA

O objetivo deste experimento obter a acelerao da gravidade


fazendo-se uso de um pndulo simples. Ser visto que, basta realizar
apenas as medidas do tempo de oscilao deste pndulo para o clculo da
acelerao da gravidade. A seguir apresentada a teoria correlata ao
experimento do pndulo simples.

3. TEORIA

Qualquer movimento que se repete em intervalos de tempo iguais


constitui um movimento peridico. Como veremos, o movimento peridico
de uma partcula pode sempre ser expresso em funo de senos e cossenos,
motivo pelo qual ele tambm denominado movimento harmnico. Se a
partcula em movimento peridico se move para diante e para trs na
mesma trajetria, seu movimento chamado oscilatrio ou vibratrio. A
forma mais simples de oscilao, o movimento harmnico simples (MHS),
o movimento que ocorre quando numa trajetria retilnea, uma partcula
oscila periodicamente em torno de uma posio de equilbrio sob a ao de
uma fora restauradora, sempre orientada para a posio de equilbrio e de
intensidade proporcional distncia da partcula posio de equilbrio.
Exemplos comuns deste tipo de movimento so o de um corpo preso a uma

Pgina 43
mola ou o de um pndulo simples (quando os deslocamentos em relao ao
ponto de equilbrio so pequenos), como mostram as Figuras 1 e 2.

Figura 1 - A esfera suspensa mola efetua um MHS (desprezando-se a


ao do ar). So mostradas as 3 fases do movimento: em (a), (c) e (e) as
mximas elongaes, e em (b) e (d) o ponto de equilbrio.

Um exemplo de MHS a oscilao de um corpo preso a uma mola


quando o atrito no sistema desprezvel (Figura 1). Num MHS, a abscissa
x que determina a posio do corpo oscilante, medida a partir do ponto de
equilbrio, denomina-se elongao. O valor mximo da elongao recebe o
nome de amplitude (A).

O MHS um movimento peridico. Sendo f a frequncia e T o


perodo, temos:
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onde a grandeza denomina-se pulsao. A acelerao no MHS dada
por:

Logo, substituindo a eq. (1) em (2) tem-se:

( )

3.2. PNDULO SIMPLES

O pndulo simples um corpo ideal que consiste de uma massa (m)


puntiforme suspensa por um fio leve e inextensvel de comprimento L.
Quando afastado de sua posio de equilbrio ( = 0o, na Figura 2) e
largado, o pndulo oscilar em um plano vertical sob a ao da gravidade.
O movimento peridico e oscilatrio. O tempo necessrio para uma
oscilao completa chamado perodo (T).

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Figura 2 Anlise das foras que atuam num pndulo simples. Quando o
ngulo que o fio do pndulo faz com a vertical no muito grande, o
movimento do pndulo harmnico simples.

Como mostra a Figura 2, as foras que atuam no pndulo so seu


peso ( ) e a trao no fio ( ). Considerando um sistema de
referncia onde um dos eixos seja tangente a trajetria circular percorrida
pela massa m, e o outro tenha a direo do fio, ou seja, do raio do crculo,
veremos que a resultante das foras radiais origina a fora centrpeta
necessria para manter m na trajetria circular. A componente tangencial
do peso, igual a m.g.sen constitui a fora restauradora que atua em m e
que faz o corpo tender a voltar posio de equilbrio. Logo a fora
restauradora ser:

Note que esta fora no proporcional ao deslocamento angular , e sim a


sen; o movimento resultante, portanto, no ser harmnico simples. No
entanto, se o ngulo for muito pequeno (at 15o) sen ser
aproximadamente igual a (medido em radianos), por exemplo:

= 0o = 0,0000 radiano, logo sen = 0,0000

= 2o = 0,0349 radiano, logo sen = 0,0349

= 5o = 0,0873 radiano, logo sen = 0,0873

= 10o = 0,1745 radiano, logo sen = 0,1736

= 15o = 0,2618 radiano, logo sen = 0,2588

O deslocamento ao longo do arco x = L., e para pequenos ngulos,


o movimento ser praticamente retilneo. Portanto, supondo
sen = x/L, podemos escrever da equao (4) que:

ou

Pgina 46
ou seja, a acelerao proporcional ao deslocamento. Comparando a
equao (6) com a equao (3) podemos escrever:

( )

Logo, observa-se que o perodo do pndulo simples independe de sua


massa e a acelerao da gravidade pode ser obtida da seguinte relao:

4. PARTE EXPERIMENTAL

4.1. MATERIAIS UTILIZADOS

Para a realizao deste experimento, sero utilizados os seguintes


materiais:
1. Uma esfera de plstico ou metlica;
2. Uma haste com um barbante de comprimento a ser determinado, ligando
a haste at a esfera;
3. Um transferidor, para realizar a medida do ngulo durante o tempo de
oscilao do pndulo;
4. Uma trena para medida do comprimento do barbante;
5. Um cronmetro, para medidas do tempo de oscilao do pndulo.

4.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Medies

1. Ajuste o comprimento L1 do pndulo para 40 cm (Lembre-se de que o


comprimento do pndulo deve ser medido desde o incio do fio at o centro
da bolinha. Posicione o pndulo para um ngulo (valor menor que 15) e
solte-o. Mea o tempo, t, que o pndulo leva para oscilar 10 vezes e anote-o
na Tabela 1. Faa isso trs vezes.

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2. Repita o procedimento para L2 = 60 cm e L3 = 80 cm. Faa trs vezes
cada medida e anote na Tabela 1.

Tabela 1 - Medidas do perodo T com variao do comprimento L.


Comprimento Nmero Nmero
do pndulo da de Tempo (s) (s) (s) 2 (s2)
L (m) medida oscilaes t (s)
80 1
40 2 10
3
1
60 2 10
3
1
80 2 10
3

Clculos e grficos

Parte 1:

1. Calcule a mdia, , e para cada comprimento do pndulo.

2. Termine de completar a Tabela 1 calculando os valores de = /10, do


desvio padro da mdia do perodo, , e de 2.

3. Utilizando a equao (8), calcule a acelerao da gravidade local mdia,


, em metros por segundo ao quadrado (m/s2) para cada comprimento do
pndulo. Determine o desvio padro propagado do g experimental.
Expresse o resultado final como g = ( ) m/s2. O comprimento do
pndulo influencia no valor da acelerao da gravidade?

4. Compare a medida da acelerao gravitacional obtida experimentalmente


em sala de aula (acelerao determinada pela equao do perodo
utilizando os dados experimentais) com o valor existente na literatura
cientfica e determine o desvio percentual.

5. Discuta os desvios encontrados entre os valores de g (valor obtido em


sala de aula com o da literatura).

Pgina 48
Parte 2:

1. Construa um grfico de T2 em funo de L e determine o valor de g,


atravs do coeficiente angular do mesmo.

Observao: Como foi visto anteriormente, da equao (8) tem-se:

que se pode identificar com uma equao da reta (y = a.x + b), onde

y = T2 (ordenadas - eixo vertical)


b = 0 (coeficiente linear da reta)
a = 42/g (coeficiente angular da reta)
x = L (elongao - abscissas, eixo horizontal)

Assim, obtendo o coeficiente angular da reta, graficamente, como

e sabendo-se que

ento, encontrado o valor de a pode-se encontrar g.

Questes

1. O que aconteceria com o perodo de um pndulo simples se o mesmo


fosse levado Lua e l colocado a oscilar?

2. Por que ao cronometrar-se o perodo tomou-se o tempo de 10 oscilaes?

Responda as questes destacadas em vermelho ao


longo do roteiro experimental no tpico concluso
do relatrio.

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Tpico 9. Aula Prtica:
Sistema Massa-Mola (Papel Milimetrado)

1. INTRODUO

No experimento anterior foi verificado teoricamente e


experimentalmente que o perodo de oscilao de um pndulo simples
determinado pelo seu comprimento. Aqui ser verificado que em um
sistema massa-mola, o perodo de oscilao depende da massa do corpo
suspenso.

2. OBJETIVOS DA EXPERINCIA

Os objetivos deste experimento so:


i) verificar se um corpo elstico (mola) obedece Lei de Hooke;
ii) calcular a constante elstica da mola, k, atravs de um
experimento simples com um sistema massa-mola e com o
auxlio de um papel milimetrado (ou grfico linear construdo
usando o programa Excel).

3. TEORIA

O oscilador massa-mola constitudo por um corpo de massa m


ligado a uma mola de constante elstica k, presa a uma parede
(verticalmente ou horizontalmente). Cada mola tem a sua constante
elstica, que depende do material de que feita e da sua geometria. O
corpo executa o MHS sobre uma superfcie horizontal sem atrito. Veja a
Figura 1. Quando a mola comprimida (ou esticada) e liberada, o corpo
passa a executar um movimento unidimensional de vai-e-vem. O
movimento regido pela Lei de Hooke, que relaciona a fora restauradora
com o deslocamento da massa:

onde F a fora elstica em Newtons, x o deslocamento em metros e k


a constante elstica da mola.

Pgina 50
Figura 1 - A esfera suspensa mola efetua um MHS (desprezando-se a
ao do ar). So mostradas as 3 fases do movimento: em (a), (c) e (e) as
mximas elongaes, e em (b) e (d) o ponto de equilbrio.

Na aula anterior vimos que a acelerao no MHS dada por:

( )

Pelo princpio fundamental da dinmica, a fora elstica deve


ser igual a:

Assim:

Pgina 51
( )

Eliminando x em ambos os lados e isolando T,

Portanto, em um sistema massa-mola, o perodo depende da massa


presa mola e da constante elstica da mola k.

4. PARTE EXPERIMENTAL

4.1. MATERIAIS UTILIZADOS

Para a realizao deste experimento, sero utilizados os seguintes


materiais:
1. Mola de metal com constante elstica desconhecida;
2. Haste para fixao da mola;
3. Suporte para massas;
4. Pesos graduados, em gramas;
5. Cronmetro;
6. Rgua milimetrada.

4.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Neste experimento trabalharemos com um sistema massa-mola na


vertical, conforme ilustrado na Figura 2. Esta figura mostra trs momentos
durante o movimento oscilatrio. Em todos esses momentos h sempre 2
foras atuando sobre a massa: a fora peso (P = m.g) e a fora restauradora
F. Vamos analisar brevemente o que acontece na fase (b): se o sistema no
estivesse oscilando, seria essa a sua posio de repouso. Em oscilao, esse
o ponto mdio em torno do qual o movimento acontece. Nesta posio, h
um equilbrio entre F e P, que significa que a fora resultante tem que ser
zero: FR = P + F = 0. Em (a) teremos F > P, ou seja, a fora elstica ganha
da fora peso: a fora resultante FR aponta para cima. Em (c) a situao
oposta: P > F, a fora peso ganha da fora elstica, e a resultante aponta
para baixo.

Pgina 52
Figura 2. Esquema do experimento massa-mola. A Figura mostra 3 fases do
movimento: em (a) e (c) so mostradas as mximas elongaes, e em (b) o
ponto de equilbrio.

Parte 1 (Sistema Esttico):


1. Pendure uma mola flexvel (que se alongue facilmente) num suporte
vertical. Pendure nessa mola o suporte para massas (esta montagem
tambm conhecida como balana de Joly). Mea e anote o comprimento da
mola L0 (cm).

2. Escolha cinco cargas de pesos diferentes conforme sugerido na Tabela 1.


Coloque as cargas uma seguida da outra. Para cada carga colocada, mea o
comprimento da mola L e o correspondente alongamento x em cm. Com
esses valores preencha a Tabela 1.

3. Coloque esses valores num plano coordenado e construa o grfico de F


em funo de x. Verifique se a mola obedece Lei de Hooke (se a funo F
= k.x de fato linear). Se sim, determine a constante elstica da mola.

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Tabela 1. Valores da massa (g) e respectivo alongamento da mola: x = L
L0 (cm).
Massa (g) Alongamento da mola: Peso da massa total
x = L L0 (cm) colocada: F (dyna)

10

20

30

40

50

1 dyna = 1 g.cm/s2

Parte 2 (Sistema em Movimento):


1. Coloque inicialmente uma ficha de 10 gramas no suporte para massas
preso mola. Anote a massa na primeira coluna da Tabela 2. Coloque a
mola para oscilar e mea com um cronmetro o tempo para que se
completem 10 oscilaes. Faa o mesmo procedimento mais duas vezes,
anotando os valores obtidos na coluna 4. Em resumo: voc dever medir o
tempo de oscilao do sistema massa-mola em 3 sries de 10 oscilaes.

Tabela 2. Dados para a 2 parte do experimento.


Massa Nmero Nmero
(g) da de Tempo (s) (s) (s) (s) 2 (s2)
medida oscilaes t (s)
80 1
10 2 10
3
1
20 2 10
3
1
30 2 10
3
1
40 10
2

Pgina 54
3
1
50 2 10
3

2. Adicione mais uma ficha de 10g ao suporte e repita o passo acima. V


aumentando a massa de 10 em 10 gramas e repetindo o experimento, at
chegar em 50g. Cuidado para no colocar carga em excesso, isso pode
Danificar a mola e invalidar o experimento.

3. Para cada valor de massa, calcule o tempo e o perodo mdio em


segundos. Anote esses valores nas colunas 5 e 6 da Tabela 2.

4. Para cada valor de massa da tabela, calcule o desvio padro dos perodos
medidos, , e escreva-os na coluna 7.

5. Calcule os quadrados dos perodos (T2, coluna 7 da Tabela 2) e faa a


propagao de erros para obter .

6. Faa um grfico em papel milimetrado (ou Excel) colocando m no eixo x


e T2 no eixo y. Marque os pontos obtidos no experimento. Considere os
valores de no grfico (barra de erros).

7. Determine a constante elstica da mola atravs do coeficiente angular da


reta obtida e do uso da equao (5) - vide procedimento experimental
utilizado no experimento anterior (Pndulo simples).

Questes:
a. Com base no experimento, o que podemos dizer sobre a relao entre a
massa e o perodo do sistema massa-mola?

b. Compare os valores da constante elstica obtidos para cada experimento.

Pgina 55
Tpico 10. Aula Prtica:
Empuxo

1. INTRODUO

Conta-se que na Grcia Antiga o Rei Hero II, de Siracusa,


apresentou um problema a Arquimedes (287a.C. - 212a.C.), um sbio da
poca. O rei havia recebido a coroa de ouro, cuja confeco confiara a um
ourives, mas estava desconfiado da honestidade do arteso. O ourives teria
substitudo parte do ouro que lhe foi entregue por prata.
Arquimedes foi encarregado de descobrir uma prova irrefutvel do
roubo. A lenda conta que o sbio teria descoberto o mtodo de medir a
densidade dos slidos por imerso em gua quando se banhava. Ele notou
que o nvel da gua aumentou quando ele entrou na tina. Logo associou a
quantidade de gua deslocada com o volume da parte imersa do seu corpo.
Assim, comparando o efeito provocado pelo volume da coroa com o
do volume de igual peso de ouro puro, ele poderia determinar a pureza da
coroa. Nesse instante, pelo que consta historicamente, Arquimedes teria
sado subitamente do banho e, ainda nu, teria corrido pelas ruas da cidade
gritando "Eureka! Eureka! eu descobri!".
Arquimedes descobriu, enquanto tomava banho, que um corpo
imerso na gua se torna mais leve devido a uma fora, exercida pelo
lquido sobre o corpo, vertical e para cima, que alivia o peso do corpo. Essa
fora, do lquido sobre o corpo, denominada empuxo ( ).
A teoria para obteno da fora de empuxo est diretamente
relacionada ao Princpio de Arquimedes que diz:
Todo corpo imerso, total ou parcialmente, num fluido em equilbrio,
dentro de um campo gravitacional, fica sob a ao de uma fora
vertical, com sentido ascendente, aplicada pelo fluido. Esta fora
denominada empuxo, cuja intensidade igual ao peso do lquido
deslocado pelo corpo.

2. OBJETIVOS DA EXPERINCIA

O objetivo deste experimento calcular o volume de um slido


utilizando o princpio de Arquimedes e tambm atravs do clculo
geomtrico.

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3. TEORIA

3.1 Demonstrao do Princpio de Arquimedes

O Princpio de Arquimedes permite calcular a fora que um fluido


(lquido ou gs) exerce sobre um slido nele mergulhado.
Para entender o Princpio de Arquimedes, imagine a seguinte
situao: um copo totalmente cheio dgua (figura 1a) e uma esfera de
chumbo. Se colocarmos a esfera na superfcie da gua, ela vai afundar e
provocar o extravasamento de uma certa quantidade de gua, conforme
ilustra a figura 1b. A fora que a gua exerce sobre a esfera ter direo
vertical, sentido para cima e mdulo igual ao do peso da gua que foi
deslocada (figura 1b).

Figura 1. Representao das foras que atuam sobre um corpo submerso no


interior de um lquido.

3.2 Formulao matemtica do empuxo

Portanto, num corpo que se encontra imerso em um lquido, agem


duas foras: a fora peso (P), devida interao com o campo gravitacional
terrestre, e a fora de empuxo (E), devida sua interao com o lquido.
Matematicamente, o empuxo pode ser escrito em termos das
densidades e do volume do fludo deslocado:

onde a massa do fludo deslocado, Vf seu volume, df a densidade


do fludo (df = massa/volume) e g a acelerao da gravidade. Pela anlise
realizada possvel perceber que o empuxo ser tanto maior quanto maior

Pgina 57
for o volume de lquido deslocado e quanto maior for a densidade deste
lquido.
Para corpos totalmente imersos, o volume de fluido deslocado igual
ao prprio volume do corpo. Neste caso, a intensidade do peso do corpo e
do empuxo so dadas por:

No caso do volume Vf estar preenchido por outro corpo com


densidade , diferente daquela do liquido ( ), o empuxo no ser
alterado. Isto porque o empuxo ser sempre o peso do fluido de densidade
deslocado pelo corpo de densidade que foi introduzido no seu
interior.
Conclui-se que:
se , E < P: nesse caso, o corpo afundar no lquido;
se , E > P: nesse caso, o corpo permanecer boiando na
superfcie do lquido;
se , E = P: neste caso, o corpo ficar em equilbrio quando
estiver totalmente mergulhado no lquido.
Dessa forma, possvel determinar quando um slido flutuar ou
afundar em um lquido, simplesmente conhecendo o valor de sua massa
especfica.

3.3 Peso aparente

Conhecendo o princpio de Arquimedes podemos estabelecer o


conceito de peso aparente (Pa), que o responsvel, por exemplo quando
em uma piscina, uma pessoa se sente mais leve quando imersa na gua.
Peso aparente o peso efetivo, ou seja, aquele que realmente
sentimos. No caso de um fluido:

Pgina 58
onde P o peso do corpo, ml massa do lquido deslocada (gua), mc a
massa do corpo e ma a massa aparente do corpo.

4. PARTE EXPERIMENTAL

4.1. MATERIAIS UTILIZADOS

Para a realizao deste experimento, iremos utilizar os seguintes


materiais:
1. Uma balana de pratos;
2. Pesos graduados, em gramas;
3. Um corpo de prova;
4. Um bquer com gua;
5. Paqumetro.

4.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1. Mea a massa do corpo de prova com o uso da balana, mc (anote a


incerteza da balana utilizada);
2. Mea a massa aparente do corpo, ma, utilizando o seguinte esquema
abaixo (incerteza da balana de pratos):

Figura 2. Esquema do experimento do empuxo.

Pgina 59
3. Escreva o valor experimental de mc e ma;

4. Calcule o volume (com o respectivo erro propagado) do corpo de prova


atravs da equao:

adote = (0,990,01) g/cm3.

5. Calcule agora o volume (com o respectivo erro propagado) do corpo


atravs da seguinte equao:

6. Responda a seguinte pergunta: Houve diferena no volume obtido por


ambos os mtodos? Se houve como explicaria isso?

REFERNCIAS

1. Robert Resnick, David Halliday & Jearl Walker: Fsica 2, 8edio.


Editora LTC.

2. Alberto Gaspar, Fsica: Volume nico, 1 Edio, Editora tica.

Pgina 60
Tpico 11. Aula Terica:
O Mtodo dos Mnimos Quadrados e Linearizao de
Funes

1. INTRODUO

Ao se obter uma sucesso de pontos experimentais que representados


em um grfico apresentam comportamento linear, diferentes
experimentadores podero traar diferentes retas, encontrando diferentes
valores para os coeficientes linear e/ou angular. Um mtodo para
determinar a reta correta dado pelo mtodo dos mnimos quadrados. Este
mtodo consiste em determinar o coeficiente angular a e o coeficiente
linear b da equao da reta: y = a.x + b.
Em geral, a relao entre duas grandezas fsicas no linear, e
fundamental descobrir de que tipo e quais so os parmetros que a
caracterizam. Sabe-se que numa relao linear muito simples o processo
de se determinar os parmetros envolvidos (neste caso o coeficiente linear e
angular), portanto, quando se observa que o grfico obtido no uma reta,
pode-se lineariz-lo atravs de uma mudana de variveis, transformando
em retas mesmo curvas aparentemente complexas. Este processo de
transformar um grfico curvo em uma reta denomina-se linearizao. Para
isso, um certo grau de familiaridade com as representaes grficas das
principais funes matemticas recomendvel, pois deve-se ter uma
noo sobre que tipo de funo matemtica poderia gerar uma curva igual a
indicada pela seqncia de pontos experimentais no grfico. Nesta aula
vamos analisar os dois casos mais freqentes: a relao tipo potncia e do
tipo exponencial.

2. OBJETIVOS

Determinar os coeficientes angular e linear da equao da reta,


y = a.x + b, atravs do mtodo dos mnimos quadrados;
Aplicar mtodos de linearizao de funes no lineares: tipo
potncia: y = a.xn e exponencial: y = a.eb.x.

3. TEORIA

3.1. O Mtodo dos Mnimos Quadrados (ou Regresso Linear)

Pgina 61
O ajuste de curvas pelo mtodo dos mnimos quadrados
importante, pois ao contrrio do mtodo grfico, independente da
avaliao do experimentador. Este mtodo consiste em minimizar o erro
quadrtico mdio (S) das medidas. Considere ento um conjunto de N
medidas (xi, yi), com i assumindo valores inteiros desde 1 at N. S
definido como:

onde y o valor da curva ajustada (y = a.x+b). O objetivo somar os


das N medidas e traar uma reta que torne a soma dos mnima.
Matematicamente isso corresponde a e . razovel
acreditar que para que isso acontea a reta desejada deve passar entre todos
os pontos experimentais. Destas duas expresses extramos os valores dos
parmetros a e b. O resultado :

onde usou-se a notao de somatrio: .

Exemplo de Determinao dos Coeficientes Angular e Linear

Considere uma medida de movimento retilneo uniforme (MRU)


efetuado por um carrinho no laboratrio. Foram medidos tanto sua posio
x (em metros) quanto o tempo t (em segundos) e os resultados esto
conforme a tabela 1. Construa o grfico que representa o movimento e
determine a velocidade e a posio inicial do carrinho usando o mtodo dos
mnimos quadrados.

Pgina 62
Tabela 1. Valores experimentais da posio de um carrinho em funo do
tempo.
X - tempo (s) Y - posio (m)

0,100 0,51

0,200 0,59

0,300 0,72

0,400 0,80

0,500 0,92

Para usarmos o mtodo dos mnimos quadrados, sugere-se a


construo de uma tabela, conforme indicado abaixo, lembrando que aqui o
eixo x corresponde ao tempo t e o eixo y, posio x:

Tabela 2. Tabela contendo os valores de x, y, x.y e x 2, e suas respectivas


somatrias.
x(s) y(m) x.y x2

0,100 0,51 0,051 0,0100


0,200 0,59 0,120 0,0400
0,300 0,72 0,220 0,0900
0,400 0,80 0,320 0,1600
0,500 0,92 0,460 0,2500
x = 1,50 y = 3,54 x.y = 1,17 x2 = 0,55

Com esses resultados, basta substituir os valores nas frmulas para a


e b, e lembrar que neste caso temos N = 5 medidas:

Portanto, temos que y = 1,08.x + 0,38 e se substituirmos os valores


de x da tabela 1 na funo obtemos os seguintes valores de y:

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Tabela 3. Valor da posio de um carrinho estimado atravs do mtodo dos
mnimos quadrados em funo do tempo.
Y - posio (m)
X - tempo (s) (mtodo dos mnimos
quadrados)

0,100 0,49

0,200 0,60

0,300 0,70

0,400 0,81

0,500 0,92

Fazendo o grfico dos resultados da tabela 1 com a tabela 3 temos:

Pgina 64
1,0
dados experimentais
0,9 mtodo dos mnimos quadrados

0,8
Posio (m)

0,7
y = 0,29 m
0,6

0,5 x = 0,30 s

0,4 logo:
x0 = 0,38 m v = 0,29/0,30 = 0,97 m/s
0,3
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
Tempo (s)
Figura 1. Evoluo da posio do mvel em funo do tempo.

Observe que o valor da velocidade calculado pelos dados da tabela 1


igual a 0,97 m/s enquanto que para a curva determinada pelo mtodo dos
mnimos quadrados de 1,08 m/s, ou seja, este o valor mais prximo do
valor real da velocidade do carrinho.

Exerccio:

1. Estudando o movimento de um carrinho, efetuado ao longo de um trilho


de ar (movimento retilneo uniforme) obteve-se os seguintes dados
experimentais, aps:

Posio
t1 (s) t2 (s) t3 (s) t4 (s) t5 (s)
(mm)
879 0,14 0,15 0,14 0,12 0,12
895 0,20 0,22 0,24 0,25 0,20
919 0,32 0,33 0,29 0,34 0,33
949 0,44 0,45 0,46 0,46 0,45
964 0,52 0,52 0,51 0,53 0,59

Pgina 65
970 0,64 0,72 0,70 0,69 0,60

Uma posio para o sensor de medida no trilho foi escolhida e ento


mediu-se o tempo gasto pelo carrinho para atingi-lo. Esta medida foi feita 5
vezes, correspondendo aos valores t1 , t2, t3, t4 e t5. Em seguida repetiu-se o
procedimento para outras 5 posies do sensor ao longo do trilho.
Determine utilizando o mtodo dos mnimos quadrados a velocidade
do carrinho e sua posio inicial com os erros associados.

3.2 Linearizao de Funes

Na maioria das vezes as funes que descrevem os fenmenos fsicos


no so lineares, ou seja, no so funes do tipo y = a.x + b. Nestes casos,
quando construmos o grfico de y = f(x) no papel milimetrado no
obtemos uma reta. Vejamos alguns exemplos:

Exemplo 1. Pndulo simples: Na tabela abaixo (fora do padro), L o


comprimento do fio de um pndulo simples e T o valor mdio do perodo
de oscilao desse pndulo, obtido de 10 medidas. Faa um grfico de T
em funo de L (ou seja, T L). Adote T = 0,05 s e L = 0,05 m.

L (m) 1,44 1,32 1,22 1,10 0,94 0,71 0,53 0,41 0,29 0,16

T (s) 2,40 2,31 2,22 2,12 1,94 1,70 1,53 1,30 1,16 0,79

2,6
2,4
2,2
Perodo, T (s)

2,0
1,8
1,6
1,4
1,2
1,0
0,8
0,6
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
Comprimento, L (cm)

Pgina 66
Exemplo 2. Velocidade do som no ar: para determinar a velocidade do som
no ar, mediu-se o comprimento de onda em funo da freqncia f. Os
dados so mostrados na tabela a seguir.

f (Hz) 1000 800 600 400 200 100

(m) 0,3405 0,4340 0,5800 0,8655 1,7155 3,4556

Conhecendo as incertezas = 0,0005 m e f = 2 Hz, construir o grfico


= f(f).

3.5
Comprimento de onda, (m)

3.0

2.5

2.0

1.5

1.0

0.5

0.0
0 200 400 600 800 1000
Frequncia, f (Hz)
Observe que a funo matemtica que relaciona T e L no exemplo 1
e e f no exemplo 2 no so funes lineares. Neste caso vem a seguinte
pergunta:

O que fazer se as grandezas no tm relao linear?

Na maioria das vezes a relao entre duas grandezas fsicas no


linear e fundamental descobrir de que tipo e quais so os parmetros
que caracterizam a relao entre as grandezas. Uma das maneiras de se
fazer isso linearizar o grfico. Isto pode ser feito de dois modos:

a) Fazendo uma mudana adequada de varivel;


b) Mudando o tipo de papel (monolog ou di-log) ou escala (no caso do uso
do programa Excel).

Pgina 67
A) Mudana de varivel

A mudana de varivel muito til quando j conhecemos a relao


funcional que existe entre as grandezas que esto sendo estudadas.

Exemplo 3. No caso de pndulo simples sabemos que, sendo T o perodo,


L o comprimento do fio e g a acelerao da gravidade local, ento:

A Equao 4 mostra que a funo matemtica entre T2 e L linear, sendo


42/g o coeficiente angular da reta. Vamos construir o grfico de T2 L e
verificar se isso acontece mesmo.

Determinao da acelerao da gravidade

6
Quadrado do Perodo, T (s)
2

0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
Comprimento, L (cm)
Escolhendo dois pontos do grfico e procedendo como especificado
anteriormente, encontraremos que a funo matemtica entre T2 e L
T2 = 3,950L. Portanto, temos uma tcnica para determinar a acelerao da
gravidade, isto :

Exemplo 4. A velocidade do som v, a freqncia f e o comprimento de


onda esto relacionadas por

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A Equao 5 mostra que a funo matemtica entre e 1/f linear, sendo v
o coeficiente angular da reta. Vamos construir o grfico de f -1 e
verificar se isso acontece mesmo.

Determinao da velocidade do som no ar

3,5
Comprimento de onda, (m)

3,0

2,5

2,0

1,5
y = 0,865 m
1,0
x = 0,0025 s
0,5 logo:
v = 0,865/0,0025 = 346 m/s
0,0
0,000 0,002 0,004 0,006 0,008 0,010
Inverso da Frequncia, 1/f (s)

Escolhendo dois pontos do grfico e procedendo como especificado no


exemplo 3, encontraremos que a funo matemtica entre e 1/f
= 346,0(1/f) Comparando com a Equao 5, obtemos a velocidade do
som no ar:

B) Mudando o tipo de papel (ou escala)

Neste caso feita uma mudana no tipo de papel (ou escala, no caso
do uso do programa Excel) que est sendo empregado(a) na construo do
grfico. Um tipo muito til de escala a logartmica. Nesta escala, a
distncia D entre duas marcas sucessivas no constante, ela varia
logaritmicamente (Figura 1):

D = log(g) log(g0) ,

isto , ela feita de tal maneira que a distncia entre 1 e 2 proporcional a


(log2 - log1); a distncia entre 2 e 3 proporcional a: (log3 - log2), por isso

Pgina 69
as distncias entre marcas sucessivas no so constantes. Numa escala
logartmica, ento, a escala linear com o logaritmo da grandeza!

Figura 2. Escala logartmica.

A Figura 2 mostra uma escala logartmica maior, em que a graduao


correspondente origem do eixo g0 = 1 100.

Figura 3. Representao das dcadas em uma escala logartmica.

Note que existem trechos que se repetem: as dcadas. Cada dcada


corresponde a uma potncia de 10 da grandeza g a ser representada no eixo.
A escala mostrada acima apresenta 3 dcadas. Portanto, quando for
necessrio o uso de escalas logartmicas, o primeiro cuidado reescrever
todos os valores a serem representados na escala em notao cientfica,
para definir quantas dcadas sero necessrias e em qual das dcadas os
valores sero representados.

Exemplo 5. Representar numa escala logartmica os seguintes valores:

A = 0,2 kg = 2.10-1 kg B = 5,0 kg = 5,0.100 kg


C = 30 kg = 3,0.101 kg D = 85 kg = 8,5.101 kg

V-se ento que sero necessrias 3 dcadas para representar estes valores.
Colocando na origem a graduao g0 = 1.10-1 e os valores sero marcados,
como mostrados na figura da pgina seguinte

Existem no mercado 2 tipos de papeis com escalas logartmicas:

Mono-log: um dos eixos uma escala linear e o outro uma escala


logartmica.
Di-log: neste papel os dois eixos so escalas logartmicas.
Pgina 70
Quando se usa o software Excel basta construir o grfico a partir de
uma tabela x,y. Em seguida, para mudar a escala de cada eixo clique com o
boto direito do mouse sobre o eixo x, por exemplo, e v em "Formatar
eixo". Nas opes que aparecem, basta selecionar o quadro "Escala
logartmica" e definir a base desejada ( a mais convencional a base 10,
para o caso de uma equao exponencial, y = a.enx , utiliza-se a base 2,718).

A escala logartmica muito til quando estamos tratando com


funes do tipo potncia (y = a.xn) e do tipo exponencial (y = a.enx). Estas
funes sempre podem ser linearizadas com o uso de escalas logartmicas.

i) Funo tipo potncia

Quando se suspeita que a relao x e y da forma y = a.xn, procede-


se do seguinte modo:

Aplica-se o logaritmo a ambos os lados da equao:


log y = log (a.xn)
log y = log a + n.log x (6)

Fazendo log y = Y, log a = A e log x = X, obtm-se:


Y = A + nX,

que a equao de uma reta, sendo n o coeficiente angular da reta e a


potncia da funo que relaciona x e y.

Portanto, v-se que possvel transformar uma relao tipo potncia


em uma relao linear aplicando o logaritmo.
ii) Funo exponencial

Outro tipo de relao entre duas grandezas fsica muito comum e


bem simples a exponencial: y = a.ebx. Ela tambm pode ser linearizada
atravs de uma mudana de variveis ou ento fazer um grfico em um
papel milimetrado, colocando os valores medidos de y no eixo das
ordenadas e colocar ebx no eixo das abscissa e no as medidas x. Outra
possibilidade utilizar um papel onde um dos eixos tem escala logartmica
e o outro linear.
Quando se suspeita que a relao x e y da forma y = a.e bx, procede-
se do seguinte modo:

Aplica-se o logaritmo natural a ambos os lados da equao:


ln y = ln (a.ebx)
Pgina 71
ln y = ln a + bx ln e
ln y = ln a + bx (7)

Fazendo ln y = Y, ln a = A , obtm-se:
Y = A + bx,

que a equao de uma reta, sendo b o coeficiente angular da reta.

Para obter o coeficiente angular da reta nos dois casos feito do


seguinte modo:

Papel di-log: Neste caso teremos (Figura 4):

Relao de potncia: y = a.xn , a = ? , n = ?

Papel Milimetrado Papel Di-log


y2
P2

y y
y1
P1

A
x1 x2
x x

y
Figura 4. Determinao das constantes no papel di-log.
1

a) Escolha dois pontos P1 e P2 de fcil leitura no papel di-log:

P1= (x1,y1) e P2= (x2,y2)

b) Substituindo as coordenadas dos pontos P1 e P2 na Equao 6, teremos:

log y1 = log a + n log x1 (7a)


log y2 = log a + n log x2 (7b)

Subtraindo as equaes 7a e 7b e resolvendo para n:

log y1 - log y2 = log a + n log x1 - log a - n log x2

Pgina 72
Tendo encontrado n, s voltar a uma das equaes 7a ou 7b e encontrar a.

Papel mono-log: Neste caso teremos (Figura 5):

Relao exponencial: y = a.eb.x , a = ? , b = ?

Papel Milimetrado Papel Mono-log


y2

P2
y y
y1
P1

A
x1 x2
x x

y1 y
Figura 5. Determinao das constantes no papel mono-log.
1

a) Escolha dois pontos P1 e P2 de fcil leitura no papel mono-log:

P1= (x1,y1) e P2= (x2,y2)

b) Substituindo as coordenadas dos pontos P1 e P2 na Equao 7, teremos:

log y1 = log a + b. x1 (8a)


log y2 = log a + b. x2 (8b)

Subtraindo as equaes 8a e 8b e resolvendo para b:

log y1 - log y2 = log a + b. x1 - log a - b. x2

Tendo encontrado b, s voltar a uma das equaes 8a ou 8b e encontrar a.

Exerccios:

1. Efetue a linearizao das funes abaixo:

a)

Pgina 73
b)
c)
d)

2. Diversos fenmenos fsicos como o decaimento radioativo segue uma lei


matemtica que uma funo de uma exponencial negativa. Outro
fenmeno mais prximo o decrscimo de temperatura de uma xcara de
caf. Dada uma temperatura inicial de 205C (exagerando obviamente),
podemos ver que o seu decrscimo ser uma exponencial negativa at
atingir uma temperatura ambiente, 1 grau por exemplo (exagerando
novamente). Utilizando ento os dados da tabela abaixo, vemos o
comportamento na figura 6:

Tempo (horas) Temperatura (C)

0 250

1 152

2 92

3 56

4 33

5 20

6 12

7 7

8 4

9 2

10 1

Pgina 74
Decrscimo de Temperatura
300

250
Temperatura (C)

200

150

100

50

0
0 3 6 9 12 15
Tempo (horas)

Figura 6. Temperatura em funo do tempo de uma hipottica xcara de


caf.

Determine:
(a) o coeficiente angular da reta no grfico monolog.
(b) o coeficiente linear da reta no grfico monolog.
(c) a equao da reta no grfico monolog.
(d) a funo exponencial que gerou o grfico da figura 6.

Pgina 75

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