Celulose Papel
Celulose Papel
Celulose Papel
QUÍMICA DA MADEIRA
2009
1. HISTÓRIA DO PAPEL
Papiro: teve origem no Egito. São tiras extraídas dos caules de uma planta muito
abundante nas margens do Nilo. Tem origem por volta do ano 3.000 AC e foi usado até o início
do século XX da Era Cristã.
Pergaminho: feito de peles de animais, cuja origem data do ano 2.000 AC. As formas
melhor acabadas de pergaminhos (peles curtidas) apareceram por volta de 200 AC.
Papel: teve origem na China. A maioria dos historiadores concorda em atribuir a TS’ ai
Lum (105 D. C.) a primazia de ter feito papel por meio da polpação de redes de pesca e de
trapos, e mais tarde usando fibras vegetais. Este processo consistia em um cozimento forte de
fibras, após o que eram batidas e esmagadas. A pasta obtida pela dispersão das fibras era
pendurada e a folha, formada sobre uma peneira feita de juntos delgados unidos entre si por seda
ou crina, era fixada sobre uma armação de madeira. Conseguia-se formar a folhas celulósica
sobre este molde, mediante uma submersão do mesmo na tinta contendo a dispersão sobre o
molde de peneira. Procedia-se a secagem da folha, comprimindo-se sobre a placa de material
poroso ou deixando-se pendurada ao ar. Os espécimes que chegaram até os nossos dias provam
que o papel feito pelos antigos chineses era de alta qualidade que permite que mesmo, comparar-
los o papel normal feito atualmente.
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2. EVOLUÇÃO DA TÉCNICA DE PRODUÇÃO DE PASTA DE CELULOSE
À medida que grandes centros urbanos foram se formando em todo o mundo foram
evoluindo também as atividades burocráticas, comerciais, industriais, culturais, religiosas, etc.,
de suas populações.
Isto ocasionou um lento e gradual aumento da demanda de papel e, consequentemente, de
trapos, única matéria-prima utilizada para a produção de papel.
O problema agravou-se mais ainda à medida que as técnicas de escrita e impressão foram
sendo mecanizadas (sistema de impressão tipográfica desenvolvido por Gutemberg em 1450).
Paralelamente a isso as técnicas de produção de papel foram sofrendo aperfeiçoamentos
mecânicos, contribuindo com a redução de custos de produção, tornando o produto final cada
vez mais barato e acessível.
Portanto, face às dificuldades crescentes de oferta de trapos para a produção de papel, a
humanidade passou a pesquisar fontes alternativas de celulose, a fim de suprir a demanda de
papel. Os principais acontecimentos que contribuíram para a evolução tecnológica de produção
de celulose e papel foram:
- Holandesa: máquina inventada em 1860 pelos holandeses, aumentou a produção. Era
uma máquina destinada a desintegrar trapos, e que chegou até nossos dias, após uma
série de modificações, sem, todavia alterar a idéia básica de construção.
- Reaumur: devido à extrema falta de matéria-prima, em 1719, sugere o uso de madeira
como fonte de matéria-prima. Esta idéia foi reforçada por Schaffer em 1765.
- Koops: por volta de 1800, patenteia processo de produção de polpa de palha e de
papel velho (início da indústria de reciclagem de papel usado).
- Cloro: descoberto no final do século XVIII dá início ao estudo de processos de
branqueamento.
- Máquina de papel: a produção de papel sofre uma série de aperfeiçoamentos
mecânicos a partir de 1821 – desenvolvimento da mesa formadora de papel pelos
irmãos Fourdrinier (cujo nome é mantido até hoje nas máquinas de papel).
- Pasta mecânica: é desenvolvida por Keller em 1844, a partir de madeira (ainda um
produto fraco e frágil). Em 1850, Heinrich Voeter utilizou uma mistura de 25% de
pasta mecânica e 75% de pasta de trapos.
- Polpa sulfito: em 1857, nos EUA, Benjamim Tilgmann desenvolveu o processo de
polpeamento de madeiras com sulfito, tornando a produção de papel independente de
trapos.
- Polpa sulfato (Kraft): em 1884, na Alemanha, Dahl desenvolveu o processo de
polpeamento de madeiras com soda e sulfeto de sódio.
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3.1. Fibras de vegetal não Madeira.
De modo geral, as fibras provenientes de vegetais, que não formam madeira, constituem
somente 5% do total geral de fibras usadas para a fabricação de papel. Entretanto, elas
representam, para muitos países em desenvolvimento e mesmo para muitos países
industrializados, uma das maiores fontes atuais de fibras.
a) babaçu
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c) Bambu é um termo genérico de certos vegetais classificados pela botânica como
gramíneas e conhecido no Brasil como “taquara”. Suas fibras são de médio comprimento
(predominância entre 2,2 e 2,6 mm) e largura média de 14 µm.
A utilização do bambu como matéria prima para a indústria de celulose é prática de
bastante sucesso em alguns países tropicais, como China, Índia, Japão, Filipinas e mesmo o
Brasil. O bambu é uma planta lenhosa de fácil cultura e manejo, podendo ser explorada
economicamente a partir do terceiro ano.
d) linter de algodão
e) estopa de linho
O linho é cultivado em muitas partes do mundo, principalmente para confecção de
tecidos. Sua fibra é usada, principalmente, para tecidos resistentes, linhas cordões, etc.
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f) sisal
O sisal constitui-se hoje em uma das principais fibras duras plantadas no mundo.
No Brasil, é de grande importância, pois é um dos maiores produtores mundiais e exportadores
desta fibra.
A utilização do sisal para a produção de papéis de alta resistência é uma prática comum
no nordeste brasileiro.
g) Juta
É uma das mais importantes fibras de floema, cultivada principalmente no
Paquistão, Índia e Brasil. É uma fibra altamente lignificada, de comprimento médio de 2mm.
h) Rami
São fibras longas de extrema resistência e com alto teor de celulose (86%).
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i) Crotalária
É uma leguminosa de crescimento rápido, de ciclo anual, cujas fibras comercialmente
interessantes são as de casca. É usada no Brasil na manufatura de papel de cigarro. Espécie
originária da Índia, com ampla adaptação às regiões tropicais. As plantas são arbustivas, de
crescimento ereto e determinado, produzem fibras e celulose de alta qualidade, próprias para a
indústria de papel e outros fins. Recomendada para adubação verde, em cultivo isolado,
intercaladas a perenes, na reforma de canavial ou em rotação com culturas graníferas, é uma das
espécies leguminosas de mais rápido crescimento inicial, atingindo, em estação normal de
crescimento, 3,0 a 3,5 m de altura. É considerada má hospedeira de nematóides formadores de
galhas e cistos.
j) Kenaf
É um vegetal de ciclo anual que cresce principalmente na Índia, Paquistão, Cuba e
Estados Unidos. É uma planta fibrosa de grande potencial para a indústria papeleira.
h) Abacá
É uma espécie de bananeira nativa da Filipinas e Indonésia. As fibras de suas
folhas fornecem papel resistente e de alta qualidade.
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l) Fórmio
As fibras de fórmio produzem pasta celulósica de alta resistência. São fibras longas e
estreitas.
a) eucalipto
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b) pinus
c) araucária
d) acácia
e) gmelina
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De todas as espécies vegetais, a maior fonte de matéria-prima são as fibras de madeiras
provenientes de árvores (> 95% no Brasil), que são classificadas em dois tipos principais:
- Gymnospermas ou coníferas (madeiras macias/ “soft woods”) – exemplos: pinus e
araucária.
- Angiospermas ou folhosas (madeiras duras/ “hard woods”) – exemplos: eucalipto,
gmelina, acácia, bétula, etc.
As espécies de madeiras utilizadas no Brasil são:
Eucalyptus Saligna
Eucalyptus Alba Originárias da Austrália e
Eucalyptus Teriticornis Tasmânia
FIBRAS CURTAS Gmelina Arbórea Originária da Ásia
Acácia Mearnsii Originária da África do Sul
Bracatinga (Mimosa Scabrella) Espécie nativa
Pinus Elliottii Originárias dos EUA e
Pinus Taeda América Central (algumas
FIBRAS LONGAS Pinus Caribaea originalmente provieram da
Pinus Patula Europa)
Araucária Augustifolia Espécie nativa
4. CELULOSE
É um polissacarídeo linear, com um único tipo de unidade de açúcar (D-glicose). Seu
peso molecular pode variar de 162.000 a 2.400.000.
Algumas propriedades:
• Fórmula (C6H10O5)n;
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• Grau de polimerização até 10.000 vezes;
• Hidrolisável por ácidos fortes para D-glicose;
• Para-cristalino com algumas regiões amorfas;
• Incolor/branco;
• Estrutura química idêntica em todos os vegetais;
• Solúvel em agentes de inchamento;
• Forma compostos de adição com H2O, NaOH;
• Oxidável por Cl2, NaOH, O2 e outros;
• Grande capacidade de formação de pontes de hidrogênio;
A celulose é um polímero linear (parte amorfo e parte cristalino) formado por moléculas
de anidro-glicoses unidas por ligações do tipo β-(1,4) glicosídicas, de fórmula geral (C6H10O5)n,
proporcionando assim um crescimento linear da cadeia macromolecular (Figura 1).
Comprimento: ± 3 a 5 mm
Celulose de coníferas Diâmetro: 20 a 50 µm
Espessura da parede primária: 3 a 5 µm
- São fibras longas – tem maior valor de mercado e são mais escassas;
- Conferem maior resistência mecânica – são próprias para papéis de embalagens;
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- Menor rendimento (± 48%).
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4.3 – Processo de refino das fibras de celulose
6- PROCESSOS DE POLPEAMENTO
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transportados para o interior dos cavacos até o local da reação, ou seja, até a lamela média, onde
a lignina está altamente concentrada.
O transporte para o interior dos cavacos ocorre segundo dois mecanismos:
Convém observar que a estrutura da madeira apresenta variações entre as espécies, dentro
da mesma espécie e até na própria árvore. Em geral a madeira apresenta de 50 a 75% de espaços
vazios, preenchidos com ar e/ou água. Normalmente, calculando-se com base no peso úmido, os
cavacos contém cerca de 25% de umidade no ponto de saturação da fibra e cerca de 67% quando
completamente cheios de licor.
Um teor de umidade de 50% indica que os lúmens das fibras estão cheios até a metade,
aproximadamente, sendo o restante do espaço ocupado por ar.
São vários os processos utilizados para produção de polpas de celulose, dentre eles:
Processo soda
Processos alcalinos Processo Kraft
Processo sulfito alcalino
- Processos químicos Processo sulfito neutro
Processo mecânico
- Processos de alto rendimento Processo termomecânico
Processo químico-mecânico
Processo químico-termomecânico
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Figura 5 – Esquema de obtenção de papel
6.1.1 - Descascamento
A madeira extraída da floresta sob a forma de toras, antes de ser utilizada na produção de
celulose deverá ser descascada, devido a:
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• Disponibilidade e custo da mão-de-obra e energia.
• Custo de equipamentos e de instalações.
• Custo de operação.
• Eficiência do descascamento.
a) Descascador de tambor
b) Descascador de anel
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A produtividade destes equipamentos é influenciada por diversos fatores, tais como:
diâmetro e uniformidade da tora, espécie de madeira (e da casca), velocidade e tipo de
alimentação.
Antes da alimentação no picador, as toras devem ser lavadas a fim de retirar areia ou terra
nelas contidas, visando diminuir o desgaste das facas do picador. Além disso, a madeira úmida é
mais facilmente cortada, diminuindo desta forma o consumo energético e o risco de quebra das
facas. Normalmente a madeira entra no picador logo após sair do descascador (quando for de
tambor), vindo portanto lavada e úmida. Quanto aos equipamentos utilizados, existem
basicamente dois tipos de picadores:
- de disco com múltiplas facas;
- de tambor.
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a) Picador de disco (mais utilizado)
01 - Calha de entrada
02 - Rolos inferiores
03 - Capota dos rolos superiores
04 - Contra Faca
05 – Acionamento
06 - Rotor
Figura 9 – Detalhes de um picador de disco inclinado.
O disco tem um diâmetro que varia de 70 a 450 cm e pode ser equipado com 4, 8, 10, 12
ou mais facas. O disco recebe a madeira através de um bocal que forma um ângulo de 35 a 45o
em relação à face de corte. O ajuste das facas permite regular o tamanho dos cavacos, os quais
são obtidos pelo impacto da tora com as facas, deixando o picador através de fendas existentes
no disco. A velocidade de rotação do disco será regulada em função do diâmetro do disco e do
número de facas. Por exemplo, para um disco com 214 cm de diâmetro, com 12 facas, a
velocidade recomendada é de 450 rpm.
b) Picador de tambor
Este equipamento, de acordo com a Figura 10, consiste basicamente de um tambor de aço
com cerca de 1,8 m de diâmetro e de 1,0 a 2,5 m de comprimento. A madeira é alimentada e
prensada contra o tambor, cuja superfície é provida de facas, girando a uma velocidade de 30
rpm. As toras são mantidas deitadas na câmara de alimentação, com orientação paralela ao eixo
rotacional do tambor.
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1 - Capota do Rotor 7 - Capota dos Rolos 13 - Rolo Acelerador
2 - Segunda Contra-Faca 8 - Rolo Transportador 14 - Rolo Transportador da Correia
3 - Rotor 9 - Articulador da Capota dos Rolos 15 - Correia Alimentadora
4 - Grampo de Fixação da Faca 10 - Peneira 16 - Rolo de Retorno
11 - Sistema de Contra-Faca
5 - Faca
12 - Pente Inferior
6 - Conj.Anéis de Fixação do Rotor
Os cavacos que saem do picador são estocados no pátio e, posteriormente, passam por um
sistema classificatório constituído de peneiras vibratórias.
Os cavacos graúdos retidos na primeira peneira, de malha mais aberta, são desviados para
sofrerem nova divisão em um outro picador de menor tamanho, denominado de repicador. Os
cavacos que saem do repicador reingressam no sistema classificatório. Os cavacos que passaram
através da primeira peneira, caem em outra de malha mais fechada. Aqueles que ficaram retidos
nesta última constituem o material aceito para o processo de polpeamento e, os demais que
passaram pela peneira constituem os finos. O material constituído de finos poderá ser polpeado
separadamente (produto de mais baixa qualidade) ou então queimado em caldeiras (mais
comum).
Quando o processo de cozimento é contínuo, o material aceito é conduzido diretamente
ao processo de cozimento por meio de esteiras transportadoras ou transporte pneumático.
Quando o processo de cozimento é descontínuo (em bateladas), o cavaco aceito é normalmente
estocado no pátio sob a forma de pilhas antes de ser conduzido ao processo.
Na polpação química, cavacos finos proverão :
• Polpa homogênea.
• Alto conteúdo de fibras.
• Aumenta as propriedades de resistência.
• Maior rendimento.
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• Aumentam a capacidade e velocidade de cozimento.
• Reduzem a necessidade de produtos químicos.
• Consumo menor de energia
Picagem
A qualidade dos cavacos pode ser afetada por certos fatores, como:
• Comprimento do cavaco ~ 2.5 ~ 2.8 cm.
• Espessura do cavaco - 3 a 4 mm; tem maior importância que o comprimento e deve ter
aproximadamente 15% do comprimento.
• Umidade - quanto maior melhor a qualidade do cavaco.
• Ângulo de corte - ideal 36 a 42º.
• Estado de afiação da faca.
• Estado de afiação da contra-faca.
• Relação entre o ângulo da calha de alimentação e o ângulo da faca.
• Velocidade do disco - quanto maior, menores os cavacos.
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Na polpação química, os cavacos de coníferas devem apresentar em média, as seguintes
dimensões : 25+3 mm de comprimento por 4mm de espessura.
Para pastas mecânicas os cavacos devem ser em média 5 mm mais curtos.
Para as folhosas, os cavacos devem ser de 20+2 mm de comprimento por 3 mm de
espessura, em média.
ESTOCAGEM DA MADEIRA
Em Toras
Na forma de cavacos:
• Silos;
• Ao ar livre.
a) Silos - podem estar localizados sobre os digestores ou no chão, o formato e capacidade dos
silos pode variar bastante (normalmente de 200 a 1.500 m3), está em função da produção da
fábrica.
Pátio deve ser preferencialmente concretado, com boas condições de drenagem; consumo de
cavacos deve obedecer a um rodízio evitando-se longos períodos de estocagem; deve-se limpar o
local antes de iniciar novo monte, para evitar contaminação e as espécies sensíveis a deterioração
devem ser estocadas em montes menores, possibilitando menores períodos de revezamento.
Normalmente a manipulação, estocagem e classificação são completamente automatizados,
sem necessidade de operários.
A estocagem ao ar livre apresenta algumas desvantagens que são:
tempo menor de estocagem - devido a tendência dos cavacos ao apodrecimento
(degradação);
perda em rendimento e em propriedades físicas da polpa resultante;
queda em qualidade da celulose; ocorre escurecimento das fibras pelo sol; e,
perdas de resinas valiosas (tall oil e terebentina).
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6.2 - Polpeamento
b-Processos Físicos
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b.2-Tratamento a vapor
Envolve o aquecimento do material a temperatura na faixa de 150 a 2500C, promovendo
uma hidrólise parcial da fração hemicelulósica e um aumento dos poros do material. Este
tratamento pode provocar reações entre os produtos secundários oriundos da fração
hemicelulósica e o complexo lignina-celulose, com a conseqüente formação de pseudolignina e
redução do teor de celulose disponível.
c-Processo Biotecnológico
Processo atualmente em fase de desenvolvimento experimental, envolvendo diversos grupos
de pesquisadores. É considerado, um processo de grande potencialidade para reduzir a carga de
poluição, gerada nas indústrias tradicionais de papel e celulose. Entretanto, ainda apresenta
grandes limitações técnicas e econômicas que impedem a sua aplicação industrial, em futuro
próximo.
Os desafios principais a serem vencidos, para utilização deste tipo de processo, são
relacionados:
Com o aumento de seletividade dos microorganismos para degradar preferencialmente e/ou
exclusivamente a lignina (reduzindo, desta forma, as perdas das frações desejáveis). Com o
aumento da atividade lignolítica, diminuindo os tempos extremamente longos de incubaão.
d-Processos Químicos
Utilizam agentes químicos específicos para cozinhar sob pressão, o material
lignocelulósico. São os processos comercialmente utilizados na indústria de celulose e papel.
Estes processos podem ser classificados, de acordo com o pH do tratamento químico ou com o
tipo de substância empregada, conforme listado nas tabelas abaixo.
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pH do tratamento químico
Processo pH
Ácido 1,0 - 3,0
Bissulfito 4,5
Neutro 6,0 - 8,0
Alcalino 11,0 - 14,0
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A madeira é uma matéria prima formada de fibra em múltiplas camadas, ligadas entre si
por forças interfibrilares e pela lignina que age com ligante. Para separação dessas fibras, unidas
por forças coesivas intermoleculares, é necessário despender uma certa quantidade de energia. A
qualidade, as características e as utilizações da pasta produzida serão funções da quantidade de
energia aplicada. Deste modo, pode-se definir o processo de polpação como sendo o processo de
separação das fibras da madeira mediante a utilização de energia química e/ou mecânica. Os
diversos processos de polpação podem ser classificados de acordo com seus rendimentos em
polpa ou de acordo com o pH utilizado.
fibras de madeira são desagregadas pelo simples atrito mecânico. Em geral, são
pastas utilizadas na fabricação de papel jornal ou de imprensa, assim como na
confecção de produtos de baixo valor agregado, a exemplo de papelão.
Pasta termomecânica: compreende uma evolução do processo de obtenção da
pasta mecânica, no qual o atrito mecânico é facilitado por uma saturação prévia
com vapor. São pastas empregadas na fabricação de diversos tipos de papel com
destaque para os de imprimir e escrever.
Pasta termoquimicomecânica: é obtida a partir de um processo no qual o atrito
mecânico é facilitado pela saturação de vapor e por produtos químicos.
Proporciona elevado rendimento da madeira e assegura a integridade das fibras,
o que constitui para a qualidade dos papéis fabricados com pastas desse tipo.
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No Brasil, até pouco tempo, os processo de alto rendimento restringiam-se ao mecânico e
termoquimicomecânico de pedra, cujas pastas destina-se quase que exclusivamente à confecção
de papel imprensa.
Face à demanda crescente de celulose (crescimento médio de 3% ao ano), à estratificação
da maioria das reservas florestais no mundo e o aumento gradual do custo da energia, despertou
um interesse acentuado nos países produtores de celulose por processos de polpeamento de alto
rendimento, ou seja, aqueles que apresentam rendimentos superiores a 60% na transformação da
madeira em pasta.
Estas pastas, que apresentam constituintes não celulósicos da madeira (com teores
variáveis) são aplicadas na produção de determinados papéis, cartões ou papelões, cuja
resistência às condições ambientais e demais propriedades físicas e mecânicas não sejam muito
exigentes, comparativamente aos produtos feitos com pastas químicas. Isto vem de encontro a
uma relação custo/benefício bastante favorável, uma vez que as pastas de alto rendimento tem
um custo produtivo bem inferior às pastas químicas.
Exemplificando, podemos considerar papéis absorventes, do tipo higiênico (tissues).
Estes papéis, desde que tenham cumprido sua finalidade de uso, são jogados fora ou destruídos.
Portanto tem vida curta e não são recicláveis e, além disso, um número reduzido de
especificações. Isso justifica sua produção com pastas de menor custo.
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em relação aos processos químicos convencionais. A concentração dos reagentes também é
menor. O rendimento pode variar de 80 a 90%.
10) Pasta semiquímica ao sulfito neutro (Neutral sulfite semichemical pulp – NSSC):
Os cavacos são aquecidos com vapor e a seguir impregnados com solução de sulfito e
carbonato de sódio com um pH entre 8 e 9. Posteriormente são cozidos com vapor em
temperaturas entre 160 e 180 oC por 15 a 60 minutos. O rendimento pode variar de 75 a
85%.
11) Pasta semimecânica com soda à quente (Hot soda semichemical pulp):
Este processo é mais utilizado para resíduos agrícolas, os quais são inicialmente aquecidos
com vapor à pressão atmosférica, impregnados com solução de hidróxido de sódio a 8-10% e
após cozidos com vapor à temperaturas de 160 a 180 oC por 15 minutos ou mais.
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Os principais processos de polpação química são:
• Polpação química alcalina;
• Processo kraft ou sulfato;
• Polpação química com sulfitos;
• Processo sulfito com base cálcio;
• Processo sulfito com base sódio;
• Processo sulfito com base magnésio;
• Processo sulfito multiestágio.
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As vantagens do processo kraft sobre os demais são:
- flexibilidade a todas as espécies de madeiras;
- tempos mais curtos de cozimento;
- a pasta pode ser branqueada a altos níveis de alvura (maior custo em relação às pastas
sulfito);
- não há problemas com resinas (coníferas);
- produção de pastas de alta resistência;
- produção de subprodutos valiosos (tall-oil e terebintina);
- recuperação relativamente fácil dos reagentes utilizados.
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Figura 12 – Digestor descontínuo com aquecimento direto.
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O licor negro fraco (com 16-18% de teor de sólidos) será convertido em licor negro forte
mediante um sistema de concentração de múltiplos estágios, o qual, após atingir uma
concentração de 60-65% de teor de sólidos (modernamente concentra-se até 80%), segue para
uma fornalha de recuperação onde é queimado. Da queima deste licor negro forte resultam sais
fundidos (smelt) que se depositam no fundo da fornalha na forma líquida.
Estes sais, constituídos principalmente de Na2CO3 e Na2S, são conduzidos por
escoamento ao interior de tanques contendo licor branco fraco, resultando em uma solução
denominada de licor verde, pois possui tonalidade esverdeada devido à presença de sais de ferro.
O processo de obtenção de celulose apresenta um sub-produto, denominado “licor preto”,
o mesmo contém a parte da madeira dissolvida (lignina), combinada com reagentes químicos
utilizados no início do processo. Por razões econômicas e ambientais, e absolutamente
necessário o reaproveitamento do licor preto num processo denominado Recuperação de
Produtos Químicos.
A recuperação consiste em queimar o licor preto previamente concentrado a 60% de sólidos
e enriquecido em sulfato de sódio (Na2SO4).
O fundido, após a dissolução e um tratamento adequado, transforma-se em licor, contendo
reagentes químicos idênticos aos utilizados no início do processo.
O processo Kraft tem como principal vantagem o sistema de recuperação dos produtos
químicos associados a ele. Por outro lado, as desvantagens deste processo são: alto custo de
implantação, odor dos gases resultantes do processo, baixa alvura após o cozimento em relação a
outros como o sulfito, por exemplo, baixo rendimento (40 a 50%) e alto custo de branqueamento.
O licor verde é convertido em licor branco mediante a adição de Ca(OH)2, em uma
operação denominada de caustificação, segundo a reação:
O licor branco usado no processo kraft contém NaOH e Na2S numa proporção típica de
5:2 com um pH de 13,5 a 14. Usualmente as perdas de enxofre e soda no processo são supridas
mediante adição de sulfato de sódio à fornalha de recuperação (junto com o licor negro forte), de
modo que na zona de redução da fornalha ocorra a seguinte reação:
2. Setor de caustificação - local onde ocorre a reação da cal apagada [Ca(OH)2] com o
licor verde, regenerando o NaOH e precipitando CaCO3, o qual, sob a forma de lama
é lavado e concentrado em um filtro rotativo a vácuo, resultando no licor branco fraco
e numa lama com aproximadamente 75% de sólidos.
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3. Setor de calcinação - o CaCO3 parcialmente seco é calcinado, normalmente em um
forno rotativo onde ocorre sua decomposição em CaO e CO2 (entre 950 e 1200 oC). O
CaO gerado retorna ao setor de caustificação.
Fator H
Este parâmetro, estabelecido por Vroom e denominado de Fator H, é uma função
do tempo e da temperatura utilizada no cozimento ótimo de determinada madeira pelo
processo kraft, ou seja:
H = f (t,T)
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Deve ser observado que é possível alcançar maior precisão no resultado se as
temperaturas forem tomadas em intervalos menores de tempo de cozimento na fase de elevação
da temperatura.
Normalmente, na produção industrial, as condições de aquecimento do equipamento são
conhecidas e controladas automaticamente (tanto elevação como manutenção da temperatura).
Portanto, neste caso, basta determinar-se previamente em laboratório qual o Fator H
correspondente a um bom cozimento e após fixar-se o tempo total da operação de cozimento
(desde o início).
Após a lavagem da massa marrom, ocorrem as etapas de pré-branqueamento e
branqueamento, onde se fez uso de insumos como oxigênio, ozônio, peróxido de hidrogênio e
dióxido de cloro para que possa obter, finalmente, a celulose branqueada.
1.1.Cozimento.
1.1.1. Nomenclatura.
Licor branco é a solução contendo produtos químicos ativos de cozimento, hidróxido
de sódio (NaOH) e sulfeto de sódio (Na2S), utilizado para cozimento dos cavacos.
Licor negro forte (residual) é a solução contendo produtos de reação da solubilização
da lignina que são concentrados e queimados para sua recuperação.
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A impregnação pode ocorrer no digestor ou num vaso anterior ao digestor.
Lavagem: inicia com o deslocamento do licor negro concentrado pelo do licor diluído de
lavagem (aproximadamente à 1350C), introduzida pela base com água de resfriamento.
O licor negro é extraído através de peneiras e enviado para a recuperação e o vapor
liberado é utilizado na impregnação dos cavacos.
Resfriamento: ocorre no fundo do digestor onde se injeta licor diluído (água (licor) de
resfriamento ou lavagem), originado das etapas posteriores do processo com temperatura
entre 60 a 800C.
Os cavacos já cozidos, resfriados e diluídos são descarregados uniformemente do
digestor.
1.1.3. Digestores.
Os digestores são divididos em contínuos e descontínuos, sendo que os descontínuos
podem ter aquecimento direto ou indireto.
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Figura 16: Digestor descontínuo de aquecimento indireto.
A homogeneização pode ocorrer com ou sem circulação forçada. Com circulação forçada
o licor é retirado por sucção, normalmente do ponto médio do digestor e devolvido ao sistema
pelo ponto superior e inferior do digestor. Quando o aquecimento é indireto, o licor passa através
do trocador de calor durante a circulação.
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1.1.3.2.Digestores Contínuos.
Nos digestores contínuos, os cavacos são introduzidos ininterruptamente através de
válvulas especiais, sendo os produtos descarregados simultaneamente e na mesma proporção.
Os digestores cilíndricos verticais são os predominantes no mercado.
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O separador de areia impede que os materiais estranhos e densos (areia, metais) passem
adiante no sistema. Trabalha cheio de licor, sobre o qual os cavacos flutuam, enquanto peças
mais duras vão ao fundo separando-as.
A calha de cavacos é o local onde os cavacos se juntam ao licor a fim de serem
transportados hidraulicamente ao equipamento seguinte. Garante alimentação contínua para o
alimentador de alta pressão.
Os cavacos e o licor da calha de cavaco entram no alimentador de alta pressão onde os
cavacos ficam retidos por meio de peneira curva situada logo abaixo do rotor, conforme a figura
A. Quando a bolsa assume a posição horizontal figura B, os cavacos entram no sistema de alta
pressão e são levados pelo licor através da bomba de circulação para o topo do digestor.
37
O dispositivo de descarga trata-se de um “raspador”, localizado no fundo do digestor.
Tem a função de promover uma descarga uniforme, sem canalizações. Tem velocidade variável e
com ele pode-se alterar a consistência da descarga.
O licor extraído do digestor com temperatura próxima de 160-1700C passa pelos ciclones
de expansão, flasheando-se, gerando vapor para várias aplicações como: vaso de impregnação
com vapor, silo com vaporização, geração de água aquecida, etc. Após os ciclones, o licor vai à
evaporação já com aproximadamente 16% de sólidos e temperatura inferior a 1000C.
38
Idade da madeira: é determinada através da curva de crescimento da árvore estabelecendo a
idade ideal para o corte, de uma determinada espécie.
Uniformidade: é importante que as características da madeira permaneçam
aproximadamente constantes como:
• Densidade básica;
• Características das fibras;
• Características da madeira.
Dimensões do cavaco: cavacos maiores têm impregnação mais difícil, sendo, portanto
menos favoráveis ao cozimento. Cavacos menores cozinham muito rapidamente promovendo a
degradação da celulose.
As principais desvantagens de dimensões menos apropriadas dos cavacos são:
• Polpação não uniforme;
• Aumento do teor depurado;
• Diminuição do rendimento depurado;
• Pasta de baixa qualidade;
• Aumento do custo de produção.
39
lignina e rendimento semelhantes. É uma variável que relaciona a temperatura e o tempo de
cozimento, utilizado freqüentemente como variável de controle.
O fator H normalmente está em torno de 700 para as folhosas e de 1500 a 2000 para as
coníferas.
40
Inicialmente é feita a queima de enxofre (ou pirita) em queimadores e fornos apropriados,
em condições tais que se obtém o SO2 da forma mais econômica possível.
S + O2 SO2
A quantidade de ar utilizada, bem como o rápido resfriamento do SO2 gerado, devem ser
bem controlados, a fim de evitar a formação de SO3, o que provocaria maior corrosão do
equipamento, além de comprometer a qualidade do ácido (licor) devido à formação de sulfato.
41
branqueamento utilizando reagentes não clorados (CURVELO et al., 1994; YOUNG e
AKHTAR, 1998).
Como desvantagens, os processos organosolv não permitem a lavagem rápida da polpa
em água como nos processos convencionais, devido a re-precipitação da lignina sobre as fibras
da polpa e a volatilidade do solvente exige que o processo seja bem controlado (AZIZ e
SARKANEN, 1989).
Os processos organosolv são realizados em temperaturas que variam desde a temperatura
de refluxo do solvente (quando da pressão atmosférica) até temperaturas elevadas quando
realizados em sistemas pressurizados. Os processos de polpação que envolvem as misturas
etanol/água são os mais estudados: combinam alta razão de deslignificação, facilidade na
recuperação do solvente e condições favoráveis de operação, principalmente em países
produtores de álcool (KLEINERT, 1974).
Os estudos da topoquímica de deslignificação em processos organosolv diferem dos
processos convencionais. No processo kraft a remoção da lignina da parede celular ocorre no
estágio inicial de deslignificação, sendo a lignina da lamela média retirada apenas no estágio
final de deslignificação. Em processos organosolv, a remoção da lignina ocorre na lamela média,
sendo solubilizada posteriormente a lignina da parede celular (PASZNER e BEHERA, 1989;
BENDZALA e KOKTA, 1995).
A dissolução da lignina nos processos organosolv é resultado da hidrólise de ligações do
tipo éter, como as ligações α-O-4 e β-O-4 da macromolécula de lignina (SARKANEN, 1990).
A deslignificação organosolv compreende ainda quebra de ligações éter entre os
carboidratos e átomos de carbono α das cadeias laterais de lignina (McDONOUGH, 1993). As
ligninas obtidas por processo organosolv têm a vantagem de serem isoladas do licor de polpação
por procedimento simples, como precipitação e filtração e serem obtidas livres de compostos de
enxofre (encontrados nos processos químicos convencionais de polpação) (BENAR, 1992). O
rendimento dos processos organosolv alcança valores similares aos obtidos por processo kraft e
sulfito (para mesmo teor de lignina residual) (CARASCHI et al., 1996). No entanto, a resistência
mecânica de polpas organosolv em geral é menor do que a de correspondentes polpas kraft. Isso
deve ocorrer devido à grande quantidade de polioses solubilizadas (PASZNER e BEHERA,
1985).
Os processos organosolv podem ser divididos em dois grandes grupos:
a) os ácidos catalisados que são freqüentemente operados sem a adição de catalisadores
ácidos (AZIZ e SARKANEN, 1989), pois nesse tipo de processo o ácido acético liberado pela
hidrólise dos grupos acetilas presentes nas polioses, durante o processo de polpação, produz a
acidez necessária ao meio reacional e operados pala adição de um ácido que servirá como
catalisador (AZIZ e SARKANEN, 1989; SARKANEN, 1990; McDONOUGH, 1993;
GILARRANZ et al., 1998);
b) os processos organosolv alcalinos, nos quais são usados como agentes de
deslignificação o NaOH ou Na2SO3; a função do solvente orgânico nesse tipo de processo é
simplesmente promover a dissolução da lignina (AZIZ e SARKANEN, 1989).
Alguns dos solventes orgânicos, catalisadores e materiais lignocelulósicos usados na
deslignificação organosolv estão mostrados na Tabela 1 (YOUNG e AKHTAR, 1998;
SARKANEN, 1990).
A Figura 28 mostra uma comparação da deslignificação organosolv entre o processo não-
catalisado e o catalisado (SARKANEN, 1990). Como exemplo, ao fixarmos o tempo de
polpação em 2 h podemos verificar que a quantidade de lignina residual foi próxima dos 4% para
o processo catalisado (150°C), enquanto que para o processo não catalisado (180°C) a
quantidade de lignina residual foi próxima aos 6%, ou seja, o processo de polpação quando
catalisado pode ser realizado a uma menor temperatura de polpação do que o processo não-
catalisado, resultando em maior deslignificação.
42
Tabela 1. Solventes orgânicos, catalisadores e materiais lignocelulósicos que podem ser usados
na deslignificação organosolv (YOUNG e AKHTAR, 1998; SARKANEN, 1990).
Metanol Trietileno glicol Amina
Etanol Dioxano Hexametileno diamina
Solventes Propanol Fenol Dimetil sulfóxido
Etileno glicol Ácido fórmico Etileno glicol metil éter
Acetona Ácido acético Acetato de etila
HCl MgCl2 Antraquinona
H2SO4 NaOH Ácido oxálico
Catalisadores CaCl2 NH3 Ácido acético
AlCl3 Na2SO3 Ácido sulfônico
Madeira mole Palha de arroz
Matéria prima Madeira dura Palha de trigo
Bagaço de cana Bambu
Figura 30. Comparação entre o processo organosolv não-catalisado e catalisado usando como
solvente a mistura metanol/água (SARKANEN, 1990).
1- Lavagem e depuração.
A massa, procedente da polpação é lançada no tanque de descarga e consiste
basicamente em uma suspensão de fibras no licor de cozimento. Nesta suspensão, a parte
fibrosa representa a grosso modo, a metade da substância seca da madeira utilizada; o
restante se encontra dissolvido no licor.
A operação de lavagem da massa, isto é, a separação do líquido das fibras e a
lavagem desta última com água lima. Merece bastante atenção, desde o projeto de
instalação até a rotina de operação, cujos principais objetivos são:
* remover o licor residual que poderia contaminar a pasta durante etapas
subseqüentes do processamento;
* recuperar o máximo de reagentes químicos com uma diluição mínima;
* recuperar os constituintes da madeira dissolvidos no licor para utilizá-los como
combustível;
43
O volume de água adicionada ao sistema deve ser o menor possível, uma vez que o
filtrado final deve ser evaporado e queimado para recuperar sais de sódio. Um excesso de água
exigiria um gasto adicional de energia para sua evaporação. Entretanto, uma lavagem
insuficiente acarretaria excessiva perda do licor negro impregnado na celulose, afetando o
balanço térmico e químico do setor de recuperação, além de exigir um maior consumo de cloro
de alvejamento.
Atualmente as técnicas de lavagem são baseadas na necessidade do fechamento do
circuito, para minimizar encargos e problemas com o tratamento de efluentes. Em geral, a perda
de álcali no sistema é expressa em quilos de sulfato de sódio por toneladas de pasta produzida.
Durante a lavagem da pasta, as impurezas solúveis são removidas, mas, para obter uma
celulose de alta qualidade, devem-se remover também as impurezas sólidas, que podem ser de
dois tipos:
• De natureza vegetal, com pequenos fragmentos, nós, cavacos (não ou mal cozidos),
estilhas, fragmentos de casca e finos;
• De natureza estranha, como areia, pedras, incrustações e fragmentos de metal.
7.1 - Generalidades
44
Escleróides e elementos de vasos.
Provenientes do processo:
Partículas de carbono;
Areia;
Ferrugem;
Borracha;
Aglomerados de fibras;
PITCH.
Vários compostos presentes nos extrativos, bem como alguns aditivos utilizados no
processamento da polpa, podem formar depósitos nos maquinários e são denominados "pitch".
45
Para a produção de papel de qualidade superior e alvura elevada, torna-se necessário a
remoção da lignina e de outras impurezas das polpas químicas. Neste caso o branqueamento
torna-se um processo de purificação, afetando mais diretamente outras propriedades da pasta
(viscosidade, teor de hemicelulose e propriedades físicas e mecânicas).
No caso de pastas químicas e semiquímicas (rendimento menor do que 60%), o teor de
lignina residual na pasta pode ser estimado mediante a determinação do Número Kappa, o qual
permite uma avaliação do grau de deslignificação atingido pelo processo e posterior facilidade
(ou dificuldade) de beneficiamento da pasta obtida. Este ensaio consiste na determinação da
quantidade de permanganato de potássio gasto para remover a lignina residual de uma
determinada amostra de celulose, segundo método padronizado, a qual, mediante correções
estabelecidas pelo método, resultará no Número Kappa.
A estabilidade da alvura é outra característica importante, pois com o tempo a cor pode
sofrer alterações, tornando o material amarelado ou escurecido. A reversão é acelerada pela luz,
calor e umidade elevada, dependendo ainda do tipo de pasta e do processo de branqueamento
utilizado. A alvura será menos estável quando for empregado um agente redutor no processo de
branqueamento, pois a longo prazo o oxigênio do ar oxida novamente as formas reduzidas dos
compostos coloridos derivados da lignina.
Os processos de branqueamento da celulose mais comuns são:
⇒ O Totally Chorine Free (TCF), utilizado principalmente pelos países nórdicos, onde não
se utiliza o cloro molecular ou quaisquer outros compostos clorados como agente de
branqueamento, evita a formação de emissões indesejáveis de compostos organoclorados,
possibilitando a recuperação total dos filtrados do branqueamento. Para a mesma produção e
polpa de outros sistemas de branqueamento consome 10% a mais de madeira;
⇒ O Elemetal Chorine Free (ECF), que não utiliza o cloro molecular entre seus agentes de
branqueamento, mas pode utilizar outros compostos de cloro (tal como o dióxido de cloro, o
composto mais expressivamente empregado). Esse tipo de branqueamento é vantajoso para as
empresas que possuem sistema externo de controle primário e secundário de efluentes (end of
pip). Representa, de forma ampla a tendência mundial de produção de celulose química
branqueada;
⇒ O Stander, no qual utiliza tanto cloro elementar como seus derivados.
Cor: algumas substâncias aparecem coloridas porque elas contem grupos funcionais que são
capazes de absorver a radiação de certos comprimentos de onda. Os outros componentes da luz
branca são transmitidos, difundidos e refletidos para dar a sensação de cor ao observador.
Uma substância parece azul de dia a luz do dia, de comprimento de onda entre 4.000 a 8.000
0
A , porque ela tem um grupo ou grupos funcionais que absorvem as radiações de comprimento
de onda entre 5.700 e 5.900 A0 (luz amarela), e as converte em calor.
A luz transmitida, que agora está deficiente na luz amarela, dá o efeito da cor azul para o
olho.
Os grupos funcionais que conferem cor as substâncias são chamados de grupos cromóforos
(cromo=cor). Grupos cromóforos causam a absorção da luz. A maioria dos cromóforos possuem
ligações insaturadas como C=O, C=C, ou N=N, em sistemas de ligações conjugadas.
Os polissacarídeos não absorvem luz no espectro visível. Uma pasta composta apenas de
celulose e hemiceluloses deveria ser branca.
O escurecimento da celulose é causado pela lignina, por compostos de degradação da lignina
e pro grupos cromóforos formados durante o processo.
46
Figura 31: Luz atingindo fola de papel.
Definição de alvura: Alvura é a reflectância da luz com um pico a 457nm que ocorre em
uma superfície opaca de folhas de celulose comparada com uma superfície padrão refletora e
difusor.
A celulose branqueada tem valores de alvura entre 86 a 94. Celulose não branqueada entre 20
e 30. Papel jornal cerca de 55.
Sujeira: Sujeira é definida como qualquer material estranho que tenha uma cor
marcadamente contrastante com o resto da folha e que tenha uma área preta equivalente de
0,04mm2 ou mais.
Sujeira pode ser proveniente da madeira ou do processo.
Proveniente da madeira:
• Casca;
• Material resinoso;
• Areia e terra;
• Shives (fibras sem branquear);
• Escleróides e elementos de vasos.
Provenientes do processo:
• Partículas de carbono;
• Areia;
• Ferrugem;
• Borracha;
• Aglomerados de fibras;
• PITCH. Vários compostos presentes nos extrativos, bem como alguns aditivos
utilizados no processamento da polpa, podem formar depósitos nos maquinários
e são denominados "pitch".
47
7.2 - Principais agentes de branqueamento
O branqueamento pode ser definido como um tratamento físico-químico que tem por
objetivo remover compostos que geram cor melhorando também as propriedades da polpa
celulósica. No branqueamento das polpas químicas, em que a maior parte da lignina foi
removida previamente pelo processo de polpação, devem ser removidos principalmente
derivados de lignina ainda remanescentes na polpa. Após essa deslignificação suplementar,
denominada também pré-branqueamento, são aplicados reagentes que modificam quimicamente
as substâncias coloridas, descorando-as (DANILAS, 1988) e com isso leva a um aumento da
alvura da polpa. A alvura é o fator de reflectância difusa intrínseco determinado a um
comprimento de onda de 457 nm. Varia de 0% (absolutamente preto) a 100% (relativo ao padrão
MgO, que possui alvura absoluta de cerca de 96%) e é usada para avaliar com que eficiência o
branqueamento remove a coloração amarela da pasta celulósica (BIERMANN, 1996).
Um fator de contaminação importante do meio ambiente pela indústria papeleira e de
derivados de celulose é o cloro. Utilizado nas seqüências tradicionais de branqueamento, ele
reage com a lignina formando ligninas cloradas solúveis em álcali.
O uso do cloro, além de resultar em certa degradação das fibras celulósicas, é responsável pela
formação de grandes quantidades de compostos organoclorados de baixa massa molar (AOX)
nas etapas de branqueamento. A maior parte desses compostos tem efeito cumulativo nos
organismos, além de possuir caráter tóxico, mutagênico e/ou carcinogênico (WANG et al.,
1992).
Os reagentes utilizados enquadram-se em dois tipos:
Os tipos mais utilizados para pastas químicas são os oxidantes, face aos custos e
estabilidade da alvura.
Considerando-se que o objetivo do branqueamento das pastas é a obtenção do grau de
alvura desejado e estável, com um custo mínimo de reagentes e equipamentos, sem prejuízo das
características físico-mecânicas do produto, este objetivo será mais facilmente atingido se for
utilizada uma combinação de vários reagentes em vários estágios, alternando-se, por exemplo,
estágios de oxidação com estágios de lavagens simples ou alcalinas.
As etapas de branqueamento são representadas pela letra inicial do reagente empregado
na etapa. Na Tabela 2 estão apresentados alguns casos de branqueamento químico
(BIERMANN, 1996; FENGEL e WEGENER, 1989; D.ALMEIDA, 1988).
48
Tabela 2. Apresentação de alguns casos de branqueamento químico.
Estágios Símbolos Reagentes
Oxidante: Cloro – Cl
Função: oxida e clora a lignina.
Vantagens: efetivo, deslignificação econômica; boa remoção de partículas e shives.
Desvantagens: formação de organoclorados; altamente corrosivo.
49
Desvantagens: precisa ser feito no local, custo elevado, alguma formação de organoclorados,
altamente corrosivo.
Oxidante: Oxigênio – O2
Função: oxida e solubiliza a lignina.
Vantagens: baixo custo químico; fornece efluentes livre de cloro para recuperação.
Desvantagens: requer investimento de capital significativo em equipamentos quando usado em
grandes quantidades; perda potencial de rendimento em celulose.
Oxidante: Ozônio – O3
Função: oxida, descolore e solubiliza a lignina.
Vantagens: eficiente, produz efluente livre de cloretos para o branqueamento.
Desvantagens: precisa ser feito no local; custo; baixa remoção de partículas, pouca resistência
da celulose.
Enzima: Xilanase
Função: cataliza a hidrólise da xilose e na remoção da lignina.
Vantagens: fácil de usar, baixo custo de capital.
Desvantagens: efetividade limitada; custo.
50
Com isso, as polpas produzidas estão sendo classificadas como ECF (Elementary
Chlorine Free) ou TCF (Total Chlorine Free). Todavia, existem muitas controvérsias técnicas,
exigindo estudos mais profundos destes processos, pois ainda são considerados não tão eficazes
quanto àqueles que empregam cloro ou seus derivados, inclusive prejudicando as qualidades
finais da polpa.
51
subseqüentes e menor consumo de reagentes. As vantagens de se incluir um estágio de extração
alcalina, são: melhor reação da polpa celulósica quando se deseja atingir alvuras elevadas; maior
estabilidade da alvura; economia de outros reagentes de branqueamento; melhores propriedades
físicas da polpa branqueada. O reagente mais utilizado na extração é o hidróxido de sódio,
porém, hidróxido de cálcio também pode ser usado (D.ALMEIDA, 1988).
A quantidade de hidróxido de sódio aplicada na polpa varia de 1 a 3% em relação à
massa de polpa, os valores mais altos se referem à extração após a cloração e os mais baixos à
extração após os estágios com hipoclorito ou dióxido de cloro. A temperatura usada é de 50 a
60°C por 30 a 60 min com consistência de polpa de 10 a 18% (BIERMANN, 1996; FENGEL e
WEGENER, 1989). Altas temperaturas e carga superior de álcali de 5% são usadas para remover
polioses de polpa de dissolução ou polpa absorvente. No último estágio a carga de álcali usada é
menor do que 1% sobre a polpa (BIERMANN, 1996). A extração alcalina pode se tornar mais
eficiente com relação à remoção da lignina e resultar em melhor alvura, caso oxidantes
nucleófilos sejam adicionados ao licor de extração, como oxigênio, peróxido de hidrogênio e
hipoclorito.
Extração alcalina com oxigênio (Eo): a extração alcalina realizada na presença de pequenas
quantidades de oxigênio (0,2 a 0,5% sobre a polpa seca) possibilita a diminuição da demanda de
dióxido de cloro ou hipoclorito nos estágios posteriores e permite a obtenção de polpa
branqueada com menor número de estágios.
Extração alcalina com hipoclorito (EH): a adição do hipoclorito leva à redução de dióxido de
cloro no estágio subseqüente de branqueamento, bem como uma redução da cor do efluente
alcalino da extração (D.ALMEIDA, 1988).
52
(10 a 15%) e temperaturas de 90 a 140°C, dependendo do álcali usado, por 20 a 60 min
(BIERMANN, 1996; FENGEL e WEGENER,1989).
53
(ClO2) e hipoclorito de sódio (NaClO) nas seqüências de branqueamento, enquanto o processo
TCF usa oxidantes não clorados como oxigênio, ozônio e peróxido de hidrogênio (descritos
acima). É necessário ressaltar que o uso desses reagentes é menos seletivo e eficiente
comparando-se com o cloro elementar ou mesmo com o dióxido de cloro (ERIKSSON, 1997;
WONG et al., 1997a).
As enzimas têm mostrado ser uma alternativa biotecnológica que pode ser aplicada em
conjunto com as seqüências químicas convencionais ou alternativas de branqueamento (MINOR,
1996; WONG et al., 1997a, DUARTE et al., 2003).
54
Figura 32. (A) Enzimas xilanolíticas envolvidas na degradação da xilana. Ac: grupo acetil; α-
Araf: α-arabinofuranose. (B) hidrólise de xilooligossacarídeos pela β-xilosidade (SUNNA e
ANTRANIKIAN, 1997).
55
explicar a redução dos níveis de cloro e outros reagentes usados no branqueamento pelo uso da
xilanase. Efeitos principais têm sido observados quanto ao uso da xilanase sobre polpas kraft. O
primeiro deles estaria relacionado a uma substancial economia nos reagentes de branqueamento
verificado após o tratamento com xilanase. Isso é comumente observado em etapas subseqüentes
utilizando cloro. O segundo seria um pequeno mas significante aumento na alvura da polpa logo
após o tratamento com xilanase (WONG et al., 1997a).
Os mecanismos propostos para a obtenção dos efeitos citados quando do uso de xilanase
são mostrados na Figura 33 e descritos abaixo.
(A) Remoção de cromóforos derivados de xilana: as moléculas de xilose e xilana podem sofrer
modificações no cozimento alcalino, formando estruturas parcialmente aromáticas e coloridas.
Esses cromóforos derivados da degradação de xilana podem ser removidos mais facilmente pelo
uso de xilanase do que por reagentes químicos (WONG et al., 1997b).
(B) Complexo lignina-carboidrato: assume-se que há uma ligação entre lignina e polioses na
polpa que restringe a remoção da lignina residual. O rompimento das cadeias de xilana pela
xilanase separa as ligações de lignina-carboidrato, melhora o acesso dos reagentes de
branqueamento e facilita a remoção da lignina em subseqüentes seqüências químicas de
branqueamento (BAJPAI e BAJPAI, 1996; ERIKSSON, 1997; WONG et al., 1997b).
(C) Xilana redepositada: A ação da xilanase como auxiliar no branqueamento também tem sido
atribuída à remoção de xilana redepositada sobre as fibras durante o processo de polpação. Parte
das xilanas que foram inicialmente dissolvidas no processo de polpação kraft podem precipitar
sobre as fibras da polpa; isso ocorre principalmente no final do processo kraft convencional
quando a alcalinidade do licor de cozimento diminui. A xilana redepositada sobre a superfície da
polpa pode encobrir a lignina residual tornando-a inacessível aos reagentes de branqueamento. A
xilanase hidrolisa parte da xilana redepositada, permitindo melhor acesso dos reagentes de
branqueamento até a lignina residual, tornando mais fácil a remoção dessa lignina (FARREL et
al., 1996; BAJPAI e BAJPAI, 1996; ERIKSSON, 1997; WONG et al., 1997b).
(D) Inchamento das fibras: interações entre a celulose e a xilana podem contribuir para a
integridade das fibras da polpa, dificultando a remoção da lignina presente no interior dessa
estrutura. O uso de xilanase pode romper essa estrutura facilitando uma subseqüente remoção da
lignina residual.
Ocorre também o inchamento das fibras que gera poros maiores do que as
macromoléculas de xilanas removidas (WONG et al., 1997b).
Dentre os mecanismos citados, os mais aceitos para explicar o efeito do uso da xilanase
no branqueamento das polpas celulósicas são a remoção das xilanas redepositadas sobre as fibras
e a quebra do complexo lignina-carboidrato.
56
Figura 33. Hipóteses propostas para a ação da xilanase como auxiliar no branqueamento
de polpas químicas: (A) cromóforos derivados de xilana; (B) complexo lignina-carboidrato; (C)
xilana redepositada e (D) inchamento das fibras, onde (L = lignina; X = xilana) (WONG et al.,
1997b).
57
(1,4). A celulose possui três grupos hidroxilas livres, um grupo primário ligado ao carbono C6 e
dois grupos secundários ligados aos carbonos C2 e C3, por unidade de glicose (Figura 34).
Figura 34. Representação esquemática dos grupos hidroxilas (A) e representação esquemática
dos carbonos de uma unidade de glicose (B).
58
seleção do tipo de polpa de dissolução e pelo controle das condições de reação durante a
formação dos derivados de celulose (HON, 1996).
Os mais importantes derivados de celulose são os ésteres e éteres com ampla faixa de
aplicação. A álcali-celulose é um importante intermediário para a formação de determinados
ésteres e éteres (FENGEL e WEGENER, 1989).
Ésteres: a esterificação é conduzida normalmente em meio ácido. O pré- requisito é que o ácido
usado pode levar a um forte intumescimento penetrando por toda estrutura da celulose. A
esterificação pode ser considerada como uma reação típica de equilíbrio em que um álcool e um
ácido reagem para formar um éster e água. Os ésteres de celulose mais importantes são o nitrato
de celulose, o acetato e o xantato (HON, 1996; SJÖSTRÖM, 1993; LEWIN e GOLDSTEIN,
1991; FENGEL e WEGENER, 1989)
a) o nitrato de celulose é um dos mais importantes ésteres pois é produzido comercialmente para
vários propósitos. Celulose altamente nitrada (GS 2,4 a 2,8) é usada como explosivos e
propelentes, enquanto que as menos nitradas são usadas para a produção de filmes, plásticos,
adesivos e lacas (LEWIN e GOLDSTEIN, 1991; FENGEL e WEGENER, 1989).
Comercialmente, o nitrato de celulose é preparado pela reação de celulose com uma mistura de
ácido nítrico, ácido sulfúrico e água (SJÖSTRÖM, 1993, LEWIN e GOLDSTEIN, 1991;
FENGEL e WEGENER, 1989).
c) xantato de celulose não é o produto final, mas um intermediário no processo industrial para a
obtenção de viscose e celofane (LEWIN e GOLDSTEIN, 1991; FENGEL e WEGENER, 1989).
A produção de xantato de celulose inicia com o inchamento da polpa em solução de NaOH
17,5% para obter álcali-celulose ativada. A celulose ativada é tratada com dissulfeto de carbono
e convertida a xantato de celulose que dissolve em álcali para formar uma solução viscosa. A
solução viscosa é então forçada através de um orifício ou fenda, em um banho de ácido, onde a
celulose é regenerada na forma de filamentos finos resultando em fibras de viscose
(SJÖSTRÖM, 1993; FENGEL e WEGENER, 1989).
59
Éteres: a introdução de grupos éter na molécula de celulose resulta em um produto solúvel
mesmo em água fria, o tipo de substituinte tão bem como o grau de substituição determinam essa
propriedade dos éteres de celulose.
Com substituintes hidrofílicos uma solubilidade em água é alcançada com baixo GS;
substituintes hidrofóbicos apresentam solubilidade em ácali e água a baixo GS, e solubilidade em
solventes orgânicos a alto GS.
Ao contrário da esterificação, a eterificação é realizada em meio alcalino e os reagentes
são os haletos de alquila, como por exemplo, o cloreto de metila que leva à metilcelulose (MC) e
o ácido monocloroacético que leva à carboximetilcelulose (CMC) (LEWIN e GOLDSTEIN,
1991).
a) a metilcelulose é solúvel em água quente quando o GS é de 1,4 a 2,0, enquanto que produtos
quase completamente substituídos (GS 2,4 a 2,8) são insolúveis em água mas solúveis em
solventes orgânicos (SJÖSTRÖM, 1993).
A metilcelulose pode ser usada como um antiespumante, aditivo, espessante, dispersante,
estabilizador, agente de suspensão e como base para filmes solúveis em água (SJÖSTRÖM,
1993; D.ALMEIDA, 1988). Por não ser tóxica a metilcelulose pode ser usada em alimentos e
reguladores do metabolismo (D.ALMEIDA, 1988).
1a etapa: Alcalização
celulose - OH + NaOH → celulose – O- + Na+ + H2O
álcali celulose
2° etapa: Eterificação
CH2ClCOOH + NaOH → CH2ClCOONa + H2O
celulose – O- + Na+ + CH2ClCOONa → celulose-O-CH2COONa + NaCl
CMC
60
intrínseca está na faixa de 450 a 600 mL/g (RUZENE e GONÇALVES, 2001). Isso mostra que
as polpas poderiam ser usadas para obtenção de acetato de celulose, metilcelulose, CMC,
celofane e nitrocelulose (MANHÃES e LIMA, 2001).
Figura 35. O processo Liocel em geral (TEXTÍLIA, 2000; ROSENAU et al., 2001).
polpa dissolução fiação lavagem
61
- preparação de uma solução homogênea concentrada de celulose na mistura de NMMO/água;
- extrusão (fiação) da solução viscosa a elevadas temperaturas em um banho de precipitação;
- lavagem e pós-tratamento da fibra de celulose;
- recuperação do NMMO da precipitação e do banho de lavagem.
Como mostrado na Figura 35, o processo Liocel apresenta um menor número de passos quando
comparado ao processo tradicional de produção de viscose.
As fibras de celulose são diretamente obtidas da solução de celulose em NMMO.
Nenhuma derivatização, como alcalinização e xantação no caso de fibras raion, é requerida.
Poucos processos químicos são aplicados e no caso ideal o NMMO e a água são completamente
recuperados, significando um importante fator econômico. No sistema em escala comercial, a
recuperação do NMMO é maior que 99%. Em comparação com o processo viscose, o processo
Liocel apresenta baixo risco ambiental devido à baixa toxicidade do NNMO e sua
biodegradabilidade. A flexibilidade do processo em termos de materiais celulósicos é a sua
maior vantagem. Teoricamente, polpa de papel, polpa química não branqueada, algodão, fibras
de raion ou mesmo sobras de papel podem ser empregados como material para a produção de
fibras Liocel (ROSEANU et al., 2001).
Como no processo viscose, certas substâncias podem ser adicionadas na solução para
melhorar as propriedades específicas das fibras. Cada etapa da produção (com exceção da
recuperação do solvente) oferece a possibilidade da variação do processo e assim a modificação
das propriedades do produto final. Geralmente, a formação da celulose de soluções de NMMO
tem aberto novas possibilidades para a produção de fibras de celulose, filmes, membranas,
esponjas, entre outros, que diferem dos demais produtos convencionais (ROSENAU et al.,
2001).
O processo físico-químico da dissolução da celulose e a estrutura da celulose dissolvida
têm sido intensivamente investigados, mas ainda estão longe de ser completamente entendidos.
Vários esforços científicos foram concentrados na elucidação do processo de dissolução;
contudo, detalhes sobre o processo e as interações entre grupos hidroxilcelulose e NMMO ainda
permanecem sem esclarecimento (FINK et al., 2001; ROSENAU et al., 2001).
Geralmente, a ocorrência e a velocidade da dissolução da celulose é influenciada por
cinco parâmetros que estão sumarizados na Figura 36. O controle desses parâmetros leva a uma
melhor dissolução, ressaltando-se que o grau de polimerização (GP) da polpa de palha e bagaço
de cana tende a ser baixo o que pode facilitar e justificar o uso de NMMO para a dissolução.
62
7.4.2.2 Propriedades do NMMO
A importância do processo NMMO é o fato do seu dipolo N-O forte ser capaz de
dissolver fisicamente a celulose sem nenhuma derivatização, complexação ou ativação especial.
O NMMO é produzido pela oxidação de uma amina terciária (N-metilmorfolina) com peróxido
de hidrogênio (Figura 37). O ponto de ebulição do NMMO puro é 170ºC.
Quando sofre a hidratação com uma molécula de água por molécula de NMMO forma-se
o NMMO monoidratado (conteúdo de água de 13,3%) com ponto de ebulição em torno de 74°C
com melhor dissolução da celulose. Além do produto monoidratado, há um NMMO hidratado
adicional com 5 moléculas de água por duas moléculas de NMMO, dando um conteúdo de água
de 28% (FINK et al., 2001; ROSENAU et al., 2001).
Devido à alta polaridade da ligação N-O, o NMMO é um composto com alta
higroscopicidade e alta hidrofilicidade, resultando em alta solubilidade em água com completa
miscibilidade, e pronunciada tendência em formar ligações de hidrogênio. Três propriedades
importantes são o resultado dessas características: NMMO é um oxidante forte, tem baixo ponto
de fusão e é muito sensível a todos os tipos de catalisadores que induzem quebra de ligação N-O.
A Tabela 3 mostra alguns dos dados físicos e químicos do NMMO e seus hidratos.
Tabela 3. Dados físicos e químicos do NMMO e seus hidratos (ROSENAU et al., 2001).
63
periódicos, nos últimos tempos a legislação ambiental vem exigindo o uso cada vez maior de
fibras recicladas.
⇒ Papéis de imprimir e escrever: estes tipos de papéis são divididos entre os revestidos
e os não-revestidos e, de acordo com esta distinção eles terão características próprias. No
primeiro caso, o seu uso está diretamente vinculado cm as áreas de publicidade (mídia
impressa) e editoração (revistas e livros). Além disto, estes tipos de papéis se comportam
como commodities, os principais fatores competitivos são a elevada escala de produção,
produtividade, a qualidade do produto, a distribuição e a forma de comercialização. Quanto
ao segundo caso os tipo de papel os revestidos, os principais produtos são os papéis para
xerografia, impressoras, formulários contínuos, livros e cadernos. Os papéis revestidos são
mais sofisticados e caros que os não-revestidos, que em geral são padronizados. Neste
segmento, embora predominem os processos químicos de produção de celulose, é crescente a
concorrência dos processos mecânicos. Vale destacar que com a massificação da
microinformática vem impulsionando o crescimento deste mercado, ao popularizar
impressoras, fax e copiadoras.
⇒ Embalagens: inclui as embalagens de papel kraft (kraftliner) e diversos tipos de
embalagens leves (envelopes, sacolas, sacos multifolhados e papeis para embalagens
flexíveis). O papel kraft, de grande resistência ao tracionamento, é o principal insumo no
processo de fabricação de sacos usados, sobretudo para cimento e fertilizantes, além de
embalagens de papelão ondulado, caixas de papelão compostas por capa e miolo ondulado. A
produção de kraftliner é caracterizada pela escala elevada, integração com a fabricação de
celulose não-branqueada, predomínio do uso de processos químicos e de madeira de fibra
longa. É importante notar ainda a integração para gente, atuando em empresas também no
processo de conversão em caixas de papelão, sacos, envelopes e outros artefatos de papel. A
utilização de reciclados é crescente e a facilidade de coleta e manuseio de caixas de papelão
usadas também estimula esta tendência.
⇒ Papéis para fins Sanitários: possui basicamente três produtos: os papéis higiênicos, a
s toalhas e os lenços de papel. No seguimento de tissue, abaixa relação entre o valor
agregado e peso é o principal fator de definição locacional/estrutural. Frequentemente orienta
para a proximidade entre fábrica e mercado consumidor. Isso determina uma estrutura de
oferta baseada em um número maior de plantas industriais, de menor escala, distribuídas
geograficamente. A resultante é uma configuração na qual as fábricas apresentam escalas
médias de produção (entre 30 mil e 60 mil t/ano) A maioria não e integrada a produção de
celulose, de modo que o segmento e um dos maiores consumidores de celulose de mercado.
De um lado, viabilizam-se empresas menores, ao atendimento dos mercados regionais e por
outro, as grandes empresas, relativamente especializadas nestes produtos, são muito
internacionalizadas, dispondo de plantas em diversos paises.
⇒ Cartões e Cartolinas: Implica basicamente, os cartões revestidos (coated) para
embalagens de bens de consumo. Alem de cartolinas e cartões para impressos. Existem três
tipos de cartão para embalagens: cartão tipo cartucho duplex (duas camadas, com uma base
suporte e camada revestida com aplicação de látex); cartão triplex (contem três camadas e
recebe aplicação em duas delas); e cartão branco. A utilização de reciclagem é elevada, sendo
que em algumas empresas a participação alcança ate 100%. Em geral, a base ou miolo e
feitas de aparas. Os principais clientes na ponta final da cadeia produtiva são as grandes
empresas de alimentos, produtos de higiene, limpeza e farmacêuticos. Este segmento,
portanto, concorre com outros materiais para embalagens, como o plástico, vidro, isopor, aço
e alumínio. Esta fortemente vinculado ao parque gráfico que executa a impressão sobre o
cartão revestido. A globalização e mais difícil neste segmento, em virtude da necessidade de
parceria com a indústria gráfica e das especificações muito particulares dos clientes finais.
Em função desse aspecto, as escalas de produção são relativamente menores.
64
⇒ Papéis Especiais: envolve-se aqui uma diversidade de tipos de papeis de imprimir
e escrever diferenciados e de papéis e papelões destinados a diversos usos industriais
específicos e ao usa domésticos (filtros). Os principais produtos em papéis de imprimir e
escrever especiais são os papéis de segurança (cheques, títulos, papel-moeda), os papéis
decorativos e os papéis térmicos e copiativos (papel de fax, papel foto). Em papéis e papelões
para fins industriais, os principais clientes são as indústrias de automóveis, calçados, fumo,
materiais plásticos e elétricos. A principal característica comum as empresas aqui incluídas e
a diferenciação e elevado valor agregado dos produtos, em geral baseados no domínio de
tecnologias específicas. Os mercados de cada produto são relativamente reduzidos, o que
define menores escalas de produção ou uma grande concentração de oferta em poucos
produtores mundiais.
8-PARTE EXPERIMENTAL
8. MATERIAL E MÉTODOS
65
8.1.2.1 Classificação das Polpas de Bagaço de Cana
Para a classificação das polpas de bagaço de cana, cada amostra foi desagregada
(consistência de aproximadamente 0,3%) em um aparelho MA -1032. A suspensão de polpa foi
adicionada em um classificador do tipo Somerville com fenda de 0,15 mm. As polpas
classificadas foram filtradas novamente em funil de Büchner e separadas em amostras formando
discos para facilitar sua secagem à temperatura ambiente.
Após esse procedimento, as polpas classificadas obtidas tanto em condição ácida como
em condição alcalina foram pesadas para a determinação do rendimento de polpa classificada
(item 4.4.4).
66
além de reagir com a lignina, pode também reagir com a celulose o que ocasiona uma possível
despolimerização (HORTAL e LLUCIÁ, 1984).
Os frascos foram transferidos para um banho termostatizado (60 ± 3°C) e, após equilíbrio
térmico, foi adicionado peróxido de hidrogênio (3% base polpa seca), corrigido o pH para 10,0
com adição de hidróxido de sódio e os frascos mantidos sob agitação por 60 min. As polpas
branqueadas foram filtradas em funil de Büchner, lavadas com água destilada até pH próximo ao
neutro (cerca de 2 L de água), secas à temperatura ambiente e guardadas para análise posterior
(FARIA, 1994).
67
da mistura etanol/água 1:1 (v/v) e separada em amostras no formato de discos para facilitar sua
secagem à temperatura ambiente.
Rt = m x 100 (equação 1)
M
onde:
Rt = rendimento total (%);
M = massa de bagaço ou palha de cana (g) (base seca);
m = massa de polpa obtida após o término da polpação (g) (base seca).
Rc = Rt - tr (mr / M) (equação 2)
onde:
Rc = rendimento classificado (%);
Rt = rendimento total (%);
tr = teor de rejeito após classificação (%) (base seca);
mr = massa de rejeitos (g) (base seca);
M = massa inicial de bagaço de cana (g) (base seca).
68
transferida com 140 mL de água para um erlenmeyer de 500 mL que foi mantido a 25°C sob
agitação magnética.
Foi preparada uma solução misturando 25,00 mL de uma solução padrão de KMnO4 0,1
N (recém preparada) com 25,00 mL de H2SO4 4 N em um erlenmeyer de 125 mL, que foi
mantido a 25°C sob agitação magnética (solução A). Essa solução foi adicionada
quantitativamente a cada erlenmeyer contendo a suspensão de polpa, utilizando-se 50 mL de
água destilada para lavar as paredes do frasco. Após exatos 10 min (medidos com um
cronômetro) foram adicionados 5,0 mL de uma solução de KI 0,1 N. Essa mistura foi titulada
com uma solução padronizada de Na2S2O3 0,1 N até próximo ao ponto de viragem
(desaparecimento da cor castanha). Foram adicionados 2,5 mL de uma solução de amido 2% e a
titulação continuada até a viragem de azul a incolor.
Em experimento paralelo foi quantificado o consumo de KMnO4 sem a adição de polpa
(branco), substituindo-se a suspensão de polpa por 150 mL de água destilada e seguindo-se o
mesmo procedimento descrito acima.
O número kappa foi determinado pelas equações 3 a 5 (TAPPI, 1985).
P = (b - a).N (equação 3)
0,1
69
kv = V (equação 6)
t.d
onde:
kv = constante do viscosímetro (cP.s-1.g-1.cm3);
V = viscosidade do H2SO4 a 25°C - 19,25 cP (TAPPI, 1982);
d = densidade do H2SO4 a 25°C - 1,84 g.cm-3 (WEAST, 1984);
t = tempo de escoamento (s).
A viscosidade das polpas foi determinada por método padrão (TAPPI, 1982). De cada
polpa seca pesou-se 0,125 g (com precisão de 0,1 mg) e em seguida adicionaram-se 25 mL de
etilenodiamina cúprica (solução 0,5 mol.L-1 Cu+2 A mistura foi mantida sob agitação magnética
por 20 min (polpa de bagaço) e por 30 min (polpa de palha). Após esse tempo, a mistura foi
filtrada m cadinho de vidro sinterizado (n°3) e transferida para o viscosímetro, reviamente
aferido. Após equilíbrio térmico, a solução foi aspirada e o tempo e escoamento foi medido com
um cronômetro como descrito anteriormente.
O cálculo de viscosidade da polpa foi determinado pela equação 7:
V = kv.t.d (equação 7)
onde:
V = viscosidade da solução (cP);
kv = constante do viscosímetro (cP.s-1.g-1.cm3 );
t = tempo de escoamento (s);
d = densidade da solução de celulose (1,052 g.cm-3 - TAPPI, 1982).
% Hol = mf - ml (equação 8)
mi
onde:
% Hol = porcentagem de holocelulose;
mf = massa de amostra inicial (g) (base seca);
ml = massa de lignina (g) (base seca);
mi = massa de amostra inicial (g) (base seca).
70
- 3,4 mL de NaOH 17,5% e macerados por 45 s;
- 3,4 mL de NaOH 17,5% e macerados por 15 s;
As amostras foram deixadas em repouso por 3 min e foram adicionados 3,4 mL de NaOH
17,5% e agitados por 10 min; durante esses 10 min foram adicionados:
- 3,4 mL de NaOH 17,5% no 2,5 min;
- 3,4 mL de NaOH 17,5% no 5,0 min;
- 3,4 mL de NaOH 17,5% no 7,5 min.
Método 1
Amostras de 2,0 g de bagaço de cana (moída a 40 mesh, partículas menores do que 0,42
mm) , 2,0 g de palha de cana (moída a 40 mesh), 1,0 g da polpa seca, 1,0 g de holocelulose ou
1,0 g de α-celulose, pesadas com precisão de 0,1 mg, foram transferidas para béqueres de 100
mL e tratadas com 10 mL de H2SO4 72% sob vigorosa agitação, em banho termostatizado a 45,0
± 0,5°C por 7 min. As reações foram interrompidas com a adição de 50 mL de água destilada em
cada frasco, que causa a diluição do H2SO4 praticamente eliminando sua ação hidrolítica.
As amostras foram transferidas quantitativamente para erlenmeyer de 500 mL, elevando
o volume de água a 275 mL com proveta, pois nesta etapa não é necessária a precisão na medida
de volume (ASTM, 1956).
Para a completa hidrólise dos oligômeros restantes, os frascos foram fechados com papel
alumínio e autoclavados a 1,05 bar por 30 min e temperatura de 121ºC. Após a descompressão
da autoclave, os frascos foram retirados e resfriados à temperatura ambiente, sendo a mistura
reacional filtrada e o hidrolisado transferido para balão volumétrico de 500 mL o qual foi
posteriormente completado com água destilada. A solução foi guardada para análises posteriores
de lignina solúvel, carboidratos, HMF e furfural de acordo com o procedimentos descritos nos
itens 4.4.9.3, 4.4.9.4 e 4.4.9.5, respectivamente.
71
Método 2
Amostras de 0,3 g de holocelulose ou 0,3 g de α-celulose foram transferidas para tubos
de ensaio e tratados com 3 mL de H2SO4 72% a 300C por 1 h. Após esse período foram
adicionados 79 mL de água destilada. As amostras foram transferidas quantitativamente para
erlenmeyer de 250 mL.
Para a completa hidrólise dos oligômeros restantes, os frascos foram fechados com papel
alumínio e autoclavados a 1,25 bar, 125°C por 1 h. Após a descompressão da autoclave, os
frascos foram retirados e resfriados à temperatura ambiente, sendo a mistura reacional filtrada
em cadinho de porosidade 3 (previamente pesado) e lavada com água destilada. O hidrolisado foi
transferido para balão volumétrico de 100 mL o qual foi posteriormente completado com água
destilada. A solução foi guardada para análises posteriores de lignina solúvel e carboidratos de
acordo com o procedimento descritos nos itens 4.4.9.3 e 4.4.9.4, respectivamente.
Método1
O material insolúvel (lignina Klason) retido no papel de filtro obtido no item 4.4.9
(método 1) foi lavado com aproximadamente 1,8 L de água destilada e seco em estufa a 110°C
até massa constante.
A porcentagem de lignina insolúvel (Klason) foi calculada em relação à massa seca das
amostras, conforme equação 10.
Método 2
O material insolúvel (lignina Klason) retido no cadinho de porosidade 3, obtido no item
4.4.9 (método 2), foi lavado com aproximadamente 200 mL de água destilada e seco em estufa a
110°C até massa constante. A porcentagem de lignina insolúvel (Klason) foi calculada em
relação à massa seca, pela equação 10.
72
8.4.9.3 Determinação da Lignina Solúvel
Método 1
A quantidade de lignina solúvel em meio ácido foi determinada conforme metodologia
descrita por ROCHA et al (1997). Uma alíquota de 5 mL do hidrolisado obtido no item 4.4.9
(método 1) foi colocada em um balão volumétrico de 100 mL. Foram acrescentados 50 mL de
água destilada e NaOH 6,5 mol.L-1 para elevar o pH próximo a 12. Após agitação, o volume foi
completado com água destilada sendo que o pH final ficou maior que 10.
A medida da absorbância a 280 nm foi determinada em um espectrofotômetro
UV/Visível Shimadzu UV-150-02. A linha base foi medida com uma solução de NaOH 6,5
mol.L-1 e a leitura da solução de hidrolisado foi feita a 280 nm em celas de quartzo. Isso acaba
sendo um erro analítico pois o branco deveria ter o pH 10-11 e não 13,5. Mas optou-se por seguir
o método padrão.
O cálculo da lignina solúvel foi determinado pelas equações 12 e 13, usando valores de
absorbância determinados na literatura (ROCHA et al., 1993) e as relações de diluição.
Método 2
O teor de lignina solúvel foi determinado pela medida da absorbância em 205 nm de uma
diluição 1:2 do hidrolisado obtido no item 4.4.9. Para o cálculo da concentração de lignina
solúvel foi utilizada uma absortividade de 105 g-1cm-1L no comprimento de onda de 205 nm
(FERRAZ et al., 2000).
73
Uma alíquota de 20 mL do hidrolisado, obtido no item 4.4.9 (métodos 1 e 2), foi diluída
com água destilada em balão volumétrico de 25 mL após elevar-se o pH da solução com NaOH 2
mol.L-1 de 0,6 para a faixa de 1 a 3. O hidrolisado ácido foi extraído em cartuchos de extração
sólida Sep-Pak C18 (Waters), para a remoção de compostos aromáticos e, então, injetado
diretamente em uma coluna Aminex HPX-87H (300 x 7,8 mm, Bio-Rad Laboratories Ltd.) em
um cromatógrafo Shimadzu LC-10AD. Como fase móvel foi empregado H2SO4 0,005 mol.L-1
com fluxo de 0,6 mL/min, a 450C. Os compostos foram monitorados com um detector de índice
de refração Shimadzu RID-6A. As concentrações de açúcares e ácidos provenientes da hidrólise
da celulose e polioses foram determinadas a partir de curvas de calibração obtidas com soluções
padrão dos compostos puros de diferentes concentrações (ROCHA et al., 1997).
As áreas dos picos correspondentes às hexoses e às pentoses foram utilizadas para
calcular as massa de glucana e xilana, respectivamente. Essas massas foram divididas pela massa
seca do material inicial e multiplicadas pelo fator de hidrólise. Os fatores de hidrólise para
conversão de glicose e celobiose em glucana são 0,90 e 0,95, respectivamente. De maneira
similar, xilose e arabinose foram convertidas em xilana e o ácido acético em grupos acetil
usando-se o fator 0,88 e 0,72, respectivamente. As concentrações de celobiose, glicose, xilose,
arabinose e ácido acético foram determinadas a partir de curvas de calibração obtidas com
padrões analíticos.
Para a obtenção de glucanas somam-se as porcentagens em massa de celobiose, glicose e
hidroximetilfurfural e para a obtenção de xilanas somam-se as porcentagens de xilose, arabinose
e furfural.
74
carboximetilceluloce (CMC) foi analisada no Departamento de Engenharia Química (Dequi) da
faculdade de Engenharia Química de Lorena utilizando-se também a técnica dereflexão atenuada
(ATR).
Cerca de 1 g de polpa de bagaço (base seca) com consistência de aproximadamente 0,3%
foi desagregada manualmente. Após desagregação, a suspensão de polpa foi vertida em um funil
de Büchner de 60 mm de diâmetro e filtrada a vácuo. Após filtração, o funil foi invertido e a
polpa foi liberada utilizando-se fluxo de ar. A amostra formada foi então prensada (1-1,2
kgf/cm2) durante 90 s e colocada para secar em estufa a 65°C por 15 min.
Os espectros das polpas e dos filmes foram registrados (64 scans com resolução de 4 cm-1) em
um espectrofotômetro de infravermelho Nicolet_Avatar 360 FTIR (Portugal).
Após a correção da linha base dos espectros de infravermelho pelo método poligonal
(FAIX, 1991), os espectros das polpas foram normalizados pela absorção a 901 cm-1, que
corresponde à vibração do grupo O-C-O envolvendo o carbono-1 (anomérico) dos
polissacarídeos e não sofre influência dos outros grupos (MOROHOSHI, 1991). Os espectros
foram convertidos em arquivos textos usando o software OMNIC (Nicolet, Inc). O conjunto de
dados de cada espectro foi submetido ao cálculo de PCA (análise por componentes principais),
as absorbâncias foram normalizadas na faixa de 680 a 3800 cm-1 (809 pontos por espectro de
polpa) e foram submetidas a análise por componentes principais usando os programas BIOTEC e
FAEN compilados em FORTRAN, que foram adaptados da literatura (SCARMÍNIO e BRUNS,
1989) e escritos no Departamento de Biotecnologia (Debiq) da Faculdade de Engenharia
Química de Lorena (FAENQUIL).
O espectro da CMC foi registrado (64 scans com resolução de 4 cm-1) em um
espectrofotômetro de infravermelho Perkin Elmer - FTIR (Faenquil).
75
Completada a adição, a mistura foi agitada por 1 h, mantendo-se a temperatura na faixa
de 15 a 25ºC. Após a alcalização, foi adicionada na mistura reacional uma solução de ácido
monocloroacético (AMA) e etanol a 50% em massa (6,5 g de AMA e 6,5 g de etanol); com um
tempo de adição de 30 min sob agitação e temperatura de 20 ± 5ºC (SILVA, 1997).
Terminada a adição, a temperatura da mistura foi elevada a 60°C e deixada sob agitação
por 3 h. Após terminado o tempo de reação, a mistura foi drenada e a fase sólida suspensa em
metanol a 70% e neutralizada enquanto em suspensão com ácido acético a 90%. A suspensão foi
filtrada, e o precipitado lavado repetidamente com etanol, com metanol e seco em estufa a 60 ±
5°C. O ganho de massa da CMC foi determinado pela equação 16 (SILVA, 1997).
76
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