Compatibilidade Eletromagnetica em Subestacoes PDF
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-acoplamento indutivo ou magntico : manifesta-se -campo magntico aquele em que a relao entre a
entre 2 circuitos / sistemas vizinhos; nesse caso, no densidade do campo eltrico E e a densidade do
existe ligao fsica entre a fonte e o receptor e a EMI campo magntico H inferior a cerca de 377 Ohms;
irradia-se pelo ar, geralmente por meio de antenas ou sendo assim, um sistema de corrente elevada e de
cabos como em sinais de rdio, TV, linhas de alta tenso baixa caracteriza-se como sendo uma fonte
tenso, ou motivados por efeito corona, efeitos de predominantemente de campo magntico.
chaveamentos, etc; o nvel de acoplamento (tenso
induzida) proporcional taxa de variao da -campo eltrico aquele em que a relao entre a
corrente de rudo na fonte e indutncia mtua entre densidade do campo eltrico E e a densidade do
os circuitos e depende, tambm, da distncia entre a campo magntico H superior a cerca de 377 Ohms;
fonte e o receptor. sendo assim, um sistema de baixa corrente e tenso
elevada caracteriza-se como sendo uma fonte
-acoplamento capacitivo ou eletrosttico : manifesta- predominantemente de campo eltrico.
se entre 2 circuitos / sistemas vizinhos; nesse caso,
no existe ligao fsica entre a fonte e o receptor e a -radiao eletromagntica aquela em que a relao
EMI irradia-se pelo ar, por meio das capacitncias entre a densidade do campo eltrico E e a densidade
existentes entre eles; o nvel de acoplamento (tenso do campo magntico H constante e equivale a
perturbadora e/ou corrente circulante no receptor) cerca de 377 Ohms; nessa situao, as ondas so
proporcional taxa de variao da tenso do rudo na denominadas TEM (Transverse Eletromagnetic
fonte e reatncia capacitiva existente entre o circuito Waves) ou ondas planas, e as componentes E e H
ruidoso e o circuito afetado, dependendo, tambm, da propagam-se ortogonalmente.
distncia entre a fonte e o receptor.
O grfico da Figura 2 resume as definies aqui
-acoplamento resistivo ou por conduo : nesse caso citadas.
h uma ligao fsica entre o sinal gerado (EMI) e o
3
alguns kHz; essas sobretenses podem resultar
na superao da tenso de restabelecimento
transitria (TRT) do disjuntor manobrado, situao
em que o equipamento no capaz de extinguir o
arco na primeira passagem da corrente pelo valor
nulo, sendo originadas vrias reignies de arco
nos contatos consequentemente, criam-se picos
de tenso com elevados valores e rpidas frentes
de onda, gerando campos irradiados que podem
interferir no funcionamento dos equipamentos
eletrnicos sensveis.
Proteo
contra surtos
(rede CA)
BEP
Malha de
terra de
referncia
Malha de terra do
sistema de fora Condutor Isolado
Linha equipotencial
consiste na eliminao (ou minimizao substancial) Como a malha de terra de referncia de sinal no
da possibilidade de surgimento de diferenas de responsvel pela conduo de correntes de curto-
potencial significativas entre as carcaas dos circuito fase-terra no sistema de fora, seu
equipamentos eletrnicos sensveis e seus dimensionamento segue critrios especficos,
barramentos de referncia de sinal eletrnico, quando levando em conta a circulao de correntes de surtos
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Quadro de Distribuio
EES 1 EES 2 EES 2
Aterramento
de fora
Aterramento Barra de Equipotencializao
das carcaas
Comunicao
Aterramento
de referncia
Malha de
Referncia
P roteo
contra surtos
(rede C A )
C apacitncia de
C apacitncia de acoplam ento
acoplam ento
V em da M alha de
A terram ento do
SPDA
M alha de terra do
sistem a de fora C ondutor Isolado
Blindagens Magnticas, confeccionadas em ferro O Bel uma unidade logaritimica utilizada para se
fundido, ao ou nquel por exemplo, apresentam a expressar uma relao entre duas grandezas de
propriedade de concatenar o fluxo magntico muito mesma natureza. Para que se possa perceber a
mais eficientemente que o ar, possibilitando que o comparao entre a relao de grandezas fsicas e
fluxo resultante em seu interior seja menor que o fluxo os valores em decibis, pode-se verificar a Tabela 2.
contido no material utilizado para a blindagem, uma Quanto melhor for a blindagem, maior ser o valor da
vez que tal fluxo tender a buscar o caminho de atenuao em dB, ou seja, a eficincia de uma
menor relutncia. O grau de atenuao funo da blindagem determinada pelo nvel de atenuao
permeabilidade magntica do material (caracterstica obtido.
que define a facilidade ou dificuldade de um material
ser atravessado por linhas de campo magntico) e da Razo entre Atenuao
espessura adotada. Tais blindagens podem ser grandezas dB
utilizadas para atenuar campos magnticos gerados 106 120
por correntes contnuas (estacionrios) ou correntes 105 100
alternadas. 104 80
103 60
Nas Blindagens Condutivas, confeccionadas em cobre 102 40
ou alumnio por exemplo, os fluxos magnticos 10 20
incidentes provocam a circulao de correntes 5 14
parasitas (Foucault). Tais correntes, por sua vez, 2 6
produzem fluxos que se opem ao fluxo que as gerou 1 0
(Lei de Lenz), atenuando sua intensidade, o que
representa uma barreira a campos magnticos. O Tabela 2
grau de atenuao funo da condutividade eltrica
do material (caracterstica que define a facilidade ou Como exemplo, se uma medio de campo
dificuldade de um material ser percorrido por eletromagntico realizada em um determinado
correntes eltricas) e da espessura adotada. Pelo seu ambiente antes e depois da instalao da blindagem,
princpio de funcionamento, tais blindagens podem ser indicar uma relao de 10 / 1, essa atenuao
utilizadas para atenuar campos eletromagnticos equivaler a 20 dB.
gerados apenas por correntes alternadas.
Uma blindagem eletromagntica tambm pode ser
A espessura a ser adotada em ambos os tipos de avaliada com base no quociente entre as densidades
blindagem, depender do material e do grau de de campo magntico sobre ela e em seu interior, ou
atenuao desejado em cada projeto. no quociente entre a intensidade de campo eltrico
ou de campo magntico no exterior e no interior da
Se uma determinada blindagem se destina mesma, respectivamente. A tais relaes, d-se o
primordialmente atenuao de campos magnticos, nome de Fator de Blindagem (melhor blindagem =
a escolha reacair sobre as blindagens magnticas. maior fator de blindagem).
Se, no entanto, h a necessidade de atenuao de
campos eltricos, aconselhvel a adoo das As radiaes eletromagnticas tm a propriedade de
blindagens condutivas, independentemente da penetrar nas paredes metlicas uma blindagem
freqncia do campo incidente. Alguns especialistas magntica. A essa caracterstica d-se o nome de
recomendam o uso de materiais magnticos para a Profundidade de Penetrao (), definida pela
blindagem de campos magnticos com freqncias de seguinte expresso :
at 100 kHz e o uso de materiais com boa
condutividade para a blindagem de campos eltricos = _____1_____
com qualquer freqncia e de campos magnticos
com freqncia acima de 100 kHz. ( f..r.r ) 1/2
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Como se percebe, a profundidade de penetrao ser a serem atenuadas e dos nveis de atenuao
inversamente proporcional aos seguintes parmetros : pretendidos, projetos dessa natureza geralmente
freqncia (f) da radiao incidente, permeabilidade consideram atenuaes da ordem de 20 a 60 dB, ou
magntica (r) do material em relao seja, atenuaes mnimas de 10 vezes e mximas
permeabilidade do vcuo (vcuo = 1) e condutividade de 1000 vezes.
(r) do material relativamente condutividade do -deve-se adquirir as telas (reticulados) para
cobre (cobre = 5,8 x 107 Siemens/metro). blindagem com as dimenses e especificaes
indicadas pelo projeto, aplicando / fixando as vrias
A atenuao proporcionada por uma blindagem sees sobre as paredes, lajes, vigas e colunas /
contempla efeitos relativos s perdas por reflexo de pilares do ambiente, interconectando-as atravs de
parte dos campos ou radiao que a atinge, a efeitos barras metlicas, fitas metlicas de boa
de perdas por absoro no interior da prpria condutividade ou por meio de soldagem.
blindagem (transformao em calor) e s perdas por
mltiplas reflexes que ocorrem no interior da mesma, -aps devidamente posicionadas / fixadas, as telas
entre suas faces (tambm gerando calor). O clculo devem ser cobertas com cerca de 5 cm de alvenaria.
dessas parcelas de atenuao muitas vezes
complexo, sendo abordado detalhadamente na -se as necessidades arquitetnicas impuserem a
bibliografia especfica. O processo de clculo de cada previso de janelas convencionais em funo dos
parcela de atenuao envolve frmulas especficas requisitos estticos das fachadas do recinto, deve-se
que consideram, cada qual, o tipo de campo a ser preparar, junto a elas, janelas mais internas
levado em conta no ponto de localizao da revestidas com blindagem de tela com as mesmas
blindagem (magntico, eltrico ou radiao caractersticas da tela utilizada nas paredes; essas
eletromagntica). janelas devero fechar pelo lado de dentro, sobre as
janelas convencionais.
A eficincia de uma blindagem na prtica afetada
por inmeros fatores, dentre os quais, a presena de -as janelas e demais aberturas do ambiente devero
aberturas e juntas, elementos que reduzem, estar solidamente conectadas ao restante da
fundamentalmente, a capacidade de bloqueio de blindagem atravs de conexes ou molas
campos magnticos. Um grande nmero de pequenos articuladas, para garantia de continuidade eltrica.
orifcios produz uma menor perda de eficincia em
comparao ao efeito de um orifcio maior, de rea -blindagens contra sinais de freqncia na faixa entre
total equivalente soma dos orifcios menores.Em se 10 kHz e 5 MHz so de implementao relativamente
tratando de um recinto eltrico, as aberturas e orifcios fcil; para sinais com freqncias acima do limite
so obrigatrias para as portas de acesso, janelas, mximo aqui mencionado, deve-se ter um cuidado
ventilao e para passagem de dutos, etc, o que especial com fendas e aberturas em geral, uma vez
impe critrio na anlise e definio das blindagens. que, para aberturas das ordem de um centsimo do
comprimento da onde irradiada (60 cm para
Blindagens em SEs e Recintos Eltricos f = 5 MHz), ainda existe a possibilidade de
penetrao de campos.
H muitos aspectos a serem analisados na concepo
e projeto de blindagem de recintos eltricos que -em casos mais crticos, para os quais sejam
contenham equipamentos eletrnicos sensveis em previstas elevadas intensidades de campos
uma subestao. A previso das possveis magnticos, prudente evitar aberturas a abertura
freqncias perturbadoras deve ser objeto de estudos de janelas.
minuciosos, sendo altamente recomendvel confiar
tais procedimentos a especialistas da rea. -para intensidades de campo magntico mais
modestas, pode-se utilizar janelas com vidro duplo,
Embora geralmente o tema requeira anlises caso a instalando entre elas uma tela metlica a ser
caso, algumas informaes e recomendaes prticas adequadamente interligada blindagem das
indicadas por projetistas (com foco em interferncias paredes;
de mdias e altas freqncias geradas externamente
aos recintos dotados de equipamentos sensveis) so -um procedimento muitas vezes adotado em casos
descritas a seguir : prticos para melhorar a eficincia da blindagem em
-geralmente, no caso de perturbaes passveis de locais de aberturas consiste em aplicar, em
serem produzidas em ambientes externos de duplicidade, telas metlicas com mesh no superior
subestaes / usinas de energia eltrica (por a 1,5 mm.
descargas atmosfricas, chaveamentos de potncia,
etc), a faixa de frequncias de tais surtos situa-se -tambm possvel utilizar lminas flexveis de
entre 10 kHz e 500 kHz (alguns autores citam bronze, por exemplo, nas aberturas de portas e
freqncias de at 1 GHz). janelas, interligando-as s blindagens previstas para
as paredes.
-embora a determinao de tipos e configuraes de
blindagem de recintos sejam funes das freqncias
10
-devem ser aplicadas blindagens a todas as aberturas explica pela fato de que, para uma onda a uma
utilizadas para a transio interno-externo de cabos dada freqncia, o reticulado de menores
eltricos e de comunicao. dimenses em relao ao comprimento de onda,
ser capaz de proporcionar uma melhor blindagem.
-a escolha do material metlico a ser adotado
depender dos campos incidentes e do nvel de No caso dos campos magnticos de baixa freqncia
atenuao desejado; sendo assim, materiais (60 Hz, por exemplo) originados proximamente aos
magnticos como o ao, o ferro fundido e o nquel equipamentos sensveis, as blindagens so
podem ser adotados para a blindagem contra campos problemticas, podendo ser obtidas geralmente com
magnticos; materiais como o cobre e o alumnio, chapas espessas de alta permeabilidade magntica
devido sua alta condutividade, devem ser usados ou alta condutividade eltrica, solues muitas vezes
para a blindagem contra campos eltricos. inviveis na prtica. No caso das subestaes e
recintos eltricos, provavelmente a melhor soluo
O Grfico da Figura 6 apresenta curvas elaboradas ser estudar novos arranjos fsicos para os
para anlises de atenuao de campos magnticos equipamentos, buscando afast-los o mximo
deem uma determinada subestao, consideradas possvel das fontes geradoras de interferncia.
telas de blindagem em 3 configuraes e uma faixa de
freqncias de 1 kHz a 100 MHz. Supresso de Surtos Conduzidos
Portanto, tudo indica que, em um futuro prximo, a [4] Antnio Carlos Passos Sartin e Cezar Jos
uitilizao desse tipo de material poder ser cogitada SantAnna CTEEP (Companhia de Transmisso
tambm no Brasil para a construo / blindagem de de Energia Eltrica Paulista) Compatibilidade
recintos fechados em subestaes e usinas, tais como Eletromagntica em Usinas e Subestaes
as salas eltricas e os compartimentos destinados SNPTEE 2001
instalao de equipamentos eletrnicos sensveis.
[5] Sergio T. Sobral (ST & SC Servios Tcnicos
Ltda) David S. Rezende e Jos Eduardo D.
Olesko (COPEL Companhia Paranaense de
4. CONCLUSES Energia) A Tcnica de Disposio de
Cablagem em Chicote para Reduzir os Rudos de
Cada vez mais, medida em que as aplicaes da Modo Comum e Diferencial Resultados de
eletrnica e da informtica se expandem, os Medies SNPTEE 2001
equipamentos sensveis so adotados para as
funes de proteo, controle / automao, [6] Jos Osvaldo S. Paulino, Moacir Souza Jr. e
monitoramento e comunicao em subestaes, Marisa Lages Murta UFMG (Universidade
usinas e demais recintos eltricos, estando expostos a Federal de Minas Gerais) Tcnicas de
surtos eletromagnticos irradiados e conduzidos que Blindagem de Campos Magnticos de 60 Hz
podem incorrer em seu mau funcionamento ou at Revista Eletricidade Moderna Agosto / 2000
mesmo em sua destruio.
[7] Sergio T. Sobral e S. C. Sobral ST & SC
Esse trabalho buscou sistematizar uma srie de Servios Tcnicos - Tecnologia de Blindagens
informaes obtidas em artigos e livros tcnicos em Instalaes de Usinas, Linhas e Subestaes
abordando aspectos que envolvem a Compatibilidade Revista Eletricidade Moderna Agosto / 2000
Eletromagntica em subestaes de energia,
fundamentalmente no que se refere s possveis [8] Ronni M. Campaner (Intertechne) e Thutomu
interferncias em equipamentos eletrnicos sensveis Fujino (COPEL) Dificuldades no Cumprimento
nelas instalados, bem como algumas medidas dos Critrios para Mitigao das Interferncias
passveis de adoo para a minimizao de tais Revista Eletricidade Moderna Fevereiro / 2001
problemas.
[9] Roberto Menna Barreto QUEMC Influncia
O assunto vasto, complexo, ainda polmico e no de Linhas de Transmisso / Distribuio em
completamente equacionado em todas as suas Sistemas Eletrnicos, de Telecomunicaes e de
peculiaridades. Automao texto tcnico obtido na Internet
15
[10] R. L. Arajo, N. S. R. Quoirin, L. M. Ardjomand
(LACTEC Centro Politcnico da UFPR) e M. N.
Silva (CERJ) Utilizao Eficiente de
Aterramentos para a Proteo de Equipamentos
Sensveis Ciclo de P&D ANEEL 2003/2004