Fichamento Documentos de Identidade
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INTRODUO
Michael Apple
o Bordieu e Althusser no tinham como foco o currculo, apesar de criticarem
a educao liberal.
o Ponto de partida: dominao de classe, daqueles que detm os recursos
materiais e aqueles que detm apenas a fora de trabalho.
o Caractersticas econmicas afetando outros mbitos. Relao estrutural entre
economia e educao.
o Conexo entre economia e currculo. Porm, para Apple, essa ligao no
era direta. Preocupao em no se tornar mecanicista.
o Essa conexo mediada pela ao humana, por isso ele recorre ao conceito
de hegemonia, inspirado por Gramsci.
o o conceito de hegemonia que permite ver o campo social como um
campo contestado, como um campo onde os grupos dominantes se veem
obrigados a reocorrer a um esforo permanente de convencimento ideolgico
para manter sua dominao. precisamente atravs desse esforo de
convencimento que a dominao econmica se transforma em hegemonia
cultural. Esse convencimento atinge sua mxima eficcia quando se
transforma em senso comum, quando se naturaliza. (p. 46).
o Assim, o currculo no algo neutro. A sua seleo reflete os interesses das
classes dominantes.
o A questo no saber qual conhecimento verdadeiro, mas qual
conhecimento considerado verdadeiro. (p. 46). Porque um conhecimento
considerado legtimo e o outro no.
o Problema de se tratar os conhecimentos do currculo na perspectiva
tradicional como inquestionveis. Levando isso em considerao, surgiram
duas correntes. Apple tenta dar importncia s duas coisas.
Crticas ao chamado currculo oculto (Bowles e Gintis) relaes
sociais na escola e a forma como aquilo transmitido.
Crticas ao currculo explcito (Althusser).
o Apple deu nfase no processo que a escola exerce na distribuio do
conhecimento oficial. (p. 48).
o O conhecimento tcnico relaciona-se diretamente com a estrutura e o
funcionamento da sociedade capitalista, uma vez que se trata de
conhecimento relevante para a economia e a produo. (p. 48).
o Preocupao com as relaes de poder. A questo bsica a da conexo
entre, de um lado, a produo, distribuio e consumo dos recursos
materiais, econmicos e, de outro, a produo, distribuio e consumo de
recursos simblicos como a cultura, o conhecimento, a educao e o
currculo. (p. 48).
o Currculo como tambm um campo de resistncia esboo, reforado por
Paul Willis.
o Ponto de Apple: ligao do currculo com o poder.
Henry Giroux
Paulo Freire
o No desenvolveu uma teoria especfica do currculo, porm discute
coisas intrinsecamente ligadas ao currculo. Esforo em responder: o
que ensinar?, e isso j evidencia uma preocupao com o currculo.
o Destaque ao livro Pedagogia do Oprimido.
Difere das bases da teoria crtica (Althusser, Bordieu e Passeron,
Bowles e Gintis).
Anlise mais centrada nos aspectos filosficos, no sociolgicos
e econmicos. Influncia hegeliana (senhor-servo). No fala de
reflexo de dominao, mas sim da dinmica do processo de
dominao.
Preocupado com a situao da educao nos pases subordinados
na ordem mundial.
(...) em Pedagogia do Oprimido, Freire adia a transformao da
educao formal para depois da revoluo. (p. 58).
No se limita em analisar a educao, ele tambm prope algo
(como a educao deve ser).
Crtica ao currculo centrada no conceito de educao bancria.
Ideia de que o conhecimento consiste em transferir
informaes e fatos aos alunos/as.
O conhecimento se confunde com um ato de depsito
bancrio. (p. 58).
Conhecimento como existente fora das pessoas.
Verbalismo vazio, desligado do existncia das pessoas e o
que as envolve.
Em contraposio educao bancria ele prope uma
educao problematizadora.
Conhecimento a partir de uma concepo
fenomenolgica.
(...) no existe uma separao entre o ato de conhecer e
aquilo que se conhece. (p. 59).
O conhecimento sempre intencionado.
Intercomunicao o conhecimento no algo isolado.
Educao mtua.
Educao bancria no dialoga, j que s o educador
ativo.
Dilogo entre educados e educandos.
Nesse sentido, se preocupa com um currculo que esteja
de acordo com essa concepo de educao.
Currculo, portanto, baseado na experincia dos educandos a
partir da busca de temas significativos.
No nega a importncia dos especialistas, mas estes devem fazer
a codificao.
Contedo programtico deve ser feito pelos educandos e
educadores.
Esse contedo programtico deve ser buscado, conjuntamente,
naquela realidade, naquele mundo que, segundo Freire, constitui
o objeto do conhecimento intersubjetivo. (p. 61).
Preocupao fenomenolgica na conscincia de si mesmo.
Cultura no sentido de produo humana, assim, no existe aquela
cultura inferior ou superior. O correto, portanto, seria falar em
culturas.
Contraposio ideia de cultura do currculo tradicional,
que a concebe como obras de excelncia.
Apaga fronteira entre culturas eruditas e populares.
Assim, o que chamado de cultura popular passa a ser
imprescindvel para compor o currculo.
Antecipao de cultura dos Estudos Culturais e das teorias
ps colonialistas que privilegiam a perspectiva dos
dominados.
O predomnio de Freire na educao foi contestado nos anos 80.
Dermeval Saviani
o Crtica a Paulo Freire, e no lugar prope o que ficou conhecido como
pedagogia histrico-crtica ou pedagogia crtico-social dos
contedos.
o No teorizou especificamente sobre currculos, mas perpassa por isso.
o Separao entre educao e poltica.
o Transmisso de conhecimentos universas.
o Conhecimento como fortalecimento do poder das classes subordinadas.
Currculo oculto
o O currculo oculto constitudo por todos aqueles aspectos do ambiente
escolar que, sem fazer parte do currculo oficial, explcito, contribuem,
de forma implcita, para aprendizagens sociais relevantes. (...) Para a
perspectiva crtica, o que se aprende no currculo oculto so
fundamentalmente atitudes, comportamentos, valores e orientaes que
permitem que crianas e jovens se ajustem de forma mais conveniente s
estruturas e s pautas de funcionamento, consideradas injustas e
antidemocrticas e, portanto, indesejveis, da sociedade capitalista. Entre
outras coisas, o currculo oculto ensina, em geral, o conformismo, a
obedincia, o individualismo. (p. 78-9).